Todas As Vezes Que Te Vi Sorrir Muniz Mirlla
Todas As Vezes Que Te Vi Sorrir Muniz Mirlla
Todas As Vezes Que Te Vi Sorrir Muniz Mirlla
Revisão:
Raquel Moreno (@raquelmorenoliteraria)
Ilustrações:
Gabriela Góis (@olhosdetinta), Júlio Cesar (@cesar_drawiings) e Mirlla Muniz
(@miharts.s)
Leitoras Betas:
Tan Wenjun | Cristiene Januária | Beatriz Matos |
Nana Domingos.
Capa e Diagramação:
Lilly Desiggn (@lillydesiggn)
Sinopse
Sinopse
Nota da
da Autora
Aviso t
Playlis
Playlist
Dedicatória
Dedica tória
Epígrafe
Epígra fe
Prólogo
Prólog o
Capítulo
Capítu lo 1
Capítulo
Capítu lo 2
Capítulo
Capítu lo 3
Capítulo
Capítu lo 4
Capítulo
Capítu lo 5
Capítulo 6
Capítulo
Capítulo
Capítulo 7
Capítulo
Capítulo 8
Capítulo
Capítulo 9
Capítulo
Capítulo 10
Capítulo
Capítulo 11
Capítulo
Capítulo 12
Capítulo
Capítulo 13
Capítulo
Capítulo 14
Capítulo
Capítulo 15
Capítulo
Capítulo 16
Capítulo
Capítulo 17
Capítulo
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
capíutlo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
capítulo 37
Capítulo 38
Epílogo
Agradecimentos
Caro leitor e leitora...
Tudo o que eu queria ao ir para Las Vegas, era tirar da cabeça
do meu irmão a ideia de que eu era careta, além de tirar da minha
cabeça a imagem do convite de casamento que recebi da minha ex-
namorada.
Mas tudo isso se tornou uma péssima ideia, quando no dia
seguinte, acordei ao lado de uma mulher desconhecida, com uma
aliança no dedo e uma certidão de casamento.
Não deveria ter ido a Vegas. Não deveria ter dado corda ao
idiota do meu irmão e tomado aquele copo de whisky batizado. Não
deveria ter casado com aquele pedaço de loucura.
Aurora Castelo é o nome dela. A mulher mais linda que eu já
vi, mas também é a mais trapaceira, mentirosa e golpista que já
passou pela minha vida, e olha que sou um magnata do ramo
imobiliário e várias pessoas já tentaram me passar a perna.
Nenhuma teve tanto sucesso igual a ela.
Ela precisa de um visto para ficar no país, e não me deu a
anulação. Eu preciso que ela assine o divórcio sem levar nada meu.
Agora, vou precisar ficar casado com uma mulher,
mulher, dezenove anos
mais nova, insanamente gostosa, com a boca mais atrevida que eu
já vi, por seis meses.
E que Deus me ajude a sobreviver a eles.
Se você procura um livro leve, que te renda boas risadas,
suspiros e deixe o seu dia mais leve depois de carregar o peso do
mundo, como às vezes imaginamos, esse livro é para você.
Já me chamaram de remedinho para ressaca, e é das literárias
que eu estou falando, então, por que não escrever mais uma
comédia romântica? Se essa é sua primeira vez lendo uma história
minha, muito prazer, meu nome é Mirlla e eu amo escrever sobre
machos cadelinhas e mocinhas fortes. Às vezes, vocês irão ler e
pensar, ela não está sendo forte aqui, mas adivinha? Às vezes, se
você olhar bem, vai encontrar força na fraqueza.
Ninguém precisa ser forte o tempo todo, VOCÊ não precisa ser
forte o tempo todo, então embarque na história de Nicolas e Aurora
para sorrir e pensar: Tudo bem baixar a guarda hoje, tudo bem
suspirar por um casal grgrum
umpy
py x su
suns
nshine, tudo bem se eu ler até
hine
madrugar e tirar o dia apenas para mim. Tá tudo bem.
Tá tudo bem parar de se cobrar e começar a ver o lado leve da
vida.
Só não faça como a Aurora, se você fizer, vai parar no
psiquiatra.
Sabemos que você faria se pudesse.
Quem hoje em dia não quer um velho rico que nos banque e
nos dê tudo? Se o velho for igual ao Nicolas, melhor ainda.
Brincadeirinha...
Ou nem tanto.
Ok, ok. Se você já me conhece, deve estar se perguntando,
cadê o Vince, Mirlla?
Alerta spoiler
spoiler,, é o estilista que aparece nesse livro, irmão do
italiano lindinho que... bem, vocês precisam terminar o livro para
saber.
Então, para os novos que estão chegando, Vince vai ter seu
próprio livro, porque ele faz parte de uma série de irmãos italianos
“Os Mancini”, os dois primeiros livros já estão disponíveis, você
pode clicar no link no final desse livro para conhecer a história deles.
Agora, para os que estão me cobrando o Vince – sim, eu tô
lendo sua mente agora – ele já está chegando. Precisei de um
respiro para escrever ele.
Aurora e Nicolas são esse respiro.
Todo mundo precisa respirar.
Mirlla Muniz.
Esse é émera
realidade, umcoincidência.
livro de ficção, qualquer semelhança com a
Tudo o que for escrito nesse livro, é obra da mente dessa
autora, portanto, caso algo não seja passível de acontecer, esteja
longe da realidade, ou seja titica de galinha, lembre-se, É FICÇÃO.
Não, não sabemos se a relação de casamento acontece
assim, pois nunca me casei em Vegas. Não, não sei como funciona
o visto, além de umas pesquisas que não foram substanciais, e de
nunca ter viajado para fora desse forno que chamamos de Brasil.
Não, você não vai casar com um cara desconhecido em Vegas, que
seja
doeu,a né?
cara do Dean Winchester, seja milionário e mais velho. Essa
Pois é. Aqui, você vai encontrar coisas que só existem em
livros, tudo bem? Espero que estejam bem com isso.
Um beijo.
Escaneie o QR CODE e ouça a playlist de
‘’Todas as Vezes que Te vi Sorrir’’
ou clique aqui para acessar.
Dedico esse livro a todas as
Auroras que fazem de tudo para
sobreviver.
Às Vezes,
Vezes, ser egoísta é
necessário, não se julgue por
isso.
“Alice: Como você sabe que eu sou louca?
Gato: Só pode ser. Se não,não teria vindo pra cá.”
(Alice no país das maravilhas)
Nem mesmo eles podem me parar agora.
Garoto, eu estou voando alto.
Suas críticas não podem me derrubar.
Garoto, eu ressurgi dos mortos.
Ninguém sabe o quanto a vida era difícil.
Eu nem sequer penso sobre
Eu finalmente isso agora, porque.
te encontrei.
(Radio - Lana Del Rey)
Se for alguma.
ter escolha pra escolher alguém tão lascado como eu, é melhor não
Por ora, minha inveja pertence a Oli.
E pensa em uma inveja grande.
Ela tem do seu lado não um, mas cinco homens maravilhosos
que fazem de tudo para vê-la feliz. Um moreno sarcástico, cheio de
tatuagens e que lambe o chão onde ela pisa. Tem um golde
oldenn boy,
atleta e com um tanquinho maravilhoso que a trata como a coisa
mais preciosa do mundo, um general de time tático, musculoso que
tem
boa éumservigor maravilhoso
fodida, e ainda
mas ninguém curadea ficar
se livra dor na boceta,
assada — coisa
de tanto dar
— e dois irmãos mais velhos e podres de rico, sendo um controlador
e possessivo que cuida dela e coloca até a comida no prato e outro
que não deixa ninguém chegar a 50 km de distância antes de
verificar seus antecedentes.
Enquanto ela está lá de boa, eu estou aqui na fossa, sem
trabalho, acabando a faculdade e sem nenhum motivo para ficar,
além da minha força de vontade e pavor de voltar para o Brasil.
encaram com
conseguem semblantes
disfarçar. preocupados, que pensam que
Não conseguem.
Bufo e fecho a cara.
Leonardo, meu irmão dois anos mais novo, pega o convite que
está na minha mão e o encara. Uma mecha do seu cabelo loiro cai
na testa quando franze o cenho.
alguém
bem aleatório,
esse pirralho, seu
fiqueiidiota? — sério,
responsável por pensei queque
ele desde tinha educado
tinha quinze
anos e nossa mãe achou legal comprar cigarros e nunca mais voltarvoltar..
Fumante é foda.
Deve ter encontrado o nosso pai na loja.
— E qual o destino que você pegou quando viajou no primeiro
avião do dia? — questiona Matteo, encarando meu irmão com uma
sobrancelha arqueada e controlando a vontade de rir. Não sabia de
onde Matteo tirava tanto bom humor, o filho da puta vivia com um
sorriso no rosto.
Mesmo quando a melhor amiga, que ele morre de vontade de
comer,, está se casando com outro.
comer
— Desde quando o assunto se virou pra mim? — Léo se ajusta
na cadeira e aponta para meu peito. — Minhas loucuras não têm
nada a ver aqui, apenas a caretice dele.
Claro, por que não jogar mais que minha ex me deixou por ser
chato na minha cara? É justamente o que estou precisando.
Revirode
mensagem osJosh,
olhosum
e encaro meuclientes
de nossos celular. eEstava
amigoanunciando
próximo. uma
— Não importa, só responda as perguntas — Matteo insiste
com diversão e Léo bufa. Pego o celular para saber o que Josh
quer.
— Fui para Bogotá, voltei no mesmo dia, porque não sabia
nada sobre o país, mas só depois de foder uma ruiva gostosa pra
caralho. Sobre camisinha? Eu sempre uso, mas decidi não usar com
aquela minha última namorada da faculdade, confiava nela, e estava
disposto a cuidar se tivéssemos um filho, mas era tão gostoso que
valia o risco. Viu, Nick? Eu corro risco e nunca perco mulheres —
ignoro seu sorriso debochado. Ou ignorava, ou jogava a planilha
que estava na minha mesa no meio da sua cara de pau.
A planilha quebraria,
quebraria, com certeza.
Josh: Ei cara, tenh
nho o um
uma a cas
asaa de alt
alto nív
nível co
con
nstr
struída
uída em La
Lass
Veg
egas
as,, qu
quer
eriia ve
vend
ndê-
ê-lla, faz
faz is
isso
so po
porr mi
mim?
m?
— Que eu saiba, Jully terminou com você naquela época —
debocho do seu sorriso de merda e sua cara se fecha.
Queria não ser do tipo que joga verdades também, mas
crescemos assim.
E Léo fala, como se o fato de eu não ter seguido em frente
fosse diferente de quando Jully terminou com ele. Meu irmão se
sentiu uma merda.
Ele tem problemas com abandono.
Eu: Lógico
Lógi co,, qua
uand
ndoo po
possso dar um uma a olha
olhada
da nela?
ela?
Josh: Es
Essese fin
inal
al de se
sema
manana es
esttá lilivr
vre?
e? Es
Está
tá es
estrtrea
eand
ndoo um
umaa
de mi
minh
nhasas n
no
ova
vass bo
boat
ates
es nno
o do
domming
ngo o e meu nonovvo hotel,
el,
apro
aprove
veiita
tamo
moss a vi
viag
agem
em,, o qu
quee ac
acha
ha? ? Pr
Pres
esttigia
igiarr um ve
vellho
amigo é sememppre bo
bom
m.
— Ela não terminou comigo porque não queria ficar, ela
acabou nosso relacionamento porque iria viajar com a família para
outro estado e nem a pau eu ia namorar à distância, ela tinha que
escolher entre ficar comigo e com a família e cara, a gente sempre
escolhe a família, principalmente se a segunda opção era um jovem
de dezoito anos que não tinha onde cair morto. — Meu loiro queria
que ela tivesse escolhido ele.
— Então seu significado de não ser careta é transar sem
camisinha? — desdenha Matteo, cruzando seu tornozelo no joelho.
coisa —
queNão, masnão
Nicolas correr risco
faz. — Virosem ligar
o foco de para
novo.as consequências,
Tenho que trabalhar esse final de semana, há uma reforma em
um edifício de luxo que estamos tentando vender os apartamentos a
um preço acima da média, e iria lá para ver como estava ficando,
mas tenho que procurar um designer de interiores ainda esse final
de semana, pois estávamos muito atrasados no prazo e todos que
tínhamos só faziam merda.
Mas...
