Expancao Da Terapia
Expancao Da Terapia
Expancao Da Terapia
Aula 1
SAÚDE
As práticas integrativas para o bem-estar são uma excelente alternativa para auxiliar os
indivíduos que sofrem com problemas emocionais e/ou físicos.
30 minutos
INTRODUÇÃO
Olá, estudante!
As práticas integrativas para o bem-estar são uma excelente alternativa para auxiliar os indivíduos que sofrem
com problemas emocionais e/ou físicos. A cada dia cresce o número de pessoas que precisam cuidar de sua
saúde mental com terapias alternativas devido a diversos fatores, como rotinas de trabalho estressantes ou
exaustivas. Por isso, discutiremos a importância dessas práticas com um direcionamento para a terapia
comunitária nos serviços de saúde. Ao final desta aula, é esperado que você compreenda os principais
conceitos e como ocorre a expansão dessas práticas nos serviços de saúde, em especial no Sistema Único de
Saúde.
Terapia comunitária
Terapias comunitárias são terapias realizadas em grupos com o intuito de prevenir a instalação de doenças ou
vícios. Essas terapias também podem ser utilizadas como um método complementar para o tratamento de
doenças ou vícios já instalados, porém, nesse caso, quando já há a presença de um problema, então as terapias
comunitárias servirão como um método para auxiliar outros tratamentos, e não como um método de cura.
Diversas terapias podem ser realizadas em grupos pelas comunidades, como a arteterapia, a musicoterapia, a
aprendizagem sobre a utilização dos florais de Bach, a biodança, a terapia psicológica em grupo e outras.
As terapias comunitárias geralmente ocorrem no SUS (Sistema Único de Saúde), mas nada impede que os
serviços privados organizem grupos para a aplicação dessas técnicas. A organização de terapias comunitárias
no SUS pode acontecer por meio de iniciativas dos gestores dos postos de saúde ou por meio de solicitações da
própria comunidade. Os grupos podem ser pequenos ou grandes, dependendo do tipo de terapia que será
realizada.
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As terapias comunitárias têm grande importância devido ao fato de possibilitarem que diferentes pessoas
possuam acesso às Práticas Integrativas e Complementares (PICS) ao mesmo tempo, realizando uma troca de
experiências, podendo melhorar juntas sua saúde mental e/ou física.
Imagine disponibilizar um programa de arteterapia no posto de saúde do seu bairro e ter que contratar um
profissional para atender de maneira individualizada cada cidadão que solicitar esse serviço. Os custos serão
altos, o que impossibilitará que todos os usuários do SUS tenham a oportunidade de conseguir prontamente a
terapia necessária. Além disso, a realização dessa terapia citada (arteterapia), quando realizada individualmente
e não em grupo, impossibilitará a troca de experiência e de diálogo entre a comunidade.
Um dos principais benefícios da terapia comunitária é justamente a troca de experiência, que pode formar um
grupo unido que luta pelo mesmo objetivo, que é a melhoria do bem-estar e preservação da saúde.
Diante desse fato, fica evidente que os brasileiros e a população em geral entende a cada dia a importância das
terapias integrativas e complementares, o que gerou a necessidade de implementação dessas práticas nos
serviços de saúde. Com as PICS disponibilizadas no SUS, as terapias comunitárias se popularizaram, fazendo
com que a cada dia o número de cidades que adotam essas práticas nos serviços de saúde seja maior.
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Mencionar com precisão quando se originou a execução das terapias comunitárias no Brasil não é uma tarefa
fácil, pois muitas vezes os gestores do SUS não notificam com precisão as atividades realizadas nos centros de
saúde. Sabe-se que desde 1987 essas terapias já eram realizadas no Estado do Ceará, pelo Departamento de
Saúde Comunitária da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (PADILHA; OLIVEIRA, 2012). Isso
pode explicar porque o número de cidades que disponibilizam essas práticas atualmente no Brasil é significativa
na região Nordeste. A região Nordeste mostra-se como pioneira e fortalecedora das PICS no Brasil, mas,
infelizmente, não cresce com a potencialidade que poderia devido à falta de recursos.
Com a aprovação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) em 2006, os gestores
da saúde tiveram maiores subsídios para solicitar a implantação das PICS em seus postos de saúde,
favorecendo a expansão da terapia comunitária (HABIMORAD, 2020). É necessário mencionar que, caso essas
práticas não sejam disponibilizadas em sua cidade ou bairro, é possível realizar a solicitação aos gestores de
saúde responsáveis. A integralidade (acesso a todos os níveis de saúde, inclusive à prevenção) é um direito de
todo cidadão brasileiro. A integralidade é um dos princípios do SUS!
Esse plano é necessário para que os gestores tenham bons argumentos para solicitar ao governo estadual e
federal subsídios para a contratação de funcionários, compra de materiais, adequação de espaço, enfim, para
pedir a verba necessária para que as terapias aconteçam.
Após a definição da proposta, do que é esperado para aquele centro de saúde, é preciso que o gestor
responsável, que geralmente será o secretário de saúde, com o apoio de profissionais da saúde ou apoio do
prefeito, estabeleçam quais são os atores responsáveis, ou seja, quais os profissionais que poderão atender
com as PICS no local desejado (BRASIL, 2018a). Os atores poderão ser profissionais da saúde já contratados que
não possuem especializações na área, mas que possuem interesse em se capacitar, ou poderão haver
contratações externas destinadas especificamente para esse projeto.
