Contrato de Amor (Trilogia Contrato de Amor - Vol. 01) - Vitória Lopes
Contrato de Amor (Trilogia Contrato de Amor - Vol. 01) - Vitória Lopes
Contrato de Amor (Trilogia Contrato de Amor - Vol. 01) - Vitória Lopes
CONTRATO DE AMOR
Vitória Lopes
2019
CONTRATO DE AMOR
Vitória Lopes
1ª Edição
_____________________________________
Código Penal.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Agradecimentos
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Sinopse
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Epígrafe
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Capítulo 1
A vida nunca foi fácil, sempre tive
dificuldades; no entanto, nada que me
fizesse parar de acreditar no amor do
Criador por mim. Por mais que, muitas
vezes, os furacões viessem em direção
a minha vida, sempre tive a plena
convicção de que Cristo acalma
tempestades e mares revoltos.
Quando tinha oito anos, papai foi até
o mercado comprar pão. Eram os
últimos cinco dólares que nos restavam.
Mamãe esperou, esperou, esperou...
veio à noite, veio à manhã, à tarde,
outra noite e o dia seguinte; até que os
murmúrios da vizinhança chegaram até
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
∞∞∞
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
— Comento ao me aproximar.
— Nem me diga. — Ela bufa. —
Telefone para você.
Pego o aparelho e atendo. Talvez
seja algum banco querendo me oferecer
cartão de crédito ou a empresa de
internet cobrando o pagamento.
— Alô?
— Senhorita Katherine Smith? –
Pergunta a voz de uma mulher.
— Quem gostaria?
— Aqui é a Laura, secretária do
Hospital Menino Deus, gostaríamos de
informá-la sobre a internação da
senhora Angelina Smith.
Neste instante, tudo para ao meu
redor. E mesmo sem saber do que se
trata, clamo pela misericórdia de Deus.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Capítulo 2
Sinto-me impotente, sinto medo.
Engulo em seco e tento ordenar meus
pensamentos. Preciso de um milhão de
dólares para salvar a vida da minha
mãe. As lágrimas jorram sobre meu
rosto, sem pedir licença.
Tenho que dar um jeito e conseguir
o dinheiro. Quando meu pai se foi,
mamãe fez o possível para cuidar de
mim, me dar uma boa criação. É meu
dever, como filha, da mesma forma
fazer o possível para que ela fique bem,
saudável, curada.
Infelizmente, nenhuma solução me
vem ao pensamento. Somente Deus
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
milagre.
— Não sei como vou conseguir esse
dinheiro. — Levo as mãos a cabeça em
desespero.
Desespero: a palavra que melhor me
define no momento. É inevitável não
lembrar da vida de Jó. O homem que
teve sua fé desafiada após perder tudo o
que possuía. No entanto, o fato mais
interessante, é que Jó só passou a
conhecer Deus, verdadeiramente,
depois de enfrentar a maior guerra da
sua vida. Talvez Deus, em sua
extraordinária maestria, esteja
planejando se apresentar para mim de
uma forma única diante desta situação.
Está difícil, mas eu preciso confiar.
Só me resta confiar. O estopim, é
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
∞∞∞
— Katherine, como sua mãe está?
— Indaga Anne, assim que me vê.
— Ela ficará bem. — Respondo,
tentando transparecer convicção. — O
senhor Underwood deu falta de mim?
— Pergunto.
— Não. — Balança a cabeça
negativamente. — Ei! Espera. — Ela
chama minha atenção, já que estou
prestes a entrar na sala de meu chefe
sem bater ou pedir licença.
Ignoro Anne e entro na sala. Deparo-
me com um homem jovem. Seu terno
preto está perfeitamente alinhado e seus
olhos azuis são amedrontadores quando
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
— Um milhão de dólares.
Ele ri da maneira mais debochada
possível. Claro, eu também riria de tal
forma caso alguém me pedisse um
milhão de dólares. No entanto, o senhor
Benjamin, com pequenas atitudes, já
provou ser arrogante, prepotente e
presunçoso.
— Precisa de um milhão de dólares?
— Arqueia uma de suas sobrancelhas.
— Sim senhor. — Balanço a cabeça
em afirmação, abaixando o olhar.
“Que loucura está cometendo,
Katherine? Ele é seu novo chefe e vai
demitir você por achá-la uma retardada.
Quem pede um milhão de dólares no
emprego?”, meu subconsciente aponta.
Ignoro-o.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
— Tudo bem.
Ao ouvir tais palavras, levanto meus
olhos e encaro o homem por alguns
instantes.
“Ótimo! Achou um mais retardado
do que você.”, penso comigo mesma.
— É sério? — Questiono perplexa.
Não sei se fico feliz ou triste. Talvez
ele possa começar a rir e dizer que está
brincando comigo — o que, claro, não
me surpreenderia — ninguém dá um
milhão de dólares só porque alguém diz
que precisa. Primeiro, porque não é
todo mundo que tem essa quantia.
Segundo, quem tem, geralmente, não
gosta de dividir.
— Sim. — Assente. — Mas, com
uma condição.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
importa.
Fecho os olhos com força desejando
que tudo seja um pesadelo.
— Você aceita?
— Sim.
Afirmo olhando no fundo de seus
olhos. O senhor Benjamin sorri
sarcástico. Sinto calafrios só de olhá-lo.
Ele é... Frio.
— Ótimo! — Exclama voltando ao
seu semblante sério. — Você é
Katherine, certo? Mencionaram seu
nome na reunião mais cedo.
— Sim, Katherine Smith.
Esforço-me para sufocar a vontade
de chorar. Nunca imaginei que meu
pedido de casamento seria assim.
Nunca imaginei que chegaria a esse
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
∞∞∞
Já são cinco horas da tarde.
Respondemos inúmeras perguntas e
cheguei a conclusão de que o senhor
Benjamin, apesar de ser um homem
muito bonito, é ,com absoluta certeza, o
homem mais mal educado que eu já
conheci. Acho que por ser rico ele se
intitula superior às outras pessoas.
Confesso que minha vontade era
chorar e gritar com ele, a cada resposta
hostil, como se eu fosse uma palhaça,
mas preciso ser forte. Por mamãe. Ela
também foi forte por mim. Agora é a
minha vez.
— Nosso casamento será depois de
amanhã.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Capítulo 3
Para uma mulher que vai se casar
hoje, não estou nem um pouco
animada. Minha vontade é desabar,
chorar, gritar, fugir.
Ontem fui até o hospital, falei com o
médico especializado no caso de minha
mãe e acertamos tudo. Amanhã o
dinheiro já estará disponível.
Benjamin me ligou ontem, para
avisar que vem me buscar às seis horas
para o nosso casamento. Ainda não
acredito que estou fazendo isso.
Olho-me no espelho uma última vez.
O vestido ficou muito bonito. Esboço
um sorriso fraco ao ver meu reflexo.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
∞∞∞
Katherine Underwood.
Embora tenha achado meu novo
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
parece simpático.
— Obrigada. A gente se vê depois.
Saio da cozinha e vou a procura de
Benjamin. Sigo-o até o segundo andar,
paramos diante de uma porta branca.
Ele abre e deparo-me com um quarto
de princesa.
Toda a decoração é em tons pastéis.
A cama parece confortável, os lençóis
parecem ser caros e os móveis
aparentam ser feitos com madeira de
lei.
— Esse é o quarto. — Fala apático,
como sempre, desde que o conheci.
— É lindo. — Aproximo-me da
janela, observando a paisagem que me
é concedida.
— Sinta-se a vontade, o quarto é
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
seu.
Antes que eu responda, ele deixa o
cômodo.
Sento-me na cama e suspiro
pesadamente. Embora eu queira chorar,
parece que já derramei todas as
lágrimas que tinha durante os
pouquíssimos dias que se passaram.
O que me consola, além do Espírito
Santo, é saber que minha mãe ficará
bem. Esses três meses passarão
rapidamente, ao menos, é o que eu
espero.
Resolvo tomar um banho. Como
minha mala ainda está lá embaixo,
procuro alguma roupa nesse quarto.
Não estou com vontade de descer e
encontrar meu “marido”. Abro a porta
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
quarto. Ufa!
— Nunca entre lá, Katherine. — Diz
batendo a porta de meu quarto com
força.
Chego a duas conclusões. A
primeira, é que Benjamin Underwood
tem problemas e a segunda, é que serão
longos três meses.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Capítulo 4
Acordo com a luz do sol em meu
rosto. Pisco várias vezes, na tentativa
de acostumá-los com a claridade. Olho
em volta, analisando tudo o que está ao
meu redor.
Respiro fundo, fecho meus olhos e
conecto-me com o céu mentalmente:
Senhor Jesus, venho neste momento
te agradecer pelo teu infinito amor,
graça, misericórdia e por tudo o que
tens feito em minha vida. Eu preciso de
ajuda, por favor. Me ajude a suportar
aquilo que eu não posso mudar. Me
sustenta, me ajuda a me manter de pé,
mesmo diante deste furacão. Que
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
da manhã.
— Bom dia, senhora Katherine. —
Respondem-me em uníssono.
Eles deixam Benjamin e eu a sós.
— Está esperando alguém? —
Pergunto devido aos inúmeros
alimentos postos à mesa.
— Não. — Fala apático. — Somos
apenas nós dois.
Fico maravilhada enxergando tanta
comida na minha frente.
Embora nunca tenha passado fome –
graças a Deus – nunca havia me
deparado com uma fartura tão
exorbitante.
— Vai comer ou vai ficar olhando?
— Indaga mal educado. Começo a
comer em silêncio, assim como ele. —
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
— Diz à vendedora.
— Sim, senhor. — A mulher sorri
pervertida, analisando Benjamin
descaradamente. — Vamos deixá-la
deslumbrante.
Sigo a vendedora e começo a
experimentar inúmeras roupas.
Por fim, coloco um vestido rosa
claro, que marca minha cintura e bate
na altura de meus joelhos. Coloco um
scarpin nude. Como já há o salão na
loja, eles arrumam meus cabelos e sou
maquiada. Ao me olhar no espelho,
tenho a visão de uma mulher elegante,
refinada. Meus cabelos tiveram as
pontas amparadas e receberam um
tratamento incrível. A maquiagem
ficou leve, mas notória. Sinto-me bela.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
∞∞∞
Benjamin estaciona o carro na frente
da casa. Acabamos por almoçar no
shopping.
— Vamos deixar as compras aqui e
vou fingir ser romântico. Ai de você se
me bater. — Ameaça-me.
Ele abre a porta do carro para mim e
me pega no colo.
— Começa a rir de alguma coisa que
eu disse. — Sussurra em meu ouvido.