Eu: Beleza, vamos organizar as coisas e chegamos aí
aman
amanhã
hã,, e pa
para
rabé
béns
ns p
pel
ela
a bo
boat
ate
e no
nova
va.
Solto meu celular em cima da mesa e encaro o maldito convite.
— Não sou uma pessoa impulsiva — volto minha atenção para
os indivíduos a minha frente. — E nunca farei nada impulsivo, eu
sou assim e ponto, se Riley não me aceita do jeito que sou e achou
que aquele idiota é o cara certo para ela, foda-se. Eu não preciso
correr riscos, as coisas funcionam do jeito que quero que funcionem,
ou não funcionam de jeito nenhum. — Aperto o maxilar, puto por
estar passando
que vocês farão por
esseessa
finalsituação e decido mudar de assunto. — O
de semana?
Os dois erguem as sobrancelhas desconfiados, mas Matt
acaba respondendo.
— O que tem em mente?
— Temos um trabalho novo — Léo sorri como se dissesse “É
diss
disso
o qu
que
e eu es
esto
tou
u fal
alan
ando
do,, se
semp
mpre
re trab
trabal
alho
ho”.
”.
Julga como se não adorasse receber o dinheiro que ganhamos
com cada cliente, e não gastasse adoidado.
É um hipócrita.
— Qual o cliente? Por que n
não
ão pode ser outro corretor e p
por
or
que não podemos ir agora? — Meu irmão pergunta.
— É o Josh e não podemos ir agora porque a casa que ele
quer
delesnos mostrar
muda. O fica em Las
sorriso Vegas
gêmeo — na
que mesma
abre hora odos
no rosto semblante
dois é
maquiavélico.
Eu sei que, ou eu vou precisar carregar eles para o hotel à
noite, pois eles nunca passam a noite com companhia, afinal, dormir
junto pode fazer
fazer a pessoa se “ape
“apegar”.
gar”.
Ou vão fazer uma merda muito grande que vai me colocar em
apuros.
Eu, porque sempre sou eu que me fodo com esses merdas.
— Porra, agora você está falando a minha língua. — Matt
comemora, fechando seu punho e batendo no de Léo.
Apenas ergo uma sobrancelha e espero que saiam da minha
sala, para que possa me martirizar pelo convite em paz, mas
justamente por isso,
isso, eles não levant
levantam
am a bunda da porra
porra da cadeira.
Um lado meu está irritado por não ficar sozinho.
O outro está agradecido por ter uma família tão incrível como
essa.
Claro que só deixo eles verem o lado irritado, é coisa de família.
Diga que você se lembrará de mim.
Usando um belo vestido.
Olhando para o pôr do sol, querido.
Lábios vermelhos e bochechas rosadas.
Diga que você me verá de novo.
Mesmo que seja apenas em seus sonhos mais selvagens.
(Wildest Dreams - Taylor Swift)
A boate
solteira, está em que Lilyde
abarrotada decidiu
gentecomemorar
na fila de aentrada.
sua despedida de
Lotada de
verdade, nunca que todas aquelas pessoas conseguem entrar aqui
hoje, talvez as últimas estejam guardando o lugar para a festa da
semana que vem.
Sem brincadeira.
O dono inaugurou um hotel mais cedo, e decidiu que seria uma
boa ideia inaugurar dois estabelecimentos ao mesmo tempo. Se o
noivo de Lily não fosse um cara importante e tivesse o passe Vip
que
lado pessoas
de fora. ricas têm, passaríamos a noite ouvindo as músicas do
Prefiro escutar músicas no fone de ouvido na privacidade do
meu próprio quarto, onde posso enlouquecer sozinha. Além disso,
esse passe Vip me deixou entrar sem problemas, tenho apenas
vinte anos e tudo só é legalizado pra mim aqui nos EUA depois dos
vinte um.
Uma merda, mas é a vida.
Elisa e eu chegamos em Vegas há algumas horas e mal
tivemos tempo de nos arrumar, antes de sua prima aparecer na
nossa porta, pedindo para nos apressarmos.
Tive uma pequena vontade de pular em seus cabelos e
arrancar cada tufo pelo que me fez passar na faculdade, mas
lembrei que estou no 0800 por conta do noivo dela, então apenas
abri um sorriso e fui simpática. Era domingo, o final de semana em
Vegas não aconteceu, pois tanto eu, quanto Elisa, tínhamos que
resolver assuntos da nossa formatura ontem.
Vesti um dos meus melhores vestidos, colado no corpo, com
decote em coração e mangas frouxas até o punho, bege e brilhante,
e um salto de dez centímetros, já que quero aproveitar muito bem a
noite em que não estou gastando nada, mas não quero morrer com
calos nos pés por dançar com um treco de quinze centímetros.
Também passei uma maquiagem levinha.
Base, corretivo, delineador gatinho, rímel, iluminador e batom
vermelho. Bem básica.
Sarcasmo.
Então saímos do hotel e entramos em uma limusine, e agora
estamos aqui.
— Vamos ficar na área Vip — a sonsa... quer dizer, a noiva,
aponta para uma área cercada, com sofá, mesa e uma cortina. Sim,
uma cortina, em uma boate.
Acho que é para se pegarem com privacid
privacidade.
ade.
Elisa, sua
destacando que pele
estábronzeada,
lindíssimasegura
em minha
um vestido vermelho,
mão e me arrasta
atrás da sua prima. Há mais duas meninas atrás de mim. Se não me
engano, irmãs do noivo, que vieram para a despedida também, uma
se chama Louise e a outra Daisy.
Até me sinto mal, Lily só tem a prima, uma menina que não
gosta dela e duas cunhadas que mal conhece em sua despedida de
solteira. Nenhuma amiga de verdade.
Isso é triste.
Então tento ser simpática. Empatia é algo que tenho de sobra.
Posso ainda sentir dentro de mim que ela não é digna da minha
confiança, mas é sua despedida, então vou ser legal.
Eu sou legal, sou maravilhosa!
Chegamos na nossa área e Lily apresenta um crachá para o
segurança e assim que ele libera a entrada, nos sentamos.
Logo um cara se aproxima e pergunta o que queremos beber.
Benefícios da área Vip: não precisar enfrentar fila com os
barman.
— Pode trazer cinco opções de todas as bebidas do bar
bar.. Minha
prima aqui vai se casar, vamos aproveitar a despedida dela. — Elisa
pede ao homem e ele anui, sorrindo.
— Sim, senhora — volta sua atenção para Lily e a parabeniza.
— Parabéns pelo casamento.
A noiva sorri.
— Obrigada! Pretendo enlouquecer hoje! — Então, olha para
as cunhadas e fica sem graça. — Não tanto, é claro.
As meninas riem e preciso controlar a vontade de revirar os
olhos.
Sou boazin
boazinha.
ha.
— Não se preocupe, também viemos aproveitar a boate —
Daisy, a mais nova, fala sorrindo.
O garçom se despede e sai para buscar nossas bebidas.
— Você sabe que é loucura misturar bebida, não é? — minha
pergunta faz Elisa me encarar e piscar
piscar..
— Loucura é seu sobrenome, amiga, e a intenção é
justamente perder
perder o controle!
aponta— para
Me foder,
uma não, masque
morena aquela
estámorena ali, da
no meio compista
certeza
de — Léo
dança,
sorrindo, e cantando a plenos pulmões.
Porém, ela não chama muito a minha atenção, embora a
mulher seja linda, parece nova demais para meu gosto.
Só que a mulher que está a sua frente, de costas para mim,
dentro de um vestido bege, que brilha em reflexo às luzes da boate,
com cabelos cacheados descendo até acima da bunda redondinha
e... gostosa, faz um arrepio percorrer o meu corpo.
Tomo um gole do meu whisky, observando como ela remexe o
corpo, e talvez seja disso que preciso.
Uma boa foda com aquela garota.
Estou em Vegas, com meus irmãos, em uma boate e tudo o
que
claro,fizmeaté agora
trocou porfoioutro
pensar na minha
em menos ex, meses,
de dois que como Léo
como sedeixou
tudo o
que vivemos não valesse nada. Como se tudo o que eu fiz para ela
não fosse o suficiente.
E estou aqui sofrendo por ela, enquanto ela provavelmente
está fodendo com o noivo filho da puta.
Estou em Vegas, porra!
E aquela mulher... eu quero ela.
Seu corpo
movimentos feitosse move
para comumconfiança,
seduzir homem. Éexperiência, todos
uma mulher que os
sabe
o que está fazendo, e sabe o efeito que causa nas pessoas...
— Caralho, quem não olharia? Olha aquela bunda... — Josh
fala e tenho que concordar.
— Você vai fazer algo a respeito, irmão? — Léo pergunta e
finalmente desvio o olhar para ele.
Todos estão me olhando como se estivessem presenciando o
evento do século. Eu já fiquei com outras mulheres, cacete! Reviro
os olhos e volto a olhar para a pista de dança e meu coração erra
uma batida quando não a encontro. Procuro por todos os lados, me
levanto tentando ver sobre as dezenas de cabeças, mas não
consigo encontrá-la.
A frustração me consome.
——
sorriso. Deixa de serem
Estamos cuzão, Nick —vamos
Las Vegas, Matt revira os olhos
no divertir, e abre um
porra.
— O que acontece em Vegas, fica em Vegas — Josh
completa, piscando um olho para me incentivar.
— Menos Herpes, isso é pra vida inteira — Léo completa e
mesmo não querendo, rio pela primeira vez na noite.
Eles estão certos, nunca fiz nada fora do comum na minha
vida, nem mesmo quando adolescente, talvez deva aproveitar e
curtir a noite. Não vai fazer mal, o que poderia dar errado?
Ofereço meu copo e eles sorriem
— A essa noite, que será inesquecível — Léo brinda e
repetimos o brinde.
Bebo o líquido com o comprimido já dissolvido e observo a
boate.
Otário.
Não vejo a hora de resolver essa bagunça, então, apenas saio
em direção ao elevador e aperto o botão para chamá-lo.
Sinto sua presença as minhas costas.
Assim que o elevador se abre, um cara que estava lá dentro,
vagamente familiar, nos olha e abre um sorriso enorme.
— Como vai o casal de noivos mais lindo de Vegas?
Nem fodendo.
Essa sou eu rezando para que.
Essa seja a primeira página.
Não onde a história termina.
Meus pensamentos ecoarão o seu nome.
Até eu te ver de novo.
Essas são as palavras que não disse.
Enquanto eu ia embora cedo demais.
Eu fiquei encantada em te conhecer.
(Enchanted - Taylor Swift)
delas—estava na droga
Não, — — você
despedida de estava
solteira.com mais
Você três garotas,
chegou uma
reclamando
sobre sua amiga ter precisado ir embora quando o namorado veio
buscá-la. — Bufo em frustração.
Óbvio que a merda que eu joguei no ventilador está batendo
na minha cara quando eu menos espero. E atingindo todos ao meu
redor.
— Você sabe onde as outras meninas estão? — indago
novamente, pegando meu celular para poder enviar uma mensagem
para Elisa. — Esse hotel tem Wi-fi? — pergunto para ninguém em
específico.
— As outras meninas foram embora também, disseram que
precisavam ir ao banheiro e depois você recebeu uma ligação de
que todas tinham ido embora. — A voz de Josh é recheada de
cautela, e me pede o celular para colocar a senha do Wi-fi,
enquanto estou tentando processar que elas me deixaram sozinha.
Sozinha e bêbada na porra de uma boate.
Por que isso não me surpreende? Solto uma risada incrédula,
negando com a cabeça.
Elisa provavelmente foi embora porque eu disse que ficaria
bem, e porque deve ter confiado que a prima e as duas irmãs idiotas
ficariam comigo.
— Mas que vadias! Quem vai embora e deixa a convidada
sozinha
com em um lugar em que não conhece ninguém? — exclamo
raiva.
Eu sabia, sabia que não deveria ter confiado naquela idiota,
não é à toa que não tinha amigas ontem, aquela tonta do caralho.
Tonta, sonsa, filha da puta!
Nicolas me encara com seu cenho franzido, e um sentimento
diferente passa pelos seus olhos, uma falsa preocupação que faço
questão de ignorar.
Eu sabia que Lily era uma vaca egoísta, mas as cunhadas?
Ah, elas entraram
entraram para minha lista negra!
— Suas amigas te deixaram sozinha em uma mesa com
quatro homens e bêbada? — pergunta o coroa, me observando com
atenção.
Indignado.
Pode até não gostar de mim, mas assim como eu, está
indignado.
