Teu Pai Aquele
Teu Pai Aquele
Teu Pai Aquele
445 a.C. reforçou a polarização entre Atenas e Esparta. Em 440 a.C., os atenienses intervieram
em um conflito entre Samos e Mileto e, para apoiar Samos, derrubaram o governo oligárquico
de Mileto.
Isso gerou revolta, e algumas cidades aliadas de Atenas cogitaram abandoná-la, demonstrando
certa fraqueza no domínio ateniense. A existência de grupos oligárquicos no interior de Atenas
era um indicativo do que os atenienses encontrariam na Guerra do Peloponeso, e essa
dissidência interna é uma das grandes causas da sua derrota.
Anos depois, Atenas e Corinto voltaram a desentender-se, e essa nova crise foi causada pela
disputa entre Córcira e Epidamno. A cidade de Epidamno pediu socorro a Corinto, e então
Córcira buscou apoio em Atenas. Os atenienses mandaram forças que levaram as forças navais
de Corinto a recuarem. O objetivo era fazer Corinto desistir da guerra contra Córcira apenas.
Corinto foi à procura de aliados para lutar contra Atenas, e os atenienses realizaram um
embargo econômico sobre Mégara e outras cidades como forma de forçá-las a não se aliarem a
Corinto. Com isso, Mégara e Corinto exigiram de Esparta uma intervenção contra Atenas. A Liga
do Peloponeso reuniu-se, e decidiu-se pela guerra. A alegação espartana de declarar guerra
baseou-se na acusação de que Atenas tinha quebrado o tratado de paz de 445 a.C.
A Guerra do Peloponeso durou 27 anos e foi marcada por muita oscilação, pois, em certo
momento, os atenienses impuseram sua força, mas, em outros, os espartanos tinham a
vantagem. Como é sabido, os espartanos levaram a melhor sobre os atenienses e forçaram-nos
a render-se em 404 a.C.
No início da guerra, os espartanos fizeram uso de suas forças militares terrestres, maiores e
mais bem preparadas, e invadiram a Ática (região onde fica Atenas). O governante de Atenas,
Péricles, decidiu realizar uma tática inovadora: convocou os camponeses para abrigar-se no
interior das muralhas atenienses e deixou os campos abandonados.
Os atenienses decidiram sustentar seu domínio pelo mar, onde eles exerciam a grande força da
Grécia, e reforçaram o contato com o Egito e Crimeia, locais produtores de grãos. A
manutenção da cidade seria feita com os tributos da Liga de Delos. Como contra-ataque, os
atenienses usaram sua frota para ataques costeiros no Peloponeso, com a ideia de forçar os
exércitos espartanos a dividirem-se, a fim de proteger sua zona litorânea.
Péricles permaneceu adotando essa estratégia até o momento em que os soldados espartanos
recuaram para fazer a colheita em Esparta. Quando isso aconteceu, ele pensou em avançar
com as tropas atenienses, mas a assembleia de Atenas não concordou com a ideia de enviar
soldados para encarar frontalmente Esparta.
Essa postura foi um dos grandes problemas de Atenas em toda a guerra: não havia unidade na
tomada de decisões, e a falta de ação muitas vezes fez com que os atenienses deixassem de
aproveitar momentos de vulnerabilidade espartana. As tropas atenienses que ficaram na
cidade, assim como toda a população dela, foram atingidas pela Peste de Atenas, epidemia de
uma doença desconhecida que matou, acredita-se, 1/3 da p"