Ética f4-WPS Office

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 7

ética dos médicos, dos advogados, dos engenheiros, etc.

Sendo a ética inerente à vida humana, a sua importância é bastante acentuada na vida profissional,
porque cada profissional tem responsabilidades individuais e responsabilidades sociais, pois envolvem
pessoas que delas beneficiam.

A ética é ainda indispensável ao profissional, porque na acção humana "o fazer" e o "agir" estão
interligados. O fazer diz respeito à competência, à eficiência que todo o profissional deve possuir para
exercer bem a sua profissão. O agir refere-se à conduta do profissional, ao conjunto de atitudes que
deve assumir no desempenho da sua profissão [3].

O indivíduo não deve esquecer a sua situação profissional; quanto mais importante e elevada for a
actividade desempenhada, mais ela será projectada eticamente sobre o profissional, impondo-lhe uma
conduta que não o prejudique como trabalhador, nem prejudique a profissão que exerce. Quanto mais
transcendente e influente for a profissão, maior será o nível de exigência sob o ponto de vista ético, e
maiores deveres imporá ao indivíduo.

Sendo assim, antes de exercer determinada profissão ou antes de ingressar numa faculdade, o
estudante deve fazer uma opção profissional consciente. Feita a escolha, este deve preparar-se
consciente e convenientemente para o exercício da futura actividade. Os bons profissionais são aqueles
que, ao ingressar numa actividade, o façam em consciência, com dignidade e não apenas com o
objectivo de obter lucro e realização fácil. Na verdade, todas as profissões e, com elas, toda a sociedade,
sofrerão quando exercidas por indivíduos inaptos, desajustados e sem nível ético condigno [4].

Constata-se assim o forte conteúdo ético presente no exercício profissional e a sua importância na
formação de recursos humanos.

Virtudes profissionais

Não obstante os deveres de um profissional, os quais são obrigatórios, devem ser levadas em conta as
qualidades pessoais que também concorrem para o enriquecimento da actuação profissional, algumas
delas facilitando o exercício da profissão.
Muitas destas qualidades poderão ser adquiridas com esforço e boa vontade, aumentando neste caso o
mérito do profissional que, no decorrer da sua actividade profissional, consegue incorporá-las à sua
personalidade, procurando vivenciá-las ao lado dos deveres profissionais.

Segundo Clauss Moller, a associação entre as virtudes lealdade, responsabilidade e iniciativa são
fundamentais para a formação de recursos humanos. O futuro de uma carreira depende dessas virtudes.

O senso de responsabilidade é o elemento fundamental da empregabilidade. Sem responsabilidade a


pessoa não pode demonstrar lealdade, nem espírito de iniciativa. Uma pessoa que se sinta responsável
pelos resultados da equipa terá maior probabilidade de agir de maneira mais favorável aos interesses
desta e dos seus clientes, dentro e fora da organização. A consciência de que se possui uma influência
real constitui uma experiência pessoal muito importante.

A lealdade é o segundo dos três principais elementos que compõe a empregabilidade. Um funcionário
leal sente-se feliz quando a organização ou o seu departamento é bem sucedido, defende a organização,
tomando medidas concretas quando ela é ameaçada, tem orgulho em fazer parte da organização, fala
positivamente sobre ela e defende-a contra críticas.

Lealdade significa fazer críticas construtivas, mas mantendo-as dentro do âmbito da organização.
Significa agir com a convicção de que o seu comportamento vai promover os legítimos interesses da
organização.

As virtudes da responsabilidade e da lealdade são completadas por uma terceira, a iniciativa, capaz de
colocá-las em movimento.

Tomar a iniciativa de fazer algo no interesse da organização significa ao mesmo tempo, demonstrar
lealdade pela organização. Num contexto de empregabilidade, tomar iniciativas não quer dizer apenas
iniciar um projecto no interesse da organização ou da equipa, mas também assumir responsabilidade
pela sua complementação e implementação. [5]

Para além destas pode-se acrescentar outras qualidades importantes no exercício de uma profissão [3]:

o Honestidade

o Sigilo
o Competência

o Prudência

o Coragem

o Perseverança

o Compreensão

o Humildade

o Imparcialidade

o Optimismo

Código de ética

Um código de ética é um acordo explícito entre os membros dum grupo social: uma categoria
profissional, um partido político, uma associação civil etc. O seu objectivo é explicitar como aquele
grupo social, que o constitui, pensa e define a sua própria identidade política e social; e como aquele
grupo social se compromete a realizar os seus objectivos particulares de um modo compatível com os
princípios universais da ética.

Um código de ética começa pela definição dos princípios que o fundamentam e articula-se em torno de
dois eixos de normas: direitos e deveres.

Ao definir direitos, o código de ética cumpre a função de delimitar o perfil do seu grupo. Ao definir
deveres, abre o grupo à universalidade. Esta é a função principal de um código de ética. A definição de
deveres deve ser tal que, por seu cumprimento, cada membro daquele grupo social realize o ideal de ser
humano [3].

Em anexo pode-se ver partes do código de ética da ordem dos engenheiros, onde são mostrados os
deveres de um engenheiro.
Este código resulta de um 'Projecto de Código Deontológico' que a Ordem dos Engenheiros publicou em
1989, ref. 9, do qual se retira a afirmação ' .... no exercício das suas tarefas profissionais, o engenheiro
deve realizar-se a si próprio, contribuir para a valorização dos outros e dignificar o próprio trabalho.
Assim se exprime, na diversidade das tarefas, a dimensão ética do trabalho do engenheiro'.

Ética Empresarial

A ética empresarial atinge as empresas e organizações em geral. A empresa necessita de se desenvolver


de tal forma que a ética, a conduta ética dos seus integrantes, bem como, os valores e convicções
primários da organização, tornam-se parte da sua cultura.

