Auto Esporte #698 - Fev24

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O S O S E G R E DO QU E A T O Y
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DIRIGIM TE
E QUE PROME
O FIM DO ANO C A DO BRASILEIR
O
NT E D O M E R
MAIS IMPORTA

EXCLUSIVO: NOVO CRETA NACIONAL


SUV TERÁ MOTOR INÉDITO NO BRASIL, E DESCOBRIMOS QUAL SERÁ
FEVEREIRO 2024
Nº 698 - R$ 25,00 Carga tributária federal aproximada 4,65%

COMPARATIVO BYD Dolphin x GWM Ora 03 Skin E MAIS VW Amarok | Toyota Corolla GR-S | Porsche 911 Dakar | Ford Ranger Raptor
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SUMÁRIO Fevereiro 2024 — edição 698


RAÍZES DA
RENOVAÇÃO

P
or mais que cultivemos rotina, a vida tem suas
IGNIÇÃO mudanças inesperadas de rota. Nada a resu-
06 Volkswagen Golf me de modo tão preciso quanto a letra de Fer-
08 Autoesporte Digital nando Brant na canção "Encontros e Despedidas",
09 Que fim levou? de Milton Nascimento. Todos os dias é um vaivém.
O primeiro Fusca Itamar O douto leitor perceberá, na assinatura des-
10 AutoElétrico: Porsche Macan ta carta, que seu autor é outro. Muito prazer! Sou
11 Coluna Luiz Guerrero Leonardo, tenho 14 anos de jornalismo e chego

06 12 Autoesporte 60 anos
13 Coluna Marli Olmos
para compor a incrível equipe de Autoesporte —
que, em 2024, terá duas marcas notórias a co-
memorar: 700 edições (em abril) e 60 anos (em
ÁREA RESTRITA novembro). Não é pouca coisa.
14 Hyundai Creta 2026 Para festejar essas datas, resgataremos
histórias, pessoas e carros que compuseram es-
CAPA ses seis decênios de muita tradição. Eu não esta-
16 Toyota Yaris Cross: fomos ria aqui, nem esta revista estaria nas suas mãos,
ao Chile conhecer o SUV que se não fosse pelo esforço, talento e olhar jorna-
chegará no fim do ano para lístico de quem já fez ou ainda faz parte da rica
agitar o segmento mais história da marca. Por isso, estamos preparando

14
importante do mercado uma forte produção de conteúdos exclusivos vol-
tados à edição 700 e aos 60 anos de Autoespor-
COMPARATIVO te ao longo do ano. Fique atento!
24 BYD Dolphin x GWM Ora Queremos que você seja o passageiro de
03 Skin luxo em nossa jornada de revisitas a um passa-
do rico. Ao mesmo tempo, seguiremos de olho
TESTAMOS no futuro, rumo aos próximos 60 anos. E por que
33 Toyota Corolla GR-S não 600 ou 6 mil? Há que se olhar adiante sem-
38 Volkswagen Amarok pre, respeitando o legado que nos fez chegar até
44 Jeep Commander Limited aqui. Por isso, meus sinceros agradecimentos
48 Fiat Fastback Abarth a Marcus Vinicius Gasques, líder da equipe até a
edição passada. Obrigado pelo profissionalismo

16
52 Porsche 911 Dakar
56 Ford Ranger Raptor ao longo desses 23 anos!
60 Audi Q3 Anniversary Mesmo que seja preciso estar antenado aos
64 GWM Haval H6 GT novos tempos, entender o legado de uma marca
68 Volkswagen Polo GTS como Autoesporte é fundamental para preservar
72 Nissan Kicks XPlay sua aura e identidade. Aqui sempre se fez jornalis-
mo autêntico, em busca da informação em primei-
MUNDO SOBRE ra mão. E, para esta edição, preparamos boas sur-
presas. Viajamos até o Chile para ser o primeiro
RODAS
veículo de comunicação no Brasil a andar no Toyo-
76 Lamborghini Lanzador
ta Yaris Cross, SUV compacto que promete mexer
82 Jeep abre o acervo de
com o mercado brasileiro no fim deste ano.
jipes clássicos

24
Também trazemos em primeira mão as no-
vidades do novo Hyundai Creta nacional. Já reno-
SEÇÕES
vado em outros mercados, o SUV passará por mu-
86 Coluna: Marcos Rozen — Em
danças profundas no Brasil em 2025, com direito
1969, o Brasil comemorava a
a uma motorização surpreendente. Ainda, colo-
produção de 2 milhões de veícu-
camos frente a frente os dois elétricos que vira-
los com um desfile
ram queridinhos dos brasileiros: GWM Ora 03 Skin
e BYD Dolphin. Qual levará a melhor? Respondere-
MERCADO
mos. Tudo isso e muito mais, com o toque Autoes-
88 Os mais vendidos
porte de sempre. Porque sim, estaremos abertos
ao que vier, sem nunca esquecer as raízes.
BASTIDORES

52
DA EDIÇÃO
90 Por onde nossa equipe an- LEONARDO FELIX, diretor de redação
dou ao longo do mês ([email protected])

4 · autoesporte.com.br
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Onde Autoesporte está


DIRETOR GERAL: Frederic Zoghaib Kachar
DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO DE AUDIÊNCIA E COMERCIAL: Tiago Afonso
DIRETOR NACIONAL DE NEGÓCIOS: Samuel Sabbag
DIRETORIA EDITORIAL: Daniela Tófoli e Maria Fernanda Delmas

SITE AUTOESPORTE
autoesporte.globo.com
DIRETORA EDITORIAL DE MARCAS DE ECONOMIA E NEGÓCIOS: Maria Fernanda Delmas
DIRETOR DE REDAÇÃO: Leonardo Felix FACEBOOK
EDITOR-EXECUTIVO: Raphael Panaro facebook.com/RevistaAutoesporte
EDITOR: André Paixão
REPÓRTERES: Cauê Lira e Vitória Drehmer
COLABORADORES: André Schaun, Luiz Guerrero, Marcos Rozen, Marli Olmos, PODCASTS
Monique Murad Velloso, Murilo Góes e Renato Durães CBN Autoesporte
ESTAGIÁRIA: Júlia Toledo
INSTAGRAM
ESTÚDIO DE CRIAÇÃO @autoesporte
DIRETOR: Rodrigo Buldrini
EDITORES DE ARTE ASSISTENTES: Clayton Rodrigues e Daniel Pastori
DESIGNERS: Demetrios Cardozo, Felipe Hideki Yatabe e Pablo Gonzalez CBN
Segundas e quartas-feiras
às 19h20; domingos às 9h

MERCADO ANUNCIANTE (DECORAÇÃO): Fátima Regina – SERVIÇOS PÚBLICOS SOCIAIS – X (TWITTER)


Ottaviani COORDENADORA DE ENERGIA): Luiz Fernando Manso @autoesporte
SEGMENTOS: FINANCEIRO – IMOBILIÁRIO NEGÓCIOS (ENTRETENIMENTO, SAÚDE EXECUTIVOS DE NEGÓCIOS: Robert
– INFRA/LOG – INDÚSTRIA/ENERGIA E TURISMO): Barbara Roberta Ferreira de Souza Correa (ENERGIA), Claudia
Conte EXECUTIVOS DE NEGÓCIOS: Cubeiro (GOVERNO), Marcelo Valentim YOUTUBE
DIRETOR DE NEGÓCIOS: Emiliano Morad André Frascá Scorvo, Arthur Alves de (PUBLICIDADE LEGAL). youtube.com/autoesporte
Hansenn GERENTES DE NEGÓCIOS: Carvalho, Cesar Augusto Picchi Daltozo,
Catarina Augusta Pedroso dos Santos Eliana Lima Fagundes e Jessica Arslan. COORDENADOR GERAL DE PME E
e João Carlos Meyer COORDENADORA NOVOS NEGÓCIOS: Fabio Paz do
DE NEGÓCIOS (PUBLICIDADE LEGAL): ESCRITÓRIOS REGIONAIS Lago COORDENADORES DE ÁREA:
Francimaria Pacheco da Silva Santos SEGMENTO: AGRONEGÓCIO Cyro Marçal e Jorge Guaiacy
EXECUTIVOS DE NEGÓCIOS: Bruna COORDENADORA DE TELEMARKETING:
Serrajordia Ros, Fabio Bastos Ferreira DIRETORA DE NEGÓCIOS: Thaís Éboli Valéria Brasil EXECUTIVO DE NEGÓCIOS
de Andrade, Juliana Fernandes, Renata Haddad GERENTE DE NEGÓCIOS: Diana (CORRETORES): Miguel Fernandes.
Ritzmann e Selma Teixeira da Costa. Maes COORDENADORA DE NEGÓCIOS
(AGRONEGÓCIO): Cristiane Nogueira
BRASÍLIA
SEGMENTOS: EDUCAÇÃO – MONTADORAS EXECUTIVA DE NEGÓCIOS:
– VAREJO – TELECOM – TECNOLOGIA Ana Carolina Lima.
DIRETOR DE NEGÓCIOS:
– ELETRÔNICOS – ENTRETENIMENTO –
Luiz Fernando Manso
SHOPPING – MÍDIA COORDENADORA DE NEGÓCIOS EDITORA
COORDENADORA ÁREA COMERCIAL:
GLOBO | EDIÇÕES GLOBO CONDÉ NAST:
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DIRETORA DE NEGÓCIOS: Renata Dias
Lilian Cassamassimo Baima
DESENVOLVIMENTO COMERCIAL
COORDENADORA DE NEGÓCIOS: RIO DE JANEIRO
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Furuko, Flávia Marangoni, Karina
DIRETOR DE NEGÓCIOS: Marcelo Lima da
Cunha Mattos GERENTES DE NEGÓCIOS:
DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO
COMERCIAL: Fernando Bovo FUSCA PARA PRESIDENTE VER
Penachio Primon, Renata de Carvalho, Alessandra de Oliveira Correa G.LAB: Edward Pimenta
Renato Arellas e Roberto Loz Junior. Fernandes (ALIMENTOS E BEBIDAS – Para celebrar o Dia Nacional do Fusca, 20
INDÚSTRIA – SAÚDE), Darlene Bastos PROJETOS ESPECIAIS (RJ/SP):
SEGMENTOS: MODA – BELEZA – HIGIENE Campos Machado (VAREJO) e Monica Leonardo André de janeiro, Autoesporte voltou à Garagem
DOMÉSTICA E PESSOAL – DECORAÇÃO Monnerat C. da Gama e Silva (BELEZA VW e dirigiu um dos primeiros Fusca Itamar
– SAÚDE – CIAS. AÉREAS – TURISMO – – MODA – SHOPPING) EXECUTIVOS DE EVENTOS (RJ): Christiano Coimbra
EVENTOS (SP): Daniela Valente
produzidos em 1993, quando a linha do
PUERICULTURA – ALIMENTOS E BEBIDAS NEGÓCIOS: André Rodrigues Ramos,
– OUTROS Beatriz dos Santos Alves, Claudia de "sedã" foi reativada no Brasil. A unidade
Carvalho Coutinho, Daniela Nunes OPERAÇÕES COMERCIAIS que experimentamos foi inspecionada pelo
DIRETORA DE NEGÓCIOS: Lopes, Kalinka Martins Valadares de
Olivia Cipolla Bolonha Araújo e Marley Ramos Trindade. GERENTE DE OPERAÇÕES COMERCIAIS: então presidente Itamar Franco em pessoa!
COORDENADORA DE NEGÓCIOS DIRETOR DE NEGÓCIOS (GOVERNO Anderson Góes Silva

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O Bureau Veritas Certification, com base nos processos e procedimentos
descritos no seu Relatório de Verificação, adotando um nível de confiança
razoável, declara que o Inventário de Gases de Efeito Estufa – Ano 2011, da
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fevereiro 2024 · 5
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VOLKSWAGEN GOLF
HATCH COMEMORA 50 ANOS RENOVADO E QUERENDO PRESERVAR A ALMA JOVEM,
MAS TAMBÉM COM SUA ÚLTIMA LEVA DE MOTORES A COMBUSTÃO
Leonardo Felix

D
izem que os 50 anos são os novos 30. Nos esportivos GTI e GTE, as tomadas de
O Volkswagen Golf quer ir além, come- ar são mais agressivas. A peça da perua Va-
morando o cinquentenário com o vigor riant é similar, mas com divisórias internas em
de um adolescente. E convenhamos: ver losango e não tipo colmeia, e sem os LEDs de
um hatch médio renovado, com direito a ver- neblina “encravados”. Demais versões trazem
sões clássicas com motores térmicos ainda recortes mais comportados. Os compradores
mais potentes — os últimos antes de uma
próxima geração que promete ser totalmente
poderão optar, ainda, por incluir o logotipo
dianteiro luminoso da Volkswagen, à parte. VERSÃO GTI
elétrica —, chega a ser um elixir rejuvenes-
cente para os fãs mais tradicionais do carro
Motorizações também foram atualizadas,
com aposta nas opções híbrida leve de 48V ESTÁ AINDA
e da marca ao redor do mundo.
Pois o Golf “cinquentão” está atualizando
(MHEV) e plug-in (PHEV). A versão esportiva
GTI teve a potência de seu 2.0 turbo aumentada MAIS FORTE E
sua oitava geração. Visualmente, pouca coisa
muda: para-choque dianteiro com novos recor-
de 245 cv para 265 cv; já o plug-in GTE chegou
a 272 cv com o motor 1.5 TSI Evo2 aliado a um EXTRAI 265 CV
tes — que variam de acordo com a versão —,
para-choque traseiro com base redesenhada,
elétrico. Esse mesmo conjunto está presente
no novo eHybrid, porém com calibração mais DO VETERANO
novos arranjos internos para faróis e lanter-
nas e desenhos inéditos de roda. E é só.
mansa (204 cv). O câmbio é sempre o DSG, de
dupla embreagem e sete marchas. MOTOR 2.0 TSI
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As versões “civis”, por sua vez,


contarão com motores 1.0 e 1.5 TSI hí-
bridos leves (eTSI) de 115 cv e 150 cv,
respectivamente, além das opções
2.0 turbo somente a combustão, com
204 cv e tração integral, e 2.0 turbo-
diesel também com 115 cv ou 150 cv.
A VW diz que o Golf PHEV tem
autonomia de 1.000 km por reabas-
tecimento, sendo 100 km de alcance
em modo elétrico (ciclo WLTP). Isso
porque as baterias de íons de lítio
tiveram sua capacidade aumentada
de 10,6 kWh para 19,7 kWh. Tal confi-
guração permite recarga rápida (DC)
de até 50 kW, enquanto a lenta (AC)
pode chegar a 11 kW. Opções como o
Golf GTI Clubsport, que deve chegar
a 300 cv, e o topo de linha Golf R, que
pode superar os 330 cv e está sendo estudado no Brasil Novo Golf pre- capaz de controlar volante, acelerador e freio, além de
para brigar com Honda Civic Type R e Toyota GR Co- serva itens como calcular se o carro cabe de fato na vaga detectada.
cluster digital
rolla, serão apresentadas depois. e manopla de Uma correção de rota são os botões físicos no
Internamente, o novo Volkswagen Golf recebe câmbio estilo volante, em substituição aos comandos touch que
joystick e adota
outras atualizações importantes, como a adoção da a nova central vêm sendo rejeitados por consumidores mundo afora.
central multimídia MIB4, de até 12,9 polegadas, que MIB4, mas faz o Quanto às dimensões, o novo Volkswagen Golf terá os
volante voltar à
inclui comando de voz inteligente e integração com era dos botões mesmos 4,28 metros de comprimento, 1,79 m de largu-
inteligência artificial via ChatGPT. Outro destaque: o físicos no lugar ra, 1,49 m de altura e 2,64 m de entre-eixos de outrora,
dos contestados
assistente de estacionamento totalmente autônomo, comandos touch com 380 litros de volume no porta-malas.

CHARME DOS 50
Lançado em 1974, o VW Golf está
na oitava geração. Desde seu
surgimento, cresceu em tamanho
e status, tornando-se ícone de
esportividade. Hoje, é quase um
baluarte de resistência dos hatches
médios, mas prepare-se: segundo a
marca, o Golf Mk9 será só elétrico,
antecipado pelo conceito ID GTI
apresentado em 2023.

DIVULGAÇÃO fevereiro 2024 · 7


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Autoesporte 360°
A cada semana,
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AUTOESPORTE EM
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UM MINUTO E MEIO
dos automóveis,
REVISTA, SITE, RÁDIO, VÍDEO E motos e tudo o
REDES SOCIAIS: AE EM TODO LUGAR que tenha motor

Ele está de volta! SUV da Hilux


O Volkswagen Tiguan R-Line retorna ao Brasil Avaliamos a versão topo de linha do Toyota
dois anos após sair de linha, mas com menos SW4 2024, Diamond, que está à venda por
potência. Será que vale os R$ 278.990? chamativos R$ 433 mil. Vale a pena? Melhor que o Civic
Sedã híbrido tem 207 cv,
porém custa R$ 332.440.

autoesporte.globo.com

Curiosidade Honda WR-V vai voltar


De acordo com um estudo feito pelo Serasa, Depois de tirar o SUV compacto de linha em
os gastos com carros são a segunda maior 2022, a marca japonesa deve produzir a nova Raridade
despesa das famílias brasileiras. geração na fábrica de Itirapina (SP). Esse caminhão é mantido
como novo há 41 anos.

Podcast Todo domingo, na Rádio CBN


(ou em qualquer agregador
de podcast), a equipe de
CBN AUTOESPORTE
É TODO DOMINGO Autoesporte e Guilherme Muniz,
ÀS 9H NA RÁDIO CBN jornalista da CBN, batem um
papo sobre o mundo automotivo,
abordando inovações, questões
de mobilidade e tudo sobre a
CBN Autoesporte
indústria. Pelo QR Code (basta
apontar a câmera do seu
smartphone) você consegue ter Tecnologia custa caro
acesso a todos os programas (e Ter esse opcional no Porsche
boletins) a qualquer hora do dia. Taycan custa mais de R$ 23 mil.

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QUE FIM LEVOU?

O Fusca do Itamar
E FIM
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A DE
PEÇ
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EM 1993, O PRESIDENTE PEDIU E A VW RESSUSCITOU O
FUSCA; PRIMEIRA UNIDADE SEGUE NOVINHA EM FOLHA
André Paixão

N
o início de 1993, o governo queria incen- ra dirigir esse mesmo
tivar a indústria automotiva. Para isso, exemplar, mantido co-
baixou o IPI dos carros 1.0 para 0,1%, o mo se fosse novo. No
que beneficiou modelos como VW Gol, odômetro, apenas 340
Fiat Uno Mille e Ford Escort. Não satisfei- km, todos percorridos
to, o presidente Itamar Franco pediu que a dentro da empresa.
FICHA TÉCNICA
Volkswagen voltasse a produzir o Fusca, fora Para voltar a ser vendido, o Fusca Itamar
de linha desde 1986. Como uma forma de in- passou por mudanças. Adotou freios a disco VW FUSCA 1993
centivo, o IPI reduzido passou a ser válido na frente, parabrisa laminado, novo catalisa-
para motores até 1.6 refrigerados a ar, exata- dor e escapamento de saída única. Bancos e MOTOR
Traseiro, longitudinal, 4 cil.
mente o que o Fusca usava. Com o “empur- volante foram emprestados do Gol. Na estéti- contrapostos, 1.6, etanol
rãozinho”, a Volks reativou a linha de produ- ca, faixa lateral amarela, para-choques pinta- POTÊNCIA
ção do Fusca na fábrica de São Bernardo do dos na cor da carroceria e lanternas escureci- 58,7 cv a 4.300 rpm
Campo (SP). Contratou 800 pessoas e investiu das identificavam o renovado Fusquinha. CÂMBIO
US$ 30 milhões, parte do valor utilizado na Na volta rápida que demos, os encaixes Manual, 4 marchas
recompra do maquinário. precisos do câmbio de quatro marchas surpre- TRAÇÃO
Traseira
Em 28 de agosto de 1993, o Brasil voltava endem, bem como a disposição do motor 1.6 a
a produzir o Fusca. A primeira unidade recebeu álcool de 58,7 cv. Mesmo com todo o carisma do CARROCERIA
Sedã, duas portas, quatro lugares
chassi 9BWZZZ11ZPP000001, foi apresenta- Fusca, seu retorno não fez tanto sucesso. Cerca
da ao próprio Itamar Franco e, depois, acabou de 40 mil foram produzidos até 1996, quando
sendo guardada pela fabricante. Depois de 30 um dos maiores ícones da indústria automoti-
anos, Autoesporte esteve no ABC Paulista pa- va saiu de cena de forma definitiva.

MURILO GÓES fevereiro 2024 · 9


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Nem a Porsche
está imune à onda
dos elétricos

AUTOELÉTRICO

BRUTALMENTE ELÉTRICO
SEGUNDA GERAÇÃO DO PORSCHE MACAN SE RENDE À ONDA ELÉTRICA, MAS autonomia do Macan 4, mais leve,
COM NÚMEROS TÃO SUPERLATIVOS QUE IMPRESSIONAM ATÉ O FÃ MAIS PURISTA é maior: entre 665 km e 784 km no
Fernando Pedroso
padrão WLTP. O Turbo tem alcance
entre 518 km e 591 km. É possível

M
carregar as baterias de 10% para
ais um carro que um dia O SUV de nova geração te- 80% em apenas 21 minutos em um
foi a combustão e agora rá duas versões: Macan 4 e Ma- carregador ultrarrápido (DC) de 270
se torna elétrico. Eis a se- can Turbo, nome quase irônico pa- kW. Além disso, o novo Macan rece-
gunda geração do Porsche ra um elétrico. Ambas usam dois be aprimoramentos na suspensão
Macan, o segundo modelo movido
apenas a eletricidade da marca
motores. A versão 4 rende 408 cv
de potência e 66,3 kgfm de torque
784 km a ar e na assistência de direção. E,
pela primeira vez, traz eixo traseiro
É a autonomia
alemã, juntando-se ao Taycan. e vai de zero a 100 km/h em 5,2 se- máxima gerada esterçante, o que permite um diâ-
A primeira geração, com motor a gundos. Já a Turbo alcança 638 cv pelas baterias metro de giro de apenas 11,1 metros
combustão, continuará à venda e incríveis 115,2 kgfm, levando me- de 100 kWh no e maior estabilidade na estrada.
ciclo WLTP
por mais algum tempo — resta ros 3,3 s para chegar aos 100 km/h. Se a silhueta de SUV cupê foi
saber quanto. Ambas são produzi- O banco de baterias de íons de preservada, o novo Macan aderiu à
das na Alemanha. lítio tem sempre 100 kWh, mas a moda do conjunto óptico diantei-
ro bipartido. Em dimensões, o SUV
tem 4,78 m de comprimento, 1,94
m de largura, 1,62 m de altura e
2,89 m de entre-eixos, ganho de 8,6
Cabine traz 115,2 cm em relação a seu antecessor.
head-up display
com realidade KGFM O porta-malas comporta 540 litros,
mas há outros 84 l disponíveis em
aumentada que É o incrível
simula uma tela torque máximo um segundo bagageiro, dianteiro.
de 87 polegadas da versão com Dentro, cluster digital de 12,6"
o sugestivo e duas telas multimídia de 10,9"
nome Turbo;
cada. Há, ainda, um head-up dis-
potência fica
em 638 cv play com realidade aumentada e
imagem que corresponde a um
display de 87". A boa notícia é que
o novo Macan elétrico deve chegar
ao Brasil ainda em 2024.