Bufo, pegando o celular que Josh me entrega, já conectado no
wi-fi. Não olho para eles ao responder, ocupada digitando rápido
uma mensagem para Elisa.
— Aquelas garotas não são minhas amigas. — Eu lá tenho
cara de quem anda com gente mais falsa do que nota de três reais?
— Minha amiga de verdade é a que foi embora mais cedo, com
certeza confiando que as outras ficariam comigo. — Teclo com
força, várias mensagens para Elisa. — A noiva é uma vaca egoísta,
trapaceira e mimada que não tinha ninguém para comemorar a
própria despedida de solteira de tão insuportável que é, e eu,
aproveitei que era de graça e vim, além de ter ficado com pena dela.
As outras duas são as
as cunhadas que só vi qquando
uando estava a ca
caminho
minho
da boate. QUE ÓDIO! — Grito a última parte e Nicolas, que em
algum momento colocou o telefone na orelha para fazer uma
ligação, pula de susto com meu rompante e deixa o celular cair no
chão. — Desculpa.
nuncaPeço,
existiupassando
em mim. a mão no rosto, buscando uma calma que
Sinto o olhar dos dois em meu rosto.
— Para onde vocês estão indo, agora? — pergunta com
cuidado.
— Anular o casamento — falamos ao mesmo tempo. Nicolas
me fita, mas logo desvia o foco para o celular, o levando à orelha
novamente.
Parece que tem medo de me olhar demais, eu heim!
— Onde vocês estão? — pergunta para quem quer que seja e
começa a discutir pelo telefone. — Certo, chama o Matt, preciso que
ele me ajude em uma questão... sim, exatamente essa. Qual a porra
do seu problema? Como você... quer saber
saber,, eu vou matar você, sem
um pingo de dó, Léo! — Nicolas grita com quem quer que seja esse
Léo e automaticamente fico com pena do coitado.
Quando vou parar de ser imatura e começar a ser
responsável? Isso não pode acontecer de novo. Se eu tivesse sido
sequestrada? Abusada? Ou pior...
Ah, Deus, onde fui
fui me meter?
O elevador abre no hall do hotel. Todos fazemos menção de
sair,, porém os dois homens param e m
sair me e deixam passar primeiro.
Tá, isso foi
Tá, foi ca
cav
valhe
alheir
iro
o, mas de
devve ser a velhi
elhice
ce,, com es
essse tan
tanto
de dé
déca
cada
das s vivi
vivida
das,
s, deve
devemm ter
ter apre
aprend
ndid
ido
o um
umaa co
cois
isa
a ou ou
outr
tra.
a.
— No hotel tem um restaurante, vamos tomar um café
enquanto esperamos meus irmãos chegarem, pode ser? — Apenas
ergo uma sobrancelha para Nicolas. Pensei que estávamos os dois
ansiosos
advogado,para anularologo
facilitaria esse casamento.
processo. — Meu melhor amigo é
— Faz sentido.
Aceito e os sigo para o lado do hotel em que há uma porta,
porém, antes que eu possa entrar
entrar,, meu celular vibra em minha mão.
Merda, é o Marcos.
Olho para onde Nicolas está com a porta entreaberta
esperando que eu passe, mas sinalizo para o celular. Já havia
chamadas perdidas, o que ele tem para falar pode ser importante.
Nicolas assente e acompanha o Josh até o restaurante.
Atendo Marcos.
— Aurora?
— Oi, Marcos, desculpe não atender mais cedo, estava
dormindo. — E enlouquecendo? Pirando na batatinha? Querendo
me jogar de um penhasco? Babando no homem mais lindo que eu
já vi?
— A noite foi boa? — pergunta com malícia.
Nem te conto...
— Foi tão boa que eu não lembro de nada — rio e escuto sua
risada do outro lado. — Tem boas notícias pra mim? — pergunto
com esperança.
Passa alguns minutos em silêncio, antes que fale.
— Você está na pasta dos vistos que serão negados, xuxu.
Sint
Sinto
o muit
muito.
o. — Meu coração para.
Sinto minha respiração começar a falhar e me encosto na
parede para que a tontura que me abateu não me deixe cair de
bunda no chão.
— Aurora?
— Tô aqui — falo por meio da respiração um pouco falhada.
Porra, por que tudo resolveu acontecer logo hoje? Eu sabia
que tinha a possibilidade do visto ser negado, mas ainda havia a
ínfima
como seesperança de que não
já não bastasse fosse.maldita.
a ressaca Minha cabeça lateja ainda mais,
Essas merdas só acontecem comigo. Tudo que tem de errado
só acontece comigo.
Caralho!
— Desculpa, meu bem, te liguei p
po
orque você pediu, mas
preciso desligar agora. A gente se fala depois, ok?
— Obrigada, Marcos, até mais — desligo e olho para o teto.
O que faço agora? O que faço para permanecer aqui?
Não tenho emprego, só tenho algumas semanas antes de ser
deportada, e nem tenho onde ficar aqui, nem no Brasil.
Mesmo se solicitar outro visto, ainda vai ser negado, porque
não há nenhum motivo para ser aceito, já que não estudo, nem
trabalho e não sou...
Arregalo os olhos e me viro para a porta que dá acesso ao
restaurante do hotel.
Uma ideia começa a se formar na minha mente, meu coração
enchendo de adrenalina e porra, eu sei, sei que vou fazer merda
agora, mas é a minha única opção.
Eu vou ficar nesse país. E acabei de achar o jeito mais infalível
de conseguir isso.
Você quer o que não pode ter.
Oh, garota, isso é uma pena.
Não toque no que não pode pegar.
Vai acabar com as duas mãos pra trás.
(Superman - Eminem)
Eladela.
de cima come o croissant quieta, e meus olhos não conseguem sair
Até que meu irmão passe pela porta com meu melhor amigo,
sorrindo para mim como se não estivessem cientes das próprias
mortes. Josh havia saído há cinco minutos, pois acordou cedo por
ter um compromisso e nos desejou boa sorte. Não era com ele que
estava estressado, nem mesmo com a cacheada à minha frente.
Era com os idiotas que me deixaram fazer uma merda dessa sem
me impedirem e por estarem sorrindo como se nada de mais tivesse
acontecido.
Bando de filho da puta.
Eu sei que é normal vários casais se casarem em Las Vegas
depois de beberem demais, porém nunca pensei que faria parte
dessa porcentagem de idiotas.
Principalmente por não ser um “casal”.
— Bom dia, irmãozinho, como foi a sua noite? — Ao ouvir a
voz de Léo, Aurora se vira em seu lugar na cadeira e o encara,
franzindo o cenho para a sua fala. — Nossa, você é ainda mais
bonita ao acordar, cunhadinha. — Ergue as sobrancelhas em
admiração.
— Eu vou te matar — grunho por entre os dentes cerrados e
Matt senta ao meu lado, em uma posição que me impeça de me
erguer e avançar em Léo. Semicerro os olhos para o outro filho da
puta.
senta—aoEstou
lado sentindo cheiro
de Aurora e sedecurva
ciúmes, é isso
para isso?
dar? um
— Meu
beijo irmão se
em sua
bochecha. Ela arregala os olhos e enfia o restante do croissant
inteiro na boca.
Boquinha grande, hein?
Será que coube o meu…?
— Isso é ódio, Léo — retruco, tomando o restante do meu
café. — Nem pensem em fazer pedidos, estamos saindo agora! —
falo antes que eles possam erguer o cardápio e ambos me fitam
indignados. Tô pouco me lixando. — Isso é mais urgente, comam
algo de alguma barraquinha no meio do caminho.
Me levanto e eles fazem o mesmo, incluindo Aurora, que ainda
tenta mastigar a bola de pão que tem na boca.
Deus do céu!
— O que exatamente é urgente? — pergunta Matt,
caminhando ao meu lado. — E, bom dia, Aurora — cumprimenta a
menina que o olha por sobre o ombro com olhos confusos, mas
acena em cumprimento, finalmente engolindo o pão.
— Bom dia — responde e continua andando, saindo do
restaurante em direção à porta da frente.
Aposto que não sabe o nome dele
deles.
s.
— Urgente é a merda que nos enfiamos ontem à noite e
queremos desfazer — aponto entre mim e Aurora, que não confirma
e nem nega.
— Já tiveram a primeira briga de casal? Poxa, deveriam
comemorar a lua de mel, maninho. — Léo estala a língua e juro que
por um momento me pergunto por que diabos eu sou irmão dele.
Não tive muita escolha, no caso.
— Aí é que tá o problema, não lembramos de porra nenhuma
do que aconteceu ontem, nem mesmo lembramos um do outro, Léo
— falo, passando a mão no rosto e saindo do hotel. À nossa frente,
o carro que Léo alugou quando chegamos está com a porta aberta e
Aurora não demora
demora a entrar,
entrar, seguida de nós
nós três.
O semblante dos dois se torna assustado.
— Nadinha?
— Amnésia de bebida? — Léo pergunta, descrente.
— Amnésia de bebida, como vocês me deixaram fazer isso?
— pergunto aos dois, que sentam relaxados. Me sento ao lado de
Aurora.
— Cara, a gente estava bêbado igual a você, o mesmo ímpeto
que te fez casar, me fez apoiar, achei que seria uma mudança legal
para a sua vida. — Reviro os olhos para o idiota que lutei tanto para
cuidar e transformar em um bom homem e me viro para minha
esposa, que está nos olhando com curiosidade estampada nos
olhos. — Você não lembra da gente, também, cunhadinha?
— Cunhadinha é seu cu — retruco.
— Não lembro — Aurora responde ao mesmo tempo, me
olhando com reprimenda. Não surte um pingo de efeito em mim,
principalmente vindo de uma menina de vinte anos.
— Poxa, viramos melhores amigos ontem.
— Acontece sempre, tenho essa mania de fazer melhores
amigos quando bebo, no outro dia a gente sempre finge que nunca
aconteceu. — fa
fala.
la. — Mas podpodemos
emos cocontinuar
ntinuar sendo melhores
amigos, se você quiser.
Ela bebe muito, então? Muito nova para isso, porém deve estar
na faculdade e se me lembro bem, faculdade é onde todo mundo
vira alcoólatra.
Léo virou até drogado.
— É claro que sim! — sua mão vai até o coração e Matt segura
o riso ao seu lado. — Para onde estamos indo, mesmo?
— Para a capela em que nos casamos, vocês devem lembrar.
— Eles assentem e colocam o carro em movimento.
Leonardo e Matteo entram em uma conversa animada no
banco da frente, vez ou outra convidando Aurora a participar. Ela
fala, mas ao contrário da língua afiada quando falou comigo mais
cedo, com eles é educada, gentil até.
Embora a sinta meio tensa ao meu lado.
De onde será que ela veio?
Por que o meu eu bêbado quis casar com ela? Eu entendo o
apelo aqui, ela é linda.
Toda linda, mas não faz o meu tipo.
Vinte anos. Apenas vinte anos. Nego com a cabeça.
Assim que cchegamos
hegamos à capela, o dono nos informa que todos
os casamentos realizados até ontem, já foram enviados para a juíza.
Então, voltamos para o carro e vamos atrás da bendita.
Que bom que Matt é advogado e sabe dialogar com esse tipo
de gente, porque estou sem um pingo de paciência para lidar com
alguém hoje. Quase nunca tenho paciência para lidar com pessoas
em geral,gentis.
palavras apenas quando é algum cliente e tenho que agradar com
Assim que chegamos no tribunal de justiça, nos sentamos na
fila enorme de espera.
— Tem certeza que não quer ficar casado? — Ergo uma
sobrancelha em deboche para Matt. — O quê? Ela é linda, talvez
deva darcasar
escolher umacom
chance,
ela emvocê deve
apenas umaternoite.
tido algum motivo para
— Se chama êx
êxta
tase
se,, whisky e falta de noção. — Noventa por
whisky
cento no êxtase.
— Ou deve ter sido aquela bunda fenomenal, eu casaria com
ela por aquela bunda — Léo observa a bela bunda de Aurora,
enquanto ela bebe água em pé, a alguns metros de nós.
É uma bela bunda mesmo. O quanto eu sou pervertido
assumindo isso?
— Eu não. Mas os olhos dela são encantadores, não viu
aqueles olhos, Nick? Talvez tenham sido eles que te conquistaram.
— Matt se intromete novamente.
— Duvido muito, aposto que foi a bunda. — Olhando bem…
ok. Talvez eu tenha me casado por aquela bunda.
É uma bunda espetacular.
