PTP AP Work
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1 Introdução ................................................................................................................................ 4
3 Conclusão .............................................................................................................................. 17
1 Introdução
A evolução dos mercados de trabalho tem trazido espaço para uma acepção de carreira
algo diferente e que resulta essencialmente da conjugação de duas componentes da
perspectiva de “carreira externa”: por um lado, as oportunidades e, por outro lado, as opções
ou interesses próprios. Esta acepção de carreira corresponde fortemente à ideia de trajectória
ou percurso profissional, enquanto acumular de experiências de trabalho e aprendizagens ao
longo da vida, privilegiando a responsabilidade do indivíduo, independentemente das
organizações onde ocorre e até da profissão (cf. Gomes et al., 2008). Tal implica, que os
próprios trabalhadores desenvolvam, implementem e monitorizem metas e estratégias
profissionais, processo este que envolve um equilíbrio constante entre o desejado e o possível,
entre os custos despendidos e os benefícios alcançados.
Segundo Vicent (1993), citado por (Gomes et al., 2008) sugere uma tipologia que liga o
indivíduo à organização e à ocupação, identificando quatro percursos de carreira: o percurso
“relógio dourado” – em que o trabalhador permanece na mesma empresa durante todo o seu
percurso laboral; o percurso “migrante” – em que o trabalhador desempenha a mesma função
ao longo da vida, mas em várias empresas; o percurso “serpenteante” – em que o trabalhador
não desempenha a mesma função ao longo da vida e fá-lo em várias empresas; e o percurso
“quebrado” – caracterizado por grande descontinuidade nas funções desempenhadas ao longo
percurso laboral.
1.1 Objectivos
De acordo com Gonçalves (1995) o percurso profissional está centrado em dois planos
de análise:
1. O desenvolvimento profissional - compreende as perspectivas de crescimento pessoal
(crescimento individual), profissionalização (resultado do processo de aquisição de
competência, eficácia de ensino e organização do processo de ensino-aprendizagem) e
a socialização profissional (adaptação do professor com o seu meio profissional em
termos normativos e interactivos); e
2. A construção da identidade profissional - compreende a relação que se estabelece com
a profissão e o seu grupo de pares.
O referido autor também destaca que o percurso profissional é resultado da acção conjunta
de três processos de desenvolvimento que são:
a) o processo de crescimento pessoal;
b) o processo de aquisição de competências e eficácias; e
c) o processo de socialização profissional.
Casaca (2005), por sua vez, apresenta sete tipos de percursos laborais, tendo-os concebido
para a análise de conteúdo de entrevistas:
Tipo 1 – “Percurso de inserção sócio-laboral de estabilidade ameaçada”,
Para cada um destes tipos está associada uma definição que envolve as rotações de
emprego, o enquadramento sócio-laboral (existência de contractos precários, vínculo ao
regime de Segurança Social), as perspectivas de transição para outra situação laboral, a
escolaridade, o investimento em capital educacional e qualificação e a remuneração auferida
(cf.Casaca, 2005).
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Para Balassiano e Costa (2010), a carreira tem sofrido fortes transformações, desde a
Revolução Industrial, sendo que, nos últimos tempos, houve um aumento a ênfase dada à
carreiras liberais e às informais. Além disso, percebe-se um distanciamento entre a área de
formação e a área de actuação do profissional e isso pode estar acontecendo, segundo os
autores, devido ao fato dos currículos académicos estarem distantes das práticas empresariais.
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Sentimento de segurança, ou seja, deve existir segurança entre as partes e a clareza das
regras é fundamental para que as regras básicas da relação estejam acordadas entre
ambas.
As decisões devem estar alinhadas acerca dos objetivos, estratégias organizacionais e
negociais e princípios de atuação da empresa.
Os gestores devem estar preparados para darem suporte aos subordinados e conciliar as
necessidades das pessoas com as da empresa.
O novo contrato de trabalho contemporâneo é a busca pela compatibilização dos objetivos
individuais com os organizacionais. A capacidade de atrair e reter indivíduos está relacionada
ao favorecimento do sucesso desses profissionais.
Qualquer ação corporativa visando à gestão de carreira deve ser culturalmente
contextualizada. Um programa de gestão de carreira pressupõe a existência de uma política de
Recursos Humanos compatível com esta nova abordagem de carreira. As premissas da
compatibilização dos interesses organizacionais e individuais devem permear todos os
sistemas e programas de gestão de pessoas (MARTINS, 2001)
Em 1949, Super iniciou uma pesquisa longitudinal (Career Pattern Study) que tinha
como objetivo acompanhar e compreender os padrões de carreira de 100 homens, entre os 14
e 50 anos de idade. A partir de dados dessa pesquisa, Super (1955) propôs o conceito
maturidade vocacional, definido como o grau em que uma pessoa estaria apta a lidar com
tarefas de desenvolvimento vocacional requeridas em certos estágios. Esse conceito assumiu
grande importância na teorização, tendo sido apontado pelo próprio autor como o processo
central do desenvolvimento vocacional de adolescentes. É importante notar que, mais tarde,
Super e Knasel (1981) discutiram que o conceito de maturidade, embora sufciente para
avaliação e compreensão do processo de escolha profssional de adolescentes, não seria
adequado para a avaliação de adultos, sendo sugerida a noção de adaptabilidade.
