0% acharam este documento útil (0 voto)
6 visualizações

Estrutura Diamétrica e Hipsométrica Do Componente Arbóreo de Um Fragmento de Mata Atlântica, Recife-PE

Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
0% acharam este documento útil (0 voto)
6 visualizações

Estrutura Diamétrica e Hipsométrica Do Componente Arbóreo de Um Fragmento de Mata Atlântica, Recife-PE

Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 15

See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.

net/publication/237039579

Estrutura diamétrica e hipsométrica do componente arbóreo de um fragmento


de Mata Atlântica, Recife-PE

Article in Cerne · January 2007

CITATIONS READS

31 257

6 authors, including:

Rinaldo Luiz Luiz Carlos Marangon


Universidade Federal Rural de Pernambuco Universidade Federal Rural de Pernambuco
284 PUBLICATIONS 2,591 CITATIONS 114 PUBLICATIONS 1,133 CITATIONS

SEE PROFILE SEE PROFILE

Carlos Brandão Francisco Tarcísio Alves Junior


Universidade Federal do Agreste de Pernambuco Universidade do Estado do Amapá
43 PUBLICATIONS 377 CITATIONS 53 PUBLICATIONS 299 CITATIONS

SEE PROFILE SEE PROFILE

All content following this page was uploaded by Rinaldo Luiz on 03 June 2014.

The user has requested enhancement of the downloaded file.


Red de Revistas Científicas de América Latina, el Caribe, España y Portugal
Sistema de Información Científica

Francisco Tarcísio Alves, Carlos Frederico Lins e Silva Brandão, Kleybiana Dantas da Rocha, Janaina Teixeira
da Silva, Luiz Carlos Marangon, Rinaldo Luiz Caraciolo Ferreira
Estrutura diamétrica e hipsométrica do componente arbóreo de um fragmento de Mata Atlântica, Recife-PE
CERNE, vol. 13, núm. 1, janeiro-março, 2007, pp. 83-95,
Universidade Federal de Lavras
Brasil

Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=74413111

CERNE,
ISSN (Versão impressa): 0104-7760
[email protected]
Universidade Federal de Lavras
Brasil

Como citar este artigo Fascículo completo Mais informações do artigo Site da revista

www.redalyc.org
Projeto acadêmico não lucrativo, desenvolvido pela iniciativa Acesso Aberto
ESTRUTURA
Estrutura diamétrica DIAMÉTRICA
e hipsométrica E HIPSOMÉTRICA DO COMPONENTE ARBÓREO DE UM
do componente... 83
FRAGMENTO DE MATA ATLÂNTICA, RECIFE-PE

Francisco Tarcísio Alves Junior1, Carlos Frederico Lins e Silva Brandão2, Kleybiana Dantas da Rocha2, Janaina
Teixeira da Silva3, Luiz Carlos Marangon4, Rinaldo Luiz Caraciolo Ferreira5

(recebido: 28 de março de 2006; aceito: 29 de novembro de 2006)

RESUMO: Conduziu-se este trabalho com o objetivo de analisar a estrutura diamétrica e hipsométrica do estrato arbóreo em um
fragmento de Mata Atlântica, localizado em Recife - PE, com o intuito de obter uma melhor compreensão a respeito do estágio
sucessional desta formação florestal. Foram instaladas 20 parcelas de 10 X 25 m (250 m2), totalizando uma área amostral de 5.000 m2
(0,5 ha). As parcelas foram instaladas de forma sistemática, em linhas paralelas à borda sul do fragmento. A primeira linha foi instalada
a 10 m da borda e as demais distando 50 m entre linhas e em todas as linhas as parcelas foram alocadas a cada 25 m. O nível de inclusão
dos indivíduos foi de CAP (Circunferência à altura do peito = 15 cm). As árvores foram mensuradas e etiquetadas. Foi realizada a
análise de correspondência retificada (DCA) entre oito áreas dentro da Região Metropolitana do Recife. Da área amostral (5.000 m2),
foram analisadas as 12 espécies de maior valor de importância. A estrutura diamétrica da maioria dos indivíduos apresentou o padrão
de J-invertido. Quanto à distribuição por classe de altura, a maior parte dos indivíduos posicionaram-se nas classes centrais, porém
quando separadas isoladamente algumas espécies tiveram deficiência nas classes iniciais. O DCA dos dados florísticos mostraram
pequenas diferenças entre as áreas analisadas, já os dados quantitativos ou estruturais, mostraram dois agrupamentos bem definidos.
A área em estudo trata-se de uma formação florestal ineqüiânea secundária, apresentando-se em estágio inicial de sucessão.
Palavras-chave: Estrutura diamétrica, estrutura hipsométrica, análise de correspondência retificada, floresta Ombrófila Densa, Pernambuco.

DIAMETRIC AND HYPSOMETRIC STRUCTURE OF THE ARBOREOUS COMPONENT IN


FRAGMENTS OF ATLANTIC RAIN FOREST IN RECIFE-PE

ABSTRACT: The objective of this paper was to analyze the diametric and hypsometric structure of the arboreous component in
fragments of Atlantic rain forest in Recife-PE, in order better understand the succession period of this patch. Twenty plots of 10 X 25
m (250 m2), totaling a sample area of 5.000 m2 (0,5 ha) were established. The plots were installed in the systematic way, in parallels
lines in the south edge of fragment. The first line was installed at 10 m of the edge and the others at a distance of 50 m between lines.
In all lines, the plots were installed 25 m of each other. The individuals inclusion level was DBH (Diameter at breast height = 1,30 m)
greater than or equal to 4,77 cm. The trees had been mensured and labelled. The Detrended Correspondence Analysis was carried
through (DCA). In the sampled area, 531 individuals were registered, pertaining to 25 botanical families, 41 genera and 54 species.
The diametric individual structure presented the standard reverse-J-shape. The most of individuals, in relation to height class, was
located in the central classes. However, some species were deficient in the initial classes. The correspondence (DCA), for quantitative
or structural data had shown two well defined groups. The studied area is a secondary uneven aged forest formation, presenting an
initial period of stage of succession.
Key words: Diametric struture, Hypsometric struture, Detrendend Correspondence Analysis, Dense ombrophylous forest,
Pernambuco State.

