Play Along (Unico) - T L Swan-SCB

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Disponibilização: Eva
Tradução: Cris, Ava, Marina, Cassia
Revisão Inicial: Sophy Glinn
Leitura Final: DeaS
Formatação: Niquevenen

NOVEMBRO/2021
TESTEMUNHEI UM ASSASSINATO E ME TORNEI REFÉM.

Mantida em cativeiro sob o convés de um contêiner de transporte...


Percebo que, para salvar minha vida, preciso me tornar valiosa.

Meu corpo é minha única arma.


Prazer e dor.

28 DIAS É MUITO TEMPO PARA BRINCAR


COM SUAS DEMANDAS PERVERTIDAS.

Ele acha que gosto dele.


Isso me enoja secretamente.

Eu o odeio.
Anseio por ele.

QUANDO MEU CAPTOR SE TORNAR MEU SALVADOR,


A FUGA SERÁ MINHA REALIDADE.
Capítulo 1

Em um mundo cheio de enganos e mentiras, em quem você


confia?
Fico sozinha no canto da boate, observando-o tomá-la nos
braços antes de beijá-la.
O ar evapora dos meus pulmões. Não consigo respirar.
O desespero bombeia na minha corrente sanguínea, mas por
alguma razão autodestrutiva doentia, não consigo desviar o
olhar. Tenho que ver isso, ver do que ele é capaz e exatamente até
onde isso vai.
Os sinais estavam lá, eu os via. Mas, como uma idiota, os
ignorei por tanto tempo quanto meu instinto permitiu.
Acreditei que ele me amava.
Acreditei que ela me amava.
Enquanto fico aqui e vejo meu namorado há dois anos beijar
minha melhor amiga e colega de quarto de cinco anos, percebo que
nunca me senti tão traída em tantos níveis. Não consigo nem
começar a compreender o que estou testemunhando.
Os cabelos da minha nuca ficam arrepiados. Sinto que estou
tendo uma experiência fora do corpo, observando o terrível
pesadelo se desenrolar.
Isso não pode estar acontecendo.
Minha primeira suspeita foi há duas semanas. Melissa, minha
colega de quarto, teve um encontro com um cara com quem estava
saindo há algumas semanas e quando ele chegou para buscá-la,
Todd, meu namorado, foi muito desagradável com ele. Eu o
observei encará-la quando ela saiu e a vi praticamente correr do
apartamento apenas para afastar Todd daquele homem.
Por quê?
Por que ele não estava feliz por ela estar namorando? Eles se
tornaram amigos e, inferno, passaram muitas noites sozinhos no
meu apartamento enquanto ele esperava que eu voltasse para casa
do meu turno da noite. Um pensamento doentio passou pela
minha cabeça naquela noite...ele está com ciúmes?
Não, ele não poderia estar.
Então, pensei em testar a teoria. Na semana seguinte, fui
excessivamente afetuosa com Todd na frente de Melissa, e todas as
vezes que ela ia para a cama cedo, parecia feliz, embora eu
soubesse que estava furiosa por dentro. O catalisador veio na noite
de quinta-feira, quando decidi ligar para o trabalho dizendo que
estava doente e Todd e Melissa ficaram abertamente aborrecidos
porque não fui trabalhar.
Obviamente arruinei seus planos de fazer sexo, e foi quando a
verdade profunda e doentia me matou. Eles faziam sexo na cama
dela ou na minha?
Quantas vezes minha colega de quarto satisfez meu amante?
Incapaz de me ajudar, coloquei um aplicativo de rastreamento
no celular de Melissa. Sei a senha dela. Claro que
sim. Compartilhamos tudo.
Até mesmo um pau, parece.
Na sexta-feira, ela disse que iria passar o fim de semana fora e
Todd falou que planejava passar uma noite fora em outro lugar
para trabalhar.
Coincidência? Acho que não.
Eu sabia que eles estavam se encontrando e provavelmente
iam foder em um quarto de hotel em algum lugar.
Levei meu tempo. Esperei.
E agora são 23 horas de um sábado e estou em uma cidade
diferente, em uma boate onde não conheço ninguém,
testemunhando meu pior pesadelo.
Ele pode ir. Um leopardo nunca muda seus pontos
doentios...mas por que diabos ele tinha que tirá-la de mim?
Eu os observo através das lágrimas não derramadas enquanto
meu coração tenta escapar do meu peito.
Minha melhor amiga, a única constante em minha vida desde
que minha mãe faleceu, cinco anos atrás. Meu pai, um maníaco
por controle abusivo, foi embora quando eu era criança e, quando
mamãe morreu, mudei para cá para fazer faculdade e conheci
Melissa. Minha vida mudou naquele dia. Mel era feliz, confiante e
atraente.
Mais do que eu era...do que sou.
Vejo-a se esfregar contra ele enquanto ele olha para ela
sedutoramente enquanto dança. Suas mãos estão em seu
traseiro. Ele está sorrindo enquanto diz algo e então riem juntos, e
sinto-me morrer um pouco por dentro.
Eles não estão apenas fodendo.
Eles têm sentimentos um pelo outro.
Ele a beija novamente e suas mãos vão para a parte de trás da
sua cabeça para segurá-la exatamente como ele a quer. O beijo
deles é longo, profundo e erótico.
Com a visão turva, tento desviar o olhar.
Não consigo desviar o olhar porque sei que, quando sair dessa
boate, duas das pessoas mais importantes da minha vida não farão
mais parte dela. O chão balança embaixo de mim. Como isso é
possível?
O que fiz para merecer essa traição?
Não consigo me mover.
Ele a beija de novo e cai contra a parede onde a imobiliza e
então começam a realmente se pegarem.
Não. Pare!
As lágrimas estouram a represa e começo a caminhar em
direção a eles enquanto a adrenalina atinge seu auge. Preciso pará-
los, parar tudo.
Pare de beijá-la, seu idiota de merda! Por favor, pare!
Mas então, paro no meio do caminho.
Não faça isso. Não se rebaixe. Vá para casa e saia. Não dê a
eles a chance de negar ou se defender.
Sou melhor que isso.
Fico por um momento e olho para o padrão quadrado no tapete
sob meus pés. Estou tonta e desorientada. Fico aqui por mais um
tempo, com os olhos firmes nas traições sujas. Ele a beija e levanta
sua coxa para envolver a dele, um movimento que ele sempre fez
em mim.
Ele gosta de fazer com ela por trás também?
Esse último pensamento traz algo bem no fundo. Não me
lembro de ter chegado até eles, mas o empurro nas costas
enquanto ele a imobiliza contra a parede, cai para frente e olha em
volta, sua expressão é de horror. Antes de saber o que estou
fazendo, dou um soco na cara dele.
As mãos de Melissa voam para sua boca. “Ah meu Deus!” Ela
engasga. “I-isto não é o que parece.” Ela gagueja.
“Sua vagabunda!” Grito, incapaz de me controlar. Pego um
drinque de um homem que passa e jogo em seu rosto, seguido de
um tapa forte em sua bochecha. Ela cambaleia para trás em estado
de choque, sua mão voa até o rosto dolorido.
“Roshelle” Todd chama enquanto agarra meu braço para tentar
me controlar. “Acalme-se.” Ele me puxa para longe de Melissa,
claramente com medo de que eu vá bater nela novamente.
“Não vou me acalmar, porra.” Empurro enquanto as lágrimas
caem. Viro para ele e uma miríade de emoções me enche, mas é
sua traição que rouba minha voz. Tenho tantas coisas que quero
dizer, tantas coisas que escapam do meu cérebro. Meus olhos
procuram os dele e ele tenta agarrar minha mão.
“Não me toque!” Grito enquanto puxo minha mão para longe
dele. “Nunca mais.”
Viro para Melissa. “Pegue suas coisas e saia da minha casa.”
Desdenho.
“Roshelle.” Ela sussurra. “Sinto muito.” Ela balança a cabeça
em descrença. De repente, as paredes começam a se fechar e sei
que tenho que sair daqui.
Tenho que fugir dessa dor.
Vejo uma placa de saída e vou direto para ela sem olhar para
trás. Empurro para o ar frio da noite, a porta bate atrás de mim.

“Cale a boca antes que estoure a porra da sua cabeça!” A voz


de um homem grita.
“Você não tem a porra da coragem.” Alguém zomba em
resposta.
Hã?
Tento me concentrar, apesar das minhas lágrimas, limpo-as
com raiva dos olhos. Está escuro e tem gente aqui. Tento me
concentrar nas sombras à minha frente, então viro e tento abrir a
porta pela qual acabei de sair. Está trancada e não há maçaneta
deste lado. É claramente uma porta corta fogo.
O quê? Onde estou?
As lágrimas escorrem pelo meu rosto.
Um tiro é disparado e um homem cai na minha frente
segurando o estômago. Meus olhos se arregalam de horror quando
entendo a situação que acabo de presenciar sem saber.
O quê?
De repente, estou cercada por cinco homens por todos os
lados. Interrompi algum tipo de negócio.
Ah não.
“Quem diabos é ela?” Um homem grita.
Balanço minha cabeça em pânico. “Não vi nada, juro.”
Empurro o grupo de homens e um deles me agarra pelo
braço. “Preciso de uma bunda limpa esta noite.”
Tento arrancar meu braço de suas garras, mas ele me atinge
com força no rosto com sua arma, a dor ressoa em minha cabeça
como um raio antes de cair no chão.
“Traga-a conosco.” Alguém grita.
“Não, não precisamos dessa bagagem. Deixe-a, ela disse que
não viu nada.”
Eles continuam discutindo.
“Sim, bem, meu pau precisa de uma nova buceta.
Traga-a.” O atirador grunhe.
Sinto meu corpo ser levantado e jogado no espaço apertado do
porta-malas de um carro. “Não.” Sussurro. “Não.” Minha bolsa cai
no chão e vejo alguém pegá-la e jogá-la no carro.
A tampa do porta-malas bate com um baque.
Sinto o gosto de sangue na boca enquanto fico deitada em um
estado semiconsciente no escuro.
A dor na minha cabeça lateja. O que acabou de acontecer?
Levanto as mãos na escuridão e sinto o metal frio que me
envolve.
A realidade da situação soa verdadeira quando o carro começa
a andar e os ouço conversando no banco de trás atrás de
mim. Tudo está nebuloso e minha cabeça dói muito. Sinto algo
quente correr pelos meus cabelos. O que é isso? Levanto a mão e
sinto um corte profundo na cabeça, o sangue gotejante quente e
pegajoso. Que porra é essa? Ah não. Eles vão me matar.
Com o propósito renovado e as mãos abertas, começo a bater
no teto em pânico.
Eles acabaram de matar alguém.
Preciso de uma nova buceta.
Suas palavras passam pela minha cabeça. Ah meu Deus, eles
vão me estuprar antes de me matar, todos os cinco.
Começo a correr minhas mãos freneticamente sobre o metal
que me envolve. Como você sai de um porta-malas?
Existe uma trava? “Socorro!” Grito. “Ajude-me.” Grito enquanto
bato minhas mãos abertas no teto. O carro diminui a
velocidade. Merda! Meus olhos se arregalam.
É isso? Ofego enquanto ouço seus movimentos e ouço o giro
do indicador de mudança do semáforo. Agora! Preciso gritar
agora. Estamos parados, presos no trânsito.
Começo a bater no teto com força. “Ajude-me!” Grito. Levanto
minhas pernas e tento abrir a tampa, mas porra, é tão apertado
aqui. Bato freneticamente no teto e tateio embaixo de mim, agarro
a ponta do tapete. Ferramentas. Tem ferramentas aqui. Meio que
rolo e rasgo o carpete e pego uma caixa de ferramentas de
metal. “Ajude-me. Estou no porta-malas. Estou sendo
sequestrada. Socoooorro!” Grito.
“Cale a boca ou vou aí e calo você.” Uma voz masculina diz de
dentro do carro.
Meus olhos se arregalam. Ah, ele parece assustador.
Realmente começo a pirar. Tenho que sair daqui. Agora.
Luto para abrir a caixa de ferramentas na minha frente no
escuro, mas eventualmente ela se abre rapidamente e uma chave
de roda é arremessada para trás, me acertando bem no nariz.
“Ah, foda-se!” Grito.
Ai, isso dói pra caralho. O impacto traz lágrimas aos meus
olhos e agarro meu rosto. Ah, merda, acho que quebrei meu
próprio nariz. Pego a chave de roda e bato no teto com toda a minha
força. O impacto a faz ricochetear de volta e me atinge direto na
sobrancelha.
“Ahh!” Grito de novo. Sinto um filete quente escorrer pelo lado
do rosto. Se eles não me matarem, estou fazendo um bom trabalho
sozinha aqui.
Continuo bater a chave de roda no teto. Isso deve atrair algum
tipo de atenção. “Ajude-me.” Grito. “Alguém...chame a
polícia. Socorro.”
O carro acelera e sou jogada no porta-malas. O semáforo
muda, o carro vira a esquina e saio voando, espalhando as
ferramentas pelo porta-malas e me atingindo. O motorista vira à
direita como um maníaco e deslizo e bato com a cabeça na lateral.
“Seus idiotas.” Grito, e ouço todos rirem dentro do
carro. Então o veículo faz uma curva à esquerda e escorrego
novamente. Posso ouvir os pneus cantando enquanto o carro
dispara pela rua.
Vou morrer. Ah Deus, vou morrer. Tento agarrar-me ao teto de
metal para me impedir de bater na lateral, mas não consigo e,
quando o carro faz a curva, desmorono na extremidade de metal
duro do porta-malas. As ferramentas estão voando e me
atingindo. Merda. Toco freneticamente à procura da chave de roda
novamente. Posso precisar, mas não consigo encontrar e minha
mão tateia o chão acarpetado.
Onde você está? Onde você está?
Curvo-me e tateio ao longo da outra extremidade do porta-
malas e finalmente sinto o metal duro e frio. Meu coração está
acelerado enquanto o carro sai de controle. Preciso de um plano,
mas qual é o maldito plano?
Pense.
Agarro a chave de roda na minha mão com força total enquanto
tento me impedir de voar. Quem quer que abrir o porta-malas vai
ficar desmaiado com essa filha da puta. Meus pensamentos vão
para Oprah e seu bom conselho para nunca ir para o segundo
local. Não me lembro muito de Oprah, mas sei que ela disse nunca
vá para o segundo local se for sequestrada, lute como uma louca
para escapar porque eles vão te matar assim que você chegar lá.
Ah Deus, isso é ótimo.
Já estou na porra do carro a caminho do segundo
local. Começo a ficar furiosa, tipo, furiosa. Como eles ousam? Tive
uma noite ruim pra caralho e não estou com humor para essa
merda. Após cerca de vinte minutos e sessenta planos de ataque,
o carro diminui a velocidade e passa por lombadas.
Onde estamos?
A adrenalina começa a bombear pelo meu sangue.
Os redutores de velocidade ficam em estacionamentos... isso
deve significar que estamos em um estacionamento deserto.
O carro para e os homens ficam em silêncio. Fecho meus olhos,
sei que é isso.
Puta merda.
Meu coração está martelando e agarro a chave de roda com
uma das mãos e o macaco do carro na outra. Se vou morrer esta
noite, alguém virá comigo. Contorço-me para que meus pés fiquem
voltados para a abertura e puxo-os de volta para o meu peito. Mal
consigo respirar, estou com tanto medo. Seguro minhas armas em
minha mão e espero. As portas do carro se abrem e todo o carro
levanta quando os homens saem.
Onde estamos?
Ouço-os começar a falar como se eu fui totalmente esquecida
e outro pensamento doentio passa pela minha cabeça. E se eles
simplesmente me deixarem aqui?
E se eu simplesmente morrer uma morte lenta no carro, sem
água ou comida? Ah meu Deus.
O que eu faço? O que eu faço?
Fico quieta por cinco minutos enquanto tento pensar até que
não aguento mais.
Dane-se isso. Não estou morrendo sozinha no porta-malas de
um carro em um estacionamento deserto. Coloco minha chave de
roda ao meu lado no chão e bato na tampa do porta-malas. “Ajude-
me. Deixe-me sair.” Chamo.
Os homens ficam em silêncio.
“Apenas tire-a de lá e deixe-a ir.” Alguém diz.
“Vou me divertir um pouco primeiro.” Responde outro.
Não consigo entender o que é dito a seguir, mas todos riem alto
e agarro a chave de roda na minha mão.
Idiotas.
Puxo minhas pernas para trás e, quando o porta-malas é
aberto, chuto com todas as minhas forças e conecto meus pés com
o rosto de um homem, derrubo-o no chão. Salto para fora do porta-
malas e um homem vem até mim. Balanço a chave de roda o mais
violentamente que posso e o bato com força na cabeça, observo
enquanto ele cai. Os outros homens riem de seus dois amigos no
chão. Outro homem vem até mim e bato o macaco do carro o mais
forte que posso e corto seu rosto.
Então corro.
O mais rápido que posso, corro pelo cimento. Está escuro e
estamos em um estacionamento que parece estar perto do
oceano. Posso sentir o cheiro do mar e ouvir as gaivotas. Corro com
dois homens correndo atrás de mim. Não tenho defesa com esses
malditos sapatos de salto alto. Eles me alcançam facilmente e me
derrubam no chão.
“Saia de cima de mim.” Grito enquanto luto e chuto. Um
homem me bate no rosto e eles lutam para me conter enquanto
luto para me livrar de suas garras. São muito fortes.
Arrastam-me do chão, um em cada braço, enquanto chuto e
luto para tentar fugir. Eles lutam comigo na escuridão, me guiam
de volta para o carro.
Um homem está sem a camisa e a segurando contra o rosto
para tentar estancar o sangramento do meu ataque com o macaco
do carro e os outros dois homens assistem.
Um homem está encostado no carro e me observa
atentamente. Olho para ele e ele sorri de volta.
“Deixe-me ir!” Grito enquanto tento quebrar o aperto de gorila
que os dois homens têm sobre mim. Curvo-me e eles lutam. Chuto
novamente e me conecto com o homem à minha esquerda, acerto
suas bolas e ele grita e se dobra. A distração me deixa escapar do
aperto do outro homem e o soco com força no rosto. O homem que
acertei com o macaco vem em seu auxílio e os ajuda a me segurar.
“Você vem com a gente, vadia.”
“Vai ser divertido arrombar ela.” O homem à minha esquerda
ri.
“Foda-se!” Grito enquanto chuto-o nas bolas novamente.
Ele se dobra de dor e o homem encostado no carro ri alto.
Meus olhos olham para ele. Ele é alto, de aparência
assustadora, e todos os outros homens parecem estar olhando
para ele em busca de orientação. Ele é calmo e controlado, não
como eles. É claramente o alfa do grupo.
Seu líder.
Ele sorri enquanto me observa e acende um cigarro como se
estivesse pensando e balança a cabeça.
“Não tenho tempo para essa merda.” Ele suspira.
Chuto e acerto a canela do outro homem, ele grita. “Vou bater
em você em um minuto, vadia.” Ele grunhe. “O que vamos fazer
com ela?” Ele grita com o homem encostado no carro. “Ela está
fora de controle, porra.”
O homem alto dá uma tragada no cigarro, seus olhos caem
para os meus pés antes de se levantar novamente. Ele sorri
sombriamente. “Traga-a.”
Balanço minha cabeça e começo a lutar. “Como você vai,
porra...” Grito enquanto chuto.
Seus olhos prendem os meus, ele sorri e dá outra tragada no
cigarro. Lambe os lábios enquanto seus olhos caem para os meus
seios.
O medo corre através de mim. Começo a ficar animalesca e a
lutar como o inferno.
“Pegue o pano.” Ele diz aos outros dois homens que estão ao
lado dele. O cara desaparece no carro e se arrasta enquanto luto
e chuto os dois homens de cada lado de mim. Ele reaparece com
um pano preto e o segura sobre meu rosto enquanto luto com os
dois homens que estão me segurando.
“Não.” Grito enquanto tento mover minha cabeça para fora do
alcance deles. Não consigo fugir do pano preto que cheira a
produto químico.
Luto.
Luto.
Estou tonta.
Perco a consciência.

Acordo quando uma onda de náusea rola pelo meu estômago


e tento enxugar o suor de minha testa. Não consigo mover meu
braço.
Hã? Puxo meu braço, mas ele não se move, e olho por cima da
minha cabeça para ver que está amarrado a um poste.
Luto e olho para o meu corpo. Horror brilha em mim. Ah! Meu
Deus.
Estou amarrada a uma cama pelas minhas mãos.
Meus olhos piscam nervosamente ao redor do quarto enquanto
tento me concentrar. Vejo o homem alto encostado em uma
cômoda no canto, completamente sem camisa. Ele está olhando
minha carteira na minha bolsa.
Que porra é essa?
Começo a lutar freneticamente. Tenho que sair daqui. Balanço
todo o meu corpo para tentar afrouxar as amarras. “O que você
quer?” Choro.
Ele me ignora e tira minha licença da minha carteira. Ele a
levanta e lê.
“Roshelle Meyers.” Ele murmura.
“Saia das minhas coisas.” Falo.
Ele olha para cima e sorri, caminhando em minha direção ele
se ajoelha ao meu lado na cama. “Eu já estive em suas...”
Ele hesita e passa os dedos pelo meu sexo aberto e em seguida,
os coloca em sua boca. “Coisas”, ele responde secamente,
arqueando as sobrancelhas.
Sua mão viaja lentamente pelo meu torso. Pega meu seio e
depois se curva e leva-o à boca. “Gosto deles.” Ele sussurra em
meu seio.
Franzo o rosto e balanço a cabeça. “Por favor...pare com isso.
Por favor”, imploro.
Ele balança a cabeça enquanto corre os dedos de volta para o
meu sexo e os desliza pela minha carne lubrificada. Estou
molhada.
Fiz sexo? “Você fez...” Hesito.
Seus olhos escuros dançam de alegria. “Minha língua sim.”
Meus olhos se arregalam de horror.
Ele se curva e beija meu sexo e pulo na cama para tentar tirá-
lo de mim.
“Não pude evitar.” Ele sussurra. “O cheiro doce de uma buceta
aberta para o meu olhar é algo que não posso resistir. Você gostou,
aliás.” Ele deita ao meu lado na cama e se apoia no cotovelo. Olha
para mim quando sua mão desliza pelo meu corpo para segurar
meu seio. “Vamos pegar uma coisa certa.” Ele zomba.
Viro minha cabeça para que não tenha que olhá-lo e ele agarra
meu rosto para que eu possa encará-lo.
“Sou o chefe aqui.”
Olho para ele.
“Você faz o que eu quiser, quando eu quiser.”
“O caralho que faço.” Sussurro com raiva.
Ele sorri um sorriso maligno. “Se o que quero é meu pau
dividindo sua bunda virginal em dois...então é minha decisão. Não
sua porra.”
Engulo o medo na minha garganta enquanto seus olhos frios
seguram os meus.
“Vá para o inferno.” Sussurro.
“Sou o guardião do portão do Inferno, baby. Bem-vindo a
casa.”
Capítulo 2

Seus olhos seguram os meus antes que se levante


e coloque uma camiseta sobre a cabeça e feche o zíper do jeans. Ele
caminha em direção à porta.
“Onde…onde você vai?” Gaguejo.
“Sair.” Ele grunhe.
Olho ao redor do quarto frio. “Você não pode me deixar aqui
assim. Por favor. Por favor, deixe-me ir. Desamarra-me.” Balanço
minha cabeça em pânico. “Não direi nada a ninguém. Juro, não
vou.”
Seus olhos seguram os meus por um momento antes de ele se
virar em direção à porta novamente.
“Estou com frio. Por favor. Deixe-me vestir algumas roupas.”
Imploro.
Sem uma preocupação ou um pingo de remorso, ele
desaparece porta afora. Faz um clique quando gira a chave do lado
de fora.
Silêncio.
O som da minha respiração estremece no ar. Ofego enquanto
tento controlar meu batimento cardíaco irregular. Lágrimas
petrificadas de desespero rolam pelo meu rosto.
O que faço agora?

O brilho de uma pequena lâmpada é a única luz na grande sala


e já se passaram horas desde que meu captor foi embora. À direita
da porta há uma porta deslizante que suponho que leva a um
banheiro. Posso ver o reflexo de uma toalha pendurada no
espelho. Uma pequena mesa, abajur e cadeira estão no canto e um
pequeno sofá de dois lugares está ao pé da cama. O quarto é frio e
nada acolhedor. As paredes são pintadas de um cinza escuro, e
tenho a estranha sensação de que o quarto está se movendo. Sei
que não pode ser, deve ser as drogas que me deram para me
nocautear. Parece que é quase manhã, embora perdi
completamente a noção do tempo. Ouço uma comoção do lado de
fora e então a chave gira na porta.
Ah não. Ele voltou. Minha frequência cardíaca acelera e paro
de respirar enquanto vejo a porta abrir lentamente. Ele aparece e
acende a luz, sorri sombriamente enquanto seus olhos examinam
meu corpo.
“Lar Doce Lar.” Ele sorri.
Idiota de merda.
Viro minha cabeça para longe dele e olho para a parede. Não
consigo nem olhar para esse monstro. De repente, um grupo de
homens bêbados tropeça no quarto atrás dele e franzo o rosto de
medo. O cheiro de álcool é forte e sei que eles estão aqui para se
revezar.
“Viemos para a nossa sobremesa.” Um dos homens sorri
enquanto abre o zíper da calça jeans.
Todos começam a assobiar enquanto um apalpa meu seio e
outro coloca a mão entre minhas pernas.
“Não” Sussurro. “Por favor, não.”
“Tirem as mãos.” O homem alto rosna. “Saiam.”
“Foda-se, cara. Você teve sua diversão. É a nossa vez.” Ele
abre o zíper da calça e segura o pau acima do meu rosto.
O homem alto empurra-o para longe de mim. “Eu disse... dê o
fora. Não estou compartilhando. Já disse.”
Outro homem pega meu seio em sua boca e o cara alto
empurra-o para o chão com violência e chuta enquanto ele está
caído. Outro se lança sobre meu corpo e o cara alto dá um soco
forte no rosto. Todos começam a discutir.
“Trouxemos ela aqui para todos nós.” Grita um homem.
“As regras mudaram. Saiam!” Ele diz com raiva enquanto
empurra um homem em direção à porta.
Outro homem faz uma última tentativa para me tocar e o cara
alto fica furioso e lhe dá três socos no rosto com força. Depois de
muitos empurrões e discussões, os homens finalmente vão
embora. Ele tranca a porta atrás de si e depois se volta para mim.
Permito-me respirar e então vejo um flash de excitação em seu
rosto e meu alívio é de curta duração.
Agora ele vai se divertir.
Estou enjoada.
Não posso fazer isso.
Ele caminha até o lado da cama e me encara.
Olho para ele com a visão turva.
“Drogue-me.” Sussurro enquanto viro minha cabeça para
longe dele. “Nocauteie-me.”
“Você não quer me divertir?” Ele pergunta categoricamente.
Engulo o nó na garganta enquanto olho para a parede, as
lágrimas escorrem pelo meu rosto. Não posso acreditar que ele
acabou de me perguntar isso.
Viro para olhar para ele e meus olhos frios prendem os
dele. “Se você acha que estar amarrada a uma cama é a fantasia
de toda mulher, é tão burro quanto parece.” Zombo.
Seu rosto permanece sem emoção. Ele se curva e começa a
desamarrar um dos meus pés. Afrouxa e só quero chutá-lo na
cabeça.
Pare com isso. Espere até estar completamente livre, lembro a
mim. Ele se move para o meu outro pé e o desamarra, trago minhas
pernas junto instantaneamente. Ai, estou dolorida de ficar esticada
por tanto tempo. Espero pacientemente enquanto ele desfaz um
pulso e então se move para o outro e me liberta completamente.
Sento e imediatamente pego o cobertor para cobrir meu corpo.
“Onde estão minhas roupas?” Sussurro de vergonha.
Ele dá de ombros, vira o rosto para longe de mim e tira a
camisa pela cabeça. “Não sei. Não me importo. Saia.” Ele fala
comigo.
O ódio escorre por todos os meus poros. Incapaz de me ajudar,
eu o empurro com força nas costas. “Quem diabos você pensa que
é?” Estalo.
Ele se volta contra mim como o próprio diabo e instintivamente
recuo para longe dele.
“Tenha muito cuidado, senhorita...” Ele faz uma pausa para
causar efeito. “Roshelle.”
“É assim que você consegue suas diversões
patéticas? Raptando e estuprando meninas?” Murmuro.
Seus lábios se curvam em desgosto. “Não se iluda.”
Olho para ele.
“Você não tem o que quero.” Ele sorri sarcasticamente
enquanto seus olhos caem pelo meu corpo nu e tento me cobrir
com as mãos. “Gosto que minhas mulheres sejam...” Ele faz uma
nova pausa. “Mulheres.”
Meu coração afunda.
De todas as coisas que ele poderia dizer.
Suas palavras me cortam como uma faca e meus pensamentos
vão para Todd, meu namorado...ex-namorado, agora. Obviamente
não era mulher o suficiente para ele também. Abaixo minha cabeça
enquanto a tristeza rouba o ar dos meus pulmões. Apenas cale a
boca e saia daqui. Ele abaixa a calça e sua grande ereção pende
pesadamente entre as pernas. Ele entra no banheiro e liga o
chuveiro.
Fico parada enquanto tento recuperar algum tipo de
compostura. As lágrimas correm pelo meu rosto. Nunca fui tão
humilhada em toda a minha vida.
Um estuprador não me quer.
Ele pula no chuveiro e sob a água, de costas para mim, vejo
que é enorme e musculoso e suas costas estão cobertas de
tatuagens. Se ele quisesse me matar com as próprias mãos...
poderia.
Não tenho chance contra ele.
Ando pela sala em busca das minhas roupas. Tenho que dar o
fora daqui. De repente, frenética, abro uma gaveta e rapidamente
puxo a camiseta sobre a minha cabeça enquanto ele sai do
banheiro. Merda, foi o banho mais rápido da história.
“Aonde você vai?” Ele pergunta enquanto seca os cabelos com
a toalha.
“Casa.” Digo enquanto puxo o short.
Ele levanta uma sobrancelha. “Você é uma boa nadadora?”
Franzo a testa. “O que isso significa?”
“Estamos a oitenta quilômetros da costa.”
Hã? Franzo a testa.
“Você está em um navio contêiner.”
Começo a olhar ao redor em pânico. “O-o que você quer
dizer?” Gaguejo. Oh! Meu Deus.
Corro para a porta da cabine e balanço a maçaneta. “Deixe-
me sair. Deixe-me sair.” Choro.
Ele abre a porta. “Divirta-se com a equipe.” Ele me empurra
para fora e bate a porta atrás de mim.
Meus olhos vão de um lado para o outro enquanto tento me
concentrar em meus arredores, tudo de metal. Está escuro, com
apenas uma fileira de pequenas luzes laranja no chão ao longo da
parede. À esquerda está um corredor largo que deve ter pelo menos
cem metros de comprimento e posso ver uma grande sala
iluminada no final. Barulho e risos ecoam pelo corredor. Posso
ouvir o riso alto dos homens. Ah Deus, esses são os animais que
estavam no meu quarto. Olho para a direita e vejo uma placa de
saída. Tenho que sair daqui. Rapidamente atravesso o corredor
para a segurança da escuridão e subo em direção à placa de saída.
Ele está mentindo.
Ele tem que estar mentindo. Não estou em um barco. Não
posso estar em um barco.
Subo os três lances de escada na ponta dos pés como um rato
até chegar a grandes portas duplas com pequenas janelas
redondas. Espio e meu coração afunda.
Está escuro e chovendo e, pelo que posso ver, os contêineres
estão empilhados a quilômetros de altura uns sobre os outros.
Oh meu Deus, o que faço?
Recuo enquanto penso. Sei de uma coisa com certeza: se eu
ficar neste navio, estarei morta antes de ver a terra novamente.
Foda-se isso. Irrompo pelas portas e corro para fora na chuva
torrencial enquanto olho freneticamente ao redor. Corro para o
lado do navio e olho para o lado...água até onde posso ver.
Com o coração martelando no peito, corro para o outro lado do
barco...água até onde posso ver. Olho para trás e vejo uma torre
com luzes acesas e sei que o capitão deve estar lá. Ele terá um
rádio.
Sim.
Ele vai me ajudar.
Corro em direção à torre de vigia e tropeço em uma grande
corda que se levanta do convés de metal, saio voando e caio no
chão duro.
Fico por um momento na chuva enquanto o desespero me
preenche. Não posso fazer isso. Não sou forte o suficiente para
passar por isso.
Minha cabeça dói de mais cedo e me sinto desorientada. Não
preciso dessa merda.
O que vou fazer? Não tenho ideia de como vou sair deste navio.
Como eles colocaram uma garota inconsciente em um convés
de embarque pela alfândega? O que diabos está acontecendo com
nossa proteção de fronteira? Com um propósito renovado, levanto
e começo a caminhar em direção ao centro de controle. Alguém de
lá vai me ajudar. Sei que eles vão. Eles têm telefones e podem pedir
ajuda. Abro a porta e sou saudada por outra grande escada de
metal. Subo os degraus de dois em dois até chegar ao topo. Olho
em volta nervosamente e vejo um homem sentado atrás do centro
de controle do barco.
“Olá.” Faço uma pausa. “Pode me ajudar?” Pergunto.
O homem se vira e meu rosto cai. Ah Deus, é o homem que
tentou me estuprar na cama lá embaixo. Recuo com medo e ele
pega o rádio.
“Ele terminou. Ela está fora do quarto dele.” Ele desliga e sorri
sombriamente enquanto seus olhos famintos descem pelo meu
corpo.
Ah meu Deus do caralho, ele acabou de chamar os outros
homens. Viro e corro.
Corro pelas escadas de dois em dois para salvar minha vida e
posso ouvir homens gritando à distância.
Não, não.
Corro o mais rápido que posso, atravesso as portas e volto para
o convés. Corro para o lado e me escondo atrás de um dos
contêineres. A chuva está caindo muito forte.
Ouço as portas duplas se abrirem e todos os homens gritam
com entusiasmo. “Ela está aqui em algum lugar. Encontre-a.”
Estou quase caindo no sono quando ouço uma comoção
do lado de fora no corredor. Os rapazes estão todos gritando.
Eu a ouço gritar.
Eles a encontraram.
Rolo e balanço minha cabeça enquanto a inquietação
passa por mim. Ela grita de novo e ouço um dos homens gritar
de dor. Sorrio. Ela obviamente acabou de machucar alguém.
Vadiazinha mal-humorada, tenho que admitir.
Começo a adormecer novamente e a ouço gritar de dor.
Franzo a testa. Pelo amor de Deus, não preciso dessa
merda. Estou cansado.
Por mais dez minutos, cochilo, e então o som de uma
batida frenética na porta me acorda.
“Ajude-me. Ajude-me!” Ela grita enquanto a maçaneta da
porta balança freneticamente.
Vá embora.
Fecho meus olhos novamente.
“Ele não vai te ajudar, porra.” Ouço Ian gritar. Os cabelos
da minha nuca arrepiam. Porra odeio esse cara.
Rolo em minhas costas e fico olhando para o teto através
da escuridão com minhas mãos atrás da cabeça enquanto
ouço.
Ouço-a lutar com dificuldade contra o grupo de homens
no corredor. Ela é uma gata do inferno, sim.
Deveria ter deixado eles a matarem. Seria bem menos
dramático.
Não tenho tempo nem energia para essa merda. “Por
favor. Não.” Ela chora.
Puta que pariu. Irritado, pulo e coloco meu short. Fico
atrás da porta com minhas mãos no quadril enquanto ouço
por um momento.
“Ah, vou dar-lhe isso.” Ian grunhe. “Vai pagar por isso
vadia.”
É isso. Ele não vai tê-la. Abro a porta com pressa e os
meninos erguem os olhos de seu lugar no chão, onde lutam
para segurá-la.
“Saia de cima dela.” Digo.
“M-mac.” Ian gagueja enquanto olha para cima. “Você
não a quer.”
Olho para ele.
“Nós queremos.” Mike responde. “Ela está pronta. Você
já terminou com ela.”
Volto minha atenção para o fodido irritante. “Dê-me
uma razão para matar você. Faça a porra do meu dia.”
Rosno.
Ele estreita os olhos para mim.
“Deixe-a.”
Eles se levantam e a deixam levantar do chão e ela
praticamente pula em mim e joga os braços em volta do meu
pescoço para proteção. Está molhada e com frio e tremendo
de medo. Minha mão instintivamente envolve sua cintura.
Olho para meus companheiros de tripulação. “A próxima
pessoa que tocar essa garota vai morrer, porra. Vocês estão
me ouvindo?”
“Isso é uma ameaça?” Ian zomba.
Agarro-o pelo pescoço e aperto com força enquanto bato
sua cabeça contra a parede de metal atrás dele. “Essa é uma
promessa do caralho, buceta.”
Todos os homens dão um passo para trás e se entreolham.
“Não me irrite, porra!” Grito.
Eles dão mais um passo para trás, abro a porta para jogá-
la no meu quarto, enquanto Ian faz outra tentativa
desesperada de agarrá-la. Fecho a porta atrás dela e então
viro e dou um soco forte e ele se dobra de dor enquanto agarra
seu rosto.
Então me volto para Mike. “Quem é o próximo? Você quer
vir para mim, porra. Vamos?”
Os fracos recuam e começam a caminhar de volta
pelo corredor. Assim como pensei que iriam...caralhos
covardes.
Entro no meu quarto, fecho a porta atrás de mim antes
de virar para vê-la deitada na cama em posição fetal,
chorando.
Fecho meus olhos em aborrecimento. Foda-se essa merda.

Ofego e tremo incontrolavelmente. Estou deitada na cama e as


lágrimas não param.
Nunca estive tão assustada em toda a minha vida.
Ele volta para dentro e fica parado ao pé da cama por um
momento enquanto me observa. Em seguida, desaparece no
banheiro e liga o chuveiro.
Estremeço e tremo, incapaz de controlar isso. Estou tão fria.
Ele reaparece e me observa por um momento. “Entre no
chuveiro.” Exige.
Não consigo me levantar, o tremor é tão violento.
Depois de observar por um momento, ele me pega e leva para
o banheiro e agarro em seu pescoço para proteção. As lágrimas
correm pelo meu rosto.
“Pare de tremer.” Ele diz, irritado.
“Não posso...não consigo evitar.” Gaguejo. Meus dentes batem
e os estremecimentos pelo meu corpo são violentos.
“Cristo” Ele murmura, e com uma expiração, entra sob a água
comigo pressionada contra ele. Meus braços estão em volta do seu
pescoço e ele me segura como uma noiva.
Ele não fala e por muito tempo ficamos debaixo da água quente
enquanto me agarro a ele. Eventualmente, meus tremores
diminuem. Não sei se é o choque ou se estou fisicamente exausta
de tanto lutar, mas luto para ficar acordada. Meus olhos
continuam fechando sozinhos.
“Você aguenta?” Ele pergunta enquanto me coloca no chão.
Concordo com a cabeça tristemente enquanto meus pés tocam
o piso frio e duro do chão.
“Vamos tirar essas roupas molhadas de você.”
Meus olhos assombrados encontram os dele. É isso? É esta a
parte em que perco toda a dignidade?
Ele se inclina e tira a camiseta pela minha cabeça e desliza o
short pelas minhas pernas.
Estou diante dele totalmente nua.
“Você está machucada?” Pergunta enquanto inspeciona o
corte em minha cabeça. Não respondo, apenas penduro minha
cabeça e deixo a água quente correr sobre mim, espero que ela leve
embora este pesadelo de eventos. “Parece que vai ficar tudo bem.”
Ele diz enquanto inspeciona o ferimento do cabo da pistola.
Meus braços estão pendurados ao meu lado. Estou
absolutamente derrotada. Não tenho forças para lutar contra
ele. Sei disso.
Ele sabe disso.
Ele tira sua camiseta pela cabeça e meus olhos
lacrimejam. Aqui vamos nós.
Ele desliza lentamente seu short molhado por suas pernas e
meus olhos caem para sua virilha. Ele está duro.
Fecho meus olhos de dor.
Ele me puxa de volta para seu grande peito nu e ficamos
parados sob a água por um longo tempo. Posso sentir sua enorme
ereção pressionada contra meu estômago.
A próxima coisa que sei é que sou enrolada em uma toalha e
carregada para a cama. Ele me seca com cuidado, puxa os
cobertores e deita. Posso sentir seus olhos famintos escanearem
minha carne enquanto deito nua em sua cama. A mesma cama em
que, poucas horas atrás, ele me amarrou.
Tento lutar contra isso, mas meus olhos continuam fechando
por conta própria.
“Vá dormir.” São as últimas palavras que ouço.

Acordo sozinha e sento sobressaltada. O quê? Isso foi um


pesadelo? Então sinto a dor disparar na minha cabeça e olho em
volta para a lata de metal frio em que estou e meu coração para.
É verdade. Ah Deus, é verdade.
“Olá?” Chamo. Ele está aqui? Talvez esteja no
banheiro? Levanto meio grogue e vou para o banheiro. Estou tão
dolorida. Cada músculo do meu corpo parece que foi arrancado dos
ossos. O banheiro está vazio, sento na cama. Que diabos vou fazer?
Franzo a testa enquanto tento lembrar como a noite passada
terminou.
Nem me lembro de ter adormecido.
Estou nua e corro meus dedos pelo meu sexo para ver se estou
molhada. Eu fiz sexo? Ele fez sexo comigo enquanto estava
inconsciente?
Tenho uma visão de como ele estava duro no banho e meu
estômago embrulha. Claro que fizemos sexo. Homens como ele
pegam o que querem, quando querem.
Eles o chamam de Mac.
Vou até uma vigia e fico na cama para espiar por ela. A vista
está cerca de um metro acima do nível do mar e posso ver o mar
batendo de perto enquanto a chuva cai.
Puta que pariu, isso é um pesadelo.
Caio de volta na cama e olho ao redor. Preciso de uma
arma...mas realmente serei capaz de matar dez homens? Mesmo
se eu fizer isso, quem irá conduzir o navio de volta à costa?
Solto um suspiro derrotado e me levanto, volto às gavetas para
pegar um suéter grande e colocá-lo. Este navio está congelando.
A porta se abre e recuo. É ele.
Seus olhos seguram os meus e ele abaixa a cabeça em
reconhecimento.
Aceno e deixo meus olhos caírem.
Ele coloca um prato de comida na mesa. “Coma.” Murmura.
Fico em uma posição sentada na cama e ele se vira e coloca as
mãos no quadril enquanto me observa. Pela primeira vez desde
minha captura, dou uma boa olhada nele. É alto, talvez um metro
e noventa, musculoso, com cabelos loiros mel que tem cerca de
sete centímetros de comprimento e cachos nas pontas. Sua pele é
bronzeada e seus olhos grandes são castanhos. Em qualquer outra
circunstância, ele seria bonito. Agora sei que isso está longe de ser
verdade. As aparências enganam. Ele é um criminoso assassino.
“Fique no quarto.” Murmura.
Meus olhos encontram os dele.
“Você está segura aqui.”
Fico olhando para ele, nem sei como responder a essa
declaração.
“Mantenha a porta trancada...” Ele faz uma pausa por um
momento. “Ou eles virão buscar você.”
Não respondo.
“Responda-me.” Diz com raiva.
“Sim.” Concordo.
Ele se vira e com um último olhar persistente, sai e ouço o
clique da porta quando tranca atrás de si.
Sento no quarto meio escuro por um momento enquanto tento
processar o que acabou de me dizer. Mantenha a porta fechada ou
eles virão me buscar. Estou segura neste quarto, mas não o
suficiente. Ele me disse que não sou mulher o suficiente para
ele. Pela primeira vez, meus pensamentos vão para Todd e Melissa,
que provavelmente estão no auge da paixão agora. Eles nem sabem
que estou desaparecida e provavelmente pensam que apenas fui
para algum lugar com raiva. A tristeza me preenche quando
percebo que eles provavelmente nem se importariam se eu fizesse.
Enrolo-me como uma bola em sua cama fria e dura de prisão
e me permito chorar.
Nunca me senti tão sozinha.
Acho que finalmente cheguei ao fundo do poço.

Acordo quando sinto a cama afundar. Abro meus olhos


sonolentos para ver Mac sentado na cama ao meu lado. Pela
iluminação, posso dizer que está escuro e ele ficou fora o dia todo.
“Você não comeu.”
Olho para longe dele e para a parede.
Ele se levanta, vai para o banheiro e toma banho. Ainda assim,
enfrento a parede.
Não tenho palavras. Nada a dizer a ele, de qualquer maneira.
Ele volta para o quarto com uma toalha na
cintura. “Chegaremos a Porto Rico em vinte e oito dias. Você pode
descer lá.”
Rolo em minhas costas, viro para encará-lo e franzo a testa em
questão.
Ele deixa cair à toalha para se vestir e, sem pensar, meus olhos
examinam seu corpo antes de desviar meu olhar.
“Você estará por sua conta quando chegarmos lá, no
entanto. Não quero ter nada a ver com isso.” Ele diz.
Balanço minha cabeça. Típico. Que tipo de homem sequestra
uma garota e a deixa sozinha em um cais em Porto Rico?
“Eu vou jantar.” Afirma, enquanto puxa a calça em volta da
cintura.
Meus olhos prendem os dele enquanto o ódio escorre por todos
os meus poros.
Foda-se você.
Ele aponta para o prato de comida fria na mesa. “Você sabe
onde está o seu.”
Rolo meus olhos e viro minhas costas para ele e enfrento a
parede novamente.
Ouço o clique da porta quando ele sai.

Sinto-me mais humana depois de comer e tomar banho. Estou


deitada de costas para a porta quando o ouço entrar. A lâmpada
na mesa está iluminando o quarto e ele já saiu há algumas horas.
Rolo em minhas costas e olho para ele.
“Você comeu?” Pergunta.
Concordo.
Ele tira a roupa e fica de cueca e depois vai para o
banheiro. Lava as mãos e então o ouço escovar os dentes. Ele então
vem e sobe na cama ao meu lado.
Ficamos em silêncio por um longo tempo.
Finalmente, ele o quebra. “Por que você estava chorando?”
Franzo a testa para ele na escuridão.
Ele deita de lado, de frente para mim, e mexe no
cobertor. “Quando você saiu da boate para a doca dos fundos...
por que estava chorando?”
Hesito antes de responder. “Não gostei da música que eles
estavam tocando.” Sussurro na escuridão.
Ele não questiona minha mentira e não explico.
Capítulo 3

Mac está lendo na cama enquanto sento à mesa. Não nos


falamos. Quer dizer, o que poderíamos ter a dizer um ao
outro? Infelizmente para mim, houve um desenvolvimento
estranho. Um elefante mudou para o quarto. Ele é grande e rosa e
cheira muito a química sexual. Não é. Sei que não. Não pode ser,
mas quando ele olha para mim, por algum motivo, meu coração
estúpido dispara.
Ele pode sentir isso?
Pode sentir a maneira como meu corpo está reagindo ao
dele? É muito desconfortável, especialmente nesta situação. Quer
dizer, estamos dormindo na mesma cama. O pior de tudo é que
estou começando a querer puxar conversa. Mesmo sabendo que é
porque não há mais ninguém e é da natureza humana querer se
comunicar é inquietante.
“Vou dormir.” Ele anuncia antes de se levantar. Lentamente
tira sua camiseta pela cabeça. Instintivamente, meus olhos caem
em seu torso antes de me segurar e desviar o olhar. O calor de seu
olhar penetra no ar e olho para cima para encontrar seus olhos
escuros fixos nos meus.
A eletricidade passa entre nós e meu coração começa a bater
forte no meu peito. Ele cerra os punhos enquanto eles pendem ao
lado do corpo, como se tentasse se controlar. Ar... não há nenhum
ar aqui. Por um longo tempo, no silêncio, nossos olhos ficam
firmemente travados.
Ele é tão...masculino.
Não posso acreditar nisso.
Que pesadelo. Toda essa situação me enoja. Entro no banheiro
e no chuveiro enquanto tento acalmar minha ansiedade.
Não preciso dessa merda.

Ando para frente e para trás no quarto que tem sido minha
prisão nos últimos quatro dias. Ele tranca a porta atrás de si pela
manhã e não volta até tarde da noite, voltando apenas para me
trazer comida. Meu único consolo é que não me toca quando
volta. É um ambiente tóxico e tenho certeza de que se ficar aqui
por mais vinte e quatro dias ficarei louca. Quanto mais penso sobre
isso, e penso muito sobre isso, mais sei que preciso tentar chamar
alguém para obter ajuda. Testemunhei um assassinato e não há
nenhuma maneira no inferno que irão me deixar ir embora de tudo
isso. Sou uma testemunha que ainda está viva e isso me torna uma
grande ameaça. Talvez irão me empurrar para o mar depois de se
divertirem...ninguém jamais saberá.
O crime perfeito.
Minha mente vai para Melissa e Todd. Tenho certeza de que
estão cientes de que estou desaparecida agora e meu sangue ferve
pensar que eles sabem que sei que são uns idiotas. Aposto que
acham que estou deitada em um hotel com o coração partido em
algum lugar à beira do suicídio.
Fodidos estúpidos.
Estou furiosa, não com o coração partido. Não poderia me
importar menos com os dois.
Suponho que essa seja provavelmente a única coisa boa que
resultou de tudo isso. Ganhei uma nova perspectiva de vida.
Pessoas que fodem você simplesmente não valem a pena.
Cansei de ser um capacho. Estou farta de amizades falsas e
namorados desprezíveis cujos cérebros estão em seus
paus. Quando sair desse navio, vou chutar alguns traseiros sérios,
e Todd e Melissa estão no topo da minha lista de merda.
Primeiro, preciso pensar em uma maneira de chegar à torre de
controle.
Deixar este quarto despercebida não vai ser fácil. Debati todos
os planos de fuga possíveis e todos eles parecem muito
arriscados. Não tenho certeza do quanto qualquer coisa é um risco,
porém, já que parece que perdi toda a perspectiva sobre essa
situação.
Ouço a chave girar na fechadura, a porta se abre e ele
aparece. Tendo acabado de terminar o trabalho do dia, seus
cabelos estão bagunçados e ele tem o que parece ser graxa de
motor no rosto.
Franzo a testa quando o vejo. Ele normalmente não fica assim
quando chega em casa do dia de trabalho.
“O que você faz neste barco?” Pergunto.
Seus olhos se voltam para mim surpresos por estar me
dirigindo a ele.
“Sou Engenheiro Náutico.” Responde.
Meu rosto desaba de surpresa. Bem, me derrube. Levanto
minhas sobrancelhas. “Você?” Questiono.
Ele torce o lábio. “O que isso deve significar?”
Cruzo meus braços na minha frente e levanto uma
sobrancelha em questão. “Nada.”
Seus olhos seguram os meus.
“Eu só não achei que você tivesse muito cérebro, só isso.”
Murmuro baixinho.
Ele balança a cabeça, impressionado. “Ia levar você para a
sala para jantar essa noite.” Ele tira a camisa pela cabeça e meus
olhos caem para seu peito forte e largo. “Mas vendo que está sendo
uma espertinha, pode ficar aqui sozinha de novo.” Ele desaparece
no banheiro e ouço o chuveiro ligar.
Ele vai me matar. Minha mente começa a funcionar. Ele vai me
matar. E se eu sair com ele e de alguma forma escapar por um
minuto para pedir ajuda? Isso funcionaria?
Olho para o banheiro. Ele está nu. Nada de novo, ele se despiu
na minha frente à semana toda. Começa a esfregar o sabão em si
mesmo e meus olhos piscam entre suas pernas. Porra, ele é
enorme. Nunca vi um homem assim e quanto mais penso nisso,
mais duvido seriamente que tenha me estuprado. Ficaria dolorida
se ele tivesse e não estou.
Ele olha para cima e viro meus olhos para baixo para fingir que
não estou olhando e quando lentamente olho para cima, sorri
amplamente.
“Gosta do que está vendo?” Ele pergunta.
Olho para ele, impassível. “Não. Na verdade, gostaria de
arrancar meus olhos.”
“Por que está olhando então?” Sua mão ensaboada acaricia
seu pau enquanto ele lava.
“Não estou.” Murmuro distraída por sua mão balançando.
“Meu pau é melhor do que parece.” Ele sorri enquanto se lava.
Engulo o nó de nervosismo na minha garganta e meus olhos
caem para o chão para impedir meus olhos rebeldes de
assistirem. Fico olhando para o piso no chão por um tempo
enquanto espero por ele. “Onde é o jantar?” Pergunto. Preciso ser
legal e fazer com que ele me leve para sair. É a única pessoa que
pode me tirar deste quarto sem ser notada.
“Temos um grande dormitório e área de entretenimento na
outra extremidade do barco.”
Franzo a testa enquanto penso. “Quantas pessoas trabalham
neste navio?” Pergunto.
“Você está muito faladora esta noite.” Ele responde secamente.
Deus, muito, muito rápido. Não falei com ele a semana toda e
agora estou engasgando. Ele tem razão. Preciso me acalmar e usar
minha cabeça. Fico em silêncio por um tempo.
“Vinte e quatro.” Ele finalmente responde.
Penso por um momento. Realmente não consigo me lembrar
de quantos homens estiveram envolvidos no ataque a mim na outra
noite e sinto minha apreensão aumentar apenas com a lembrança
disso. Talvez eu deva apenas ficar aqui. Não suporto a ideia de
enfrentá-los. Levanto e sento na cama. Poucos minutos depois, ele
entra no quarto e deixa cair a toalha para se vestir. Seus cachos
molhados caem sobre seu rosto e sua pele bronzeada tem um
brilho de seu banho. Ele cheira a sabonete. Inferno de merda.
“Você tem que ficar nu o tempo todo?” Digo, agitada com sua
boa aparência. “Não quero ver o seu lixo.”
“Estou me vestindo e, para constar, você estava verificando
meu lixo no chuveiro.”
Franzo o rosto de horror. “Não estava.”
“Você estava.”
Estreito meus olhos. “Tanto faz.”
Ele sorri maliciosamente e pega uma cueca preta justa. Vejo
em câmera lenta enquanto se curva e puxa para cima em suas
pernas e reajusta seu pau.
Humm.
Ele pega sua calça jeans escura e uma camiseta azul clara, e
depois de se vestir, senta na cama para calçar os sapatos. Eu o
observo em silêncio.
“Você quer vir ou não?” Ele pergunta.
“Será...” hesito.
“Será o quê?”
“Eles estarão lá?”
Ele acena com a cabeça enquanto amarra um sapato.
“Ah.” Faço uma pausa. “Provavelmente não então.”
“Eles não vão machucar você.” Meus olhos procuram os
dele. “Eu estarei lá.” Responde.
Fico parada, não sei se consigo honestamente me obrigar a sair
do quarto. Eles me apavoram.
Ele se levanta. “Tudo bem, fique à vontade. Fique aqui.”
Merda, preciso ir para a torre de controle. Fico abruptamente
em pânico. “O que eu vestiria?” Gaguejo agitada.
Seus olhos caem para o meu traje de sua calça larga de pijama
e camiseta. Franze a testa como se estivesse pensando. “Venha
comigo.”
“Onde? Aonde vamos?” Pergunto enquanto torço minhas
mãos nervosamente na minha frente. “Isso é um truque?”
Sussurro.
Ele franze a testa. “Um truque para quê?”
Engulo o nó na minha garganta enquanto meus olhos piscam
para a porta. “Para me entregar a eles?”
Ele balança a cabeça, irritado. “Não. Se eu quisesse entregar
você, simplesmente entregaria você.”
Meus olhos estão nos dele. Por que não vai me entregar? Não
entendo nada disso.
Quais são seus planos para mim?
“Vem ou não?” Ele pergunta novamente.
Inferno sangrento, esta pode ser minha única chance de sair
deste navio com vida. Aceno rapidamente antes de mudar de ideia.
Ele abre a porta e sai para o corredor e espio o batente da
porta. Meu coração começa a martelar.
“Você vem?” Ele pergunta.
Sigo-o hesitantemente enquanto ele caminha pelo corredor em
direção ao grande salão onde ouvi a festa vindo da outra
noite. Chegamos a um conjunto de escadas e franzo a testa para
ele.
“Aqui em cima.” Ele aponta para a escada.
Oh meu Deus. Para onde ele vai me levar? Meu coração vai ter
uma parada cardíaca a qualquer momento. Chegamos ao andar
acima de nós e ele caminha pelo corredor e bate em uma
porta. Meus olhos se arregalam e dou um passo para trás. Ah
não. O que ele está fazendo?
A porta se abre e uma linda garota loira está diante de nós.
“Oi, Mac.” Ela sorri sensualmente.
“Oi, Chels.” Ele gesticula para mim e seu rosto franze. Cruzo
meus braços nervosamente na minha frente. O que uma garota
está fazendo neste navio de terror? “Você tem alguma roupa que
possa emprestar?” Ele pergunta.
Ela me olha de cima a baixo e murcho no local. Quem é? Ela
hesita por um momento. “Sim, acho.” Ela abre a porta e gesticula
para que entremos.
Ele agarra minha mão e me leva para o quarto
dela. Nervosamente olho ao redor enquanto me agarro firmemente
em sua mão. Há espelhos na parede e um lustre de renda chique
que pende baixo. Uma cama grande. O quarto é feminino. Hã? Ela
mora neste navio? Ela desaparece de volta no banheiro, tira o rímel
e começa a aplicá-lo. “As roupas estão no guarda-roupa, sirva-se.”
Diz.
Ele abre o guarda-roupa e começa a vasculhar as gavetas e
puxar as coisas enquanto as inspeciona.
Tudo bem, o que está acontecendo aqui? Não entendo nada
disso. Olho para o banheiro e ela está passando batom
vermelho. Está usando um vestido preto justo e decotado que não
deixa nada para a imaginação. É maravilhosa. Reaparece do
banheiro e coloca sua pequena bolsa dourada no ombro.
“Encontro vocês dois lá.”
“Sim, ok.” Ele diz atrás dela, distraído com a tarefa em mãos.
Ela sai do quarto e fecha a porta.
Espero um momento enquanto ele continua olhando para as
roupas.
“Quem é ela?” Pergunto.
“Chelsea.” Ele responde enquanto me entrega algumas
roupas.
“Ela mora neste navio?” Pergunto.
“Hãhã.”
Pego as roupas que passa para mim.
“Coloque-as.” Ele exige.
Franzo a testa. Não vou me vestir aqui na frente dele. Ele revira
os olhos. “No banheiro.”
“Ah. Certo.” Sussurro. Desapareço no banheiro e visto as
roupas que escolheu para mim. Uma saia curta xadrez de rosa e
roxo com cintura baixa e pregas, e uma camiseta branca apertada
esvoaçante com alças. Preciso de um sutiã. Coloco minha cabeça
no canto da porta do banheiro e ele levanta os olhos de sua posição
sentado na cama. “Hummm.”
“Hummm, o quê?”
“Preciso de roupa íntima.” Sussurro de vergonha.
Ele levanta uma sobrancelha e tenta esconder seu
sorriso. Levanta e remexe em uma gaveta e me passa uma
calcinha. “Você não vai caber no sutiã dela.” Ele sorri.
Fico olhando para ele sem expressão.
“Ela tem peitos grandes.”
“Ah.” Oh Deus, que vergonha. Volto para o banheiro, fecho a
porta atrás de mim para colocar a calcinha de renda branca. Olho
no espelho e me encolho. Pareço uma merda. Estou com um olho
roxo e um pequeno corte na ponta do nariz. Como devia parecer
quatro dias atrás, quando isso aconteceu? Pego um corretivo de
sua bolsa de maquiagem e tento consertar um pouco meu
rosto. Escovo meus longos cabelos escuros, que estão crespos até
o esquecimento com seu xampu de merda, e pego uma faixa de
cabelo e amarro em um rabo de cavalo alto.
Caminho de volta para o quarto e seus olhos vão para os meus
pés e de volta para o meu rosto, um traço de um sorriso cruza seu
rosto.
Prendo minha respiração enquanto espero sua reação. Seus
olhos escuros me despem lentamente.
Ele se levanta abruptamente e dá um passo à frente, trazendo-
o muito perto. “Você parece comestível.” Ele sussurra enquanto
seu corpo enorme invade meu espaço.
Dou um passo para trás sem pensar, nossos olhos fixos um no
outro. Meus olhos vão para sua língua enquanto ela se lança para
lamber seu lábio inferior.
O caçador e sua presa.
A eletricidade passa entre nós.
“Você quer continuar viva, menina bonita?” Ele pergunta
enquanto coloca a parte de trás dos dedos no meu rosto.
Aceno sutilmente. Meus olhos vão para o chão enquanto sua
respiração aumenta. Seus dedos queimam minha pele.
“Precisamos mostrar à tripulação a quem você pertence.” Ele
sussurra.
Meus olhos encontram os dele e franzo a testa. Do que ele está
falando? O desejo primitivo de chutá-lo nas bolas é opressor, mas
sei que para permanecer viva, preciso dele do meu lado.
Ele se curva e coloca a boca no meu ouvido e sua respiração
causa arrepios na minha coluna. Fecho meus olhos em
consternação. Droga.
“Preciso mostrar aos meus companheiros de tripulação a quem
você pertence.” Sua respiração cobre meu pescoço e sinto um
formigamento até os dedos dos pés.
Meus olhos horrorizados encontram os dele.
“Vamos ver o quão boa atriz você é.” Ele sussurra
sombriamente.
“O que você quer dizer?”
“Quero dizer, se quer sobreviver, precisa jogar junto.”
“Jogar junto?” Franzo a testa.
“Brinque que você é minha.” Ele murmura, distraído, seus
olhos seguem seus dedos enquanto os escova em meus
lábios. “Finja que gosta que toque você.” As pontas dos seus dedos
correm pelo comprimento do meu pescoço e fecho meus
olhos. “Embora não tenha que fingir muito.” Ele se inclina e beija
suavemente minha orelha. “Você vai?” Ele sussurra.
Deixo cair minha cabeça em consternação, sei que preciso
mudar de assunto ou vou ficar de costas naquela cama em um
segundo.
Ele esfrega a mão pelo meu longo rabo de cavalo e desce pelo
meu seio.
Meus olhos sobem para encontrar os dele e nojo me enche
quando sinto meus mamilos endurecerem sob seu toque.
Em câmera aparentemente lenta, ele se inclina e sussurra em
meu ouvido. “Você gosta do meu toque.” Sua respiração no meu
pescoço envia arrepios espalhando-se pela minha coluna
novamente.
Balanço minha cabeça nervosamente. “Não, eu...não gosto.”
Gaguejo.
Ele rola meu mamilo entre seus dedos grandes e endurece
ainda mais.
Oh Deus.
“Sim, você gosta.” Ele grunhe antes de cravar seus dentes na
minha orelha.
“Não.” Sussurro enquanto meus joelhos parecem que irão
desabar embaixo de mim.
“Mentirosa.” Ele sussurra enquanto lambe minha orelha
novamente.
Querido Deus. Fecho meus olhos. “Por favor”, hesito enquanto
tento pensar, “Por favor, me deixe em paz.”
Ele agarra meu queixo de forma agressiva e puxa meu rosto
para que nossos olhos se encontrem.
Meu instinto de luta começa a disparar, mas tento
desesperadamente controlá-lo. Controle, lembro-me. “Por favor.”
Sussurro.
Seus olhos vão para os meus lábios e ele sorri
sarcasticamente. “Por enquanto.” Uma sensação incômoda toma
conta de mim. Estou perturbada pela forma como meu corpo reage
a ele, a forma como meu coração dispara quando olha para
mim. Seu toque é elétrico.
Como se estivesse lendo minha mente, sorri de forma sensual,
pega minha mão e me puxa com ele para fora da porta.
Entramos no grande e bagunçado corredor e vejo os olhos de
todos se erguerem ao nos ver. Estou enjoada. Que diabos estou
fazendo aqui? Ele se eleva acima de mim e segura minha
mão. Olho ao redor da sala. À direita está uma grande cozinha
onde um chef está cozinhando. Na frente estão seis mesas e
cadeiras onde algumas pessoas estão comendo. À esquerda está
uma televisão de plasma super grande. Os salões estão em frente
e espalhados em nenhuma ordem particular. Na parte de trás fica
um bar com mesa de sinuca e tênis de mesa. A sala é enorme e
bonita...nada do que eu esperava. Na verdade, todo esse navio não
é o que eu esperava. Achei que os navios portas-contêiner deveriam
ser sujos e malcuidados. Fico nervosa enquanto espero sua
instrução e ele nos leva até a cozinha.
“Pra dois?” O chef pergunta.
Fico olhando para o chef. Ele está nisso? Vai me ajudar?
“Obrigado.” Mac responde.
Então me leva pela mão até o bar de trás e outro homem sorri
por trás dele. Recuo quando o vejo. Ele é um dos homens da outra
noite.
Mac sente meu medo e coloca o braço protetoramente em volta
dos meus ombros.
Deixo meus olhos para o chão enquanto tento me concentrar
na tarefa em mãos.
“O que você quer beber?” Mac pergunta.
“Coca Diet.” Respondo sem emoção.
Olho para a mesa de sinuca, onde vejo seis garotas em roupas
sexy jogando. Franzo a testa. Mais meninas...oh, graças a
Deus. Elas vão me ajudar. Só preciso falar com elas sozinha. Mac
aumenta seu aperto em volta dos meus ombros. Olho ao redor da
sala e vejo cerca de quinze homens. Alguns reconheço, outros
não. Nenhum deles está surpreso em me ver aqui. Todos sabem
que estou comprometida e não se importam.
Que porra de navio é esse?
Ele pega nossas bebidas e as leva para a área da mesa de
jantar e puxa uma cadeira para mim. Sento. Posso sentir os olhos
nas minhas costas. Ele se senta à minha frente e pega sua
Coca. “Você está bebendo Coca?” Pergunto. Todas as noites desta
semana ele voltou ao quarto com cheiro de cerveja ou uísque. Por
que esta noite é diferente?
“Estou de plantão esta noite.” Responde.
“Ah.” Franzo a testa. Esqueço que isso é realmente um
trabalho.
Meus olhos vagam para as meninas jogando sinuca e posso vê-
las olhando e conversando entre si. O que estão dizendo? Vão me
ajudar?
“Quem são as meninas?” Pergunto.
Ele toma um gole de sua bebida enquanto parece contemplar
a possibilidade de me dar a resposta. “As garotas da tripulação.”
Franzo a testa. “O que você quer dizer?”
Ele toma outro gole de sua bebida.
“Elas são as esposas de alguns dos homens?” Pergunto.
Ele sorri enquanto seus olhos prendem os meus. “Elas são as
putas de todos os homens.”
Horror brilha.
Inclino para frente. “Prostitutas?” Sussurro em mortificação.
Ele levanta uma sobrancelha. “Estamos muito tempo no mar.”
Sento-me com nojo. Não tenho palavras. Olho para elas
novamente. “Então todos vocês fodem quem quiserem?”
Ele sorri.
“As meninas dormem com todos vocês?” Franzo a testa.
“Elas se divertem e são bem tratadas.” Ele encolhe os ombros.
O medo me preenche. “Elas foram trazidas? É esse o plano
para mim?” Sussurro em pânico.
Ele franze a testa. “Não.” Ele balança a cabeça. “Elas vêm e
vão quando querem. Sempre temos seis, mas as meninas mudam
em portos diferentes.”
Sento na cadeira. Não consigo entender esse tipo de estilo de
vida.
“Todas têm sua própria merda da qual estão tentando
escapar. Este barco é o lugar seguro delas. A maioria faz algumas
viagens por ano. Elas giram.” O chef trás dois pratos de ensopado
de carne e vegetais com purê de batata e legumes, deixando-nos
comer em silêncio, embora minha mente esteja extenuada com a
vida que essas mulheres devem viver. Jantamos e depois comemos
a sobremesa, e devo admitir que a comida fica muito melhor
quando quente.
Um homem chega e se senta ao lado de Mac e eles começam a
conversar. Minha mente começa a zumbir e olho em volta para as
saídas. Como faço para chegar à torre de controle a partir
daqui? Meu batimento cardíaco aumenta quando imagino o
cenário de ser pega. À direita está um banheiro e a porta principal
é de onde viemos. Se eu voltar por ali, são cerca de cem metros no
final do corredor, depois subo as escadas e depois volto mais cem
metros até a outra extremidade. Pelos meus cálculos, estamos
mais perto da torre de controle daqui. Onde está a porta? Continuo
olhando em volta casualmente. Inferno sangrento é tão
confuso. Puxo minha cadeira.
“Onde você vai?” Ele diz.
“Eu...” Hesito. “Preciso ir ao banheiro.”
Seus olhos conhecedores seguram os meus. Merda.
“Vou mostrar onde fica.” Ele diz.
“Obrigada.” Respondo. Droga.
Ele pega minha mão e me leva até o banheiro e depois me
segue.
Franzo a testa. “Está bem. Posso ir ao banheiro sozinha.”
Ele dá uma rápida olhada ao redor antes de sair. Estava
verificando se ninguém estava aqui comigo. Vou ao banheiro e saio
para encontrá-lo sentado em uma banqueta no bar. Ele estende a
mão para me juntar a ele. Inferno sangrento, por que está me
olhando como um falcão? Caminho lentamente. Posiciona-me
entre suas pernas e envolve seus braços em volta da minha cintura
enquanto fala com outro homem que não vi antes.
Continuo procurando uma saída por cima do ombro. “ que
você quer beber?” Pergunta.
Olho para todo o álcool.
“Ela quer um uísque com Coca, por favor.” Mac diz antes de
minha resposta.
Franzo a testa. “Não, não quero. Não gosto de uísque.”
respondo.
“Mas eu quero e quero beijar você.”
Meu cérebro falha. Hã?
O homem com quem ele está falando sorri. “Te vejo mais tarde,
cara.” Ele se levanta e sai.
O barman sai para fazer minha bebida.
Ele desliza a mão por baixo da faixa da minha saia e esfrega
minha barriga, seus dedos roçam meus pelos púbicos antes de
beijar minha orelha por trás. “Você está gostosa.” Ele sussurra.
Merda, merda, merda.
Tenho que sair daqui. Viro, inclinando em seu ouvido e
sussurro. “O que você está fazendo?” Sussurro.
“Estou mostrando a eles que você é minha.” Ele sussurra de
volta em minha orelha enquanto a morde. “É aqui que você mostra
a eles que gosta.”
“Passando os dedos pelos meus pelos pubianos?” Sussurro
com raiva.
Ele sorri no meu pescoço. “Sim, exatamente. Você está
pegando o jeito. Precisa jogar junto.”
“Ninguém se importa.” Sussurro com raiva em seu ouvido.
Ele lambe meu pescoço em um movimento ascendente e
calafrios cobrem meu corpo. Por que ele tem que me afetar
assim? “Todo mundo nesta sala está assistindo. Se não for minha,
vão presumir que você é deles.” Ele sussurra.
Afasto-me e meus olhos assustados prendem os dele.
“Beije-me” Ele sussurra sombriamente.
“O-o quê?” Gaguejo de medo.
Ele puxa meu rosto em direção a ele e seus lábios suavemente
percorrem os meus.
Oh Deus.
Sua língua lentamente entra na minha boca e, incapaz de
evitar, meus olhos se fecham. Sua língua se aprofunda cada vez
mais e perco todo o senso de realidade. Seu braço aperta minha
cintura e ele me puxa para mais perto dele. Meus seios estão
pressionados contra seu peito e sua mão está me apertando contra
ele. Ah! Inferno, nunca fui beijada assim. Sinto sua grande ereção
contra minha coxa e minhas entranhas começam a derreter.
A realidade se instala e me afasto. O que diabos estou fazendo?
“Acabei de perder a porra do meu apetite. Vou voltar para o
quarto.”
“Ainda não estou pronto para voltar.” Ele retruca, irritado por
eu ter interrompido seu beijo.
“Não pedi para você vir.” Zombo.
“Se você não estiver comigo...”
Corto-o. “Não estou com você. Coloque na porra da sua
cabeça.” Afasto-me de suas garras e volto para o quarto sozinha
enquanto todos na sala assistem. Vou me arriscar com os
outros. Não vou ficar lá parada e beijar aquele idiota de merda.
Volto para o quarto com ele irritado em meus calcanhares.
Estou com raiva, furiosa comigo, na verdade.
Ele abre a porta e me empurra enquanto permanece no
corredor e sem uma palavra tranca a porta atrás de mim.
Capítulo 4

A realidade bate forte quando ouço o clique frio da porta


quando ele sai. Entro no banheiro e ligo o chuveiro, tiro a roupa e
entro lentamente enquanto as lágrimas começam a cair. Pego o
sabonete e esfrego minha pele em pânico. Lavo, lavo e lavo até
minha pele ficar vermelha em carne viva. Preciso tirar essa
sensação suja e vadia de mim.
Ele também sabe. Sabe que gostei daquele beijo. Sentiu
isso. Naquele momento, ele era meu dono.

Deito na escuridão de costas para a porta quando ele chega


cinco horas depois. O quarto está silencioso e pesado com minhas
lágrimas. Chorei um rio esta noite.
Não porque sou a vítima nesta situação de merda, mas porque
fui uma participante voluntária.
Eu o beijei sem lutar. Cedi à minha luxúria.
Algo que jurei que nunca faria. Sou tão ruim quanto Melissa
quando ela cedeu à sua luxúria. Seu corpo a levou à tentação.
Ele entra e coloca as chaves na mesa e posso sentir seus olhos
me observando na escuridão. Depois de um momento, entra no
banheiro e ouço o chuveiro ligar. Meu coração está batendo tão
rápido e sei que vai se lavar para o que está por vir. Oh Deus
não. Não posso fazer isso. Por favor, não me obrigue a fazer isso.
O chuveiro é desligado e alguns minutos depois ele rasteja nu
para a cama ao meu lado. Fecho meus olhos e finjo dormir.
Ele fica deitado de costas por alguns instantes e fico em
silêncio...ele pode dizer que estou acordada?
Solta um suspiro pesado e, em seguida, vira de costas para
mim. Franzo a testa.
O que ele está fazendo?
Fico imóvel, mas meu coração e minha mente estão confusos
enquanto espero pelo ataque. Espero e espero.
Não vem e dez minutos depois sua respiração regular me diz
que está dormindo.

Acordo e sinto algo quente e duro sob minha cabeça. Cochilo


por alguns minutos, sentindo-me satisfeita. Humm, isso é bom.
Espere um minuto. Pulo, o que diabos está acontecendo
aqui? Estou enrolada em Mac e ele tem o braço sob a minha
cabeça. Nossas pernas estão entrelaçadas e meu corpo está meio
espalhado sobre o dele.
Ele está duro.
Salto para trás em pânico e olho para seu rosto para ver que
ainda está dormindo.
Graças a Deus. Levanto e vou ao banheiro e, em seguida, pego
um cobertor e me envolvo nele para me sentar à mesa. Sento na
semi-escuridão enquanto o observo. Seus cabelos cacheados e
coloridos pelo sol estão espalhados pelo travesseiro e sua pele é
bronzeada. Um crescimento escuro de três dias sombreia sua
mandíbula quadrada, escondendo suas grandes
covinhas...apenas. Ele é um homem grande, medindo mais de 1,80
de altura, com uma construção larga. Seu corpo é repleto de
músculos e ele tem o V distinto que vai da parte inferior do
estômago até a virilha. Meus olhos caem e sinto uma dor profunda
no interior de meu corpo. Minha memória me leva de volta para o
quão duro ele estava na noite passada e como se parecia bem
debaixo de mim naquela banqueta...o quão quente me beijou.
Aquele beijo.
Se é assim quando estamos atuando, imagine quando
estivermos sozinhos no quarto. Fecho meus olhos com pesar.
Pare com isso.
Suas costas estão cobertas de tatuagens e tem algumas
espalhadas pelos braços. Uma grande e espessa cicatriz roxa
envolve suas costelas do lado esquerdo. Pergunto-me de onde
é? Não é tão velha pelo que parece. Foi esfaqueado ou brigou? Fico
olhando para frente enquanto penso. Tenho problemas maiores em
minha mente do que Mac. É o sexto dia. Pode haver uma busca em
grande escala por mim em ação agora. Meu carro pode ter sido
encontrado. Minhas contas bancárias ou telefone não foram
tocados. Sei que Melissa e Todd teriam confessado à polícia sobre
seu caso desprezível. Eles não gostariam de ser implicados em
nada disso. A polícia provavelmente pensa que cometi suicídio em
algum lugar.
Ninguém jamais saberá se eles me matarem aqui. Literalmente
desapareci sem deixar vestígios. Pergunto-me se havia algum
circuito interno de TV nos fundos do beco da boate, e quem era o
cara que eles mataram?
Quem realmente puxou o gatilho?
Ele morreu? Eles o conheciam e por que o mataram? Gostaria
de poder me lembrar daquela noite, mas foi tudo um borrão. Hoje,
vou chegar à torre de controle mesmo que seja a última coisa que
faço. Preciso encontrar uma maneira de sair deste navio. Na
verdade, não procuro por terra há algum tempo. Levanto e me
aproximo e espio pela vigia. Água até onde posso ver. Droga. Assim
que eu ver terra, vou correr e pular para o lado. Estou me
arriscando com os tubarões. Qualquer coisa é mais segura do que
isso.
Meus olhos percorrem o homem nu na cama, profundamente
adormecido e deitado de costas. Seus músculos abdominais
proeminentes aparecem através de sua pele e seu peito largo sobe
e desce enquanto ele respira. Uma mão está em seu pau e a outra
atrás de sua cabeça. A inquietação me preenche, não porque tenha
medo do que ele fará comigo. Mais porque tenho medo de
gostar. Ele é diferente de qualquer homem que já
conheci. Endurecido, áspero, sexual. Faz outros homens com
quem estive parecerem meninos.
Por um momento, me permito imaginar como seria o sexo com
ele e tenho uma imagem dele me jogando e dando com força. Deus
seria tão gostoso. É tão forte e grande. Imagino-me de joelhos
caindo sobre ele, olhando para mim com a mão ternamente na
parte de trás da minha cabeça.
Desvio meus olhos com nojo. Está ouvindo a si, Roshelle, sua
idiota de merda? Você está tentando se manter viva aqui, não
estrelar um Pirate of Penzance 1Porno. Sei agora por que chamam
de febre de cabine. Estou ficando delirante.
Ele se mexe e fico imóvel. Agarra seu pau e acaricia algumas
vezes ao acordar. Eventualmente, seus olhos sonolentos se abrem
e me encontram do outro lado do quarto.
“O que você está olhando?” Ele boceja com um alongamento.
“Nada.” Respondo.
Casualmente se levanta e vai até o banheiro, com a bunda nua.
Fico olhando para o chão, então não posso olhar e o ouço ir ao
banheiro e lavar as mãos. Enrolo o cobertor em volta de mim de
forma protetora. Só queria que ele não se sentisse tão confortável
estando nu perto de mim.
Ele volta para fora e veste uma cueca samba-canção.