Após a definição dos atores, é hora de realizar o diagnóstico situacional, que é o mapeamento das necessidades
da comunidade para estabelecimento das melhores práticas a serem ofertadas. Às vezes, a comunidade solicita
a prática de alguma técnica pensando que será a melhor, quando na verdade existem outras técnicas que
podem se encaixar com maior precisão nas necessidades daquela comunidade. Por exemplo, em uma
comunidade onde a maioria dos indivíduos apresenta visível timidez e baixa socialização, técnicas
demasiadamente expressivas como a biodança podem não ser bem aceitas. Nesse caso, podem ser ofertadas
técnicas mais individualizadas, como a arteterapia, que mesmo realizada em grupo consiste na elaboração de
uma arte por cada indivíduo.
Após a definição dos atores, é preciso que o gestor responsável faça a análise organizacional, que é a etapa de
verificação das Leis Municipais e Lei de Diretrizes Orçamentárias do município, para que fique claro o quanto
poderá ser gasto para a implantação e manutenção de cada terapia (BRASIL, 2018a). Essa etapa também poderá
ocorrer logo no início do projeto, antes da definição dos atores e do diagnóstico situacional.
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Outra triste realidade é a inserção dessas práticas nos municípios sem a devida regulação, ocasionando a falta
de atendimento à população. Pode ocorrer que os gestores municipais realizem a inserção das práticas para se
enquadrar nas Leis Municipais e para cumprir um dos princípios do SUS, o princípio de integralidade, mas sem
se comprometer a, de fato, manter a execução das PICS e terapias comunitárias nos centros de saúde.
Para que possamos ter uma dimensão da distribuição das PICS no Brasil, vamos ver os números de municípios
nos estados brasileiros que contaram com a inserção dessas práticas em 2018:
Amazonas – 32 municípios.
Alagoas – 73 municípios.
Tocantins – 68 municípios.
Pará – 88 municípios.
Maranhão – 96 municípios.
Roraima – 8 municípios.
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Amapá – 10 municípios.
Sergipe – 33 municípios.
Acre – 11 municípios.
Rondônia – 25 municípios.
Como podemos perceber, existem estados que possuem um grande número de municípios que disponibilizam
as PICS e, se isso realmente ocorre, a chance de disponibilização dessas terapias de maneira comunitária é
grande.
Também é possível perceber que a diferença entre a disponibilização das PICS entre um estado e outro é
grande. É claro que existem estados que possuem um número bem maior de municípios, o que não nos
permite avaliar o percentual de distribuição das PICS em cada estado em relação ao número de municípios,
porém, ainda assim, fica clara a importância que alguns estados dão ou não para a inserção dessas práticas.
Estados mais desenvolvidos tendem a conseguir uma implantação maior, até mesmo pela facilidade de
contratação de profissionais habilitados. Isso também pode ocorrer devido à maior cobrança por parte da
população, que devido ao maior acesso à informação exige seus direitos com maior frequência.
Vale mencionar que alguns dos municípios cadastrados disponibilizam as PICS, mas não com a possibilidade de
terapia comunitária, apenas individual. Quando isso acontece, mais uma vez, a comunidade deve se unir para
pedir que a práticas de terapias comunitárias aconteça.
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ESTUDO DE CASO
Ao terminar o seu curso superior na área da saúde, você passou a procurar oportunidades de trabalho. Você
sempre se identificou com as práticas integrativas e complementares e quando soube que elas podem ser
realizadas no SUS, buscou apoio em sua comunidade para inserção dessas práticas no posto de saúde do
bairro. Com o apoio da comunidade, você conseguiu que a gestora municipal e o secretário de saúde
obtivessem subsídios para a inserção de terapias comunitárias no posto de saúde da Vila Isabel, porém você se
precipitou durante a elaboração do projeto para inserção das PICS no município, o que vem impactando seu
trabalho como terapeuta holístico.
Você elaborou um projeto solicitando a inserção da aromaterapia no posto Vila Isabel, porém a comunidade
dessa vila é constituída por 70% de crianças e adolescentes, que não se mostraram entusiasmados com essa
prática.
1. Diante do caso apresentado, cite pelo menos uma técnica que poderia ser adicionada no seu projeto para
despertar o interesse de crianças e adolescentes.
2. O seu projeto não ocorreu como esperado porque você pulou uma das fases do planejamento. Qual fase foi
essa?
3. Uma das moradoras do bairro se interessou pela utilização da aromaterapia e perguntou para você o que são
essas tais terapias comunitárias. Essa moradora que te questionou possui baixo grau de escolaridade, por isso a
explicação deve ser simples e acessível. Como explicaria à moradora do bairro o que são as terapias
comunitárias? Discorra a respeito.
Pulei a fase de diagnóstico situacional, que é o mapeamento das necessidades da comunidade para
estabelecimento das melhores práticas a serem ofertadas.
Eu explicaria para a moradora que as terapias comunitárias são grupos de pessoas do bairro ou fora dele que
se reúnem para se ajudar. Esses grupos existem para que a comunidade receba terapias que vão ajudar a evitar
que eles fiquem doentes, porque os terapeutas vão dizer a todos eles como podem melhorar seu estado de
saúde. É um espaço para aprender e para conversar sobre seus problemas de saúde ou outros problemas.
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Saiba mais
Para complementar os nossos estudos, sugiro a leitura dos seguintes artigos:
- ANDRADE F. B. et al. Promoção da saúde mental do idoso na atenção básica: as contribuições da terapia
comunitária. Texto contexto – enferm. 19 (1) mar, 2010. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/tce/a/q7HbWFNKMC7QtcPx5wJmMJc/?lang=pt. Acesso em: 29 set. 2021.
- MOURA, S. G. et al. Representações sociais sobre terapia comunitária integrativa construídas por idosos.
Rev. Gaúcha enferm. (online) 38 (2), 2017. Disponível
em: https://www.scielo.br/j/rgenf/a/zbqLF7RMsQnWLMcYqpqX5vp/abstract/?lang=pt. Acesso em: 29 set.
2021.
