1 - Células e Seus Constituintes Moleculares

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CÉLULAS E SEUS CONSTITUINTES Prof.ª Dr.

ª Carolina Miguel

MOLECULARES Fraga
HISTÓRICO
A história da citologia, na realidade, acompanhou a história do microscópio.
Em 1590, os irmãos Jansen inventaram o microscópio.

Zacharias e Hans Janssen


HISTÓRICO

O microscopista holandês Antoni van


Leeuwenhoek (1632-1723)
dedicava-se à fabricação de
microscópios e à pesquisa.
Estudou protozoários, bactérias,
espermatozoides e hemácias.
HISTÓRICO

Com a melhoria dos microscópios compostos, Robert Brown,


em 1833, descobriu um elemento esférico no centro de uma
célula, denominando-o núcleo (do latim nuculeus, semente de
uma noz pequena, núcula).
TEORIA CELULAR
Leis da teoria celular:

Todos os seres vivos são Todas as reações


formados por células e por metabólicas ocorrem ao Toda célula origina-se de
estruturas que elas nível celular: unidades outra pré-existente, a
produzem: unidades funcionais ou fisiológicas partir da reprodução
morfológicas dos seres dos seres vivos. celular.
vivos.
A CÉLULA
A célula é a menor unidade estrutural e funcional dos organismos.
Unidade estrutural, pois constituem os tecidos e os órgãos.
Unidade funcional porque são capazes de exercer as funções básicas da
vida: metabolismo, produção de energia e reprodução.
A CÉLULA

Células Tecidos Órgãos Sistemas


CLASSIFICAÇÃO DO ORGANISMO COM RELAÇÃO À CÉLULA
Acelulares: seres desprovidos de
células – vírus

Celulares procariontes:
unicelulares – bactérias

Celulares eucariontes:
unicelulares (protozoários) e
pluricelulares (animais e vegetais)
VÍRUS
VIRUS
Um vírus não é capaz de se multiplicar, exceto quando parasita uma célula de
cujas enzimas se utiliza para a síntese das macromoléculas que irão formar
novos vírus.
Eles não contam com todas as enzimas nem as estruturas necessárias para a
fabricação de outros vírus.
São parasitos intracelulares obrigatórios.
Na verdade, são parasitos moleculares, uma vez que induzem a maquinaria
sintética das células a sintetizar as moléculas de que necessitam, em vez de
produzirem moléculas para a própria célula.
VÍRUS
Distinguem-se, os vírus animais e os vírus vegetais.
Há, porém, alguns vírus vegetais que, multiplicam-se nas células de insetos que
os disseminarão de uma planta para outra.

Doença vira-cabeça do tomateiro, causada O tripes (Frankliniella occidentalis) é um


pelo vírus tomato spotted wilt virus inseto praga invasor na agricultura.
VÍRUS
Cada vírus é formado basicamente por duas partes:

Uma porção periférica, constituída de


Uma porção central, que leva a informação proteínas, que protege o genoma, possibilita
genética, isto é, um genoma constituído de um ao vírus identificar as células que ele pode
filamento simples ou duplo de ácido parasitar e, em determinados vírus, facilita a
ribonucleico ou desoxirribonucleico. penetração nas células.
VÍRUS
Alguns vírus maiores e mais complexos apresentam um invólucro lipoproteico.
A parte lipídica desse invólucro origina-se das membranas celulares, mas as
proteínas são de natureza viral, isto é, são codificadas pelo ácido nucleico do
vírus.
VÍRUS
No exterior das células, os vírus se apresentam como partículas constituídas de
um agregado de macromoléculas e recebem a denominação de vírions.
Um vírion é uma partícula isolada de um vírus na forma infeciosa.
Os vírus passam por várias formas durante o seu ciclo.
E quando ele está na forma mais completa, com a capacidade de infectar
uma célula, chamamos essa forma de vírion.
CÉLULAS PROCARIONTES
CÉLULAS PROCARIONTES
As células procariontes caracterizam-se pela escassez de membranas.
Geralmente a única membrana existente é a membrana plasmática.
Não contêm membranas que separam os cromossomos do citoplasma.
Os seres vivos que têm células procariontes são denominados procariotas,
essas células constituem as bactérias.
As bactérias podem apresentar diversas formas:
1- Membrana plasmática: separa a célula do meio externo