Ambos começamos a rir quando
entramos em casa. Os empregados nos
olham estranhos.
Meu “esposo” sobe as escadas
comigo em seus braços e entramos no
meu quarto. Ele solta-me e fito seu
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
olhar azul.
— Por que os empregados te olham
assim?
— Não é da sua conta.
“Cavalo!”, penso comigo mesma.
— Então, está bem. — Suspiro
pesadamente.
— Vou para a empresa. Pode
passear pelo jardim, ou se for sair, vá
com o meu motorista. Ele ficará a sua
disposição.
Benjamin sai, deixando-me sozinha
com meus pensamentos.
Coloco uma roupa mais simples,
pego minha bolsa e meus documentos.
— Vai sair, senhora Katherine? —
Indaga Olga.
— Pode me chamar apenas de
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
de mamãe?
— Chegamos, senhora.
— Obrigada. — Pago o homem e
adentro o hospital.
— Bom dia, sou Katherine Smith,
filha de Angelina Smith. — Dirijo-me à
recepcionista. — Preciso falar com o
doutor Jason, sobre o caso de minha
mãe.
— Claro. Siga até o fim do corredor,
porta de número nove. — Explica-me.
— Obrigada.
Sigo o caminho que a mulher me
indicou e bato na porta. Ouço o médico
murmurar um “entre”.
— Olá, doutor Jason.
— Olá, senhorita Katherine. — Sorri
amigável. — Sente-se.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
∞∞∞
— Paz do Senhor, irmã Katherine,
como vai sua mãe? — Questiona-me o
pastor, assim que entro na igreja.
— Paz do Senhor, pastor. Peço que
ore por ela, ela não está muito bem de
saúde.
— Iremos orar. Deus fará o melhor.
— O homem sorri amistosamente.
O culto começa. Desde a primeira
oração que é feita, já começo a
quebrantar meu coração diante da
gloriosa e santa presença de Deus.
— A irmã Katherine está com a
oportunidade de louvar ao Senhor com
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
um hino.
Desde menina, eu sempre fui
apaixonada por louvar a Deus. Mamãe
ensinou-me nesse caminho. Ensinou-
me a adorar em espírito e em verdade; a
louvar diante de toda e qualquer
tempestade.
∞∞∞
— Boa noite, Olga. —
Cumprimento-a assim que chego a casa
de Benjamin.
Já são nove horas da noite.
— Boa noite, senhora Katherine.
Subo as escadas e vou para meu
quarto. Ao acender a luz, deparo-me
com Benjamin, fitando-me com o seu
olhar cheio de raiva.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Capítulo 5
mesmo tom.
— Abaixe a voz para falar comigo,
entendeu? — Olha-me
ameaçadoramente, fazendo-me
estremecer.
"É por sua mãe, Katherine.
Arrogante! Grosso! Mal educado!",
meus pensamentos manifestam-se
enquanto assinto.
— Nunca mais faça isso. Se for sair
ou se for para a igreja novamente, me
avise. — Balanço a cabeça em
concordância. — Você acha que os
empregados não falam? Acha que não
falam o quanto somos frios um com o
outro?
— Sabe... Você tem problemas.
Além do mais, acho que deveria tratar
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
∞∞∞
Saber que foi Benjamin quem pediu
para me servirem o jantar deixou-me
um tanto quanto perplexa. Esperava
isso de qualquer pessoa, menos dele.
Sinceramente, acho que sob essa
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
começo a comer.
— Obrigada por ter pedido para a
Olga levar o meu jantar. — Esboço um
pequeno sorriso.
— Por mais que possua meus
defeitos, nunca deixaria ninguém
morrer de fome sob meu teto. — Fala
sério, como sempre.
— Desculpe por não ter avisado que
eu iria no culto. — Sussurro.
Benjamin fita-me de soslaio, é
nítido.
— Você sabe pedir desculpas. —
Desdenha com um sorriso irônico
estampado em seu rosto.
— Deveria sorrir mais vezes,
sorrisos verdadeiros. — Comento
encarando-o.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Capítulo 6
Acordo com o canto dos pássaros
que habitam as árvores da propriedade.
É um belo som e uma bela visão.
Levanto-me da cama, dobro meus
joelhos diante da mesma e começo a
falar com meu Pai.
— Senhor Deus e Pai, neste
momento me chego ante a tua presença
para te agradecer pelo teu infinito
amor, graça e misericórdia, dos quais,
não sou merecedora. Pai, obrigada por
ter mandado providência em relação ao
dinheiro que precisava. Agora, peço
que dê tudo certo no transplante da
mamãe. Senhor, sei que ele pode estar
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Capítulo 7
Vou para meu quarto e choro
compulsivamente. O que está
acontecendo comigo?
Eu era o tipo de pessoa que não se
deixava abalar, independentemente das
circunstâncias, fossem favoráveis ou
não. Presumo que a descoberta da
doença de minha mãe tenha me
deixado... Frágil.
Está tudo uma confusão dentro de
mim e há Benjamin... As coisas estão
confusas.
Neste momento só queria um abraço
de mamãe. Seus abraços são apertados
e reconfortantes.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
mesmo tom.
— Está dizendo isso para si mesmo,
não é? — Arqueio uma de minhas
sobrancelhas.
— Você é maluca. — Bufa
indignado.
— Nisso eu concordo com você. —
Balanço a cabeça em concordância. —
Fui maluca o suficiente para me casar
com você. — Respondo séria.
"Foi por sua mãe, Katherine", penso
comigo mesma e não consigo evitar o
choro.
— Não se faça de vítima. — Diz
olhando-me seriamente.
Fecho os olhos com força e reprimo
as lágrimas que desejam jorrar sobre
meu rosto. Não vou dar esse gostinho a
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
ele.
— Resumindo: eu sei me defender, e
se aquela sua amiguinha vir testar
minha paciência novamente, aí vou dar
uma resposta a altura de gente rica,
metida, esnobe e ignorante como ela.
— Cuspo as palavras olhando no fundo
de seus olhos.
— Que merda, Katherine! — Grita
passando a mão nos cabelos. — Por sua
resposta tive que convencer os
acionistas e fornecedores a continuarem
na empresa. — Suspira tentando se
acalmar. — Meu pai saiu, eu sou o
novo presidente e eles precisam confiar
em mim, precisam me respeitar. Mas,
como eles vão confiar no homem que
não é respeitado pela própria mulher,
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Indaga irônico.
— Me desculpa. — Sussurro
apavorada.
— Guarde suas desculpas. Que
merda você pensou que estava fazendo,
garota? — Grita novamente, mas dessa
vez, ele segura meus pulsos com muita
força.
Solto um gemido de dor. Benjamin
olha-me com raiva. Sinto as lágrimas
começarem a descer, levando minha
máscara de força consigo. Ele não solta
meus pulsos em nenhum instante. Eu
poderia gritar, no entanto, esse grito
está reprimido em minha garganta. O
medo o fez.
— Estava impedindo você de acabar
com a sua vida. — Falo em um tom
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
baixo.
— Vida? Que vida? — Ele aperta
mais meus pulsos.
— A vida que Deus te deu,
Benjamin. Sei que pode ser difícil às
vezes, mas...
— Você não sabe de nada. —
Pronuncia as palavras pausadamente.
Seu olhar aterroriza-me de uma
forma surreal.
"É pela sua mãe, Katherine.", digo a
mim mesma. Devo ser forte por minha
mãe.
— Sei o que é ter uma vida difícil.
— Respondo-o temerosa.
Ele ri irônico. Uma risada
assustadora.
— Você é muito petulante.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Capítulo 8
Dor: É o que estou sentindo neste
momento. Meus pulsos doem, meu
coração dói. Já é meia noite, ainda não
dormi. Parece que ainda sinto as mãos
fortes de Benjamin a me machucarem.
Vasculhei as gavetas do banheiro
procurando uma pomada, mas, não
encontrei nada. Não vou sair do quarto,
tenho medo de encontrá-lo.
As lembranças do que ele fez
habitam meus pensamentos,
impedindo-me de dormir. Eu quero
gritar desesperadamente. Não sei se irei
aguentar três meses junto com esse
homem.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
— Me desculpa? — Pede-me
olhando no fundo de meus olhos.
Ele sabe pedir desculpas.
Benjamin aproxima-se e senta ao
meu lado.
— Tudo bem. — Digo séria.
Em um ato rápido, ele segura uma de
minhas mãos. Sinto calafrios ao sentir
seu toque. Afinal, há algum tempo, ele
estava me machucando.
— Seus pulsos... — Sussurra com
pesar. — Eu... Me desculpa, por favor,
Katherine. Me perdoa. — Analisa as
marcas presentes em meu pulsos.
— Está tudo bem.
— Não está, não. — Ele nega. É
possível ver a tristeza em seu olhar. —
Eu fui um covarde por ter te
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
cabelos.
Olho-o por um instante, até que me
pego olhando para seus lábios.
Seja prudente, Katherine.
Desvio o olhar e ele volta a me
abraçar.
— Benjamin? — Sussurro.
— O que foi? — Indaga.
Posso sentir a preocupação no tom
de sua voz.
— Posso te pedir uma coisa? —
Pergunto um tanto quanto
envergonhada.
— Qualquer coisa.
— Eu procurei no banheiro, mas,
não encontrei nenhuma pomada ou
algum gel para passar nos meus pulsos.
Estão doendo.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
desconfortável.
— Não precisa falar, se não quiser.
Eu entendo. — Realmente entendo.
Não que eu já tenha me cortado,
mas, lembro-me de ter passado por
maus momentos quando meu pai foi
embora. Eu era só uma criança que não
tinha muita estrutura emocional.
Apesar de tê-lo perdoado, até hoje,
pergunto-me o porquê de sua partida.
Não divido isso com ninguém. Apenas
com Deus. Mamãe já teve que aguentar
muita coisa, não seria justo com ela.
Sei que ela não reclamaria caso
quisesse desabafar, mas também sei
que ela sentiria tanta dor quanto eu.
Benjamin puxa-me para o banheiro e
começa a mexer nas gavetas. Ele pega
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
desligá-la.
Começamos a rir como dois
malucos. Dois malucos molhados.
— Nunca havia visto você rir dessa
forma. — Comento surpreendida.
— Nunca havia rido dessa forma. —
Ele pega duas toalhas e me entrega
uma.
— Ah... eu vou para o meu quarto.
— Saio do banheiro e me dirijo a porta
do quarto.
— Espera! Fica. — Pede olhando no
fundo de meus olhos.
— Minha roupa está toda molhada.
Ele vai até o closet e tira uma camisa
de lá.
— Pode vestir. — Entrega-me a
mesma. Começo a rir. — Você está de
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
próxima de mim.
