Didactica Do Desporto I e Ii

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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

O PROCESSO DE TREINMEMNTO DESPORTIVO

Nome do Estudante: Teresa Pedro Fernando

Código do Estudante: 708214307

Curso: Licenciatura em ensino de Educação Física e Desporto

Disciplina: Didáctica do desporto I e II

Ano frequência: 4o Ano, Turma: C

Docente: Clemente Afonso Matsinhe

Nampula, Maio de 2024


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 Índice 0.5
Estrutura
Aspectos  Introdução 0.5
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao 2.0
objecto do trabalho
 Articulação e
domínio do
discurso académico
2.0
Conteúdo (expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e  Revisão
discussão bibliográfica
nacional e
2.0
internacional
relevante na área de
estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos
Conclusão 2.0
teóricos práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA  Rigor e coerência
Referências 6ª edição em das
4.0
Bibliográficas citações e citações/referências
bibliografia bibliográficas
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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Índice
Introdução.............................................................................................................................. 5

a) Objectivos do trabalho .................................................................................................... 5

b) Metodologia .................................................................................................................... 5

c) Estrutura ......................................................................................................................... 5

1. Os princípios gerais de treinamento desportivos .............................................................. 5

2. As principais fases que caracterizam o modelo técnico de iniciação ................................ 8

3. Os modelos alternativos ou compreensivos no ensino e treino desportivo ........................ 9

4. As capacidades condicionais e das capacidades coordenativas ...................................... 10

5. Perfil de um treinador desportivo sobre tudo de iniciação desportiva ............................. 14

6. Sessão de treinamento de uma equipa de iniciação na modalidade de futebol ................ 15

7. Organização de evento desportivo alusivo ao centenário aniversário do município


envolvendo 11 equipas. Observância de todos os requisitos exigidos para a organização de um
evento desportivo. ................................................................................................................ 17

Conclusão ............................................................................................................................ 19

Referências bibliográficas .................................................................................................... 20


Introdução
O processo de treinamento desportivo é de extrema importância, pois não apenas prepara os
atletas fisicamente para competir, mas também os capacita mental e emocionalmente para
lidar com as demandas do desporto de alto rendimento. Além disso, o treinamento desportivo
ajuda a prevenir lesões, aprimorar habilidades técnicas e tácticas, desenvolver a resistência e
fortalecer a concentração e o foco. Ele também promove valores fundamentais como
disciplina, determinação, trabalho em equipa e respeito às regras, contribuindo para a
formação integral dos atletas. É de salientar quie, o processo de treinamento desportivo é
essencial para o sucesso e o bem-estar dos praticantes de desportos de todos os níveis.

a) Objectivos do trabalho
Objectivo Geral
 Conhecer o processo de treinamento desportivo.
Objectivos especificos
 Identificar os princípios gerais de treinamento desportivos;
 Explicar as principais fases que caracterizam o modelo técnico de iniciação;
 Explicar os modelos alternativos ou compreensivos no ensino e treino desportivo;
 Explicar as capacidades condicionais e das capacidades coordenativas;
 Explicar o perfil de um treinador desportivo sobre tudo de iniciação desportiva.
b) Metodologia

O trabalho foi desenvolvido em uma série de etapas dentre as quais citamos: pesquisas
bibliográficas baseada em referências teóricas como livros, internet e revistas acadêmicas
que possibilitaram um suporte na construção do trabalho. É de salientar que o trabalho é
qualitativo-exploratório.

c) Estrutura

Quanto à estrutura, o trabalho apresenta um tema. Porém, a produção textual é precedida com
a introdução, onde estão definidos os objectivos, a metodologia e o desenvolvimento. Não
menos importante, os elementos pré-textuais e pós-textuais são devidamente apresentados.
1. Os princípios gerais de treinamento desportivos

Para Tubino os cinco princípios do treinamento desportivo são: O Princípio da


Individualidade Biológica, O Princípio da Adaptação, O Princípio da Sobrecarga, O Princípio
da Continuidade, O Princípio da Interdependência Volume-Intensidade (TUBINO, 1984).
Segundo Tubino: “Antes de passar ao estudo de cada princípio, é importante enfatizar que os
5 princípios se inter-relacionam em todas as suas aplicações.” (ibidem, 1984, p. 99).

