Géneros e Formatos Cinematográficos em Hollywood

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Instituto Superior Politécnico Metropolitano de Angola

DCH - Departamento de Ciências Humanas, Educação e Arte


Licenciatura em Cinema e TV
—-
História do Cinema

Géneros e Formatos
Cinematográ cos em
Hollywood
Docente: Jane Vigário
LCT1N

2023
fi
Instituto Superior Politécnico Metropolitano de Angola
DCH - Departamento de Ciências Humanas, Educação e Arte
Licenciatura em Cinema e TV
—-
História do Cinema

Géneros e Formatos
Cinematográ cos
em Hollywood
Docente: Jane Vigário

Integrantes do Grupo:

Gelson Evandro Águas Lobato


João Kinavuidi António
Simão Domingos

Turma: LCT1N

Maio de 2023
fi
Índice

Introdução 3

O cinema em Hollywood 4

1 - Western 6

2 - Melodrama 7

3 - Filme Noir 8

4 - Música ou musical 10

5 - Comédia 11

6 - Chanchada 13

7 - Terror 15

8 - Filme Gangster 17

9 - Desenho animado 18

Comparações 22

Cronologia 24

Conclusão 25

Referências 26
Introdução

Não podemos falar do cinema em Hollywood sem começar a fazer


uma breve introdução sobre a origem do cinema em 1891, quando
Thomas Edison desenvolveu o kinetoscópio, um dispositivo que
permitia que uma única pessoa assistisse a um curta-metragem em
um dispositivo individual. Embora o kinetoscópio tenha sido um
grande avanço, ele era caro e limitado em sua audiência.

Na sequencia, em 1895, os irmãos Lumière, Auguste e Louis,


inventaram o cinematógrafo, um dispositivo portátil que permitia a
gravação e exibição de imagens em movimento para uma plateia.
Eles estrearam seu primeiro filme, "A Saída dos Operários da
Fábrica Lumière", em Paris em 28 de Dezembro de 1895, que foi o
primeiro filme a ser exibido publicamente em uma sessão de cinema.
Esse evento foi considerado o nascimento oficial do cinema.

O cinema rapidamente se tornou uma forma popular de


entretenimento em todo o mundo, com as pessoas ansiosas para ver
imagens em movimento de seus lugares favoritos e estrelas de
cinema. Durante as primeiras décadas do século XX, o cinema
evoluiu de forma constante, com novas tecnologias e técnicas de
filmagem sendo desenvolvidas regularmente. Em 1927, o filme "O
Cantor de Jazz" tornou-se o primeiro filme com som sincronizado,
lançando a era do cinema sonoro.

Durante a década de 1930, o cinema floresceu como uma forma de


escape durante a Grande Depressão, com as pessoas procurando
refúgio em filmes de aventura, comédias e musicais.

Hoje, o cinema continua a ser uma forma popular de arte e


entretenimento em todo o mundo, com o público ansioso por ver as
últimas produções de Hollywood e outras indústrias
cinematográficas.

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O Cinema em Hollywood.
O cinema em Hollywood começou a se desenvolver no
início do século XX, quando a indústria cinematográfica se mudou da
costa leste dos Estados Unidos para o oeste, em busca de melhores
condições de filmagem e clima mais favorável. Em 1909, D.W.
Griffith, um dos primeiros diretores de cinema, mudou-se para Los
Angeles para filmar "In Old California", considerado o primeiro filme
a ser produzido em Hollywood.

Com a chegada de mais estúdios de cinema em Hollywood,


começou a surgir uma grande variedade de géneros
cinematográficos, cada um com seu próprio estilo, temas e técnicas
de filmagem. Alguns dos primeiros géneros cinematográficos
incluíam:

Na visão de Fernando Mascarello, o cinema em Hollywood é um


fenómeno cultural e comercial complexo, cuja evolução está
intimamente ligada aos avanços tecnológicos, às mudanças sociais
e às transformações políticas. Ele examina o desenvolvimento de
Hollywood desde seus primórdios até a era contemporânea,
analisando os principais movimentos artísticos, as figuras influentes
e os filmes irónicos que definiram diferentes épocas.

Mascarello não se restringe apenas ao aspecto comercial de


Hollywood, mas também destaca as obras cinematográficas que
transcendem o entretenimento e exploram questões mais profundas.
Ele valoriza a diversidade de géneros, estilos e temas presentes no
cinema hollywoodiano, reconhecendo que a indústria é capaz de
produzir tanto blockbusters quanto filmes independentes e autorais
de alta qualidade.

4
A visão de Mascarello sobre o cinema em Hollywood é
fundamentada em sua ampla pesquisa e conhecimento do meio
cinematográfico. Ele busca fornecer uma compreensão abrangente e
crítica do cinema hollywoodiano, destacando seu impacto cultural e
sua relevância artística.