10 · a u t o e s p o r t e . c o m . b r DIVULGAÇÃO
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COLUNA
Luiz Guerrero

Não comprem Corsa!


é jornalista,
apaixonado por
carros antigos
(originais) e motos
O CURIOSO DIA EM QUE O VICE-PRESIDENTE DA GM PEDIU NA TV de qualquer época
QUE NÃO PROCURASSEM UM CARRO DE SUA PRÓPRIA EMPRESA

P
ara o bom entendedor, esse A procura foi maior que a oferta e, Um comitê de crise, formado por exe-
foi o recado dado em março para furar a demorada fila de es- cutivos da empresa e representantes dos re-
de 1994 por André Beer no in- pera, muita gente se dispunha a vendedores, foi criado. E desse grupo veio a
tervalo entre o Jornal Nacio- pagar até 50% de ágio pelo carro. sugestão para que André Beer, um homem
nal e a novela Fera Ferida, na Rede Uma das alegações para a mingua- carismático, fosse à TV pedir paciência aos
Globo. André Beer era vice-presi- da produção era o gargalo na linha frustrados interessados. No dia seguinte ao
dente da General Motors do Brasil, de pintura da fábrica de São José anúncio, as revendas continuavam super-
fabricante do Corsa, e se dirigia dos Campos (SP). Balela! lotadas. Outra decisão do comitê foi mais
em rede nacional aos interessados A realidade é que, contrarian- efetiva: a transferência das linhas de Ka-
na compra da novidade. “Não se do as previsões dos departamentos dett e Ipanema, modelos que dividiam com
precipite, ajude-nos a manter justo de marketing e de vendas, o res- o Corsa a fábrica de São José dos Campos,
o preço do Corsa”, apelava. Preço ponsável pela linha de produção para a unidade de São Caetano do Sul, no
justo, entenda-se, era o acordado era cético em relação ao sucesso ABC Paulista. A solução só ocorreria em no-
entre governo e fabricantes para o do Corsa. E, com aval da direção vembro daquele ano.
programa do carro popular, equi- da empresa, não reforçou os pedi- Não há números específicos dispo-
valente a R$ 7.500 (o real começou dos de componentes aos fornece- níveis sobre o Corsa Wind, mas dados da
a circular em julho de 1994). Em dores para a montagem do carro. GM informam que, em novembro de 1994,
valores de hoje, R$ 94.625. Bastaram algumas semanas para a produção das versões 1.0 e 1.4 (lançada
O Corsa Wind 1.0 foi lança- que percebesse que havia errado em junho daquele ano) foi de 9.201 unida-
do em janeiro de 1994, mas só no cálculo e tinha um grande pro- des. Ainda de acordo com o fabricante, 60
em fevereiro chegou às revendas. blema nos ombros. mil Corsas foram vendidos em seu ano de
lançamento e 150 mil no ano seguinte.
Para entender o rebuliço, vamos lem-
brar que os carros da categoria naquela
época eram decanos desenhados com ré-
gua e esquadro. Estamos falando de VW
Gol 1000, Fiat Uno Mille, Ford Escort Hobby
e do próprio Chevrolet Chevette Júnior.
O Corsa Wind, originalmente um modelo Opel
de segunda geração, quebrou padrões com
suas linhas curvas. “Minha intenção era
criar um carro que as pessoas tivessem von-
tade de abraçar”, disse Hideo Kodama, chefe
de design da Opel, responsável pelo modelo.
Sua inspiração, ele admitiria anos depois,
foi o Peugeot 205. “O Corsa de primeira gera-
ção não atraía tantos olhares quanto aque-
le Peugeot, e eu entendi que o magnetismo
vinha do formato da carroceria.”
Além do design, o Corsa oferecia outros
atrativos: a inédita injeção monoponto AC
Rochester, um acabamento impensável pa-
ra um popular e conforto de rodagem. No
Brasil, gerou uma família formada por se-
dã, perua, picape e a minivan Meriva. Saiu
de linha em 2012, após 3 milhões de unida-
des produzidas e duas gerações. André Beer
faleceu em 2019, aos 87 anos de idade.

PABLO GONZALEZ f e v e r e i r o 2 0 2 4 · 11
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Celebrar o passado
para construir o futuro
E
m 2024, Autoesporte rimos com precisão o desem-
completa 60 anos. Ao penho de cada modelo que
longo desse tempo, foram passou por nossa garagem.
698 edições (contando Para celebrar esse legado, que
esta) e milhares de testes. segue em construção, convi-
De compactos a hipercarros, damos você, querido leitor,
passando por SUVs, sedãs e a acompanhar Autoesporte
elétricos, testamos quase tudo ao longo deste ano. A cada
que já ganhou as ruas brasi- edição, você poderá relembrar
leiras e até alguns que nem o que passou por nossas pági-
sequer chegaram por aqui. nas desde 1964, com entre-
Nessas seis décadas, gerações vistas, curiosidades, histórias
de apaixonados por carros se inéditas e testes exclusivos.
formaram e usaram Auto- O convite, claro, também se
esporte como fonte segura e estende para a cobertura digi-
confiável de informação. Com tal, no site, nas redes sociais e
os testes instrumentados, afe- em nosso YouTube. Aproveite!

12 · a u t o e s p o r t e . c o m . b r
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COLUNA

Por que a BYD dobrou a


força de trabalho na Bahia
Marli Olmos
É repórter especial
do Valor Econômico
e tem grande
CHINESA DEVE AUMENTAR DE 5 MIL PARA 10 MIL O QUADRO DE foco na indústria
FUNCIONÁRIOS DE SEU FUTURO COMPLEXO EM CAMAÇARI automobilística

Q
uando construiu uma fábrica Porto Feliz, cidade vizinha a Soro- Aos 5 mil empregos anunciados para
em Sorocaba (SP), há pou- caba, ganhou uma fábrica e gerou o início da operação, prevista para o fim
co mais de uma década, a empregos. Os motores que saem da- do ano, foram adicionados mais 5 mil, an-
Toyota pretendia importar do li não só equipam a linha Toyota no teriormente programados para uma pró-
Japão os motores dos carros que Brasil como também são exporta- xima etapa.
seriam ali produzidos, assim como dos a outros mercados. O anúncio foi feito durante o Brazil
fazia com o Corolla em Indaiatuba O caso da Toyota serve de China Meeting, fórum realizado no início
(SP). Mudanças na legislação bra- exemplo para mostrar que, embo- de janeiro, em Shenzhen, China, numa ini-
sileira a forçaram a investir para ra em princípio algumas regras go- ciativa de Valor e Lide, com apoio institu-
construir uma fábrica de motores. vernamentais de proteção à indús- cional de O Globo e CBN.
A montadora foi obrigada a tria local gerem insatisfação para A montadora chinesa sabe que, com
nacionalizar para cumprir regras as empresas e prejuízo para o con- a mudança de regras, para manter-se com-
do Inovar-Auto, programa gover- sumidor, com o tempo podem favo- petitiva precisa acelerar a produção local
namental da época. Caso os carros recer a todos e virar oportunidades. dos modelos que hoje importa. A primei-
produzidos não tivessem a quan- No início deste ano, voltou a ra reação dos importadores de elétricos à
tidade mínima de peças nacionais vigorar o Imposto de Importação volta do imposto foi segurar preços. Mas
exigida pelo programa, haveria co- para carros elétricos. Poucos dias o repasse se torna inevitável à medida
brança adicional de tributos. O mo- depois, a BYD anunciou que vai do- que o tributo aumentará cada vez mais.
tor, considerado o “coração” do au- brar o número de empregos previs- A alíquota para modelos elétricos im-
tomóvel a combustão, tem grande tos na primeira fase de operação da portados ao Brasil saiu de zero para 10%
peso no índice de nacionalização. fábrica da Bahia, onde produzirá no início do ano. Passará para 18% em ju-
Foi assim que, em 2016, a pequena veículos híbridos e elétricos. lho, 25% em julho de 2025 e alcançará o
teto de 35% em julho de 2026. Trata-se do
mesmo percentual vigente para os demais
veículos vindos de países com os quais o
Brasil não tem acordo comercial. Crono-
grama igual, mas com percentuais mais
elevados, será aplicado também aos hí-
bridos importados.
Há sete anos, o governo isentou car-
ros elétricos do Imposto de Importação e
reduziu o tributo dos híbridos. A ideia era
dar tempo para o consumidor conhecer os
veículos e estimular a disseminação das
tecnologias no Brasil.
Alguns podem achar que era cedo
para o tributo voltar. Mas, de alguma for-
ma, a medida começou a mexer com o se-
tor. Paralelamente, o governo acaba de
lançar o Mover, programa que, assim co-
mo o Inovar-Auto, dá incentivos em troca
de investimento e produção local.
As novas medidas não fizeram nem
a BYD nem a GWM, outra chinesa que se
prepara para produzir no país, em Irace-
mápolis (SP), desistirem de seus planos.
Pelo contrário: a ideia é acelerar e, muito
provavelmente, repetir histórias como a
da Toyota.

PABLO GONZALEZ f e v e r e i r o 2 0 2 4 · 13
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ÁREA RESTRITA
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NOVO
CRETA
SUV CHEGARÁ AO
BRASIL EM 2025 E
— BOMBA! — TERÁ
MOTOR 1.6 TURBO
Raphael Panaro

V
ocê pode achar estranho ver fotos do novo Creta gasolina. Com etanol, a potência pode superar os 185 Produção em
divulgadas pela própria filial indiana da Hyun- cv do Jeep Renegade, roubando dele o título de SUV Piracicaba (SP)
terá início em
dai aqui na seção de segredos. Não perdemos o compacto mais potente do Brasil. O câmbio será 2025, já como
timing (ou a noção). O Creta poderia muito bem automático de dupla embreagem e sete marchas. linha 2026
ter aparecido algumas páginas antes, na abertura do As versões de entrada do novo Creta nacional se-
Ignição. Mas há um motivo para ele estar aqui. Em guirão com o 1.0 turboflex Kappa de 120 cv. Quando o
2025, quando essa atualização chegar ao Brasil, não modelo reestilizado chegar, a Hyundai deve tirar de li-
vai estrear apenas um visual (muito) repaginado: terá nha a versão Action, única a ainda oferecer o visual da
também uma motorização inédita. O lugar do atual 2.0 primeira geração e o motor 1.6 aspirado de 130 cv.
aspirado será ocupado por um novo 1.6 turboflex da fa- Ao tornar a motorização 100% turbo, a Hyundai
mília Smartstream, uma evolução em relação ao Gam- reposicionará o Creta. Autoesporte teve acesso a infor-
ma II usado pelo “primo” Tucson oferecido no Brasil. mações prévias sobre a faixa de preços do SUV reno-
Presente em outros Hyundai no exterior, mas vado. A projeção é posicioná-lo entre R$ 130 mil e R$
não no Creta indiano (empurrado por um 1.5 turbina- 200 mil, fazendo com que o SUV concorra em melhores
do), o 1.6 turbo do novo Creta nacional deve ser produ- condições não apenas com o Honda HR-V Touring como
zido no país. Em outros modelos, chega a 180 cv com também com opções de entrada do Jeep Compass.

14 · a u t o e s p o r t e . c o m . b r
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Sem mudar o
recorte da lataria,
Hyundai conseguiu
um visual bastante
diferente na traseira

Agora sim, vamos falar do visual do novo Creta.


Se a versão brasileira chegar sem mudanças em relação

DE OLHO NO HR-V à indiana, veremos por aqui uma dianteira mais “qua-
drada” do que aquela presente em regiões como Orien-

CRETA FICARÁ MAIS te Médio e Sudeste Asiático. Abdicará, assim, da frente


estilo Tucson, com faróis que se confundem com a gra-

REFINADO (E CARO) de, em prol de um balanço inspirado no SUV grande


Palisade, cujos traços são mais retos. Luzes diurnas de
LED formam uma assinatura de duplo L no topo, inte-
gradas por um diodo que atravessa toda a borda supe-
rior da grade. Mais abaixo, encravados no para-choque,
ficam os faróis propriamente ditos, também de LED.
Surpreendentemente, a marca sul-coreana não preci-
sou mudar os cortes das chapas dos para-lamas, ape-
sar de transformar o visual drasticamente. Tampouco
alterou as estampagens das portas e colunas laterais.
Para-brisa, vidros laterais e teto também são iguais.
O mesmo se dá na traseira. Preservando o recorte
na lataria, a Hyundai mudou radicalmente a parte infe-
rior das lanternas — a seção que ficava ali foi deslocada
para a tampa do porta-malas —, o que deixou o para-cho-
que mais encorpado. Agora em arranjo horizontal e bi-
partidas, elas também são de LED e integradas não ape-
nas por um filete luminoso mas também por uma régua
preto brilhante. É uma mescla de HB20 com VW T-Cross.
Dentro, um posicionamento mais premium pode
ser observado em virtude do nível relativamente alto
de sofisticação do painel e console central. As telas digi-
tais do quadro de instrumentos e da central multimídia
são unidas em um só nicho, como nos Mercedes-Benz.
Já o console elevado traz comandos em tela digital tátil
para o ar-condicionado, remetendo aos Land Rover.

DIVULGAÇÃO f e v e r e i r o 2 0 2 4 · 15
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QUEMRIPORÚLTIMO…

16 · a u t o e s p o r t e . c o m . b r
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RI MELHOR? TOYOTA YARIS CROSS


A T É R $ 1 8 0 M I L (PREVISÃO)

FOMOS AO CHILE CONHECER EM PRIMEIRA


MÃO O YARIS CROSS, A GRANDE APOSTA
DA DÉCADA PARA A TOYOTA

André Paixão | Felipe Celis

f e v e r e i r o 2 0 2 4 · 17
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Padrão Toyota na
cabine: acabamento
sem qualquer tipo
de ousadia visual,
mas correto

C
omeço este texto observando a Cordi- cial do SUV compacto que chegará ao país no
lheira dos Andes da janela do avião no
voo de volta de Santiago (Chile) para São
Paulo. Depois de dois dias, a missão que
último trimestre deste ano. Hoje, o único mo-
delo eletrificado do segmento com volume
significativo de vendas é o Caoa Chery Tiggo
ÚNICO YARIS
A chegada do Yaris
começou a ser planejada semanas antes foi 5X, que usa um sistema híbrido leve. Cross deve obrigar a
cumprida com sucesso. Na mala, além de al- Assim, o Yaris Cross tentará desbravar o Toyota a fazer conces-
sões na fábrica de So-
gumas garrafas de vinho, levo material sufi- mercado de SUVs compactos híbridos plenos, rocaba (SP). Para abrir
ciente para mostrar em primeira mão o Toyota como seus primos Corolla e Corolla Cross fize- espaço para o SUV, os
Yaris Cross, um dos lançamentos mais impor- ram no segmento de sedãs e SUVs médios. Pa- Yaris hatch e sedã dei-
xarão de ser produzi-
tantes no Brasil neste ano e a aposta da déca- ra entender o conjunto mecânico da versão dos para o mercado
da da marca japonesa em nosso mercado. híbrida, deixaremos o Chile de lado por um brasileiro. A nova gera-
Afinal, atualmente a Toyota está fora de momento e faremos uma rápida escala na In- ção do sedã, lançada na
Ásia e em outros países
um segmento que emplacou 400 mil veículos donésia, único país que produz o Yaris Cross da América do Sul, está
em 2023. Para tirar o atraso, os japoneses in- atualmente. Lá ele tem opções eletrifica- fora dos planos — ao
vestiram R$ 1,7 bilhão para produzir o Yaris das que combinam um 1.5 a gasolina de ciclo menos por enquanto.
O movimento é seme-
Cross em Sorocaba (SP). Parte do valor será Atkinson, com 90 cv e 12,3 kgfm, com um mo-
lhante ao que acon-
destinada ao desenvolvimento de um novo tor elétrico de 80 cv e 14,4 kgfm. Juntos, entre- teceu anos atrás com
motor híbrido flex, que promete ser o diferen- gam 110 cv. O Brasil contará com esse mesmo Etios e Corolla Cross.

18 · a u t o e s p o r t e . c o m . b r
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conjunto flex, (talvez) um pouco mais potente tem chances de roubar do Nissan Kicks o título
com etanol. De todo modo, assim como ocorre de SUV compacto menos potente do Brasil (sem
com o Corolla Cross de 122 cv, se a potência não contar o Fiat Pulse 1.3, um SUV de entrada).
é de encher os olhos, o consumo de combustível Nosso primeiro contato com o Yaris Cross
deve ser imbatível, podendo passar de 20 km/l. nas terras de Pablo Neruda foi com a configura-
Voltando para a América do Sul, por en- ção XG 1.5 automática, a mais cara. No Chile, são
quanto os chilenos ainda não podem comprar duas versões: XI (manual ou CVT) e XG, sempre
um Yaris Cross híbrido. A única motorização dis- automática. Os preços vão de 16,5 milhões de pe-
ponível por lá é a 1.5 aspirada a gasolina sem au- sos chilenos (equivalentes a R$ 91.500) a 20,5 mi-
xílio elétrico. É o mesmo motor da versão ele- lhões de pesos (R$ 113.600). No mercado local, é a
trificada, mas com ciclo Otto. Ainda assim, gera mesma faixa do Volkswagen T-Cross, logo abai-
modestos 105 cv e 14,1 kgfm. Trata-se de uma xo do Jeep Renegade. Por aqui podemos esperar
evolução do motor 1.5 flex já usado no Yaris bra- preços entre R$ 130 mil e R$ 150 mil nas versões
sileiro, que tem números um pouco melhores: flex, chegando a R$ 180 mil com motorização hí-
110 cv e 14,9 kgfm. E como o Yaris Cross nacio- brida. Como há diferenças entre os mercados, é
nal deve ter versões de entrada apenas flex, se possível que a Toyota do Brasil faça adaptações
esse motor não passar por melhorias, o Toyota para atender ao gosto do público local.

Motor 1.5 aspirado


e câmbio CVT
deve ser a receita
do Yaris Cross
também no Brasil
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O design provavelmente não está na lista. En-


quanto a vendedora Monica, da concessionária Por-
tillo, preparava o exemplar cinza das fotos para nos-
sa voltinha em Santiago, fiz um giro pelo Yaris Cross.
À primeira vista, percebemos que ele traz quase na-
da de Yaris e muito de RAV4. Não seria exagero dizer
que a Toyota poderia batizá-lo de RAV2. À frente, a
grade estilo trapézio vai da extremidade do capô até
o meio do para-choque, exatamente como no primo
maior. A diferença é que o formato é mais simples,
com base reta, e o emblema da Toyota fica na parte
interna, e não na borda superior. Tomada de ar infe-
rior e nichos para as luzes de neblina também são si-
milares nos dois modelos.
Atrás, as semelhanças continuam no recorte
para a placa na tampa do porta-malas, nos apliques
plásticos no para-choque e, principalmente, nas lan-
ternas afiladas. O arranjo das luzes, porém, remete ao
antigo Lexus IS. Visualmente, posso afirmar que esse
é o Toyota mais interessante dos últimos anos.
Hora de entrar no carro. Quem conhece os veícu-
los da Toyota sabe que a marca dificilmente inova no
desenho dos interiores. No Yaris Cross não é diferente.
Novamente o RAV4 parece ter servido como base, mas
dessa vez não é uma notícia tão boa, já que o SUV maior Velocímetro e
marcador de
é um projeto com alguns anos de estrada. Melhor ajus- combustível não
tar as expectativas e não esperar nada muito disrup- fazem parte do
cluster digital;
tivo. O charme da cabine é a faixa de tecido azul que botão de partida
percorre todo o painel e chega às portas, onde se trans- é exclusivo
da versão topo
forma em filetes plásticos com iluminação ambiente. de linha
O Yaris Cross chileno traz quadro de instrumen-
tos parcialmente digital de 7 polegadas com quatro
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diferentes layouts. É um avanço e tanto na compara- do simples, não do adaptativo) nem qualquer auxí- RAV2? Visual do
ção com o Chevrolet Tracker, mas fica aquém de Jeep lio avançado à condução, como frenagem autônoma. Yaris Cross lembra
mais o RAV4 do que
Renegade e Volkswagen T-Cross, que têm versões to- Para não correr o risco de passar vergonha, o Ya- o Corolla Cross ou
talmente digitais. Nesse caso, o rival nacional mais ris Cross nacional deverá ser bem mais recheado, pró- o próprio Yaris, do
qual herda o nome
próximo do Toyota é o Nissan Kicks. No Yaris Cross, ximo ao que a Toyota oferece na Indonésia. Na Ásia,
velocímetro e marcador de combustível aparecem a versão topo de linha se chama GR Parts e tem, além
em um visor monocromático de LCD. dos itens citados, teto solar panorâmico, porta-malas
A grande central multimídia flutuante de 10,1 com abertura elétrica, bancos de couro e com ajustes
polegadas salta aos olhos e agrada por oferecer co- elétricos para o motorista, frenagem automática de
nexões Android Auto e Apple CarPlay sem fio. Mas a emergência, alerta de ponto cego, assistente de eva-
interface… é simplória e genérica. Nada muito dife-
rente dos modelos Toyota vendidos por aqui atual-
mente. Logo abaixo, os comandos de ventilação são
tão grandes quanto a estrela branca na bandeira do
Chile. O ar-condicionado é digital de uma zona, po-
rém tem dupla saída para o banco traseiro. Encer-
rando o tour pela parte da frente da cabine, há freio
de estacionamento eletrônico! Ouviram, Corolla e
Corolla Cross?
A versão mais completa disponível no Chi-
le ainda traz rodas de 18 polegadas, faróis de LED
com acendimento automático, chave presencial pa-
ra abertura das portas, partida do motor por botão
e sensores de estacionamento traseiros e diantei-
ros. É um pacote modesto, se considerarmos o pa-
drão do segmento no Brasil. Principalmente por não
haver controlador de velocidade (e estamos falando

f e v e r e i r o 2 0 2 4 · 21
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são de faixa com correção no volante e controlador de


velocidade adaptativo, o famoso ACC.
A vendedora avisa que o carro está pronto. Dou
a partida e percebo que o isolamento acústico é sa-
tisfatório. Câmbio em D, pé no acelerador e… letar-
gia. Com 1.150 kg, o Yaris Cross nem é um SUV dos
mais pesados, mas a escassez de potência e o ajus-
te do câmbio CVT voltado para o conforto fazem de-
le um carro pacato. Até demais. Leva um tempo até
chegar aos 40 km/h, quando o SUV finalmente pa-
rece acordar. Aqui, é possível estabelecer uma cone-
xão com o Nissan Kicks. Os dois têm comportamento
e concepção parecidos: baixo peso, motor aspirado e
câmbio CVT. O Toyota ainda dispõe de modos espor- Espaço interno
tivo e econômico, mas o resultado é quase sempre o é um dos
pontos fortes
mesmo. O melhor é relaxar e aproveitar a belíssima do Yaris Cross;
vista dos Andes. A cordilheira está presente na paisa- com 2,62 m de
entre-eixos,
gem de toda a cidade de Santiago. pessoas com
Nem tão belo é o calçamento das ruas da capital mais de 1,80
m viajam sem
chilena. As placas de concreto têm emendas irregu- aperto no
lares, cenário perfeito para avaliarmos a suspensão banco traseiro
e a direção em um test drive limitado a alguns qui-
lômetros. A boa notícia é que o trabalho foi bem-fei-
to, mesmo sabendo que se trata de um ajuste reali-
zado a milhares de quilômetros e pensado de forma
genérica para atender dezenas de mercados. O Yaris

