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: 1

Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região

Ação Trabalhista - Rito Sumaríssimo


0011127-77.2023.5.03.0079

Processo Judicial Eletrônico

Data da Autuação: 13/10/2023


Valor da causa: R$ 16.829,07

Partes:
AUTOR: KARINA EUSTAQUIO RIBEIRO
ADVOGADO: RUAN REZENDE LIMA
RÉU: CYBER TECNOLOGIA E COMUNICACAO LTDA
ADVOGADO: RUBIAN CALLEBE DE CASTRO E ARAUJO
ADVOGADO: JOYCIMARA TAYLA FERREIRA LIMA XAVIER
RÉU: ROSANGELA LUDOVICO DE SOUZA 96189720897
ADVOGADO: RAFAEL WELCIO BARBOSA
ADVOGADO: GILBERTO BARBOSA
RÉU: SOLIDUM FINANCE SERVICOS FINANCEIROS LTDA
ADVOGADO: JHONNY BARBOSA FERREIRA
PAGINA_CAPA_PROCESSO_PJE
Fls.: 2

Gilberto Barbosa
Advogado
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ DE DIREITO DA 1ª VARA
TRABALHO VARGINHA MINAS GERAIS /MG.

Processo nº 0011127-77.2023.5.03.0079

ROSANGELA LUDOVICO DE SOUZA, pessoa jurídica de


direito privado, com sede no Rua Marechal Deodoro, 397, apto 17 Bairro
Santa Cecilia/SP, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 46.047.099/0001-88, neste
ato representada por sua sócia proprietária, ROSANGELA LUDOVICO DE
SOUZA, R.G. e do CPF (qualificação), vem, respeitosamente, à presença de
Vossa Excelência, através de seu advogados, apresentar CONTESTAÇÃO aos
termos aduzidos por RECLAMANTE, nos autos da Reclamatória Trabalhista
movida por KARINA EUSTAQUIO RIBEIRO, o que o faz com arrimo nos
fatos e fundamentos a seguir expostos. Veja-se:

I – DO ESCORÇO FÁTICO

Cuida-se de Reclamatória Trabalhista promovida pela RECLAMANTE em


com o fito de obter provimento jurisdicional que condene a Empresa
Reclamada ao seguinte: pagamento de “verbas rescisórias” referente ao
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, multas dos arts. 467 e 477
da CLT, vale-transporte, lanche previsto na Cláusula Nona do CCT, multa
convencional instituída na Cláusula Trigésima Segunda do CCT, indenização
por danos morais à Reclamante no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais),

Em prol do pretendido, afirma ter sido contratado pela primeira Reclamada


(CYBER TECNOLOGIA E COMUNICACAO LTDA) no dia 07/08/2023, para

Rua Marambaia 303 – ,CEP 02513-000, Casa Verde –São Paulo/SP


e-mail: [email protected] Tel.: - 11945988259

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trabalhar na função de auxiliar de vendas, com remuneração atual de R$
1.500,00 (hum mil quinhentos reais) e jornada de trabalho em horário
comercial.

Que Os serviços realizados pela Reclamante beneficiavam as demais


reclamadas (STUDIO CACHOS PODEROSOS LTDA, LUDO CONSULTORIA,
SOLIDUM FINANCE SERVICOS FINANCEIROS LTDA, CRED MACHINE
SOLUCOES FINANCEIRAS LTDA e XP COMPLIANCE LTDA).

No dia 02/10/2023, a Reclamante manifestou a intenção de rescindir o


contrato em razão de diversas irregularidades no contrato de trabalho O
TRCT fora assinado em 06/10/2023, porém, até o presente momento, a
obreira não recebeu nenhuma quantia, devido ao desconto indevido da
multa prevista no artigo 480 da CLT e inclusive não fora depositado nenhum
mês do FGTS. Os demais documentos da rescisão também não foram
entregues pela Reclamada para a empregada.

A Reclamante não recebeu o salario de 09/2023, não recebeu vale transporte


e outros benefícios previstos no CCT anexo, durante a vigência de contrato
de trabalho.

Que na execução do contrato, a primeira reclamada era a responsável por


passar as ordens de execução das tarefas para a Reclamante e realizar o
pagamento dos salários, e as demais reclamadas se beneficiavam dos
serviços prestados pela obreira, haja vista que a Reclamante realizava
cobrança, venda de bens e serviços, angariava novos clientes e fechava
negocio em nome da STUDIO CACHOS PODEROSOS LTDA (segunda
reclamada), LUDO CONSULTORIA (terceira reclamada), SOLIDUM FINANCE
SERVICOS FINANCEIROS LTDA (quarta reclamada), CRED MACHINE
SOLUCOES FINANCEIRAS LTDA (quinta reclamada) e XP COMPLIANCE
LTDA (sexta reclamada).