Para Mark Cousins, o cinema de Hollywood é um fenómeno


complexo que se estende além das produções blockbuster e dos
ícones famosos. Ele enxerga a indústria como um campo de
possibilidades, capaz de abraçar tanto o entretenimento quanto a
expressão artística autêntica.

No entanto, Cousins não se limita apenas a exaltar o glamour e o


sucesso de Hollywood. Ele questiona as convenções estabelecidas,
examinando de perto as estruturas de poder e as normas que
moldam a indústria. Sua visão crítica busca ampliar o escopo de
análise, revelando filmes e cineastas menos conhecidos que
contribuíram para a riqueza e diversidade do cinema hollywoodiano.

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1 - Western
É uma das formas mais antigas e duradouras de cinema, e teve um
papel fundamental na história de Hollywood. O género surgiu nos
primeiros anos do cinema, com os primeiros filmes do género sendo
produzidos no final do século XIX. Embora os primeiros westerns
fossem curtos e mudos, eles rapidamente se tornaram populares,
levando a uma produção mais elaborada e sofisticada.

Os primeiros westerns geralmente apresentavam cowboys, bandidos


e índios, retratando a fronteira americana no final do século XIX e
início do século XX. Muitos dos primeiros filmes do género eram
produzidos em pequenos estúdios independentes, mas em 1910, um
estúdio de cinema de Chicago, a Essanay Studios, mudou-se para
Los Angeles e começou a produzir filmes do género western em
Hollywood.

Em 1903, o filme "The Great Train Robbery", de Edwin S. Porter, foi


o primeiro western a ser produzido. O filme foi um grande sucesso e
abriu caminho para muitos outros filmes de westerns a seguir. Um
dos primeiros westerns importantes foi "The Covered
Wagon" (1923), um filme épico que retratava a jornada de um grupo
de colonos do Leste dos Estados Unidos para o Oeste.

O género western teve um grande impulso com o advento do cinema


sonoro na década de 1930, permitindo que as histórias fossem
contadas com diálogos e música. O filme "Cavalgada" (1931) foi o
primeiro western a ganhar o Oscar de Melhor Filme, estabelecendo
o género como um género respeitável e importante.

Nos anos 1940 e 1950, o género western atingiu seu auge de


popularidade, com filmes estrelados por astros como John Wayne,
Gary Cooper e James Stewart. Alguns dos filmes mais famosos do
género incluem "Stagecoach" (1939), "Red River" (1948),
"Shane" (1953) e "The Searchers" (1956).
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O western também se diversificou nesse período, com a adição de
elementos de outros géneros, como o filme de aventura "The
Treasure of the Sierra Madre" (1948) e o filme noir "The
Furies" (1950).

No final dos anos 1950 e início dos anos 1960, o género western
começou a declinar em popularidade, mas ainda produziu alguns
filmes notáveis, como "The Magnificent Seven" (1960) e "The Good,
the Bad and the Ugly" (1966).

Embora o género western tenha perdido parte de sua popularidade


ao longo das décadas, ele ainda permanece como um dos géneros
mais emblemáticos e duradouros do cinema. O western teve um
grande impacto na cultura popular americana, influenciando a
música, a literatura e outras formas de arte.

2 - Melodrama
O melodrama é um género que se concentra em histórias
emocionais intensas, frequentemente envolvendo situações
dramáticas, românticas ou familiares. Os primeiros melodramas
eram produzidos principalmente em pequenos estúdios
independentes, mas em 1910, um estúdio de cinema de Chicago, a
Essanay Studios, mudou-se para Los Angeles e começou a produzir
filmes de melodrama em Hollywood.

Um dos primeiros filmes de melodrama de destaque foi "The Perils


of Pauline" (1914), um filme seriado que contava a história de uma
mulher em perigo constante. O filme foi um grande sucesso e lançou
a carreira da atriz Pearl White. Outros filmes de melodrama notáveis
dos anos 1910 incluem "The Birth of a Nation" (1915), um
controverso filme de DW Griffith sobre a Guerra Civil Americana, e
"Broken Blossoms" (1919), um filme sobre o amor entre uma jovem
chinesa e um marinheiro britânico.
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Durante a era do cinema mudo, o melodrama continuou a florescer,
com filmes como "The Four Horsemen of the Apocalypse" (1921),
um filme de guerra épico que lançou a carreira do ator Rudolph
Valentino, e "The Phantom of the Opera" (1925), um filme de terror
romântico que se tornou um clássico do cinema mudo.

