Problemas de Afectação e Transporte (Investigação Operacional) 2024
Problemas de Afectação e Transporte (Investigação Operacional) 2024
Problemas de Afectação e Transporte (Investigação Operacional) 2024
FACULDADE DE ENGENHARIA
Investigação operacional
Discentes:
Abudo Aquimo
Docente:
1
UNIVERSIDADE LÚRIO
FACULDADE DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA GEOLÓGICA E CIVIL
Campus Universitário de Pemba – Bairro Eduardo Mondlane
Discentes:
Abudo Aquimo
Abiude Felix Sinamunda
José Nunes Vicente Martins
Márcio Machude Binadre
Salima Assara Marques
1. Objetivos ....................................................................................................................... 4
2. Metodologia .................................................................................................................. 4
3. O problema de transporte............................................................................................... 5
Este trabalho de pesquisa apresenta alguns métodos avançados para testar a optimidade e
melhorar as soluções para esses problemas. Em particular, apresentaremos o Método das
Pedras (Stepping Stone), o Método de MODI (Modified Distribution Method) e o Método de
Stepping Stone para o Melhoramento da Solução. Esses métodos oferecem abordagens
sistemáticas para minimizar o custo total enquanto satisfazem as restrições de capacidade.
1. Objetivos
2. Metodologia
Para a realização deste trabalho fez-se uma pesquisa bibliográfica e análise documental, foi
utilizada uma abordagem quantitativa e qualitativa de maneira a buscar um aprofundamento da
compreensão do tema, elucidando os conceitos necessários ao entendimento da questão.
Também se tratou de uma pesquisa explicativa, buscando os factores que determinam ou que
colaboram para a ocorrência dos factos e situações a serem estudadas.
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3. O problema de transporte
Um dos problemas frequentes na administração de empresas é como conseguir fazer operar um
conjunto de máquinas como autocarros ou aviões numa rede permissível com um custo
mínimo? Como estruturar as fábricas de produção de um determinado produto em relação aos
locais de vendas de tal forma que o lucro das vendas seja máximo. Este e outros casos, são
problemas que afetam a rede de transporte.
Este problema, que é um dos particulares de programação linear, consiste em determinar a
forma mais económica de enviar um bem disponível, em quantidades limitadas, em
determinados locais para outros locais onde é necessário. Desempenha um papel fundamental
em diversas áreas como logística, distribuição, design de redes, entre outros.
Como quaisquer problemas de programação linear, também este pode ser resolvido pelo
método Simplex. Porém, a sua estrutura própria permitiu a utilização de métodos que, embora
derivados do Simplex, são mais eficientes.
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➢ Na empresa os produtos não vão diretamente da fonte ao consumidor, mas passa
primeiro por outras fontes ou destinos (transporte com transbordo ou indireto).
➢ A última variante, é o caso em que se tem um certo número de serviços que devem ser
executados por algumas pessoas ou máquinas, e cada conjunto tarefa - máquina tem seu
custo particular de execução (problemas de afetação ou assinação).
Suponhamos que existem 𝑚 fábricas de um certo produto, cada fonte pode fornecer uma
quantidade 𝑎𝑖 e por outro lado existem 𝑛 mercados, cada um pode absorver uma quantidade 𝑏𝑗
e sabe-se que o custo de transportar de uma unidade da fonte i para o destino j é 𝑐𝑖𝑗 . O objetivo
do administrador é determinar o número de unidades que devem ser transportadas de cada fonte
para cada destino de forma a minimizar o custo total de transporte. (Mulenga, 2010, p. 71)
Este problema pode ser representado no seguinte esquema:
Optimizar 𝑍 = ∑𝑚 𝑛
𝑖=1 ∑𝑗=1 𝑐𝑖𝑗 𝑥𝑖𝑗
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∑𝑚
𝑗=1 𝑥𝑖𝑗 = 𝑎𝑖 ; 𝑖 = 1,2,3, … . , 𝑚
∑𝑛𝑗=1 𝑥𝑖𝑗 = 𝑏𝑖 ; 𝑖 = 1,2,3, … . , 𝑛
Sujeito à
∑𝑚 𝑛
𝑗=1 𝑎𝑖 = ∑𝑗=1 𝑏𝑖
+
{ 𝑥𝑖𝑗 ∈ 𝑍0
Onde:
• 𝑥𝑖𝑗 : é a quantidade transportada de origem i para o destino j;
• 𝑐𝑖𝑗 : é o custo de transporte de uma unidade de 𝑎𝑖 para 𝑏𝑗 ;
• 𝑎𝑖 : é a quantidade disponível na origem i (oferta);
• 𝑏𝑖 : é a quantidade necessária no destino j (procura).