11
É uma ópera cômica em dois atos, com música de Arthur Sullivan e texto de W. S. Gilbert. A estréia oficial da
ópera foi no Fifth Avenue Theatre, em Nova York, em 31 de dezembro de 1879.
“Chelsea vai vir buscar você e cuidar de você no almoço de
hoje.” Ele me diz casualmente enquanto liga a chaleira. “Estou
trabalhando e não terei tempo. Ela disse que estará aqui por volta
das doze.”
Franzo a testa em questão.
“Parei e falei com ela no meu caminho para cá ontem à
noite.” Ele faz as duas xícaras de café.
Fico olhando para ele. Ele foi para o quarto dela. Fez sexo com
ela ontem à noite, é por isso que não me tocou.
Fico sem saber o que pensar. Isso deveria ser um alívio, mas
de alguma forma parece...nem sei. Entro no banheiro e fecho a
porta atrás. Entro no banho quente e deixo a água escorrer sobre
minha cabeça por dez minutos enquanto penso. Meu coração está
martelando e não sei por quê. Tento pensar racionalmente, mas
simplesmente não consigo. Ela me salvou de ter que fazer
isso? Isto é uma coisa boa. Se transa com elas, não vai transar
comigo. Isso é tudo que importa. Com que regularidade ele transa
com elas...ela? A porta se abre e ele entra, mexendo antes de pegar
seu desodorante. Seus olhos vão pelo meu corpo, olho para ele e
levanto uma sobrancelha.
“Vá embora.”
Seus olhos descem pelo meu corpo.
“Saia.” Digo.
Com um sorriso malicioso, ele volta para o quarto.
Termino meu banho e volto para o quarto, assim que o vejo
levando uma cadeira de volta para a mesa. Hã? Ele tinha a cadeira
na frente do guarda-roupa. O que estava procurando no guarda-
roupa? Finjo que não percebo e vou buscar algo para vestir em
suas gavetas, mas ele pega uma sacola e joga em mim. “Trouxe
algumas roupas para você.”
Realmente quero dizer, por que, então pode imaginar que eu sou
a porra de uma prostituta? Seguro minha língua. Não dou a mínima
para ele. Quero ir para casa. Pego a sacola, irritada com meus
sentimentos estúpidos, volto ao banheiro e tiro às roupas que me
deu. Examino a sacola e tiro a roupa minúscula. Dane-se isso. Ele
está brincando. Enfio a cabeça no batente da porta. “Odeio essas
roupas. Elas gritam que vou foder qualquer coisa.”
Um traço de sorriso cruza seu rosto. “Você vai?”
Franzo a testa. “Vou o quê?”
“Foder qualquer coisa.”
Estreito meus olhos. “Não, não vou.” Volto a me vestir no
banheiro.
Coloco um vestido curto floral cor de pêssego.
Finalmente volto para o quarto e o encontro vestido para o
trabalho. “Tenho que ir.”
Aceno uma vez.
“Vejo você à noite.”
“Tanto faz.” Respondo, monótona. “Não acho que vou jantar
esta noite.”
“Como quiser.” Com isso sai do quarto, mas hoje não tranca
a porta.
Franzo a testa. O quê. Levanto e abro a porta e ela está
destrancada.
Ele se vira para me encarar.
“Onde você vai?” Pergunta.
Encolho os ombros. “Você não trancou a porta?”
“Não.” Ele se volta para mim. “Comprovei minha
reivindicação. Você deve estar bem agora.”
“Ah.” Franzo a testa em confusão. “Comprovou sua
reivindicação?” Pergunto.
“Vou matar qualquer um que tocar em você e eles sabem
disso.”
“Mas se já me tocaram, qual é o ponto?”
“Eles não vão.”
Franzo a testa. “Você tem certeza?”
Ele acena com a cabeça uma vez com um encolher de ombros.
Viro e volto para o quarto e fecho a porta. Caio na cama e penso
nisso por um momento. Isso significa que ele deu a palavra de que
estou fora dos limites? Estarei segura para andar por aí agora? Ele
parece pensar que estou, mas talvez simplesmente não se importe
se me pegarem. Humm interessante. Meus olhos se erguem para o
guarda-roupa. O que ele estava fazendo lá? Abro as portas duplas
e olho para cima. É alto...o que quer que estava olhando está no
alto. Tranco a porta da frente e puxo a cadeira para o armário e
subo nela para espiar. Suéteres e roupas dobradas estão em fileiras
organizadas. Uau, muito legal para um cara. Tiro os suéteres e as
roupas com cuidado. Não, nada aqui. Ele devia estar procurando
um suéter. Desço e franzo a testa. Ele não usa roupas quentes e
suas roupas de trabalho não são guardadas neste armário. Volto
para a cadeira e tateio ao redor novamente. O que ele estava
fazendo bem aqui? Bato na parede traseira e faz um som
estranho. Franzo a testa. Hã? Bato e ecoa. Meus olhos se
arregalam.
Merda, esta é uma parede falsa. Com um propósito renovado,
começo a tatear em desespero. Talvez ele tenha uma arma aqui e
eu possa usá-la para fazê-los pedirem ajuda. Tateio as laterais e
também faz um barulho estranho. Estou suando enquanto me
estico para estender a mão. Empurro e tateio e de alguma forma
ela se levanta. Ah Merda. Deslizo um pouco para o lado, levanto a
mão e sinto o revestimento de madeira.
Olho para a porta. Se ele voltar agora, com certeza vai me
matar. Sinto uma prateleira e não consigo ver o que diabos estou
fazendo, mas tateio ao redor e encontro algo.
Merda.
Pego uma pequena bolsa preta com zíper e rapidamente a
escondo embaixo do travesseiro. Então subo de volta e tateio
novamente e encontro um iPhone.
Bingo.
Pulo para baixo e escondo debaixo do meu travesseiro e, em
seguida, coloco tudo de volta em seu lugar e coloco a cadeira de
volta no lugar normal. Fecho o guarda-roupa, levo minhas coisas
para o banheiro e fecho a porta. Deslizo o telefone e ele acende.
Sorrio amplamente.
Sim.
Vou ligar e a mensagem não sai do serviço. Porra. Tento de
novo e ainda nada. Puta merda. Mudo para a bolsa com zíper e a
abro.
Passaportes. Dois passaportes.
Humm. Abro o primeiro. Joel McIntyre. Seu rosto forte me
encara da foto. É o passaporte dele. Abro o segundo e o mesmo
rosto me encara, mas com o nome Stace Williams.
Franzo a testa. Isso é estranho. Por que ele tem dois
passaportes com nomes diferentes?
Porra, quem é esse cara? Vejo as datas em que foram feitos. O
passaporte Stace tem sete anos, mas o Mac tem apenas doze
meses.
Mac é um nome falso.
Penso nisso por um momento. Mac é um pseudônimo. Você
teria o passaporte verdadeiro primeiro. Vejo a data de nascimento,
12 de setembro de 1989.
Isso faz com que tenha 27 anos, o que parece certo. Teria
adivinhado que era sua idade.
Pego o celular e olho. Nada irregular. Vou às imagens dele e
vejo a foto de uma garota atraente e de um menino.
Meu coração aperta. Ah Deus. Ele tem alguém em casa e um
filho. Sinto-me mal por essa pobre garota. Minha mente vai para o
quarto de Chelsea e o que ela fez com ele na noite passada.
Eu a odeio…eu o odeio ainda mais.
Chocada por esta foto me irritar, continuo passando as
imagens. Imagens de um pedaço de papel. Por que ele está tirando
fotos de um pedaço de papel?
Clico nela para ampliar e franzo a testa. É um relato de algum
tipo.
1267 - CC - Retirada 10 - Café
1208 - H - Recolha após entrega - Chá
1190 - I - Retirada 14 - Estátua
1211 - H - Pick up 11 - NA
1130 - CC - não divulgado - Livro
1140 - DMD - Recolha após entrega - Estátua
1289 - WP - PAD - Pisos
Franzo a testa enquanto leio a lista...o que isso significa e por
que tirou uma foto disso?
Não tenho absolutamente nenhuma ideia do que estou
procurando ou para o que estou procurando aqui.
Continuo passando e vejo outra foto da garota e do menino,
mas desta vez estão com outro homem. Sorrio antes de me
segurar. Esta é a família deste homem, mas quem é ele?
Humm. Deslizo para os e-mails...nada incomum. Olho seus e-
mails e imagens por mais de uma hora e com um pouco mais de
informações sobre Mac, ou Stace, e mais um milhão de tentativas
de obter sinal, coloco as coisas de volta onde as encontrei. Vou
verificá-las novamente amanhã, se ainda estiverem aqui.
Às doze horas em ponto, uma batida soa na porta. Não quero
almoçar com essa vadia estúpida, mas se conseguir sua confiança,
ela pode me ajudar a sair do navio. Uma vozinha fraca e irritante
sussurra de dentro para que ela possa ter Mac novamente esta
noite.
Incomoda-me que ele dormir com ela me irrite.
Isso não deveria me incomodar. Eu deveria estar
exultante. Solto um suspiro abatido e abro a porta.
Três garotas estão diante de mim. “Olá.” Murmuro.
“Oi.” Chelsea finge um sorriso. Ela é loira e peituda e as outras
duas murmuram algum tipo de saudação falsa. Uma delas tem
longos cabelos ruivos e pele clara. Ela é linda e doce. A outra tem
cabelos pretos azeviche e um rosto muito duro. Teve uma vida
difícil, posso dizer.
Estendo minha mão e elas passam por mim e entram no
quarto.
“Não preciso de babá. Estou bem.” Suspiro.
Chelsea revira os olhos. “Mac me disse que eu tinha que
cuidar de você.” Fico olhando para ela...ela me irrita.
“Bem, Mac não está aqui.”
“Humm, pena.” Ela sorri para as outras garotas enquanto olha
ao redor do quarto.
Encaro-a enquanto sinto minhas costas formigarem. “Estou
feliz que ele não esteja.”
“Estou sendo mantida aqui contra a minha vontade, você
sabe.”
Chelsea sorri seu primeiro sorriso genuíno. “Ah,
coitadinha. Ser mantida como escrava sexual de Mac é uma grande
dificuldade.” Ela arregala os olhos para acentuar seu ponto. As
outras duas riem.
Ela dormiu com ele ontem à noite ou não? Preciso saber,
porra. Por que me incomoda se ela fez?
“Vamos cortar o papo furado.” Digo. “Você pode me ajudar a
sair do barco ou não?”
Chelsea se senta à mesa e se balança na cadeira. “O que Mac
disse?” Ela pergunta.
“Ele disse que vai me deixar ir no próximo porto.” Respondo.
Ela encolhe os ombros. “Então ele vai deixar você ir.”
“Como você sabe?” Pergunto.
“Ele faz o que diz.” Ela se levanta. “Vamos almoçar.”
Fico no lugar, não quero ir a lugar nenhum com estas meninas.
“Você vem?” A ruiva sorri enquanto as outras saem pela porta
e percorrem o corredor à nossa frente.
“Qual o seu nome?” Pergunto.
“Ângela.” Ela sorri timidamente. “E o seu?”
“Roshelle.” Respondo.
Ela enlaça seu braço com o meu enquanto caminhamos pelo
corredor.
“Olha, sei que isso não é o ideal, mas apenas espere seu tempo
e depois vá embora. Se tentar correr, vai se arrepender.”
Meus olhos assustados seguram os dela e de alguma forma
sinto que essa garota não é tão ruim.
“Por alguma razão Mac está protegendo você. Pegue. Gostaria
que ele me protegesse.” Acrescenta.
“Como você chegou aqui fazendo isso?” Sussurro para que as
outras duas meninas não possam nos ouvir.
Ela encolhe os ombros. “Uma série de más decisões.”
Observo-a enquanto caminhamos.
Ela encolhe os ombros. “Moro no navio a maior parte do
ano. Estou segura aqui, os meninos cuidam de mim.”
Engulo o gosto de nojo na minha boca. “Você dorme com todos
eles?” Pergunto sem pensar.
“Durmo com dois deles.” Seus olhos vão para o
chão. “Importo-me com os dois. Não é convencional, mas nós três
estamos felizes.”
Meus olhos fixam os dela. Não consigo nem entender esse tipo
de estilo de vida. “Então vocês três fazem sexo em grupo?”
Ela encolhe os ombros. “Sim, e um a um.”
Olho para ela enquanto meu cérebro falha. “Desculpe.”
Balanço minha cabeça. “Não estou acostumada com isso.”
“Eu sei.” Ela sorri e segura minha mão. “É por isso que ele...”
Ela interrompe a frase no meio.
Franzo a testa enquanto entramos na sala comum. “O que você
quer dizer?” Pergunto a ela suavemente. “É por isso que ele o
quê?” Sussurro.
“Mac é...” Ela faz uma pausa por um momento. “Diferente.”
Por algum motivo, gosto dessa gangbanger. Ela tem uma
qualidade honesta.
Olho ao redor. “Qual é a história dele?” Pergunto.
“Quem, Mac?”
Concordo.
Ela encolhe os ombros. “Não sei. Ele mantém para si, mas
quando ele chegou...”
“Quando foi isso?” Interrompo.
Ela estreita os olhos enquanto pensa. “Não sei. Talvez oito
meses atrás.” Ela faz uma pausa como se estivesse pensando em
me dizer a próxima informação. “Dizia-se que ele era um fuzileiro
naval AWOL2.”
Meus olhos se arregalam.
“Mas não sei se isso é verdade porque veio de Chelsea.” Ela se
inclina para sussurrar para que ninguém ouça.
Sorrio. Gosto que ela não confie em Chelsea
também. “Continue.” Sussurro.
“Aparentemente, um dos homens disse a ela que sabe demais
para ter o emprego que alegou ter antes de chegar aqui. Algo não
bate.”

2
Absent Without Official Leave: Ausente sem licença oficial.
Meus olhos piscam para Chelsea enquanto ela caminha na
frente. “Ela faz…?” Não quero perguntar quantas vezes ela dorme
com ele, mas ela parece entender o que estou pensando de
qualquer maneira.
“Não com frequência.” Ela responde enquanto se senta à
mesa. “ Muito raramente e já estamos no mar por muito tempo.”
Fico de pé, incapaz de me sentar. “Você já…?” Pergunto
enquanto meus olhos piscam para as outras garotas que agora
estão no bar.
Ela balança a cabeça. “Não. Meus homens não me
emprestam.”
Oh Deus. Emprestam-me. Estou enjoada. Isso é uma merda.
“Elas dormiram?” Pergunto enquanto aponto para as outras
garotas com meu queixo. Ela acena sutilmente. “Não por
enquanto, eu acho.”
Caio no assento ao lado dela. Não acredito que estou tendo
essa conversa com ela. Deus, aposto que ele fodeu uma delas noite
passada. “Quanto mais cedo eu sair deste navio, melhor.” Suspiro
enquanto meus olhos olham para fora das grandes janelas.
“Vai demorar algumas semanas antes de chegarmos à terra
firme.”
“Eu sei.” Suspiro, pensando profundamente.
“Quer uma bebida?” Ela pergunta enquanto se levanta.
Concordo. “Sim, por favor. Coca Diet.” Vejo-a desaparecer no
bar.
As garotas voltam e almoçamos em relativo silêncio, minha
mente acelerada. Não sei o que me abalou mais, o comentário de
que ele vai me deixar ir e apenas esperar minha hora, o fato de que
ele pode ser um fuzileiro naval AWOL, ou pode ser o comentário de
que fode todas elas. Ela está certa, ele é diferente dos outros
homens, mas não consigo entender por quê. Sei de uma coisa com
certeza: não gosto de Chelsea. Ela é uma cadela totalmente
rude. As outras quatro parecem legais, mas ela é apenas...nem sei
por onde começar com o que não gosto nela. Ela tem todo um
comportamento agressivo passivo com as outras garotas e fala
sobre elas constantemente. Ando até as grandes janelas que dão
para o navio e vejo Mac e três homens parados no convés,
conversando sobre algo, apontando para os contêineres. Eu os
observo por um tempo. Um homem está segurando bandeiras e os
outros dois têm dispositivos de rádio através dos quais estão
conversando.
Mac está olhando para o ar com a mão protegendo o rosto do
sol. O que está procurando? Olho para o ar e vejo um helicóptero
pairando sobre o barco.
Que diabos?
Socorro.
A ajuda está aqui! Meus olhos se movem freneticamente. A
ajuda está aqui e corro em direção à porta.
“Roshelle.” Ângela grita.
Corro pelo corredor em direção às escadas e ela vem atrás de
mim.
“Pare!” Ela chama. “ Roshelle, pare.”
Subo as escadas de dois em dois e chego ao topo bem a tempo
de ver as portas do helicóptero se abrir e dois homens enormes
com metralhadoras saírem.
Paro no meio do caminho.
Ângela agarra meu braço por trás. “Você está tentando se
matar, porra.” Ela sussurra com raiva.
“Eles vão me ajudar.” Respiro freneticamente enquanto meus
olhos se movem entre ela e o helicóptero.
Ela balança a cabeça. “As pessoas que vêm para este barco não
irão ajudar você.”
Vejo enquanto Mac cumprimenta um homem em um terno que
saiu do helicóptero e os dois guarda-costas armados assistem. Ele
aponta para os contêineres e todos se aproximam e desaparecem
de vista.
Meus olhos vão para Ângela. “Não entendo.”
“Você não precisa. Mantenha a cabeça baixa e fique perto do
Mac. Essas pessoas vão te matar. Na verdade, não, você desejará
ter morrido em vez de viver depois que eles terminarem com
você. Esses são criminosos muito poderosos.”
Franzo a testa, ainda sem saber se devo correr para lá. As
armas estão me desestimulando.
Ângela agarra minha mão e tenta me conduzir escada
abaixo. “Helicópteros vêm buscar coisas todos os dias.” Franzo a
testa. “Por quê?”
Ela balança a cabeça. “Você não pode ser tão estúpida.” Olho
para ela sem expressão porque obviamente estou. “Este não é um
navio de carga normal.”
Continuo olhando para ela.
“Este é um navio de drogas.”
Capítulo 5

Deito na cama, pensando profundamente. Depois de almoçar


com as meninas hoje, minha mente está acelerada.
Ele pode ter me salvado.
Talvez tenha me sequestrado para salvar minha vida. Eles
teriam simplesmente atirado em mim no local se dependesse
deles. Já havia um cadáver, qual é a diferença entre dois? Por seis
dias vivi com ele, o desprezei, detestei meu corpo por ser de alguma
forma excitado por ele, e agora estou aqui me sentindo grata por
sua intervenção. As coisas poderiam ter acontecido de forma tão
diferente naquela noite. Tento me lembrar e, embora seja um
borrão, tenho certeza de que não foi um dos homens que me
bateu. Lembro-me especificamente dele dizendo para me deixar em
paz. Por quê?
Chelsea disse que não acha que ele é quem diz ser. Sei que isso
é verdade.
Seu nome é Stace. Sorrio. É um nome muito melhor do que
Mac.
De onde veio Mac?
Levanto e caminho até a vigia e olho para o mar. O que você
está aprontando, Stace? Qual é o seu motivo?
O que aconteceu para você ter esse estilo de vida?
Ele deve voltar logo e procuro algo na minha bolsa de roupas
de merda para vestir. Pego os três vestidos, as saias e as blusinhas
e coloco na cama. Há também um biquíni branco na bolsa. Onde
diabos usarei isso? Um por um, seguro contra mim e olho no
espelho. Todos parecem uma merda. A porta range para anunciar
sua chegada e viro para encará-lo enquanto seu corpo enorme
toma conta da sala.
“Oi.” Ele suspira enquanto entra no banheiro e lava as mãos.
“Oi.” Falo enquanto sinto meus nervos vibrarem.
Ele volta para o quarto. “Você foi almoçar?”
“Sim, suas garotas me levaram para almoçar.” Respondo sem
pensar enquanto sento na cama.
“Elas não são minhas garotas.” Meus olhos estão nos
dele. “Nem perto.” Ele murmura baixinho enquanto se deita na
cama ao meu lado.
Fico em silêncio por um momento enquanto penso em dizer
isso e sei que provavelmente não é sábio, mas está queimando um
buraco em mim. Preciso apenas dizer isso. “Mac?” O observo, sem
saber se estou dizendo a coisa certa ou não.
Ele levanta uma sobrancelha em questão.
“Obrigada” Murmuro. Seus olhos seguram os meus. “Sei que
você me salvou.”
Ele não responde, mas continua a me observar atentamente.
“Você não precisava me salvar, não precisava me proteger
deles.” Ele rola para o lado para me encarar enquanto sento ao
seu lado. “E...” franzo a testa enquanto tento articular meus
pensamentos. “Estou grata por você ir para Chelsea na outra
noite.”
A surpresa cruza seu rosto. “Chelsea?” Ele sorri, e hesito sem
saber o que dizer. “Você acha que eu fui para Chelsea?”
Aceno rapidamente.
Ele pega minha mão e a segura na sua. “Você realmente acha
que Chelsea pode apagar um incêndio que você começou?”
Meu cérebro falha enquanto olho para ele. “Suponho que se
você tiver uma coceira, ela precisa ser coçada.”
Ele sorri sexy enquanto se deita de costas, seus cachos loiros
e bagunçados estão espalhados sobre o travesseiro e ele sorri
amplamente revelando aquelas covinhas atrevidas. “Se eu fosse
um cara legal, diria que me masturbei no chuveiro antes de ir para
a cama para evitar que você chupasse meu pau.” Seus olhos caem
para meus lábios e sinto tudo lá embaixo. Engulo o nó nervoso na
minha garganta.
“Você estaria mentindo?” Sussurro. Por que estamos tendo
essa conversa? Não deve importar para mim se ele fez ou não.
Seus olhos escuros sexy seguram os meus, mas ele não
responde. “Trégua?” Pergunto, esperançosa.
Ele concorda. “Tenho que conseguir um novo passaporte para
que você possa escapar daqui sem ser notada quando chegarmos
ao porto. Um helicóptero trará um para você em alguns dias. Vou
tirar uma foto sua amanhã.”
“Tudo bem.” Sorrio meu primeiro sorriso esperançoso em uma
semana. Ele está falando sério sobre me ajudar a sair daqui
viva. Talvez não seja tão ruim. Sinto-me aliviada por termos essa
conversa e ficamos em silêncio por um tempo. “Posso perguntar
uma coisa?” Pergunto. Ele sorri como se gostasse de para onde
essa conversa vai. “Como você sabe como...” Hesito. Realmente
não sei como colocar isso. “Fazer com que todos saibam que sou
sua?”
Ele pega minha mão enquanto me observa. “Como quando toco
em você.” Ele sussurra sombriamente.
Aceno nervosamente. Ah cara. “Eu só...” hesito novamente
enquanto minha frequência cardíaca aumenta com seu toque
elétrico. “Não estou acostumada com isso.”
“Obviamente.”
“Só quero deixar claro que você sabe que não vamos fazer sexo
quando voltarmos para o quarto.”
Ele fica em silêncio e seus olhos estreitam como se estivesse
pensando.
“Quero que seja capaz de parar. Você pode me prometer que
pode parar depois de fingirmos?” Levanto minhas sobrancelhas
em questão. Não quero estimulá-lo do lado de fora apenas para
voltar e encontrá-lo incapaz de parar. Se ele conhecer os limites,
talvez isso funcione afinal.
“Você pode parar?” Ele suspira enquanto seus olhos vão para
os meus lábios novamente.
Concordo nervosamente. Claro que eu posso.
“Quero deixar este navio com minha dignidade.”
Murmuro. “Não sou o tipo de garota que dorme por aí.”
Ele sorri sarcasticamente. “Como você se preserva.” Ele se
levanta da cama. “Não precisa se preocupar, Roshelle. Vou ter
minha coceira arranhada em outro lugar.” Ele entra no banheiro.
“Bom.” Essa era a resposta que eu queria, mas por algum
motivo meu coração afunda. “Obrigada.” Digo atrás dele. Ouço o
chuveiro ligar e então ele joga suas roupas na frente da porta e não
consigo desviar o olhar. Ele se vira para mim e seu pau está
duro. Essa coisa está sempre muito dura.
“Você pode me trazer uma toalha?” Pergunta.
O que está jogando agora? Engulo nervosamente e aceno. Pego
uma toalha no armário e vou até o banheiro para colocá-la na pia.
“Você está de plantão esta noite?” Pergunto.
Ele balança a cabeça enquanto se ensaboa. “Não.”
Sorrio timidamente. Sinto-me estranha com o que acabei de
dizer e agora estou parada aqui olhando para esta máquina de sexo
musculoso. Estou melhor por dizer isso, no entanto. Agora ele sabe
como me sinto e não vou me sentir como se estivesse brincando
com ele. É apenas uma atuação, só isso.
“Achei que poderíamos tomar alguns drinques.” Ele diz
casualmente.
Sorrio.
“Assistir televisão.”
“Vamos ver como a noite vai acabar?” Murmuro.
Ele sorri sexy enquanto acaricia seu corpo com a mão
ensaboada.
“Sim, suponho que vamos.”

Meia hora depois, entramos na sala comum de mãos dadas,


seu corpo forte elevando-se sobre o meu. Os olhares dos membros
da tripulação me dizem que ainda não estão convencidos de que
ele reivindicou seu direito. “Vamos tomar uma bebida.” Ele aponta
para o bar.
Vamos para o bar e ele fica atrás de mim e envolve suas
grandes mãos em volta da minha cintura. “Podemos tomar dois
uísque com Coca?” Ele pergunta ao barman.
“Claro.” O cara responde. É um cara diferente da outra noite
e olho em volta para os homens para ver se consigo reconhecer
algum deles. Os lábios de Mac caem no meu pescoço e sua mão
sobe para segurar meu seio. Realmente odeio isso. Mas
faço. Realmente quero, lembro-me. Suas mãos vagam para cima e
para baixo no meu corpo como se esperou o dia todo para me tocar,
e meu pescoço se estica instintivamente para dar-lhe espaço para
me beijar.
“Já estamos jogando?” Sussurro.
Ele me morde e arrepios se espalham por toda parte. “Apenas
para deixá-los saber que você é minha.” Ele murmura em minha
pele.
Ah Deus. Meus olhos se fecham enquanto seus lábios roçam o
comprimento do meu pescoço, ele parece...
A excitação turva começa a nublar meu cérebro e entro em
pânico. “Não acho que é isso que você quer dizer.” Suspiro.
Ele se afasta para olhar para mim e seus olhos escuros
prendem os meus e levanta a sobrancelha em questão. “O que isso
deveria significar?”
Ele não está dizendo a eles, está me dizendo, e meu maldito
corpo está concordando. “Você está me dizendo que pertenço a
você ou está dizendo a eles que pertenço a você.”
Ele me agarra com força e me traz de volta ao seu corpo de
forma agressiva. “Vamos esclarecer uma coisa aqui.”
Engulo o nó na minha garganta e franzo a testa quando um
choque de medo passa por mim.
Ele se curva e sussurra em meu ouvido, “Não preciso dizer que
você é minha. Não me importo se é, mas não serei feito de
idiota. Você está ficando um pouco hipócrita, Roshelle. Isso está
me irritando.”
Ele me empurra e franzo a testa contra sua boca enquanto ela
pressiona contra minha bochecha.
“Quando você estiver nesta sala, você é minha. Faz o que digo,
quando digo.” Ele morde meu pescoço com força e murcho. “Não
interprete mal minhas maneiras como uma fraqueza. Será a porra
da sua ruína.”
“Mas você disse…?” Sussurro.
“Se eu quiser tocar em você aqui, vou tocar em você aqui.” Fico
olhando para ele enquanto minha mente funciona mal. Estou
confusa.
O barman volta com nossas bebidas, ele pega e vai direto para
o canto onde duas banquetas nos esperam, e se senta.
Franzo a testa e ele me encara para segui-lo. Caminho
hesitantemente e ele abre as pernas e me arrasta entre elas.
Meus olhos assustados seguram os dele. Ele é uma pessoa
diferente aqui.
“Beije-me.” Ele grunhe.
“O quê?” Sussurro.
“Quero a porra de um beijo.” Seus olhos escuros vão para
meus lábios.
Oh inferno. Olho nervosamente ao redor para as pessoas que
estão fingindo não assistir. Ele agarra minha nuca com violência e
me arrasta até ele. Sua boca suga meus lábios fechados e meus
olhos fecham instintivamente. Ele me beija de novo e de novo até
que não aguento mais. Finalmente, meu corpo sucumbe e minhas
duas mãos escorregam em torno de seus ombros grandes e
musculosos. Suas mãos agarram meu traseiro e trazem meu corpo
para o dele.
“Você sabe o quão duro me deixa?” Ele sussurra em meus
lábios enquanto envolve seus braços em volta de mim com força
Meus olhos estão nos dele. O que está fazendo? Isso é parte da
ilusão?
Uma ideia passa pelo meu cérebro do tamanho de uma ervilha.
Não, é uma ideia estúpida. Não devo incitar o tigre dentro
dele. Isso pode sair pela culatra, mas ele quer que pareça que
estamos realmente fodendo. Nos beijamos por mais um
momento. Não, droga. Ele quer a ilusão, então darei a ele com força
total.
“Quão forte você vai explodir esta noite?” Sussurro em seu
ouvido.
Seus olhos escurecem e suas mãos apertam minha
bunda. “Isso é mais parecido.”
Beijo-o suavemente enquanto minha língua passa por sua
boca aberta. “Aposto que seu grande pau tem um gosto tão bom.”
Sussurro em seus lábios.
Ele me beija quase agressivamente enquanto sua mão sobe e
agarra um punhado dos meus cabelos.
“Quero sentir você engasgar em torno do meu pau.” Ele
respira. “Posso foder sua boca tão fodidamente bem, baby.”
Sorrio enquanto minha língua percorre seus lábios e minha
mão passa por seus cabelos. “Por favor.” Imploro.
Seus olhos reviram e ele me beija com força. Sinto minha
excitação aumentar e, oh Deus, não estou nem brincando, poderia
aguentar tudo e beberia. Nos beijamos por mais dez minutos no
escuro e não sei se alguém está olhando e, estupidamente, nem me
importo mais. Não me lembro de ter ficado tão excitada.
Finalmente, nosso jantar é chamado e ele, a contragosto,
afasta seus lábios dos meus. Passa as mãos para cima e para baixo
em minhas costas enquanto me observa atentamente. Daria
qualquer coisa para saber o que está pensando. O sangue bombeia
com força ao redor do meu corpo e preciso desesperadamente de
um banho frio. Eventualmente nos levantamos e ele me leva para
a sala de jantar.
Estou exausta.
Sento à mesa enquanto minha excitação bate fortemente entre
minhas pernas. Não consigo imaginar como devo estar. Meu rosto
está vermelho e meus cabelos estão bagunçado. Eu nunca…
Fico olhando perplexa para a mesa na minha frente. Não
consigo nem pegar minha faca e garfo. Que diabos? Meu corpo está
batendo forte e, embora esteja agindo para os outros pensarem que
me fodeu até a submissão, a verdade é que ele não precisa. Estou
secretamente implorando para chupar seu pau agora.
Não tenho ideia do que há de errado comigo. Esta não é quem
sou. Ele pega o nosso jantar e coloca onde estamos sentados à
mesa e depois volta para o bar e pega mais dois uísques com Coca
sem dizer uma palavra. Meus olhos o observam do outro lado da
sala, vestindo jeans apertado e uma camiseta branca que abraça
todos os seus músculos. Suas tatuagens estão aparecendo por
baixo da camisa. Ele se eleva acima de todos os homens no bar e
me sinto tremer enquanto o observo. Inferno, isso é ridículo. Não
tenho certeza se esse show de dominação é para as pessoas ao
nosso redor ou para me deixar saber o quanto meu corpo o quer...e
realmente quer. De qualquer forma, estou totalmente
ferrada. Enquanto ele está fora, Chelsea e Ângela pegam o jantar e
se sentam ao meu lado na mesa comprida.
Sou trazida de volta à realidade com um baque. Um olhar de
seus grandes seios oferecidos no meu rosto e minha excitação se
dissipa instantaneamente.
“Olá.” Chelsea finge um sorriso.
“Oi.” Respondo enquanto corto meu frango.
Ângela sorri calorosamente enquanto coloca a mão na minha
perna.
“Deus, Mac é como um animal com você. Tenho observado ele.”
Engulo desconfortavelmente. Sou uma vadia.
“Mac é um animal com todas as mulheres. Você deveria vê-lo
comigo.” Chelsea murmura sarcasticamente em sua taça de vinho.
Os olhos de Ângela e os meus se encontram e continuo a comer
em silêncio. Sei que isso não deveria me irritar, mas irrita,
porra. Mac volta e se senta e meus olhos irritados piscam para
ele. Imagino as garotas do navio todas fazendo fila para transar
com ele e me sinto mal. O que diabos acontece por aqui quando
estão sozinhos no mar?
Você não é assim, Roshelle.
Já compartilhei um homem. Por que diabos vou
voluntariamente compartilhar outro?
Um homem de aparência europeia se aproxima e fala com um
homem loiro. Mac olha para cima e para ele, sua mandíbula
cerrada de raiva, e meus olhos seguem o homem através da mesa
de jantar.
“Quem é aquele?” Pergunto a Ângela.
“Stucko.” Ela sussurra enquanto abaixa a cabeça.
“Quem é ele? Não o vi antes.” Franzo a testa.
“Seja grata. Ele é um trabalho desagradável.” Ela sussurra.
Olho para Mac, que está abertamente olhando para ele do
outro lado da sala. Posso dizer que não há amor perdido entre
esses dois.
“Então, vinte e um dias até Porto Rico.” Ângela sorri enquanto
tenta puxar conversa.
“Ah, mal posso esperar.” Chelsea sorri e então ela olha para
Mac. “Mac e eu tivemos algumas noites muito selvagens em Porto
Rico, não foi?”
Ele continua comendo de cabeça baixa. Não responde e não
reconhece o que ela acabou de dizer.
Tenho uma visão deles transando em uma boate e meu sangue
ferve, embora saiba que estou sendo totalmente ridícula. Não
consigo controlar isso.
“O que você planejou para mim neste porto Mac?” Ela sorri
sensualmente sobre a mesa.
Mastigo minha comida em silêncio enquanto olho para o meu
prato.
“Chega Chels. Pare com essa merda.” Ele grunhe.
Ângela arregala os olhos para a taça de vinho. “Estranho.” Ela
murmura para mim.
Continuamos a comer em silêncio e, eventualmente, Chelsea
se levanta para ir ao bar e Ângela começa a falar com um homem
que se senta ao lado dela. Mac casualmente coloca a mão na minha
coxa e a tiro discretamente por baixo da mesa. Ele me encara e
levanta a sobrancelha em um desafio silencioso.
Inclino e sussurro em seu ouvido; “Não aprecio seu poste de
arranhar me entediando com seus contos desprezíveis sobre
você. Vou voltar para o quarto.”
“O inferno que você vai.” Ele diz em meu ouvido enquanto
agarra minha mão.
“Fique aqui e foda-a na mesa de sinuca.” Sussurro com raiva
enquanto tiro minha mão de seu aperto.
“Não seria a primeira vez.” Ele dispara de volta.
Sento e finjo um sorriso enquanto meus olhos fixam os
dele. Hesito por um momento, chocada por ele ter acabado de dizer
isso. Chocada que alguém possa dizer isso. “É por isso que estou
fora do seu alcance, mas obrigada pelo lembrete.”
Seu rosto fecha e ele se recosta na cadeira. Sei que estou com
ele.
“Fique com suas prostitutas.” Levanto, jogo meu guardanapo
na mesa e saio da sala comum caminhando pelo corredor. Sinto
meu coração bater forte. Sei que ele vai perder a cabeça, mas não
posso ficar com ele, ou devo dizer, fingir que estou com ele, sei
muito bem que ela está esperando para ter sua vez depois que eu
for para a cama. Que tipo de situação fodida é essa? Por que ainda
me importo? Isso está me irritando seriamente. Sei que todos
compartilham camas, mas não posso nem mesmo compartilhar um
parceiro de beijo. Vou ficar no quarto pelo resto da viagem.
Não vou fazer isso comigo novamente.
Não posso fingir que está tudo bem para mim. Não está. Desço
até a nossa porta e então olho para a escada de metal que leva para
cima. Preciso de um pouco de ar fresco. Subo e saio para o
convés. Sou saudada por uma luz brilhante e fico olhando para a
lua cheia enquanto ela ilumina uma linha em chamas na água
abaixo dela. A brisa do oceano sopra em meu rosto e uma calma
instantânea passa por mim. Inalo profundamente e um sorriso
cruza meu rosto. É bom aqui em cima. O som do oceano batendo
na lateral do barco é um lembrete de quão remoto é esse lugar na
Terra. Como essas pessoas sobrevivem nessas condições por tanto
tempo?
Ando até o lado do navio e olho para o mar escuro e frio. O som
do motor do navio é um zumbido e posso ouvir o mar batendo nas
laterais do barco.
Piratas. Piratas modernos. Governados por seu próprio
conjunto de regras, sem ninguém a quem responder, exceto uns
aos outros. Por um longo tempo, fico olhando para o mar enquanto
contemplo como e por que as pessoas neste navio vivem
assim. Eles não sentem falta da terra? Não sentem falta de ter sua
própria casa, seu próprio homem ou mulher para amar?
Meus pensamentos vão para Todd e minha confusão retorna,
diferentes emoções todas juntas. Sinto falta dele. Eu o
odeio. Estou feliz por ter descoberto. Gostaria de nunca ter
descoberto. Parte de mim sabe que eles iam me contar e se
esforçariam para ficarem juntos. Fico olhando para a água. Eles
estão juntos agora?
Quanto tempo estava acontecendo?
Viro e inclino na grade lateral e olho para trás, para os
contêineres todos alinhados em fileiras. Pergunto-me em quais
lugares emocionantes já foram? As coisas que viram. Se ao menos
pudessem conversar, tenho certeza de que teriam uma história
interessante para contar. Fico olhando para o grande recipiente
laranja na minha frente. A porta tem cadeado e há um número no
canto superior esquerdo na extremidade.
1230
Um pensamento passa pela minha mente e franzo a testa
enquanto olho para ele.
Isso é como...
Mordo minha unha enquanto tento me lembrar. A imagem do
pedaço de papel no celular de Mac tinha números nela. Números
assim. Olho em volta para os contêineres ao meu redor.
1130
1163
1145
Estreito meus olhos enquanto penso. Não me lembro o que
estava escrito ao lado dos números. Vou ter que olhar para o
celular novamente amanhã, quando ele for trabalhar.
De quem era aquele pedaço de papel e por que ele tirou uma
foto dele? Se fosse dele, não precisaria da foto, teria uma cópia
impressa.
Humm interessante. Fico mais um pouco de pé e a cada
momento minha mente começa a disparar um pouco mais.
Ando no escuro enquanto olho para os contêineres. Corro
minha mão ao longo da extremidade de metal duro de um
deles. Existem milhões e milhões de dólares em drogas neste navio.
Se minhas suspeitas estiverem corretas, Mac sabe exatamente
quais são as drogas e em quais contêineres de transporte são
mantidas. Olho para trás, para a água, enquanto penso.
E agora, sem o conhecimento dele, eu também.
Puta merda.
Vítima das circunstâncias ou oportunidade? O mundo
funciona de maneiras estranhas e se tudo o que acontece tem uma
razão, qual é a mensagem mais profunda por trás disso?
Por que eu estava naquela boate no meio do nada naquela
noite em particular?
Por que vi o que vi?
Por que este navio em particular?
Por que ele?
Fico olhando para a parede na escuridão enquanto vasculho o
universo em busca de respostas. Incapaz de olhar para o celular
escondido porque não sei quando ele vai voltar, estou
frustrada. Quatro horas se passaram desde que o deixei na sala de
jantar e não veio me procurar. Talvez não se importe mais com o
que aconteça comigo. Talvez estivesse me iludindo de que se
importava. Por que eu deveria me importar de qualquer
maneira? Minto pelo que parecem horas na escuridão enquanto
penso.
Ouço o barulho da chave na porta, fecho os olhos e finjo
dormir. Ele entra em silêncio e o sinto ficar parado no final da cama
por um momento, enquanto me observa. Tira a roupa, vai ao
banheiro e depois se arrasta para a cama atrás de mim. Sinto meu
corpo relaxar agora que ele está no quarto e espero poder
finalmente dormir um pouco. Ele envolve seus grandes braços em
volta da minha cintura por trás e se aconchega nas minhas
costas. Não deveria gostar da maneira como ele fica perto de mim,
mas por algum motivo doentio...eu gosto.
Não me lembro de mais nada enquanto caio no sono.

Acordo com a sensação do meu pau se esforçando para se


libertar da minha cueca. Deus, essa coisa tem vontade
própria quando estou tão perto dela. Olho para vê-la
acordada e deitada de lado, de frente para mim.
“Oi.” Murmuro sonolento.
“Olá.” Ela sorri suavemente.
Seus cabelos compridos, escuros e castanhos caem sobre
seus ombros e ela tem toda aquela vibração de acabou-de-
acordar-e-preciso-ser-fodida. Está vestindo uma das minhas
camisetas e uma cueca samba-canção, e nunca vi algo tão
excitante.
É por isso que estou fora do seu alcance.
Suas palavras cortantes da noite passada ficam
pesadamente em meus ombros. Ela está certa. Não tenho
direito a ela e ela me lembrou há quanto tempo não estou com
uma mulher decente.
Ela me observa atentamente e sei que tem algo em mente.
“O que foi?” Pergunto.
Ela traça um círculo no lençol abaixo de nós com o dedo
indicador enquanto contempla sua próxima pergunta. “Você
já…?” Ela faz uma pausa. “Você sempre viveu essa
vida?” Ela pergunta.
Fico olhando para ela por um momento. “Sempre fui...
ruim, você quer dizer?”
Ela acena suavemente.
Olho para o teto acima. “Não, não fui.” Estreito meus
olhos enquanto penso por um momento. “Na verdade retiro
isso. Sempre fui assim.”
Ela franze a testa como se não acreditasse em mim.
Meus olhos piscam para ela. “Esta é a parte em que você
quer que eu diga que sou um policial disfarçado e estou aqui
para salvar o mundo?” Pergunto.
Um traço de sorriso cruza seu rosto. “Você não é
policial?”
Sorrio com sono. Esta mulher me mata. “Não.” Balanço
minha cabeça. “Não sou um policial.”
“FBI.” Pergunta, esperançosa.
Sorrio. Pare de ser tão fodidamente sexy. “Não.”
“Forças especiais.”
Reviro meus olhos. “Você assiste televisão demais, Rosh.”
Ela me observa por um momento como se estivesse
pensando. “Posso perguntar uma coisa, Mac?”
Aceno enquanto meus olhos vão para seus lábios
perfeitos. Deus, o que não daria para tê-los em volta do meu
pau. Tenho uma visão dela nua e ajoelhada enquanto desce
sobre mim e endureço ainda mais. Sutilmente reajusto meu
comprimento sob os cobertores. “Sim.” Respondo distraído
por meus pensamentos rebeldes.
“Você sabe como vai conseguir um novo passaporte para
mim?”
Franzo a testa enquanto ouço. Para onde isso
vai? Concordo.
“Você pode me conseguir um passaporte com outro
nome?” Ela pergunta.
“Por quê?”
Ela encolhe os ombros enquanto seus olhos ficam
grudados nos cobertores embaixo de nós.
Levanto minha mão e seguro seu rosto. “De quem você
está fugindo, baby?” Seus olhos sobem para encontrar os
meus.
“De mim. Estou fugindo de mim.”
Capítulo 6

O peso de suas palavras esmaga meu peito como um vício.


Fico olhando para ela, incapaz de compreender a ideia. “Por
que você iria querer fugir de você?” Pergunto.
Ela baixa os olhos de volta para os cobertores com
vergonha.
Estendo a mão e esfrego meu polegar sobre seu lábio
inferior. “Você não tem ninguém em casa esperando por
você?” Pergunto. O que está acontecendo com essa garota?
Algo simplesmente não combina aqui. Sempre achei que ela
estava escondendo alguma coisa. Embora assustada, não
está nem de longe tão apavorada quanto imaginava que uma
mulher que foi sequestrada depois de testemunhar um
assassinato estaria. Ela aprendeu como desapegar suas
emoções. Por quê?
Ela balança a cabeça suavemente.
Como pode ser? “E sua família?” Pergunto.
Ela hesita por um momento antes de responder. “Minha
mãe morreu há alguns anos e meu pai não é bom.”
Enrugo a testa. “Avós. Irmãos?”
Parada como se estivesse irritada com minha linha de
questionamento. “Você pode me ajudar ou não?” Ela
pergunta.
Aperto meus lábios enquanto contemplo seu pedido.
“Posso se você me contar algumas coisas.”
Seus olhos encontram os meus. “Como o quê?”
“Tipo, por quê?” Ela continua a me olhar, mas não
responde. “Você acha que pode fugir de seus problemas?”
“Não quero fugir. Quero começar de novo.”
Levanto uma sobrancelha em questão. “Começar de
novo sozinha seria difícil.”
Ela encolhe os ombros. “O que você vai fazer? Explique-
me quais seriam seus planos.”
Eu me deito e coloco minhas mãos atrás da cabeça
enquanto espero por sua resposta, seus olhos estão em meu
bíceps antes que os afaste e mordo meu lábio inferior para
esconder meu sorriso. Ela pode fingir que não me quer quando
sou tudo o que quer. Sei que seu corpo tem outras ideias.
Ela engole enquanto pensa. “Vou descer em Porto Rico e
então pensei em tentar conseguir um emprego ou algo assim.”
Seus grandes olhos castanhos encontram os meus enquanto
encolhe os ombros. “Vou resolver isso.”
Observo-a por um momento. Ela não pode mentir por
merda, já tem um plano, tenho certeza disso.
“Então, você quer sair da grade. Tornar-se invisível,
ruim mesmo?”
Pergunto sarcasticamente.
Ela sorri tristemente. “Acho que ser mau seria mais
fácil.”
“Por que isso?”
“Pelo menos eu saberia o que esperar das pessoas.”
Franzo a testa enquanto a observo. O que aconteceu
para deixá-la assim? Minha mente imediatamente vai para a
noite em que a encontramos na boate e as lágrimas que
escorriam por seu rosto enquanto ela tropeçava para fora da
porta dos fundos.
“O que você quer dizer com isso?” Pergunto.
“Bem...” Ela hesita enquanto articula seus
pensamentos. “Se eu esperar o pior, nunca ficarei
desapontada.”
Levanto uma sobrancelha em questão. “O pior?”
“Mentiras.” Ela se levanta e pega uma toalha do chão.
Apoio no cotovelo enquanto a observo. “As pessoas
mentem para você?” Pergunto.
“Todos.” Ela murmura enquanto desaparece no
banheiro para descartar a toalha.
“Isso não é verdade. Nunca menti.” Digo.
Ela reaparece e se inclina no batente da porta e sorri.
“Sim. Você mentiu.”
“Quando?”
“Quando me disse que seu nome era Mac.”
Levanto minhas sobrancelhas. Como ela sabe que meu
nome não é Mac? “Nunca me apresentei a você, e por que acha
que meu nome não é Mac?”
“É isso?” Ela sorri sensualmente com uma sobrancelha
levantada.
Sorrio e balanço minha cabeça. “Não.”
“Pensei que não.” Ela se curva e pega minhas roupas
no chão e começa a reorganizá-las.
“Você pode simplesmente parar de limpar e vir falar
comigo por um momento?”
“Nada para falar. Você quer me ajudar ou não.”
“E se eu não fizer?”
“Então ficarei prejudicada por empréstimos estudantis
e por lidar com um ex-namorado idiota.”
Um sorriso que não consigo esconder cruza meu rosto.
“Por que você está sorrindo?” Ela pergunta.
“Então, você tem um ex?”
“Sim.” Ela sorri. “E isso é engraçado porquê?”
Arregalo meus olhos. “Palavra-chave ex. Você é uma
pessoa livre.”
Ela me olha inexpressiva. “Sim, livre, exceto pelo
pequeno sequestro mantido contra minha vontade por sua
parte.”
Sorrio amplamente. “Pequenos detalhes. Conte-me
algo.”
Seus olhos encontram os meus e posso dizer que ela está
lutando contra um sorriso. “Se tivéssemos nos conhecido em
uma circunstância diferente...”
“O que não aconteceu.”
“Mas se nós tivéssemos?”
“Sim.”
“Se nos encontrássemos, digo...” Hesito enquanto penso
em um cenário. “No seu trabalho, por exemplo, e convidasse
você para um encontro. Sairia comigo?”
Um sorriso encontra seu rosto neste momento. “Você
teria me convidado para sair?” Ela faz uma pausa por um
momento. “Se você fosse normal e não gostasse do pacote de
prostitutas, quero dizer.”
Rio alto enquanto a puxo de volta sobre mim enquanto
seguro suas duas mãos nas minhas. “Sou normal.”
Ela se inclina sobre mim e sorri enquanto seus cabelos
caem em meu rosto. “Você não é normal porra nenhuma e toda
essa coisa de navio do Inferno que tem aqui está cheio de
pacotes de prostitutas. Pacotes de prostitutas que
compartilha com seus colegas de trabalho.” Ela finge um
arrepio de nojo.
Pareceria estranha para o mundo exterior. Verdade seja
dita, pela primeira vez desde que estou aqui, mal posso
esperar para voltar a essa cabine todas as noites depois do
trabalho. Esta mulher linda, inocente e fogosa na minha
cama é quase insuportável.
Eu a quero.
Quero que ela me queira e vou mover o inferno para ter
a maldita certeza de que vá querer.
Estendo a mão e passo meus dedos por seus cabelos
escuros e chocolate enquanto ela olha para mim. “Não estou
interessado nos pacotes de prostitutas, Rosh.”
“Em que você está interessado?” Seus olhos procuram
os meus e tenho que me conter para não sentar e tomar seus
lábios nos meus. Não posso tocá-la no quarto, lembro.
“Você.” Respondo imediatamente. Não posso nem fingir
que não a quero. O arrependimento me preenche e hesito por
um momento. “Gostaria que tivéssemos nos conhecido em
circunstâncias diferentes.” Respondo.
“O ponto é discutível porque não fizemos.” Ela sorri
tristemente enquanto se afasta do meu aperto e se levanta.
Meu rosto aperta com sua rejeição.
“Então isso e um sim? Você vai me ajudar?” Ela
pergunta.
Deito e a observo por um momento enquanto coloco
minhas duas mãos atrás da minha cabeça. Por que a ideia de
ser a única pessoa no planeta que sabe onde ela está parece
tão atraente para mim?
“Posso ajudá-la a desaparecer.” Respondo.
Ela dá um sorriso agradecido. “Obrigada.”
Levanto e envolvo meus braços em volta dela por trás,
ela se vira e encosta a cabeça no meu peito. Ficamos por um
longo tempo nos braços um do outro e gostaria que ela não
apenas me mostrasse esse lado vulnerável...porque agora,
não só tenho o desejo primitivo de transar com ela, como
também tenho a necessidade de protegê-la. Na situação em
que estou aqui neste navio, honestamente não sei se posso
oferecer proteção a ela ou qual pecado é o pior mal.

A porta se fecha atrás dele quando sai para o trabalho,


espero dez minutos e bato o pé com impaciência. Estou louca para
voltar para seu guarda-roupa. Vou na ponta dos pés até a porta e
abro para olhar para a esquerda no corredor, e depois para a
direita. Ele não está em lugar nenhum. Tudo está em silêncio e a
costa está limpa.
É hora dos negócios.
Fecho a porta atrás de mim, tranco e, em seguida, pego a
cadeira para erguer-me até o guarda-roupa, onde cuidadosamente
subo. Levanto e olho para a escuridão e apalpo sobre minha
cabeça. Minha mão desajeitada tropeça e simplesmente não
consigo alcançar o fundo falso. Estico mais e quase caio da cadeira.
Droga, por que não consigo encontrar hoje? Encontrei por
acidente da última vez. Pulo um pouco e bato no telhado e, com
certeza, ele se solta. Empurro o teto falso para cima e o deslizo para
o lado. Tateio e finalmente localizo o celular procurado. Meus olhos
olham ao redor com culpa e deslizo o teto de volta no lugar, fecho
o guarda-roupa e coloco a cadeira de volta na mesa. Então pego
papel e caneta, me tranco no banheiro e sento no chão. Clico nas
imagens primeiro e vou direto para a foto da garota atraente e do
menino. Esta é a família dele? Quem é essa garota? Deslizo até
chegar à foto dos dois com o jovem e a estudo por um momento.
Ele tem o braço em volta dela e ela está inclinando a cabeça para
trás sobre ele. Eles parecem um casal...uma família. Deslizo pelas
imagens mais uma vez e depois volto a essa. Franzo a testa
enquanto penso. Não, tenho certeza de que são a família desse
outro cara...não do meu Mac.
Rolo meus olhos com nojo de mim. Ele não é meu Mac. Oh
Deus. Concentre-se, sua idiota de merda. Continuo passando pelas
imagens até chegar ao que procuro. O relatório.
1267 - CC - Pick up 10th - Coffee
1208 - H - Pick up after delivery - Tea
1190 - I - Pick up 14th - Statue
1211 - H - Pick up 11th - NA
1130 - CC - non disclosed - Book
1140 - DMD - Pick up after delivery - Statue
1289 - WP - PAD - Flooring
Humm, o que isso significa?
Ok, então o contêiner 1267 tem algo com café. CC…o que é
CC? Mordo minha unha do polegar por um momento enquanto
contemplo isso. Pego minha caneta e papel e começo a anotar.
O que diabos é CC?
Onde está o Google quando preciso desesperadamente dele?
O contêiner 1208 tem algo como chá e a coleta é após a
entrega. Depois da entrega? Isso significa que depois de chegarmos
a Porto Rico? E o que é H?
H...H...H é para...?
Meus olhos se arregalam. Puta merda. H é heroína. Penso
por um momento. Merda, CC deve ser cocaína.
Coloco minhas duas mãos sobre a boca em choque. A
cocaína está escondida no café e a heroína no chá.
Porcaria. Isso é uma merda séria. Minha frequência cardíaca
acelera e meus olhos piscam nervosamente. E se for pega copiando
isso?
Por que ele ainda tem? E se ele for pego copiando isso? De
quem copiou isso?
Merda, continuo descendo a lista.
1140 - DMD - Pick up after delivery - Statue
1289 - WP - PAD - Flooring
1140. DMD. O que é isso? O que é DMD? Deus, realmente
preciso descobrir o que toda essa merda significa. Seja o que for,
está em uma estátua. Pergunto-me o quão grande é uma estátua?
Bato meu pé enquanto penso. Ok, a primeira coisa que
preciso fazer é encontrar o contêiner e tentar entrar nele. Qual
contêiner quero? Volto à lista com minha caneta. Precisa ser
pequeno o suficiente para eu...
Tenho que perguntar a ele como irei sair desse navio. Talvez
eu seja revistada?
Tanta coisa para pensar. Coloco o celular de volta onde ele
pertence e depois de esconder cuidadosamente minha nota, vou
para o chuveiro.
Deixo a água quente correr sobre mim enquanto tento traçar
um plano.
Vou fazer isso, mamãe. Esta é a minha chance e irei
aproveitar. Estou me libertando.

“Pronta para ir?” Ângela pergunta do corredor enquanto


abro a porta. Sorrio, grata por ela ser tão legal comigo e vir me
buscar para me levar com ela durante o dia.
“Então, para onde vamos de novo?” Pergunto.
“Convés superior?” Franzo a testa.
“No topo da sala de controle, temos um local que chamamos
de deck superior. Espreguiçadeiras, academia e outras coisas estão
lá.”
Levanto minhas sobrancelhas em choque.
“Espreguiçadeiras?”
Ela sorri. “Não fique muito animada, é muito longe de Ibiza.
Você tem um maiô, não é?”
“Hum.” Franzo a testa. “Oh, acho que sim naquela sacola de
coisas. Deixe-me ver.” Mexo na sacola plástica e encontro o biquíni
branco. “Aqui está.” Encolho-me enquanto o seguro e o inspeciono.
“Coloque.” Ela sorri.
“OK.” Entro no banheiro e coloco o biquíni minúsculo.
“Depressa.” Ângela chama.
“Oh Deus, é obsceno pra caralho.” Grito de volta.
“Deixe-me ver.”
Timidamente abro a porta enquanto olho para mim em um
biquíni branco, Lycra, biquíni fio dental ou quase lá.
Ângela ergue as sobrancelhas em aprovação. “Muito
agradável. Mac vai te amar nisso.”
Franzo a testa enquanto tento esticar a parte superior para
cobrir mais dos meus seios.
“Você acha?”
Ela sorri calorosamente. “Sei que sim.”
Olho para ela. Quero perguntar muitas coisas sobre ele.
Tipo, por que está neste barco abandonado por Deus? Quanto
tempo se passou desde que dormiu com Chelsea? Ele tem alguém
em casa esperando por ele? É realmente legal e incrivelmente lindo,
ou estou ficando delirante e desenvolvendo a Síndrome de
Estocolmo? Sei que não deveria me preocupar com nenhuma das
respostas às minhas perguntas e, para ser honesta, quanto menos
eu souber sobre ele, melhor. Ele é um meio para um fim. Vai me
manter a salvo até que eu saia deste barco e isso é tudo que preciso
saber. O resto não importa. Gostaria que isso realmente não
importasse para mim...mas de alguma forma, secretamente
importa. Pego minha toalha. Dez minutos depois, estou sendo
conduzida ao convés superior.
“Aqui está.” Ângela ergue os braços. “Nosso tipo especial de
paraíso.”
Sorrio alto. “Sim consigo ver.” A área tem cerca de dez
metros quadrados e há dez espreguiçadeiras brancas em um
semicírculo, e o chão é coberto de grama falsa. É a epítome dos
anos oitenta. À esquerda está uma grande sala de vidro que abriga
o ginásio. Posso ver um cara malhando. Ângela estende a toalha
em uma cadeira e se deita. “Sente-se.”
Estendo minha toalha, sento ao lado dela, deito e fecho os
olhos. O sol está quente e acolhedor.
Ficamos muito tempo em silêncio. “Há quanto tempo você
disse que está neste barco?” Pergunto.
Ângela franze o rosto enquanto pensa. “Alguns anos.”
Olho para ela. “Explique essa coisa de dois homens para
mim.”
Ela sorri com os olhos fechados enquanto inala o sol. “Se
você tivesse me perguntado há dez anos se essa é a vida que
imaginei para mim...”
Observo-a.
Ela balança a cabeça. “De jeito nenhum eu teria imaginado
ser feliz aqui, vivendo do jeito que vivo.”
“Você está?”
“Estou o que?”
“Feliz?” Eu franzo a testa, porque não posso imaginar que
ela pode estar.
Ela sorri amplamente. “Nunca estive tão feliz.”
Caio para trás e enfrento o sol enquanto suas palavras rolam
na minha cabeça.
“Depois que deixei de lado minhas aspirações de infância e
me permiti viver o momento, parei de ficar desapontada com tudo.”
Olho para ela. “O que você quer dizer?” Pergunto.
Ela encolhe os ombros. “Achei que para ser feliz precisava
ter três filhos e a cerca branca nos subúrbios com o marido
perfeito.”
“É assim que me sinto.” Murmuro. “É tudo uma merda de
merda. Tudo isso.”
Penso por um momento. “Simplesmente não entendo...”
Paro, sabendo que isso não é da minha conta e realmente não devo
comentar.
“Como estou com dois homens?” Ela pergunta.
Levanto minha mão para proteger meu rosto do sol. “Acho
que sim.”
“Nem eu por um longo tempo. Nunca quis que fosse assim e
ainda me lembro da noite em que os conheci. Eram cerca de quatro
da manhã e estavam descendo a rua depois de saírem de uma
boate. Meu namorado tinha acabado de me bater bastante e eu
estava com o lábio sangrando e correndo enquanto tentava me
afastar dele.”
Eu a observo enquanto imagino o cenário em minha mente.
“Jack me agarrou e comecei a gritar histericamente.” Ela faz
uma pausa por um momento.
“Quem, seu ex?” Pergunto.
“Sim. Ele ficou louco por Jack me ter em seus braços e me
chutou com força por trás.”
“Foda-se.” Sussurro. “Parece agitado.”
“E foi. Rick enlouqueceu e eles começaram a brigar.” Ela faz
uma pausa enquanto pensa por um momento. “Ele foi um péssimo
equipamento, meu ex.”
“O que aconteceu então?”
“Jack se certificou de que eu estivesse segura e então ajudou
Rick a lutar contra ele.”
“Deus.” Observo-a por um momento. Não consigo imaginar
ser espancada por um namorado. Que horrível?
“De qualquer forma, para encurtar a história, não queria ir
para casa porque sabia que ele viria me procurar. Eles se
ofereceram para me hospedar durante a noite.”
Sorrio.
Ela olha para mim. “O quê?”
“Então você foi para o barco e fodeu os dois?” Sorrio
enquanto balanço minha cabeça.
“Não, nada disso.” Ela sorri amplamente. “Fomos para a
casa de Jack e dormi no quarto de hóspedes.”
Sorrio enquanto imagino.
“Eles foram perfeitos cavalheiros. O casamento de Jack
havia acabado e Rick estava superando um coração partido.”
“Jack era casado?” Pergunto.
Ela concorda. “Sim, a vadia brincou com ele enquanto estava
no mar.”
“Oh.”
“De qualquer forma, acabei ficando no quarto de hóspedes
do Rick durante a semana com os dois. Apenas como amigos.”
Sorrio. “Sim claro.”
“Não, é sério. Éramos apenas amigos, não havia nada de
namoro desconfortável. Eles falaram sobre suas mulheres e falei
sobre meu cara abertamente. De alguma forma, formamos um
vínculo.”
Olho para ela. Esta história parece boa demais para ser
verdade. “Então o que?”
Ela encolhe os ombros. “Eles tiveram que voltar para o mar,
então me ofereceram para ficar no apartamento enquanto
estivessem fora, como um lugar seguro.”
“Você ficou?”
Ela acena com a cabeça e sorri. “Sim, e consegui me
recompor um pouco e economizei um pouco de dinheiro para
retribuir quando voltassem.”
“Por quanto tempo eles foram embora?”
“Oito semanas.”
“ Então você ficou na casa deles sem pagar o aluguel por oito
semanas?”
“Sim. Eles me deixaram ter uma casa segura.”
“Uau, isso é bom.”
“Eu sei. Conversamos ao telefone enquanto estavam fora e...

Ela faz uma pausa enquanto se lembra. “Quando voltaram,
ficaram em casa por seis semanas. Planejei me mudar assim que
voltassem, mas eles não me deixaram.”
Franzo a testa. “Então, como foi de três amigos para três
amantes?”
“Após cerca de um mês morando com os dois, comecei a me
sentir atraída pelos dois. Coisas diferentes em cada homem.”
Franzo a testa. “Como o quê?”
Ela encolhe os ombros. “Jack é carinhoso, doce e atencioso.
Ele me adora e eu o adoro.”
“E o Rick?” Pergunto.
“Rick é gostoso...como se eu precisasse transar com ele a
noite toda, gostoso.”
Sorrio. Deus, conheço esse sentimento. Uma certa pessoa
vem à mente.
“Saímos para jantar uma noite e bebemos. Eles me disseram
que ambos queriam me convidar para um encontro, mas porque
um sabia que o outro gostava de mim, não fizeram.”
Sorrio. Essa história é legal. “O que você disse?”
Ela sorri. “Disse-lhes que também me sentia atraída pelos
dois e que me mudaria no dia seguinte, pois era óbvio que as coisas
estavam para ficar complicadas.”
Observo-a enquanto está deitada com os olhos fechados para
se proteger do sol. “Então o que?” Pergunto.
“Quando estava indo para a cama naquela noite, Jack entrou
no meu quarto e me deu um beijo de boa noite. De língua.”
Mordo meu lábio inferior enquanto imagino o cenário.
“Oh.”
“E então Rick veio e me perguntou se poderia me beijar
também.”
“E você disse sim?” Já estou sentada na minha cadeira.
Ela balança a cabeça. “Ainda não acredito. Meio que ficamos
na cama por um tempo...nós três.”
Meus olhos se arregalam. “Então os caras se deram bem
também?”
Ela balança a cabeça. “Não. Não no começo.”
“Deus.” Isso significa que eles fazem agora?
“De qualquer forma, acabamos fazendo a escritura naquela
noite. Nós três. Não era desprezível e não era barato. Eles me
adoram e nunca me senti tão cuidada em minha vida.”
Franzo a testa. “Você leva os dois de uma vez?”
Ela balança a cabeça. “Não. Não por muito tempo. Tudo
começou apenas preliminares e eu beijava os dois e eles
basicamente se revezavam para fazer amor comigo. Demoro um
pouco até o orgasmo, então posso ir por muito tempo. E então, no
ano seguinte, nos envolvemos com anal.”
Fico quieta enquanto ouço. Essa é a história mais
interessante que acho que já ouvi.
“E então, no ano seguinte, aprendi a levar os dois.”
“Como é isso?” Pergunto. Só li em livros obscenos coisas
como essa. Na verdade, nunca conversei com ninguém que faz isso
de verdade.
Ela sorri amplamente. “A melhor merda que você pode
imaginar. Ser capaz de ter dois homens por quem você está
apaixonada e poder estar dentro de você ao mesmo tempo é uma
loucura.”
“Você ama os dois?”
“Desesperadamente.”
“E eles amam você?”
Ela acena com a cabeça e sorri. “E recentemente eles
começaram a se amar.”
“O que? Oh meu Deus.” Sorrio. “Eles fodem? Como...um
com o outro?” Pergunto.
“Não. É um processo. Eles não são gays e nunca foram
atraídos por homens, mas fazemos sexo juntos como três.”
“Nunca é um ou outro, ou nenhum deles?”
Ela balança a cabeça. “Não. Não farei isso.”
“Por que não?”
“Não quero correr o risco de me apaixonar mais por um do
que no outro. Se não está quebrado, por que consertar?”
Concordo. “Bom ponto.”
“Recentemente, estive pensando que não é justo eu ter
relações sexuais com outras duas pessoas e eles não. Então, pedi
a eles que experimentassem um com o outro, por assim dizer.”
Sento na minha cadeira. “O que eles disseram?”
“Bem, não disse isso do nada. Percebi que eles estão mais
afetuosos um com o outro. Passamos muito tempo nus e na cama
juntos. É natural que tenham ficado confortáveis com o corpo um
do outro. Tipo, quando estávamos no banho, eles me lavavam, mas
depois também se lavavam, e quando nos abraçávamos, eles
colocavam os braços em volta de nós três e outras coisas.”
Sorrio enquanto a observo.
“Uma noite, estávamos na cama e perguntei-lhes se não
haveria problema de beijarem um ao outro. Posso dizer que ambos
queriam, mas estavam nervosos e não queriam ser rotulados como
gays. Disse a eles que seria muito excitante e que poderiam tentar
por mim. Assegurei que o que acontece entre nós fica entre nós.”
“Eles se beijaram?” Pergunto.
Ela concorda. “Foi à coisa mais linda e mais quente que já vi
na minha vida. Acho que os surpreendeu como pareceu natural.”
Balanço minha cabeça em descrença. Realmente preciso sair
mais. “Portanto, estamos dando passos de bebê. Estamos
chegando perto e não vai demorar muito para que nós três
realmente nos fodamos.”
“O que eles fazem...um ao outro, quero dizer?”
“Não diga nada disso a ninguém.” Ela pede enquanto seus
olhos piscam.
Balanço minha cabeça. “Não, nunca faria.”
“ Nós nos beijamos e caímos um no outro. Posso vê-los se
apaixonando um pouco mais a cada dia. Os olhares prolongados e
a ternura entre eles são visíveis. Sentem-se confortáveis em
brincar, mas é um grande passo para um homem hetero tomar
outro homem analmente.”
Sorrio. Deus, essa não é a história que imaginei. Achei que
ela fosse uma prostituta paga pelos dois para ficar por perto.
“Quando acontecer, será lindo e sou a garota de sorte que
pode estar presente quando os dois perderem a virgindade, por
assim dizer.” Ela sorri.
Deito na minha cadeira sem palavras. Derrube-me. Essa é a
história de uma vida.
“Então, como você acabou aqui?” Franzo a testa.
“Não poderia ficar sem eles e prefiro ficar aqui entediada a
morar sozinho em casa.”
Sorrio e pego sua mão na minha. “Obrigada por me dizer
isso. Você não precisava.”
“Como eu disse, assim que coloquei minhas crenças morais
para trás, minha felicidade começou. Não consigo imaginar minha
vida com outra pessoa ou estar com uma e não com a outra. Nós
somos um pacote. Os três desajustados.”
Ouço a batida de uma porta atrás de nós e me viro para ver
Mac e três homens entrando no ginásio. Ele olha para cima e sorri
sensualmente enquanto seus olhos passam pelo meu corpo. Ele
me dá um aceno sutil.
Sinto meu coração dar uma cambalhota no peito e aceno de
volta. Vejo-o começar a se alongar enquanto fala e ri com seus dois
amigos. Ele se senta e começa a fazer abdominais e toda vez que
se inclina para frente e encosta os cotovelos nos joelhos, sinto meu
estômago apertar. Enquanto ele veste uma camiseta branca e short
esportivo azul-marinho, posso ver cada músculo flexionar em seus
ombros e braços. Por um longo tempo, sento e o observo. Nunca
estive com ninguém como ele antes. Está coberto de tatuagens e
cheio de mistério, mas acho que pode ser a coisa mais sexy que já
vi. Tiro meus olhos dele com nojo de mim. Você está se enganando?
Ele a raptou e está mantendo aqui contra a sua vontade. Fico
olhando para o mar enquanto penso. Isso não é verdade e sei disso.
Ele me sequestrou para salvar minha vida. Agora tudo
mudou entre nós. Os sentimentos que tenho por ele mudaram. Não
tenho medo dele, não o odeio e, se estou sendo totalmente honesta
comigo, me sinto mais segura e feliz quando estou em sua
companhia. Ele não mentiu para mim hoje sobre seu nome
verdadeiro. Por que isso me deixa tão feliz e aliviada por ele não ter
mentido?
“Como vão as coisas com você e Mac?” Ângela pergunta,
interrompendo meus pensamentos.
“Oh.” Hesito antes de responder. “Ok.” Respondo
categoricamente. Ela ergue as sobrancelhas. “Tudo bem?”
Encolho os ombros. “Tão bem quanto podem estar,
suponho.”
Ela balança a cabeça, perdida em pensamentos, e ficamos
em silêncio por mais um tempo. Meus olhos piscam de volta para
ele dentro do ginásio. Agora está levantando o queixo em uma
barra alta e o vejo subir e descer com facilidade. Seus bíceps e
ombros são enormes e as veias correm espessas na parte interna
do antebraço. Minhas entranhas começam a derreter com a visão
dele. Seu cabelo loiro arenoso cai desordenadamente sobre o rosto,
e sua mandíbula esculpida tem uma sombra de cinco horas
cobrindo-a. Ele é tão...como seria tê-lo dentro de mim? Meus olhos
vão para sua bunda e tenho uma visão dele em cima de mim, onde
estou segurando aquela bunda gostosa enquanto ele bombeia com
força aquele pau enorme. Porra. Seria tão bom, mordo meu lábio
inferior para me impedir de sorrir amplamente. Nunca vi um
criminoso com dentes tão brancos e retos. Ele provavelmente usou
aparelho ortodôntico, o que implica que cresceu com um pouco de
dinheiro na família.
“Você sabe muito sobre Mac?” Pergunto.
Ângela franze a testa com o rosto voltado para o sol e os olhos
ainda fechados. “Eu o persegui uma vez no Facebook quando
estávamos no continente. Ele não tem nenhuma mídia social.”
“Humm.” Franzo a testa. “ Ele tem namorada ou esposa?”
Ela balança a cabeça. “Não, eu não penso assim. Os meninos
disseram que não.”
Fico em silêncio. A pergunta que realmente quero fazer é
queimar meus lábios bem fechados.
Ângela deve ser capaz de sentir minha apreensão ao
perguntar.
“O que foi?” Ela sorri.
“Quantas vezes ele...” Paro. Não posso nem dizer em voz alta
porque é tão nojento. “Ele dorme com as garotas no navio?”
Murmuro.
Ângela dá de ombros. “Não frequente.” Ela olha para mim.
“Acho que é apenas um momento desesperado, exigindo medidas
desesperadas, esse tipo de coisa. Ele é apenas um homem, lembre-
se, e nós ficaremos aqui por um longo tempo.”
“Todas elas?” Pergunto baixinho.
Ela encolhe os ombros e agarra minha mão na dela.
“Nenhuma delas por muito tempo.”
Franzo a testa. “Quanto tempo é muito tempo?”
“Não sei. Alguns meses, suponho. E só chega muito tarde da
noite quando está bastante bêbado e parece dar o fora de lá assim
que termina.”
“Eca.” Sussurro e coloco minha cabeça para trás na minha
cadeira, em desespero.
“Imagino que ele seja uma foda gostosa.” Ela sorri.
Sorrio amplamente. “Honestamente?” Levanto uma
sobrancelha em questão.
Ela sorri e cobre o rosto com as mãos. “Oh Deus. Não me
diga que ele é um fracasso na cama e estragará a fantasia que
tenho dele em minha mente.”
“Você consegue guardar segredo?” Pergunto. Deus sabe por
que, mas me sinto mais perto de Ângela do que provavelmente
deveria. Ela tem essa qualidade honesta e realmente gosto disso.
“Você sabe que posso.” Ela responde.
Meus olhos seguram os dela. “Não sei se ele é uma foda
gostosa porque não fazemos sexo.”
Sua boca abre. “O que?” Ela sussurra. “Pensei que
estariam nisso como coelhos.”
Balanço minha cabeça em constrangimento. “Não.”
Ela contorce o rosto dele. “Então... ele não disse?”
Balanço minha cabeça rapidamente. “Não.”
“Mas vocês dois estavam um sobre o outro na sala de jantar.”
“Eu sei. É tudo para mostrar para os outros caras para não
tentarem se virar contra mim. Mac disse que se ele apostasse em
mim, não o desafiariam.”
“Foda-se.” Ela sussurra em choque. “É verdade, eles não
ousariam.” Ela coloca as mãos na boca e balança a cabeça. “Como
diabos você fica com ele do jeito que faz e não volta para o quarto
e fode seus miolos?”
Encolho os ombros. “Não sei.”
Ela franze o rosto. “Você quer?”
Encolho os ombros. “É ridículo.” Paro por um momento. Por
que estou dizendo isso a ela?
“Você pode confiar em mim.” Ela sussurra.
“Estou enojada por me sentir atraída por alguém como ele.”
“Alguém que sequestra e mata pessoas.”
Ângela acena com a cabeça. “Humm. Ele só a sequestrou
porque os outros teriam matado você na hora. Sequestrar garotas
não faz parte do estilo dele.”
Observo-a por um momento. Posso acreditar no que ela diz?
“Só preciso ver as próximas semanas e dar o fora daqui viva.”
“Você irá.” Ela responde rapidamente.
“Você acha que eles vão me deixar ir?” Pergunto.
“Mac tem a palavra final por aqui. O que ele diz vale e se
disse que você está segura, então está segura.”
Aceno enquanto me deito e inalo a vitamina D.
“Por que você simplesmente não...” Ela hesita. Olho para
ela.
“Simplesmente o quê?”
“Por que você simplesmente não gosta dele?”
Franzo a testa. “O que você quer dizer?”
“Você está neste navio por algumas semanas. Vocês estão
obviamente atraídos um pelo outro. Basta ir com ele e se divertir.
Isso tudo será uma lembrança em breve e estará de volta ao
subúrbio chato e ele será um cara gostoso que salvou sua vida e
que você gostaria de ter dormido quando teve a chance.”
Balanço minha cabeça e sorrio suavemente. “Não vou
apenas com isso.”
“E aonde isso levou você.”
Franzo a testa.
“Até agora, você não o acompanhou e onde isso a levou? Você
está feliz? Seu corpo está saciado?”
“Mas...”
Ela me interrompe. “Não há ‘mas’. Se você o quiser, pegue-
o.”
Por mais uma hora ficamos deitadas como lagartos ao sol e
o observo como uma águia enquanto faz exercícios. As palavras de
Ângela estão ecoando alto na minha cabeça. Por que estou sendo
tão auto preservadora? O que estou esperando? Uma proposta de
casamento do Príncipe Harry ou algo assim? Talvez deva apenas
seguir meus instintos e me permitir aproveitar ao máximo esse
tempo. O que tenho a perder? Estou desaparecendo da vida em
algumas semanas. A cada exercício que ele faz, outra imagem suja
passa pela minha mente das coisas tortuosas que imagino que
poderia fazer comigo, o que aquele corpo pecaminoso é capaz de
fazer. Não sei se é o sol ou o óleo derramado sobre mim, ou o
maldito corpo quente dele molhado com um brilho de suor, mas
estou me sentindo muito superaquecida na hora que ele sai para
me buscar.
“Você está pronta para ir?” Ele pergunta enquanto se eleva
sobre minha espreguiçadeira. Olho para cima e vejo seus olhos
famintos caírem em meu corpo quase nu e depois voltarem para
encontrar os meus enquanto lambe os lábios.
Sorrio e levanto minha mão para ele pegar. Ele me puxa da
cadeira e pego meu vestido e a toalha. “Vou voltar, Ang. Vejo você
no jantar?” Pergunto.
“OK.” Ela sorri enquanto nos observa atentamente.
Viramos e caminhamos para a escada quando a mão de Mac
cai para minhas costas enquanto abro a porta. “Um cavalheiro
abriria a porta para mim.” Sorrio.
Ele se inclina e beija suavemente meus lábios. “Um
cavalheiro não pode realizar várias tarefas ao mesmo tempo e,
neste momento, a mente desse cavalheiro está em sua bunda nesse
biquíni branco e nas coisas que ele pode fazer com ela.”
Sorrio em seus lábios e o beijo novamente enquanto sua mão
aperta meu traseiro. Ele aperta com força e meus hormônios
começam a bombear. Por um momento, nossos olhos se
encontram. Ele pega minha mão de volta na sua e continuamos em
direção ao nosso quarto enquanto meu coração bate forte no meu
peito. O que é isso?
Ele sente essa atração como eu?
Não quero entrar. Quero ficar aqui fora e brincar com ele me
tocando por um tempo. Suas mãos são tão boas na minha pele.
Chegamos à nossa porta e olho para o corredor em direção à
sala de jantar. “Você...” Hesito. Deus pareço carente? “Você quer
subir para a sala de jantar para tomar uma bebida ou algo assim?”
Pergunto.
Um traço de sorriso cruza seus lábios e sei que sabe
exatamente que estou brincando. “OK. Você pode enrolar sua
toalha em torno de você?”
Olho para mim.
“Não pretendo dar um show para meus colegas de trabalho.
Seu corpo é meu apenas para olhar.”
Uma onda de excitação que não deveria estar, passa por mim
e sorrio, envolvendo a toalha em volta do meu peito enquanto
continuamos descendo para a sala de jantar.
Ele anda atrás do bar. “O que você quer beber?” Pergunta.
Olho ao redor. Esta é a primeira vez que estou nesta sala quando
está completamente vazia. Nenhuma alma está aqui.
“Scotch.” Murmuro. Sei que ele se lembra de ter pedido
aquela bebida, então gostou do gosto dos meus beijos na outra
noite. Será que vamos nos beijar agora? Ele me serve um uísque
com Coca e depois se serve de água gelada. “Você não está
bebendo?” Pergunto, surpresa. Ele não está trabalhando esta
noite.
Ele balança a cabeça enquanto seus olhos escuros e sexy
seguram os meus. “Não vou beber esta noite.” Seus olhos vão para
os meus lábios e de volta aos meus olhos.
“Por que não?” Pergunto.
Ele levanta uma sobrancelha. “Tenho outros planos.”
“Como o quê?”
“Vamos apenas dizer...” Ele faz uma pausa por um
momento. “Quero que meus reflexos sejam nítidos.”
Engulo o nó nervoso na minha garganta. “Oh!” Murmuro.
Ele pega nossas duas bebidas e caminha até o grande salão duplo
e puxa uma mesa de centro ao lado dele, colocando as duas
bebidas na mesa. Então se deita de costas para o lado da sala e dá
um tapinha no acento na frente dele.
“Deita comigo?” Ele pergunta em sua voz rouca.
Engulo nervosamente. Isso é estranho. Sei que estamos
apenas jogando junto, mas isso parece diferente. Deito-me
nervosamente de costas e ele coloca a mão com ternura na minha
barriga através da toalha antes de se inclinar sobre o cotovelo
acima de nós.
“Você gostou do seu treino?” Pergunto nervosamente. Ele
cheira tão quente.
Ele se inclina e beija meu ombro suavemente. “Sim”
Sussurra em minha pele.
Sinto o ar sair dos meus pulmões e procuro em meu cérebro
algo inteligente para dizer. Sua mão circula em minha barriga e
paro de respirar. Ele se curva e me beija suavemente no pescoço e
meus olhos se fecham. Deus, ele é tão bom.
Ele me beija novamente.
“Você tem alguma ideia de como você fica comestível nesse
biquíni?” Ele sussurra em meu ouvido.
Sorrio ao lado de sua cabeça. “Não, por que você não me fala
sobre o meu biquíni?” Murmuro enquanto meus olhos fecham.
Sinto-o sorrir em meu pescoço e mordo meus lábios para
esconder meu gemido. “Não é o biquíni que está me deixando
louco.”
“O que é?” Pergunto.
“Você.”
Sorrio. “Estou deixando você louco?”
“Insano.” Ele sussurra enquanto leva meus lábios aos dele.
Sua língua desliza suavemente pela minha boca aberta e me beija
profundamente. Puta merda. Posso sentir sua ereção crescer
contra a minha perna e tenho que me concentrar para manter
minhas pernas juntas.
Isso é uma loucura. “Não há ninguém aqui. Não temos que
fingir.” Sussurro em sua boca enquanto minha língua dança com
a dele.
“Não quero mais fingir, Rosh.” Ele me beija novamente
antes de sua boca cair de volta para o meu pescoço.
“O que você quer?” Respiro. Ele é tão bom nisso.
“Quero que você me queira de verdade.”
Não consigo me segurar e agarro a parte de trás de sua
cabeça puxando-o para mim. O beijo é profundo e apaixonado e
inferno, se não for o melhor beijo que já tive. Sua mão desliza por
baixo da toalha e acaricia minha barriga nua e sobe para o meu
peito e depois para baixo em meu quadril.
Mais baixo, mais baixo. Oh, foda-se. Toque-me mais abaixo.
Nosso beijo fica desesperado. Ele está meio em cima de mim
e posso sentir sua enorme ereção cavando na lateral da minha
perna.
“Diga-me que me quer tanto quanto quero você.” Ele
sussurra contra meus lábios enquanto sua mão esfrega para frente
e para trás na minha pele. “Diga-me.”
Incapaz de responder pela minha excitação e seus lábios em
cima de mim, aceno. Quero. Inferno, quero ele aqui neste salão
agora.
“Diga.” Ele respira pesadamente.
Pego sua mão e coloco sobre meu sexo. “Toque-me.”
Sussurro. “Toque-me de verdade.”
Capítulo 7

Seus olhos rolam e ele desliza a mão pela parte de baixo do


meu biquíni e minhas pernas abrem instintivamente. Seus dedos
grandes e fortes deslizam pela minha carne molhada.
“Porra, sim.” Ele sussurra enquanto seus olhos se fecham.
Oh Deus. Minha cabeça rola na espreguiçadeira. Seus lábios
tomam os meus com um propósito renovado. “Você está tão
molhada, baby.”
Tento controlar minha respiração irregular.
Ele desliza um de seus grandes dedos em meu corpo e
inalamos de prazer.
“Como é isso?” Ele respira em meus lábios enquanto
bombeia seu dedo para dentro de mim. Meus joelhos levantam
ligeiramente e de repente percebo que estamos em um lugar
público.
“A toalha. Coloque a toalha sobre nós.” Choramingo.
“Vamos voltar para o quarto.” Ele murmura.
Balanço minha cabeça. “Não. Ficaremos em público por mais
um pouco, obrigada.”
Ele sorri sombriamente ao lado do meu rosto. “Você está com
medo do que vou fazer quando estivermos sozinhos?” Ele morde
meu ombro, enviando arrepios pela minha coluna.
Seus grandes lábios tomam os meus e minhas costas
arqueiam em excitação.
Puta merda. “Um pouco.” Murmuro.
“Você deveria estar. Nunca quis tanto uma mulher.” Ele
empurra três de seus enormes dedos dentro de mim. Solto um
gemido e fico tensa.
“Relaxa. Tenho você, Rosh. Não vou machucar você.”
Ele me beija suavemente de novo, e sentindo meu medo,
mantém seus dedos imóveis enquanto permite que meu corpo se
acostume com sua intrusão.
Aceno suavemente enquanto tento me acalmar.
“Você não está acostumada com homens grandes, baby?”
Ele pergunta como se estivesse preocupado.
Balanço minha cabeça nervosamente. “Não.”
Ele sorri em meus lábios enquanto me beija. “Vai ser
divertido ensiná-la a me levar.”
Meus olhos se fecham. Puta que pariu, no que estou me
metendo aqui? Seus malditos dedos são enormes e doem e não
estão nem perto do tamanho de seu pau. Talvez seja uma má ideia.
O que diabos estou fazendo?
Abro minhas pernas o máximo que posso e levanto um pouco
meu traseiro para permitir um acesso maior.
“Isso, Rosh.” Ele sussurra de forma tranquilizadora. “Deite-
se e aproveite. Deixe-se relaxar um pouco.”
Ele cuidadosamente desliza os dedos para fora e depois os
empurra de volta, me fazendo gemer em aprovação. Ele se senta e
bombeia lentamente os dedos enquanto observa meu rosto com
admiração.
“Isso é bom, baby?” Ele sussurra.
“Sim.” Aceno enquanto o beijo suavemente, uma onda de
excitação corre por mim. Amo quando ele me chama de baby. “Bom
demais.”
Ele me beija enquanto seus dedos perfeitos começam a
trabalhar e o som da excitação molhada do meu corpo paira
pesadamente enquanto nós deitamos na sala silenciosa. Sua
ereção está cavando através do músculo da minha perna e ele a
esfrega contra mim lentamente.
Minha respiração estremece e perco todos os pensamentos
coerentes. Seus dedos trabalham mais duro, mais agressivamente,
e cada bombeada é mais profunda que a anterior. Eu o beijo
agressivamente.
“Você está tão fodidamente apertada e pronta para meu
pau.” Ele rosna.
Ele pega o ritmo e minha boca fica aberta enquanto o salão
balança quase violentamente. Oh meu Deus, oh meu Deus.
Começo a tremer e coloco minha mão em suas costas enquanto ele
bate em minha carne. Posso sentir os músculos flexionados nas
costas de sua mão.
Sentindo o quão perto estou, ele sorri contra o lado do meu
rosto. “Isso, Rosh.” Ele me beija. “Goze por mim, baby.” Seu
polegar desliza sobre meu clitóris enquanto seus dedos mergulham
profundamente e salto para frente enquanto um orgasmo mais
forte do que o inferno rouba minha capacidade de falar. Empurro,
meu corpo estremecendo em torno de seus dedos enquanto ele me
beija com ternura e me traz de volta à Terra.
Meu coração está martelando em meu peito enquanto me
beija suavemente. Sem agressão, sem excitação, apenas um beijo
suave e doce. Isso foi perfeito. Ele é perfeito.
“Podemos voltar para o quarto?” Ele sussurra em minha
bochecha.
Ah Merda. Meu rosto aperta.
Uma carranca cruza sua testa. “ Por que seu rosto apertou?”
Sento nervosamente enquanto minha excitação desaparece
instantaneamente e é substituída por medo. Balanço minha
cabeça. “Não funcionou.” Ofego.
“Eu...” Hesito. Deus, isso soa tão ridículo. “Só quero ir um
pouco devagar. Não estou...” Paro, não quero soar como uma
idiota.
“Você não está o quê?”
“Não estou acostumada com essa coisa de dormir por aí. Sei
que você está, mas...”
Ele me beija. “Realmente gostaria de voltar para o quarto e
me livrar dessa bagunça na minha calça. Você pode assistir.” Ele
levanta uma sobrancelha atrevida para adoçar o negócio.
Meus olhos se arregalam. “Você me deixaria ver você gozar?”
“Sim. Por que não?” Ele parece surpreso que eu ache isso
estranho. Tive apenas alguns parceiros e sei que não sou super
experiente, mas nunca estive no espaço onde um homem se
masturba na minha frente. Um arrepio de excitação percorre meu
corpo quando percebo que ele tem confiança necessária para não
ter bloqueios físicos. Nossos olhos ficam presos. Puta merda. Ele
apenas pode ser o homem mais quente do planeta.
“O que você vai fazer?” Sussurro.
Ele sorri sexy. “Tenho certeza que vou pensar em algo.”
Sorrio enquanto me levanto e nos beijamos por um momento
enquanto ele enrola a toalha em volta do meu peito e me segura
em seus braços fortes. Seu pager dispara.
“Porra.” Ele sussurra baixinho. Depois de ler a mensagem,
ele revira os olhos. “Tenho que trabalhar um pouco. Vou levá-la de
volta para o quarto primeiro.”
Caminhamos de mãos dadas até chegarmos à porta e
viramos para nos encararmos.
“Não devo demorar.”
Sinto que estou sendo levada para casa por meu primeiro
encontro fofo e tenho aquela sensação de borboleta no estômago.
Inclino e o beijo suavemente. Corro meus dedos por sua barba e
minha mão permanece em sua mandíbula. “Vejo você em breve.”
Sussurro.
Ele me beija de novo e de novo e sorri enquanto franze o
rosto. “Dane-se o trabalho. Vamos entrar.”
Sorrio. “Vamos.”
Com um suspiro e um rolar de olhos, ele me dá um selinho,
caminha pelo corredor e desaparece de vista.