Com o advento do cinema sonoro na década de 1930, o melodrama


se tornou ainda mais popular, permitindo que as histórias fossem
contadas com diálogos e música. O filme "Gone with the
Wind" (1939) foi um dos filmes mais notáveis do género, contando a
história de Scarlett O'Hara e seu amor pelo capitão Rhett Butler
durante a Guerra Civil Americana.

Nos anos 1940 e 1950, o melodrama continuou a florescer, com


filmes como "Now, Voyager" (1942), um filme sobre uma mulher
emocionalmente reprimida que encontra amor e liberdade, e "All
About Eve" (1950), um drama sobre o mundo do teatro que se
tornou um clássico instantâneo.

O género também se diversificou nesse período, com a adição de


elementos de outros géneros, como o filme noir "Mildred
Pierce" (1945) e o drama de guerra "From Here to Eternity" (1953).

3 - Filme Noir
O termo "film noir" foi cunhado pelos críticos de cinema franceses na
década de 1950, que estavam impressionados com o número de
filmes americanos que tinham um tom sombrio e atmosférico
semelhante. O termo em si significa "filme negro" em francês,
referindo-se ao clima sombrio e à tendência de muitos desses filmes
de lidar com temas mais obscuros e deprimentes.

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​​
Os primeiros filmes noir eram frequentemente adaptações de
romances policiais e histórias pulp, e muitos deles eram produzidos
por pequenos estúdios independentes em Hollywood. Os primeiros
exemplos notáveis do género incluem "Stranger on the Third
Floor" (1940), "This Gun for Hire" (1942), e "Double
Indemnity" (1944).

"Double Indemnity", dirigido por Billy Wilder e estrelado por Barbara


Stanwyck e Fred MacMurray, é frequentemente citado como um dos
exemplos mais clássicos do género noir. O filme conta a história de
um vendedor de seguros que se envolve com uma mulher fatal para
cometer um assassinato e fraudar uma apólice de seguro.

Outros exemplos notáveis de filmes noir incluem "The Maltese


Falcon" (1941), "The Big Sleep" (1946), "Out of the Past" (1947),
"The Third Man" (1949), e "Touch of Evil" (1958).

O género se tornou cada vez mais popular na década de 1940, mas


começou a declinar em popularidade na década de 1950. No
entanto, o estilo visual distintivo do género e a atmosfera sombria
continuam a influenciar muitos filmes e programas de TV hoje em
dia.

O filme noir também se tornou um símbolo do período pós-guerra


nos Estados Unidos, que foi marcado por uma crescente ansiedade
e desilusão. Muitos dos filmes noir abordam questões como a
corrupção, a violência urbana, o desespero e a solidão, refletindo o
sentimento de incerteza e desesperança da época.

Em resumo, o filme noir é um género cinematográfico distinto que se


desenvolveu em Hollywood na década de 1940 e 1950,
caracterizado por histórias sombrias e complexas, personagens
moralmente ambíguos e atmosferas de tensão e suspense. O
género teve uma grande influência na história do cinema, e muitos
dos filmes noir ainda são considerados clássicos do cinema noir.
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​​
4 - Música
Os primeiros filmes musicais de Hollywood eram muitas vezes
adaptações de shows da Broadway e contavam com números
musicais elaborados e coreografados. Um dos primeiros e mais bem
sucedidos filmes musicais foi "The Broadway Melody" (1929), que
ganhou o Oscar de Melhor Filme em 1930.

Na década de 1930, os musicais se tornaram um género popular em


Hollywood, com astros como Fred Astaire e Ginger Rogers
estrelando em filmes como "Top Hat" (1935) e "Swing Time" (1936).
Além dos musicais, a música também desempenhou um papel
importante em outros géneros, como o filme de gangsteres
"Scarface" (1932), que apresentava uma trilha sonora de jazz.

Na década de 1940, a popularidade dos musicais continuou, com


filmes como "Meet Me in St. Louis" (1944) e "Singin' in the
Rain" (1952). No entanto, a década também viu a introdução do
género de biopics musicais, com filmes como "The Glenn Miller
Story" (1953) e "The Benny Goodman Story" (1955).

Nos anos 1960 e 1970, o género musical passou por uma mudança,
com a introdução de filmes como "West Side Story" (1961) e "The
Sound of Music" (1965), que combinavam elementos de drama e
romance com números musicais. Além disso, a música se tornou
uma parte importante dos filmes de contracultura, como "Easy Rider"
(1969) e "Woodstock" (1970).

Nos anos 1980 e 1990, os musicais se tornaram menos populares


em Hollywood, mas a música continuou a ser um elemento
importante em muitos filmes, especialmente nos filmes de comédia e
nos filmes de ação. Filmes como "Dirty Dancing" (1987) e
"Footloose" (1984) apresentaram trilhas sonoras de sucesso.