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XG CVT
R$ 113.600 (CHILE)

FICHA TÉCNICA
MOTOR
Diant., transv., 4 cil. em
linha, 1.5, 16V, gasolina
POTÊNCIA
105 cv a 6.000 rpm
TORQUE
14,1 kgfm a 4.200 rpm
CÂMBIO
CVT
DIREÇÃO
Elétrica
SUSPENSÃO
Indep., McPherson (diant.)
e eixo de torção (tras.)
FREIOS
Discos ventilados (diant.)
e sólidos (tras.)
PNEUS
215/55 R18
DIMENSÕES
Compr.: 4,31 metros
Largura: 1,77 m
Altura: 1,62 m
Entre-eixos: 2,62 m
TANQUE
42 litros
Cross brasileiro deve ter um acerto específi- Mas foi o porta-malas que mais me cha-
PORTA-MALAS
co para nossas ruas, ainda mais castigadas. mou a atenção. O compartimento acomoda
Considerando o bom trabalho feito pelos ja- ótimos 471 litros, superando praticamente to- 471 litros

poneses com o Corolla Cross, podemos ficar dos os concorrentes diretos. Perde apenas pa- PESO
tranquilos. Ao final do test drive, já me pre- ra o do Fiat Fastback (516 litros) e fica no em- 1.150 kg
parando para manobrar o SUV, percebo que pate técnico com o do Renault Duster (475
MULTIMÍDIA
a direção elétrica é um pouco mais pesada litros). Supera, inclusive, os 440 litros do Co-
10,1 polegadas, Android
do que aquelas a que estamos acostumados. rolla Cross, um SUV de porte maior. Em rela- Auto e Apple CarPlay
Não incomoda, mas acredito que seja algo a ção ao Jeep Renegade, são 150 litros extras. sem fio
se observar na versão brasileira. Ainda há uma separação em dois níveis, o que
Com o Yaris Cross estacionado, tive permite acomodar objetos de valor na parte
mais alguns minutos para examinar o espa- inferior (desde que não sejam muito altos).
ço no banco traseiro e o porta-malas. E não Nem se o porta-malas do Yaris Cross fos-
é que o carro também se parece com o Kicks se do tamanho da caçamba de uma Hilux se- Espaço interno e no
nesses aspectos? Vamos às medidas. A du- ria possível acomodar a expectativa deposi- porta-malas, visual e
pla tem exatos 4,31 metros de comprimento. tada no modelo. Afinal, quem chega depois de consumo esperado para
a versão híbrida flex
Na margem de erro, o Toyota supera o Nis- todos os grandes concorrentes no segmento
san por 1 mísero centímetro na distância en- mais importante do mercado brasileiro não
tre-eixos (2,62 m) e na largura (1,77 m), e por 3 pode se dar ao luxo de errar. A Toyota inves-
Desempenho da versão
cm na altura (1,62 m). Até no tanque de com- tiu alto e guarda grandes expectativas para com motor 1.5 aspirado;
bustível a vantagem é mínima: são 42 litros, seu mais novo produto. O desempenho defi- no Chile, não há auxílios
um a mais que o do Kicks. Ainda assim, é uma nitivamente não será seu ponto forte, mas a à condução
capacidade abaixo da média de mercado. marca sabe disso. O mais interessante no Ya-
No banco de trás, o espaço é abundan- ris Cross é que ele é bonito, espaçoso e, certa-
te para cabeça e pernas, mesmo para passa- mente, econômico. Tem tudo para ser suces-
geiros mais altos. Ajustei o assento da frente so se a marca souber trabalhar o pacote de
para a minha altura (1,73 m) e atrás sobraram equipamentos, os preços e, claro, a força de
tranquilamente 10 cm entre meu joelho e o sua reputação. É a grande chance de a Toyota
encosto. Há saídas de ventilação e encosto de provar que chegou ao segmento de SUVs com-
braço retrátil na posição central. pactos por último para rir melhor.

sf e tv ee m
r ebi r o 2 0 2 4
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BYD DOLPHIN E GWM ORA


03 SKIN SÃO OS CARROS
ELÉTRICOS CHINESES DE
R$ 150 MIL QUE DISPUTAM
TERRITÓRIO NO BRASIL. MAS
QUAL DOS DOIS É MELHOR?
Raphael Panaro
Renato Durães

R$ 150 MIL
GWM ORA 03

24 · a u t o e s p o r t e . c o m . b r
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D
esde a estreia de Yao Ming na NBA, a chegada da
Xiaomi e o lançamento do último filme Hora do
Rush, de Jackie Chan, os brasileiros não criavam
tanta expectativa “Made in China” quanto nes-
te duelo entre BYD Dolphin e GWM Ora 03, os elétricos
de R$ 150 mil que estão fazendo barulho. De um lado,
o golfinho entra neste comparativo com pompa: des-
de seu lançamento, em meados do ano passado, já em- Vamos começar por um item subjetivo: o design.
placou quase 7 mil unidades e nada de braçada (per- Sem dúvidas, o GWM chama mais a atenção nas ru-
dão pelo trocadilho) no mercado nacional de elétricos, as. O retrofuturismo dos faróis arredondados (uma
com liderança absoluta. A GWM reagiu e antecipou a mistura de Porsche e Mini Cooper), a carroceria sem
chegada da submarca Ora, antes prevista para este vincos e principalmente a traseira, que remetem a
ano ou até 2025. Assim, o 03 foi lançado dois meses um Fiat Punto anabolizado, fazem do Ora 03 um car-
depois, embora com entrega das primeiras unidades ro peculiar esteticamente. Atrás, as lanternas estão
só em outubro. Números à parte, qual leva a melhor? “dentro” do vidro, um lugar nada convencional. Já as
luzes de seta ficam no para-choque, mesma posição
(igualmente ruim) das do Hyundai HB20. As rodas de
18 polegadas não são iguais às encontradas na versão
topo de linha, GT, mas trazem um desenho, digamos,
old school e bonito. O hatch me lembra os primeiros
carros elétricos que usavam o design como uma for-
ma de se destacar na multidão, fazendo todo mundo
saber que não se tratava de veículos a combustão.

R$ 149.800
BYD DOLPHIN

ff ee vv ee rr ee ii rr oo 2
2002
244 ·· 25
25
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CCOAMP PA A R A T I V O
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O Dolphin também tem estética dife-


rente, porém é mais alinhado a carros con-
vencionais. Donos de Honda Fit entende-
rão. Apesar disso, traz um arranjo interno
das lanternas marcante, simulando ondas
do mar. Afinal, faz parte da linha Ocean da
BYD, assim como Seal e Seagull, aqui rebati-
zado como Dolphin Mini. A dianteira é a par-
te de que menos gosto, mas a grade ilumina-
da faz qualquer um saber que se trata de um
Dolphin (ou um Volkswagen?).
Os compactos elétricos chineses tam-
bém possuem portes parecidos. O GWM tem
4,23 metros de comprimento, 2,65 m de en-
tre-eixos, 1,60 m de altura e 1,82 m de lar-
gura. Assim, é 11 cm mais comprido, 6 cm
mais largo e 3 cm mais alto que o rival. Per-
de apenas em entre-eixos, já que o BYD tem
5 cm a mais, 2,70 m (medida igual à do se-
dã médio Toyota Corolla, por exemplo). Ape-
sar da vantagem, o espaço interno dos dois
está no mesmo patamar — tanto para as per-
nas quanto para a cabeça. No banco de trás,
duas pessoas se acomodam com confor-
to, mas a adição de uma terceira pode gerar
certo atrito entre os ocupantes.
Quanto ao porta-malas, tanto o do Dol-
phin como o do Ora 03 Skin têm capacida-
de diminuta. O BYD leva pequena vanta-
gem, 250 litros contra 232 l do rival. Outra
diferença é que o Dolphin possui estepe e o
GWM, apenas o kit de reparo (mesmo assim,
o bagageiro do Ora 03 consegue ser menor).
Chegamos aos pontos críticos: desem- A combinação de cores no
penho, itens de série, bateria, autonomia interior do Dolphin é menos
e como andam as versões de entrada des- chamativa que a do Ora 03
Skin. Atrás, o espaço é bom
ses dois elétricos da terra de Mao Tsé-Tung. (2,70 m de entre-eixos). Já
No primeiro quesito, o Ora 03 dá uma pan- as rodas são de 16 polegadas

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cada: são 171 cv de potência e 25,5 kgfm de


torque contra apenas 95 cv e 18,3 kgfm do
Dolphin. Mesmo mais pesado (1.540 kg), o
Ora 03 Skin abre uma larga diferença no ze-
ro a 100 km/h: 8,2 segundos versus 10,9 s
do Dolphin (1.405 kg). São quase 3 s a mais,
uma eternidade para essa prova.
No anda e para das cidades, tal vanta-
gem não aparece tanto. O comportamento
dos dois é tranquilo. O Dolphin tem um as-
pecto mais similar ao de hatches médios:
suspensão confortável e dirigibilidade se-
rena. Já o Ora 03 parece um carro mais sóli-
do, rígido, porém sem deixar a comodidade
de lado. E, claro, entregando maior pujança
e ganho de velocidade ao se afundar o pé no
acelerador. Mas a dirigibilidade de ambos é
correta, ponto. Nada que vá surpreender.
A dupla também tem algumas ressal-
vas que diminuem um pouco o prazer no
convívio diário. A do Ora 03 Skin é o volan-
te com diâmetro para caminhão: desneces-
sariamente grande, prejudica a sensação de
guiar. O do BYD, por sua vez, é menorzinho,
de melhor ergonomia. O problema é que a
direção é completamente anestesiada, sem
peso. Consequentemente, não dá muita
confiança a quem dirige. O GWM ainda pa-
rece uma mãe preocupada com o filho: avisa

f e v e r e i r o 2 0 2 4 · 27
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C4C0OAMPN POA VA IRDAA TD IEVS O
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tudo que acontece ao redor do carro por


meio de um alerta sonoro (irritante). Isso
vale para veículos, pessoas ou até reconhe-
cimento de placas de trânsito. Comum aos
dois é a sensação de que os freios precisam
ser aprimorados. Os pedais de ambos são
esponjosos e a resposta não é das melhores,
demandando uma pressão além do normal
para fazer o carro reduzir e parar.
Isso nos leva aos equipamentos. Dol-
phin e Ora 03 são parelhos, uma vez que
trazem controles de estabilidade e de tra-
ção, assistente de subida em rampas, cen-
trais multimídia com telas enormes (a do
BYD é ainda maior: 12,8” vs 10,25”), câmeras
com visão 360 graus e conexão com Apple
CarPlay e Android Auto sem fio — no GWM,
o Android Auto precisa de cabo. O BYD vem
ainda com monitoramento da pressão dos
pneus. No entanto, quando chega o mo-
mento de falar de itens de segurança, o Ora
03 acelera bastante. São sete airbags (um
a mais que o Dolphin) e diversos auxílios
de condução, como frenagem de emergên-
cia com reconhecimento de pedestres, ci-
clistas e carros, alerta de ponto cego, o já
mencionado leitor de placas de trânsito, fa-
rol alto com facho automático, controle de
cruzeiro adaptativo com função Stop & Go

28 · a u t o e s p o r t e . c o m . b r
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e alertas de manutenção de faixa, tráfego


cruzado e colisão traseira.
Se o Ora 03 Skin surpreende pelo design
futurista (com uma pitada retrô), a percep-
ção do interior, bem mais próximo do de car-
ros convencionais, traz de volta à realidade.
As duas telas integradas de 10,25”, com pai-
nel de instrumentos digital e central multi-
mídia, lembram os Mercedes; já os botões do
tipo interruptor se inspiram nos Mini.
Vale ressaltar que o acabamento do
GWM, para um carro de R$ 150 mil, é exce-
lente. Revestimento de couro por todo lado,
montagem esmerada e um nível de refina-
mento que não se vê no BYD. O Dolphin, po-
rém, te leva direto ao futuro, com uma cen-
tral multimídia gigante (e giratória, diga-se),
um cluster integrado à coluna de direção e
uma manopla de câmbio de estilo incomum.
Já as baterias têm capacidades próxi-
mas. A do Dolphin é de 44,9 kWh, o que gera
uma autonomia de 291 km com carga cheia.
A do GWM é um pouco maior, 48 kWh, mas,
como o carro é mais potente e pesado, roda
menos: 232 km. Os números, oficiais do Pro-
grama Brasileiro de Etiquetagem Veicular
(PBEV), do Inmetro, deixam clara a vocação
urbana dos dois elétricos, sem tanta incli-
nação para encarar viagens mais longas.
Mas as baterias do BYD levam outra
vantagem. Conhecidas como “blade”, elas
são do tipo LFP (Lítio-Ferro-Fosfato), feitas
de metais mais baratos do que os tradicio-
O interior do GWM Ora 03 Skin nais níquel e cobalto. Além disso, suas cé-
é impactante em um primeiro lulas têm formato de lâmina (daí o nome
momento; com o tempo, pode em inglês), que garantem maior densida-
ficar enjoativo, mas o acaba-
mento é primoroso e o espaço de energética, duração e segurança contra
atrás é bem aproveitado vazamentos. O controle de temperatura

f e v e r e i r o 2 0 2 4 · 29
Distribuição
CCOAMP PA A R A T I V O
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também é especial: há um sistema em que resfria-


mento e aquecimento aumentam a eficiência tér-
mica em até 20%, ao mesmo tempo que a perda de
energia é reduzida. Tudo isso em um tamanho mais
compacto, o que chamou a atenção até da Tesla.
O queridinho do Luciano Huck só deixa a dese-
jar no carregamento. Em tomadas “normais”, do tipo
AC, só aceita até 6,6 kW de velocidade de recarga. As-
sim, leva mais de sete horas para encher totalmen-
te a bateria. O GWM, por sua vez, vai até 11 kW e de-
manda pouco mais de quatro horas. Já em estações
rápidas (DC), Dolphin e Ora 03 se equiparam, com 60
kW e 66 kW, respectivamente. Ou seja, nem adianta
plugá-los em carregadores de 150 kW esperando uma
recarga ultrarrápida. Ainda assim, o tempo de recarga
até 80% da capacidade das baterias fica excelente: de
30 a 40 minutos para ambos os modelos.
E a manutenção? É muito mais em conta do que
a dos modelos a combustão. As revisões do GWM
Ora 03 Skin ocorrem apenas no intervalo de 24 mil
km ou em um período de dois anos. E, até 72 mil km,
custam R$ 2.520. As do BYD têm um espaçamento
menor: 20 mil km. Até 80 mil km, o valor é de R$
2.880. Em termos de garantia, empate: cinco anos pa-
ra os carros e oito para as baterias. O Ora também dá
oito anos para o motor elétrico. A central do BYD é Já a multimídia
um show à parte: do GWM tem 10,2
Dolphin e Ora 03 têm o melhor custo/benefício enorme, fácil de polegadas e é mais
entre carros elétricos vendidos no Brasil atualmente. mexer e giratória, convencional; tam-
mas o espelhamen- bém intuitiva, mas
E dentre os melhores, o GWM leva vantagem. to é só na horizontal não impressiona

30 · a u t o e s p o r t e . c o m . b r
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BYD GWM

BYD GWM Dolphin Ora 03 Skin


DOLPHIN ORA 03 SKIN R$ 149.800 R$ 150.000
SEU BOLSO ITENS
PREÇO R$ 149.800 R$ 150.000 Airbag de joelho ND S
Frenagem de emergência ND S
CESTA DE PEÇAS* R$ 15.242 R$ 13.150
Ar-condicionado digital S S
REVISÕES ATÉ 80.000 KM Peças do BYD são R$ 2.880 R$ 3.180
Porta-malas elétrico
mais caras: só o ND ND
SEGURO** farol custa quase M: R$ 3.774 M: R$ 3.226 Bancos de couro S S
R$ 5 mil F: R$ 3.646 F: R$ 2.782 Painel digital S S
GARANTIA 5 anos 5 anos Masculino ou
feminino? Internet Wi-Fi ND ND
AUTONOMIA 291 km 232 km O seguro do
GWM é mais Chave presencial S S
em conta para Saída de ar traseira ND ND
DADOS DA MONTADORA os dois perfis
Faróis de LED S S
Dianteiro, elétrico, Dianteiro, elétrico,
MOTORES ACC ND S
síncrono síncrono
Assistente de faixa
**Seguro: O valor é uma média entre as cotações das principais seguradoras do país com base no perfil padrão de Autoesporte, sem bônus. O levantamento foi feito pela Minuto Seguros.

ND S
BATERIA 44,9 kWh 48 kWh
Estacionamento autônomo ND ND
*Cesta de peças: Retrovisor direito, farol direito, para-choque dianteiro, lanterna traseira direita, filtro de ar (elemento), jogo de quatro amortecedores e pastilhas de freio dianteiras.

POTÊNCIA 95 cv 171 cv Carregador por indução ND S


TORQUE 18,3 kgfm 25,5 kgfm Câmeras 360 graus S S
VELOCIDADE MÁXIMA 160 km/h 160 km/h Teto solar ND ND
Freio de estac. elétrico S S
DIREÇÃO Elétrica Elétrica
S Série O Opcional ND Não disponível
Independente, Independente,
SUSPENSÃO McPherson (diant.) McPherson (diant.)
e eixo de torção (tras.) e eixo de torção (tras.) NOTAS
Discos ventilados Discos ventilados CONFORTO
FREIOS
(diant.) e sólidos (tras.) (diant.) e sólidos (tras.) Acabamento 8,5 7,5
PNEUS 195/60 R16 215/50 R18 Espaço interno 7 7
TRAÇÃO Dianteira Dianteira Porta-malas 6,5 6
Ergonomia 8 8
COMPRIMENTO 4,12 metros 4,23 metros
Equipamentos de série 7 9
LARGURA 1,77 m 1,82 m Equip. de segurança 7 9
ALTURA 1,57 m 1,60 m Subtotal 44 46,5

ENTRE-EIXOS 2,70 m 2,65 m DINÂMICA


Motor 6 8
ZERO A 100 KM/H 10,9 segundos 8,2 segundos
Frenagem 7,5 7,5
PESO 1.405 kg 1.540 kg Suspensão 8 8
PORTA-MALAS (FABRICANTE) 250 litros 228 litros Desempenho 6 8,5
Autonomia 8 6
Bateria 7,5 7
Sensação ao volante 7 7,5
Subtotal 50 52,5
MERCADO
Preço 9 9
Garantia 10 10
Seguro 6 7
Revisões 9 8,5
Preço das peças 5 7
Atualidade 9 8,5
Desvalorização*** ND ND
Subtotal 48 50
Por ter estepe, o BYD Dolphin perde bastante O GWM Ora 03 Skin também traz o kit reparo;
no porta-malas — são 250 litros. A versão mesmo assim, a capacidade do porta-malas é
acima, Plus, tem 345 litros e kit reparo bem diminuta: apenas 228 litros TOTAL 142 149

VENCEDOR Apesar de ter chegado depois e de mentos, principalmente os de segu-


vender muito menos que o BYD Dol- rança. Fica devendo um porta-malas
GWM
phin, o GWM Ora 03 Skin é mais com- maior, mas volta a surpreender no

ORA 03 pleto e tem o mesmo preço. É mais


potente e rápido e traz mais equipa-
espaço interno, mesmo com 5 cm a
menos de entre-eixos que o BYD.

f e v e r e i r o 2 0 2 4 · 31
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ACELERAMOS
OS CARROS QUE TESTAMOS NA EDIÇÃO DE FEVEREIRO

Pág. 33 Pág. 38 Pág. 44 Pág. 48 Pág. 52 Pág. 56 Pág. 60 Pág. 64 Pág. 68 Pág. 72
Toyota Co- Longe do Commander Todo o Enfrenta- A Ford não Audi celebra Carro mais Serve bem Nissan Kicks
rolla GR-S é Brasil, no- Longitude vi- veneno da mos o frio para! Ago- volta da pro- caro da GWM para entreter XPlay é série
tentativa de va Volkswa- ra opção de divisão do Canadá ra é a vez da dução na- no Brasil, e serve bem limitada que
superar o es- gen Amarok entrada do esportiva para dirigir o Ranger Rap- cional com o H6 GT ten- como carro só vale para
tigma de tio- é versão ale- SUV de se- Abarth che- Porsche 911 tor, a picape Q3. Há moti- ta se provar do cotidiano. os que gos-
zão, mas só mã da Ford te lugares. ga ao Fiat mais versátil mais rápida vos para co- um legítimo Esse é o VW tam de ex-
na aparência Ranger Compensa? Fastback já feito do Brasil memorar? Gran Turismo Polo GTS clusividade

JUNTOS SOMOS IMPARÁVEIS

32 · a u t o e s p o r t e . c o m . b r
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MERECIA
MAIS?
TOYOTA COROLLA GR-S | R$ 181.590

