Planejamento de Misturas e Visualizacao
Planejamento de Misturas e Visualizacao
Planejamento de Misturas e Visualizacao
7, 874-881, 2021
TUTORIAL†
Felipe Ferri Hilárioa, Jeyne Pricylla Castroa, Tomas Edson Barrosb e Edenir Rodrigues Pereira-Filhoa,b,*,
a
Departamento de Química, Universidade Federal de São Carlos, 13565-905 São Carlos – SP, Brasil
b
Departamento de Matemática, Universidade Federal de São Carlos, 13565-905 São Carlos – SP, Brasil
MIXTURE DESIGN AND OPTIMUM REGION VISUALIZATION WITH SPREADSHEETS AT EXCEL: A TUTORIAL. This
tutorial shows how to perform the data treatment for mixture design with two and multiple responses. Two data sets from the literature
were used to exemplify the calculations. A template in Excel was proposed to prepare contour plot and response surface to visualize
the optimum region of the mixture, which usually is made with commercial computational programs. The desirability function was
used in example 2 (optimization of 5 responses simultaneously), and a code also available for download was proposed. Besides, 21
videos were prepared to show all the details for the readers and, it is available on YouTube. With this tutorial, it is possible to learn in
a practical fashion how to handle the data from mixture design and, the authors hope to contribute with the researchers in this area.
Keywords: Octave; mixture design; analysis of variance; regression model; template mixtures; partial derivatives.
Tabela 1. Planejamento de misturas simplex centroid usado para verificar a influência das variáveis v1 a v3 nas respostas F2 e F3 (Exemplo 1)
Tabela 2. Matriz X utilizada para os cálculos dos modelos de regressão para as respostas F2 e F3 (Exemplo 1)
considerando 95% de confiança, Coef aos coeficientes obtidos com experimento com as mesmas condições, não sendo possível o cálculo
seus respectivos intervalos de confiança e Pred corresponde aos de SSPE e DF.
valores previstos para cada experimento. Pereira e Pereira-Filho8 A Figura 2, a Tabela 3 e a Equação 1 mostram os resultados
fornecem uma explicação detalhada da rotina utilizada. obtidos após o refinamento do modelo para a resposta F2. E a Figura 3,
O primeiro passo foi calcular um modelo de regressão para Tabela 4 e Equação 2 descrevem os resultados para a resposta F3.
cada resposta a fim de verificar quais coeficientes de regressão são
significativos, isso é, valores maiores que seus respectivos intervalos F2 = 1874±328v1 + 1903±328v2 (1)
de confiança. O Material Suplementar mostra as tabelas Anova
para as respostas F2 (Tabela 1S) e F3 (Tabela 2S). Além disso, as F3 = 2804±396v1 + 2726±535v2 + 695±353v3 – 3133±1831v1v2
informações dos modelos são também mostradas na forma de figuras –3340±1831v1v3 (2)
(Figuras 1S e 2S). Para a resposta F2 apenas os coeficientes b1 e b2
foram significativos (Figura 1S), já para a resposta F3, b1, b2, b3, b12 Nas Equação 1 e 2, v1, v2 e v3 são relativos à matéria orgânica,
e b13 foram válidos (Figura 2S). Todas as avaliações foram feitas ao óxido de ferro e caulinita, respectivamente. Ambas as equações
nível de confiança de 95%. descrevem uma superfície de resposta com as três variáveis
A rotina regression2 foi aplicada novamente para ambas as interrelacionadas. O ponto “ótimo” da superfície descrita pela equação
respostas utilizando somente os coeficientes válidos. Mesmo com representa as proporções de v1, v2 e v3 em que as respostas encontram