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Atualmente, a música continua a ser uma parte crucial do cinema,
com compositores como Hans Zimmer e John Williams criando
trilhas sonoras inesquecíveis para filmes populares. Além disso, o
género musical está fazendo um retorno em Hollywood, com filmes
como "La La Land" (2016) e "The Greatest Showman" (2017)
recebendo aclamação da crítica e do público.

5 - Comédia
A comédia sempre foi um género popular em Hollywood, com raízes
que remontam aos primeiros dias do cinema. Os primeiros filmes
cómicos eram curtos e apresentavam atores em situações
engraçadas, como as comédias mudas de Charlie Chaplin e Buster
Keaton.

Nos anos 1930, o género de comédia se expandiu para incluir filmes


de enredo completo, muitas vezes estrelando astros como Mae West
e W.C. Fields. Na década de 1940, a comédia continuou a evoluir,
com a introdução de filmes como "His Girl Friday" (1940) e "The
Philadelphia Story" (1940), que combinavam comédia romântica com
diálogos rápidos e inteligentes.

Durante a Segunda Guerra Mundial, a comédia foi usada como uma


forma de entretenimento para as tropas, com filmes como "Buck
Privates" (1941) e "Abbott and Costello Meet Frankenstein" (1948)
se tornando populares entre os soldados.

Na década de 1950, a comédia passou por uma mudança, com a


introdução de filmes como "Some Like It Hot" (1959) e "The
Apartment" (1960), que combinavam humor com comentários sociais
e políticos. Na década de 1960, a comédia se tornou mais ousada e
irreverente, com filmes como "Dr. Strangelove" (1964) e "The

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Graduate" (1967) desafiando as convenções e as expectativas do
público.

Nos anos 1970 e 1980, a comédia continuou a evoluir, com filmes


como "Animal House" (1978) e "Caddyshack" (1980) apresentando
um humor mais grosseiro e físico. Na década de 1990, a comédia se
tornou mais centrada em personagens, com filmes como "When
Harry Met Sally" (1989) e "Groundhog Day" (1993) explorando temas
como amor e amizade.

Nos anos 2000 e 2010, a comédia continuou a se desenvolver, com


filmes como "The 40-Year-Old Virgin" (2005) e "Bridesmaids" (2011)
apresentando um humor mais inclusivo e diverso. Além disso, a
comédia encontrou um novo público em plataformas de streaming,
com séries como "The Office" e "Parks and Recreation" se tornando
populares entre os espectadores.

Hoje em dia, a comédia ainda é um género popular em Hollywood,


com filmes como "Girls Trip" (2017) e "The Hangover" (2009)
provando que há sempre espaço para uma boa risada no cinema.

Atualmente, a comédia em Hollywood é um género diverso e em


constante evolução. Existem muitas variações do género, cada uma
com sua própria abordagem e estilo.

Uma das tendências mais populares da comédia atualmente é a


comédia romântica, que combina humor com romance e
relacionamentos. Filmes como "Crazy Rich Asians" (2018) e "To All
the Boys I've Loved Before" (2018) são exemplos recentes de
comédias românticas que foram bem-sucedidas nas bilheterias e no
streaming.

Outra variação popular da comédia é a comédia de ação, que


mistura cenas de ação com humor. Filmes como "Deadpool" (2016)

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e "The Hitman's Bodyguard" (2017) são exemplos de comédias de
ação que se tornaram sucessos de bilheteria.

A comédia dramática também é uma variação popular do género,


combinando elementos de humor com temas mais sérios. Filmes
como "The Big Sick" (2017) e "Jojo Rabbit" (2019) apresentam
humor, mas também abordam questões como doença e guerra.

Além disso, a comédia em Hollywood também aborda temas como


família, amizade e identidade. Filmes como "Instant Family" (2018) e
"Booksmart" (2019) exploram esses temas de maneiras diferentes,
mas ainda apresentam elementos de humor.

Outra tendência crescente na comédia em Hollywood é a inclusão e


representação. Filmes como "Girls Trip" (2017) e "Crazy Ex-
Girlfriend" (2015-2019) apresentam um elenco diverso e uma
perspectiva mais inclusiva, e têm sido bem recebidos pelo público e
pela crítica.

Em suma, a comédia em Hollywood atualmente é uma mistura de


diferentes variações do género, cada uma com sua própria
abordagem e estilo. A diversidade tem sido cada vez mais
valorizada, e os filmes que apresentam uma perspectiva mais
inclusiva e representativa têm sido bem-sucedidos tanto na bilheteria
quanto em plataformas de streaming.

6 - Chanchada
A chanchada é um género cinematográfico brasileiro que surgiu na
década de 1930 e teve seu auge na década de 1950. Esse género
se caracterizava por filmes de comédia musical, que muitas vezes
tinham enredos simplórios e apelavam para o humor pastelão e a
sátira social.