Deste modo, segundo a reclamante as reclamados deverão ser condenados


de forma solidária pelo pagamento de todas as verbas devidas para a
Reclamante e demais obrigações decorrentes da relação de emprego.

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DA PRELIMINAR

DA INEXISTÊNCIA DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO. DO NÃO


PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS ARROLADOS NO ART. 3º DA
CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO.

A análise perfunctória do disposto na petição inicial permite verificar que o


Reclamante postula direitos aos quais não faz jus, haja vista INEXISTIR
qualquer liame empregatício entre o profissional e a Empresa Reclamada.

Consoante abalizado pela doutrina e legislação pátria, a configuração do


vínculo de emprego pressupõe o preenchimento de determinados requisitos
de maneira cumulativa, o que faz concluir que o perecimento de qualquer
um deles compromete a pretensão de reconhecimento.

Para que seja reconhecida a relação empregatícia, necessário que estejam


presentes, na relação jurídica em análise, os seguintes requisitos:
subordinação, pessoalidade, onerosidade e não eventualidade.

No caso em tela, não demanda muito esforço intelectual para verificar que o
Reclamante não preenche as condições estabelecidas por lei, razão pela qual
seus pedidos devem ser julgados improcedentes. Veja-se:

DA INEXISTÊNCIA DE SUBORDINAÇÃO

O Reclamante afirma, em sua exordial, que foi “contratado” pela Empresa


primeira Reclamada (CYBER TECNOLOGIA E COMUNICACAO LTDA) no
dia 07/08/2023, para trabalhar na função de auxiliar de vendas, com
remuneração atual de R$ 1.500,00 (hum mil quinhentos reais) e jornada de
trabalho em horário comercial.

Em assim sendo, verifica-se que a Reclamante não estava submisso a


qualquer ordem exarada pela Empresa Reclamada ou seus prepostos.

- DO MÉRITO

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Em atenção ao princípio da eventualidade, considerando a remota
possibilidade deste Probo Juízo não acolher a pretensão aventada no item
anterior, o que só se admite por excesso de zelo, vem a Empresa Reclamada
demonstrar a inexistência de qualquer arrimo fático e jurídico que autorize o
deferimento de qualquer dos pleitos formulados na peça vestibular.

Conforme restará demonstrado, as alegações contidas na petição inicial são


absolutamente carregadas de inverdades, demonstrando uma clara tentativa
de locupletamento ilícito por parte do Reclamante, fato que deve ser afastado
pelo Poder Judiciário Trabalhista, sob pena de violação ao disposto no
ordenamento jurídico pátrio.

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE ENTREGA DE


MEDICAMENTOS - MOTOBOY INTEGRANTE DE LISTA
DE PROFISSIONAIS DA ÁREA - AUSÊNCIA DOS
REQUISITOS DA SUBORDINAÇÃO, PESSOALIDADE E
CONTINUIDADE - INVIABILIDADE DE
RECONHECIMENTO DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO. O
vínculo empregatício se revela apenas na presença
concomitante dos requisitos do artigo 2º e 3º da CLT.
Não é trabalhador subordinado, portanto, não é
empregado, aquele que administra sua força de
trabalho segundo sua conveniência, podendo alterar o
roteiro de entrega e ser substituído por terceiros,
prestando serviços de forma descontínua, segundo
seu interesses particulares e não de acordo com as
exigências da empresa. (TRT-2 RO:
00026675520125020034SP 00026675520125020034
A28, Relator: ROSA MARIA VILLA, Data de
Julgamento: 23/04/2014, 2ª TURMA, Data de
Publicação: 29/04/2014)

Por todo o exposto, uma vez amplamente demonstrada a


inexistência de subordinação através das ilações fáticas trazidas à baila, as
quais serão oportunamente confirmadas através de prova testemunhal,
pugna a Empresa Reclamada pelo indeferimento do pleito de reconhecimento
do vínculo empregatício e, por conseguinte, dos pedidos que lhe são
acessórios.

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DA INEXISTÊNCIA DE PESSOALIDADE

O próximo requisito a ser analisado, indispensável para a caracterização do


liame empregatício, é a existência da pessoalidade.

Resta claro, portanto, que não existia a condição de pessoalidade na relação


jurídica ora exposta, perecendo, portanto, o requisito ora analisado.

Nesse sentido, cabível trazer à baila a lição do Professor Sérgio Pinto Martins
acerca da pessoalidade. Veja-se:

“A prestação de serviços deve ser feita com pessoalidade. O


contrato de trabalho é feito com certa pessoa, daí se dizer
que é intuitu personae. O empregador conta com certa
pessoa específica para lhe prestar serviços. Se o empregado
faz-se substituir constantemente por outra pessoa, como
por um parente, inexiste o elemento pessoalidade na
referida relação”.