a exclusão dos coeficientes não significativos para cada uma das seus valores “ótimos”, ou seja, região onde se observa maior fração
respostas, não foram identificadas réplicas, isso é, mais de um de massa (concentração) de Pb nas frações orgânica (F2) e residual
Figura 2. Teste F para a média quadrática de regressão (MQR) e média quadrática de resíduo (MQres) (a), variação explicada (R2) e explicável (R2max) (b),
coeficientes de regressão (c), gráfico dos valores experimental versus previsto (d), previsto versus o resíduo e histograma dos resíduos (e), para os cálculos
da resposta F2 após o refinamento do modelo
Vol. 44, No. 7 Planejamento de misturas e visualização da região ótima com planilhas no excel 877
Tabela 3. Tabela Anova para o modelo recalculado da resposta F2 com os coeficientes válidos (Exemplo 1)
Soma quadrática (SQ) Graus de liberdade Média quadrática (MQ) F calculado F tabelado
Regressão (Reg) 3,58.106 1 3,58.106 97,87 5,32
5 4
Resíduo (res) 2,98.10 8 3,73.10
Total (T) 3,88.106 9 4,31.105
Erro puro (EP) 0 0 0
5
Falta de ajuste (Faj) 2,98.10 8 3,73.104
Figura 3. Teste F para MQR e MQres (a), variação explicada (R2) e explicável (R2max) (b), coeficientes de regressão (c), gráfico dos valores experimental
versus previsto (d), previsto versus o resíduo e histograma dos resíduos (e), para os cálculos da resposta F3 após o refinamento do modelo
Tabela 4. Tabela Anova para o modelo recalculado da resposta F3 com os coeficientes válidos (Exemplo 1)
Soma quadrática (SQ) Graus de liberdade Média quadrática (MQ) F calculado F tabelado
Regressão (Reg) 4,94.106 4 1,23.106 56,03 5,19
5 4
Resíduo (res) 1,10.10 5 2,20.10
Total (T) 5,05.106 9 5,61.105
Erro puro (EP) 0 0 0
5
Falta de ajuste (Faj) 1,10.10 5 2,20.104
80% de óxido de ferro (v2) e 10% de caulinita (v3). No caso da F3, a e observar quais são mais influenciadas pelas variáveis testadas.8
melhor condição exige que a v1 esteja no nível máximo. Como no artigo original não foram fornecidos os valores das
Para melhor entendimento do processo de tratamento de dados réplicas, não foi possível calcular o valor da soma quadrática do
descrito neste trabalho foi elaborada uma lista de vídeos explicativos erro puro. Os pesos foram atribuídos de acordo com o resultado
de livre acesso publicados no YouTube (https://www.youtube.com/ da razão entre a média quadrática de regressão (MQR) e a média
playlist?list=PL4CuftF4l_fDBW0qIJ1gXZneN1Krgw5z_). quadrática do resíduo (MQres). Quanto maior essa razão, melhor
é a regressão do modelo. De acordo com os resultados, DIA e ATZ
Exemplo 2 obtiveram razões na faixa de 2,2; DEA e DIU na faixa de 1,7 e TFB
na faixa de 0,9. Portanto, três diferentes pesos (s, Figura 1) foram
Na Tabela 5, tem-se o planejamento de misturas utilizado pelos atribuídos: 3 (DIA e ATZ), 2 (DEA e DIU) e 1 (TFB).
autores com três variáveis (CLF, DCM e ACN), onde as proporções O segundo passo foi recalcular as desejabilidades individuais
das condições escolhidas variaram de 0 a 1 quando convertidas em com os devidos pesos para cada uma das respostas e assim obter
pseudocomponentes. As codificações de cada uma das variáveis são a desejabilidade global (D), a qual foi utilizada para calcular um
mostradas, sendo que a soma entre elas é 1. As respostas monitoradas modelo de regressão englobando todas as respostas simultaneamente.
são apresentadas na forma de recuperação dos cinco pesticidas A matriz X (coeficientes cúbicos) e o vetor y (desejabilidade global,
determinados. D) são mostrados na Tabela 6.