1 INTRODUÇÃO deste contexto, encontram-se as florestas ombrófilas, que


são formações terrestres ricas em diversidade da fauna e
No domínio da Mata Atlântica há predominância flora, apresentando complexidade estrutural que favorece
de diversas formações florestais, determinada por a existência de muitos nichos ou funções ecológicas para
características climáticas, edáficas e topográficas. Dentro as espécies (MANTOVANI, 2003).

1
Mestrando em Ciências Florestais na Universidade Federal Rural de Pernambuco, A venida Dom Manuel de Medeiros, s/ nº Dois Irmãos
52.171-900 Recife/PE Bolsista do CNPq [email protected].
2
Mestrandos em Ciências Florestais na Universidade Federal Rural de Pernambuco, Avenida Dom Manuel de Medeiros, s/ nº Dois Irmãos
52.171-900 Recife/PE Bolsistas CAPES [email protected], [email protected].
3
Mestranda em Ciências Florestais na Universidade Federal Rural de Pernambuco, Avenida Dom Manuel de Medeiros, s/ nº Dois Irmãos
52.171-900 Recife/P Bolsista da CAPES [email protected].
4
Professor do Programa de Pós-graduação em Ciências Florestais da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Avenida Dom Manuel
de Medeiros, s/ nº Dois Irmãos 52.171-900 Recife/PE [email protected].
5
Professor do Programa de Pós-graduação em Ciências Florestais da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Avenida Dom Manuel
de Medeiros, s/ nº Dois Irmãos 52.171-900 Recife/PE Bolsista do CNPq [email protected].

Cerne, Lavras, v. 13, n. 1, p. 83-95, jan./mar. 2007


84 ALVES JÚNIOR, F. T. et al.

As formações florestais apresentam a distribuição 1998). O estudo da estrutura arbórea em comunidades


diamétrica dos indivíduos na forma de exponencial fragmentadas, propicia informações a respeito do seu
negativa, ou seja, o gráfico gerado da distribuição dos desenvolvimento, em que grau de perturbação ele se
indivíduos se assemelha a um J-invertido, sendo que a apresenta em que níveis de estágios de desenvolvimento
maior freqüência de indivíduos se encontra nas classes de e sucessão esta comunidade se encontra.
diâmetros menores (ASSMANN, 1970; MEYER, 1952). Desta forma, o objetivo deste trabalho foi analisar
As diferentes formações florestais apresentam a estrutura diamétrica e hipsométrica do estrato arbóreo
distribuições diamétricas também diferentes, tanto na sua de um fragmento de Mata Atlântica, localizado em Recife
amplitude, como na sua forma. Por isso, a distribuição de PE, como subsídio a futuras pesquisas de recuperação e
diâmetro é característica importante para a avaliação de ou manejo sustentável dessa área.
estoque em crescimento (FERREIRA et al., 1998). De acordo
com Paula et al. (2004), a distribuição diamétrica é uma das 2 MATERIAL E MÉTODOS
ferramentas utilizadas para a compreensão da sucessão. É 2.1 Caracterização da área de estudo
atualmente uma ferramenta muito importante, simples e
prática e tem sido utilizada freqüentemente em trabalhos Os fragmentos florestais conhecidos como Matas
de manejo florestal aplicados a povoamentos inequiâneos do Curado localizam-se nas proximidades do Distrito
(GÜL et al., 2005). Segundo Siminski et al. (2004), a Industrial do Curado e do Jardim Botânico, na Região
distribuição diamétrica busca permitir a avaliação prévia Metropolitana do Recife, Pernambuco. Compõem-se de três
de condições dinâmicas da floresta, possibilitando áreas descontínuas ao longo da BR-232, que perfazem um
total de 100,86 ha. A área de estudo está inserida nas duas
previsões futuras quanto ao desenvolvimento da
áreas ao norte, que unidas, somam 43,40 ha, denominadas
comunidade vegetal. A distribuição diamétrica pode ser
neste trabalho de Mata do Curado, entre as coordenadas
entendida como mais um elemento do componente
8° 04 04 e 8°04 29 de latitude sul e 34°57 34 e 34°57 13
estrutura horizontal do povoamento.
de longitude oeste. A área está inclusa dentro dos domínios
Na análise estrutural de florestas ineqüiâneas, a
do Comando Militar do Nordeste CMNE. Limita-se ao
estratificação vertical é muito importante, seja para fins de
norte com uma vila de moradores, o sul com a BR-232, a
estudos fitossociológicos ou para fins de manejo florestal.
leste com o Quartel do 10° Esquadrão de Cavalaria
Dependendo da região fitoecológica, do estádio de Mecanizada e a oeste com a fábrica de Tintas Coral (LINS-
sucessão e do estado de conservação, a estrutura florestal E-SILVA & RODAL, 2004).
pode ser agrupada em diferentes tipos de estratos de altura, O clima é classificado como A , tropical com chuvas
por exemplo. Este tipo de estratificação influencia a riqueza, de outono inverno, de acordo com Köppen.
a diversidade, o crescimento e a produção de biomassa, O solo pode ser classificado como sendo Podzólico
sendo um importante indicador de sustentabilidade Vermelho Amarelo e Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico
ambiental de uma floresta (SOUZA et al., 2003). (ESPIG, 2003).
Além da estratificação da floresta como um todo, A vegetação se constitui em um remanescente de
ainda é possível fazer a análise da estratificação vertical Mata Atlântica, podendo ser enquadrada de acordo com
(altura) de cada espécie, ou grupos de espécies, isto é, a Veloso et al. (1991), como Floresta Ombrófila Densa,
estrutura dimensional dentro das populações. Através da apresentando estratos arbóreos mais ou menos densos,
avaliação da estrutural vertical em populações, pode-se com poucas lianas e epífitas.
identificar o comportamento ecológico e o hábito de cada
população. Esta análise prevê informações importantes 2.2 Metodologia de amostragem
para a compreensão das características de cada espécie, o Para a realização deste estudo, foram implantadas
que dá embasamento para o entendimento das estratégias vinte parcelas de 10 x 25 m, na porção leste do Quartel ,
de regeneração natural, crescimento e sobrevivência totalizando em uma área amostral de 5.000 m² (0,5 ha). As
(SANQUETTA, 1995). parcelas foram locadas a 50 metros de distância do acesso
O número de estratos é uma peculiaridade de cada principal do CMNE e a 10 metros de distância da borda
floresta associada às diferenças em composição de (BR 232). As parcelas foram distribuídas em linhas com
espécies, relações competitivas, restrições ambientais e intervalo de 50 metros e as parcelas (nas linhas) foram
perturbações antrópicas ou naturais (LATHAM et al., dispostas a cada 25 metros (Figura 1).

