L. Bantu Cristina
L. Bantu Cristina
L. Bantu Cristina
Curso: Português
Disciplina: Língua Bantu
Ano de frequência: 2º Ano
Turma: N
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Capa 0.5
Índice 0.5
Aspectos Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais Discussão 0.5
Conclusão 0.5
Bibliografia 0.5
Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
Articulação e
domínio do discurso
académico
2.0
Conteúdo (expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e Revisão
discussão bibliográfica
nacional e
2.
internacionais
relevantes na área de
estudo
Exploração dos
2.0
dados
Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
ii
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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Índice
CAPITULO I: INTRODUÇÃO ................................................................................................... 1
Introdução................................................................................................................................... 1
Conclusão ................................................................................................................................... 9
Referências ............................................................................................................................... 10
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CAPITULO I: INTRODUÇÃO
Introdução
Moçambique é um país multilíngue onde convivem línguas bantus, o português, o gujarati, o híndi
e o árabe. O português é a língua oficial e é de uso obrigatório na educação e nas instituições
públicas, mas cria impasses, porque os cidadãos não dominam a norma-padrão europeia. A língua
tem uma função social – o da comunicação – e ela só pode ser compreendida e interpretada dentro
do contexto sociocultural. É importante compreender que a língua não é um sistema uno, invariado,
estático, mas, necessariamente, abriga um conjunto de variedades, variantes e dialetos. Todas as
línguas são moldadas pelos contextos socioculturais e a sua variação e mudança dependem da
forma como os usuários replicam o seu uso.
1.3 Metodologia
Metodologia: para o desenvolvimento deste trabalho utilizou-se como método a Pesquisa
Bibliográfica: que consistiu na consulta e leitura de obras que versam sobre o tema, com o intuito
de se construir uma base teórica sobre o assunto em estudo e Pesquisa virtual: consistiu na consulta
de artigos disponíveis na Internet, com finalidade de recolher informações complementares. E para
a redacção do trabalho foi usado o seguinte aplicativo informático: Microsoft Office Word 2007,
assim sendo, os resultados estão apresentados em forma de texto de pequenas narrativas de modo
a tornar a compreensão da informação mais clara. O trabalho foi estruturado em três capítulos, na
forma que segue. Introdução, faz referência aos motivos que inspiraram a realização deste trabalho.
Desenvolvimento do estudo começa por uma breve revisão dos conceitos básicos dos autores.
Conclusão do estudo foram expressas as considerações finais da pesquisa.
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CAPITULO II: MARCO TEÓRICO
Existem várias hipóteses sobre a dispersão dos Bantu. A partir de um estudo feito em cerca de 300
línguas bantu, das quais foram selecionadas 28 consideradas mais documentadas de cada área, os
estudiosos sugerem que os falantes das línguas bantus teriam inicialmente emigrado dos Camarões
em direção ao sul. Julga-se que um importante centro de dispersão bantu deve- se ter estabelecido
na região de Shaba, na actual República Democrática do Congo. Uma evidência destas
constatações é o facto de que as línguas faladas nesta região - por exemplo, Bemba, Kasai e Luba
- possuem um alto índice do vocabulário bantu.
Guthrie (1976-1979) fez uma classificação das línguas bantu, agrupando-as em 15 zonas
codificadas em letras maiúsculas (A, B, C, D, E, F, G, H, K, L, M, N, P, R, S). Internamente, cada
zona divide-se em vários grupos de línguas estabelecidos conforme a aproximação e
distanciamento linguístico e geográfico. De acordo com esta classificação, as línguas bantu de
Moçambique distribuem-se por quatro zonas diferentes, a saber: G, P, N e S.
As línguas Bantu, no geral, e as de Moçambique, em particular, são por excelência prefixais, com
um sistema de géneros gramaticais em número não inferior a cinco. O género nestas línguas não é
a oposição entre o feminino e o masculino. É sim, uma referência ha pares de classes de nomes que
se opõem entre si em singular e plural.