SEDÃ ESPORTIVADO TEM NOVOS


EQUIPAMENTOS NA LINHA 2024, MAS PERDE
POTÊNCIA E QUASE NÃO MUDA O VISUAL
Cauê Lira | Murilo Góes

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Novas rodas
recebem um
aplique preto na
região central

O
Toyota Corolla foi o terceiro sedã mais ven- O Corolla sedã nunca teve apelo realmente
dido no Brasil em 2023, atrás de carros mui- esportivo. Na linha 2024, a versão GR-S não fo-
to mais baratos, como Chevrolet Onix Plus ge disso, mas entrega um item que sempre foi um
e Fiat Cronos. Sem a concorrência direta do pedido insistente dos clientes menos recatados:
Civic pela primeira vez em muitos anos, a marca o teto solar, com aberturas manual da persiana
japonesa emplacou quase 43 mil unidades. e elétrica do vidro. As rodas de 18 polegadas es-
Esse sucesso se deve, entre vários outros treiam novo design, porém todo o resto continua
pontos, ao catálogo bem distribuído de versões. igual. Diferentemente de outras versões do Co-
Há opções voltadas ao conforto (XEi), luxo (Altis), rolla 2024, nesse nem a grade mudou.
consumo de combustível (Hybrid) e até uma de Ainda assim, o exterior da versão GR-S é
apelo esportivo: o Toyota Corolla GR-S. marcado por um visual mais agressivo que o das
Não confunda o Corolla GR-S sedã com o demais opções. São vários apliques pretos e cro-
GR Corolla, um hatch esportivo de verdade im- mados, além de um pequeno spoiler traseiro que
portado do Japão que custa dolorosos R$ 416.990 chama bastante a atenção (menos quando a pin-
no Brasil. O sedã é produzido em Indaiatuba (SP) tura é preta, como a unidade que testamos).
e sai por R$ 181.590. De igual entre eles, segundo Se a Toyota resolveu não mexer no “rosto”
a marca, há no máximo alguns parafusos. do Corolla GR-S, para não forçar a barra com um

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aspecto muito carregado, pelo menos manteve o chado se faz presente no painel e nas quatro por-
estilo um pouco mais jovial e atlético. Contudo, tas, além das várias inserções de couro. Mas faz
fica a impressão de que o Corolla GR-S merecia falta um freio de estacionamento eletrônico com
um retoque mais profundo para se destacar dos Auto Hold, item que deveria ser mandatório em
modelos de anos anteriores. Não foi desta vez. um modelo que passa de R$ 180 mil.
Dentro, o sedã estreia central multimídia Há espaço para quatro adultos viajarem sem
atualizada (com Android Auto e Apple CarPlay grandes apertos, mesmo no banco traseiro, onde
sem fio) e painel de instrumentos digital. Tanto a posiçao central continua sendo ingrata. Tanto
a qualidade das telas quanto os layouts passam a cabeça quanto os joelhos dos passageiros ficam
longe de impressionar. As marcas japonesas con- bem acomodados. O porta-malas, por sua vez, Dirigibilidade,
tinuam aquém das ocidentais quando o assun- tem capacidade para bons 470 litros. conforto, consumo
de combustível e
to é conectividade, ainda que a evolução recente assistências de
seja notória. O pareamento sem fio funciona bem COMO ANDA segurança ativa
e o carregador por indução não chegou a fritar o O motor 2.0 aspirado flex teve um pequeno de- ao motorista
meu celular. Ponto para a Toyota! créscimo de 2 cv de potência, quase impercep-
Costuras vermelhas no painel e nos bancos tível, que resultou em 175 cv. O torque também
e uma plaquinha da Gazoo Racing no console são caiu 0,1 kgfm, para 21,3 kgfm. Já o câmbio CVT de Carece de novida-
a pitada de pimenta para incrementar o interior. dez marchas simuladas não teve alterações. Diri- des visuais — o de-
senho é o mesmo
O Corolla é um dos carros nacionais mais bem gibilidade continua sendo um ponto forte. O Co- desde que a versão
montados atualmente. O acabamento emborra- rolla responde bem aos comandos do motorista, chegou, em 2021

f e v e r e i r o 2 0 2 4 · 35
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T E S T AE MROÁSP I D O
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Plaquinha da ainda que o torque cheio apareça apenas a 4.400


Gazoo Racing traz rpm. Há disposição suficiente para encarar subi-
a numeração do
modelo das e ultrapassagens sem maiores sufocos, por
mais que a transmissão pudesse ser mais respon-
siva em alguns cenários específicos.
Desempenho nunca foi o ponto mais forte do
sedã médio. Mas se os 9,2 segundos de zero a 100
km/h (mesmo tempo da linha 2023, mais potente)
não chegam a empolgar como os 7,8 s de um Hon-
da Civic Hybrid, pelo menos ficam abaixo dos 10,2
s de seu rival mais direto, o Nissan Sentra. A velo-
cidade máxima é de 205 km/h
Por outro lado, a redução da potência deixou
o Corolla 2024 ainda mais econômico. Segundo o
Inmetro, o sedã pode marcar 8,6 km/l na cidade e
10,7 km/l na estrada com etanol (antes, eram 8,3
km/l e 9,8 km/l, respectivamente). Com gasolina,
os números saltam para 12,3 km/l na cidade e 14,9
km/l na estrada (antes, 11,9 km/l e 14,2 km/l).
Vale lembrar que o motor 2.0 Dynamic For-
ce funciona em ciclo Atkinson: a fase de aber-
tura da válvula de admissão dura mais tempo e
permite que o fluxo de ar seja revertido para o co-
letor. Para compensar uma eventual perda de for-
ça, a Toyota utiliza um moderno sistema de inje-
ção variável entre direta e indireta. Outra sacada
está no câmbio CVT, com uma primeira marcha
dotada de engrenagens para melhorar o desem-

36 · a u t o e s p o r t e . c o m . b r
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penho ao sair da imobilidade. Dessa forma,


o Corolla dispõe de um pouco mais de vigor
nos momentos em que o motor é mais exigi-
do: saídas de semáforos e subidas íngremes.
Um ponto delicado, que exige atenção
do motorista, é o ângulo de ataque. Por cau-
sa do para-choque mais encorpado da versão
esportivada, o Corolla GR-S raspa com certa
frequência em valetas, lombadas e saídas de
garagens. Nada que um pouco de precaução
não resolva, mas é bom ficar esperto...
O acerto de suspensão, exclusivo para a
versão, mostra-se adequado tanto para uso
urbano quanto rodoviário. Em curvas rápi-
das, o balanço lateral da carroceria no sen-
tido oposto é quase inevitável, porém não
compromete a estabilidade. Nas ruas esbura-
cadas, tão comuns no Brasil, o Corolla GR-S versões do sedã. O modelo Altis, por exem-
TOYOTA COROLLA GR-S
sofre um bocado, especialmente com as on- plo, é só R$ 1.400 mais caro, tem o mesmo R$ 181.590
dulações. Porém, a sensação de conforto é motor e uma proposta mais luxuosa. Agora,
claríssima em solo menos irregular.
A direção leve favorece a manobrabili-
se o plano é adquirir uma versão híbrida, o
Corolla Altis Hybrid sai por R$ 187.790.
FICHA TÉCNICA
MOTOR
dade em lugares apertados, além de trans- Como falamos, oferecer versões para
mitir uma boa sensação do que está aconte- vários públicos é um dos maiores trunfos Diant., trans., 4 cil.
do Corolla. Se o apelo despojado do GR-S lhe em linha, 2.0, 16V,
cendo entre as rodas e o asfalto. Já o pacote aspirado, flex
de assistências ao motorista é generoso e agrada, sobretudo com o teto solar e as no-
inclui assistente de permanência em faixa, vas rodas de liga leve, vale perdoar os des- POTÊNCIA

alerta de ponto cego, controle de cruzei- lizes. Mas pense com carinho na versão hí- 175 cv a 6.600 rpm
ro adaptativo (que funciona a partir de 40 brida, que custa apenas R$ 6.200 a mais e TORQUE
km/h) e alerta de colisão frontal. proporcionará economia de combustível.
21,3 kgfm a 4.400 rpm
Neste ano, o Toyota Corolla deve seguir
VALE A PENA? líder absoluto nas vendas de sedãs médios. CÂMBIO
Depende do que você está buscando. O Toyo- Curiosamente, o rival que mais deve roubar Automático, 10 marchas
ta Corolla GR-S 2024 custa R$ 181.590, valor clientes seus continuará sendo seu próprio DIREÇÃO
que o coloca no mesmo patamar de outras irmão, o SUV popstar Corolla Cross.
Elétrica

SUSPENSÃO

Independente,
McPherson (diant.)
e multibraços (tras.)

FREIOS

Discos ventilados (diant.)


e sólidos (tras.)

PNEUS

215/50 R17

DIMENSÕES
Compr.: 4,63 metros
Largura: 1,78 m
Altura: 1,45 m
Entre-eixos: 2,70 m
TANQUE
50 litros
PORTA-MALAS
470 litros (fabricante)
PESO
1.410 kg
Costuras
vermelhas nos MULTIMÍDIA
bancos e painel dão
pitada esportiva 9 polegadas, sensível ao
ao interior toque, com Android Auto
e Apple CarPlay sem fio

f e v e r e i r o 2 0 2 4 · 37
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SAUDADE
VOLKSWAGEN AMAROK | 45 MIL EUROS

DO QUE
38 · a u t o e s p o r t e . c o m . b r
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NÃO
DERIVADA DA
NOVA RANGER,
VW AMAROK
DE 2ª GERAÇÃO
É DESEJO
PROIBIDO
NO BRASIL
Joaquim Oliveira

DIVULGAÇÃO
VIVEMOS f e v e r e i r o 2 0 2 4 · 39
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O
s países que mais compram picapes no mun- À Volkswagen, interessava a tradição da Ford
do são Estados Unidos, África do Sul, Aus- com picapes. Logo, por que não construir a no-
trália e Tailândia. A América do Sul tem va geração da Amarok baseada na Ranger? Esse
muito peso nesse mercado. Apesar disso, a plano de fato avançou na África do Sul, onde as
Volkswagen optou por não produzir a segun- novas Ranger e Amarok são produzidas lado a
da geração da Amarok em General Pacheco (Ar- lado, mas acabou esbarrando nas intenções da
gentina), ao lado de onde a Ford faz a Ranger, marca alemã na América do Sul. Conforme apura-
sua irmã gêmea. E já que essa nova Amarok foi do por Autoesporte, a decisão de vetar a Amarok
descartada por aqui, Autoesporte traz as primei- de segunda geração na América do Sul partiu da
ras impressões do modelo produzido na África própria Volkswagen. Este é o motivo pelo qual essa
do Sul para sabermos o que estamos perdendo bela picape está longe de sua garagem. No lugar
(e não é pouca coisa). de uma nova geração, a VW prepara um facelift
Você se lembra da Autolatina, uma joint-ven- profundo da Amarok lançada em 2010. Chegará ao
ture formada por VW e Ford nos anos 1990? De mercado nos próximos meses.
certa forma, as fabricantes reeditaram a parceria
em 2019, quando anunciaram uma nova aliança AMAROK VIROU “PATRICINHA”
Muitos componen- global para carros e veículos comerciais. A Ford ti- Voltando à nova geração, a Ford basicamente ce-
tes vêm da Ranger, nha interesse no “know-how” da marca alemã no deu a base técnica da Ranger para a VW construir
mas a Amarok pre- segmento de elétricos, e deve lançar modelos com a Amarok. As mudanças visuais são profundas.
serva vários itens
próprios da VW a plataforma MEB ainda neste ano. Por fora, as picapes compartilham apenas retro-

40 · a u t o e s p o r t e . c o m . b r
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visores, maçanetas, rack de teto, vidro traseiro e to (+10 cm), 1,91 m de largura (+4 cm) e 1,87 m de
os arcos das rodas. Todo o resto é diferente, pois altura (+4 cm). Nenhuma proporção cresceu tan-
a fabricante alemã teve liberdade para mexer to quanto a distância entre-eixos, agora de 3,27 m
bastante no projeto original da Ranger. (+17,5 cm). Os ganchos de amarração da caçamba
Na realidade, a Volkswagen mudou até o suportam 500 kg e o rack de teto aguenta até 350
apelo da Amarok, como me contou Lars Krause, kg. Ademais, a picape pode levar cargas de até 1,1
membro do conselho de vendas de comerciais. De tonelada, além de puxar reboques de até 3,5 tone-
acordo com o executivo, a marca busca um posi- ladas. O acesso alto da caçamba pode dificultar a
cionamento mais premium e não pretende sedu- carga e descarga de objetos mais pesados.
zir o cliente que utiliza picapes para trabalhar. As projeções mais curtas favorecem seu com-
Uma proposta voltada ao off-road nunca esteve portamento no fora de estrada, com melhores ân-
nos planos, sobretudo para o mercado europeu. gulos de ataque, saída e central. A capacidade de
Mecânica, conecti-
A nova Amarok também chega com cami- imersão passou de 500 milímetros para 800 mm vidade, desempe-
nho livre no Velho Continente, considerando que e o vão livre do solo é de 235 mm. Sem qualquer nho do motor V6
Nissan e Mercedes descontinuaram os modelos coincidência, são números iguais aos da Ranger. e capacidades
Navara (a nossa Frontier) e Classe X nos últimos O interior da Amarok é acolhedor, tendo em
anos. Assim, a Volkswagen espera que a “patrici- vista a simplicidade habitual do segmento. Equi-
nha” tenha mais demanda nesse subsegmento. pamentos como seletor de tração, freio de estacio- Nova Amarok tem
Comparada ao modelo anterior, a nova gera- namento eletrônico, comandos dos vidros, faróis, muito da Ranger —
e aí pode prevalecer
ção da Amarok tem 5,35 metros de comprimen- luzes de seta e hastes vêm da Ranger. Já itens co- a tradição da irmã

f e v e r e i r o 2 0 2 4 · 41
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mo volante (muito semelhante ao do Golf), saídas de
ar e botões físicos sob a central multimídia são da
Volkswagen. Grafismos do sistema de infotenimento
e do painel de instrumentos também são exclusivos.
O painel é de plástico duro, mas aparenta ter
boa montagem, ainda mais em comparação com as
picapes concorrentes. O volante de diâmetro relati-
vamente pequeno contribui para uma sensação de
dirigir mais “carro”, o que a Amarok anterior já pro-
porcionava. Com os ajustes de altura e de profundi-
dade, é fácil encontrar uma boa posição para dirigir.
O capô alto poderia dificultar manobras em es-
paços apertados. Felizmente, uma câmera montada à
frente será muito útil para manter a pintura intacta. O
espaço interno é suficiente para cinco pessoas se aco-
Para facilitar modarem com bastante conforto. Os bancos dianteiros
as manobras, têm regulagens elétricas que facilitam a vida do con-
há câmeras dutor. Na Europa, é possível instalar sistema de som
espalhadas por
toda a carroceria da Harman Kardon, assim como nos carros da BMW.
Falando de motor e câmbio, a Amarok está dis-
ponível no mercado europeu em três opções. As
versões básicas têm motor 2.0 turbodiesel e câm-
bio manual de seis marchas, desenvolvendo 170 cv
de potência. As intermediárias usam a mesma uni-
dade, porém recalibrada para entregar 205 cv e com
transmissão automática de seis marchas. Por fim, as
versões mais caras trazem o motor 3.0 V6 da Ranger,
com 247 cv de potência e 60 kgfm de torque. O câm-
bio automático de dez marchas é o mesmo do Mus-
tang e da picape grande Ford F-150 (veja só!).

42 · a u t o e s p o r t e . c o m . b r
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VW AMAROK V6
45 MIL EUROS

FICHA TÉCNICA
MOTOR
Diant., long., 6 cil. em "V",
3.0, 24V, injeção direta,
turbodiesel
POTÊNCIA
247 cv a 3.250 rpm
TORQUE
60 kgfm a 1.750 rpm
Volkswagen não dispensou um botão físico giratório
para controlar o volume da música (ufa!) CÂMBIO
Automático, 10 marchas
DIREÇÃO
Elétrica
A versão V6 tem tração 4x4 e seis
SUSPENSÃO
modos de condução: Normal, Eco, Escor-
Independente, McPherson
regadio, Lama, Neve e Reboque. Cada um (diant.) e eixo rígido (tras.)
deles altera as configurações de entrega
FREIOS
de torque e o comportamento dinâmico
da Amarok. Há, também, um sistema que Discos ventilados
permite o bloqueio do diferencial trasei- PNEUS
ro, o que é muito útil quando uma das ro- 265/65 R18
das perde contato com o solo em um ter-
DIMENSÕES
reno mais acidentado.
Dirigir a Amarok no asfalto propor- Compr.: 5,35 metros
Largura: 1,91 m
ciona uma sensação agradável. A pica- Altura: 1,87 m
pe é confortável, mas a carroceria tem o Entre-eixos: 3,27 m
costume de chacoalhar para os lados em TANQUE
curvas rápidas (não há milagres). A sus- 80 litros
pensão amortece bem, característica im-
CAÇAMBA
portante em um veículo que circula entre
pedras e buracos. Como toda caminhone- 1.250 litros (fabricante)

te, a Amarok parece um peixe fora d’água PESO


na cidade, muito em função de seu cor- 2.357 kg
panzil. Manobrá-la em ruas movimenta- MULTIMÍDIA
das é como mover um elefante em uma
10 polegadas, sensível ao
loja de porcelana. toque, com Android Auto
No geral, a nova Volkswagen Ama- e Apple CarPlay sem fio
rok derivada da Ranger faz jus ao seu
novo posicionamento. No Brasil, o face-
lift da geração lançada em 2010 estreará
em breve, também com produção na Ar-
gentina. Certamente, será menos “patri-
cinha” que sua xará gringa.

f e v e r e i r o 2 0 2 4 · 43
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44 · a u t o e s p o r t e . c o m . b r
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JEEP COMMANDER LONGITUDE | R$ 241.590

REDUÇÃO
DE DANOS VERSÃO INÉDITA DE ENTRADA DO
SUV TENTA CONTER AVANÇO DOS
CHINESES E PERDE ITENS DE SÉRIE
PARA FICAR MAIS BARATO
Raphael Panaro | Renato Durães

A
Jeep goza de prestígio no Brasil, isto é fato.
Já antes da criação da Stellantis, na época da
Fiat Chrysler Automobiles (FCA), o lançamen-
to dos SUVs nacionais Renegade e Compass foi
uma contribuição importante para o reconhecimento
da marca por aqui — tanto que ela chegou a ter, sozi-
nha, quase 9% de participação no mercado brasileiro.
A dupla de SUVs, inclusive, fez dobradinha na lideran-
ça da categoria em 2021 e sempre figura no top 5. Nes-
sa esteira surgiu, há dois anos, o Jeep Commander: um
SUV maior, de sete lugares, para desbancar o Toyota
SW4. A missão foi cumprida com a liderança absoluta
entre os utilitários médio-grandes, mas o modelo, que
vendeu 22.355 unidades em 2022 (quase 10 mil a mais
que o SW4), regrediu em 2023 e ficou perto de 20 mil.
Nem mesmo a inédita versão de entrada, Longitude,
de R$ 241.590, ajudou a superar os números. Respon-
deu por 6% das vendas, ou pouco mais de 1,2 mil uni-
dades, segundo a Jato do Brasil. Por quê?
Há mais de um motivo. O primeiro (e principal) é o
avanço dos carros chineses. BYD e GWM, especialmen-
te com Song Plus e Haval H6, surrupiaram clientes da
Jeep. Ambos não têm capacidade para levar sete ocu-
pantes, mas são híbridos, econômicos, tecnológicos
e com faixa de preço semelhante. Sem falar no Caoa
Chery Tiggo 8 e em outro competidor que retornou re-
centemente para a briga, o Volkswagen Tiguan.

f e v e r e i r o 2 0 2 4 · 45
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Motor 1.3 turbo O segundo, embora não seja tão determinante, é o


de 185 cv
empurra o SUV preço. O Jeep Commander Longitude chegou em mea-
de quase 1,7 dos do ano passado por R$ 229.990. Em oito meses, pas-
tonelada com
certa agilidade sou por diversos reajustes e a linha 2024 encareceu
R$ 11.600. Atualmente, custa R$ 241.590. A diferença
para a versão Limited, posicionada logo acima e com
mais equipamentos, está na casa dos R$ 20 mil. A opção
mais cara do Compass flex, por exemplo, é tabelada em
R$ 259.990. É mais equipada, claro, mas tem menos es-
paço. Já um de seus principais rivais, o SW4 SRX com
sete lugares, custa exorbitantes R$ 382.790. Mesmo as-
sim, o Toyota aparece no retrovisor do Jeep ao emplacar
16 mil carros em 2023 — “apenas” 4 mil a menos.
Só que, para chegar a essa cifra, a Jeep abriu mão
de muitos itens de série. Tirou, por exemplo, pratica-
mente todos os recursos de segurança de assistência ao
motorista, como controle de cruzeiro adaptativo, frena-
gem automática de emergência, monitor de ponto cego
e assistente de permanência em faixa. Os bancos reves-
tidos parcialmente de couro continuam, mas perderam
os ajustes elétricos para o passageiro dianteiro.
Assim, a lista de equipamentos traz o “básico” para
um SUV do porte do Commander, que supera os R$ 240
mil: central multimídia com tela de 10 polegadas e es-
pelhamento para Android Auto e Apple CarPlay sem fio,
painel de instrumentos digital, ar-condicionado digital
de duas zonas (com saída para o banco traseiro), faróis
full-LED, botão de partida do motor, freio de mão eletrô-
nico, assistente de estacionamento e seis airbags (em
todas as outras versões são sete, com a inclusão do de
joelho para o motorista, ausente na Longitude).