Cerne, Lavras, v. 13, n. 1, p. 83-95, jan./mar. 2007


Estrutura diamétrica e hipsométrica do componente... 85

Fonte: Adaptado de Lins-e-Silva & Rodal (2004).


Figura 1 Localização da área de estudo inserido nos domínios do CMNE, fragmento de Mata Atlântica em Recife/PE, Brasil.
Figure 1 Study area location, in a fragment of the Atlantic Rain Forest in Recife-PE, Brazil.

Em cada parcela, foram amostrados todos os Valor de Importância (VI) na área (Tabela 1), pelo fato de
indivíduos, com circunferência a altura do peito CAP as mesmas juntas contabilizarem mais de 70% do VI, para
(1,30 metros de altura) 15 cm, valores depois convertidos o estudo de estrutura diamétrica e hipsométrica. A análise
para DAP, foram incluídos também os indivíduos da foi realizada através do uso do software FITOPAC I
parcela que apresentassem bifurcações, e que atendessem (SHEPHERD, 1996).
ao critério de inclusão. Cada indivíduo amostrado recebeu
2.3 Distribuição da estrutura diamétrica e hipsométrica
uma etiqueta numerada em ordem crescente. A altura foi
estimada através de uma tesoura de alta poda com Os indivíduos foram distribuídos em classes
módulos de 2 m. O material botânico não identificado na diamétricas e de alturas, sendo que o centro da primeira
área foi coletado, etiquetado e levado para um classe diamétrica foi de 7,27 cm, com intervalos de 5 cm e
especialista. Foram estudadas as doze espécies de maior nas classes de alturas o centro da primeira classe foi de

Cerne, Lavras, v. 13, n. 1, p. 83-95, jan./mar. 2007


86 ALVES JÚNIOR, F. T. et al.

Tabela 1 Parâmetros fitossociológicos das espécies amostradas em um fragmento de Floresta Ombrófila Densa, Recife, PE
Brasil, em ordem decrescente de Valor de Importância (VI). N: Número de indivíduos; DR: Densidade Relativa; DoR: Dominância
Relativa; FR: Freqüência Relativa.
Table 1 Phytosociological parameters of species sampling in Dense Ombrophylous Forest fragment, Recife, Pernambuco State
Brazil, orderly decreasing of Importance Value (VI). N: Number of individual; DR: Relative Density; DoR: Relative Dominance;
FR: Relative Frequency.

Espécies N DR (%) DoR (%) FR (%) VI


Eschweilera ovata (Cambess.) Miers 101 19,02 19,54 6,06 44,62
Tapirira guianensis Aubl. 38 7,16 19,69 6,93 33,77
Parkia pendula (Willd.) Benth. ex Walp. 31 5,84 16,26 6,06 28,15
Brosimum discolor Schott 46 8,66 2,99 6,93 18,58
Thyrsodium spruceanum Benth. 41 7,72 3,55 6,06 17,33
Schefflera morototoni (Aubl.) Maguire, Steyerm. & Frodin 23 4,33 3,22 4,76 12,31
Byrsonima sericea DC. 22 4,14 3,88 3,9 11,92
Miconia sp 29 5,46 0,92 5,19 11,58
Helicostylis tomentosa (Poepp. & Endl.) Rusby 25 4,71 2,79 3,46 10,96
Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand 21 3,95 2,1 4,76 10,81
Plathymenia foliolosa Benth 7 1,32 3,06 2,16 6,55
Pogonophora schomburgkiana Miers ex Benth 13 2,45 1,13 2,6 6,18
Miconia albicans (Sw.) Triana 16 3,01 0,49 2,6 6,1
Pouteria bangii (Rusby) T.D. Penn. 10 1,88 1,85 2,16 5,9
Lecythis pisonis (Cambess.) Miers 3 0,56 3,65 1,3 5,51
Simarouba amara Aubl 7 1,32 1,59 2,6 5,5
Xylopia frutescens Aubl. 7 1,32 2,71 1,3 5,33
Ocotea glomerata (Nees) Mez 4 0,75 2,61 1,73 5,1
Cupania racemosa (Vell.) Radlk. 6 1,13 0,32 2,6 4,05
Pouteria sp 12 2,26 0,5 0,87 3,62
Ocotea sp2 4 0,75 0,65 1,73 3,14
Andira nitida Mart. ex Benth. 4 0,75 0,58 1,73 3,07
Clusia nemorosa Lam. 4 0,75 0,53 1,73 3,01
Erythroxylum squamatum Sw. 5 0,94 0,08 1,73 2,75
Licania sp 2 0,38 1,35 0,87 2,59
Myrcia rostrata DC. 5 0,94 0,13 1,3 2,37
Ocotea sp1 3 0,56 0,44 1,3 2,3
Ocotea limae Vattimo 3 0,56 0,08 1,3 1,94
Ocotea gardneri Hutchinson & M.B. Moss 4 0,75 0,24 0,87 1,86
Micropholis compta Pierre 1 0,19 1,15 0,43 1,77
Bowdichia virgiloides Kunth 2 0,38 0,38 0,87 1,62
Myrcia sylvatica (G. Mey.) DC. 2 0,38 0,2 0,87 1,44
Protium giganteum Engl. 2 0,38 0,1 0,87 1,34
Aspidosperma limae Woodson 2 0,38 0,04 0,87 1,28
Tovomita brevistaminea Engl. 2 0,38 0,03 0,87 1,28
Dialium guianense (Aubl.) Sandwith 2 0,38 0,03 0,87 1,27
Senna sp 1 0,19 0,42 0,43 1,04
Aspidosperma discolor A. DC. 2 0,38 0,1 0,43 0,91
Himatanthus phagedaenicus (Mart.) Woodson 2 0,38 0,05 0,43 0,86
Mangifera indica L. 2 0,38 0,05 0,43 0,86
Sloanea guianensis (Aubl.) Benth. 2 0,38 0,03 0,43 0,84
Maytenus sp 1 0,19 0,16 0,43 0,78
Annona glabra L. 1 0,19 0,09 0,43 0,71
Pouteria grandiflora (A. DC.) Raldk 1 0,19 0,06 0,43 0,68
Mabea occidentalis (Benth) Muell. Arg. 1 0,19 0,06 0,43 0,68
Inga thibaudiana DC. 1 0,19 0,02 0,43 0,64
Sorocea hilarii Gaudich. 1 0,19 0,02 0,43 0,64
Cordia nodosa Cham. 1 0,19 0,02 0,43 0,64
Campomanesia xanthocarpa Berg. 1 0,19 0,02 0,43 0,64
Protium aracouchini (Aubl.) Marchand 1 0,19 0,01 0,43 0,64
Inga sp 1 0,19 0,01 0,43 0,64
Myrcia sp 1 0,19 0,01 0,43 0,63
Myrcia fallax (Rich.) DC. 1 0,19 0,01 0,43 0,63
Apeiba tibourbou Aubl. 1 0,19 0,01 0,43 0,63
Total 531 100 100 100 300