Estélio Dantas actualizando o elenco dos cinco princípios preconizados por Tubino, incluiu
mais um: O Princípio da Especificidade (DANTAS, 1995), que veremos após a abordagem
dos cinco primeiros. Após estes seis primeiros princípios veremos mais dois princípios
levantados por Marcelo Gomes da Costa: O Princípio da Variabilidade e O Princípio da
Saúde, totalizando oito princípios. Ao final trataremos da inter-relação entre os Princípios.

 O Princípio da Individualidade Biológica

De acordo com Tubino, “chama-se individualidade biológica o fenómeno que explica a


variabilidade entre elementos da mesma espécie, o que faz que com que não existam pessoas
iguais entre si.” (TUBINO, 1984, p. 100). Cada ser humano possui uma estrutura e formação
física e psíquica própria, neste sentido, o treinamento individual tem melhores resultados, pois
obedeceria as características e necessidades do indivíduo. Grupos homogéneos também
facilitam o treinamento desportivo. Cabe ao treinador verificar as potencialidades,
necessidades e fraquezas de seu atleta para o treinamento ter um real desenvolvimento. Há
vários meios para isso, além da experiência do treinador, que conta muito, os testes
específicos são primordiais.
 O Princípio da Adaptação
Podemos dizer que a adaptação é um dos princípios da natureza. Não fosse a capacidade de
adaptação, que se mostra de diferentes modos e intensidades, várias espécies de vida não
teriam sobrevivido ou conseguido sobreviver por longos tempos e em diferentes ambientes. O
próprio homem conseguiu prevalecer no planeta, como espécie, devido à sua capacidade de
adaptação.
De acordo com Weineck, a adaptação é a lei mais universal e importante da vida. Adaptações
biológicas apresentam-se como mudanças funcionais e estruturais em quase todos os sistemas.
Sob “adaptações biológicas no desporto”, entendem-se as alterações dos órgãos e sistemas

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funcionais, que aparecem em decorrência das actividades psicofísicas e desportivas
(WEINECK, 1991).
 O Princípio da Sobrecarga
De acordo com Dantas: “Imediatamente após a aplicação de uma carga de trabalho, há uma
recuperação do organismo, visando restabelecer a homeostase” (DANTAS, 1995, p. 43).
É de salientar que, a questão de respeitar o tempo necessário de descanso também é
fundamental, lembrando que esse período deve ser proporcional à intensidade do exercício.
 O Princípio da Continuidade

Este princípio está intimamente ligado ao da adaptação, pois a continuidade ao longo do


tempo é primordial para o organismo, progressivamente, se adaptar.

Compartilho com Tubino, a ideia de que a condição atlética só pode ser conseguida após
alguns anos seguidos de treinamento e, existe uma influência bastante significativa das
preparações anteriores em qualquer esquema de treinamento em andamento. Para Tubino
(1984), estas duas premissas explicam o chamado Princípio da Continuidade.

Importa referir que, basicamente, a continuidade é o esclarecimento de que, para desfrutar dos
ganhos com o treino, o atleta deve realizar os exercícios durante um determinado período,
sem que haja falhas ou pausas significativas.
 O Princípio da Interdependência Volume-Intensidade
Este princípio está intimamente ligado ao da sobrecarga, pois o aumento das cargas de
trabalho é um dos factores que melhora a performance. Este aumento ocorrerá por conta do
volume e devido à intensidade.
Para Tubino (1984), pode-se afirmar que os êxitos de atletas de alto rendimento, independente
da especialização desportiva, estão referenciados a uma grande quantidade (volume) e uma
alta qualificação (intensidade) no trabalho, sendo que, estas duas variáveis (volume e
intensidade) deverão sempre estar adequadas as fases de treinamento, seguindo uma
orientação de interdependência entre si. Ainda segundo Tubino: “Na maioria das vezes, o
aumento dos estímulos de uma dessas duas variáveis é acompanhado da diminuição da
abordagem em treinamento da outra” (ibidem, 1984, 110).
É de frisar que, este princípio se baseia na aplicação do volume versus a intensidade do
exercício ou vice-versa, utilizando ambos factores de forma inteligente e eficaz.

