Avaliação de Um Protótipo de Um Reator de Pirólise Utilizando Resíduo Como Fonte de Energia
Avaliação de Um Protótipo de Um Reator de Pirólise Utilizando Resíduo Como Fonte de Energia
Avaliação de Um Protótipo de Um Reator de Pirólise Utilizando Resíduo Como Fonte de Energia
AGRADECIMENTOS
Quando um sonho está próximo de ser realizado, mesmo que depois de muitos
km percorridos, noites sem dormir, aflições em períodos e durante as provas, se
percebe o quanto tudo vale a pena; e ainda conseguir conquistar tantos amigos e
profissionais que durante essa jornada me fizeram crescer pessoal e
profissionalmente.
Um sonho que é a conquista de uma graduação, que para mim sempre pareceu
distante pelas oportunidades que a vida tinha me oferecido, mas foi com bastante
esforço, dedicação e sobretudo empenho, e ao FIES, conciliando trabalho, estudo e
distância da Universidade, que fazem dessa conquista ainda mais saborosa.
Este sonho é uma realização pessoal construída de forma coletiva, que dedico
a minha família, minha mãe Sandra, meu irmão Vitor, meu padrasto Gilson, que
sempre me deram forças e sobretudo incentivo moral para que isso se tornasse
realidade, e meu avô Antônio, que mesmo ausente neste momento foi sempre um
exemplo para mim.
Aos amigos e empresários Jader Kilpp e Fernando Formentini que doaram seu
tempo e experiência para tornar esse trabalho concluso.
5
Aos meus amigos que estiveram próximos neste período, todos eles foram
essenciais para que a construção dessa formação pudesse ser concluída.
“Aquele que não luta pelo futuro que quer, deve aceitar o futuro que vier” (autor
desconhecido).
6
RESUMO
ABSTRACT
In this work, a prototype of a pyrolysis reactor was studied through an evaluation of the
energy potential generated by different residues from the domestic and industrial
environment, the latter being the solid wet blue leather residue. For a better verification
of the analyzes, a sorting of the residues collected from the domestic environment was
carried out, in order to remove the organic residue and use the rest, as well as a sorting
of the size of the residues to be used, both domestic and industrial, maintaining a
quantity minor of matter. This standardization is necessary for the analysis to become
more efficient and quicker, since it is a bench scale pyrolysis reactor. For dimensioning
the components and better detailing for manufacturing, the reactor was developed
through a prototype in 3D software. In order for the prototype to be more efficient,
approaching the real scale, it was designed with the main cylinder of the reactor, in
rotary mode, stirring the mass, so that the residue became more homogeneous and
the heat transfer more efficient. The principle of the reactor mechanism is physical and
chemical decomposition through the action of thermal load and absence of oxygen, in
which the temperature varies from 300 to 1000 ° C in the process. At the end of the
research, it was concluded that the energy balance was negative, since the injection
of energy into the process was greater than the energy resulting from the generated
by-products, which can be characterized through elementary analysis. Calculated the
calorific power resulting from the pyrolysis of the residues, 1252.01 kcal of energy loss
was obtained in the processing of urban solid waste and 1324.49 kcal of energy loss
in the industrial solid waste. With the development of the prototype, variables could be
identified that should be considered, in order to obtain better results in terms of better
use of the process, in order to reduce losses during processing, promote the reuse of
gases for heating the system and avoid leakage points.
Keywords: Pyrolysis. Urban solid waste. Industrial solid waste. Energy utilization.