O primeiro passo foi calcular a desejabilidade individual para O modelo de regressão é calculado pela rotina “regression2”
cada uma das respostas utilizando a rotina “mydes2” e construir disponibilizada em Pereira e Pereira-Filho,8 a partir do qual é
a matriz X com os coeficientes cúbicos (b1, b2, b3, b12, b13, b23 e possível calcular e avaliar a Tabela Anova. Após o cálculo, apenas
b123) que se deseja calcular. Neste caso, o alvo para o cálculo da dois coeficientes foram significativos: b12 e b13. Assim, o modelo foi
desejabilidade foi 100% por se tratar de recuperações de cada um recalculado apenas com os coeficientes válidos, onde quatro réplicas
dos pesticidas. Fez-se um modelo de regressão utilizando a rotina foram identificadas permitindo obter a soma quadrática do erro puro.
regression2 para cada uma das desejabilidades individuais com Na Tabela 3S, tem-se a tabela Anova para o modelo recalculado e na
o objetivo de atribuir diferentes pesos a cada uma das respostas Figura 3S (ver ambos no Material Suplementar) tem-se os valores
Tabela 5. Planejamento de misturas com três variáveis e cinco respostas monitoradas (Exemplo 2)
CLF DCM ACN Respostas (Recuperação, %)
Experimentos Soma
Real Codificada Real Cod Real Cod DIA DEA ATZ DIU TFB
1 70 1,000 0 0,000 30 0,000 1 44,6 69,6 81,1 85,0 56,7
2 50 0,500 20 0,500 30 0,000 1 46,6 71,2 87,6 90,7 60,6
3 30 0,000 40 1,000 30 0,000 1 43,5 65,6 78,5 80,8 53,4
4 30 0,000 20 0,500 50 0,500 1 46,1 69,3 86,8 89,8 58,1
5 30 0,000 0 0,000 70 1,000 1 39,8 62,5 86,1 90,7 57,3
6 50 0,500 0 0,000 50 0,500 1 46,3 70,4 91,1 93,4 61,3
7 60 0,750 5 0,125 35 0,125 1 47,1 72,3 88,3 90,3 63,8
8 35 0,125 30 0,750 35 0,125 1 44,9 68,4 83,1 85,2 61,6
9 35 0,125 5 0,125 60 0,750 1 42,7 65,9 86,2 88,4 58,2
10 50 0,500 10 0,250 40 0,250 1 48,5 74,3 91,9 95,8 61,1
11 40 0,250 20 0,500 40 0,250 1 41,9 62,8 77,7 80,3 54,7
12 40 0,250 10 0,250 50 0,500 1 48,8 74,0 92,7 97,2 61,1
13 35 0,125 17,5 0,438 47,5 0,438 1 45,4 69,4 87,1 90,6 58,8
14 47,5 0,438 17,5 0,438 35 0,125 1 47,2 72,0 89,2 91,2 73,9
15 47,5 0,438 5 0,125 47,5 0,438 1 48,1 73,4 92,3 96,1 74,1
em que v1, v2 e v3 são CLF, DCM e ACN, respectivamente. D é a dDIA = 0,15 × 0,5 × 0 + 0,35 × 0,5 × 0,5 = 0,09 (4)
resposta (no caso, a desejabilidade global). Nota-se que apenas os
coeficientes quadráticos foram significativos. Lembrando que v1 = 0,5; v2 = 0 e v3 = 0,5. A recuperação prevista
Na Figura 5, tem-se o gráfico de contorno com os coeficientes (y) foi calculada de acordo com a equação da Figura 1a. Nesse caso,
significativos, no qual observa-se uma região de ótimo na coloração tem-se a di prevista e o novo y será a resposta prevista em termos
vermelha da figura, resultando em 0,5 das variáveis 1 (CLF) e 3 (ACN) de recuperação. Ao observar a resposta do artigo (Tabela 7), tem-se
e 0 da variável 2 (DCM), ou seja, uma mistura “ideal” seria 50% de valores muito semelhantes com os resultados obtidos no maior nível
CLF e 50% de ACN, e 0% de DCM. A condição identificada pelos (coeficiente mais o intervalo de confiança). Vale ressaltar que ambos
autores do trabalho foi: 47,5% de CLF e 47,5% de ACN, e 5% de os trabalhos utilizaram abordagens diferentes e com isso os resultados
DCM, ou seja, mesmo com diferentes abordagens para o tratamento podem ser considerados equivalentes.