A Teoria Desenvolvimentista foi iniciado em 1951, por Eli Ginzberg (Bock, 2013). A
principal mudança proposta por essa abordagem, em comparação com as anteriores, foi ai
dealização da escolha profissional como um processo contínuo, que ocorre entre os últimos
anos da infância e início da vida adulta (Sparta, 2003).
Super (1957, 1981, 1985, 1990) foi o autor desenvolvimentista mais representativo nos
estudos sobre desenvolvimento de carreira. O pesquisador elaborou suas premissas mediante
investigações empíricas, durante cerca de 40 anos. Acompanhou a trajetória de carreira de
jovens na faixa etária entre 14 e 15 anos até os 25 anos de idade, por meio de um estudo
longitudinal iniciado em 1951 (Balbinotti, 2003; Bardagi, 2010).
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Uma das principais contribuições de Super (1980) foi a concepção da carreira como
uma sequência de posições ou papéis que o sujeito desempenha ao longo da vida. Esse
conceito determinou uma mudança de paradigma em relação aos estudos predominantes até
aquele momento, pois o desenvolvimento de carreira passou a ser entendido como um
processo que ocorre durante todo o ciclo e espaço de vida (Super, 1990). Dentre os conceitos
elaborados por Super, destacam-se como essenciais para o avanço do conhecimento científico
em relação à orientação profissional: estágios de desenvolvimento, autoconceitos, papéis de
vida, valores, e maturidade de carreira (Savickas, 2001).
O autoconceito é desenvolvido mediante os diversos papéis sociais que o sujeito
assume ao longo da vida, sendo definido como a formação das percepções que possui a
respeito de si mesmo (Bardagi, 2007).
Os valores referem-se a objetivos, que são representados por estados psicológicos,
relações ou condições materiais, que o sujeito procura atingir no decorrer da construção de
sua carreira (Super 1980).
A maturidade de carreira pressupõe as mudanças que o sujeito precisa realizar para
lidar de forma adequada com as diversas demandas sociais que recaem sobre ele em fases
sucessivas (Super, 1955).
Super (1980) estruturou dois modelos de representação gráfica do desenvolvimento de
carreira: o Arco-Íris da Vida e Carreira (Life Career Rainbow) e o Arco Normando (Archway
Model), visando sintetizar as suas proposições de forma didática. O Arco-Íris da Vida e
Carreira (Figura 1) foi elaborado em 1974 e representado como um gráfico em forma de arco-
íris, a partir de uma analogia com o ciclo vital. Esse modelo agrega os papéis sociais, os
estágios de desenvolvimento e os espaços de vida (Oliveira et. al., 2012).
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Savickas (1997, 2001, 2005, 2011) se destaca como o autor que aperfeiçoou a teoria
estruturada por Super, sistematizando a abordagem desenvolvimentista e elaborando novos
conceitos. Uma de suas principais contribuições para o avanço da investigação científica no
campo de desenvolvimento de carreira foi a elaboração da Teoria de Construção da Carreira
(Career Construction Theory – CCT).
Savickas (2005, 2013) inicialmente adoptou as premissas desenvolvimentistas, porém,
no decorrer de seu trabalho, passou a empregar os pressupostos da Teoria Construtivista. A
perspectiva construtivista recebeu influência da Psicologia do Desenvolvimento e do
Cognitivismo (Patton, 2008), e pressupõe que o sujeito constrói sua identidade por meio da
interacção que estabelece com o meio social (Ribeiro, 2009).
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3 Conclusão
Referências bibliográficas
DUTRA, J.S. (2001), Gestão do Desenvolvimento da Carreira por Competência. In: Dutra,
J. S. (Org.). Gestão por Competências. Um modelo avançado para Gerenciamento de
Pessoas. São Paulo: Gente,
DUTRA, J. S. (2011) Administração de Carreiras. 1ª Ed. São Paulo: Atlas,
GOLDBERG, E. L..(2012).The changing tides of careers. People & Strategy, MLA 7ª Ed.
MARTINS, H. T.(2010) Gerenciamento da Carreira Proteana: Contribuições para práticas
Contemporâneas de Gestão de Pessoas.
GOLDBERG, E. L. (2012). The changing tides of careers. People & Strategy, MLA 7ª Ed.,
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Humanos. São Paulo: Pioneira Thomson Learning,
Gomes et al., (2008)Psicologia das Organizações do Trabalho e dos Recursos Humanos.
Imprensa da Universidade de Coimbra, Coimbra.