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A origem da chanchada está ligada à produção teatral e à cultura
popular brasileira, especialmente aos "carnavais" do início do século
XX, que combinavam elementos de teatro, música e dança. Esses
espetáculos geralmente apresentavam histórias simples e
irreverentes, que abordavam temas como amor, política e religião de
maneira humorística.

Com o surgimento do cinema sonoro no Brasil, na década de 1930,


os elementos do teatro musical e da cultura popular foram
incorporados ao cinema, dando origem ao género da chanchada. Os
primeiros filmes desse género eram geralmente produções de baixo
orçamento, que usavam atores desconhecidos e abordavam temas
do cotidiano brasileiro, como o futebol e o samba.

A chanchada alcançou seu auge na década de 1950, com a


popularização do cinema no Brasil e o desenvolvimento da indústria
cinematográfica. Nessa época, os filmes da chanchada passaram a
contar com grandes estrelas da música e do cinema brasileiro, como
Carmen Miranda, Oscarito e Grande Otelo.

Os filmes da chanchada tinham características específicas, como o


uso de cenas musicais e dançantes, a sátira social e política, e o
humor pastelão. Alguns dos principais filmes da chanchada incluem
"Aviso aos Navegantes" (1950), "Carnaval no Fogo" (1949), "O
Petróleo é Nosso" (1954), "Este Mundo é um Pandeiro" (1958) e "O
Homem do Sputnik" (1959).

Embora a chanchada tenha perdido popularidade na década de


1960, seu legado pode ser visto em outras formas de cultura popular
brasileira, como o teatro de revista e as escolas de samba. Além
disso, a influência da chanchada pode ser vista em outros géneros
de cinema brasileiro, como a comédia e o musical.

Embora a chanchada tenha se desenvolvido principalmente no


Brasil, houve tentativas de adaptar o género em Hollywood durante a
14
década de 1940. O principal exemplo disso é o filme "Brazil" (1944),
dirigido por Joseph Santley e estrelado por Tito Guízar e Virginia
Bruce. O filme se passa no Brasil e apresenta números musicais e
de dança, mas não teve o mesmo sucesso que as chanchadas
brasileiras.

No entanto, a influência da chanchada pode ser vista em outros


géneros de Hollywood. Por exemplo, os musicais da década de
1950, como "Singin' in the Rain" (1952) e "An American in
Paris" (1951), apresentam números musicais e de dança e são, em
certa medida, semelhantes à chanchada.

Além disso, a comédia pastelão também teve seu lugar em


Hollywood, com filmes estrelados por comediantes como Jerry Lewis
e os Três Patetas.

Em resumo, embora a chanchada tenha tido um impacto limitado em


Hollywood, sua influência pode ser vista em outros géneros de
cinema, como os musicais e a comédia pastelão.

7 - Terror
Os filmes de terror em Hollywood remontam ao início do cinema,
com obras como "O Gabinete do Dr. Caligari" (1920) e
"Nosferatu" (1922), que introduziram elementos de terror e suspense
na tela grande. Ao longo das décadas seguintes, o género evoluiu,
dando origem a uma ampla variedade de subgéneros e estilos.

Uma das características fundamentais dos filmes de terror é o uso


de elementos sobrenaturais, como monstros, fantasmas e criaturas
malignas, para criar suspense e medo no espectador. Outra
característica comum é o uso de situações extremas, como
assassinatos, violência e mortes sangrentas, para chocar o público.

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Ao longo dos anos, o género do terror passou por diversas
transformações, dando origem a sub-géneros como o slasher, o
terror psicológico, o terror sobrenatural e o terror de criaturas. A
década de 1930 foi marcada pela popularização dos filmes de
monstros, como "Frankenstein" (1931), "Drácula" (1931) e "A Múmia"
(1932), que introduziram personagens irónicos do cinema de terror.

Nos anos 60 e 70, o cinema de terror passou por uma transformação


radical, com o surgimento do terror psicológico e do terror gore, que
exploravam temas como a violência sexual e a violência doméstica.
Filmes como "Psicose" (1960) e "O Massacre da Serra
Elétrica" (1974) se tornaram clássicos do género, introduzindo novas
formas de assustar o público.

Na década de 80, o género do terror se tornou mais comercial, com


o surgimento de franquias como "Halloween", "Sexta-Feira 13" e "A
Hora do Pesadelo". Esses filmes introduziram o sub-género do
slasher, que se caracteriza pelo uso de assassinos em série para
criar suspense e medo.
Nos anos 90 e 2000, o cinema de terror passou por uma renovação,
com o surgimento de filmes que exploravam temas como a
sobrenaturalidade e a possessão demoníaca, como "O
Exorcista" (1973) e "Atividade Paranormal" (2007). Além disso, o
género se diversificou, dando origem a filmes que exploram o
sobrenatural de maneira mais subtil, como "Os Outros" (2001) e
"Corrente do Mal" (2014).