de dados, os resultados foram praticamente os mesmos. O gráfico
foi feito com o template de misturas no Excel disponibilizado neste Encontrando a região de ótimo usando ferramentas de cálculo
tutorial. diferencial
Na Tabela 7, tem-se o resultado das respostas previstas para
cada um dos pesticidas, onde empregou-se o modelo global com os A identificação da região ótima de trabalho de determinado
coeficientes b12 e b13. Assim, utilizou-se os valores desses coeficientes modelo não é uma tarefa fácil e pode trazer dificuldades consideráveis
(b12 e b13) dos modelos individuais calculados no início do tratamento de acordo com os coeficientes válidos do modelo. Para o caso da
dos dados para encontrar a di (desejabilidade individual) de cada um Equação 1, por exemplo, a região em que há a máxima retenção de
dos pesticidas em todos os níveis (coeficiente ± intervalo de confiança) Pb está na aresta em que a variável 2 (óxido de ferro) é máxima (1,0).
e consequentemente, a resposta prevista. Para a di prevista, utilizou-se Nesse ponto, a fração de massa prevista para o Pb é de 1903 mg kg-1.
Tabela 7. Respostas previstas para cada um dos pesticidas, tendo os coeficientes ± intervalo de confiança e a resposta obtida pelos autores do Exemplo 2
Essa constatação corrobora com a aplicação do Solver do Microsoft mostrado na Equação 3, precisamos determinar o ponto de máximo
Excel®. absoluto da função
Para o caso do modelo obtido para a resposta F3 (Equação 2),
podemos calcular as derivadas parciais em função das variáveis v1 e D(v1,v2,v3) = 0,22v1v2 + 0,38v1v3 sendo que v1+v2+v3 = 1.
v2 e substituir a v3 por 1-v1-v2:
Chamando v1 = x, v2 = y e v3 = z temos,
f3(v1,v2) = F3(v1,v2,1-v1-v2) = 2804v1 + 2726v2 + 695(1-v1-v2) –
3133v1v2 - 3340(1-v1-v2) (5) D(x,y,z) = 0,22xy + 0,38xz e x+y+z = 1
∂f3/∂v1(v1,v2) = 6680v1 + 207v2 – 1231 (6) d(x,y) = D(x,y,1-x-y) = -0,38x2 – 0,16xy + 0,38x
∂f3/∂v2(v1,v2) = 207v1 + 2031 (7) com x ≥ 0, y ≥ 0 e x+y ≤ 1
(v1,v2) é o ponto crítico de f3 ⇔ ∂f3/∂v1(v1,v2) = 0 e ∂f3/∂v2(v1,v2) = 0. O ponto de máximo da função d ocorre entre os pontos críticos de
d no interior de T = {(x,y): x ≥ 0, y ≥ 0 e x+y ≤ 1} e os pontos críticos
e (8) do bordo de T, ou seja, b(T) = {(x,y): x = 0 ou y = 0 ou x+y = 1}.
• Pontos críticos no interior de T
(x,y) é ponto crítico de d ⇔ ∂d/∂x(x,y) = -0,76x – 0,16y + 0,38 = 0 e
⇔ v1 = –9.81 e v2 = 322.57 ⇔ (v1,v2) = (–9,81; 322,57)
∂d/∂y(x,y) = -0,16x = 0
Entretanto, esse ponto está fora do domínio T={(v1,v2): v1 ≥ 0, ⇔ (x,y) = (0, 2,38)
v2 ≥ 0 e v1 + v2 ≤ 1} da função f3. Portanto, novamente aqui, f3 não
possui pontos críticos no interior de T. Como o ponto (0, 2,38) não pertence ao conjunto T (e, portanto,
O domínio de F3 é a região plana delimitada pelo triângulo não pertence ao interior desse conjunto), temos que d não possui
equilátero com vértices (1,0,0), (0,1,0) e (0,0,1), mostrado na Figura candidatos a ponto de máximo absoluto no interior de T.