Por um instante, sinto... Pena de
Benjamin. Sei o quanto a solidão é
prejudicial. Estou há poucos dias longe
de mamãe e sinto-me só, mesmo
sabendo que Deus sempre está comigo.
— Vem cá. — Faço um sinal para
que ele deite a cabeça em meu colo.
Então, ele o faz.
De repente, pouco a pouco,
Benjamin vai abaixando a guarda; o
muro que o envolve. De repente, como
o gelo, ele vai derretendo. Como a
pedra, ele vai se quebrando.
— Comecei a me cortar quando eu
tinha dezessete anos. — Repete as
mesmas palavras, no entanto, seu olhar
fica fixo no teto.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Capítulo 9
Acordo e percebo que Benjamin
ainda dorme tranquilamente. Minha
cabeça está apoiada em seu peito,
enquanto seus braços envolvem minha
cintura.
As lembranças da noite anterior
fazem com que um grande sorriso brote
em meu rosto.
Benjamin foi tão carinhoso,
atencioso e amável. Cuidou de mim de
uma forma extraordinária. Acho que a
noite passada compensou todos os
nossos antigos diálogos repletos de
hostilidade. Sinto-me protegida nos
braços de Benjamin.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
— Digo o mesmo.
Saio de seu quarto – encabulada – e
vou para o meu. Ao fechar a porta atrás
de mim, respiro fundo. Digo para mim
mesma que não gostei do beijo que ele
me deu e que assinamos apenas um
contrato. Um milhão de dólares por um
casamento. Simples assim! Nada de
sentimentos envolvidos; é assim que
tem que ser. Me arrumo e desço para
tomar café.
Ao chegar na sala de jantar – local
onde o café também é servido – acabo
vendo uma cena que não esperava ver.
Na verdade, que não queria ver.
Benjamin está aos beijos com
Camile. Meus olhos ficam marejados.
Não vou derramar minhas lágrimas por
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
∞∞∞
— Tchau, Katherine. — Despede-se
a Bruxa.
— Tchau. — Falo seca.
— Tchau, Kat. Até mais tarde. —
Despede-se Benjamin, dando-me um
selinho.
Falso.
Ao ver que eles saíram, permito que
as lágrimas rolem. Que droga! Por que
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
deu folga.
— Eu te amo, Katherine.
— Também te amo, mãe.
— Está tudo bem mesmo? — Indaga
desconfiada.
— Claro. — Balanço a cabeça em
concordância.
Passo a tarde conversando com
minha mãe. Não contei sobre
casamento, Benjamin ou mencionei o
valor do transplante. Entendendo a
situação, o doutor Jason permitiu que
ficasse com ela até às oito horas da
noite, excepcionalmente.
∞∞∞
— Boa noite. — Cumprimento Jeff,
assim que adentro a casa.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Esbraveja irritado.
— Digo o mesmo para você. —
Respondo da mesma forma.
— Eu exijo que me respeite. —
Grita segurando meus pulsos.
Era só o que me faltava.
— Respeito? Ah, por favor! Eu vi
você aos beijos com a Camile hoje de
manhã. — Grito com os olhos
marejados. — Agora, me solta. Está me
machucando!
Ele larga meus pulsos e sai do
quarto.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Capítulo 10
E, novamente, Benjamin tornou-se
tão frio quanto o gelo e mais duro que
uma pedra. Mais uma vez, Benjamin
tornou-se um monstro.
Quem ele pensa que é para exigir
respeito? Tudo bem, o que temos não é
um casamento, é um contrato. Porém,
ele poderia ser mais... bem, eu não sei.
Vê-lo aos beijos com a Bruxa Potter
deixou-me de uma forma
estupidamente estranha. Não deveria
me sentir assim. Ele não é nada meu.
São tantas coisas. São tantos
problemas. Dias de desespero, tão
tempestuosos e tão hostis quanto
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Benjamin.
Hoje será o transplante de minha
mãe. Só peço a Deus para que Ele não a
tire de mim. Ela é tudo o que eu tenho.
Minha única família.
Desde ontem, Benjamin não fala
comigo. Nenhuma palavra. Meu medo
é que ele volte a se cortar.
Isso acabaria comigo.
Apronto-me para ir até o hospital, só
irei tomar um café antes, não sei quanto
tempo eu ficarei por lá.
Dirijo-me até a sala de jantar, onde o
café é servido diariamente. Benjamin
está extremamente concentrado lendo o
seu jornal, ou, minha teoria preferida:
sendo hostil, bruto, mal educado,
arrogante... Será que esqueci de alguma
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
coisa?
Sento-me e começo a comer. O
silêncio é perturbador. Pode parecer
estranho, mas sinto falta de ouvir sua
voz.
"Deixe de asneiras, Katherine!",
penso.
— Com licença. Os senhores têm
algum pedido para o almoço? —
Questiona Olga.
— Já disse que essas questões
devem ser resolvidas com a mulher da
casa, Olga. — Responde ríspido,
olhando-a por alguns instantes. — E eu
não sou a mulher da casa. — Conclui,
voltando sua atenção para o jornal.
— Não precisa ser grosso,
Benjamin. — Repreendo-o, irritada.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Indaga convencido.
— Ciúmes? — Solto uma risada
debochada. — Não sinto ciúmes de
você. — Pronuncio as palavras
pausadamente.
— Não é o que parece, cara
Katherine.
— Nem sempre o que parece é. Às
vezes, aquele que aparenta ser o mais
forte e inquebrável, é o mais fraco,
frágil e vulnerável de todos. Você
ensinou-me isso. — Cuspo as palavras
em sua face.
Então, eu arrependo-me. Arrependo-
me do que disse.
— Desculpa. — Sussurro. Ele
apenas assente.
Termino de comer, chamo um táxi e
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
∞∞∞
— Olá doutor Jason. Tudo certo para
o transplante? — Cumprimento-o com
um aperto de mãos.
— Está tudo encaminhado, senhorita
Katherine. — Assente com um leve
sorriso no rosto. — Vamos realizar o
transplante e venho dar as notícias,
assim que possível. — Comenta
analisando-me.
— Claro, doutor. — Balanço a
cabeça em concordância.
— Não se preocupe, tudo dará certo.
— Afirma indo para o local onde será
realizado o transplante.
Respiro fundo e sento-me em uma
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
∞∞∞
Chego na casa de Benjamin exausta
e faminta. Tudo está silencioso.
Que ele já esteja dormindo.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Capítulo 11
Benjamin
Katherine Smith... Ah! Ela tem me
deixado maluco.
Desde o dia em que a conheci, a
garota tem habitado meus pensamentos.
No início, eu sentia raiva, afinal, não
queria me casar dessa forma.
Nem de forma alguma.
Quando a vi na empresa, me pedindo
dinheiro, um milhão de dólares, nunca
imaginei que ela poderia me dar tantos
problemas.
Quando minha mãe morreu, me vi
completamente sozinho e criei uma
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Katherine Smith...
— Onde ela está? — Interrompo-a,
impaciente.
— No quarto de número cento e
trinta e sete... Espere, senhor.
Saio sem olhar para trás, indo a
procura do tal quarto.
Chegando até o local, a porta está
entre aberta. Katherine está falando
com uma mulher.
— Senti sua falta, mãe. — Diz ela.
Mãe? Ela me disse que não tinha
ninguém.
— Eu também, minha filha. —
Responde-lhe a mulher. — Mas... tem
certeza que está tudo bem? Parece
triste. — Questiona a mulher, afagando
seus cabelos.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
sobrancelhas.
— Sim senhor. — Responde sem
coragem de olhar-me.
— Tudo bem.
Ela levanta seu olhar e encara-me
por alguns instantes.
— É sério? — Questiona perplexa.
— Sim. — Assinto. — Mas, com uma
condição.
— E qual seria essa condição? —
Pergunta temerosa.
— Terá que se casar comigo,
durante três meses. Sou canadense,
para cuidar dos negócios, preciso de
um visto, ou de uma esposa. Tem dois
minutos para pensar. — Falo fazendo
sinal para ela se sentar na cadeira a
minha frente.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Capítulo 12
Ele adentra o quarto do hospital e se
senta na cadeira ao meu lado.
— Quem é o senhor? — Questiona
mamãe, visivelmente intrigada e
curiosa.
— Perdão por não ter me
apresentado. Sou Benjamin
Underwood. — Ele responde com um
pequeno sorriso no rosto.
— Você tem o mesmo sobrenome
do chefe da Katherine.
— Sou filho dele. — Diz Benjamin.
Não consigo falar nada, fico sem
reação diante da situação que estou
enfrentando.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Despede-se Ben.
— Até mais tarde, rapaz.
Ambos saímos da sala. Fecho os
olhos com força, esperando gritos
vindos da parte de Benjamin, olhares
penetrantes ou que ele segure meus
pulsos com força. Sou surpreendida por
seus braços me envolvendo em abraço
acolhedor.
— Me desculpe, Katherine. Fui um
monstro com você. — Sussurra em
meu ouvido, posso ouvir a amargura no
tom de sua voz.
Então, permito-me chorar. Chorar
por tudo o que aconteceu e por tudo o
que está acontecendo dentro de mim.
— Eu que peço desculpas... Mas eu
estava desesperada, eu não sabia o que
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
fazer e...
— Calma! Eu estou aqui. Vou cuidar
de você. — Afaga meus cabelos de
forma carinhosa.
— Sinto muito. — Murmuro
enterrando a cabeça em seu peito.
— Por que não me contou,
Katherine? Acha que não teria te dado
o dinheiro? — Indaga fazendo com que
olhe nos seus olhos.
— Sinceramente? — Arqueio uma
de minhas sobrancelhas. — Acho que
não. — Concluo com pesar. — Afinal,
eu fui até o filho do meu chefe, pedi um
milhão de dólares e você nem
perguntou o porquê.
— Por que não me contou quando
nos casamos?
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Capítulo 13
Estamos diante do quarto de mamãe.
Benjamin está segurando minha mão.
Ele sorri.
Ben decidiu, ou melhor, nós
decidimos que vamos dizer para minha
mãe que somos apenas bons amigos e
ele é um chefe extremamente generoso.
Enquanto mamãe ficar no hospital,
ficarei na casa de Benjamin, depois,
voltarei para minha casa.
— Oi mãe. Como se sente? —
Indago assim que adentramos o quarto.
— Muito bem, meu amor. — Esboça
um sorriso singelo. — Você se
alimentou? — Questiona preocupada.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
— Sim, mãe.
— Comeu alguma besteira, filha?
— Não, eu mesmo me certifiquei,
senhora Angelina. — Ben manifesta-se
pela primeira vez.
— Então... Desde quando vocês são
amigos? — Pergunta mamãe.