Fico em pé na cadeira do banheiro enquanto tento ter um


vislumbre meu no espelho de maquiagem menor que o pequeno.
Viro e olho para o meu traseiro no vestido preto justo. Depois que
Mac foi embora essa tarde, fiz uma visita a Ang e peguei
emprestado um de seus vestidos. Não sei se estou delirando, se
estou com febre de cabine ou se estou simplesmente
enlouquecendo, mas sinto que esta noite é um pouco diferente das
minhas outras noites no navio.
Estou nervosa. Estou animada. Estou petrificada.
Nunca vivi assim, joguei a cautela ao vento e não pensei no
amanhã. Mas esta tarde foi tão boa em seus braços, e acho que
Ang está certa, passei minha vida inteira me salvando para caras
legais e honrados e todos me trataram como lixo. Mentiram para
mim, me traíram, para não mencionar que roubaram meu respeito
próprio. Para mim chega.
Cansei de ser a vítima. Estou retomando o controle da minha
vida agora.
Mac é mau, um criminoso até, mas salvou minha vida e me
ofereceu proteção quando precisei desesperadamente. Em duas
semanas terei partido e ninguém poderá me encontrar, nem
mesmo ele. Então, vou buscar o consolo de seus braços quentes e
a sensação de segurança que ele me dá pelo pouco tempo que eu
puder.
Deus sabe que vou ficar sozinha por muito tempo depois
disso, na porra de Porto Rico.
Olho para o relógio na parede. Onde ele está? Ele se foi há
algumas horas e disse que não demoraria muito. Coloco a cadeira
para trás e endireito a roupa de cama, dobro e guardo nossas
roupas que voltaram da lavanderia essa tarde. Volto para o
banheiro e vejo como estou novamente. Caramba, talvez ele nem
venha jantar? Sento na cama e fico olhando ao redor. Silêncio
mortal. Sem televisão, sem rádio. Como ele permanece são neste
ambiente por tanto tempo sozinho? Não é à toa que está sempre
com tesão.
Uma batida soa na porta. Por que ele está batendo? Abro a
porta para ver Ang parada na minha frente. “Vim buscar você para
jantar.”
Meu rosto entristece. “Onde está Mac?”
“Aparentemente algo está acontecendo. Não sei. Os meninos
ainda não voltaram. Chelsea disse que os viu e eles disseram para
ir sem eles.”
“Oh, ok.”
“Espero que esteja tudo bem.” Ela murmura enquanto
caminhamos pelo corredor.
“O que você quer dizer?”
“Coisas acontecem nesse navio.”
“Como o quê?” Franzo a testa.
“Bem...você sabe que tipo de navio é este e alguns
personagens decadentes entram e saem voando. Sei que um
helicóptero chegou essa tarde. Espero que a troca tenha corrido
bem.”
“Oh” Murmuro, distraída. Deus. “Alguma coisa já aconteceu
antes?”
“Um cara foi morto uma vez. Ele tentou roubar o traficante
e foi morto a tiros.”
Meus olhos se arregalam de horror. “Foda-se.” Sussurro.
“Quem era ele?”
Ela encolhe os ombros. “Algum idiota que trabalhou aqui.
Realmente não o conheci. Aparentemente, ele era astuto.”
“Quem atirou nele, quero dizer?”
Ela encolhe os ombros. “Não sei. Um deles.”
“Mac? Foi Mac?” Ele é realmente capaz desse tipo de coisa?
“Quem sabe? Eles não me dizem muito. Ouço muitas coisas
por meio do Chelsea.”
“O que eles fizeram?”
“Eles jogaram o corpo dele ao mar.”
“Puta merda. Não posso acreditar nisso.”
“É verdade.”
Os olhos de Ang olham para mim e ela sorri amplamente.
“Ficou perfeito em você.”
Olho para mim e sorrio. “Obrigada por me emprestar.
Adoraria dizer que vou pagar de volta, mas não tenho nada para
lhe emprestar.”
Ela agarra minha mão na dela. “Sua amizade é um presente
e me emprestou isso.”
Oh, que coisa legal de se dizer. Fico chocada. Ela não tem
ideia do quanto isso significa para mim. Nunca me senti tão
sozinha como nas últimas duas semanas. Foi tão bom ter alguém
com quem conversar hoje. Ela aperta minha mão como se soubesse
que atingiu um ponto nevrálgico. Sentamos em nossa mesa normal
com três das meninas. Realmente não prestei muita atenção nas
outras garotas antes e olho para elas. Uma tem cabelo preto e uma
aparência meio áspera, enquanto a outra é loira e parece ter trinta
e poucos anos. Elas são atraentes, mas é flagrantemente óbvio que
tiveram uma vida difícil. A terceira garota é Chelsea; claro a favorita
dos meninos. Ela é atraente e tem um corpo forte, mas é sua
confiança e personalidade extrovertida que a diferencia das outras.
“O que está acontecendo? Onde estão os garotos?” Ângela
pergunta.
As outras duas garotas dão de ombros e Chelsea se inclina
para a mesa. “Aparentemente, alguém fodeu tudo e Jack teve que
repreendê-los essa tarde, e então Rick e ele acabaram brigando.”
O rosto de Ângela fica tenso. “Quem...J-Jack e Rick estão
lutando entre si?” Ela gagueja.
Chelsea balança a cabeça. “Não. Rick acabou brigando com
Stucco e eles tiveram que ligar para Mac para resolver o problema.”
Fico imóvel, sem saber o que dizer.
Chelsea aponta o queixo para a garota de cabelos pretos para
simbolizar que ela fique quieta. Oh...a garota de cabelos escuros
deve ser próxima do cara de quem estão falando. Esperamos até
que ela se distraia quando alguém entra para falar com ela.
“O que aconteceu?” Ângela sussurra.
“Não sei, aparentemente Mac acabou ficando louco e teve
que ser puxado de cima dele antes que o matasse.”
Meus olhos se arregalam. Porra. Stucco é aquele cara
desprezível que me bateu.
Ouvi Mac dizer que queria um motivo para matá-lo naquela
noite.
“Como isso começou?” Ângela sussurra.
“Aparentemente, Stucco foi pego passando pela cabine de
Simmo.”
“O que ele estava fazendo?” Ângela sussurra.
“Procurando algo.”
“Como o quê?” Sussurro.
“Não sei, mas era suspeito, e ainda por cima, quando o
helicóptero chegou no meio de todo esse caos, eles não
conseguiram encontrar a chave do contêiner que estavam aqui
para esvaziar.”
“Puta que pariu.” Ângela sussurra.
“O que aconteceu?” Pergunto.
“Mac teve que abrir o contêiner com enormes alicates. Ele
parecia um idiota na frente dos clientes. Estava furioso.” Meus
olhos se arregalam. Onde a chave deveria estar? “Todas as chaves
estão guardadas no escritório principal, mas esta tarde, quando
foram buscar a chave, ela estava faltando.”
“Merda” Ângela sussurra.
“Mac está ficando furioso porque significa que temos um
ladrão a bordo como um dos membros da tripulação.”
“Ele acha que é Stucco?” Pergunto.
Chelsea encolhe os ombros. “Quem sabe, mas eu odiaria ser
quem quer que seja quando ele descobrir.”
Sento e tomo minha bebida. Humm. Muito interessante.
Existem chaves no escritório. Todo mundo vai para o escritório,
então todo mundo é suspeito. Bebo minha bebida para esconder
meu sorriso. Isso pode ser mais fácil do que jamais imaginei. Mas
e se eles trancarem o armário agora?
Merda. Isso pode realmente atrapalhar meus planos. “Onde
ele conseguiu os alicates?” Sussurro.
Os olhos de Chelsea piscam para mim por fazer uma
pergunta estúpida. “No nível três está o nível de manutenção, todas
as ferramentas são mantidas lá.”
“Oh” Respondo. Nível três. Preciso verificar este nível três.
A garota de cabelos escuros acena e se levanta para
encontrar alguém atrás de nós e viramos. É Stucco. Ela o beija nos
lábios e eles caminham até o bar.
“Então ela está com ele?” Pergunto.
Chelsea encolhe os ombros. “Eles se dão bem, mas ela está
com outros caras também. Ela dorme quase todas as noites em
sua cabine agora. Não demorará muito para que ele reivindique
seu direito e se recuse a compartilhá-la.”
Franzo a testa. Deus, esta é uma configuração estranha.
Meus olhos piscam para eles enquanto pegam suas bebidas no bar
e se sentam na poltrona em frente. Ele se senta e ela se senta em
seu colo, permitindo que suas mãos percorram sua coxa para cima
e para baixo.
Um cara entra. Ele é alto, moreno e muito gostoso para ser
honesta. Quem é? “Oi, Chels.” Ele sorri.
Ela se levanta imediatamente e dá a volta para beijá-lo na
bochecha, e eles desaparecem na mesa de sinuca.
Viro para Ângela. “Diga-me a alta classificação deste navio.
Por que Mac foi chamado para resolver as coisas?”
“Ok, então costumava haver um capitão do navio...”
“Quem é o dono desse navio?” Interrompo.
“Vikinos.”
Franzo a testa.
Ângela balança a cabeça. “Ele é um cara muito mau. Máfia.
Ele não vem aqui. Na verdade, nunca o conheci, só ouvi falar dele.”
Ela olha em volta para ver se alguém pode nos ouvir.
“Ele é conhecido por torturar suas vítimas até a morte.”
Minha boca abre e de repente me sinto mal.
“Aparentemente, ele ganha bilhões com drogas toda semana.
Ele é grande...quero dizer, enorme. “
“Foda-se” Sussurro. “Continue. Costumava haver um
capitão. “
“Oh sim. Mas havia brigas constantes e ele não conseguia
controlar a tripulação, então cerca de um ano atrás o capitão foi
demitido...ou morto. Não temos certeza.”
Meus olhos se arregalam.
“Ele nunca mais voltou e Mac veio em seu lugar.”
“O que Mac faz aqui?”
“Seu papel é chamado de executor, mas ele também é um
engenheiro naval, então cuida das operações.”
“Hã?”
“Ele aplica as regras e garante que as coisas funcionem
suavemente.”
“Como ele conseguiu o papel de executor? O que fez para
conseguir este emprego?”
Ângela dá de ombros. “Isso é o que todos gostaríamos de
saber. Ele veio do próprio grupo de Vikinos.”
“Oh,” Sussurro. “Então ele realmente é mau? Muito ruim.”
Seus olhos se arregalam. “Baby, todo mundo neste navio é
ruim pra caralho. Como você acha que conseguiram esse trabalho?
Mas acho que Mac é radical...não sei.” Ela encolhe os ombros. “Sei
que todos os homens têm medo dele.”
Inferno sangrento, neste ponto ele é a única pessoa de quem
não tenho medo. Inferno, que bagunça. Agora estou tendo um
orgasmo por causa de um assassino ou algo assim. Não
conseguiria inventar essa merda nem se tentasse.
Tenho bagagem emocional suficiente. Talvez deva bater na
cabeça antes mesmo de começar. Antes de começar o quê? O que
exatamente estou prestes a fazer?
Não. Pare.
Viva o momento, lembra?
Divirta-se enquanto pode. Isso é só um pouco divertido. Não
significa nada. Pare de analisar tudo.
Ao longo dos próximos dez minutos, observo homem após
homem chegar depois do trabalho, recém-banhado e pronto para o
jantar noturno. Eles vão ao bar e tomam uma bebida e depois se
sentam ao lado dos amigos. Observo a porta em antecipação
enquanto Ângela fala com outra garota que se sentou ao nosso
lado.
Onde ele está? Por que está demorando tanto? Minha mente
vai para as palavras de Chelsea de que ele teve que ser retirado do
Stucco porque queria matá-lo. Isso significa que estavam em uma
briga? Talvez esteja ferido. Começo a sentir minha ansiedade
aumentar e olho de volta para Stucco no canto, sentado de costas
para o bar. Porra, odeio aquela doninha também. Preciso de uma
bebida.
“Estou indo para o bar, vocês querem alguma coisa?”
Pergunto às meninas.
“Você pode me trazer um vinho branco?” Ângela pergunta.
“Eu também.” A garota sentada ao lado dela sorri. Qual é o
nome dela mesmo? Droga, tenho que me lembrar dessas coisas.
Devo parecer uma vadia sem lembrar o nome de ninguém.
Vou para o bar e há um pouco de fila, então tomo meu lugar
no final da fila.
“Não se preocupe com ele.” Ouço a garota de cabelos escuros
sussurrar.
Posso ouvir a conversa deles. Olho para trás e vejo Stucco e
sua garota sentados de costas para mim, sem saber que estou aqui.
Viro para a frente e finjo que não estou ouvindo.
“Ele vai encontrar seu criador muito em breve.” Stucco
sussurra com raiva. “O motim está crescendo.”
Franzo a testa. De quem eles estão falando?
“Apenas espere seu tempo.” ela responde. “Você terá sua
chance.”
“Não sei se consigo.”
“Pare com isso.” Ela sussurra.
“Da próxima vez que o pegar sozinho, vou matá-lo. Ele está
morto.”
“Como você vai matar Mac sem uma arma. Não é fisicamente
possível. Ele é uma arma por si mesmo.”
Meus olhos se estreitam. E ele vai te matar primeiro, filho da
puta.
“Como?” Ela pergunta novamente.
“Preciso de uma maneira de voltar para o cofre de munições.
Ele tem a única chave.”
Inferno sangrento, ele está falando sério. E há um cofre de
munições? Corro minhas mãos pelos meus cabelos enquanto finjo
não estar afetada pelo que estou ouvindo atrás de mim.
“Onde ele guarda a chave?” Ela pergunta.
“Não sei, mas vou descobrir e, quando o fizer, vai ser muito
divertido ver o veado morrer.”
A adrenalina começa a bombear pela minha corrente
sanguínea. Uma coisa é me bater e tentar me estuprar entre um
grupo de homens sem coragem, ele tem uma vingança vindo de
qualquer maneira, mas tramar para matar a única pessoa em
quem confio nesse navio do terror esquecido por Deus é um nível
totalmente diferente.
Meu sangue gela.
Você não pode matar Mac se já estiver morto, filho da puta.
Talvez precise acelerar meu plano?

Pego as bebidas, volto do bar e sento à nossa mesa. Fico em


silêncio por dez minutos enquanto tento processar o que acabei de
ouvir.
Devo dizer a ele, ou aquele idiota está apenas desabafando?
As palavras de Ângela voltam para mim. Os homens estão
todos com medo dele. Eles o chamam de executor. Tenho certeza
de que pode cuidar de si mesmo, mas simplesmente não sei.
Preciso pensar um pouco sobre isso. Sei que ele tem que ter
cuidado com as chaves daquele cofre de munições, então talvez
apenas diga isso a ele? Todo mundo parece estar aqui agora e
Ângela está no balcão da cozinha com seus meninos. Vejo os três
juntos. Todos estão olhando para o quadro do menu e ela está
segurando a mão de um, enquanto o outro está de pé atrás dela
com a mão em sua bunda. Eles parecem tão naturais juntos e
ninguém parece sequer notar. Não admira que ela goste daqui,
onde pode viver sem julgamento. Como é ter dois homens lindos
em sua cama que amam você? Eu nunca, em um milhão de anos,
teria adivinhado que seus homens estavam se apaixonando.
Ambos são tão alfa. Olho para a porta para ver Mac passando por
ela vestindo uma camiseta preta e jeans que abraçam em todos os
lugares certos e sinto meu coração pular uma batida. Seus cabelos
recém-lavados caem em cachos logo acima do colarinho. Ele se
eleva acima de todos ao seu redor e posso ver cada músculo através
de sua camiseta. Ele é um espécime muito bom. Seus olhos me
encontram pela sala e um sorriso cruza seu rosto quando me dá
uma piscadela antes de caminhar direto.
“Oi, desculpe o atraso.” Ele passa a ponta dos dedos com
ternura pela minha bochecha. Deus, ele cheira tão bem. “Você
comeu?” Pergunta enquanto escova o polegar em meu lábio
inferior.
“Não. Estava esperando por você.” Sorrio para ele.
“OK.” Ele coloca a mão em meu ombro enquanto olha para
o painel do menu. “O que você quer?”
Faço uma careta. “O frango, talvez?”
“Sim, tudo bem.” Ele desaparece no balcão da cozinha para
fazer o pedido. Fico na minha cadeira e meus olhos estão grudados
nele como cola. Ele pede nossas refeições e, em seguida, levanta a
mão em um gesto de bebida e balanço minha cabeça e aponto para
o meu copo cheio sobre a mesa. Ele acena com a cabeça e vai até
o bar pegar uma cerveja. Fica por um tempo e fala com um grupo
de homens. O observo enquanto algo muito aparente aparece que
não notei antes. Ele é diferente dos outros homens aqui. É quieto,
reservado e taciturno. É muito difícil ler o que está pensando ou
que emoção está contendo. É um mecanismo de defesa que usa
comigo ou é um comportamento natural?
“Você não consegue desviar os olhos dele, consegue?”
Ângela sussurra, me tirando dos meus pensamentos.
Envergonhada, sorrio para o chão. Ela me bate com o ombro.
“Segui seu conselho esta tarde.” Inclino e sussurro.
Ela franze a testa.
“Nos beijamos de verdade hoje.”
Ela sorri amplamente e me bate na perna debaixo da mesa.
“Sim.”
Bebo minha bebida e tento tirar o sorriso idiota do rosto.
“Como foi?”
Encolho os ombros. “Bom.” Sorrio e arregalo os olhos. “Tipo,
muito bom.”
“Então?” Ela se inclina e sussurra: “Você...você foi?”
Balanço minha cabeça. “Não.”
“Talvez à noite?”
Encolho os ombros ao sentir o friozinho na barriga. “Quem
sabe?”
Ela olha para ele enquanto fala com os outros homens e
meus olhos seguem os dela.
“Sério, olhe para ele.” Ela murmura com um aceno de
cabeça. “Você sabe que tem uma vantagem enorme sobre qualquer
garota aqui.”
Franzo a testa. “Como assim?”
“Acho que você pode pegá-lo se quiser.”
“O que? Não?” Balanço minha cabeça. “Não vou ensacar
ninguém.”
“Pense nisso. Ele é maravilhoso. Você é linda. Ele está aqui
o tempo todo e tenho certeza de que não tem ninguém em casa.
Quem sabe o que pode acontecer?”
“São apenas duas semanas.” Reviro meus olhos.
Ele cai na cadeira à minha frente e me recosto com culpa,
esperando que ele não perceba que estávamos apenas falando
sobre ele. Nossos olhos se encontram do outro lado da mesa e
sorrio, minha frequência cardíaca aumenta imediatamente. Ele
pode dizer o quão nervoso me deixa?
Ele inclina a cabeça para trás para beber sua cerveja e seus
olhos sensuais não deixam os meus. Posso dizer que está pensando
sobre o nosso tempo juntos no salão hoje. Ele estava duro acima
de mim e molhada e aberta. Não pensei em mais nada desde então.
Ele parecia tão bom.
“Como foi o trabalho?” Pergunto enquanto todos
desaparecem ao nosso redor.
“Foi tudo bem.” Ele responde, diversão cruzando seu rosto
com a minha tentativa de conversar com ele.
Bebo minha bebida e ele esfrega a lateral de seu sapato
contra o meu em um reconhecimento silencioso. “Como foi sua
tarde?” Ele pergunta.
“Tinha outros planos, mas acabou tudo bem.” Respiro.
Ele sorri enquanto leva a cerveja aos lábios. “Que faz dois de
nós.”
Nossas refeições chegam e comemos em relativo silêncio.
Todos ao nosso redor estão conversando e rindo alto, mas ele está
quieto e pensativo. Pergunto-me se está pensando em seus
problemas no trabalho esta tarde. Olho para Stucco, que agora
conversa com três outros homens de aparência decadente no
canto. Hematomas óbvios estão aparecendo em seu rosto e seu
comentário sobre o crescimento do motim me fez pensar. Se um
grupo de homens enlouquecesse aqui, alguma merda realmente
ruim pode acontecer. Uma das meninas ligou um pouco de música
e as luzes da discoteca, e algumas pessoas estão começando a
dançar. Ângela e os meninos foram jogar sinuca e a mesa parece
ter se separado.
“Você quer dançar?” Pergunto nervosamente.
“Não danço.”
“Oh.” Paro por um momento. “Como...quero dizer, o que
você faz para relaxar?”
Seus olhos escuros seguram os meus e depois de um
momento ela responde. “Ejaculo.”
Tenho uma visão dessa besta visceral ejaculando. Puta que
pariu.
“Oh” Sussurro enquanto uma resposta inteligente deixa
meu cérebro. “Podemos fazer isso se você quiser?” Ele levanta uma
sobrancelha sexy.
“Fazer o que?” Respiro enquanto meus olhos vão para
assistir sua língua enquanto desliza para fora e corre sobre seu
grande lábio inferior. “Observar-me ejacular.”
O ar deixa meus pulmões. “Você quer que eu assista?”
Sussurro.
“Muito.” Ele respira.
“Agora?”
“Agora mesmo.”
Engulo o nó na minha garganta. Puta merda.
Antes que eu perceba, estou sendo arrastada de volta para o
quarto dele pela mão, onde ele abre a porta. “Tire os sapatos e deite
na cama.” Ele instrui.
Hã? Franzo a testa em questão quando ele desaparece no
banheiro e reaparece com uma grande toalha branca, que espalha
sobre os lençóis.
Ele não vai me tocar?
“Tire sua calcinha e deite-se.”
“Humm.”
Ele me interrompe. “Agora.” Vira e acende a lâmpada ao lado
da cama e apaga a luz principal. O humor muda instantaneamente
para sexual.
Oh. Deslizo minha calcinha pelas minhas pernas e a tiro,
deito na cama com meu vestidinho preto. Ele fica na ponta da cama
e agarra a gola de sua camiseta puxando-a lentamente sobre a
cabeça, revelando seu torso dourado e tatuado. Meus olhos
famintos caem para o abdômen ondulado e o V de músculo que
desaparece em seu jeans. Ele não tem pelos no peito, mas tem uma
trilha de pelos dourados do umbigo até os pelos pubianos.
Minha boca fica seca.
Ele tira os sapatos e vejo enquanto desliza lentamente a
calça jeans pelas pernas. Está diante de mim em uma cueca curta
preta justa. Posso ver tudo através da cueca, embora não seja
necessário. Seu pau duro está bem acima do cós da calça.
Oh meu Deus. Começo a sentir a excitação bombear pela
minha carne quando uma explosão de creme quebra a represa.
Com os olhos fixos nos meus, ele agarra seu pau e bombeia
com força através de sua cueca.
Morri e fui para o céu do bad boy.
“O que você quer ver?” Ele pergunta.
“Quero ver como você goza quando está sozinho.” Sussurro.
Sem qualquer expressão, ele desliza sua cueca pelas pernas
revelando seu pau enorme e duro. É grosso e longo e posso ver
cada veia em sua cabeça inchada. Seus pelos púbicos são curtos e
bem cuidados e tenho que segurar fisicamente minhas pernas
juntas.
Nunca vi um homem agir assim.
Ele se vira e pega uma garrafa de óleo da gaveta de cima e se
senta ao meu lado na cama em cima da toalha na semi-escuridão.
“Você quer ver como me faço gozar?”
Meus olhos vão para seu pau e aceno, incapaz de falar
através da minha excitação.
Sinto que estou tendo uma experiência fora do corpo. Essas
coisas não acontecem comigo. Homens assim não acontecem
comigo. Estou sonhando?
Ele se deita e abre lentamente a garrafa de óleo e começa a
derramar sobre seu pau e estômago.
Meu peito se contrai e sinto que não consigo respirar. Inclin
sobre meu cotovelo enquanto deito ao seu lado, meus olhos
absorvendo a sensação visual. Ele abre as pernas e, pega seu pau
com firmeza na mão, lentamente o balança.
Minha boca se abre.
Acaricia novamente e os músculos de seu estômago se
contraem com o movimento para cima.
“O que você pensa quando faz isso?” Sussurro. Sua mão
desliza para cima e para baixo enquanto me observa. “Buceta.
Buceta molhada e inchada.”
Meu corpo estremece com sua resposta. Porra. Se este não é
o melhor filme pornô que já assisti...
Seus golpes ficam cada vez mais fortes e a cama começa a
balançar e posso me sentir batendo forte de excitação enquanto
vejo a gota pré-ejaculação no final de sua cabeça. O som do óleo
escorrendo em sua mão enche a sala e ele se inclina para trás e
fecha os olhos de prazer enquanto sua mão puxa com mais força.
Todos os músculos de seu torso estão bombeando.
A visão dele ali é demais. Oh Deus. Ele bombeia mais forte e
seu quadril começa a se levantar para encontrar sua mão ao som
de sua pele batendo.
“Você precisa me foder.” Respiro. “Preciso que você me foda
agora.”
Capítulo 8

Ele sorri sombriamente e morde o lábio inferior enquanto seus


olhos fecham novamente. A cama continua a balançar. “Não estou
brincando.” Digo. Ele se levanta de sua posição deitada e se
ajoelha ao meu lado. “Toque-me.” Sussurra, seus olhos fixos
firmemente nos meus. “Toque-me de verdade desta vez.”
Oh Deus.
Inclino e o pego em minha mão. Eu o acaricio com força e ele
sibila em aprovação. Incapaz de evitar, mergulho minha cabeça e
lambo sua ponta e sinto o sabor salgado de sua secreção. Minhas
entranhas começam a tremer. Ele tem um gosto tão bom. O pego
no fundo da minha boca, e não é fácil porque ele é tão grande.
“É isso.” Ele sussurra com aprovação enquanto coloca a mão
com ternura na parte de trás da minha cabeça. Chupo com força e
ele geme profundamente. “Boa menina.” Respira, fazendo meus
olhos fecharem de prazer.
Eu o pego de novo e de novo e ele perde o controle, agarrando
minha cabeça com as duas mãos enquanto realmente começa a
cavalgar minha boca. Ele está ofegante, gemendo de prazer, e isso
só me deixa mais animada. Cada vez que ele se inclina para frente,
posso ver todos os músculos de seu torso flexionar na sala semi
iluminada. Isso está fora desse mundo.
“Preciso tocar em você.” Ele sussurra enquanto se empurra
para fora da minha boca e me levanta em um movimento rápido.
Afasta-me dele e lentamente abre o zíper do meu vestido.
“Você tem uma faixa de cabelo?” Pergunta enquanto seus
lábios percorre suavemente a minha nuca.
Aceno enquanto arrepios se espalham pela minha coluna. “No
banheiro.”
Ele desaparece e retorna com minha faixa de cabelo e fica na
minha frente enquanto puxa suavemente meus cabelos para cima
da minha cabeça e o amarra em um coque bagunçado. Então se
inclina e com uma mão no meu queixo me beija longa e lentamente,
sua língua dançando com a minha como se pedisse aprovação.
“Assim está melhor, baby, agora posso ver você.” Sussurra.
Franzo a testa. Por alguma razão, isso parece muito íntimo.
Não é, eu sei que não. Ele não é o tipo de homem íntimo. Mas,
inferno, simplesmente parece.
“Beije-me.” Ele sussurra.
Nos beijamos na sala mal iluminada enquanto paramos na
ponta da cama. Ele está totalmente nu e eu totalmente vestida, e
para ser honesta, se ele apenas me beijasse assim, eu teria um
orgasmo e seria feliz para sempre.
Qualquer coisa depois desse beijo é um bônus.
Por dez minutos, permanecemos nesta posição como se o
tempo tivesse parado. Não há urgência em seguir em frente, e é
como se ele estivesse gostando tanto quanto eu.
“Você sabe o quão bonita você é?” Sussurra entre beijos.
Sorrio, incapaz de responder.
“Você sabe quantas noites deitei ao seu lado nesta cama
imaginando apenas isso?”
Meus olhos se fecham e agarro seus ombros musculosos um
pouco mais forte enquanto nosso beijo se intensifica.
“Não deveria estar fazendo isso.” Sussurra novamente, como
se estivesse lutando contra a decisão internamente.
“Sim você deveria.” Respiro. “Quero isso. Quero você assim.”
Nos beijamos e abro meus olhos para ver que os seus estão
firmemente fechados enquanto me beija. Ele está bem aqui comigo.
“Tire meu vestido.”
Seus olhos escurecem quando me afasta dele e lentamente
desliza meu vestido para baixo. Ele dá um passo para trás e sorri
enquanto me olha de cima a baixo.
Seu sorriso é contagiante. “Do que você está sorrindo?”
Pergunto.
“Você.”
“O que tem eu?”
“Você não tem absolutamente nenhuma ideia de como é linda
pra caralho.” Ele corre a parte de trás de seus dedos sobre meus
seios enquanto seus olhos seguem seus dedos. “É como se você
fosse feita do meu catálogo de coisas favoritas...só para mim.” Ele
sussurra maravilhado.
Sorrio e levanto uma sobrancelha em questão.
“Gosto de cabelos escuros. Você tem cabelos escuros.” Ele toca
meus cabelos no topo da minha cabeça. “Amo olhos castanhos.”
Ele se curva e beija suavemente minhas pálpebras. “Gosto de seios
naturais e cheios, e estes são os melhores que já vi.” Ele se curva
e beija cada um dos meus seios em reverência.
Meu coração incha.
“Gosto de curvas.” Ele passa a mão até meu quadril. “Esse
quadril está chamando, porra.”
Sorrio e o beijo suavemente. Para um criminoso de coração
frio, esse homem sabe exatamente o que dizer.
Ele desliza a mão entre as minhas pernas e esfrega as pontas
dos dedos na minha carne. “Não sabia o quanto queria minha
mulher apertada.”
Meus olhos estão nos dele. Sua mulher.
“Até conhecer você, nem sabia que gostava dessas coisas.”
“E agora?” Sussurro.
“Quero inalá-la. Quero me afogar em seu corpo e esquecer
todas as coisas ruins que já aconteceram.”
Minha respiração fica presa. “Como posso fazer você esquecer
todas as coisas ruins?” Sussurro enquanto coloco seus lábios nos
meus.
“Você tem esse dom.” Nossas línguas deslizam uma contra a
outra.
“Um presente?” Pergunto.
“De me fazer esquecer onde estou...Quem eu sou.”
Oh, essa é a coisa mais perfeita que alguém já me disse. Nosso
beijo se torna desesperado e agarro sua nuca. “Você precisa fazer
amor comigo. Por favor.” Imploro.
Ele sorri tristemente em meus lábios e suas mãos caem nas
minhas costas. “Você ficará tristemente desapontado.”
Franzo a testa.
“Não faço amor.”
“Por que não?”
“Não sei como.”
“Por que não sabe?”
“Nunca senti isso. Não tenho ideia do que preciso fazer para
que alguém se sinta amado.”
Meu coração derrete, sinto um carinho passar por mim como
um trem de carga e seguro seu rosto em minhas mãos. “Posso
contar um segredo?” Sussurro.
“ Sim.” Seus olhos me encaram como se pudesse ver minha
alma.
“Você acabou de me fazer sentir mais amada do que qualquer
homem já fez.”
Uma carranca cruza seu rosto como se não entendesse.
“Também não sei se alguma vez fui amada, Mac.”
Ele se inclina e me beija e junta nossas testas como se
estivesse pensando.
“Mas sei que quero estar aqui, fazendo isso com você.” Respiro
enquanto o beijo suavemente.
Ele se deita na cama e me puxa para cima e começamos a nos
beijar. Não o beijo duro e agressivo que eu esperava. É macio,
suave.
Lindo e diferente de tudo que já senti antes.
“Monte-me.” Ele sussurra para mim. “Leve-me.”
Oh Deus. Monto sobre ele e corro meu corpo para frente e para
trás sobre o dele enquanto suas mãos guiam meu quadril. Nos
beijamos por um longo tempo e estou inchada, molhada e pronta.
Ele rola um preservativo, agarra sua base e a segura. Tenho que
ficar de joelhos para permitir sua entrada. Ele se guia para dentro
de mim e eu paro.
Ai...porra, ele é grande.
Sentindo meu medo, ele sussurra. “Está tudo bem, baby, você
pode me levar.”
Aceno nervosamente e me movo de um lado para o outro para
tentar me soltar enquanto suas mãos gentilmente guiam meu
quadril. Lutamos por alguns momentos enquanto ele tenta me
acalmar.
Realmente é muito grande. “Não acho que posso aguentar,
Mac.” Sussurro em desespero enquanto caio em seu peito.
“Stace.” Sussurra em meus lábios. Hã? Afasto-me enquanto
meus olhos procuram os dele. “Meu nome é Stace.”
Meu coração para. “Stace?” Sussurro.
Ele acena com a cabeça e seus olhos procuram os meus.
Sorrio suavemente enquanto as lágrimas enchem meus olhos.
Ele não mentiu para mim. “É um prazer conhecê-lo, Stace.”
Respiro contra seus lábios.
Ele me beija e agarra a parte de trás da minha cabeça
enquanto nossa excitação atinge o auge. Incapaz de se controlar
por mais tempo, sua mão começa a me arrastar para frente e para
trás contra seu pau e sinto que ele pode simplesmente me quebrar.
Oh Deus, ele é bom.
“Abra suas pernas.” Ele meio que rosna. “Quero entrar,
agora.”
Abro minhas pernas o máximo que posso e ele agarra meu
quadril e me empala com uma bomba forte.
“Ahh” Grito enquanto meu corpo balança para frente em
choque.
“Shh” Ele acalma enquanto beija minha bochecha. “Está bem.
Está bem.”
Ele fica parado para me deixar orientar. Lentamente me
levanto e ele desliza para fora e então desliza de volta para dentro.
Fazemos isso devagar de novo e sou abençoada com uma torrente
de creme que me preenche.
“Foda-se, sim” Ele sussurra ao sentir.
Ele me levanta e me puxa para baixo com força. “Boa menina.
Você parece tão boa.”
Choramingo enquanto meu corpo inteiro zumbe por sua posse.
Ele acelera o ritmo, e em um momento estamos difícil nisso.
Suas pernas estão bem abertas debaixo de mim e estou montada
em cima dele. A cama está balançando com força contra a parede
e sua mandíbula fica frouxa enquanto me observa pular acima
dele.
“Você parece tão gostosa montando meu pau.” Ele arfa.
Se eu pudesse responder, faria, mas estou preocupada em
lidar com a melhor experiência sexual da minha vida agora.
“Oh Deus.” Grito enquanto minha cabeça rola para trás.
“Tenho que gozar já.”
“Ainda não.” Ele estende a mão e, em um movimento rápido,
estou embaixo dele e segura uma das minhas pernas em volta do
nosso peito. Seu grande pau está trabalhando em ritmo de pistão
enquanto atravessa minha carne.
“Puta que pariu, Rosh.” Ele ofega enquanto enfia em mim. “Eu
nunca fiz sexo tão bom.”
“Oh Deus,” ofego, “nem eu.” Choro. Isso é absoluto sexo
intenso.
Incendeia.
Possessivo.
Abrindo nas costuras.
“Puta que pariu.” Ele grita enquanto se inclina para frente em
um estremecimento violento.
“Stace.” Grito quando um orgasmo me rasga em pedaços.
Ele lentamente entra e sai enquanto esvazia completamente
seu corpo no meu.
Com meu coração batendo forte no peito, caio para trás e ele
cai em cima de mim. Ficamos deitados em silêncio, ofegantes,
incapazes de falar. Estou em choque com o que aconteceu aqui
nesta sala. Ele está em silêncio porque...não sei por quê.
O que ele está pensando?
Com um longo beijo, ele lentamente sai de cima de mim e deita
de costas. Olhamos para o teto e meu coração ainda está batendo
em alta velocidade.
Depois de um longo tempo de silêncio, quebro o gelo. “Achei
que você disse que não conseguia fazer amor?”
Seus olhos se voltam para mim. “Sim, bem...” Ele faz uma
pausa enquanto contempla sua resposta. “Você me pegou em um
momento de fraqueza.”
Sorrio e ele lentamente se levanta e entra no banheiro. Minto
por um momento enquanto ouço o chuveiro ligar. A bela intimidade
que compartilhamos dez minutos atrás se foi.
“Você vai tomar banho comigo ou vai dormir com óleo esta
noite?” Ele pergunta.
Levanto lentamente. “Chegando.” Entro no banheiro e ele dá
um passo para o lado no chuveiro e fico ao seu lado. Ele pega o
sabonete e começa a me lavar e, sem dizer nada, sorri e me beija
na boca.
Sorrio para ele e coloco meus braços em volta de seu pescoço,
grata que, embora a pequena janela de intimidade se foi, ainda
estamos bem.

Sento-me à mesa enquanto bebo meu café. Vim para o


salão comum para o café da manhã para clarear minha
cabeça. Rosh ainda estava dormindo quando saí.
Sinto que fui atropelado por um caminhão.
Nas entranhas, nas bolas, na cabeça.
Por que disse a ela meu nome verdadeiro? Por que senti
algo na noite passada que não deveria ter, e por que estou
morrendo de vontade de voltar e fazer de novo porque foi
perfeito pra caralho?
Nunca foi assim antes. Ela é tão...
Corro minhas mãos pelos meus cabelos em frustração.
Isso não estava no plano. Foco.
Solto um suspiro para me acalmar, pego o café da manhã
e o café de Rosh na cozinha para viagem, e caminho de volta
para o quarto. Quando viro o corredor de volta ao nosso
corredor, noto Stucco andando à minha frente. O que aquele
filho da puta está fazendo aqui? O quarto dele fica do outro
lado do navio. Recuo e me enfio atrás do corredor para ver o
que ele irá fazer. Quando se aproxima da minha porta, olha
para trás o corredor da qual estou me escondendo. Ele vai
invadir meu quarto? Não estou com humor para essa merda
hoje. Mal posso esperar para colocar uma bala neste pau.
Porra, Rosh está lá. Fico parado enquanto espero. A porta da
nossa cabine se abre e Rosh sai em uma das minhas
camisetas e minha boxer. Minha respiração fica presa
quando sinto meus instintos protetores entrarem em ação. Se
ele a tocar, juro por Deus.
Ele está morto.
Olho pela corredor enquanto assisto.
Ela o vê e seus olhos se estreitam. “O que está fazendo
aqui?” Ela pergunta.
“Cale a boca, vagabunda.” Ele zomba.
“Vá para o inferno.” Ela responde e quando se vira para
voltar para o quarto, ele agarra seu braço. Dou um passo à
frente e então ela o empurra com força e ele voa de volta.
Espero para ver o que acontece. Ela o segue para o
corredor e o empurra novamente.
Hã? Que porra ela está fazendo?
Ela o agarra pelo pescoço e o bate com força contra a
parede.
O que…? Pisco meus olhos para ver se estou imaginando
isso. Ele a agarra pelo pescoço e ela rapidamente faz alguns
movimentos experientes e o vira de costas.
Ela bate a cabeça dele com força contra o chão quando
começa a sufocá-lo com o antebraço em sua garganta.
Ele luta enquanto tenta se levantar, mas ela o mantém
preso com força.
“O que você está fazendo aqui?” Ela pergunta.
“Vá para o inferno.” Ele rosna.
“Você não tem ideia de com quem está lidando.” Ela dá
um soco forte no rosto dele. “Ouvi seu pequeno plano ontem à
noite, idiota.” Ela grita enquanto se inclina e o agarra pelos
cabelos e o joga de volta no chão. “Este é o seu primeiro e
único aviso. Você chegar perto de Mac...Até pensar em Mac...”
Ela o empurra novamente. “Se até olhar na porra da direção
dele, vou matar você.”
“Você é louca como ele.” Ele rosna enquanto tenta se
levantar para escapar de seu ataque.
Ela o chuta e ele cai no chão.
Meus olhos estão arregalados. O que diabos está
acontecendo aqui?
“Não esqueci aquele golpe barato que você deu em meu
queixo na primeira noite em que estive aqui.”
“Vou fazer de novo.” Ele retruca.
Ela ri alto enquanto o ajoelha com força. “Veja.” Ela faz
uma pausa. “Garoto gatinho não é tão difícil quando está
sozinho.” Eu sinto meu pau endurecer.
Ela o empurra para frente e ele cai de costas. “Estou te
observando.”
Ele luta em suas mãos e joelhos para escapar dela
“Chegue perto do Mac e prometo que vou matar você.”
Ele se levanta e corre pelo corredor e sobe as escadas,
depois de passar os dedos pelos cabelos, Rosh se vira e volta
casualmente para o nosso quarto, fechando a porta atrás
dela.
Fico parado, minha mente sobrecarregada. Quem diabos
é ela?
Curvo e lavo minhas pernas. Estou irritada. Quando acordei
esta manhã, Mac não estava aqui, e sei que ele está de folga. Onde
está essa maravilha sem coragem?
Ele correu, assustado, tudo porque tivemos um momento
ontem à noite? Nem foi o sexo. Veja bem, o sexo foi incrível pra
caralho. Houve uma janela de dez minutos antes.
Fico olhando para o espaço enquanto me lembro;
“Nunca senti isso. Não tenho ideia do que preciso fazer para que
alguém se sinta amado.” Ele disse. Ele nunca amou ninguém.
Por quê?
“Você tem esse dom.” Nossas línguas deslizaram uma contra
a outra.
“Um presente?” Perguntei.
“De me fazer esquecer onde estou. Quem eu sou.”
Por que ele quer esquecer quem ele é?
Reviro meus olhos com nojo de mim por me sentir totalmente
ligada esta manhã. Foi apenas sexo. Sexo muito, muito bom. Não
significa nada. Preciso me concentrar no plano e não no pau
monstro com quem estou dormindo.
A porta do banheiro se abre e ele aparece.
“Bom dia.” Diz enquanto seus olhos vão pelo meu corpo.
“Bom dia.” Respondo enquanto continuo a me lavar. “Onde
você foi?”
“Trouxe um pouco de café da manhã.”
Sorrio. “Obrigada.”
Ele se inclina com as costas no armário do banheiro e cruza os
braços à frente como se estivesse pensando em algo. Continuo a
tomar banho e meus olhos piscam de volta para ele. Ele tem esse
ar sobre ele. É cínico e inteligente, tudo em um.
“Algo está errado?” Pergunto.
Uma emoção fria que não estou familiarizada passa por seu
rosto. “Por que algo estaria errado?” Pergunta sarcasticamente.
Encolho os ombros. Deus, ele está agindo estranho. “Diga-me
você.”
Ele continua a me observar e sua atitude presunçosa está
começando a me irritar. “Você está entrando?” Pergunto.
Ele não responde.
“Veja. Ou você entra comigo ou pode sair, não comece sua
besteira de jogo mental.”
Ele fica indignado. “Besteira de jogo mental?” Se arruma. “O
que diabos isso quer dizer?”
“Significa que se você tem algo a dizer, diga ou saia.”
“Não estou aqui para uma conversa.” Ele zomba.
“Por que você está aqui então?”
“Estou olhando para a bunda que estou prestes a foder.” Ele
rosna.
Oh, a pele. “Bem, pegue seu pau e coloque-o em uso.”
Ele tira a camisa pela cabeça com raiva. “Você me irrita.”
Sorrio. “Idem.”
Ele arranca a calça e joga para o lado e então, está em mim.
Antes que eu possa responder, ele me ergue e empala em seu pau.
Grito quando me pressiona contra a parede e envolve minhas
pernas em volta de sua cintura. Seus olhos escuros observam
meus lábios e sua boca fica aberta. Oh Deus. Meus olhos se fecham
com a sensação avassaladora de sua reivindicação. Ele bate em
mim e me levanta para frente e para trás sobre ele.
“Ahh, cuidado.” Choro.
Ele dilata minha carne e acho que me sinto rasgar.
“Você está me machucando.” Murmuro, mas ele não está. Nem
mesmo perto. É uma boa dor, uma dor viciante.
“Vamos esclarecer uma coisa, porra.” Ele bombeia com força.
“Você não age como alguém que não é.” Ele me bate de novo e fico
tonta com a força desta besta. Do que está falando?
“Não estou agindo.” Murmuro enquanto ele me bate com força
de novo e o sinto até o pescoço.
“Quando você não está mentindo?” Ele rosna, as veias em seu
peito e ombros bombeiam com adrenalina.
“Quando eu disse que queria você.”
Ele me bombeia com força novamente e nós dois clamamos.
Isso é muito bom. Ele foi feito para me preencher.
“Você?” Ele resmunga. “Deus, sim.”
Bate em mim enquanto nos abraçamos com força.
“Mais do que tudo, quero você.”
Ele pega meus lábios nos dele e me beija. Incapaz de segurar,
estremeço quando um orgasmo me rasga. Isso ativa o dele e ele
geme quando sinto seu gozo quente me queimar por dentro.
Nossas línguas dançam por um longo tempo e de repente a
besta está domesticada. Nosso toque se torna gentil, terno. Beijo
sua bochecha e depois seu rosto e, tomada pela emoção, começo a
banhar seu rosto de beijos. Ele me segura com força em seus
braços, como se estivesse processando algo, e sinto o desejo
desesperado de protegê-lo.
“Por que você está sendo louco?” Sussurro.
Ele puxa seu corpo para fora do meu e minhas pernas caem
no chão.
Lentamente me coloca no chão.
“Você está me deixando louco.” Sussurra como se estivesse
confuso.
“Stace.” Eu o beijo e envolvo meus braços em volta de sua
ampla estrutura muscular.
“O que foi?” Ele responde contra minha testa enquanto me
segura. Tenho a sensação de que nem consegue olhar para mim.
“Eu cuido de você, baby, pode confiar em mim.”
Capítulo 9

Ela se deita de lado e sorri suavemente para mim


enquanto segura minha mão na dela. Seus cabelos longos e
escuros estão espalhados em meu travesseiro e ela tem um
brilho de suor cobrindo sua pele por causa de nossas
atividades carnais momentos atrás. Nunca fodi a mesma
mulher tantas vezes consecutivas em toda a minha vida. Não
me canso dela. Está explodindo minha mente e isso está me
irritando seriamente. Meu peito sobe e desce enquanto tento
recuperar o fôlego.
Vadia linda e enganadora pra caralho. Tenho muitas
perguntas. Quem é ela? O que está fazendo aqui e por que
sente a necessidade de me proteger? Onde aprendeu a lutar?
Penso por um momento enquanto ficamos deitados na
quietude, de mãos dadas. Uma policial. Ela é policial?
Porra.
Ela está tentando chegar a Vikinos.

Caí direto na armadilha sangrenta. Idiota do caralho.

Ela tem que ser uma policial, quem mais poderia ser?
Minha mente volta para quando a encontramos quando
saiu pela porta dos fundos. Não foi uma coincidência que
testemunhou aquele golpe, mas então ela estava
chorando? Por que estava chorando? Penso por um
momento. Temos uma toupeira no navio que os avisou?
Porra, estou tão confuso.

Penso nisso por um momento. E se ela agisse vulnerável


sabendo que eu a protegeria?

Ela me pegou. Pegou bem. Achei que a manteiga não teria


derretido na boca.

“Você está bem?” Ela sussurra, interrompendo meus


pensamentos.
Finjo um sorriso e a pego em meus braços e beijo sua testa.
“Sim, baby. Tenho muito em que pensar.”
“Como o quê?”
Minha fúria fervilha perigosamente perto da superfície.
Ela não gostaria de saber? “Coisas de trabalho, nada com que
precise se preocupar.”
Ela desliza sua perna por cima da minha e sinto meu pau
endurecer. Pelo amor de Deus, chega de malditas ereções.
Minha mente continua vagando. Vou ter que matá-la. Sua
perna desliza contra a minha e me sinto endurecer ainda
mais.
Como? Preciso entrar no cofre de arma. Não posso matá-
la com minhas mãos. Já sei disso.
Ela se aninha suavemente no meu peito e suspira feliz.
Porra.
Isso leva dormir com o inimigo a um nível totalmente
novo.
Ela se inclina sobre o cotovelo e sorri para mim e, em
seguida, se inclina e beija meus lábios suavemente. Meus
olhos se fecham. Não posso mantê-los abertos quando ela me
beija.
“Queria falar com você sobre uma coisa.” Ela
murmura.
“Sim?”

“Ontem à noite, quando eu estava jantando, ouvi


Stucco e aquela garota vadia de cabelo preto
conversando.”
Meus olhos seguram os dela e cruzo os braços atrás
da cabeça. “E?”
“Ele disse que ia matar você.”
“Ele é um idiota e ameaça me matar semanalmente.”
Corro meus dedos por seus longos cabelos escuros sem
pensar. Seus grandes e lindos olhos me encaram e sinto
meu peito apertar.
“Ele disse que precisava entrar em segurança no cofre
de arma.”
Franzo a testa. Ela deve tê-lo ouvido. De que outra
forma saberia sobre o cofre de armas?
“E você está me dizendo isso porquê...?”
Ela franze o rosto como se eu fosse estúpido. “Porque
não quero que nada aconteça com você. Acho que precisa
carregar uma arma para se proteger contra esse motim
pré-planejado.”
Sorrio. Ela é uma boa atriz e provavelmente deveria
receber um Oscar. “Você não precisa se preocupar comigo.
Posso cuidar de mim mesmo.”
Ela se senta e os cobertores caem revelando seus
seios. Meus olhos caem instintivamente para eles, os
alcanço e seguro um na minha mão enquanto penso.
“Stace.” Ela sussurra.
Meus olhos encontram os dela. Por que disse a ela meu
nome verdadeiro? Ela é a primeira pessoa para quem ele
escapou. Idiota.
“Baby, me escute.” Ela estende a mão e limpa meu lábio
inferior com o polegar. “Você está em perigo e não posso
protegê-lo.”
“Não preciso de proteção.”
“Mas eu vou. Por favor, saiba disso.”

Nossos olhos estão travados, quero perguntar quem ela é


e por que está aqui, mas não posso. Sei que não posso confiar
nela. Gostaria de poder, porque uma mulher nunca me fez
sentir assim... nunca.
“Você precisa se preocupar com sua própria segurança.”
Murmuro como um aviso.
“Você pode me dar uma arma?” Ela pergunta
inocentemente.
Mordo meu lábio inferior para esconder meu sorriso. Ela
só pode estar brincando? “Você sabe atirar?”
Ela encolhe os ombros. “Um pouco.”
Corro minha mão por sua coxa e deslizo meu dedo em seu
sexo gotejante. Ela é lava derretida quente. Adiciono mais
dois dedos e ela geme e abre as pernas para mim. “Onde você
aprendeu?” Pergunto.
Ela fecha os olhos e arqueia as costas enquanto a
bombeio com a mão. “Meu pai costumava me levar para o
campo de tiro.” Dou-lhe um forte empurrão com a mão e ela
grita. Quero gritar mentirosa.
Quero matá-la agora por mentir para mim e me deixar
desesperado para estar dentro dela enquanto faz isso.
“Chupe meu pau.” Exijo enquanto agarro sua cabeça e a
empurro para baixo. Ela me dá um sorriso carnal enquanto
desaparece pelo meu corpo. Geme de prazer e o som libera
uma onda de pré-ejaculação. Minha boca está frouxa de
prazer. Hummm, tão bom pra caralho.
Deito e fecho meus olhos enquanto penso em uma maneira
de matar a bela enganadora enquanto ela me suga até secar.

Desço a escada escura na ponta dos pés enquanto meus olhos


olham ao redor com culpa. São apenas 19h e Stace foi para a
academia por uma hora, enquanto eu deveria estar me preparando
para o jantar. O navio está em silêncio enquanto todos se preparam
para a noite. O motor é o único som constante. Estou exausta e
tive o melhor dia que da minha vida. Stace teve um dia de folga
escalonado e passamos o tempo todo na cama.
O homem é um verdadeiro deus do sexo.
Ele faz os outros homens com quem estive parecerem
preliminares realmente ruins. Não posso acreditar no que estive
perdendo todo esse tempo. Seu senso de humor seco me faz rir e
isso é estranho entre nós. Conversamos sem parar, nenhum de nós
fazendo perguntas sobre a vida do outro. Não tenho certeza se
quero saber como é a vida dele e como ele vive ou por que usa um
nome falso, e não acho que ele esteja interessado no meu. Embora
não tenho certeza sobre isso. Ele emite sinais confusos e me sinto
como a única mulher no mundo para ele, de volta ao que realmente
sou...uma companheira de quarto que ele apenas fode para passar
o tempo. Não tenho ilusão de que isso seja algo mais do que é, mas,
inferno, é divertido. Não sei nada mais sobre ele do que esta
manhã, só que ele não estava brincando e realmente gosta de
ejacular para relaxar. Ah, e o pequeno fato de que provavelmente
estou indo direto para o Inferno, porque quando me pegou no
chuveiro esta manhã sem nenhum aviso, esquecemos totalmente
da camisinha. Ele me garante que sempre usou e que sou a
primeira, mas não é isso que todo cara diz para garotas estúpidas
que se perdem no momento? Tomei a injeção, então pelo menos a
gravidez não está em minha mente. Sorrio amplamente. Baby
Stace...não seria incrível?
Tenho dezessete dias restantes no navio. Dezessete dias e
estou a caminho da liberdade. Chego ao fim da escada para
encontrar grandes portas duplas vermelhas. Se eu passar pelas
portas, o que acontece se alguém estiver do outro lado? Porra, não
consigo ver onde elas abrem. Entrar nesta sala de manutenção não
é uma opção. Pergunto-me se está tripulada o tempo todo. Fico por
um momento enquanto penso. Se for pega aqui, o que digo? Por
que estaria olhando aqui?
Merda, minha mente está em branco. Humm...não tem nada.
Por cinco minutos, vasculho meu cérebro, até que finalmente me
atinge. Estou procurando por ele. Stace. Merda, quero dizer Mac.
Estou procurando Mac. Sim, se alguém me perguntar, estou
simplesmente procurando Mac. Ele me disse que ia consertar algo
e vim aqui procurando por ele. É simples e, o mais importante,
verossímil. Timidamente abro a porta e olho dentro. A sala está
escura e o som dos motores é alto e agitado. É enorme, com
máquinas em todos os lugares e portas que levam aos quartos. Ok,
o que estou procurando? Caminho ao longo do enorme corredor
enquanto procuro o que preciso. Chego a uma sala, abro a porta e
encontro mesas com computadores em cada uma. Meus olhos se
arregalam. Merda, isso tem Internet? Fecho a porta, sento e olho
para o computador na minha frente. Tem linhas vermelhas em
espirais. Que diabos isso significa? Vou para o próximo
computador e ele tem algum tipo de gráfico. O terceiro tem algo
mais com todas as cores e redemoinhos. Humm, se eu bater em
uma das teclas, um alarme vai disparar?
Penso por um momento. Isso poderia ser liberdade, mas
realmente quero arruinar os planos que tenho de ser salvo?
Estou me salvando, lembra?
Decido manter meu plano original e voltar para a área
principal. Vejo uma placa de ‘Ferramentas’ acima de uma porta.
Sim.
Entro na grande sala e fecho a porta atrás de mim. Caminho
pelos corredores enquanto procuro o que preciso. Retiro o desenho
de cima...nada.
A segunda gaveta desliza para fora e sorrio amplamente. Bingo.
Pego a chave de fenda longa e pontuda e olho para as outras
ao lado dela. Pego outras duas e coloco em minhas calças.
Continuo abrindo as gavetas até encontrar uma lâmina comprida.
Eu a seguro e sorrio.
Aqui está você, baby. Venha para a mamãe.

Sento em meu escritório e analiso o último dos


relatórios de manutenção. Acabou de escurecer e estive
aqui o dia todo. Merda, tenho muito que fazer essa
semana. É opressor, para ser honesto. Os rotadores
precisam ser substituídos e os rolamentos estão todos
saindo. Tenho seis helicópteros chegando e tenho que
examinar as chaves e me certificar de que estão tod as
aqui. Não aguento mais uma merda como a última
retirada. Pareceu tão incompetente. Minha mente vai
para Stucco e a surra que dei nele na outra noite. Não
queria parar e, se não quisesse estragar tudo, não teria.
Não é de admirar que queira me matar. No entanto, uma
coisa está passando pela minha cabeça...a coisa do
cofre de armas. Ela mencionou o cofre de armas, o que
significa que ela realmente o ouviu dizer que queria
entrar nele. Ele pode estar falando sério desta vez.
Quem sabe? Um largo sorriso cruza meu rosto quando
me lembro de Rosh chutando o traseiro do idiota no
corredor. Até ela pode vencê-lo. Uma emoção
desconhecida passa por mim quando penso em Rosh.
Tenho uma visão dela rindo alto e despreocupada...de
nós nos beijando. Fui decepcionado por muitas pessoas
em minha vida e não poderia me importar menos.
Essa é diferente.
Estou esperando o último funcionário do escritório deixar
suas estações na torre de controle para poder ligar para
Chris, meu contato em terra firme.
“Você quer que eu faça mais alguma coisa antes de ir?”
Jack pergunta.
Sorrio. “Não, cara, pode ir. Tenho mais horas de trabalho
para passar aqui.”
“Ok, vejo você mais tarde.” Ele arruma a mesa e espero
que desça as escadas. Folheio minha agenda até chegar ao
número de telefone disfarçado como uma chave de pedido de
produto e disco o número.
Toca. Toca. Espero. Vamos, atende, atende. Toca. Toca.
“Olá.” A voz feliz chama.
Um sorriso instantâneo cruza meu rosto. “Oi, Chris.”
“Oi.” Ele responde com entusiasmo. “Stace, cara. Onde
você esteve, mano?”
Rio alto. “Sentindo sua falta, seu idiota feio.” Balanço
minha cadeira de um lado para o outro. É bom ouvir sua voz.
Chris foi meu melhor amigo durante toda a escola e, mesmo
agora, como vivo em um universo oculto para ele, ainda é meu
melhor amigo. Ele trabalha para o Governo dos Estados
Unidos e tem contatos em todos os lugares. Um diplomata,
nada menos.
“Oi. Tenho grandes notícias.”
Sorrio. “Sim, o que é?”
“Irei me casar.”
“O que? De jeito nenhum?” Sorrio. “Diga a Elsa as mais
profundas condolências.”
“Ela é a vadia mais sortuda da Terra por conseguir me
foder para o resto da vida.” Posso ouvir a felicidade em sua
voz.
“Parabéns, cara.” Sorrio. Elsa é a namorada do colégio;
ele ama aquela garota desde os doze anos.
“Você vai ser meu padrinho?”
Meu rosto entristece enquanto sou tomado pela emoção.
“Mesmo?”
“Mesmo.”
“Ficaria honrado.” Faço uma pausa. Não posso acreditar
que ele me perguntou. “Obrigado, isso significa muito.”
Chris sabe que caí no lado errado do caminho, mas sua
lealdade nunca vacilou. Ele não faz perguntas e eu
literalmente daria minha vida para protegê-lo.
Justin, meu irmão, ele e eu éramos inseparáveis durante
toda a escola. As coisas que planejamos.
Deus, nós causamos estragos.
“O casamento é no próximo ano, em abril. Certifique-se de
que esteja em casa.”
Sorrio. “OK.”
“Você ainda está naquele navio?”
“Sim.”
“Você está bem?”
“Sim, estou indo bem. Você viu a mamãe?” Pergunto.
“Mamãe disse que ela está bem. Sentindo sua falta, é
claro.”
A culpa me enche. Deveria estar por perto para ela.
“Ouça, cara, preciso de um favor.”
“O quê?”
“Eu conheci uma garota...”
“Não, não posso transar com ela. Estou comprometido.”
Ele interrompe.
Sorrio. “Ela não iria querer você de qualquer maneira, seu
idiota gordo.”
“De qualquer forma.” Ele sorri. “Continue.”
“Algo não está somando. Você pode fazer uma verificação
de antecedentes dela para mim?” Seguro sua licença e leio os
detalhes.
“Sim, não se preocupe. Qual o nome?”
“Roshelle Myers.”
“Como se soletra isso?”
“R.O.S.H.E.L.L.E” soletro. “M.Y.E.R.S.”
“Data de nascimento?”
“14 de outubro de 1993.” Seu aniversário é em quatro
semanas. Faço a matemática. Ela tem 24 anos e está
completando 25 anos.
“Endereço?”
Leio o endereço dela.
“Então, qual é o problema com essa garota?” Ele
pergunta.
“Estive com ela há alguns meses e estivemos conversando
online, mas tenho a sensação de que ela não é quem diz ser.
Só quero verificar tudo antes de sairmos de férias juntos para
evitar alguns aborrecimentos mais tarde.”
“Você acha que ela é casada?”
Torço meu rosto. “Sim talvez.” Tento pensar no que mais
preciso. “Quero todos os detalhes. Trabalho, relações atuais
e passadas, convicções. Assinaturas, coisas assim.”
“Estou trabalhando nisso. Vou passar agora, mas leva
cerca de 24 horas para voltar.”
“Então, se eu ligar para você amanhã à noite, você pode
atender?”
“Sim.” Ele faz uma pausa. “É bom ouvir de você, cara.”
Sorrio com tristeza, gostaria que as coisas voltassem a
ser como eram.
“De você também. Cuide dessa sua linda garota.”
“Com alguma sorte ela estará grávida e com tesão no
próximo ano.”
Sorrio e esfrego meus olhos com a mão. “Oh Deus. Nem
consigo imaginar seu pobre filho lidando com você como um
pai. Pobre filho da puta.”
Ele sorri. “Falo amanhã.”
“Tchau.” Desligo.
E o silêncio cai no escritório novamente. Em breve,
Roshelle Myers, saberei quem você realmente é.
Coloco minhas mãos atrás da cabeça e inalo
profundamente enquanto me inclino para trás na minha
cadeira.
Vai demorar vinte e quatro horas.

Ando ao longo do convés do navio entre os contêineres


enquanto a luz diminui. O anoitecer é a hora mais tranquila do dia
aqui, pois todos voltam para suas cabines para se preparar para o
jantar. Stace ainda está trabalhando e algo está acontecendo com
ele. Ele está diferente da primeira noite em que dormimos juntos.
Algo mudou ontem de manhã quando foi buscar o café da manhã
para mim. Ele me viu bater em Stucco?
Porra. Por que fiz isso? Quase estraguei meu disfarce.
Vou ter que tirar Stucco antes que ele mate Stace ou o plano
vai por água abaixo.
Não preciso dessa merda.
Sorrio suavemente quando obtenho uma imagem de Stace, o
lindo e sexy Stace. O único arrependimento que tenho é que não
nos encontramos em circunstâncias diferentes, como ele disse. Se
ele não fosse um assassino ligado a esta nave.
Somos tão bons juntos. Poderíamos ter algo.
Droga.
Agora, porém, preciso me concentrar em minha tarefa.
Continuo a caminhar lentamente pelo convés deserto. O sol está
mergulhando abaixo da linha da água e a luz está diminuindo
rapidamente. Olho para os números no topo dos contêineres
enquanto ando entre todos eles. Cadê?
Continuo andando e andando. Pensei ter visto isso aqui outro
dia. Paro no local e olho para trás de onde vim, e então para frente.
É como um jogo de memória de quebra-cabeça. Tudo parece igual.
Pensei que estava aqui perto desse vermelho e volto naquela
direção. Aí está.
1140
Olho ao redor para ver se alguém me viu, mas não acho que
tenham. Rapidamente atravesso o beco nas sombras, pego o
cadeado e o inspeciono. É apenas um cadeado normal.
Certo.
Estreito meus olhos enquanto penso. Preciso entrar no centro
de controle para encontrar o armário das chaves. Mas como vou
fazer isso?
Stace está lá agora.
Posso fingir que vou visitá-lo? Sim, porque não?
Em cinco minutos, estou ao pé da escada do centro de controle
batendo na porta. Sem resposta. Bato novamente enquanto olho
para as janelas acima. Humm, talvez ele foi passar a noite? Espero
mais alguns minutos. Inferno sangrento, essa era a oportunidade
perfeita para entrar lá enquanto ninguém mais estava por perto.
Bato uma última vez.
“O que você está fazendo?” Uma voz severa atrás de mim
comanda minha atenção.
Pulo de susto e viro para ver Jack, o homem de Ângela, parado
atrás de mim.
“Oh! Olá.” Sorrio. “Estou procurando por Mac. Você sabe se ele
está aqui?”
Ele abre a porta com sua chave. “Sim, acho que sim. Entre.”
Ótimo. “Ok, obrigada.” Eu o sigo escada acima e chegamos ao
nível superior para uma grande sala com máquinas, computadores
e estações de trabalho em todos os lugares. Meus olhos o
encontram do outro lado da sala enquanto ele se senta em sua
mesa, e quando olha para mim, sinto que derreto um pouco. Foi
um longo dia sem ele.
Pare com isso.
Vestindo uma camisa de trabalho e calça cargo azul marinho,
seus cabelos loiros caem sobre sua testa. Aqueles olhos chocolate
e queixo quadrado me derretem. Como qualquer mulher na Terra
pode bloquear isso? Mesmo com roupas de trabalho e botas com
pontas de aço, ele parece orgástico.
Cristo todo poderoso. Foco.
“Olá.” Sorrio, secretamente esperando que ele corra para me
pegar em seus braços.
“Oi”, murmura antes de voltar para o computador. Meu
coração aperta e fico nervosa, esperando por sua instrução. Deus,
isso não vai funcionar de jeito nenhum.
“Mac, você viu aquele e-mail?” Jack pergunta. “Voltei para ter
certeza de que viu.”
“Qual deles?” Ele pergunta, distraído.
“Vikinos chegará no dia 29.”
Os olhos de Mac voam para Jack e depois para mim... Merda.
“Rosh, você pode nos dar um minuto?” Ele pergunta.
“Hum, claro. Você tem um banheiro aqui que eu possa usar?”
Ele franze a testa distraído. “Sim, suba o corredor à esquerda.”
“Obrigada.”
Viro e caminho pelo corredor. Merda, queria ouvir essa
conversa. Dia 29. A quantos dias é isso? Nem sei que merda de dia
é hoje. Examino o escritório em busca de um teclado ou algo assim.
Nada. Subo o corredor e vejo dois escritórios. Mordo meu lábio e
volto para os homens. Eles podem me ouvir se eu abrir essa porta?
Merda.
Abro lentamente a porta e ela está vazia, exceto pelos armários
dos funcionários. Passo para a próxima sala e abro a porta. Minha
boca se abre.
Bingo.
Toda a parede posterior é um quadro com chaves que têm
números acima delas.
Merda, merda, merda, vou ser pega. Procuro rapidamente o
que quero.
Cadê? Cadê? Meus olhos se movem freneticamente e,
finalmente, no canto inferior direito, encontro a primeira e depois
a outra.
1140 e 1289
Pego as chaves, volto para a porta e olho para trás. Droga.
É flagrantemente óbvio que a chave principal está faltando. O
que faço? Meus olhos se arregalam. Eu sei. Pego a chave do meu
quarto, tiro-a rapidamente do chaveiro e coloco no gancho abaixo
do número 1140. A segunda chave não é tão visível quanto está
na fileira superior. Em seguida, coloco a chave do recipiente no
chaveiro do meu quarto...ninguém jamais saberá.
Saio do escritório e entro no banheiro. Sento no banheiro com
um sorriso exagerado no rosto.
James Bond, coma seu coração.

Ele está deitado ao meu lado na cama enquanto lê seu livro. O


quarto está escuro, iluminado apenas pela lâmpada ao lado da
cama. São 22h e está de cueca samba-canção e uma camiseta.
Tomei banho e cheiro a sabonete, nua, mas ele nem olhou na
minha direção.
Ele está diferente.
Alguma coisa mudou.
Dois dias atrás, eu não poderia lutar contra ele, mesmo se
tentasse. Agora nada.
“Esse Código Da Vinci deve ser um livro interessante, hein?”
Pergunto.
“Muito.” Ele murmura enquanto vira a página sem olhar
acima.
“Não sei.” Paro enquanto tento fazê-lo olhar para mim. “Eu
nunca li.”
Ele rola a língua na boca como se estivesse pensando, mas não
responde.
Viro de lado e coloco a mão atrás da cabeça para inclinar-me
sobre ele enquanto propositalmente deixo os cobertores caírem
para revelar meus seios.
Ele pega o lado do lábio inferior com os dentes como se
estivesse tentando não reagir, mas ainda não recua. O que está
fazendo, idiota? “Não estou cansada.” Anuncio.
“Leia um livro.” Ele aponta para uma caixa cheia de livros sob
sua mesa.
Rolo meus olhos e me levanto da cama. Estou nua e
propositalmente me curvo e deslizo a caixa com minhas costas em
direção a ele. Posso vê-lo no espelho do banheiro atrás de mim e
seus olhos sobem para me olhar, embora finja que não.
Sorrio. Sento no chão e começo a ler os títulos dos livros.
Leio os títulos em voz alta.
“The Devil in Silver, de Victor LaValle. The October Country,
de Ray Bradbury. Broken Monsters, de Lauren Beukes. Last Days,
de Brian Evenson. “
Enrolo meu lábio em desgosto. “Este é o seu estilo de leitura?”
Franzo a testa.
Ele ergue os olhos. “Gosto de terror.”
Arregalo meus olhos. “Entediante.”
Sua mandíbula se contrai de aborrecimento. “O que você gosta
de ler?”
Propositalmente me curvo, revelando minha bunda nua.
“Gosto de obsceno.”
“Figuras.” Ele responde enquanto vira a página com raiva.
Coloco minha mão em meu quadril. “Por que figuras?”
“Porque você é uma maníaca sexual.”
Sorrio. “Você pode gravar isso, por favor, e mostrar aos meus
ex-namorados.”
“Porque eu faria isso?” Ele responde categoricamente.
“Porque todos reclamaram que eu odiava sexo.”
Seus olhos sobem do livro como se de repente estivessem
interessados. “Você odeia?”
“Com eles?” Pergunto.
Ele concorda.
“Bastante.”
Seus olhos seguram os meus. “Você odeia isso comigo?”
“Você é o primeiro homem com quem gostei.”
“Por quê?”
“Não sei.” Paro por um momento. “Talvez porque sei que nunca
chegaremos a nada e tenho que dizer adeus a você em breve.”
Ficamos parados enquanto olhamos um para o outro, o ar
crepita entre nós.
“Você foi bem para alguém que supostamente odeia sexo.” Ele
murmura.
“É fácil quando você encontra um homem que sabe o que
fazer.” Ele levanta uma sobrancelha. “Você sabe como me fazer
sofrer por isso.”
Ele reajusta seu comprimento sob os cobertores. “Sofrer por
isso?” Ele questiona.
“Deus, eu anseio por isso.” Respiro.
“Pelo quê?”
“Você, Stace. Sofro por você.”
Ele agarra seu pau através dos cobertores e seus olhos
assombrados seguram os meus.
“Por que está olhando assim para mim?” Pergunto.
“Como o quê?”
“Como se eu fosse o inimigo.”
“Você é?”
Franzo a testa. Por que está falando em enigmas?
“Suponho que sim. Sou alguém que você pegou contra a
vontade e agora sou...” Paro. Mesmo não entendendo isso.
“Quem é o quê?”
“Quem só se sente segura quando está em seus braços e sei
que isso está errado.” Ele franze a testa. “Estou ficando louca.”
Jogo o livro de volta na caixa com nojo. “Sinto-me mal quando me
ouço dizer isso em voz alta.”
“Eu deixo você enjoada?” Ele pergunta.
Sorrio tristemente. “Devia.”
“Não foi isso que perguntei.”
Balanço minha cabeça, nossos olhos estão travados, e depois
de um momento respondo, “Não.”
“O que você acha?” Ele pergunta.
“Essa é a coisa. Não consigo pensar quando estou com você.”
Ele franze a testa como se entendesse.
“Quando você me toca, nada mais importa.” Respiro.
Ele fica em silêncio.
“Senti sua falta quando estava no trabalho hoje.”
Ele abaixa a cabeça. “Não faça isso.”
“Sei que não devo.” Finjo um sorriso enquanto tento justificar
meus sentimentos. “Eu deveria odiar você.”
“Você deveria.” Ele se ajeita.
Eu me aproximo e sento na cama ao lado dele. Seus olhos
encontram os meus. “Beije-me.” Peço.
A sala está cheia de desejo desenfreado, tão espesso que você
pode cortá-lo com uma faca.
Ele levanta a mão, segura meu rosto e me beija suavemente.
Meus olhos se fecham instintivamente. “Stace.” Digo. Sinto que
estou prestes a quebrar, isso é demais. A intimidade que sinto dele
é demais. Preciso odiá-lo. Como vou fazer isso?
Como se sentisse meu medo, ele sussurra: “Shh.”
Franzo o rosto enquanto nos beijamos. “Isso tem que parar.”
Ele diz.
“Eu sei.”
“Última vez.” Ele murmura em meus lábios.
Eu o beijo e me sinto levantando do chão. “OK.”