4S (Material Suplementar). • Pontos críticos no b(T)
O domínio T de f3 é a região plana delimitada pelo triângulo 1) x = 0
retângulo com vértices (0,0), (1,0) e (0,1), como mostra a Figura 5S Nesse caso, analisamos os pontos de máximo da função
(Material Suplementar). f1:[0,1]→[0,1], definida por f1(y) = d(0,y) = 0. Como essa é uma
Notamos que o bordo de T é dado pela união dos segmentos função constante, todos os pontos (0,y) são candidatos a ponto de
a, b e c (dados em vermelho, azul e verde, respectivamente, ver máximo de d, ou seja, todos os pontos (0, y, 1-y) com 0 ≤ y ≤ 1 são
Figura 5S). candidatos a ponto de máximo de D.
Precisamos analisar os candidatos a ponto de máximo de f3 no
bordo de T. 2) y = 0
1) Em a = {(v1,v2) ∈ T: v1 ≥ 0, v2 ≥ 0 e v1+v2 = 1} Nesse caso, analisamos os pontos de máximo da função
Nesse caso, analisamos os pontos de máximo da função f2:[0,1]→[0,1], definida por f2(x) = d(x,0) = 0,38(x-x2), a qual tem um
g1:[0,1]→[0,1], definida por g1(v1) = f3(v1,1-v1) = 3133v12 – 3055v1 + único ponto crítico x = 1/2 ∈ (0,1). Assim, nesse caso, os candidatos
2726, a qual tem um único ponto crítico v1 = 235/482 ~ 0,49 ∈ (0,1). a ponto de máximo de D são, (½ , 0 , ½ ), (0,0,1) e (1,0,0).
Assim, nesse caso, os candidatos a ponto de máximo de F3 são, (0,49,
0,51, 0), (0,1,0) e (1,0,0). 3) x+y = 1
Nesse caso, analisamos os pontos de máximo da função
2) Em b = {(0, v2) ∈ T: 0 ≤ v2 ≤ 1} f3:[0,1]→[0,1], definida por f3(x) = d(x,1-x) = 0,22(x-x2), a qual
Nesse caso, analisamos os pontos de máximo da função tem um único ponto crítico x = 1/2 ∈ (0,1). Assim, nesse caso, os
g2:[0,1]→[0,1], definida por g2(v2) = f3(0,v2) = 2031v2 + 695, a qual candidatos a ponto de máximo de D são (½, ½, 0), (0,1,0) e (1,0,0).
não possui pontos críticos. Logo, nesse caso, os candidatos a ponto Agora testamos todos os candidatos:
de máximo de F3 são (0,0,1) e (0,1,0). D (0, y, 1-y) = D (0, 0, 1) = D(0, 1, 0) = 0
D (½, 0, ½) = 0,095
3) Em c = {(v1,0) ∈ T: 0 ≤ v1 ≤ 1} D (½, ½, 0) = 0,055
Nesse caso, analisamos os pontos de máximo da função D (1,0,0) = 0
g3:[0,1]→[0,1], definida por g3(v1) = f3(v1,0) = 3340v12 -1231v1 +695, Logo, o ponto de máximo procurado é (½, 0, ½). Assim, as
a qual tem um único ponto crítico x = 1231/6680 ~ 0,18 ∈ (0,1). variáveis v1 (CLF) e v3 (ACN) devem ser 50% de cada.
Assim, nesse caso, os candidatos a ponto de máximo de F3 são, (0,18,
0, 0,82), (0,0,1) e (1,0,0). CONCLUSÕES
Agora testamos todos os candidatos:
F3 (0,49, 0,51, 0) = 1981 Com este tutorial é possível aprender de forma didática como
F3 (0,18, 0, 0,82) = 582 realizar o tratamento de dados de um planejamento de misturas
F3 (1, 0, 0) = 2804 para duas e múltiplas respostas. Também foi elaborado um template
F3 (0, 1, 0) = 2726 no Excel para a construção de gráfico de contorno e superfície de
F3(0, 0, 1) = 695 resposta com os resultados dos modelos de regressão de misturas,
Logo, o ponto de máximo procurado é (1, 0, 0), ou seja, a variável os quais são disponíveis apenas em programas computacionais
1 (v1 = Matéria Orgânica) no nível alto (1). pagos e restritos. O uso do Solver também foi exemplificado neste
Para o caso do exemplo 2, no qual o modelo obtido é aquele tutorial, sendo uma ferramenta gratuita que pode ser utilizada no
Vol. 44, No. 7 Planejamento de misturas e visualização da região ótima com planilhas no excel 881
Excel. Além disso, uma rotina computacional foi proposta para o coeficientes de regressão (d), gráfico dos valores experimental
cálculo das desejabilidades. versus previsto (e), previsto versus o resíduo e histograma dos
resíduos (f) para os cálculos da resposta F2 (Exemplo 1).