— Ah... Desde que eu assumi a
presidência. — Responde Benjamin.
— Quanto tempo faz?
— Um bom tempo, senhora
Angelina.
— Katherine não comentou nada
comigo. — Diz analisando-me.
— Eu esqueci. — Dou de ombros.
— E, o que levou o senhor a dar um
milhão de dólares para a minha filha?
Benjamin coloca as mãos nos bolsos
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
pesadamente.
— Ual! Pelo menos vocês se amam.
— Comenta mamãe.
Espero algum dia alcançar o nível de
calma e paciência que ela tem.
Benjamin me olha e sorri.
— Vamos nos divorciar daqui a três
meses. — Sussurro com tristeza na voz.
Mamãe ri.
— Você que está dizendo. Foi muito
corajosa. Espero que tenha valido a
pena.
— Com absoluta certeza, mãe. A
senhora está bem agora.
— Também fiquei surpreso quando
soube, senhora Angelina. Katherine não
havia me dito. Se ela tivesse falado,
certamente, lhe daria o dinheiro
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
necessário.
— Deus tem os seus propósitos,
rapaz. Ele faz as coisas de forma
perfeita.
Ficamos mais algum tempo
conversando com mamãe, ela e
Benjamin se deram muito bem. Graças
a Deus.
Estamos a caminho de casa, Ben está
sendo extremamente carinhoso.
— O que acha de um jantar
especial? — Sugere, tirando os olhos
da estrada por um instante.
— Acho ótimo. — Sorrio.
— Sua mãe é muito legal.
— Ela gostou de você.
— Graças a Deus. Não seria legal se
a minha sogra não gostasse de mim. —
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
∞∞∞
Tomo um banho, me visto e desço
para a sala de jantar. Benjamin puxa a
cadeira para mim e ambos nos
sentamos à mesa.
Espero que goste de lasanha.
— Minha comida preferida. —
Assinto.
— Então, vai se apaixonar pela
minha, senhora Katherine. —
Pronuncia-se Olga, servindo-nos a
lasanha.
— Parece ótima.
— Digo o mesmo, Olga. —
Concorda Ben.
A empregada o fita surpresa,
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Capítulo 14
Acordo com os raios de sol em meu
rosto. Pisco várias vezes tentando
acostumar meus olhos com a luz.
Respiro fundo e me lembro da noite
anterior. Dormi com Benjamin
afagando meus cabelos de uma maneira
extremamente carinhosa. Ele não está
mais na cama.
Que horas são?
Sento-me na cama e olho tudo ao
meu redor. Minha vida mudou de uma
forma inusitada nos últimos dias.
Benjamin também mudou. Para melhor.
Às vezes, penso como seria se não
tivéssemos nos casado. A cada instante,
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
∞∞∞
— Quer que eu mande o motorista te
buscar? — Pergunta-me Benjamin.
Estamos a caminho do hospital.
— Não há necessidade... Pego um
táxi depois.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
simplesmente e sorri.
Ouço meu celular tocar, é um
número desconhecido por mim.
Atendo-o:
— Alô?
— Senhora Underwood? — Diz a
voz grave que me faz sorrir
instantaneamente apenas em ouvi-lo.
— Ben.
— Pensei que não reconheceria
minha voz. — Comenta. Posso apostar
que ele está sorrindo. — Ainda está no
hospital?
— Estou, sim.
— Vou passar aí pra te buscar.
Havia me esquecido, mas temos uma
festa da empresa para irmos hoje à
noite.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
∞∞∞
Estou diante do closet, tenho
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
na casa de Benjamin.
— Obrigada. — Sorrio e Ben faz o
mesmo.
Nos dirigimos até a mesa
concernente a nós. Infelizmente, vejo a
Bruxa loira se aproximar com um
sorriso falso estampado em sua face.
— Olá. — Sorri irônica. Devolvo o
sorriso e não a respondo. — Ben, está
na hora do discurso.
— Claro... Já volto. — Comunica-
me, indo junto de Camile.
— Boa noite, senhoras e senhores
presentes. É com extrema alegria que,
em nome da Companhia Underwood,
inauguramos nossa nova ONG. Para
falar melhor sobre isso, gostaria de
chamar o presidente, senhor Benjamin
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
aproxima-se consideravelmente.
Permaneço imóvel, apenas olhando
seus belos olhos, sentindo seu cheiro.
Somos interrompidos por um dos
acionistas que se aproxima sem jeito.
— Desculpe atrapalhar, senhores. —
Sorri amigável. — Os fornecedores da
Sumpter desejam conversar com o
senhor sobre os projetos de Chicago. —
O homem de cabelos grisalhos explica.
— Tudo bem. — Assente. — Vem
comigo?
— Já vou. Só vou ir até o banheiro.
— Está bem.
Benjamin some do meu campo de
visão e vou a procura de um banheiro.
Após alguns minutos, encontro um
grande banheiro, quase todo de
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Capítulo 15
Acordo com o barulho da porta do
quarto se abrindo. Mas não é Benjamin,
seus braços estão envolvendo minha
cintura.
— Bom dia, pombinhos. — Ouço a
voz de uma mulher. Uma voz carregada
de animação. Ela liga a luz do quarto.
Lauren! Mas, o que ela está fazendo
aqui?
Benjamin cobre nossas cabeças com
o cobertor e resmunga alguma coisa
que não consigo decifrar.
— Acordem, amores! Temos um
lindo dia pela frente. — Fala animada,
tirando a coberta de nossas faces.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
∞∞∞
O sol brilha lá fora, não sinto mais
os braços de Ben envolta de minha
cintura. Reviro-me na cama e respiro
fundo. Levanto-me, dobro meus joelhos
e começo a falar com Deus.
— Pai, venho neste momento te
agradecer pelo teu amor, graça e
misericórdia. Obrigada por cuidar de
mim e pelo grande livramento que o
Senhor me proporcionou. Peço que
abençoe Benjamin e tenha misericórdia
de Kellan. Pai, obrigada por ter feito
com que ocorresse tudo bem no
transplante de mamãe. Peço que fique
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
meus ombros.
— Graças a Deus e a você. —
Respondo em um suspiro.
— Estávamos esperando você para
tomarmos café. — Comenta enquanto
nos aproximamos da mesa.
— Bom dia, cunhada. Como se
sente? — Pergunta-me Lauren,
extremamente animada.
— Bem, obrigada. — Sorrio.
O senhor Alaric e Bruce apenas
assentem com a cabeça, enquanto me
sento ao lado de Ben.
— Está se sentindo melhor,
Katherine? — Questiona senhor Alaric.
— Graças a Deus. Muito obrigada,
senhor Alaric.
— Nunca vi Benjamin tão furioso.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
A família Underwood é
estranhamente peculiar. Segundo Ben,
faz muito tempo que eles não passavam
algum tempo juntos, como no nosso
café da manhã. É bom saber que eles
estão se aproximando.
∞∞∞
Acabo de tomar meu banho e
resolvo ligar para minha mãe. Tomo
coragem e disco o número do celular
que deixei com ela no hospital. Chama
algumas vezes, ela logo me atende.
— Oi, mãe!
Sinto minha voz trêmula.
— Oi, minha filha. Como você está?
Sinto algumas lágrimas rolarem e
tento reprimir o choro. Os flashbacks
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Capítulo 16
Ontem Ben e eu conversamos
durante horas, até a madrugada, para
ser mais exata. No entanto, ambos
dormimos em nossos quartos;
separados.
Lauren me convidou para fazermos
compras e depois disso vamos visitar
minha mãe. Ben insistiu para que
fôssemos em seu carro, com o seu
motorista. Segundo ele, é perigo duas
belas damas andarem desprotegidas
pelas ruas de Los Angeles.
— Ben está me surpreendendo. —
Comenta minha cunhada, enquanto
escolhe algumas roupas.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
∞∞∞
— Olá, meninas. — Cumprimenta-
nos Bruce, assim que adentramos a
porta de casa.
— Oi. — Respondemos em
uníssono.
— Onde está o Ben? — Pergunto.
— Está na sala de ginástica.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
ferro.
— Oi. — Cumprimenta-me com um
largo sorriso no rosto.
— Oi.
— Como foram as compras com
Lauren? — Indaga pondo-se ao meu
lado.
— Foram ótimas. Sua irmã é muito
legal.
— Visitou sua mãe?
— Sim, ela te mandou um abraço.
— Não vai me dar o abraço? Eu
estou suado, mas... Já que sua mãe me
mandou um abraço, quero meu abraço.
— Fala em tom de brincadeira.
Rio de seu comentário.
Inesperadamente, Ben me prende em
seus braços, girando-me no ar.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
estamos ofegantes.
— O que acha de irmos jantar fora?
Quero te mostrar um lugar depois.
— Claro. — Balanço a cabeça em
concordância.
— Então é melhor irmos nos
arrumar. — Sugere.
Saímos da sala de ginástica, vamos
cada um para nossos respectivos
quartos. Chamei Lauren para me ajudar
a escolher uma roupa apropriada.
Digamos que ela entende mais de moda
do que eu.
— Perfeito! — Exclama minha
cunhada, batendo palminhas.
Ela escolheu um vestido azul
marinho, um pouco colado no corpo,
mas nada vulgar. As alças do vestido
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
∞∞∞
— Está linda! — Elogia-me Ben,
acho que pela quarta vez. Já estamos a
caminho do restaurante.
— Obrigada.
— Vou precisar ficar esperto, com
certeza, você vai atrair muitos olhares,
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
carro.
— Onde nós vamos? — Questiono
curiosa.
— Surpresa... Mas, acho que vai
gostar.
A viagem dentro da cidade dura uns
trinta minutos. Logo entramos em uma
área verde.
Para que lugar ele está me levando?
Após uns vinte minutos, adentramos
uma propriedade muito bonita. Há um
belo chalé.
— Chegamos, minha Katherine.
Ben abre a porta do carro pra mim.
Me encanto ao ver a tamanha beleza do
local, mesmo sendo pouco iluminado.
— Este lugar é incrível!
— Meu pai deu essa propriedade
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Capítulo 17
Os dias passaram rapidamente.
Lauren e Bruce já voltaram para Nova
Iorque. O senhor Alaric voltou para seu
spa.
Falta uma semana. Uma semana para
os três meses chegarem ao fim. Meu
relacionamento com Benjamin continua
o mesmo. Ele me beija, às vezes acabo
dormindo em seu quarto ou ele no meu.
Mamãe está morando conosco. Ben
insistiu para que ela viesse pra cá.
Minha mãe e Olga são ótimas amigas,
até o senhor Alaric conversou bastante
com ela.