Segundo Karl Marx, a ética é uma expressão das relações económicas. As empresas têm como meta o
lucro, de modo que para cumprir essa finalidade elas gerem relações com os empregados, clientes,
fornecedores, governo e sociedade, e concorrentes. Desta forma, como enfrentar a concorrência, cada
vez maior, sem recorrer a truques sujos?

Temos, por exemplo, a seguinte situação hipotética:

Você é um mega-empresário de Informática, líder mundial do mercado de Sistemas Operativos. Mas


quer mais, alguns biliões de Euros irão torná-lo 10% mais feliz. Será que você venderia um produto que é
o top de vendas em conjunto com um browser Web, um novo produto, de qualidade inferior ao da
concorrência? Bill Gates fez isso, vendeu o S. O. Windows com o Internet Explorer e desta forma
ultrapassou a Netscape, que tinha um produto melhor. Por causa disso Bill Gates teve de enfrentar um
longo processo em tribunal. Ou seja, a falta de escrúpulos pode colocar-nos em maus lençóis.

Nas empresas, o estrago de uma atitude anti-ética pode ter um impacto muito grande. Falhas éticas
"arranham" a imagem da empresa e levam-nas a perder clientes e fornecedores importantes,
dificultando o estabelecimento de parcerias, pois na hora de dar as mãos, além de levantar as afinidades
culturais e comerciais, as empresas também verificam se existe compatibilidade ética entre elas.
Recuperar a imagem de uma empresa é uma tarefa muito difícil. Quando uma companhia age
correctamente, o tempo de vida desse facto na memória do público é de cinco minutos, mas a
lembrança de uma transgressão à ética pode durar cinquenta anos. A percepção do público tem um
impacto directo sobre os lucros da empresa e a empresa que quiser competir com sucesso nos
mercados nacional e mundial, terá que manter uma sólida reputação de comportamento

Os líderes empresariais descobriram que a ética passou a ser um factor que agrega valor à imagem da
empresa.

Da mesma forma que o indivíduo é analisado pelos seus actos, as empresas (que são formadas por
indivíduos) passaram a ter a sua conduta mais controlada e analisada, sobretudo após a edição de leis
que visam a defesa de interesses colectivos.

A credibilidade de uma instituição é o reflexo da prática efectiva de valores como a integridade,


honestidade, transparência, qualidade do produto, eficiência do serviço, respeito ao consumidor, entre
outros..

Nessa dimensão ética distinguem-se dois grandes planos de acção que são propostos como desafio às
organizações: de um lado, em termos de projecção dos seus valores para o exterior, fala-se em empresa
cidadã, no sentido de respeito ao meio ambiente, incentivo ao trabalho voluntário, realização de algum
benefício para a comunidade, responsabilidade social, etc.

Por outro lado, sob a perspectiva do seu público mais próximo, como executivos, empregados,
colaboradores, fornecedores, accionistas, fazem-se esforços para a criação de um sistema que assegure
um modo ético de operar, sempre respeitando a filosofia da organização e os princípios do direito.

Muitas empresas de respeito empreendem um esforço organizado, a fim de encorajar a conduta ética
entre os seus empregados. Para tal, criam princípios e valores que são transformados em baluartes da
organização. Através deles, implantam códigos de ética, idealizam programas de formação para os seus
executivos e empregados, criam comités de ética, capacitam líderes que percorrem os estabelecimentos
da organização incentivando o desenvolvimento de um clima ético, além de outras acções.

Nessa perspectiva, as empresas que utilizam todos estes instrumentos, conquistam um clima muito
favorável à assimilação, por parte de todos os seus colaboradores, daqueles princípios e valores, que
pouco a pouco vão-se disseminando por toda a organização. Adquirem a consciência de que a ética
nasce de um imperativo, que emerge de uma convicção interior, reclamando coerência entre os
princípios defendidos e as atitudes tomadas.

Com efeito, a empresa que desenvolve programas de ética, preocupando-se com a criação e
desenvolvimento de clima ético no ambiente de trabalho, terá agregada à sua imagem um excelente
factor de competitividade [6].

E como é uma empresa ética? Bem, na verdade quem tem ou deixa de ter comportamento ético são as
pessoas que a dirigem e que nela trabalham.

Receitas prontas quando se trata de ética podem ser inúteis. Porém alguns cuidados podem manter
uma empresa em terreno mais seguro [2]:

1. Saber exactamente quais são os seus limites éticos. Não fazer nada que não se possa assumir em
público.

2. Avaliar detalhadamente os valores da empresa. Verificar se eles combinam com os seus.

3. Trabalhar sempre com base em factos. Cuidado com as suposições.

4. Avaliar os riscos de cada decisão que se tomar. Avaliar as consequências de cada acto em relação a
todos os envolvidos.

5. Saber que, mesmo ao optar pela solução mais ética, poderá envolver-se em situações delicadas.

6. Ser ético significa, muitas vezes, perder dinheiro, status, benefícios.

Conclusão

Com este artigo pretendeu-se dar uma noção de ética, explicar o que é a ética profissional e sua
importância no exercício de uma profissão, virtudes a cultivar e o que é a ética empresarial e qual a sua
importância para o sucesso da empresa.
É esperado que ao ler este artigo a pessoa sinta vontade de ter uma atitude ética no seu trabalho e
perante a restante sociedade. Pois esta é deveras importante para o sucesso pessoal. Sem ética não se
pode esperar grandes resultados pois, mais cedo ou mais tarde, se tornará visível aos olhos dos outros a
falta de ética, que tornará essa pessoa ou empresa mal vista aos olhos dos outros, denegrindo de forma
drástica a sua imagem.

Você também pode gostar