Atualmente, o género do terror continua a se renovar, com filmes


que exploram temas contemporâneos, como a tecnologia e a
inteligência artificial, como "A Autópsia de Jane Doe" (2016) e "A
Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell" (2017).

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8 - Filme Gangster
Os filmes gangster em Hollywood remontam ao início do cinema
sonoro, com obras como "Little Caesar" (1931) e "Scarface" (1932),
que introduziram elementos de violência e criminalidade na tela
grande. Desde então, o género do filme gangster tem sido uma
presença constante no cinema americano, com uma ampla
variedade de subgéneros e estilos.

Uma das características fundamentais dos filmes gangster é a


representação de criminosos e gangsters, muitas vezes retratados
como anti-heróis, como personagens principais da história. Os filmes
geralmente mostram o mundo do crime organizado, incluindo
gangues de rua, máfia e tráfico de drogas.

Ao longo dos anos, o género do filme gangster passou por diversas


transformações, dando origem a subgéneros como o noir, o gangster
épico, o filme de gângsteres de bairro e o filme de crime violento. A
década de 1930 foi marcada pela popularização do género, com
filmes como "O Inimigo Público" (1931) e "Jornada
Sangrenta" (1935), que retratavam a violência e a corrupção do
mundo do crime.

Nos anos 40 e 50, o cinema de gangster passou por uma


transformação radical, com o surgimento do filme noir, que
combinava elementos de crime, violência e suspense para criar um
estilo visualmente sombrio e atmosférico. Filmes como "The Big
Sleep" (1946) e "The Asphalt Jungle" (1950) se tornaram clássicos
do género, introduzindo novas formas de representar o mundo do
crime na tela grande.

Na década de 60, o género do filme gangster se tornou mais


reflexivo, com filmes como "O Poderoso Chefão" (1972) e "Os Bons
Companheiros" (1990), que exploravam a complexidade dos
personagens criminosos e suas relações pessoais e familiares.
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Esses filmes introduziram o sub-género do gangster épico, que se
caracteriza pela narrativa complexa e pela duração prolongada.
Nos anos 90 e 2000, o cinema de gangster passou por uma
renovação, com o surgimento de filmes que exploravam temas como
a violência urbana e a corrupção policial, como "Cidade de
Deus" (2002) e "Os Infiltrados" (2006). Além disso, o género se
diversificou, dando origem a filmes que exploram a cultura do crime
de maneira mais sutil, como "Drive" (2011) e "A Qualquer
Custo" (2016).

9 - Desenhos animados
A animação em Hollywood tem uma longa história, remontando aos
primórdios do cinema. Os primeiros filmes animados eram curtos,
geralmente com duração de poucos minutos, e apresentavam
personagens como o Mickey Mouse, o Pato Donald e o Pernalonga,
que se tornaram ícones da cultura popular.

Na década de 1930, a Walt Disney Pictures lançou o primeiro longa-


metragem animado, "Branca de Neve e os Sete Anões" (1937), que
se tornou um enorme sucesso de bilheteria e abriu caminho para o
desenvolvimento de outros filmes animados de longa-metragem.
Durante as décadas seguintes, a Disney continuou a produzir filmes
animados, como "Pinóquio" (1940), "Cinderela" (1950) e "A Pequena
Sereia" (1989), que se tornaram clássicos da animação.

Walt Disney foi uma figura revolucionária na história da animação, e


sua contribuição para o desenvolvimento da técnica e do género é
inestimável. Ele foi um dos primeiros animadores a reconhecer o
potencial da animação como um meio de contar histórias e
emocionar o público, e dedicou sua vida a aprimorar e explorar essa
arte.

Uma das principais inovações de Disney foi o desenvolvimento de


uma técnica conhecida como animação em celulóide. Antes dessa
18
técnica, os animadores desenhavam cada quadro individualmente, o
que tornava o processo de animação lento e trabalhoso. Com a
animação em celulóide, cada personagem era desenhado em folhas
de celulóide separadas, permitindo que os quadros fossem
reutilizados e acelerando significativamente o processo de produção.

Além disso, Disney introduziu uma série de técnicas de animação


avançadas, como o uso de música e efeitos sonoros para intensificar
a emoção do público e a criação de personagens com
personalidades e motivações complexas, que se tornaram icônicas
da cultura popular.