Tabela 8. Lista dos vídeos preparados com os dois exemplos ilustrados
- Figura 2S. Teste F para MQR e MQr (a), teste F para a MQfaj
neste tutorial
e MQEP (b) variação explicada (R2) e explicável (R2max) (c),
ID do vídeo Descrição coeficientes de regressão (d), gráfico dos valores experimental
Vídeo 1 Introdução + Planejamento de misturas com um exemplo versus previsto (e), previsto versus o resíduo e histograma dos
didático (preparando um suco) resíduos (f) para os cálculos da resposta F3 (Exemplo 1).
Vídeo 2 Exemplo didático – Preparo da matriz de dados - Figura 3S. Teste F para MQR e MQr (b), teste F para a MQfaj e
Vídeo 3 Exemplo didático – Obtendo um modelo empírico MQEP (a) variação explicada (R2) (c) para os cálculos da resposta
Vídeo 4 Exemplo didático – Refinando o modelo D (Exemplo 2).
Vídeo 5 Exemplo didático – Visualizando a melhor condição de trabalho - Figura 4S. Região plana delimitada pelo triângulo equilátero
Vídeo 6 Exemplo 1 (duas respostas, F2 e F3) – Preparo da matriz de com vértices (1,0,0), (0,1,0) e (0,0,1) que contém o domínio de F3.
dados - Figura 5S. Domínio T de f3 delimitado pelo triângulo retângulo
Vídeo 7 Exemplo 1 – Cálculo do modelo de regressão para F2 com vértices (0,0), (1,0) e (0,1).
Vídeo 8 Exemplo 1 – Refinando o modelo de regressão para F2
Vídeo 9 Exemplo 1 – Obtenção do gráfico de contorno para F2 Todo o conteúdo se encontra em http://quimicanova.sbq.org.br,
Vídeo 10 Exemplo 1 – Uso do solver para obter a condição “ótima” em formato PDF, com acesso livre.
para F2
Vídeo 11 Exemplo 1 - Cálculo do modelo de regressão para F3
AGRADECIMENTOS
Vídeo 12 Exemplo 1 - Refinando o modelo de regressão para F3
Vídeo 13 Exemplo 1 - Obtenção do gráfico de contorno para F3 Os autores são gratos à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado
Vídeo 14 Exemplo 1 - Obtenção do gráfico de contorno para F3 e uso de São Paulo (FAPESP, processos 2016/17221-8 e 2019/24223-5) e
do Solver
ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
Vídeo 15 Exemplo 2 (múltiplas respostas) – Preparo da matriz de dados
(CNPq, processos 302719/2020-2). Os autores expressam gratidão à
Vídeo 16 Exemplo 2 – Codificando as respostas utilizando desejabilidade
PubliSBQ por permitir o uso dos exemplos em caráter ilustrativo neste
e construção da matriz X
tutorial. O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação
Vídeo 17 Exemplo 2 – Cálculo do modelo de regressão para a primeira
resposta codificada de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES)
Vídeo 18 Exemplo 2 – Cálculo dos modelos de regressão para as demais - Código de Financiamento 001.
respostas codificadas
Vídeo 19 Exemplo 2 – Obtenção do peso das respostas codificadas, REFERÊNCIAS
cálculo da desejabilidade com os pesos e obtenção do modelo
de regressão global (D global) 1. Leardi, R.; Anal. Chim. Acta 2009, 652, 161.