Nesse meio tempo, Ben foi em dois
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
∞∞∞
O almoço estava delicioso, as
cozinheiras fizeram uma macarronada,
especialidade da casa. Depois de
almoçar, minha mãe foi descansar um
pouco.
— Tenho uns negócios da empresa
para tratar, mas é fora da cidade. —
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Avisa-me Benjamin.
Estamos em seu quarto. Minha
cabeça está sobre seu colo e ele afaga
meus cabelos de forma carinhosíssima.
— Quem vai com você?
— Outros três acionistas, a Camile e
você.
Até a Bruxa Potter? Eu mereço! Pelo
menos eu vou.
— Não quero te atrapalhar.
— E não vai atrapalhar... Quero que
vá comigo, por favor.
— Vai ser muito bom. — Sorrio.
— O pessoal da empresa ficará em
um hotel, nós ficaremos em uma
propriedade de minha família. Você irá
gostar.
— Com certeza... E quando nós
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
— Oi, Lauren!
— Olá, Kat. Tudo bem?
— Sim. E com você?
— Estou bem... Já estão na fazenda?
— Acabamos de chegar.
— Vá até o closet, deixei um
presente pra você. Aproveite. Tchau.
Antes que eu possa responder,
minha querida cunhada desliga.
— O que ela queria?
— Disse que deixou um presente pra
mim no closet. — Explico confusa.
Ben me puxa até o closet. Sobre uma
mesa, há um embrulho.
— O que será? — Indago curiosa.
— Abra!
Com cuidado, desembrulho o
pacote. Fico perplexa ao ver o baby
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
superioridade.
Ben me conduz até a cozinha, sento-
me no grande balcão de mármore,
enquanto o vejo cozinhar.
— Amanhã à tarde vou te levar para
cavalgar, Kat.
— Morro de medo de cavalos.
— Você vai gostar e vou estar ao teu
lado te protegendo. — Argumenta
vindo até mim e me dando um pouco
de molho para provar.
— Está delicioso... É um grande
cozinheiro, senhor Underwood. —
Digo com um sorriso brincalhão.
— Mereço um beijo? — Arqueia
uma sobrancelha.
— Não sei. — Dou de ombros.
De repente, seus lábios tocam os
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Capítulo 18
Acordo com o barulho do
despertador invadindo meus ouvidos.
Ben desliga o aparelho e me encara
com um pequeno sorriso nos lábios. O
sorriso mais lindo do mundo.
— Bom dia. — Sussurra.
— Bom dia. — Respondo em um
bocejo.
— Vou para a reunião, vamos tratar
com os fornecedores daqui... Mas, um
motorista ficará a sua disposição. —
Levanta-se da cama.
— Tudo bem. — Balanço a cabeça
em concordância.
— Se quiser, pode dormir mais um
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
está?
— Sim senhora. — Ele abre a porta
do carro e adentro o veículo.
Bobby é muito legal. Seus cabelos
grisalhos combinam perfeitamente com
o bigode no estilo Chaplin. Ele faz
alguns comentários engraçados, falando
sobre os costumes locais e como gosta
do campo.
Um sentimento estranho toma conta
de meu ser. Como se Benjamin
estivesse precisando de minha ajuda.
Um aperto no peito me faz suspirar
pesadamente.
Perdida em meus devaneios, nem
percebo que o carro para em frente a
um restaurante. Não presto atenção no
nome do local. Bobby abre a porta do
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Que sorriso.
— Apenas senti que precisava de
mim... — Murmuro sorrindo.
— Sempre preciso de você. —
Deposita um beijo em meus lábios, ato
que é correspondido por mim.
— Eles queriam te tirar da
presidência, não é? — Arqueio as
sobrancelhas.
— É... Todos são lobos dentro da
empresa. Não confio em nenhum deles.
— Responde-me, voltando a sua
expressão séria.
— É complicado... — Sussurro.
— Mas... Agora, vamos parar de
falar sobre empeesa, presidentes,
acionistas, fornecedores ou qualquer
outra coisa que envolva trabalho e
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Pudera!
— Olha, Katherine... Desculpe. —
Sussurra.
Finalmente, posso soltar a risada que
estava reprimida em minha garganta.
— Seu ataque foi... Foi... Inusitado...
E muito, muito divertido... — Falo
entre gargalhadas.
— Não tem graça. — Responde
seriamente.
— Tem sim. — Balanço a cabeça
freneticamente.
— Vamos embora logo. — Apressa-
nos.
— Está com ciúmes, está com
ciúmes... — Bato palmas com ironia.
— E se eu estiver? — Dá de ombros,
enquanto entramos no carro.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
— Se importa?
— Oh... Claro que não. — Nego.
— Então... Vamos.
Como um verdadeiro cavalheiro,
Ben me conduz até o jardim. Ele me
solta assim que ficamos frente à mesa,
que já está posta. Puxa a cadeira para
mim e se senta a minha frente.
— A comida da Marta é
maravilhosa. — Comento, assim que
dou a segunda garfada.
— Realmente... — Concorda. — A
minha comida você não elogiou... —
Finge indignação.
— Sua comida também é muito boa.
— Digo rindo.
— Muito boa? — Questiona rindo.
— A comida da Marta é maravilhosa e
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Capítulo 19
Minha cabeça está escorada em seu
peito. Seus braços estão envolvendo
meu corpo, impedindo-me de cair do
cavalo. Benjamin demorou uns vinte
minutos para me convencer a montar
com ele. Até que o cavalo é bem dócil.
Ouço o coração de Ben martelar.
Isso me relaxa. Sinto-me confortável
em seus braços.
— Kat... — Sussurra ao pé de meu
ouvido, fazendo-me arrepiar.
— O que foi? — Pergunto virando-
me um pouquinho para olhá-lo.
— Pensei que havia dormido. —
Brinca.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
cobertor, ignorando-me
completamente. Como pude ser tão
burra? Minha vontade é bater com a
cabeça na parede e ver se minha
sanidade mental retorna. Como fui
capaz de me apaixonar por alguém
como ele? Deito-me o mais longe
possível. No piso do local. Quero
manter distância de Benjamin. Viro de
costas para ele e me permito chorar.
Está doendo. Meu coração dói.
A tempestade lá fora é uma brisa
suave, comparada às tempestades
internas, as quais enfrento no presente
momento. Tempestades que deixarão
um rastro de destruição. Tempestades
que deixarão meu coração
completamente estraçalhado.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
∞∞∞
O sono demorou a chegar, segurei o
choro ao máximo. Quando voltamos
para a casa, no amanhecer, entrei para
um dos banheiros e explodi. Chorei
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
— Obrigado. — Agradece
Benjamin, com um falso sorriso no
rosto.
— Foi uma prazer conhecê-la,
senhora Underwood... Espero vê-la em
breve.
— O prazer foi meu, Marta. —
Sorrio.
Infelizmente... Acho que não iremos
nos ver tão cedo. Talvez nunca mais.
Adentramos o carro e permanecemos
em silêncio. É ensurdecedor. Eu quero
gritar. Chorar. Após alguns minutos,
Benjamin para em frente a um hotel.
— Por que paramos? — Pergunto
sem olhá-lo.
— Não é da sua conta. — Responde
ríspido.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
— Enlouqueceu de vez. —
Desdenha Camile.
— Cala a boca, Bruxa Potter. —
Irrito-me.
— Do que você me chamou?
— Apelido carinhoso. — Sorrio sem
mostrar os dentes.
Sem pedir permissão, passo por
Benjamin e sua bruxinha, adentro o
carro, sento-me no banco do motorista
e giro a chave. Ligou. Tudo funciona
perfeitamente. Saio do carro e encaro
os dois. Ambos me olham perplexos.
— Vamos logo. — Bato o pé.
— Posso ir na frente, com o Ben? —
Pede Camile.
Não quer ir de vassoura? Combina
mais com você.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Underwood. — Cumprimenta-me
Judith.
— Obrigada. — Forço um sorriso.
— Está tudo bem, filha? — Pergunta
mamãe, vindo me abraçar. Retribuo tal
gesto, mas não por muito tempo pois
Benjamin entra na casa.
— Está tudo ótimo, mãe. — Afirmo.
— Precisamos conversar, Benjamin! —
Falo seriamente.
Ele sustenta a mesma expressão.
— Concordo.
— Bem-vindo, senhor Benjamin. —
Jeff esbanja alegria.
Ele o ignora por completo e sobe as
escadas. Cerro os punhos. Por que ele
tem que ser tão mal educado?
— O que aconteceu com o senhor
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
no rosto.
— Acho que nem tão breve assim.
— Forço um sorriso. — E... É
Katherine Smith. — Dou de ombros.
— Sei que nos veremos em breve,
senhora Underwood. — Insiste Olga.
Ela e mamãe sorriem e se abraçam.
Adentramos o carro e vamos rumo a
nossa casa. Lugar o qual eu nunca
deveria ter saído. Apesar disso, sentirei
falta daqui. Falta de Benjamin.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Capítulo 20
Benjamin
Estou sucumbindo. Nunca pensei
que uma mera secretária poderia mexer
tanto comigo. Ela sabe me dominar.
Confundir-me e convencer-me de meus
erros. Katherine tornou-se minha ruína
e minha salvação. Eu a quero mais que
tudo. Desejo Katherine com todas as
minhas forças. Daria a minha vida por
ela, se necessário.
No entanto... Eu precisava parar. E
assim o fiz. Neguei meus sentimentos.
Neguei todo o amor que sinto por ela.
Katherine tornou-se absolutamente
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
joguinhos de manipulação e
calculismo. Quando beijei seus lábios,
eu queria que fosse Katherine ali, sendo
extremamente doce e forte ao mesmo
tempo.
O pior de tudo, foi o temível adeus.
O pior e o que se tornou mais
martirizante foi deixá-la ir. Queria
nunca ter que deixá-la. Os dias que
passei ao lado dela foram os melhores
da minha vida. Afinal, por mais que eu
odeie admitir, Katherine conseguiu me
mudar de uma maneira absurda.
Katherine quebrou minha barreira de
contenção, despedaçou a muralha que
me cercava e apresentou-me o amor.
Apresentou-me Deus.
Quanto mais tento esquecê-la, mais
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Capítulo 21
Nunca pensei que alguém frio e
arrogante, como Benjamin Underwood,
me faria tanta falta. Faz uma semana
que não nos vemos. O divórcio já foi
assinado, mas não nos vimos. Contei a
mamãe o que aconteceu lá na fazendo e
como foi reencontrar meu pai. Chorei
por horas. Chorei por meu pai e chorei
por Benjamin. Chorei de saudade.