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 O Princípio da Especificidade
De acordo com Dantas (1995), a partir do conceito de treinamento total, quando todo o
trabalho de preparação passou a ser feito de forma sistémica, integrada e voltada para
objectivos claramente enunciados, a orientação do treinamento por meio de métodos de
trabalho veio, paulatinamente, perdendo a razão de ser. Hoje em dia, nos grandes centros
desportivos, esta forma de orientação do treinamento foi totalmente abandonada em proveito
da designação da forma de trabalho pela qualidade física que se pretende atingir. Associando-
se este conceito à preocupação em adequar o treinamento do segmento corporal ao do sistema
energético e ao gesto desportivo, utilizados na performance, ter-se-á o surgimento de um
sexto princípio desportivo: o princípio da especificidade, que vem se somar aos já existentes.
Podemos dizer que este princípio sempre esteve intrínseco em todo o treinamento desportivo,
desde o mais rústico nas práticas utilitárias, mas tê-lo como princípio norteador e como um
dos parâmetros que devem ser levados em consideração é essencial ao estudo e planeamento
crítico e consciente nos treinamentos contemporâneos.
“O princípio da especificidade é aquele que impõe, como ponto essencial, que o treinamento
deve ser montado sobre os requisitos específicos da performance desportiva, em termos de
qualidade física interveniente, sistema energético preponderante, segmento corporal e
coordenações psicomotoras utilizados” (ibidem, 1995, p. 50).
 O Princípio da Variabilidade
Também denominado de Princípio da Generalidade, encontra-se fundamentado na ideia do
treinamento Total, ou seja, no desenvolvimento global, o mais completo possível, do
indivíduo. Para isso deve-se utilizar das mais variadas formas de treinamento (GOMES da
COSTA, 1996). Segundo Marcelo Gomes da Costa:
“Quanto maior for a diversificação desses estímulos – é obvio que
estes devem estar em conformidade com todos os conceitos de
segurança e eficiência que regem a actividade – maiores serão as
possibilidades de se atingir uma melhor performance.” (ibidem, 1996,
p. 357).
 O Princípio da Saúde
Segundo Gomes da Costa (1996), esse princípio encontra-se directamente ligado ao próprio
objectivo maior de uma actividade física utilitária que vise à saúde do indivíduo:
“Assim, não só a Ginástica Localizada em si e suas actividades complementares possuem
grande importância. Também os sectores de apoio da Academia, como o Departamento
Médico, a Avaliação Funcional e o Departamento Nutricional assumem relevante função no

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sentido de orientar todo o trabalho, visando a aquisição e a manutenção dessa Saúde.”
(ibidem, 1996, p. 358).
 A inter-relação dos Princípios
De acordo com Gomes da Costa (1996), se faz lógico e transparente que essas leis não
existem apenas por existir. Cada princípio, considerado individualmente, possui seu valor e
função próprios, entretanto, a integração entre esses princípios adquire inestimável
importância. “Aqui acontece aquela “história” de que o todo é sempre maior do que a soma de
suas partes.” (ibidem, 1996, p. 358). Assim cada Princípio assume uma importância maior,
um papel mais destacado quando associado aos outros princípios, segundo este autor, que
ainda comenta:
“Apesar dessa importante correlação, os Princípios da Adaptação, da
Sobrecarga, da Continuidade e da Interdependência Volume-Intensidade é que
vão não só dar corpo como orientar toda a aplicação prática do treinamento,
ou seja, são os verdadeiros responsáveis pela “arrumação” de todo o processo
de treinamento, traduzida na forma do micro, meso e macro-ciclos de
trabalho.” (ibidem, 1996, p. 358).

2. As principais fases que caracterizam o modelo técnico de iniciação

O modelo tradicional de ensino desportivo adopta como metodologia o desenvolvimento da


técnica desportiva como principal premissa para se iniciar e desenvolver a pratica de qualquer
disciplina desportiva. Contreras, de la Torre & Velásquez (2001) citam Ruuiz pérez (1996) ao
assinalar que neste enfoque do ensino desportivo se considera que aprendizagem das
componentes técnicas deve preceder a introdução dos praticantes nos segredos tácticos e
estratégicos.