Provavelmente não a ouvi falando enquanto nos casamos,
nem em sonho o meu eu bêbado escolheria casar com uma matraca
ambulante.
— Sua parada não é peitos? — Léo me olha ofendido.
— Coração. Minha parada é o coração delas, o problema é
que fica escondido entre aquelas obras divinas. — Tarado por
peitos. Léo é tarado por eles.
Solto uma risada para sua cara cínica.
Esperamos por alguns minutos, até que somos chamados.
Como Léo e Matt provavelmente foram as testemunhas da
minha burrice, eles entram conosco e todos nos sentamos em frente
à juíza que nos olha como se fôssemos o verme da merda que ela
pisou ao sair de casa.
— A que devo a honra? — Sua cara de poucos amigos não me
anima.
— Excelentíssima, viemos aqui para anular um casamento que
foi realizado ontem, ambas as partes estão de comum acordo, e
creio que o processo ainda não tenha sido homologado. — Matt
começa, com toda a sua pose de advogado e a juíza ergue uma
sobrancelha em desdém.
— Quem é o casal? — Olha entre nós quatro e ergo a mão,
junto à Aurora. — Certo, vocês são as testemunhas? — Eles
assentem. — Não é a primeira anulação que faço hoje,
sinceramente, deveria mandar um decreto que fechasse todas
essas capelas, o tanto de anulação que pedem é brincadeira. —
Nega com a cabeça e respiro aliviado.
Se pediram antes, significa que podemos anular.
— Qual o seu nome? — Me pergunta, pegando várias fichas e
certidões de casamento ao seu lado. São feitas duas? Porque nós
temos uma.
— Nicolas Ramsey.
— E o seu, garota? — Ela observa a garota mais atentamente,
de cima a baixo com olhos analíticos e depois me encara com uma
sobrancelha arqueada. Como se eu não soubesse que a menina
te
tem
m cara
cara de ad
adol
oles
esce
cent
nte,
e, porra! — A certidão está com vocês?
porra!
— Aurora Castelo, Vossa Excelência, e está sim — responde.
Logo pego a nossa certidão e entrego para a juíza, que
observa toda a folha com atenção. Assim que termina de verificar,
pega outra ficha ao seu lado e começa a escrever várias coisas em
vários espaços em branco.
Fico até surpreso, pensei que perguntaria sobre o motivo de
anularmos o casamento, mas deve saber, pela nossa cara, que foi
um erro de bêbados em mais uma noite comum de Las Vegas.
Não disse que eram todos idiotas? Ela deve saber disso
também.
— Nicolas Ramsey está de acordo em anular o casamento? —
pergunta, olhando em meus olhos.
Assinto.
— Sim, Vossa Excelência.
Então olha para Aurora ao meu lado, mas não sigo seu olhar,
estou de olho na ficha em sua mesa.
Aquela que vai me tirar dessa tortu
tortura.
ra.
— E você, Aurora Castelo, está de acordo em anular esse
casamento? — O silêncio que se faz no escritório é longo. Me viro
para ver por que diabos Aurora não falou nada ainda e arregalo os
meus olhos quando vejo os seus vermelhos.
— Si... sim, Vossa Excelência. — Então ela começa a chorar,
me deixando horrorizado.
Ela. Começa. A. Chorar.
Por que você está chorando, menina? E por que sinto que
estou a ponto de me foder aqui?
Matt e Léo a encaram, ambos com os olhos arregalados para o
que está acontecendo.
— O que houve, querida? Você não quer anular o casamento?
— Viro o pescoço em um estalo para a juíza que tem olhos suaves
sobre minha futura ex-esposa.
— É claro que ela quer! — retruco e Aurora abre um berreiro
ao meu lado que me faz pular da cadeira e ficar de pé.
Que porra?
— Não perguntei a você, senhor Ramsey, por favor, sente-se.
— Faço o que a juíza manda, seu tom afiado não me deixando
escolha.
— Des... desculpa, se ele quer anu... anular o ca... casamento,
eu quero tam... também — Aurora fala em meio aos soluços que me
deixam angustiado. Angustiado não apenas comigo. Odeio ver
alguém chorando. Odeio pra caralho. — Tá tudo be... bem comigo, é
só que na... não sabia que ele era esse ti... tipo de homem. — Tipo
de homem?
Que tipo de homem, porra?
— Que porra é essa, Aurora? — pergunto para a chorona ao
meu lado e não faço ideia do que fazer.
Se mando ela parar de chorar e começar a falar sério para
anular essa droga de casamento. Ou se me aproximo e pergunto
por que ela está chorando,
c horando, para que eu possa fazê-la parar.
Será que está com dor? Lembrou de algo? Está se sentindo
pressionada? Quer me foder com esse choro?
Será que é verdadeiro? Será que é fingimento? Eu não sei
porra!
— Senhor Ramsey, esta é a minha sala e eu exijo educação.
— Engulo a vontade que eu tenho de mandar essa mulher tomar
naquele lugar e me calo, observando Aurora. Ela não me olha de
volta, suas mãos no rosto, o cobrindo de qualquer um. Matt e Léo
me olham espantados e apenas dou de ombros.
Como vou saber o que aconteceu? Conheço essa menina há
menos de quatro horas.
— Quer me contar o que está acontecendo, querida? Que tipo
de homem você está falando? — Eu também quero saber, juíza,
ainda bem que perguntou.
— E... eu era virgem, Vossa Excelência — esse negócio
batendo na minha boca é o meu coração? Tenho certeza de que é,
quando ela me olha com os olhos verdes vermelhos, inundados com
lágrimas falsas. Como assim, virgem? É signo? — Vim de um
convento, até ia vestir o hábito, mas então o conheci e me
apaixonei,
casamento,mas
mas disse queAponta
ele. — só ia para
fazermim
essas
quecoisas
estou depois
prestesdo
a
infartar na cadeira. Eu fiz o quê, criatura? Que história é essa do
convento? Freira? Essa menina é doida? — Me conquistou e disse
que a gente poderia se casar rapidamente, aí me trouxe pra Las
Vegas, me fez ves... vestir essa roupa vul... vulgar e nos casamos.
— Ela volta a berrar chorando e a juíza me olha com sangue nos
olhos.
Os meus estão iguais. Mas é pra Aurora que estou olhando.
— Como é? — grita Léo, olhando de um para o outro.
— Cacete — Matt esconde o rosto entre as mãos.
Cacete? Cacete?
ESSA MENINA É DOIDA, PORRA!
— Que merda é essa, Aurora? Eu nem te conheço, menina!
Ela tá mentindo, Vossa Excelência. — Rosno[2] com ódio, apontando
para a versão feminina de Barney Stinson , mas ela só alarma
mais, gritando e jogando os braços em cima da mesa da juíza,
escondendo o rosto e balançando os ombros com o soluço. — Para
com essa brincadeira, Aurora!
Eu vou matar essa menina.
Lentamente.
Ela volta os olhos para mim e por um momento, consigo ver
algo neles que é rápido demais para que eu consiga identificar. Ela
logo volta a chorar.
Ela é doida. Casei com uma mulher doida e nem tive como
escolher, merda!
Era só o que me faltava!
— Olha aí, Vossa Excelência, depois que me levou para a
cama, está falando isso — aponta para mim e a juíza balança a
cabeça.
— Isso é mentira, eu nem lembro dessa menina, só acordei
hoje e ela estava lá comigo...
— Então o casamento foi consumado — afirma a juíza com um
brilho de vitória nos olhos.
Mas é uma porra mesmo, viu?
— Não! Quer dizer... não sei, eu não me lembro! — levo as
mãos à cabeça, desesperado.
— Foi, Vossa Excelência, nunca pensei que uma mulher
poderia ser tão manobrada nas mãos de um homem, foi um pecado
o que fizemos naquele quarto, vou até precisar me confessar depois
que sair daqui — Aurora fala em meio ao choro.
Ah, eu vou te manobrar muito bem, Aurora, principalmente
quando pegar esse seu pescoço e torcer sem piedade.
Que merda está acontecendo aqui? Matt e Léo me olham com
algo como assombro, e depois olham para Aurora. Eles sabem que
ela está mentindo, sabem que ou ela é doida, ou é uma ótima atriz.
Espero que seja doida, porque se ela estiver fazendo essa
merda por vontade própria, nem sei o que sou capaz de fazer. Há
destinos piores do que a morte por aí.
— Vossa Excelência, somos testemunhas de que o senhor
Ramsey falou a verdade, estávamos com eles, conhecemos ela
ontem na boate que inaugurou...
— Olha aí — Aurora se ergue rapidamente, interrompendo
Matt no amigo
melhor meio da
do fala.
meu — São parceiros,
marido Vossa
e esse aqui é o Excelência,
irmão. Estãoele éo
todos
contra mim. — Ela põe a mão no coração e vejo a juíza amolecer
com esse teatro.
Não é possível…
— Ei, não me meta no meio dessa sua mentira... — Léo cala a
boca quando a juíza se levanta.
Todos ficam em silêncio, menos Aurora que ainda soluça ao
meu lado.
Meus dedos estão brancos de tanto apertar as laterais da
cadeira em que estou sentado, para controlar a raiva. Meu maxilar
trincado está doendo, mas isso tudo é para não soltar um grito de
fúria aqui dentro.
Metade de tudo.
Divórcio.
Aurora.
Três apares
demoram de olhosem
se semicerrar arregalados focam
uma ameaça emNicolas
clara. mim, mas
anda não
em
minha direção e continuo me afastando até minhas costas baterem
na cabeceira da cama.
— E por que diabos você precisa de um marido? — pergunta
baixo. Não gosto do tom. Prefiro quando ele grita.
— Para não ser deportada — respondo, meu sorriso
esmorecendo, quando ele tomba a cabeça para o lado e começo a
falar,, rápido demais para o meu gosto. — Recebi uma ligação de um
falar
amigo
vou serdadeportada
imigraçãoem
hoje, ele disse
algumas que meu
semanas devisto
voltavai ser onegado
para Brasil ee
não quero isso. Também não posso pegar visto de estudante agora,
nem de trabalho que foi justo o que me foi negado, então a solução
óbvia foi o marido. O casamento serve muito bem a meu favor. —
Dou de ombros como se estivesse falando do clima, mas logo volto
a observar à janela do quarto pensando seriamente em pular se
Nicolas enlouquecer.
Acho que vi fumaça saindo
saindo da sua cabe
cabeça.
ça.
Acredito ter mais chances
chances de viver se pular a janela.
— E VOCÊ ACHOU QUE EU SERIA ESSE MARIDO? — Ele
volta a gritar e novamente o sorriso volta para o meu rosto. Com
gritos, eu sei lidar, são os tons ameaçadores que não gosto muito.
— Se serve de consolo, não estava planejando nenhum golpe
quando meaté
descemos casei com você, só soube do meu problema depois que
o Hall.
— Não serve de consolo, Aurora! É um casamento, um
casamento que nem quero, com uma menina que nem conheço e
que nasceu ontem, porra. — Ele leva as mãos ao rosto e esfrega
com brusquidão. — Isso não está acontecendo. — Murmura baixo.
— Por que você não disse isso antes que fôssemos até a juíza, se
sabia que não iria anular o casamento?
— Se eu contasse, você continuaria casado comigo por
vontade própria?
— É claro que não! — responde com seriedade.
— Então, tem a sua resposta — sorrio sem remorso algum.
Matteo se aproxima da cama e me olha nos olhos.
— Você sabe que ele pode te processar, não sabe? Falar para
imigração que esse casamento é uma farsa e você vai ser
deportada do mesmo jeito. — Tem algo como decepção nos seus
olhos, mas não me importo muito. Hoje, o foco sou eu e meu futuro
nesse país.
— Ele até pode, aí nos divorciamos, ele me dá metade do que
ganhar nesse meio-tempo e saímos os dois felizes. Se vocês acham
que estou atrás do dinheiro, então deve ter por aí, né? — Mostro os
dentes, no sorriso mais falso que eu já fiz e Nicolas falta desmaiar
do meu lado.
— Você disse que não queria a merda do meu dinheiro, Aurora
— acusa com um bico, emburrado.
— E não quero, mas a gente pode fazer um acordo, só preciso
de um marido por alguns meses, depois disso, te dou o divórcio sem
pedir nadinha, pode até fazer um contrato. — Aponto para Matt,
quando falo do contrato, com a maior cara de pau do mundo.
Do nada, Léo começa a rir.