Estou trabalhando na Empresa
Underwood, em outra divisão e como
secretária de uma das acionistas. Pelo
menos não preciso ver Benjamin, isso
só tornaria as coisas mais difíceis. Mais
difíceis para mim. Ele, provavelmente,
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
∞∞∞
Graças a Deus, meu expediente
chegou ao fim. Arrumo minhas coisas e
preparo-me para ir embora.
— Mal educado. — Ouço Amber
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
reclamar.
Ela, Megan e Elianor estão com
raiva, é perceptível.
— Tudo bem? — Indago pegando
minha bolsa.
— Fomos demitidas. — Diz Megan.
— Por quê? — Crispo os olhos.
— O senhor Underwood disse que
achou secretárias melhores para o cargo
e resolveu nos trocar.
— Sinto muito, Megan. — Murmuro
intrigada.
Tomo o rumo de volta para minha
casa. O caminho é cansativo e
entediante. Estou exausta, preciso
dormir.
— Oi mãe. — Dou um beijo em sua
testa, assim que entro em casa.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Benjamin.
— Oi. — Tento soar firme.
— Podemos conversar? — Pergunta
arqueando as sobrancelhas.
— Conversar?
— Olá Benjamin. — Mamãe o
cumprimenta.
Ele passa por mim, entrando na casa
e abraçando minha mãe.
— Como vai, senhora Angelina? —
Ele questiona.
— Muito bem, obrigada. — Sorri
amigável. — Sente-se. — Diz mamãe.
— Como vai, Katherine? —
Pergunta Benjamin.
Sério? Que tipo de pergunta é essa?
Primeiro eu digo que eu o amo, ele me
rejeita, me humilha, aí resolve bater na
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Capítulo 22
Hoje é o dia da festa. Estou ansiosa,
mas ao mesmo tempo com sentimentos
que não consigo descrever. Benjamin
me ligou ontem à noite, depois que saiu
daqui, informando-me que não
precisaria trabalhar hoje, mas ele não
falou mais nada. Nem um boa noite.
Porém, está tudo bem. O motorista já
trouxe as roupas, daqui a pouco, ele
vem me buscar para me levar ao salão.
— Qual você vai usar, Katherine? —
Indaga mamãe, extremamente animada.
— Não faço ideia. — Respondo em
um suspiro.
Todos os sete vestidos de gala estão
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
— Comenta sorridente.
— Ex... — Murmuro.
— Você e meu irmão estão mais
ligados que não sei o quê. — Dá de
ombros.
— Concordo plenamente. —
Pronuncia-se mamãe.
— Olá, senhora Angelina.
— Olá, Lauren.
— Como vai o Bruce? — Questiono.
— Bem... Mandou um abraço. —
Responde colocando sua bolsa sobre o
sofá. — Vim ajudar... Sei que vai ter
uma festa hoje à noite e também sei que
você precisa da minha ajuda.
— Foi Deus quem enviou você. —
Dou risada.
Puxo-a para meu quarto e ela
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
você escapar...
— Vamos mudar de assunto,
Lauren?
— Claro. Não vamos nos estressar,
afinal, você precisa ficar linda para a
festa hoje à noite. — Anima-se.
— Será que o Benjamin vai me
achar... Bonita? — Questiono
arqueando as sobrancelhas.
— Depois não vem pedir para
mudarmos de assunto. — Desdenha. —
E, respondendo sua pergunta: Benjamin
te acha a mulher mais linda do mundo,
conheço ele muito bem para saber.
— Ele sabe que você está aqui?
— Não. — Balança a cabeça.
— Por que não foi visitá-lo?
Benjamin sente sua falta, Lauren.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
algumas perguntas.
— O senhor e a senhora Katherine
estão juntos novamente? — Questiona
uma mulher loira.
— É verdade que o motivo da
separação foi traição? — Pergunta
outro homem.
— Sua mulher é uma gata, senhor
Underwood. — Fala um dos repórteres.
Benjamin cerra os punhos.
— Disse bem, minha mulher. —
Responde com arrogância.
Benjamin me puxa para o salão,
ignorando todas as outras perguntas
que lhe foram feitas.
— Sejam bem-vindos, senhores. —
Cumprimenta-nos um ancião de
cabelos grisalhos.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
festa e tanto.
∞∞∞
A festa corre muito bem. Benjamin e
eu trocamos poucas palavras, o que me
incomoda. Conversei com
fornecedores, acionistas e cheguei a
conclusão de que algumas festas de
ricos são extremamente chatas.
— Quer ir lá fora? — Convida-me
Benjamin.
— Pode ser. — Assinto.
Ele pega minha mão, conduzindo-
me para fora do salão. Chegamos no
jardim. O local está iluminado por
inúmeras pequenas lâmpadas. É
encantador.
— Te trouxe aqui porque eu... Eu
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
∞∞∞
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Tento novamente.
— Oi cunhada. — Cumprimenta-me
com sua típica empolgação.
— Lauren... — Minha voz vacila.
— Está tudo bem, Katherine?
— Eu estou no hospital. Kellan
Ferris atirou no Ben e... — Soluço,
sentindo mais lágrimas rolarem. — Ben
está correndo risco de vida... Ele está
na sala de cirurgia, a bala ficou alojada
perto do coração. — Explico, tentando
não atropelar as palavras.
— Aquele desgraçado! — Grita do
outro lado. — Estamos indo.
— Lauren, avisa o senhor Alaric, por
favor.
— Tudo bem... Fica calma,
Katherine. Já, já, estamos aí.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Capítulo 23
Eu não dormi na noite passada.
Como dormir diante da situação que
estamos enfrentando?
Meus olhos estão pesando, porém,
recuso-me a dormir. Quero estar aqui
quando Benjamin sair da sala de
cirurgia. São sete horas da manhã. Ben
está lá há horas.
Estou com medo.
Lauren, Bruce, o senhor Alaric e
minha mãe estão tão nervosos quanto
eu. Queria poder voltar atrás. Ao menos
na noite anterior. Eu tomaria o lugar de
Benjamin. Daria um jeito de levar o tiro
em seu lugar.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
∞∞∞
Faz uma semana. Uma semana que
Benjamin está em coma, sem
apresentar nenhuma reação. Uma
semana que quase não consigo dormir,
afinal, quando não passo à noite, passo
o dia no hospital. Uma semana que meu
coração bate descompassado. Uma
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
— Lauren prontifica-se.
— Tudo bem. Vá com Deus.
— Fique com Ele. — Ela deixa o
quarto.
— Oi Ben... Estava com saudade. —
Seguro sua mão e sinto meus olhos
marejarem. — Ultimamente, não tem
ninguém para me tirar fora do sério. —
Sorrio em meio às lágrimas. — Você
me faz tanta falta, Benjamin. Se eu
pudesse, tomaria o seu lugar. Eu não
iria me importar. — Suspiro. — Ontem
eu tive um sonho lindo... Nós
estávamos naquela propriedade que
pertencia a sua mãe. Estávamos
sorrindo, felizes. Olha... Eu sei que
você pode até não sentir nada por
mim... Mas, enquanto você estiver aqui,
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Capítulo 24
Benjamin
Eu nunca permitiria que Kellan
machucasse minha Katherine. Não
importavam as consequências nem
mesmo se eu perdesse minha vida.
Guardei em minha mente o seu rosto,
talvez, pudesse ser a última vez que
tenha a visto. E foi. Foi a última vez
que olhei em seus olhos e pude ver o
desespero estampado nos mesmos.
Pensei que havia morrido. No
entanto, descobri estar em coma. De
acordo com meus cálculos, faz mais ou
menos uma semana. Ouvi os médicos
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Capítulo 25
Não fiquei ontem à noite com
Benjamin e preciso ligar para Lauren
para avisá-la que não poderei ir hoje
durante a manhã, mamãe tem consulta
e preciso acompanhá-la. Coloco uma
roupa apropriada depois de orar e vou
tomar o meu café.
— Bom dia, mãe. — Dou-lhe um
beijo na testa.
— Bom dia, meu amor. — Esboça
um sorriso singelo.
— Pegou os exames que a senhora
fez? — Indago servindo-me de café.
— Sim. — Assente. — Podemos ir
ver Benjamin? O que acha? — Sugere.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Pergunto aflita.
— É... Aconteceu. — Responde-me
nervosa, é perceptível.
— O que houve, Lauren? —
Desespero-me. No entanto, ela cala-se
do outro lado da linha, fazendo meu
coração saltitar no peito. — Fala,
Lauren. Por favor. — Suplico.
— Ele acordou. — Diz-me com uma
ponta de tristeza na voz. Mas, por quê?
— Graças a Deus! — Exclamo
sorrindo.
— Ele acordou ontem à noite. —
Comenta.
— Por que não me ligou?
— Katherine... O Ben não quer vê-
la. — Suas palavras fazem com que o
sorriso que há em meu rosto
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
desapareça.
— Como? — Sussurro.
— Ele não... Ah, droga! Não sei
como te falar isso Kat... Mas, Benjamin
não quer mais você.
— Tudo bem. Tchau Lauren. —
Encerro a chamada antes que ela possa
me responder.
— Filha, o que aconteceu? —
Indaga minha mãe. Sinto meus olhos
marejarem.
— O Benjamin acordou. — Engulo
em seco. — Ontem à noite. — A
primeira lágrima rola. — Ele não quer
me ver. — suspiro pesadamente.
— Ah, filha... — Mamãe abraça-me
e permito-me chorar. — Deus está no
controle. Ele sabe o que faz. — Sorri.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
∞∞∞
Inevitavelmente, Benjamin consome
boa parte de meus pensamentos.
Preocupo-me com ele, com como estão
o tratando. Faz uma semana que ligo
para Lauren todos os dias. Ela me dá
notícias dele. Graças a Deus, Ben já
está em casa e sem nenhuma sequela.
Continuo trabalhando na empresa.
Benjamin ainda está se recuperando.
Talvez seja melhor assim. Vê-lo só
intensificaria ainda mais os sentimentos
que meu coração nutre por ele. Mamãe
tem me apoiado muito, mas Deus... Ah!
O Senhor tem me sustentado de uma
maneira excepcional. Não tenho
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
dele.
— É exatamente isso que me
preocupa.
Ela ri.
— Ben sente muito a sua falta. Pode
acreditar.
— Também sinto falta dele.
Benjamin se tornou extremamente
importante e... Eu o amo mais que a
minha própria vida, Lauren. — Deixo
as lágrimas rolarem.
— Ah, Kat... Não sei nem o que te
falar... Vamos acreditar que tudo dará
certo.
— Amém! — Fungo. — Vou deixar
você fazer suas coisas... Qualquer coisa
me avise. Cuide direitinho de
Benjamin. Tchau.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Capítulo 26
Benjamin
Os últimos dias foram uma droga.