Segundo Lopes, et.al (2013), as principais características das línguas Bantu de Moçambique são
resumidamente apresentadas a seguir. Os indicadores de género devem ser prefixos, através dos
quais os nomes podem ser distribuídos em classes cujo, número varia, geralmente, entre 10 e 20;
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Exemplos:
Emakhuwa: Osoma “estudar/ler” mwalapwa “cão” ihopa “peixes”
As classes devem associar-se regularmente em pares que opõem o singular ao plural de cada
género. Todavia, há géneros de uma classe, em que não se verifica a oposição entre o singular e o
plural e há géneros tripartidos, em que há oposição entre o singular, plural e o colectivo ou coisas
incontáveis.
Exemplos:
Xichangana: munhu vs vanhu “pessoa vs pessoas”
Não há correlação entre o género e a noção sexual ou qualquer outra categoria semântica
claramente definida;
Exemplos:
Têm um vocabulário comum, a partir do qual se pode formular uma hipótese sobre a possível
existência de uma língua ancestral comum.
Exemplos:
Xirhonga: mhunu, mati, nyama “pessoa, água, carne”
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2.4 Geografia linguística de Moçambique antes e depois da colonização
Moçambique é um país africano, localizado na África Austral, que tem pouco mais de vinte milhões
de habitantes, socioculturalmente divididos em várias et-nias, cada uma delas caracterizada por
uma diversidade linguística extensa. Não é conveniente, nesse contexto, discutir a situação
linguística de Moçambique sem fazer alusão à situação linguística em nível continental. Sendo
assim, África pos-sui quatro grandes famílias de línguas: (a) Níger-congo formado por 1,436 lín-
guas; (b) afroasiático com 371 línguas; (c) Nilo-sahariano com 196 línguas e (d) khoisan com cerca
de 35 línguas (Heine & Nurse, 2000).
das por grupos populacionais espalhados pelo país e localizados geogra camente em regiões rurais
e isoladas. Existem línguas fronteiriças faladas em Moçambique e em países vizinhos tais como o
nindi (da Tanzânia), o nsenga (da Zâmbia), o shona e o kunda (do Zimbábue) e outras citadas
por Timbane (2013b). Em Moçambique, também se falam algumas línguas de origem asiática
vindas com emigrantes e povos que se instalaram nas principais capitais de Moçambique e
desenvolveram atividades comerciais. São elas: língua gujarati, língua memane, língua hindu,
língua urdo e língua árabe (Timbane, 2014 cit.em Camacho 2011).
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As línguas estrangeiras modernas (inglês e francês) também são faladas no
Os colonizadores portugueses utilizavam a língua como meio de dominação, pois excluíam assim
as línguas africanas em todas as esferas do poder estabelecendo mitos que classificavam as LB
como “incapazes de cumprir certas funções, sobretudo a de veicular as noções modernas, os
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conceitos abstratos e científicos, invariáveis com línguas de ensino, de cultura ou de pesquisa”
(Camacho, 2011)., p.32).