Olhamos para o loiro, mas ele fica sem ar de tanto gargalhar
às nossas custas e sinto vontade de rir também, mas pelo meu
próprio bem, pressiono os lábios juntos.
— Qual a graça, Léo? — Nicolas pergunta.
Ele nega com a cabeça e pede um tempo com as mãos.
— Que quando eu disse para você cometer uma loucura, não
era disso que estava falando — aponta para nós dois e começa a rir
de novo. Levando Matt a fazer o mesmo.
Nicolas e eu apenas encaramos os dois e aproveito a sua
distração raivosa, para observá-lo em silêncio.
Nicolas é lindo.
Mesmo espumando pela boca, ele fica lindo, mas o que Léo
mencionou me chama a atenção momentaneamente. Loucura.
Nicolas não comete loucuras, percebi isso quando falou sobre a
nossa diferença de idade, e é revigorante saber que sou a maior
loucura que ele cometeu na vida. Vou ficar marcada nele como um
evento importante.
E eu nunca fui importante para ninguém.
— Tá achando que isso é brincadeira, Léo? Essa menina tá
aqui me forçando a ficar em um casamento e escute bem,
CASAMENTO, porque não quer ser deportada e o escolhido para o
sacrifício sou eu, que tenho que escolher entre perder metade de
tudo o que ganhar nesse meio-tempo, ou meses da minha vida,
porra! — Nicolas falta pular em cima de Léo, e ele para de rir na
hora, junto com Matt.
— Ei, você não perderia meses da sua vida, eu sou um achado
e tanto, tem sorte de ser “O” escolhido e... eu vou calar minha boca,
porque até calada, eu tô errada — aceno com a cabeça, voltando a
atenção para o meu colo, quando recebo um olhar fulminante dos
três homens.
De novo!
— É bom mesmo ficar caladinha, garota, porque estou a um
triz de segurar esse seu pescocinho.
— Eu até gosto, com um tapa na cara fica maravilhoso — ergo
os olhos e novamente Léo começa a rir, enquanto Nicolas me
encara intensamente. Meu sorriso se torna malicioso, porque eu
gosto de irritá-lo e por não ter amor à vida, ao que parece, então
completo. — Você gosta? Se a resposta for sim, deve ter feito
comigo ontem à noite, coroa. — Pisco um olho, vendo os outros dois
estalarem o pescoço na direção do meu maridinho e vejo seu olho
tremer. — E aí? Trato feito? Eu sou boazinha, vai, vocês ricos não
precisam de uma esposa? Tipo, para ser um troféu, ou para passar
aquele ar de respeitável? — pergunto, mudando de assunto e os
três tombam a cabeça para o lado. — Sei lá, leio muitos livros que
são assim. — Dou de ombros. — Mas posso ser bem útil viu, posso
ser sua faxineira, fazer sua comida, não tem nenhuma ex-
namoradinha que queira fazer um ciúme?
Os três arregalam os olhos ao mesmo tempo e sei que peguei
em um ponto que posso usar a m
meu
eu favor
favor..
— Tem, não tem? Posso ser a esposa perfeita pra você dar
uma volta por cima, ou posso ser a megera que fará ela ficar com
pena de você e te querer de volta. — Sou contra a rivalidade
feminina, mas o meu tá na reta aqui, uma atuaçãozinha nunca
matou ninguém.
Nicolas respira fundo e me olha de cima a baixo.
— É, tem Riley e o convite de casamento — Léo comenta e
fico atenta à conversa.
Quem é Riley? Sei que é uma ex, já que o assunto é esse,
mas terminaram por quê? Ele a deixou? Ela o deixou? Por que ele
vai no Eu
“Como casamento
Era Antesdela? Seráe oque
de Você” é uma
melhor versão
amigo tomouatualizada de
a namorada
dele? Será que ele a quer de volta? Se for, só daqui a alguns
meses, bebê.
Primeiro cuide da sua atual, para depois se preocupar com a
ex.
— Além disso, ela não quer o seu dinheiro, só um visto
permanente para não ser deportada. — Completa Matt e ergo o
braço, chamando a atenção deles quando lembro de algumas
coisas.
— E de um teto, vou ser jogada fora do meu quarto na
faculdade em três semanas — fecho a boca quando Nicolas me
fuzila e ergo as mãos. — Ou não, tá tudo joia, ouvi dizer que
debaixo da ponte é um ótimo lugar nessa época do ano.
— Se você não tem onde ficar, por que não quer voltar para o
seu país? — pergunta Nicolas cheio de curiosidade em seu tom.
— Porque quando se sai do inferno, ninguém quer mais voltar
— dou de ombros, com meu coração acelerando um pouco e desvio
o olhar.
Não é um assunto que eu gosto de mencionar, mas também
sou um livro aberto, se ele perguntar o que significa, falarei, não
vejo motivo para esconder as coisas que acontecem na minha vida,
acho que por isso eu sigo em frente e faço tudo pelo meu presente e
futuro, simplesmente deixo as coisas saírem, desabafar com
qualquer
demais nopessoa mepara
presente deixalevar
semopeso nos ombros
passado junto. e já carrego coisas
Ninguém fala nada por alguns segundos, mas logo eles voltam
a discutir sobre a minha proposta, mesmo eu estando bem aqui.
— Ela está certa, mesmo se você falar que é um casamento
de mentira, a juíza já homologou o processo e agora apenas
divórcio, e só ela pode negar o direito a cinquenta por cento do que
ganhar e só hoje de manhã, cinco contratos foram assinados lá na
empresa, além de você precisar ficar no mínimo seis semanas em
Nevada,
você nãopelas
pode leis daqui,
morar aquiantes de mês
por um iniciare omeio
processo do divórcio
e o divórcio só saie
depois de seis meses. — Informa Matt, apontando pra mim, que
abro um sorriso inocente e o coitado nega com a cabeça. — Ainda
acho muito errado o que fez, mocinha.
Dou de ombros e continuo prestando atenção na conversa.
Tô pouco me lixando para a opinião de um desconhecido.
Quando você tem pena de um coitado, o coitado vira você.
— Além do mais, será bom pra você ter alguém ao seu lado
agora, o casamento de Riley e tal, as notícias vão começar a rolar
rolar...
...
— Vocês deveriam ter me impedido de fazer essa besteira
para início de conversa, nunca mais uso aquelas merdas que
usamos ontem. — Nicolas olha para o teto ao interromper o irmão, e
passa as mãos novamente pelo rosto.
— Seis
eu assine meses, sem
o divórcio pegardenada
pulando do que
alegria, eu éo seu e se
faço. — quiser que
Respondo
sem titubear.
— Então temos um acordo — sorrio.
— Com certeza o acordo mais lindo da sua vida. — Pisco pra
ele e ergo a mão em dúvida. — Uma perguntinha, inclui sexo? —
Nicolas fica tão vermelho que começo a gargalhar alto e tanto, mais
tanto, que sinto minha barriga doer.
— Até parece que quero uma adolescente na minha cama —
resmunga, andando em direção à porta do banheiro, negando com a
cabeça e só rio ainda mais.
— Nem Judas mentiu tanto assim, coroa — ele ergue o dedo
do meio e me jogo de costas na cama sem conseguir me aguentar
mais sentada.
Ah, sei que estou bem fodida, mas não disse que sempre
deixo as merdas baterem no ventilador depois? É o que estou
fazendo agora.
De novo. Mas, pelo menos, não volto para o Brasil.
Eu sinto algo tão certo.
Fazendo a coisa errada.
E eu sinto algo tão errado.
Fazendo a coisa certa.
(Couting stars - Onerepublic)
— Designer
imóveis, tanto quede
nointeriores,
meu último sou ótima organizando
emprego, o interior
os apartamentos dos
líderes
de vendas eram os que eu decorava. Infelizmente a empresa faliu e
fechou, botando uma pessoa tão talentosa como eu, no olho da rua.
— Solta um suspiro dramático.
Designer de interiores? Sério mesmo?
Não é possível que essa menina tenha os mesmos interesses
que eu. Nem que seja exatamente o que eu estou procurando para
a minha imobiliária.
— Designer de interiores? — Matt também está surpreso.
Aurora acena alegremente, passando mais uma página, chegando
na última de dez. Sim, Matt é esse tipo de advogado, preparado
para cada mínima coisa que possa dar errado ou nos prejudicar de
alguma forma.
Ele poderia ter tido esse senso ontem. Pau no cu.
Ainda estou indignado que esses idiotas me deixaram casar, o
que mais me intriga é a certeza de que essa ideia não foi minha,
nem mesmo drogado eu teria um impulso de fazer algo assim por
vontade própria. E se eu descobrir que foi um dos dois que propôs
isso... não quero nem pensar em como vou me divertir com a cara
deles.
São bonitinhas? São, a do Léo ainda mais, por isso, precisam
de algum estrago.
— Sou sim, quer dizer, não ainda, mas no último período
precisei estagiar e a empresa acabou me contratando antes mesmo
de terminar o estágio, inclusive, como vocês têm cara de serem
cheios dos contatos, não sabem de ninguém que precisa de alguém
como eu? Tô aceitando o emprego na minha área — ela bebe mais
refrigerante. — Pensando bem, qualquer emprego seria bom, mas
agora sou esposa, não acho que dançarina de strip seja adequado.
Começo a tossir quando engasgo com a água que estava
bebendo, e novamente, Matt desconta as raivas que já o fiz passar
nas minhas costas.
Porra.
— Ei, se você morrer eu me torno uma viúva muito rica, mas
prefiro que esteja vivo, coroa, gosto de olhar pro seu rostinho bonito.
— Aurora me oferece vários guardanapos de uma vez e os pego
para poder limpar as lágrimas que descem sem permissão.
— Éisso
deixaria claro que não vai
acontecer. Ela ser strip!demais
é nova — Declaro.
paraAté parece
fazer que eu
um negócio
desse, ela não tem noção, não? Pelo amor de Deus!
— Que pena, aposto que ganharia boas gorjetas, sei rebolar
que é uma beleza — decido ignorá-la totalmente, enquanto Matteo
falta morrer de rir ao meu lado. Ele ri tanto que falta o ar.
Claro, não é ele que está se fodendo, por isso está achando
graça.
Filho de uma puta.
— Ei, você trabalha com o quê? Ou não trabalha e é um
desses herdeiros ricos? Confesso que meu sonho de princesa era
ser herdeira, mas descobri que essa profissão não existe. — Minha
esposa falsa começa a tagarelar novamente, o que me dá a certeza
de que eu estava certo de manhã. Essa mulher em silêncio é um
perigo e anoto isso mentalmente para não me surpreender no
futuro.
Um futuro de seis meses.
Ótimo. Ótimo porra!
— Sou corretor de imóveis, um dos três donos da imobiliária
Ramsey&Collins — sabia que os seus olhos iriam se arregalar, mas
não sabia que sua boca cairia aberta.
Nem que meus olhos se atrairiam imediatamente para os
lábios cheios.
Abro um sorriso arrogante, não estou de bom humor
humor,, mas ver
essa garota sem palavras, com algo que eu disse hoje, é uma
enorme fonte de orgulho. Além disso, amo ver a reação das
pessoas quando falo da minha imobiliária. Ela se tornou tão grande
no país, que as pessoas que nem precisam de um corretor, ou
arquiteto, pesquisam sobre nós.
Nosso trabalho é tão bom, que temos revistas inteiras com ele
exposto. As mulheres sonham em ter uma casa que nós vendemos
ou fizemos.
alguém que Os homens
está sabem
no ramo que somos
de imóveis comascerteza
melhores opções.
já ouviu E
falar
sobre nós.
E ela ouviu.
— NÃO ACREDITO! — Se ergue na cadeira, ficando de pé na
minha frente. Infelizmente não consigo controlar o rápido olhar que
dou para o seu corpo, é automático. Ela chama atenção porra, só
não devia chamar a minha. — Minha nossa, meu sonho era
trabalhar com vocês, até enviei meu currículo, mas disseram que
não
bem estavam
chatinha,pegando estagiários,
foi mal-educada pra inclusive, sua recepcionista
cacete comigo. — Franzo oé
cenho, vendo-a voltar a se sentar toda animada. — Minha nossa,
por que eu nunca pesquisei sobre os donos? Vai me dizer que você
também é? — pergunta para Matt.
— Sou — responde com um sorriso igual ao meu no rosto. Ele
também tem orgulho do nosso trabalho.