Além de ler, assistir a vídeos interessantes pode ser uma boa estratégia de fixação do conteúdo. Por isso,
recomendamos que assista ao seguinte vídeo:
WEBPALESTRA - Princípios básicos da Terapia Comunitária. [S. l.: s. n.], 2016. 1 vídeo (45 min.). Publicado
pelo canal TelessaudeSC. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=whVBbuhDtmo. Acesso em:
22 nov. 2021.
Aula 2
INTRODUÇÃO
As terapias integrativas são importantes ferramentas de empoderamento da comunidade, pois permitem que
os indivíduos saibam quais são as formas de prevenção das doenças físicas e psíquicas. Além disso, a
possibilidade de acesso às práticas integrativas permite que o tratamento medicamentoso se encerre mais
rápido e as sequelas das doenças já instaladas sejam menores. Com a associação das práticas integrativas aos
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métodos convencionais, os pacientes têm maiores chances de manutenção do bem-estar e qualidade de vida.
Esse é um ramo de trabalho que exige a cada dia profissionais mais habilitados, por isso a importância de
estudarmos este conteúdo e refletirmos sobre a nosso papel profissional.
METODOLOGIA DE TRABALHO
Metodologia de trabalho
A metodologia de trabalho é a forma como é conduzida a terapia comunitária. O terapeuta é o responsável por
conduzir o grupo durante a terapia. Sua função não é de ordenar qualquer coisa, mas sim de orientar, de
explicar como ocorre a terapia e dar sugestões de como os integrantes podem se comportar durante a terapia
em grupo. É claro que algumas regras são necessárias, como a cordialidade, porém o terapeuta deverá saber
conduzir as regras com empatia e paciência.
Acolhimento
O acolhimento é a primeira etapa da metodologia de trabalho. Nesse momento, é quando o terapeuta
apresenta os membros do grupo uns aos outros e fala sobre como funcionará a terapia e quais são as regras do
grupo. Sugere-se que dentre as regras estejam: esperar o outro falar, ouvir sem julgar e falar na primeira
pessoa (sempre eu, e não nós) (CARÍCIO, 2010).
Escolha do tema
A escolha do tema que será abordado depende do tipo de grupo. Se o grupo for formado por indivíduos com o
mesmo problema, como usuários de drogas, então o tema será a respeito do uso de drogas, com especificações
a cada encontro. Agora, se o grupo tiver temas diferentes que querem discutir, sugere-se que todos contem
brevemente seu problema e, ao final, o problema que exigir urgência de intervenção será discutido em grupo.
Contextualização
Nesse momento, o tema já foi escolhido e a pessoa portadora do problema irá falar detalhadamente sobre o
que está se passando. Muitos temas podem fazer surgir questões polêmicas, como aborto, infidelidade,
desonestidade, enfim. O terapeuta deverá conduzir o grupo de modo que julgamentos preconceituosos não
sejam tolerados. A intenção nesse momento é dar força para a pessoa, para que ela perceba suas
potencialidades e entenda como pode resolver esse problema sem afetar terceiros.
Problematização
Nesse momento é apresentado o mote, que é o problema-chave. Aqui o terapeuta deve instigar os participantes
com uma pergunta que os façam refletir sobre o tema apresentado. Por exemplo: “Vocês se identificam com
essa situação? O que fizeram para melhorar sua vida quando isso aconteceu?”. Assim, todos os participantes
podem contribuir com experiências que levem à reflexão de possíveis soluções para o enfrentamento do
problema (CARÍCIO, 2010).
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Encerramento
O encerramento é o momento em que o terapeuta fala. É a hora em que ele deverá saber discorrer escolhendo
bem cada palavra ou cada técnica que será utilizada para que os participantes levem consigo uma
aprendizagem. É a hora de valorizar a participação de todos e incentivar aqueles que não se sentiram
confortáveis em participar para que contribuam assim que quiserem. Também é possível comemorar as
conquistas do encontro com músicas, abraços, com uma dança ou com a leitura de uma poesia, por exemplo.
Avaliação
A avaliação é o momento em que o(s) terapeuta(s) deve(m) registrar os avanços durante o encontro, para que o
tratamento possa continuar na mesma sequência caso outros profissionais assumam.
Processo saúde-doença
Para que possamos compreender como as terapias integrativas interferem no processo de saúde-doença, antes
temos que entender o que é exatamente esse processo. Podemos dizer que o processo saúde-doença é a
divisão ou o caminho entre um estado de bem-estar corporal e emocional e o estado de mal-estar corporal e
emocional. Quando o indivíduo se encontra em um processo de saúde, ele não está necessariamente livre de
todas as enfermidades ou comorbidades, mas está em um estado confortável, em que não há presença de
doença ou que há alguma doença que não interfira significativamente no funcionamento biológico de seu corpo
e em seu estado de bem-estar, como uma rinite controlada com supervisão médica. Já o indivíduo que se
encontra em processo de doença, possui alguma enfermidade, comorbidade ou sequelas que lhe tira a
qualidade de vida e a sensação de bem-estar ou que não é percebida diariamente, mas que altera suas funções
biológicas, como os níveis de colesterol altos, por exemplo.
Promoção da saúde
Agora que você já sabe o que é o processo saúde-doença, é importante entender o que é a promoção da saúde
para a manutenção do processo-saúde. A promoção da saúde é a educação em saúde, ela antecede a
prevenção da saúde. Ou seja, por meio da promoção da saúde é que os indivíduos conseguem ter informações
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necessárias para tomar decisões sábias, que mantenham seu estado de saúde, de qualidade de vida e bem-
estar. As terapias integrativas contribuem para a promoção em saúde, pois muitas delas, como as rodas de
conversa, consistem na informação sobre práticas saudáveis.