8
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 16
1.1 Tema................................................................................................................... 18
1.2 Problema............................................................................................................ 18
1.3 Objetivo.............................................................................................................. 19
1.3.1 Objetivo geral ................................................................................................ 19
1.3.2 Objetivos específicos ................................................................................... 19
1.4 Resultados esperados ...................................................................................... 19
1.5 Justificativa ....................................................................................................... 19
1.6 Delimitação do tema ......................................................................................... 20
3 METODOLOGIA ................................................................................................... 48
14
4 DESENVOLVIMENTO .......................................................................................... 57
4.1 Cilindro do leito, tubulação de saída dos gases ............................................ 57
4.2 Aquecimento do cilindro do leito .................................................................... 60
4.3 Acionamento do cilindro do leito .................................................................... 62
4.4 Componentes para verificação do experimento ............................................ 64
4.4.1 Verificação de temperatura .......................................................................... 64
4.4.2 Verificação de peso ...................................................................................... 64
4.5 Ensaios preliminares ........................................................................................ 65
4.6 Ensaio do processo de RSU ............................................................................ 66
4.6.1 Coleta e separação do resíduo RSU ........................................................... 66
4.6.2 Procedimento para processo RSU .............................................................. 67
4.6.3 Coleta de dados sobre energia de injeção do sistema.............................. 69
4.6.4 Processamento do RSU ............................................................................... 69
4.7 Ensaio do processo de RSI – Couro wet blue ................................................ 72
4.7.1 Coleta e separação do resíduo RSI – Couro wet blue ............................... 72
4.7.2 Procedimento para processo RSI – Couro wet blue .................................. 73
4.7.3 Coleta de dados sobre energia de injeção do sistema.............................. 74
4.7.4 Processamento do RSI - Couro wet blue .................................................... 75
6 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 85
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 87
ANEXOS ................................................................................................................... 96
16
1 INTRODUÇÃO
1.1 Tema
1.2 Problema
1.3 Objetivo
1.5 Justificativa
2 REFERENCIAL TEÓRICO
O Programa Ambiental das Nações Unidas divulgou que existem “46 mil
fragmentos de plástico em cada 2,5 quilômetros quadrados da superfície dos oceanos.
Isso significa que este resíduo já responde por 70 % da poluição marinha por resíduos
sólidos” (NEIVA; LIMA, 2008, p. 93).
formem esse grande círculo de resíduo. No entanto, esta não é a única, mas somente
a maior dentre tantas outras áreas espalhadas pelos oceanos (VAIANO, 2018).
A legislação foi um marco neste campo por tratar de todos os resíduos sólidos
domésticos, industriais, entre outros (materiais recicláveis ou que podem ser
reaproveitados) e também por tratar sobre os rejeitos (itens que não podem ser
reaproveitados), incentivando seu descarte correto e o compartilhamento de
responsabilidade pelo ciclo de vida dos produtos integrando o poder público, a
iniciativa privada e o cidadão (Brasil, 2010).
Além disso traz outras ferramentas, como a Logística Reversa, que traz
diversas ações para viabilizar a coleta e a restituição de resíduos sólidos ao setor
empresarial; a Coleta Seletiva, resíduos sólidos previamente segregados conforme
constituição e composição; Sistema de Informações sobre a Gestão dos Resíduos
Sólidos (SINIR), com o objetivo de armazenar, tratar e fornecer informações que
apoiem as funções ou processos de uma organização, entre outros.
Uma das medidas mais importantes aprovadas determina que todo e qualquer
município terá a obrigação legal de destinar e dispor adequadamente seus resíduos.
O artigo 3º inciso VII dispõe que:
24
Segundo Sharma et al. (1997) os resíduos sólidos urbanos podem ser divididos
em três categorias:
a) Matéria orgânica facilmente decomposta: restos de alimentos e
similares;
25
Fonte: Adaptado de Política Nacional de Resíduos Sólidos - Lei 12.305/10 (SCHALCH, 2012).
No mundo, são gerados a cada ano uma grande quantidade de RSU: cerca de
246 milhões de toneladas nos EUA, 28 milhões de toneladas no Reino Unido e 40
milhões de toneladas no Japão, por isso, o Banco Mundial espera que a geração
mundial de RSU atinja 2,2 bilhões de toneladas até 2025. A estimativa atual de
geração de RSU é de 1,3 bilhão de toneladas por ano (BERNARDI, 2014).
27
O processo de pirólise realizado com RSU, que será o objetivo deste trabalho,
gera subprodutos que novamente podem voltar para a cadeira produtiva, destacando
cinco deles (LIMA, 2007):
a) Pó de carvão;
b) Óleo vegetal, que pode ser utilizado para fabricação de biocombustível;
c) Alcatrão;
d) Lignina;
e) Água ácida.