— Oh, minha nossa — ela começa a rir e volta a olhar para o
contrato, pegando a caneta e assinando quando termina de ler. —
Aqui diz que eu vou morar com você, apoio total essa ideia. — Eu
não apoio.
Eu não apoio nadinha, mas quem disse que tive escolha?
Matteo simplesmente disse que seria suspeito demais que
minha esposa não morasse comigo, tanto para a imigração, quanto
para as pessoas quando soubessem que estou casado, porque
saberiam.
Mandei-o tomar no cu, o que não adiantou em nada.
Para meter no cu dos outros esse filho da puta é bom.
Gosta de foder um que é uma beleza.
Adivinha quem ele gostou de foder hoje? Eu, sem um pingo de
lubrificante.
— Você se forma em três semanas? — Foi o que entendi e ela
anui para a minha pergunta. — Certo, me passe o seu número,
estarei lá no dia da sua formatura para pegar você e levá-la para
Manhattan.
— Com o maior prazer — ela me dá o seu celular, um antigo e
com a tela trincada e anoto o meu número. Logo recebo uma
notificação no meu telefone com seu número e já salvo.
— Como você vai voltar para casa? — minha pergunta faz
Matt sorri. , Mesmo não gostando dela, não sou um babaca que vai
deixá-la aqui sem saber como voltar para a faculdade.
— Ah, a passagem já está comprada, foi na conta da vadia
daquela noiva, inclusive... — Ela olha para o relógio e falta saltar os
olhos do rosto. — Puta merda, preciso ir para o hotel pegar minhas
coisas e ir direto para o aeroporto.
Ela se levanta, pega a comida que não terminou e dá a volta
na mesa, oferecendo a mão para nós dois.
— Já vou nessa, mas te mando o dia da minha formatura por
mensagem. Beijinhos — ela aperta a mão do meu melhor amigo e
se abaixa na minha direção. Arregalo os olhos quando estala um
selinho na minha boca. — Tchau, maridinho! — E sai correndo. —
Diz tchau pro Léo. — Grita.
— Ela me beijou — murmuro estarrecido.
Matteo começa a rir novamente ao meu lado.
— Cara, você se meteu em uma furada tão grande...
E eu não sei? Eu sei, porra.
Mas não tô conseguindo raciocinar agora. Porque ela me
beijou.
Ele para
um lugar não precisa realmente
ficar. Comecei vir me buscar,
a pesquisar eu poderia
sobre ele arrumar
e ninguém sabe
ainda que ele está casado. Faz só três semanas, eu sei, mas ele é
importante demais para uma notícia dessa não ter saído em algum
meio de comunicação, então só posso crer que isso não saiu da
bolha dos três homens que eu passei a perna. Ele pode passar os
seis meses assim, se quiser, ele me prometeu continuar casado, e
isso já é mais do que eu poderia esperar dele.
Mas realmente pensei que viria hoje.
— Pode
bonzinho ser pizza?
comigo. — SeuAmo
tompizza,
de vozhoje é minha
pidão formatura,
só colabora sejaa
para
minha comparação com o cachorrinho.
c achorrinho.
— Já estou sendo, está na minha casa, não? Poderia estar
sendo deportada, agora. — Estou sendo legal.
Muito legal. Tudo porque declarei trégua ao ver seus olhos
tristes.
Não deveria me importar, mas o que posso fazer se sou um
ser humano decente? Empatia é foda.
Casamento é foda.
Aurora é foda.
Puta merda.
— Aff, você é mesmo um velho chato, hein? Supera, homem,
vai
ela. viver. — Trinco o maxilar, parando de andar e me virando para
— Você está ultrapassando um limite aqui, Aurora.
Ela para e me olha, depois suspira pesado.
— Desculpa, tá? Eu não queria te prejudicar com o casamento,
mas precisava de você, sei que não queria, sei que fui impulsiva e
fiz merda, mas aconteceu, desculpa — dá de ombros e morde o
lábio, receosa, olhando para os lados. — Não me orgulho do que fiz,
mas não me arrependo.
— Como não se arrepende e está pedindo desculpa? —
pergunto incrédulo.
— Porque você precisa delas, a desculpa nunca é sobre nós,
mas sobre os sentimentos de outras pessoas, eu peço desculpa a
você, não a mim, é uma coisa lógica. — De novo, sorri de lábios
fechados.
Faz sentido.
Decido encerrar o assunto e faço o pedido da pizza, falando
para Aurora
cansado que ela
e só quero me pode
sentarolhar tudo Ela
um pouco. na ocasa sozinha.
faz sem Estou
reclamar
reclamar,
, só
escuto os seus passos, andando de um lado para o outro pelo meu
apartamento, às vezes ouvindo uns gritinhos eufóricos.
Que merda, meu lugar de paz, silencioso e tranquilo, agora
tem uma jovem tagarela, que por acaso é minha esposa e que eu
não gosto da presença.
Porque eu não gosto.
Não gosto de estar perto dela.
Não gosto de ter casado com ela.
Não gosto de morar com ela.
Não gosto dela.
Ponto.
Só que foda-se esse ponto agora, não tenho escolha a não ser
ter ela aqui.
Metade de tudo que eu já ganhei nessas três semanas, só isso
que eu tenho a perder se quiser o divórcio agora. Milhares de
dólares. Então fecho os olhos e faço um pedido silencioso para que
eu possa aguentar esses meses sem jogar essa menina da janela.
Vai ser difícil. Vai ser muito difícil.
— Se você
madrugada, nãoque
eu juro tiver umvocê
mato bom—motivo para me
resmungo, acordar
virando de
o rosto
para o outro lado, onde a janela não clareia tanto, voltando a fechar
os olhos.
— Já são sete horas, Aurora. O sol
s ol já nasceu!
— E o que você quer que eu faça? Fotossíntese? — retruco
com raiva, enfiando minha cara no travesseiro.
Ódio, ódio que eu tenho por saber que não conseguirei dormir
novamente. Tenho esse pequeno problema, não consigo dormir à
tarde e não consigo dormir depois que acordo de manhã. Se Nicolas
já quer me matar, vou dar um motivo muito bom para ele fazer isso,
ao triturar suas bolas.
Aquelas que devem
devem ser uma delícia.
— Pensei que no convento acordasse cedo, para rezar e tal.
— Já foi para um convento? — resmungo.
— Não.
— Então, cala a boca.
— Está na hora de acordar, precisa trabalhar, garota —
devolve com sua voz grossa, sem se abalar
abalar..
— Não sei se você é lerdo assim naturalmente ou é sintoma da
velhice, mas eu sou desempregada — respondo, desistindo de
fechar os olhos ee me
calça moletom umasentando
blusinha na cama.
curta, Aindase
porque bem que dormi
tivesse de
dormido
como costumo fazer, que é só de calcinha, o coroa ficaria
traumatizado.
Seria uma visão e tanto, mas ele parece não querer ver essa
cena tão cedo. Uma pena, ele é chato, mas é um gostoso, não
posso nem negar. Pensa em um homem bonito e nem posso dizer
que transei com ele, porque não transei.
Encontrei um vídeo no meu celular
celular,, de nós podres de bêbados,
chegando no quarto para transar, mas enquanto eu fui ao banheiro e
conversava com o celular como uma verdadeira estrela pornô,
Nicolas tirou a roupa e ficou só de cueca em cima da cama, só que
dormiu. Antes de eu sentar, ele dormiu.
A minha eu do passado e embriagada, ficou muito triste, mas
essa eu aqui não fiquei, gostaria de lembrar se transasse com esse
homem, seria um evento e tanto.
Poderia até comprovar se ele sabe me manobrar bem, como
eu fiz a juíza acreditar.
— direção
em sua Não é mais, trabalha
tão rápido que para mim,tonta.
fico meio agora — estalo o pescoço
— Em quê, exatamente? — pergunto receosa, do jeito que ele
não gosta de mim, é capaz dele me colocar para limpar o seu
banheiro. — Olha, se for para arrumar a casa, eu até aceito,
trabalho sexual também, seria um prazer, mas isso não poderia ser
depois que eu acordasse naturalmente? — tagarelo, vendo seu
rosto ficar vermelho quando falo de sexo e abro um sorrisinho.
Nicolas revira os olhos com força e se afasta em direção à
porta.
— Tome banho e se arrume, agora você é a designer de
interiores da Ramsey&Collins, saio em quarenta minutos, é bom
estar pronta antes disso e descer para tomar café, estou te
esperando lá embaixo. — Continua andando como se não estivesse
vendo a minha boca aberta, quase encostando no chão. — E vista
uma roupa social.
Vejo-o saindo pela minha porta, mas ainda não consigo reagir
depois do que me informou.
Ele vai me dar um emprego? Será que eu vou trabalhar de
graça?
Quem se importa? Trabalhar de graça seria o mínimo depois
de tudo o que ele está fazendo por mim, embora ser contratada
apenas por ser a mulher de alguém não era muito o que queria.
Mas, se eu provar o meu valor, talvez quando tudo isso acabar,
Nicolas possa me dar ótimas cartas de recomendação ou me deixar
ficar lá e...
Minha nossa, eu vou trabalhar!
Me levanto em um pulo e corro para o banheiro, faço xixi,
escovo os dentes e me enfio debaixo do chuveiro, quase
desmaiando ao fazer isso logo depois de acordar, mas há
adrenalina percorrendo o meu corpo, o que impede que isso
aconteça.
Corro para o closet e peso minhas opções. Tenho roupas
sociais,
meu ternotrabalhava, afinal,
mais novo, comera óbvio
calça que em
branca precisava, então,
alfaiataria, umapego o
blusa
até o pescoço em um tom mais puxado para o nude e por cima, jogo
o blazer. Calço sandálias de saltos brancos, que deixam os dedos à
mostra e são segurados apenas por uma tira e me sento para me
maquiar.
Terminocabeça,
em minha de me maquiar, coloco um
em um coque alto,brinco
com ealgumas
ajeito os mechas
cachos
escapando.
Já pronta, desço para o andar de baixo, faltando apenas dez
minutos para os que Nicolas me deu acabarem. Sinto o cheiro de
comida vindo da cozinha e caminho até lá.
Nicolas está de costas, tirou o paletó e está só com a camisa
social preta por dentro da calça que delineia lindamente a sua
bunda. Quando escuta o barulho dos meus saltos, começa a falar
sem se virar.
— Têm panquecas, frutas e queijo quente, fiz café, não tem
açúcar, mas o pote está em cima da mesa e você pode dosar as
medidas. Temos poucos minutos antes de precisarmos... — Ergo o
olhar da mesa que tinha a minha atenção enquanto Nicolas ia
falando, até os seus olhos que estão passeando por todo o meu
corpo.
Sinto a mesma coisa que senti quando acordamos naquele
quarto, aquele arrepio gostoso percorrendo todo o meu corpo.
golpeAntes
nele. Edele
não estragar
é que eu tudo
dei? falando que eu estava dando um
— Sair. — Termina de falar e solta uma respiração profunda,
xingando baixinho e desviando os olhos para a mesa. — Sente-se.
Sorrindo, faço o que manda e ponho panquecas no meu prato.
— Você que fez tudo isso? — pergunto surpresa.
— Sim, estava com tempo, mas não se acostume — semicerro
os olhos quando noto o tom de voz um pouco rouco, mas ele
pigarreia, e começa a se servir
servir..
— Não vou — digo, dando de ombros e começo a comer. —
Por que decidiu me dar um emprego?
— Estou precisando de um designer, você está disponível —
dá de ombros, comendo um queijo quente.
Ergo a sobrancelha.
— Eu poderia ter arrumado um emprego nessas três semanas.
— Acordou hoje e falou que estava desempregada —
responde com sarcasmo e bufo.
— Droga, não posso nem me fazer de difícil — nego com a
cabeça e juro que por um momento, algo como um sorriso se forma
no cantinho da sua boca. Então, decido provocá-lo. — Mas você é
meu marido, sou facinha, facinha pra você.
v ocê.
Nicolas se engasga e começo a rir quando ele se recupera.
— Você precisa parar com isso, garota — nega com a cabeça,
os olhos injetados de repreensão.
— Com o quê, exatamente, coroa? — ele trinca o maxilar
quando o chamo de coroa e meu sorriso se torna felino.
— De dar em cima de mim — responde como se fosse óbvio.
Reviro os olhos. Se ele soubesse como eu gostaria de dar em cima
dele, teria um infarto.
— Você é meu marido.