Se esse indivíduo tiver a orientação, a informação de que determinados alimentos pioram o seu quadro, então
terá um número menor de crises ou crises menos intensas. Se esse indivíduo souber que a massoterapia pode
amenizar seu quadro de estresse crônico e aumentar os hormônios ligados à sensação de bem-estar, então ele
poderá ter uma vida mais saudável e mais feliz.
As terapias integrativas funcionam como métodos auxiliares, que beneficiam a promoção da saúde por evitar a
instalação de doenças ou de situações de estresse, angústia, ansiedade ou outras sensações que impactam
nosso bem-estar (LIMA; SILVA; TESSER, 2014).
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massoterapia para amenização das dores de fibromialgia, mas os outros cidadãos com essa doença não
procuraram com certa frequência esse serviço, então os gestores entenderam que não vale a pena dispor de
mão de obra para tal.
Tratando-se de terapias comunitárias especialmente, é impossível realizá-las sem uma quantia de pessoas
interessadas em participar e em ajudar a todos os envolvidos no grupo. As PICS e as terapias comunitárias só
terão maior expansão no Brasil quando elas forem devidamente valorizadas e cobradas pela população (ROLIM;
CRUZ, 2013).
Sensação de pertencimento
A sensação de pertencimento é a sensação de que estamos conectados a algo, de que estamos ligados a algum
propósito, de que pertencemos a algum grupo, comunidade, sociedade, de que temos uma ligação com alguém
ou com algum projeto. Quando um indivíduo doente encontra um grupo de apoio que divide as mesmas
frustrações que ele, ele poderá se sentir parte desse grupo, que o entende e o acolhe. Existem muitas situações
em que nossos familiares, nossos parceiros amorosos ou nossos amigos não nos entendem, pois não estão
passando pela mesma situação.
Nesse momento, fazer parte de um grupo de terapia comunitária pode ser fundamental para que possamos
expressar aquilo que sentimos e buscar novas perspectivas para a resolução dos nossos problemas. Quando
nossos pacientes se sentirem assim, perdidos, isolados, a indicação de alguma terapia comunitária poderá
resgatar sua qualidade de vida e evitar até mesmo situações extremas, como o suicídio.
ESTUDO DE CASO
Você é uma agente da saúde que trabalha há mais de dez anos no setor epidemiológico. Como sempre se
interessou pelas práticas comunitárias, realizou um curso promovido pela prefeitura de sua cidade e agora
iniciou o curso superior em Tecnologia em Estética e Cosmética para entender um pouco mais sobre as Práticas
Integrativas e Complementares. Como já terminou o curso oferecido pela prefeitura e já tem vasta experiência
com a saúde da família, você decidiu iniciar um projeto comunitário de acolhimento de jovens e adolescentes
em situação de rua em sua cidade, com parceria da Pastoral da Família.
Em um dos encontros, uma adolescente se sentiu acolhida e falou sobre um aborto que provocou. A
adolescente disse que engravidou de um homem que prometeu se casar com ela, mas que depois a
abandonou. Depois do abandono e sem condições para cuidar sozinha da criança, a adolescente decidiu
procurar métodos ilegais para cometer o ato. Durante seu relato, ela disse que se sente arrependia e frustrada,
que só quer reconstruir sua vida, conseguir um trabalho e esquecer o que passou.
Nesse momento, um líder religioso que faz parte do grupo da Pastoral da Família, interrompe a fala da
adolescente e faz um alerta sobre os riscos do aborto e sobre como isso fere os princípios da Igreja Católica,
que está diretamente ligada à Pastoral da Família. A adolescente se mostra visivelmente constrangida e seus
olhos se enchem d’água. Nesse momento, ela olha pra você esperando qual será a sua reação.
1. O que você poderia dizer para esse líder religioso? Foi correta a atitude dele?
2. As terapias comunitárias podem ser realizadas em parceria com outras instituições? Instituições religiosas
podem promover terapias comunitárias?
2. Algumas terapias comunitárias como as rodas de conversa podem acontecer em parceria com outras
instituições. O ideal é que sejam instituições da área da saúde, mas instituições religiosas também podem
participar, desde que sejam orientadas e entendam o princípio do acolhimento.
Saiba mais
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Para que nossos pacientes possam se sentir empoderados e felizes, a promoção da saúde mental é
essencial. Para saber mais a respeito, te convido a ler o artigo a seguir:
FERREIRA FILHA, M. de O. et al. A terapia comunitária como estratégia de promoção à saúde mental: o
caminho para o empoderamento. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 11, n. 4, p. 964-70, 2009.
Disponível em: https://www.revistas.ufg.br/fen/article/view/33252. Acesso em: 22 nov. 2021.
Muitos indivíduos não conhecem a importância da participação social para que haja melhora dos serviços
de saúde públicos. No vídeo a seguir, há uma importante discussão a respeito, que nos faz refletir sobre
nosso papel e sobre nossos direitos enquanto cidadãos.
CONTROLE social e Participação Popular. [S. l.: s. n.], 2017. 1 vídeo (5 min.). Publicado pelo canal
JusticaEconomica. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=s-iN7Wwk_no. Acesso em: 22 nov.
2021.
Aula 3
INTRODUÇÃO
Olá, estudante!
Participar como terapeuta em terapias comunitárias é um trabalho que exige dedicação e constante
aperfeiçoamento, pois precisamos estar familiarizados com temas relacionados à educação, ao comportamento
e à cultura. Cada profissional deve saber tirar o melhor de si para conduzir adequadamente a terapia. Os
profissionais estetas, por exemplo, poderão participar compartilhando seu conhecimento sobre as PICS. Os
profissionais da saúde mental contribuem no âmbito comportamental, e os antropólogos podem contribuir
valorizando a cultura de cada participante.