Um dos maiores sucessos de Disney foi "Branca de Neve e os Sete


Anões" (1937), o primeiro longa-metragem animado da história. O
filme foi uma inovação para a época e abriu caminho para uma nova
era da animação. Depois disso, Disney produziu vários outros
clássicos da animação, como "Pinóquio" (1940), "Dumbo" (1941) e
"Bambi" (1942).

Disney também foi pioneiro em outras áreas da indústria do


entretenimento. Ele foi um dos primeiros a usar a televisão como um
meio de promover suas animações e produziu a primeira série
animada de TV, "Zé Carioca" (1942). Ele também fundou a
Disneyland, um parque temático que se tornou uma atração turística
popular em todo o mundo.

Em resumo, Walt Disney transformou a animação de um meio de


entretenimento infantil em uma forma de arte popular e influente,
criando personagens que se tornaram ícones culturais e introduzindo
técnicas que são usadas até hoje. Sua contribuição para a animação
e para a indústria do entretenimento em geral continua a ser sentida
e celebrada em todo o mundo.

Além da Disney, outros estúdios de animação surgiram em


Hollywood, como a Warner Bros. Animation, que produziu desenhos
19
animados clássicos como "Looney Tunes" e "Merrie Melodies". A
Hanna-Barbera Productions também se destacou por suas
animações, criando séries como "Os Flintstones" (1960-1966) e "Os
Jetsons" (1962-1963).

Na década de 1990, a animação em Hollywood passou por uma


transformação significativa, com o surgimento da animação por
computador.

A animação 3D revolucionou o cinema, e a Pixar foi uma das


principais responsáveis por essa revolução. Fundada em 1979 como
parte da Lucasfilm, a empresa se tornou independente em 1986 e,
em 1995, lançou o primeiro longa-metragem animado totalmente em
3D: "Toy Story”.

"Toy Story" foi um sucesso instantâneo, e marcou o início de uma


nova era na animação. A partir daí, a Pixar continuou a produzir
filmes de animação 3D de alta qualidade, incluindo "Vida de
Inseto" (1998), "Monstros S.A." (2001), "Procurando Nemo" (2003) e
"Os Incríveis" (2004).

Uma das principais inovações da Pixar foi a tecnologia de


renderização de imagem, que permitiu a criação de mundos e
personagens 3D detalhados e realistas. Além disso, a empresa
desenvolveu técnicas de animação avançadas, como a criação de
personagens com movimentos mais suaves e expressivos e o uso
de luz e sombra para criar uma sensação de profundidade e
realismo.

Os filmes da Pixar não são apenas tecnicamente impressionantes,


mas também são conhecidos por suas histórias emocionantes e
personagens cativantes. Os filmes abordam temas profundos como
a família, a amizade, a identidade e a superação de desafios, o que
torna seus filmes populares entre crianças e adultos.

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A influência da Pixar no cinema foi enorme, e a animação 3D se
tornou uma parte essencial do mercado de filmes de animação. Além
disso, a tecnologia da Pixar inspirou outras empresas a desenvolver
tecnologias de animação 3D avançadas, o que ajudou a elevar ainda
mais o nível de qualidade e realismo da animação 3D.

Em resumo, a Pixar revolucionou a animação 3D e mudou a forma


como a animação é vista e produzida no cinema. Sua influência é
sentida em todo o mercado de filmes de animação, e sua tecnologia
e técnicas de animação avançadas continuam a ser usadas e
aprimoradas em todo o mundo.

Atualmente, a animação em Hollywood continua a evoluir, com


novos estúdios e cineastas surgindo e trazendo novas técnicas e
estilos. A DreamWorks Animation, por exemplo, produziu sucessos
como "Shrek" (2001) e "Kung Fu Panda" (2008), enquanto a
Illumination Entertainment se destacou com filmes como "Meu
Malvado Favorito" (2010) e "Pets - A Vida Secreta dos
Bichos" (2016).

A animação também tem sido usada cada vez mais em outros


géneros cinematográficos, como em filmes de super-heróis como
"Os Incríveis" (2004) e "Homem-Aranha no Aranhaverso" (2018), e
em filmes musicais como "Frozen" (2013) e "Moana" (2016). Além
disso, a animação é cada vez mais utilizada em séries de televisão,
comerciais e jogos eletrônicos, demonstrando sua versatilidade e
popularidade em todo o mundo.

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Comparação entre os Géneros
Os géneros cinematográficos têm muitas diferenças entre si, mas
podem ser comparados em algumas características gerais:

Western: Geralmente é um filme de ação com ambiente rural,


protagonizado por personagens masculinos, com um conflito
principal envolvendo a lei e a ordem. Possui uma trilha sonora
marcante e cenas de tiroteio.