Ante a tal fato, pugna a Empresa Reclamada pelo indeferimento do pedido de


reconhecimento de vínculo empregatício e os pedidos que lhe são acessórios,
os quais englobam toda a Reclamatória Trabalhista, razão pela qual deve ter
os pleitos julgados absolutamente improcedentes, o que desde já se requer.

DA INEXISTÊNCIA DE ONEROSIDADE

Não fosse suficiente o perecimento dos dois requisitos esmiuçados no item


anterior, o Reclamante também não preenchia o requisito da onerosidade.

Ora, Excelência, conforme anotado anteriormente, a Empresa Reclamada


NUNCA EFETUOU QUALQUER PAGAMENTO AO RECLAMANTE A TÍTULO
DE SALÁRIO.

Ante ao exposto, pugna a Empresa Reclamada pelo indeferimento do pleito


de reconhecimento de vínculo empregatício e dos pedidos acessórios, que
englobam a totalidade da Reclamatória Trabalhista ora rebatida, devendo ser

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declarados totalmente improcedentes, com a consequente extinção da
demanda.

DA INOCORRÊNCIA DE DANO MORAL

Em que pese a rejeição do pleito ora vergastado decorrer do próprio


indeferimento do pedido de reconhecimento de vínculo empregatício, por
excesso de zelo, vem a Empresa Reclamada demonstrar a inocorrência do
suposto dano moral alegado pelo Reclamante.

Inicialmente, há de se destacar que os fatos ensejadores do suposto dano


são o não pagamento das supostas verbas rescisórias

Em assim sendo, pugna a Empresa Reclamada pelo indeferimento do pleito


em questão, por ausência de causa de pedir, haja vista a inexistência de
vínculo empregatício entre as partes.

Entretanto, em atenção ao princípio da eventualidade e considerada a


importância da alegação de toda a matéria de defesa em sede de contestação,
vem a Empresa Reclamada demonstrar o não preenchimento dos requisitos
necessários para a caracterização da responsabilidade civil empresarial, a
fim de fulminar, por todos os aspectos, a ardilosa pretensão do Reclamante.

Por todo o exposto, pugna a Empresa Reclamada pelo indeferimento dos


pleitos de condenação ao pagamento de verbas rescisórias, multas dos arts.
467 e 477 e honorários advocatícios e Danos Morais

DA IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA DOS PEDIDOS

Em atenção ao princípio da eventualidade, na remota hipótese da preliminar


argüida ser superada, pugna a Empresa Reclamada pela IMPROCEDÊNCIA
TOTAL de todos os pleitos formulados na petição inicial, a saber:

a) Reconhecimento do vínculo empregatício;

b) Pagamento das verbas rescisórias arroladas na petição inicial;

c) Pagamento de indenização a título de danos morais;

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d) Pagamento das multas insculpidas nos arts. 467 e 477 da CLT;

e) Recolhimento de contribuições previdenciárias;

f) Pagamento de honorários de sucumbência.

DOS REQUERIMENTOS FINAIS

Ante ao exposto, pugna a Empresa Reclamada pelo deferimento do pedido de


Justiça Gratuita, nos termos do disposto na Lei nº 1060/50.

Requer, igualmente, o acolhimento da preliminares, com a consequente


extinção do presente feito sem resolução de mérito, haja vista as
transgressões ao disposto no art. 840, § 1º, da Consolidação das Leis do
Trabalho e art. 330, § 1º, I, do Novo Código de Processo Civil. Caso seja
superada a preliminar aventada, requer o reconhecimento da inépcia da
exordial especificamente no tocante aos pedidos de reconhecimento do
vínculo empregatício do Reclamante, haja vista não constarem no rol de
pedidos.

Em atenção ao princípio da eventualidade, na remota hipótese da preliminar


argüida ser superada, pugna a Empresa Reclamada pela IMPROCEDÊNCIA
TOTAL de todos os pleitos formulados na petição inicial.

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos,


em especial o depoimento das partes, oitiva de testemunhas e demais provas
legal e moralmente aceitas.

Pede e Aguarda Deferimento.

São Paulo, 28 de Novembro de 2023.

GILBERTO BARBOSA RAFAEL WELCIO BARBOSA


OAB/SP 246.57 OAB/SP 337.327

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https://pje.trt3.jus.br/pjekz/validacao/23112907183182400000182061655?instancia=1
Número do processo: 0011127-77.2023.5.03.0079
Número do documento: 23112907183182400000182061655

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