Todas às noites, tenho pesadelos com
Katherine e em tais sonhos, sempre
vejo Kellan a machucando. Não
suportaria se algo de ruim lhe
acontecesse. Tudo isso me lembra do
dia em que pensei que perderia minha
vida, minha Katherine.
— No que você tanto pensa,
maninho? — Indaga Lauren.
Ela está cuidando de mim. Estou
pagando meus pecados.
— Não é da sua conta. — Dou de
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
ombros.
— Agora Katherine Smith chama-se
“não é da sua conta”? — Ela faz aspas
com as mãos.
— Será que dá para parar de me
atormentar? Obrigado. — Falo ríspido.
— Falando nela... Tem uma
chamada perdida. — Murmura fitando
seu celular.
— Chamada? — Questiono
abismado.
Apesar de tudo, ela continua a se
importar comigo?
— Ela liga todos os dias, para saber
como você está... — Responde-me
Lauren, sem humor algum.
— E o que você diz?
— Que você continua o mesmo
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
preocupa.
Lauren ri, eu também solto uma
pequena risada.
— Ben sente muito a sua falta. Pode
acreditar.
É verdade.
— Também sinto falta dele.
Benjamin se tornou extremamente
importante e... Eu o amo mais que a
minha própria vida, Lauren.
Katherine parece estar chorando.
Como queria abraçá-la agora.
— Ah, Kat... Não sei nem o que te
falar... Vamos acreditar que tudo dará
certo.
Lauren fita-me brava.
— Amém! Vou deixar você fazer
suas coisas... Qualquer coisa me avise.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Capítulo 27
Acordo com o barulho do
despertador invadindo meus ouvidos. É
mais um dia que está começando, mais
um dia que Deus me concede. Levanto-
me da cama e dobro meus joelhos
diante da mesma e oro al Senhor. Me
arrumo como sempre, com o uniforme
da Underwood.
— Bom dia, mãe. — Dou um beijo
em sua testa.
— Bom dia, meu amor. Dormiu
bem?
— Graças a Deus. E a senhora?
— Muito bem.
— Já vou para a empresa... Estou
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
machucar mais.
— Prometo que não vai. — Sorri. —
Sei que mentir é pecado... No entanto,
precisava que ocorresse um acidente de
mentira com a secretária do Bradley...
— Franze a testa. — Lauren me ajudou
e os empregados também. Eles devem
estar escondidos em algum cômodo da
casa. — Explica-me.
— Você armou tudo isso? —
Minhas sobrancelhas se erguem.
— Sim. Armei tudo isso, porque
queria te ver. Armei tudo isso, porque
estava com saudade.
Volta a beijar-me.
— Ben... Não quero apressar as
coisas, porque não quero me machucar
novamente.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
— Exatemente. — Sorrio.
— Senti falta dessa risada. —
Suspira.
— Preciso ir.
Vou até o closet e coloco minha
roupa.
— Meu motorista vai levá-la e eu
vou com você... Sabe... Explicar para a
sua mãe que você estava aqui e também
para te roubar mais alguns beijos. —
Lrende-me em seus braços.
— Isso realmente está acontecendo?
— Se é um sonho, não quero acordar
nunca, senhora Underwood. —
Sussurra em meu ouvido.
∞∞∞
O caminho até a minha casa é feito
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Capítulo 28
Ontem à noite fui dormir com um
largo sorriso estampado em meu rosto.
Pudera! Simplesmente não tenho
palavras para agradecer a Deus por
todos os seus feitos.
Já estou na empresa, não vejo a hora
da bendita reunião começar. Quero ver
Benjamin. Enquanto isso, resta-me
apenas checar minhas mensagens.
Você: Olá, Lauren. Preciso
conversar com você. É urgene!
Lauren: Aconteceu alguma coisa?
Você: Aconteceu, sabe disso.
Lauren: Só dei um empurrãozinho
pra você e o cabeça dura do meu irmão
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
ficarem bem.
Você: Acontece que não ficamos
bem.
Lauren: Como assim? O que o
idiota do meu irmão fez?
Você: Acalma o coração, menina.
Não ficamos bem, pois estamos ótimos.
Lauren: Que tudo! E como vão ficar
as coisas?
Você: Vamos ir com calma, deixar
tudo fluir naturalmente.
Lauren: Vocês dois são lerdos
demais.
Você: Isso não se chama lerdeza.
Chama-se prudência.
Lauren: Pelo menos vocês se
acertaram. Como foi?
Você: Seu irmão foi um fofo. Sabe?
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
pela mão.
Da mesma maneira que saímos da
sala de reuniões, ou seja, de mãos
dadas, Ben e eu deixamos a sede da
Underwood, atraindo olhares de todos
os que nos cercam.
∞∞∞
— Quer entrar? — Indago, assim
que Ben estaciona na frente de minha
casa.
— Não... Tenho uma reunião daqui
há quarenta minutos, mas passo aqui às
oito. — Sorri.
— Vamos a um lugar muito chique?
— Minhas sobrancelhas se erguem.
— Seja você mesma. — Diz
puxando-me para um beijo
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
incrivelmente bom.
— Meu Deus! — Separo nossos
lábios.
— Aconteceu alguma coisa? —
Questiona preocupado.
— Eu saí da empresa... Sendo que
preciso trabalhar à tarde. A senhora
Kelly vai me demitir. — Apavoro-me.
Benjamin ri. — Não tem graça. — Dou
um tapinha de leve em seu ombro.
— Esqueceu que é mulher do dono
da empresa?
— Não somos mais casados. —
Argumento.
— Mas continuo sendo o dono da
empresa e continuo te considerando
minha mulher. — Responde-me. — E
tem a tarde de folga. Já acertei com a
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Kelly.
— Está bem... Até à noite. — Saio
do carro.
— Kat, não vá de salto. — Ele pisca
para mim antes de dar partida no
veículo.
— Olá mãe. — Cumprimento-a com
um abraço, assim que entro em casa.
— Oi, meu amor. Não devia estar na
empresa?
— É... Mas vou jantar com o Ben,
hoje à noite. Ele me trouxe em casa e,
como consequência, tenho a tarde de
folga. — Comento animada.
— É... Parece que as coisas estão
indo para o lugar.
— Graças a Deus, mãe.
Pego meu celular e escrevo uma
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
apenas ri.
— A relação de vocês é tão bonita.
— Ironizo.
— Melhorou muito desde que você
apareceu. — Lauren comenta.
— Então, antes de eu aparecer vocês
viviam no meio da Guerra Fria. —
Desdenho.
— Basicamente. — Ambos
concordam com minha teoria.
Nos despedimos de mamãe e
Benjamin deixa Lauren em casa.
∞∞∞
Pegamos a estrada já faz alguns
minutos. Conheço esse caminho.
Lembra-me o nosso primeiro jantar.
Estamos indo para a propriedade que
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
pausadamente.
Simplesmente, não tenho palavras
para descrever o quão feliz estou.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Capítulo 29
Antes, sob condições completamente
diferentes, peculiares e problemáticas,
disse sim. Naquele dia, nunca imaginei
que iria me apaixonar pelo frio, astuto e
persuasivo Benjamin Underwood.
Nunca pensei que iria amá-lo, no
entanto, minha mãe disse que “nunca”
é uma palavra muito forte, de fato, ela
estava certa. O eu te amo que Ben me
falou ainda ecoa em meu
subconsciente.
Após nosso momento, jantamos,
conversamos e namoramos um
pouquinho. Agora, por volta de meia
noite, estamos a caminho da minha
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
bocejo.
— Boa noite, senhora Angelina.
Desculpe tirá-la da cama uma hora
destas... Mas, é por um bom motivo. —
Diz Benjamin.
— Prossiga. Boas notícias são
sempre bem vindas. — Mamãe sorri.
— Eu pedi Katherine em casamento
e ela aceitou. No entanto, preciso saber
se a senhora está de acordo. Por isso,
estou aqui para pedir o seu
concentimento e a sua bênção. —
Prossegue Benjamin.
Mamãe fita-nos com os olhos
marejados. A felicidade está estampada
em seu rosto na forma de um enorme
sorriso.
— Que Deus abençoe vocês dois. —
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
∞∞∞
Sinto-me extremamente feliz, não
tenho palavras para agradecer a Deus
por todas as bênçãos que Ele tem me
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
risada.
Ben e eu nos dirigimos até a sala
principal. Nossos convidados nos
cumprimentam e esboçam sorrisos
sinceros. Existem suas exceções, como
Camile, mas prefiro ignorar.
— Gostaria de propor um brinde...
— Senhor Alaric chama atenção de
todos. — Quero propor um brinde ao
amor de Benjamin e Katherine.
Felicidades. — Ele ergue sua taça e
todos brindam alegres.
Após muita conversa, nos
encaminhamos para a sala de jantar. A
mesa já está posta. Porém, não há
nenhum dos empregados presentes.
Nos sentamos e logo Jeff, Amelia,
Judith e Olga aparecem. Todos
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Capítulo 30
Os preparativos para o casamento
correm de vento em polpa. Lauren e eu
já elaboramos a decoração. Benjamin e
eu também conversamos com o pastor,
para ele realizar a cerimônia. Já
decidimos o buffet, meu vestido,
padrinhos e a música. Graças a Deus,
tudo está dando certo.
Nossa lua de mel será em Verona, na
Itália. Nunca saí para fora do estado,
então, será extremamente empolgante
sair para fora do país, ainda mais ao
lado do homem que eu amo. Combinei
de sair com Benjamin, mais tarde.
Vamos escolher o bolo, modelo,
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Rio.
— De qual você gostou mais?
— Daquele que tem rechei de
brigadeiro e beijinho. Bem brasileiro.
— Então, o bolo está escolhido. —
Sorri.
— Com licença... — Aproxima-se
um homem de óculos e estilo
despojado. — Sou Dave Carson, da Los
Angeles Magazine. Podem me
responder algumas perguntas? —
Pergunta gentimente.
Benjamin me olha, apenas assinto.
Dave senta-se ao nosso lado e liga uma
espécie de gravador.
— Senhor Underwood, quando se
deu conta de que estava apaixonado por
uma das secretárias da sua empresa?
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
olhos.
— Katherine.
— Em algum momento, arrependeu-
se de ter sido baleado no lugar dela?
— Não. Jamais! Como disse, depois
de Deus, Katherine é o que eu mais
amo e é tudo para mim.
— Muito obrigado pela atenção. —
Dave agradece, desligando o gravador.
— Não precisa agradecer. — Sorrio.
— Com todo respeito, a senhorita é
uma mulher muito bonita.
Benjamin bufa.
— Já fez todas as suas perguntas,
Dave? — Questiona meu futuro
marido.
— Sim, senhor.