Relativamente às fases constituintes do processo de ensino e treino subjacente ao modelo


técnico ou tradicional podemos observar em seguida a sua esquematização, a qual foi
apresentada por Contreras, de la Torre & Velásquez (2001).

Neste modelo todas as habilidades específicas têm como referencia um modelo de execução
que considera como uma solução técnica de eficácia comprovada perante algum ou alguns dos
problemas que se apresentam ao tentar lograr os objectivos de jogo. Este é, portanto, um
modelo que se centra nos aspectos analíticos do desenvolvimento da técnica desportiva
(decompondo-a primeiro nas suas distintas fases de execução) e logo na sua integração
estilizada em situação de jogo, primeiro simulado e logo real ou adaptado.

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Este é um modelo que foi importando do âmbito do desporto de alta competição chegando até
ao âmbito da educação física escolar, o que justifica o seu enfoque na precisão técnica da
execução com vista a um aperfeiçoamento funcional e estético da técnica considerada.

Neste seguimento, tal como afirmam Castejón, Giménez, Jiménez & López (2003), o modelo
técnico, centrado na execução técnica antes de passar à táctica ofereceu garantias a alguns
agentes, mas tem claras limitações na Educação Física, quando se trata de iniciar algum
desporto, relativamente à maioria dos restantes agentes. Não obstante, o desporto também
deverá ser entendido como um meio de transmissão de valores e, neste caso, uma aplicação
centrada exclusivamente na representação de um ou vários modelos de execução
comprovados, mas com uma clara incitação à imitação, implica também uma aprendizagem
mimética, a qual pode não ter nenhum sentido para os aprendizes, para além de lhes inculcar
um plano pouco critico e que não fomenta a autonomia.

3. Os modelos alternativos ou compreensivos no ensino e treino desportivo

Em resposta às insuficiências apresentadas pelo modelo técnico ou tradicional vem surgindo


nos últimos anos um enfoque metodológico na iniciação, ensino e treino desportivo. Nesta
concepção, a execução técnica em si mesma já não é o alvo principal da acção desportiva,
mas sim o desempenho táctico (isto é, a aplicação da técnica em situação jogada), a
plasticidade de respostas, a capacidade de solução dos vários problemas que surgem na
prática desportiva lúdica mas complexa. Deste modo, a execução técnica perfeita não tem que
ser o objectivo único e primordial da acção desportiva, mas sim a sua inclusão em situação,
ou seja que se saiba e aplique (conhecimento declarativo e procedimental) os quando?, como?
e porque? de dita utilização.

Nesta linha, Rink, French & Tjeerdsma (1996) sublinham que o grande contributo dos
modelos compreensivos desenvolvidos em função do Teaching Games for Understanding foi
que a apreciação do jogo e o desenvolvimento do conhecimento e consciência táctica deve
preceder o desenvolvimento das habilidades motrizes de dito jogo, ou seja, o “que fazer?”
deve preceder o “como fazer?”. Neste sentido, Devís (1996) refere que o contexto e os
problemas do jogo são inseparáveis e ambos se relacionam com a sua táctica até ao ponto em
que, para resolver questões motrizes surgidas dentro do contexto de jogo, será necessário
compreender os princípios ou aspectos tácticos básicos.

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Um ensino para a compreensão dos jogos desportivos implica portanto, abordar a
aprendizagem dos aspectos tácticos. Desta maneira a aprendizagem e desenvolvimento dos
jogos desportivos progredirá da táctica à táctica, do porquê ao que fazer.

Deste modo, o ensino compreensivo do desporto fomenta, através da reflexão na e sobre a


pratica, a relação do que estão aprendendo com o já conhecido e, por sua vez, reconhece e
promove a autonomia dos praticantes mediante a constante avaliação da adequação dos meios
empregues relativamente ao objectivo a conseguir em cada situação de pratica (Castejón,
Giménez, Jiménez & López, 2003).