2- Parede celular: rígida, constituída por proteínas e


glicosaminoglicanas, tem, sobretudo, função protetora.
2
3- Não possui citoesqueleto nas células procariontes, é 1
mantida pela parede extracelular. 6
4
4- Ribossomos: estão no citoplasma, ligados a moléculas de 7
RNA mensageiro (polirribossomos).

5- Nucleoide: cromossomos idênticos, circulares, constituído de


DNA e proteínas.

6- Citoplasma: não apresenta outra membrana além daquela


que o separa do meio externo (membrana plasmática) e não
se apresenta subdividido em compartimentos (organelas) 5

7- Plasmídeos: moléculas de DNA extra cromossomal capazes


de se reproduzir independentemente do DNA cromossômico,
carregam consigo informações genéticas e até mesmo genes
responsáveis por inúmeros casos de resistência a drogas.
As células procariontes se dividem por fissão ou conjugação.
Seus filamentos de DNA não sofrem o processo de condensação que leva à
formação de cromossomos visíveis ao microscópio óptico, durante a divisão
celular.
CÉLULAS EUCARIONTES
As células eucariotas apresentam duas partes morfologicamente
bem distintas - o citoplasma e o núcleo.
Entre as quais existe um trânsito constante de moléculas diversas,
nos dois sentidos.

O citoplasma é envolvido pela membrana


plasmática, e o núcleo, pelo envoltório nuclear.

Membranas formam compartimentos que


separam os diversos processos metabólicos.

Além de aumentar a eficiência, a separação


das atividades permite que as células
eucariontes atinjam maior tamanho, sem
prejuízo de suas funções.
CITOPLASMA
Organelas são todas as estruturas intracelulares que desempenham funções
bem definidas, mesmo que não sejam delimitadas por membrana.
Além das organelas, o citoplasma pode apresentar depósitos de substâncias
diversas, como grânulos de glicogênio e gotículas lipídicas.
Preenchendo o espaço entre as organelas e os depósitos encontra-se a matriz
citoplasmática ou citosol.
O citosol contém água, íons diversos, aminoácidos, precursores dos ácidos
nucleicos, numerosas enzimas etc.
CITOPLASMA
O citosol contém microfibrilas, constituídas de actina, e microtúbulos,
constituídos de tubulina.
Quando despolimerizadas (separadas umas das outras), as moléculas das
proteínas actina e tubulina conferem maior fluidez ao citosol.
Quando polimerizadas em microfibrilas e microtúbulos, conferem a
consistência de gel.
MEMBRANA PLASMÁTICA

É a parte mais externa do citoplasma,


que separa a célula do meio
extracelular, contribuindo para manter
constante o meio intracelular.

As unidades de membrana são


bicamadas lipídicas formadas
principalmente por fosfolipídios e que
contêm uma quantidade variável de
moléculas proteicas.
MEMBRANA PLASMÁTICA

O folheto externo da bicamada lipídica da


membrana plasmática apresenta muitas moléculas
de glicolipídios e glicoproteínas, com as porções
glicídicas se projetando para o exterior da célula.

O glicocálice é uma projeção da parte mais


externa da membrana, com apenas algumas
moléculas adsorvidas, e não uma camada
inteiramente extracelular, como se pensou
inicialmente.
ORGANELAS
MITOCÔNDRIAS
As mitocôndrias são organelas esféricas ou
alongadas.

Nas micrografias eletrônicas aparecem


constituídas por duas unidades de membrana,
sendo a interna pregueada.