— Seu marido falso, é um casamento falso — respiro fundo,
mas não falo nada, apenas enfio vários pedaços de panqueca na
boca para não abrir e falar merda. Eu sei, otário, nunca brincou na
na
vida? — Inclusive, não fale na empresa que é minha mulher, isso
fará as pessoas te olharem com outros olhos, e não os profissionais,
e eu não quero anunciar aos quatro cantos que estou casado.
Aceno
Nicolas comaoapensar
foi fofo cabeça,
na vendo que mesmo
minha reputação sem perceber
perceber,
lá dentro, mas ao,
mesmo tempo, me esfaqueou ao falar que não quer que as pessoas
saibam que ele está casado.
É comigo, poxa, sou um pitelzinho!
— Certo, como você vai explicar o fato de chegarmos juntos?
— pergunto com curiosidade, tomando um gole do café
maravilhoso. — Inclusive, você é muito bom fazendo a comida. — E
simplesmente, não consigo evitar falar em seguida. — É bom
comendo, também?
Seus olhos brilham, se tornando em um verde muito mais
intenso.
— Não era você que disse à juíza que eu te manobrei muito
bem? — pergunta com sarcasmo e gosto muito mais de ver o
sarcasmo do que a falta de paciência.
— Menti — pisco e ele revira os olhos.
— É claro que mentiu, não lembra de nada, assim como eu —
nega com a cabeça, o que ele faria se soubesse que nem
transamos? — Se sou bom, isso você nunca vai saber, garota. —
Fala diretamente. — E ninguém vai notar que chegamos juntos,
Leonardo, Matteo e eu temos um elevador privativo que sai no
nosso andar, entrando pela garagem. Depois você pega o elevador
comum e ninguém saberá como você entrou.
Dá de ombros e faz muito sentido.
Terminamos de comer em silêncio, sem que eu fizesse mais
perguntas, e logo depois, saímos da casa e entramos no elevador.
Meu ignorando
semanas telefone ema cima da para
garota, mesaprecisar
parece zombar de mim,
ligar apenas passei
para que
venha almoçar comigo, sendo que o intuito de não responder, era
não dar a ela esse tipo de intimidade.
Tenho medo até de pensar no que ela pode me enviar, caso eu
comece a respondê-la.
Tenho medo de gostar de respondê-la, como gostei de olhá-la
esta manhã.
Gostosa. Toda gostosa e sensual naquele terninho elegante.
Tão sensacional que perdi a fala e fiquei duro na mesma hora. Meu
corpo e minha mente discordam muito sobre o que fazer e o que
não fazer com ela. Não sei qual o padre do convento do qual ela
veio, mas tô pensando em ir lá dar uma voltinha e me confessar,
porque com certeza foi errado pensar em tirar cada pecinha daquele
maldito terninho.
Foi por pouco que não fiz, depois que disse que era facinha
pra mim. Tenho um pouco mais de senso do que meu irmão que
topa qualquer loucura, e esse senso me impede de dormir com uma
garota que me enganou.
Fui enganado por uma pirralha que nasceu ontem, olha só!
Sempre julguei alguns clientes que apareciam casados com
meninas muitos anos mais novas e jurei para mim que não seria um
desses pervertidos. Sempre gostei de ter mulheres da minha idade
ou bem próxima, na minha cama, Riley tem trinta e dois anos,
embora pareça
tínhamos ter vinte
interesses e cinco. estávamos
em comum, Gostava dananossa
mesmaharmonia,
fase e
éramos maduros. Mesmo que ela seja mimada, ainda era madura.
Aurora não.
Ela é impulsiva, tagarela e parece uma criança curiosa sempre
que vê algo novo. Ela é imatura, isso é o que ela é.
E mesmo assim, é com ela que estou casado. Contra a minha
vontade, mas estou.
E foi por ela que acordei duro, hoje.
Pego o telefone e disco o seu número. Ela não demora dois
toques para atender.
— É almoço? Se for, eu tô morrendo de fome. Algumas
pessoas até me chamaram para almoçar, mas tô zerada, marido,
agora se não for almoço, acho que vou precisar ir pra casa mais
cedo e assaltar a sua geladeira.
— Suba — é tudo o que digo, e desligo antes que ela
responda com alguma coisa.
Zerada.
Agora ganhei outra
outra responsabil
responsabilidade.
idade.
Volto a me concentrar no meu trabalho, mas o convite de Riley,
que nunca saiu de cima da minha mesa, me chama a atenção.
Faz quase um mês que chegou e ainda não liguei para ela,
não tomei nenhuma atitude e como eu poderia? Estou casado, o
que falaria para ela?
Não se casa com esse homem, pode me esperar por seis
mese
ses
s? Quando eu me divorci
cia
ar a gente se casa.
Até sendo lerdo do jeito que eu sou, sei que isso não é coisa
que se diga a uma mulher. Principalmente a uma ex-namorada por
quem você era apaixonado.
Uma mulher que demorou dois meses para namorar outra
pessoa, enquanto eu passei seis esperando por ela. Todos os meus
planos para o futuro incluíam a Riley,
Riley, ela ssimplesmente
implesmente chutou todos
esses planos fora e isso me frustrou pra cacete.
Escuto a porta da minha sala ser aberta. Ergo os olhos,
encarando uma Aurora com bochechas coradas, e um sorriso
imenso no rosto.
— Eu estou simplesmente amando isso aqui — faz um círculo
com o dedo indicador — sério, eu sabia que vocês eram ótimos,
mas ainda nem tive o meu primeiro trabalho prático e já estou
empolgadíssima,
tenho até planos estava
para odando uma neles
que fazer olhada—nos outrosum
parece projetos e já
vagalume
com o rabo aceso quando se senta à minha frente.
— Que bom que está gostando, é bom que seja eficiente
também — Aurora revira os olhos e se encosta no assento, olhando
tudo ao redor da minha sala. Meus olhos não saem da maldita. —
Por que você está vermelha? — Dois morangos, é o que estão
parecendo.
— Está quente hoje — ela se abana, desviando os olhos.
Estreito os meus.
— Tem ar-condicionado no seu setor, e o clima hoje não passa
de vinte e cinco graus.
Ela ergue as sobrancelhas surpresa.
— Sério? Deve ser isso então, tá frio demais, sempre fico com
as bochechas vermelhas no frio — apalpa elas, para dar mais
ênfase a sua mentira descarada.
— Aurora — repreendo.
E mesmo
emprego, abrigo eassim, aqui
um visto estou eu, almoçando, dando um
a ela.
Ela vê isso em meus olhos e nega com a cabeça.
Não respondo nada, apenas volto a comer, com os olhos fixos
no convite de Riley em cima da minha mesa.
O que eu faço agora?
— Passaram quanto tempo juntos? — ergo o olhar.
— Três anos. — Respondo.
— Muito tempo. Nunca namorei tanto tempo assim. Para falar
a verdade, só namorei uma vez e não passou de alguns meses. —
Ergo a sobrancelha.
— Só teve um namorado?
— Sou do time que curte uma boa foda, mas não tinha tempo
para gastar com namorado depois que vim para esse país, quando
precisava pensar em um futuro. — Pensava do mesmo jeito quando
tinha a sua idade.
— E Léo? — pergunta.
— O que tem ele?
— Não está gostando muito da minha cara, né? — nenhum
pouco, Aurora. Ele até quis acertar a asa do seu avião com uma
bazuca.
Pena que tinha outros passageiros.
— O que você queria? Que ele te entregasse flores quando
vocês se encontrassem? — Dá de ombros.
Léo está magoado. Ele é a pessoa mais rancorosa que eu já
conheci.
Eu sorrio.
— Eu duvido muito disso, precisaria conquistar o meu primeiro
e te digo logo, não vou deixar você fazer isso.
— Não preciso que você deixe, quando você menos esperar,
vai estar louco por mim — pisca um olho e reviro os olhos.
Não respondo.
Ela não vai conquistar o meu afeto.
Nem minha confiança.
Nem nada meu.
Principalmente… eu.
tem ninguém que faça nada por ela. É egoísta, mas eu seria
também se estivesse no lugar dela.
— Você já está de quatro por ela, Matt, assume. — Meu irmão
resmunga, tomando um gole da sua cerveja, enquanto procura um
jogo na televisão.
televisão.
— Não gosto do que fez, mas ela é legal, eu lembro de tudo
naquela noite e fora a anulação, não fez mais nada de ruim.
— E a cena que ela fez já não deveria ser o bastante? —
pergunto, erguendo a sobrancelha.
Ainda lembro como se fosse ontem quando a miniatura de
Barney Stinson [4]mentia como uma profissional na frente da juíza.
— Ela já estava casada, só
s ó aproveitou a oportunidade — dá de
ombros.
De novo, me vejo a olhando pelos olhos dela.
Eu faria a mesma coisa se estivesse em seu lugar? Não sei,
talvez sim.
Talvez não.
— A porta dela está aberta, então? — Léo pergunta, curioso.
Franzo o cenho.
— Que porta?
— Aquela em que ela dá uns beijinhos, tira a roupa e mexe a
bunda bonita?
— Tá muito interessado na bunda dela — reclamo e seus
olhos reviram.
— A bunda é bonita, mas meu papo é o coração — peitos, o
papo dele é peitos. — Só quero saber se caso essa porta esteja
aberta, se você irá entrar.
Mordo o lábio inferior, pensando.
— Não teria nada de mais, sabe, se for consensual, os dois já
estão casados e com uma data para acabar bem-marcada, não tem
nada de errado nisso, ninguém disse que só porque o casamento é
falso, que vocês dois não podem se beneficiar disso — completa
meu melhor amigo.
— Além do fato de ela ter me dado um golpe e ter vinte anos?
— argumento.
— Já falamos sobre o golpe, agora a idade… — É Matt, a
idade fode.
— Vocês já foderam, pelo que a gente saiba, repetir não vai te
matar, sabe, seria bom para a convivência de vocês, não significa
que vai se apai
apaixonar
xonar por ela. — Por que nã não
o é surpresa qu quee
mesmo sendo rancoroso, Léo esteja me empurrando para cima
dela?
Ah, é. Porque Léo
Léo quer que eu viva mais.
Porque Léo quer me ver fodido.
— Não acho que a porta dela esteja aberta — falo. Não que eu
queira que esteja. Acho que tudo que Aurora fala é mais uma
provocação do que um chamado para agir.
Ela é jovem, gosta de brincar com o perigo, não significa que
queira correr em direção a ele.
— Mas e se estiver?
— Então a minha estará fechada. — E os dois me olham como
se soubessem que o que falei é mentira.
E eles estão certos.
Perdida, mas agora me encontrei.
Eu posso ver que já fui cega uma
vez.
Eu estava tão confusa quanto
uma criancinha.
Tentei pegar o que podia, com
medo de não conseguir encontrar.
Todas as respostas que preciso.
(Born to die - Lana Del Rey)
Veja bem, não sou ladra, juro que não sou. Esquecendo
aquela vez em que peguei o lápis emprestado da professora
Lucinda, de geografia, para fazer uma prova e nunca mais devolvi.
Ou aquele batom nude da minha mãe, que peguei para o dia da
minha formatura e até hoje ela está procurando. Mas foram eventos
isolados, não justificam nada. Nem servem de argumentos se for
parar no tribunal, seria inocentada na hora.
Mas todo mundo tem uma fase rebelde, e eu não escapei,
todavia, não me arrependo de ter roubado mais uma coisinha de
nada hoje. Foi o convite de casamento na mesa de Nicolas quando
ele estava distraído.
Para falar a verdade, tô fazendo muita coisa da qual não me
arrependo ultimamente, embora a coceira da culpa esteja me
irritando um pouco. Fala sério, todo mundo sente culpa por algo,
mesmo que não se arrependa, não vamos começar com hipocrisia
aqui.
Só tenho pena de mim quando a merda do karma me pegar.
E o karma pega todo mundo. Ele chega, pega a sua mãozinha
e te joga de um penhasco sem dó alguma.
Olho o papel na minha mão.
Riley & Mason.
A ex do meu atual marido falso, e o noivo dela.
Será que ela e Nicolas ainda se falam? Eu sei que sou cara de
pau, mas nem mesmo teria a coragem de enviar um convite de
casamento para um ex assim na boa, sem remorso, então eles com
certeza ainda se falam.
Tá,, tal
Tá alve
vez
z eu ten
enha
ha es
ess
sa cora
corage
gem
m, mas eu sou úni
nica
ca..
Talvez sejam amigos, nem sempre final de relacionamento
significa final de amizade.
Talvez sejam amigos, nem sempre final de relacionamento
significa final de amizade.