Olho para a esquerda, olho para a direita. Passa pouco do


meio-dia e a costa está limpa.
Stace convocou uma reunião sobre a visita de Vikinos na
próxima semana. Eles precisam colocar tudo em ordem. Esta é
provavelmente minha única chance onde todos estão preocupados.
As meninas estão tomando banho de sol no convés superior, e
todos os funcionários estão no nível de manutenção passando
pelas operações. Eu disse a todos que iria dormir.
Ando ao longo das fileiras até chegar ao contêiner que preciso
e pego as duas chaves. Não sei qual é qual. Giro a primeira chave
e não funciona. Porra.
Pego a segunda chave, sacudo um pouco e ela abre. Sorrio
enquanto meus olhos culpados olham ao redor. Abro o cadeado e
removo a chave e, em seguida, coloco-a de volta na fechadura, giro
até que pareça fechada. Então, abro a porta e olho dentro. Escuro,
uso a pequena lanterna que peguei no andar de manutenção outro
dia e olho ao redor. Diz sob o chão. Entro e lentamente puxo a
porta para que pareça que está fechada por fora. Coloco a lanterna
na boca, me inclino e bato no chão. Sim... está sob o piso. Ando ao
redor do perímetro do contêiner me concentrando no chão. Preciso
encontrar um pouco e posso Jimmy Oy. Como faço isso sem fazer
barulho?
Foda-se.
Penso por um minuto.
Atrás de mim estão algumas caixas de madeira. Talvez
embaixo delas eu encontre um lugar para levantar. Movo uma para
o lado, e depois o que está embaixo dela, e então a caixa de baixo
é bem longa e tem uma rachadura na parte superior. Sim...coloco
a lanterna na fenda e puxo para cima enquanto a uso como
ferramenta. Após dez minutos de trabalho árduo, a tampa de
madeira se levanta.
Puxo o papelão rasgado de volta e sorrio. Uma caixa de rifles
M98B - Sniper de Barret. Simmm. Graças a Deus eles estão onde
deveriam estar. Vasculho a caixa, mas não há nenhuma bala.
Porra.
Puxo a caixa acima dela e ainda nada. Puta merda, dane-se
isso.
Separo a caixa de cima e finalmente encontro uma caixa de
metal contendo a munição.
Fico parada por um momento e deixo a euforia diminuir.
Desmonto o rifle e carrego a arma. Carrego outra e pego todas as
balas. Então me levanto e coloco as caixas de volta onde estavam.
Meu coração está batendo forte. Ando até a frente do contêiner
e fico de costas para a porta. Franzo a testa.
Posso ouvir passos.
Prendo minha respiração e fecho meus olhos. Merda, merda,
merda.
“Quem está ai?” A voz masculina grita.
Capítulo 10

Oh meu Deus.
Fecho meus olhos e agarro a arma com força suficiente para
quebrar meus dedos.
“Sou eu.” Responde a voz de um homem.
“Você ouviu a porra que ele disse?” Um rosna.
“Sim ouvi.”
“Como?” O outro homem pergunta.
Franzo a testa. Quem é, e do que estão falando? Por que estão
se reunindo próximo a esse contêiner específico? Oh, Deus, estou
ferrada. Eles irão invadir aqui para pegar as armas.
Fico imóvel enquanto tento conter meu coração frenético.
“Deve parecer um acidente.”
Quem está ali? De quem estão falando?
“Quando?”
“Não tenho certeza. Essa semana. Ele tem que ir embora antes
que Vikinos chegue, para que possamos culpá-lo.”
“Aquela porra de garota que supostamente pegamos por
acidente é uma policial.”
“O que?” O outro homem se mexe.
Meus olhos se arregalam. Puta merda...por que eles pensariam
que sou uma policial?
“Sim, ela me atacou outro dia, me avisando para não chegar
perto dele.”
Ah Merda. Estão falando sobre Stace.
Prendo minha respiração. Por favor, não me encontre.
“Ele a trouxe aqui como uma amiguinha de foda. Não foi por
acaso que ela saiu por aquela porta naquele momento.”
Franzo a testa.
“Farei uma chamada de avaria do motor esta semana em
algum momento no meio da noite, e quando ele sair nós
cuidaremos disso.”
“Deve parecer um acidente.”
“Sim, vai. Ele estará indo para uma bebida.”
“OK.”
“Stucco?” A voz de Stace chega pelo rádio que um deles está
usando.
“Sim?” Stucco responde sobre o som da estática.
“Por que você não está aqui na reunião?” Stace fala com raiva.
“Estou indo agora.”
“Porra, se apresse.” Ele rosna antes de desligar.
“Porra. Mal posso esperar para matar esse pau. Ele está
pedindo isso, porra.” Stucco diz.
“Sim, bem, certifique-se de que aconteça.”
“Estou nisso.” Stucco responde. “Ele está morto.”
Meu coração bate freneticamente e sei que preciso dessa arma
agora mais do que nunca. Eles vão matá-lo. Sabia que não estava
imaginando isso.
“É melhor voltarmos.”
“Ok, vejo você lá.” A voz do homem responde. Quem é o outro
homem? Stucco está trabalhando com alguém. O que eles estão
fazendo e o que planejam culpar Stace?
Espero dez minutos em silêncio. Eles se foram?
Estou começando a suar, está muito quente aqui. Minha
mente vai para os refugiados que foram forçados a viajar por essas
terras durante meses. Não consigo imaginar tanto horror.
Lentamente empurro a porta alguns centímetros e olho para fora.
O vento está forte, mas a costa parece limpa. Corro para fora,
coloco minhas duas armas no chão e rapidamente tranco o
contêiner. Curvo-me e pego as armas, olho em volta nervosamente.
Por favor, não me deixe ser pega. Enrolo as armas em uma toalha
que trouxe e rapidamente volto para o nosso quarto. Empurro a
porta. Não consigo trancar porque não tenho minha maldita chave,
e isso é arriscado por si só. Aquele Stucco estúpido pode estar se
esgueirando por aqui. Jogo as armas debaixo da cama e coloco
outra toalha sobre elas. Não tenho tempo para escondê-las agora.
Preciso chegar ao outro contêiner enquanto todos estão ocupados.
Pergunto-me por quanto tempo essa reunião vai durar?
As armas são a principal coisa que precisava pegar...agora
colocar a cereja no topo.
Volto para o convés e olho ao redor, vendo que ainda está
deserto. Pego a outra chave e caminho ao longo da última fileira de
containers. Este é mais fácil de passar despercebido, estando bem
na última fila. Abro a fechadura e faço o mesmo procedimento e
fecho a porta atrás de mim.
Solto um suspiro enquanto ligo minha lanterna. Porra, está
quente.
Estou suando como um porco.
Ok, o que estou procurando? Estátuas.
Dizia estátua.
Existem caixas neste contêiner, provavelmente cerca de vinte
no total. Abro a de cima e descubro que a caixa foi dividida em doze
quadrados com papelão. Em cada pequeno quadrado há uma
pequena estátua de gato de cerâmica com cerca de quinze
centímetros de altura. Examino a caixa e tiro um por um e sacudo.
Nada. Todos parecem vazios.
Se eu fosse esconder algo em uma estátua, onde colocaria?
Eu penso por um momento. A caixa inferior. Rapidamente
começo a mover as caixas para o lado, uma a uma, até chegar à
caixa mais inferior. Rasgo e tiro as estátuas de gato uma por uma
e as sacudo.
Nada.
Porra.
Abro a próxima caixa e a próxima. Talvez não haja nada aqui?
Coço minha cabeça em frustração enquanto o suor pinga da minha
testa.
Oh merda, talvez eu tenha interpretado mal a foto. Entrei no
containers certo? Abro outra caixa e a primeira estátua que pego e
sacudo faz barulho quando algo atinge as bordas internas.
Meus olhos se arregalam e sacudo novamente. Clink, clink,
clink.
Sim, é isso. Rapidamente verifico os outros na caixa. Nada.
Deve ser isso.
Rapidamente coloco as caixas de volta como estavam e vou
para a porta novamente. Lentamente abro a porta e olho para fora.
A costa está clara. Envolvo minha pequena estatueta na minha
toalha e saio, rapidamente fecho o container.
Meu coração está batendo tão rápido que não posso acreditar
que estou realmente fazendo isso.
Quem sou eu?
Caminho de volta para o quarto entro e fecho a porta atrás de
mim e me inclino contra ela em alívio enquanto ofego.
Eu cheiro mal. Estou molhada de suor. Pego minha estátua de
gato, entro no banheiro e fecho a porta, trancando-a atrás de mim.
Ligo o chuveiro e olho ao redor. Preciso quebrar a estátua. Farei
isso mais tarde.
Quando?
Quando terei a chance, sabendo que Stace está ocupado?
Apenas faça isso agora. Abro a porta do banheiro e olho para
fora para ter certeza de que ele não voltou para o quarto, fecho
novamente, levanto a estátua acima da minha cabeça e jogo no
chão. Ele quica.
Merda.
Levanto novamente, jogo e quica novamente. Foda-se.
Levanto de novo, jogo com força e ela se espatifa no chão.
Fico olhando para a cerâmica quebrada por um momento em
choque.
Meus olhos se arregalam. Puta merda...eu estava certa.
Diamantes.
Diamantes maiores que a minha miniatura. Rosa dourado
claro e enevoado. Alguns são brancos brilhantes. Meu Deus, isso
deve valer uma bomba. Mal consigo respirar.
Entro no quarto e pego uma meia da gaveta de roupas íntimas
de Stace, volto para o banheiro e tranco a porta. Sento-me no chão
e vasculho a cerâmica quebrada e pego os diamantes, colocando-
os na meia, um de cada vez.
Quarenta e dois diamantes no total. Quem são esses?
Cuidadosamente amarro a meia na ponta e pego a cerâmica
quebrada e coloco em um saco plástico. Vou ter que jogar isso ao
mar assim que tiver uma chance.
Entro no chuveiro e deixo a água fria correr sobre mim
enquanto penetra.
Puta merda. Eu fiz isso.

Às vezes, a vida me surpreende, mas não tanto quanto me


surpreendo.
Quão estúpida uma garota pode ser?
Por que diabos eu honestamente pensei que havia algo entre
esse criminoso e eu?
Como o resto das minhas batatas e vegetais enquanto o
observo com ela. Estamos jantando, são 20h, Stace chegou
atrasado depois de trabalhar o dia todo. Eu achei que ele pegaria
seu jantar e, em seguida, se sentaria ao meu lado, como sempre
faz.
Acho que não.
Hoje à noite ele pegou seu jantar e então foi se sentar ao lado
de Chelsea, enquanto estou sentada sozinha. Ele nem mesmo me
olhou e estou farta de seus jogos mentais.
Foda-se ele.
Este é o último prego em seu caixão desprezível. Quem diabos
ele pensa que é?
Estou furiosa. Furiosa que ele pensa que pode me tratar assim.
Furiosa que não esperava. Furiosa que meus sentimentos foram
feridos por mais um idiota.
Estou farta de homens.
Ângela se aproxima e se senta ao meu lado. “O que está
acontecendo com vocês dois?”
Encolho os ombros. “Nada.”
Ela o observa enquanto ele fala e ri com Chelsea e outra garota
loira. “Você esteve brigando?” Ela franze a testa.
“Não que eu saiba.”
Ela franze o rosto. “Estranho.” Ela murmura.
Bebo meu último gole. “Posso voltar para o quarto. Não posso
sair dessa merda de navio logo...” Murmuro.
“Sim, acho que sim.” Ela suspira.
Então farei.
“Você vai dizer algo para ele?” Ela pergunta.
“Não. Porque se importar?”
“Você deveria perguntar a ele qual é o problema.”
“Não me importo.” Respondo secamente. “Ele pode transar com
ela a noite toda.”
Seus olhos seguram os meus. “Você não quis dizer isso.”
Finjo um sorriso. “Sim, na verdade, eu quis.”
Levanto e vou até a cozinha, peço uma sobremesa para viagem
e espero que cortem o cheesecake para mim. Se vou ficar deprimida
essa noite, posso muito bem fazer isso com estilo. Pego meu
cheesecake e, quando estou saindo, ele me olha nos olhos.
“Estou indo.” Anuncio.
Ele balança a cabeça, não afetado. “Vejo você.” Ele volta para
sua conversa.
Ele está brincando? Qual é o problema dele? “Posso falar com
você por um momento, por favor?” Pergunto.
“A respeito?”
Olho para ele que revira os olhos e se levanta a contragosto.
Saio do salão e ele me segue.
Viro para encará-lo. “O que você está fazendo?” Sussurro.
Ele franze a testa. “O que você quer dizer?”
“Por que você não está falando comigo?”
“Não sabia que precisava.”
Cruzo meus braços com raiva na minha frente. “É assim
mesmo?”
Ele encolhe os ombros. “Vou ficar com Chelsea esta noite.”
Meus olhos estão nos dele. “Estou meio entediado na mesma velha
cabine.” Ele faz uma pausa por um momento. “Se você sabe o que
quero dizer?”
Se tivesse me batido no estômago, seria menos doloroso.
“Fique com alguém, se quiser.” Ele responde com indiferença.
“Tenho certeza de que outra pessoa pode fazer o trabalho.”
Engulo o nó na minha garganta. Isso dói.
De todas as coisas que ele poderia me dizer...o fato dele pensar
que sou uma vagabunda é o pior.
Deixo cair minha cabeça em choque. Como você responde a
isso? Viro e me afasto antes que ele veja as lágrimas que estão
brotando atrás dos meus olhos. Pronto.
Parado no local, eu a vejo caminhar pelo corredor longe
de mim.
Deveria sentir algo diferente do que sinto. Deveria estar
exultante em me livrar da cadela conivente, não com remorso.
O que eu deveria fazer é ficar com Chelsea de verdade,
não ficar aqui desejando estar indo para o quarto com Rosh.
Foda-se por ser policial.
Foda-se por ser a primeira garota que cavei para sempre.
Arrependimento rola no fundo do meu estômago por não
ser um homem melhor, por ela estar certa. Foda-se ela por me
mostrar várias vezes porque estou fora de seu alcance.
Ela merece isso, eu me lembro. Merece se sentir traída por
mim porque é o que sinto dela. O ato que ela me mostrou
naqueles primeiros dias foi o que chamou minha atenção. Ela
tinha aquela vulnerabilidade obstinada, e achei isso tão
excitante.
Que atriz.
De qualquer forma, não tenho tempo para me preocupar
com ela agora. Vou para a torre de controle para ligar para
Chris. Estou ansioso para ver quem realmente é a Pequena
Senhora Inocente.

Duas horas depois, estou sentado à minha mesa,


observando o relógio. Telefonei para Chris a cada meia hora
e os resultados ainda não chegaram. Solto um suspiro de
frustração. Vamos! Vamos. Bato minha caneta enquanto
penso. Se ela for policial, tenho que matá-la. Não tenho
escolha. Ela viu muito. Sei que não teve um rádio para entrar
em contato, então eles não sabem de nada ainda. Se ela for
embora, eles com certeza saberão. Esfrego minha testa em
frustração. Não quero matá-la. Porra, o que diabos ela pensa
que está fazendo aqui, afinal? Seguro meu lábio inferior entre
os dedos enquanto sento em pensamentos, perguntando se ela
está trabalhando com alguém. Temos uma toupeira neste
navio que chamou as autoridades? Estreito meus olhos
enquanto me lembro dela saindo pela porta dos fundos
naquela noite.
Ela estava chorando. Ela lutou bem. Eu deveria saber
então que não era uma garota normal.
O telefone toca e atendo de primeira. “Olá.”
“Oi, Stace.” É Chris.
“Conseguiu algo?” Pergunto.
“Sim.”
Ele hesita e franzo a testa. “O que foi?”
“Há quanto tempo você não tem notícias dessa garota?”
Mordo meu lábio enquanto penso em minha resposta
antes de responder.
“Um tempo.”
“Eu sei por quê.” Ele responde.
“Por que?”
“Ela está desaparecida. Está em todos os noticiários.”
Torço meu rosto. Claro que ele iria descobrir isso.
“O que aconteceu?”
“Ela aparentemente pegou o namorado beijando a melhor
amiga em uma boate.”
Franzo a testa enquanto ouço.
“Saiu e eles acham que ela cometeu suicídio em algum
lugar.”
Sua melhor amiga e seu namorado. Que porra é essa? É
por isso que ela estava chorando.
“De qualquer forma, ela é enfermeira.” Continua ele.
Franzo a testa novamente. “Enfermeira?”
“Sim, UTI.”
“Pensei que fosse uma policial?”
“Não, ela disse isso a você?”
Balanço minha cabeça distraído pela coisa da melhor
amiga e o namorado. “Não, apenas pensei...”
“Pensou o quê?”
“Treinei com ela no ginásio uma vez e ela podia lutar.
Achei que fosse policial.”
“Não, não é uma policial. Ela é associada a uma
academia de kickboxing. Treina regularmente.”
“Ela tem família?” Pergunto.
“Essa é a coisa estranha. Não há nenhum vestígio dela
antes de seu aniversário de dezoito anos.”
Franzo a testa. “O que você quer dizer?”
“Quero dizer, ela não existia até completar dezoito anos.”
“Não entendo.” Franzo a testa.
“Na maioria dos casos, isso significa que ela mudou de
nome assim que teve idade suficiente.”
“Por que ela faria isso?”
“Quem sabe?”
“Quem ela era antes?” Pergunto.
“Posso descobrir, mas essa informação leva cerca de uma
semana ou mais. Eles têm que passar por registros e outras
coisas. Isso realmente importa, afinal?”
Seguro o telefone no ouvido enquanto penso.
“Quero dizer, ela provavelmente está morta.” Ele
responde.
Balanço minha cabeça. Deus, ninguém está nem
procurando por ela. Não admira que ela queira um novo
começo.
“Com quem ela mora?” Pergunto.
“Ela morava com sua melhor amiga.”
“A garota que estava transando com o namorado dela.”
Franzo a testa. Isto é inacreditável.
“Essa é ela.”
Meu coração aperta. “Como eles sabem que ela se matou?”
“Eles não sabem. Aparentemente, a amiga e o namorado
saíram da cidade juntos e ela os seguiu e enlouqueceu antes
de desaparecer. A polícia encontrou o carro dela no
estacionamento da boate quando foi dada como desaparecida
dois dias depois.”
“Além de ter aparecido aos dezoito anos, há algo mais
incomum?” Pergunto.
“Não. Ela é enfermeira e trabalha muito. Vai à academia.
Fica sozinha e nunca tem problemas com a lei. Alguns
namorados. Cinco, para ser exato.”
“Quanto tempo ela ficou com esse último cara?” Não sei
por que quero saber isso, mas quero.
“Uns anos.”
O arrependimento me preenche. Ela provavelmente o
amava. Imagino seu rosto quando saiu pela porta dos fundos,
e eu apenas disse a ela que estava entediado e iria passar a
noite com Chelsea esta noite. Que idiota fraco. Ela realmente
está fora do meu alcance.
“Escute, tenho que ir a uma reunião. Ligarei para você
assim que conseguir as informações sobre o nascimento
dela.”
“Ok, cara. Obrigado. Cerca de uma semana, hein?”
“Sim, falo logo.”
Ele desliga e sento por um momento no escritório semi-
iluminado enquanto processo sua história. Balanço minha
cabeça em descrença. O namorado dela deve ser totalmente
louco por brincar com ela. Idiota, idiota. Penso por um
momento. Preciso tirá-la deste navio antes que Vikinos
chegue. Não a quero aqui depois que a merda acontecer.
Sento na cadeira e respiro fundo.
O que faço?
Mordo minha unha do polegar e penso por um momento.
Preciso de uma nova peça para o motor. Embora não seja
urgente, posso fingir que é. Ligo meu computador e digito um
e-mail.

To: Colombia Docking Security


Permissão solicitada para portar por 48 horas para
manutenção urgente não programada do motor.

Aguardo sua resposta.

Mac.
Entro na cabine para encontrar Rosh deitada de frente
para a parede, de costas para mim, a lâmpada da mesa acesa
e a sala mal iluminada.
“Oi”, espero pela resposta dela, mas não vem. Ela fica em
silêncio.
Posso dizer que está acordada. Sem saber o que dizer,
tomo um banho sem dizer mais nada.
Depois de colocar minha boxer, deito ao lado dela. Ela se
levanta com violência, pega um cobertor e um travesseiro e se
deita no chão.
“Você está louca?” Pergunto.
“Volte para Chelsea, seu balde de merda.” Ela rosna.
Sorrio na escuridão. Lá está ela, a bruxinha fogosa de
que tanto gosto.
“Você dorme na cama e eu dormirei no chão.” Respondo.
“Foda-se você. Não me faça nenhum favor.”
Deito no chão na parte inferior da cama. “Estou fora da
cama, pode vir.” É muito duro este chão, me arrasto para
tentar ficar confortável.
“Prefiro morrer a dormir em sua cama.” Ela retruca.
Sorrio e ela me chuta forte com o pé.
“Ai.”
Nós dois deitamos no chão frio e duro olhando para o teto.
“Pensei que você fosse uma policial.” Murmuro na
escuridão.
Ela fica em silêncio.
“Vi você chutar a bunda do Stucco...o que amei a
propósito.” Adiciono.
Ainda assim, ela não diz nada.
“Fiz uma busca em você. Estava esperando pelos
resultados esta noite.”
Ela se senta em indignação. “Você não pensou em me
perguntar, porra?”
“Vou repetir, pensei que você fosse uma policial. Não
pensei que pudesse confiar em você.”
Ela desaba no chão de uma forma dramática. “Você não
pode.”
“Bom. Você também não pode confiar em mim.” Respondo.
“Nunca fiz. Estou cansada, então volte para Chelsea. Sua
tagarelice é irritante.” Ela suspira.
Sorrio amplamente na escuridão e o silêncio cai sobre nós
mais uma vez.
“Eles acham que você cometeu suicídio.”
Ela hesita por um momento. “Eu sabia que sim.” Ela
sussurra quase para si.
“Você quer que eu o mate?”
Novamente, uma longa pausa.
“Eu farei. Posso derrubá-la também, se você quiser.”
Acrescento com um sorriso.
“Não me tente.” Ela suspira.
“Então, você é enfermeira?” Pergunto enquanto olho para
ela na escuridão.
“Sim.”
“É um trabalho legal.” Encolho os ombros para mim
mesma. “Deve ser gratificante salvar vidas.”
“Salvo as vidas que traficantes de drogas como você
levam.”
Um rápido chute no estômago me atinge.
“Não negócio drogas.”
“Você as envia. Mesma coisa.”
Penso por um momento. “Quem era você antes de
completar dezoito anos?”
“Não sei do que você está falando.” Dispara
imediatamente.
“Sim, você sabe. Descobriu-se que você mudou de
identidade aos dezoito anos. O que está escondendo?”
Ela fica em silêncio.
“Estou prestes a ajudá-la a desaparecer do planeta.
Mereço saber a verdade.”
“Você merece Chelsea, isso é tudo que você merece. Volte
para a verdade dela.”
“ Eu quero a sua.”
“Eu não quero a sua, então me deixe em paz.”
Por dez minutos ficamos deitados na escuridão, perdidos
em nossos próprios pensamentos.
Os meus são arrependimentos, os dela são...não sei o quê.
Eventualmente, após um longo silêncio, ela fala. “Meu pai
era ruim.”
Franzo a testa.
“Ele sempre foi um criminoso mesquinho, mas minha mãe
achou que poderia mudá-lo. Ela engravidou de mim por
acidente...” Sua voz some como se estivesse muito longe.
Fico pacientemente esperando ela terminar. “Então ela se
casou com ele?” Pergunto.
“Sim.”
Franzo a testa. Posso dizer que é difícil para ela revisitar.
“Quando eu era bebê, ele começou a se envolver com o
crime organizado, minha mãe ameaçou deixá-lo.” Ela faz
uma pausa. “Ele bateu tanto nela que ela passou uma semana
no hospital.”
Quanto mais me conta, mais frio o quarto fica.
“Quando eu tinha dois anos, ele foi preso e mamãe viu
isso como uma forma de escapar. Corremos para uma cidade
do interior e mudamos nosso nome.”
O silêncio cai novamente.
“Quando eu tinha cinco anos, ele nos encontrou.”
Franzo a testa e ela para de falar. Depois de uma longa
pausa, pergunto: “O que aconteceu?”
“Ele atirou em minha mãe e me sequestrou.”
“Ela morreu?” Sussurro.
Ela balança a cabeça. “Não. A polícia foi informada de
onde ele me escondia e o pegaram. Ele voltou para a prisão.”
“Sua mãe estava bem?”
“Ela sobreviveu, mas nunca melhorou depois disso.
Vivíamos à beira do medo, mudando de cidade e nome a cada
poucos anos. Nunca tivemos amigos de longa data e
estávamos sempre falidas. Nem mesmo nossa família sabia
onde estávamos.”
Não consigo me imaginar crescendo assim. Apesar de
todas as minhas falhas, minha infância foi um sonho.
“Então, três dias antes do meu aniversário de dezoito
anos, ele nos encontrou novamente.”
Sento e olho para ela na escuridão. Seus olhos estão
vidrados e sua voz está fraca. Esta é uma memória dolorosa
para ela. Tem um ar distraído como se muitas lágrimas
tivessem sido derramadas.
“Ele me amarrou, então eu tive que assistir.” Ela faz uma
pausa e sei que está de volta lá como se estivesse acontecendo
novamente. “Ele cortou a garganta dela e a deixou sangrar.”
Porra.
“Eu assisti enquanto a vida dela era drenada.”
Desta vez sou eu que não tenho palavras.
“Ela era tão bonita.” Ela sussurra. “A única pessoa em
quem eu sempre podia confiar.”
Não sei o que dizer, então fico em silêncio e depois de
cerca de dez minutos respondo: “O que ele fez com você?”
“Nada, só me levou para se vingar dela por deixá-lo. Fui
levada para um hotel por dois de seus homens.”
Franzo a testa. “Ele tem homens?”
“Ele tem agora. No começo era só ele, mas agora ele tem
ajuda. Eles me levaram para um hotel e ele iria me buscar em
alguns dias, mas felizmente para mim, alguém foi
assassinado no quarto ao lado, então a polícia veio e fez
buscas aleatórias em todos os quartos. Eles me encontraram
e me colocaram no programa de proteção a testemunhas.”
Franzo a testa enquanto olho para ela. Deus, não era isso
que eu esperava. “E você se tornou Roshelle Myers?”
“Sim.”
“Você sempre esteve sozinha?”
“Sim” Ela responde, monótona. “Eu costumava ter esse
pequeno cenário perfeito na minha cabeça. Costumava me
ajudar nos dias difíceis.”
“Como o quê?”
Ela sorri. “Eu saí para jantar com minha mãe e meu pai
em um restaurante caro, meu pai era um médico muito
respeitado. Ele amava minha mãe e morávamos em uma casa
chique. Não tínhamos preocupações e a vida era perfeita.”
Sorrio ao imaginar o cenário que ela está definindo.
“Um cara lindo viria até nós no jantar e perguntaria ao
meu pai se poderia dançar comigo e meu pai diria não porque
era muito protetor.”
Meu coração afunda.
Seu sorriso triste desaparece. “Ele me amava demais
para me deixar dançar com alguém.”
“É assim que você gostaria que fosse?”
“É apenas uma fantasia estúpida. Minha tábua de
salvação.” Ela suspira.
“É por isso que sabe como lutar, para se proteger caso ele
viesse?”
“Sim.” Ela enxuga os olhos com raiva. “Vou matá-lo um
dia. Eu tenho que fazer.”
“Sim. Você fará.” Murmuro na escuridão. “A vingança é
um motivador poderoso.” Sussurro.
“Ele vai sofrer.”
“Eu vou ter certeza disso.” Respiro.
Capítulo 11

Pego o convite da festa com força em minha mão. Levei oito anos
para receber um convite para uma festa...o meu primeiro.
Estou tão animada e corro para casa com meus amigos para
contar à mamãe. Viro a esquina da rua e meu rosto estremece
quando vejo minha mãe arrastando uma mala grande escada
abaixo.
Oh não, de novo não.
“Mamãe?” Pergunto enquanto caminho em sua direção.
Ela finge um sorriso corajoso. “Temos que ir, querida.”
Balanço a cabeça. “Mas...” Não quero ir. Finalmente tenho
amigos. Tenho uma festa. Olho para meus três amigos que moram
na minha rua. Eles não têm ideia do que ela está falando. Gostaria
de não ter feito isso.
“Diga adeus aos seus amigos, baby.” Ela gesticula para eles
enquanto agarra minha mão e afasta meus cabelos do rosto.
Lágrimas enchem meus olhos. “Tenho uma festa no sábado. Ellen
me convidou para sua festa. Podemos ficar até sábado?” Sussurro.
O rosto de mamãe entristece e seus olhos piscam para meus
amigos enquanto todos esperam. “Da próxima vez.” Ela murmura.
Não haverá próxima vez.
“Diga adeus, Rosh.” Ela pede enquanto aperta minha mão na
dela.

“Aqui, você vai precisar disso.” Ele me passa um grande


envelope amarelo. “Aí dentro tem seu novo passaporte e três contas
de serviços públicos em seu nome para que possa abrir uma conta
bancária.”
“Obrigada.” Olho para o envelope em minha mão, meu bilhete
para a liberdade, e o agarro com força. O barco está atracando na
Colômbia enquanto conversamos e Stace, quero dizer Mac, está me
deixando sair do navio. Os planos mudaram e agora não vou para
Porto Rico, aparentemente, mas isso me serve bem. Afasta-me dele
mais rápido...dele e Chelsea. Estou brava comigo que suas
palavras na noite passada sobre estar entediado em nossa cabine,
me cortaram como uma faca, e só quero me afastar dele o mais
rápido possível.
Ele não é bom para minha sanidade, mas, novamente, não
tenho certeza se a Colômbia é uma opção muito mais segura. Terei,
no entanto, o prazer de me livrar dessa besteira de febre de cabine.
“Você terá que se inscrever para tirar uma carteira de
motorista sozinha e pode ter que passar por seu programa de
aprendizagem novamente, não podemos burlar isso.”
Concordo. “OK.”
“Provavelmente é melhor abrir algumas contas bancárias
assim que chegar ao continente, porque os serviços públicos ainda
estão atualizados.”
“Sim, está bem.” Meus olhos estão nos dele. “Obrigada.”
Uma carranca cruza sua testa enquanto olha para mim. “Você
não precisava me salvar, mas salvou.” Sorrio suavemente.
Ele coloca as duas mãos nos bolsos enquanto olha para mim
como se estivesse com medo de me tocar. Ele tem um bom motivo.
Estou me sentindo instável depois que ele foi para a Chelsea na
noite passada. Se me tocar, ele vai cair.
“Posso ter um beijo de despedida?” Ele pergunta
esperançosamente.
A eletricidade passa entre nós.
“Não.” Eu o interrompo antes que tenha tempo de retaliar. Por
que eu gostaria de beijá-lo? Então, outro idiota de merda pode me
destruir? Não, obrigada. Sozinha e segura é uma opção muito
melhor.
Ele franze a testa em questão.
“Não quero te beijar. Acabou entre a gente. Foi divertido
enquanto durou, vamos deixar assim?”
Ele balança a cabeça em frustração, como se soubesse que
estou mentindo descaradamente.
A buzina do barco soa alto.
Olho para a porta de nossa cabine e franzo o rosto enquanto
sinto a adrenalina disparar pela minha corrente sanguínea. “Só
isso?”
Ele concorda.
“Como vou sair do navio. Eles vão me revistar ou algo assim?”
Ele balança a cabeça. “Não, vão pensar que você é uma das
garotas que viaja conosco. A gente vem aqui regularmente. Eles
nos conhecem.”
Concordo enquanto penso.
“Então, você vai mostrar seu passaporte para eles.”
“Oh. Qual é o meu nome?” Abro rapidamente o envelope e
depois o passaporte. Meu rosto dica em choque de terror. Meu
rosto inexpressivo e horrível me encara de volta, e pareço alguém
das mais procuradas da América. “V-você não poderia ter escolhido
uma foto pior?” Gaguejo. “Oh, isso é horrível.” Procuro o nome,
Rebecca Williams.
Ele me deu seu sobrenome, embora não saiba que eu sei qual
é.
“Rebecca?” Pergunto.
Ele encolhe os ombros como se estivesse envergonhado. “Não
consigo imaginar você com um nome que não comece com R.”
“De onde Williams veio?”
“Simplesmente gosto, só isso.” Ele responde casualmente.
Sorrio amplamente. “É um bom nome.” Estreito meus olhos
para a foto novamente e estremeço. “Deus, isso é horrível.”
Ele pega de mim e a estuda com um sorriso sarcástico cobrindo
o rosto. “Não é tão ruim?”
Meus olhos se arregalam. “Não é tão ruim? É horrorosa.”
Ele ri alto e é um som que permeia meus ossos. “Está um
pouco maléfica, para ser honesto.”
Minha boca se abre em choque por ele ter acabado de dizer
isso. “Você não é um cavalheiro. Poderia pelo menos fingir que é
uma boa foto.”
Ele deixa cair à mão em minhas costas. “Nunca disse que sou
um cavalheiro.”
Olho para ele e está lá novamente, a eletricidade zapeando
entre nós. Ficamos parados enquanto sentimos, nossos olhos
procurando um ao outro.
Se apenas…
Não, pare!
Liberto-me de suas garras e ele abaixa a cabeça.
“Preciso ir ao banheiro.” Murmuro.
“OK.” Ele hesita por um momento enquanto me observa.
“Encontro você no convés?”
Concordo e entro no banheiro, ouço o clique quando ele sai.
Espero alguns minutos, corro para o meu esconderijo e pego meus
diamantes na meia. Onde diabos vou colocar esses bebês? A
protuberância na parte inferior da meia é grande, grande demais
para colocar você saber onde, como eu havia planejado. Talvez eu
deva deixar alguns para trás? Não!
Puta que pariu, vou mesmo entrar com diamantes roubados
na Colômbia?
Meu coração está martelando. E se eu for pega?
E se não for?
Permito-me imaginar escapar impune. Minha vida tomará um
rumo completamente diferente. Terei dinheiro, muito, muito
dinheiro. Sem identidade, posso viajar pelo mundo sozinha e sem
dor.
Desamarro a meia, retiro os diamantes e os coloco na pia, um
por um. Em seguida, tiro o sutiã e tato o interior de cada bojo. Isso
deve servir.
Usando a navalha de Stace, faço um pequeno furo na parte
superior de cada bojo e deslizo os diamantes no forro de cada um.
Coloco-o e, em seguida, empurro para baixo para que fiquem
debaixo dos meus dois seios. Sacudo meus seios para ver se eles
vão sair e sorrio amplamente.
Deveria ser uma maldita inventora ou algo assim.
Pego minha bolsa e dou uma longa olhada pela última vez ao
redor da cabine que tem sido meu paraíso e meu inferno nos
últimos quatorze dias. Comecei essa jornada sendo amarrada a
sua cama e terminei desejando estar amarrada a ela.
Mesmo em meus sonhos mais loucos, não conseguiria inventar
essa merda. Não conseguiria inventar.
Tenho uma visão do belo homem acima de mim, seu corpo no
meu.
A maneira como olhou para mim, a maneira como me fez
sentir.
Com uma última inspiração profunda e arrependida, deixo
minha prisão e subo ao convés.

Está quente, muito quente.


Na verdade, diria que lava derretida não fica assim tão quente.
Estou esperando na fila do lado de fora da alfândega no lado
colombiano do cais para descer do navio e suando como um porco.
Oh, meu Deus, deixe-me sair daqui viva. Se eles encontrarem
os diamantes em mim, estou morta. Provavelmente só atiram nas
pessoas aqui nas docas.
Nenhuma pergunta será feita e mesmo ele não vai me proteger.
Sei disso com certeza.
Conto as pessoas à nossa frente. Um, dois, três...Dez, são dez
que estão na frente e outros oito já passaram. Parece que todo
mundo está muito ansioso para entrar em terra firme.
Observo o chão de cimento embaixo de nós, petrificada para
fazer contato visual com alguém no caso de eles perceberem que
estou mentindo...ou roubando, ou o que quer que seja.
Há uma mulher e dois homens verificando passaportes e eles
parecem conhecer todo mundo enquanto conversam e riem
alegremente com a tripulação enquanto passam.
Stace aperta minha mão que está aninhada com força na sua
e ele se curva e beija minha bochecha. “Quer relaxar?”
Finjo um sorriso e aceno com a cabeça.
Ele passa o braço em volta dos meus ombros casualmente. “O
que você quer fazer hoje, baby?” Ele pergunta em voz alta para que
outros possam ouvir.
Forço um sorriso falso. “Não sei. Nunca estive aqui antes, estou
tão animada. Quando temos que voltar ao navio?” Pergunto.
“Saímos do porto amanhã à noite às 18h.”
“Então, vamos passar a noite na Colômbia?” Franzo a testa.
Ele concorda com a cabeça e pisca, liberando seu sorriso atrevido
e infantil.
Hã? Ele está me dizendo isso para que eles possam ouvir ou
está me dizendo isso porque quer que eu saiba?
Só quero sair daqui com meus diamantes. O suor escorre entre
meus seios. “Está tão quente.” Sussurro em aborrecimento. “Não
consigo lidar com essa merda.”
Ele levanta a sobrancelha de forma sensual. “Quem você está
enganando? Você inventou o calor.”
Sorrio e deixo cair minha cabeça enquanto meu coração
palpita em meu peito.
Pare com isso. Pare de ser tão simpático, idiota.
Nossa vez finalmente chega e Stace pega as rédeas e entrega
nossos passaportes. “Quantos navios você passou nos últimos
dias?” Ele pergunta como uma distração.
Os dois homens respondem com algo. Não sei o que eles estão
dizendo porque tudo que posso ouvir é meu coração de ladra
tentando escapar do peito. O cara olha para nossos dois
passaportes, sorri e os devolve antes de acenar para que passemos
pela catraca.
Oh meu Deus.
Passei.
Mordo meu lábio inferior para me impedir de abrir um largo
sorriso.
Stace me leva para um táxi esperando e, em seguida,
surpreendentemente entra atrás de mim. Hã?
O motorista se vira. “Para onde?”
“Bogotá.” Responde Stace. “Bog Hotel.”
Meus olhos se arregalam. “Bog Hotel?” Pergunto. “Você está
brincando?”
Ele sorri com um aceno de cabeça. “É bom. Confie em mim.”
Concordo e penso por um minuto. “Vamos deixá-lo em algum
lugar primeiro?”
“Não, claro que não.” Ele sutilmente aponta para o motorista
com o queixo.
Olho para o motorista enquanto seus olhos voam para nós no
espelho retrovisor.
Merda. Viro e olho pela janela com aborrecimento. Você não
pode confiar nem na porra de um motorista de táxi. A viagem é
longa, mais de uma hora, mas não me importo. Estou pendurada
para fora da janela como um cachorro, lambendo a paisagem. O
lugar é colorido e vivo...tão diferente de qualquer lugar que já estive
antes.
A cada milha que nos distanciamos do navio, sinto um pouco
mais do meu retorno positivo.
Estou fazendo isso.
Estou realmente fazendo isso. Tenho um passaporte falso,
meios para ter muito dinheiro e a possibilidade de ir a qualquer
lugar que quiser no mundo sem restrições.
Nunca me senti tão livre e estou achando difícil tirar o sorriso
estúpido do meu rosto. Como se estivesse lendo minha mente,
Stace olha para mim sorrindo também.
Ele pode sentir o quanto estou feliz?
Finalmente, depois do que parece uma eternidade, chegamos
e o táxi para. Olho para fora do carro enquanto minha bravura se
dissipa instantaneamente. Stace salta e paga o motorista, mas,
permaneço sentada onde estou enquanto tento acalmar meus
nervos. Parece bom, não é o que imaginei. Olho para a rua. É
movimentada e estreita com árvores que revestem a calçada. Todos
os porteiros parecem respeitáveis e isso parece bem pretensioso.
Eu meio que pensei que seria despejada em um gueto em algum
lugar. A porta do carro abre de repente. Isso me assusta e pulo.
Stace franze a testa para mim no carro. “Saia do carro.”
Concordo um pouco rápido demais.
“Você está bem?” Ele pergunta.
Finjo um sorriso. “Claro, por que não estaria?” Pulo fora do
carro.
Fico bem quando tenho que fingir ser corajosa. Fiz isso toda a
minha vida. Agir com coragem é meu lugar seguro.
Quando ajo com coragem, sinto-me valente.
Entramos no saguão e Stace se aproxima do balcão. “Temos
uma reserva em nome de Williams.” Diz à recepcionista loira sexy.
Os olhos da recepcionista vão para seus braços e depois para
seu corpo musculoso. Seus olhos se demoram um pouco mais nele
para o meu gosto e eu a encaro. Ainda estou aqui, sabia? Que rude!
Quero dizer, sim, com certeza ele é gostoso, mas, também é meu
namorado de mentirinha.
Pare de olhar, vagabunda.
“Sim senhor.” Ela sorri sensualmente enquanto seus olhos
fixam os dele. Ele sorri sabendo exatamente o que ela está
pensando.
Minha nossa. Se é assim que as coisas funcionam na
Colômbia, talvez eu tenha que cortar uma vadia.
Meus olhos piscam entre os dois em aborrecimento.
Eles se esqueceram que estou aqui?
“Quando você terminar de cobiçar meu marido, eu gostaria de
ir para o nosso quarto, por favor.” Digo, incapaz de evitar.
“É claro, Sra. Williams.” Ela murmura nervosa, desvia sua
atenção para o computador e digita furiosamente.
Ugh, por que eu disse isso? Sinto minhas axilas esquentarem
de vergonha. Olho para Stace e ele está sorrindo para mim como
um gato Cheshire.
“Não.” Murmuro com um olhar bravo. Desvio meus olhos, com
raiva por ter mostrado a ele minha veia de ciúme.
Apenas me deixe aqui e vá. Realmente preciso que você vá.
Ela coloca os dois cartões de plástico em um envelope e o
entrega a ele. “A reserva é para quatorze noites e coloquei vocês na
suíte Luxo, conforme solicitado no último andar.”
“Obrigado.” Ele responde enquanto pega os cartões dela.
Huh, quatorze noites? Franzo a testa enquanto o sigo para o
elevador e a porta se fecha atrás de nós.
“Você reservou por quatorze noites?” Pergunto.
“Sim.” Ele responde enquanto observa o botão acima da porta
subir os andares.
“Por quê?”
“Porque então você tem um lugar seguro até que se organize.
Isso pode ser uma surpresa para você, mas não estou exatamente
feliz em deixá-la aqui sozinha.”
“Oh.” Sorrio com gratidão. “Obrigada.”
Ficamos em silêncio enquanto as portas se abrem e o sigo pelo
corredor até o quarto. Ele abre e fico parada. Uau. É
chamativo...tipo, super chamativo.
Uma bela cama king-size estofada em creme com uma
cabeceira e um enorme sofá de couro caramelo. Cortinas
transparentes revestem uma parede traseira iluminada por luz
natural. Atrás da cama há uma parede de vidro cor de café, e olho
ao redor para ver uma enorme banheira vitoriana e um banheiro
de mármore.
Sorrio.
Ele sorri com orgulho de si mesmo. “Está bom para você?”
“Bom?” Se eu pudesse abraçá-lo, faria. “É o quarto mais bonito
que já vi.”
Ele vai até a janela e puxa a cortina transparente para olhar a
rua, como se estivesse pensando. “Vou levar você para fazer
compras e depois irei direto de volta para o navio.” Diz, enquanto
mantém os olhos firmemente na rua abaixo.
Meu bom humor se vai instantaneamente. “Oh, ok.” Sim, ele
está certo, ele precisa ir. Claro que sim. “O que precisamos
comprar?”
“Roupas. Você não possui nada.”
Encolho os ombros. “Ah, tudo bem. Não sou realmente uma
pessoa de ter coisas.”
Ele se vira e me olha surpreso. “Você não gosta de coisas?”
Balanço a cabeça.
“Todas as mulheres gostam de coisas.”
“Não sou todas as mulheres. Passei a maior parte da minha
vida sem coisas e sei com certeza que coisas não me fazem feliz.”
Seus olhos seguram os meus por um longo tempo antes que
ele finalmente responda. “Nós vamos comprar o que você precisa.”
“Não tenho nenhum dinheiro.”
“Abriremos uma conta bancária para você enquanto
estivermos aqui.” Ele remexe em sua bolsa e tira um maço de
dinheiro e passa para mim. “Aqui estão cinco mil para depositar.”
Franzo a testa enquanto olho para o grosso maço de dinheiro
em minha mão. “Você está me dando dinheiro?”
“Claro que estou. Como você vai viver se não tiver dinheiro?”
Fico olhando para o dinheiro em minha mão, maravilhada com
sua bondade.
“Eu-eu vou pagar você de volta.” Gaguejo.
“Não é necessário. Ganho bastante.”
Arrependimento gira em meu estômago. Roubei seus
diamantes e aqui está ele sendo gentil e me dando seu dinheiro
suado. Bem, não tecnicamente seus diamantes, mas a mesma
coisa, suponho. Ele é o chefe do navio e eles estão sob sua
supervisão. E se ele tiver problemas por minha causa?
E se o matarem?
Oh não, minha mente começa a correr. E se eles o matarem?
E se o torturarem até a morte e acharem que ele está nisso comigo?
Não, eles não vão. Ele culparia Stucco, isso é o que faria. Alguém
já estava roubando o navio. A chave desapareceu, lembre-se.
Porra.
Devo confessar?
Não. Não seja estúpida.
O ar no quarto muda e sinto pânico e enjoo.
Olho para suas costas largas enquanto olha para a rua perdido
em seu próprio mundo. No que está pensando?
Ele desconfia de mim?
Não quero que ele me leve às compras agora. Quero ficar o
mais longe possível dele. Sinto-me culpada. Sei que ele está se
sentindo um pouco culpado por deixá-los me levar, jogar dinheiro
em mim e tudo. E se ele souber que peguei e estiver armando uma
armadilha para ver se realmente vou levar isso adiante?
Oh, odeio isso. Não fui feita para ser uma maldita criminosa.
Meus pensamentos são interrompidos por sua voz profunda e
rouca. “Venha, então.” Ele se move para a porta e me conduz para
fora.
Momentos depois, estamos passando pela área da recepção e
ele pega minha mão e a segura. Meu coração bate forte.
Não somos íntimos desde que ele me disse que estava
entediado na cabine e foi para Chelsea, e nem tentou me tocar. Não
que eu quisesse. Ele provavelmente tem sorte de não ter, para ser
honesta, porque eu poderia ter cortado sua mão fora.
Parte de mim, a parte insegura, se pergunta se ele perdeu o
interesse quando ouviu sobre a minha família fodida, sobre eu
estar sem dinheiro e me escondendo toda a minha vida. Da minha
própria carne e sangue assassinando a mãe de sua filha na frente
daquela criança. Sei que não deveria me sentir envergonhada e não
é minha culpa, mas sinto como se, aos olhos dos outros, isso me
corrompa.
Tira meu brilho e mancha minha inocência.
Quer dizer, como meu futuro namorado me apresentaria aos
pais ou aos amigos dele?
Ele não pode. Ele nunca poderia contar minha história com
sinceridade, porque ela nunca será aceita. Ninguém gostaria que
seu filho se casasse com alguém como eu com a bagagem
emocional que tenho. Só posso trazer perigo para suas vidas e dor.
Sou boa em trazer isso e é por isso que mamãe nos mantinha
distantes das pessoas normais.
Meus filhos nunca terão liberdade enquanto eu morar nos
Estados Unidos com meu pai vivo. Ele sempre vai me encontrar.
É com o último pensamento forte em minha mente que
escolho.
Tenho que fazer isso.
Mereço um novo começo onde ninguém me deva nada.
Olho diretamente em seus olhos. “Vamos fazer compras.”
Isso é a porra do dinheiro de drogas e tenho direito a ele tanto
quanto qualquer um daqueles bastardos.

Caminhamos de mãos dadas pela rua e tenho um sorriso


enorme no rosto. Abrimos uma conta bancária, o que foi
surpreendentemente fácil. Stace enlouqueceu e estamos cheios de
sacolas de compras. Ele me comprou camisolas e roupas de praia,
maquiagem e escovas de cabelo, roupas íntimas, vestidos, um
chapéu e três pares de sapatos. Tentei pagar com o dinheiro que
me deu, mas ele não aceitou. O engraçado é que as coisas que
escolheu para mim não são o meu estilo, mas porque ele gostou
delas em mim, eu as quis. Como se de alguma forma sua opinião
fosse à única que importasse. Sou uma nova pessoa agora. Posso
ser quem eu quiser.
Ele para em frente a uma boutique de designer. “Vamos entrar
aqui.” Olho para os móveis caros. “Parece muito caro. Não preciso
de roupas chiques.”
“E se você tiver um encontro? Vai precisar de algo bonito para
vestir.”
Sorrio para ele maravilhada. “Um encontro com quem?”
Ele encolhe os ombros e sorri de forma sensual para mim.
“Algum maldito sortudo.”
Meu coração incha. Sigo-o até a loja e começamos a olhar os
vestidos pendurados.
“Há quanto tempo você não tem um encontro?” Pergunto
enquanto ele lentamente olha os vestidos na prateleira.
Ele estreita os olhos enquanto pensa. “Não sei. Muito tempo.
Ainda estava na Marinha. Talvez cinco ou seis anos.”
Minha boca se abre. “Você era um fuzileiro naval?”
Ele olha para mim e sorri sexy. “Sim. Fui um fuzileiro.”
Coloco minhas mãos no quadril e olho maravilhada para ele.
“O que foi?” Ele sorri.
“Isso é tão...” Balanço a cabeça enquanto tento articular
minhas palavras. “Super sexy.”
Ele faz uma careta. “E ser um criminoso em um contêiner não
é atraente para você?”
“Bem.” Oh merda, isso saiu errado. “Só quis dizer...”
Ele me interrompe. “Sei o que você quis dizer.” Ele fica olhando
através dos vestidos.
Ele se move para a outra prateleira ao longo da janela e se
concentra em sua tarefa. Eu, no entanto, tenho um milhão de
perguntas e o sigo como a pessoa chata que sou.
“O que você fazia na Marinha?”
“Era engenheiro náutico e piloto de helicóptero.”
Tenho uma visão dele em seu uniforme cinza voando em um
helicóptero, e um arrepio de excitação percorre minha corrente
sanguínea desviante. Ele era um piloto de helicóptero gostoso.
“Um piloto.” Suspiro.
“De helicópteros.” Ele franze a testa.
“Helicópteros, aviões, mesma coisa.”
“Não, na verdade não. Aeronaves diferentes.” Ele sorri para
mim e sorrio de volta para ele.
Ele continua a olhar pela prateleira, distraído com sua tarefa
enquanto tira um vestidinho preto. “Gostei desse.”
Pego dele sem nem olhar. Estou muito ocupada com minha
fantasia de Top Gun.
“Quanto tempo você ficou na Marinha?” Pergunto.
“Seis anos.”
Mordo meu lábio inferior enquanto penso. Ele me entrega mais
dois vestidos.
“Porque você saiu?”
“Senti saudades de casa.”
Franzo a testa. “Mas você não está em casa agora, de qualquer
jeito.”
Ele levanta as sobrancelhas para mim e para minhas dez mil
perguntas.
Droga, esta é a história mais interessante que já ouvi, e quando
está prestes a ir embora, ele me conta a respeito. Quero ouvir tudo.
“Eles sabem disso no barco?”
“Navio.” Ele corrige.
“Ah, sim, navio.” Reviro os olhos.
“Não. Por que eu contaria a eles algo pessoal sobre mim? Eles
não são meus amigos.”
Sorrio quando um sentimento caloroso e difuso passa por
mim. “Sou sua amiga?”
Ele sorri e coloca o braço em volta do meu ombro. “Gostaria de
pensar que sim.” Ele me puxa em sua direção e beija suavemente
minha têmpora. Que gesto doce. Imediatamente volta a olhar para
os vestidos e fico olhando para ele com minha mente
enlouquecendo.
Não quero que ele vá.
Quero que fique comigo e seja meu amigo. Meu amigo lindo,
gostoso e bom de cama.
Ele é a primeira pessoa a quem eu pude contar sobre meu
passado e agora ele está me contando o dele.
Compramos dois dos vestidos e um sapato de saltos antes de
voltar para o hotel. O silêncio cai entre nós enquanto caminhamos
de mãos dadas, gostaria de poder agir feliz e alegre, mas o fato é
que realmente não quero dizer adeus a ele.
É isso. Nunca vou vê-lo novamente. Chegamos ao quarto e
abro a porta. Entramos e jogamos todas as sacolas no chão. Não
tenho certeza do que dizer, então começo com as coisas idiotas.
“Você gostaria de uma xícara de chá?”
Ele sorri, conhecendo minha tática. “Não, tenho que ir.”
Concordo. Sabia que ele ia dizer isso.
Ele vai até a mesa, pega caneta e papel, rabisca um número e
me entrega. “Esse é o número de telefone da minha mãe. Se
precisar entrar em contato comigo.” Ele hesita. “Ligue para ela. Eu
falo com ela a cada poucas semanas.”
Concordo e pego o papel dele e dobro no meio.
Ele me observa atentamente. “Você vai ficar bem?”
Concordo enquanto meus olhos ficam fixos firmemente no
chão. Não sou boa em despedidas. Já disse adeus a todos de quem
gostei em um estágio ou outro da vida.
Ele coloca os dedos embaixo do meu queixo, levanta meus
olhos para encontrar os dele e nos encaramos por um momento. É
como se ele sentisse o mesmo..., mas então ele não diz nada.
“Você deve ir.” Sussurro.
Ele concorda.
“Obrigada por tudo.” Sorrio. Posso sentir as lágrimas brotando
e só preciso que ele vá embora antes de vê-las. De repente, estou
com medo de começar uma nova vida sozinha.
Pare com isso.
Ele me segura em um abraço apertado e sinto seus braços
grandes e quentes em volta de mim pela última vez. Ficamos
agarrados um ao outro por um longo tempo e, sem outra palavra,
ele se vira e sai porta afora.
Ela clica suavemente quando fecha atrás dele.
Solto um grande suspiro enquanto as lágrimas lentamente
brotam em meus olhos. Vou até a janela para vê-lo ir embora uma
última vez. Fico olhando para a rua abaixo, para todas as pessoas
que passam alegremente com suas vidas.
Tenho uma sensação de encerramento...de quem eu
costumava ser.
Sinto o começo de quem eu quero ser e sorrio.
Sem remorso, sem arrependimento, apenas um sentimento de
gratidão por tê-lo conhecido por pouco tempo.
Ele me deu liberdade.
Eu o vejo sair pelas portas da frente. Coloco minhas mãos no
vidro e me inclino para a janela para observá-lo. Ele vai até a fila
de táxi e fala com o motorista, depois vai para o banco de trás. Em
câmera lenta, o táxi arranca e vai embora.
Ele deu minha liberdade.
Três horas e um bom choro depois, estou deitada em um
estado semiconsciente na banheira quente e profunda.
É normal chorar às vezes, mamãe costumava dizer. Purga o
mal para abrir caminho para o bem. Acho que estava chorando
mais pela perda da minha vida, em vez da perda de Stace.
Embora isso também seja uma merda. Ele já estará de volta
em seu barco agora. Navio me corrijo com um sorriso. Meus
diamantes estão todos embalados em segurança e tenho um
encontro amanhã com um mestre joalheiro para vender um deles.
Tenho que vendê-los um por um para não levantar suspeitas.
Também marquei uma hora para conseguir um cofre. Não posso
manter os diamantes restantes aqui. Eu preciso mantê-los em
algum lugar seguro.
Sorrio em meu estado aquecido e relaxado. Tudo está indo
como planejado e como deve ser...finalmente.
Depois de vender todos os diamantes e colocar o dinheiro em
uma conta segura, vou para a Europa para começar minha nova
vida.
Muito, muito longe de meu pai, onde ele nunca mais me
encontrará.
Saio da banheira, visto meu robe e enrolo uma toalha em volta
da cabeça. Pego o menu do serviço de quarto e dou uma olhada.
Olho para fora quando o sol está começando a se pôr. Realmente
deveria sair esta noite para comemorar minha nova vida, mas
honestamente não quero me incomodar. Ficarei em casa e amanhã
me esforçarei para passar o dia passeando.
Toc, toc, toc.
Merda, quem é?
Minha frequência cardíaca acelera e me esgueiro e olho pelo
olho mágico.
É Stace. O que?
Abro a porta com pressa.
“Olá.” Ele sorri nervosamente. Franzo a testa em seu
comportamento.
“Espero que não se importe que eu pergunte.” Ele parece tão
nervoso que traz um largo sorriso ao meu rosto. “Eu vi você lá
embaixo jantando com seus pais.”
Meu coração dispara no peito. Ele lembrou.
“Conversei com seu pai.”
Sorrio.
“O médico.”
Eu coloco a mão sobre a boca em choque. Ele se lembrou de
tudo.
“Demorei muito para convencê-lo, mas ele disse que você pode
ir a um encontro comigo esta noite.”
Fico olhando para ele com os olhos embaçados. Ele engole
nervosamente.
“Qual o seu nome?” Sussurro.
“Stace.” Ele sorri suavemente. “Qual o seu nome?” Ele
pergunta.
“Roshina.”
Uma carranca cruza seu rosto com o meu nome verdadeiro.
“O que você faz, Stace?” Pergunto.
“Sou um fuzileiro naval.”
Um largo sorriso cruza meu rosto.
“ O que você faz?” Ele pergunta.
“ Sou uma enfermeira de UTI.”
Ele estende a mão e apertamos as mãos enquanto a
eletricidade passa por mim com seu toque.
“Posso pegar você às sete?” Ele pergunta esperançosamente.
Concordo enquanto meus olhos seguram os dele. Ele não tem
ideia do quanto significa para mim ele se lembrar do que eu disse
a ele.
“Você está entrando no jogo da minha salvação?” Sussurro.
Seus olhos seguram os meus. “Talvez seja minha salvação
também.”
Capítulo 12

Olho para ele enquanto uma confusão de emoções gira em


torno de mim como um tornado.
“Perguntar ao meu pai se você pode me levar a um encontro é
a sua salvação?” Sussurro.
“Levar você a um encontro normal é.” Ele responde enquanto
seus olhos procuram os meus. Está genuinamente nervoso. Talvez
ache que irei dizer não.
“Às sete parece maravilhoso.”
Ele sorri. “Vou ficar no andar de baixo.”
Sorrio. Ele até reservou um quarto para si.
Ele fica sem jeito na minha frente. “Eu vou...” Ele faz uma
pausa como se não soubesse o que dizer a seguir. “Vejo você às
sete, então?”
Concordo com meu sorriso. Ele se vira e caminha pelo corredor
e o observo. As portas do elevador se abrem e ele desaparece,
parecendo muito satisfeito consigo.
Puta merda!
Pulo no local. Ele me convidou para um encontro, ele me
convidou para um encontro. Corro para o quarto e dou um soco no
ar. Ai meu Deus, o que vou vestir?
Tenho que ter uma boa aparência. Irresistivelmente boa.
Abro o armário e encontro os dois vestidos de encontro que
compramos hoje. Droga...nem estava prestando atenção neles
quando os compramos, estava muito distraída com minhas
fantasias de Top Gun. Pego aquele que foi seu favorito, um rosa
claro esvoaçante. Ele tem alças finas e um decote que cai para
baixo nas costas. Não posso usar sutiã com isso.
Se eu soubesse que realmente conseguiria esse encontro, teria
prestado mais atenção às escolhas dele e talvez escolhido algo
melhor. Coloco e me olho no espelho. Viro para verificar meu
traseiro. Borboletas vibram em meu estômago e sorrio
amplamente. Pego o celular e ligo para a recepção.
“Olá, recepção.” Eles respondem.
“Sim, oi.” Sorrio. “É a Sra. Williams de 1204.”
“Olá, como podemos ajudá-la?”
“Sua loja ainda está aberta? “Pergunto.
“Sim, senhora.”
“Eu posso ter uma Gilette e um secador de cabelos enviados
ao meu quarto, por favor?”
“Claro.”
Olho para os meus dedos dos pés. “Oh, e...um esmalte.”
Gaguejo. Não acho que pintei minhas unhas desde o baile de
formatura.
“Claro, Sra. Williams. Qual a cor?”
Encolho os ombros. “Um rosa natural, ou uma cor não muito
brilhante se você tiver. Apenas algo bonito e feminino.”
“Ok, podemos fazer isso.”
Sorrio amplamente. “Posso ter um sanduíche torrado
também?” Já estou morrendo de fome e não quero parecer um
porco no meu encontro.
Atrapalho-me com o menu. “Hum.” Examino as escolhas. “Um
sanduíche club, pode ser?”
“Sim, sem problemas. Isso levará cerca de dez minutos.”
“Obrigada.” Desligo, e com um rodopio de felicidade caio na
cama.
Fico de pé na frente do espelho e olho para o meu reflexo. Ele
estava certo, este lindo vestido rosa é incrível, embora seja algo que
eu nunca escolheria para mim. É feminino e ainda assim sexy.
Estou usando um salto agulha nude e pareço incrível com esmero.
Meus cabelos compridos e escuros estão alisados e tenho uma
maquiagem esfumaçada nos olhos com lábios rosa brilhantes.
Meus dedos das mãos e dos pés estão bem tratados e pintados.
Estou bem, sei que estou bem...mas isso pode ser apenas
porque eu parecia uma merda total nas últimas duas semanas.
Quem sabe?
A única coisa que falta é perfume, mas Stace escolheu meu
desodorante, então acho que terá que servir. Cheiro minhas axilas
e encolho os ombros. Cheira bem, suponho. Ele pareceu gostar.
Fico olhando para o meu reflexo.
É isso. Ao contrário de todos os encontros em que já estive,
não existem ideias preconcebidas. Tenho certeza de que nunca
mais o verei depois dessa noite. Borboletas sobem em meu
estômago. Talvez seja por isso que pareça tão importante.
Isso é tudo o que temos.
Essa noite é tudo que teremos. Quero tornar isso bom para ele.
Fecho meus olhos quando a realidade se instala.
Quero desesperadamente que minha lembrança dele seja feliz
e boa, porque é isso que sinto que ele poderia ser se não tivesse...
Eu me interrompo. Pare com isso, sua idiota.
Ele é um criminoso e você tem uma noite. Pare de pensar, pare
de sentir, porra, e veja pelo que realmente é.
Meus pensamentos são interrompidos por uma batida na
porta. Coloco minha mão na barriga para acalmar meus nervos e
dou uma última olhada no espelho.
Hora de ir.
Abro a porta e lá está ele, um metro e noventa de altura em
um smoking azul marinho e sapatos sociais. Seus cachos cor de
areia estão estilizados e ele está bem barbeado. Minhas
sobrancelhas sobem sozinhas enquanto inalo seu perfume
celestial.
Ele colocou um terno. Oh meu Deus, ele colocou um terno.
Ele deve ter saído e comprado depois que organizamos nosso
encontro. A noite já está perfeita.
“Olá.” Ele sorri.
Sorrio amplamente. “Olá.” A eletricidade passa entre nós.
Seus olhos descem pelo meu corpo. “Você está linda.” Ele
sussurra.
Meu pobre coração não aguentará muito isso e, incapaz de
falar, sorrio de maneira boba. Ele me deixa tonta.
“Você está pronta para ir?” Ele pergunta.
Sorrio e pego minha bolsa, ele me leva para o corredor.
O restaurante é escuro e sombrio, com mesas à luz de velas.
Estamos sentados na área ao ar livre no pátio que fica entre dois
edifícios altos. Luzes de fadas estão penduradas diagonalmente
acima de nós, de prédio em prédio, criando um dossel romântico.
Grandes plantas em vasos circundam a fronteira. Demos as mãos
enquanto caminhamos até aqui, em uma conversa profunda sobre
o que estava ao redor. Parece que Stace é um verdadeiro viajante
do Google e pode me contar tudo sobre a paisagem e os edifícios
quando passamos por eles. A salsa está tocando por todo o espaço
e a multidão tem quase 30 anos ou mais. Uma conversa alta e
relaxada ecoa por toda parte.
“Obrigada.” Sorrio para o garçom enquanto ele enche minha
taça com champanhe. Então enche a de Stace.
Levanto minha taça. “Um brinde.”
Ele levanta sua taça para encontrar a minha.
“Por novos começos.”
Ele sorri. “Por novos começos.” Ele repete. Tomamos um gole.
“Então, o que você acha de Bogotá?” Ele pergunta.
“É linda.” Não consigo esconder minha surpresa. “Não tenho
certeza do que estava esperando, mas com certeza não era isso.”
“Achei que isso seria melhor para você do que na própria
Colômbia. Parece mais seguro e fácil para você se orientar.”
Sorrio suavemente enquanto o imagino pesquisando lugares
para me deixar no Google. “Minha segurança não é problema seu,
mas obrigada.” Bebo meu champanhe. “Isso é tão bom.” Seguro
minha taça para ele.
“Hummm, sim, é.” Ele responde enquanto olha o líquido
borbulhante em sua taça.
“Então você comprou um terno para mim?” Sorrio.
Ele sorri timidamente. “Comprei.”
Nossos olhos estão fixos um no outro. “Parece muito bom.”
Sussurro.
“Tinha que tentar combinar com meu lindo encontro. Tinha
uma vantagem. Já sabia o que ela estaria vestindo.”
Seu lindo encontro. Oh! minha nossa.
“Bem, você não tem um encontro há seis anos.” Sorrio
descaradamente.
Ele sorri. “Você pegou isso, não é?”
Sorrio. “Sim, peguei.” Tomo um gole. “Por que não sai com uma
mulher há seis anos?”
Ele encolhe os ombros e arruma o guardanapo no colo. “Não
sei. As coisas não saíram como planejado, suponho.”
“Quais eram os planos?”
Ele lambe o champanhe do lábio inferior e sinto minhas
entranhas apertarem. “Eu só...” Ele hesita enquanto pensa.
“Sempre imaginei que encontraria a pessoa certa e todo o resto se
encaixaria.”
“A pessoa certa?” Pergunto.
Ele concorda.
“Você diz a palavra pessoa como se não se importasse se fosse
homem ou mulher?”
“Incomodaria você se não importasse para mim?” Ele
pergunta.
Encolho os ombros. “Na verdade, não.”
Ele sorri sexy enquanto seus olhos vão para os meus lábios.
“Gosto de mulheres, se essa for a pergunta escondida. Mas você já
sabe disso.”
“E você ainda não a conheceu? Sua pessoa.”
Seus olhos seguram os meus e ele encolhe os ombros. “Tive
uma namorada séria na faculdade e depois, quando entrei na
Marinha, ficou muito difícil me manter fiel. Eu era jovem, burro e
cheio de tesão em diferentes continentes do mundo, longe dela. As
paradas se tornaram...” Ele faz uma pausa enquanto pensa nas
palavras. “Complicadas.”
“Você partiu o coração dela?”
Ele acena com a cabeça uma vez e posso ver o remorso em seus
olhos.
“Você não teve um relacionamento desde então?”
“Não.”
O garçom se aproxima com uma enorme travessa de frutos do
mar grelhados e Stace rapidamente reorganiza a mesa para que ela
possa caber.
“Oh, uau.” Sorrio.
“Obrigado.” Ele acena com a cabeça enquanto o garçom sai.
“E você? Você teve cinco namorados?” Ele pergunta.
Minha boca se abre e bato em sua mão na mesa. “O quê? Como
você sabe disso?” Pego a colher enorme e começo a servir meus
camarões. “Oh, isso parece tão bom.”
Ele sorri. “Sim, a comida do navio deixa muito a desejar, eu
disse que pesquisei você.”
“Dick Tracey, agora?” Sorrio enquanto entrego a travessa para
ele.
Seu rosto fica sério. “Você vai entrar em contato com seu
namorado?”
Torço o rosto. “De jeito nenhum. Ele é um babaca.”
“Você o amava?”
Abaixo a cabeça e ele pega minha mão sobre a mesa. Encolho
os ombros com tristeza. “Meio que achava que sim.”
“Apenas achava?” Ele repete.
“Ele foi meu primeiro namorado sério.”
“E os outros?”
“Eles não eram nada realmente. Coisas de criança.”
Ele espera minha resposta.
“Nos divertimos, mas não foi até que conheci...” Contenho-me.
Porra. Encho minha boca de comida para me calar.
“Até você conhecer quem?”
Balanço a cabeça e bebo meu champanhe e, em seguida, encho
minha taça. Oh Deus, pare de falar sua tagarela de boca grande.
“Até você conhecer quem?” Seus olhos me dizem que ele já sabe
o que eu ia dizer.
Minha testa se enruga. Como falar isso? “Digamos apenas que
você me ensinou que há mais em um relacionamento do que
alguém que faz você se sentir seguro.”
Ele franze a testa enquanto dá sua primeira garfada de frutos
do mar. “Era isso que ele fazia? Você se sentir segura.”
Concordo.
“É isso que você precisa em um homem?”
Balanço a cabeça. “Não...” Minha voz some.
“O que ensinei a você?”
Sorrio. “Por que está tão sério? Podemos mudar de assunto,
por favor?”
Ele balança a cabeça, pega minha mão e a segura em volta de
seu rosto. “Conte-me. Por favor.”
Fico arrepiada ao ver minha mão segurando seu lindo rosto.
“Você me ensinou o que é ser incapaz de...” Minha testa franze
enquanto engulo o nó na garganta.
“De quê?” Ele rola minha mão e beija o interior do meu pulso,
sua língua acariciando suavemente minha pele.
Se eu fosse um gato, estaria ronronando. “De desafiar toda a
lógica. Querer tanto alguém que nem liga para as consequências.”
Sussurro.
Nossos olhos se encontram e o olhar que me dá parece que
pode me deixar grávida. Não estou brincando. Venha aqui, monte
em mim e cavalgue a porra do meu pau são suas palavras precisas.
Bem, é isso que me diz de qualquer maneira.
Como se estivesse lendo minha mente, ele aperta os lábios para
esconder o sorriso. “Acho que sei como é isso.” Ele murmura
baixinho.
Dreno minha taça em um gole. Pare de beber, idiota.
“Como você…?” Hesito. “Como você passou de fuzileiro naval
para trabalhar naquele navio?” Pergunto.
Ele solta um suspiro profundo como se soubesse que essa
pergunta viria. “Tirei um período de dois anos da Marinha e estava
procurando um trabalho casual.”
Franzo a testa. “Então, você pensou, oh foda-se, irei trabalhar
em um navio de drogas.”
Ele me olha inexpressivo.
Mordo meu lábio inferior para impedir minha boca cheia de
champanhe de continuar falando.
Você realmente precisa parar de falar agora, idiota.
“Recebi uma oferta de emprego para transportar um
empresário japonês para seu navio em seu helicóptero particular.
O pagamento era bom e o trabalho era casual. Exatamente o tipo
de coisa que eu estava procurando. Não queria ficar preso a uma
posição porque acabaria voltando para a Marinha e poderia morar
em minha cidade natal enquanto fazia isso.”
Bebo meu champanhe enquanto ouço. “Onde é a sua casa?”
Pergunto.
“Nova York.”
Sorrio. Nova York...quem diria? Toco minha taça com a dele
para comemorar minha nova informação encontrada.
Ele sorri e dá um gole em sua bebida.
“E então?”
Ele encolhe os ombros. “Fiz isso por cerca de doze meses e foi
o trabalho perfeito. Trabalhava três dias por semana sem
complicações.”
Minha testa franze, sentindo que esta história não está
combinando.
“Conheci o cara para quem eu trabalhava e ele parecia legal.
Enfim, um dia eu estava esperando no heliporto ele chegar em sua
limusine e fui abordado por outro homem. Seu piloto particular
adoeceu recentemente e ele precisava de alguém em quem pudesse
confiar para levá-lo ao seu navio com urgência.”
Sento na cadeira, perturbada.
“Ele me ofereceu cinquenta mil dólares.”
Franzo a testa. “P-por uma viagem?” Gaguejo.
Ele concorda.
“Então você aceitou.”
Ele concorda. “Estava ganhando três mil por viagem do outro
cara.”
Meu coração afunda.
Ele balança a cabeça com nojo de si. “Sabia que para ele me
oferecer aquele dinheiro todo devia investir em algumas coisas bem
pesadas.” Ele faz uma pausa.
“Mas você fez mesmo assim.”
Ele concorda. “ Estava economizando para uma casa e esse
seria o depósito final de que precisava.”
Sorrio com surpresa. “Você tem uma casa?”
“Sim.”
“Onde?”
“Manhattan.”
Bato nossas taças novamente em comemoração. “Muito bem.”
Sorrio. “Que incrível. Está com tudo.”
Ele sorri com orgulho.
“De qualquer forma...” Digo enquanto continuo comendo.
“De qualquer forma.” Ele faz uma pausa. “No caminho para o
navio, começamos a conversar e ele me perguntou o que eu fazia e
disse que era engenheiro naval. Ele parecia um cara legal.”
Fico imóvel, sem saber se quero ouvir o resto. É como se eu
estivesse ouvindo a história de sua vida se desenrolando.
“Eu o levei para seu navio no dia seguinte e fiquei sentado no
helicóptero por duas horas enquanto ele fazia o que quer que
estivesse fazendo e então voei com ele para casa. Ele me pagou 50
mil em dinheiro.”
Franzo a testa.
Ele balança a cabeça. “Fiquei fora de casa por um total de seis
horas e ganhei cinquenta mil dólares.”
“Deus.” Sussurro.
“De qualquer forma, fiz o trabalho e pronto. Sem compromisso,
sem perguntas e voltei a trabalhar com o outro cara e comprei
minha casa.”
Sorrio. “Que conquista.”
Ele sorri tristemente em sua taça e sei que há mais história
por vir.
“Três meses depois, ele me ligou novamente.”
Uma bola de chumbo começa a ricochetear em meu estômago.
“Eu estava morando na minha casa, mas estava uma merda e
precisava de reforma, e precisava de dinheiro.”
“Então você fez outro trabalho?” Pergunto.
Ele concorda. “Começou com um e, uma semana depois, outro
e outro. Nunca foi discutido quanto tempo eu iria trabalhar para
ele. Ele apenas me dava o dinheiro e eu não fazia perguntas.”
Eu o observo enquanto ele toma sua bebida.
“Você sabia que ele era do mau, não é?”
Ele encolhe os ombros. “Sabia que ele devia estar envolvido em
alguma merda séria pelo dinheiro que esbanjava e pelos guardas
que mantinha.”
Estou enjoada.
“Normalmente, apenas me sentava no helicóptero e esperava
por ele, mas um dia, quando estávamos no navio, alguma merda
aconteceu e um dos tripulantes morreu. Seu guarda que voava no
helicóptero conosco atirou nesse cara, bem na nossa frente.”
Minha testa franze, este é o cara de quem Ângela estava me
falando.
Ele esfrega a testa enquanto se recorda. “Não sabia o que
fazer.” Ele hesita. “Eu os tinha levado conscientemente lá. Tive que
levá-los de volta ao continente e então percebi que estava em sua
folha de pagamento. Minhas contas bancárias mostravam enormes
injeções de dinheiro por mais de oito meses. Se eles caíssem, eu
também cairia. Basicamente, se eu não os levasse para casa e
calasse a boca, estaria na prisão ou seria um homem morto.”
“Então, na verdade, você já era um deles.”
Ele abaixa a cabeça com vergonha.
Pego sua mão sobre a mesa. “Por que você simplesmente não
larga tudo? Faça um novo começo.” Sorrio. “Você poderia fazer
isso. Sei que você pode.”
Ele finge um sorriso. “Você não vai simplesmente embora.”
Eu franzo a testa.
“A única maneira de sair é a morte. Vi homens após homens
serem mortos.”
Meu sangue gela. “O que você quer dizer?”
“Eles pagam tanto que você se acostuma com um determinado
estilo de vida e pode tirar férias e mais férias quando quiser.” Ele
toma um gole de sua bebida. “É um trabalho perfeito no papel.”
“Mas não pode sair?” Murmuro.
Ele balança a cabeça. “Eles sempre te encontram.”
Coloco a cabeça em minhas mãos sobre a mesa. “Deus, Stace,
que inferno. Que bagunça.”
Ele sorri. “Não sou um anjo. Tive o que merecia. Sabia que eles
não eram bons, mas fui seduzido pelo fruto proibido.”
Seu celular vibra pela mesa. Ele franze a testa e vira, a palavra
‘mãe’ iluminando a tela. Ele vira de volta e ignora.
“Atenda.” Empurro para ele.
“Está tudo bem. Ligarei para ela amanhã.”
“Eu insisto, atenda agora.” Pego o celular e passo para ele.
Ele atende. “Oi mãe.” Seu rosto se abre em um sorriso de tirar
o fôlego. Sinto-me tremer um pouco e meu rosto reflete o dele.
“Você está bem?” Pergunta, sua voz é gentil e carinhosa.
“Estou tão feliz em ouvir sua voz” Ela responde. Posso ouvi-la
pelo alto-falante do outro lado da mesa.
“Eu também, mãe.” Ele sorri.
“Onde você está?”
“Estou em Bogotá, Colômbia.”
“Oh meu Deus, Stace, você está seguro? Você está com seus
amigos do navio?”
Ele sorri amplamente e seus olhos piscam para mim. “Na
verdade, mãe, estou em um encontro.”
“Um encontro?” Ela grita e ele segura o celular longe do ouvido.
Sorrio em minha taça de champanhe. “Quem é ela?” Ela sorri
de excitação.
“Apenas uma garota muito legal que conheci.”
Seguro minha taça para ele em um símbolo de alegria, ele pega
a sua e clica com a minha enquanto me lança uma piscadela sexy.
“Como ela é, Stace?”
Seus olhos seguram os meus. “A mulher mais linda do
mundo.”
Meu estômago dá uma cambalhota e tento limpar o sorriso
bobo do rosto.
“Oh, deixe-me falar com ela.” Implora sua mãe.
Ele ri alto e sei que é porque estamos bebendo esse champanhe
como água. “De jeito nenhum, você vai assustá-la.”
“Oh, Stace.”
Estendo a mão para o celular e ele balança a cabeça.
“Não” Ele murmura.
Abro e fecho minha mão para pegar o celular. Ele sorri e
balança a cabeça novamente.
Levanto-me e ando para o seu lado da mesa e pego o celular
dele.
“Olá.” Sorrio nervosamente enquanto caio de volta na cadeira.
“Olá querida. Você saiu com o meu Stace?” Sua voz é calorosa
e amorosa. Oh, ela parece tão legal.
“Sim.” Sorrio. “Sou uma garota de sorte.”
Dessa vez é ele quem sorri de maneira boba.
“Ele está bem? Eu me preocupo muito com ele.”
Finjo um sorriso enquanto meu coração cai. Ela tem um bom
motivo para se preocupar. Ele se meteu em merda até os olhos.
“Ele está maravilhoso.” Sorrio. Ele pega minha mão e beija as
costas dela.
Oh Deus, ele é tão...
“Por favor, cuide dele, querida.”
Stace revira os olhos e estende a mão para o celular.
Sorrio com seu constrangimento. “Eu vou.”
“Prometa-me.”
Sorrio enquanto ele tenta pegar o celular de volta.
“Prometo cuidar dele.” Ele sorri. “Ele está roubando o celular
de mim. Muito prazer em conhecê-la.”
“Adeus querida. Espero que você venha me conhecer
pessoalmente um dia.”
Ele pega o celular da minha mão e encerra a conversa, mas
minha mente ainda está em ‘conhecê-la pessoalmente um dia’. O
que não daria para conhecê-la pessoalmente um dia.
A realidade, a vadia, volta com um baque. Pare com isso, é
apenas uma noite. Ele desliga o celular e finjo um sorriso.
Ele balança a cabeça como se estivesse envergonhado.
“Desculpe, minha mãe é...” Ele hesita.
“Adorável?” Sorrio.
Ele revira os olhos. “Ela está sempre se preocupando desde
que Justin...” Ele se interrompe quando seu rosto cai.
“Desde que Justin o quê?”
“Morreu.”
“Quem é Justin?”
“Meu irmão.”
“Ele morreu?”
Ele concorda com a cabeça solenemente enquanto pega sua
bebida. “Seis meses atrás.”
Pego sua mão sobre a mesa. “Oh, Stace, sinto muito. O que
aconteceu?”
“Ele era um ano mais velho do que eu.” Ele sorri tristemente
ao se lembrar. “Um policial.”
Franzo a testa enquanto ouço. “Ele sempre foi um bom garoto,
fazia suas tarefas primeiro, cuidava de mim e da minha mãe.” Ele
toma sua bebida enquanto pensa, a tristeza caindo sobre ele. “Meu
pai morreu em um acidente de carro quando tínhamos seis e sete
anos, então Justin assumiu o papel de homem da casa.”
“Ele tinha família?” Pergunto.
Ele sorri e seu rosto se ilumina. “Sim, Cindy sua esposa e
Sebastian seu filho.”
Fico em silencio enquanto o vejo lutar com esta conversa. Você
pode aprender muito sobre uma pessoa pela maneira como ela
sofre. Uma peça do quebra-cabeça se encaixa no lugar. A família
na foto era seu irmão e sua família.
“Sempre fomos melhores amigos.”
Sorrio e posso perceber o carinho que ele tinha por seu amado
irmão.
“Cara, nos metemos em alguns apuros quando crianças.
Andávamos de bicicleta procurando por travessuras.” Ele sorri
tristemente. “Fui o único que acabou realmente encontrando, mas
foi ele quem foi levado.”
Franzo a testa. “Você diz isso como se sentisse culpado por ele
ter morrido e você não?”
Ele concorda. “Sim.”
Ficamos sentados por um momento em silêncio. “Como ele
morreu?”
“Ele pegou um caso no trabalho e não desistia.”
Franzo a testa.
“Eu disse a ele.” Ele balança a cabeça. “Disse a ele várias vezes
para deixar de lado, mas ele não o fez.”
Seus olhos ficam nublados ao se lembrar da morte de seu
irmão. “Ele pensou que poderia derrubá-los e foi a um depósito
sozinho no meio da noite para falar com um informante.”
Fico imóvel enquanto imagino o cenário, sozinho em um
armazém frio no meio da noite. Que terrível.
“Era uma armadilha. Eles o amarraram e o torturaram.
Eletrocutaram-no até a morte.”
Minhas mãos voam sobre minha boca em choque.
Seus olhos estão frios, distantes e ele encara o espaço. Sei que
está imaginando seu amado irmão morrendo sozinho e com dor.
“Stace”, sussurro, “sinto muitíssimo.”
“Todos temos nossa bagagem, Rosh.” Ele suspira tristemente
enquanto pega minha mão e segura seu rosto com ela. Não sei se
minha mão em seu rosto é um conforto para ele, mas é
definitivamente um conforto para mim. Passo meu polegar sobre
seu lábio inferior. Nossos olhos se encontram e me sinto tão
estupidamente próxima desse homem, é uma loucura.
Ele balança a cabeça como se estivesse tentando remover os
pensamentos sombrios de sua mente e levanta a taça novamente.
“Outro brinde.”
Sorrio amplamente e levanto minha taça para encontrar a dele.
“Por novos começos.” Nossas taças tilintam e ele arregala os olhos.
“E encontros não deprimentes.”
Rio alto e repito suas palavras. “Para novos começos e
encontros não deprimentes.”