A principal função das mitocôndrias é


produzir calor e moléculas de ATP (adenosina-
trifosfato).

A energia armazenada no ATP é usada pelas


células para realizar suas diversas atividades, As mitocôndrias participam também de outros processos do
como movimentação, secreção e divisão metabolismo celular, conforme o tipo de célula.
mitótica.
Chama-se metabolismo o conjunto de processos químicos de
degradação e síntese de moléculas)
RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO

As cisternas do retículo endoplasmático constituem


uma rede de vesículas achatadas, esféricas e
túbulos que se intercomunicam, formando um
sistema contínuo.

Distinguem-se o retículo endoplasmático rugoso, ou


granular (R e setas largas), e o liso.

A membrana do retículo endoplasmático rugoso


apresenta os ribossomos na sua superfície voltada
para o citosol (setas finas).
RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO
O retículo endoplasmático liso apresenta-se
principalmente como túbulos que se anastomosam e
se continuam com o retículo rugoso.

O ponto de transição no retículo endoplasmático


(marcador de limite) entre sua porção rugosa (R) e
sua porção lisa (L) pode ser facilmente observada
pela ausência dos ribossomos associados na
superfície citoplasmática de suas cisternas, na parte
lisa.

Há concentração de substância no interior de uma


vesícula do REL (seta) e nas vesículas de secreção já
formadas (V).
RIBOSSOMOS
Os ribossomos são constituídos de ácido
ribonucleico (RNA ribossômico ou rRNA) e
proteínas.

Cada ribossomo é formado por duas subunidades


de tamanhos diferentes, que se associam somente
quando se ligam aos filamentos de RNA
mensageiro (mRNA).

Como diversos ribossomos se associam a


um único filamento de RNA mensageiro
(mRNA), formam-se polirribossomos, que
têm papel fundamental na síntese de
proteínas.
ENDOSSOMOS

Os endossomos formam um compartimento que recebe as


moléculas introduzidas no citoplasma das células pelas vesículas
de pinocitose, que se originam da membrana plasmática.

O compartimento endossomal é um sistema extenso, que se vai


desde a periferia do citoplasma até as proximidades do núcleo
celular.

A seqüência numérica (1 a 4) representa a via de internalização


de substâncias pelo processo de pinocitose e a associação das
vesículas à um endossomo (E). Microvilosidades (MV) no ápice
celular.
ENDOSSOMOS
Esse compartimento é responsável pela separação e
pelo endereçamento do material que penetra no
citoplasma pelas vesículas.

Grande parte desse material é encaminhada para


os lisossomos, outras moléculas passam dos
endossomos para o citosol, e outras são devolvidas
para a superfície celular.

Endossomo, também denominado corpo


multivesicular (CM) realiza permuta de substâncias
com as organelas celulares. Etapa do trânsito
vesicular pode ser observada na superfície
do endossomo (seta larga).
Mitocôndrias (M), complexo de Golgi (CG).
APARELHO (OU COMPLEXO) DE GOLGI
Constituído por um número variável de vesículas circulares
achatadas e por vesículas esféricas de diversos tamanhos
(estrela).

Localiza-se ao lado do núcleo ou disperso pelo citoplasma.

Presenta múltiplas funções, mas, destaca-se na separação e no


endereçamento das moléculas sintetizadas nas células,
encaminhando-as para as vesículas de secreção e para os
lisossomos.

Sua face CIS (FC) está voltada para o RER (R) do qual recebe
vesículas de transferência (VT), enquanto sua face TRANS (FT)
mostra-se em continuidade com o REL (L).
Libera abundantes vesículas secretoras (VS).
Núcleo (N) e mitocôndrias (M).
LISOSSOMOS

São organelas de forma e tamanho muito variáveis seu


interior é ácido e contém diversas enzimas hidrolíticas
(enzimas que rompem moléculas, adicionando átomos das
moléculas de água).