O importante é que a terapia seja voltada especificamente para o grupo que está sendo atendido, e que o
terapeuta entenda que seu papel é de condutor, um condutor que precisa saber acolher. Falaremos mais sobre
isso ao longo desta aula e veremos temas importantes para uma condução de terapia adequada.
Bons estudos!
PENSAMENTO SISTÊMICO
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O pensamento sistêmico
O pensamento sistêmico é uma das áreas de estudo da psicologia e fala sobre a relação entre o
comportamento do indivíduo com outros fatores, como o meio em que ele vive e as pessoas com quem convive
(VASCONCELLOS, 2003). Realizar nossa atividade profissional com uma visão sistêmica do ser humano é de
extrema importância. Enquanto terapeutas comunitários ou terapeutas que atendem individualmente,
precisamos ver nosso participante ou paciente de maneira holística, ou seja, como um todo.
A visão holística que vê o ser como um todo e a visão sistêmica nos auxilia para nos livrarmos de preconceitos
durante a condução da terapia, pois por meio dessas reflexões conseguimos entender que alguns padrões de
comportamento não são unicamente escolhas, mas consequências daquilo que o indivíduo passou ou está
passando. É claro que não devemos encorajar um comportamento de recusa às responsabilidades.
Todos nós somos responsáveis por nossas escolhas e podemos decidir em buscar a evolução ou continuarmos
na ignorância. O que queremos dizer é que o pensamento sistêmico nos permite compreender que enquanto
nossos pacientes evoluem e demonstram comportamentos desagradáveis, devemos entender que esses tipos
de comportamento podem ser resultado de uma série de repetições de comportamentos frustrantes de seus
familiares ou outras pessoas com que esse paciente convive.
Talvez, podemos achar que é “frescura” que alguém com determinado tipo de vida tenha depressão. Ou que é
um grande exagero alguém ter uma crise de ansiedade se tem uma vida aparentemente perfeita. Na verdade,
os transtornos mentais e até mesmo espirituais não fazem parte apenas das novas gerações, a diferença é que
as novas gerações não têm medo de falar sobre isso. O que queremos dizer é que independente do paciente
que está sendo assistido, o nosso dever é dar apoio e encorajá-lo a mudar, e não julgar. Precisamos lembrar
que o meio influencia nosso comportamento e nossas escolhas, e se alguém tem uma crise de ansiedade, isso
pode ser resultado do medo excessivo de depender de alguém, devido ao fato de ser desprezado pelos pais,
por exemplo.
Se alguém sente medo excessivamente, talvez tenha sido trancado várias vezes no escuro enquanto criança.
Enfim, para cada comportamento nocivo, há uma história que deve ser compreendida, para então poder ser
superada (KRZNARIC, 2015).
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RESILIÊNCIA
O que é a resiliência?
Resiliência é um termo que tem sido utilizado com frequência atualmente, pois é uma das principais
competências esperadas pelos profissionais e indivíduos em geral. É comum ouvirmos falar que precisamos ser
resilientes, que apenas os indivíduos resilientes sobrevivem ao mercado de trabalho e a demais adversidades.
Mas o que é exatamente resiliência? Resiliência é a capacidade de nos adaptarmos, de mudarmos conforme as
necessidades do momento (TABOADA; MACHADO, 2006). Com a pandemia do coronavírus tivemos que fazer
diversas adaptações em nossa rotina, não é mesmo? Acredito que você deve conhecer algumas pessoas que se
adaptaram bem a essas mudanças, e outras que se sentiram extremamente frustradas, que não queriam
entender o que estava acontecendo e que até mesmo negavam que havia uma pandemia, talvez para se
sentirem melhores, para tentar fugir das mudanças. A verdade é que não podemos fugir das mudanças, do
avanço da tecnologia, da influência da internet em nossa cultura, de pandemias, nem mesmo de mudanças
menores. O que precisamos fazer é nos adaptar e tirar o melhor de cada situação.
Quando nos excluímos do mundo, ao invés de tentarmos compreender as mudanças, nos privamos de novas
oportunidades. É esse pensamento que precisamos transmitir aos nossos pacientes durante as terapias.
Precisamos dar a mão e mostrar que essa pessoa pode mudar aos poucos, que o novo traz ansiedade, mas
também pode trazer entusiasmo e novas perspectivas.
Não, necessariamente! A inteligência emocional é um tipo de inteligência que pode ser desenvolvido pelo
indivíduo e incentivado durante seu crescimento. Imagine que você escuta desde sempre que investir em um
negócio dá muito trabalho, enquanto seu colega é desde cedo incentivado a buscar o novo. É comum que você
sinta medo de investir após ouvir que não seria capaz, e isso não significa que você não tem inteligência
emocional, e sim que você deve buscar a evolução, deve compreender que você pode estudar e mudar!
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Os florais de Bach são uma ótima opção para trabalhar o medo, como o Mimulus. Também existem óleos
essências que contribuem para o aumento da autoestima, como o Ylang Ylang. Com a constelação familiar o
paciente pode entender seus medos e com as técnicas de relaxamento pode aliviar sua ansiedade para
conseguir lutar pelos seus novos objetivos.
VIDEOAULA: RESILIÊNCIA
Neste vídeo, explicaremos mais detalhadamente como as terapias integrativas podem contribuir para o
aumento da resiliência. Citaremos algumas técnicas e o convidaremos a refletir sobre propostas de tratamentos
individuais e comunitários.
Videoaula: Resiliência
Teoria da comunicação
A teoria da comunicação faz parte de um campo de estudo da psicologia, história ou antropologia que estuda a
relação entre aquilo que é dito ou mostrado e aquilo que é compreendido (RÜDIGER, 2010).