Cerne, Lavras, v. 13, n. 1, p. 83-95, jan./mar. 2007


Estrutura diamétrica e hipsométrica do componente... 87

2,5 m com intervalos de 5 m. Essas distribuições diamétrica logaritmizados conforme adotado por Machado et al. (2004).
e de alturas foram realizadas tanto para a comunidade 2.5 Determinação da suficiência amostral
quanto para as 12 espécies com maior valor de importância.
Para a determinação suficiência do número de
2.4 Análise comparativa parcelas amostradas utilizou-se o procedimento REGRELRP,
Para realizar as comparações florísticas e estruturais, do Sistema para Análise Estatística e Genética (SAEG),
foram selecionadas outras sete áreas com floresta ombrófila desenvolvido pela Universidade Federal de Viçosa, conforme
anteriormente inventariadas na região (Tabela 2), com critérios adotado por Ferreira & Vale (1992) seguindo a lógica da
de amostragem semelhantes. As sete áreas e suas referências curva espécie/área . Este procedimento é apropriado para
foram: Mata de Dois Irmãos (DI), Parque Ecológico no bairro análise de regressão de modelos descontínuos, compostos
de Dois Irmãos, Recife (GUEDES, 1992); Mata do Zumbi (MZ), de uma parte linear crescente e de uma na forma de plateau
no município de Cabo de Santo Agostinho (SIQUEIRA et al., (SAEG, 1997). No gráfico determinado por este procedimento,
2001); Mata do Curado 2 (C2), no bairro do Curado, Recife
consideraram-se os números de pontos mínimos a serem
(ESPIG, 2003); Mata do Tejipió (TJ), no bairro de Tejipió, Recife
(FEITOSA, 2004); Mata do Curado 1 (C1), no bairro do Curado, amostrados e o ponto onde há a intersecção da parte linear
Recife (LINS-E-SILVA & RODAL, 2004); Mata dos Macacos crescente com a parte na forma de plateau.
(MM), no município de Igarassu (SILVA, 2004); Reserva
Ecológica do Gurjaú (GJ), no município de Cabo de Santo 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Agostinho (SILVA JÚNIOR, 2004). 3.1 Amostragem
As oito listas de espécies foram convertidas em duas
matrizes, sendo a primeira de presença/ausência (utilizada Através do procedimento REGRELRP, do SAEG,
para comparações florísticas, em que apenas foram utilizadas obteve-se o gráfico da Figura 2, em que se observa que a
as espécies totalmente identificadas) e a segunda, baseada intersecção da parte linear com a parte em forma de plateau é
nas densidades relativas das espécies em cada área (utilizada obtida na décima segunda parcela, ou seja, com 3.084,01 m2.
para comparações estruturais) para compensar os desvios Logo, pode-se considerar que a amostragem realizada para a
causados pela baixa freqüência das densidades mais área foi suficiente para caracterizar a florística da vegetação
elevadas. Fez-se uma ordenação das oito áreas, por meio de em estudo.
uma análise de correspondência retificada (DCA, Detrended Na área amostral de 5.000 m2 (0,5 ha) foram
Correspondence Analysis) das duas matrizes. Para isso, foi registrados 531 indivíduos, pertencentes a 25 famílias
utilizado o programa Pc-Ord for Windows versão 4.14 botânicas, 41 gêneros e 54 espécies. Das 54 espécies, 7
(MCCUNE & MEFFORD, 1999). Os valores foram foram identificadas apenas ao nível de gênero. O índice de
diversidade de Shannon-Wiener encontrado foi de 3,125
nats/ind.
Tabela 2 Informações sobre os oito fragmentos de floresta ombrófila densa, inventariados na Região Metropolitana do Recife-PE,
e utilizadas nas análises comparativas: códigos de identificação (Cód.), altitude média, área, número de espécies (S), área basal por
hectare (AB), densidade por hectare (DA), índice de diversidade de Shannon-Wiener (H ).
Table 2 Information about eight fragments of Dense Onbrophylous Forest, surveyed in Recife-PE, and used in the comparative
analyses: identification codes (Cód.), average altitude, area, number of species (S), basal area per hectare (AB), density per hectare
(DA), Shannon-Wiener diversity index (H ).