Estamos sentados em um bar em um salão de coquetéis.


É tarde, por volta das 2h. Bebemos muito, mas não quero ir
para casa. Porque então tenho que deixá-la ir e saber que não
posso nem mesmo fazer o que quero quando chegarmos lá só
aumenta a tortura. Sua salvação era o sonho de um encontro
respeitável e, caramba, vou dar a ela nem que seja a última
coisa que faço.
Posso dar um beijo de boa noite nela. Mais uma vez.
Apenas uma vez.
Temos conversado e rido com facilidade e estou surpreso
com o quanto temos em comum.
Ela pode ser a garota mais legal que já conheci.
Uma música começa e estendo minha mão para ela.
“Gostaria de dançar?”
Ela sorri sensualmente. “Você não disse que não dança?”
“Não danço em navios de drogas.”
“Apenas em encontros?” Ela sussurra surpresa.
Lanço uma piscadela para ela. “Apenas em encontros
especiais.”
Caminhamos para a pista de dança e a música muda
para uma música estranha que não tinha ouvido antes.
Play that song
The one that makes me go all night long
The one that makes me think of you
That's all you gotta do.

Nós balançamos com a música e ela sorri para mim. “Olhe


para você, dançando em um encontro.”
Balanço a cabeça com um sorriso e a giro para longe de
mim violentamente e ela ri alto.
“Pare de falar, você está distraindo meus movimentos.”
Respondo enquanto a giro novamente.
Chegamos perto de novo e ela olha para mim com amor.
“O que é essa música hippie esquisita?” Pergunto.
“Não sei, mas é a minha nova favorita.” Ela sorri
inocentemente.
Fico olhando para ela e muitas emoções passam por mim,
mas a mais esmagadora é o arrependimento.
Arrependimento pelo que fiz a ela. Arrependimento pela
forma como nos conhecemos.
Lamento que esse sentimento que ela me dá não possa
durar para sempre.
Ela começa a cantar para mim e sei que é efeito do
champanhe, mas pode ser a coisa mais perfeita que já ouvi.
Se apenas...
Pare com isso. Tenho que sair desse humor sentimental.
Este não sou eu.
Este não é quem eu sou. Não sou sentimental.
Giro-a violentamente de novo e ela ri alto.
Vou me lembrar disso, dançando essa música hippie com
essa linda garota, seu riso soando alto ao meu redor.
A maneira como ela olha para mim, a maneira como ela
se parece em meus braços. Com um último giro, a música
termina e a pista de dança se esvazia.
Ela caminha até o DJ.
“Com licença, qual é o nome dessa música, por favor?”
Ela pergunta.
“Play That Song, de Train” Responde o DJ.
“Obrigada.” Ela responde. “Você pode colocar isso no seu
celular para que eu não esqueça?” Ela me pergunta.
Sorrio enquanto digito o nome em minhas anotações.
“Você gostou dessa música?” Pergunto.
“Minha favorita.” Ela sorri.

Entramos no saguão do hotel e no elevador.


Apenas acompanhe-a até a porta e dê um beijo de boa
noite.
Só isso.
Nada mais.
Apenas um beijo. Um beijo.
Ela sonhou com um encontro perfeito por toda a sua vida
e, caramba, vou dar a ela nem que seja a última coisa que eu
faça... e pode ser apenas a última coisa que eu faça. Posso
morrer amanhã porque minhas bolas já estão doendo pelo que
elas sabem que vão perder.
Ficamos de mãos dadas e fico olhando para o chão,
focado na tarefa em mãos.
Um beijo. Só um beijo.
Posso fazer isso. Claro que posso fazer isso.
“Oh, olhe, há uma piscina.” Ela sussurra animadamente.
“Podemos ir ver?”
“Ah.” Hesito. Oh, isso não é uma boa ideia. Mais tempo
sozinhos. “Claro.” Minha boca responde antes de consultar
meu cérebro ou meu pau...o centro de controle deste corpo
masculino.
Ela aperta o botão antes de esperar minha resposta e logo
as portas do elevador estão se abrindo. A área da piscina fica
na cobertura e as luzes dos prédios ao redor brilham à
distância. A área é escurecida com holofotes na água.
“Oh, não é perfeita?” Ela fala.
Está cambaleando e sorrio com sua embriaguez. “É sim.”
Ela envolve seus braços em volta do meu pescoço. “Vamos
dançar de novo.”
Envolvo meus braços em torno dela e a seguro perto. “Não
temos música.” Sussurro.
Ela me encara e começa a cantar a letra daquela música
que dançamos.
“Toque aquela música, aquela que me faz demorar
muito.”
Começamos a balançar e sorrio porque ela não sabe a
letra e sua voz está tão desafinada.
“Aquele que me faz pensar em você.”
Engulo o nó na garganta. Isso é demais.
“Isso é tudo que você tem que fazer.”
Ela sorri no silêncio. “Você sabe que todos os próximos
encontros vão ser deploráveis depois desse.” Ela murmura
enquanto seus olhos procuram os meus.
“É melhor que sejam.” Sussurro.
“Esta é a parte em que você me beija.”
Capítulo 13

Olho para ela e se não soubesse, juraria que tenho 13


anos de novo e este é meu primeiro beijo. “Você quer que beije
você?” Pergunto.
Ela sorri amorosamente e concorda com a cabeça.
Curvo-me e suavemente tomo seus lábios nos meus. Seus
olhos se fecham e seus lábios são macios e abertos, assim
como imagino que esteja sob o vestido.
Pare com isso!
Meu pau pula em apreciação ao último pensamento, mas
é minha língua que me traz de volta à realidade. Nos beijamos
de novo e de novo, e com meus olhos fechados, não tenho ideia
de como me controlar.
Pare com isso. Não!
Meus braços a esmagam e a trago para mim, e ela derrete
em meus braços, suas mãos indo para a parte de trás da
minha cabeça enquanto geme baixinho.
Não gema ou está tudo acabado.
Sua língua dança suavemente com a minha e me
aproximo cada vez mais.
Quanto um homem pode aguentar?
“Oh Deus.” Ela murmura em meus lábios.
Droga!
O beijo se aprofunda, e desta vez, incapaz de evitar,
agarro seu traseiro e aperto seu corpo contra o meu para que
ela possa sentir o quão duro estou por ela. Ela precisa saber.
“Stace” Ela choraminga. “Você parece tão bom.” Seus
lábios deslizam para o meu pescoço e fecho os olhos enquanto
meus joelhos quase dobram debaixo de mim.
Puta que pariu, sinto a excitação começar a bombear com
força pela minha corrente sanguínea.
Pare, pare, pare. Stace, pare!
Ela olha para mim com aqueles olhos inocentes perfeitos
e sorri suavemente. “Obrigada.” Sussurra.
Afasto suavemente os cabelos de sua testa enquanto olho
para ela. “Pelo quê?” Pergunto.
“Por me mostrar como era.” Meus olhos seguram os dela.
“Agora sei como é.”
Meu coração aperta e seus lábios se conectam aos meus
uma última vez, sua língua percorre meus lábios e, em
seguida, mergulha mais fundo. Ela está certa, esta noite foi
perfeita. Este beijo é melhor do que perfeito.
Eu preciso dar a ela...
Paro.
Sua salvação...preciso ser um homem e dar a ela a
fantasia que ela merece. Não se trata da minha fantasia e
não tenho o direito de desejá-la tanto quanto eu.
Afasto-me dela com pressa enquanto ofegamos, tentando
recuperar o fôlego.
Seu rosto entristece. “O que há de errado?”
Meu peito sobe e desce enquanto tento controlar meu
batimento cardíaco irregular e balanço a cabeça.
“Eu deveria te levar de volta ao seu quarto, Rosh.” Ofego.
“Por quê?” Seus olhos escurecem e ela se aproxima e
gentilmente tira minha camisa de dentro da calça. Minha
respiração engata.
“Porque...” Inclino a cabeça para trás e olho para o céu
em busca de orientação divina. Não consigo pensar quando
ela está puxando minha camisa assim.
Ela passa a mão em meu peito.
“Porque este é um bom encontro. Um encontro bem
comportado.” Murmuro, distraído.
Ela desfaz o primeiro botão da minha camisa. “É
mesmo?” Respira em meu ouvido tão perto que posso sentir
seu hálito quente em minha pele. Arrepios se espalham.
Concordo, incapaz de fazer minha boca dizer as palavras.
“É porque sou uma garota legal?” Ela sussurra.
Concordo novamente.
“E você é um cara legal?”
Encolho os ombros. “Essa é a ilusão que estamos tentando
alcançar aqui.”
Ela ri alto e franzo a testa.
“Você honestamente acha que somos legais? Acho o
contrário.” Ela faz uma pausa e franzo a testa. Do que ela
está falando? “Veja, acho que somos um pouco diferentes,
você e eu.” Seus olhos sexy seguram os meus e sei que estou
perto do meu ponto de ruptura.
“Como assim?”
“Nós dois pensamos que queremos o bem.”
Observo-a com olhos famintos.
“Mas a realidade é que ambos desejamos o mal.” Ela
sussurra.
Fico parado e uma carranca cruza minha testa.
“Acho que, vemos um pouco de mal, um no outro.” Ela
sussurra sensualmente. “Esse pouco de confusão que
desejamos.”
Sorrio.
“E é a loucura em você que desejo.” Ela agarra a bainha
do vestido e puxa sobre a cabeça para revelar seus seios nus
e um fio dental de renda branca.
Seu corpo tonificado e perfeito é carnudo para se pegar,
tão perto que quase posso sentir o gosto.
Fim de jogo.
“Porra, sim.” Sussurro enquanto começo a desabotoar
minha camisa.
Ela desliza a calcinha pelas pernas e sai delas
sedutoramente.
“Vou nadar. Meninos bem comportados e chatos não são
permitidos na piscina.”
Sorrio enquanto tiro a camisa sobre os ombros e a jogo no
chão. Pulo com um pé enquanto tiro um sapato, e depois o
outro, tirando minhas calças.
Ela quer um menino mau? Então ela vai ter, porra.
Ela ri e mergulha na piscina e mergulho atrás dela.
Prendo-a agressivamente contra a parede e a beijo
violentamente.
Suas pernas envolvem minha cintura. Minhas mãos estão
em seu traseiro e a esfrego para cima e para baixo sobre meu
pau duro. Deus, ela é tão gostosa e apertada.
O calor que ela está omitindo está me queimando vivo.
“Dê para mim.” Ela implora. “Dê-me a loucura de que
preciso.”
Coloco minhas mãos na parte de trás de seus ombros para
alavancar e entrar com uma investida forte. Sua cabeça cai
para trás e ela grita de prazer e dor.
“Ahh.” Choraminga.
Pego um punhado de seus cabelos e arrasto sua cabeça
para trás para que seus olhos encontrem os meus. Com uma
mão em seu ombro, esmagando-a no meu pau e um punhado
de cabelos na outra, estou perdendo a cabeça.
Tão bom.
Bom pra caralho.
Agarro suas pernas e as coloco sobre meus ombros e a
seguro em um aperto de torno.
Balançando-a para cima e para baixo enquanto ela geme
de prazer, vejo seus olhos se fecharem enquanto lida com o
prazer.
É quando ela está no seu melhor, quando está indefesa.
Possuída.
Possuída por mim.
Quando a tenho sob controle e posso fodê-la tão forte
quanto eu quiser.
E porra...eu quero forte.
Com as costas dela contra a parede de azulejos da piscina
e as duas pernas sobre meus ombros, tenho controle total e
dirijo para dentro com força em ritmo de pistão.
Sinto seu interior estremecer e sei que ela está perto. Vou
mais forte, mais fundo, e ela joga a cabeça para trás e grita
alto enquanto goza com pressa, o que me incentiva, meu grito
igualando o dela.
Continuo metendo nela para me esvaziar completamente.
Não quero que isso acabe. Quero mais. Muito mais.
Nosso beijo violento se torna gentil e amoroso e ela segura
meu rosto com as duas mãos. Nossas bochechas descansam
uma contra a outra e ela sorri suavemente contra meu rosto.
Ofegamos enquanto tentamos recuperar o fôlego e ela ri
em meu ombro e acena para a parede.
Franzo a testa. “O que você está fazendo?”
Ela ri alto. “Acene para a câmera.”
“Hã?” Franzo a testa e me viro para ver uma câmera de
segurança fixada na parede. “Oh meu Deus que caralho.”
Gaguejo. Aponto para ela com um braço exagerado. “Foi tudo
culpa dela. Eu estava tentando ser bonzinho.” Murmuro para
a câmera.
“Não foi.” Ela sorri enquanto joga água em mim, e minha
boca se abre. “Ele me obrigou a fazer isso.” Ela grita em voz
alta. “Foi tudo ele.”
“É assim, agora você vai ver.” Saio atrás dela pela piscina
ao som de sua risada. Agarro-a e a mergulho com força e ela
ri alto enquanto se engasga.
Foi uma boa noite.
Na verdade, a melhor.

Esfrego minha testa sobre a superfície dura, mas macia, meu


travesseiro é o peito quente de Stace. Seus braços estão em volta
de mim e seus lábios descansam em minha têmpora, seu peito
subindo e descendo enquanto dorme profundamente.
Isso é o paraíso.
Estremeço com meus olhos ainda fechados. Meu corpo está
sensível. Mais dolorido do que sensível. Na verdade, chegaria ao
ponto de dizer que está doloroso. Minha cabeça está doendo por
causa do champanhe, meus pés doem por causa daqueles sapatos
altos estúpidos, e minhas partes íntimas...bem, elas estão em
pedaços até o esquecimento.
Sorrio. Deus, que noite. Stace e eu fomos como animais um
com o outro, e saber que não tínhamos futuro apenas adicionou
combustível às chamas fora de controle.
Nós não cansamos um do outro. Fomos de foder violento
contra a parede, a fazer amor na cama, de volta para foder no
chuveiro e, em seguida, para fazer amor gentil e terno
repetidamente até que, em total exaustão, adormecemos nos
braços um do outro enquanto o sol estava nascendo.
Ainda não tive o suficiente. Poderia me cansar desse homem?
Duvido, para ser honesta. É isso o que parece.
Preciso ir ao banheiro, mas sei que assim que colocar o pé fora
desta cama será o fim.
Nosso tempo vai acabar. O medo preenche todas as minhas
células.
Ele sussurra ao redor e o sinto sorrir acima de mim antes de
beijar minha testa com ternura. “Bom dia, baby.” Ele sussurra
sonolento.
Sorrio suavemente. “Bom dia.” Beijo seu peito.
Ele se move e geme. “Estou fodido.” Sua voz está áspera por
causa de nossas grandes quantidades de álcool na noite passada.
“Hum, acho que sou eu quem está fodida.” Murmuro
secamente.
Sinto-o sorrir amplamente enquanto beija minha cabeça
novamente.
Ficamos deitados por um momento enquanto a realidade
começa a afundar, sabendo que ele tem que se levantar e ir
embora.
Sabemos que sim, mas isso não torna as coisas mais fáceis.
Seus lábios caem para o meu pescoço e ele me beija enquanto
sua mão encontra seu lugar favorito entre as minhas pernas.
“Preciso de você uma última vez, Rosh.” Ele sussurra enquanto
passa seu maxilar suavemente ao longo de minha pele.
Concordo, incapaz de falar porque o nó em minha garganta
bloqueou todos os sentidos. “Eu sei.” É tudo que consigo reunir.
Desliza o dedo e sibila em aprovação. “Oh, baby, você parece
muito bem. Como eu vou viver sem isso?” Ele sussurra.
Fecho os olhos para bloqueá-lo. Não quero que sua última
lembrança de mim seja eu chorando como um bebê.
“Abra para mim.”
Deixo cair minhas pernas de volta para o colchão e ele sobe
acima de mim, em seu cotovelo. Seus dedos bombeiam lentamente
para dentro e para fora do meu corpo enquanto ele me observa
atentamente.
“Você é tão...” Sua voz some.
Nos beijamos e não é nada como os beijos da noite passada. É
um beijo de adeus e parte meu coração.
Ele se eleva acima de mim e lentamente desliza seu
comprimento para frente e para trás entre meus lábios. “ Você vai
se lembrar de mim?” ele pergunta em um sussurro.
Através de olhos vidrados, aceno.
Horror cruza seu rosto quando ele vê minhas emoções
fervendo.
“Baby, não”, ele sussurra.
Agarro sua bunda e o puxo para baixo para que me penetre
com força, e nós ofegamos.
Ele é tão grande, tão duro e perfeito pra caralho. Fica parado
para que eu me acostume com seu tamanho.
Se ao menos ele pudesse ficar parado para me deixar me
acostumar com seu amor.
E, ao som de meu coração quebrando silenciosamente,
fazemos amor terno e bonito.

Estou arruinada.
Completamente arruinada.
E é tudo culpa de Stace.
Estou fingindo usar o banheiro e ele está arrumado, pronto
para ir. Só preciso de um minuto para me recompor.
Tomamos café da manhã e rimos mais um pouco, embora foi
forçado porque ambos sabemos o que está por vir.
O pior é que sei que ele também sente. Não estou imaginando
isso.
Está aqui e é palpável. Parece real.
Mas não sou a garota carente que ele deixou em Bogotá. Vou
arrasar com esse adeus, nem que seja a última coisa que eu faça.
Fico olhando para meu reflexo no espelho.
“Você pode fazer isso.” Sussurro.
Fecho os olhos e respiro profundamente. Dez minutos. Basta
ser forte por dez minutos.
Solto o ar e volto para o quarto. Seu terno está em sua mala
na cama.
“Tudo pronto?” Sorrio.
Ele concorda com a cabeça e me dá um sorriso torto. “Não sei
se quero que fique aqui sozinha. Você não pode voltar para os
EUA?”
Balanço a cabeça. “Não, escolhi meu caminho.”
Seus olhos seguram os meus. “E é sozinha?” Ele questiona.
Concordo uma vez. “Muito sozinha.”
Como estivesse se sentindo desanimado com a minha
resposta, ele pega seu terno e o joga por cima do ombro e
caminhamos até a porta antes de continuar para o corredor.
Nos beijamos suavemente e nossos rostos se contorcem de dor.
Ele se afasta e seus olhos procuram os meus. “E se você for a
minha garota?” Ele sussurra.
Meus olhos lacrimejam porque tenho certeza de que ele é o
meu.
“Não sou.” Sussurro.
Olhamos um para o outro enquanto emoções misturadas
giram em torno de nós.
“Sou uma garota que você sequestrou.” Hesito. “Sou uma
garota que merece mais de sua pessoa.”
Ele abaixa a cabeça com vergonha e fico arrependida de ter
dito isso...mas tinha que dizer.
É o que é.
Ele sorri tristemente. “Adeus.”
“Adeus.” Sorrio através das minhas lágrimas. Ele sai
silenciosamente.
Como se estivesse no piloto automático, vou até a janela,
coloco as mãos no vidro e espero que ele apareça na rua abaixo.
Ele sai do prédio e lágrimas rolam pelo meu rosto quando entra
em um táxi e, sem hesitar, sai da minha vida.
Isso dói.

Que dia louco. Que dia louco, muito louco.


Essa manhã, depois que ele saiu, levei o menor dos diamantes
amarelos para três joalheiros diferentes e paguei por comprovantes
de avaliação. Custou-me quinhentos dólares, mas as avaliações
chegaram a mais de um milhão, então valeu a pena. Então, tive
que pegar um táxi à uma hora de distância para ver um cara. Não
sei quem ele é, mas aparentemente é a única pessoa que lida com
esse tipo de coisas. Esse é o código para ‘ele é um criminoso
duvidoso.’
Depois de negociar com ele por mais de uma hora,
concordamos com um preço à vista de duzentos e cinquenta mil
dólares. Fui roubada, mas preciso de algum dinheiro para
sobreviver até encontrar um comprador de verdade.
No entanto, isso me dá esperança para o que está por vir. Os
outros diamantes têm quase o dobro do tamanho daquele. Então,
meu quarto de milhão está agora em minha conta bancária e os
outros diamantes estão no cofre.
Não é um dia ruim de trabalho para uma garota legal como eu.
Minha mente vai para Stace. Lindo Stace. Ele deve estar em
seu navio agora, e tenho uma visão dele em seu uniforme de
trabalho que me faz sorrir.
Estou em um táxi voltando para o hotel. Estou cansada de
minhas atividades carnais a noite toda, mas sei que não vou
conseguir dormir quando voltar.
Os diamantes estão pesando muito em minha consciência.
E se ele levar a culpa?
Ele não vai, não se preocupe, continuo dizendo.
Reviso a noite anterior a minha saída do barco. Foi tudo um
borrão. Achei que ele foi para a Chelsea e briguei com ele. Então
ele pesquisou sobre mim e contei a ele sobre meu passado. Nem
sabia que ia sair do barco até uma hora antes de realmente sair, e
então ele ficou no quarto a manhã toda.
Um pensamento doentio me ocorre.
Não escondi as armas que deixei debaixo da cama.
Deveria ter jogado elas ao mar. Aborrecida, olho pela janela do
carro.
Oh meu Deus.
Eles vão saber que estive nos contêineres. Saberão que estou
com os diamantes.
Sua idiota de merda!
Fecho os olhos enquanto meu sangue começa a bombear
fortemente pela minha corrente sanguínea.
Porra!
Durante o resto da viagem de táxi, me sinto mal. Doente de
preocupação com meu descuido estúpido.
Stace vai culpar Stucco, sei que vai. Espero que ele o mate
quando eles brigarem.
Espera um minuto…
Horror desce sobre mim.
Não contei a Stace que Stucco está planejando matá-lo.
Esqueci completamente que ouvi aquela conversa fora do
contêiner. As coisas estavam tão agitadas e então a briga e então...
Minhas mãos vão para meus cabelos em pânico. Eles iam ligar
para uma chamada de manutenção no meio da noite.
Tenho uma visão de Stace caminhando sozinho no navio na
calada da noite.
E esses filhos da puta...
Oh meu Deus. Coloco a cabeça em minhas mãos. O que faço?
Nada. Você escapou impune. Não faça nada estúpido.
Isso é dinheiro de droga, pegue. Estou enjoada. Eles vão matá-
lo.
Eles vão matá-lo e jogá-lo no mar e depois culpá-lo pelos
diamantes.
Ele será culpado por algo que nunca fez. Enfio os polegares
nos olhos enquanto penso.
Não, não, não, isso não pode estar acontecendo. Pare de
pensar nisso. Pegue um avião e vá para a Europa agora. Os
diamantes podem ficar lá por vinte e quatro meses, se eu quiser.
Por meia hora, sento na parte de trás do táxi com minha mente
sobrecarregada até que finalmente o motorista se vira para mim
por cima do banco, interrompendo meus pensamentos.
“Chegamos, senhorita.”
Olho para o hotel e depois de um momento tomo a decisão
mais estúpida que já tomei.
“Você pode esperar aqui um minuto, por favor, enquanto vou
pegar minhas coisas? Preciso de outra corrida.”
“Para onde você quer ir, senhorita?”
Olho para o relógio em seu painel. Nem sei se terei tempo para
fazer isso, mas dane-se, tenho que tentar ou nunca vou me
perdoar.
“Para a doca de embarque.”

Deito na cama em silêncio. São 20h e Stace ainda não voltou


do dia de trabalho. Alcancei o navio e embarquei sem ser notada.
Faz duas horas que estamos navegamos e estou na cabine
esperando que ele volte para casa.
Parte de mim sabe que não queria que ele soubesse que estava
a bordo até que fosse tarde demais, porque estou com medo de que
ele não vá me querer aqui.
Parte de mim sabe que morrerei um pouco se ele não quiser.
Não estou aqui por ele, de qualquer maneira. Estou aqui como
uma humanitária, lembro a mim. Posso estar confusa, mas não
posso viver minha vida com o assassinato dele em minha
consciência. Que tipo de ser humano eu seria se conscientemente
o deixasse morrer? Não deve ser grande coisa eu estar aqui, de
qualquer maneira. Faltam apenas duas semanas para chegarmos
a Porto Rico e então terei tempo para me livrar das armas e avisar
Stace sobre o ataque planejado.
Foi uma decisão inteligente voltar. Estou apenas cobrindo
meus rastros, só isso.

Estou andando de uma lado para outro. São 22h e Stace ainda
não voltou para o quarto.
E se ele nem mesmo entrou no barco...navio, ou seja lá o que
for.
E se ele voltou para me buscar e me coloquei aqui? Minhas
mãos correm por meus cabelos em pânico.
Oh Deus, o que diabos fiz?
Por mais de uma hora, ando de uma lado para outro com o
coração batendo forte.
Ele não está no navio.
Sei que ele não está no navio. Ele teria voltado para se trocar
para o jantar com certeza.
Começo a me sentir mal com minha decisão. Ninguém sabe
que estou aqui e ele não conseguiu me encontrar em Bogotá,
mesmo que estivesse tentando. Se souberem que estou aqui
sozinha, será um massacre aberto. Mas então...talvez não agora
que eles me conhecem. Sei que Ângela e seus meninos iriam me
proteger.
Calma, calma. Entro no banheiro e fico olhando para a garota
que está olhando para mim. “O que diabos você fez, porra?”
Pergunto para meu reflexo. “Não sei.” Respondo. “Sua idiota.”
Murmuro.
Mais importante, o que vou fazer agora?
A chave soa na porta e coloco minhas mãos sobre meu coração
em alívio.
Ele está aqui. Graças a Deus, ele está aqui.
Ouço as chaves serem colocadas nas gavetas e entro no quarto,
ele está de costas para mim.
“Olá.”
Ele se vira e sua boca está aberta. “Rosh?”
Sorrio com esperança. “Parece que senti falta da vida náutica.”
Seu rosto fecha. “Que porra você está fazendo aqui?” Ele rosna.
“O que foi?” Sussurro, chocada com seu veneno.
“Você não pode estar aqui! Atraquei o barco para te colocar em
segurança e você voltou, porra?” Ele está com raiva, furioso, na
verdade.
“Também senti saudades.” Sussurro em meio à minha dor.
Ele balança a cabeça. “Este navio está prestes a se tornar um
pesadelo de merda e não posso te proteger. Tirei você deste barco
por esse motivo.” Ele rosna.
“Vim para proteger você.” Sussurro.
“O que?” Ele grita. “Não preciso de proteção, porra.”
“S-sim, você precisa.” Gaguejo, tentando acalmá-lo. “Esqueci
de dizer que ouvi Stucco planejando com outra pessoa para matar
você.”
“O que?” Seu rosto se contorce como se não acreditasse na
minha história.
“Foi na noite em que você foi para Chelsea e fiquei tão
chateada.”
“Não fui para a porra da Chelsea.” Ele retruca. “Pare de falar
sobre Chelsea. Você está me irritando com isso.”
“Eles vão fazer uma chamada para manutenção no meio da
noite e empurrá-lo para o mar.”
Ele franze a testa.
“Lembrei que não contei a você e estava pirando.” Pego sua
mão e a seguro na minha. “Tinha que avisar você e voltar para o
navio era minha única escolha. Não tinha seu número para ligar.”
Sussurro.
“Não preciso da sua proteção. Posso me cuidar sozinho.” Ele
suspira e posso ver um lampejo de perdão.
“Sei que você pode.” Paro e tento adoçar o negócio. “Queria
uma desculpa para ver você.” Meus olhos procuram os dele.
Ele me encara enquanto as últimas palavras que eu disse
ressoam em seu cérebro.
“Você queria uma desculpa para me ver?” Ele estreita os olhos.
“Pensei que era apenas o cara que sequestrou você?”
Sorrio suavemente enquanto seguro seu rosto em minhas
mãos. “Talvez não. Talvez você seja mais.”
Ele se aproxima e sei que posso ser perdoada. “Quão mais?”
Ele sussurra contra meus lábios.
Sorrio para ele. “Pare de fazer perguntas idiotas e me
agradeça.”
Ele rudemente agarra minha bunda e me beija, e sorrio em
seus lábios.
“Pare de fazer coisas idiotas.” Ele rosna.
“Não consigo, é natural em mim.” Respondo.
Ele me joga na cama e caio nela com uma risada.

“Então, você está aqui por escolha agora?” Ele pergunta


sombriamente enquanto lentamente tira o cinto da calça.
O desejo corre em meu sangue e concordo. “Aha.”
“Aqui por mim.” Ele faz uma pausa e levanta a sobrancelha.
“Por escolha própria?”
“Sim.” Respiro enquanto vejo sua calça deslizar lentamente por
suas pernas.
“Então, posso legalmente fazer o que quiser com você agora.”
Ele ronrona sensualmente.
Calafrios percorrem minha coluna. “Sim.” Sussurro em
antecipação. “O que você quer?”
Seus olhos escuros seguram os meus. “Tudo.”

O Pager nos acorda do sono. Olho para o relógio para ver que
são 4 da manhã. Stace se vira e olha para o relógio. Sei que está
pensando a mesma coisa que eu.
Ele se levanta e lê a mensagem em seu Pager.
Sento. “O que está escrito?”
Ele não responde e vai ao banheiro, acendendo a luz. “O que
está escrito?” Falo atrás dele.
“Há um problema na casa das máquinas.” Responde
secamente.
Oh não, pulo da cama. “É uma armadilha. É sim. Estou te
dizendo, é uma armadilha. Isso...isso é o que os ouvi conversar.”
Gaguejo.
“Também pode ser um problema na casa das máquinas.”
Responde.
“Não vá. Você não pode ir.”
Ele fecha o zíper da calça e puxa a camisa sobre os ombros.
“Posso me cuidar sozinho.”
“Vou com você.” Respondo enquanto tento encontrar algumas
roupas.
“Você não vai vir comigo, porra. O que você vai fazer?”
Coloco minhas mãos em meu quadril nu em indignação.
“Posso lutar, você sabe.”
Ele sorri e me beija rapidamente nos lábios. “Posso lutar
melhor. Vá para a cama. Volto logo.” E com isso ele sai do quarto.
Ah não. Oh não, não, não. Pego algumas roupas da gaveta e as
coloco, depois me deito no chão, tiro o rifle e coloco o silenciador.
Clico para preparar a munição.
Avisei aquele filho da puta para não mexer com ele.
Abro a porta da cabine e olho para o corredor escuro.
Que comecem os jogos.
Capítulo 14

Subo o corredor na escuridão até chegar à escada, então olho


para trás aonde vim, aliviada por ainda não haver ninguém por
perto. Olho para a escada que sobe e, embora pareça à opção mais
segura, sei que esse lado do navio é o inimigo no momento. Se você
exagerar, está frito. O pensamento do nível de manutenção frio e
duro está me assustando, mas vou para baixo de qualquer maneira
com minha arma agarrada firmemente em minha mão. Desço na
ponta dos pés as escadas iluminadas apenas pelo sinal de saída.
O som do motor é alto e desagradável. Meu coração está batendo
tão rápido e não tenho ideia do que vou enfrentar quando chegar
no fundo. Porra, por que o deixei voltar aqui para este navio
infernal?
Chego ao último degrau e lentamente olho ao redor do corredor
para ver que não há ninguém por perto. O motor está barulhento
e zumbindo. Com minha arma na mão, caminho mais para dentro
da sala.
E se ele já estiver morto?
Não, a ligação foi há apenas alguns instantes.
Ouço alguém descendo as escadas de onde acabei de sair e
entro em um corredor escuro.
Merda. Quem é aquele?
Fico achatada contra a parede enquanto ouço, e então vejo
Stucco passar. Merda, é verdade mesmo.
É isso.
Meu coração começa a martelar e o vejo enfiar algo no bolso de
trás.
Isso é uma faca? Franzo a testa. Não é grande o suficiente para
ser uma arma. Olho em volta do canto escuro e ele grita: “Mac, você
está aqui?”
Ouço e sei que Stace está aqui fazendo exatamente a mesma
coisa que eu. Achatado contra uma parede em algum lugar ouvindo
o filho da puta. Pergunto-me o quão rápido seu coração está
batendo?
“Mac!” Ele grita novamente.
“Qual é o problema?” Stace finalmente responde quando
aparece na parte dos fundos.
“A junta do rotador sumiu.” Os olhos conhecedores de Stace
fixam-se nos dele.
A tensão entre eles é densa.
“Não, não sumiu. Isso é uma mentira descarada.” Stace
responde calmamente.
“Mas…”
“Não há ‘mas’. Acabei de verificar.” Ele zomba.
Stucco o encara.
“Um passarinho me disse que você planeja me derrubar?”
Stace sorri sarcasticamente. “Boa sorte. Estou esperando, garoto.”
“Vá se foder.” Stucco sibila.
“Estou enjoado e cansado da sua merda. Se você tem algo a
dizer ou fazer.” Ele empurra Stucco no peito como um desafio
silencioso. “Faça agora.”
Ah merda.
Stucco corre para ele e Stace dá um soco forte em seu rosto,
mas Stucco volta e acerta um golpe em sua mandíbula e Stace
cambaleia para trás.
Ah não. O que eu faço? Agarro a arma. O que diabos eu faço?
Stace corre para ele e o joga no chão e então está sobre ele e
eles lutam por um tempo rolando. Rolam repetidamente e Stace
leva a melhor e o acerta com força no rosto repetidamente.
Volto para o meu esconderijo no fundo. Puta merda.
“O que você está fazendo?” Mac grita na cara dele. Eu o chamo
de Mac porque é quem ele é no momento. Não há um traço do meu
lindo Stace aqui.
Ele bate a cabeça dele no concreto. “O que você quer?” Ele
grita novamente.
Stucco luta e tenta socá-lo, mas não tem a mínima chance
contra a força de Mac.
Como se perdesse o controle, ele o bate continuamente até
Stucco apagar.
Fico escondida, perturbada pelo que acabei de testemunhar, e
ainda assim doentiamente orgulhosa.
Ele estava certo. Não precisou de mim.
Observo enquanto Stace o vira, verifica seu bolso e tira uma
seringa cheia de algo. Ele olha com desconfiança.
Ouço alguém descendo as escadas. Ah não. Eu colo contra a
parede na escuridão.
“O que está acontecendo?” Ouço uma voz masculina
perguntar. Olho para ver um dos colegas de Stace da torre de
controle.
“Esse idiota acabou de me atacar e descobri isso com ele.”
Stace segura a seringa e o cara tira dele.
Oh não, não confie nele. Não confie nele. Não dê a seringa a
ele.
“Idiota do caralho.” Ele suspira. “Vamos colocá-lo na prisão e
lidar com ele amanhã.” Responde secamente.
Eles agarram um braço cada um e o pegam e meio carregam e
meio o arrasta escada acima, sem dúvida para a torre de controle.
Inclino contra a parede e solto um suspiro profundo. Essa foi
por pouco.
Uma hora depois, estou deitada no quarto escuro e me
pergunto com quem estou dormindo.
Ele foi frio e calculista esta noite. Sem remorso, sem empatia.
Sem medo.
Ele bateu a cabeça de Stucco no chão até ficar inconsciente,
sei como a história de Stace começou, mas como vai acabar?
Minha mãe me contou que meu pai começou com pequenos
crimes, e veja em que monstro ele se transformou. É assim que ela
se sentia em relação a ele quando se conheceram? Ela sabia que
estava metido em alguma merda, mas não se importou de qualquer
maneira? Estava cega pela porcentagem que era boa e pensou que
ele iria deixar essa vida para trás? Mas então, o que Stace deveria
fazer? Era atacar ou ser atacado e até eu estava preparada para
atirar em Stucco até a morte.
Talvez seja eu.
Talvez eu seja aquela que é fodida.
Eu nem sei mais.
Meus pensamentos são interrompidos por ele voltando para a
cabine. Ele entra no banheiro vai para o chuveiro, sem dizer nada.
Honestamente pensa que estou dormindo?
Dez minutos depois, ele se deita ao meu lado.
“O que aconteceu?” Pergunto.
“Nada” Ele responde calmamente.
Franzo a testa na escuridão. “Stucco estava lá?”
“Não.”
Por que está mentindo?
Ficamos em silêncio enquanto minha mente começa a girar.
“Você está bem?” Pergunto.
Ele se vira e me pega nos braços. “Estou agora que estou perto
de você.” Beija meu ombro suavemente.
Uma mentira e uma verdade na mesma frase. Meu prazer e
minha dor.
“Lembra daquela vez no México quando o controle de fronteira
teve que ser subornado?” Um homem diz e todos riem alto.
Estamos jantando e os homens estão todos trocando histórias
sobre Vikinos. Ele chega amanhã e o navio está a todo o vapor para
se preparar. Aparentemente, esta é a primeira vez que ele está no
navio em mais de oito meses e está voando para verificar as
operações. Pelo que posso dizer, Stace é o único que o conhece
particularmente. Os outros homens simplesmente não sabem o
quão particularmente.
Eu mesma tenho perguntas.
Quando disse que foi trabalhar para ele, foi como um de seus
assassinos ou eu apenas assisti a muitos filmes?
A maneira como mentiu para mim sobre lutar com Stucco na
outra noite apenas plantou a semente da dúvida em minha mente.
Ele estava me dizendo à verdade sobre seu passado ou o que
gostaria que fosse verdade? Ele realmente foi pego de surpresa
nesta vida ou é um criminoso de longa data, como pensei a
princípio?
Não sei o que está acontecendo com ele esta semana, mas está
ficando cada vez mais agitado com a chegada iminente de Vikinos.
Deve ter me dito mil vezes que não posso sair da cabine enquanto
Vikinos estiver no navio. Ele até me sentou esta tarde e disse que
se ele deixar o navio de repente, devo ficar com Ângela e os meninos
até chegarmos à doca e eles me manterão a salvo.
Ele está pensando que vai embora com Vikinos?
Estou confusa, mas não me incomodo em fazer perguntas
porque elas se encontrarão com mentiras. Foi apenas uma mentira
inocente, continuo dizendo a mim, e ele provavelmente estava
tentando me impedir de me preocupar com ele.
Mas uma mentira inocente é uma mentira grave para mim.
Todas doem do mesmo jeito.
Sou trazida de volta ao momento com a conversa acontecendo
ao meu redor.
“Ah, e ele odeia policiais.” Acrescenta um cara.
“Sim.” Alguém diz. “Lembra daquele armazém que ele tinha?”
“A Fritadeira de Porco, como eles chamam.” Diz outro.
Os homens explodem em gargalhadas e Stace abaixa a cabeça
e aperta a mandíbula com raiva.
Franzo a testa enquanto o observo. Ele está visivelmente
abalado com esta conversa.
Por quê?
“Por que eles o chamam de Fritadeira de Porco?” Pergunto.
Quero saber por que isso o está afetando tanto.
“Ele amarra policiais e os tortura até a morte. Eletrocuta os
filhos da puta. Cozinha a porra da carne de porco.”
Todos os homens começam a rir e Stace bebe sua cerveja e
olha para o chão com um olhar assassino no rosto.
O chão balança embaixo de mim enquanto junto todas as
peças do quebra-cabeça.
Oh meu Deus.
O irmão de Stace. Vikinos matou o irmão de Stace.
Ele está aqui para se vingar.
Meus olhos procuram os dele, e ele sabe que sei. Ele desvia o
olhar com raiva.
Levanto. “Estou cansada. Vou embora. Vejo todos vocês
depois.” Olho para Stace. “Você vem?”
Ele balança a cabeça e sem uma palavra me segue.
Caminhamos para o quarto em silêncio e ele abre a porta.
Entramos e a fecha lentamente atrás de nós.
“Você está aqui para se vingar?”
Ele acena com a cabeça uma vez.
“Você vai tentar matá-lo?” Sussurro com raiva.
“Sim.”
Balanço a cabeça. “Stace, não. Ele vai te matar. Ele tem
guardas.”
“Não me importo.”
“O que?” Grito. “O que quer dizer com não se importa?”
“Não me importo se eu morrer. É por isso que tirei você do
navio. Não quero você aqui para ver isso.”
Faço uma carranca. “Stace, não.”
Ele se eleva solenemente, como se resignado ao seu destino.
“Esperei nesta porra de navio por seis meses para ter minha
chance e vou aproveitar. Não consigo pegá-lo em terra firme, mas
aqui...” Sua voz some.
Balanço a cabeça nervosamente. “Vamos embora. Podemos
recomeçar em um lugar novo.” Agarro seus dois braços enquanto
tento colocar bom senso nele. “Podemos fugir e...” Finjo um sorriso
e paro enquanto tento adoçar o negócio. “E sua mãe pode vir
conosco.”
“Não.” Ele diz categoricamente. “Ele morreu por minha causa,
meu irmão morreu enquanto tentava me tirar deste navio. Ele
estupidamente pensou que poderia derrubá-lo. Mas sei que a única
maneira dele ser derrubado é pela morte. Tomei minha decisão. Ele
vai pagar. Olho por olho.”
Meus olhos lacrimejam. “E quanto a mim?” Sussurro.
Seus olhos seguram os meus e ele levanta a mão e gentilmente
segura meu rosto. “Estou grato por ter conhecido a minha garota
antes de morrer.” Sussurra.
Minhas lágrimas quebram a represa e rolam por meu rosto.
“Stace, não.” Balanço a cabeça. “Por favor, por mim...não faça
isso.”
Ele me envolve em um abraço.
“Não me faça perder você também.” Soluço em seu ombro.
Ele me segura por um longo tempo e, eventualmente,
responde: “Baby, não sou seu. Ele é meu dono. Não tenho nada a
perder.”
Sento à luz do amanhecer sozinha na mesa da cabine. Stace
começou a trabalhar às 5h desta manhã em preparação para a
chegada de Vikinos às 10h.
Estou examinando minha alma, orando para minha mãe salvá-
lo. Ele me proibiu de sair da cabine hoje e já me trouxe comida
suficiente para uma semana.
Como se eu conseguisse comer qualquer coisa. Estou enjoada.
Não consigo imaginar o que tem sido para ele viver neste barco
sabendo que seu dono assassinou seu irmão quando ele estava
tentando salvá-lo.
A culpa que deve sentir.

Ele pega a faca e corta seu pescoço e ela solta um grito confuso.
Meus olhos se arregalam de horror. “Não.” Choro. “Pare, pare.
Deixe-a ir!” Grito enquanto as lágrimas escorrem pelo meu rosto.
Balanço a cabeça de um lado para o outro freneticamente enquanto
tento me libertar das cordas que me prendem à cadeira. A cadeira
balança enquanto tento desesperadamente escapar.
“Seu animal. Deixe-a ir!” Grito. Balanço a cabeça com mais
força. “Não, não, não, não, mãe. Mãe, olhe para mim. Olhe para
mim.” Choro. “Mãe, aguente. Apenas aguente firme.”
Seu olhar fica vago e franzo o rosto de dor. A sala começa a girar
enquanto meus olhos caem para o rio de sangue que desce por seu
corpo e para o chão.
“Mamãe. Mamãe!” Choro. “Solte ela, porra!” Grito. “Mate-me.
Mate-me.” Choro. “Não, você não pode fazer isso! Por favor, não faça
isso.” Soluço.
“Isso é o que acontece quando você me desobedece, minha
Roshina.”
Sua voz profunda rosna.
Ela estremece ao tentar dizer algo.
“Eu te amo, mamãe.” Choro.
Um traço de sorriso cruza seu rosto e então sua cabeça cai
enquanto o resto de sua vida goteja.
Volto para o diabo. Meu pai. “Odeio você. Eu odeio tanto você.
Vou matar você!” Grito enquanto fico louca e tento me libertar da
cadeira.
Sua mão dura me atinge no rosto.

Passo a língua em meu lábio inferior como se ainda pudesse


sentir o gosto do sangue de seus golpes. Meus olhos se enchem de
lágrimas com a memória horrível e, seis anos depois, ainda posso
sentir a vida de minha linda mãe se esvaindo de seu corpo.
Sei o que Stace sente. Melhor do que ninguém, entendo.
Fico olhando para a parede por horas até que finalmente sei o
que tenho que fazer.
Preciso fazer isso por ele hoje.
Preciso matar Vikinos.

O sol dança na água, e o reflexo da grade de metal é


assustador. Fico de pé contra a parede na outra extremidade da
passarela.
As mulheres estão escondidas, os homens estão todos em seus
postos, e Stace e outros dois homens estão no convés, sinalizando
para o helicóptero.
Posso ouvi-lo pairando sobre o navio e fecho os olhos enquanto
me preparo para o que estou prestes a fazer.
Todo o inferno está prestes a explodir.
Lentamente fecho os olhos, e quando os abro, estou no
assassinato de minha mãe.
Matar ou morrer.

O helicóptero chega lentamente e, assim que eles passam por


onde podem me ver, ando para frente e apoio meu rifle no corrimão
para olhar pelo ocular de vidro.
Reorganizo meu dedo no gatilho e espero. Já repassei todos os
cenários possíveis em minha cabeça um milhão de vezes e,
honestamente, acredito que essa é a única maneira de pegá-los
desprevenidos. Se eu esperar, arrisco Stace tentar matá-lo primeiro
e então pode ser tarde demais. Esta é a única maneira de garantir
a segurança de Stace.
Dez anos de prática em um campo de tiro e tudo se resume a
isso.
Se eu errar, estou morta.
Se acertar, também morrerei.
Mas Stace estará vivo e saberá que o amo. Meus olhos ficam
nublados e balanço a cabeça para remover a névoa.
Foco.
Olho pelas lentes e conto três homens no helicóptero. O piloto,
um guarda e depois ele.
Miro e vejo o piloto passar pela porta técnica.
“Saia logo do helicóptero.” Sussurro.
Aperto o gatilho enquanto meu coração martela pesadamente
em meu peito.
“Matar ou morrer.” Respiro.
Stace se aproxima do helicóptero e então abre a porta e estreito
os olhos enquanto me preparo.
Puta...merda.
O guarda sai e aperta a mão de Stace, e sigo sua cabeça com
a arma. Volto para o helicóptero e sigo a próxima cabeça. Vestindo
um terno escuro claramente caro, ele lentamente sai e aperta a
mão de Stace.
Estreito os olhos. “Só um pouco para a esquerda.” Sussurro
enquanto minha mão treme nervosamente. Ele se move um pouco.
“Isso aí.” Ele se move para a esquerda e miro e puxo o gatilho. Erro
e a confusão se instala. Todos os homens começam a correr.
Droga.
Miro novamente e, com o meu coração batendo acelerado,
puxo o gatilho e, desta vez, o homem de terno cai no convés.
Miro no guarda e atiro na coxa dele. Ele também desmorona.
Consegui.
Com a adrenalina bombeando forte, desço correndo as escadas
de metal.
Os alarmes começam a soar e sei que todos estão assistindo.
Com minha arma em mãos, corro pelo convés em direção a eles.
Stace me olha horrorizado.
“Rosh!” Ele grita. “Não!”
O piloto pega uma arma e levanto meu rifle e atiro na perna
dele.
“Entre no helicóptero!” Grito.
“O que?” Stace grita.
“Entre na porra do helicóptero!” Grito sobre as sirenes.
“Que porra você está fazendo?” Ele brada.
“Salvando sua vida.” Aponto para o helicóptero com minha
arma. “Entre.”
Olho para baixo e franzo a testa. Que diabos? Chuto o homem
de terno para que eu possa ver seu rosto e dou um passo para trás
quando o horror surge.
Oh meu Deus!
Oh meu Deus do caralho!
Com pânico renovado, aponto a arma para Stace. “Não me faça
matar você também, idiota. Entre!”
“Não!” Ele grita. “Que porra você está fazendo?”
As sirenes estão gritando sobre nós e sei que tenho minutos
antes que o reforço chegue.
Atiro no chão a apenas alguns centímetros dos pés de Stace.
“Juro por Deus, entre agora.”
Ele balança a cabeça e sobe no helicóptero, e subo atrás dele.
“Leve-nos para cima.”
Ele franze a testa. “O que?” Ele grita.
“Vá logo. Estamos a cerca de um minuto de sermos mortos.”
Ele coça a cabeça em pânico e liga o helicóptero, bato a porta
atrás de mim. Decolamos trêmulos assim que dois membros da
tripulação aparecem no convés com armas.
Subimos cada vez mais alto e mais alto, e ouço balas passando
zunindo por nós.
Ele decola e voamos para o ar limpo e coloco a cabeça em
minhas mãos e franzo o rosto em pânico.
“Que porra você está fazendo?” Ele grita sobre o motor.
Ofego. “Estou salvando sua vida, idiota.” Corro minhas mãos
pelos cabelos. “De nada, a propósito.”
Ele balança a cabeça e passa a mão pelo rosto.
“Não foi o Vikinos que você matou.” Ele grita.
“Eu sei!” Grito em frustração. Ai meu Deus, como pude ser tão
burra?
Ele franze a testa enquanto seus olhos passam rapidamente
para mim. “Como você sabe? Quem é você?”
Eu o olho bem nos seus olhos.
“Meu nome é Roshina Vikinos. Sou a filha dele.”
Capítulo 15

MEUS OLHOS se arregalam antes de piscarem para ela, e


então de volta para o céu, então de volta para ela, e então de
volta para o céu, de novo e de novo.
“Você é quem?” Grito sobre o motor.
“Você me ouviu.” Ela grita.
Balanço a cabeça em descrença. “A...a...a filha dele?”
Gaguejo. “Você é filha de Vikinos?”
Ela concorda.
“Não consigo acreditar.” Digo enquanto voamos mais alto
e mais alto.
“V-você acha que eu consigo?” Ela gagueja.
A realização se instala e coloco a cabeça em minhas
mãos. O helicóptero mergulha um pouco.
“Stace?” Ela grita.
Pego a alavanca de controle e levanto o helicóptero de
volta.
Meus olhos se voltam para ela com raiva. “Então você
armou para nós. Essa coisa toda foi planejada para chegar
até ele.”
“O que?” Ela grita. “Você me sequestrou, seu idiota! Como
eu poderia ter armado isso?”
“Você realmente espera que eu acredite que isso foi uma
coincidência.” Balanço a cabeça. “Não sou tão burro.”
Zombo.
“Aparentemente, você é.” Ela dispara de volta.
Eu a encaro, e então viramos para olhar para o céu à
nossa frente. O motor é barulhento e abafa todos os outros
ruídos.
Ela se vira e olha por cima do nosso ombro para o navio
desaparecendo à distância. Eles estarão pedindo reforços
agora.
“O que levaria você a atirar em três pessoas na frente de
todos?” Pergunto.
Ela encolhe os ombros. “Pensei que era ele. Pensei que iria
simplesmente derrubá-lo antes que houvesse tempo para que
tudo desse errado. Não vou dar a ele a chance de matar você.”
“Não era ele.” Digo.
“Eu sei!” Ela grita em frustração. “Era meu tio.”
Meu rosto estremece de horror enquanto meus olhos
piscam para ela novamente. “Você atirou no irmão dele?”
“Como ele torturou o seu. Pare de agir totalmente
inocente. Era matar ou morrer e aquele cara em que atirei é
tão ruim quanto meu pai. Não tenho remorso. Nenhum!”
Bom ponto.
Fico em silêncio e viro para olhar por cima do ombro de
onde viemos.
O som das lâminas do helicóptero ressoa alto na cabine.
“Você disse que iria matá-lo. Você disse que pensou que ia
morrer. Eu não podia deixar isso acontecer!” Ela grita sob o
motor.
“Pelo menos você estaria segura!” Digo com raiva.
“Quem você está enganando? Nunca estarei segura
enquanto ele estiver vivo.”
Corro a mão pelos cabelos em frustração enquanto meu
cérebro começa a enlouquecer.
“E agora?” Ela pergunta.
Não respondo. Apenas mantenho meus olhos no céu.
“O que vamos fazer, Stace?” Ela grita em pânico.
“Cale a boca e me deixe pensar!” Grito de volta.
Fico olhando para o mar abaixo de nós enquanto voamos
bem alto. Um cenário tão bonito e tranquilo, mas estamos no
meio de um pesadelo. Viro e olho por cima do ombro
novamente, meio que esperando que um helicóptero esteja nos
perseguindo. Sei que eles não têm os recursos, mas meu
treinamento militar me deixa alerta o tempo todo.
“Por que não era ele? Por que ele não estava no maldito
helicóptero?”
Ela passa as mãos pelos cabelos em frustração.
Meus olhos raivosos se voltam para ela. “Algo que você
poderia ter verificado antes de levantar o inferno.”
Ela me encara. “Você é um covarde de merda. Sabia
disso? Deixe-me descer. Eles me viram apontar a arma para
você. Volte correndo e implore por perdão.” Ela balança a
cabeça. “Culpe-me.” Ela parece ter tomado uma decisão
antes de me deixar falar. “Você precisa ficar longe de mim,
de qualquer maneira. Você corre mais perigo comigo por
perto.”
Balanço a cabeça com fúria. Inacreditável.
“Estou falando sério.” Ela grita, seus olhos
continuamente alternando entre o céu na nossa frente e de
volta para mim.
Meu rosto permanece solene e sem emoção.
“Fiz uma promessa para sua mãe.” Ela diz.
Meus olhos vão em sua direção e franzo o rosto. “O que?”
“Disse a sua mãe que cuidaria de você.”
“Isso foi apenas uma linguagem figurativa.” Digo. “Ela
não queria que você literalmente cuidasse de mim.”
“Sim, ela queria. Sei que ela queria.” Faz uma pausa por
um momento. “O que você ia fazer? Qual era o seu plano
brilhante, hein?” Ela grita sobre o som alto das hélices acima
de nós.
Balanço a cabeça. “Quando eu o pegasse sozinho, iria
quebrar seu pescoço ou sufocá-lo ou algo menos dramático do
que sua estratégia de arma letal. Ele confiava em mim, e eu
poderia tê-lo matado quando o pegasse sozinho, mas você
estragou todas as chances de isso acontecer, não é?” Bato o
lado de minha cabeça com raiva. “Tão estúpida.”
Ela revira os olhos. “Oh sim, isso soa muito seguro. Como
se seus guardas fossem deixar isso acontecer. Você já estaria
morto se fosse pelo seu plano.”
“Pelo menos eu pegaria a pessoa certa.” Zombo. Ela finge
um sorriso sarcástico.
Ficamos sentados em silêncio por vinte minutos e
continuamente olho para trás, para o oceano.
Ninguém está nos seguindo, mas sei que é uma falsa
sensação de segurança.
A tempestade está se formando.
“O que vamos fazer?” Ela suspira.
Encolho os ombros e voamos por mais um tempo enquanto
procuro em meu cérebro um plano lógico. Se nos derrubar na
água, teremos mais chance de não sermos encontrados, mas
então tenho que levar Rosh para terra firme em segurança, o
que seria arriscado. Se voar diretamente para o continente,
continuaremos no radar do navio. Sei que eles ainda podem
nos ver agora e sabem exatamente onde estamos. Tenho que
voar até a costa por pelo menos algumas centenas de
quilômetros e depois ir para o interior. Não há outra escolha.
Olho por cima do ombro e finalmente chego a uma decisão.
Acerto o sistema de navegação por satélite e espero pelas
minhas coordenadas. Elas sobem e viro para a direita.
“Vamos pousar e esconder o helicóptero. Há outro
pequeno helicóptero no navio, mas não há outro piloto a
bordo e você atirou no outro. Temos cerca de uma hora, acho,
antes que alguém possa estar no ar para nos procurar.”
Ela me observa atentamente.
“Provavelmente existe um dispositivo de rastreamento
neste aqui.”
Seus olhos se arregalam de horror e ela começa a olhar
ao redor freneticamente.
“Você não vai encontrar, mas eles saberão onde
pousamos.”
“Então pousamos e corremos?” Ela pergunta.
Concordo enquanto permaneço imerso em pensamentos.
“Onde vamos pousar?”
Aperto alguns botões e coloco os fones de ouvido enquanto
viramos ainda mais para a direita. “Colômbia.”

Uma hora depois.


“Prepare-se” A advirto enquanto ela segura as alças de
seu cinto de segurança.
Ela fecha os olhos.
“Devagar...devagar.” Cortejo o helicóptero.
Ela agarra o cinto com força total. Já faz um tempo que
voamos sobre a terra enquanto eu procurava um lugar seguro
para pousar.
Parece um lugar tão bom quanto qualquer outro. É
deserto, ninguém em quilômetros, com um pasto
relativamente plano.
“Woo, garota.” Murmuro para o helicóptero.
O helicóptero paira acima do solo e gentilmente o coloco
no chão. Rosh abaixa a cabeça entre as mãos em alívio.
“Graças a Deus.” Sussurra. “Como diabos você faz isso a
trabalho quando é assustador como o inferno?”
Estendo a mão e desabotoo seu cinto de segurança antes
de tirar o meu.
Esperamos que as lâminas parem. Abro a porta e desço
para ajudá-la a sair.
“Espere um segundo, deixe-me pegar minha mochila.” Ela
se abaixa e pega sua mochila e arma.
“Você trouxe uma mochila?” Franzo a testa.
“Sim.” Ela balança a cabeça. “Você acha que sou burra?”
Ela salta para o chão.
“Sem comentários.” Murmuro secamente enquanto me
afasto.
Ela se apressa para me acompanhar. “Estou com seus
dois passaportes e o meu e nossas carteiras e seu celular.”
Estreito os olhos para ela. Como ela sabe que tenho dois
passaportes? Viro e começo a correr. “Acompanhe-me.” Digo.
“Eu vou.” Ela morde de volta.
Ela é uma vadia corajosa, preciso admitir. Viro e pego a
mochila dela e coloco nas minhas costas. “O que há aqui?”
Pergunto enquanto tiro a grama alta do meu caminho.
“Exatamente o que eu disse a você.” Ela diz. “Ah, e trouxe
um suéter para você.” Ela acrescenta atrás de mim.
Paro e viro para ela. “Você me trouxe um suéter?” Franzo
a testa.
Ela concorda com a cabeça rapidamente. Sorrio.
Ela sorri de volta. “Parece meio ridículo agora, pensando
bem.”
Começo a rir, uma risada profunda e dolorida. Essa porra
de mulher vai ser a minha morte.
“Você não pensou duas vezes antes de atirar em seu tio,
que pensava ser seu pai, mas se lembrou de trazer um suéter
para mim.”
“Pode fazer frio.” Ela choraminga de vergonha.
“Isso vai me servir.” Com um aceno de cabeça, viro e
começo a andar rápido. O terreno é muito acidentado para
correr. Vamos acabar quebrando uma perna. Caminhamos
rapidamente na orla de uma floresta sob a copa das árvores
para nos proteger dos céus.
Caminhamos por mais de uma hora e está calor.
“Estou fedendo.” Ela diz atrás de mim. “Preciso de
desodorante.” Ela golpeia os insetos enquanto caminha.
“Suponho que você não tenha nenhum no bolso?”
Pelo amor de Deus. Continuo andando e a ignoro. Nada de
novo. Eu a tenho ignorado todo o caminho.
Estou tão puto. Todos os meus planos foram arruinados
em três minutos de loucura.
“Você acha que é muito mais longe?” Ela pergunta. Não
respondo.
Continuamos caminhando por mais meia hora. “Você vai
continuar me ignorando?”
“Sim.” Digo.
“Por quê?”
Viro e levanto uma sobrancelha, olho para ela por um
momento antes de retornar à minha caminhada rápida. Ela
só pode estar brincando?
Mais uma hora de caminhada.
“Que longe, a cidade parecia mais perto do que isso.
Estamos indo no caminho certo?” Ela chama.
“Pare de tagarelar e ande mais rápido.” Grito.
Finalmente chegamos a uma casa de fazenda e me abaixo
para fazer uma avaliação de risco da área. Uma grande casa
de pedra e três carros parados. Eu me pergunto se alguém
está em casa. Estou agachado atrás do prédio enquanto olho
ao redor e, de repente, sem hesitar, Rosh vai direto para o
carro estacionado na garagem e entra.
Olho em volta nervosamente. Merda. O que ela está
fazendo agora? Olho para ela e balanço a cabeça com raiva.
Esta garota tem a porra de um desejo de morte...e posso
ser a pessoa que vai matá-la.
Ela puxa a tampa da frente do carro e faz uma ligação
direta. O carro liga na primeira tentativa.
“Entre.” Ela murmura.
Olho ao redor. Isso é ótimo. Quando eles encontrarem o
helicóptero, vão bater nas casas mais próximas. Ela acaba de
dizer a eles onde estamos. Com uma última olhada ao redor,
corro para o carro, entro e ela sai em alta velocidade no
momento em que um homem e uma mulher saem correndo da
casa.
Não consigo mais controlar minha raiva. “Que porra você
está fazendo?” Grito.
“Nesse momento?” Ela olha para mim. “Estou roubando
um carro.”
“Você discute alguma coisa antes de fazer ou está apenas
nisso sozinha?” Grito.
Seus olhos piscam para mim e ela franze a testa. “O que
quer dizer?” O carro vira o cruzamento em alta velocidade e
ela quase perde o controle. O carro dá uma guinada enquanto
ela o endireita.
“Pare a porra do carro!” Grito. “Você sabe dirigir?”
“Sim, sei dirigir.”
“Saia! Vou dirigir. Pare o maldito carro agora.”
Seus olhos piscam entre a estrada e eu.
“Como você sabe como fazer ligação direta em um carro?”
Grito.
“Tive um namorado uma vez que não tinha as chaves do
carro, então ligávamos assim.” Ela encolhe os ombros.
“Nunca imaginei que seria útil.”
Ela para e corro para o lado do motorista enquanto ela
pula para o assento do passageiro. Saio rápido.
Sentamos em silêncio enquanto me concentro. As
estradas são cheias de terra e terrenos acidentados e com
muitas curvas.
Seus cabelos estão voando pelo vento que entra pelas
janelas abertas. “Não me dê um sermão sobre discutir coisas
com você. Sabemos que você não discute nada comigo! Na
verdade, você mente.”
Olho para ela. Acho que nunca fiquei tão puto com uma
mulher na minha vida. Ela é absolutamente irritante.
“Quando menti?” Grito. “Quando?”
“Stucco estava lá na sala de manutenção?” Ela zomba
sarcasticamente. “Não, Stucco não estava lá, nada aconteceu.”
Ela me imita com uma voz falsa e profunda.
Estreito os olhos.
“Eu estava lá, idiota. Vi você lutar com ele.”
“O que você estava fazendo lá?” Grito.
“Esperando para ajudar você com minha arma.” Ela
balança a cabeça com raiva. “Como ajudei hoje.”
“Fazer algo sem um plano não é me ajudar. Isso está me
fodendo, Roshelle!” Grito.
“É Roshina.” Ela diz.
Não posso acreditar nisso. Não posso acreditar.
Continuamos dirigindo por um tempo e, eventualmente,
chegamos a uma placa.

Finalmente.
“Vamos voltar para a Colômbia, largar o carro e pegar um
táxi para Bogotá. Você ainda tem a reserva para mais dez
dias no hotel. Podemos ficar quietos lá até que as coisas se
acalmem. Faça um plano.” Sugiro.
Seu rosto se suaviza e ela sorri seu primeiro sorriso do
dia. Tenho que me impedir de estender a mão e agarrar a
dela. “Ok” Ela murmura enquanto seus olhos assustados
seguram os meus.
Há algo incrivelmente belo em sua bravura...sua bravura
kamikaze incrivelmente estúpida. Ela me atinge em um nível
que não entendo, e mesmo que esteja mais do que furioso com
ela, meu desejo de protegê-la e nutri-la está em alta.
Ela estava preparada para morrer por mim hoje...por sua causa.
Ela é corajosa o suficiente para ser perigosa e vulnerável
o suficiente para morrer.
Meu pior pesadelo.
É o último pensamento que não suporto e sei que preciso
tirá-la do país com segurança como prioridade.
Vikinos não vai pegá-la. Ele não vai colocar um maldito
dedo nela. O dano que já causou a ela é incomensurável. Para
ser honesto, sei por que ela atira primeiro e faz perguntas
depois. Ela foi empurrada para além do ponto de retorno e
não se importa mais com o que aconteça com ela. A
necessidade de vingança a consumiu tanto quanto me
consumiu. Quais são as chances de que ambos temos o mesmo
alvo? Duas pessoas que se encontram aleatoriamente e têm
uma conexão, ambas com sede do mesmo sangue.
Não tenho certeza do que fazer com tudo isso. É uma
sobrecarga de informação. Preciso entender o fato de que ela
é filha dele. O pensamento de ele a matar me assusta mais
do que qualquer outra coisa.
Isto não é bom.
Uma complicação que não preciso.
Conforme planejado, largamos o carro em uma rua
deserta e pegamos um táxi para Bogotá. Duas horas muito
silenciosas depois chegamos ao hotel.

Atravessamos a recepção do hotel e deixo cair à cabeça. Queria


voltar aqui com Stace um dia, mas não nessas circunstâncias.
Como se pudesse ler minha mente frágil, ele agarra minha mão de
forma tranquilizadora. Entramos no elevador e me envolve em seus
braços puxando para ele. Coloco minha cabeça contra seu peito e
fecho os olhos.
Estou em casa.
Não me importo com o que fiz hoje, ele está aqui comigo. Está
vivo.
O resto é apenas semântica.
Subimos para o quarto e caminhamos devagar. Sem dizer uma
palavra, ele entra no banheiro e liga o chuveiro e vou até a janela
e puxo as cortinas transparentes para trás e olho para baixo.
Tenho uma sensação de peso pairando sobre mim, como se
estivesse carregando o peso do mundo em meus ombros. Mais que
exausta, sinto que posso dormir por uma semana.
Estamos vivendo um tempo emprestado.
Ele vem por trás e envolve seus braços em volta de mim. “Você
está bem?” Pergunta. Esta é a primeira vez que me toca desde esta
manhã. Não percebi o quanto seu toque significa para mim.
“Não sei.” Murmuro enquanto olho para a cidade. “Em quem
eu me transformei, Stace?” Sussurro.
Ele beija o lado do meu rosto enquanto seus olhos se juntam
aos meus para olhar para baixo, e depois de um momento ele
responde: “Alguém com quem me importo.”
Viro para ele e o nó na garganta fica muito grande. Meus olhos
se enchem de lágrimas com o calor de seu toque e a suavidade de
suas palavras. “Não queria atirar na pessoa errada hoje.” Sussurro
enquanto meus olhos procuram o perdão dele.
Ele me beija suavemente. “Eu sei, baby.”
Balanço a cabeça enquanto as lágrimas rompem à represa.
“Não posso deixar você morrer nas mãos dele.” Balanço minha
cabeça nervosamente. “Não posso perder você também.”
“Shh” Ele sussurra enquanto afasta os cabelos do meu rosto.
“Vamos tomar um banho.”
Ele me leva para o banheiro e lentamente tira nossas roupas
antes de entrarmos na água fria. Ele me segura em seus braços
com minha cabeça em seu peito enquanto as lágrimas rolam por
meu rosto.
Ele sabe.
Ele sabe que este é o começo do fim.

Acordo no quarto semi-iluminado, sabendo que é início da


noite. Depois do nosso banho de uma hora hoje, deitamos e devo
ter adormecido. A adrenalina me atingiu como um caminhão. Stace
está deitado de lado, de frente para mim, sua mão em meu quadril
nu.
“Oi.” Sorrio timidamente. Por que ele sempre me observa
dormir?
Ele se inclina para frente e beija suavemente meus lábios. “Oi.”
Ele me beija novamente. “Você apagou.”
Sorrio suavemente e levo minha mão até seu rosto. “Você
dormiu?”
Ele balança a cabeça. “Não.”
Eu o observo, sabendo que tem algo em mente.
“O que foi?” Pergunto.
Ele estreita os olhos como se tentasse juntar as palavras em
sua mente, e depois de um momento responde. “Tenho que voltar.”
Franzo a testa. “O que?”
“Nunca terei a chance de matá-lo se não voltar agora.”
O medo imediatamente me enche e me sento violentamente.
“Nunca teremos a chance de ser felizes se você o fizer.”
“Ouça. Acalme-se. Você fica aqui.”
Balanço a cabeça. “Não.”
“Você fica aqui onde é seguro e eu volto e finjo que você me
sequestrou. Ele não tem razão para duvidar de mim. Ainda posso
fazer isso. Sei que posso.”
“Ele não vai acreditar. Você tem dormido com a filha dele. Será
morto imediatamente.”
“Talvez não.”
Fico indignada. “Você pode se ouvir? Talvez ele não te mate?
Por que arriscaria a porra da chance?” Digo.
“Porque preciso matá-lo pelo meu irmão. Pela sua mãe.” Ele
balança a cabeça enquanto tenta articular suas palavras. “Para
que eu possa viver comigo.”
Meus olhos lacrimejam quando a empatia me preenche.
“Stace, não.” Dou um passo em direção a ele e o beijo suavemente
e ele passa as mãos em volta do meu corpo nu. “Fique aqui e lute
por nós. Preciso que você lute por nós.” Sussurro contra seus
lábios.
Sua mão vai para a parte de trás da minha cabeça e me beija
profundamente. É um daqueles beijos de despedida que passei a
odiar tanto.
“Tenho que fazer isso.” Ele murmura em minha boca.
“Por quê?” Grito enquanto me afasto de seus braços com vigor
renovado. “Então você pode dar a última palavra?”
“Não vou passar a vida me escondendo dele.”
“Então nós lutamos.” Grito. “Um dia ele virá atrás de mim e
quando o fizer estaremos prontos. Não entre no covil do dragão em
busca da morte. Não é necessário, Stace. Só fiz isso esta manhã
para afastar você dele. Você é um perigo para si.”
Ele balança a cabeça. “Você fica aqui, então sei que está
segura.”
“Não.”
Ele me encara. “Sim.”
“Vou para a Europa e vou esquecer tudo sobre meu pai.”
Hesito e balanço a cabeça enquanto meus olhos lacrimejam. “Vou
recomeçar e vou esquecer que conheci você.”
Seus olhos seguram os meus.
“Quero que um homem se apaixone por mim, alguém que
queira estar em uma família feliz e não estar inclinado a se vingar
de males que não pode mudar.”
“Tenho que fazer isso.”
“Você não pode trazer Justin de volta, Stace!” Grito em meio às
lágrimas.
Seus olhos perdem o foco e caem no chão.
“Você não pode trazê-lo de volta e ele não gostaria que você
fizesse isso. Gostaria que você seguisse em frente.” Sussurro com
o nó na garganta. “Começasse de novo.”
Ele permanece em silêncio enquanto processa minhas
palavras e, eventualmente, após uma longa pausa, ele responde:
“Não posso.”
Viro as costas para ele e cruzo os braços.
Ele calça os sapatos. “Fique aqui.”
Não respondo a ele.
Momentos depois, ouço a porta se fechar e me viro.
Ele se foi.

São 2 da manhã e estou entorpecida.


Stace se foi. Ele já está morto. Estou de luto agora.
Estou deitada na cama com meu uísque e Coca em sua
homenagem, assistindo televisão ruim.
Éramos tão bons juntos.
Estou furiosa com ele, furiosa por me sequestrar, furiosa com
sua sedução, furiosa por me deixar cair nessa.
Tudo isso.
Ele teve que voltar.
Que merda. Se ele se importasse comigo, não teria ido.
Teria ficado e lutado porque a luta virá até mim. Sempre é
assim.
Deito e olho para o teto enquanto o som de arrependimento
silencioso paira em torno de mim.
Jiggle, jiggle.
O que é isso? Olho para a porta e vejo o movimento da
maçaneta. Alguém está tentando entrar.
Levanto e caminho até a porta e vejo a maçaneta balançar
novamente na escuridão.
Alguém está tentando entrar.
Capítulo 16

RECUO, imaginando o que devo fazer. O que vou fazer?


Merda. Corro, pego a arma e me arrasto atrás da porta. A
fechadura estala como se uma chave foi usada e, em seguida, uma
figura aparece. Franzo a testa enquanto tento me concentrar.
Conheço essa silhueta.
“Stace?”
“Oi.” Ele suspira.
“Que porra está fazendo? Você me assustou quase até a
morte.” Sussurro com raiva.
Ele se vira para mim na sala pouco iluminada, tira a arma das
minhas mãos e a coloca sobre a mesa.
Eu o observo por um momento enquanto me encara, apesar da
escuridão.
“Não sei como fazer.” Murmura.
“Fazer o que?”
Ele hesita. “Afastar-me de você.”
Sorrio suavemente. “Espero que você nunca aprenda.”
Sussurro.
Então ele está em mim, seus grandes lábios sobre os meus,
suas mãos vagando em meu corpo nu.
“Você estava com saudades de mim?” Ele sussurra.
“Não.” Sorrio contra seus lábios. “Decapitei seu boneco vodu.”
“Espertinha” Ele respira contra meus lábios com um
sorriso. Pega-me e joga na cama. Pulo enquanto um arrepio de
excitação me percorre. Ele está com aquele humor, o humor louco
de foder a noite toda.
“Onde você esteve?” Pergunto.
Ele tira a camisa sobre os ombros. “No bar, tentando me
obrigar a ir embora.”
Sorrio e mordo meu lábio inferior enquanto vejo sua calça
deslizar por suas pernas. Ele está semiduro e meus olhos
permanecem em sua virilha.
Oh, ele é tão...
Ele caminha para o lado da cama enquanto me observa de
cima. “Pernas abertas.” Ele se encaixa.
Deito de costas e abro minhas pernas, e ele sorri sombriamente
enquanto seus olhos permanecem no meu sexo.
“Ai está ela.” Ele sussurra maravilhado. Abre-me com os dedos
para que possa ver tudo, e fecho meus olhos. Não importa quantas
vezes me olhe assim, sempre parece muito íntimo, muito próximo
para o que deveríamos ser.
Ele se curva e lambe minha carne e vejo seu pau endurecer
instantaneamente. Seus olhos encontram os meus enquanto ele
morde meu clitóris, me forçando a quase pular da cama.
Meu Deus, ele é bom nisso.
“Você tem um gosto tão bom.” Ele sussurra antes de seus
lábios abaixarem para me chupar. Seus olhos se fecham de prazer
e meus joelhos começam a levantar da cama sozinhos. Oh
Deus. Meu corpo começa a tremer e ele agarra minhas coxas com
as duas mãos, empurrando-as de volta para o colchão.
“Abra.” Ele rosna. “Quero tudo isso. Dê-me isso.”
Ele me morde novamente e minhas costas se arqueiam para
fora da cama. Ele começa a realmente a me comer, barba do rosto,
prazer e dor, e tudo que posso fazer é segurar sua nuca e
choramingar. Ele pega seus dedos e desliza três para dentro.
Recuo.
“Ai, pega leve.” Sussurro.
“Não.” Ele responde quando começa a me bombear com mais
força.
Seus dedos bombeiam para dentro e a cama começa a bater
na parede com força.
Puta merda...porra. Minhas entranhas começam a se
liquefazer.
Ele me observa enquanto beija suavemente a parte interna da
minha coxa, mas seus dedos continuam a entrar agressivamente
em meu sexo. O som do meu corpo molhado canta alto no ar.
Dentro, fora girando e girando, e estou ficando louca de prazer.
Ele me lambe novamente e começo a tremer quando puxa
todos os dedos imediatamente.
“Vire-se. Quero você de joelhos.” Ele comanda.
Franzo a testa. “Hã? Para que?”
Eu me arrasto e ele afasta meus joelhos.
“Incline-se sobre os cotovelos.”
Caio em meus cotovelos e ele beija cada uma das minhas
nádegas com ternura enquanto sua mão trilha suavemente e cobre
meus seios.
“Tão fodidamente linda.” Sussurra, quase para si. Ele passa
sua barba suavemente sobre meu traseiro.
Meus olhos se fecham.
Caramba, nunca deixaria ninguém fazer algo assim comigo
antes. No que ele me transformou?
Uma maníaca por sexo, isso sim.
Ele gentilmente afasta minhas bochechas e então sinto sua
língua quente queimar meu traseiro.
Ah…
Fecho meus olhos com força enquanto minha boca fica
aberta. Este não é o meu estilo, mas que inferno, se não é a coisa
mais quente que já experimentei.
Por quinze minutos, sua língua bate em mim, me persuadindo
e me tentando a fazer coisas que nunca havia pensado
antes. Sinto-me erguendo em direção ao seu rosto para uma
conexão mais profunda.
Mal consigo respirar; estou tão excitada.
Ele se afasta e o sinto lubrificar meu traseiro com
saliva. Expiro para tentar me acalmar.
Merda. Oh meu Deus. Oh meu Deus. Isso está acontecendo?
Ele desaparece por um segundo e ouço o rasgo de um pacote
de preservativos. Ele se arruma na minha abertura.
“Você não vai pedir permissão?” Pergunto, brincando, mas
meio sério.
Ele afunda lentamente dois dedos em meu sexo. “Você
pertence a mim agora. Não preciso perguntar antes de pegar o que
é meu.” Ele empurra para frente e me empurra com força contra
o colchão.
“Ahh.” Oh merda, isso dói. Puta...merda...ahhh!
“Relaxe.” Ele diz. Seus dedos começam a bombear lentamente
meu sexo e minha boca se abre com uma profunda excitação. Oh
Deus, esta é uma nova sensação. Nunca fiz isso antes.
Ofego para tentar lidar com sua reclamação.
“Deixe-me foder você do jeito que quero foder.”
Ele desliza lentamente para fora e dirige de volta para dentro
em uma bomba profunda.
Gememos.
Oh meu Deus. Este é o Bad Boy Heaven em toda a sua glória.
Ele desliza para dentro e para fora, novamente e novamente.
Depois de alguns minutos desconfortáveis, meu corpo
finalmente relaxa e a sensação se transforma em prazer. Como se
sentisse o momento exato em que comecei a gostar, ele me deu um
tapa. “É isso aí, baby, me leve para casa.”
Ele levanta meu quadril e começa a fazer o que quer, bombeia
forte com os dedos apenas no ritmo certo em meu sexo.
Nunca senti algo tão perverso, tão proibido e tão bom pra
caralho em toda a minha vida.
Ele aperta meu clitóris entre os dedos e quase vou para o
telhado.
“Oh, sim.” Ele sussurra em um rosnado gutural
profundo. “Você parece tão fodidamente bem. Essa bunda. Essa
linda bunda de merda.”
Nossos corpos batem juntos e estou perto...Oh Deus. Este
orgasmo vai ser tão forte que vai doer.
Ele me dá um tapa forte no traseiro de novo e é a força do tapa
e a profundidade de seu pau que me envia em uma espiral até a
borda. Caio para frente enquanto meu corpo convulsiona, e grito
com o rosto para baixo no meu travesseiro.
Ele pega o ritmo e me bombeia forte e rápido e minhas pernas
se transformam em gelatina.
Não posso...eu não aguento mais.
Duro e profundo. Duro e profundo...tão duro e profundo.
Ele agarra meu osso do quadril e bate brutalmente para ficar
enterrado bem no fundo. Sinto o puxão profundo de seu
pau. “Oh...Rosh.” Ele fala.
Ele desliza lentamente para dentro e depois para fora, e fico
parada com o rosto enterrado no travesseiro.
Puta merda. O que é que foi isso?
Ele finalmente me puxa de volta e me senta em seu colo e beija
por cima do ombro. Seu beijo é terno e carinhoso.
Caio de costas em seu peito com a cabeça em seu ombro
enquanto olho para o teto, ofegante, sem fôlego e completamente
oprimida. Meu coração está batendo tão rápido. Ele ainda está
dentro de mim e seus lábios estão adorando cada centímetro do
meu rosto.
Suas palavras voltam para mim sobre eu ser dele.
“Quando me tornei sua?” Sussurro na escuridão.
Ele me beija suavemente por cima do ombro, seus lábios
reivindicando ternamente os meus. Este é o sexo mais íntimo que
já tive. Sinto-me tão...querida.
Perfeição sexual.
Ele desliza para fora e me deita de costas, tira a camisinha e
rasteja sobre mim novamente. Minhas pernas envolvem sua
cintura e meus braços em volta de seus ombros largos. Seu cabelo
cai desordenadamente sobre a testa enquanto olha para mim.
“Quando você voltou para me buscar no navio.” Ele murmura.
Sorrio e ele me beija suavemente.
“Quando você se tornou meu?” Sussurro para ele.
Ele me beija novamente, sua língua se movendo lentamente
contra a minha. O sentimento por trás disso quase me leva às
lágrimas. “Quando não pude deixar você está noite.”
Nossos olhos estão travados e, incapaz de evitar, digo as
palavras que sei que não deveria.
“Você sabe que estou apaixonado por você, certo?” Sussurro.
Ele sorri sexy. “Eu meio que esperava que você
estivesse.” Seus lábios tomam os meus enquanto desliza seu corpo
liso de volta para o meu sexo.
Sorrio em seus lábios. Esse cara vai ser a minha
morte. “Pernas para cima, baby.” Ele rosna. “Preciso foder minha
garota.”
“Você não acabou de fazer isso?” Ofego.
“Estava apenas aquecendo.”