46 · a u t o e s p o r t e . c o m . b r
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As dimensões avantajadas foram manti- quase 1,7 tonelada com certa agilidade. O câm-
das no Commander de entrada, claro. São 4,77 bio automático de seis marchas às vezes de- LONGITUDE
R$ 241.590
metros de comprimento, 1,86 m de largura, mora nas respostas, principalmente ao subir
1,68 m de altura e 2,79 m de entre-eixos. Para
levar cinco pessoas, há espaço na segunda fi-
marchas, mas o relacionamento com o motor
é cordial. O zero a 100 km/h na casa dos 10 se- FICHA TÉCNICA
leira. O ocupante do meio, entretanto, terá de gundos é plausível para tamanha massa. MOTOR
lidar com o assento mais estreito e alto. Pa- O Commander Longitude propicia ma- Diant., transv., quatro
ra acessar os últimos dois bancos, você pre- nuseio amigável no dia a dia, mas não cabe cilindros em linha, 1.3,
16V, turboflex
cisará de certo alongamento e contorcionis- em qualquer vaga de rua ou estacionamento.
mo. Uma vez encaixado lá, o espaço não é dos A suspensão é voltada ao conforto, filtra bem POTÊNCIA

maiores. Um trunfo é que a fileira do meio o piso irregular e não faz quem está dentro 185 cv a 5.750 rpm (E)
tem ajuste corrediço e pode ir 14 cm para a balançar muito. A direção poderia ter respos- TORQUE
frente, liberando área para pernas e joelhos. ta mais apurada e peso maior para dar mais 27,5 kgfm a 1.750 rpm (E)
Mesmo assim, a terceira fila de assentos é confiança a quem dirige. O consumo final,
CÂMBIO
mais indicada para caronas rápidas ou crian- misturando cidade e rodovias, foi de cerca
ças. Até porque não há difusores de ar dedi- de 12 km/l com gasolina. Bem coerente com Automático, seis marchas,
tração dianteira
cados àquela parte da cabine, o que aumenta o apurado pelo Inmetro, que registra 9,8 km/l
DIREÇÃO
a sensação de calor a bordo. E o porta-ma- (cidade) e 11,8 km/l (estrada). Com etanol, pio-
las? São bons 661 litros com cinco ocupantes, ra: 6,9 km/l (urbano) e 8,3 km/l (rodoviário). Elétrica
caindo para 233 litros com sete. O espaço re- Neste ano, a Jeep prepara outra carta- SUSPENSÃO
duzido faz caber apenas algumas mochilas. da para o Commander. Dessa vez, a Stellantis Independente, McPherson
Em movimento, nos mais de 1.500 km ro- vai mexer nas versões superiores e colocar o (diant.) e multilink (tras.)
dados por Autoesporte, o Commander Longi- motor 2.0 de 272 cv da Ram Rampage no SUV FREIOS
tude mostrou qualidades. O motor 1.3 turbo de de sete lugares. A versão Longitude deve ser
Discos ventilados (diant.)
até 185 cv de potência e 27,5 kgfm de torque mantida com esse 1.3 turbo e pode ter mais e sólidos (tras.)
não faz milagre, mas move o pesado SUV de destaque como a opção “racional” da gama.
PNEUS
235/55 R18
DIMENSÕES
Compr.: 4,77 metros
Largura: 1,86 m
Altura: 1,68 m
Entre-eixos: 2,79 m
TANQUE
61 litros
PORTA-MALAS
661 litros (5 lugares)
233 litros (7 lugares)
PESO
1.685 kg
MULTIMÍDIA
10 polegadas, Android Auto
e Apple CarPlay sem fio

Acabamento da Dinâmica, espaço,


cabine é sóbrio; acesso ao porta-malas
multimídia é fácil (com cinco lugares) e
de mexer e tem segunda fileira com
tela generosa bancos corrediços

Para ficar mais


barato, SUV perdeu
quase todos os
assistentes ativos de
segurança e até alguns
itens de conforto

f e v e r e i r o 2 0 2 4 · 47
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MAPA
FIAT FASTBACK
ABARTH REPETE O
SIGNO DO PULSE
PARA AGITAR
(AINDA MAIS) O
SEGMENTO DE SUVS
Raphael Panaro

Visual é esportivo
e limpo; SUV é um
dos mais rápidos
do segmento

Zumbido do esca-
pamento incomoda;
relação motor/câm-
bio precisa melhorar

48 · a u t o e s p o r t e . c o m . b r
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FIAT FASTBACK ABARTH | R$ 160.990

V
ocê acredita em horóscopo? Nascidos en- Acomodo-me no confortável banco es-
tre 23 de outubro e 22 de novembro, de portivo revestido de couro com costuras ver-
acordo com a astrologia ocidental, são melhas, piso no freio e aciono o botão de igni-
do signo de Escorpião. Segundo os gurus ção. O conhecido motor 1.3 turbo — de Pulse
da astrologia, escorpianos “têm uma persona- Abarth, Toro, Renegade, Compass e Comman-
lidade forte e marcada por uma aura de poder”, der — desperta diferente: grave e rouco ao
“desafiam a ordem estabelecida”, “não aceitam mesmo tempo. A partida a frio, com a acústi-
regras sem questioná-las” e “têm a intensida- ca da minha garagem, eleva os decibéis. Pare-
de como característica marcante”. Dia 26 de ço estar a bordo de um carro muito mais caro
outubro de 2023: surge o Fiat Fastback Abar- do que os R$ 160.990 cobrados pela versão. Em
th, segundo produto da divisão esportiva da um segmento no qual tudo parece com cha-
fabricante italiana, hoje uma marca do Grupo ckra alinhado, o escorpiano desafia a ordem.
Stellantis (constelação que ainda reúne Ram, “Ninguém brinca com escorpianos, pois
Peugeot, Citroën e Jeep). Coincidência ou não, eles sabem impor respeito”, dirá algum des-
o símbolo da Abarth é um escorpião. ses gurus. No Fiat, tal imposição começa pelo
som. O escapamento foi retrabalhado para dei-
xar o barulho mais estridente e presente. Além
disso, são nada menos que 185 cv e 27,5 kgfm
— potência e torque suficientes para colocar o
SUV entre os mais rápidos do segmento.
Em nossa pista de testes, o Fastback Abar-
th fez o zero a 100 km/h em 8,2 segundos (gaso-
lina), 0,2 s a mais que o número divulgado pela
Fiat. Com etanol, a marca fala em 7,6 s — pare-
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lho com o Citroën C4 Cactus THP. As retomadas também


são robustas: 3,4 s de 40 a 80 km/h; 4,1 s de 60 a 100 km/h;
4,9 s de 80 a 120 km/h. Já a frenagem poderia ser me-
lhor se o conjunto traseiro fosse a disco em vez de tam-
bores: 60 a 0 km/h em 16,3 metros; 80 a 0 km/h em 27,7
m; 100 a 0 km/h em 43,4 m. Um VW T-Cross, por exem-
plo, precisa de 13,6 m, 23,1 m e 37,9 m, respectivamen-
te. Por outro lado, o consumo é bom: 9,8 km/l (urbano) e
12,6 km/l (rodoviário), números bem próximos dos 10,3
km/l (cidade) e 13,1 km/l (estrada) aferidos pelo Inmetro.
Os escorpianos “com ascendente de Escorpião não
são tão maus quanto podem parecer”. Assim, o visual do
Fastback Abarth chama a atenção nas ruas, mas sem
exageros. As rodas de 18 polegadas têm design exclusivo Botão "Poison" no
e um detalhe vermelho adornando o contorno do pneu. volante muda o
O friso que divide o capô dos faróis é de fibra de carbo- comportamento do
SUV esportivo
no nessa versão. Atrás, há um discreto spoiler preto in-
tegrado à tampa do porta-malas. Na contramão, o SUV
cupê deixa claro ser um Abarth com o nome gigantesco
da submarca na traseira. Pode procurar, mas você não
vai encontrar a palavra “Fiat” na carroceria — são nada
menos que 13 escorpiões espalhados.
Fora o barulho proveniente das duas saídas de es- VEm hiciuritasi
cape localizadas nas extremidades do para-choque, o cone voloria
Fiat consegue não maltratar os ocupantes mesmo com tectum re ex
exeribus rehenture
os ajustes na suspensão, que tem geometria exclusiva, sum idelit duciam,
molas mais rígidas e amortecedores 21% mais estáveis. co veaeveles
A carroceria está 5 mm mais perto do chão do que em
outras versões. O objetivo é oferecer mais estabilidade e
aderência nas curvas rápidas, mas acredito que não ve-

50 · a u t o e s p o r t e . c o m . b r DIVULGAÇÃO
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FIAT FASTBACK ABARTH


R$ 160.990

TESTE
ACELERAÇÃO
0 - 100 km/h: 8,2 s
0 - 400 m: 15,9 s
0 - 1.000 m: 26,7 s
Vel. a 1.000 m: 186,3 km/h
Vel. real a 100 km/h:97km/h
RETOMADA

remos o SUV cupê esportivo em track days por Os tons sólidos vermelho Monte Carlo e bran- 40 - 80 km/h (Drive): 3,4 s
60 - 100 km/h (D): 4,1 s
aí… Outra mudança é vista nos pneus, que são co Banchisa (sempre com teto preto) custam 80 - 120 km/h (D): 4,9 s
mais largos, nas medidas 215/45 R18. Claro que R$ 990 cada. Já o especial cinza Strato cobra R$ FRENAGEM
o conforto não é o mesmo de um Fastback “ci- 1.490 a mais. A única opção que não pede uma
100 - 0 km/h: 43,4 m
vil”: o carro balança um pouco ao passar por bu- grana extra é o preto sólido. 80 - 0 km/h: 27,7 m
racos e valetas. Mas a variante envenenada não “O que torna esse signo único é sua picada 60 - 0 km/h: 16,3 m
sofre com pancadas secas nem passa perto de venenosa”, seguirão os astrólogos. Os dois Abar- CONSUMO (GAS.)
ser desconfortável nesse quesito. th nacionais trazem o botão Poison (veneno, em Urbano: 9,8 km/l
Diz-se ainda que os escorpianos são “extre- português), que muda o mapa (astral?) do carro. Rodoviário: 12,6 km/l
Média: 11,2 km/l
mamente seletivos ao escolher quem adentra- As trocas de marchas do câmbio automático são Aut. em estrada: 526 km
rá seu universo”. E são mesmo. Só quem tem R$ esticadas e as respostas do pedal da direita fi-
160.990 saberá como é. O carro custa R$ 11 mil a
mais que o irmão Pulse Abarth e R$ 6.500 acima
cam 49% mais rápidas do que quando não acio-
nado — mesmo assim ainda não é direta, há um
FICHA TÉCNICA
MOTOR
do Fastback Limited Edition by Abarth, versão delay considerável. Aí o barulho vai às alturas, o
logo abaixo que usa o mesmo motor e até apro- isolamento acústico não dá conta e o relaciona- Diant., transv., 4 cilindros
em linha, 16V, 1.3, turboflex
veita comedidamente o nome da divisão. mento da transmissão com o motor (que já não é
O respeito também se dá no sentido de lá essas coisas no modo Normal) entra em Mer- POTÊNCIA

que o Fastback Abarth não tem um rival dire- cúrio retrógrado. 185 cv a 5.750 rpm
to. O possível lançamento do VW Nivus GTS, Como não estou mais nos meus 20 e pou- TORQUE
com o 1.4 turbo de 150 cv, é uma potencial cos anos, a empolgação com essa pujança toda, 27,5 kgfm a 1.750 rpm
ameaça, mas que até agora nunca saiu da pro- principalmente com o ronco do motor, logo vira
CÂMBIO
messa. Nessa faixa de preço há outro VW es- um incômodo. O zumbido diminui, mas é cons-
portivo: o Polo GTS, de R$ 151.490, com 35 cv a tante em marcha lenta, nas aceleradas e em ve- Automático, 6 marchas,
tração dianteira
menos, outra carroceria (hatch) e proposta pa- locidade de cruzeiro. Eu não acredito em signos,
DIREÇÃO
recida. O Fastback Abarth não tem opcionais. O horóscopo, astrologia, nada disso. Mas eu sou
único item que pode onerar o valor é a pintura. de Peixes e estou no inferno astral… Elétrica
SUSPENSÃO
Indep., McPherson (diant.)
e eixo de torção (tras.)
FREIOS
Discos ventilados (diant.)
e a tambor (tras.)
PNEUS
215/45 R18
DIMENSÕES
Compr.: 4,42 metros
Largura: 1,78 m
Altura: 1,54 m
Entre-eixos: 2,53 m
TANQUE
47 litros
PORTA-MALAS
516 litros (fabricante)
PESO
1.299 kg
Clichê: interior do MULTIMÍDIA
Fastback Abarth é
preto com detalhes 10,1", Apple CarPlay e
vermelhos no Android Auto sem fio
volante, no painel,
nos bancos e portas

f e v e r e i r o 2 0 2 4 · 51
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R E L E V A D
ES O

PORSCHE 911 DAKAR | R$ 1,799 MILHÃO

O 911 DAKAR É A IMPROVÁVEL VERSÃO OFF-ROAD


DO ESPORTIVO QUE HOMENAGEIA CAMPEÃO
DE RALI DOS ANOS 1980
André Paixão, Quebec (Canadá)

52 · a u t o e s p o r t e . c o m . b r
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A
previsão do tempo em Quebec, se-
gunda cidade mais antiga do Cana-
dá, não é das mais animadoras para
quem vive em um país tropical onde
os termômetros podem beirar (ou superar)
os 40 graus. Até gosto de climas frios, mas
encarar temperaturas de até 23 graus ne-
gativos certamente vai exigir uma prepara-
ção maior. Devidamente empacotado com
jaquetas, blusas e calças térmicas e cal-
çando uma bota para neve, olho pela jane-
la do quarto do icônico hotel Fairmont Le
Château Frontenac e vejo os quatro Pors-
che 911 Dakar estacionados, cobertos por
uma fina camada de neve, à nossa espera.
De forma instantânea, o temor pelo
frio passa e me animo. Afinal, não é todo
dia que temos a oportunidade de dirigir um
esportivo cuja produção é limitada a 2,5 mil
unidades. Destas, as cerca de 15 destinadas
ao Brasil já foram vendidas — cada uma por
R$ 1,8 milhão. Ou seja, essa é a única (e tal-
vez última) chance de guiar o Dakar.
Se o frio de Quebec traz a sensação de
hostilidade, o motivo pelo qual o 911 Dakar
existe é o fato de que, 40 anos atrás, outro
Porsche triunfou em um ambiente ainda
mais inóspito. Se você não pegou a referên-
cia do nome, vamos a uma explicação mais
detalhada. Em 1984, a marca alemã criou o
primeiro 911 com tração integral. Fez uma
série de modificações e pôs o carro para
disputar o rali mais famoso do mundo, o Pa-
ris–Dakar (hoje apenas Dakar). Com René

Ruas de Quebec Além da carroceria


ficam tomadas de elevada, Dakar tem
neve em janeiro; spoiler traseiro fixo
temperaturas e para-choque com
chegam a -23 ºC difusor exclusivo
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Metge ao volante, o bólido superou adversários, digamos, mais habituados a da em 5 centímetros. A suspensão adaptativa a ar ain-
ralis, como Mitsubishi Pajero, Range Rover e Toyota Land Cruiser, e venceu da permite levantar o cupê em 3 cm adicionais, deixan-
a competição com mais de duas horas de vantagem para o segundo coloca- do o ângulo de ataque em razoáveis 16,1 graus — quase
do. Em 1986, a Porsche foi além e conseguiu uma dobradinha com um novo um empate técnico com um Volkswagen Nivus. Essa
modelo, o 959. Metge foi bicampeão, seguido por Jack Ickx no segundo lugar. altura toda não é apenas para aparecer bem na foto: é
Passadas quatro décadas, nossa experiência com o 911 Dakar no Ca- ela que facilita o embarque. Com o carro em movimen-
nadá acontece poucos dias após a morte de René Metge. E exatamente ao to, mudanças podem ser feitas ao toque de um botão
mesmo tempo que uma réplica do 959 corria o Dakar Classic na Arábia a até 150 km/h. A velocidade máxima para rodar com
Saudita. No lobby do hotel, o instrutor da Porsche dá uma rápida explica- o carro totalmente levantado é ainda maior: 170 km/h.
ção sobre o carro e, talvez pensando nos brasileiros nada acostumados a Acima disso, o sistema faz o 911 voltar ao nível normal.
dirigir na neve, faz repetidos lembretes acerca das condições das pistas. Imagino a sensação de pilotar em alta velocida-
Destranco o carro e percebo que entrar no esportivo está mais fácil. de sobre dunas. Porém, nossa realidade é um tanto di-
Explicarei a razão mais adiante. A cabine é parecida com a dos demais 911, a ferente. Com mais de 1 metro de neve nas laterais das
não ser pela plaqueta com a inscrição Dakar e o número do exemplar. “Nos- estreitas vias da Ilha de Orleans, o mais prudente é
so” carro é o 1.251 dos 2.500 produzidos. Traz o mesmo acabamento esme- não abusar da velocidade e aproveitar a aderência ex-
rado das demais versões, mas sem bancos traseiros. E tem uma pá que aju- tra oferecida pelos pneus Pirelli Scorpion All Terrain
da na limpeza da neve e da lama. Hora de acelerar. Plus, desenvolvidos especialmente para o 911 Dakar.
O 911 Dakar disponibilizado pela Porsche é da A edição especial também recebe dois novos modos de
cor Verde Shade metálica. Sem dúvidas, um tom be- condução: o Rallye foi feito para superfícies irregula-
líssimo, mas sem a carga emocional do pacote op- res e de baixa aderência, ajustando a tração integral
cional Rallye Design. Nesse kit, o cliente recebe o para enviar mais torque às rodas traseiras; no Off-road,
carro com a lendária pintura branca e azul com fai- a maior altura possível é selecionada, já que o objetivo
xas vermelhas e douradas, rodas brancas, spoiler é superar terrenos difíceis e areia.
Versatilidade; traseiro de plástico reforçado com fibra de carbono Em nosso teste de aproximadamente 170 km, fo-
suspensão filtra
obstáculos como e a inscrição Roughroads nas portas. Mais do que ram poucas as situações para usar qualquer um deles.
nenhum outro 911 seu significado (caminhos acidentados, na tradu- Quando acionado, o Rallye, por exemplo, segura demais
ção livre do inglês), a tipografia utilizada remete ao as trocas do câmbio PDK de dupla embreagem e oito
patrocinador da Porsche no Dakar dos anos 1980, a marchas. Um pouco mais adiante, a paisagem muda.
antiga marca de cigarros Rothmans. As amplas casas de telhados coloridos praticamente
Além de receber adereços estéticos, o 911 tomados pela neve e com SUVs da Subaru na garagem
Foram feitos Dakar passou por consideráveis modificações para dão lugar a uma rodovia de pistas amplas e motoris-
apenas 2,5 mil
exemplares, já encarar terrenos difíceis, fazendo jus ao adesivo na tas civilizados. É hora de alternar o modo de condução
esgotados porta. De cara, a altura em relação ao solo foi eleva- para Sport e ver se o Dakar é tão capaz quanto qualquer

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DAKAR
R$ 1.799.000

Nossa penúltima parada do test drive é na es-


outro 911 nos terrenos onde o cupê habitualmente
se destaca. Pressiono o pedal do acelerador com vi- tação de esqui de Stoneham. Como não sou de fer- FICHA TÉCNICA
gor e o boxer 3.0 biturbo de seis cilindros respon- ro, aproveito o terreno aberto e com alguma neve MOTOR
de com um ronco encorpado e aceleração instantâ- na pista para brincar com o Dakar no estaciona- Traseiro, longitudinal,
nea. Não seria para menos. É o mesmo motor usado mento vazio. Com o volante virado, uma leve pres- 6 cil. contrapostos, 3.0,
24V, biturbo, gasolina
no 911 GTS. São 480 cv e 58,1 kgfm, capazes de em- são no acelerador já é suficiente para fazer a trasei-
purrar o esportivo de zero a 100 km/h em apenas ra deslizar. Algo divertido em local controlado, mas POTÊNCIA

3,4 segundos. Pode não ser o mais rápido dos Pors- aterrorizante em uma estrada com outros veículos 480 cv a 6.500 rpm
che, mas é o único 911 capaz de se enfiar em ter- no sentido contrário. Felizmente não passamos por TORQUE
renos acidentados. Até por isso, parece ser o mais nenhuma situação de risco. 58,1 kgfm a 2.300 rpm
apropriado para o solo brasileiro, o que nos leva de Voltando ao charmoso centro de Quebec, ob-
CÂMBIO
volta às vias de menor velocidade. servo o estilo de vida de uma cidade que rece-
Com certo acúmulo de detritos, rodamos qui- be, em média, 350 milímetros de neve em janeiro. Dupla embreagem,
7 marchas, tração
lômetros a fio sem que o chassi transmitisse qual- Os motoristas são obrigados a usar pneus de inver- integral
quer irregularidade para a cabine ou as costas dos no, trabalho dispensado no Dakar, que já vem cal- DIREÇÃO
passageiros. A suspensão elevada e os pneus mais çado para terrenos como esses. Em meio a tantos
Elétrica
“carnudos” fazem o 911 quase parecer um Macan. SUVs e crossovers, penso que a Porsche poderia ter
Mas a direção precisa, como um relógio suíço, e o dado vida a um 911 como o Dakar muitos anos atrás. SUSPENSÃO
típico ronco do motor boxer não nos deixam esque- Afinal, mais do que homenagear um improvável Independente,
cer de que estamos a bordo do maior ícone da Pors- campeão de rali, os alemães criaram um esportivo McPherson (diant.)
e multilink (tras.)
che. Parece o extremo opos- do mais alto nível, que combina um desempenho
FREIOS
to de um GT3, por exemplo. No de tirar o fôlego com a versatilidade necessária pa-
Ângulo de ataque entanto, curiosamente, é dessa ra encarar terrenos difíceis — seja uma duna, seja Discos ventilados
fica próximo ao versão extrema que a Porsche uma rua cheia de neve, seja apenas uma avenida
de SUVs urbanos PNEUS
como o VW Nivus extraiu a fixação para o motor. com asfalto maltratado. 245/45 R19 (diant.)
e 295/40 R20 (tras.)
DIMENSÕES
Compr.: 4,53 metros
Largura: 1,86 m
Altura: 1,34 m
Entre-eixos: 2,45 m
TANQUE
67 litros
PORTA-MALAS
132 litros (fabricante)
PESO
1.605 kg
MULTIMÍDIA
10,9 pol., Android Auto
e Apple CarPlay

DIVULGAÇÃO
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FORD RANGER RAPTOR | R$ 448.600

FORD RANGER RAPTOR PROMETE ESPORTIVIDADE,


CAPACIDADE OFF-ROAD EXTREMA E ATÉ "VOAR",
MAS SERÁ QUE ENTREGA TUDO ISSO MESMO?
André Schaun

T
odo mundo tem um filme que marcou sua infância. O meu é Toy Story.
O lado lúdico dos brinquedos que têm vida própria sempre mexeu com
minha imaginação. Lembro de pegar a miniatura de uma caminhonete
vermelha e colocá-la à prova em várias situações: do banho de lama a
saltos acrobáticos nas rampas que eu mesmo montava no quintal. Na época,
eu só queria que aquele carrinho tivesse vida própria, como no filme. Cla-
ro que isso nunca aconteceu, mas a Ford Ranger Raptor, lançada no Brasil
por R$ 448.600, evocou essa memória adormecida em mim há muitos anos.
Aquela pequena caminhonete de brinquedo se transformou num carro de
verdade e trocou o vermelho pelo laranja! E
até a clássica frase de Buzz Lightyear, "Ao in-
finito... e além!", se encaixa nessa situação, já
que uma das promessas da Raptor é "voar".
O preço da picape gerou certa polêmica
nas redes sociais. "Com mais R$ 30 mil dá pa-
ra comprar uma F-150", disseram. Isso é ver-
dade, já que a versão de entrada do modelo,
Lariat, custa R$ 479.990. Mas o público das
duas é diferente e a Raptor promete algo que
a F-150 não tem: muita esportividade e capa-
cidade off-road extrema. Será que consegue?
A esportividade começa com a motori-
zação exclusiva dessa versão: V6 3.0 bitur-
bo a gasolina, que rende 397 cv e 54,5 kgfm. O
câmbio é automático de dez marchas, presen-
te no Mustang, na F-150 e nas Ranger conven-
cionais. Com esse conjunto, a Raptor acelera
de zero a 100 km/h em apenas 5,8 segundos,
o suficiente para ser a picape mais rápida do
Brasil. Entregar tudo o que promete de capaci-
dade off-road não é fácil. Para isso, a Ford fez
mudanças generosas em relação à versão con-
vencional, começando pelas rodas de 17 pole-
gadas com pneus 285/70 R17 de uso misto.