Cód. Altitude (m) Área (ha) S AB (m 2 ha -1) DA (ind.ha-1) H' (nats.Ind-1)


MZ 70 162,5 80 27,48 1657 3,47
ET 20 43,4 54 27,17 1062 3,12
TJ 39,5 172 53 13,84 1586 2,88
GJ 115 1077,2 112 32,58 1166 3,91
MM 135 210 113 31,55 1482 3,85
C1 26 43,4 81 24,7 780 3,39
C2 22 100,86 107 41,68 970 3,66
DI 60 397,8 99 41,47 549 3,80

Cerne, Lavras, v. 13, n. 1, p. 83-95, jan./mar. 2007


88 ALVES JÚNIOR, F. T. et al.

3.2 Estrutura diamétrica selecionadas pelo maior valor de importância 12 espécies.


Dessas espécies, 8 apresentaram a distribuição
A curva de distribuição de diâmetros dos indivíduos semelhante à distribuição geral, ou seja, em J-invertido
(Figura 3) segue o padrão característico de florestas (Figura 4), e 4 não obedeceram este padrão (Figura 5). De
ineqüiâneas, ou seja, apresenta uma distribuição acordo com Felfili (1997), essas variações são geralmente
exponencial na forma de J-invertido (ASSMANN, 1970; relacionadas à ecologia populacional de cada espécie e
MEYER, 1952), em que a maior freqüência de indivíduos se que, na maioria dos casos, o que se observa é que existem
encontra nas classes de diâmetros menores. grandes descontinuidades ou achatamentos nas
Para uma melhor compreensão da distribuição distribuições, chegando até a ausência quase que total
diamétrica dos indivíduos dentro da comunidade, foram de indivíduos jovens em algumas espécies.

70
N = 20,6212 + 0,0102 . Área (Reta)
R2 =92,13% N = 52 (Plateau)
60

50
Número de espécies amostradas

40

30

Observado
20
Estimado
Plateau
10

0
00

50

00

50

00

50

00

50

00

50

00

50

00

50

00

50

00
0

0
25

50

75
10

12

15

17

20

22

25

27

30

32

35

37

40

42

45

47

50
Área amostral (m2)

Figura 2 Representação gráfica da suficiência amostral, Área X Número de espécies amostradas , de um fragmento Mata
Atlântica, Recife-PE, Brasil.
Figure 2 Graphical representation of sampling sufficiency, Species-area curve in fragments of Atlantic Rain Forest in Recife,
Pernambuco State Brazil.
300
269

250

200
Número de indivíduos

150

100 88

59
49
50
20
12 11 6 6 4 1 3 2 0 1
0
7

7
27

,2

,2

,2

,2

,2

,2

,2

,2

,2

,2

,2

,2

,2

,2
7,

12

17

22

27

32

37

42

47

52

57

62

67

72

77

Centro de classe de diâmetro (cm)

Figura 3 Distribuição do número de indivíduos por classe de diâmetro em intervalos fixos de 5 cm, abertos à esquerda e fechados
à direita, de um fragmento de Mata Atlântica, inserido nos domínios do CMNE, Recife PE, Brasil.
Figure 3 Distribution of the number of individuals with diameter class fixed in intervals of 5 cm, opened to the left and closed to
the right, in fragments of the Atlantic Rain Forest in Recife/PE, Brazil.

Cerne, Lavras, v. 13, n. 1, p. 83-95, jan./mar. 2007


Estrutura diamétrica e hipsométrica do componente... 89

Eschweilelera ovata Parkia pendula


50 50
41
40
Número de indivíduos

40

Número de indivíduos
30
22 30
18
20
11 20
10
3 3 10
2 2 10
0 0 0 0 0 5
0 3 2 3 2 2
1 0 1 1 1
0
7

7
27

,2

,2

,2

,2

,2

,2

,2

,2

,2

,2

,2

,2
7,
12

17

22

27

32

37

42

47

52

57

62

67
7,27 12,3 17,3 22,3 27,3 32,3 37,3 42,3 47,3 52,3 57,3 62,3
Centro de classe de diâmetro (cm)
Centro de classe de diâmetro (cm)

Brosimum discolor
Helicostylis tomentosa
50 50

40 40
Número de indivíduos

Número de indivíduos
30 28
30

20 20 15
12
10 6 10
5
2 1 1
0
0 0

7
27
7

7
27

,2

,2

,2

,2

,2
,2

,2

7,
7,

12

17

22

27

32
12

17

Centro de classe de diâmetro (cm) Centro de classe de diâmetro (cm)

Thysodium sprunceanum Protium heptaphyllum


50
50

40
40
Número de indivíduos

Número de indivíduos

30 28
30

20 20
13
10 10
5 5
1 1 1 2 3 2
0 1
0 0
7

7
7

27
27

,2

,2

,2

,2
,2

,2

,2

,2

,2

,2

7,
7,

12

17

22

27
12

17

22

27

32

27

Centro de classe de diâmetro (cm)


Centro de classe de diâmetro (cm)

Pogonophora schomburgkiana
50
Miconia sp
50
40
Número de indivíduos

40
Número de indivíduos

30
30
25

20
20
10
10 10
4
2 1
0 0 0 0
0 0
7

7
27
7
27

,2

,2

,2

,2

,2

,2
,2

7,
7,

12

17

22

27

32

37
12

Centro de classe de diâmetro (cm) Centro de classe de diâmetro (cm)

Figura 4 Distribuição de espécies com maior Valor de Importância (VI) em classes diamétricas que se assemelham à forma de J-
invertido, em um fragmento Mata Atlântica, Recife/PE, Brasil.
Figure 4 Species with higher Importance Value (VI) distribution in diametric classes, presenting the expected reverse-J shape, in
fragments of the Atlantic Rain Forest in Recife/PE, Brazil.

Cerne, Lavras, v. 13, n. 1, p. 83-95, jan./mar. 2007


90 ALVES JÚNIOR, F. T. et al.

Tapirira guianensis Shefflera morototoni


50
50

40 40
Número de indivíduos

Número de indivíduos
30 30

20 20

10 8 7 10 8 7 7
3 4 3 3 3 3 2 2 1
0 0
0 0

7
7

27
27

,2

,2

,2
,2

,2

,2

,2

,2

,2

,2

,2

,2

,2

,2

7,
7,

12

17

22

27

32

37

42

47

52

57

62

12

17

22
Centro de classe de diâmetro (cm) Centro de classe de diâmetro (cm)
Byrsonima sericea
50 Plathymenia foliolosa
50
40
40

Número de indivíduos
Número de indivíduos

30 30

20 20

10 7 10
4 4 4 3 1 2 1 1 1 1
0 0 0 0
0
0

27

27

27

27

27

27

27

27

27
27

,
7,
7

7
27

12

17

22

27

32

37

42

47

52
,2

,2

,2

,2
7,

12

17

22

27

Centro de classe de diâmetro (cm)


Centro de classe de diâmetro (cm)

Figura 5 Distribuição de espécies com maior valor de importância em classes diamétricas que não se assemelham à forma de J-
invertido, em um fragmento de Mata Atlântica, Recife/PE, Brasil.
Figure 5 Species with higher Importance Value (VI) distribution in diametric classes that didn t presented the expected reverse-
J shape, in fragments of the Atlantic Rain Forest in Recife/PE, Brazil.