Essas enzimas são sintetizadas pelos polirribossomos do


retículo endoplasmático rugoso.

L: lisossomos
M: mitocôndrias
N: núcleo
São depósitos de enzimas que digerem moléculas
introduzidas por pinocitose, por fagocitose, ou, então,
organelas da própria célula.

A destruição e renovação de organelas é um


processo fisiológico que permite à célula manter seus
componentes em bom estado funcional.

As organelas desgastadas pelo uso são eliminadas e


substituídas por organelas novas (autofagia).
PEROXISSOMOS
Os peroxissomos são organelas caracterizadas pela presença de enzimas
oxidativas que transferem átomos de hidrogênio de diversos substratos para
o oxigênio:
RH2 + O2 → R + H2O2

Os peroxissomos contêm a maior parte da catalase celular, enzima que


converte peróxido de hidrogênio (H2O2) em água e oxigênio:
catalase
2H2O2 → 2H2O2 + O2
A atividade da catalase é importante porque o peróxido de hidrogênio
(H2O2) que se forma nos peroxissomos é um oxidante e prejudicaria a célula
se não fosse eliminado rapidamente.
PEROXISSOMOS
Os peroxissomos participam da metabolização do ácido úrico,
resultante das bases púricas.

Têm também um papel na desintoxicação.


Cerca da metade do álcool etílico (etanol) consumido por uma
pessoa é destruído por oxidação nos peroxissomos,
principalmente nos peroxissomos do fígado e dos rins.

Os peroxissomos participam, como as mitocôndrias, da beta


oxidação dos ácidos graxos

O conteúdo enzimático dos peroxissomos varia muito de uma


célula para a outra, e em uma mesma célula. Nem todos os
peroxissomos têm a mesma composição enzimática.
CITOESQUELETO
CITOESQUELETO
Muitas células apresentam forma irregular.
O núcleo, as organelas, vesículas de secreção e outros componentes celulares
têm localização definida, quase sempre constante, conforme o tipo celular.
O citoesqueleto estabelece, modifica e mantém a forma das células.
É responsável também pelos movimentos celulares como contração, formação
de pseudópodes e deslocamentos intracelulares de organelas, cromossomos,
vesículas e grânulos.
CITOESQUELETO
2

Os principais elementos do citoesqueleto


são os microtúbulos, filamentos de actina e
filamentos intermediários.
1

Os microtúbulos e os microfilamentos de
actina, com a cooperação das proteínas
motoras, participam dos movimentos
celulares e dos deslocamentos de
partículas dentro das células.

1- miosina (seta larga) e actina (seta fina)


2- microtúbulos (seta larga)
DEPÓSITOS
CITOPLASMÁTICOS
DEPÓSITOS CITOPLASMÁTICOS
O citoplasma pode conter, conforme o tipo celular
estudado e seu estado funcional, acúmulos, geralmente
temporários, de substâncias diversas, não envoltas por
membrana.
São frequentes os depósitos do polissacarídio
glicogênio.
Muitas células contêm gotículas lipídicas de constituição
química e tamanho muito variáveis.
Depósitos de pigmentos também não são raros; um
exemplo é a melanina.
NÚCLEO
NÚCLEO
Uma das principais características da célula eucarionte é a
presença de um núcleo de forma variável (a, b, c), porém bem
individualizado e separado do restante da célula por duas
membranas.

Essa membrana dupla, chamada envoltório nuclear contém poros


(setas finas) que regulam o intenso trânsito de macromoléculas
do núcleo para o citoplasma e deste para o núcleo.
NÚCLEO
Todas as moléculas de RNA do citoplasma são sintetizadas no núcleo, e todas
as moléculas proteicas do núcleo são sintetizadas no citoplasma.
A membrana externa do envoltório nuclear contém polirribossomos, fazendo
parte do retículo endoplasmático rugoso.
Sabe-se que a cromatina é constituída por DNA associado à proteína histona.
As proteínas têm importante papel nas funções e na organização do DNA,
tanto no núcleo interfásico (que não está em mitose), como na condensação
dos cromossomos na divisão celular.
NÚCLEO
Os nucléolos (Nu) são Contêm grande quantidade de RNA, de
corpúsculos em geral esféricos, proteínas e pequena quantidade de DNA.
geralmente visíveis nas células
vivas.