AO INFINIT0...
56 · a u t o e s p o r t e . c o m . b r
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Acelera como um
esportivo e tem
capacidade off-road
extrema

Como toda picape,


carroceria rola muito
quando no asfalto

EA LÉM f e v e r e i r o 2 0 2 4 · 57
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A suspensão tem amortecedores de competição da Fox Racing, tada eletronicamente (lembrando que estamos em am-
ajustados individualmente por meio de câmaras de compressão. biente controlado). A altura de 27,2 cm em relação ao so-
A Ford também trocou os feixes de molas da suspensão traseira por lo é sentida nas curvas mais fechadas e a cabine inclina
molas helicoidais, justamente para que a Raptor tenha mais equilí- muito, o que incomoda, mas já era esperado. Na hora de
brio e suporte melhor a trepidação nos terrenos fora de estrada. As parar, os discos ventilados fazem jus a um carro espor-
bitolas são 9 cm maiores. Em virtude da modificação na suspensão, tivo e seguram a picape de 2.495 kg com eficiência.
a capacidade de carga da caçamba diminuiu de 1.040 kg para 715 kg. E chega o momento de colocar a Raptor na ter-
O entre-eixos continua com 3,27 metros, mas a Raptor tem 5,36 ra. Além do modo Esporte, há outros seis: Normal, Es-
m comprimento (1 cm maior), 2,21 m de largura (+19,3 cm) e 1,93 m de corregadio, Lama/Terra, Areia, Rock Crawl e Baja. Ela
altura (+4 cm). Essa elevação da altura e o novo para-choque diantei- também oferece um piloto automático off-road, que
ro mudaram o ângulo de ataque para 32º (+2º). A capacidade de imer- controla a tração em subidas e descidas para ajudar o
são também é maior: passou de 80 cm para 85 cm. motorista em terrenos irregulares. É possível, ainda, al-
Mas vamos ao que interessa. Nosso teste foi feito no Campo de terar o modo do escapamento por meio de um botão no
Provas da Ford, em Tatuí, interior de São Paulo. Acionado o botão de canto direito do volante: Silencioso, Normal, Esporte e
partida, o ronco grave do motor V6 dá boas-vindas na cabine como Baja, que deixa o ruído mais intenso.
um bom esportivo. Na primeira (e única) volta no asfalto, seleciono o Começo pelo trajeto de areia — mais ou menos 300
modo Esporte no console central e meu pé vai fundo no acelerador. A metros —, com o modo específico acionado. O bloqueio
Raptor é forte, bem forte. Dá um tranco na arrancada e a trilha sono- do diferencial traseiro é ativado, o controle de estabili-
ra deixa qualquer motorista empolgado. A reta bem longa da pista me dade praticamente não intervém e o sistema troca a ca-
permite chegar rapidamente aos 180 km/h, velocidade máxima limi- libração dos amortecedores para off-road. O motor tra-
balha com rotações mais altas e marchas baixas (entre
primeira e terceira), a fim de manter o impulso na su-
perfície macia. A picape consegue a proeza de tracio-
nar muito bem no solo fofo e manter o desempenho.
Na sequência, encaro um terreno de terra batida
com algumas pedras — nada muito desafiador — com
o modo Baja selecionado. Essa função otimiza o carro
para condução off-road em alta velocidade, com me-
lhor entrega de torque. É simplesmente inacreditável
o trabalho da suspensão para fazer a terra irregular
parecer um asfalto liso com trepidação quase imper-
ceptível na cabine, mesmo a mais de 60 km/h. Quando
você observa outro carro passando pelo mesmo tre-
cho, pode ver claramente o curso da suspensão e co-
mo ela se molda ao solo irregular para trabalhar de

A Ford colocou
amortecedores
especiais de
competição na
Ranger Raptor

58 · a u t o e s p o r t e . c o m . b r DIVULGAÇÃO
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RANGER RAPTOR
R$ 448.660

FICHA TÉCNICA
MOTOR
Diant., longit, 3.0, V6,
biturbo, injeção direta,
gasolina
POTÊNCIA
397 cv a 6.250 rpm
TORQUE
59,4 kgfm a 3.500 rpm
CÂMBIO
Multimídia de Automático sequencial
12,4 polegadas de 10 marchas
tem Android Auto
e Apple CarPlay DIREÇÃO
sem fio
Elétrica
SUSPENSÃO
McPherson na diant., com
amortecedores Fox; indep.
na traseira
forma eficiente, mantendo a carroceria prati- tente pré-colisão com frenagem autônoma de
FREIOS
camente sem oscilações. emergência e leitura de pedestres e ciclistas;
Com o modo Escorregadio acionado, pas- assistente autônomo de frenagem em marcha Discos ventilados
so por um curto terreno de lama e logo che- a ré; assistente de manobras evasivas; con- PNEUS
go a uma subida cheia de pedras. Hora de tes- trole de velocidade adaptativo com função 285/70 R17
tar o Rock Crawl. Novamente, há bloqueio do anda-e-para; assistente de permanência em
DIMENSÕES
diferencial traseiro e a picape sobe sem qual- faixa; frenagem pós-colisão; monitoramento
quer susto, mostrando que é capaz de enfren- de ponto cego; alerta de tráfego cruzado; as- Compr.: 5,37 metros
Largura: 2,21 m
tar condições bem piores do que essa. sistente de estacionamento automático; sen- Altura: 1,93 m
Fechamos o circuito no modo Baja com sores de estacionamento dianteiros e trasei- Entre-eixos: 3,27 m
o instrutor falando “pé no acelerador”. Aten- ros; farol alto automático; reconhecimento de TANQUE
do ao pedido, acelero até os 80 km/h na terra sinais de trânsito; sete airbags. 82 litros
com cascalho para entender que a tal “esporti- Promessa cumprida: a Ford Ranger Rap-
CAÇAMBA
vidade no off-road” não era conversa da equi- tor entrega, sim, muita esportividade e capa-
pe de marketing. A picape acelera muito forte. cidade off-road, além de tecnologia e conforto. 1.226 litros (fabricante)
O banco estilo concha segura muito bem o cor- Se você tem R$ 450 mil e quer tudo isso, não PESO
po e o comportamento da suspensão, impecá- pense duas vezes. Não tem F-150 ou rival que 2.495 kg
vel no solo, mostra que todo esse trabalho de consiga juntar todas essas características tão
MULTIMÍDIA
engenharia faz qualquer amante de off-road bem. De brinde, você ainda pode “voar”. Para a
se render. Mas... calma que ainda tem a cereja criança que fazia acrobacias mil com sua ca- 12,4 pol., sensível ao
toque; conexão com
do bolo: “voar”. Afinal, estamos falando de uma minhonete vermelha em miniatura, o brin- Android Auto e Apple
CarPlay sem fio
Raptor. E é nesse momento que destravo aque- quedo virou real e de gente grande.
la memória de infância, com a caminhonete
vermelha voando pelo quintal de casa.
Dessa vez, estou dentro do carro, mas de
carona. O piloto acelera até uns 60 km/h e vai
em direção à rampa de terra. Numa fração de
segundo, embora pareça que estou vivendo em
câmera lenta naquele instante, começo a sen-
tir que todas as rodas saem do solo. Mas o que
impressiona mesmo é o “pouso”. Parafraseando
Buzz Lightyear novamente: “Isso é cair com es-
tilo!”. O sistema de amortecedores da Fox Ra-
cing identifica a ausência de atrito com o so-
lo e deixa os amortecedores mais rígidos para
não permitir que a dianteira bata no chão na
hora da queda. O protetor de cárter reforçado,
feito de aço e com 2,3 mm de espessura, con-
tra 1,7 mm das versões comuns, também está
ali para situações como essa.
Falando dos equipamentos de série, os
itens de segurança em destaque são: assis-

o u t u b r o 2 0 2 3 · 59
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A
festa está pronta e os convidados come- versary Edition tem detalhes exclusivos na
çam a chegar. A lista tem cem deles. To- carroceria. As caixas de roda e a parte infe-
dos falam português, mas com um forte rior dos para-choques são da cor da carroce-
sotaque húngaro. Pudera, viajaram mais ria. Capas dos retrovisores têm acabamento
de 9 mil km do país europeu até o Paraná. preto brilhante, bem como a moldura da gra-
Chegando a São José dos Pinhais, o tratamen- de, os logotipos da Audi e o nome do veículo,
to começa com a retirada das caixas, a pas- que dispensam os cromados.
sagem pela linha de produção e o casamento Para combinar com a boa vestimenta,
(entre conjunto mecânico e carroceria). Po- um menu bem recheado. Afinal, o Q3 An-
rém, a celebração em questão não é um ma- niversary Edition se baseia na versão topo
trimônio, e sim o aniversário de 1 ano da reto- de linha, a Performance Black, mas inclui
mada da produção da Audi (e do Q3) no Brasil. ar-condicionado de três zonas, assistente
Os convidados mencionados são os de mudança de faixa, iluminação ambien-
cem exemplares da série comemorati- te da cabine, faróis de LED Matrix e siste-
va Anniversary Edition, divididos igual-
mente nas carrocerias SUV e SUV cupê.
A edição especial foi a forma encontrada pe-
la Audi para celebrar a reativação da linha de
produção no Paraná, ainda que na modalida-
de SKD, em que os veículos chegam monta-
dos e pintados da Hungria e recebem apenas
o conjunto mecânico e outros componentes
aqui. Mesmo sem nenhuma peça produzida no
Brasil, o Q3 é considerado um carro nacional.
E, como todo brasileiro, gosta de festa.
Para a celebração, traje de gala. A série Anni-

60 · a u t o e s p o r t e . c o m . b r
DIA DE
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FESTA
AUDI Q3 ANNIVERSARY EDITION | R$ 372.990

SUV PREMIUM CELEBRA 1 ANO DE PRODUÇÃO


NACIONAL (DE NOVO), MAS O BMW X1 QUER
ATRAPALHAR AS COMEMORAÇÕES
André Paixão

DIVULGAÇÃO f e v e r e i r o 2 0 2 4 · 61
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ma de som da marca Sonos com 15 alto-falantes e


amplificador de 16 canais. Destaque para rodas de 20
polegadas com desenho exclusivo, bancos com ajus-
tes elétricos e memória para o motorista, teto solar,
quadro de instrumentos digital de 10,25 polegadas e
central multimídia com tela da mesma medida.
Para beber, apenas uma opção: gasolina. Esse é
o único combustível admitido pelo motor 2.0 turbo de
quatro cilindros, um velho conhecido dos brasileiros.
A versão atualizada alcança 231 cv e 34,7 kgfm e em-
purra o SUV de mais de 1.600 kg de zero a 100 km/h em
7 segundos. Quase o mesmo tempo que uma criança le-
va para atacar a mesa de doces em festas infantis.
Um mau hábito, daqueles comparáveis a pergun-
tar a idade do aniversariante, é o abuso da bebida. Mes-
mo com um câmbio automático de oito marchas que
trabalha de maneira competente, o consumo de com-
bustível fica em modestos 8 km/l na cidade e 10,3 km/l
Ar-condicionado na estrada. Peso e arrasto extras trazidos pela tração
é analógico na
traseira integral quattro ajudam a explicar os números.
Mas antes que o clima fique ruim, é hora dos pa-
rabéns. Basta se acomodar no banco do motorista e di-
rigir alguns quilômetros para esquecer que o generoso
tanque de 62 litros pode ficar vazio em menos de 500
km. Ao volante, o Q3 impressiona pela agilidade — mais
do que um número frio na ficha técnica, o SUV se deslo-
ca com desenvoltura, demonstrando excelente entro-
samento entre o motor 2.0 turbo e o câmbio automático
de oito marchas. O motorista ainda pode escolher entre

62 · a u t o e s p o r t e . c o m . b r
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os modos de condução Off-Road, Efficiency,


Comfort, Dynamic e Individual. Completando
a experiência, o acerto da direção deixa o con-
dutor como uma criança que ganha um brin-
quedo de aniversário. As relações são diretas
e o volante ganha peso conforme a velocida-
de aumenta. A suspensão filtra bem as imper-
feições do solo, mas o curso curto dos amor-
Desempenho,
tecedores não evita algumas pancadas secas. espaço interno
Se o Q3 de segunda geração, lançado em e acabamento
2018, ainda não sente o peso da idade quando
o assunto é dirigibilidade, começa a ficar data-
do no visual, principalmente se comparado ao
É mais antigo
grande rival, BMW X1, que estreou nova gera- e caro do que o
ção há um ano. No caso do Audi, a cabine tem grande rival
orientação horizontal, mas o console reple-
to de botões e a disposição das telas não se-
guem a mais recente identidade da marca de
Ingolstadt. O acabamento é de ótima qualida-
de e o visual é agradável, inclusive o charme motivos para reclamar. Por fim, o porta-ma-
AUDI Q3 ANNIVERSARY EDITION
da iluminação ambiente que “pinta” frisos e o las acomoda generosos 530 litros, suficientes R$ 372.990
logotipo quattro de 30 diferentes tonalidades. para levar caixas e mais caixas de presentes.
Com ou sem cores, a impressão é de que o in-
terior envelheceu mais rápido do que deveria.
Antes de os garçons começarem a le-
vantar as cadeiras, é hora de acertar as con-
FICHA TÉCNICA
MOTOR
Um vacilo: o ar-condicionado para os tas. A etiqueta do Q3 Anniversary Edition é
bancos traseiros não é digital. O ajuste ana- a mais alta da família. São necessários R$ Dianteiro, transv., 4 cil. em
linha, 2.0, turbo, gasolina
lógico é feito por meio de um seletor circu- 372.990 para colocar um dos 50 exemplares
lar semelhante ao que regula o fluxo de ven- na garagem. E esse é o momento em que o ar- POTÊNCIA

to. Mas com os 2,68 metros de entre-eixos do rependimento pode bater. Afinal, basta atra- 231 cv a 5.000 rpm
carro, os passageiros que viajam ali não têm vessar a rua e entrar no buffet da BMW. TORQUE
34,7 kgfm a 1.700 rpm
CÂMBIO
Automático, 8 marchas,
tração integral
DIREÇÃO
Elétrica
SUSPENSÃO
Independente, McPherson
(diant.) e multilink (tras.)
FREIOS
Discos ventilados
PNEUS
255/40 R20
DIMENSÕES
Compr.: 4,48 metros
Largura: 1,85 m
Altura: 1,57 m
Entre-eixos: 2,68 m
TANQUE
62 litros
PORTA-MALAS
530 litros (fabricante)
PESO
1.673 kg
MULTIMÍDIA
Acabamento é 10,25 polegadas, Android
bom, mas o visual Auto e Apple CarPlay
não é o mais
moderno da Audi

f e v e r e i r o 2 0 2 4 · 63
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GIGANTE GWM HAVAL H6 GT | R$ 315 MIL

UM SUV CHINÊS DE 2 TONELADAS PODE SER


UM CARRO ESPORTIVO? PELO MENOS NOS
NÚMEROS, O HAVAL H6 GT MOSTRA QUE SIM

EMERGENTE
André Paixão

64 · a u t o e s p o r t e . c o m . b r
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P
orsche, Ford, Nissan, Mercedes-Benz, Ferra- de combustível de 55 litros, seu alcance máximo em
ri. Todas essas fabricantes já utilizaram a sigla ciclo rodoviário pode superar 1.000 km, distância sufi-
GT ao menos uma vez em seus carros esporti- ciente para sair de Mônaco, passar em Maranello, casa
vos. As duas letras, que podem significar Gran da Ferrari, e seguir viagem até Stuttgart, sede da Pors-
Turismo ou Gran Tourer, definem um tipo específico che. Ou, como estamos falando de uma marca chinesa,
de carro esportivo que pode percorrer grandes dis- ir de Xangai a Hebei, onde está sediada a GWM.
tâncias. Eis que o personagem deste texto também Com um corpão de SUV, fica difícil defender o
carrega o sobrenome GT. O improvável candidato é H6 como um GT puro. Porém, se a Porsche pode co-
o GWM Haval H6 GT, um SUV cupê híbrido plug-in locar o sobrenome em um Cayenne, por que a GWM
que atualmente ocupa o posto de veículo mais caro não estaria liberada para fazer o mesmo? A diferen-
da marca no Brasil. Custa R$ 315 mil e é um rival pa- ça é que o modelo vindo da China exagera em alguns
ra todos os utilitários esportivos médios de marcas elementos estilísticos. O para-choque traseiro tem
generalistas ou compactos de luxo. dois enormes difusores falsos e três faixas reflexi-
Mas será que o H6 GT faz jus à tão lendária sigla? vas. Como se essas menções à esportividade não fos-
Considerando as longas distâncias percorridas, cer- sem o bastante, os designers resolveram adotar dois
tamente. Afinal, com autonomia de 116 km em modo spoilers, um na dobra da tampa do porta-malas e ou-
apenas elétrico (segundo o Inmetro), mais um tanque tro acima do vidro traseiro. Por fim, uma barra com

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SUV cupê tem tra- acabamento que imita fibra de carbono faz a li- mil. Isso significa que a parte a combustão fi-
seira bem resolvida, gação entre as lanternas. ca por conta de uma pequena unidade 1.5 turbo
mas os elementos
que remetem à Mas é preciso admitir que o Haval H6 GT tem de quatro cilindros a gasolina, com 171 cv e 29
esportividade são presença. A queda do teto em estilo cupê foi bem kgfm. Outros dois motores elétricos, um em cada
exagerados
executada — e essa é uma das tarefas mais difíceis eixo, completam o trem de força, rendendo 136
em carros com tal proposta. Tão criticados em al- cv e 25 kgfm cada. Combinados, os três entregam
guns modelos, os apliques plásticos nas caixas de abundantes 393 cv de potência. Como referência,
roda ajudam a melhorar a proporção na lateral da um Porsche Macan S tem números semelhantes:
carroceria. As rodas de 19 polegadas escurecidas 380 cv e zero a 100 km/h em 4,8 s. Mas o pujan-
estão no tom correto para um veículo com concei- te torque de 77,7 kgfm faz as arrancadas pare-
to esportivo. Olhando para o H6 GT, penso se o re- cerem as de um carro elétrico. Aliás, na grande
sultado não seria mais harmônico caso a GWM to- maioria das vezes, o H6 GT funciona como um
masse a direção do luxo em vez da esportividade. carro elétrico auxiliado por um motor a combus-
Como decidiu pela segunda opção, ao me- tão. Mesmo no modo híbrido, o SUV privilegia os
nos o conjunto da obra está bem-feito. Como todo propulsores limpos em emissões. O segredo está
bom GT, o desempenho do carro é acima da mé- no câmbio, com apenas duas marchas mecânicas
dia, como teria de ser. Ir de zero a 100 km/h em operantes em velocidades de cruzeiro (o restante
Autonomia no 4,8 segundos certamente o coloca no seleto gru- das relações é preenchido pelos motores elétri-
modo elétrico e po de SUVs esportivos, ao menos nos números e cos), além do parrudo kit de baterias de 34 kWh,
desempenho
com o perdão da redundância. A forma como isso capacidade digna de um elétrico puro.
acontece é assunto para daqui a pouco. Ainda existe a possibilidade de travar a au-
Antes, falemos do conjunto mecânico. Ape- tonomia e usar apenas o motor a combustão,
Ergonomia e
sensibilidade sar de ter carroceria exclusiva, os motores e ba- guardando o alcance elétrico para mais tarde.
do pedal de freio terias são idênticos aos do H6 PHEV, de R$ 269 Ou utilizar o 1.5 turbo como gerador, no entanto

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achei essa forma pouco eficiente. O conselho é bém na cabine. Apliques de plástico imitando
GWM HAVAL H6 GT
espetar o H6 em um ponto de recarga sempre fibra de carbono podem ser de gosto questio- R$ 315 MIL
que possível, até porque ele permite carrega- nável, mas a qualidade do acabamento condiz
mento rápido em corrente contínua (DC) a até
48 kW, o que deixa o pacote cheio em menos
com o preço. E a lista de itens de série até sur-
preende. Além de auxílios à condução, há um
FICHA TÉCNICA
MOTORES
de meia hora. Em aparelhos de corrente alter- sensor que “dedura” distrações do motorista.
nada (AC), a carga total leva cinco horas. Central multimídia, quadro de instrumentos di- Dianteiro, transversal,
gasolina, turbo,
Se as arrancadas são típicas dos GT da gital, teto solar gigante, porta-malas com aber- 16V, injeção direta
Porsche, o mesmo não pode ser dito do com- tura elétrica, sensor de chuva e faróis de LED + dois elétricos
portamento dinâmico. Porém, não podemos fecham o pacote. Ou quase: não poderiam fal- POTÊNCIA
condenar um carro que custa metade do preço tar bancos com ajustes elétricos e a inscrição 393 cv (combinados)
de um Macan. Em relação ao H6 SUV, amorte- GT bordada em vermelho nos encostos.
TORQUE
cedores e acerto de suspensão são mais rígidos. É improvável imaginar que um SUV de 2
toneladas sem a grife de marcas alemãs ou ita- 77,7 kgfm (combinados)
Ainda assim, há certa oscilação da carroceria
nas curvas. Mas o que incomoda mesmo são os lianas justifique um sobrenome tão forte co- CÂMBIO
freios. É preciso pressionar o pedal com força e mo GT. E não cometamos a heresia de colocar DCT, duas marchas;
antecipadamente para conseguir o efeito dese- o Haval H6 no mesmo patamar de Porsche ou tração integral
jado. A longo prazo, o motorista até se acostu- BMW. No entanto, no cenário atual dos SUVs DIREÇÃO
ma, mas a primeira impressão não é boa. médios no Brasil, o chinês consegue estabele- Elétrica
Fora isso, o H6 GT se diferencia do H6 con- cer um novo parâmetro de desempenho, con-
SUSPENSÃO
vencional por trazer menções esportivas tam- sumo e equipamentos.
Indep., McPherson (diant.)
e multibraços (tras.)
FREIOS
Discos ventilados (diant.)
e sólidos (tras.)
PNEUS
235/55 R19
DIMENSÕES
Compr.: 4,73 metros
Largura: 1,94 m
Altura: 1,73 m
Entre-eixos: 2,74 m
TANQUE
55 litros
PORTA-MALAS
515 litros (fabricante)
PESO
Apliques que
lembram fibra 2.050 kg
de carbono e
sigla bordada MULTIMÍDIA
nos bancos são 12,3 pol., compatível com
exclusivos da Apple CarPlay e Android Auto
versão GT

f e v e r e i r o 2 0 2 4 · 67
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Equilíbrio entre
desempenho para se
divertir e conforto para
rodar no dia a dia