Melodrama: Enfatiza as emoções dos personagens e


geralmente apresenta conflitos amorosos e sociais. Pode ter um tom
dramático ou romântico, mas sempre foca nas relações humanas.

Filme Noir: Caracterizado por uma atmosfera de


pessimismo e fatalismo, o filme noir geralmente apresenta um
protagonista solitário, uma femme fatale e uma trama complexa
envolvendo crime e corrupção.

Música: É um género que utiliza a música como elemento


principal da narrativa, geralmente apresentando números musicais
elaborados e coreografias. Pode ser um drama musical ou uma
comédia musical.

Comédia: Focado em fazer o público rir, a comédia


apresenta situações engraçadas e personagens cómicos. Pode ser
uma comédia romântica, de humor negro, sátira, paródia, entre
outros sub-géneros.

Chanchada: Um género brasileiro que mistura comédia,


música e elementos da cultura popular brasileira. As chanchadas
apresentam personagens estereotipados e situações cómicas
exageradas.

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Terror: Focado em criar medo e suspense no público, o
filme de terror apresenta criaturas sobrenaturais, assassinos em
série e outras ameaças que causam terror. Pode ter um tom mais
psicológico ou mais gore.

Filme Gangster: Caracterizado por uma trama de crime


organizado e corrupção, o filme gangster apresenta personagens
anti-heróis, violência e uma atmosfera de decadência moral.
Desenho animado: Um género que utiliza animação para contar
histórias, geralmente focado no público infantil, mas também pode
ser voltado para adultos. Os desenhos animados podem ter diversas
temáticas e estilos, desde comédias até dramas.

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Cronologia

Western: Chanchada:
Origem: década de 1910, Origem: década de 1930 (no
Auge: décadas de 1940 e 1950 Brasil)
Declínio: década de 1960 Auge: décadas de 1940 e 1950
(no Brasil)
Comédia: Declínio: década de 1960
Origem: década de 1910
Auge: décadas de 1930, 1940 e Filme Gangster:
1950 Origem: década de 1930
Declínio: décadas de 1960 e Auge: década de 1930 e início da
1970, ressurgimento nas décadas década de 1940
de 1980 e 1990 Declínio: década de 1950,
ressurgimento nas décadas de
Melodrama: 1970 e 1990
Origem: década de 1910
Auge: década de 1920 Filme Noir:
Declínio: década de 1930, Origem: década de 1940
ressurgimento nas décadas de Auge: década de 1940 e início da
1940 e 1950 década de 1950
Declínio: meados da década de
Música: 1950
Origem: década de 1920
Auge: década de 1930 e 1940 Desenho animado:
Declínio: década de 1950, Origem: década de 1900
ressurgimento nas décadas de Auge: décadas de 1930 e 1940
1960 e 1970 (com Walt Disney)
Declínio: década de 1950,
Terror: ressurgimento nas décadas de
Origem: década de 1920 1960, 1980 e 1990 (com a Pixar)
Auge: décadas de 1970 e 1980
Declínio: década de 1990,
ressurgimento nos anos 2000

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Conclusão
Em conclusão, o cinema em Hollywood é uma indústria
cinematográfica de grande influência e impacto global. Ao longo de
décadas, Hollywood tem produzido filmes que cativam e emocionam
o público, tornando-se um símbolo cultural e uma potência criativa
no mundo do entretenimento.

Com seu alcance e recursos financeiros, Hollywood tem sido capaz


de produzir produções de grande escala e blockbusters que
conquistam as bilheterias. No entanto, também é importante
reconhecer que a indústria não se limita apenas a esses filmes de
grande orçamento. Ela também tem aberto espaço para produções
independentes e autorais, que buscam trazer histórias alternativas e
perspectivas únicas para o público.

Além disso, a indústria tem sido um centro de inovação tecnológica,


impulsionando avanços e transformações na maneira como os filmes
são produzidos, distribuídos e experimentados pelo público.

O cinema em Hollywood é um fenómeno complexo, com uma


história rica e uma influência duradoura na cultura popular. Ele
continua a evoluir e se adaptar aos novos tempos, ao mesmo tempo
em que nos cativa com histórias envolventes e nos proporciona
momentos de entretenimento e reflexão.

Em geral, cada género tem suas próprias características específicas,


mas todos têm em comum a habilidade de criar uma atmosfera e
prender a atenção do público. Alguns géneros, como a comédia e o
terror, têm sub-géneros diversos, enquanto outros, como o western e
o filme gangster, são mais restritos em suas temáticas.

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Referência
História do Cinema Mundial - Fernando Mascarello (org.)
PAPIRUS EDITORA.

The Story of Film" (A História do Cinema) por Mark Cousins.

"The Hollywood History of the World" (A História de Hollywood do


Mundo) por George MacDonald Fraser.

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