O objetivo da programação é determinar as quantidades que 𝑥𝑖𝑗 devem ser transportadas de
cada origem para cada destino de modo a otimizar o produto 𝑐𝑖𝑗 . 𝑥𝑖𝑗 .
A restrição 𝛴𝑎𝑖 = 𝛴𝑏𝑗 é condição necessária para que o problema de transporte tenha solução,
caso contrário introduzem-se origens e destinos fictícios com custo nulo: 𝑐𝑖𝑗 = 0.
Esta formulação do problema bem como a sua interpretação dão origem a um quadro
padrão do seguinte tipo:
Figura 2:Tabela ou quadro padrão da Formulação de um Problema de Transporte, fonte: (Mulenga, 2010,
p.72)
A solução dos modelos de distribuição pelo método simplex não é eficiente pelo facto de
apresentar o maior número de variáveis, sendo assim foram criados algoritmos especiais para
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a sua solução ( (Hillier & Lieberman, 2006); (Mulenga, 2010); (Taha, 2008); (Arenales,
Armentano, Morabito, & Yanasse, 2011).
Custos de transporte por rotas: 𝐶11 = 10 , 𝐶12 = 3, 𝐶13 = 5, 𝐶21 = 12, 𝐶22 = 7, 𝐶23 = 9
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a) Construir o modelo matemático de programação linear inteira.
b) Construir o quadro modelo do problema de transporte.
c) Resolver pelo método canto noroeste
Resolução:
a) Minimizar W=10𝑋12 + 3𝑋12 + 5𝑋13 + 12𝑋21 + 7𝑋22 + 9𝑋23
b)
c) Como temos Σ𝑎𝑖 = Σ𝑏𝑗 = 40 não é necessário introduzir colunas nem linhas fictícias.
Ordem de preenchimento:
X11 =15 , X12 =0, X13 =0; linha 1 satisfeita
X21 =5; coluna 1 satisfeita
X22 =10, coluna 2 satisfeita
X23 = 10, coluna 2 e linha 3 satisfeitas
Custo total=15×10+5×12+10×7+10×9=370 u.m.
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7.2 Método de custo mínimo (lucro máximo)
O método de custo mínimo (lucro máximo), pode ser aplicado para procurar uma solução
inicial viável de menor custo ou maior lucro. O procedimento do método é seguinte:
• Passo 1:
Começar por colocar o máximo possível à célula ou variável de menor custo unitário (maior
lucro) e colocar zero nas células da linha ou coluna satisfeita.
• Passo 2:
Ajustar os elementos ou a quantidade que resta na linha ou coluna não ajustada, a partir da
variável com menor custo (maior lucro).
• Passo 3:
Repetir o processo para as variáveis com outros custos na ordem crescente (decrescente) até
completar o preenchimento do quadro.
Resolvendo o exemplo 1, pelo método do custo mínimo:
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Usando o método de custo mínimo, determine qual a programação que a empresa deve adotar
por forma a satisfazer as necessidades dos consumidores com um custo de transporte mínimo.
Ordem de preenchimento:
𝐹4 𝐶1 = 25; linha 4 satisfeita;
𝐹3 𝐶2 = 60; coluna 2 satisfeita;
𝐹3 𝐶1 = 40; linha 3 satisfeita;
𝐹1 𝐶5 = 75; linha 1 e coluna 5 satisfeitas;
𝐹2 𝐶3 = 40; coluna 3 satisfeita;
𝐹2 𝐶1 = 35; linha 2 e coluna 1 satisfeitas;
𝐹2 𝐶4 = 75; linha 2 e coluna 4 satisfeitas;
CT = Wmin = 75*1 + 35*4 + 40*2 + 75*4 + 40*1 + 60*0 + 25*0 = 635 u.m.
O valor 𝐹4 𝐶1 = 25 para 𝐶41 ; significa que o consumidor C1 não recebeu 25 unidades, portanto
só recebeu 75 unidades, porque as quantidades existentes não chegaram.
