O Grande Conflito Comentário Da Lição
O Grande Conflito Comentário Da Lição
O Grande Conflito Comentário Da Lição
Introdução
O tema do grande conflito entre o bem e o mal é um dos mais fascinantes da Bíblia.
Na realidade, a Bíblia se divide em três partes: 1. Gênesis 1–2: Deus cria o mundo perfeito
e põe o ser humano para habitar nele. 2. Apocalipse 21–22: Deus recria o mundo perfeito e
põe de volta o ser humano para habitar nele. 3. Todo o restante entre Gênesis 3 e
Apocalipse 20 é o desenrolar do grande conflito, desde a queda do ser humano, sua
degradação total, a provisão feita por Deus para salvar o ser humano e o retorno de Cristo
dando fim ao mal e ao pecado.
Talvez uma das perguntas mais difíceis a ser respondida é: se Deus é bom, por que
existe o mal, ou por que Ele permite o mal? Pela descrição bíblica que temos de Deus, Ele é
amor. Logo, a existência do mal não poderia ser atribuída a Deus. Entretanto, sendo Deus
Onisciente, isto é, sabedor de todas as coisas, Ele sabia que Lúcifer seria o originador do
mal e do pecado. Por que, mesmo sabendo tudo, ainda assim Ele criou o anjo que se
rebelaria contra Ele e traria todo o mal que vemos ao nosso redor? A resposta a essa
pergunta não é simples porque envolve o caráter de Deus, Sua grandeza e a extrema
pequenez de nossa mente. Podemos, no entanto, ponderar uma resposta que seja
satisfatória, dentro das nossas limitações, tendo como ponto de análise o livre-arbítrio.
Sendo Deus coerente, é lógico afirmar que, ao criar Seus filhos com a capacidade de
escolha, isto é, com o livre-arbítrio, essa característica é inerente a Ele próprio. Tornemos
prático o argumento: imagine que Deus está criando os anjos. De repente, chega o momento
em que Ele irá criar Lúcifer. Então, Deus para e pondera: “Não vou criar esse anjo
querubim. Ele causará problemas, trará o pecado e a morte.” Quantos seres no Universo
saberiam dessa decisão? Nenhum! Os anjos não saberiam, os humanos não saberiam. Mas
Deus saberia! Ele mesmo teria conhecimento de que manipulou os resultados para tudo
ocorrer como Ele queria. Imagine ainda que logo após criar Adão, Deus vai fazer a mulher
e, novamente, pondera: “Não vou criar Eva. Essa mulher comerá do fruto, dará a seu
esposo e o pecado entrará no mundo. Depois terei que morrer por eles. Farei outra mulher.”
Quem saberia dessa decisão? Ninguém! Adão não saberia, os anjos não saberiam. Ninguém
saberia, a não ser Deus, Ele saberia! Saberia que manipulou os resultados para que tudo
ocorrese como Ele gostaria que acontecesse. Ou seja: “Livre-arbítrio para vocês, não para
Mim.” Se Deus manipulasse para que os resultados fossem sempre como Ele gostaria que
fossem, não seria livre-arbítrio da parte Dele, e Deus não pode ir contra Seu caráter. Deus
não é um ser que diz: “Faça o que Eu mando, mas não faça o que Eu faço.” O livre-arbítrio
concedido ao ser humano é o mesmo que permeia o caráter e as decisões de Deus. Por isso,
mesmo que pudesse dar errado, mesmo sabendo que daria errado, Ele não manipulou os
resultados para Seu benefício. Mesmo que nenhum ser do Universo soubesse, Ele saberia
que manipulou Suas criações para que fossem como Ele queria. Isso é contra Sua índole,
pois o livre-arbítrio também faz parte do caráter de Deus. Assim, Deus criou Lúcifer, o anjo
cobridor, com plenas capacidades de escolha. Deus não manipulou os resultados, e isso fez
com que um anjo puro tivesse a liberdade de escolher não mais servir a Deus. As decisões
de Lúcifer provam que Deus usa o princípio do livre-arbítrio para Si próprio, pois, sendo
capaz de manipular Suas criações, Ele nunca o fez. Isso não O torna responsável pelo mal,
mas mostra claramente que, como um Ser amoroso, Ele fez todas as Suas criaturas com o
poder de decidirem se O amariam e O serviriam ou não. Satanás é o originador do mal.
Com a capacidade de escolha dada a todas as suas criaturas, Deus permitiu que os
seres criados pudessem dizer não ao Seu amor. Sim, porque só ama realmente aquele que é
verdadeiramente livre para escolher amar. O amor não vêm por imposição. Assim, Deus
permitiu que um ser criado de maneira majestosa, e que era o mais exaltado entre os anjos,
rejeitasse Seu amor e Sua soberania. E então, o pecado veio à existência. No coração de um
ser puro e que servia diante do trono de Deus, a mancha do pecado passou a existir. Algo
inexplicável! Foi feito todo o possível para resgatar aquele anjo e os demais por ele
influenciados. Todos os recursos foram usados, até o dia em que houve batalha no Céu e o
diabo foi expulso juntamente com seus anjos. O grande conflito passa a ter novo palco,
nova arena, onde as batalhas seriam travadas: a Terra!
Após a Sua morte e ressurreição, Jesus subiu ao Céu como nosso Sumo Sacerdote.
Ali, Ele foi aceito pelo Pai e aplicou os méritos de Seu sacrifício em favor do ser humano.
Tudo o que era necessário para que a raça humana fosse salva foi feito por Cristo na cruz.
Conquanto Jesus tenha sido mais que vitorioso na cruz do Calvário, Ele sabia que o grande
conflito ainda continuaria se desenvolvendo no coração do ser humano. Aceitar os méritos
do sacrifício de Cristo ou rejeitá-lo tem sido a batalha de cada filho de Adão por mais de
dois mil anos. Por isso, além da aplicação dos próprios méritos no Seu ofício sacerdotal,
Cristo foi além e enviou o divino Consolador, a terceira Pessoa da Divindade, cujo trabalho
é essencialmente na mente de cada um de nós, nos convencendo do pecado, da justiça e do
juízo.
Conclusão
O grande conflito que se iniciou no Céu foi transferido para a Terra, se desenrola em
nosso coração e logo mais terá seu fim. Muito em breve ouviremos de Deus: “O grande
conflito terminou. Pecado e pecadores não mais existem. O Universo inteiro está
purificado. Uma única pulsação de harmonia e felicidade vibra por toda a vasta criação.
Daquele que tudo criou emanam vida, luz e alegria por todos os domínios do espaço
infinito. Desde o minúsculo átomo até o maior dos mundos, todas as coisas, animadas e
inanimadas, em sua serena beleza e perfeita alegria, declaram que Deus é amor” (Ellen G.
White, O Grande Conflito [CPB, 2021], p. 560). Preparemo-nos para esse grandioso
momento!
Conheça o autor dos comentários deste trimestre: O Pr. Eleazar Domini é mestre em
Teologia e apresentador do canal “Fala sério, pastor”, no YouTube. Serve à Igreja
Adventista há mais de 14 anos e atuou em diferentes funções. Atualmente, exerce sua
atividade como pastor nas igrejas de Danbury e Waterbury, Connecticut – EUA. É casado
com Gisele Domini, farmacêutica, e é pai de Hannah e Isabella.
Comentário da Lição da Escola Sabatina – 2º Trimestre de 2024
Tema Geral: O grande conflito
Lição 2 – 6 a 13 de abril
A questão central: amor ou egoísmo?