Ação Civil Pública

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Grupo:

Márcio Antônio da Rocha

Marcela Magalhães Terra

Guilherme da Cruz e Zica

Luiza Freitas de Mendonça

Sara Rosane

AO JUÍZO DA VARA CIVEL DA COMARCA DE PEDRO LEOPOLDO DO


ESTADO DE MINAS GERAIS.

DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS, por intermédio do


Defensor Público que esta subscreve, com endereço profissional ..., o qual indica para
os fins do art. 71 do Código de Processo Civil, vem, respeitosamente, à presença de
Vossa Excelência, com fundamento no art. 129, § 1º, da Constituição da República
Federativa do Brasil, no art. 5º, inciso II da Lei n. 7.347/85, Lei Complementar Federal
n. 80/94 e Lei Complementar Estadual n. 65/03, propor

AÇÃO CIVIL PÚBLICA

em face da CIMENTEIRA ALFA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ


sob o n. ..., com sede no endereço ..., e da CIMENTEIRA BETA, pessoa jurídica de
direito privado, inscrita no CNPJ sob o n. ..., com sede no endereço ..., pelos motivos de
fato e de direito a seguir aduzidos.

I. DOS FATOS

Maria do Perpétuo Socorro, representando os moradores do Bairro Cascavel, na


periferia da cidade de Pedro Leopoldo, relata que a região vem sofrendo com intensa
poluição atmosférica decorrente das atividades das cimenteiras Alfa e Beta. Apesar de
equipadas com filtros, as empresas não têm conseguido prevenir a emissão de partículas
nocivas, afetando significativamente a qualidade do ar e a saúde da população local,
especialmente crianças que desenvolveram bronquite crônica, algumas necessitando de
internação hospitalar durante períodos de frio intenso.

II. DO DIREITO
A Constituição da República Federativa do Brasil, em seu artigo 225, garante a
todos o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, impondo ao Poder
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e de preservá-lo para as presentes e as
futuras gerações. No mesmo sentido, o art.196 da CRFB/88 garante que a saúde é
direito de todos e dever do Estado, visando a redução do risco de doenças e a proteção
dos cidadãos.

A Lei nº 7.347/85, que disciplina a ação civil pública, estabelece o instrumento


processual adequado para a proteção de direitos difusos e coletivos, incluindo o meio
ambiente, bem como admite o alcance individual da medida jurídica, por aplicação
subsidiária do art. 81 do Código de Defesa do Consumidor.

Solicita-se a este Douto Juízo que determine a constituição de um fundo


específico, gerido por uma entidade independente, com recursos provenientes das
indenizações por danos morais coletivos, para financiar projetos de recuperação da
qualidade do ar no Bairro Cascavel, bem como programas de saúde pública destinados
ao tratamento e prevenção de doenças respiratórias causadas pela poluição.

Propõe-se a formação de uma comissão de acompanhamento, composta por


representantes do Ministério Público/Defensoria Pública, membros da comunidade do
Bairro Cascavel, especialistas em meio ambiente e saúde pública, e representantes das
cimenteiras, com o objetivo de monitorar a implementação das medidas de controle da
poluição e avaliar periodicamente os resultados alcançados, reportando ao Juízo.

Além dos pedidos já mencionados, pode-se também requerer, como medida


cautelar, que as cimenteiras sejam compelidas a cessar imediatamente qualquer nova
expansão ou modificação de suas instalações que possa aumentar a emissão de
poluentes, até que se prove a eficácia das medidas de mitigação propostas.

III. DA LEGITIMIDADE ATIVA

A Defensoria Pública é parte legítima para propor a presente ação civil pública,
conforme estabelecido pelo art. 129, § 1º da CRFB/88 e pelo art. 5º, inciso II da Lei n.
7347/85, visando à proteção dos interesses difusos, bem como os individuais da
comunidade do Bairro Cascavel, em Pedro Leopoldo-MG. A situação de vulnerabilidade
em que se encontra o grupo social afetado pelos danos ambientais e à saúde pública,
implicados pela atuação das cimenteiras aludidas, reforçam a legitimidade de atuação do
órgão.

IV. DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA E SEUS EFEITOS

Estudos técnicos anexados demonstram que as emissões das cimenteiras Alfa e Beta
contêm partículas nocivas que excedem os limites recomendados pela legislação
ambiental e pelas diretrizes da Organização Mundial da Saúde, causando danos à saúde
da população.

V. DOS DANOS CAUSADOS À POPULAÇÃO

Relatórios médicos anexados comprovam o aumento de casos de doenças respiratórias


entre os moradores do Bairro Cascavel, diretamente relacionados à qualidade do ar
comprometida pelas atividades das cimenteiras.

VI. DA TUTELA DE URGÊNCIA

A relevância do fundamento pode ser entendida como a plausividade do direito


invocado, ou, na expressão latina, fumus boni iuris. No presente caso, demonstrada a
plausividade do direito do impetrante pela juntada dos documentos pré-constituídos que
evidenciam o dano ambiental e os riscos à saúde pública gerados pelas emissões de
poluentes pelas cimenteiras.

De outra parte, mostra-se importante a implementação de sistemas de controle


ambiental mais eficazes pelas requeridas, caso não seja deferida de imediato, refere-se
ao chamado periculum in mora.

VII. DOS PEDIDOS

Ante o exposto, pede-se:

a) A concessão da tutela de urgência, conforme especificado no item VI;


b) A citação das cimenteiras Alfa e Beta para, querendo, contestarem a presente
ação;
c) A produção de todos os meios de prova admitidos em direito;
d) A condenação das cimenteiras à obrigação de fazer, consistente na adoção de
medidas eficazes para a redução da poluição atmosférica, com a apresentação
de um plano de ação a ser aprovado por este Juízo;
e) A condenação das cimenteiras ao pagamento de indenização por danos morais
coletivos, cujo valor será revertido ao fundo de reparação de interesses difusos
lesados, nos termos acima indicados;
f) A condenação ao pagamento de indenização por danos morais e às despesas
necessárias para o tratamento de saúde dos filhos de Maria do Perpétuo
Socorro.
g) A criação de uma comissão de acompanhamento nos termos supracitados.
h) A notificação do Ministério Público nos termos do art. 5°§1°, Lei n. 7.345/85.
i) A cessação imediata de qualquer nova expansão ou modificação que possa
aumentar a emissão de poluentes.
j) A condenação ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios.

Dá-se à causa o valor de...

Nesses termos, pede deferimento.

Local e data.

Defensor Público do Estado de Minas Gerais

OAB-MG n.

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