Essa atitude preconceituosa valorizou a LP e cada vez mais se consolidava o mito que defendia que
“quem falasse português era civilizado ou assimilado”, ou seja, todo africano
Como o Estado Português não tinha capacidade nem efetivo suficiente para controlar a colônia,
delegou as missões católicas e suíças para sensibilizar aos moçambicanos de modo que se
tornassem pacíficos com relação ao sistema. Todas as línguas africanas eram consideradas
dialetos1 pela ideologia colonial, termo preconceituoso porque todas as línguas africanas têm as
mesmas competências que outra língua qual-quer, quer dizer, têm uma gramática, um léxico, uma
morfologia, uma sintaxe próprio. Segundo Bagno
o emprego do termo dialeto, fora dos estudos científicos, sempre tem sido carregado de
preconceito ra-cial e/ou cultural. Nesse emprego, dialeto é uma forma errada, feia, ruim,
pobre ou atrasada de se falar uma língua. Também é uma maneira de distinguir as línguas
dos povos civilizados, brancos, das formas supostamente primitivas de falar dos povos
selvagens. Essa separação é tão poderosa que se enraizou no inconsciente da maioria das
pessoas. Inclusive das que declararam fazer um trabalho politicamente correto (Bagno,
2011, p.380)
Para expandir a LP, o sistema colonial proibia através de leis e decretos o uso do landim, quer
dizer, as línguas bantu em instituições públicas, incluindo na escola. A igreja católica contribuiu
fortemente para a implementação dessa política através da catequese. No entanto, a expansão do
português começa a ter contornos inesperados pelo Governo Português – o surgimento de uma
variedade do português de Moçambique. Os colonialistas portugueses perceberam na fala/escrita
formal esse desvio à norma, mas não puderam fazer muito porque eram poucos e também porque
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a ameaça anglófona circundava o território. Em outras palavras, o sistema colonial, mesmo vendo
a dificuldade que os moçambicanos tinham em aprender o português, contentou-se com o pouco
porque a ameaça inglesa era iminente. Lopes (2004) explica que
o português e outras línguas europeias serviam para manter o domínio de uma
pequena elite que, consequentemente, conduziu à subjugação e à retirada de
poderes das sociedades africanas. É o grande e empobrecido campesinato, isto é, as
largas massas do povo africano que são despojadas das suas condições
socioculturais, econômicas, educacionais e linguísticas (Lopes-Miguel, 2004,
p.477-478).
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Conclusão
Conclui-se que o multilinguismo de Moçambique é caracterizado pela coexistência entre línguas
de origem africana, europeia, principalmente a língua portuguesa, a língua oficial do país, também
considerada a língua de unidade nacional. Neste mosaico linguístico encontramos, ainda, algumas
línguas de origem árabe e asiática, usadas em contextos familiares e religiosos. Existem, no país,
cerca de vinte e quatro línguas moçambicanas, também conhecidas como línguas locais ou línguas
bantu. Dezanove destas línguas têm a ortografia padronizada e são usadas na educação bilingue.
Todas as línguas são moldadas pelos contextos socioculturais e a sua variação e mudança
dependem da forma como os usuários replicam o seu uso. Em Moçambique, não é exceção. Todas
as línguas faladas tendem a mudar com o tempo desviando-se constantemente com relação à
norma. O português falado em Moçambique assemelha-se ao de Portugal, mas, como não poderia
deixar de ser, tem muitos regionalismos e sotaques. Dependendo da região do país, a língua é
influenciada pelos idiomas nativos e incorpora palavras.
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Referências
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(Org.), Introdução à linguística: domínios e fronteiras. v.1. São Paulo: Cortez,. p. 21-48.
Bagno, M. (2011). O que é uma língua? Imaginário, ciência e hipótese. In: Lagares, Xoan
Bagno, Marcos. (Org.). Políticas da norma e con itos linguístico. São Paulo: Parábola,.
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Camacho, R. (2011). Norma culta e variedades linguísticas. Caderno de formação: formação de
professores didática geral. v.11. São Paulo: Cultura Acadêmica,. p.34-49.
Coseriu, E. (1962).. “Sistema, norma y habla”. Teoría del lenguaje y lingüística general, Madrid:
Gredos,
Guthrie, M. (948). The classification of the bantu languages. London: OUP,.
Haugen, E. (2001), Dialeto, língua, nação. In: Bagno, Marcos. (Org.) Norma linguística. São
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Lopes, A. J.; Sitoe, S. J.; Nhamuende, P. J. (2013), Moçambicanismos: para um léxico de usos do
português moçambicano. Luanda: Editora Letras,.
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Moshi, L. The Globalized World Languages: the case of Kiswahili. Selected Proceedings
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