Amostra
Amostra
Amostra
Introdução
Neste texto, estudaremos sobre o currículo de artes visuais no Brasil,
destacando as relações entre objetivos, conteúdos, orientações didáticas
e avaliação.
Por sua vez, os conteúdos deverão estar ligados aos eixos básicos do en-
sino da arte: fazer, apreciar e refletir, que não necessariamente precisarão
ser aplicados juntos, dependendo dos objetivos e conteúdos escolhidos para
serem reconhecidos pelos alunos.
Os conteúdos, segundo a ótica do educador e filósofo catalão Zabala (1998),
podem ser relacionados da seguinte forma:
Conceitos
Na construção dos conceitos, você deverá levar em consideração a evolu-
ção gradativa do indivíduo neste quesito. Tentar fazer uma criança entender
conceitos complexos de arte conceitual – simplesmente lhe ditando o que
se encontra em um importante dicionário ou livro de história da arte, por
exemplo – acabará em algo que passará por ela sem nenhum real significado.
Não se preocupar e/ou relacionar com os saberes do indivíduo pode tornar a
experiência improdutiva.
Permitir que a criança possa explicar sozinha o que sente ao observar
uma obra irá ajudá-la no futuro a compreender com mais facilidade conceitos
complexos no campo das artes, da estética e da própria vida em sociedade.
Nessas trocas, você também estará construindo um repertório para trabalhar
16 Currículo de artes visuais
Procedimentos
Os procedimentos são muito importantes para o real entendimento de vários
conteúdos de artes. Ao ensinar determinado conceito da história da arte, por
exemplo – além de contemporizar –, associar a algum fazer ligado àquele
conteúdo. No Cubismo Sintético, por exemplo, você pode trabalhar desenho
geométrico e colagem para que os alunos percebam os desafios que os artistas
desse movimento tinham com os materiais e os procedimentos em si.
É importante que o arte-educador se aproprie dos diversos fazeres dentro
dos conteúdos da disciplina de artes para que possa dar o suporte necessário
nas atividades proporcionadas aos alunos.
Valores e atitudes
Segundo a arte educadora Iavelberg (2011), “[...] os valores e as atitudes são
aprendidos pela interação com os outros. Bons modelos favorecem a incorpora-
ção de condutas e sentimentos de respeito mútuo, valorização da diversidade e
reconhecimento das especificidades das culturas.”. Sendo assim, proporcionar
aos alunos interações enquanto grupo social (turma, escola, comunidade) e com
a diversidade cultural – com acesso cada vez mais amplo, pela globalização
midiática digital – agrega valores que os ajudarão no seu crescimento, tanto
Currículo de artes visuais 17
Avaliação
A avaliação em arte é, na maioria das vezes, subjetiva. Nos outros saberes
aprendidos na escola, normalmente é verificado se os conteúdos foram entendi-
dos pelos alunos com provas escritas, textos ou cálculos escritos. Em artes, as
avaliações podem ser oportunidades de fazeres que aumentarão o aprendizado
e o reconhecimento, por parte do aluno, dos conceitos e procedimentos vistos
anteriormente em aula.
Você deve estar atento a escolher formas de verificar a evolução individual
de determinado material que foi apreendido. Por exemplo, ao ensinar determi-
nada técnica de desenho e solicitar que os alunos apliquem, dê a oportunidade,
após algum determinado período de tempo (semanas ou meses), e dê prática
de outros exercícios para que a turma possa efetuar outra atividade avaliativa
e comparar com a anterior. É interessante, inclusive, estimular uma avaliação
colaborativa e/ou autoavaliativa para que o entendimento do conteúdo seja
divido e compartilhado pelo grupo de forma democrática.
Lembre-se de que você não precisará fazer somente avaliações de cunho
prático. A construção textual (tanto crítica quanto de leitura de imagem), a
produção de diários de artista/bordo e até mesmo provas objetivas e disser-
tativas não limitarão o aprendizado do aluno; pelo contrário, se você souber
como construir essas avaliações, o potencial criativo do aluno poderá contrastar
com outras formas de expressão.
ALVES, L. 15 poemas de Ferreira Gullar. Escola Educação, c2017. Disponível em: < http://
escolaeducacao.com.br/melhores-poemas-de-ferreira-gullar/>. Acesso em: 10 jul. 2017.
GRUPO A. Sobre o autor: Antonio Zabala. c2016. Disponível em: < https://loja.grupoa.
com.br/autor/antoni-zabala.aspx>. Acesso em: 03 jul. 2017.
IAVELBERG, R. Para gostar de aprender arte: sala de aula e formação de professores.
Porto Alegre: Artmed, 2011.
ZABALA, A. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998.
Leituras recomendadas
BARBOSA, A. M. Arte-educação no Brasil: das origens ao modernismo. São Paulo:
Perspectiva, 1978.
DEWEY, J. El arte como experiencia. México: Fondo de Cultura Económica, 1949.
HERNÁNDES, F. Cultura visual: mudança educativa e projeto de trabalho. Porto Alegre:
Artmed, 2000.