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Para exemplificar, as penalidades foram calculadas da seguinte maneira:
Linha A. 𝑝𝑎 = 40 – 0 = 40; coluna 1: 𝑝1 = 42 – 30 = 12;
Linha B. 𝑝𝑏 = 31 – 0 = 31; coluna 2: 𝑝2 = 38 – 31 = 7;
Linha C. 𝑃𝑐 = 30 – 0 = 30; etc.
A penalidade máxima nesta série é de 40 u.m, é por isso que se escolheu a linha A e afectou -
se com 10 unidades na posição 𝑥𝑎5 .
Tendo sido satisfeita a coluna 5 colocou-se X’s e repetiu-se o cálculo das segundas penalidades.
CT = 𝑊𝑚𝑖𝑛 = 10*42 + 70*40 + 10*0 + 50*31 + 15*38 + 45*35 + 50*30 = 8415 u.m
Resolvendo o exemplo 3, mas agora suponha que a matriz dos custos representa lucros e
procure maximizar o lucro total, usando o método de aproximação de Vogel, neste caso:
LT = 𝑍𝑚𝑎𝑥 = 45*40 + 45*44 + 60*46 + 5*31 + 35*38 + 10*0 + 50*46 = 10325 u.m.
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(𝜹𝒊𝒋 ≤ 𝟎, para maximização) (Arenales, et al (2011); Mulenga (2010)). Uma solução é
degenerada, quando o número de células ocupadas for menor do que 𝒎 + 𝒏 – 𝟏. Esta
situação pode ocorrer tanto na primeira aproximação como em qualquer estado do
melhoramento da solução (Arenales, et al (2011); Mulenga (2010)).
Afirma Mulenga (2010) que quando se tem uma solução degenerada, muitas das vezes não se
consegue desenvolver o teste de optimidade de solução. Para que sejam desenvolvidos os
métodos de teste de optimidade da solução é introduzida uma alocação artificial com uma
quantidade bastante pequena (𝜀 = é𝑝𝑠𝑖𝑙𝑜𝑛) em uma ou mais células não ocupadas e
considera-se que esta célula está ocupada. Depois de encontrada a solução óptima do problema
retira-se da tabela a alocação artificial fazendo 𝜀 = 0.
Chama-se circuito de avaliação um caminho mais (+), menos (-), que começa numa variável
não básica (𝑥𝑖𝑗 = 0), passa por células com variáveis básicas (𝑥𝑖𝑗 ≠ 0) e termina na posição
inicial.
Um circuito deve ter um percurso fechado, descrevendo ângulos rectos ou rasos ao passar de
uma célula para outra.
• Passo 1. Identificar todas as células não alocadas ou todas as variáveis não básicas;
• Passo 2. Traçar todos circuitos de avaliação tendo em conta que cada circuito deve
começar e terminar na mesma variável não básica, passando por variáveis básicas e
deve-se movimentar só no sentido vertical ou horizontal.
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• Passo 3. Começando da variável não básica colocar o sinal (+) e sinal (-) em todos os
cantos alternando até passar em todos cantos do circuito de avaliação.
• Passo 4. Para cada circuito, calcular os preços de sombra 𝛿𝑖𝑗 como adição entre a soma
dos custos (lucros) com o sinal (+) e soma dos custos (lucros) com o sinal (-).
De acordo com Mulenga (2010) para aplicar o método de MODI, começa–se também com a
solução da primeira aproximação, mas agora, partindo dos valores dos custos ou lucros calcula-
se os valores de cada coluna 𝒗𝒋 e linha 𝒖𝒊 .
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11. Método de Stepping Stone para o Melhoramento da Solução
Tendo-se chegado a conclusão pelo método de MODI ou das pedras de que a solução pode ser
melhorada seguem-se os passos de melhoramento da solução.
Para consolidar os temas abordados acima iremos de seguinte resolver alguns exercícios,
mostrando assim a sua aplicação prática.
Fábrica 1 2 3 Oferta
1 20 22 14 40
2 15 20 13 50
3 22 23 18 30
Procura 28 38 54
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c) Partindo da solução aproximada de Vogel, use o método das pedras e o algoritmo de
Stepping Stone para determinar a solução óptima.
