Arte Educacao Livro Mediacao
Arte Educacao Livro Mediacao
Arte Educacao Livro Mediacao
DO ENSINO
DE ARTES
Introdução
Quando pensa no profissional que desenvolve o conteúdo de artes
nos estabelecimentos de ensino, você provavelmente imagina alguém
que é produtor/criador de objetos de arte, correto? Mas você sabia que,
atualmente, nas escolas, professores de disciplinas diversas aplicam esse
conteúdo por falta de profissionais especializados?
O estudo de arte é importantíssimo para a formação criativa e sensível
do ser humano. Para acessar o aluno é necessário vivenciar a arte junta-
mente com ele, agindo como um intermediário do conteúdo aplicado.
O nome que se dá a isso é mediação.
Neste texto, você conhecerá algumas características necessárias ao
trabalho do educador para que o ensino de artes possa auxiliar o aluno
a resolver soluções tanto no seu dia a dia, quanto nas demais disciplinas
desenvolvidas na escola, utilizando a mediação em arte como ferramenta
metodológica.
2 O perfil do educador das artes na escola
https://goo.gl/fZZ5go
O perfil do educador das artes na escola 3
Modelos de mediador
Durante a história da mediação em espaços expositivos, tivemos vários tipos
de perfis de profissionais que acompanhavam o público em exposições, e
podemos fazer uma analogia direta com o profissional em educação dentro da
escola, independentemente da disciplina ministrada. De acordo com a arte-
-educadora e pesquisadora Carmen Mörsch (HONORATO, 2008), podemos
dividir em quatro as principais funções da mediação em espaços expositivos
(no contexto europeu) atualmente. Seriam elas:
https://goo.gl/P8iGkK
A experiência é o que nos passa, o que nos acontece, o que nos toca.
Não o que se passa, não o que acontece, ou o que se toca. A cada dia
se passam muitas coisas, porém, ao mesmo tempo, quase nada nos
acontece. Dir-se-ia que tudo o que se passa está organizado para que
nada nos aconteça. Walter Benjamin, em um texto célebre, já observava
a pobreza de experiências que caracteriza o nosso mundo. Nunca se
passaram tantas coisas, mas a experiência é cada vez mais rara.
A mediação na escola
Conforme Martins (2005, p. 54),
[...] “mediar é estar entre”. Um estar, contudo, que não é passivo nem fixo,
mas ativo, flexível, propositor. Um estar entre que não é entre dois, como
uma ponte entre a obra e o leitor. Entre aquele que produz e aquele
que lê, entre o que sabe e o que não sabe. [...] Um “estar entre” atento e
observador, no olhar e na escuta, para gerar questões que apenas têm
sentido se provocam a reflexão, a conversação, a troca entre parceiros. Um
estar entre que precisa cada vez mais ser apurado. Por isso continuamos
como um grupo sedento.
Atualmente, dentro da sala de aula, o professor caminha nessa direção, já que o con-
teúdo de artes é obrigatório em sala de aula, como prevê a LDB nº 9.394/96.
8 O perfil do educador das artes na escola
COELHO, T. Dicionário crítico de política cultural: cultura e imaginário. 2. ed. São Paulo:
FAPESP, 1999.
COELHO, T. Dicionário crítico de política cultural: cultura e imaginário. 3. ed. São Paulo:
FAPESP, 2004.
GOMES, C. Crise de 1929 (Grande Depressão). InfoEscola, 2017. Disponível em: <http://
www.infoescola.com/historia/crise-de-1929-grande-depressao/>. Acesso em: 27
jun. 2017.
HONORATO, C. Status e funções da mediação educacional da arte: relato sobre palestra,
debate e oficina com Carmen Mörsch. Periódico Permanente, São Paulo, Documenta
12, 2008. Disponível em: <http://www.forumpermanente.org/event_pres/exposicoes/
documenta-12-1/relato-sobre-palestra-debate-e-oficina-com-carmen-morsch>.
Acesso me: 27 jun. 2017.
IAVELBERG, R. Para gostar de aprender arte: sala de aula e formação de professores.
Porto Alegre. Artmed, 2003.
MARTINS, M. C. O sensível olhar: pensante. In: FREIRE, M. Observação, registro e reflexão:
Instrumentos metodológicos I. São Paulo: Espaço Pedagógico, 1996.
MARTINS, M. C. Mediação: estudos iniciais de um conceito. In: MARTINS, M. C. Mediação:
provocações estéticas. São Paulo: UNESP, 2005.
WIKIPÉDIA. John Dewey. [S.l.]: Wikipédia, 2017. Disponível em: <https://en.wikipedia.
org/wiki/John_Dewey>. Acesso em: 30 jun. 2017.
Leituras recomendadas
ALENCAR, V. P. O mediador cultural: considerações sobre a formação e profissionalização
de educadores de museus e exposições de arte. 2008. 97 f. Dissertação (Mestrado em
Artes) –.Instituto de Artes, Universidade Estadual Paulista, São Paulo, 2008.
BON, G. Mediação profissional em instituições museais de Porto Alegre: aponta-
mentos preliminares. In: ENCONTRO NACIONAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE
PESQUISADORES EM ARTES PLÁSTICAS – ANPAP, 20., 2011, Rio de Janeiro. Anais...
Rio de Janeiro: ANPAP, 2011. Disponível em: <http://www.academia.edu/1790433/
Mediacao_profissional_em_instituicoes_museais_de_Porto_Alegre_apontamen-
tos_preliminares>. Acesso em: 27 jun. 2017.
HERNÁNDEZ, F. Cultura visual, mudança educativa e projeto de trabalho. Porto Alegre:
Artmed, 2000.
HUYSSEN, A. Memórias do modernismo. Rio de Janeiro: UFRJ, 1997.
ZIELINSKY, M. A arte e sua mediação na cultura contemporânea. Revista de Artes Visuais,
Porto Alegre, v. 10, n. 19, p. 93-101, 1999.