Nem sempre conseguimos demonstrar aquilo que realmente queremos. Algumas vezes utilizamos palavras ou
gestos inadequados, ou então uma entonação de voz que nos faz parecer rígidos ou tímidos, sem
posicionamento.
A percepção do modo como falamos e nos expressamos é importante porque durante as terapias precisamos
representar um papel de apoio, de confiança, e se dissermos alguma palavra ou fizermos gestos indevidos,
nossos pacientes podem perder o interesse em se abrir conosco.
A teoria da comunicação mostra que mesmo utilizando palavras e gestos adequados, a mensagem recebida
pode não ser como o esperado. O ouvinte pode entender algo errado ou pode se sentir ofendido por algo que
pareça comum para a maioria das pessoas. Por isso vale a pena estudarmos mais a fundo a teoria da
comunicação e pensarmos bem antes de nos expressarmos.
Antropologia cultural
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A antropologia cultural estuda as diferentes culturas ao longo do tempo e como isso impacta os costumes da
sociedade. Estudar a antropologia cultural é de grande relevância para os terapeutas integrativos devido ao fato
de que a compreensão de cultura dos diferentes grupos nos leva a entender as peculiaridades de cada
comunidade. Quando vivemos cercados pelas mesmas pessoas e pelos mesmos costumes, podemos adotar
uma postura rígida em relação a outras culturas, o que nos torna preconceituosos e nos impede de trabalhar
com ética e excelência. É nosso dever entender que o ser humano é um ser complexo, que deve ser visto de
maneira holística, como um todo, como um ser que não é apenas o físico ou os seus costumes, mas também
aquilo que pensa e que sente.
Falando em terapias integrativas, fica fácil perceber que com nossos pacientes jovens e adultos não basta
dizermos que é necessário ser resiliente, que é necessário buscar mudanças comportamentais que melhorem
seu bem-estar. Precisamos exemplificar como cada terapia pode mudar a vida de nossos pacientes para que
possamos conquistá-los. Quando somos objetivos e claros sobre os benefícios de cuidar da saúde, de ter
comportamentos saudáveis, nossos pacientes terão maior estímulo para continuar a terapia.
ESTUDO DE CASO
Valder é um rapaz tímido que não gosta de mudanças. Inclusive, gosta de manter até mesmo a rotina alimentar.
Todos os domingos ele gosta de comer macarronada, e se sua namorada o chama para comer algo diferente
em um restaurante ele não se sente satisfeito, pois domingo é dia de comer macarronada! Valder está no
mesmo emprego desde sempre, há mais de 10 anos e nunca teve uma promoção. Ele fez um curso técnico e
está concluindo a graduação, mas não procura um outro emprego com melhor remuneração e com chances de
crescimento.
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Valder ficou extremamente irritado com as mudanças durante a pandemia e não quer procurar ajuda
profissional para baixar seu nível de estresse. Júlia, sua namorada, insistiu para que ele procurasse um
tratamento complementar para amenização do estresse, mas ele diz que isso é frescura, que não tem tempo
para isso. Depois de tanto insistir, Júlia conseguiu convencê-lo a procurar um terapeuta holístico. Ao realizar a
anamnese, o terapeuta percebeu que Valder não se adapta bem a qualquer mudança e, então, sugeriu um
plano de tratamento.
Elabore um programa de tratamento com terapias integrativas para incentivar a resiliência em Valder.
Ao conversar com Valder, percebi que ele poderá ter grandes benefícios com o programa de tratamento a
seguir:
• Biodança em grupo.
• Constelação familiar.
É importante fazer um acompanhamento no tratamento e de tempo em tempo fazer uma reavaliação para ver
como Valder está progredindo.
Saiba mais
Para compreendermos as teorias da comunicação, é importante conhecermos os elementos da
comunicação. Para isso, assista ao vídeo:
PORTUGUÊS - Elementos da comunicação. [S. l.: s. n.], [20--]. 1 vídeo (6 min.). Publicado pelo canal Explica
Mais. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=jX_htQU2cIg. Acesso em: 22 nov. 2021.
A resiliência é a capacidade de mudança. Algumas pessoas veem essa palavra como uma inimiga, pois
acreditam que ser resiliente na verdade é aguentar tudo calado. E você? O que pensa a respeito? Para te
auxiliar a refletir sobre o tema, sugiro a leitura do seguinte artigo:
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Aula 4
INTRODUÇÃO
Olá, estudante!
Nesta aula veremos a aplicabilidade das terapias comunitárias nos serviços de saúde. Para isso, serão expostas
as principais indicações dessas terapias nos serviços de saúde, para que possamos compreender quando é
viável ou não convidar um membro da comunidade para participar dessas práticas.
As terapias comunitárias não são exatamente indicadas para todo tipo de pessoa, pois temos alguns usuários
dos serviços de saúde que não se sentem à vontade para se expressar ou para falar de seus problemas. Para
esses pacientes deverão ser sugeridas terapias individuais. Com o tempo, após a realização de terapias
individuais, aí sim talvez alguns desses pacientes possam migrar para a terapia comunitária caso desejem e
caso seja necessário.
Não podemos dizer que a terapia comunitária ou a individual são melhores, são apenas formas diferentes de
trabalhar.
Bons estudos!
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As terapias comunitárias também podem estar associadas aos tratamentos integrativos individuais. A
auriculoterapia, que é a acupuntura da região auricular, pode beneficiar os usuários de drogas, pois existem
pontos específicos para controle de vícios. A massoterapia promove aumento do relaxamento e bem-estar e
libera endorfina, o hormônio da felicidade. Quando o indivíduo tem esse hormônio circulante frequentemente,
as chances de recaída são menores, pois ele já possui uma droga natural para relaxar e se sentir bem.