Vídeo 20 Exemplo 2 – Refinando o modelo de regressão global e obten- 2. Sahu, P. K.; Ramisetti, N. R.; Cecchi, T.; Swain, S.; Patro, C. S.; Panda,
ção do gráfico de contorno com o template de misturas no Excel J.; J. Pharm. Biomed. Anal. 2018, 147, 590
Vídeo 21 Exemplo 2 – Cálculos da di e da recuperação prevista para cada 3. Coscione, A. R.; De Andrade, J. C.; May, G. M.; Quim. Nova 2005, 28,
resposta. Comparação dos resultados com o artigo de referência 1116.
4. Novaes, C. G.; Yamaki, R. T.; de Paula, V. F.; do Nascimento Júnior, B.
A Tabela 8 mostra uma lista com os vídeos elaborados B.; Barreto, J. A.; Valasques, G. S.; Bezerra, M. A.; Rev. Virtual Quim.
para a construção deste tutorial. Os vídeos são curtos e 2017, 9, 1184.
mostram o passo a passo até a resposta final. No link a seguir 5. Novaes, C. G.; Yamaki, R. T.; de Paula, V. F.; do Nascimento Júnior, B.
é possível acessar a Playlist 15, criada no canal do professor B.; Barreto, J. A.; Valasques, G. S.; Bezerra, M. A.; Rev. Virtual Quim.
Edenir Pereira Filho no YouTube: https://www.youtube.com/ 2018, 10.
playlist?list=PL4CuftF4l_fDBW0qIJ1gXZneN1Krgw5z_ 6. Bezerra, M. A.; Ferreira, S. L. C.; Novaes, C. G.; dos Santos, A. M. P.;
A s r o t i n a s ( “ r eg r e s s i o n 2 ” , “ t e m p l a t e _ m i s t u r a s ” e Valasques, G. S.; Cerqueira, U. M. F.; Alves, J. P. S.; Talanta 2019, 194,
“mydes2”) utilizadas neste trabalho estão disponíveis para 941.
download em: https://www.dropbox.com/sh/aiuvutcknbch5te/ 7. Candioti, L. V.; Zan, M. M.; Cámara, M. S.; Goicoechea, H. C.; Talanta,
AAC-6Bef2WUsJZ-LJP2imh_Ea?dl=0 2014, 124, 123.
8. Pereira, F. M. V.; Pereira-Filho, E. R.; Quim. Nova 2018, 41, 1061.
MATERIAL SUPLEMENTAR 9. Damasceno, A. I. C.; Reis, C.; Reis, E. L.; Bellato, C. R.; Oliveira, A.
F.; J. Braz. Chem. Soc. 2016, 27, 877.
O Material Suplementar apresenta os seguintes itens: 10. Estevão, P. L. S.; Peralta-Zamora, P.; Nagata, N.; J. Braz. Chem. Soc.
- Rotina computacional “mydes2” 2018, 29, 2104.
- Tabela 1S. Tabela Anova para o modelo calculado da resposta F2 11. Costa, N. R.; Lourenço, J.; Pereira, Z. L.; Chemometr. Intell Lab. Syst.
(Exemplo 1). 2011, 107, 234.
- Tabela 2S. Tabela Anova para o modelo calculado da resposta F3 12. Derringer, G.; Suich, R.; J. Qual. Technol. 1980, 12, 214.
(Exemplo 1). 13. Myers, R. H.; Montgomery, D. C.; Anderson-Cook, C. M.; Response
- Tabela 3S. Tabela Anova do modelo calculado para a resposta D surface methodology process and product optimization using designed
(Exemplo 2). experiments, Wiley: Hoboken, 2009.
- Figura 1S. Teste F para MQR e MQr (a), teste F para a MQfaj 14. Barros Neto, B.; Scarminio, I. S.; Bruns, R. E.; Como fazer
e MQEP (b) variação explicada (R2) e explicável (R2max) (c), experimentos, Bookman: Porto Alegre, 2010.
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