Apesar de, em 2015, no Plano Estadual de Resíduos Sólidos do RS, ter sido
estipulada a elaboração imediata de um inventário dos resíduos sólidos industriais, a
atualização desse levantamento ainda não ocorreu, mas ainda assim com os números
30
Ainda de acordo com Moreira e Teixeira (2003), para cada unidade de pele
bovina curtida ao cromo, são produzidos cerca de 4 kg de serragem de rebaixadeira
(processo de correção da espessura), o que representa um elevado volume de
resíduo e se torna um dos maiores problemas para a indústria do couro (Figura 5).
2.5 Pirólise
A pirólise, portanto, é uma alternativa para que tanto o lixo biodegradável não
seja disposto em aterro sanitário, como os resíduos sólidos das indústrias de couro
sejam reaproveitados, contribuindo assim, inclusive, para a atenuação das mudanças
climáticas, já que, no primeiro caso, o resíduo não geraria mais metano, e no segundo,
a disposição final seria a correta, sem contaminação de solo e lençol freático (AQUIM,
2008).
2.5.1 Vantagem
2.5.2 Desvantagem
controle dos efluentes gasosos, como dioxinas e furanos, que podem conter nos
resíduos e são altamente perigosos para a saúde (WILLIAMS, 2005).
2.6 Bio-óleo
2.7 Syngas
2.8 Biochar
Segundo Chen et al (2013), o biochar pode ser utilizado como catalisador para
o controle de poluição do ar, principalmente para conversão de amônia, e como
catalisador para a produção de biodiesel, além de servir como suporte para
catalisadores na produção de syngas.
Basu (2010) afirma que o biochar obtido na pirólise possui uma estrutura
porosa e uma área superficial apropriada para a utilização como carvão ativo (Figura
14). Levando em consideração que, segundo o BP Statistical Review of World Energy,
em 2015 o Brasil consumiu 15,3 milhões de toneladas equivalentes de petróleo (TEP)
e produziu 3,2 milhões de TEP de carvão, com a utilização mais ampla das diversas
formas de pirólise, o biochar poderia possuir uma parcela significativa nesses
números.
b) Equação da Continuidade
𝜕𝜌
= −𝛻. 𝜌𝑣⃗ (2)
𝜕𝑡
𝜕
𝜌𝑣 = −[𝛻 . 𝜌𝑣𝑣] − 𝛻𝑝 − [𝛻. 𝜏] + 𝜌𝑔 (3)
𝜕𝑡
d) Equação da energia
𝐷𝑇 𝐷𝑝
𝜌𝐶𝑝 = −𝛻. 𝑞 + + 𝑆̇ (4)
𝐷𝑡 𝐷𝑡
𝑀𝐽
𝑃𝐶𝑆 ( ) = 33,5 ∗ C + 142,3 ∗ H − 15,4 ∗ O − 14,5 ∗ N (5)
𝑘𝑔
3 METODOLOGIA
Para que o processo seja mais eficiente, conforme Roberts (2010), os reatores
do tipo batelada com eixo rotatório devem ser agitados, para que o coeficiente de
transferência de calor entre o seu meio reacional e a camisa torne o resíduo mais
homogêneo; consequentemente, a agitação interfere positivamente na mistura e na
troca térmica.
Para que fosse obtida a melhor análise, as frações dos resíduos passaram por
uma etapa de pré-secagem e separação quanto ao RSU, retirando, por exemplo, as
matérias orgânicas dos demais resíduos urbanos. Os resíduos também foram
classificados quanto ao seu tamanho, primeiramente por causa do tamanho do reator,
já que é apenas avaliativo e de escala de bancada, e para que o processo ocorresse
de maneira mais rápida, facilitando a verificação da análise.
52
Critérios de avaliação:
a) Determinar quais as variáveis do processo;
b) Conceder valores nos procedimentos variáveis de modo a otimizar os
resultados e minimizar as consequências das mesmas.
Cada tipo de resíduo foi analisado em amostra de carvão, óleo e gás, para
identificar o potencial energético ou poder calorífico com base nos laboratórios.
Utilizou-se uma micro balança de ultra precisão para medição das massas, e
as determinações foram feitas através do equipamento “Equipamento CHNS/O
Analyzer 2400 Series II” da marca PerkinElmer (Figura 18).