Resolução
𝐿𝑇 = 𝑍𝑚𝑎𝑥 = 28 ∙ 20 + 8 ∙ 22 + 4 ∙ 14 + 50 ∙ 13 + 30 ∙ 23 = 2132 𝑢. 𝑚
𝐿𝑇 = 𝑍𝑚𝑎𝑥 = 28 ∙ 20 + 12 ∙ 14 + 38 ∙ 20 + 12 ∙ 13 + 30 ∙ 18 = 2184 𝑢. 𝑚. ;
∆𝑧 = 52 𝑢. 𝑚.
As variáveis não básicas na tabela da alínea (b) são: 𝑥12 ; 𝑥21 ; 𝑥31 𝑒 𝑥32
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Para 𝑥21 , o circuito é: 𝑥21 → 𝑥23 → 𝑥13 → 𝑥11 → 𝑥21
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Traçados os circuitos com sinais (+) e (-), vamos calcular os preços de sombra 𝛿𝑖𝑗 para cada
variável do circuito, tomando um lucro negativo para a célula com sinal (-) e positivo para a
célula com (+).
O problema é de maximização e 𝛿12 = 1 > 0, logo, conclui-se que a solução actual pode ser
melhorada introduzindo a variável 𝑥12 na base. E como o mínimo das alocações com sinal (-)
é 12, então 12 é a quantidade máxima a colocar na posição 𝑥12 em seguida faz-se um
ajustamento das quantidades que estão no circuito de variável 𝑥12 : 𝑚𝑖𝑛 {38; 12} = 12.
𝐿𝑇 = 𝑍𝑖 = 28 ∙ 20 + 12 ∙ 22 + 26 ∙ 20 + 24 ∙ 13 + 30 ∙ 18 = 2196 𝑢. 𝑚;
∆𝑧 = 12 𝑢. 𝑚
Para 𝑥13 ∶ 𝑥31 → 𝑥33 → 𝑥13 → 𝑥11 → 𝑥31 de onde 𝛿13 = 14 – 22 + 20 – 13 = −1;
Para 𝑥21 : 𝑥21 → 𝑥22 → 𝑥12 → 𝑥11 → 𝑥21 de onde 𝛿21 = 15 – 20 + 22 – 20 = −3;
Para 𝑥31 : 𝑥31 → 𝑥33 → 𝑥23 → 𝑥22 → 𝑥12 → 𝑥11 → 𝑥31 de onde 𝛿31 = 22– 18 +
13– 20 + 22– 20 = −1;
Para 𝑥32 : 𝑥32 → 𝑥33 → 𝑥23 → 𝑥22 → 𝑥32 de onde 𝛿32 = 23 – 18 + 13 – 20 = −2;
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Como todos os preços de sombra são negativos ∀𝛿𝑖𝑗 < 0, então já encontramos o lucro
máximo ou a solução óptima.
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13. Conclusão
Os problemas de afetação e transporte tem uma grande importância em diversas áreas, como
logística, economia e engenharia, eles fornecem métodos analíticos essências para otimização
de gestão dos recursos e também para a escolha das melhores alternativas para distribuição
desses recursos, o método simplex também pode ser usado porem devido a quantidade elevada
de variáveis, os métodos apresentados no trabalho apresentam maior eficiência.
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14. Referências bibliográficas
Arenales, M., Armentano, V. A., Morabito, R., & Yanasse, H. H. (2011). Pesquisa operacional
[recurso eletrônico]. Rio de Janeiro: Elsevier.
Hillier, F. S., & Lieberman, G. J. (2006). Introdução à pesquisa operacional (8 ed.). (A. Gries,
& J. C. Junior., Trads.) São Paulo: McGraw-Hill.
Marconi, M. D., & Lakatos, E. M. (2007). Técnicas de Pesquisas: Planejamento e execução
de pesquisas; Amostragens e técnicas de pesquisa e Elaboração, análise e interpretação de
dados (6th ed.). São Paulo: ATLAS S.A.
Mulenga, A. (2010). Investigação Operacional: uma abordagem introdutória. Maputo:
ISUTC.
Nascimento, Z., & Pinto, J. M. (2006). A Dinâmica da Escrita. Como escrever com êxito (5th
ed.). Lisboa: Plátano Editora.
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