Além da roda de conversa, existem outras práticas que podem ser realizadas em grupo, por exemplo, o yoga. O
yoga é uma prática corporal que busca o relaxamento físico, mental e espiritual por meio de posicionamentos
anatômicos estratégicos advindos da cultura oriental. O yoga é uma boa prática para ser realizada em grupo,
pois permite que as posições que não são fáceis, sejam facilitadas com o apoio do grupo.
A dança circular, a biodança e a arteterapia permitem que os participantes gesticulem em conjunto. Muitas
pessoas não conseguem se expressar bem com as palavras, muitas vezes em decorrência de traumas
vivenciados, por isso a dança e a expressão corporal e artística são tão importantes para alguns pacientes
(BARRETO, 2005).
Mas e quando o paciente não aceita a orientação do terapeuta e quer realizar outra terapia, o que fazer? Bom,
se o paciente não aceita a indicação do terapeuta, então é porque ele não se identificou com aquela terapia. Se
ele não se identificou então não irá participar com entusiasmo. O maior objetivo das terapias integrativas é
promover o bem-estar, além de auxiliar os pacientes a se livrarem de dores físicas e emocionais. Por isso,
insistir em um tratamento que não parece agradável para o paciente não faz sentido.
É necessário ouvir o que o paciente deseja e se a terapia desejada não interferir em outros tratamentos e não
lhe houver nenhum tipo de contraindicação, a vontade do paciente deverá ser levada em conta. As terapias
integrativas não devem ser vistas como um tratamento árduo e cansativo como alguns tratamentos
medicamentosos e cirúrgicos. Muito pelo contrário, essas terapias devem servir como uma válvula de escape
para aqueles que sofrem com a necessidade de realizarem procedimentos médicos que podem ser dolorosos e
cansativos.
Vale lembrar que as terapias integrativas são terapias especialmente preventivas, mas também podem ser
utilizadas de maneira complementar a outros tratamentos convencionais.
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Melhora da autonomia
A terapia comunitária integrativa pode ser indicada como um meio de promoção da saúde para qualquer
indivíduo que se sinta à vontade para participar. Isso porque a promoção da saúde é justamente a educação em
saúde, seguida da prevenção, para que não haja necessidade de intervenções. Ou seja, para prevenir a
instalação de qualquer tipo de doenças e manter a integridade física e mental, a terapia comunitária pode ser
indicada (FILHA, 2009).
Um dos grandes benefícios dessa terapia é a melhora da autonomia dos participantes. Vemos que muitas
pessoas em diferentes comunidades possuem alguns problemas pessoais e de saúde porque não conseguem
se posicionar diante da vida. São pessoas que não sabem dizer não, que não têm forças para lutar pelos seus
objetivos e que possuem muitos medos.
A terapia comunitária auxilia os usuários no sentido de fortalecer sua autoestima e lhes mostrar que são
capazes de lutar por aquilo que querem.
Imagine que uma participante de uma roda de conversa fala sobre sua fobia em dirigir e o quanto isso a torna
dependente. Com o apoio do grupo ela começa a confiar mais em si, supera seu medo de tentar e consegue
aprender a dirigir. Nesse momento, a participante consegue um trabalho devido ao fato de que agora consegue
se locomover com maior facilidade, ela não depende mais do marido para ir à academia, para visitar sua família
e realizar suas compras.
Talvez esse exemplo pareça irrelevante para aqueles que possuem independência, mas para a participante em
questão, o apoio do grupo fez toda a diferença em sua vida.
Doenças crônicas
Doenças crônicas são as doenças que não possuem cura, apenas tratamento. Hoje são classificadas como
doenças crônicas a hipertensão e a diabetes, por exemplo. Essas doenças geralmente causam sequelas, causam
problemas que podem interferir na qualidade de vida do paciente.
Pacientes com doenças crônicas são importantes candidatos a participarem das terapias comunitárias, pois
podem ser feitos grupos de apoio especificamente para os portadores de determinada doença (LUCIETTO,
2018). Por exemplo, os portadores de câncer (que dependendo do tipo é considerado como doença crônica)
podem participar de um grupo onde haverá pessoas que passam pelas mesmas dificuldades. Isso permite uma
identificação e um acolhimento, pois os outros participantes entendem o que cada um está passando.
A promoção de saúde nesses grupos poderá ocorrer por meio de informações que muitas vezes não são dadas
durante a consulta médica devido à falta de tempo ou de oportunidade. Nas rodas de conversa é possível que
os terapeutas com especializações na área deem dicas de como evitar alguns tipos de dores ou outras sequelas,
como a queda capilar. Pode ser feita uma discussão sobre o embelezamento e empoderamento feminino
durante a perda capilar, podem ser realizadas discussões sobre como aproveitar bem a vida em casos de
pacientes terminais, enfim, são diversas as possibilidades.
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Isso se encaixa muito bem para aqueles que têm carências emocionais e dificuldades de desenvolvimento. As
dificuldades de desenvolvimento estão ligadas à dependência, seja dependência financeira, emocional, de
locomoção, etc. Todo tipo de dependência que impede que o indivíduo consiga lutar pelos seus objetivos.
Já as carências emocionais são um grande problema que muitas vezes não é visto com a real importância.
Pessoas carentes emocionalmente, que não recebem afeto de seus familiares ou amigos, ou que recebem
atenção, mas acham que não é o suficiente, podem se sentir deprimidas. Quando há a presença de carinho e
mesmo assim o indivíduo não se sente bem, então é necessária uma investigação maior para entender a raiz do
problema. Agora, se a pessoa for realmente solitária, então a terapia comunitária pode ser a chave para uma
vida mais alegre. Por isso, não pense que a terapia comunitária é apenas para aqueles que têm um problema
ou uma doença definida, a terapia comunitária também é um centro de comunicação e de troca de carinho.