Em relação as diferentes formas de levar a cabo o ensino compreensivo no desporto, Castejón,


Giménez, Jiménez & López, (2003) mostram a esquematização realizada por Jiménez (2000)
ao considerar e comparar os dois modelos e, dentro dos modelos compreensivos, as diferentes
perspectivas e possibilidades. Sumariamente, consideramos que entre os distintos modelos
compreensivos observados podemos encontrar dois eixos de análise:

 Um relacionado com tipo de prática: podemos encontrar modelos verticais e


horizontais.

Os primeiros enfatizam uma só modalidade desportiva, as quais propiciam progressões


situacionais que exigem determinadas adaptações técnico-tácticas aos praticantes, através de
sequências de jogos que vão aumentando progressivamente a sua complexidade estrutural e
funcional. Os segundos incidem a sua intervenção na estrutura e lógica interna dos diferentes
jogos e modalidades que partilham uma mesma natureza e objectivos. Nestes, a intervenção é
realizada de acordo com as progressões comuns aos diferentes jogos ou através de jogos
desportivos modificados que partilham problemas estratégicos similares.

4. As capacidades condicionais e das capacidades coordenativas


a) Capacidades condicionais

As capacidades condicionais conferem ao praticante a base bio-fisiológica necessária para o


seu desenvolvimento desportivo. Pela sua importância de base, mas também pelo seu alto
nível de controlo e mensuração, estas merecem da nossa parte uma atenção especial
relativamente às capacidades coordenativas.

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 Força

De acordo com Hahn (1988), a força é a capacidade do ser humano de superar ou de actuar
contra uma residência exterior baseando-se nos processos nervosos e metabólicos da
musculatura.

No entanto, Castelo e tal (1996) referem que a definição de força não é unânime, pelo que
será sempre fundamental analisar a estrutura das diferentes formas de manifestação desta,
como sejam os factores nervosos, os factores psicológicos, os factores musculares
(energético) e os factores biomecânicos.

Encontramos os diferentes tipos de manifestação da forca:

 Forca Explosiva: corresponde à capacidade do sistema neuromuslar de vencer


resistências com uma elevada velocidade de contracção. É uma manifestação treinável
através da aplicação de situações reactivas contra resistências determinadas.
 Forca máxima: corresponde à maior tensão que o sistema neuromuscular pode
produzir numa contracção volumétricas máximas. Desenvolve-se primeiro pelo
aumento da hipertrofia muscular e pela coordenação intramuscular.
 Força de Resistências: corresponde à capacidade do organismo resistir ao
aparecimento da fadiga, mantendo os níveis de produção de força em concordâncias
com a exigência da situação. É uma manifestação que está intimamente relacionada
com a capacidade orgânica da resistência, podendo a sua especificidade ser observada
na caracterização desta capacidade.

É de considerar que, atendendo à ainda reduzida percentagem de massa muscular nos mais
jovens, a estes, não deverá ser solicitado um esforço de força máxima, igualmente
desaconselhados pela elevada elasticidade óssea que caracteriza o seu crescimento.

 Resistência:

Bompa (2002) assinala que a resistência refere-se à extensão de tempo que um indivíduo
consegue desempenhar um trabalho com determinada intensidade. O factor principal que
limita e ao mesmo tempo afecta o desempenho é a fadiga.

Em função do tempo em que a fadiga demora a instalar-se, podem definir-se as diferentes


manifestações da capacidade de resistência. Por este motivo, se costuma referir a existência de
uma resistência geral (polivalente, comum às diferentes modalidades desportivas) e uma

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resistência específica (eminentemente relacionada com o tipo de esforço requerido e
treinado). A esta última estão associadas as manifestações de resistência de curta, média, e
longa duração.

No treino de jovens, a resistência de longa duração deverá ser a privilegiada, já que o


organismo destes não se mostra receptivo aos estímulos de curta ou média duração. A
capacidade de dosear o esforço deverá ser assim um factor importante na aplicação do treino
da resistência, já que os jovens têm tendência a agir em picos de intensidade.