O valor médio do diâmetro a altura do peito (DAP) sendo o dossel caracterizado principalmente por indivíduos
foi de 13,99 cm, tendo como o máximo 77,99 cm e o mínimo de Platymenia foliolosa Benth, Helycostilis tomentosa
4,77 cm, apresentando 50,65% dos indivíduos amostrados (Poepp. & Endl.) Rusby, Escweilera ovata (Cambess.)
na primeira classe de diâmetro. Tal ocorrência foi também Meirs, Tapirira guianensis Aubl. e Parkia pendula (Willd.)
verificada por Silva Júnior (2004). Apesar da distribuição Benth. ex Walp.
diamétrica possuir a forma de J-invertido, não se mostra Sanquetta (1995) afirmou que além da estratificação
balanceada, distribuição na qual o fator de redução do da floresta como um todo, ainda é possível fazer a análise
estratificada para cada espécie dentro da população. Essa
número de indivíduos de uma classe para a seguinte é
análise prevê informações importantes para a compreensão
constante. De acordo com Nunes et al. (2003), a grande
das características e do comportamento de cada espécie
quantidade de indivíduos pequenos e finos pode indicar a
dentro de sua estratificação.
ocorrência de severas perturbações no passado. No estudo da estratificação por espécies, pode-se
Algumas espécies como o Brosimum discolor observar que as espécies Tapirira guianensis Aubl., Scheflera
Schott e a Miconia sp, só apresentaram indivíduos nas morototoni (Aubl.) Maguire, Steyerm. & Frodin, Parkia
classes iniciais de diâmetro menor que 20 cm. Esse tipo de pendula (Willd.) Benth. ex Walp. e Platymenia foliolosa Benth
comportamento, provavelmente ocorre por se tratar de (Figura 7), não apresentaram indivíduos na primeira classe de
espécies pertencentes ao grupo ecológico das secundárias altura, com exceção da Parkia com 1 indivíduos, que pode
iniciais, possuindo uma maior densidade de indivíduos no sugerir que os indivíduos jovens dessas espécies apresentam
sub bosque, uma vez que vão sombrear a floresta para que dificuldades no processo de regeneração.
outras espécies venham a serem estabelecidas. Já as espécies Escweilera ovata (Cambess.) Meirs,
Helycostilis tomentosa (Poepp. & Endl.) Rusby e
3.3 Estrutura hipsométrica
Pogonophora schomburgkiana Miers ex Benth entre
Na distribuição dos indivíduos por classe de altura, outras, apresentaram-se com uma distribuição semelhante
a maior parte posicionou-se nas classes centrais (Figura 6), à de todos os indivíduos da comunidade (Figura 8).

Cerne, Lavras, v. 13, n. 1, p. 83-95, jan./mar. 2007


Estrutura diamétrica e hipsométrica do componente... 91

200
180
180

160 148
140
Número de indivíduos
120
100
100

80 67
60

40 34

20
2
0

,5

,5

,5

,5
5

5
2,

7,

12

17

22

27
Centro de classe de altura (m)

Figura 6 Distribuição do número de indivíduos por classe de altura com intervalos fixos de 5 m, abertos à esquerda e fechados à
direita, em um fragmento de Mata Atlântica, Recife/PE, Brasil.
Figure 6 Distribution of the number of individuals with height classes with fix intervals of 5 m, opened to the left and closed to
the right, in fragments of Atlantic Rain Forest in Recife/PE, Brazil.
Tapirira guianenses
35
Schefflera morototoni
30
35
Número de Indivíduos

25 30
Número de Indivíduos

20 25
17

15 20
12
15
10
9
4 5 10
5 6 6
0 5 2
0 0
0
,5

,5

,5
5

5
2,

7,

12

12

17

,5

,5

,5
5

5
2,

7,

12

17

22
Centro de classe de altura (m)
Centro de classe de altura (m)

Parkia pendula Plathymenia foliolosa


35 35

30 30
Número de Indivíduos

Número de indivíduos

25 25

20 20

15 15
11
10 8 10
6
5 4
1 2 5 2
0 0 0 1
0
0
,5

,5

,5
5

5
2,

7,

,5

,5

,5

,5
5

5
12

17

22

2,

7,

12

17

22

27

Centro de classe de altura (m) Centro de classe de altura (m)

Figura 7 Distribuição de espécies com maior Valor de Importância (VI) em classes de altura, fragmento de Mata Atlântica, Recife/PE,
Brasil.
Figure 7 Distribution of the species with higher Importance Value (VI) for height classes, in fragments of Atlantic Rain Forest in
Recife/PE, Brazil.

Cerne, Lavras, v. 13, n. 1, p. 83-95, jan./mar. 2007


92 ALVES JÚNIOR, F. T. et al.

Eschweilera ovata Byrsonima sericea


33 35
35
30
30

Númeo de Indivíduos
24 25
Número de Indivíduos

25

20
20
17
15
15 15
12
10 8 8
10
5
5 5
1
0
0 0

,5

,5

,5
5

5
,5

,5

,5
5

2,

7,

12

17

22
2,

7,

12

17

22
Centro de classe de altura (m) Centro de classe de altura (m)

Miconia sp Helicostylis tomentosa


35 35

30 30

Número de Indivíduos
Número de Indivíduos

25 25
20
20 20
14
15 15

9 10 8
10
5 2
5 1
0 0
0

,5

,5

,5
5

5
2,

7,

12

17

22
,5
5

5
2,

7,

12

Centro de classe de altura (m)


Centro de classe de altura (m)

Thyrsodium sprunceanum
Pogonophora schomburgkiana
35
35

30
30
Número de Indivíduos

25
25
Número de indivíduos

20 18
20
15
15
15
10
10
4
5 5 5 2 2
5
1 2
0
0
,5

,5

,5
5

5
2,

7,

12

17

22
,5

,5
5

5
2,

7,

12

17

Centro de classe de altura (m)