Existem três regras fundamentais que qualquer mulher que se


preze deve aderir se quiser adquirir alguma influência em seu
relacionamento, e com as mãos, quero dizer, superior.
Regra número um: nunca o deixe foder sua bunda sem pedir.
Regra número dois: nunca diga as palavras eu te amo primeiro
enquanto ainda estiver bêbada em um orgasmo.
Regra número três: nunca se sente na borda da banheira e
observe-o tomar banho com olhos amorosos em forma de coração.
É simplesmente embaraçoso porque, agora, neste minuto, eu
sou a maior fã de One Direction do mundo e a porra do Harry Styles
está no meu chuveiro.
Ele também sabe disso. Seus olhos ocasionalmente piscam
para encontrar os meus enquanto esfrega o sabonete em todo o seu
físico musculoso.
“Entre comigo.” Ele sorri.
“Não, estou feliz em assistir ao show.” Sorrio.
Seu corpo enorme e bronzeado enche o chuveiro, e seus pelos
púbicos escuros e aparados são o ponto focal da obra-prima. Ele
está todo bem cuidado e tudo está onde deveria estar.
Músculos, pau, cabelos, tattoos...aquelas covinhas safadas,
mas bonitas.
Estou totalmente ferrada.
Stace Williams é uma obra de arte. Ele é valioso e adorado por
qualquer mulher que tenha a sorte de experimentar o prazer que
ele lhes conceda.
Sinto-me grata por ter tido a oportunidade de conhecê-lo, de
tocá-lo, de tê-lo tocando em mim, e me pergunto se não
estivéssemos trancados em um quarto juntos, se algum dia
teríamos está conexão. Ele teria mesmo olhado na minha
direção? Pergunto-me que tipo de mulher ele normalmente busca
no mundo real.
Trazendo-me de volta ao presente, ele tenta adoçar o negócio
dando a si algumas longas carícias com sua mão
ensaboada. Minha mente volta para a primeira noite em que
fizemos sexo e o show de masturbação que me deu. Nunca vi nada
parecido antes. É a melhor memória de todos os tempos. Vou
revisitá-las uma vez e outra vez e outra vez.
“Precisamos sair daqui.” Ele fala casualmente enquanto
ensaboa o peito.
“Humm.” Estou preocupada enquanto meus olhos seguem sua
mão.
“Não podemos ir a nenhum aeroporto porque lá estarão à
nossa procura. Estamos seguros em Bogotá por enquanto, mas
não podemos ficar aqui por muito tempo.” Ele pensa por um
momento enquanto se lava. “O problema é que não tenho dinheiro
em minhas contas bancárias em nome verdadeiro, mas se eu
acessar minhas contas do Mac, eles saberão onde estamos.”
Concordo. “Humm.”
“Onde você quer ir?” Ele pergunta.
Encolho os ombros. “Para qualquer lugar.” Meus olhos caem
para o grande músculo entre suas pernas. Deus, ele está
pendurado, mesmo quando mole.
“Você vai se concentrar?” Ele interrompe meus pensamentos.
“Oh, hein?” Meus olhos culpados piscam de volta para seu
rosto. “Estou me concentrando.”
Seus olhos escurecem. “Sim, sei no que estava se
concentrando.”
Sorrio porque não tem como negar. Como posso continuar
normalmente quando tenho um deus genuíno no meu chuveiro?
Estou maravilhada com suas proezas sexuais porque,
bem...ele é simplesmente ridículo.
“Vamos seguir em frente hoje.” Ele continua.
“Sim, provavelmente você está certo. Preciso parar e pegar algo
primeiro.”
“De onde?”
“Um cofre.”
Ele franze a testa. “O que você tem em uma caixa de depósito?”
“Humm.” Hesito. Isso vai acontecer de duas maneiras.
Ele vai perder a cabeça...Ou...não sei.
Estou pensando que ele vai enlouquecer.
Levanto e ando por um momento. “Bem, você sabe quando eu
estava no barco?”
“Navio.” Ele corrige.
Reviro meus olhos. “Sim, tanto faz.” Paro novamente.
“Sim?” Ele se ajeita.
“Não sabia que realmente iria gostar de você.”
Ele me olha impassível e para de se lavar.
Finjo um sorriso. “Entende.”
“Você estava dormindo comigo.” Ele responde
categoricamente.
“Sim, mas você me sequestrou e eu viria para cá sozinha,
lembra?” Seu rosto sem emoção não me diz nada. “O que...eu teria
odiado, a propósito.” Gaguejo. “Vir aqui é muito melhor com você.”
Ele revira os olhos para a minha cobertura ruim. “Continue.”
“Eu abri um contêiner e roubei os diamantes.” Deixo escapar
rápido.
Uma carranca cruza seu rosto.
Franzo o rosto enquanto espero pela explosão.
Ele me encara sem expressão enquanto processa o que acabei
de dizer e então sua boca quase cai aberta.
Oh merda, aí vem. Corro do banheiro para o quarto e ele me
persegue molhado e nu.
“Você...você roubou a porra dos diamantes?” Ele gagueja.
Concordo rapidamente. “Você está molhando o tapete, sabe.”
Murmuro enquanto aponto para o chão como uma distração.
Ele coloca as mãos no quadril nu. “Você está me dizendo que
roubou milhões de dólares em diamantes e saiu do navio de cara
lavada, e agora eles estão em um cofre.” Ele aponta para o
chão. “Aqui? Em Bogotá?”
“Uh-huh” Sussurro.
Um traço de sorriso cruza seu rosto e ele balança a
cabeça. “Bem quando acho que você não pode me chocar mais do
que já fez.” Um sorriso cruza meu rosto, combinando com o
dele. “Então você vai e fica mais sexy e ainda mais chocante para
mim.” Ele corre para mim e dou uma gargalhada. Ele me joga por
cima do ombro e dá um tapa forte na minha bunda.
“Ponha-me no chão.” Grito. “Ponha-me no chão.”
Ele deixa o chuveiro em um frio de rachar e chuto para tentar
fugir.
“Você...” Ele me desliza para baixo em seu corpo forte. “Tem
sido uma garota muito má e precisa ser punida.”
A água está congelando e sorrio enquanto ele me pressiona
contra a parede com seu corpo.
“Quem vai me punir?” Respiro enquanto sorrio para ele.
“Eu vou.”

“Posso comer bacon e ovos, por favor?” Pergunto à garçonete.


“Terei o mesmo.” Stace acrescenta.
“Ah, e dois cafés, por favor.” Sorrio.
“Isso é tudo?” Ela pergunta enquanto rabisca em seu bloco de
notas.
“Sim, obrigada.”
Estamos sentados em um café tomando o café da manhã. Tive
que sair sozinha esta manhã e comprar roupas novas para
Stace. Sua roupa de trabalho de alta visibilidade era como um farol
e não algo que alguém usaria se tentasse se misturar. Comprei
para nós roupas e produtos de higiene pessoal. Também comprei
uma peruca para mim e óculos de sol para nós dois.
Estou usando um vestidinho rosa com alças finas que fica logo
acima dos meus joelhos, enquanto a peruca loira fica abaixo dos
meus ombros. Estou com um boné rosa. Meio que pareço uma
Spice Girl, para ser honesta. Stace é mais difícil de disfarçar. Como
você esconde um gigante feito de puro músculo duro? Suas
tatuagens são facilmente distinguíveis, então eu o coloquei
vestindo uma camisa branca de mangas compridas de algodão e
um boné para cobrir os cabelos.
Ele pega meu óculos escuro da mesa e os coloca, em seguida,
olha em volta. “Este é melhor do que o meu.” Ele murmura.
Franzo a testa, pego seus óculos e os coloco. “Por quê? O que
há de errado com este?” Oh, tudo parece um pouco azul. Olho em
volta ao nosso redor. Os meus são melhores que os dele, ele está
certo.
“Simplesmente gosto mais desse.” Ele me diz.
Estendo minha mão para ele. “Não, você vai esticá-los.”
Ele me olha por cima dos óculos. “A única coisa que vou esticar
são seus orifícios.”
Sorrio e olho para ele enquanto meu cérebro falha. Ele tem
alguma ideia do quão excitada fico com essas insinuações sexuais
que ele apenas coloca casualmente em nossa conversa? Esticar
meus orifícios. Como ele pensa nessa merda? Mas ele está no
caminho certo...fui esticada ao máximo, e mais um pouco. Viro
para ver a garçonete parada ao lado da nossa mesa com os
cafés. Ela não sabe para onde olhar e é óbvio que ouviu o que ele
acabou de dizer.
Sorrio e meus olhos piscam para Stace, que baixa a cabeça de
vergonha.
“Sinto muito, por favor, desculpe meu amigo. Ele é um idiota.”
Finjo um sorriso.
Seus olhos se arregalam e com as mãos trêmulas ela coloca o
café na mesa, em seguida, corre para a cozinha, sem dúvida para
contar aos seus amigos de trabalho sobre o falador quente e sujo
da mesa nove.
“Sou um idiota?” Ele pergunta com uma sobrancelha
arqueada.
“Se o sapato serviu.” Viro a página do jornal na minha frente,
com vergonha de que me faça desmaiar como uma adolescente no
cio, e que ele sabe disso muito bem.
“Oh, se encaixa.” Ele responde sombriamente. Levanto meus
olhos para encontrar os dele.
“O sapato serviu perfeitamente.” Ele faz uma pausa para
causar efeito. “Como uma luva.” Ele arregala os olhos.
Sorrio. “Pervertido.” Murmuro enquanto volto para o meu
jornal e pego meu café.
“Exatamente como você gosta.”
Sorrio enquanto meus olhos sobem para encontrar os dele. Ele
está no caminho certo. Gosto...Muito.
“Preciso de um computador.” Ele me diz, mudando de
assunto. “Preciso fazer algumas pesquisas.”
“Talvez devêssemos apenas comprar um?”
Ele concorda. “Sim, boa ideia. Essa pode ser nossa próxima
parada e então alugamos um carro e vamos para a caixa de
depósito.”
Seguro meu café e ele bate o seu com o meu.
“Formamos uma boa equipe, você e eu.” Sorrio.
Ele sorri em sua xícara de café enquanto seus olhos vão para
meus lábios, e sinto minhas entranhas apertarem. “Em mais de
uma maneira.”

Duas horas depois, estamos na locadora de veículos. Stace


está sentado em uma fileira de assentos na parte de trás do
escritório enquanto conecta o Wi-Fi em nosso novo laptop. Estou
parada ao lado dele enquanto espero ser chamada à mesa. Sua
mão esquerda sobe e desce pela minha perna enquanto fica em
profunda concentração enquanto conecta na Internet. Sua mão
desliza pela minha perna e depois desce, sob o meu vestido e desce
novamente. Estou com meus braços cruzados enquanto fico de pé
e espero minha vez.
“Que tipo de carro devo alugar?” Pergunto.
“Algo discreto.”
“Onde iremos deixar?”
“Não sei ainda. Talvez no Chile.”
Olho em volta nervosamente. “Quando você vai saber?”
“Quando colocar essa porra de Internet funcionando e
descobrir onde temos que ir para vender o...” Ele arregala os
olhos.
“Oh, certo.” Sussurro. Claro.
Sua mão desliza pela minha perna novamente enquanto o
observo por cima do ombro e olho para ver uma mulher de meia-
idade sentada na fileira de assentos nos observando. O que ela está
olhando?
Sua mão desliza pela minha perna novamente e eu abaixo
minha cabeça para esconder meu sorriso.
Oh isso.
Olhe para mim. Eu me acostumei tanto com as mãos dele em
mim o tempo todo que nem percebo mais que faz isso. Qual é a
nossa aparência? Eu em um vestido curto e sacana com uma
peruca loira, e ele sendo ele mesmo comestível, passando as mãos
na minha perna em público enquanto se concentra.
“Rebecca Williams.” A garota na recepção chama. Caminho até
onde ela está sentada.
“Sim, gostaria de alugar um carro, por favor.” Deslizo meu
passaporte.
“Carteira de motorista.”
Deslizo a licença internacional de Stace sobre o balcão e seus
olhos levantam para encontrá-lo na sala. Ela volta para o
computador e digita por um momento. “Que tipo de carro você
gostaria?”
“Hum.” Olho para Stace. “Preciso de algo com janelas muito,
muito escuras.” Paro por um momento. “Como janelas pretas. Ah,
e ar condicionado.”
Ela levanta a sobrancelha. “Estamos nos esgueirando por aí?”
Meus olhos se arregalam e olho para trás para Stace. Oh
merda, o que posso dizer? “Sim, com meu marido...com meu
amante.” Inclino meu queixo em direção a Stace e seus olhos se
dirigem para ele novamente. Ele se senta com as pernas abertas e
os músculos à mostra, o epítome de um alfa.
Ela sorri e arregala os olhos. “Rapaz, não culpo você.” Ela
sussurra.
Sorrio. “Eu sei.” Sussurro de volta.
Ela digita em seu computador. “Divirta-se enquanto pode,
digo.”
“Eu vou.” Sorrio. Se ela soubesse quanto.
Ela lê a tela do computador. “Ok, então temos um SUV, um
sedan...”
“ Humm.” Paro por um momento. “Algo mais?”
Ela aperta mais alguns botões e levanta as
sobrancelhas. “Temos uma Ferrari preta.”
Sorrio. “Uma Ferrari?”
Ela olha para mim e levanta a sobrancelha. “Se você vai sair
por ai, provavelmente deve fazer isso com estilo, certo?”
Mordo meu lábio inferior para esconder meu sorriso estúpido
e ela sorri de volta. Estamos pensando exatamente a mesma
coisa. “Exatamente.” Sussurro enquanto olho para trás para
Stace. “Quanto é por duas semanas?”
Ela arregala os olhos e digita em seu computador e espera a
resposta. “Vinte mil dólares.”
Penso por um momento. Se vou sair, devo fazer isso com
estilo. Isso é loucura, mas, porra, minha vida também é.
“Vou levar.”

Quinze minutos depois, Stace está sentado no estacionamento


esperando que eu vá buscá-lo enquanto trabalha em nosso
computador, e estou lá fora recebendo instruções do pessoal de
manutenção para nossa Ferrari. Sou como uma criança no Natal e
meu coração está disparado. Depois de muitas instruções,
finalmente consigo as chaves. Subo no veículo rebaixado e dirijo
até a frente para ver Stace sentado em uma cadeira ao ar
livre. Dirijo lentamente e acelero o motor. Quando ele olha para
cima, seus olhos se arregalam.
Abaixo a janela. “Indo à minha maneira?” Sorrio com uma
piscadela exagerada.
Ele se levanta e coloca as mãos no quadril e balança a cabeça.
Sorrio porque sabia que essa seria a reação dele.
Ele caminha até o lado do motorista e se abaixa.
“Este é o carro discreto que você alugou?”
Acelero o motor novamente. “Sim.”
“Você é louca pra caralho. Sabe disso, não é?”
Acelero o motor novamente. “Sim.”
Ele sorri enquanto olha para o carro.
“Se vamos sair, vamos sair com estilo.” Sorrio descaradamente.
Ele se inclina para a janela. “Tenho que punir você a cada
hora?”
“Sim.” Buzino para irritá-lo ainda mais. Ele caminha
lentamente ao redor do carro e abre a porta do motorista.
“Eu vou dirigir.” Ele diz enquanto abre o zíper de seu
jeans. “Enquanto você desce com estilo.”
Capítulo 17

“Gostaria de acessar meu cofre, por favor?” Digo a


recepcionista irritada pela tela de segurança de vidro. Meus nervos
estão à flor da pele e estou em pânico porque ela pode chamar a
polícia ou algo assim. Não parece real que me safei disso até agora.
Seus olhos redondos piscam para Stace e ela o olha com
desconfiança.
Ele levanta uma sobrancelha em um desafio silencioso e eu
sutilmente fico em seu pé. Qual é o problema entre esses dois? Ela
parece odiá-lo e ele aparentemente a odeia mais pelos olhares que
estão trocando.
“Identificação, por favor.” Ela exige categoricamente.
Deslizo minha licença sobre o balcão junto com meus dois
cartões de banco. Ela os estuda por um momento. “Preciso fazer
uma fotocópia e a que está aqui está antiga. Estarei de volta em
um minuto. Só preciso ir ao outro escritório.”
“Sim, claro.” Sorrio com gratidão.
Ela desaparece de vista.
“Qual é o problema dela?” Stace sussurra.
“Você é o problema dela. Por que está olhando para ela?”
“Porque ela é uma vadia do caralho.”
Reviro meus olhos. “Você vai calar a boca.” Sussurro.
Ela reaparece e toca uma campainha. Um homem sai e aponta
para a porta. Nós o seguimos por um longo corredor até chegarmos
ao final, onde se abre para uma grande sala quadrada onde às
paredes são cobertas por armários. “Embaixo à esquerda no
canto.” Ele murmura enquanto nos aponta na direção certa.
“Obrigada.” Sorrio. “Nunca teria me lembrado de onde isso
estava.”
Ele balança a cabeça e desaparece de onde veio. Sorrio
amplamente e pego minha chave para abrir lentamente o
cofre. Stace está atrás de mim e coloca a mão em meu quadril
enquanto me observa por cima do ombro. “Cuidado com as
câmeras.” Ele sussurra em meu ouvido.
“Eu sei.” Sussurro de volta. Abro a porta e vejo a meia
envolvendo nosso tesouro.
Eu me afasto para deixar Stace olhar. “Minha meia?” Ele
levanta a sobrancelha em questão. “Uma meia é o que você
escolheu para colocá-los?”
“Era tudo que eu tinha, porra.” Falo calmamente. “Mendigos
não podem escolher.” Chego e tento desamarrar a meia enquanto
ela ainda está no armário. Não quero que as câmeras vejam o que
estamos fazendo. Está escuro e meus braços estão confinados.
“Quantos?” Sussurro.
Ele pensa por um minuto. “Os cinco menores. Por quanto
tempo você disse que podemos manter isso aqui?”
“Dois anos.”
“Você conseguiria cinco?” Ele pergunta.
Penso por um minuto. “Sim talvez. Não quero levá-los todos de
uma vez para o caso de sermos apanhados.”
“Porra, não diga isso.”
Esforço-me para desamarrar a meia na escuridão do armário.
“O que você está fazendo?” Ele sussurra.
“Tentando desamarrar a maldita coisa.”
Ele balança a cabeça. “Deixe-me fazer isso.” Ele assume. “Não
posso acreditar que você mentiu para mim e pegou isso.” Ele
sussurra enquanto se concentra no desafio de desamarrar a meia.
Franzo meu rosto. “Oh, porque você nunca mentiu para
mim...Sr. Mac.” Sorrio sarcasticamente.
Ele revira os olhos. “Se sou o Sr. Mac, então você é a Sra. Mac.”
“Verdade.” ele sussurra.
“Você é o Mac Daddy de todos os Macs.”
Sorrio. Ele me pegou. Eu disse algumas merdas em minha
vida.
Ele finalmente desamarra a meia e mexe ao redor antes de tirá-
los da meia e colocá-los no fundo do armário.
“Puta merda.” Ele sussurra com espanto.
Sorrio com orgulho. “Eu fiz bem?” Sei que sim, mas só quero
ouvi-lo dizer isso em voz alta.
Ele me beija rapidamente nos lábios. “Você foi muito bem,
baby.”
Ele aponta para os cinco menores e concordo enquanto ele os
pega. Coloco minha bolsa no armário e ele os coloca no
compartimento.
Sorrio amplamente e sua mão cai para o meu quadril antes de
me beijar novamente, seus lábios demorando sobre os
meus. “Devíamos comemorar esta noite.”
“O que você quer fazer?” Sorrio.
Ele encolhe os ombros. “Encontre um bar onde toquem aquela
música hippie que você tanto ama.”
Sorrio bobamente para ele enquanto a esperança floresce em
meu peito. Outro encontro. É a primeira vez que me lembro de ser
verdadeiramente feliz. Ele conhece minha história, minha história
fodida, mas mesmo assim gosta de mim. Ninguém nunca soube da
verdade sobre minha vida em fuga e a vergonha que sinto por ter
um pai tão mal e fodido. Stace e eu rimos, nos divertimos e nunca
tive essa sensação de pertencimento antes. Parecia acontecer com
todos ao meu redor, mas sempre pensei que estava fora do meu
alcance. Quero falar com ele, quero provocá-lo e, Deus, quero foder
com ele, estúpido.
Mas principalmente, só quero chamá-lo de meu.
Ele coloca os diamantes de volta na meia, volta a amarrá-los e
tranca o armário. Gentilmente nos beijamos novamente e
caminhamos de volta para a recepção de mãos dadas. Paro e meus
olhos piscam para a recepcionista irritada. “Só um segundo.” Eu o
arrasto até a mesa. “Com licença.” falo.
Ela olha para cima como se eu a estivesse irritando. Essa
garota é tão preguiçosa.
Faça seu trabalho, estúpido.
“Sim.” Ela responde categoricamente.
“Gostaria de adicionar meu marido ao cofre, por favor.” Meus
olhos piscam entre Stace e ela. Stace franze a testa e balança a
cabeça sutilmente.
“Você quer que ele tenha acesso total ou apenas seja um
signatário duplo?”
“Acesso total, por favor.” Declaro.
Ela levanta as sobrancelhas como se estivesse surpresa e
então se levanta. “Você terá que assinar alguns documentos de
liberação concedendo permissão. Vou buscá-los.” Ela aponta para
o outro escritório e faz uma pausa por um
momento. “Normalmente temos outra menina, mas ela está de
folga do trabalho hoje. Ah, e vou precisar de sua licença e
identificação novamente, por favor.”
“OK.” Concordo enquanto pego minha bolsa.
“Não preciso de acesso.” Stace sussurra enquanto pega minha
mão.
“Sim, você precisa.” Faço uma pausa enquanto tento pensar
no texto certo. “Sabemos que meus dias estão contados.”
Seu rosto aperta. “Eles não estão. Não diga isso.”
Alcanço e seguro seu rosto. “Ele vai me pegar. Um dia ele vai
me pegar. Já sei meu destino. Então, nesse caso, quero que você
fique com os diamantes.”
“Não vou deixar isso acontecer.”
Sorrio quando uma sensação de naufrágio de pavor enche a
boca do meu estômago. Tentei o meu melhor para não deixar a
semana passada me preocupar, mas a sensação de horror
antecipado que me espera é avassaladora. “Estarei pronta para ele
quando vier.” Faço uma pausa. “Vou dar o meu melhor.” Encolho
os ombros. “Nunca se sabe. Coisas estranhas acontecem, certo?”
Stace me observa enquanto uma carranca cruza seu rosto. “Há
quanto tempo você vive assim?”
“Como?”
“Com medo?”
Engulo o nó na garganta enquanto contemplo sua
pergunta. “Acho que é isso, não estou mais com medo. O navio me
mudou. Você me mudou.” Hesito enquanto tento articular meus
pensamentos. “Só quero viver minha vida como se todo dia fosse o
último porque poderia ser.” Dou de ombros e de repente sou
tomada pela emoção, as lágrimas brotando em meus olhos. “Não
quero mais ter medo.”
Os olhos de Stace seguram os meus e ele se inclina para beijar
suavemente meus lábios.
“Eu cuido de você, baby.”
Deslizo meus dedos por sua barba por fazer e sorrio em seus
lábios quentes. “Sei que você faz e é por isso que me sinto
corajosa.”
“Aham” A mulher interrompe.
Voltamos para ela com culpa e ela desliza os papéis sobre o
balcão. “Assine aqui.” Ela aponta para uma linha. “E aqui.” Ela
aponta para a próxima página. “Preciso que você preencha seus
dados de e-mail e precisará esvaziar o armário no dia 15 de junho
de 2019 até as 14h.”
Sorrio e observo enquanto Stace assina seus documentos e os
entrega de volta para ela. “Vou dar a vocês dois uma cópia.” Ela
se levanta e sai da sala para fotocopiar os documentos e os olhos
de Stace encontram os meus.
“Você se lembra dessa data, caso volte sozinho.” Sussurro.
Ele me beija. “Não está acontecendo. Ninguém na Terra poderá
me separar de você.”

Sorrio enquanto giro. Stace está me girando enquanto


dançamos sozinhos em nosso quarto de hotel. São 20h e estamos
bebendo coquetéis desde as 14h. Depois de pesquisar durante a
maior parte do dia, descobrimos que o homem com quem
precisamos falar sobre a venda de nossos diamantes é dono de um
bar a dois subúrbios de distância. Ele não os compra, mas conhece
gente que conhece gente. Seu bar, The Snake Pit, não está aberto
hoje à noite, mas ele estará lá amanhã à noite, então atrasamos
nossos planos de mudança por dois dias até que possamos vê-
lo. Estou feliz para ser honesta. Sinto-me segura aqui em nossa
pequena bolha. Decidimos que, depois de vender os diamantes,
iremos para o Chile e pegaremos um avião particular para fora da
América do Sul.
Ele me inclina e segura. “Que tal essa mudança? Você vai me
deixar cair.” Grito enquanto sorrio.
“Esse é o plano.” Ele me afunda mais. Voltamos cada vez mais
longe enquanto ele ri com seu jeito atrevido de menino e, de
repente, tropeça e saímos voando para o chão.
Pousamos com um baque e caímos na gargalhada. Oh, isso é
muito divertido. Estou deitada de costas e ele paira sobre mim
segurando minhas mãos acima de minha cabeça. Seu rosto fica
sério quando olha para mim. “Você não me disse que me amava
hoje.” Ele diz suavemente.
Sorrio. “O que? Não sabia que precisava.”
“Você precisa.”
Levanto minhas sobrancelhas. “Pelo menos eu disse isso uma
vez.”
Ele me beija de brincadeira. “Não está no meu vocabulário.”
Minha boca se abre e rio alto. “Você é uma merda nisso.”
“Não sou.” Ele ataca meu pescoço com sua boca e grito de tanto
rir.
“Pare com isso.” Sorrio enquanto luto para me afastar dele.
“Diga.” Ele exige.
“Não.” Sorrio enquanto tento afastá-lo de mim.
“Diga.”
“Leve-me para dançar.” Sorrio enquanto ele morde meu
pescoço com força.
“Estou levando você para a cama.” Ele rosna na minha pele.
“Você está me dando como garantida.” Grito enquanto tento
tirá-lo de cima de mim.
Sua boca se abre e ele se afasta para olhar meu rosto.
“É isso que você acha?”
“Bem, pareço que vou passar muito tempo embaixo de você.”
Sorrio.
Ele me agarra com força pelas costas e me arrasta para baixo
dele. “Não ouço você reclamando, e para que conste, muitas vezes
estou embaixo de você também.”
“Não estou reclamando. Estou dizendo que quero ir dançar em
um encontro com meu namorado.”
Ele me observa por um momento e finalmente se levanta para
me puxar pela mão. “Vamos então. Veja se podemos ouvir aquela
música hippie novamente.” Estamos prontos há duas horas, mas
continuamos sendo rastreados um pelo outro.
Olho para ele e meu batom rosa quente está em toda a sua
camisa da nossa dança bêbada. “Você precisa trocar de camisa.”
Ele olha para si. “Sim, tudo bem.” Desabotoa a camisa e a
tira. Seu peito largo, beijado pelo sol e abdômen esculpido chamam
minha atenção e tenho que parar imediatamente para olhar para
ele. Ele é, sem dúvida, o homem mais perfeito que já vi. Incapaz de
resistir, me curvo e o beijo nas costelas logo abaixo de seu
peito. Sua mão cai instantaneamente para a parte de trás da
minha cabeça e eu poderia simplesmente continuar descendo em
seu corpo. Pare com isso, concentre-se. Jantar. Ele é tão adorável.
Ele sorri. “Você quer de novo, ninfomaníaca?” Sua mão me
segura e sorrio enquanto tento escapar de suas garras.
Levanto e meus olhos vão para as marcas de batom que deixei
em seu corpo. “Apenas marcando o que é meu.” Sorrio.
Ele olha no espelho e então levanta os braços e se vira para
olhar as marcas dos lábios que deixei.
Ele sorri de forma sensual e me dá uma piscadela.
“O que foi?” Sorrio.
“Vamos. Tive uma ideia.”
“Você é totalmente louco.” Sussurro.
“Louco por você.” Ele sorri.

Meus olhos se erguem para o tatuador enquanto ele segura a


agulha na mão enluvada. “Então, você só quer os lábios tatuados
exatamente como estão?”
Stace está deitado na cama com o braço acima da
cabeça. “Sim.” Ele pensa por um momento. “E a mesma cor do
batom.” Ele faz uma pausa por um segundo. “Na verdade, você
pode escrever as palavras Sra. Mac embaixo dele.”
Minha boca se abre. “Você não faria isso.”
Ele sorri amplamente. “Apenas me observe.” Ele agarra minha
cabeça e traz meu rosto para baixo para encontrar o dele. “Quero
ser marcado como seu também.” Ele murmura contra meus
lábios. Nossos olhos se encontram e algo muda. Não tenho ideia do
que seja, mas é bom.
Sento de volta na cadeira, meio chocada, meio exultante. Passo
a próxima hora assistindo Stace pegar meus lábios e as palavras
Sra. Mac permanentemente tatuada em seu lado.
Fim de jogo.
Minha vida está completa.

Acordo quando uma onda de náusea me atinge. “Merda.”


Sussurro com meus olhos ainda fechados. Estou enjoado.
Que noite?
Fecho meus olhos e sorrio. Agora isso foi um
encontro. Rosh e eu rimos, dançamos e bebemos coquetéis por
horas até chegarmos em casa e fazermos sexo alucinante.
Ela me pegou.
Ela me pegou pelas bolas.
Nunca conheci ninguém como ela e nunca me senti assim
antes. Ela é corajosa e linda, engraçada e sexy pra
caralho. Viro de lado para encará-la e minha mão sobe
suavemente sobre seu corpo nu. Minha mente vai para ontem,
quando ela me disse que vive cada dia como o último. Isso
ressoou em mim, como se de alguma forma eu também
soubesse que nosso tempo é limitado. Não posso suportar a
ideia de Vikinos chegar até ela. Sua infância foi roubada
porque ela passou toda a vida fugindo. O pensamento dele me
matando e fazendo-a assistir enquanto a castiga me vira do
avesso.
Porque é assim que vai ser.
Eles vão nos pegar e me torturar até a morte na frente
dela, como fez com sua mãe. Tenho uma visão de meu irmão
sendo eletrocutado até a morte e meu sangue gela. Não quero
que ela passe por isso de novo...e sei que não posso passar
por isso de novo.
Para ser honesto, não acho que ele vai matá-la, mas a
fará sofrer como punição por não o amar.
Ela já sofreu o suficiente.
Talvez ele a queira morta? Não consigo imaginar
como sua mente funciona.
Preciso de um plano. Tenho que matá-lo primeiro, mas
como? Tinha meu plano e ele estava no navio até que ela o
arruinasse completamente. Ele confiava em mim na época,
mas não tenho como chegar até ele agora.
Ela lentamente abre os olhos e sorri timidamente para
mim. Inclino e a beijo suavemente. “Bom dia, minha Sra.
Mac.”
Ela sorri amplamente e franze a testa com sono, como se
estivesse se lembrando de algo. “Você fez uma tatuagem na
noite passada?”
“Eu fiz.”
Ela franze o rosto com os olhos ainda fechados. “Oh Deus.
Você é totalmente louco.”
“Eu sou.” Curvo e pego seus lábios nos meus. “Já
estabelecemos isso.”
Ela sorri sonolenta para mim e sinto meu coração dar
uma cambalhota.
Até o sorriso dela me afeta.
“Conte-me algo.” Faço uma pausa, não tenho certeza se
agora é a hora certa para trazer isso à tona. “Se você ousasse
sonhar com um futuro, qual seria?”
Ela franze a testa. “Isso é um pouco profundo para esta
hora da manhã, não é?”
“Estava só pensando.” Curvo-me e beijo seus lábios.
“Faça-me feliz.”
Ela rola de costas e pensa por um momento e coloco
minha mão aberta em seu estômago enquanto espero por sua
resposta. “Suponho que só desejaria todas as coisas normais
que qualquer garota deseja.”
“Como o quê?”
Ela encolhe os ombros. “Um marido que me ama, cerca de
piquete branca do campo, dois filhos.” Ela sorri
melancolicamente. “Um cachorro.” A voz dela some. “Sempre
quis um cachorro.”
Eu a observo. “Você nunca teve um cachorro?”
Ela balança a cabeça suavemente como se estivesse com
vergonha. “Não.”
A tristeza me preenche. Uma coisa simples como ter um
cachorro é seu sonho. Nós ficamos em silêncio por um
momento e olho para o teto e puxo seu corpo contra o
meu. Beijo sua testa. “Parece bom.” Murmuro. “Onde estaria
essa casa com cerca de estacas brancas?”
“Não sei, em algum lugar com hectares verdes
ondulantes.” Ela murmura, como se estivesse longe.
Viro meus olhos para ela. “Podemos construir uma casa
para minha mãe em nosso terreno?” Sorrio.
Ela se afasta para olhar para o meu rosto e sorri
amplamente.
“Depende.”
“De que?”
“Se ela gosta de cachorros.”
Sorrio alto e ela se apoia no cotovelo acima de mim. “Pare
de sonhar, Stace. Esse futuro não é nossa realidade.”
Meu rosto fecha. É verdade que não. “É um sonho bom,
hein?” Pergunto tristemente.
Ela beija meu peito. “Vamos apenas tentar passar por
hoje, baby. Sonhos só trazem dor de cabeça.”

São dez da noite e Stace está no banho. Tivemos um dia


maravilhoso nos braços um do outro e passamos a maior parte dele
na piscina da cobertura. Ele saiu esta manhã e comprou para nós
algumas roupas novas e celulares com dados pré-pagos e
crédito. Não pude ir. Estava me sentindo muito triste com as
atividades da noite anterior. Esta noite vamos tentar encontrar
esse cara que aparentemente sabe onde você vende coisas, o dono
do The Snake Pit. Parece muito duvidoso se você me perguntar,
mas Stace me garante que vai ficar tudo bem. Ele me pediu para
ficar aqui e esperar por ele, mas não vou deixá-lo ir sozinho. Ficaria
louca esperando aqui sem saber se ele está seguro.
Estou feliz, Deus, estou tão feliz, e estou petrificada de que
minha bolha vai estourar. Estou com minha peruca e meu
vestidinho rosa.
Sorrio enquanto me viro e olho para o meu traseiro neste
vestido. Stace particularmente não gosta quando estou com a
peruca e este vestido. Ele acha que pareço uma prostituta e tenho
certeza de que conhece bem esse visual. Minha mente passa por
Chelsea e minha pele arrepia de ciúme. Pego meu celular e procuro
na Internet enquanto um sorriso cruza meu rosto. Posso verificar
e-mails agora. Quem diria que algo tão trivial poderia ser tão
emocionante? Entro em minha conta de e-mail e bebo meu vinho
enquanto eles carregam.
“Baby, você pode pegar a navalha na gaveta, por favor?” Stace
pede do banheiro.
Olho em volta. “Que gaveta?” Pergunto.
“As coisas que comprei hoje estão na gaveta de cima da
mesa. Tem uma navalha lá.”
“Ok” falo. Pego a navalha e entrego a ele. Sou recompensada
com um beijo molhado do meu deus do chuveiro. Volto para o meu
lugar na cama enquanto espero pelos e-mails e, finalmente, recebo
o ping que eles carregaram. O título do primeiro traz uma carranca
ao meu rosto.

De: Downtown Storage Solutions


Assunto: Atividade
Franzo a testa e clico no e-mail.

A caixa de segurança foi acessada hoje às 12h32.


Eu me sento na minha cadeira. O que? Verifico a data. Não,
essa é a data de hoje. O e-mail deve ter sido enviado ontem depois
que estivemos lá? Rolo as mensagens com uma vibração no meu
peito. Não faça isso...não, não faça isso.
Um segundo e-mail.

De: Downtown Storage Solutions


Assunto: Atividade
A caixa de segurança foi acessada hoje às 11h10.
O ar deixa meus pulmões. É um e-mail diferente do que chegou
esta tarde. Stace foi ao cofre hoje sem mim. Eu me levanto e
caminho até a janela e olho para a rua abaixo enquanto meu
coração bate em meus ouvidos.
Realmente?
Você está brincando comigo?
Meus olhos se fecham quando o sentimento muito familiar de
traição passa por mim.
Ele pegou os diamantes e como uma tola, eu o levei até eles.
Lágrimas enchem meus olhos. Achei que seus sentimentos
eram reais.
Oh Deus.
Sou apenas uma garota estúpida cega pelo amor.
Eu confiei nele.

Faço a barba, tomo banho, me envolvo em uma toalha e


vou para o quarto.
“Rosh?” Grito enquanto olho ao redor.
Hummm, ela não está aqui. Ela deve ter descido ao
restaurante para comprar comida para viagem. Estranho,
pensei que iríamos pegar algo no caminho.
Levo meu tempo e me visto, em seguida, deito na cama
enquanto espero ela voltar. Olho para o relógio sabendo que
precisamos ir em breve. Minha mente percorre a conversa que
terei hoje à noite no The Snake Pit. Preciso perguntar onde
vender algo sem dizer o que tenho para vender. É uma linha
tênue. Só vou perguntar onde vender joias. Acho que essa
parece à opção mais segura. Espero meia hora. Onde diabos
ela está? Pensei que ela queria ir? Eu poderia ter ido e
voltado agora. Pego meu celular e envio uma mensagem para
ela.
Quanto tempo você vai demorar?
Nós temos que ir?
Espero uma resposta, mas ela não vem. Envio mensagem
novamente.
Estou descendo.
Vamos comer aí?
Observo meu celular enquanto espero por uma
resposta. Pelo amor de Deus. Pego minha carteira e as chaves
e desço para o elevador. Meu celular emite um bipe quando a
porta se abre e eu entro. Diz:
Vou separar os diamantes.
Não se preocupe.
Franzo a testa e respondo.
Do que você está falando?
Você está no restaurante pegando jantar para nós?
Espero uma resposta. Não vem. As portas do elevador se
abrem e entro no foyer e olho ao redor em busca dela. O que
está acontecendo? Eles a pegaram? Começo a entrar em
pânico. Disco o número dela e ele toca, sem resposta. Entro
no restaurante e olho ao redor nervosamente, mas ela não
está aqui também.
Merda.
Meio que corro para a recepção. “Com licença, você viu
aonde minha esposa foi?” Pergunto.
A garota franze a testa. “Carlos.” Ela chama o porteiro e
ele vem de seu lugar na porta.
“Você viu para onde a esposa do Sr. Williams foi?”
Ele franze a testa enquanto pensa por um momento. “Sim,
ela pegou um táxi.”
“Ela estava sozinha?” Franzo a testa enquanto um
milhão de pensamentos passam pela minha mente.
“Sim, acredito que sim, senhor.”
“Você sabe para onde ela foi?”
“Ela pediu ao motorista para levá-la ao The Snake Pit.”
Responde o porteiro.
Meu rosto empalidece. “Você tem certeza?” Franzo a
testa.
Ele concorda. “Sim.” Ele hesita por um momento. “Achei
estranho.”
O que ela está fazendo agora? Por que enlouquece e
estraga meus planos toda vez? Corro para aporta da frente e
pulo no banco de trás do táxi.
“Para onde?” O motorista pergunta.
“The Snake Pit.” Olho para fora da janela enquanto o táxi
me leva pela noite. Não posso acreditar nela. Não posso
acreditar nela. Balanço minha cabeça em
aborrecimento. Cada vez que ela tem uma ideia de cérebro de
ervilha em sua cabeça, sai pela tangente e estraga
tudo. Minha mente vai para Vikinos e sua maldita onda de
tiroteios estúpida que quase nos matou, ainda pode nos
matar, se for honestos. Eu tinha tudo planejado. Iria
envenená-lo discretamente e ninguém jamais poderia me
culpar.
Mas não.
Ela nem atirou no cara certo.
Isso me enfurece só de pensar. Que merda.
E agora, quando estamos prestes a conhecer alguém que
pode fazer uma grande diferença no preço que ganhamos, ela
vai e faz isso.
Ela vai foder com isso também. Já posso ver isso
chegando.
Ela se acha tão gangster e consegue se controlar, mas
quando se trata disso, não tem ideia do que está brincando.
Ela pode estar até uma hora na minha frente. Como um
idiota, esperei que voltasse para o quarto.
Estou tão furioso que, quando a vir, é melhor ela correr. O
táxi finalmente para na frente e eu lentamente saio e olho ao
redor. O clube fica em uma favela e parece degradado. Os
seguranças na porta são tão decadentes quanto o inferno.
Solto um suspiro calmante e entro pelas portas duplas de
madeira escura no saguão mal iluminado. O clube é grande e
tem mesas circulares espalhadas por toda parte. A música é
alta e soa ao estilo Cumbia. O lugar está meio cheio. Posso
ver através de um arco que leva a outra sala e tem mesas de
sinuca com luzes baixas penduradas sobre elas. Meus olhos
procuram por ela na sala. Onde ela está? Onde diabos ela
está?
Toda a parede do fundo é um bar e as garçonetes estão
mal-vestidas. Uma morena atraente imediatamente chama
minha atenção e ela sorri sexy em minha
direção. Antigamente, ela seria minha, mas isso foi antes de
eu conhecer Rosh e suas dez personalidades. Gosto de cerca
de quatro de suas personalidades. Estou apaixonado por
cerca de três delas e as outras três eu odeio com paixão.
Ela está fazendo minha cabeça enlouquecer.
Solto uma respiração profunda e firme enquanto continuo
procurando. Uma espessa nuvem de fumaça paira baixa no
ar. Cada pessoa neste clube está fumando algum tipo de
charuto. Meus olhos vagam de mesa em mesa, então a
vejo. Sentada na mesa de trás com três homens. Minha fúria
acende. Ela vai conseguir. Vou direto para onde está sentada
com três homens de meia-idade acima do peso, e fico na ponta
da mesa. Ela olha para mim por baixo de sua peruca loira
horrível. “O que você está fazendo aqui?” Ela pergunta
categoricamente.
Olho para ela. “Eu deveria te perguntar a mesma coisa.”
Ela bebe sua bebida sarcasticamente e faço tudo o que
posso fazer para não a puxar pelos cabelos da mesa.
Ela levanta a sobrancelha. “Conheça meus amigos.” Ela
aponta para os três homens com quem está sentada. “Estes
são Carlos, Santiago e Mateo.” Eles fingem sorrisos e
estendem a mão para apertar minha mão.
“Este é o meu amigo.” Ela faz uma pausa e estreita os
olhos momentaneamente enquanto pensa. “Judas.” Um traço
de sorriso cruza seu rosto, orgulhosa de seu sarcasmo.
Olho para ela e começo a sentir a fúria correndo pela
minha corrente sanguínea. “Farinha do mesmo saco.” Nos
encaramos e não tenho ideia de por que ela está tão chateada
comigo, mas puta merda, ela está prestes a saber o quão
chateado estou com ela.
“Você não vai se juntar a nós?” Um deles pergunta.
“Vou primeiro ao bar.” Viro e vou para o bar e direto para
a morena gostosa.
“O que será?” Ela pergunta sexy.
Fico olhando para ela. Sim, ela é gostosa. Na verdade,
fumando. Aposto que é simples e normal.
Ao contrário de outra pessoa que conheço.
Olho de volta para a mesa e os olhos de Rosh estão em
mim como um falcão. Dane-se ela, pode suar um pouco. Sento
no bar.
A garçonete apoia os cotovelos no bar e se abaixa para
falar comigo. “Qual o seu nome? Não vi você aqui antes?” Seu
sotaque é quente como o inferno.
Fico olhando para ela e sem pensar minto. “André.”
Ela sorri sensualmente. “Eu sou Camilla.”
Sorrio e aceno. “Como vai você, Camilla?”
Ela sorri amplamente, pega o pano e começa a limpar o
balcão. Seus seios estão quase pendurados para fora de sua
blusa minúscula e os vejo pular enquanto move seu braço. “O
que você quer, garotão?” Ela pergunta.
Meus olhos prendem os dela e sei o que quero dizer, o que
o velho eu diria, e então me lembro da mulher irritante
sentada à mesa com três outros homens. Meus olhos piscam
para Rosh e, como se pudesse ler minha mente, ela estreita
os olhos e me dá o olhar mais sujo que consegue reunir.
Volto para a morena com incentivo renovado. “Vou
querer duas Tequilas, por favor.”
“Certo.” Ela serve minhas bebidas e as engulo direto.
Seus olhos caem para os meus lábios enquanto eu os
lambo, e inferno é tão tentador para limpar a Rosh da minha
mente com este pedaço quente de bunda. Solto um suspiro e
meus olhos piscam para ela novamente. Ela está rindo com
os homens agora e sinto os cabelos do meu pescoço
arrepiarem de ciúme.
“De onde você é?” A garçonete pergunta, interrompendo
meus pensamentos.
“Todo lugar.” Respondo, então penso por um momento.
Talvez ela saiba de algo. “Diga-me, se eu tivesse algumas
joias para vender, onde eu as venderia?”
“Que tipo de joia?” Ela pergunta.
“Tenho uma herança para vender. Ouro, diamantes,
alguns rubis e safiras.”
Seus olhos dançam de alegria. “Uma herança?”
Aceno e sei que ela sabe que não existe herança.
“A maioria das pessoas vende coisas para Big Al.”
“Big Al?” Pergunto. “Onde ele está?”
“Teusaquillo.”
Concordo, sabendo que não é longe daqui. “Você tem um
número para ele?”
Ela sorri enquanto seus olhos fixam os meus. “Você não
quer meu número?”
Lambo meus lábios; seria tão fácil...pare com isso. “Na
verdade, não.” Respondo. “Estou aqui para trabalhar.”
Ela levanta a sobrancelha em decepção.
“Posso ter o número?” Pergunto.
“Claro” Ela responde, abatida. Camilla desaparece na
cozinha e meus olhos piscam para Rosh.
O que?
Ela está sentada no colo de um dos homens, rindo
alto. Começo a ver vermelho.
Porra de vermelho incontrolável.
Camilla volta e me passa um cartão
BIG AL 0436990135
Finjo um sorriso e pego o cartão dela. “Obrigado.” Enfio
no bolso. Olho para trás e vejo Rosh e o cara agora está com
os braços em volta dela. “Eu voltarei.” Estalo, e antes que
possa me ajudar, estou marchando até a mesa.
“Tire suas malditas mãos dela.”
“Ei.” Todos os homens riem. “Calma, irmão.”
Estendo a mão e a agarro pelo braço e arrasto sobre a
mesa, fazendo uma das bebidas voar. “Vá para fora.” Digo.
“Vou ficar aqui.” Ela responde.
“O inferno que você vai.” Empurro-a pelas costas em
direção à porta e ela tropeça para frente.
“Não me toque.” Ela grita.
“Eu vou te tocar quanto eu quiser.” Empurro-a novamente
e ela se arrasta para frente.
Atravessamos as portas da frente e saímos para a rua e
cambaleamos um pouco pelo caminho.
“Qual é a porra do seu problema?” Grito.
“Você!” Ela grita. “Você é a porra do meu problema!” Ela
cruza os braços na frente dela. “Sei que você tem os
diamantes, idiota. Você pode parar de mentir.”
Capítulo 18

Meu coração está batendo forte enquanto estamos na


calçada. “Eu...não posso acreditar que confiei em você.” Gaguejo
em meio às lágrimas.
Seu rosto se contorce. “Que diabos você está falando? Não
insulte minha inteligência!” Grito enquanto perco a pequena
quantidade de controle que eu tinha.
“Não se iluda porque você não tem nenhuma.”
Ele só pode estar brincando. Quem diabos esse idiota pensa
que é? “É isso, terminei.” Viro e corro pela estrada.
“Sobre o que você está furiosa?” Ele grita enquanto segue.
“Vá embora.” Paro e olho para cima por um momento enquanto
o céu se abre e grandes gotas de chuva começam a cair
esporadicamente. Ótimo, vai chover muito agora. Mantenho-me
andando pela estrada.
O aguaceiro vem alto e forte e começamos a correr para
encontrar abrigo. Atravesso a rua para ficar sob o toldo de uma
padaria, e ele segue e fica ao meu lado.
Ficamos em silêncio enquanto observamos a Mãe Natureza
causar sua destruição.
“Por que diabos você está com raiva, Rosh?” Ele finalmente
pergunta. Meus olhos se enchem de lágrimas novamente e as
afasto vergonhosamente para olhar para o cimento na minha
frente. “Sei que você foi ao cofre hoje.”
Ele fica em silêncio e o ar fica pesado entre nós.
“Você pegou todos eles?” Pergunto sobre o som pesado da
chuva.
Depois de um longo silêncio, ele responde. “Não.”
Olho rua acima com a visão turva. É isso. Isso realmente é
tudo para nós. Ele os pegou. Eu sei que sim.
“Eu não roubei de você.”
Meus olhos encontram os dele. “Sim, você roubou.”
“Preciso que você confie em mim.”
Sua silhueta está borrada. “Eu não posso.”
Sussurro. “Confiança é conquistada.”
“E eu não mereci?”
“Não”, respondo categoricamente. Coloco meu braço para cima
e chamo um táxi que passa e ele para lentamente. Eu me inclino
para a janela. “Bogotá, por favor?” Falo.
“Claro, entre.”
Entro e ele empurra atrás de mim. Movo-me no assento para
permitir que entre no carro. Envolvo meus braços em volta de mim
protetoramente e olho para fora da janela. Só quero ficar longe
dele. Não aguento isso. Não aguento mais a porra da mentira. Seu
silêncio é sufocante.
“Você vai vendê-los? É isso? Você conseguiu o contato de que
precisava?” Olho para ele. “Talvez vá arrumar sua esposa e filhos
em casa.”
Ele se senta com as mãos no colo e balança a cabeça com
desdém, revirando os olhos. “Tenho mulher e filhos agora?”
Encolho os ombros. “Por que acreditei em qualquer coisa que
você me disse até agora?” Ele me encara. “Mente para mim uma
vez, mente para mim o tempo todo, é tudo a mesma coisa. Nunca
vou acreditar em nada que sai da sua boca mentirosa agora.”
Ele não revida e a viagem de carro é feita em silêncio. Parte de
mim quer que ele negue, que lute por nós, que me diga que não é
verdade, que me implore por perdão, mas então...eu preciso da
verdade.
A dolorosa verdade.
Pelo menos tenho aquele pouco de dinheiro em minha
conta. Começo a repassar minhas opções para sair daqui. O táxi
para lentamente antes de ele pagar ao motorista e saímos.
Ele me encara, ainda furioso, e é como se estivesse esperando
que eu dissesse alguma coisa.
“Venha, pegue suas coisas e saia.” Digo.
“Então é isso?” Ele pergunta.
Sinto as lágrimas atrás dos meus olhos e concordo. “É isso.”
Sussurro, mal conseguindo empurrar as palavras.
Ele balança a cabeça e, com raiva renovada, abre sua carteira
e a folheia freneticamente. Ele pega um cartão de visita e joga para
mim. Atinge em meu rosto e cai no chão.
“Quando você o pegar, jogue-o no vaso sanitário.” Ele
rosna. “Eu cansei de viver meu dia como se fosse o último.”
Ele sai furioso. Levanto e o vejo desaparecer na escuridão pela
rua movimentada. Solto um suspiro profundo e triste e meus olhos
caem para o cartão no cimento e me curvo e pego.
Joalheiros no centro da cidade
Especialista em anel de noivado
O que? Enrugo a testa. “O que isso tem a ver com...?” Fecho
meus olhos. Oh Deus. Ele pegou um diamante. Apenas um.
“Stace” Grito enquanto olho para cima. Saio na direção em que
ele foi. Olho em volta freneticamente pela rua movimentada. Não
consigo vê-lo.
“Stace” Chamo por meio das pessoas. “Stace!”
O que eu fiz? Corro para o final da rua enquanto procuro
freneticamente por ele. Olho para trás, de onde vim. Não acredito
que só...
Com meu batimento cardíaco acelerado, meu rosto se contorce
em lágrimas. Oh não, o que eu fiz?
“Stace” Choro. Pego meu celular e ligo para ele, mas só toca,
então envio uma mensagem para ele.
Fale comigo
O que está acontecendo?
Ligo para ele novamente e nenhuma resposta, droga. Por que
sempre fodo as coisas? Balanço minhas pernas para cima e para
baixo enquanto choro. Envio outra mensagem novamente.
Stace me desculpe
Não sei como confiar nas pessoas.
Por favor fale comigo.
Sem resposta.
Por uma hora, ando pelas ruas em lágrimas enquanto procuro
por ele, sabendo que não tenho ninguém para culpar além de mim.
Tento ligar para ele novamente e desta vez o celular dele está
desligado.
Realmente fiz isso desta vez. Afastei o primeiro cara que
realmente valia a pena manter.
Sento em um banco na rua movimentada por meia hora
enquanto tento descobrir o que fazer. Finalmente, com o coração
pesado, volto para o nosso quarto. Só espero que, quando ele se
acalmar, volte para casa, embora a sensação de aperto no
estômago esteja me dizendo que ele se foi para sempre.
Às vezes, quando fecho os olhos, vejo a expressão assustada
no rosto de minha mãe enquanto ela sangra.
Às vezes, quando estou realmente parada, eu a ouço chorar.
Sinto que esta noite ela está chorando no céu pela bagunça
que fiz da minha vida.
A bagunça é um eufemismo. Este é um desastre total.
Tenho uma sensação de peso e tristeza nos ombros. É culpa e
arrependimento, tudo em um.
Repasso o último mês da minha vida. A memória do meu ex-
namorado e minha melhor amiga se beijando na boate faz meus
olhos lacrimejarem enquanto o ferro da traição me marca mais
uma vez. O assassinato que testemunhei e como eles me
levaram. Stace...Sorrio quando penso em meu lindo Stace. Ele me
protegeu de sua tripulação quando eu estava mais
vulnerável. Então o pesadelo quando estupidamente pensei que
poderia matar Vikinos. Tudo parecia tão claro na hora, como se
nada pudesse dar errado, mas deu.
Atirei no homem errado. Achei que poderia me vingar da morte
de minha mãe, mas...não sei como...
Enrugo o rosto quando a dor se torna muito real para lidar.
Tento o meu melhor para ser corajosa, mas nunca consigo
acertar. Agarro o cartão branco com força em minha mão enquanto
sento no chão perto da janela no escuro, esperando
desesperadamente que meu amor volte para mim. Leio o cartão
pela milionésima vez.

Joalheiros no centro da cidade


Especialista em anel de noivado

Sorrio quando tenho uma visão dele ajoelhado, propondo. Que


conto de fadas seria. Como gostaria que aquele sonho tivesse se
tornado realidade.
Não era a nossa realidade e eu sabia disso o tempo todo. Talvez
não mereça felicidade.
Pessoas com famílias como a minha não têm finais felizes.
Fico olhando para a cidade abaixo. Onde você está agora,
Stace?
Observo as pessoas se movimentando na rua abaixo. Este
lugar nunca parece adormecer. Já passa da 1h.
Onde ele está?
Franzo a testa enquanto meus olhos se fixam em dois homens
na rua. Eles não estão agindo como todo mundo. Continuam
parando, olhando para as pessoas ao seu redor. Eu me sento mais
perto da janela e realmente me concentro
É aquele…?
Eu me sento. Pare de imaginar coisas agora. Meus olhos ficam
grudados nos dois homens e quando eles passam por um poste de
luz, meu pior pesadelo se torna minha realidade.
É Stucco e um dos homens do navio.
Corro de volta da janela enquanto meu coração começa a
martelar. Eles nos encontraram. Oh meu Deus.
Volto e fico atrás da cortina e os observo. Eles parecem estar
olhando ao redor e falando e então apontando e discutindo
algo. Eles obviamente não sabem em que hotel estamos
hospedados, e em câmera lenta, eu os vejo virar a esquina e
caminhar em direção à cidade...onde Stace está.
Ah não.
Corro para o meu celular e disco o número dele
freneticamente. Atenda. Atenda. Por favor, atenda.
Sem resposta. Merda.
Jogo o celular na cama em frustração e ele quica no chão.
O que eu faço? Começo a andar para frente e para trás. É só
uma questão de tempo até que nos encontrem. Stace estará
sentado em um bar em algum lugar e eles o encontrarão. Ele estará
despreparado e não terá defesa.
Porra. Por que eu simplesmente não perguntei se ele pegou os
diamantes? “Por que tenho que ser uma idiota de merda?” Choro
alto.
Por vinte minutos ando enquanto tento descobrir o que
fazer. Preciso encontrá-lo. Não tenho escolha a não ser encontrá-
lo. Corro para o guarda-roupa e coloco minha peruca, um vestido
e algum óculos falso. Pego meu celular, nossos passaportes,
encontro a arma e coloco tudo na minha bolsa. Saio do nosso
quarto e entro no elevador. Aperto o botão com o coração batendo
forte no peito. Percorro meu celular para tentar encontrar um
mapa de satélite. Não tenho ideia para onde estou indo. Examino
os aplicativos e encontro um.
Ache meu celular
Hã? O que é isso? Stace deve ter colocado no meu celular, a
menos que tenha vindo com ele. Clico e parece ser algum tipo de
dispositivo de rastreamento. Espera aí, será que ele colocou no seu
celular também? Rapidamente digito o número de Stace e vejo a
tela. Baixo e eis que, como mágica, um pontinho vermelho ilumina
a tela.
Sim!
Ele não está longe, a apenas quatro quarteirões daqui. As
portas do elevador se abrem e pulo para fora com otimismo
renovado.
Sei onde ele está.
A rua está movimentada e agitada e saio, sabendo que o
pontinho vermelho está aqui em algum lugar, só tenho que
encontrá-lo. Acho que está aqui em cima à direita. Mantenho
minha cabeça baixa e caminho o mais rápido que posso, ciente de
que a qualquer momento posso ser vista.
O ponto vermelho parece estar embaixo de mim, e franzo a
testa enquanto faço um círculo completo no local.
Onde diabos ele está? Entro no bar do lado esquerdo da rua e
procuro sem sucesso. Fico olhando para o celular e franzo a testa,
dizendo que ele está literalmente acima de mim. Olho ao redor e,
perto da parede, encontro uma escada e subo
hesitantemente. Sorrio amplamente quando chego ao topo.
Um bar. Entro e a primeira pessoa que vejo é Stace, sentado
sozinho em um banco no balcão com uma cerveja como sua
companhia.
Eu me aproximo da mesa. “Se importa se eu me juntar a você?”
Pergunto.
Seus olhos sobem para encontrar os meus e ele encolhe os
ombros sem responder.
Deslizo ao lado dele. “Eles nos encontraram.”
Ele franze a testa enquanto seus olhos piscam para
mim. “Como você sabe?”
“Vi Stucco e um dos outros na rua abaixo do nosso hotel
procurando por nós.”
Ele exala profundamente e bebe sua cerveja.
Espero que ele diga algo, mas não diz. “Acho que devemos ir.”
Sussurro.
“Não vou a lugar nenhum com você.” Ele responde
categoricamente.
Meu coração aperta. “Stace”, sussurro enquanto coloco minha
mão em sua coxa.
Ele repreende. “Não me toque. Estou com tanta raiva de você,
não consigo ver direito.”
“Eu sei. Estou com raiva de mim.”
Ficamos em silêncio por um tempo e ele pede outra bebida.
“Nós realmente devemos ir.” Sussurro. “Não temos tempo para
ficar sentados em bares.”
Ele balança a cabeça. “No momento, tenho problemas maiores
do que a porra do Stucco.” Ele rosna.
Um sorriso cruza meu rosto. “Eu?”
“Sim, você.” Ele responde.
“Eu deveria ter perguntado se você os pegou.”
“Você deveria.”
“Eu só...” Faço uma pausa enquanto tento articular meus
pensamentos. “Não sou muito boa em confiar nas pessoas.”
“Você disse que me amava.”
“Eu amo.” Sussurro.
“Isso não é amor, Rosh.” Ele faz uma pausa. “Não é o tipo que
dou, de qualquer maneira.”
“Não tenho o seu amor ainda, Stace, nós sabemos disso.”
Seus olhos encontram os meus. “Seria muito mais fácil me
afastar de você se você não o faz.”
Ele está indo.
Meus olhos lacrimejam. “Por favor, não se afaste de mim.” O
nó na garganta fica muito grande e tenho dificuldade em
falar. “Fico muito melhor quando estou com você. Posso me
esforçar mais.”
“Eu simplesmente não preciso disso.” Ele sussurra.
Sento com resignação, entendendo exatamente onde ele está
indo, e depois de uma longa pausa de silêncio, falo
baixinho. “Quando sairmos daqui você pode ir.” As lágrimas
explodem de meus olhos e as enxugo com vergonha. “Você estará
melhor sem mim.”
Ele continua bebendo sua cerveja, sem emoção.
“Mas neste momento precisamos ir.” Sussurro. “Stace, eles vão
nos encontrar. Estamos em perigo. Você pode me deixar mais
tarde.”
Ele bebe o resto de sua cerveja.
“Tenho nossos passaportes e a arma na minha bolsa.”
Sussurro.
“Dê-me a arma.” Passo para ele por baixo da mesa.
“Você sai na minha frente. Somos mais visíveis se estivermos
juntos.” Ele pensa por um momento e me devolve a arma. “Você
fica com ela.”
Franzo a testa.
“Posso me cuidar sem uma arma.” Explica. Concordo e coloco
de volta na minha bolsa.
“Basta lembrar que estamos em terra agora. Se você atirar em
alguém, vai para a cadeia.” Ele arregala os olhos. “Portanto, não
atire em ninguém.”
“Ok” Murmuro, distraída enquanto fico de pé. “Então, direto
para o hotel?” Pergunto.
“Sim, e então iremos.”
Concordo. “Por favor, seja cuidadoso.” Olho em seus olhos e
só tenho que dizer. “Eu te amo.” Sussurro enquanto agarro sua
mão.
Ele aperta minha mão enquanto seus olhos procuram os
meus. “Então comece a agir como tal.”
Sorrio suavemente, e naquela fração de segundo, sei que vai
ficar tudo bem entre nós. Alívio misturado com adrenalina começa
a bombear minha corrente sanguínea. Precisamos sair
daqui. Maldito seja esse drama. Por que não podemos
simplesmente estar em nossa bolha amorosa em algum lugar em
uma ilha isolada de luxo? Levanto e saio para a rua. Abaixo minha
cabeça e, sem olhar para cima, ando rápido. Continuo sem hesitar
até chegar ao hotel, onde me viro e espero nas sombras das árvores
ao lado da porta de entrada. Por quinze minutos, espero.
Onde ele está? Olho para a hora no meu celular. Já passou
muito tempo. Algo está errado.
Merda.
O que faço? Espero aqui? Ele me deu a arma para proteção,
mas quem o está protegendo? Enfio a mão na bolsa para verificar
se ela ainda está lá e sinto o metal frio e duro. Solto um suspiro
forte. Mordo a unha do polegar enquanto olho para a escuridão.
Deve ser depois das 2h.
Onde você está? Vamos! Vamos.
Ele não vem. Ando até a beira do meio-fio e olho na direção de
onde vim. Não consigo ver nada de estranho acontecendo.
Puta que pariu. Tenho que voltar para ver onde ele está. Olho
de volta para a janela do nosso quarto de hotel. Ele entrou por
outra porta e não o vi?
Não tem outra porta, estúpida. Merda.
Desço a rua em direção à cidade, com cuidado para me manter
nas sombras, e tenho certeza de que isso não é seguro. Esqueça
Stucco. Quem sabe quem mais está aqui? Torno-me supersensível
a todos os sons ao meu redor. Ouço um chute no chão à distância
e viro de repente. Meus passos são ampliados com o aguaceiro
anterior enquanto tento ouvir sons estranhos. Ouço uma mulher
gritar ao longe e paro enquanto luto contra o medo em minha
garganta. Viro e olho de volta para o hotel, e então de volta na
direção que estou indo. Deslizo minha mão na bolsa e seguro a
arma. Meu coração está tentando escapar do meu peito.
Se você atirar em alguém, irá para a cadeia. As palavras de
Stace ecoam em minha mente. Não quero passar por toda essa
merda para acabar em uma prisão perpétua na Colômbia.
Não atire em ninguém. Só não atire em ninguém, eu me lembro.
Onde diabos você está? Chego à fila de lojas e começo a olhar
em volta freneticamente. A rua ainda está tão movimentada. Por
que tem tantas pessoas por aí? Na verdade, isso é bom. Não
consigo imaginar como isso seria assustador se a cidade estivesse
deserta. Um carro da polícia passa lentamente e tenho vontade de
pular na frente deles e pedir sua ajuda, mas sei que eles não podem
nos ajudar. Ninguém na Terra pode nos ajudar. Passo por um beco
entre dois restaurantes e olho para as sombras. Franzo a testa e
paro no local.
Três homens estão na outra extremidade na escuridão, e um
deles é Stace.
Porra.
Imediatamente me esgueiro contra a parede nas sombras perto
da entrada e escuto. Esforço meus ouvidos o máximo que posso,
mas não consigo ouvir o que estão dizendo. Preciso chegar mais
perto...mas e se ele sair dessa e eu estiver aqui e estragar
tudo? Mas e se eles o matarem?
É isso aí. Estou chegando mais perto. Lentamente caminho na
ponta dos pés em direção a eles na escuridão, até que finalmente
posso ouvir o que estão dizendo.
“Estou lhe dando uma última chance. Onde diabos ela está?”
Stucco rosna. Oh Deus.
“Eu disse, não sei, porra. Ela me fez refém para sair do
navio. Não a vi desde que pousamos.”
“Besteira. Isso é uma mentira absoluta.”
“Vá para a porra do inferno. Não sei onde ela está.”
“Pegue ele.” Stucco diz para o outro homem.
O outro homem agarra Stace e uma briga começa.
“Tire suas mãos de mim.” Stace rebate.
Um soco é dado e franzo o rosto enquanto lentamente pego a
arma.
“Vikinos queria você vivo, mas não me importo com isso. Você
está melhor morto.” Stucco rosna.
“Foda-se” Stace grita enquanto conecta um golpe duro na
mandíbula de Stucco. Ele cambaleia para trás, recupera a
compostura e corre até Stace, e eles caem no chão.
Agarro a arma com força total.
O outro homem começa a chutar Stace no chão enquanto ele
luta com Stucco, e dou um passo à frente. Não atire em
ninguém. Recuo nas sombras.
Stace salta e dá uma espécie de chute circular e acerta a
mandíbula do homem e ele imediatamente cai no chão,
inconsciente.
Bom.
Então ele se vira para Stucco e fica furioso. O som dos golpes
é tão brutal que preciso fechar os olhos. Stace o coloca no chão e
o acerta, e Stucco saca uma arma.
Ah não. Dou um passo à frente e aponto a arma para os dois.
“Não se mova.” Grito.
Stucco olha para cima e a distração momentânea permite a
Stace a pausa crucial de que ele precisa. Ele bate forte e rápido
quatro vezes seguidas e ele bate a cabeça no concreto. Stucco cai
para trás atordoado e incoerente. Ele não se move
novamente. Ando até Stace, que tem sangue escorrendo da
sobrancelha.
“Você está bem?” Sussurro.
Ele olha para o beco e concorda enquanto limpa o sangue do
lábio. O celular de Stucco toca e nos olhamos. Ofegante, Stace se
curva e o tira do bolso de Stucco, atende, mas não diz nada.
A voz do outro lado é alta e clara. “Onde você está? Estamos
passando pela cidade agora.”
Stace aperta o botão final e olha para mim. “Corra.”
Capítulo 19

“O que?” Sussurro.
“Corra.” Ele rosna enquanto agarra minha mão. Nós viramos e
corremos o mais rápido que podemos até o final do beco e então
paramos nas sombras enquanto olhamos para a rua.
Um táxi desce lentamente a estrada. “Vou tentar pará-lo.” Olho
para Stace e o sangue escorre pelo seu rosto. “Limpe-se ou ele não
deixará você entrar.”
“Sim, tudo bem.” Ele murmura enquanto tira a camiseta e
começa a limpar o sangue do rosto.
Corro para a rua e estico minhas mãos na frente do táxi. “Pare,
por favor.” Murmuro em desespero.
O motorista diminui a velocidade e abro a porta traseira e pulo,
faço um sinal de venha aqui para Stace e ele corre das sombras e
pula na parte de trás do táxi.
O taxista franze a testa e se vira para nós olhar com
desconfiança. “Está tudo bem?” Ele pergunta.
“Sim, briga de bar.” Stace responde rapidamente. “Você pode
nos levar ao hotel Marriot, por favor?”
Ele balança a cabeça cinicamente, se vira e sai para o tráfego.
Franzo a testa. “O Marriot?” Repito.
Stace balança a cabeça sutilmente e agarra minha mão na sua,
o calor disso instantaneamente me acalma. Ele então se deita e
coloca a cabeça no meu colo e sei que é para que ninguém possa
ver que ele está no táxi. “Venha aqui e me abrace.” Ele diz em voz
alta.
Ele também me quer fora de vista. Deito-me em suas costas e
ficamos em silêncio pelo resto da viagem até que ele pare. Ele paga
o motorista e saímos timidamente do táxi. Ele agarra minha mão e
atravessamos a rua na direção oposta e ao longo das ruelas até que
outro táxi passa e fazemos sinal para que pare. “Agora podemos
voltar para o hotel.” Diz baixinho, ao parar. Subimos no banco de
trás.
“The Bog Hotel, por favor.”
“Sim” Responde o motorista, desinteressado.
Viajamos um pouco mais e Stace interrompe meus
pensamentos.
“Você pode nos deixar sair na rua lateral?”
“Nesta rua aqui?” O motorista gesticula.
“Sim, por favor.” Stace responde. O táxi diminui a velocidade e
saímos novamente.
“O que estamos fazendo?” Sussurro.
“Vamos entrar pelo estacionamento. Não quero que ninguém
me veja assim.”
Viro para olhá-lo e ele está certo, seu rosto está uma
bagunça. “Merda, você está bem?” Franzo a testa.
“Sim, aquele filho da puta chutando com a bota não ajudou.”
Corro minhas mãos pelo meus cabelos enquanto minha
apreensão aumenta.
“Oh Deus, Stace. O que vamos fazer?”
“Vamos apenas chegar ao quarto em segurança.”
“E se eles souberem que vamos ficar aqui?” Sussurro enquanto
descemos a rampa para o estacionamento subterrâneo.
Stace desliza sua chave para o scanner e as portas de
segurança sobem lentamente.
“Então estamos fodidos.”
Balanço a cabeça enquanto meus nervos começam a realmente
latejar. Caminhamos pelo estacionamento escuro enquanto
examinamos nossos arredores. Este pode ser o local ideal para nos
matar. “Isso não parece seguro.” Sussurro.
“Não é.”
Enrugo meu rosto. “Você não pode mentir e fingir que estamos
seguros?”
Ele balança a cabeça e continua andando. “Não.” Entramos
no elevador e apertamos o botão do nosso andar. “Dê-me a arma.”
“Por quê?” Vasculho minha bolsa. “O que acha que vai
acontecer?” Meus olhos se arregalam. “Acha que eles vão estar
aqui?”
Oh Deus, a merda está ficando cada vez pior.
Ele encolhe os ombros enquanto abre a arma para verificar a
munição e se vira para mim. Seus olhos examinam meu rosto e ele
sorri.
“O que foi?” Pergunto.
Ele agarra meus cabelos e o endireita. “Seus cabelos estão
tortos.”
Imediatamente pego a peruca e a endireito. “Esse é o menor
dos meus problemas de merda.” Sussurro.
O elevador para e Stace enfia a arma na parte de trás da calça
jeans e saímos lentamente para o corredor. Olhando para os dois
lados do longo e assustador corredor, caminhamos em silêncio
para o nosso quarto e, quando chegamos à nossa porta, Stace
coloca o dedo no lábio para ordenar meu silêncio. Então aponta
para o outro lado do corredor. “Espere aí.” Murmura.
Oh Deus, ele acha que eles estão no quarto. Tomo meu lugar
na parede oposta e ele passa o cartão-chave e abre a porta. Espia
enquanto prendo minha respiração. A sala está escura e silenciosa.
Eles estão aí?
Ele espera um momento e então desaparece na escuridão.
“Por favor, não esteja aí, por favor, não esteja aí.” Sussurro de
novo e de novo.
Ele acende a luz, verifica o quarto e volta para a porta. “O
quarto está limpo.”
Solto um suspiro profundo e entro no quarto antes que ele
feche a porta atrás de mim. Ficamos parados por um momento
olhando um para o outro enquanto processamos o que acabou de
acontecer.
“Vamos ter que passar a noite aqui.” Ele suspira. “Tente dormir
um pouco.”
“Estaremos seguros?”
Ele encolhe os ombros. “Mais seguro do que estávamos lá
fora.”
É nessa hora que dou uma boa olhada em seu rosto e acho que
aquele cara deu um chute na bochecha. Metade de seu rosto está
inchado. “Stace.” Franzo a testa enquanto coloco minha mão em
seu rosto. “Sua mandíbula está quebrada.”
“Estou bem.” Ele estremece quando toco.
“Precisamos de um pouco de gelo.” Murmuro. Penso por um
momento e então pego o telefone e ligo para a recepção.
“Olá, serviço de quarto.” Responde a entediada recepcionista.
Finjo uma voz calma. “Pode trazer uma garrafa de champanhe
e um balde de gelo em nosso quarto, por favor?” Olho para o
relógio. São 2 da manhã. Deus, o que eles devem pensar?
“Sim, claro.”
“Obrigada.”
Levo Stace até o banheiro e o sento ao lado da banheira e ele
estremece. Um corte profundo está acima do olho direito e ainda
está pingando sangue, mas é a maçã do rosto esquerda que me
preocupa. Molho um pano e começo a limpá-lo e ele se senta e me
observa.
“Você está bem?” Pergunto enquanto limpo sua testa e
empurro seus cabelos para trás para olhar para ele. “Está muito
quieto. Está realmente machucado?”
Ele balança a cabeça e rola os lábios como se quisesse dizer
algo, mas está se segurando.
“O que foi?” Pergunto. “O que é isso?”
Ele encolhe os ombros. “Só me pergunto por que você está tão
preocupada com um pouco de sangue quando você é a única...” Ele
se interrompe no meio da frase.
“A única o quê?”
“Nada.” Ele pega o pano de mim e se levanta e caminha de volta
para o quarto.
Eu o sigo. “Diga. Basta dizer.” Mantenho meus braços
abertos. “Quero que você me diga o que você ia dizer.”
Ele se vira com raiva. “Você é a única pessoa que me
machucou hoje.” Meu coração pula uma batida. Ele balança a
cabeça. “E me irrita que tenha a capacidade de fazer isso.”
Não sei o que dizer.
“Stace”, sussurro suavemente. “Sinto muito por não ter
perguntado se você os pegou, mas o que eu deveria pensar?”
“Que eu roubaria de você.” Ele fala com raiva. “Por que você
me diz que me ama, quando obviamente pensa tão pouco no meu
caráter?”
“Eu te amo.” Murmuro.
“Bem, você sabe o que não amo?” Ele zomba com raiva.
Meu coração aperta. “Eu?” Sussurro.
“Sentir-me um pedaço de merda.”
“Nunca disse isso.” Atiro de volta.
“Sim, você disse.”
“Quando?”
“Quando me colocou na mesma categoria que seus ex-
namorados e seu pai.”
Meus olhos lacrimejam, porque ele está bem no alvo. Isso é
exatamente o que fiz hoje. “Sinto muito.” Sussurro.
Uma batida bate na porta. “Serviço de quarto.” O garçom
chama. Olho pelo olho mágico e o vejo parado com nosso
champanhe e gelo.
Stace volta para o banheiro frustrado por termos sido
interrompidos, solto um suspiro profundo enquanto abro a
porta. “Obrigada.” Murmuro enquanto pego a bandeja dele e
bloqueio os dois bloqueios quando ele sai.
Envolvo um punhado de gelo na minha camiseta e volto para
o banheiro onde encontro Stace agora no chuveiro, de costas para
mim enquanto ensaboa seu corpo. Tiro minhas roupas e entro no
chuveiro e o seguro por trás. Envolvo meus braços em torno de seu
grande corpo e aperto-o com força. Pressiono meu rosto em suas
costas e a água que escorre pelo ralo é um tom de rosa, tingida de
sangue. Ficamos em silêncio por um longo tempo, ambos perdidos
em nossos próprios pensamentos.
“Não sou uma pessoa fácil de se conviver, Stace.” Murmuro.
Ele fica em silêncio.
Um grande caroço se forma na minha garganta. “Entendo se
você não quiser lutar por nós. Sou uma mercadoria
danificada. Não poderia ficar comigo.”
Ele se vira para me encarar. “Não diga isso.” Ele sussurra.
“É verdade.” Encolho os ombros com tristeza. “Tenho mais
bagagem do que um 747.”
Ele afasta a mecha de cabelos da minha testa e então, com o
dedo sob meu queixo, levanta meu rosto para encontrar o
dele. “Você é minha mercadoria danificada.”
Meus olhos lacrimejam com as palavras que precisava tão
desesperadamente ouvir e ele me beija suavemente. “Eu me
apaixonei por você, Rosh.” Ele sussurra contra meus lábios.
“Você se apaixonou por mim?” Sussurro com esperança.
Ele me beija novamente. “É realmente irritante.” Sorrio.
“Irritante?”
“Bem, agora meu rosto está uma bagunça e deveria estar
fazendo um plano de fuga, mas a única coisa que está em minha
mente é estar dentro da minha garota.” Ele agarra minha bunda e
me arrasta em seu corpo duro.
Sorrio, envolvo meus braços em volta do seu pescoço e o beijo.
Oh, amo esse homem. Ele me conhece. Sabe como estou fodida
e está disposto a tentar. Nosso beijo se aprofunda e ele realmente
começa a me pressionar contra os azulejos.
“Desculpe-me por hoje. Fiquei tão magoada que não conseguia
ver direito.” Murmuro.
Ele me levanta e envolve minhas pernas em volta de sua
cintura e me segura contra os azulejos. Posso sentir sua ereção na
minha abertura.
“Não vou machucar você.” Ele rosna.
Ele traz meu corpo com força sobre o dele e eu gemo enquanto
luto para aceitar seu tamanho.
Ficamos em silêncio, nossos olhos fixos um no outro, e ele
lentamente me levanta e, em seguida, me puxa de volta com força
para que acerte fundo. “Confie em mim e deixe-me amar
você. Deixe-me protegê-la.” Ele sussurra.
Concordo, incapaz de falar enquanto seu corpo toma posse
total do meu.
“Porque eu te amo pra caralho e preciso que você sobreviva a
isso.” Nosso beijo fica frenético e não consigo ver direito. Ele
levanta os braços para os azulejos acima da minha cabeça e
realmente começa a bater em mim. A queimadura é tão intensa
que posso sentir cada veia de seu pau grosso. Cada ondulação de
seus músculos dentro de mim me faz desejar mais. Não consigo o
suficiente. Nunca me canso da maneira como ele me faz sentir, da
maneira como ele me toca. Ele para de repente e segura meu rosto
com a mão. A água escorre pelo nosso rosto e sinto que não consigo
respirar. Nossos olhos estão fixos um no outro e com a maneira
como ele está olhando para mim, parece que tudo é possível. Sua
mão no meu rosto é gentil, seus olhos estão cheios de amor e, ainda
assim, meu sexo está latejando com a surra que está sofrendo.
Isso é amor...estilo Stace.