 Velocidade

Castelo e tal. (1996), sintetizam a definição da velocidade como a capacidade de reagir,


rapidamente, a um sinal ou estimulo e ou efectuar movimentos com oposição reduzida no
mais breve espaço de tempo possível.

Entre as diferentes manifestações de velocidade que podemos encontrar, congregamos estas


em três tipos fundamentais:

Velocidade de Reacção: é capacidade de reagir a estímulos de qualquer ordem


(visual, auditiva, táctil, etc) no mais curto espaço de tempo.
Velocidade de Execução: é a capacidade de realizar um gesto técnico em toda a sua
amplitude no mais curto espaço de tempo.
Velocidade de Deslocamento: nesta podemos considerar velocidade de aceleração
(desde a inactividade ao movimento), a velocidade máxima (movimento máximo que
o corpo pode atingir) e a velocidade de resistência (correspondente à ausência e não
aparecimento da fadiga em esforços de curta duração).

Podemos também dividir a velocidade em cíclica (movimentos contínuos como corrida) ou


acíclica (movimentos não contínuos como a execução de um gesto técnico).

O treino da velocidade nos jovens permite melhorar as suas diferentes componentes, assim
como a frequência gestual e a coordenação dinâmica geral.

 Flexibilidade

No treino da flexibilidade, os movimentos deverão ser suaves, evitando o aparecimento de


dor.

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A flexibilidade promove a economia de movimentos, reduz as tensões musculares parasitas e
previne o aparecimento de lesões. O trabalho da flexibilidade deverá ser realizado mais no
sentido de manter os níveis apresentados pelos jovens do que de aumenta-los, tal como ocorre
com as outras capacidades condicionais.

Tanto a flexibilidade como as restantes capacidades condicionais deverão ser estimuladas


sempre com um aquecimento apropriado que indicie o trabalho consequente e nunca em
situação de fadiga.

b) Capacidades coordenativas

O desenvolvimento das capacidades coordenativas revela-se um elemento chave no processo


de construção do praticante desportivo, indo ao encontro das preocupações anteriormente
mencionadas sobre a estrutura da tarefa e a sua influência no tipo de aprendizagens que
despoleta. Neste sentido, é a riqueza e diversidade das tarefas motoras propostas aos
praticantes que determinará a contribuição para uma melhoria e enriquecimento do seu
património motor e consequentemente o aperfeiçoamento das suas capacidades coordenativas.

São várias as taxonomias existentes em relação ao número e componentes das capacidades


coordenativas, existindo diferentes propostas respeito. Neste sentido, e por crermos ser a
descrição mais adequada suportamos a proposta de Hirtz (1986; citado por carvalho Assunção
e Pinheiro, 2009):

 Capacidade Orientação Espacial: determina a posição, situação e movimento do


corpo no espaço e no tempo. Permite ao praticante colocar-se em situação prática,
reconhecendo o espaço onde se encontra o próprio, os seus companheiros e ou os seu
adversários antevendo também a dinâmica deste processo.
 Capacidade de Diferenciação Cinestésica: permite determinar e adequar os
movimentos efectuados com economia e precisão, independentemente da sua
dinâmica. Controla as informações provenientes da musculatura, doseando a aplicação
do movimento.
 Capacidade de Equilíbrio: permite a percepção e execução dos gestos motores no
seu momento adequado e em consonância com as solicitações do contexto.
 Capacidade de Reacção: permite iniciar acções motoras de forma rápida e eficaz
num momento determinado de expectativa.

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5. Perfil de um treinador desportivo sobre tudo de iniciação desportiva

Um primeiro passo, imprescindível, na formação de treinadores e na criação desta nova


profissão é a delimitação do seu campo profissional, ou seja, das áreas de intervenção e dos
contextos profissionais em que é possível e desejável que intervenham. Embora possa, à
primeira vista, parecer questão pouco polémica, reconheça-se que esta área não está bem
definida e que é possível e necessário projectar a profissão em espaços que não os
tradicionais; na realidade, os clubes, os ginásios, as associações desportivas, as federações, as
colectividades, os diferentes organismos do estado, as autarquias, as empresas, o sistema
educativo são potenciais empregadores. A estas áreas de intervenção correspondem,
potencialmente, funções profissionais diferenciadas que é necessário inventariar e caracterizar
com o maior rigor possível.