Centro de classe de altura

Brosimum discolor Protium Heptaphyllum


35 35

30 30
Número de Individuos
Número de Indivíduos

25 25

20 18 20
17

15 15
11
10 7
10
6
4 5 3
5
1 0
0
0
,5

,5
5

5
2,

7,

12

17
,5

,5

,5
5

5
2,

7,

12

17

22

Centro de classe de altura (m)


Centro de classe de altura (m)

Figura 8 Distribuição de espécies com maior Valor de Importância (VI) em classes de altura, sendo que a maior parte dos
indivíduos concentram-se nas classes centrais, em um fragmento de Mata Atlântica, Recife/PE, Brasil.
Figure 8 Distribution of the specie with higher Importance Value (VI) for height class where most of the individuals were
concentrated in the central class, in fragments of Atlantic Rain Forest in Recife/PE, Brazil.

Cerne, Lavras, v. 13, n. 1, p. 83-95, jan./mar. 2007


Estrutura diamétrica e hipsométrica do componente... 93

3.4 Análise de correspondência retificada (DCA) A análise de correspondência retificada (DCA)


A análise de correspondência retificada, DCA, para dados quantitativos ou estruturais (Figura 9B)
para dados florísticos, apresentou autovalores bem mais apresentou autovalores baixos nos dois primeiros eixos
elevados no primeiro eixo de ordenação (0,482) que no de ordenação (0,246 e 0,191); com isso mostram dois
segundo (0,230), implicando gradiente bem mais forte agrupamentos bem definidos. O primeiro pode ser
no primeiro deles, ou seja, uma diferença mais explicado pelo fato de que as áreas C1, ET e C2, estão
pronunciada entre as espécies mais abundantes nos concentradas num mesmo local, conhecido como Matas
extremos do gradiente (Figura 9A). Foram evidenciados do Curado, formada por três fragmentos florestais. As
apenas dois agrupamentos, um formado pelas áreas (C1, áreas nesse caso possuem semelhanças quanto aos
ET e MM), e o outro pelas áreas (TJ e GJ), isso significa dados fitossociológicos (DA, Ab, H ). Já no segundo
que as oito áreas de floresta formam um grupo agrupamento, formado pelas áreas (MM, DI e MZ),
florístico com poucas espécies em comum e que a apesar de não estarem tão coesos quanto no primeiro
maioria dos trabalhos amostrados apresentaram uma agrupamento, dados como o número de espécies, a
heterogeneidade florística entre si, embora estejam altitude e o índice de diversidade de Shannon-Wiener
sobre o domínio da formação Ombrófila Densa em foram os responsáveis pela junção. Duas áreas ficaram
Pernambuco. Essa heterogeneidade pode ser explicada separadas das demais. No caso da reserva ecológica do
por causa do emprego de metodologias diferentes nos Gurjaú (GJ) o tamanho da área da reserva (1077,20 ha)
levantamentos fitossociológicos, isso leva a diferenças foi a responsável pela separação das demais. No caso
nos estágios de sucessão, aliados as discrepâncias da Mata do Tejipió valores mais baixos da área basal e
quanto ao nível de inclusão e aos esforços de da diversidade de Shannon-Wiener e um aumento da
identificação taxonômicos, aliados a dissimilaridades densidade de indivíduos arbóreos, provavelmente
florísticas nas diferentes comunidades. influenciaram sua separação.

Figura 9 Diagramas de ordenação nos dois primeiros eixos da análise de correspondência retificada (DCA) dos
dados florísticos (A) e estruturais (quantitativos) (B) de oito áreas de floresta ombrófila densa na Região
Metropolitana do Recife-RMR, PE. Para identificação das áreas, vide Tabela 2. Os símbolos correspondem aos
Agrupamentos Floristicos 1 ( ), 2 ( ), 3 ( ), 4 ( ) e 5 ( )e Agrupamentos Estruturais 1 ( ), 2 ( ), 3 ( ) e 4 ( ).

Figure 9 Ordination diagrams built by Detrended Correspondence Analysis (DCA) of floristic (A) and structural
(quantitative) (B) data of eight areas of dense ombrophylous forest fragments around Recife, Pernambuco State
Brazil. See Table 2 for forest area identification. The symbols correspond to the Floristic Groups 1 ( ), 2 ( ), 3 ( ),
4 ( ) and 5 ( ), and Structural Groups 1 ( ), 2 ( ), 3 ( ) and 4 ( ).

Cerne, Lavras, v. 13, n. 1, p. 83-95, jan./mar. 2007


94 ALVES JÚNIOR, F. T. et al.

4 CONCLUSÕES GUEDES, M. L. S. Estudo florístico e fitossociologia de um


trecho de reserva ecológica da Mata de dois Irmãos. 1992.
Os indivíduos arbóreos posicionaram-se nas classes
219 f. Dissertação (Mestrado em Botânica) Universidade
iniciais de diâmetro e intermediárias em altura, o que indica que
Federal Rural de Pernambuco, Recife, 1992.
a área de estudo encontra-se em estágios iniciais de sucessão,
no entanto algumas espécies apresentaram dificuldades na
GÜL, A. U.; MISIR, M.; MISIR, N.; YAVUZ, H. Calculation of
taxa de recrutamento, podendo gerar futuramente a extinção
uneven-aged stand structures with the negative exponential
das mesmas. Estudos como o de regeneração e do efeito de
diameter distribution and Sterba s modified competition density
borda podem ser importantes como forma de subsidiar futuros
rule. Forest Ecology and Management, Amsterdam, v. 214, p.
programas de recomposição florestal.
212-220, 2005.
Houve a formação de dois grupos distintos na análise
do DCA, porém as áreas estudadas apresentam uma relativa
LATHAM, P. A.; ZUURING, H. R.; COBLE, D. W. A method
heterogeneidade florística entre si. Podendo ser explicada
for quantifying vertical forest structure. Forest Ecology and
pelo uso de metodologias diferenciais e ao esforço
Management, Amsterdam, v. 104, p. 157-170, 1998.
taxonômico empregado, nos diferentes trabalhos.