55
4 DESENVOLVIMENTO
O cilindro do leito foi dimensionado com o diâmetro de 4’’ x 300 mm, totalizando
um volume de 2,43 litros para o processo. O corte e solda dos componentes (itens 1,
2 e 3, relacionados na Tabela 3) foi realizado na empresa Cyborg Industrial em
Fazenda Vilanova. A Figura 20 C ilustra os componentes confeccionados.
Para a retirada e coleta dos subprodutos gerados, como carvão, óleo e gás,
confeccionou-se um coletor com os flanges parafusados, para a coleta do carvão; por
ser um processo a batelada, não havia nenhum risco ou problema que influenciaria o
teste (Figura 20 D). A coleta do óleo e gás foi pensada conforme a Figura 20 F, com
um tubo com comprimento de 1000 mm, listado no item 5 da Tabela 3, em que o gás
em alta temperatura transcorre este caminho sofrendo resfriamento, condensando, de
vapor em alta temperatura a óleo.
59
Através do ensaio preliminar, também foram adotados alguns procedimentos para segurança
do usuário, do equipamento e do estudo proposto (Figura 28).
Dos resíduos, foram utilizados como amostra somente os de origem polimérica, como
ilustra a Figura 29.
A verificação de óleo e gás, ilustrada na Figura 44, foi realizada com tempo de
17 minutos de processamento (Figura 44 A), onde também passou-se a perceber um
odor bastante forte juntamente com os gases. O tempo total de residência do processo
foi de 1 hora. Na Figura 44 B, está ilustrado o momento em que começou a formação
de óleo no sistema, aos 24 minutos de processamento.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
𝑀𝐽
𝑃𝐶𝑆 (𝑘𝑔 ) = 33,5 ∗ C + 142,3 ∗ H − 15,4 ∗ O − 14,5 ∗ N (5)
Para o processo de RSI (Tabela 8), o valor total do poder calorífico obtido dos
subprodutos foi de 21,23 MJ/kg, equivalente a 814,71 kcal, conforme Tabela 10, com
valores já convertido em energia; da mesma forma, subtraindo-se a quantidade de
energia injetada no processo, obteve-se uma perda energética de 1324,49 kcal.
84
6 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Marlon Brando Bezerra de. Bio-óleo a partir da pirólise rápida, térmica
ou catalítica, da palha da cana-de-açúcar e seu co-processamento com gasóleo
em craqueamento catalítico. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de
Janeiro, 2008.
470/Relat%C3%B3rio%20S%C3%ADntese%20BEN%202019%20Ano%20Base%20
2018.pdf> Acesso em 17 out 2019.
NEIVA, Paula; LIMA, Roberta. Oceano de plástico. São Paulo: Revista VEJA, ano
41, n. 9, p. 92-97, mar. 2008.
ONU. Agenda 21: Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento. 3. ed. Brasília: Senado Federal, Subsecretaria de Edições
Técnicas, 2001.
PACHECO, Jose Wagner Faria; FERRARI, Walter Alves. Guia Técnico Ambiental
de Curtumes. Rev. Anual. 2º ed. São Paulo: CETESB, 2015.
PEDROZA, Marcelo Mendes; VIEIRA, Gláucia Eliza Gama; SOUSA, João Fernandes;
PICKLER, Arilza de Castilho; LEAL, Edina Ruth; MILHOMEN, Cleide da Cruz.
Produção e tratamento de lodo de esgoto: uma revisão. Revista Liberato, Novo
Hamburgo, v. 11, n. 16, p. 89-188, 2010.
93
SILVA, R. V. S DA. Pirólise da torta da como uma opção de destino para este
resíduo. 2014. Universidade Federal Fluminense, 2014.
VAIANO, Bruno. A grande ilha de lixo no Pacífico não é o que você imagina.
Revista Super Interessante, 2018. Disponível em:
<https://super.abril.com.br/ciencia/the-great-pacific-garbage-patch-isnt-what-you-
think-it-is/>, Acesso em 16 out. 2019.
WILLIAMS, P. T. Waste Treatment and Disposal. Second Ed. UK: John Wiley e Sons
Ltd, 2005.
YILMAZ, O. K, CEM, K., MITHAT, Y., MEHMET, S., JALE, Y., Conversion of leather
wastes to useful products. Resources, Conservation and Recycling, 2007. 12f.
Issue. 2007.
96
ANEXOS
97