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Universidade Wutivi

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas


Curso de Gestão de Recursos Humanos
Disciplina de Gestão estratégica
Tema: Ética e responsabilidade social corporativa

Discentes:

Docente: Luís Machava


Boane, Abril de 2024
Introdução
Nos dias actuais, a discussão em torno da ética e responsabilidade social corporativa tem
ganhado cada vez mais relevância. Diante de um panorama globalizado e interconectado, as
empresas enfrentam uma pressão crescente para não apenas buscar lucros, mas também agir de
maneira ética e responsável em relação aos seus funcionários, clientes, comunidades e meio
ambiente. Nesta introdução, exploraremos os princípios fundamentais que guiam as práticas
empresariais éticas e socialmente responsáveis, destacando sua importância na construção de
uma sociedade mais justa e sustentável.
A ética empresarial e a responsabilidade social corporativa são conceitos fundamentais para o
funcionamento adequado e sustentável das empresas nos dias de hoje. Ambos estão relacionados
com as práticas e comportamentos éticos que as organizações devem adotar para garantir
decisões responsáveis perante a sociedade em que estão inseridas. Neste contexto, a ética
empresarial refere-se aos princípios e valores morais que guiam as ações e decisões das
empresas, enquanto a responsabilidade social corporativa envolve o compromisso de agir de
forma ética, considerando o impacto social, ambiental e econômico das suas atividades.
A ética e responsabilidade social corporativa são fundamentais para o sucesso e desenvolvimento
sustentável das empresas. Adotar práticas éticas e responsáveis não só traz benefícios para as
organizações, mas também contribui para o bem-estar da sociedade como um todo.
Objectivos
Geral :
Específico:
Metodologia
Para realização do trabalho, o grupo optou pela pesquisa bibliográfica. De acordo com Boccato
(2006), a pesquisa bibliográfica busca o levantamento e análise crítica dos documentos
publicados sobre o tema a ser pesquisado com intuito de atualizar, desenvolver o conhecimento e
contribuir com a realização da pesquisa.
Ética e responsabilidade social corporativa

Definição de ética
A ética é uma ciência que estuda a forma de comportamento nas sociedades, onde o bem-estar
deve estar em primeiro lugar; assim, podemos afirmar que a necessidade ética originou-se com o
homem em sociedade.
O comportamento ético varia conforme o ambiente, a situação e a cultura, mas está presente em
nossas vidas o tempo todo, tanto nas relações pessoais, quanto nas profissionais; daí a
importância de estudar a ética dentro do contexto organizacional.
Embora haja inúmeros (e igualmente válidos) conceitos para ética, para o enriquecimento deste
trabalho trazemos algumas definições a partir da pesquisa bibliográfica de autores que abordam a
ética no contexto empresarial. Neste processo de exploração da bibliografia, dada a diversidade
de enfoques, selecionamos apenas os conceitos que mais se aproximam da nossa proposta.
Para Rodrigues e Souza (1994, p.13): “A ética é um conjunto de princípios e valores que guiam
e orientam as relações humanas”. Esses princípios devem ter características universais e
precisam ser válidos para todas as pessoas e para sempre. Já segundo Vasquez (1985, p. 12): “A
ética é a ciência que estuda o comportamento moral dos homens na sociedade”.
De acordo com Rosini (2003, p. 146): “A ética é definida como o estudo de juízos de apreciação
referentes à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal,
relativamente à determinada sociedade, ou de modo absoluto”. No ambiente corporativo, ela
procura guiar o indivíduo na tomada de decisões, levando-se em conta o ponto de vista
predominante na sociedade, num determinado espaço de tempo.
Nash (1993, p. 6) define-a como: “O estudo da forma como as normas morais e pessoais se
aplicam às atividades e aos objetivos de uma empresa comercial”. Com isso, o que a autora
afirma é que a ética nas organizações não se caracteriza como valores abstratos, nem alheios aos
que vigoram na sociedade; ao contrário, as pessoas que as constituem, sendo sujeitos históricos e
sociais, levam para elas as mesmas crenças e princípios que aprenderam enquanto membros da
sociedade.
Origem
Segundo Nalini (2009, p. 19): Em sua origem etimológica, Ética advém termo grego “ethos”, que
em seu significado, indica “morada”, “parte onde se habita”. Similarmente a “modo de ser” ou
“caráter.” Em que “modo de ser” é a consecução de particularidades que resultam da nossa forma
de viver. Deste modo, ética é definida como a ciência comportamental moral dos homens em
sociedade, que se objetiva em leis e métodos próprios, na análise do perfil científico de
deliberado ramo de conhecimento.
Etica empresarial
Conforme Moreira apud Mazzali, Schleder e Pedreira (2013, p. 71): “A ética empresarial é o
comportamento da empresa - entidade lucrativa - quando ela age de conformidade com os
princípios morais e as regras do bem-proceder aceitas coletivamente (regras éticas)”.
Para Ferrel apud Mazzali, Schleder e Pedreira (2013, p. 71): “Ética empresarial compreende os
princípios e padrões que orientam o comportamento do mundo dos negócios”.
Para Denny apud Mazzali, Schleder e Pedreira (2013, p. 71): “A ética empresarial consiste na
busca do interesse comum, ou seja, do empresário, do consumidor e do trabalhador”.
Atualmente, a ética nos negócios tem sido vista como uma nova ferramenta da administração
para gerir as organizações, trazendo mais credibilidade e o aumento do grau de confiança em
seus relacionamentos com clientes, colaboradores, fornecedores, acionistas, governo e sociedade
em geral. A ética não é um produto, mas tem sido apontada como um diferencial competitivo
entre as empresas; ela deixou de ser apenas uma abstração acadêmica, tornando-se um excelente
e eficaz argumento nos negócios.
A ética não só constitui o caráter do indivíduo, mas também é um alicerce fundamental para as
organizações, pois sua reputação pode contribuir para a sua imagem e agregar valor ao seu
produto. Uma empresa é considerada ética quando adota um compromisso claro e transparente
com todos aqueles com quem ela mantém um relacionamento.
A importância da ética nos negócios
A ética empresarial desempenha um papel fundamental na construção de uma reputação sólida e
confiável. Empresas éticas são mais propensas a atrair e manter clientes fiéis, fornecedores
confiáveis e talentos engajados. Além disso, a ética empresarial contribui para um ambiente de
trabalho saudável, promove a sustentabilidade e fortalece a relação com a comunidade.
Benefícios da ética empresarial
Empresas que colocam a ética em primeiro lugar colhem diversos benefícios. Entre
eles:

 Confiança do cliente: A ética empresarial constrói a confiança do cliente,


aumentando a fidelidade e o boca a boca positivo.

 Relações de longo prazo: Empresas éticas têm mais chances de estabelecer


parcerias duradouras com fornecedores e colaboradores comprometidos.
 Atração de talentos: Profissionais talentosos são atraídos por empresas com valores
éticos e uma cultura de responsabilidade social.

 Sustentabilidade e reputação: A ética empresarial promove a sustentabilidade dos


negócios a longo prazo e fortalece a reputação da empresa perante a sociedade.

Como a ética se relaciona com a responsabilidade social?


Ética é a base da responsabilidade social e se expressa através dos princípios evalores adotados
pela organização. Não há responsabilidade social sem ética nosnegócios. Não adianta uma
empresa, por um lado pagar mal seus funcionários,corromper a área de compras de seus clientes,
pagar propinas à fiscais do governoe, por outro, desenvolver programas junto a entidades sociais
da comunidade. Essapostura não condiz com uma empresa que quer trilhar um caminho
deresponsabilidade social. É importante seguir uma linha de coerência entre ação ediscurso.
Responsabilidade social corporativa
Definição
De acordo com Chiavenato (1999, p.121), Responsabilidade Social é o grau de obrigações que
uma organização assume através de ações que protejam e melhorem o bem-estar da sociedade à
medida que procura atingir seus próprios interesses. Cabe salientar que, a organização além de
preocupar-se com seus lucros se sente no direito de ressarcir de alguma forma a sociedade,
portanto passam a adotar ações que beneficiem a sociedade, e que quando alcançada atinge seu
grau de eficiência e eficácia.
Segundo Garcia (1999, p. 2), Responsabilidade Social significa, por exemplo, tratar com
dignidade os seus funcionários, fabricar produtos adequados ao que se espera, prestar serviços de
qualidade, veicular propaganda verdadeira, promover limpeza no ambiente de trabalho, não sujar
ruas ou dificultar o trânsito, contribuir para as causas da comunidade, não explorar mão de obra
infantil escrava, ou de qualquer forma incapaz de se defender. Age de forma socialmente
irresponsável a empresa que não observa esse comportamento. Nesse sentido podemos
considerar que a empresa que pratica ações de Responsabilidade Social, contribuem de todas as
formas para com o crescimento da sociedade, seja ela cultura, educação, emprego, lazer,
alimentação.
Para Ashley (2002, p.98), Responsabilidade social pode ser definida como o compromisso que
uma organização deve ter para com a sociedade, expresso por meio de atos e atitudes que a
afetem positivamente, agindo pro ativamente e coerentemente no que tange a seu papel
específico na sociedade e a sua prestação de contas para com ela. Isso nos leva a concluir que
uma organização deve ressarcir a população de alguma maneira, mesmo que não diretamente
vinculadas a suas atividades, mas que possam contribuir para o desenvolvimento sustentável da
sociedade em que está inserida.
Importância da responsabilidade social corporativa
Com ações de Responsabilidade Social Empresarial, elas se tornam mais sólidas e capazes de
enfrentar crises sociais e econômicas. Além disso, todas as ações desenhadas de forma ética e
responsável impactam diretamente em aspectos como:

 construção de um ambiente de cooperatividade nos negócios;


 aumento da vantagem competitiva da empresa (fazendo frente às exigências cada vez
mais específicas do público consumidor);
 geração de maior valor agregado e reconhecimento do negócio;
 possibilidade de investir em inovação e desenvolvimento sustentável;
 tomada de decisões pautadas no benefício mútuo, e não exclusivo;
 retorno dos investimentos em forma de parcerias e benefícios sociais;
 criação do senso de pertencimento dos colaboradores e stakeholders;
 atendimento às necessidades da população ao redor da empresa;
 estímulo à movimentação da economia local;
 elevação da reputação da empresa diante da sociedade.

Responsabilidade social como uma estratégia de mercado


Para Camargo (2002, p.92) Responsabilidade Social Corporativa refere-se às estratégias de
sustentabilidade a longo prazo das empresas que, em sua lógica de desempenho e lucro, passam a
contemplar a preocupação com os efeitos sociais e ou ambientais de suas atividades, com o
objetivo de contribuir para o bem comum e para a melhora da qualidade de vida das
comunidades. Entretanto estende-se que a Responsabilidade Social Corporativa se tornou uma
estratégia organizacional para alcançar a melhoria, tendo um retorno em longo prazo de seu lucro
e recursos investidos em suas ações sociais, porém na sociedade e meio ambiente seus efeitos são
de curto prazo, trazendo um bom desenvolvimento da sociedade como um todo.
De acordo com Kay (1996, p.5) a estratégia da empresa é o casamento entre suas capacidades
internas e seus relacionamentos externos. Nesse sentido podemos considerar que as empresas
buscam sempre agregar valor aos seus produtos e ou serviços, reforçando sua imagem, ganhando
aceitação do público. E fazendo com que seus fornecedores e colaboradores a se sentam
orgulhosos e motivados em fazer parte de uma empresa que traz benefícios para a sociedade.
Segundo Pastro (2001) uma das principais decisões que a empresa deve tomar é a definição da
estratégia empreendedora de atuação. Trata-se de um aspecto importantíssimo, porque vai
posicionar a forma que a empresa atingirá seus objetivos de marketing e implicará numa série de
outras decisões de caráter tático e operacional. Cabe salientar que as práticas de responsabilidade
Social desenvolvidas pela organização, e que tem o compromisso de melhorar a qualidade de
vida da sociedade, preservação do meio ambiente e o desenvolvimento de funcionários, é o que
torna a empresa reconhecida, pela população.
Para Rocha e Veloso (1999, p.48) fidelizar é transformar um comprador eventual em um
comprador frequente, que retorna e até divulga a empresa, de maneira a criar um relacionamento
de longo prazo, estabelecido sobre bases sólidas o suficiente para resistir à pressão do tempo e do
mercado. Percebe-se que as empresas socialmente responsáveis posicionam-se melhor no
mercado, atraindo cada vez mais consumidores, pois a sociedade está cada vez mais consciente e
exigente, e a partir daí, a população torna-se mais crítica, e optam na hora da compra por
produtos e ou serviços de empresas socialmente correctas.
Como aproveitar as atividades de responsabilidade social corporativa de forma a adquirir
uma Vantagem competitiva Sustentável?
Um foco importante nas atividades de responsabilidade social, é a forma como estas podem ser
aproveitadas pela empresa. Isto sugere que não basta ser bom, mas que a reputação de ser bom,
pode ser usada de forma a alcançar uma firme vantagem competitiva sustentável (Falkenberg &
Brunsael, 2011).
As atividades de responsabilidade social, que resultam no desenvolvimento de uma boa
reputação para uma empresa, são muitas vezes difíceis de imitar. Para uma reputação ser difícil
de imitar implica que esta não se baseie numa única atividade de resposabilidade corporativa,
mas um programa de atividades, muitas vezes com base nos valores da empresa (Falkenberg
&Brunsael, 2011).
Neste sentido, as empresas que têm uma boa reputação de acordo com as suas atividades de
responsabilidade social, aproveitaram os recursos e, assim, podem esperar alcançar uma
vantagem competitiva sustentável.