5 AGRADECIMENTOS LINS-E-SILVA, A. C. B.; RODAL, M. J. N. Tree community


structure in an urban atlantic forest remnant in Pernambuco,
Ao Comando Militar do Nordeste, pelo apoio e liberação Brazil. Memoir of New York Botanical Garden, New York,
da área para estudo, à CAPES, o CNPq e ao Departamento de 2004. No prelo.
Ciência Florestal / Programa de Pós-graduação em Ciências
Florestais da Universidade Federal Rural de Pernambuco. MACHADO, E. L. M.; OLIVEIRA-FILHO, A. T. de;
CARVALHO, W. A. C.; SOUZA, J. S.; BORÉM, R. A. T.;
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BOTEZELLI, L. Análise comparativa da estrutura e flora do
ASSMANN, E. The principles of forest yield: studies in the compartimento arbóreo-arbustivo de um remanescente florestal
organic production, structure, increment and yield of forest stands. na fazenda Beira Lago, Lavras, MG. Revista Árvore, Viçosa, v.
Braunschweig: Pergamon, 1970. 506 p. 28, n. 4, p. 499-516, 2004.

ESPIG, S. A. Distribuição de nutrientes em fragmento de MANTOVANI, W. Delimitação do bioma Mata Atlântica:


Mata Atlântica em Pernambuco. 2003. 52 f. Dissertação implicações legais e conservacionistas. In: SALES, V. C. (Org.).
(Mestrado em Ciências do Solo) Universidade Federal Rural de Ecossistemas brasileiros: manejo e conservação. Fortaleza:
Pernambuco, Recife, 2003. Expressão, 2003.

FEITOSA, A. A. N. Diversidade de espécies florestais McCUNE, B.; MEFFORD, M. J. PC-ORD version 4.14:
arbóreas associadas ao solo em topossequência de um multivariate analysis of ecological data. Glaneden Beach: MjM
fragmento de Mata Atlântica de Pernambuco. 2004. 96 f. Software Design, 1999. 237 p.
Dissertação (Mestrado em Ciências do Solo) Universidade
Federal Rural de Pernambuco, Recife, 2004.
MEYER, H. A. Structure, growth, and drain in balanced uneven-
aged forests. Journal of Forestry, Washington, v. 52, n. 2,
FELFILI, J. M. Diameter and height distributions in a gallery
p. 85-92, 1952.
forest community and some of its main species in central Brazil
over a six-year period (1985-1991). Revista Brasileira de
Botânica, São Paulo, v. 20, p. 155-162, 1997. NUNES, Y. R. F.; MENDONÇA, A. V. R.; BOTEZELLI, L.;
MACHADO, E. L. M.; OLIVEIRA-FILHO, A. T. O. Variações
FERREIRA, R. L. C.; SOUZA, A. L.; JESUS, R. M. de. da fisionomia da comunidade arbóreos em um fragmento de
Dinâmica da estrutura de uma floresta secundária de transição: Floresta Semidecidual em Lavras, MG. Acta Botânica Brasílica,
II. distribuição diamétrica. Revista Árvore, Viçosa, v. 22, n. 3, São Paulo, v. 17, n. 2, p. 213-229, 2003.
p. 331-344, 1998.
PAULA, A.; SILVA, A. F.; MARCO JÚNIOR, P.; SANTOS, F. A.
FERREIRA, R. L. C.; VALE, A. B. do. Subsídios básicos para o M.; SOUZA, A. L. de. Sucessão ecológica da vegetação arbórea em
manejo florestal da caatinga. Revista do Instituto Florestal, uma floresta estacional semidecidual, Viçosa, MG, Brasil. Acta
São Paulo, v. 4, parte 2, p. 368-375, 1992. Botânica Brasílica, São Paulo, v. 18, n. 3, p. 407-423, 2004.

Cerne, Lavras, v. 13, n. 1, p. 83-95, jan./mar. 2007


Estrutura diamétrica e hipsométrica do componente... 95

SANQUETTA, C. R. Análise da estrutura vertical de florestas Alcântara, litoral de Santa Catarina: estrutura e diversidade.
através do diagrama h-M. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 5, Ciência Florestal, Santa Maria, v. 14, n. 1, p. 21-33, 2004.
n. 1, p. 55-68, 1995.
SIQUEIRA, D. R.; RODAL, M. J. N.; LINS-E-SILVA, A. C. B.;
SHEPHERD, G. J. FITOPAC 1: manual do usuário. Campinas: MELO, A. L. Physiognomy, structure, and floristics in an area of
Unicamp, 1996. 32 p. Atlantic Forest in Northeast Brazil. Botanic Berlin, Stuttgart,
v. 346, p. 11-27, 2001.
SILVA, A. G. Fisionomia e estrutura da comunidade arbórea,
na Mata dos Macacos, município de Igarassu-PE. 2004. 69 f.
SISTEMA PARA ANÁLISE ESTATÍSTICA E GENÉTICA.
Dissertação (Mestrado em Botânica) Universidade Federal Rural
Manual de uso. Viçosa: UFV-Funarbe, 1997.
de Pernambuco, Recife, 2004.

SOUZA, D. R.; SOUZA, A. L. de; GAMA, J. R. V.; LEITE,


SILVA JÚNIOR, J. F. Estudo fitossociológico em um
remanescente de floresta atlântica visando dinâmica de espécies H. G. Emprego de análise multivariada para estratificação
florestais arbóreas no município do Cabo de Santo Agostinho, vertical de florestas ineqüiâneas. Revista Árvore, Viçosa, v.
PE. 2004. 82 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais) 27, n. 1, p. 59-63, 2003.
Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 2004.
VELOSO, H. P.; RANGEL FILHO, A. L.; LIMA, J. C. A.
SIMINSKI, A.; MANTOVANI, M.; REIS, M. S.; FANTINI, A. Classificação da vegetação brasileira, adaptada a um sistema
C. Sucessão florestal secundária no município de São Pedro de universal. Rio de Janeiro: IBGE, 1991. 123 p.

Cerne, Lavras, v. 13, n. 1, p. 83-95, jan./mar. 2007

View publication stats

Você também pode gostar