“Então, você conhece o plano?” Stace me pergunta pela décima


vez enquanto senta na ponta da cama me observando.
“Sim” Respondo enquanto coloco meus sapatos na mala.
“Diga-me o plano.”
“Já disse a você.”
“Diga-me de novo.”
Reviro os olhos em frustração. “Entro no banco, retiro todo o
nosso dinheiro e entro no táxi que me espera.” Ele concorda.
“Então o que?”
“Então pego o táxi até aqui e atravesso a recepção como isca e
entro no elevador, mas em vez de subir para o quarto, vou direto
para o porão, entro no carro com você e vamos embora.”
“Mas irei seguir você até o banco, caso algo aconteça.”
“Nada vai acontecer. Eles nos procuraram a noite toda. Não
vão estar acordados ao raiar do dia.”
“Eles podem estar.”
“Você poderia, por favor, dizer que o copo está meio cheio ao
invés de ser tão negativo?”
“Sou realista, não negativo.”
Rolo meus olhos enquanto continuo fazendo as malas. “Tanto
faz.” Murmuro baixinho. Honestamente, não adianta nem discutir
com ele quando está assim. Decidimos que, se quisermos
realmente desaparecer, precisamos voar para Las Vegas, onde
Stace tem outro contato com passaporte falso. Infelizmente,
precisamos de dinheiro para fazer isso e, se não sacarmos todo o
dinheiro agora, eles poderão facilmente rastrear para onde
vamos. O cara que fez meu último passaporte obviamente nos
delatou. Não é por acaso que eles nos encontraram. Rastrearam o
uso do meu cartão bancário combinando-o com o meu nome falso.
“Tem certeza de que eles não sabem quem você realmente é?”
Pergunto.
“Positivo. Tenho uma casa e tudo configurado na identidade de
Mac. Eles pensam que sou eu e minha casa e não têm ideia de
quem realmente sou.”
Encolho os ombros. “Se você diz.”
“O que isso deve significar?”
“Significa que meu pai é um homem inteligente. Um homem
malvado e inteligente, e se sentir o cheiro de um rato, descobrirá
sua verdadeira identidade tão facilmente quanto uma torta.”
“Ele não vai.”
Fecho minha bolsa e Stace liga para a recepção. “Olá, você
pode contabilizar a conta e me informar o valor, por favor?” Ele
espera por um momento. “Sim, claro.” Ele espera novamente e
então rabisca uma quantia no bloco de notas ao lado do
telefone. “Obrigado. Minha esposa descerá em breve para pagar a
conta. Estamos fazendo o check-out esta manhã.” Ele escuta a
recepcionista. “Sim, tivemos uma estadia muito agradável.” Ele
sorri. “Voltaremos.”
Observo-o e me sinto desmaiar. Minha esposa. Como gostaria
que isso fosse verdade. Ele desliga e se senta na cama. Sento-me
ao seu colo e o beijo suavemente. “Como está o rosto?” Pergunto.
“Bem.” Ele franze o rosto e toco sua sobrancelha
suavemente. É um tom escuro de roxo e seu rosto ainda está
inchado, com hematomas aparecendo. Posso ver uma marca
distinta de sapato em sua bochecha.
“Diga-me uma coisa.” Digo.
Ele me beija, distraído por eu estar em seu colo.
“Você acha que meu anel estará pronto hoje?” Pergunto
esperançosamente.
“Não, não por mais quatro dias.”
Meu coração para. “Você acha que podemos...”
“Não, Rosh.” Ele me interrompe. “Não podemos esperar por
isso. Não temos tempo.”
Meu rosto entristece. “Oh.” Suspiro tristemente.
“Vou manda fazer outro para você.”
“Quando?”
Ele sorri. “Quando eu puder.”
“Quando você acha que será?”
“Não sei.”
Humm, não gosto dessa resposta. Fico em silêncio, ainda
esperando conseguir o que quero.
Ele me levanta de seu colo. “Você está pronta para ir?”
Concordo. “Tão pronta como nunca estarei.”
Ele pega minha peruca e coloca em minha cabeça. Então me
passa o óculos falso e coloco. “Odeio essa porra de peruca.” Ele
murmura para si mesmo enquanto a ajusta na minha cabeça.
“Pensei que loiras falsas fossem o seu tipo.” Sorrio docemente
enquanto o lembro de Chelsea.
“Não aquelas com cabelo de cavalo.” Ele responde, distraído
enquanto desliza os dedos por eles.
“Embora cabeças de cavalo estejam bem?” Provoco.
Um traço de sorriso cruza seu rosto. “Você precisa ser punida
hoje?”
Sorrio amplamente. “Provavelmente.”

O táxi para. “Então você pode esperar aqui?” Pergunto ao


motorista.
“Sim.”
Aponto para a rua abaixo de nós para ter certeza de que ele me
entende através da barreira do idioma.
“Esperar aqui?” Pergunto novamente.
Ele acena com a cabeça um aceno exagerado. “Sim.”
“Bem aqui?”
Ele revira os olhos em frustração. “Sim, senhorita, espero
aqui.”
Concordo rapidamente, envergonhada da minha
insistência. “Ok, vou demorar apenas cinco minutos.”
“Sim.”
Olho para a esquerda e depois para a direita. A rua parece
limpa. A Ferrari preta está estacionada na rua do outro lado e sei
que meu amor está cuidando de mim. De alguma forma, sinto-me
ainda mais perto dele hoje. É como se nossa grande briga de ontem
à noite apenas nos tivesse aproximado um do outro. Solto uma
respiração para me acalmar. Vamos fazer essa merda e acabar com
isso. Lentamente saio do táxi e entro no banco. Pego minha
identificação e coloco sobre o balcão e o caixa do banco sorri
calorosamente.
“Olá” Ela cumprimenta enquanto digita minhas informações
no computador.
“Gostaria de fazer um saque, por favor?” Falo.
“Certo. Quanto você gostaria?”
Rolo meus lábios. “Duzentos e vinte e sete mil, por favor?”
Ela franze a testa. “Dinheiro?”
Concordo.
“Humm.” Ela coça a testa. “Você ligou antes e nos disse que
retiraria essa quantia de dinheiro hoje?”
O pânico começa a se instalar. Não tenho tempo para
isso. “Não, não deveria ter que fazer. É meu dinheiro. Eu gostaria
agora, por favor.” Exijo nervosamente. Merda, por que não pensei
nisso?
Ela franze a testa. “Terei que ver meu gerente.”
Concordo quando meu coração começa a bater forte. Viro e
olho pela janela enquanto ela desaparece.
Porra.
Olho para cima e para baixo da rua nervosamente. Não consigo
ver ninguém suspeito. Ela reaparece. “Isso levará cerca de quinze
minutos. Por favor, sente-se em um dos escritórios.” Ela sorri e
aponta para um escritório à esquerda.
Merda.
Finjo um sorriso e entro no escritório. Pelo menos estou fora
de vista aqui. Pego meu celular e envio uma mensagem para Stace.
Vai demorar cerca de quinze minutos
Um texto volta.
Que porra é essa?
Não temos tempo para isso.
Reviro meus olhos e respondo.
Sinta-se à vontade para roubar o banco.
Porque isso será muito mais rápido.
Viro e olho para fora do painel de vidro da porta para ver se
consigo ver alguém espreitando. Pergunto-me onde está Stucco
esta manhã. Meus nervos sobem para outro nível.
Um texto volta.
Não me tente!
Sento e balanço meu pé com impaciência. Vamos! Vamos. Meu
celular emite um bipe de texto.
Temos companhia
Meus olhos se arregalam.
Quem?
Um texto volta.
Eles estão subindo a rua, dois homens.
Reconheço um deles da equipe de Vikinos.
Fique onde está.
Coloco minha cabeça em minhas mãos. Ah não. Isso é um
desastre. Respondo.
E se o táxi for embora?
Um texto volta.
Então estamos ferrados.
Diga a eles para se apressarem!
Olho pelo batente da porta como um rato e sorrio docemente
para o caixa do banco. “Com licença, tenho um avião para pegar e
estou com muita pressa. Quanto tempo mais vai demorar?”
“Claro, minhas desculpas. Outro caixa está apenas verificando
agora. Você tem tanta sorte que acabamos de receber uma entrega
de dinheiro esta manhã ou não teríamos esse valor aqui para
saque.”
Oh, inferno, isso seria um desastre. “OK.” Aponto de volta para
o escritório. “Vou apenas esperar aqui.”
Ela finge um sorriso.
Sento novamente e envio uma mensagem para Stace.
Observo meu celular enquanto espero ele atender. Espero e
espero.
O que ele está fazendo? Por que não atende se está sentado em
um maldito carro? Minha mente vai para a noite passada e como
eles quebraram seu rosto. Bastardos covardes. Quem chuta um
homem no rosto com força total quando ele está lutando contra
outro homem e está com as mãos ocupadas? Mando mensagem
novamente.
O que está acontecendo?
Responda-me!
Sem resposta. Oh Deus, isso é estressante pra
caralho. Começo a transpirar. Coloco meu rosto em minhas
mãos. E se eles o pegaram? As janelas são tão pretas que você não
pode ver dentro do carro...a menos que saibam que carro
alugamos. É uma possibilidade, uma possibilidade forte. Merda.
A caixa do banco entra no escritório com uma grande caixa e
começa a descarregar o dinheiro na mesa e sua assistente a segue
com uma máquina de contagem de notas. Eles começam a contar
o dinheiro na minha frente. Fico imóvel fingindo assistir, mas
minha mente está longe de ver dinheiro.
Onde ele está?
Por que não está respondendo? Disco o número dele e toca
algumas vezes.
“Oi”, ele responde, e meu coração dá um salto.
Finjo um sorriso. “Por que não está atendendo ao telefone,
querido?” Ajo bem na frente dos caixas do banco quando tudo o
que realmente quero fazer é gritar com ele por me deixar enjoada.
“Desculpe, atendi uma ligação.”
“Ah, que hora para atender.” Finjo rir.
“Era minha mãe.” Ele retruca. “Ela estava ficando preocupada
e pensei que não seria capaz de falar com ela novamente por um
tempo.”
Meu coração aperta. “Oh, muito justo.” Levanto e me afasto da
mesa. “O que estamos fazendo?” Falo em código.
“Tudo bem, o táxi ainda está lá. Saia e vá direto para
ele. Continue com o plano.”
“OK?” Pergunto esperançosamente.
“Ainda está tudo bem, vejo você em breve.”
“Tchau”, sussurro apesar do meu pavor.
Sento por mais cinco minutos enquanto elas contam o resto do
dinheiro e coloco em minha pequena bolsa. “Obrigada.” Sorrio
enquanto coloco a bolsa no ombro.
Empurro as portas duplas de vidro e abaixo minha cabeça e
vou direto para o táxi. “Olá, obrigada por esperar. De volta ao hotel,
por favor.”
“Você demorou muito. Quase fui embora.”
“Eu sei, sinto muito. Vou pagar um extra a você.” Olho pela
janela traseira e rua abaixo na minha frente. Não consigo ver
ninguém suspeito. O táxi sai no meio do trânsito enquanto meu
celular emite outro bipe.
Eles viram você.
Mantenha a cabeça baixa e siga o plano.
Abaixo minha cabeça quando o medo começa a me deixar
nauseada. Puta merda.
Vejo a Ferrari entrar no trânsito e voltar para o hotel. O táxi
para no hotel e, com as mãos trêmulas, pago o motorista e
saio. Vou direto para o elevador e aperto o botão conforme
planejado.
O elevador não vem. Por que demora tanto tempo?
Depressa, por favor, se apresse. Vejo os números acima das
portas e estão indo muito devagar. Aperto os botões novamente e
olho para fora para ver um carro parando na rua e dois homens
saindo. Aperto o botão de subir do elevador e corro para a escada
de incêndio. Desço dois degraus de cada vez, quase
freneticamente. A bolsa de dinheiro é pesada e balança, me
atingindo enquanto corro. Irrompo pela porta na parte inferior e
vejo a Ferrari preta parada perto do elevador de onde ele está
esperando que eu venha. Corro pelos carros estacionados, abro a
porta e mergulho no assento.
“Vá.” Grito.
Stace liga o motor e voamos pelo estacionamento.
“Vamos, mais rápido.” Grito. “Precisamos sair daqui agora.”
Capítulo 20

Voamos pelo estacionamento subterrâneo e subimos em


direção à rampa de saída. Stace desliza o ticket de estacionamento
para dentro da máquina e o portão deslizante se arrasta
lentamente para cima.
“Abaixe-se.” Diz enquanto seus olhos passam rapidamente por
mim.
Concordo nervosamente e me curvo sobre os joelhos enquanto
ele dirige o carro lentamente. “Este carro provavelmente foi uma
boa ideia, afinal.”
Ele sai da garagem e vai para a rua enquanto o observo da
minha posição curvada. “Eles não esperam que tenhamos
dinheiro. Não estarão procurando por este tipo de carro.” Ele
responde enquanto dirige pela rua.
“Você pode ver alguém?” Sussurro.
Seus olhos piscam para o espelho retrovisor. “Não.” Ele faz
uma pausa. “Eles ainda estão dentro do hotel.”
“Você acha que sabem que temos os diamantes?” Pergunto.
“Duvido.” Ele responde enquanto se estica e puxa a peruca da
minha cabeça e a joga no chão. “O navio ainda está no
mar. Ninguém saberá que eles desapareceram ainda.”
Dirigimos por mais algum tempo em silêncio e seus olhos
piscam continuamente para os espelhos para verificar se alguém
está nos seguindo.
“Vê alguma coisa?” Pergunto novamente.
“Não, está tudo bem.” Ele estende a mão e esfrega minhas
costas e solto um suspiro e balanço minha cabeça.
“E-eu não achei que o banco fosse me dar o dinheiro.”
Gaguejo.
“O que aconteceu?” Ele pergunta.
“Eles estavam demorando tanto e eu estava pirando. Achei que
tivessem chamado alguém para avisar que eu estava lá.”
“Mas você conseguiu?”
“Sim, está na bolsa.”
Ele sorri sexy. “Boa menina.”
“Stace.” Meus olhos procuram os dele da minha posição
curvada. “O que vamos fazer? O que nós vamos fazer?”
Ele solta um suspiro profundo e faz uma pausa como se
estivesse pensando. “Nesta fase, tentar não ser localizado é a
principal prioridade. Não estaremos seguros até que tenhamos
novos passaportes e possamos ir entre os países sem sermos
detectados.”
“Podemos ir para a Suécia? Eles não vão nos encontrar na
Suécia.” Sempre tive na cabeça que estarei segura na Suécia. Não
sei por que, mas simplesmente acho.
Ele sorri tristemente enquanto segura minha mão. “Iremos a
algum lugar. Vai ficar tudo bem, Rosh. Entenda.”
Concordo e levo sua mão ao meu rosto e beijo as costas dela.
“Obrigada.” Sussurro.
“Pelo quê?”
“Por me ajudar.”
Seus olhos encontram os meus e por uma fração de segundo
sua máscara desliza e vejo medo. Meu rosto entristece, e como se
soubesse o que acabou de revelar, ele os levanta e se concentra de
volta na estrada e nos espelhos retrovisores.
Ele acha que vão nos pegar.
Saímos da cidade por quinze minutos em silêncio até que ele
finalmente fala. “Você pode se sentar agora. Ninguém está nos
seguindo.” Desdobro meu corpo de sua posição curvada.
Fico olhando pela janela enquanto minha mente vai para
minha mãe e o horror que ela passou. Não suporto a ideia de ele
ter o mesmo destino. Não vou permitir.
“Stace?” Hesito enquanto tento acertar minhas palavras. “Se
eles nos alcançarem...”
“Sim.”
“Quero que você fuja. Não tente me salvar porque você vai
morrer. Olha o que fizeram com você na outra noite? Preciso saber
que você não vai tentar ser o Capitão América.”
Seus olhos permanecem fixos na estrada. “Não vou deixar
nada acontecer com você, Rosh.” Ele murmura.
“Sim mas...”
“Pare!” Ele grita, me interrompendo. “Estou aqui até a porra do
fim. Tire essa merda da cabeça agora. Não vou embora.”
“Não quero que nada te machuque.”
Seus olhos se voltam para mim com raiva. “É um pouco tarde
para isso. Você acha que não iria me machucar se eles pegassem
você? Estou salvando você para mim e também para você!”
Um nó se forma na minha garganta. Só quero que isso acabe.
Não sei quanto mais posso aguentar com esta corrida. Durante
toda a minha vida adulta estive fugindo. Agora estou com medo e
tão esgotada. Não sei o que dizer. Não tenho palavras. Não a
palavra que irá desfazer a semana passada. Eu tinha ele, escapei
com um passaporte falso e então fui e estraguei naquela maldita
farra de tiroteios. Mas então Stace provavelmente estaria morto
agora se eu não tivesse.
Fiz a coisa certa. Só queria ter matado o homem certo.
Solto uma respiração profunda enquanto meus olhos vagam
de volta para fora da janela. Se eu tivesse matado o homem certo,
nossos problemas acabariam.
Sinto o toque suave de sua mão tirar os cabelos de meu rosto.
“Chegamos, baby.”
Luto para abrir meus olhos e me reajustar no desconfortável
banco. “Este carro é uma merda.” Reclamo.
Ele sorri sexy. “É muito bom de se dirigir.” Ele acelera o motor
enquanto me dá uma piscadela sexy para me mostrar o quanto ele
adora.
“Que horas são?” Bocejo.
“Por volta das 20h.”
“Vamos passar a noite aqui?” Pergunto.
“Sim, vamos encontrar um lugar para ficar.”
Sorrio, me inclino e beijo o lado de seu rosto. “Obrigada por me
deixar dormir.” Sussurro em seu rosto forte.
Ele se vira e me beija suavemente nos lábios. “Tenho um
motivo oculto. Preciso que fique acordada esta noite.”
“Por que?” Pergunto.
“Porque eu preciso relaxar.”
“E?”
“E preciso que você chupe meu pau.” Ele beija a ponta dos
meus dedos. “Entre outras coisas.”
Sorrio. “Sou seu relaxante, seu idiota, a noite toda?”
Seus olhos escuros seguram os meus e ele concorda.
“Isso pode ser arranjado, suponho.” Hesito. “O que tem pra
mim?”
Ele agarra minha mão e a coloca sobre sua virilha e sinto o aço
duro por baixo dela. Sinto minhas entranhas começarem a
pulsar. Ele está tão excitado como o inferno. Porra, eu amo esse
homem.
“No que você esteve pensando enquanto eu dormia?” Sorrio.
“Você.” Seus olhos piscam para mim. “Você em mim. Eu em
você.” Sorrio amplamente. Ele sabe exatamente do que preciso,
quando preciso.
Paramos em um hotel de aparência chique e todos os
manobristas desmaiam com o carro. Sorrio enquanto observo sua
reação. É muito divertido ter dinheiro. O carregador abre a porta
do carro e Stace desce.
“Você tem algum quarto para esta noite?” Ele pergunta.
“Sim senhor.”
Ele se recosta no carro. “Isso vai servir. Você sai.”
Concordo quando ele abre o porta-malas, pega nossas malas e
eu saio. “Você tem algum dinheiro na carteira?” Pergunto.
“Acho que sim.” Ele rapidamente abre sua carteira e
verifica. “Tudo bom.”
Ele passa as chaves para o manobrista e os olhos do jovem se
arregalam de empolgação. Não é todo dia que você estaciona uma
Ferrari.
“Tenha cuidado com isso.” Stace diz a ele.
“Sim, claro, senhor.”
Caminhamos pelo saguão até a recepção, onde as três garotas
atrás dão uma segunda olhada em meu belo
companheiro. Vestindo jeans preto justo e uma camiseta branca
que abraça todos os músculos, ele parece muito bem, mesmo que
esteja com o rosto machucado. “Gostaria de um quarto para esta
noite, por favor.” Ele diz a elas.
A linda morena sorri nervosa e começa a digitar.
“Sim, claro, senhor.” Os olhos dela permanecem em seu rosto.
“Ele é um boxeador.” Interrompo. “Seu rosto está machucado
por lutar.”
“Oh.” Seus olhos piscam para mim e ela parece envergonhada
por ter esquecido que eu estava aqui. Vadia estúpida. O que tem
com garotas de recepção sacanas?
“Que tipo de quarto você gostaria?” Ela pergunta. “Temos uma
suíte executiva, um quarto com terraço, uma suíte máster ou uma
cobertura.”
“A cobertura, por favor.” Ele responde sem pensar. Ele olha
para mim e sorrio. Que vida incrível seria essa? Estar casada com
ele, loucamente rica sem se importar. Poderíamos viajar pelo
mundo. Não existe nada que não possamos fazer. Por um
momento, me permito imaginar como seria e sorrio estupidamente.
Demora cerca de quinze minutos para fazer o check-in e subir
para encontrar o quarto 2102.
Ele passa a chave no leitor e as portas duplas se abrem. Somos
atingidos na cara por um luxo exuberante. Tem uma grande sala
de estar com um mini piano de cauda e três luxuosos salões de
couro. Outra sala de estar se ramifica para a direita, tem duas
grandes poltronas e pufes. A parede posterior da sala de estar é
forrada de estantes repletas de belos livros. O quarto fica à
esquerda e uma enorme cama king-size fica no centro. Toda a
parede de trás do quarto é de vidro com vista para a linda cidade
onde as luzes piscam lá embaixo. Um banheiro de mármore e um
guarda-roupa desviam para a esquerda. “Uau” Murmuro enquanto
entro lentamente. “Isso é...” Minha voz some. Nem tenho palavras
para isso.
Stace me pega nos braços. “Só o melhor para minha esposa.”
Ele me beija, seus lábios são fortes e suaves, e esta noite posso
sentir o desejo deles enquanto permanecem nos meus. Ele me
encara e afasta os cabelos de meu rosto. “Você está bem?” Ele
pergunta baixinho enquanto seus olhos procuram os meus.
Concordo com um sorriso falso e saio de seus braços. Não me
pergunte isso porque, com toda a honestidade, simplesmente não
sei. “Sim.” Minto.
“Você não comeu muito hoje.”
Solto um suspiro enquanto jogo minha bolsa em cima da cama
para pegar algumas roupas limpas. “Não estou realmente com
tanta fome.” Murmuro.
“Vamos sair para jantar.”
Franzo a testa enquanto olho para ele “É seguro?”
Ele encolhe os ombros. “Quem se importa?” Ele agarra minhas
mãos nas suas. “Estamos vivendo cada dia como se fosse o último,
lembra?”
Realmente precisava ouvir isso. “Você sempre sabe o que
dizer.”
Seus olhos seguram os meus enquanto ele enfia uma mecha
de cabelo atrás da minha orelha. “Eu te amo.”
Meu estômago embrulha, percebendo que é a primeira vez que
ele diz isso abertamente e honestamente, sem pensar. “Você me
ama?”
Ele me pega nos braços e beija minha testa. “Por que você
parece surpresa?”
“Eu não estou...” Paro. “Eu só...” Eu me paro.
“Você só o quê?” Ele franze a testa.
Fico olhando para uma pintura na parede por cima do ombro
para não ter que olhar nos olhos dele. Estive pensando sobre isso
o dia todo. Ele está mais seguro sem mim. “Só não sei se sou boa
para você. Talvez devêssemos nos separar.”
“Olhe para mim.”
Continuo olhando para a pintura enquanto tento o meu melhor
para não mostrar nenhuma emoção.
“Porra, olhe para mim.”
Arrasto meus olhos para os dele.
“Quero viver o momento. O agora.”
“O anel de noivado era...?” Minha voz falha porque não tenho
certeza se quero saber a resposta.
Ele me interrompe. “Comprei um anel de noivado porque quero
viver o momento.”
“Mas você teria comprado para mim se estivéssemos em
circunstâncias normais?” Pergunto.
“Se me sentisse assim por você em circunstâncias normais,
sim.”
“Stace.” Sussurro.
“Se planejasse minha vida perfeita esta noite, você estaria
nela. Sei que parece rápido, mas estamos juntos e sozinhos todos
os dias a um mês. Sinto que conheço você desde sempre. Nunca...”
Sua voz some.
Sorrio suavemente, é assim que me sinto. “Isso é real entre
nós?” Balanço minha cabeça e me afasto dele. “Como podemos nos
apaixonar nessas circunstâncias?”
“Não sei.”
“Então você também está tendo problemas para acreditar
nisso?” Pergunto.
Ele acena sutilmente. “Estou.”
Meus olhos procuram os dele. “Não sei como me permitir
acreditar.”
Vejo o momento em que um pensamento passa por sua
mente. “Você está duvidando de seus sentimentos? É disso que se
trata?”
Fico olhando para ele enquanto uma confusão de emoções gira
em meu cérebro. Eu deveria acabar com isso. Deveria fazê-lo me
deixar para saber que ele estará seguro.
“Não.” Respondo no piloto automático.
“Não, você acredita nisso ou não, você não duvida dos seus
sentimentos?” Ele se afasta de mim para se distanciar.
“Stace...” Hesito enquanto tento colocar minhas palavras
juntas. “Eu te amo, você me faz sentir como nunca antes, mas me
preocupo.” Toco sua sobrancelha e ele recua. “Olha o que eles
fizeram com você para tentar chegar até mim.”
“Estou bem.”
“Desta vez. Você está bem, desta vez.”
Ele envolve seu braço em volta de mim e me abraça com
força. “Estou bem, desde que esteja com você.” Ele beija minha
testa suavemente.
Sinto o gelo começar a derreter em volta do meu coração.
“Você sabe o que quero fazer?” Ele sorri na minha testa.
“O que?”
“Quero levar minha namorada para um encontro.”
“Namorada?” Sorrio.
Ele concorda enquanto arregala os olhos. “Parece estranho,
não é?”
Encolho os ombros. “Posso me acostumar com isso, suponho.”
Ele coloca o dedo sob meu queixo trazendo meu rosto para
encontrar o seu. “Pare de pensar. Vamos apenas passar cada dia e
obter nossos novos passaportes, depois desaparecer e começar de
novo.”
Ele me beija suavemente e novamente com mais força. Seus
lábios se abrem e desliza sua língua lentamente em minha
boca. Sua mão segura à parte de trás da minha cabeça enquanto
ele me segura do jeito que me quer. “Coloque seu vestido de
encontro e me surpreenda como você fez em nosso primeiro
encontro.”
Sorrio. “Explodi sua mente?”
“Como uma bomba atômica. Fiquei louco de ter que voltar ao
navio sabendo que não a veria novamente. Essa foi a primeira
vez...” Ele se interrompe.
“A primeira vez do quê?” Pergunto.
“Essa foi à primeira vez que soube que éramos mais.” Ele
sussurra contra meus lábios.
Sorrio enquanto seus lábios tomam os meus. “Então eu sabia
antes de você.” Sussurro.
“Eu sei.” Ele me beija novamente. “Sou lento nessas coisas.”
Nosso beijo fica mais profundo e começo a sentir o calor entre
minhas pernas. “Quando você soube?”
“Quando você se lembrou da minha tábua de salvação. Na
verdade, foi antes disso.” Eu me corrijo. “Foi quando me
machuquei pensando que você dormiu com Chelsea.”
“Não dormi com Chelsea. Não toquei em outra mulher desde
que conheci você.”
Meus olhos procuram os dele.
“Talvez eu soubesse na noite em que conheci você.” Ele
sussurra. “Acredito que fomos feitos para nos encontrar.”
Sorrio. “Se estiver tudo bem para você, vou ficar com o
primeiro encontro em que você perguntou ao meu pai se poderia
me levar para um encontro como nossa história de encontro.”
Ele agarra minha bunda e me arrasta sobre seu pau
duro. “Você vai deixar de fora a parte do sequestro quando
contarmos às crianças?” Seus lábios caem em meu pescoço e ele
me morde.
Sorrio alto. “Você quer filhos?”
“Sim, quero filhos, porra.” Ele me pega e me joga na cama e
salto uma risada. Ele rasteja por cima e se apoia no cotovelo
enquanto olha para mim. Ficamos sérios de repente.
“Que tipo de pai você será?” Pergunto.
“O tipo que protege sua mãe.” Ele se curva e me beija com
ternura enquanto sua mão desliza pela minha perna, por baixo do
meu vestido, e encontra aquele ponto entre as minhas pernas. Ele
circula e, em seguida, desliza por baixo da minha calcinha e desliza
dois dedos em meu sexo.
“Oh, Deus.” Sussurro enquanto minhas pernas se separam
sem permissão.
Seus dedos lentamente bombeiam para dentro de mim, e
aperto para dar a ele um gostinho do que está por vir.
Ele inala profundamente. “Posso fazer você feliz.” Ele sussurra
enquanto seus olhos fixam os meus. Ele pega o ritmo e o som da
minha excitação paira no ar. “Posso fazer seus filhos felizes.” Ele
levanta minha perna sobre seu corpo para me espalhar mais.
Meus olhos lacrimejam. Nunca ouvi nada tão bonito em minha
vida.
Isso é tudo que quero. Tudo que sempre vou querer. “Prometa
que podemos fazer isso acontecer, Stace.” Sussurro enquanto
coloco minha mão em seu antebraço e o sinto flexionar enquanto
ele me bombeia com ela. Ele me estica enquanto adiciona outro
dedo e gememos de prazer. “Não me importo com dinheiro. Só
quero estar com você. Só quero um futuro com você.” Ele acelera o
passo e sua mão se torna quase violenta quando a cama começa a
bater na parede.
“Você tem isso.” Nos beijamos novamente e acho que é o beijo
mais tocante que ele já me deu. “Nunca me senti tão perto de
ninguém.” Murmura.
“Estou tão apaixonada por você.” Sussurro enquanto meu
corpo treme à beira do orgasmo.
De repente, desesperado, ele se levanta e puxa a camisa sobre
os ombros e desliza a calça jeans pelas pernas. Sou abençoada com
a visão de seu grande pau pendurado pesadamente entre as
pernas. A pré-ejaculação pinga da cabeça e posso ver as veias que
correm por sua espessura. Ele bombeia três vezes para dar a si
mesmo algum tipo de liberação. Alcanço e passo meus dedos sobre
meus lábios que estão marcados ao seu lado. Ainda estou pasma
por ele fazer isso.
Seus lindos olhos castanhos seguram os meus enquanto ele
rasteja sobre meu corpo e cutuca minha abertura com seu pau. Ele
me mantém esperando enquanto desliza para frente e para trás
através do meu sexo molhado. Sorrimos de prazer e sei que é
preciso toda a sua resistência para não deslizar diretamente para
dentro.
Ele se inclina para trás sobre os joelhos e abre minhas
pernas. Seus olhos caem sobre o meu sexo e depois voltam aos
meus olhos enquanto ele pensa.
“O que foi?” Sorrio suavemente.
Ele se deita sobre mim e me beija suavemente. “Case-se
comigo.”
Nossos olhos se prendem enquanto ele desliza lentamente para
dentro. Meu corpo luta para tomar seu tamanho e ele se levanta de
um lado para o outro para me abrir. “Oh...Deus.” Sussurro.
“Ele não vai te ajudar a tirar esse pau, baby.” Ele geme de
prazer.
Sorrio contra seus lábios enquanto ele me bate e empurra
minha carne. Ele puxa e desliza de volta para mim, me forçando a
gritar. Bombeia de novo e tira o ar dos meus pulmões. Oh, meu
homem está com vontade de foder com força. Ele agarra minhas
pernas e as mantém sobre os ombros e, em seguida, com os braços
esticados, coloca as mãos acima dos meus ombros para se apoiar.
Dentro. Fora. e, oh, bom pra caralho. Seus olhos seguram os
meus e é quase demais. Essa intensidade é quase insuportável.
A cama está batendo na parede com força quando ele
realmente me deixa ficar nela.
“Você parece tão boa. Foda-me. Foda-me com força.” Ele
rosna enquanto a transpiração brilha em sua pele.
Aperto o mais forte que posso, seus olhos se fecham e ele geme
profundamente.
Inclina-se para me beijar e somos como animais um com o
outro. Ambos pegando o que nosso próprio corpo precisa do
outro. Eu o seguro apertado contra mim, e com toda a honestidade,
o mundo pode acabar agora e não me importaria.
“Goze.” Ele exige enquanto bombeia.
“Mais” Choro. “Quero mais de você.”
Ele pega o ritmo e grito quando sou atingida como um
caminhão de orgasmo, mas antes que tenha tempo de reagir, ele
puxa e atira sêmen em meu estômago. Sua cabeça inclina para trás
para o teto e sua boca fica frouxa enquanto esvazia seu corpo no
meu.
Lutamos por ar e então ele se senta de joelhos entre minhas
pernas abertas e desliza seus três dedos de volta para o meu
sexo. Ele lentamente me acaricia enquanto sua outra mão esfrega
seu sêmen sobre meu estômago e seios. É tão íntimo ter seus dedos
de volta dentro de mim tão rapidamente e seu sêmen por toda a
minha pele.
Seus olhos prendem os meus e sei que vou gozar
novamente. Vou gozar novamente. Vou gozar para sempre.
“Beije-me.” Sussurro.
“Case-se comigo.” Ele fala enquanto seus dedos deslizam para
dentro de mim.
“Por quê?” Sussurro.
“Porque preciso disso todos os dias. Porque você é a única
pessoa com quem quero fazer isso.” Ele franze a testa como se
estivesse pensando em outras coisas. “Você me faz querer ser
melhor e eu preciso de você.”
Ele traz seus dedos para cima e os chupa e sinto minha
excitação começar a bombear fortemente. Estou inchada e
molhada, e inferno, o quero de novo.
“Responda-me.” Ele pede enquanto rasteja sobre mim.
“Sim.” Sussurro enquanto enrolo meus braços em volta de
suas costas largas. “Sim, casarei com você.”
Ele me beija com ternura e com a sensação de seu sorriso
contra meus lábios, estou perdida.
Ouço o chuveiro ligar e espero Rosh entrar na
água. Procuro o pedaço de papel amassado em minha
bolsa. Depois de finalmente localizá-lo, disco o número que
rabisquei.
Toque, Toque.
“Olá” Responde Chris.
“Oi, sou eu.”
“Oi. Estive pensando. Para que você precisa disso?”
“Longa história.” Suspiro.
“Eu tenho tempo.”
“Não. Você entendeu ou não?”
“Stace, em que diabos você se meteu?” Ele suspira.
Solto uma respiração profunda. “Só preciso de alguém
confiável que possa fazer o trabalho.”
“Esse cara é do FBI.”
“Ele sente falta?”
“Nunca. Ele é apenas um dos quatro que faz trabalhos
paralelos.”
Penso por um momento. “Quão confiável ele é?”
“Ele trabalha para o Tio Sam. Ele é o melhor dos
melhores.”
“Então, como eu faço isso?” Pergunto.
“Você liga para este número e eles o colocam no
sistema anonimamente e, em seguida, todos fazem uma
oferta para o trabalho.”
“OK.” Rolo meus lábios enquanto caminho até a janela e
puxo a cortina para olhar a escuridão. Minha mente está
correndo, mas estive pensando sobre isso o dia todo. Sei que
é a única maneira.
“Você vai fazer isso?” Ele pergunta.
“Não tenho escolha.”
“Você tem certeza?”
“Positivo.”
“Você pode passar sua vida na prisão.”
“Vai valer a pena.”
“Ok, cara, é o seu funeral. Ligue-me quando puder.”
“Obrigado. Adeus.”
Desligo e disco o número enquanto meu coração martela
no meu peito.
“Olá” Responde a voz masculina.
“Gostaria de anunciar um emprego, por favor.”
“Sim. Quanto você está pagando?”
Paro enquanto tento controlar meus nervos. “Trinta
milhões de dólares.”
O silêncio cai sobre a linha. “Quem é?” Ele finalmente
pergunta, sabendo que é alguém importante.
“Quero dois atiradores e eles receberão quinze milhões
cada, vinte e quatro horas após sua morte confirmada.”
“Quem é?” Ele pergunta novamente.
“Mario Vikinos.”
Capítulo 21

Roshelle senta-se com as mãos entrelaçadas sob o queixo.


Seus grandes olhos castanhos olham para mim do outro lado
da mesa com amor e sinto meu peito apertar. Ela é, sem
dúvidas, a mulher mais linda que já conheci. Todos os dias
caio mais profundamente sob seu feitiço.
Sorrio, me perguntando como diabos eu tive tanta sorte
de cruzar o caminho dela.
“O que foi?” Ela sorri.
Balanço a cabeça. “Nada.”
“Por que está olhando para mim assim?”
“Assim como?”
Ela encolhe os ombros enquanto pega seu vinho e toma
um gole enquanto pensa em uma resposta adequada.
“Como se eu quisesse devorar você?” Pergunto com uma
sobrancelha levantada.
Um largo sorriso cruza seu rosto. Ela tira o sapato e
levanta o pé para que ele fique na minha virilha. Eu o alcanço
e coloco minha mão com ternura sobre ele.
“Você quer?” Ela mexe os dedos dos pés e aperto seu pé
em minha mão.
“Isso é um fato. Você é minha dieta básica atualmente.”
Ela ri em sua taça de vinho. Pego minha cerveja e tomo
um gole. Estamos no restaurante do hotel e são cerca de 22h.
“Este é um lindo hotel, não é?” Ela pergunta.
“Sim.” Murmuro enquanto olho ao redor.
“Stace.”
Meus olhos piscam de volta para ela.
“Vamos fazer isso. Vamos nos safar.” Ela arregala os
olhos com esperança. “Poderíamos ser tão felizes juntos se
pudéssemos sair dessa bagunça.”
Sorrio e pego sua mão sobre a mesa.
“Esse é o plano.” Abro a boca para dizer a ela que ordenei
a execução, mas rapidamente a fecho. Não quero dar falsas
esperanças quando não tenho certeza se isso vai acontecer.
Ela não precisa de uma falsa sensação de segurança. Sei que
não vai se importar com o dinheiro que ofereci se ele morrer,
mas vamos cruzar essa ponte quando chegarmos lá...e eu
espero sinceramente que sim.
“Estava pensando que talvez devêssemos tentar pegar um
voo para Las Vegas amanhã.” Acrescento.
Ela franze a testa em sua taça de vinho. “Achei que você
tivesse dito que íamos para o Chile para voar de lá?”
Concordo enquanto bebo minha cerveja. “É um longo
caminho a partir daqui e significa muito mais tempo na
estrada e ao ar livre.”
Ela morde a unha do polegar enquanto pensa. “Você acha
que é mais perigoso ficar aqui?” Concordo.
“Podemos fretar um avião daqui?” Ela pergunta.
“Fiz algumas pesquisas esta noite enquanto você estava
no banho, e acho que será mais fácil sermos pegos se fizermos
isso.”
Ela franze a testa. “Então acha que devemos pegar um
voo comercial?”
“Acho que sim.”
“Mas eles não serão capazes de nos encontrar?”
Encolho os ombros. “Vamos comprar as passagens no
aeroporto no último minuto e pagar em dinheiro. O site do
passaporte internacional é muito mais difícil de hackear e
pode nos dar algum tempo. Estou assumindo que, até este
ponto, eles estavam rastreando nosso cartão de crédito.”
“Mas e se eles nos rastrearem e estiverem esperando do
outro lado?”
Meus olhos seguram os dela. “É uma possibilidade.”
Ela esfrega a testa com as duas mãos enquanto pensa.
“Stace, não gosto disso.”
Pego sua mão sobre a mesa. “Sei amor, mas vai ser mais
difícil para eles tirarem você de um aeroporto internacional
do que de uma estrada deserta na América do Sul.”
Seus olhos sobem para encontrar os meus.
“Sinto que preciso levar você de volta a solo americano.”
“Por quê?” Ela sussurra.
“Só sinto. Não temos contatos aqui e a polícia não sabe
de suas circunstâncias. Inferno, a polícia provavelmente está
na folha de pagamento dele. Não conheço a dinâmica deste
país e isso me deixa nervoso pra caralho.”
Ela fecha os olhos enquanto debate com o conceito.
“Você entendeu o que estou querendo dizer?” Pergunto.
“Acho que sim.” Ela suspira enquanto olha para longe.
“Ei.” Aperto sua mão. “Olhe para mim.” Ela arrasta seus
olhos para encontrar os meus. “Tudo vai dar certo. Vamos
pegar os passaportes e desaparecer.”
“Promete?”
Seguro meu copo e brindo com o dela. “Pela minha vida.”

O som da respiração de Rosh é reconfortante. Ela está


dormindo profundamente em meu peito e enfiada com
segurança debaixo do meu braço. Todas as noites, nessa
hora, é quando os pensamentos sombrios se insinuam.
Começo a me preocupar, logo depois que ela adormece antes
de mim. Esfrego meu rosto sobre o topo de sua cabeça
enquanto penso. Ela se aninha mais perto e beija meu peito
em seu sono.
Nunca tive isso antes. Nunca me senti tão satisfeito, tão
conectado com uma pessoa. Minha mente volta para Mandy,
minha namorada de infância, e uma forte sensação de
arrependimento me preenche.
Não me permiti pensar muito nela ao longo dos anos.
Acho que sempre fiquei muito desapontado comigo para
deixar minha mente ir lá. Eu a amava. Eu a amava muito e,
mesmo assim, em viagens para longe, dormia com outras
mulheres em diferentes portos ao redor do mundo.
Por quê?
Penso e posso me lembrar do quão excitado eu ficava o
tempo todo e o quanto precisava do toque de uma mulher
quando estava fora...qualquer mulher. Por que eu
simplesmente não terminei com ela? Penso nisso por um
momento. Foi porque quando ia para casa, ela era a única
mulher que eu queria na minha cama. Ela era a única com
quem eu queria conversar. Foi assim por um tempo. Eu ia
embora por seis semanas e ficava em casa por seis semanas.
No final, foi a culpa que senti quando olhei em seus olhos que
me destruiu. Eu me pergunto se não tivesse finalmente
confessado, nós teríamos nos casado? Eu teria superado o
estágio de jovem e estúpido, ou havia algo faltando em nosso
relacionamento que me fez fazer isso?
Ela teria feito qualquer coisa por mim e eu por ela. Exceto
o óbvio: Lealdade.
Não pude fazer isso.
Ela seguiu em frente rapidamente e estava namorando
dentro de um ano, ficando com um cara legal e estável. Ela
se casou com ele e têm dois filhos pequenos agora.
Acho que nunca me recuperei.
Nunca me permiti me aproximar de ninguém desde então.
Nunca mais quero causar dor a ninguém. Minha mente vai
para o momento em que eu disse a ela que tinha dormido com
outra pessoa e o olhar assombrado em seu rosto. Ela não
acreditou em mim no início, e então seu coração se partiu
enquanto chorava na cama enquanto eu me sentava
impotente a seus pés.
Nunca vou esquecer isso enquanto viver.
Ainda sinto um nó na garganta, sete anos depois. Junto
com a morte do meu irmão é a memória mais dolorosa que
tenho, e causei isso para nós dois. Beijo suavemente a testa
de Rosh enquanto ela joga sua perna sobre a minha. E agora
tenho essa mulher. Estou perdidamente apaixonado por ela
e, no entanto, só nos conhecemos porque a sequestrei.
Em que tipo de homem me transformei? Meu irmão ficaria
tão envergonhado.
Fico deitado por meia hora no escuro, olhando para o teto
enquanto repasso todos os erros que cometi. Meus lábios
descansam em sua testa.
Por algum motivo, preciso tocá-la fisicamente ou não
consigo relaxar. Por que me sinto tão diferente sobre Rosh?
Por que esse amor é incomparável a qualquer coisa que já
senti antes? Sinto-me como um estudante fora de controle que
morreria na espada por seu primeiro amor que consumiu
tudo.
A ideia de estar com outra pessoa revira meu estômago.
Ela é forte, louca, imprevisível e, ainda assim, vulnerável
como uma criança. Sinto que, com ela, preciso ser o adulto
no relacionamento. O desejo de protegê-la é quase primordial
e nunca experimentei nada parecido antes. Sexualmente, ela
me deixa louco. Mentalmente, ela me desafia constantemente,
mas sei que ela me deixaria em um piscar de olhos se
pensasse que seria o melhor.
Sua força me assusta muito, em parte porque sei que não
posso controlá-la. A primeira mulher que não consigo
controlar e ela aprendeu a se afastar se precisar. E se ela se
afastar de mim para salvar minha vida?
Ou pior.
E se ela morrer?
Eu não aguentaria. Não posso suportar a ideia de viver
sem ela.
Aperto-a um pouco mais forte em meus braços e sei que
vai ser outra longa noite no escuro sozinho. Tenho certeza de
que se ninguém aceitar o trabalho de matar Vikinos, será
uma das nossas últimas noites juntos.
Eles estão se aproximando.
Estamos correndo contra o tempo.

Stace está sentado do outro lado da fileira de assentos à minha


frente. Meus olhos encontram os dele e ele os afasta. Estou
vestindo jeans com um grande moletom preto e uma peruca
vermelha trançada nas costas com um boné de beisebol protegendo
meu rosto, outro disfarce. Estamos no aeroporto e, fiel à forma de
Stace, ele está sendo supercuidadoso e nem nos deixa olharmos
um para o outro. Ele está nervoso. Tivemos que deixar as armas.
É a primeira vez, desde que tudo aconteceu que ficamos
completamente desprotegidos, mas não temos escolha se
quisermos embarcar em um avião. Ele está ao celular e sei que está
procurando para ver se ainda há voos disponíveis no próximo avião
para Las Vegas. O avião começa a embarcar em uma hora. Só
temos meia hora para entrar, se quisermos. O que ele está
esperando?
Mando uma mensagem para ele.

Você precisa comprar as passagens ou eles vão fechar o


voo.
Ele lê e passa a mão pelos cabelos em frustração e responde a
mensagem.
Mais cinco minutos.
Pelo amor de Deus. Respondo de volta.
Pare de enrolar e compra logo!
Seus olhos piscam e ele levanta uma sobrancelha sarcástica.
Sorrio e abaixo a cabeça. Ele não gosta que eu diga a ele o que
fazer, que pena. Ele precisa nos colocar neste voo. Ele espera
alguns minutos e depois se levanta e se dirige até o balcão com
nossos dois passaportes. Vou e fico atrás dele na fila como se não
o conhecesse.
“Duas passagens para Las Vegas, por favor.” Ele remexe em
sua bolsa e pega nossas duas identificações. “Assentos separados,
por favor.”
A aeromoça franze a testa enquanto digita em seu computador.
Isso pode ser um desastre. Se não conseguirmos entrar no avião,
então os alertamos de onde estamos para nada.
Prendo a respiração enquanto esperamos por sua resposta.
“O próximo voo embarca em quarenta minutos, mas você
perdeu o despacho de bagagem.”
“Temos apenas mala de mão.”
Ela olha para as duas pequenas malas que temos conosco.
“Oh, certo. Posso colocar vocês neste então, se quiser.”
“Sim, por favor.”
Aliviada, olho ao redor. A vida em fuga não é tão divertida
quanto você imagina. Sinto-me com cinquenta anos.
Ele pega a passagem e deixa a minha no balcão para eu pegar,
então vai para as portas e vou até o balcão como isca. “Com
licença?” Pergunto à aeromoça enquanto tiro minha passagem do
balcão. “Você se importa se eu perguntar onde você comprou esse
relógio?” Pergunto.
“Oh, é bonito, não é?” Ela sorri.
Olho para Stace enquanto ele desaparece na sala de check-in
antecipado.
“Harrods em Londres.” Ela responde.
“Ótimo, obrigada.” Digo enquanto saio atrás do meu amor. Isso
foi tão rude, mas realmente não quero saber onde ela comprou seu
relógio de merda. Atravesso os portões do check in e prendo a
respiração enquanto atravesso os scanners. Nossos cinco
diamantes estão espalhados pelo fundo da minha mala com um
punhado de contas como se fossem bijuterias e o plano é, se eu for
apanhada, dizer que eles estavam em um colar de bijuterias que
comprei. Eles acenam para mim e vejo um traço de sorriso cruzar
o rosto de Stace enquanto ele espera lentamente que verifiquem
sua mala na minha frente. Feliz com o resultado, ele se vira e entra,
e o sigo e me sento a duas cadeiras dele. Pego meu celular e mando
uma mensagem para ele.
Podemos sentar juntos agora?
Ele responde.
Você sabe que não podemos.
Solto um suspiro de frustração e ele olha para mim antes de
enviar uma mensagem novamente.
Você pode sentar em mim quando chegarmos em casa.
Franzo a testa enquanto leio sua mensagem e respondo.
Onde é casa?
Uma mensagem de volta.
Onde quer que você esteja é minha casa
Sorrio e, por algum motivo estúpido, meus olhos enchem de
lágrimas. Respondo.
Eu te amo.
Eu o vejo sorrir enquanto lê e envia uma mensagem de volta.
Eu te amo mais.
Coloco meu celular na mochila e coloco minhas mãos no colo
e sorrio. Não falta muito. Estamos quase lá.
“Tripulação, preparem-se para o pouso.” Ecoa a voz do capitão
pela cabine. O voo foi longo e sem intercorrências. Estou ansiosa
para ficar sozinha com Stace. Parece ridículo sentir falta dele
depois de não poder sentar com ele no voo. Viro em meu assento
para olhar para ele. Ele está sentado quatro filas atrás de mim com
três caras. Eles parecem estar se dando muito bem e
esporadicamente os ouvi rir enquanto conversam. Melhor do que
minha viagem. Estou sentada ao lado de uma senhora que tomou
cinco drinques fortes e depois adormeceu e roncou o tempo todo.
Fico irritada por depender tanto dele. Há um mês, éramos apenas
eu e ele. Não tínhamos ninguém conosco, nenhuma rede familiar.
Acho que é por isso que parece tão intenso. Nossa vida juntos não
é realidade...embora seja para mim, sempre estive meio sozinha.
Só espero que, quando sairmos dessa bagunça a gente se resolva,
não vejo como não vai funcionar. Somos loucos um pelo outro.
Espero que as luzes se acendam e imediatamente tiro o celular do
modo avião. Mando uma mensagem.
Teve um bom vôo?
Uma mensagem de volta.
Sim, e você?
Sorrio.
Foi maçante.
O avião desce lentamente a pista até o nosso destino e com
isso os meus nervos começam a ficar à flor da pele, podem estar
aqui à nossa espera no aeroporto. Uma mensagem aparece.
Você sabe o plano?
Respondo.
Sim.
Te amo.
Uma mensagem chega imediatamente.
Diga-me o plano.
Puta que pariu.
O plano é que vou te matar se você não parar de me fazer
repetir os planos
Um “ping” soa enquanto a mulher ao meu lado se debate.
Não me faça ir aí. Diga-me qual é a porra do plano!
Solto um suspiro e balanço a cabeça. Este homem é irritante,
não sou uma criança e estou muito nervosa também.
Eu saio e vou direto para o banheiro feminino e espero
pelo seu ok.
“Você quer que eu pegue sua mala?” A senhora me pergunta.
“Não, eu pego, obrigada.” Por que todo mundo está me
tratando como um maldito bebê?
Boa menina.
Espere minhas instruções.
O avião para lentamente e entro na fila para sair do avião.
Curiosamente, a caminhada pelo corredor improvisado até o
aeroporto é a mais longa que já fiz. Minha mente está correndo. E
se estiverem lá fora esperando? E se eles simplesmente atirarem
em mim na frente de todos? Não, isso não vai acontecer. E se a
polícia estiver aqui e prender Stace? Alguém sabe que estamos
aqui? Posso estar me preocupando por nada. Tento me acalmar
sabendo que isso não está me ajudando a agir de maneira casual.
Não seja burra, eles não vão atirar em nós, claro que não. Stace
disse que estou segura no aeroporto. Inferno, talvez deva apenas
viver aqui para sempre? Meu estômago está revirando, estou
faminta e cansada e não preciso dessa merda. Apenas temos que
passar pela alfândega agora e esperançosamente tudo ficará bem.
Stace está com o dinheiro amarrado no corpo e se acontecer de ele
ser revistado, estamos totalmente ferrados. Era a única maneira
de fazê-lo entrar no país e, visto que carrego na bolsa milhões de
dólares em diamantes roubados, infelizmente foi deixado para ele.
Graças a Deus, cães farejadores não pegam dinheiro. Nossos olhos
se encontram enquanto esperamos na fila para passar pela
alfândega e ele desvia o olhar. Ele está nervoso.
Estou nervosa.
Ele está na fila na minha frente e fico e olho meu celular como
se não me importasse com nada. Oh, como eu gostaria que isso
fosse verdade.
Stace tem seu passaporte carimbado e depois passa pelo
scanner. Enfio as mãos nos bolsos para esconder o quanto estão
tremendo.
Por favor, acene para ele passar. Por favor, por favor, por favor.
O guarda o chama para o lado e meu coração começa a
martelar.
Merda.
Stace fica de pé com os braços erguidos enquanto eles passam
o scanner para cima e para baixo em seu corpo, e então ele se vira
e eles o descem por trás dele. Ele deve estar muito nervoso porque
estou quase fora de mim aqui. Uma garotinha na fila à nossa frente
de repente vomita e o caos explode. O guarda olha e com um rolar
de olhos, ele acena Stace através dos portões. O próximo homem é
conduzido rapidamente enquanto a equipe luta para pegar um
esfregão e um balde, e então é a minha vez.
A mulher me acompanha e ando pelo scanner sem ser notada.
Em um momento fugaz, olho para cima para ver Stace pegando
sua mala. Seus olhos encontram os meus antes que ele desvie o
olhar. Certo, preciso ir ao banheiro e rápido.
Ando até o banheiro quando vejo Stace cair em uma cadeira
na parte de trás da área de estar. Ele vai se sentar e verificar se
ninguém está aqui para nos encontrar e, dessa posição, ele poderá
ver tudo ao nosso redor assim que a multidão diminuir. Entro na
cabine do banheiro e abro a tampa, quase caindo sobre ela de
alívio. Estou suando muito. Isso não é bom para o meu coração.
Mando uma mensagem para ele.
Você está bem?
Uma resposta chega.
Sim amor, e você?
Sopro ar de minhas bochechas enquanto digito.
Consegue ver alguém?
Ele responde.
A barra parece limpa.
Espere dez minutos e depois saia e pegue um táxi para o
Venetian.
Estarei bem atrás de você em outro táxi.
Sorrio porque talvez possamos escapar despercebidos.
Respondo.
Se algo acontecer...Não venha atrás de mim
Pego minha escova de cabelo e penteio novamente esta peruca
idiota e que dá coceira enquanto meu coração bate forte no peito.
Deus, odeio essa merda. Ele responde.
Te vejo no lobby do hotel. Podemos tomar um banho
quente e pedir serviço de quarto hoje à noite.
Sorrio amplamente. Ele sempre sabe exatamente o que dizer.
Respondo.
Pode vir. Beijos.
“É bem aqui.” Stace sorri com orgulho.
Depois de uma boa noite de sono no lindo hotel Venetian em
Vegas, estamos a caminho do cara do passaporte em um carro que
alugamos. As coisas parecem estar indo conforme o planejado e a
noite passada transcorreu sem intercorrências. Nos hospedamos
em um quarto, tomamos um grande banho juntos e tivemos aquele
lindo jantar de serviço de quarto que ele me prometeu. Por um
breve período, estivemos no céu. Esperançosamente, amanhã a
esta hora estaremos saindo daqui. Não sei se Stace dormiu a noite
toda. Parecia que toda vez que eu acordava, e isso foi muito, ele
estava acordado, olhando para o teto em pensamentos profundos.
Paramos no estacionamento de uma gráfica. “O que você está
fazendo?” Pergunto.
“É aqui.”
Franzo a testa. “Isso é uma gráfica.”
“Oh, porque ser um negociante de passaportes falsos é um
negócio muito respeitável.”
“C-certo” Gaguejo. “Suponho que sim.”
Eu o sigo pelas portas da frente e a recepcionista sorri. “Estou
aqui para ver Vernon.” Anuncia Stace.
“Ele está no escritório.”
Stace balança a cabeça e agarra minha mão enquanto
caminhamos por um corredor sujo até chegarmos a uma porta
fechada.
“Isso é perigoso.” Sussurro.
“Você acha”, ele sussurra de volta enquanto bate três vezes.
“Entre.” A voz chama.
Stace abre a porta e somos recebidos pela visão de um homem
enorme e obeso sentado atrás de uma grande mesa preta. Seus
cabelos são longos em um rabo de cavalo, e ele tem uma vibração
total de motoqueiro que deu errado.
Ele se senta e balança a cabeça enquanto sorri
presunçosamente. “Ora, ora, ora...se não é o homem morto
andando? Estava me perguntando quando você iria aparecer.”
Stace o encara. “Preciso de dois passaportes.”
“Sem chance, cara.”
Stace o encara.
“O próprio Vikinos veio me visitar e disse que se eu fizer
passaportes para você e ela...” Seus olhos se voltam para mim,
“...também estou morto.”
“Ninguém vai saber.” Stace rosna.
“Preciso estar vivo para os meus filhos.” Ele dispara de volta.
“Morte não está na minha lista de tarefas esta semana.”
“Quando ele esteve aqui?”
“Há alguns dias. Ele tem muitos homens com ele.”
Stace o encara enquanto processa suas palavras.
Meus olhos piscam nervosamente entre os dois homens. Por
favor, faça isso dar certo.
Stace se inclina sobre ele na mesa. “Talvez você não tenha me
entendido.”
Os olhos de Vernon se estreitam.
“Eu disse...que quero dois malditos passaportes e você vai
fazer eles para mim. Agora!” Stace zomba.
“A resposta é não.” Seus olhos seguram os de Stace por um
longo tempo e, eventualmente, ele finge um sorriso. “Estimo que
você tenha cerca de seis horas de vida.”
Stace pula sobre a mesa e agarra Vernon pelo pescoço. “Faça
a merda dos passaportes ou eu mesmo matarei você.”
Meus olhos se arregalam de horror. Deus, ele está perdendo a
cabeça.
Vernon engasga e tosse. “Me solta. Me solta.” Ele chora.
Stace o segura, uma mão ao redor da garganta e aperta.
“Quero a merda dos passaportes.”
“Eu não posso.” Ele tosse.
Stace bate a cabeça dele na mesa. “Não me faça matar você,
porra.” Ele rosna.
Minhas mãos voam para a cabeça em pânico. Isto está saindo
do controle.
Capítulo 22

“Tem...Tem...Outra pessoa,” Ele gagueja através de seu medo.


“Onde?” Stace pergunta.
“Ele se autodenomina Wesley Snipes.”
Reviro os olhos. “Agora ouvi de tudo.” Murmuro baixinho.
Stace bate a cabeça dele novamente na mesa. “Onde?”
“Você o encontrará na sala dos grandes apostadores do
cassino. Não tem como não vê-lo. Ele tem cabelo ruivo brilhante e
se veste como o Usher.”
“Você acha que isso é uma piada?” Digo. “Não vou arriscar
minha vida indo para a sala dos grandes apostadores no cassino e
procurar por Wesley Snipes vestido de Usher. Vamos.” Ordeno
nervosamente enquanto vejo Stace segurar esse cara com força.
Ele vai matá-lo se não o tirar daqui. “Stace! Vamos.” Insisto
novamente. Já temos merda suficiente para lidar sem que ele se
torne nuclear comigo.
“Quanto tempo ele leva?” Stace pergunta.
“Entrega no mesmo dia.”
Stace pensa por um momento enquanto o segura em suas
mãos.
“Se eu pudesse ajudá-lo, sabe que o faria.” Acrescenta Vernon.
“Você já me colocou na merda só por estar aqui. Deveria ligar para
ele assim que chegar.”
“Dê-nos vinte e quatro horas antes de ligar.” Stace rosna. “Ou
voltarei para acabar com você.”
Vernon acena com a cabeça uma vez.
Nós viramos e Stace agarra minha mão. Caminhamos o mais
rápido que podemos pelo corredor, através do escritório e saímos
para a luz do sol do estacionamento. Olhamos ao redor
nervosamente enquanto Stace destranca o carro e entramos. Ele
liga o carro com um rugido e joga seu celular em mim. “Pesquise
por lojas de armas no Google.”
Com meu coração martelando, rapidamente pesquiso lojas de
armas em Vegas. Espero a página carregar. “Há uma chamada M-
munição.” Gaguejo.
“Onde? Clica no mapa.” Ele me instrui.
Clico no mapa e espero o pequeno ponto vermelho carregar. “É
bem aqui em cima.” Exclamo animadamente. Viro e olho para trás.
Estamos sendo seguidos? “Segunda à esquerda, depois desta rua.”
Stace corre em direção à loja e, com algumas voltas e com um
propósito renovado, estaciona o carro na rua.
“Você fica aqui.”
Olho em volta nervosamente. A rua parece industrial e deserta.
Não consigo ver uma alma. “Não vou ficar aqui sozinha. Sou um
alvo fácil.”
Ele me observa por um momento e então seus olhos piscam ao
redor. “Ok, vem, vamos lá.”
Saímos do carro e casualmente entramos na loja e vamos
direto ao balcão.
“Gostaria de ver suas armas de mão, por favor.” Ele pergunta
ao homem atrás do balcão.
Ele balança a cabeça sem emoção e pega uma arma do armário
de vidro e a entrega a Stace. Ele pega e a inspeciona, e então a
entrega para mim. Olho para ela e a viro.
Concordo. “Parece boa.”
“Vamos levar duas com munição.”
O cara balança a cabeça e ainda sem demonstrar emoção pega
duas armas encaixotadas. “Vai custar $389,00, obrigado.”
Stace lhe entrega o dinheiro e, antes que eu perceba, já
estamos a caminho.
A viagem de volta ao Venetian é feita em completo silêncio.
Estamos perdidos em nossos próprios pensamentos, nosso
próprio medo do que está por vir. Seguro a arma carregada em
minha mão no meu colo no caso de o inimaginável acontecer.
Engraçado como o inimaginável se tornou o mais provável.
Eles virão atrás de nós um dia, e sem passaporte, não tenho
ideia de como vamos sair dessa.
“O que vamos fazer?” Finalmente pergunto. Stace continua
dirigindo e não responde. “Você me ouviu?” Repito.
“Sim, ouvi você.” Ele pensa por um momento. “Não podemos ir
a lugar nenhum sem ser detectados sem passaportes. Precisamos
ser capazes de circular entre os países ou não poderemos vender
os diamantes.”
“Não me importo com o dinheiro.” Franzo a testa.
“Eu sei, nem eu, mas será muito mais fácil desaparecer para
sempre com ele.”
Viro e olho pelo para-brisa dianteiro. “Não deveríamos nem
mesmo precisar pensar nisso, Stace.” Meus olhos se enchem de
lágrimas. “Somos boas pessoas. Por que tivemos que lidar com essa
merda em nossas vidas?”
Ele agarra minha mão e a leva aos lábios. “Shh, está tudo bem.
Vai ficar tudo bem.”
“C-como?” Gaguejo. “Como vai ficar tudo bem?” As lágrimas
agora estão escorrendo pelo meu rosto. “Você ouviu Vernon. Ele
está ameaçando a vida das pessoas se elas nos ajudarem. Como
diabos vamos sair daqui? Não podemos pegar aviões. Temos
milhões de dólares em diamantes em outro país que não podemos
pegar.” Balanço a cabeça em descrença com a situação em que
estamos.
“Vamos ficar sem dinheiro mais cedo ou mais tarde. E então o
que?” Pergunto. “O que diabos vamos fazer?” Exclamo.
Ele pensa por um momento com minha mão ainda na sua.
“Temos duas opções.”
Observo-o enquanto ele dirige. “Quais são?” Pergunto.
“Ficamos e tentamos pegar os passaportes para
desaparecermos para sempre.” Seus olhos se voltam para mim.
“Ou fugimos.”
Olho pela janela dianteira do carro enquanto as gotas de chuva
começam a cair.
“Se fugirmos...” paro só com o sentimento de como seria isso,
“... estaremos sempre fugindo.”
“Sim” Ele responde honestamente. “É por isso que ficaremos e
resolveremos isso de uma vez por todas. Não vou passar nossas
vidas fugindo. Foda-se.”
Os nervos vibram em meu estômago com o quão bravo ele está.
O que vai fazer se o próximo cara não nos der os passaportes?
Dirigimos por dez minutos em silêncio.
Seus olhos olham entre a estrada e eu. “Prepare-se. Isso pode
ficar feio.”
Seus olhos encontram os meus e sei que ele está tentando me
dar à opção de fugir.
“Stace, quero uma vida com você. Uma vida normal, sem me
esconder e fugir, e ser incapaz de manter um emprego ou ter filhos
por medo.”
Seus olhos me observam enquanto processa minhas palavras.
“Encontraremos o maldito Wesley Snipes, pegaremos os
malditos passaportes, pegaremos sua mãe e damos o fora da
América.”
Ele balança a cabeça enquanto agarra o volante, com os olhos
fixos na estrada. “Eu fiz algo.”
Do que ele está falando agora? “Tipo o quê?” Franzo a testa.
“Não sei se isso vai acontecer e não te contei porque não queria
criar esperanças.”
“Mas?” Pergunto.
“Eu ordenei uma execução a Vikinos.”
Minha boca se abre e franzo o rosto. “Como?”
“Meu amigo trabalha para o Governo dos Estados Unidos.
Ofereci trinta milhões, quinze milhões para cada um dos dois
atiradores, se eles conseguirem matá-lo.”
Eu o observo com meu rosto cheio de horror. O quê?
“Eles ficam com pelo menos metade do dinheiro dos diamantes
se o matarem.” Acrescenta.
Engulo o nó na garganta. “Não me importo com o dinheiro.”
Sussurro.
“Sei que não, e é por isso que fiz isso.”
Coloco a cabeça em minhas mãos enquanto a chuva começa a
realmente cair. “Você acha que eles vão conseguir?” Pergunto
esperançosamente.
“Ninguém tinha aceitado o trabalho da última vez que
verifiquei.”
“Merda.” Sussurro.
Ele encolhe os ombros. “Quando alguém aceitar, pode ser tarde
demais.”
Fecho os olhos e a morte de minha mãe corre desenfreada em
minha mente. “Stace, prometa-me que se eles nos alcançarem você
não tentará ser o herói. Preciso que você corra e não olhe para trás.
Sou eu que eles querem.”
“E você é uma parte de mim. Você é a parte sem a qual não
posso viver.”
Lágrimas enchem meus olhos e ele beija minha mão
novamente. “Vamos voltar para o hotel e hoje à noite vamos para a
sala dos grandes apostadores pegar os passaportes.”
Concordo enquanto a chuva cai ao nosso redor, trazendo com
ela uma sensação de destruição.
O fim está chegando e sei que em breve, ou matarei meu
pai...ou serei morta.
Qualquer um é um pesadelo. Deus me ajude.

Stace levanta o queixo triunfante enquanto subimos no


elevador até a sala dos grandes apostadores do cassino. Estamos
vestidos com esmero e estou com meus seios quase para fora para
adoçar o negócio. A estúpida peruca loira está de volta. Está
cumprindo bem o papel, suponho. Este é o único lugar em que ela
combina com o ambiente.
“Você está linda.” Stace sorri enquanto se inclina e me beija
suavemente nos lábios.
Sorrio estupidamente para ele quando uma ideia vem à mente.
“Se conseguirmos os passaportes esta noite...” o beijo novamente,
“...podemos nos casar esta noite com Elvis na capela?” Arregalo os
olhos de emoção.
Ele franze a testa para mim e envolve seus braços em volta da
minha cintura. “Você quer se casar comigo em uma capela de Elvis
em Vegas?”
Encolho os ombros. “Bem.” Sorrio, parece ridículo quando ele
diz isso em voz alta. “Sim, tipo isso.” Eu o beijo novamente. “Não
fizemos nada tradicional até agora. Parece uma pena começar
agora?”
Suas mãos caem para o meu traseiro e ele me aperta com força.
“Não.”
Franzo a testa. “Não?”
“Não. Não vou me casar em uma capela decadente de Las
Vegas com um maldito Elvis.”
Meus ombros caem em decepção.
“Vamos nos casar em um casamento tradicional. Em algum
lugar que seja...” Ele faz uma pausa enquanto pensa nas palavras
apropriadas, “... Agradável. Odeio a porra de Las Vegas e você
merece coisa melhor do que um casamento relâmpago.”
Sorrio suavemente.
Ele me beija e enquanto o calor de seus lábios permeia meu
corpo, sinto-me pairar acima do chão.
Mereço coisa melhor. Ele está certo, mereço. Esqueço-me disso
às vezes. Estou tão apaixonada por este homem.
Amo a maneira como ele me faz sentir e estou totalmente
viciada na sensação que recebo de seu toque. Nosso
relacionamento não é convencional, mas de alguma forma isso é o
mais normal que já me senti na minha vida. É estranho como
aconteceu, mas desde que me lembro, tudo o que eu queria era
uma vida normal e feliz com minha alma gêmea, e acabou que só
precisava do não convencional e ser sequestrada para encontrá-lo.
Quem diria que era tão simples?
As portas do elevador se abrem e somos recebidos por um
guarda de segurança enquanto ele entra em nosso caminho, nos
bloqueando efetivamente.
“Apostas mínimas de dez mil dólares neste andar.” Ele anuncia
friamente.
“Sim, claro.” Stace sorri casualmente como se fosse dinheiro
para o almoço. Merda, dez mil dólares. Isso é exuberante. É melhor
eu fazer isso certo ou podemos perder cinquenta mil em cinco
minutos. Vou apostar esta noite, enquanto Stace tenta encontrar
Wesley Snipes. Ainda não consigo acreditar que esse cara
realmente se chama assim. É meio ridículo, se você me perguntar.
Olho ao redor para as pessoas glamorosas enterradas
profundamente em seu próprio mundo, mal tirando os olhos das
mesas. Isso é linha-dura. Nunca vi nada parecido com isso, desde
suas roupas, seus sapatos, até as jovens mulheres lindas com
velhos homens desprezíveis. Todos cheiram a dinheiro e os
seguranças se alinham na parede. Garçons andam com bandejas
de comida e bebida. Parece que tudo está por conta da casa aqui.
Isso é como outro mundo.
Stace sorri e pega minha mão e casualmente andamos e
olhamos para todas as mesas. Há pôquer, roleta e vários
negociantes de cartas nas mesas, jogando uma grande variedade
de jogos. O ar está denso com a fumaça e claramente as diretrizes
universais de saúde ocupacional e segurança não se aplicam a
grandes apostadores. Grandes salões dispostos em pares se
alinham no perímetro, e toda a parede dos fundos é um tanque de
peixes gigante completo com enormes tubarões e peixes tropicais.
É como um filme de James Bond. Sorrio. Uau, isso não é demais?
As pessoas estão colocando fichas em todos os lugares como doces,
fichas que custam pelo menos dez mil dólares cada. A sala tem
uma sensação de direito a isso. Todos aqui claramente pensam que
são alguém.
Talvez eles sejam?
Stace vai até a cabine do caixa “Gostaria de cinquenta mil
dólares em fichas, por favor.”
Ela sorri e desliza cinco fichas pela mesa.
Olho para as cinco fichas insignificantes na mesa. É isso? Puta
merda, é só isso. Cinquenta mil dólares em cinco malditas fichas.
Você está brincando comigo? Stace sorri, pega suas cinco fichas e
as passa para mim. “Onde você quer apostar, querida?” Ele
pergunta.
Olho para ele sem expressão. Nunca fui a um cassino antes,
por que diabos ele está confiando em mim para apostar?
“Umm.” Olho em volta para todas as mesas enquanto tento
localizar algo que pelo menos vi antes. Merda, como faço para agir
como se isso fosse normal para nós? Cartas com homens de
aparência importante jogando, o que parece, um grande tipo de
amarelinha, e pessoas estão jogando dados e vendo onde eles
caem. No canto mais afastado está uma mesa de roleta. Ah,
conheço esse jogo, mais ou menos. Eu vi em filmes.
“Roleta?” Sorrio docemente.
Ele pega minha mão e me leva até a mesa da Roleta. Uma linda
mulher morena mais velha está apostando, e está acompanhada
por um homem bonito e muito mais jovem. Ele está sentado no
banquinho ao lado dela e tem a mão em sua perna. Os dois estão
vestidos com esmero e ela ri alto com a mesa torcendo por ela.
Sugar mommy3.
Ficamos parados por um momento e observamos. “Trinta e
dois.” Ela afirma e bate palmas de empolgação enquanto ele gira.
A bola gira e gira, e prendo a respiração enquanto esperamos ela
cair. A bola quica algumas vezes e finalmente cai no número onze.
A mesa toda sorri e suspira e ela estala os dedos em decepção. “De
novo.” Ela sorri para o crupiê.
Meus olhos caem para a pilha de fichas de aposta na frente
dela e conto. Vinte. Puta merda. Ela está apostando com duzentos
mil dólares.
O que há de errado com estas pessoas?
Sou trazida de volta ao presente quando Stace aperta minha
mão, e abaixo a cabeça e sorrio timidamente. Pergunto-me o que
minha expressão facial acabou de revelar a todos que nos cercam.
Isso está tão longe da vida que eu levava, alguns dias eu não
conseguia nem pagar o crédito para meu celular e tinha que
esperar até o dia do pagamento para completá-lo. Ela vai
novamente e Stace coloca duas fichas na mesa entre as outras. Oh
merda, agora tenho que fazer isso. Stace envolve seu braço em
volta de mim e sorri enquanto beija minha têmpora por trás. Ele

3
Nesse tipo de relacionamento, sugar baby (independente do gênero) é aquela pessoa que recebe os agrados financeiros,
enquanto que sua(seu) parceiro(a) é referido(a) como sugar mommy (sendo uma mulher) ou sugar daddy (sendo um
homem). Estes são mais ricos e mais velhos do que a(o) sugar baby.
sabe muito bem que estou enojada com esse desperdício de
dinheiro.
Stace aponta para o canto com o queixo e finge beijar minha
orelha.
“Lá está ele.” Sussurra.
Olho para as espreguiçadeiras no canto e vejo um homem que
está sentado com uma mulher. Tento esconder meu sorriso, mas
não consigo. Ele é exatamente como imaginei. Cabelos ruivos e
nerd, mas vestido com roupas legais de rap que não combinam
com ele.
“Volto em um segundo.” Stace sussurra em meu ouvido com
um beijo em meu rosto.
Concordo com a cabeça, distraída pela sugar mommy e seu
escoteiro, que acabaram de dar um enorme beijo de língua na
frente de todos quando ela ganhou.
Eca, Deus, algumas pessoas são tão exibidas.
Vejo Stace se aproximar do homem do outro lado do clube. Ele
aperta sua mão e eles começam a conversar. Minha concentração
volta para a mesa e vejo como a sugar mommy perde cinquenta
mil. Outro homem parece estar limpando, no entanto.
Um garçom se aproxima e ela sorri enquanto pega o
champanhe da bandeja dele. “Estou fora.” Ela sorri com seu
sotaque caramelizado.
O crupiê acena para mim.
Huh, eu? Oh droga. “OK.” Sorrio enquanto finjo saber o que
diabos estou fazendo. Umm. Eu nervosamente olho para os
números. Qual é o número que devo escolher? “Umm.”
A mesa toda espera pela minha resposta. Ah Merda.
“Dez, por favor.” Anuncio.
Meu coração começa a disparar e vejo a roda girar e girar até
que, inacreditavelmente, chega ao dez.
“Você ganhou.” O crupiê sorri.
Sério?
Pulo de excitação e bato palmas como uma criança. “De novo.”
Sorrio. Coloco minha ficha no número oito.
Os crupiês têm que mudar de turno e, enquanto esperamos,
Stace se aproxima e envolve seu braço em volta de mim enquanto
sento no banquinho. “Espero que você tenha seus votos escritos?”
Ele sussurra em meu ouvido.
Meus olhos piscam para ele por cima do ombro.
Ele sorri sexy. “Vamos encontrar aquela capela, Sra. Mac. Acho
que não quero esperar mais um dia.” Meus olhos procuram os dele
e ele sorri e encolhe os ombros.
“Não custa nada ter dois casamentos, eu acho.”
“Oh meu Deus.” Meus olhos ansiosos voltam para a crupiê
enquanto um sorriso estúpido cobre meu rosto. Apresse-se
mulher! Ele está falando sério? Ela gira a roda, mas minha mente
está longe da estúpida Roleta. Ela gira e gira para sempre enquanto
esperamos e então salta para vinte.
“Sinto muito.” A crupiê sorri. “De novo?” Ela pergunta à mesa.
“Não, obrigada” Respondo. Não poderia me importar menos
com esse jogo idiota.
Vou me casar. Esta noite!
Stace me pega pela mão e saímos direto da sala dos grandes
apostadores, sem olhar para trás. “O que aconteceu?” Sussurro.
“Temos que estar em seu escritório logo de manhã. Ele pode
concluí-los às 14h. É um cara decente, na verdade.”
Meus olhos se arregalam quando entramos no elevador. “Oh
meu Deus, isso é fantástico.” Sussurro animadamente.
Ele me beija e seus lábios pairam sobre os meus. “Amanhã à
noite, estaremos saindo daqui.”
Eu sorrio contra seus lábios, sabendo que as coisas vão dar
certo.
“Tem certeza que quer se casar agora?” Pergunto enquanto ele
envolve seus grandes braços em volta de mim.
“Uh-huh.” Ele sorri enquanto minha mão envolve seus ombros.
“Por que esta noite?” Pergunto. “O que está diferente?”
“Porque quem sabe o que o amanhã reserva.” Ele sussurra.
“Viver o momento, lembra? Às vezes esqueço.”
Ele sorri para mim e, neste momento, sei que quer isso tanto
quanto eu. “Temos que voltar e pegar nossos passaportes no
quarto. Precisamos de três itens de identificação.”
“OK.” O elevador para no andar principal e caminhamos pela
área e então pegamos outro elevador até o nosso quarto. Stace me
prende na parede com sua pélvis e meus braços acima de minha
cabeça.
“Pare com isso.” Sorrio. “Não quero que você tenha uma ereção
furiosa nas fotos do meu casamento.”
“Por que não? É uma promessa do que está por vir.” Ele sorri.
Caminhamos pelo corredor e vemos uma agitação bem à frente
no corredor, com alguns homens entrando e saindo de um quarto.
O rosto de Stace enfurece.
“O que foi?” Franzo a testa.
“Aquele é o nosso quarto.”
“Hã?”
Olho para cima e vejo a porta aberta, e um dos sapatos de
Stace segurando a porta.
“Quem está em nosso quarto?” Sussurro.
Um homem aparece em um terno escuro distraído enquanto
fala com outro homem e eles param na porta por um momento para
discutir algo. Eles parecem estar conversando com outra pessoa
no quarto.
Oh meu Deus, eles nos encontraram.
Stace nos vira e começamos a acelerar a caminhada pelo
corredor na direção oposta.
“Ei, você!” Um homem chama. “Pare agora mesmo!”
Capítulo 23

“Não corra, continue andando.” Stace responde calmamente.


“Apenas continue andando.”
Meu coração está martelando no peito enquanto caminhamos
rapidamente pelo corredor.
“Não olhe para trás.” Ele diz.
Felizmente, o corredor vira e, por um momento, estamos
protegidos. Não tenho certeza se estão vindo atrás de nós, mas
caramba, estamos fazendo um bom trabalho em agir como se não
tivéssemos uma preocupação no mundo. Começamos a correr.
Passamos por um carrinho de limpeza estacionado no corredor.
A camareira está no cômodo adjacente, com a porta aberta e um
cordão com um cartão-chave pendurado no topo da bandeja de chá
e café. Stace o pega casualmente e continuamos pelo corredor um
pouco e ele passa a chave e a porta destranca. Entramos e ele fecha
a porta silenciosamente. Imediatamente olha pelo olho mágico de
segurança.
“Porra, essa foi por pouco?” Ele sussurra.
Fico parada por um momento, em choque. “Stace. Eles...eles
estão em nosso quarto e têm nossas coisas.” Gaguejo. Coloco as
mãos no topo da cabeça enquanto tento entender a situação.
Ele continua a olhar pelo buraco. “São definitivamente eles.”
Sussurra e se afasta do buraco para me deixar ver. Fico na ponta
dos pés, olho pelo pequeno orifício de vidro e vejo os três homens
caminhando pelo corredor à nossa procura.
“É um dos homens de Bogotá que estava do lado de fora do
banco.” Sussurra Stace.
“Merda.” Olho ao redor do quarto e, felizmente, não parece que
ninguém está hospedado aqui. O quarto cheira a produto de
limpeza e, obviamente, acabou de ser limpo pelas camareiras.
“O que vamos fazer?” Sussurro. “Todo o nosso dinheiro, nossas
roupas.” Meus olhos se arregalam. “Nossos malditos passaportes
estão naquele quarto.”
“Onde estão os diamantes?” Ele pergunta.
“Desparafusei o encaixe da luz no quarto e os escondi lá.
Ninguém deve encontrá-los.”
“Pegaremos os novos passaportes amanhã e você ainda tem
quatro fichas, certo?”
“Sim.” Vasculho minha bolsa e pego as quatro fichas e as
mostro para ele.
Começo a andar enquanto Stace continua a olhar pelo olho
mágico. Meu coração está martelando. “E se alguém fizer o check
in e ficar neste quarto?”
“Aí estaremos ferrados.” Ele se estala.
“Puta merda.” Coloco minha cabeça nas mãos. “Como eles nos
encontraram?”
“Vernon.”
Balanço a cabeça. “Maldito Vernon.” Continuo andando com
meus dedos nas têmporas. “Odeio aquele cara. Sabia que odiava
aquele cara.”
Durante a próxima hora, Stace observa pelo olho mágico
enquanto os homens caminham pelo corredor procurando por nós.
Estou quase em posição fetal na cama.
“Eles não vão embora, na verdade, mais e mais estão chegando.
Eles estão todos esperando dentro e ao redor do quarto pelo nosso
retorno.”
Uma forte sensação de pavor paira sobre mim. Como ratos,
estamos presos. “Stace, o que vamos fazer?” Sussurro em
desespero.
Seus olhos seguram os meus por um momento e sei que se
sente tão desesperado quanto eu. “Apenas ligue a televisão e tente
descansar um pouco enquanto penso em alguma coisa.” Ele se
aproxima e afasta meus cabelos do rosto. “Apenas tente descansar,
amor.” Ele beija meus lábios suavemente. “Tudo vai dar certo.
Tente não se preocupar.”
Com uma expiração profunda, vou até o frigobar e pego uma
lata de Coca e uma barra de chocolate. Preciso tentar encher meu
estômago. Estou me sentindo mal, estou com tanta fome. Esta
noite era para ser meu casamento, mas não...meu pai idiota tinha
que estragar isso também. Deito na cama e tento me acalmar
enquanto passo pelos canais. De repente, um rosto que conheço
muito bem surge na tela com a manchete.