O tempo das terapias comunitárias depende do tipo de terapia que está sendo realizada. Em rodas de conversa
geralmente a duração é de uma hora ou uma hora e meia. Fazer encontros muito longos pode ser exaustivo
para aqueles que estão sentados ou que sentem algum tipo de dor.
O espaço para a terapia deve favorecer a sensação de segurança. Por isso não é interessante realizar as terapias
em locais onde outras pessoas possam ver ou ouvir o que está sendo realizado ou dito. O espaço também deve
ser confortável, com boa ventilação e iluminação. Se houver a prática de atividades que exijam expressão
corporal, elas podem ser realizadas em ambiente externo, desde que todos se sintam à vontade para isso.
ESTUDO DE CASO
Você é um estudante do curso superior de Tecnologia em Estética e Cosmética e conseguiu uma oportunidade
para realizar um projeto de terapia integrativa em um centro de saúde público de sua cidade. Você montou um
projeto para a realização da terapia comunitária com roda de conversa, biodança e massoterapia. Após
inaugurar o espaço para essas práticas e deixar tudo pronto, você percebeu que não seria tão fácil manter o
projeto, pois não havia procura para as terapias no centro de saúde em que você estava.
Como você poderia convidar a comunidade para participar das terapias? Descreva o que você faria para chamar
a atenção da população para que se interessem pela terapia comunitária.
Além de contar com a ajuda de outros profissionais, eu poderia colocar informativos, como cartazes e folhetos,
explicando a terapia comunitária, descrevendo um pouco sobre o que é a roda de conversa, a biodança e a
massoterapia e, ainda, qual é a importância dessas terapias para as pessoas.
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Saiba mais
Para que possamos compreender a aplicabilidade das terapias comunitárias em centros de saúde no
Brasil, nada melhor do que vermos exemplos práticos. Nos artigos a seguir são mencionados diferentes
projetos com diferentes resultados que podem servir de inspiração para o início de um projeto.
ZAGO, F. C.; BREDARIOL, A. C. P.; MESQUITA, D. P. A aplicação da terapia comunitária na intervenção com
adolescentes: novas estratégias de prevenção e promoção. Cad. Ter. Ocup. UFSCar, São Carlos, v. 21, n. 2,
p. 361-371, 2013. Disponível em:
http://www.cadernosdeto.ufscar.br/index.php/cadernos/article/viewFile/822/447. Acesso em: 22 nov. 2021.
LEMES, A. G. et al. Terapia Comunitária como cuidado complementar a usuários de drogas e suas
contribuições sobre a ansiedade e a depressão. Escola Anna Nery [online]. 2020, v. 24, n. 3. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/ean/a/T6GbJLbZHPVGdvsyHZ3z6yh/?lang=pt. Acesso em: 22 nov. 2021.
GIFFONI, F. A. O.; SANTOS, M. A. Terapia comunitária como recurso de abordagem do problema do abuso
do álcool, na atenção primária. Rev. Latino-Am. Enfermagem 19 (spe) Jun. 2011. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rlae/a/vMrb7H9PSkbJ3t9js9qR88w/?lang=pt. Acesso em: 22 nov. 2021.
REFERÊNCIAS
7 minutos
Aula 1
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Manual de
implantação de serviços de práticas integrativas e complementares no SUS. Ministério da Saúde, Secretaria
de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, p. 1-56, 2018a.
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PADILHA, C. S.; OLIVEIRA, W. F. Terapia comunitária: prática relatada pelos profissionais da rede SUS de Santa
Catarina, Brasil. Interface-Comunicação, Saúde, Educação, v. 16, p. 1069-1086, 2012.
Aula 2
ALVES, T. C.; OLIVEIRA, W. F. de; VASCONCELOS, E. M. A visão de usuários, familiares e profissionais acerca do
empoderamento em saúde mental. Physis: Revista de saúde coletiva, v. 23, p. 51-71, 2013.
CARÍCIO, M. R. et al. Terapia Comunitária: um encontro que transforma o jeito de ver e conduzir a vida. João
Pessoa: [s. n.], 2010.
LIMA, K. M. S. V.; SILVA, K. L.; TESSER, C. D. Práticas integrativas e complementares e relação com promoção da
saúde: experiência de um serviço municipal de saúde. Interface-Comunicação, Saúde, Educação, v. 18, p. 261-
272, 2014.
ROLIM, L. B.; CRUZ, R. de S. B. L. C.; SAMPAIO, K. J. A. de J. Participação popular e o controle social como diretriz
do SUS: uma revisão narrativa. Saúde em debate, v. 37, p. 139-147, 2013.
Aula 3
FREIRE, P. Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido. São Paulo: Editora Paz e
Terra, 2014.
KRZNARIC, R. O poder da empatia: a arte de se colocar no lugar do outro para transformar o mundo. São
Paulo: Editora Schwarcz-Companhia das Letras, 2015.
TABOADA, N. G.; LEGAL, E. J.; MACHADO, N. Resiliência: em busca de um conceito. Journal of Human Growth
and Development, v. 16, n. 3, pág. 104-113, 2006.
VASCONCELLOS, M. J. E. Pensamento sistêmico: o novo paradigma da ciência. São Paulo: Papirus Editora, 2003.
Aula 4
BARRETO, A, de P. Terapia comunitária passo a passo. 2005. p. 335 p-335 p.
FILHA, M. de O. F. et al. A terapia comunitária como estratégia de promoção à saúde mental: o caminho para o
empoderamento. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 11, n. 4, p. 964-70, 2009.
https://colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=imaraandrade%40gmail.com&usuarioNome=IMARA+SOTERO+BITTENCOURT&disciplinaDescricao=TERAPIAS+INTEGRATIVAS+PARA+O+B… 25/25