Um segundo passo necessário (decorrente do primeiro) na definição da profissão é a definição


de um perfil de competências do treinador. Esse perfil deverá ser baseado numa concepção
explícita do papel e da missão do treinador, partindo de um perfil funcional de competências
profissionais.

Será desse perfil funcional que se deverá derivar, por especificação, conteúdos e estratégias de
formação e o conjunto dos módulos de formação, bem como a definição de critérios de
avaliação dos desempenhos profissionais. Esses critérios terão de ser definidos e explicitados
antes da formação e devem constituir uma base de avaliação da qualidade da própria
formação.

Reconheça-se, desde já, uma primeira dificuldade na definição deste perfil: não é fácil falar de
um perfil único de funções e competências profissionais, salvo a um elevado nível de
generalidade, já que é evidente que o conjunto do sistema desportivo exige, nos tempos que
correm, o recurso a treinadores com um amplo leque de responsabilidades diferenciadas,
envolvendo capacidades distintas, sendo possível definir diferentes níveis de intervenção
profissional e, para cada nível, um conjunto particular de responsabilidades, de funções e,
naturalmente, de competências profissionais. A própria proposta de estrutura europeia de
formação de treinadores assim parece determinar. Também é verdade que não é exigência que
todos os treinadores desempenhem, simultaneamente, todas as funções profissionais; em
função do grau ou do momento da carreira, das oportunidades de trabalho ou das
circunstâncias, poderá exigir-se mais umas do que outras.

14
Todos os treinadores devem, no entanto, possuir formação inicial suficiente e certificada
incidindo sobre competências básicas que lhes confiram o estatuto formal de treinadores. Não
se trata de desenvolver todas as competências nem de procurar o seu desenvolvimento
máximo mas de escolher as competências essenciais e determinar os seus níveis mínimos de
competência. Esta formação, naturalmente, deverá ser garantida pela formação inicial e pela
formação contínua.

Ultrapassando, por agora, as limitações referidas, e numa lógica prospectiva, importa que o
sistema desportivo possa identificar o modelo geral de funções e competências a dominar
pelos treinadores desportivos, modelando, assim, a totalidade do sistema formativo.

Neste texto projectamos a profissão de treinador desportivo como uma profissão de nível
superior, com um perfil de formação semelhante para todos os profissionais e de grande nível
de exigência académica e pessoal. Partimos, também, de uma assunção básica, já aflorada, a
de que a maioria dos treinadores não poderão viver do treino desportivo e terão de
compatibilizar esse exercício com outra profissão ou com outros exercícios profissionais, de
preferência, em área afim. Trata-se, assim, de construir uma profissão, não de banda estreita
mas de base multiprofissional, contrariando uma especialização precoce e uma orientação
para mercados de trabalho precários ou mesmo inexistentes.

6. Sessão de treinamento de uma equipa de iniciação na modalidade de futebol

Segundo Chagas (1998), uma sessão de treinamento para uma equipe iniciante de futebol é
uma oportunidade para desenvolver as habilidades básicas dos jogadores, reforçar sua
compreensão do jogo e promover o espírito de equipa. É importante planejar exercícios
divertidos e variados que foquem no drible, controle de bola, posicionamento em campo e
passes, garantindo que os jogadores se divirtam e se sintam encorajados. O aspecto táctico
também pode ser introduzido gradualmente, enfatizando conceitos simples adaptados ao nível
inicial dos jogadores. É importante lembrar que, para essa faixa etária, o treino deve ser
divertido, desafiador e focado no desenvolvimento técnico e motor dos jovens jogadores.
Aqui está um esboço básico da sessão:

 Objectivo da Sessão: Desenvolver habilidades técnicas fundamentais (passe,


controle, condução) e promover a compreensão básica de posicionamento e trabalho
em equipa.
 Duração da Sessão: 60 minutos.