RG: região granulosa ou parte


amorfa
RF: região fibrilar densa (rica em
RNA)
EU: eucromatina
H: heterocromatina
C: carioteca
Cp: citoplasma
CÉLULAS EUCARIONTES
VEGETAIS
As células dos vegetais superiores (plantas) são eucariontes e
assemelham-se, em sua estrutura básica, às células animais.

Parede celular: Além da membrana plasmática, as


células das plantas contêm uma ou mais paredes
rígidas que lhes conferem forma constante e
protegem o citoplasma principalmente contra
agressões mecânicas e a ação de parasitas.

Plastídios (ou plastos): organelas maiores do que as


mitocôndrias e, como elas, delimitadas por duas
unidades de membrana. Os plastídios que não
contêm pigmentos são chamados leucoplastos. Os
que contêm pigmentos são os cromoplastos, dos
quais os mais frequentes são os cloroplastos, ricos
em clorofila, principal pigmento fotossintético.

Vacúolos citoplasmáticos: os vacúolos das células


vegetais podem ocupar a maior parte do volume
celular, reduzindo-se o citoplasma funcional a uma
delgada faixa na periferia da célula.
Amido: ao contrário das células eucariontes animais,
que utilizam o polissacarídio glicogênio como reserva
energética, nas células das plantas o polissacarídio de
reserva é o amido.