Notícias de Última Hora


Minha boca se abre. Oh meu Deus. “Stace.” Sussurro com
grandes olhos incrédulos. “Talvez você queira vir e assistir isso,
querido.”
Ele se vira e anda pelo quarto, faz uma carranca quando
aumento o volume da televisão.
Notícias de última hora no Caso de sequestro de Roshelle
Myers.
O principal suspeito Joel McIntyre foi avistado em uma
filmagem de segurança do aeroporto de Las Vegas na noite
de terça-feira, onde pousou em um avião vindo da Colômbia.
Ele estava viajando com uma passageira que se acredita ser
Roshelle Myers. Ela pode estar sob a influência de drogas e
há sérias preocupações por sua segurança.
Joel, que usa o pseudônimo de Mac, sequestrou Roshelle
sob a mira de uma arma no meio da noite, 31 dias atrás, do
estacionamento de uma boate. A busca por seu corpo foi
extensa.
Acredita-se que ele esteja em Las Vegas e a polícia esteja
vasculhando a área. Se for visto, não se aproxime do
suspeito. Ele está armado e é extremamente perigoso. Ligue
para o 911 imediatamente para assistência policial se
avistado.
A notícia acaba, mas ainda olhamos para a tela, perplexos com
o que acabamos de assistir. Minha boca fica aberta e meus olhos
piscam para ele. Seu rosto está solene, sem expressão.
Balanço a cabeça. “Stace”, sussurro, “como eles sabem sobre
o sequestro?” Balanço a cabeça. “Eles estiveram procurando por
mim esse tempo todo?”
Ele passa furioso por mim entra no banheiro e fecha a porta
atrás de si, coloco a cabeça nas mãos.
Este é um pesadelo que continua gerando pesadelos.

São 3 da manhã e Stace e eu deitamos um de frente para o


outro na cama. Podemos sentir que o fim está próximo. O corredor
fora do quarto está cheio de homens de Vikinos, não há ventilação
de ar-condicionado grande o suficiente para sairmos. Não há saída
deste Inferno. Os homens estão guardando as portas do elevador,
provavelmente em todos os andares, enquanto esperam que
cheguemos de volta ao quarto. Se sairmos, não teremos dinheiro e
nem mesmo poderemos trocar nossas fichas porque a polícia
provavelmente estará vasculhando o cassino. Eles já devem ter
assistido às imagens do CCTV. Eles sabem que temos fichas que
precisam ser trocadas.
Stace levanta a mão, segura meu rosto e me beija com ternura.
Meus olhos se enchem de lágrimas. “Sinto muito.” Sussurro.
“Lamento que você tenha se envolvido nisso.”
Ele me segura perto de seu peito. “Já estava antes. Sou eu
quem lamenta. Não deveria ter trazido você de volta aqui.”
“Que noite de núpcias, hein?” Sorrio tristemente.
Seu rosto entristece e sei o que ele está pensando.
Balanço a cabeça. “Não pense assim.”
“Shh.” Ele tenta me acalmar.
“Vamos nos casar.” Sussurro. “Prometa-me que nos
casaremos.”
“Rosh.” Ele faz uma pausa e a emoção em seus olhos quebra
meu coração.
“Não.” Sussurro.
“Preciso entregar você à polícia, amor.”
As lágrimas rompem à represa e escorrem por meu rosto em
direção ao travesseiro. “Não.”
“Você estará segura com eles.”
“E você estará morto. Se for para a prisão, será morto
imediatamente. Sabemos quantos homens estão em sua folha de
pagamento.”
“Não posso proteger você.” Ele sussurra.
“E quem vai proteger você?” Choro. “Não vou deixar você aqui,
onde eles vão matá-lo.”
“Mas você estará segura. Isso é tudo que me importa.”
Coloco minha cabeça em seu peito enquanto o caroço bloqueia
minha garganta. “Há outra maneira, Stace. Apenas temos que
pensar nisso. Pare de pensar assim.” Beijo-o suavemente em meio
às minhas lágrimas e ele me abraça com força.
“Rosh.” Ele me acorda. Aperto os olhos enquanto tento me
concentrar e olho para o relógio. São 5 da manhã. “A barra está
limpa. Vou ver o que está acontecendo.”
Sento-me “Não. O que?” Tento fazer meu cérebro acordar.
“Voltarei em breve.”
Franzo a testa. “Onde você vai?”
“Só quero ir e ver onde ficam as saídas da escada de incêndio
para que possamos sair daqui. Voltarei, mas você precisa ficar
aqui.”
Agarro seu braço. “Não.” Balanço a cabeça freneticamente.
“Não vou ficar aqui sem você.”
Ele agarra meu rosto com as duas mãos. “Escute. Deixe-me ir
ver se encontro uma saída. Somos mais um alvo juntos.” Ele me
beija enquanto segura meu rosto com as duas mãos. “Eu te amo.”
O observo com os olhos cheios de lágrimas. “Também te amo.”
Sussurro.
“Se eu não voltar, fique no quarto e chame a polícia.”
Franzo meu rosto em lágrimas. “Não, Stace, não vá.” Tento
agarrar seu braço para fazê-lo ficar onde está seguro, mas com um
último longo olhar ele desaparece de minha vista. Ouço a trava da
porta fechar silenciosamente.
Ele se foi.

Olho para o corredor em direção ao nosso quarto original.


Silêncio. Os homens ainda estão lá. Fui e verifiquei enquanto
Rosh dormia. Mais homens estão esperando nos elevadores e
na parte inferior da saída da escada de incêndio. Apenas
uma porta se abre para uma saída de incêndio. O andar
térreo, e eles sabem disso...todo mundo sabe disso. Não tenho
ilusões de que o andar térreo não esteja vigiado. Não há como
sair daqui sem ser detectado.
Depois de pensar nisso a noite toda, sei mais do que
nunca que preciso garantir a segurança dela.
Isso é tudo o que me importa agora.
Infelizmente, só existe uma maneira de fazer isso.
Arrasto-me pelo corredor até chegar à escada de incêndio e
sei que, se entrar, provavelmente nunca mais verei minha
Rosh. Eles vão colocá-la de volta na proteção de testemunhas,
e se eu for capaz de lutar para sair desta confusão com os
homens de Vikinos, serei um homem procurado pela polícia.
Não vou ser capaz de encontrá-la. Meu peito se contrai com a
ideia de nunca mais segurá-la em meus braços, de nunca
mais tocá-la. Seus homens estarão esperando por mim na
parte inferior da escada.
Mas ela estará segura.
Lentamente abro a porta, entro e a fecho atrás de mim.
Fecha com um clique de partir o coração.
Pego meu celular no bolso e ligo para 911. “Polícia,
bombeiros ou ambulância?” Pergunta a recepcionista.
“Polícia.”
“Colocando você na linha.”
“Olá, Polícia.” Responde o policial do outro lado da linha.
Franzo a testa e aperto a ponta do nariz. Casaríamos esta
noite. A emoção me vence e minha garganta se contrai.
Respiro fundo e forço as palavras de minha boca no piloto
automático. “Aqui é Joel McIntyre. Sequestrei Roshelle Myers
do estacionamento de Carpenter sob a mira de uma arma e a
mantive em cativeiro por trinta e um dias. Ela está no quarto
3590 do Venetian em Las Vegas.”
“Você está armado?” O policial pergunta.
“Não, não estou mais com ela.”
“Ela está viva?”
“Por pouco. Ela precisa de atenção médica. Você deve se
apressar.” Desligo e trêmulo me sento nos degraus abaixo de
mim enquanto sou tomado pela emoção.
Obrigado, amor.
Esse foi o melhor mês da minha vida.
Deito na escuridão silenciosa e olho para o teto. Minha mente
está correndo e tenho uma sensação de mal estar no estômago.
Stace saiu em busca de uma saída, mas algo mais está me
incomodando.
A mãe dele.
Ela não ligou e o rosto dele está estampado em todos os canais
de notícias.
Por que ela não ligou?
Pare de pensar no pior, me repreendo. Fecho os olhos enquanto
tento bloquear a visão de minha própria amada mãe morrendo.
Pare com isso, pare de pensar nisso.
Saio da cama, preparo uma xícara de chá e vou até a janela
para olhar pela fresta da cortina. O sol está nascendo. Um novo
dia. Uma nova oportunidade.
Como minha vida chegou a isso?
O que fiz na minha última vida que foi tão ruim que justificou
esse tipo de tortura?
Stace. Meu lindo Stace. Meu rosto se contorce de dor enquanto
caminho até a porta e olho pelo olho mágico. Eles o pegaram?
Por favor, não. Por favor, Deus, proteja-o. Por favor, por favor,
por favor. Começo a andar na escuridão desbotada.
Por que ela não ligou?
Por dez minutos, ando de um lado para o outro, tão cheia de
medo por meu amor que mal consigo ficar de pé.
Aterrorizada ao pensar no que eles poderiam fazer se o
pegassem.
Sou eu que eles querem.
Stace, onde você está?
Começo a repassar os momentos em que a mãe de Stace ligou.
Ela liga para ele a cada poucos dias. Se ele aparecesse em rede
nacional como homem procurado, ela ligaria para ele. Sei que
ligaria.
Mas então...franzo a testa. Nem sei mais o que está
acontecendo. Estou imaginando isso? Talvez pareça pior porque
estou aqui no meio disso, e se ela simplesmente não viu a maldita
notícia?
Pego meu celular e vou até meus contatos. Tenho dois. Stace
e sua mãe. Estreito os olhos enquanto encaro o celular e clico em
seu número, chama.
Chama, chama.
Chama, chama.
Alguém atende e fica em silêncio.
Ninguém responde, mas sei que alguém está escutando.
Droga.
Franzo a testa enquanto ouço.
Por que ela não está dizendo alô?
Fecho os olhos enquanto penso. E se isso for uma armadilha?
E se eles rastrearem meu celular? Que porra eu fiz?
Imediatamente desligo. Levanto e jogo minhas mãos no ar em
pânico. Oh meu Deus, oh meu Deus. Tenho quinze minutos antes
que eles possam rastrear onde estou. O que vou fazer?
Meu celular emite um bipe de mensagem na mesa lateral e
arrepios se espalham por todo o meu corpo. Observo por alguns
momentos no silêncio escuro com uma mão sobre a boca.
Lentamente, pego e vejo que um vídeo foi enviado como mensagem.
Clico para abri-lo e o sangue drena do meu rosto.
Uma mulher de meia-idade está amarrada a uma cadeira em
uma fábrica às escuras. Ela está preta e azul.
A mãe de Stace.
Oh meu Deus. Lágrimas enchem meus olhos. Eles a pegaram.
Eles vão matá-la.
Volto à vida ao som da voz forte do meu pai através do vídeo.
“Roshina. Entregue-se ou ela terá o mesmo destino de sua
mãe. Você tem dez minutos.”
A tela fica preta.
Meu coração começa a bater forte com a minha perda de poder.
Déjà vu.
Como ele faz isso? Como me manipula e ganha controle sobre
todas as malditas circunstâncias? Sinto o gosto das lágrimas
quentes e salgadas que correm pelo meu rosto. Esta não é uma
ameaça inútil. Sei que ele vai matá-la sem pensar duas vezes.
Entro no banheiro e olho para o meu reflexo no espelho, onde uma
criança assustada me encara de volta, a mesma criança assustada
que perdeu sua mãe em suas mãos más. Eu não posso. Não vou
deixar isso acontecer. Stace já perdeu seu pai e irmão. Não posso
deixá-lo perdê-la também.
Sua família inteira terá partido, assim como a minha.
A solidão...Oh, nem consigo pensar nisso. Dói meu coração
lembrar-me da minha mãe e do jeito que ela morreu.
Por um momento, sento na beira da banheira, sabendo que de
alguma forma, o tempo todo eu sabia que isso ia acontecer. Começo
a me preparar mentalmente para o que está por vir. Todos aqueles
dias no campo de tiro, todas aquelas aulas de kickboxing matinal,
o aconselhamento semanal de luto e o controle da raiva. Começa
um incêndio em meu estômago.
Cansei.
Ele vai ter o que está por vir...e vou dar a ele.
Como ele ousa tentar arruinar minha vida, mais uma vez? A
fúria começa a bombear minha corrente sanguínea. Vou ao
banheiro, me endireito e, sem pensar, saio pela porta e vou para o
corredor. Viro e desço para o nosso antigo quarto, onde posso ouvir
as inúmeras vozes masculinas do outro lado.
Toc, toc, toc.
Um homem alto de terno atende e um traço de sorriso cobre
seu rosto, como se estivesse me esperando.
Eu olho para ele, o ódio por meu pai é tão espesso em meu
sangue que obstrui minhas artérias. “Meu nome é Roshina
Vikinos.” Todos os homens se entreolham. “Levem-me ao meu pai.”
Sento no carro com um homem de cada lado e outros dois na
frente. Não estou amarrada ou amordaçada. Ele sabe que me tem,
não tenho escolha a não ser estar aqui e não tenho escolha a não
ser matar ou ser morta. Não vou deixá-la morrer em suas mãos
como minha própria linda mãe morreu, e tenho certeza que não
vou deixar meu Stace vir para tentar tirá-la disso.
Ele estaria morto à vista.
Tenho mais chance do que ele.
Dirigimos por mais de uma hora. É de manhã e vejo as pessoas
nos carros ao nosso redor irem para o dia de trabalho como se tudo
estivesse normal. Para eles está. Pergunto-me como é normal? Meu
mundo inteiro está desabando novamente. É como se eu estivesse
assistindo a um filme...todos os meus piores medos ganham vida.
Armagedom.
Quanto mais nos afastamos do meu amor, mais sinto a
sanidade abandonar meu corpo.
Nunca me senti tão louca.
Pelo menos seus homens estão comigo e Stace está livre para
tentar escapar.
Fuja, baby.
Fecho os olhos. Mesmo que os tenha afastado de Stace, sei que
a polícia vai persegui-lo. Ele não tem dinheiro. O que vai fazer?
Onde vai dormir esta noite?
“Preciso ir ao banheiro.”
“Não.” O motorista fala.
“Para onde diabos eu vou?”
“Estamos quase lá.” Ele diz.
“Vou mijar no seu carro, idiota.”
“Faça e veja o que te acontece.”
O homem ao meu lado sorri e dou uma cotovelada com força
em seu estômago. Ele se dobra e o homem do outro lado começa a
rir.
“Cale a boca ou você é o próximo.” Digo.
Eles estão todos muito felizes com eles mesmos. Vieram com a
mercadoria. Deixa-me enjoada. O aumento de salário por me trazer
será substancial.
Idiotas do caralho.
Minha raiva fervilha sob a superfície e cerro os punhos na
minha frente. Se vou morrer, vou morrer lutando. Ele não tem ideia
do que sou capaz, e com toda a franqueza, nem eu.
Eu sou filha dele.
Entramos em uma área industrial com enormes fábricas em
grandes lotes de terreno, estudo os arredores com cuidado, ainda
esperançosa de poder lutar para sair dessa bagunça. A mãe de
Stace é outro problema. Tenho que fazer eles a soltarem primeiro
e então posso lutar. Se ela estiver lá comigo, não tenho chance de
escapar. Como você corre e se esconde com uma senhora idosa que
está ferida?
Espero que ela esteja bem.
O carro entra em um longo caminho de acesso, saímos da
estrada principal e atravessamos um terreno aberto por uma
estrada de terra com muito vento por alguns quilômetros. Como
diabos vou sair daqui?
Não há onde se esconder por hectares pelo que vejo. Sinto
minha apreensão aumentar. Paramos lentamente em frente a um
enorme e antigo armazém e somos recebidos por três homens
segurando armas semiautomáticas, guardando a porta e
esperando na frente pela nossa chegada.
Sinto a adrenalina começar a bombear em mim e fecho os
olhos de pavor.
Os homens saem do carro, mas fico sentada. Não quero sair.
“Saia.” O homem que dei a cotovelada rosna.
“Vá para a porra do inferno.”
Ele chega no carro e me agarra pelos cabelos e eu o chuto com
força no rosto, mas seu aperto é muito forte. Depois de alguns
momentos de luta, os outros homens ajudam a me segurar e ele
me arrasta para fora. A dor em minha cabeça dispara por mim e
enquanto fico de pé, ele me bate no rosto e cambaleio para trás.
“Não me bata de novo, porra.” Ele rosna.
Olho bem nos olhos e finjo um sorriso. “Seu pedaço de merda
patético. Ele vai te matar em seguida, você é apenas um número.”
Ele me empurra pelas costas em direção à porta e tropeço para
frente. Realmente gostaria de estar usando algo mais apropriado.
Estou com um vestido preto, curto e apertado e meus seios estão
quase para fora. Dois dos homens agarram meus braços e me
arrastam pela porta e de repente o medo toma conta e luto para
me libertar.
“Solte-me.” Grito.
Solto meu braço, dou um soco no rosto de um dos homens e
começamos a lutar violentamente. O outro homem me bate de
novo, viro e o chuto o mais forte que posso na virilha. Ele se dobra
e cai no chão. Os outros dois homens me agarram e, por mais que
eu tente, não consigo me soltar. Eles me empurram mais para
dentro da sala e é quando eu a vejo.
Oh meu Deus.
Amarrada a uma cadeira com as mãos atrás das costas, os
olhos tão inchados de apanhar que estão fechados, ela parece à
beira da morte.
“O que vocês fizeram com ela seus animais?” Grito.
Corro para ela. “Annette. Annette, você está bem?” Eu choro.
Sua cabeça está caída e está semiconsciente. Ela levanta a
cabeça ligeiramente. “Stace.” Ela choraminga.
Curvo-me e beijo seu rosto para que eles não possam me ouvir.
“Stace está seguro.” Sussurro. “Estou aqui agora, vou ajudá-la.”
Coloco minha mão com ternura em sua cabeça. “Estou aqui para
ajudá-la.”
Viro como se estivesse possuída pelo demônio. “Deixe ela ir!”
Grito.
Todos os homens covardes ficam parados enquanto me
observam.
“Desamarrem-na agora!” Grito. “Sou eu que ele quer. Digam a
ele que estou aqui.”
Todos os homens continuam parados.
“Digam a ele!” Grito.
Meu pai sai das sombras e meu coração afunda enquanto o ar
deixa meus pulmões.
A garotinha em mim está apavorada.
Seus olhos prendem os meus e ele dá um passo em minha
direção, vestindo um terno escuro caro, é a epítome do mal. “Olá,
Roshina.” Ele responde categoricamente, sua voz é calma e
controlada.
Não respondo enquanto as lágrimas de medo enchem meus
olhos. Não há ar aqui. Sinto que não consigo respirar. “Odeio você.
Eu odeio você.”
Ele sorri enquanto me encara e, após uma longa pausa, ele
responde: “Você está tão charmosa como sempre.”
Fico olhando para ele com os olhos turvos e cheios de lágrimas.
Como posso ser metade deste homem?
“Onde ele está?” Ele pergunta calmamente.
Meu sangue gela. “Ele está morto.” Murmuro.
Ele sorri. “Não, mas estará muito em breve.”
Suas palavras me derrubam. “O que você quer?” Sussurro.
“Algo que só você pode me dar.”
Fico olhando para ele.
Ele coloca as mãos atrás das costas, junta as mãos e começa
a andar. “Estou morrendo, Roshina.”
Franzo a testa.
“Tenho câncer no cérebro.”
Dou um passo para trás e seu homem agarra meu braço e eu
o arranco de suas mãos. “Não toque em mim, porra.” Ordeno.
“Que bom. Estou feliz que você esteja morrendo. Será uma
bênção para o mundo.” Digo enquanto levanto meu queixo em
desafio.
Ele inclina a cabeça para trás e ri alto. “Amo sua sinceridade.”
Olho para ele. “Morra logo.”
“Há algo que quero de você antes de fazer isso, e então você
pode morrer bem ao meu lado.”
Meus olhos estão nos dele.
“Você se casará com o homem que escolhi para assumir meu
império.”
O medo bombeia por meu corpo e começo a ouvir o batimento
cardíaco em meus ouvidos. “Não, não vou.” Digo.
Ele sorri sombriamente. “Sim. Sim, você irá.”
Balanço a cabeça. “Você é completamente louco. Por que você
possivelmente quer que eu me case com seu substituto? O que
poderia ganhar com tal acordo?”
“Um herdeiro de linhagem. Quero seu filho.”
Capítulo 24

Sorrio pelo choque, acho. Essa é a coisa mais louca e fodida


que já ouvi.
Uma carranca cruza seu rosto e vejo um traço de fraqueza.
“Você acha isso engraçado?”
Rio uma risada profunda e dolorida. “Sua burrice insulta
minha inteligência.”
Ele me observa atentamente e levanta o queixo em desafio.
“Você não pensou em checar comigo sobre esse arranjo?”
Sorrio.
Ele me encara. “Não preciso checar nada. Vai fazer o que digo
e você mesma causou isso quando matou meu irmão.”
“Não vou fazer nada dessa merda!” Grito. “Quem diabos pensa
que é?” Ele estreita os olhos. “Agora, desamarre-a e deixe-a ir, ou
vou matar você.”
Um largo sorriso cruza seu rosto e ele levanta as sobrancelhas.
“Você?” Ele sorri, seus olhos se voltam para suas ratazanas e ele
aponta. “Ela é hilária.” Ele sorri e todos os macacos começam a rir
também. “Isso é uma ameaça, Roshina?”
Dou um passo à frente e cuspo em seu rosto. “Isso é uma
promessa.”
Ele me dá um tapa forte no rosto e sorrio sombriamente. “Qual
é a sensação de ter sua própria carne e sangue odiando você com
tudo o que ela tem?”
Seu rosto enfurece enquanto ele limpa a saliva de seu rosto
com o antebraço. Esse ato nojento foi melhor do que deveria.
“Mamãe deixou você.” Inclino para frente e levanto a
sobrancelha enquanto sussurro. “Você quer saber por quê?”
Seus olhos piscam para os homens ao nosso redor e sei que
atingi um ponto fraco.
“Deixe ela ir.” Aponto para a mãe de Stace.
Seus olhos piscam para ela amarrada à cadeira.
“Deixe-a ir e podemos ir para sua casa para discutir este neto.”
“Não sou idiota.”
Sorrio. “Nem eu.”
“Onde está Mac?” Ele rosna.
“Deixe-a ir. Sou eu que você quer. Você me tem.” Levanto as
mãos. “Você a deixa ir ou pode atirar em mim enquanto luto.” Ele
me encara. “Não posso procriar se estiver morta.” Paro e sorrio
docemente. “Posso, papai?”
Seus olhos se estreitam em fúria e sei que meu sarcasmo está
afetando ele. Eu o peguei. Precisa de mim viva.
Caminho até a mãe de Stace e começo a desamarrar suas mãos
atrás das costas.
“Pare aí.” Ele grita.
“Não.” Continuo.
“Este é o seu último aviso.”
“E estou lhe avisando. Você quer que eu pare, peça a um dos
seus macacos para me matar.”
Luto com os nós e finalmente a liberto antes de ajudá-la a se
levantar.
O telhado estala e olho para a escuridão acima, para as
grandes vigas de madeira. Os olhos dos homens sobem para o teto
e dois caminham enquanto seguram suas armas no ar.
Alguém está no telhado. Stace?
Forço meus olhos para baixo. Distraia-o.
Dois dos guardas avançam e a agarram pelos braços.
Viro para olhar para ele. “O que vai ser?” Zombo. “Eu ou ela?”
Ele me encara. “Você a deixa ir e faço o que você quiser.” Respondo.
Ele hesita e levanta o queixo pensando.
“Seu plano funcionou, você me trouxe aqui. Agora ela não é
mais necessária. Se ficar com ela ou machucá-la, lutarei até a
minha morte.” Encolho os ombros. “Estou feliz por morrer hoje e,
então, onde conseguirá seu herdeiro?”
“Não, querida.” Ela sussurra. Pego sua mão e aperto.
Eu a conduzo em direção à porta e os guardas dão um passo
à frente e ele coloca a mão em um sinal de pare. “Você pode fazer
do seu jeito desta vez, Roshina.” Ele diz calmamente. “Como prova
da minha boa vontade.” Os homens param no local onde estão e
eu a conduzo até a porta.
“Vá, corra. Esconda-se na grama.”
Ela balança a cabeça com medo. “Venha comigo.” Ela
sussurra.
“Corra, esconda-se.” Sussurro novamente para que apenas ela
possa ouvir. Abro a porta e a empurro para fora antes que ela possa
argumentar e a fecho antes que ele mude de ideia.
Viro e encaro meu pai. “Agora, vamos ao que interessa.”

Afundo no chão e sento no degrau por um momento


enquanto deixo minhas ações afundarem. Eu fiz.
É isso.
Fecho os olhos com pesar. No fundo, sempre soube que não
poderíamos ser de longo prazo. Sempre tive aquela vozinha
irritante no fundo da minha mente me dizendo como seria.
Como pude sequer ter imaginado um futuro com ela quando
nos conhecemos durante o sequestro?
Ela estava certa o tempo todo. Merece mais de sua pessoa.
Tenho uma visão dela rindo alto debaixo de mim e sinto um
chute forte e rápido em meu estômago.
Saber o que estou perdendo tornará muito mais difícil
continuar.
Malditos Vikinos por tratá-la do jeito que tratou. Como
diabos ele pôde tratar sua própria filha assim? Uma filha tão
especial quanto ela. Meu sangue começa a ferver, e com fúria
renovada me levanto e giro a maçaneta para voltar ao andar.
Trancada. Maldição.
Fico olhando para ela por um momento, sabendo que
tenho que ir até o térreo para sair. Minha adrenalina começa
a bombear. Vou ter uma de duas festas de boas-vindas.
A polícia ou os homens de Vikinos.
Quero os homens. Quero minha vingança e vou consegui-
la.
Estou furioso. Olho para a hora em meu celular. A polícia
deve chegar em quinze minutos para pegar Rosh, espero que
antes, e então posso começar meu ataque.
Com Rosh segura e fora de perigo, posso voltar ao plano
original. Começo a descer as escadas correndo. Estamos no
décimo andar, então é um caminho longo. Dois lances de
escada abaixo, ouço um barulho embaixo de mim e paro no
degrau. Olho por cima do corrimão enquanto tento ver o que
está vindo acima as escadas.
Bang, bang. Barulho.
Franzo a testa. O que é isso? Inclino-me sobre a grade
novamente e vejo um homem da manutenção limpando a
grade e sigo o passo. Desço correndo e fico cara a cara com
ele.
“Oh, olá.” Sorrio casualmente. “Entrei na escada por
engano e agora todas as portas estão trancadas.”
“É a escada de incêndio, as portas não abrem até você
chegar ao térreo.” Ele responde balançando a cabeça.
“Droga, não sabia.” Olho em volta enquanto espero ele se
oferecer para abrir a porta. “Então você tem que descer todos
os andares até o térreo todas as vezes?” Pergunto.
“Não, eu tenho uma chave.”
“Ótimo.” Finjo um sorriso.
Ele continua limpando. Vou ter que pular nesse cara para
pegar a maldita chave ou o quê? “Você se importa em abrir a
porta para que eu não tenha que descer todo o caminho até o
térreo?” Pergunto.
“Eu não deveria. É contra as regras.”
Meus olhos seguram os dele enquanto o analiso.
Encolhe os ombros. “Por que não?” Ele se arrasta e abre
a porta para mim.
“Obrigado.” Sorrio enquanto caminho calmamente para o
corredor. Espero dez minutos e sigo direto para os elevadores.
Observo o número acima das portas e, quando ele abre, saio
para o corredor. Olho para a esquerda e depois para a direita.
Caminho pelo corredor em direção ao nosso quarto original,
hesito e passo o cartão na fechadura. Preparo-me.
Abro a porta e olho ao redor. Ninguém está aqui. Hã?
Ando pelo quarto e eles já estiveram aqui, mas parece que
acabaram de sair.
Por que foram embora?
Meus olhos vasculham o quarto enquanto tento descobrir
para onde eles foram. Eles vão voltar?
Vou até o guarda-roupa, abro a combinação do cofre e
minha arma ainda está lá.
Quais são as chances?
Eu a pego e caminho até a janela e olho ao redor do
quarto novamente. Então eu vejo.
A peruca loira está na cadeira.
Rosh esteve aqui. Eles a pegaram.
Chuto a parede o mais forte que posso. “Porra!” Grito.
Corro minhas mãos pelo cabelo em frustração. Por que a
deixei sozinha?
Meu celular toca e olho para a tela. Chris. Fecho os olhos
enquanto penso e então atendo.
“Oi.”
“Oh meu Deus. Onde você está? Você viu a porra da
televisão?”
Paro por um momento. “Sim, eu vi.”
“Você está com ela?”
Concordo. “Sim.”
“Porra!” Ele grita. “Entregue-se. O que diabos está
acontecendo?”
Esfrego minha mão pelos cabelos. “Não é o que parece. Eu
a sequestrei para salvar sua vida e agora Vikinos está atrás
dela.”
“O-o quê?” Ele gagueja.
“Chris, me escute. Preciso que você faça algo.”
Ele fica em silêncio.
“A execução que eu ordenei. É para Vikinos.”
“O traficante Vikinos?”
Concordo. “Ele mesmo, ele é o pai dela.”
“Que porra é essa, Stace? Pare com isso. Pare de agir
como um louco e se entregue. Essa garota é um problema, ela
vai fazer você morrer.”
“Chris, me escute. Se algo acontecer comigo, você precisa
cuidar dela.”
“O que? Não. Quero você seguro. Entregue-se.”
“Estou apaixonado por ela.”
“Stace. Você perdeu a cabeça.”
“Se a execução acontecer e eu não estiver aqui, diga à
agência que o pagamento deles são os diamantes que estão
escondidos na luminária do quarto 3590 no Venetian.”
Respondo.
“Diamantes. Que merda de diamantes?” Ele brada. “Não
posso acreditar nisso. Você roubou a porra dos diamantes de
Vikinos. Jesus Cristo, Stace!”
“Eles valem mais do que os trinta milhões que ofereci.”
“Não vou fazer isso.” Ele retruca.
“Eu te amo, cara.” Suspiro tristemente.
“Stace pare. Ouça-me, entregue-se. Podemos livrar você.
Preciso que se entregue. Não faça nada estúpido.”
“Adeus, Chris.” Desligo antes que ele possa dizer outra
palavra e coloco meu celular no modo silencioso. Toca
imediatamente de novo.
Fecho os olhos enquanto tento me recompor. Droga. Saio
do quarto, corro pelo corredor e pulo no elevador. Vou para o
estacionamento subterrâneo e me acalmo enquanto chego lá.
Não posso chamar a atenção para mim.
Onde estão os malditos policiais? Eles deveriam estar
com ela, os idiotas. Estou com muita raiva agora.
As portas se abrem e caminho casualmente para o
estacionamento, vou direto para a última fila de carros. Pego
minha arma, quebro a janela de um sedan e entro. Puxo a
tampa do painel frontal e faço a ligação direta no carro.
Verifico o combustível, quase um tanque cheio. Isso vai ter
que servir. Dou ré e, em seguida, acelero com ele através do
estacionamento e dirijo direto pelo portão que está abaixado.
O carro sai pela manhã e subo a estrada.
Pego meu celular e ligo o aplicativo Find My Phone e
prendo a respiração enquanto espero.
Finalmente, a pequena luz vermelha pisca. Encontrei
você, amor.
Aguente firme.

O alívio me atinge. Consegui. Tirei-a daqui. Viro para encarar


meu pai assassino e sangue-frio.
“O que você quer?” Pergunto.
“Quero que você se case com Antonio.”
Meus olhos estão nos dele. Preciso distraí-lo por tempo
suficiente para ela fugir. “Por quê?” Pergunto.
Ele começa a andar de novo enquanto coloca a mão atrás das
costas.
“Disse a você, estou morrendo.”
Que morra logo.
Meus olhos se voltam para os homens ao meu redor. Seis no
total. Eu estava no carro com quatro, e os dois guardas com armas.
Seus guarda-costas.
Começo a olhar lentamente ao redor em busca de saídas. “Por
que você precisa de mim?” Pergunto.
“Quero entregar o que tenho trabalhado tanto para meu filho
de sangue.”
“Ele não quer o seu dinheiro sujo.”
Seus olhos escuros seguram os meus e ele dá um passo à
frente em minha direção. O medo sobe em minha garganta. Não
importa quanto treinamento fiz, nada pode curar o medo que tenho
desse monstro.
“Seu filho vai assumir os negócios da família.”
“Não tenho um filho.”
“Ainda.” Ele sorri sombriamente. “Mas você terá.”
Balanço a cabeça. “Prefiro morrer a entregar uma criança para
você.”
Ele sorri. “E você vai, assim que eu pegar sua criança.”
O medo começa a fechar minha garganta. “Você é patético,
consegue se ouvir? Pode ouvir como é fodido?” Balanço a cabeça.
“Não conheço nenhum Antonio e tenho a certeza de que não vou
me casar com um.” Digo.
“Antonio.” Ele chama.
Um homem sai das sombras e recuo. Alto, escuro e europeu,
seus olhos negros me examinam de cima a baixo.
“Conheça sua nova esposa, meu filho.” Meu pai sorri.
Ele sorri sombriamente e se aproxima de mim. Sinto sua
respiração em meu rosto. Ele cheira a charutos e uísque. “Muito
agradável.” Seus olhos caem para meus seios como se eu fosse seu
próximo pedaço de carne, e ele pega minha mão. “É um prazer
conhecê-la, Roshina.”
Franzo a testa enquanto o ar deixa meus pulmões.
Ele se curva e beija as costas da minha mão e não sou mais
capaz de segurá-la enquanto bato com força em seu rosto. O som
ecoa pelo espaço e sua cabeça vira com a picada do tapa.
Ele dá um passo à frente e coloca a mão em volta do meu
pescoço em um estrangulamento. “Você vai aprender o seu lugar.”
Ele sussurra enquanto sua mão aperta com força.
“O inferno que vou.” Sussurro de volta.
Afasto sua mão e me viro para meu pai. “Você é insano. Matou
tantas pessoas inocentes. Matou sua própria esposa!” Grito.
Balanço a cabeça enquanto as lágrimas ameaçam cair. “Que tipo
de animal é você?” Sussurro.
Meu pai levanta a cabeça. “Aquele que consegue o que quer.”
Volto para Antonio. Ele é enorme. Ele não precisa de uma arma
e sei que deve ser o puro mal para ter tanta estima aos olhos do
meu pai.
“É assim que vai ser.” Antonio sorri. “Temos um ministro que
vai nos casar hoje.”
Franzo a testa.
“E eu vou tomar meus direitos conjugais imediatamente.” Ele
sorri enquanto lambe o lábio inferior. “Repetidamente.” Seus olhos
encontram os de meu pai e eles trocam algum tipo de sorriso
doentio de reconhecimento.
Balanço a cabeça rapidamente. “Não. Eu não vou.”
Ele agarra meu rosto e o aperta com força. “Ah sim...você vai.”
Sorri. “E você vai gostar.” Ele se inclina para frente e lambe meu
rosto. “Vou garantir isso.” Sussurra enquanto belisca minha
bochecha com força entre os dentes.
Meu batimento cardíaco começa a soar em meus ouvidos.
Tenho que sair daqui.
Eu o empurro para longe de mim. “Vá para o inferno.” Viro
para os homens que guardam a porta. “É esse o tipo de homem
para quem vocês querem trabalhar?” Grito.
Os homens ficam em silêncio, preciso que um deles mude de
lado para tentar me ajudar.
“Um homem que arranja o estupro da própria filha?” Choro.
O homem mais próximo da porta abaixa ligeiramente a cabeça
e sei que ele é meu alvo.
O telhado range novamente e todos os nossos olhos voam para
cima. Quem está aí em cima?
“Coloque-a no carro.” Antonio exige.
Dois dos homens avançam e me afasto deles. Um vem para
frente e eu o soco o mais forte que posso no rosto. Ele cai para trás.
Viro e chuto o outro homem, e ele cambaleia para trás, permitindo
que eu tente pegar a arma.
“Estamos com seu namorado.” Anuncia meu pai. Paro no meio
do caminho.
Meu Deus, não.
“Não, não está. Ele foi preso. Isso é uma mentira descarada.”
Minto.
Distraída, eles me agarram e me colocam em uma posição
sentada em uma cadeira.
Meu pai sorri. “Você é uma péssima mentirosa, mas já
sabemos disso, não é, Roshina? Amarre-a.” Ele exige.
Luto e luto enquanto os três homens me seguram e me
amarram a uma cadeira.
“Ele está com Stucco agora.” Meu pai sorri.
Balanço a cabeça enquanto o suor escorre pela minha testa.
“Você é tão burro.”
“Quieta!” Ele brada.
“Você sabe que tem um traidor em campo?” Pergunto.
Os dois homens me encaram.
“Peguei Stucco roubando seus diamantes. Você sabia que ele
se serve da sua carga?”
Por um momento, a máscara do meu pai escorrega e ele franze
a testa. “Isso não é verdade.”
Sorrio amplamente. “Oh, mas é. Eles planejavam matar Mac e
colocar a culpa nele.”
“Mentirosa.” Ele diz com desdém.
“Ouvi com meus próprios ouvidos. De que outra forma eu
saberia que há diamantes no navio?”
Os olhos de Antonio e de meu pai se encontram.
“Eu os ouvi conversando. O plano era pegar os diamantes e
matar Mac antes de você chegar.”
“Tolice.” Ele brada.
“Você ouviu sobre a seringa com a qual ele foi pego, não é?”
Os olhos de Antonio e meu pai se encontram e sei que sim.
“Pense nisso. Que benefício eles poderiam ter naquele
momento para matar Mac se não fosse para incriminá-lo por um
crime que estavam prestes a cometer?”
Meu pai pensa por um momento.
“Eu o ouvi falando com outro homem.” Continuo.
“Quem?” Antonio rosna.
“Não sei. Não conseguia vê-lo, mas havia dois homens
conversando no convés uma noite quando não sabiam que eu
estava lá. Era sobre os diamantes que eles iam roubar em algum
contêiner ou estátuas ou algo assim. E-eu nem sei se é real.”
Gaguejo.
Antonio olha para a escuridão da fábrica e posso ver sua mente
maligna funcionando.
Eles sabem que estou dizendo a verdade...de uma forma
indireta.
“É por isso que fiquei louca no dia em que você deveria chegar.
Sabia que eles iriam culpá-lo pelo crime.” Balanço a cabeça
enquanto tento falar para sair dessa. “Sabia que ele tinha
literalmente horas de vida.”
“Ele ainda tem.” Meu pai zomba.
“Ele não fez nada de errado. Se qualquer coisa, você deve a ele.
Ele me salvou de seus animais. Ele vai para a cadeia por muito
tempo. Deixe-o fora disso.” Imploro.
Antonio olha para o espaço. “Tragam Stucco para mim.” Ele
rosna.
“Ele está a minutos de distância.” Responde um dos outros
homens. “Acabou de enviar uma mensagem de texto.”
Os olhos de Antonio e meu pai se encontram novamente. Mexo
com a corda amarrando minhas mãos atrás das costas enquanto
tento me libertar sutilmente.
“Vigiem o perímetro.” Antonio rosna. Dois homens
imediatamente saem para verificar os arredores. Ele disca um
número no celular e espera por uma resposta.
“Alô.”
Ele escuta por um momento.
“Verifique o contêiner.” Ele rosna, então escuta por um
momento e seus olhos piscam para meu pai. “Temos um ladrão em
entre nós.”
Ele escuta novamente.
“Ligue-me de volta imediatamente.” Ele desliga.
Pense.
Ouço um carro parar no cascalho do lado de fora e fecho os
olhos. Merda, aqui vamos nós.
Ouço os dois homens conversando e a porta se abre e Stucco
entra sorrindo.
Antonio pega uma arma e mira direto em sua cabeça. O rosto
de Stucco empalidece e ele ergue as mãos no ar. “Você tem algo
para nos dizer?” Antonio rosna.
“O-o que está acontecendo?” Stucco gagueja terrivelmente.
É realmente difícil não sorrir enquanto vejo todos esses filhos
da puta virarem um contra o outro.
O celular de Antonio toca e ele atende imediatamente. Stucco
fica parado com as mãos no ar.
Antonio escuta e seus olhos piscam em fúria antes de desligar.
Ele larga a arma e atira em Stucco direto na perna.
O tiro soa alto e ele cai no chão, gritando de dor.
“Onde estão os malditos diamantes?” Antonio rosna.
“Ahhh” Ele chora enquanto se contorce de dor. “Do que você
está falando?”
“Não minta para mim!” Meu pai grita. Ele se aproxima e chuta
Stucco forte no estômago.
Aperto meus olhos fechados. Oh não, eu não quero ver isso.
“Quem está trabalhando com você?” Ele grita.
“Não sei do que você está falando!” Ele grita. Ele o chuta
novamente e abaixo a cabeça enquanto lágrimas enchem meus
olhos.
Isso é brutal.
Ouço um estrondo lá fora e uma comoção, e então um tiro
dispara.
O que?
Alguém está aqui. Alguém está lá fora.
Antonio levanta a arma, aponta o dedo no ar e a gira. Os três
homens restantes levantam suas armas e desaparecem pela porta
da frente.
Ah não. Ah não. Quem é?
Stucco se contorce de dor enquanto sangra profusamente, e
abaixo a cabeça mais uma vez para que não tenha que ver o
sofrimento.
Não posso lidar com isso.
Ouço um estrondo e depois um barulho e ouço outro homem
gritar.
Oh merda, o que está acontecendo lá fora?
Antonio levanta o queixo para os dois últimos guardas
restantes e eles vão até a janela para tentar ver o que está
acontecendo. Depois de um momento, caminham até a outra
extremidade da fábrica e desaparecem por outra entrada.
Paro de respirar.
Estou amarrada a uma cadeira, sozinha em uma sala com dois
dos homens mais perversos do planeta. É o meu Stace lá lutando?
Ele precisa da minha ajuda? Começo a tentar freneticamente
desamarrar a corda. Tenho que sair daqui. Preciso ajudá-lo.
Ouço outro tiro e meu pai desaparece na escuridão da fábrica.
Lágrimas de medo correm por meu rosto.
A porta se abre e Stace aparece coberto de sangue. Oh meu
Deus, ele eliminou os quatro homens do lado de fora com as
próprias mãos.
Ele aponta sua arma para Antonio. “Desamarre-a.” Ele rosna.
Antonio sorri sombriamente. “Sem chance.” Ele levanta a arma
e aponta para Stace. Balanço a cadeira para trás e para frente.
Preciso distraí-lo. A cadeira cai e naquela fração de segundo Stace
corre em Antonio e o joga no chão. Eles voam para o concreto duro
com um baque. Ele bate nele três vezes com força e arranca a arma
de suas mãos. Antonio rola por cima e atinge Stace e o sangue
respinga por toda parte. Os sons dos socos são tão brutais.
Stace leva a melhor de novo e rola para cima enquanto bate a
cabeça dele no concreto e meu pai sai das sombras com sua arma
apontada para Stace.
Não...querido Deus, não.
“Não!” Grito.
Ele se vira e atira em mim na parte superior da coxa e eu grito
de dor.
A luta para imediatamente e Antonio está apenas
semiconsciente enquanto se deita de costas.
Grito de dor. Oh Deus, eu vou morrer.
Stace está coberto de sangue e mantém as mãos no ar em sinal
de rendição.
“Não” Grito. “Corra, Stace!” Grito quando a queimadura da
bala queima minha pele e vejo a grande poça de sangue vermelho
escuro e profundo em volta de mim no chão.
Ele tem um corte profundo na bochecha e seu nariz está
obviamente quebrado, o sangue escorrendo pelo rosto.
“Não a mate.” Ele sussurra.
“Por que não?”
“Mate-me em vez disso.”
Vikinos aponta a arma para Stace. “De joelhos.”
“Stace, não.” Choro.
De novo não. Não, de novo não.
Stace cai de joelhos.
“Mãos atrás da cabeça.”
Stace lentamente coloca as mãos atrás da cabeça.
“Eu te amo, Rosh.” Ele sussurra quase para si.
Meu pai anda atrás dele e coloca a arma em sua nuca.
“Pare!” Grito. “Não, por favor.” Imploro.
Dois tiros soam.
“Não!” Choro.
Mas é meu pai quem cai no chão.
Um buraco de bala na testa e outro no peito.
Meus olhos voam para o teto acima para ver dois homens de
preto com rifles de precisão escondidos nas vigas.
Meu rosto se contorce em lágrimas de alívio e abaixo a cabeça
e choro. Stace cai de joelhos no chão.
Ele está coberto de sangue e exausto.
Uma sirene toca do lado de fora e, de repente, depois de uma
comoção, dez policiais invadem as portas com equipamento
completo de combate.
Eles correm para mim. “Roshelle.” O policial me desamarra.
“Você está bem?” Ele levanta o rosto para encontrar o meu. “O que
aconteceu?”
“Um homem entrou e atirou nele.” Sussurro.
“Que homem?” O policial pergunta.
“Ele saiu em um carro.” Sussurro enquanto meus olhos
encontram Stace. Os atiradores vieram.
Preciso protegê-los porque eles acabaram de salvar nossas
vidas.
Capítulo 25

Inalo profundamente enquanto tento ficar confortável. Estou


meio adormecida, grogue e incoerente.
“Shelly.” Sussurra uma voz familiar.
Franzo a testa no quarto semi-iluminado. Quem é essa?
“Shelly” A voz sussurra novamente. “Volte para mim.”
Franzo a testa enquanto arrasto meus olhos abertos e a dor
em minha perna lateja. Está semiescuro, crepúsculo, talvez. Olho
ao meu redor. Estou em um quarto de hospital.
O que? Onde estou?
“Shelly. Oh meu Deus. Achei que fosse perder você.” Ele
sussurra enquanto abaixa a cabeça para descansá-la na cama.
Franzo a testa. Mas que diabos? “Onde estou?” Eu me paro.
Todd segura minha mão. “Você está segura agora.”
Balanço a cabeça quando a confusão se instala. Stace. Onde
está Stace? Meus pensamentos são interrompidos por uma
enfermeira enquanto ela entra no quarto.
“Oh, ela acordou.” Ela sorri, se aproxima e afere minha pressão
arterial e sinais vitais. “Você sabe onde está?” Ela pergunta.
Olho ao redor do quarto em desespero. “Hospital?” Sussurro.
Ela sorri amplamente e Todd pega minha mão de volta na sua.
Tusso. Minha garganta está tão seca. A enfermeira me passa um
copo d'água e bebo lentamente.
“O que aconteceu?” Sussurro. Todd afasta os cabelos de minha
testa e afasto sua mão. “Não”, sussurro, irritada.
“Você passou por uma provação horrível.” Todd responde
suavemente. “Você está em casa agora.”
Meus olhos prendem os dele e, embora ainda esteja nebuloso,
sei que não imaginei Melissa e ele naquela boate. “Casa?” Pergunto.
“Sim, estou aqui e não vou sair do seu lado. Estive frenético.”
Franzo a testa. “Pensei que tinha perdido você para sempre.” Ele
sorri suavemente.
Meus olhos piscam para a enfermeira em confusão e ela sorri.
“Irei chamar o médico.” Ela sai do quarto.
“Sei sobre o seu pai.” Todd faz uma pausa. “Sei de tudo.” Fico
em silêncio enquanto lágrimas enchem meus olhos. “Por que você
não me contou?” Ele pergunta.
Fico olhando para frente, incapaz de olhar para ele.
“Poderia ter ajudado você a lidar com isso. Poderia ter
protegido você.”
“O que aconteceu?” Sussurro. O que ele sabe? “Não me lembro
muito.”
“Você foi sequestrada pelos homens do seu pai.” Franzo a
testa. “Ele tentou matar você de novo, mas felizmente foi morto a
tiros.”
Engulo o nó na garganta quando me lembro dele deitado no
chão frio e duro da fábrica. A dor bombeia com força em minha
perna. “Minha perna?” Sussurro.
“Você levou um tiro.”
Franzo a testa e meus olhos encontram os dele pela primeira
vez.
Ele retira os cabelos de minha testa. “Sinto muito, Shelly. Nós
vamos passar por isso. Eu te amo, vamos superar isso.”
“Melissa?” Pergunto.
Ele balança a cabeça com raiva. “Foi um erro, um erro terrível
de uma noite. Não nos vimos desde então. Ela saiu do
apartamento. Estou desesperado e enlouquecido procurando por
você.”
Viro meus olhos para frente novamente e olho para o espaço.
O médico entra pela porta. “Bem, olá.” Ele sorri amplamente.
“Você está com uma aparência muito melhor.”
Ele pega meu prontuário e verifica meus sinais vitais que a
enfermeira acabou de tirar. “De um a dez, qual é o seu nível de
dor?”
“Dez.” Estremeço enquanto tento me mover.
“Vou lhe dar um remédio mais forte para dor.” Ele se vira para
a enfermeira. “Você pode dar a ela um pouco de morfina, por
favor?” Ele se vira para mim e sorri. “Nós operamos e, felizmente,
a bala não causou danos permanentes. Você estará de pé e
recomposta em pouco tempo.”
Meus olhos estão nos dele. “Você sabe onde está o homem que
me salvou?” Sussurro.
Os olhos do médico piscam para Todd.
“Ele não salvou você, Shelly. Ele foi o homem que sequestrou
você.” Todd responde. “Você está confusa, anjo.” Ele se curva e
beija minha testa.
Franzo a testa. “Não.”
O médico segura minha mão. “Você foi ao Inferno e voltou em
um mês. Não quero que pense sobre isso agora. Preciso que se
concentre em ficar mais forte, ficar boa.”
“Onde ele está?” Sussurro. “Preciso vê-lo”
“Shelly me escute”, Todd interrompe enquanto traz meu rosto
para encontrar o seu, “você está traumatizada. Estou aqui. Vou
ajudar você a superar isso.”
Meus olhos se enchem de lágrimas. Sinto-me fraca. Estou
confusa. “Onde está o meu amor?” Sussurro.
“Estou aqui, anjo.” Todd responde. “Estou bem aqui.” Ele pega
minha mão e beija as costas dela.
A enfermeira me injeta o medicamento e, enquanto as lágrimas
rolam por meu rosto, de alguma forma caio no sono.
Acordo nas primeiras horas da manhã. Meu quarto está escuro
e o hospital silencioso. Chamo a enfermeira e fico olhando para o
teto por um tempo até que uma nova enfermeira chegue. Ela é
jovem, mais jovem do que eu.
Ela sorri docemente. “Olá. Você chamou.”
“Sinto que preciso ir ao banheiro.” Sussurro.
Ela verifica meu cateter. “Vou apenas esvaziar sua bolsa.” Ela
se agita e esvazia minha bolsa e então reforça meus remédios.
“Você é enfermeira?” Ela pergunta.
Sorrio suavemente e concordo. “Sim.”
Ela fica ao lado da minha cama na escuridão e pega minha
mão na dela. Minha força quebra e meus olhos se enchem de
lágrimas.
“Quer que eu fique com você um pouco?” Ela sussurra na
escuridão.
Concordo, incapaz de falar.
Ela puxa uma cadeira e senta com minha mão na dela. As
lágrimas começam a escorrer por meu rosto.
Ela não fala e nem eu, mas tê-la aqui comigo é o suficiente.

Sou acordada por Todd. “Bom dia, Shelly.” Ele sorri


amplamente.
“Oi.”
“Você parece melhor hoje. Como está se sentindo?”
“Bem.”
Fico olhando para ele por um momento. Tenho que saber; “O
que aconteceu com o homem?”
Ele franze a testa. “Aquele animal foi acusado de seu sequestro
e estupro. Ele foi deportado para a Colômbia para julgamento.”
Meu rosto empalidece.
“Espero que deem a ele a sentença de morte.”
“Ele não me estuprou.”
“Sim, sim, estuprou. O sêmen dele foi encontrado em um teste
de kit de estupro feito em você. O teste de DNA comprovou ser
dele.”
“Foi consensual.” Digo.
Seu rosto empalidece. “Você não sabe o que está dizendo,
anjo.”
“Sim, eu sei.”
“Não, não sabe. Você foi sequestrada e espancada até a
submissão por aquela aberração.”
“O nome dele é Stace.” Digo. “Não fale assim dele.”
Seus olhos encontram os meus.
“Estou apaixonada por ele.” Sussurro.
Ele franze o rosto. “Não está apaixonada por ele. Ele fez uma
lavagem cerebral em você. Está traumatizada.”
“Não estou apaixonada por você.”
“Sim, você está.” Ele comanda. “Você já passou por muita
coisa.”
“Eu sei como é.” Sussurro. Todd chama a enfermeira.
“Não preciso de uma enfermeira.” Digo. “Preciso saber o que
aconteceu com Stace. Diga-me o que aconteceu com ele!”
A enfermeira entra. “Você pode dar a ela algo para acalmá-la
por favor. Ela está delirando.”
Franzo a testa. “Não, eu não estou. Saia!”
“Não vou a lugar nenhum.” Ele coloca as mãos nos quadris em
indignação. “Ela obviamente está tendo algum tipo de episódio
mental.”
“Onde ele está?” Grito. “Leve-me até ele.”
A enfermeira aperta o botão pedindo ajuda.
“Não fui estuprada. Ele nunca faria isso!” Grito. “Você precisa
contar para a polícia. Chamem eles. Chame a polícia para mim
agora.” Sussurro.

“E depois o que aconteceu?” Os olhos do policial se erguem de


seu bloco de notas.
“Eu entrei no barco.” Continuo. Tenho que tirá-lo disso. Ele
está apodrecendo em uma prisão em algum lugar por algo que não
fez.
“Sabemos que isso não é verdade, Shelly.”
Eu o interrompo. “Meu nome é Roshina.”
Os olhos dos policiais se encontram e, em seguida, o outro
intervém. “Já falamos sobre isso um milhão de vezes na semana
passada. Temos um vídeo de você sendo tirada contra sua vontade
e colocada no porta-malas de um carro.”
“Eu não fui estuprada.”
“Você sofreu uma lavagem cerebral. Não é incomum que as
vítimas se apeguem ao agressor.” Acalma o policial.
“Eu não...não sofri uma porra de lavagem cerebral.” Gaguejo
em frustração. “Ouça o que estou dizendo. Ele não me tocou. Ele
me levou para me salvar dos outros homens. Ele me ajudou a
escapar. Quero que ele seja libertado.”
Os olhos do policial fixam-se nos meus.
“Ele nem está mais no país.”
“Onde ele está?”
“Ele foi extraditado para as autoridades colombianas e
acusado de seu sequestro e trafego de drogas.”
“Foi em solo americano. Por que ele foi extraditado? Não
entendo porque ninguém está me ouvindo.”
“Isso não é preocupação sua.” Todd grita da porta.
Olho para ele. Há uma semana ele vem fingindo que somos
algo que não somos e que estou simplesmente enlouquecendo. O
que ele não sabe é que dia após dia estou ficando mais forte e, à
medida que minha força aumenta, meu ódio por ele aumenta
também.
Não esqueci o que você fez, babaca.
“Sabemos que você terá alta na próxima semana.” Responde
o policial.
Concordo. “Sim.”
“Você não pode sair sozinha. Onde vai ficar enquanto se
recupera?”
“No meu apartamento.”
“Você não pode. Como os médicos e psicólogos já lhe disseram
inúmeras vezes, ainda não está bem o suficiente para cuidar de si.
Os médicos nos instruíram que não está bem para ser deixada
sozinha e que é fisicamente incapaz de cuidar de si.” O policial
franze a testa. “Talvez você deva escolher o centro de reabilitação.”
“Vou para casa e conheço minhas opções. Você não pode me
manter contra a minha vontade.”
“Ficarei com ela.” Todd responde.
“Não, você não vai.”
“Vou cuidar de você, quer você goste ou não.”
Reviro os olhos. Merda, por que ninguém me escuta? O policial
solta um suspiro de frustração e balança a cabeça. Ele pega sua
carteira e me entrega um cartão de visitas. “Se você precisar de
mim é só ligar.” Pego o cartão e fico olhando para ele. Meus
pensamentos voltam para o cartão de especialista em anel de
noivado que Stace tinha.
Eu estava tão feliz.
“O caso foi encerrado do nosso lado. Não entrarei em contato
novamente, a menos que me contate.”
Concordo enquanto olho para o cartão.
“Todd.” O policial se vira para ele. “Se precisar de nossa ajuda,
aqui está nosso cartão.” Ele lhe entrega outro cartão. “Aqui está a
linha central de crise de saúde mental, caso você precise.”
Todd concorda com a cabeça enquanto pega os dois cartões.
“Acho que vou.”
Isso é besteira. “Não sou uma criança. Não sou instável.” Digo.
Os olhos de Todd piscam para mim. “Obrigado, oficiais. Cuido
disso daqui.”
Os policiais saem e Todd cai no assento ao meu lado.
“Todd...” faço uma pausa, “precisamos conversar.”
Seus olhos seguram os meus. Sei que não posso dizer a
verdade a ele porque se não vão me colocar em uma instituição
mental.
“Não amo mais você.”
“Sim, você ama. Podemos superar isso.”
Balanço a cabeça e sorrio suavemente enquanto meus olhos
se enchem de lágrimas.
“Já passei pelo suficiente.”
“Eu sei, e é por isso que você precisa de mim.”
“Preciso ficar sozinha. Pela primeira vez em toda a minha vida,
quero ficar sozinha.”
Seus olhos seguram os meus.
“Sinto muito sobre Melissa, sinto muito, muito mesmo. Eu te
amo. Por favor, vamos resolver isso.”
Balanço a cabeça e pego sua mão enquanto a empatia me
preenche. “Acho que nunca amei você, Todd.” Ele franze a testa.
“Sou incapaz de te amar.”
Ele me encara enquanto pensa.
“Quero que você saia por aquela porta.”
Ele olha para a porta.
“E não quero que você volte.”
“Não quero que você lide com isso sozinha.”
“Estive sozinha a minha vida inteira.”
“Shelly”, ele sussurra tristemente, “estraguei tudo, mas posso
consertar.”
“Está acabado para sempre, Todd.” Sussurro. “Não podemos
ser consertados.”
Uma batida soa na porta. “Olá, Shelly. Meu nome é Erica e sou
psicóloga. Temos uma consulta marcada para esta manhã.”
Grata pela interrupção, sorrio. “Sim, claro. Entre, por favor.”

Estou na reabilitação há duas semanas. Já se passaram seis


semanas desde que fui baleada. Finalmente consegui dar o recado
para Todd e ele parou de me ver, embora ainda me ligue todas as
manhãs e noites. A psicóloga me diagnosticou com Síndrome de
Estocolmo, então, por enquanto, estou apenas entrando no jogo e
concordando com eles.
Seis longas semanas desde que perdi a outra metade de mim.
Ele pensa em mim o tempo todo, como eu penso nele? Às vezes
acordo e sinto que não vou conseguir sobreviver mais uma hora
sem ele.
Eles estão certos? Estou louca?
Isso realmente não importa mais, suponho, e só preciso me
concentrar em minha saúde por enquanto. Uma das enfermeiras
do trabalho está vindo para me pegar hoje e depois voa de volta
para casa comigo. Estou achando que é minha melhor amiga
Moira, acho que meu chefe a enviará. Estou animada para ver
rostos conhecidos. Foram seis semanas solitárias e não tive
contato com ninguém.
Sento na cama enquanto a enfermeira passa por minhas
medicações nas anotações de alta comigo.
“E este aqui é o que ajudará você a dormir.” Ela rabisca na
caixa, dormir.
Concordo. “Ok.”
“Mas lembre-se, não pode dirigir quando estiver tomando
esses.”
“Ok.” Sorrio. “Obrigada. Você tem sido maravilhosa.” Sorrio.
“Você vai ficar bem?” Ela pergunta.
Encolho os ombros. “Sim, sou durona.”
“Não me diga.” Ela sorri e me deixa. Ando até a janela e olho
para a cidade. Não gosto de Vegas. Acho que nunca mais voltarei
aqui.
“Olá, querida.” Uma voz familiar soa pelo quarto. Viro. É
Annette, a mãe de Stace.
Lágrimas enchem meus olhos.
“Está pronta para ir para casa?” Ela pergunta suavemente.
“O que?” Sussurro.
“Vim buscar minha nora e levá-la para casa.”
Franzo a testa, confusa.
“Pode ficar um tempinho comigo e cuidarei de você. E então,
você pode se mudar para a casa de Stace em Manhattan.”
Fico parada.
“Onde ele está?” Sussurro.
“Ele está em uma prisão na Colômbia.”
Meu rosto se contorce de dor. “Ele está bem?” Sussurro.
“Ficará melhor quando souber que você está sendo cuidada.”
Sorrio através de minhas lágrimas. “Ele sabe que você está
aqui?” Pergunto esperançosamente.
Ela envolve seus braços em volta de mim. “Ele me mandou vir
buscá-la.” Beija meu rosto. Segura-me em um abraço e, por
alguma razão estúpida, os céus se abrem e choro lágrimas
estúpidas de uivo para a lua.
“Vamos.” Ela finalmente sorri. “Vamos para casa.”
Caminho rua abaixo em Bogotá com o vestido rosa claro que
mandei fazer. É uma imagem espelhada daquele que Stace me
comprou no nosso primeiro encontro. Pergunto-me se ele vai se
lembrar. Já se passaram dois longos anos, mas hoje ele finalmente
sai da prisão. Foi originalmente sentenciado a cinco anos, mas
reduziram a pena para dois em uma apelação. Foi o melhor que
pudemos fazer com o dinheiro que tínhamos.
Ele não me deixou buscá-lo esta manhã. Disse que tem uma
surpresa para mim.
Mudei-me para a Colômbia assim que fiquei bem. Precisava
estar mais perto dele. Moro em uma linda casa nas colinas e a vida
tem sido boa.
Eu precisava desse tempo sozinha, para me encontrar. Para
descobrir quem sou quando não estou vivendo com medo.
Finalmente me perdoei pela morte de minha mãe.
Não foi minha culpa. Sei disso agora.
Visitava Stace na prisão três vezes por semana, todas as
semanas. Era a quantidade máxima de visitas que ele podia ter. O
tempo só nos aproximou.
Estamos tão apaixonados.
Ele não teve o privilégio de visitas conjugais. A prisão em que
estava era superlotada e não tinha as instalações.
Cada vez que me despedia e colocava minha mão no vidro, e
ele fazia o mesmo, morríamos um pouco sem o toque um do outro.
Nem mesmo um beijo.
Ele conseguiu, no entanto. As condições eram terríveis e, ainda
assim, toda vez que eu o visitava, ele estava mais preocupado
comigo e com o que eu estava fazendo. No início, fiquei petrificada
de que Vikinos tivesse homens na prisão. Mas, felizmente, isso não
pareceu ser um problema. Seria uma história diferente se ele
tivesse sido colocado em uma prisão americana.
Não estou apenas apaixonada por ele.
Eu o amo.
Ele é um bom homem. Meu criminoso endurecido é um bom
homem.
Estou vibrando, vibrando de empolgação. Vibrando de
ansiedade.
E se as coisas mudaram entre nós e a química acabou?
Não acabou. Sei que não, mas inferno, dois anos é muito tempo
para ter um melhor amigo e não ser capaz de tocá-lo.
Viro a esquina para a rua dos cofres. Combinamos de nos
encontrar aqui e retirar nossos diamantes juntos. Não queria voltar
aqui sem ele. Esses são diamantes dele também. Continuo
andando e o vejo. Ele olha para cima, nossos olhos se encontram
e, naquele momento, meu coração para completamente.
Ele está esperando na frente, na escada, e tem um cachorrinho
dourado na coleira.
Um sorriso exagerado se abre em meu rosto e ando mais
rápido. Pulo e então começo a correr. Ele sorri e caminha em minha
direção, e pulo em seus braços, onde ele me gira. Nossos lábios se
conectam e sorrio através das lágrimas.
Nos beijamos enquanto suas mãos me envolvem com força. Oh
Deus, ele é tão bom.
Nos beijamos repetidamente e sinto meu braço sendo puxado
pelo pequeno amiguinho cor de areia.
Curvo-me e faço um carinho em sua cabeça. “Olá.” Sorrio em
meio às lágrimas. “Qual o seu nome?”
O pequeno Labrador recua na guia para tentar escapar desta
nova forma de tortura. Ele faz esse pequeno woof patético e eu rio
alto.
“Você me arrumou um cachorrinho?”
Stace balança a cabeça enquanto me põe de pé, sua mão
segurando meu queixo do jeito que ele quer e sua língua
acariciando meus lábios.
Oh Deus, senti falta disso.
“Precisamos ir para casa.” Ele sussurra.
“Diamantes.” Sorrio enquanto envolvo meus braços em volta
de seus ombros largos e musculosos. Ele está muito maior do que
era antes.
Ele me leva para trás até que estou contra a parede, suas mãos
em meu rosto, seu comprimento duro contra o meu estômago. “Não
poderia me importar menos com os diamantes.” Ele respira em
minha boca. “É você que eu quero.”
Sua boca cai para o meu pescoço e fecho os olhos de prazer
enquanto sua barba espana minha pele. Nos beijamos de novo e
ele está certo, realmente precisamos ir para casa. Posso gozar aqui
mesmo.
“Diamantes e casa.” Digo.
Ele se abaixa e pega nosso novo membro da família e
caminhamos para o escritório, subimos para a recepção.
“Estamos aqui para esvaziar nosso cofre.” Ele diz. Entregando
sua identificação e o observo. Ele está diferente. Mais forte, mas
mais suave, se é que isso faz sentido. Seu corpo mudou por causa
de todas as sessões de exercícios e agora, quando olho para ele,
vejo apenas o Stace por quem sou apaixonada. O lindo homem que
me salvou, tanto física quanto mentalmente. Minha atenção vai
para o cachorrinho enquanto ele agarra a guia na boca e puxa para
trás o mais forte que pode. Sorrio enquanto jogamos cabo de guerra
com sua guia e ele solta um latido estridente novamente.
Tenho um cachorrinho.
Seguimos o guarda até o nosso armário e Stace me entrega a
chave. Abro o cofre e seus lábios caem em minha nuca enquanto
suas mãos sobem e descem pelo meu corpo.
“Senti sua falta.” Ele sussurra.
Arrepios se espalham pelos meus braços. Viro e o beijo por
cima do ombro.
Amo esse homem. Amo o significado e o sentido de pertencer
que ele trouxe à minha vida.
Ele me beija novamente e viro em seus braços, e nos
esquecemos de onde estamos mais uma vez.
A coleira é puxada da mão de Stace e nosso amiguinho corre
em volta de nossos pés. Ele finge rosnar e latir em sua vozinha
estridente.
“Pegue-os logo para podemos ir.” Ele sorri enquanto se inclina
para pegá-lo novamente. Nosso cachorro luta e se contorce,
claramente pensa que é hora de brincar.
Abro o armário e vejo a meia amarrada dentro. Sorrio
amplamente e Stace balança a cabeça com espanto.
Nos safamos.
Quando cheguei a Bogotá, Stace não queria que eu viesse aqui
sozinha, caso isso me colocasse em perigo. Tinha dinheiro
suficiente e, depois de pensar um pouco, resolvi esperar por ele.
Enfrentaremos os desafios juntos conforme eles surjam.
Saímos do prédio e chamamos um táxi.
“Olá.” Sorrio enquanto entramos. Deslizo para dar espaço aos
meus dois companheiros. “Você pode nos levar para as montanhas
mais baixas, por favor?” Pergunto.
Ele balança a cabeça e se vira enquanto entra no trânsito.
A mão de Stace vai direto para minha coxa e ele a desliza
lentamente por baixo da minha saia. Seus lábios vão em meu
pescoço, seus dedos deslizam sutilmente para cima e para cima e,
em seguida, circulam lentamente sobre o meu sexo.
“Preciso de você.” Sussurra em meu ouvido. “Não posso
esperar até chegarmos em casa.”
Meus olhos se fecham enquanto minha excitação atinge novos
níveis. Como pude pensar que a química podia ter acabado entre
nós?
Está explosiva.
“Como você está se sentindo?” Ele sussurra. “Mostre-me como
você se sente.” Ele levanta minha perna e a engancha sobre a dele,
então estou efetivamente meio sentada em seu colo.
Ah merda. Prendo a respiração enquanto seus dedos deslizam
por baixo da minha calcinha. Desliza as costas dos dedos pela
minha carne molhada. Sibila em aprovação em meu ouvido e se
ajusta enquanto abre minhas pernas ainda mais.
Puta que pariu. Estamos em um maldito táxi.
“Abra.” Ele sussurra.
Mal consigo manter os olhos abertos, estou tão excitada.
“Stace” Respiro em seus lábios abertos. “Apenas espere.”
“Não posso.”
Ele empurra para frente e desliza um dedo em mim e quase
entramos em combustão. Dois anos é muito tempo para passarmos
sem o toque um do outro.
Sua respiração treme enquanto ele lentamente desliza o dedo
para fora e depois de volta para dentro. Seus lábios abertos estão
ao lado do meu pescoço. Meus olhos estão fixos no espelho
retrovisor. Felizmente, o motorista não olhou para nós. Ele está
com fones de ouvido.
“Você está tão molhada.” Ele sussurra em meu ouvido.
Concordo, incapaz de falar enquanto seus dedos mágicos
deslizam lentamente.
“Você precisa ser fodida, amor.” Sua respiração roça minha
orelha e arrepios se espalham por toda parte, seja por causa das
palavras ou das sensações, não posso ter certeza.
Estremeço, sem brincadeira. Um orgasmo está perigosamente
perto e o sinto sorrir embaixo de mim.
“Vou gozar com tanta força.” Ele sussurra. Ele empurra três
dedos em mim e perco o controle e me deito sobre ele.
Preciso que ele me foda. Preciso que ele me foda agora. Uma
onda de excitação me inunda e ele assobia em apreciação.
Seus dedos grossos deslizam para dentro e lentamente para
fora novamente.
“Chegamos.” Diz o motorista categoricamente.
Ah merda. Pulo do colo de Stace e balanço minha cabeça. O
que diabos estamos fazendo? Arregalo os olhos para Stace e ele
sorri enquanto coloca seus três dedos na boca e os chupa. Congelo
enquanto o vejo e minhas entranhas começam a se liquefazer.
Esse homem é tão gostoso que frita meu cérebro.
Como se estivesse lendo minha mente, Stace sorri sexy e pega
minha bolsa para pagar o motorista. Não tenho um pensamento
coerente em minha cabeça agora. Ele arrasta nosso cachorrinho e
eu para fora do táxi. Olha para a casa à nossa frente. É uma casa
tipo terraço de dois andares, branca com portas e acabamentos
azuis. As janelas têm as mesmas venezianas azuis. A hera está
crescida demais e em toda a parede, e temos uma fonte no jardim
da frente.
“É aqui.” Sorrio nervosamente.
Ele sorri enquanto seus olhos percorrem a casa. “É bonita.”
Dou de ombros, sorrio e luto para puxar nosso amiguinho pela
coleira. “Ele odeia essa coleira.”
Stace me segue enquanto continua a olhar ao nosso redor.
Como deve ser ficar preso por dois anos? Não consigo imaginar
o que está acontecendo em sua cabeça agora.
Abro a porta azul em forma de arco e entramos. O piso é
revestido em todos os diferentes tons de verde em formato de
grandes diamantes e as paredes são em terracota aconchegante. É
o epítome da América do Sul e foi exatamente por isso que quis
essa casa quando a vi pela primeira vez.
É aconchegante, terrena e convidativa.
“Esta é a sala de estar.” Aponto para a sala de estar e
caminhamos pelo corredor. “Essa é a cozinha.”
Ele olha ao redor da cozinha de madeira e sorri.
“Onde é a área de serviço?” Ele pergunta.
“Oh, por aqui.” Ando pelo corredor e mostro a área de serviço
e ele olha em volta. Seus olhos escuros voltam para o meu rosto.
“Onde fica nosso quarto?”
Os nervos vibram por mim. Já faz tanto tempo. “Lá em cima.”
Sussurro.
Ele me pega pela mão e leva escada acima.
“Última porta à direita.” Murmuro.
Ele coloca o cachorro no chão e me leva pelo corredor até o
nosso quarto. Seus olhos examinam o espaço.
Há uma cama grande com lençóis brancos e móveis de
madeira. É simples.
Fico nervosa e ele se vira para mim. “É bonito.” Seus lábios
encontram os meus e ele me beija suavemente.
Sorrio. Não posso acreditar que ele está realmente aqui
comigo...em nossa casa. Esperei muito tempo para ele voltar.
“Tenho algo para você.” Ele luta em seu bolso e tira algo
embrulhado em papel de seda.
Franzo a testa enquanto o desembrulho e então ele se ajoelha
e segura um anel.
Fico olhando para ele, dominada pela emoção.
“Case-se comigo.”
Estou sem palavras. Não tenho palavras.
“Quero que você se case comigo.”
“Eu sei.” Sorrio enquanto me curvo e o beijo. “E eu quero que
você case comigo de volta.” Sussurro através de minhas lágrimas,
em seus lábios.
“Isso é um sim?”
Concordo. “Isso é a porra de um sim.” Sorrio.
Ele se levanta e me levanta, e então me joga na cama. Balanço
com força. Ele fica em pé, e enquanto seus olhos escuros seguram
os meus, tira a camisa e, em seguida, desliza lentamente o jeans
para baixo.
Minha respiração fica presa. Ele era musculoso antes, mas
agora...não há palavras para descrever seu físico. Alto e largo, com
uma barriga cortada e talhada e um V distinto de músculos que
vão até a virilha.
Nunca vi nada mais bonito.
Seu enorme pau está pendurado pesadamente entre suas
pernas e meu sexo aperta em apreciação.
Bom Deus. Bad Boy Heaven em toda a sua glória...e ele me
ama.
Ele me senta, tira meu vestido pela cabeça e, em seguida,
deita-me e desliza a calcinha por minhas pernas.
Mal posso respirar enquanto estou deitada nua diante dele.
Seus olhos percorrem toda a minha carne como se memorizando
cada centímetro de minha pele.
“Abra suas pernas.” Ele sussurra.
Abro minhas pernas levemente e ele as empurra de volta para
o colchão e me encara por um momento, enquanto vejo uma
miríade de emoções cruzarem seu rosto.
“O que há de errado?” Sussurro.
“Nada.”
Franzo a testa.
“Você não sabe por quanto tempo pensei nesse momento.”
“Sobre o que você pensou?” Pergunto enquanto levanto minha
mão para segurar seu rosto.
“Em ter você usando meu anel. Ter você nua na minha cama.
Ter você me amando.”
“E eu amo.” Sussurro. “Te amo muito.”
Ele me beija suavemente e rasteja sobre mim, deslizando para
casa em um impulso profundo. Gememos de prazer.
Ele puxa lentamente e desliza fundo novamente, e enquanto
levanta o corpo sobre os braços esticados, ele sorri amplamente.
“Lar Doce Lar.”
Rio alto quando ele entra em mim novamente. Os contos de
fadas tornam-se realidade.
Super-heróis existem.
Epílogo

Cinco anos depois.

“Ah baby, cuidado.” Corro para o final da escada enquanto a


pequena fralda atrás tenta subir. Pego-a e a coloco em meu quadril.
Molly tem dois anos, atrevida como o diabo e interessada em
tudo...assim como seu pai. Ela grita de alegria e tenta se livrar.
Moramos em Oyster Bay Cove, em Long Island, agora, em uma
casa grande e bonita de dois andares. Temos uma piscina e um
terreno duplo e graças ao nosso roubo de diamantes, não nos falta
nada. Depois de brincar com a ideia de morar no exterior,
decidimos contra isso. Temos férias exóticas algumas vezes por
ano, mas isso é tudo. Na verdade, o que nos faz mais felizes é a
família. Stace queria estar aqui para Sebastian, seu sobrinho.
Ele percebeu que o melhor presente que poderia dar a Justin,
seu irmão, era criar Sebastian como seu.

E é isso que ele está fazendo.


Compramos para Annette, sua mãe, uma casa na mesma
propriedade e também uma para sua cunhada Cindy, a mãe de
Sebastian. Somos todos muito próximos. Eles se tornaram a
família que não tive. Cuidaram de mim tão bem nos primeiros
meses, quando vim morar com eles enquanto Stace estava na
prisão. Serei eternamente grata por me adotarem da maneira que
fizeram quando nem me conheciam. Cindy se casou recentemente
e está grávida de seu primeiro filho. Seu novo marido, Andrew, é
bom. Sei que mata Stace ver o amor de seu irmão seguir em frente,
mas ele a quer feliz, como todos nós. Seb, como o chamamos,
agora tem onze anos e vive conosco metade do tempo, assim
como faria se fosse filho de Stace. Ele está em uma idade em
que deseja estar perto de Stace, e quando Cindy começou a
namorar Andrew, nós o recebemos com mais frequência para
dar a eles um tempo a sós. Seb insiste que continue assim e
sua mãe só está ao virar da esquina se ele precisar dela.
Stace está em cada jogo de bola, treino, cada evento da
escola, cada festa de aniversário. Eles pescam, consertam
coisas, acampam e Stace ama Seb com tudo o que ele tem. Eles
têm um lindo relacionamento e Seb realmente o vê como seu
pai.
Sorrio para a garotinha loira olhando para mim. O
descaramento personificado.
Essa tem seu pai comendo na palma de sua mão. Ouço os
portões eletrônicos se abrindo e sei que os meninos estão em
casa. Olho pela janela da cozinha para ver a grande pick-up
preta de Stace entrar na garagem. Comprei para ele aquela
Ferrari preta que ele tanto amou. Curiosamente, ele quase
nunca a dirige. É um carro-troféu e um desperdício de
dinheiro, para ser totalmente honesta. Stace abriu uma
empresa de desenvolvimento. Se tivesse seu tempo novamente,
teria voltado para a Marinha, mas agora que tem ficha
criminal, isso não foi uma opção. Ele vai bem e tem quatro
homens trabalhando para ele. Às vezes, pilota um helicóptero
para se divertir no fim de semana, se tiver tempo.
Como um furacão, eles entram pela porta dos fundos da
cozinha. Seb está quicando sua bola de basquete e Stace
carrega mantimentos em sacolas que acabaram de comprar.
“Dada!” Molly grita de empolgação e ele ri, a pega e a gira.
A bola quica continuamente e balanço a cabeça. O que há na
bola quicando que me deixa tão louca? “Pare de quicar essa bola,
por favor, Seb.” Advirto.
“Sim, tudo bem.” Ele responde da sala de estar enquanto liga
a televisão.
Stace coloca Molly no chão e ela corre para brincar com Seb, e
Stace me envolve em seus braços.
“Como está minha linda esposa hoje?” Sua mão esfrega
suavemente sobre minha barriga de grávida.
Sorrio para ele enquanto o beijo suavemente. Nos casamos em
Bogotá um dia depois que ele saiu da prisão. Não podíamos esperar
mais. Olho para ele inexpressiva. “Enorme.”
“Enormemente gostosa.”
“Você diz.” Sorrio contra seus lábios enquanto ele me beija
suavemente. Tenho cinco semanas pela frente até que este
pequeno chegue.
“O que você tem para mim esta noite?” Ele sussurra enquanto
sua mão segura meu traseiro e seus lábios caem em meu pescoço.
“Achei que talvez pudéssemos fazer uma pequena
dramatização.” Sorrio.
“Ah sim, gosto de como isso soa.” Ele respira e o sinto
endurecer contra meu quadril.
“Para permanecer vivo, você tem que entrar no jogo e fingir que
está grávido.” Sussurro em seu ouvido enquanto belisco com meus
dentes.
Seus olhos encontram os meus e ele sorri.
“E podemos amarrar um saco de quatro quilos de batatas à
sua barriga e ver como você fica sexy.”
Ele me empurra para trás até que estou contra a parede. Seus
braços me cercam, efetivamente me prendendo, e sua ereção cava
em meu quadril.
“Você nunca foi mais sexy.” Ele sussurra em meus lábios
enquanto sua língua passa lentamente pela minha boca. “Nunca
quis mais você do que quero agora.”
Minha respiração fica presa. “Você tem fetiche por
mulheres grávidas?”
Ele sorri sombriamente enquanto me bombeia com seu
quadril. “Talvez eu tenha.”
“Doente.” Murmuro. “É melhor você levar seus filhos para
a cama cedo, então.” Sorrio.
“Por quê?” Ele sorri contra meus lábios enquanto sua mão
explora sob minha saia.
“Porque quero fazer sexo grávida com meu marido.”
Seus dedos deslizam por baixo de minha calcinha, me
afasto e balanço a cabeça. “Crianças no banho.” Murmuro.
Ele revira os olhos e dá um passo para trás. “Hora do
banho, pessoal.” Ele chama.
“Estou super cansado e quero dormir cedo.”
Ele agarra minha bunda e me esfrega em seu grande pau.
“Você tem uma hora e meia, Sra. Mac, antes de ser fodida.
Forte.” Seus olhos vão para os meus lábios e ele se agarra
através da calça jeans para liberar um pouco de tensão.
Sorrio e deslizo minha mão por sua calça jeans e coloco a
mão em sua ereção. “Dois filhos, jantar e cama primeiro.” Eu
o lembro.
Ele inclina a cabeça para trás em frustração. “Hora do
banho. Agora.” Ele ordena enquanto desaparece subindo as
escadas.

Ouço o chuveiro e a banheira ligando e sorrio enquanto


continuo terminando o jantar.
Isso é vida.
Isso é amor.
No estilo Stace.

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