— Então, vá embora. — Responde
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
ríspido.
— Você não tem jeito, Ben... —
Rio.
— Mas eu te amo, Kat.
— Também te amo, ogro.
∞∞∞
Deus age de inúmeras maneiras, a
maioria delas, complexas demais para o
nosso débil entendimento. No entanto,
absolutamente tudo o que Ele faz é
perfeito. Deus nunca erra. Se desde o
início tivesse isso em mente, teria
evitado muitas lágrimas. Porém, sei que
nada saiu do controle do Senhor.
Para a honra e glória Dele, minha
mãe está curada fisicamente. Da mesma
forma, para a honra e glória Dele,
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
príncipe.
Bruce entrega-me para Ben e deixo
meu buquê com Lauren.
— Boa tarde a todos. Estamos aqui
para celebrarmos o amor de Benjamin
Underwood e Katherine Smith. Um
jovem casal que, com certeza,
enfrentou inúmeros obstáculos para
chegar até aqui. — Inicia o pastor. Já
posso perceber que os olhos de
Benjamin estão marejados. — A
palavra do Senhor diz-nos que: nós
amamos porque Ele nos amou
primeiro... Meus jovens, vocês estão
aqui, todos nós estamos aqui, porque,
um dia, Deus tanto amou o mundo que
deu Jesus para morrer por nossos
pecados. E se existe amor entre vocês
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
— Obrigado, pai.
Graças a Deus, a relação de Ben com
a sua família tem melhorado muito.
— Meus amores... Eu desejo toda a
felicidade do mundo para vocês. —
Lauren nos parabeniza. Como sempre,
ela é estérica.
— Obrigada. — Dou risada. Ben
revira os olhos com o escândalo da
irmã.
— E, Kat, parabéns! Você conseguiu
domar o meu irmão. — Aparenta
perplexidade.
— Não sou um animal para ser
domado. — Indigna-se.
— Ah, você é um cavalo quando
quer, Ben. — Desdenha Lauren.
— Não briguem, crianças. —
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Ironizo.
— Parabéns, que Deus abençoe
vocês. — Mamãe nos abraça. — Cuide
de minha filha, Benjamin.
— Pode deixar, senhora Angelina.
Os outros cumprimentam-nos
felizes. Olga apresentou-me sua
família, são pessoas ótimas. Jeff dava
pulos de alegria e foi Amelia quem
pegou o buquê. Ela e Jeff ficam muito
bonitinhos, juntos.
Pois é... parece que sou a senhora
Underwood. De novo. De verdade.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Capítulo 31
Nossa festa de casamento perdurou
até o amanhecer. Estava simplesmente
maravilhosa. Tiramos várias fotos,
sorrimos, choramos de alegria e nos
alegramos ao lado de nossos entes
queridos.
Depois da festa, apenas tomamos um
banho, trocamos de roupa, pegamos
nossas malas e nos despedimos da
nossa família. Agora estamos no avião,
a caminho de Verona, onde passaremos
nossa lua de mel.
Nunca imaginei que viajaria de
avião, afinal, sempre andei a pé ou de
ônibus. Nunca imaginei que sairia para
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
meu bem.
— Vamos cavalgar, amanhã? Quero
levar você para conhecer a
propriedade?
— Cavalgar? Você não vai me tirar
da sua vida novamente, não é? —
Pergunto em tom de brincadeira.
— Acredite, aquele dia no estábulo,
o que eu mais queria dizer era que eu
também te amava.
— Eu sei... Como a Lauren diz: eu
domei você, Ben. — Brinco.
— Não costumo discordar, mas...
— Você sempre, sempre discorda.
— Continuando... Você não me
domou, você me amou. Fico feliz por
isso, amor.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
∞∞∞
Acordo com o canto dos pássaros
que rodeiam a propriedade. Benjamin
ainda dorme tranquilo. Ele fica lindo
com os cabelos bagunçados. Levo
minha mão até o criado mudo e pego
meu celular, já são onze horas da
manhã. Faz tempo que não dormia
tanto. Contorno a cicatriz que há no
peito de Benjamin. Cicatriz da cirurgia
que ele fez por salvar minha vida.
— Meu físico é tão atraente? —
Ouço a voz rouca de Ben.
— Definitivamente, sim. — Balanço
a cabeça.
— Bom dia. — Sussurra.
— Bom dia, Ben.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
vez?
— Sim. — Sussurro.
— Passei a acreditar no amor, a
partir do dia que você invadiu meu
quarto e me viu daquele estado. E,
apesar de tê-la machucado, naquela
noite, você cuidou de mim e não me
julgou. Nunca havia dito obrigado. —
Diz ao pé de meu ouvido.
— Não precisa agradecer... Você
está aqui agora...
— O que acha de conhecermos a
cidade mais tarde?
— Claro. — Sorrio. — Você já tinha
vindo para a Itália?
— Já, mas apenas para uma reunião
de negócios.
De repente, ouvimos o barulho de
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
∞∞∞
A nossa lua de mel passou rápido.
Ficamos duas semanas na Itália,
conhecemos inúmeros lugares incríveis,
cavalgamos mais algumas vezes. Foi
simplesmente maravilhoso e único. Ben
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
aniversário.
— Com licença... — Aproxima-se
um homem, que aparenta ter a idade de
Ben. — Sou George Fox, da revista
Runway. Posso fazer umas perguntas,
senhor e senhora Underwood?
— Se não for dar em cima da minha
mulher, tudo bem. — Benjamin dá de
ombros. George e eu rimos da situação.
— Por mais que sua mulher seja
linda, com todo respeito, eu sou casado.
— Mostra-nos a aliança em seu dedo.
George senta-se na poltrona vaga a
nossa frente e pega um bloco de notas e
uma caneta.
— Primeiro, quero parabenizá-los
pelo casamento.
— Obrigada, George. — Sorrio em
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
agradecimento.
— Onde passaram a lua de mel?
— Na Itália, grande maioria do
tempo em Verona e arredores. —
Responde Benjamin.
— Senhora Underwood, como foi
ficar famosa de forma tão repentina?
— Não acho que sou famosa. —
Crispo os olhos.
— A senhora está estampando capas
de revistas, sua imagem está em
programas de televisão... Acho que isso
quer dizer muita coisa.
— Em parte... Mas, não tenho isso
como algo importante. Eu nunca gostei
de holofotes ou de ser o centro das
atenções.
— Vocês são o casal mais querido
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
comigo mesma.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Capítulo 32
Hoje, Ben e eu completamos um ano
de casados. O tempo passou de uma
forma estupidamente rápida. Até
Lauren já tem um lindo bebezinho de
dois meses, ele chama-se Ethan.
Minha mãe e o senhor Alaric
casaram-se há três meses. A novidade
pegou todos nós de surpresa, mas
ficamos muito felizes por eles.
Inclusive, eles estão morando em uma
casa perto da nossa. É muito bom tê-los
como vizinhos. Estou trabalhando com
minha cunhada, ajudo Lauren com os
desfiles e eventos de moda que ela
organiza. Até que é legal.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
perguntar.
— Não me interessa quem é você. —
Ele dá de ombros. — Sou Benjamin
Underwood, filho dele. — Sorri
ironicamente. — Respondendo sua
pergunta: meu pai passou mal por
consequência do estresse. Irá se
ausentar por tempo indeterminado, o
que me torna o novo presidente. —
Analisa-me de cima a baixo.
— Sinto muito pelo senhor
Underwood. Mas como o senhor foi
eleito o novo presidente tão
rapidamente? — Crispo os olhos.
— Se estivesse na empresa no
momento em que tudo aconteceu você
saberia. — Ele é curto e grosso. — A
propósito, onde você estava?
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
quero atrapalhar.
— Você nunca me atrapalha, amor.
Nós vamos ter um filho. — Sorri. —
Quando descobriu estar grávida?
— Há dois dias, faz um tempo que
sentia alguns enjoos e tonturas. Fui até
o médico, fiz um exame e ficou
comprovado que estou esperando um
bebê. — Respondo animada.
— Alguém mais já sabe? — Crispa
os olhos.
— Apenas minha mãe.
— Nosso bebê será muito amado,
terá tudo o que quiser e nós seremos
muito felizes, meu amor. Amém?
— Amém!
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
Capítulo 33
Nunca imaginei que um dia iria
assinar um contrato. Sempre os achei
peculiares, complexos; complicados e,
sinceramente, não queria nada disso
para a minha vida. Meus objetivos –
que se limitavam a trabalhar e pagar as
contas – estavam traçados e muito bem
planejados, até eu descobrir que minha
mãe estava morrendo.
Meu salário não era alto, nunca
conseguiria um milhão de dólares.
Então, pedi para Deus que Ele entrasse
com providência.
Lembro-me de pensar que só tinha
duas alternativas: ou eu conseguia o
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
chegam.
— Vamos ficar aqui, amor. —
Murmura sonolento, depositando um
beijo em meus lábios.
— Se nós ficarmos aqui,
provavelmente, a sua irmã vai derrubar
essa porta. — Argumento.
— Está bem, senhora Underwood.
— Levanta-se relutante.
— Amo o seu mau humor matinal.
— Sorrio.
— Amo o seu sorriso, minha Kat.
Ben e eu oramos a Deus e nos
arrumamos. Depois, vou arrumar a
Sarah.
Hoje é domingo, então, mamãe, meu
sogro, Lauren, Bruce e Ethan virão
almoçar conosco. Ethan é praticamente
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
curiosa.
Benjamin e eu trocamos olhares
cúmplices e sorrimos.
— Um contrato de amor. —
Respondo sorridente.
— Agora, vamos comer. — Bruce
anima-se.
Ele é bem quieto, mas não esconde o
amor que sente por qualquer coisa que
seja comestível.
— Tenho algo a dizer. — Todos
voltam sua atenção para mim. — Tem
mais um Underwood a caminho. —
Concluo, pondo as mãos em minha
barriga.
Benjamin levanta-se de sua cadeira e
abraça-me fortemente.
— Vamos ter mais um bebê. —
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
sobrancelhas se erguem.
— Não. — Balança a cabeça.
— Grite para o mundo, então. —
Olho no fundo de seus olhos.
— Eu te amo, Katherine
Underwood. — Sussurra em meu
ouvido, novamente. O olho confusa. —
Você é o meu mundo. — Seu sorriso
aquece meu coração.
— Também amo você. — Dou um
beijo em seus lábios. — Tirou essa
frase clichê da internet, não é? —
Indago rindo.
— Exatamente... Sabe que não sou
bom com as palavras. E nada referente
a nós é clichê. Afinal, começamos
nosso casamento com um contrato. —
Argumenta.
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
PERIGOSAS ACHERON