Áreas de atuação da responsabilidade social


Segundo Laville (2002), a responsabilidade social das empresas refere-se a estratégias de
sustentabilidade que, para além do desempenho financeiro, contemplam também a preocupação
com os efeitos sociais e ambientais das suas atividades.
Dimensão econômica
Segundo Laville (2002), a dimensão econômica da sustentabilidade diz respeito ao impacto das
organizações sobre as condições econômicas das suas partes interessadas e sobre o sistema
econômico a todos os níveis.
Para Laville (2002), a performance econômica abrange todos os aspectos das interações
econômicas que podem existir entre uma organização e as suas partes interessadas, incluindo os
resultados tradicionalmente apresentados nos balanços financeiros.
Estes balanços financeiros destacam prioritariamente os indicadores relacionados com a
rentabilidade da empresa porque estão vocacionados para informar as direções e os acionistas.
Dimensão ambiental
Segundo Kinlaw (1997), as empresas devem se tornar ambientalmente responsáveis, ou “verdes”
para sobreviver. Somente por meio da administração e do trabalho verde, pela aceitação do meio
ambiente como parte integrante de cada aspecto da operação total da empresa, é que os líderes de
uma organização podem esperar manter sua posição competitiva e assegurar sua sobrevivência.
De acordo com Laville (2002), para as empresas, a dimensão ambiental está relacionada com os
seus impactos sobre os sistemas naturais vivos e não vivos, incluindo ecossistemas, solos, ar e
água. Uma empresa socialmente responsável vai, assim, procurar minimizar os impactos
negativos e amplificar os positivos.
Dimensão social
Segundo Laville (2002), a dimensão social para as empresas, diz respeito ao seu impacto no
sistema social onde operam. A performance social é abordada por meio da análise do impacto da
organização sobre as suas partes interessadas - colaboradores, fornecedores,
consumidores/clientes, comunidade, governo e sociedade em geral - a nível local, nacional e
global (stakeholders).
Para Laville (2002), em relação aos colaboradores, a empresa socialmente responsável faz
compromissos para respeitar o equilíbrio entre o trabalho e a vida privada; incentiva a
participação dos empregados em sindicatos; favorece o desenvolvimento pessoal através da
formação, etc.
Segundo Laville (2002), em relação aos fornecedores, a empresa tem de lutar contra as práticas
do trabalho infantil, do trabalho forçado, como pode também desenvolver uma política de
comércio justo que garanta aos fornecedores rendimentos regulares. As medidas contra a
corrupção fazem também parte das práticas que as empresas têm de implementar.
Conclusão
A ética e a responsabilidade social corporativa são fundamentais para o desenvolvimento
sustentável das empresas e da sociedade como um todo. Ao adotar práticas éticas e se
comprometer com a responsabilidade social, as empresas podem promover um ambiente de
trabalho saudável, contribuir para a comunidade, preservar o meio ambiente e construir
relacionamentos sólidos com seus stakeholders. Essas medidas não apenas beneficiam a imagem
da empresa, mas também fortalecem sua posição no mercado e impulsionam seu sucesso a longo
prazo.
Referências bibliográficas

ASHLEY, Patrícia Almeida. Ética e responsabilidade social nos negócios. São Paulo: Saraiva,
2002.
CHIAVENATO, Idalberto. Administração nos novos tempos – 2ª ed. Rio de Janeiro: Campus,
1999.
FARIA, Alexandre; FILGUEIRAS, Sauerbronn, Fernanda. A responsabilidade social é uma
questão de estratégia? Uma abordagem crítica. Rio de Janeiro: Scielo, 2008. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/rap/v42n1/a02v42n1.pdf. Acesso em: 5/04/2024.
Responsabilidade Social Empresarial. Disponível em
:http://www.ethos.org.br/DesktopDefault.aspx. Acesso em: 5/04/2024.
KINLAW, Dennis C. Empresa Competitiva e Ecológica – Desempenho sustentado na era ambi-
ental, São Paulo: Makron Books, 1997.
RESPONSABILIDADE SOCIAL, Portugal, 2006. Seção: Comunicação eresponsabilidade so-
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<http://www.sairdacasca.com/respsocial/introducao.asp> . Acesso em: 6/04/2024.
Alves, E. A. (2003). Dimensões da responsabilidade social da empresa : uma abordagem
desenvolvida a partir da visão de Bowen. Revista de administração, São Paulo, 38(1),
37–45.

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