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Estrutura da Sessão de Treinamento:

Duração Momentos Actividades


Actividades lúdicas que envolvam corridas, movimentos
10 minut Aquecimento variados e toques na bola para preparar o corpo dos jogadores
para a actividade física.
-Estações de treino com foco em habilidades técnicas
individuais, como passe, controle e condução.
20 minut Treino Técnico -Exercícios simples e divertidos, como "passa e segue",
"controle e passe" e "condução em zigue-zague".

- Divisão dos jogadores em pequenos grupos para jogos em


espaços reduzidos (3x3 ou 4x4).
15 minut Jogos Reduzidos -Ênfase na aplicação das habilidades técnicas aprendidas,
além do trabalho em equipa e no entendimento básico de
posicionamento
- Simulação de situações de jogo real, como ataque contra
defesa em campo reduzido.
10 minut Jogo Simulado - Foco no entendimento básico de posicionamento e transição
entre defesa e ataque.
-Breve momentos para os jogadores compartilharem suas
5 minut percepções sobre a sessão e receberem feedback do treinador.
Reflexão Final

É de salientar que, é importante adaptar a sessão às necessidades específicas da equipe e dos


jogadores individuais, mantendo um equilíbrio entre desafio e diversão. Além disso, é
essencial garantir a segurança dos participantes durante toda a sessão.

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7. Organização de evento desportivo alusivo ao centenário aniversário do município
envolvendo 11 equipas. Observância de todos os requisitos exigidos para a organização
de um evento desportivo.
De acordo com Graça, (2009), organizar um evento desportivo alusivo ao centenário
aniversário do município é uma óptima forma de celebrar a história e promover a prática
desportiva. Aqui está um esboço básico para a organização do evento, envolvendo 11 equipas,
e observando os requisitos essenciais para tal:

7.1. Planeamento:

 Definição de Objectivos: Estabelecer claramente os objectivos do evento, como


celebrar o centenário, promover a actividade física e integrar a comunidade.
 Orçamento: Elaborar um orçamento que cubra as despesas necessárias, como locação
de espaços, premiações, segurança, divulgação, entre outros.
 Parcerias: Buscar parcerias com empresas locais, entidades desportivas e órgãos
governamentais para apoio financeiro, logístico e de divulgação.

7.2. Logística:

 Local: Escolher um local adequado para a realização dos jogos, levando em


consideração a capacidade de público, infra-estrutura desportiva e acessibilidade.
 Cronograma: Elaborar um cronograma detalhado com as datas e horários dos jogos,
cerimónias de abertura e encerramento, além de possíveis actividades paralelas.
 Segurança: Garantir a presença de equipas de segurança e socorristas durante todo o
evento para assegurar o bem-estar dos participantes e espectadores.

7.3. Participação das Equipas:

 Inscrições: Abrir um período de inscrições para as equipas interessadas em participar


do evento, estabelecendo critérios claros e prazos definidos.
 Comunicação: Manter constante comunicação com as equipas inscritas, fornecendo
informações sobre regulamentos, horários e quaisquer actualizações relevantes.

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7.4. Divulgação:

 Marketing: Utilizar diferentes meios de comunicação (redes sociais, rádio local,


panfletos) para divulgar o evento e mobilizar a comunidade.
 Material Promocional: Produzir material promocional alusivo ao centenário do
município para criar identidade visual do evento.

7.5. Cerimónias:

 Abertura: Preparar uma cerimónia de abertura especial, com discursos alusivos ao


centenário, apresentações culturais e desfile das equipas participantes.
 Encerramento: Realizar uma cerimónia de encerramento com premiação das equipas
vencedoras e agradecimentos aos participantes e colaboradores.

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Conclusão
Feito o trabalho conclui-se que, o processo de treinamento desportivo vai muito além do
aprimoramento físico e técnico dos atletas. Ele representa um ambiente propício para o
desenvolvimento de valores fundamentais, tais como disciplina, superação, resiliência e
trabalho em equipa. Além disso, o treinamento desportivo contribui significativamente para a
formação integral dos praticantes, preparando-os não apenas para as competições, mas
também para os desafios da vida. Portanto, é inegável a importância do processo de
treinamento desportivo como um meio de promover não apenas a excelência atlética, mas
também o crescimento pessoal e o bem-estar dos indivíduos envolvidos.

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Referências bibliográficas

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