Custa quase R$ 150


mil e não tem ACC;
comandos do ar-condi-
cionado pouco intuitivos

68 · a u t o e s p o r t e . c o m . b r
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DIVERSÃO
TODO DIA
VOLKSWAGEN POLO GTS | R$ 146.790

VERSÃO APIMENTADA DO HATCH COMPACTO


SE DESTACA PELA VERSATILIDADE E PODE
SER O "DAILY CAR" IDEAL Cauê Lira

V
ersatilidade é a melhor característica que
algo (ou alguém) pode ter. A roupa de quali-
dade serve para os dias frescos, mas prote-
ge contra o vento gelado. O lateral habilido-
so dá suporte ao ataque, mas volta para defender
quando precisa. Do mesmo modo, o Volkswagen
Polo GTS se mostra um carro ideal para o dia a
dia, mas funciona bem como um “toy car” para
quem busca doses de diversão ao volante. Essas
duas qualidades nem sempre andam juntas.
O Polo GTS com novo visual parte de R$
146.790. Desde que o Renault Sandero RS deixou
de ser produzido, em 2022, o Volkswagen tor-
nou-se o único hatch compacto esportivo à ven-
da no país. E se você procura, por esse valor, um
carro bacana e estiloso para andar na cidade, po-
de considerá-lo em sua lista de desejos.
Talvez o Polo GTS seja um dos carros mais
bonitos da Volkswagen atualmente. Os novos fa-
róis matriciais IQ.Light chamam muito a aten-
ção, ainda mais durante a noite, e não ofuscam
os motoristas no sentido contrário. O visual for-
mado por um filete de LED cortando a grade e um
friso vermelho frontal caiu bem no modelo.
Na traseira, há um pequeno spoiler na par-
te superior do vidro e ponteira dupla de escape.
Os grafismos das lanternas são bem diferentes
em comparação com as versões Comfortline e
Highline. Vale destacar o desenho das rodas de

DIVULGAÇÃO f e v e r e i r o 2 0 2 4 · 69
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18 polegadas, que agora vêm de série, e os vários em-


blemas GTS colados na carroceria.
Ao abrir a porta, outras insígnias em referência
ao nome da versão surgem na soleira, nos tapetes e
bancos. Há um ou outro detalhe vermelho no painel
para trazer ares de esportividade, mas, no geral, o Po-
lo GTS é muito semelhante ao Highline. A novidade da
linha 2024 fica por conta do ar-condicionado Clima-
tronic Touch e do carregador de celular por indução.
Ainda que o estilo do ar-condicionado seja mini-
malista, o sistema Climatronic Touch é um tanto im-
preciso. No lugar de botões giratórios e cliques, a
Volkswagen instalou um pequeno painel sensível ao
toque, no qual é preciso deslizar os dedos a fim de mu-
dar a temperatura ou a intensidade. O motorista terá
de olhar para o instrumento toda vez que quiser fazer
alguma mudança, e ainda correrá o risco de apertar ou-
tro botão por acidente. O painel de instrumentos digital
de 10,25 polegadas mantém o estilo e a boa funciona-
lidade. Já a central multimídia VW Play, de 10”, é uma
das melhores do mercado em virtude do uso intuitivo
e descomplicado. E, aparentemente, as questões de tra-
vamentos e superaquecimento foram resolvidas.
Não espere acabamento tão elaborado, pois o in-
terior do Polo é feito majoritariamente de plástico. O
“tchan” da versão GTS está na dirigibilidade. Lembro
de quando fui ao Autódromo da Capuava para dirigir
seu protótipo, ainda em 2019, ao lado do ex-chefe de

Visual é esportivo
sem ser exagerado;
o GTS oferece um
pequeno spoiler
traseiro e saída
dupla de escape

70 · a u t o e s p o r t e . c o m . b r
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VOLKSWAGEN POLO GTS


R$ 146.790

FICHA TÉCNICA
MOTORES
Diant., trans., 4 cil. em
linha, 1.4, 16V, turbo, flex
POTÊNCIA
150 cv a 4.500 rpm
TORQUE
25,5 kgfm a 1.500 rpm
CÂMBIO
Automático, 6 marchas
DIREÇÃO
Elétrica
SUSPENSÃO
Indep., McPherson (diant.)
e eixo de torção (tras.)
FREIOS
Discos ventilados (diant.)
e sólidos (tras.)
PNEUS
Acabamento
lembra o da versão 205/45 R18
Highline, mas DIMENSÕES
detalhes vermelhos
adicionam um pouco Compr.: 4,07 metros
mais de charme Largura: 1,75 m
Altura: 1,48 m
Entre-eixos: 2,56 m
PORTA-MALAS
300 litros
engenharia da VW, José Loureiro. Ele expli- do solo são adequados para rodar na cidade
VEL. MÁXIMA
cou que a intenção era oferecer um carro de sem sofrer calafrios com medo de raspar o pa-
comportamento mais recatado, mas que ain- ra-choque a cada valeta. Ainda assim, vale ter 206 km/h
da pudesse proporcionar prazer. Isso ficou certo cuidado nas saídas de garagem. ZERO A 100 KM/H
claro após algumas voltas, que exigiram mui- Caso o Polo GTS seja recatado demais 8,3 segundos (fabricante)
to do estômago do engenheiro, hoje aposenta- para o seu perfil, é possível customizá-lo em
PESO
do, no banco do passageiro. uma oficina da Oettinger por R$ 16.990 sem
Nesse sentido, o antigo Sandero RS era perder a garantia de fábrica. Com ajustes na 1.220 kg
muito mais “raiz” do que o Polo GTS. Porém, central de gerenciamento eletrônico, os nú- MULTIMÍDIA
do Renault, lembro apenas da aspereza e da meros podem saltar para 200 cv e 37,7 kgfm. 10 polegadas, sensível ao
suspensão rígida. Em outras palavras, era O serviço tem dois anos de garantia e vem toque, com Android Auto
e Apple CarPlay sem fio
quase um carro de track-day, muito difícil de com certificado da matriz alemã.
ser manuseado nas vias públicas.
Já o GTS tem a proposta de agradar no
dia a dia. Seu motor 1.4 turbo desenvolve bons
150 cv de potência a 4.500 rpm e 25,5 kgfm de
torque a 1.500 rpm, suficientes para acelerar
de zero a 100 km/h em 8,3 segundos. O câmbio
automático tem seis marchas e há aletas para
trocas atrás do volante.
O hatch está longe de grudar as costas do
motorista no assento em acelerações vigoro-
sas. Tampouco traz um acerto de suspensão
capaz de arrancar as obturações do condu-
tor. Trata-se de um carro neutro e comedido,
que passa tranquilamente por lombadas e evi-
ta solavancos bruscos ao trocar de marcha.
Tanto o ângulo de ataque quanto o vão livre

f e v e r e i r o 2 0 2 4 · 71
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TESTE RÁPIDO
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NISSAN KICKS XPLAY | R$ 140.490

BRINCANDO DE
EXCLUSIVIDADE

SUV tem visual


exclusivo e bom espaço
interno, e é econômico

Pacote é quase o
mesmo do Advance Pack
Plus, mas preço tem
acréscimo de R$ 5.300

72 · a u t o e s p o r t e . c o m . b r
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S
EDIÇÃO LIMITADA TEM éries limitadas de carros surgem a todo momento no Brasil. Algumas delas
PRATICAMENTE O MESMO são criadas para homenagear acontecimentos importantes. Outras são de-
PACOTE DA VERSÃO senvolvidas somente para trazer exclusividade a veículos já consolidados no
ADVANCE PACK PLUS, MAS mercado. Este é o caso do Nissan Kicks XPlay, que custa R$ 140.490.
COBRA MAIS PELOS ITENS Esta é a terceira vez que a marca japonesa aposta na edição limitada. O mo-
DE ESTILO. VALE A PENA? delo chegou ao mercado em 2021 e foi o primeiro automóvel do Brasil vinculado
Vitória Drehmer
a um Non Fungible Token (NFT). Apesar do nome difícil, estamos falando apenas
de um certificado de arte digital. Mas o item só foi oferecido na edição inaugural
do SUV compacto. Desde 2022, quando a segunda versão foi lançada, ficamos só
com a sigla XPlay e o visual diferenciado. A terceira é essa que você vê nas fotos.
A configuração deixou de lado as opções anteriores de cores, branca e cin-
za, e agora mescla o preto com um tom de vermelho chamado Malbec. Essa to-
nalidade aparece na parte inferior do para-choque dianteiro, nas laterais, na ca-
pa dos retrovisores e na minúscula placa com o número de série do veículo em
uma das linhas da grade dianteira. A escolha de cores deixa a atual edição do
Kicks XPlay menos chamativa do que as anteriores — o que não é um ponto nega-
tivo. Mas não é só na cor que a série limitada se diferencia. Na parte externa, há
ainda um aerofólio integrado ao teto e rodas de liga leve de 17 polegadas com aca-

DIVULGAÇÃO f e v e r e i r o 2 0 2 3 · 73
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T E S T AE MROÁSP I D O
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bamento em preto brilhante. Adesivos da edição es-


pecial estão na parte superior da coluna C e na tam-
pa do porta-malas. Este, aliás, preserva os bons 432
litros de capacidade — um dos maiores volumes da
categoria. No interior, os bancos de couro misturam
revestimento preto e cinza e trazem costuras verme-
lhas. O emblema XPlay é bordado nos dois encostos
lombares dianteiros. Os tapetes e as soleiras são per-
sonalizados com o tema alusivo à série especial, que
ainda traz detalhes vermelhos no volante, no painel,
nas portas e nas saídas frontais do ar-condicionado.
Entre os equipamentos de série estão seis air-
bags, controlador de velocidade, câmera traseira
de estacionamento, monitoramento da pressão dos
pneus, assistente de partida em rampa e controles de
estabilidade e de tração. O quadro de instrumentos
parcialmente digital de 7 polegadas e a central mul-
timídia de 8 polegadas têm conexão com Apple Car- Kicks XPlay é
Play e Android Auto, mas só por cabo. Até então, na- limitado a mil
unidades no Brasil;
da diferente do que é oferecido na versão Advance, número de série
com uma singularidade: carregador de celular por in- aparece em placa
na grade dianteira
dução (presente apenas na topo de linha, Exclusive).
Como já se esperaria, a edição XPlay tem o mes-
mo motor das demais configurações: 1.6 de qua-
tro cilindros flex aspirado que entrega até 113 cv de
potência e 15,5 kgfm de torque. O câmbio é sempre
automático do tipo CVT. O Kicks, aliás, é uma exce-
ção do segmento, pois é o último SUV compacto a
ainda não entrar na era turbinada. Isso deve mudar

74 · a u t o e s p o r t e . c o m . b r
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NISSAN KICKS XPLAY


R$ 140.990

FICHA TÉCNICA
MOTOR
Diant., transv., 4 cilindros
em linha, 16V, 1.6, flex
POTÊNCIA
113 cv a 5.600 rpm
TORQUE
15,5 kgfm a 4.000 rpm
CÂMBIO
Automático, CVT,
tração dianteira
DIREÇÃO
Elétrica
SUSPENSÃO
Indep., McPherson (diant.)
e eixo de torção (tras.)
FREIOS

Volante, painel, Discos ventilados (diant.)


portas e saídas do e tambores (tras.)
ar-condicionado PNEUS
têm detalhes
vermelhos 205/55 R17
DIMENSÕES
Compr.: 4,31 metros
Largura: 1,76 m
Altura: 1,59 m
Entre-eixos: 2,61 m
em breve — e os futuros donos do SUV vão que traz praticamente os mesmos equipa- TANQUE
agradecer. Não pelo uso no dia a dia, já que mentos e custa R$ 5.300 a menos. Ou então,
41 litros
o conjunto mecânico atual não deixa o mo- com mais R$ 6.300, você consegue levar para
torista na mão. Contudo, se você precisar de casa a opção topo de linha da gama do Kicks PORTA-MALAS
torque ou elasticidade para fazer ultrapassa- 2024, Exclusive, que adiciona câmera com vi- 432 litros (fabricante)
gens em estradas, ficará um pouco decepcio- são 360 graus, sistema de som da marca Bose, PESO
nado: o Kicks XPlay leva longos 11,9 segun- faróis full-LED, dois alto-falantes no encosto
1.136 kg
dos para ir de zero a 100 km/h, e as rotações de cabeça do motorista e ar-condicionado au-
MULTIMÍDIA
altas fazem o propulsor transferir muito ruí- tomático digital. A escolha depende só do seu
do para dentro da cabine. gosto e do seu bolso. 8", Android Auto e Apple
CarPlay (com fio)
Fora isso, o Kicks segue sendo uma boa
referência nos quesitos direção e espaço in-
terno. A posição de dirigir é excelente e os
bancos, muito confortáveis. Passar horas
dentro dele não é um problema — nem para
quem vai no banco de trás. Isso porque são
2,62 metros de entre-eixos, medida maior do
que a de Chevrolet Tracker e Jeep Renegade
(2,57 m). O consumo de combustível é outro
ponto positivo. Com gasolina, o SUV faz 11,4
km/l na cidade e 13,9 km/l na estrada.
Mas, afinal, vale a pena colocar o Nis-
san Kicks XPlay na garagem? Além de ter de-
sign diferenciado, a edição é limitada a ape-
nas 1.360 unidades — e só mil são oferecidas
para o Brasil. Portanto, se você é daqueles fãs
de exclusividade, a resposta é sim.
Caso contrário, uma boa opção pode ser
a versão intermediária, Advance Pack Plus,

f e v e r e i r o 2 0 2 4 · 75
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MUNDO SOBRE RODAS

LAMBORGHINI LANZADOR

CONCEITO ANTECIPA O PRIMEIRO CARRO ELÉTRICO DA


MARCA ITALIANA QUE SERÁ LANÇADO APENAS EM 2028
Joaquim Oliveira/Press-Inform

SILÊNCIO
76 · a u t o e s p o r t e . c o m . b r
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DIVULGAÇÃO
NA ARENA f e v e r e i r o 2 0 2 4 · 77
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MSR
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A
comunidade de fãs da Lamborghini rece-
beu o conceito Lanzador, o primeiro carro
elétrico da marca, com muito entusiasmo
durante sua apresentação em Pebble Bea-
ch (EUA). A empolgação faz lembrar de quan-
do conhecemos o Urus, ainda como concei-
to, quando a ideia da marca italiana de ter um
SUV ainda parecia insana.
Por mais que os multimilionários este-
jam impacientes para assinar os formulá-
rios de transferência e levar o carro para ca-
sa, recomendamos bastante paciência. Isso
porque terão de esperar quase cinco anos até
que o Lanzador efetivamente faça história e
se torne o primeiro esportivo elétrico feito em
Sant´Agata Bolognese (Itália).
É muito tempo para sonhar com o Lanza-
dor, mas esta foi a oportunidade perfeita pa-
ra dirigir o crossover de 5 metros de compri-
mento por alguns quilômetros. Dificilmente
existiria cenário melhor do que a estrada se-
miprivada 17-Mile Drive, a carismática rota
decorada por mansões na costa californiana.
A exclusividade dessa experiência fica
marcada pelo cuidado que
é preciso ter para entrar
no Lanzador. Trata-se de Esse é apenas
um protótipo em etapas um protótipo,
mas podemos
iniciais de desenvolvi- esperar um visual
mento, e danificá-lo resul- bem semelhante
no modelo de
taria numa conta dolosa. produção

78 · a u t o e s p o r t e . c o m . b r
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A Lamborghini pagaria, mas provavelmente


nos excluiria de eventos desse tipo no futuro…
Esse aspecto rústico do protótipo preo-
cupou a fabricante em outros momentos. Não
há limpador de para-brisa, fator que encucou
o diretor técnico da marca, Rouver Mohr, que
estava sentado ao meu lado antes de come-
çar a chover. Com sua autorização, pressiono
o botão start no painel bem elevado que sepa-
ra motorista e copiloto. Os instrumentos ime-
diatamente ganham vida.

TOURO SUSTENTÁVEL
Quem nada sabe desse projeto poderia achar
que se trata de um planador espacial de uma
galáxia distante. Ao contrário do Urus, o Lan-
zador terá apenas duas portas mesmo na ver- Primeiro carro sole nascem de carbono regenerado. Ainda assim, a
são final de produção em série, apesar de ha- elétrico faz a Lamborghini continua a apostar no couro animal,
marca preparar
ver quatro bancos individuais no interior com mudanças em mesmo que curtido de forma sustentável. A água
espaço para acomodar adultos. Por dentro, o sua linha de usada na fábrica é reaproveitada da produção de
montagem
crossover será o Lamborghini mais sustentá- na Itália azeite da região de Sant´Agata Bolognese. Outros
vel da história, com os painéis das portas fei- componentes, segundo a marca, são oriundos de
tos de lã e até nylon reciclado. garrafas plásticas.
A maioria dos acabamentos invisíveis, Nas duas telas digitais, diante do motorista e
como a espuma dos assentos esportivos, são do passageiro dianteiro, há números e animações
feitos de materiais ecológicos modelados em que ganham vida à medida que o colosso começa a
impressoras 3D; já as fibras utilizadas no con- se mover quase silenciosamente. Os ruídos de tri-

UM TOURO
MUDO...

f e v e r e i r o 2 0 2 4 · 79
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MSR
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turação e rangidos são típicos de um protótipo em


fase inicial de projeto. Vale lembrar que esse con-
ceito se destina mais a desfilar e receber aplausos
em grandes eventos do que a ser guiado, mesmo que
por alguns quilômetros.
Já com alguma pressão no pedal do acelerador,
rumamos em direção à Baía Espanhola. “É preciso
ter bastante cuidado ao guiar”, explicou Mohr cal-
mamente. “O carro utiliza um sistema drive-by-wi-
re, que ocasionalmente realiza novos cálculos em
função do ângulo de direção.” Dito e feito. O zumbi-
do da propulsão elétrica vai elevando os decibéis,
ainda que o velocímetro marque apenas 40 km/h —
muito aquém do que, mais tarde, seus 1.360 cv de-
vem proporcionar. Segundo a Lamborghini, o Lan-
zador deve passar de 300 km/h, revelando muita
energia e drama para um modelo elétrico batizado
com o nome de um touro que deixou em êxtase uma
praça de Madrid em 1993.
Só mesmo em um ambien-
te semicontrolado esse labora-
tório sobre rodas pode passear
livremente. Meu copiloto alter- É provável que
nou várias funções usando o co- o Lanzador seja
mando que parece ter sido tele- usado como base
para um carro da
transportado do futuro para a Bugatti no futuro

80 · a u t o e s p o r t e . c o m . b r
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... PARA CALAR


A TODOS

Lanzador vai atualidade. Mais tarde, na ver- portivos, as canaletas que carregam o ar pela
simular o som são final, estarão ativos dife- carroceria ficam escondidas.
de um motor
a combustão? rentes programas de condu- Tal como Huracan e Revuelto, o Lanzador
O tempo dirá... ção. Será possível até variar a dispõe de módulos aerodinâmicos que, depen-
forma pela qual um megawatt dendo do modo de dirigir e da velocidade, garan-
é colocado na estrada por meio tem máxima carga de contato ou resistência mí-
do sistema de vetorização de nima ao ar. Assim, o esportivo pode ficar mais
torque. A energia deriva de uma bateria de cerca veloz ou econômico, conforme a preferência do
de 100 kWh que fica deitada entre os eixos, mas motorista. Entre seus truques, o Lanzador ainda
ainda não sabemos nada sobre seu desempenho. pode abrir a banda de ar dianteira para melhorar
Espere uma aceleração balística e instantânea. os canais de arrefecimento dos freios. Podemos
O chassis está dotado de suspensão pneu- esperar um carro pregado ao chão.
mática variável com eixo traseiro direcional. O Lanzador chegará às lojas apenas em 2028,
“Para nós, a eletrificação não impõe limitações. com visual bem próximo ao do protótipo que diri-
Trata-se de uma oportunidade inteligente pa- gi nos EUA. Até lá, centenas de milionários fica-
ra desenvolver mais potência e melhorar o pra- rão chupando o dedo enquanto aguardam um dos
zer de dirigir”, explica Rohr. Sua equipe se empe- melhores Lamborghini de todos os tempos.
nhou na aerodinâmica adaptável, uma vez que, O futuro é empolgante para a marca desse
ao contrário do que ocorre com os modelos es- touro enraivecido.

f e v e r e i r o 2 0 2 4 · 81
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M UE MN DÓ OR I SA O B R E R O D A S

82 · a u t o e s p o r t e . c o m . b r
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LEGADO
À PROVA
DE CLÁSSICOS DOS ANOS 1950 ATÉ RENEGADE:
JEEP REÚNE CARROS ANTIGOS (E NOVOS) EM
EVENTO OFF-ROAD Marcos Rozen

L
ogo depois de voltar a produzir veículos no país, em 2015,
a Jeep do Brasil passou a chamar os clientes da marca de
“Jeepers”. A ideia, possivelmente gestada em uma sala de
agência de publicidade com ar-condicionado e mobília
descolada, era justificada com uma declaração do tipo “alinha-
mento global” ou algo do gênero.
Assim, a Jeep do Brasil acabou separando seus fãs e con-
sumidores em dois blocos. Os “Jeepers” seriam os clientes dos
modelos novos, como Renegade, Compass e afins, enquanto os
“Jipeiros” representariam o grupo de pessoas que têm ou ad-
miram os modelos (bem) mais antigos, como o Jeep Willys, a
Rural, a F-75 e outros. Isso, de certa forma, tornava o “Jeeper”
um “Jipeiro Gourmet”.
Vale lembrar que a Jeep, no Brasil, viveu um longo hiato
como fabricante nacional. Saiu em 1983, quando a Ford inter-
rompeu em São Bernardo do Campo a produção do Jeep tradi-
cional (o CJ-5, então chamado Jeep Ford), herdado da Willys,
empresa que detinha os direitos da marca Jeep por aqui, e só
retornou a essa condição 33 anos depois, com a inauguração
da fábrica da Fiat Chrysler Automobiles (FCA) em Goiana, Per-
nambuco, quando iniciou a produção local do Renegade.