Plasmodesmos: tubos com 20 a 40 nm de diâmetro


ligando células adjacentes, estabelecendo canais para
o trânsito de moléculas.
As junções comunicantes das células animais são
morfologicamente muito diferentes, mas apresentam
semelhanças funcionais com os plasmodesmos.
ORIGEM E EVOLUÇÃO DAS
CÉLULAS
ORIGEM E EVOLUÇÃO DAS CÉLULAS
Admite-se que o processo evolutivo que originou as primeiras células começou
na Terra há aproximadamente 4 bilhões de anos.
Naquela época, a atmosfera provavelmente continha vapor d'água, amônia,
metano, hidrogênio, sulfeto de hidrogênio e gás carbônico.
O oxigênio livre só apareceu muito depois, graças à atividade fotossintética
das células autotróficas.
A superfície da Terra estaria coberta por grande quantidade de água,
disposta em grandes "oceanos" e "lagoas".
Essa massa líquida, chamada de caldo primordial, era rica em moléculas
inorgânicas e continha em solução os gases atmosféricos.
ORIGEM E EVOLUÇÃO DAS CÉLULAS
Experiência de Miller e Urey
Sob a ação do calor e da radiação ultravioleta, vindos
do sol, e de descargas elétricas, oriundas das
tempestades que eram muito frequentes, as moléculas
dissolvidas no caldo primordial combinaram-se
quimicamente para constituírem os primeiros compostos
contendo carbono.
Esse tipo de síntese, realizada sem a participação de
seres vivos, é denominada prebiótica, e já foi
demonstrado experimentalmente que ela é possível.
É provável que no caldo primordial tenham surgido
polímeros de aminoácidos e de nucleotídeos, formando-
se assim as primeiras moléculas de proteínas e de
ácidos nucleicos.
ORIGEM E EVOLUÇÃO DAS CÉLULAS
Provavelmente ao acaso, formaram-se moléculas de fosfolipídios que,
espontaneamente, constituíram as primeiras bicamadas fosfolipídicas, e estas
podem ter englobado conjuntos de moléculas de ácidos ribonucleicos,
nucleotídeos, proteínas e outras moléculas.
Estava, assim, constituída a primeira célula, com sua membrana fosfolipídica.
É razoável supor que a primeira célula que surgiu era estruturalmente simples,
certamente uma procarionte heterotrófica (seres vivos que não possuem a
capacidade de produzir seu próprio alimento) e anaeróbia, pois não existia
oxigênio na atmosfera.
ORIGEM E EVOLUÇÃO DAS CÉLULAS
A manutenção da vida na Terra dependeu, então, do aparecimento das primeiras
células autotróficas, ou seja, capazes de sintetizar moléculas complexas a partir de
substâncias muito simples e da energia solar.
Admite-se que tenha surgido, em células procariontes, um sistema capaz de utilizar a
energia do sol e armazená-la em ligações químicas, sintetizando alimentos e
liberando oxigênio.
Esse novo tipo celular seria provavelmente muito semelhante às "algas azuis" ou
cianofíceas.
O oxigênio liberado pela fotossíntese realizada pelas bactérias autotróficas foi-se
acumulando na atmosfera, produzindo alterações, pois as moléculas do gás oxigênio
(O2) se difundiram para as alturas mais elevadas da atmosfera, para formar ozônio
(O3).
ORIGEM E EVOLUÇÃO DAS CÉLULAS
Formou-se, pouco a pouco, uma camada de ozônio que protege a superfície
da Terra contra a radiação ultravioleta.
O início da fotossíntese e as modificações da atmosfera foram de grande
importância para a evolução das células e das formas de vida hoje existentes
na Terra.
Graças à fotossíntese, surgiu o oxigênio na atmosfera, e isso permitiu o
aparecimento de células aeróbias.
ORIGEM E EVOLUÇÃO DAS CÉLULAS
Tudo indica que as células eucariontes tenham se originado a partir de
procariontes, por invaginações da membrana plasmática.
A interiorização da membrana foi fundamental para a evolução das células
eucariontes, pois formou diversos compartimentos intracelulares.
Esta separação molecular e funcional aumenta muito a eficiência dos
processos celulares.
Há evidências sugestivas de que as organelas envolvidas nas transformações
energéticas (cloroplastos e mitocôndrias), originaram-se de bactérias que
foram fagocitadas, e se estabeleceram como simbiontes (endossimbiontes) nas
células eucariontes hospedeiras.
PADRÕES CELULARES E OS
GRUPOS DE SERES VIVOS
PADRÕES CELULARES E OS GRUPOS E SERES VIVOS
O sistema mais antigo de classificação, criado por Lineu, dividia os seres vivos
em apenas dois reinos: o animal e o vegetal.
Um sistema ainda usado, porém, como o de Lineu, fundamentado
principalmente na estrutura dos seres vivos e no modo de captação de
nutrientes, admite cinco reinos:
Monera: formado pelas bactérias.

Protista: que compreende organismos eucariontes


primariamente unicelulares de vida livre ou
unicelulares coloniais (protozoários e fitoflagelados)

Fungi: que compreende todos os fungos

Plantae: que inclui as algas clorofíceas e os vegetais


superiores

Animalia: que inclui todos os animais, isto é, os seres


que, durante o desenvolvimento embrionário,
passam pelo estágio de gástrula.
PADRÕES CELULARES E OS GRUPOS E SERES VIVOS
Os avanços tecnológicos da biologia molecular possibilitaram o estudo mais
aprimorado das relações evolutivas entre os organismos (filogênese).
Os pesquisadores observaram que a análise da sequência de nucleotídeos no
RNA dos ribossomos (rRNA), é uma boa maneira de estudar a filogênese.
Todas as células têm ribossomos e seu RNA é muito constante em suas funções,
servindo como um "relógio molecular" adequado para estimar as
modificações evolutivas que ocorreram durante os bilhões de anos.
ATIVIDADE

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