f e v e r e i r o 2 0 2 4 · 83
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M SE MR Ó R I A
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Alguns flashes ocorreram nesse intervalo, co-


mo a importação de modelos a partir de meados dos
anos 1990, mas nada realmente impactante. É im-
portante registar que nesse período a Chrysler, do-
na da Jeep, também viveu momentos conturbados
na matriz, nos Estados Unidos — como durante a cri-
se financeira global de 2008 —, que atrapalharam ou
atrasaram planos para o mercado nacional.
Mas agora estamos em 2024. A Chrysler foi
adquirida pela Fiat e, depois, entrou para o grupo
Stellantis, um dos atuais gigantes mundiais da in-
dústria automobilística, dono de uma infinidade de
marcas — entre elas, a Jeep.
Finalmente, a Jeep do Brasil acertou os pon-
teiros com seu passado — e, felizmente, abandonou
o termo “Jeeper”. Agora todos os clientes e admira-
dores da marca são considerados jipeiros, o que faz
mais sentido: a Jeep é a única que pode se gabar da
existência de uma expressão popular tão íntima e
carinhosa para definir a relação com seu público.
Não existem “volkseiros”, “fiateiros”, “chevro-
leiros”, “renaulteiros”, “landroveiros”; só mesmo ji-
peiros. Isso reforça ainda a conotação de que o no-
me da marca, por si só, representa um segmento
inteiro: todos os veículos com alguma capacidade
fora de estrada são comumente chamados aqui de

Chamado de Jeep
Legacy, evento
reuniu desde os
carros clássicos
da marca até
os mais atuais

84 · a u t o e s p o r t e . c o m . b r
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Jeep Grand Che- “jipes” ou até de “jipinhos”, algo que certamente e um Willys 1950 equipado com um inusitado por-
rokee V8 Limited incomoda a concorrência. ta-malas, vendido como acessório original à época.
1995 em ótimo
estado de conser- Para provar que finalmente perdeu a vergo- Apresentações feitas, todos saíram para pas-
vação, originário nha de sua origem, a Jeep realizou, no dia 23 de sear na terra, lugar onde os Jeeps (particularmen-
de importação
independente novembro do ano passado, o evento Jeep Lega- te os antigos) se sentem bastante à vontade. Em
cy, no qual reuniu modelos clássicos lado a lado que pese o óbvio avanço tecnológico e de confor-
com os modernos para aventuras off-road. O lo- to que décadas de evolução automotiva são capa-
cal escolhido foi o Hotel Fazenda Primavera da zes de proporcionar, todos voltaram, ao fim da tar-
Serra, em Brotas, no interior de São Paulo, que de, sujos e felizes — inclusive algumas pessoas que
conta com vários roteiros e pistas para ativida- jamais haviam dirigido um Jeep Willys na vida.
des 4x4, da mais simples “estrada de chão” até Para não deixar nenhuma dúvida de que
trilhas apertadas em meio à mata, passando por realmente desejava se reconectar com seu passado
tanques de lama e obstáculos naturais e artifi- perdido, a marca levou ao evento Jeep Legacy, mais
ciais, com diferentes níveis de dificuldade. do que carros, também personagens importantes
E, assim, diversos modelos antigos, das déca- da história da Jeep por aqui, como representantes
das de 1950 a 1970, como os CJ-2 (CJ é a abrevia- do Jeep Clube do Brasil (casa dos jipeiros mais raiz
ção de “Civilian Jeep”, ou seja, Jeep para uso civil), que você poderá conhecer) e da Agromotor (tradi-
CJ-3, CJ-5 e CJ-6, dividiram espaço — sem rusgas — cional revenda paulistana de modelos e peças pa-
com seus “primos” modernos, como Wrangler, Gla- ra carros antigos da marca), o jornalista especiali-
diator, Compass e a nova Grand Cherokee 4xe (com zado em fora de estrada e aventureiro Nelson de
motorização híbrida). Almeida Filho e até um dos integrantes da “Opera-
Quatro destaques da mostra: um CJ-6 “Ber- ção Abacaxi”, como ficou conhecido o grupo de três
nardão” (apelido da época) quatro portas 1966, com jovens escoteiros que foram do Brasil ao Alasca a
pouco menos de 70 mil quilômetros rodados e to- bordo de um Jeep, em 1955.
talmente original; um Wrangler 1992 com faróis A marca Jeep, assim, conseguiu promover em
quadrados e configuração mecânica de motor qua- Brotas uma reunião familiar daquelas que ninguém
tro cilindros e câmbio manual, bastante rara por mais espera que ainda possam ocorrer, após déca-
ter sido um fracasso comercial nos EUA; um Grand das e décadas de tios e primos separados por desa-
Cherokee V8 Limited 1995 em ótimo estado de con- venças do passado. Ao menos para essa turma, não
servação, originário de importação independente; vai faltar assunto para os próximos encontros!

f e v e r e i r o 2 0 2 4 · 85
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MEMÓRIA
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E
m 11 de abril de 1969, a indústria automobilísti- tros de Estado. Pensou-se em fechar uma avenida e Em vez de
ca brasileira celebrou oficialmente o marco de 2 construir uma arquibancada temporária; porém, co- cavalos, foram
os cavalos-va-
milhões de veículos nacionais produzidos — nes- mo a festa havia sido agendada para um dia útil (uma por de Fuscas,
sa conta entravam carros, picapes, utilitários, ca- sexta-feira), a prefeitura de São Paulo não gostou Kombis, Opa-
las, Corcéis e
minhões e ônibus. Era um número e tanto, especial- muito da proposta, que atrapalharia o trânsito. Como até caminhões
mente para um setor industrial relativamente jovem: os custos também seriam elevados, essa possibilida- clássicos que
desfilaram no
tendo iniciado a produção local de veículos em 1956, o de acabou sendo descartada. Jockey Club
Brasil alcançou esse volume em cerca de 13 anos. A escolha, então, foi um tanto curiosa: o hipó- de São Paulo
para celebrar
Para comemorar o feito, a Anfavea, associação dromo do Jockey Club de São Paulo, no bairro Cidade um número
nacional que até hoje representa as montadoras no Jardim, Zona Oeste da capital. Afinal, apesar de dese- considerado
histórico
país, decidiu fazer uma grande festa. Ideias na mesa, nhado para receber corridas de cavalos, o local tinha na época —
optou-se por organizar um desfile com absolutamen- em sua pista — mesmo não sendo de asfalto, e sim tanto que até o
presidente da
te todos os veículos produzidos no Brasil naquele de piso arenoso — uma boa área para desfile. Melhor República foi
1969, do menor automóvel ao maior caminhão. Todas ainda era a área para acomodação do público: cober- até lá assistir
as montadoras toparam a iniciativa. ta (chuva ocasional em São Paulo, já naquela época,
A encrenca passou então a ser encontrar um lu- era coisa quase imprevisível) e com cadeiras.
gar que pudesse não só receber um desfile com deze- O desfile atrasou porque o então presidente da
nas de veículos como também abrigar com conforto República, Costa e Silva, aproveitou a vinda a São
e segurança o público e autoridades — até o presiden- Paulo para participar de outros eventos. Chegou ao
te da República foi convidado, além de alguns minis- aeroporto de Congonhas no avião presidencial (um

86 · a u t o e s p o r t e . c o m . b r
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COMEMORAÇÃO DO MARCO
DE 2 MILHÕES DE VEÍCULOS
NACIONAIS ACONTECEU EM
LOCAL IMPROVÁVEL
Marcos Rozen

One-Eleven da BAC, British Aircraft Corporation, no- dos de “Joaninha”) e as Kombis luxo 6-portas e ambu-
vinho) às 9h40. De lá, seguiu de helicóptero para São lância. Participaram ainda o Karmann-Ghia e mode-
Sebastião, onde inaugurou um terminal marítimo los da Willys até então produzidos pela Ford, como
da Petrobras. A seguir, outra viagem de helicóptero, Aero, Jeep, Rural e F-75, bem como várias picapes
agora até Santo André, para participar da cerimônia Ford e Chevrolet e um Galaxie 500. Roubaram a cena
de assentamento da pedra fundamental do Polo Pe- caminhões Mercedes-Benz LP e Scania L e LS, apeli-
troquímico de Capuava. E só de lá Costa e Silva foi pa- dados de “Jacaré”. Teve até fanfarra, do Grupo Esco-
ra o Jockey. Conclusão: chegou apenas às 15h30. lar Baeta Neves, de São Bernardo do Campo.
O desfile começou por volta das 16h e durou cer- O presidente da República não discursou, mas o
ca de meia hora. Para “engordar” um pouco mais a ministro da Indústria e Comércio, Edmundo Soares,
parada, as montadoras não levaram apenas um car- sim. Disse que, “ao atingir o bi-milionésimo veículo,
ro de cada modelo nacional, mas sim uma unidade a indústria prova que está em pleno florescimento e
de cada versão produzida no Brasil. Assim, o “páreo” abre esperanças a cada cidadão que sonha com a ho-
foi concorrido: tomaram a pista do Jockey várias no- ra de ter o seu carro”. Apesar do silêncio, o presidente
vidades de então, como Chevrolet Opala, Ford Cor- Costa e Silva não saiu de mãos vazias: ganhou da An-
cel, Galaxie LTD e o VW 1600 (vulgo “Zé do Caixão” favea uma medalha de ouro alusiva ao marco.
ou “Fusca quatro portas”), inclusive em uma versão Só faltou mesmo o locutor do Jockey, que nar- MARCOS ROZEN
mais espartana, para uso como táxi. ra as corridas dizendo o nome dos cavalos tão rápi- é fundador do
Também desfilaram pela “passarela” versões do que mal dá para entender e termina sempre com o Museu da Imprensa
especiais como os Fuscas viatura de polícia (apelida- bordão “e cruzam a faixa final”. Já imaginou? Automotiva – Miau

ACERVO MIAU f e v e r e i r o 2 0 2 4 · 87
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MERCADO
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ADEUS, 2023!

MODELOS
Entre janeiro e dezembro de 2023, 2.179.356 automóveis e co-
Automóveis de passeio e comerciais leves merciais leves foram vendidos no Brasil. Na comparação com o
mais emplacados. A ordem leva em conta o mesmo período de 2022, esse número é 11,3% maior. Pelo ter-
desempenho de vendas no mês de dezembro ceiro ano consecutivo, a Fiat Strada se consagrou como o veí-
culo leve mais emplacado no país. Entre janeiro e dezembro do
DEZEMBRO NOVEMBRO ACUMULADO VARIAÇÃO ano passado, a picape teve mais de 120 mil unidades comercia-
2023 2023 2023 MENSAL (%)
lizadas. Volkswagen Polo (111.247) e Chevrolet Onix (102.049)
fecharam o pódio. Na categoria dos SUVs, o Volkswagen T-Cross
1
VOLKSWAGEN
POLO 17.999 10.197 111.242 76,5% foi o destaque, ao emplacar mais de 72 mil unidades. Já o sedã
mais vendido foi o Chevrolet Onix Plus, com 74 mil exemplares.

2 CHEVROLET ONIX 10.839 9.802 102.043 10,6% No último mês do ano, o Volkswagen Polo é que ficou em evi-
dência. Foram exatas 17.999 unidades vendidas. Esse foi o re-
corde de emplacamentos de um mesmo carro em um único mês
3 FIAT STRADA 10.573 11.518 120.600 -8,2% ao longo de todo o ano.

4 HYUNDAI HB20 9.627 10.057 88.905 -4,3%

5 HYUNDAI CRETA 8.579 6.989 65.817 22,8%


FIAT FECHA ANO NA LIDERANÇA!
Depois de liderar entre as fabricantes em todos os meses do ano, a
6 RENAULT KWID 8.104 5.972 63.316 35,7% Fiat fechou 2023 com 475.517 automóveis vendidos. Assim, ficou
bem à frente de Volkswagen (344.995) e Chevrolet (328.020). Ou-
tro destaque foi a BYD. Além dos quase 18 mil carros novos coloca-
7
VOLKSWAGEN
T-CROSS 7.792 6.525 72.440 19,4%
dos nas ruas em seu primeiro ano cheio de vendas, a marca chine-
sa emplacou mais que Caoa Chery, Peugeot e Ford em dezembro.
8 FIAT MOBI 7.395 6.367 73.428 16,2%

9
CHEVROLET
TRACKER 6.769 5.899 66.643 14,8%

10
MARCAS
CHEVROLET
ONIX PLUS 6.375 5.423 74.887 17,6% Posição dos emplacamentos
de automóveis e comerciais
leves no mês de dezembro por marca
11 FIAT CRONOS 6.332 5.572 50.755 13,6%
DEZEMBRO NOVEMBRO ACUMULADO VARIAÇÃO PARTICIPAÇÃO

12 VOLKSWAGEN
NIVUS 5.646 4.421 52.103 27,7%
1 FIAT
2023

46.811
2023

44.269
2023

475.517
MENSAL (%)

5,7%
NO MÊS (%)

19,8%

13 VOLKSWAGEN
SAVEIRO 5.283 3.095 46.600 70,7% 2 VOLKSWAGEN 43.573 30.119 344.995 44,7% 18,4%
3 CHEVROLET 32.414 27.037 328.020 19,9% 13,7%
14 FIAT ARGO 5.218 5.335 66.717 -2,2%
4 HYUNDAI 21.300 20.567 186.235 3,6% 9%

15 NISSAN KICKS 4.820 4.189 50.778 15,1% 5


6
TOYOTA
RENAULT
20.305
15.132
14.802
11.915
192.276
126.269
37,2%
27% 6,4%
8,6%

16 FIAT TORO 4.708 4.418 51.303 6,6% 7 JEEP 8.531 11.746 126.957 -27,4% 3,6%
8 NISSAN 7.403 5.977 72.548 23,9% 3,1%
17 FIAT PULSE 4.537 4.719 45.808 -3,9%
9 HONDA 6.586 5.620 72.041 17,2% 2,8%

18 10 BYD 5.500 3.622 17.937 51,9% 2,3%


TOTOTA
COROLLA CROSS 4.389 2.648 42.070 65,8%
11 CAOA CHERY 4.088 4.162 31.479 -1,8% 1,7%

19 TOYOTA HILUX 4.344 3.783 46.200 14,8% 12 PEUGEOT 3.358 3.396 34.910 -1,1% 1,4%
13 FORD 3.317 2.880 28.711 15,2% 1,4%
20 HONDA HR-V 3.783 4.026 41.856 -6%
14 RAM 3.101 3.441 16.951 -9,9% 1,3%

*ACUMULADO ATÉ JANEIRO/2024 15 GWM 2.796 1.356 11.479 106,2% 1,2%

88 · a u t o e s p o r t e . c o m . b r
Distribuição 100% gratuita - Clube de Revistas

VENDAS POR CATEGORIA Acompanhe o desempenho dos emplacamentos de carros 0 km no Brasil


dentro de cada segmento durante o mês de dezembro de 2023

Hatch Hatch Monovolume


compacto médio e perua
Variação Variação Variação
Dez. Nov. 2023 mensal Dez. Nov. 2023 mensal Dez. Nov. 2023 mensal

Volkswagen
1 Polo 17.999 8.458 111.242 112,8% 1 Nissan Leaf 150 0 370 100% 1 Chevrolet Spin 1.814 1.630 20.314 11,3%
Chevrolet
2 Chevrolet Onix 10.839 9.802 102.043 10,6% 2 Cruze HB 52 40 432 30% 2 Audi RS6 Avant 6 4 42 50%

3 Hyundai HB20 9.627 10.057 88.905 -4,3% 3 Audi A3 36 38 397 -5,3% 3 BYD D1 5 0 323 100%
Mercedes-Benz
4 Renault Kwid 8.104 5.972 63.316 35,7% 4 Classe A 6 3 63 100% 4 Chevrolet Bolt 2 0 46 100%
Honda Civic
5 Fiat Mobi 7.395 6.367 73.428 16,2% 5 Type R 4 2 51 100% 5 Kia Carnival 0 2 25 -100%

Polo segue líder pelo quarto mês consecutivo. Onix Depois de não vender em novembro, Leaf Spin continua sem concorrentes e fecha 2023 com
volta para a segunda posição depois de perder surpreende com 150 comercializações em mais de 20 mil vendas. D1 é o segundo no ano,
espaço para HB20. Kwid ultrapassa Mobi. dezembro. Cruze e A3 fecham o pódio. chegando a 323 emplacamentos, seguido pelo Bolt.

Sedã Sedã Sedã


compacto médio premium
Dez. Nov. 2023 Variação
mensal Dez. Nov. 2023 Variação
mensal Dez. Nov. 2023 Variação
mensal
Chevrolet
1 Onix Plus 6.375 5.423 74.887 17,6% 1 Toyota Corolla 4.050 3.571 42.923 13,4% 1 BMW Série 3 449 276 4.986 62,7%
Mercedes-Benz
2 Fiat Cronos 6.332 5.572 50.755 13,6% 2 BYD Seal 857 81 1.040 958% 2 Classe C 200 12 865 1.566,7%
Volkswagen Porsche
3 Virtus 3.629 2.431 27.094 49,3% 3 Nissan Sentra 384 326 4.146 17,8% 3 Panamera 56 78 509 -28,2%
Volkswagen
4 Hyundai HB20S 3.035 3.345 30.281 -9,3% 4 Jetta 278 280 2.230 -0,7% 4 Audi A4 53 24 348 120,8%
Toyota Chevrolet Cruze
5 Yaris Sedan 2.702 1.734 20.571 55,8% 5 Sedan 175 106 1.278 65,1% 5 Honda Accord 52 10 104 420%

Onix Plus é o líder de 2023 e o mais vendido em Corolla termina o ano na liderança da categoria, e Série 3 continua no topo do segmento pelo 52º mês
dezembro. Cronos é segundo, mas com diferença com muita folga. Seal aparece pela primeira vez consecutivo. Classe C e Accord são destaques, com
pequena. HB20S é o único com variação negativa. entre os cinco mais vendidos. bom crescimento em dezembro.

Utilitário
Utilitário premium Picape
Dez. Nov. 2023 Variação
mensal Dez. Nov. 2023 Variação
mensal Dez. Nov. 2023 Variação
mensal
Toyota
1 Hyundai Creta 8.579 6.989 65.817 22,8% 1 Corolla Cross 4.389 2.648 42.070 65,8% 1 Fiat Strada 10.571 11.517 120.570 -8,2%
Volkswagen Volkswagen
2 T-Cross 7.792 6.525 72.440 19,4% 2 Jeep Compass 3.937 5.750 59.106 -31,5% 2 Saveiro 5.283 3.095 46.595 70,7%
Chevrolet
3 Tracker 6.769 5.899 66.643 14,8% 3 Toyota SW4 1.922 1.544 16.006 24,5% 3 Fiat Toro 4.708 4.418 51.303 6,6%
Volkswagen Volkswagen
4 Nivus 5.646 4.421 52.103 27,7% 4 Taos 1.761 1.863 15.986 -5,5% 4 Toyota Hilux 4.344 3.783 46.200 14,8%
Jeep
5 Nissan Kicks 4.820 4.189 50.778 15,1% 5 Commander 1.185 1.736 19.876 -31,7% 5 Chevrolet S10 3.133 1.372 25.966 128,4%

Creta é o SUV mais vendido de dezembro, mas não Corolla Cross assume primeira colocação em Strada fecha 2023 como o veículo mais vendido
do ano. Liderança de 2023 fica com T-Cross, e dezembro, mas ainda fica muito atrás do Compass no Brasil. Picape também fica muito à frente da
Tracker vem na sequência. no ano. SW4, Taos e Commander fecham o Top 5. concorrência de seu segmento no ano.

f e v e r e i r o 2 0 2 4 · 89
Distribuição
BASTIDORES
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Cauê Lira (@cauelira)


esteve em Shenzen para
André Paixão conhecer a sede da BYD e
(@paixaoaovolante) encarou ver o que a marca chinesa
a neve e o frio de Quebec, no prepara para o Brasil
Canadá, para dirigir o
Porsche 911 Dakar

Dono de um Jeep Cherokee,


Marcos Rozen (@miau_museu)
foi a Brotas (SP) guiar outros
clássicos da marca
norte-americana

André Paixão esteve em


COTIDIANO Santiago, capital do Chile, para
testar, em primeira mão, o novo
Toyota Yaris Cross

AUTOESPORTE
MUNDO
AFORA A única forma
ra se aq ue cer
lo editor
encontrada pe Hôtel
no
André Paixão pa ebec, foi degustar um
de Glace, em Qu . As temperaturas no
Fomos ao Chile dirigir, em te
chocolate quen chegam a -23 ºC
primeira mão, o Yaris Cross, local em janeiro
grande lançamento da
Toyota em 2024. Do outro
lado do mundo, visitamos a
sede da BYD e conhecemos
os planos da gigante
chinesa para o nosso país.
Por fim, encaramos o
gelado Canadá a fim de
provar o exótico 911 Dakar )
uraes
(@ renatod
es ue
@ perfil pessoal no Instagram para o Durã icos q
você conhecer melhor o time Renat s dois elétr mercado:
clica o ormaram o M Ora 03 Enquanto o fotógrafo Felipe Celis busca o
transf olphin e GW melhor ângulo para fotografar o Toyota Yaris
BYD D Cross em Santiago (Chile), o vira-lata aproveita
para tirar uma soneca e, eventualmente,

28.800 KM
aparecer nas fotos do SUV compacto
O passa
viagem do encontra o fu
c tu
Cauê Lir ujo foco eram ca ro na China. Em
a conhe rros elétr uma
e o artes ce ic
anato m u uma casa de c os, o repórter
percorridos pela equipe no mês ilenar da
cidade d
há tradic
io
e Shenz nal
hen
em viagens internacionais FRASES

18
SOLTAS NA
REDAÇÃO

carros testados para produção “Agora sou fitness”


desta revista e de conteúdo para o Disparou Vitória Drehmer horas antes de se
site e redes sociais render ao sorvete de bolo gelado de coco da
sorveteria Bacio de Latte próxima à redação
90 · a u t o e s p o r t e . c o m . b r
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