Talvez eles ainda se encontrem? Será que ele toma café com
ela? Troca mensagens? Ligam quando sentem saudade? Não sei
por que isso me incomoda.
Não deveria, mas incomoda bastante.
Não gosto de Nicolas, acho ele incrivelmente atraente e não
recusaria sentar nele algumas vezes, principalmente quando ele
está irritado. Mesmo assim, não estou apaixonada pelo cara, mal o
conheço para ter esse sentimento. Só que a ideia de ele ser amigo
dessa mulher e de um dos motivos para ele ter concordado em
continuar casado comigo, mesmo um quase insignificante, contando
com os outros que o deixariam em uma péssima situação, me deixa
com o estômago embrulhado.
Deve ser medo.
Odeio sentir medo.
É desgastante.
Vem junto com a ansiedade e adivinha? Odeio estar ansiosa.
E se
Nicolas ela ainda sentir
simplesmente algoo por
me pedir ele e desistir do casamento e
divórcio?
Mesmo que tenha sido corajosa e dito que tomaria o que
pudesse no divórcio, menti. Sou ótima mentindo, posso até dizer
que sou profissional nessa arte, mas é óbvio que se ele pedir o
divórcio, eu não pediria nada dele.
Não tomaria nada dele, não sou assim.
Infelizmente não sou assim. Sou trouxa, tonta, coração de
bombom.
Mas seria deportada.
Ainda não recebi a notificação da imigração sobre o meu visto,
não acho que vou receber agora, já que ele tecnicamente ainda não
venceu, faltam alguns dias para isso acontecer, mas se eles
chegarem a me notificar e Nicolas escolher ficar com essa mulher
mesmo com as
vou me foder consequências que acha que terá, eu simplesmente
feio.
E sabe o que é pior? O pior é que mesmo assumindo ser uma
pessoa egoísta agora, não seria capaz de separar eles dois, caso
queiram ficar juntos. Amor é uma coisa complicada, mas única,
mesmo assim.
Odeio o amor.
Odeio amar.
Odeio ser uma boa mentirosa, mas não tanto para me
convencer de que odeio esse sentimento.
Eu amo. Eu amo amar.
Que tipo de monstro eu seria se eles decidissem ficar juntos e
ainda atrapalhar? Mas se for parar para pensar, caso isso aconteça,
o noivo dela fica disponível, não? Será que se ele for abandonado
como eu, não aceita ser meu marido? Será que Nicolas ficaria puto?
Ou será que ele não se importaria?
Eu me importaria.
Eu me importaria e muito.
Mas ele não, provável que agradeça a Deus se isso acontecer,
só para se livrar de mim.
Mas a ideia de ser esposa de mentirinha de outra pessoa não
me agrada nem um pouco, confio em Nicolas. Confio apenas nele,
sem motivo, apenas intuição.
Foda.
Essa situação é foda, puta merda.
Saio do meu quarto em meu pijama mais indecente, apenas
para provocá-lo.
que oEsse
outro,coice de cavalo ainda vai acabar comigo. É um mais forte
porra.
— Não deve — otário, acrescento mentalmente e abro um
sorriso forçado. Me aproximo da sua mesa, sentando-me na
pontinha dela e observando seu trabalho. Um belo trabalho. Uma
casa linda. — Tá cumprindo com o que disse que faria? — pergunto
cautelosa, sem olhá-lo.
Sinto seus olhos em mim, mas não devolvo.
— E o que eu disse que faria? — pergunta.
— Você sabe, enfeitando minha cabeça — dou de ombros,
pegando alguns papéis sem permissão. — Geralmente gosto de
Os pés do curupira.
Bem legal.
Meu cu.
— Podemos ser amigos? — pergunto e seus olhos se voltam
para mim novamente.
— Amigos não dão golpes em outros amigos, Aurora. — Sua
mão desfaz o nó na gravata e ele a tira, desabotoando as mangas
da camisa com o semblante sério.
— Cinco meses, Nicolas, temos um acordo de mais cinco
meses, estou morando com você, dormindo no quarto ao lado do
seu, trabalhando como sua funcionária e sou a sua esposa, nosso
relacionamento pode ser mentira, mas sou sua esposa de verdade,
tenho um papel
se evitar, que semana
faz uma comprovaque
isso,
eusócheguei,
quero que a gente
e essa é apare de
maior
conversa que tivemos desde aquele almoço no seu escritório. —
Acuso, me colocando de pé. Os olhos dele são atraídos
automaticamente para mim e aquele friozinho que não gosto de
admitir sentir, mas sinto mesmo assim, percorre por todos os
lugares que ele olha rapidamente.
— Ainda não aceitei o que aconteceu, como quer que eu haja
como se não tivesse me forçado a casar com você? — apoia os
cotovelos na mesa, me encarando com seriedade.
Reviro os olhos.
— Você parece um disco arranhado, Nicolas — nego com a
cabeça. — Você nunca supera nada? É por isso que precisa de mim
para mostrar a sua ex que superou? Não consegue fazer sozinho,
né? — Ele abre a boca, mas interrompo. — Não venha mentir e
dizer que só é porque eu tenho direito a metade do dinheirão que tá
fazendo esses dias ou que eu te forcei a aceitar, você aceitou e um
dos motivos foi ela, seja para tentar sair por cima, ou por querê-la de
volta, não me importo, seja sincero consigo mesmo — aponto para
ele. — Só estou te pedindo para que possamos viver em harmonia,
não quero que se apaixone por mim, nem mesmo que esse
para Ela
mim,parece
e seusentir quando
sorriso me aproximo,
se torna um poucopois
maisdesvia os olhos
divertido. Me
provocando apenas com a boca.
Essa boca…
Ela fala besteiras, me dá broncas, me provoca…
Será que beija bem também?
Abro sua porta sem pedir sua permissão, como ela nunca
pediu permissão para entrar na minha vida e desvio o olhar para o
loiro oxigenado. Ele está com um sorrisinho arrogante de merda no
rosto, mas quando me reconhece, apruma a postura e me olha com
respeito.
— Senhor Ramsey — cumprimenta.
— Bom dia — respondo, não dedicando mais atenção a ele e
voltando a olhar a cara de pau na minha frente. — Tá com calor?
Seu sorriso aumenta mais.
— Por quê, senhor Ramsey? — abusada, é assim que o
“senhor” sai da sua boca.
Puro abuso.
— Está vermelha — tombo a cabeça para o lado, enfiando as
mãos nos bolsos da calça social grafitti que levou meu rim
esquerdo, a qual escolhi hoje.
O rim valeu a pena, é da marca de um grande amigo.
— É que tá quente, não acha? — Ela começa a se abanar,
toda fingida e sem vergonha. Atuando exatamente como uma
semana atrás e é o que basta para que eu saiba o motivo dos seus
morangos no seu primeiro dia. Reviro os olhos e tento novamente
lembrar que prometi ser razoável com ela.
Só isso.
— Eu não sou burra, Nicolas, mas admirar a vista nunca matou
ninguém. — Dá de ombros, se virando para a porta do elevador
abrindo. — Assim como você pode admirar minha bunda nesse
vestido quando eu sair na sua frente, ela está espetacular — fala,
saindo como disse. Não resisto, é automático depois do que ela
falou.
Me recrimino assim que meus olhos batem na bunda redonda,
e sinto um puxão em um lugar que eu não deveria. Ergo os olhos
com raiva.
— Fez de propósito — a acompanho em direção à garagem,
sem me escapar o sorriso convencido em seu rosto.
— Claro que fiz, sou muito consciente dos meus atributos,
nada do que fale me fará sentir menos do que perfeita. — Abro a
porta do passageiro do meu carro, e ela entra.
— Não ia falar nada. — Me acomodo e coloco o carro em
movimento.
— Então concorda? — pergunta divertida. Nem me digno a
olhar para sua cara.
— Não disse isso — rebato, mentindo descaradamente, com
sua risada preenchendo o ambiente. — Mas você está certa. —
Cedo. — Só não quero notar isso.
— Que sua esposa é muito gostosa?
— Que minha esposa tem vinte anos — respondo, lançando
um olhar acusatório. Seus olhos reviram. — Você não tem nem
idade para beber legalmente, Aurora. Como diabos estava tão
bêbada na boate? — pergunto, curioso pela primeira vez, porque
Josh não é alguém tão irresponsável assim.
— A noiva tinha passe vip, o segurança nem olhou minha
identidade, e eu fiquei bêbada a ponto de perder a memória, porque
experimentamos todos os drinks da noite. — Confessa, recebendo
um olhar duro, meu. — Nem vem, coroa, você também estava
Esplêndida.
A casa inteira está esplêndida.
Não sei como, mas a mistura de texturas está tão harmoniosa,
que não parece que há mais de um estilo na organização, a
modernidade, misturada com elementos rústicos torna tudo ainda
mais aconchegante. Aurora é mesmo boa no que faz.
Desde os móveis, ao planejamento da estrutura interna.
É talentosa de verdade.
Que bom que a trouxe para trabalhar comigo e não a deixei
ficar mofando no meu sofá, abusando da minha boa vontade,
tomando conta da minha casa. O cliente também adorou. Wilian, um
empresário
sua mais comigo
casa nova, novo doexplicando
que eu, já foi apresentado
todos a cada
os benefícios docanto
lugarda
e
está satisfeito com absolutamente tudo.
Mais de uma vez, ele elogiou o design interno, e mais de uma
vez, deixei claro que era trabalho de Aurora. Porque foi.
Sou justo.
Ela trabalhou a semana inteira aqui, pegou o antigo projeto
decrépito que outros do seu setor haviam feito, inclusive seu chefe
de merda e o renovou com maestria, deixando tudo do jeito que o
cliente queria. Tinha como eu não a elogiar? Não tinha. A golpista é
mesmo boa.
Muito boa.
A observo de lado, enquanto Wilian sai para atender uma
ligação, e franzo o cenho quando noto algo que ainda não havia
notado.
— Está tremendo — miro seus dedinhos que se apertam com
minha fala. Seus olhos focam em mim, focam no meu olhar e vejo
ali a minha resposta. — Está nervosa. Por que não disse que estava
nervosa?
— Não estou nervosa — sorri, desviando os olhos.
— Está tremendo — repito.
— É apenas um reflexo de eu ser uma tremenda de uma
gostosa — reviro os olhos, mas acabo deixando um ssorriso
orriso escapar
escapar..
— Aurora — repreendo, me aproximando e tocando seu
queixo. — Você fez um excelente trabalho aqui, muito bom mesmo,
ele adorou, eu adorei, você também, ou não teria entregado, então
não precisa ficar nervosa, ele quer a casa, vamos assinar depois
daqui e sairemos com a venda — falo olhando em seus olhos. —
Parabéns. — Digo, com seriedade. — Você merece.
Ela sorri lentamente, tombando a cabeça para o lado.
É um sorriso adorável.
Adorável.
Pisco.
Pisco.
Não é adorável porra nenhuma.
— Tá bonzinho comigo, coroa, o que você quer? — Que você
pare de ser adorável.
— Não quero nada, só estranhei como uma pessoa que tem
um ego enorme e nenhuma vergonha na cara, pode ficar nervosa
com
voltaruma
parasimples entrega
onde estamos. rebato, com sarcasmo, vendo o cliente
malícia.
— Vou sim, nos vemos por aí — nos leva até a porta e nos
despedimos.
Não demora nem o tempo da minha bunda sentar no meu
querido banco de couro, antes que ela abra a boca.
— Passou? — pergunta quando nos acomodamos no carro.
— Passou o quê? — respondo confuso, saindo do bairro
residencial e entrando em uma avenida movimentada.
— A vontade
rapidamente. — Não de
foi omijar
que —
fez?franzo
Mijou oemcenho, a olhando
mim para marcar
território lá dentro.
Olho para frente.
— Não sei do que está falando.
— Assume logo.
— Por que eu mijaria em você? Não é minha.
— Sou sim.
Não é não.
— Poderia
da R&C. ser em qualquer hora, tem um excelente na esquina
— Rebate.
Por que eu sabia que falaria algo assim? Porque vejo quando
ela sai para comprar com o cartão corporativo que fiz Matt dar a ela,
fingindo que tinha sido ele, com a desculpa de ser para o almoço.
— Por que não um filé? Queria um filé. — Minha comida
favorita.
— Já comeu isso ontem.
— Mas quero de novo, e desde quando sabe o que eu como?
— além de golpista, é stalker?
— Subi para almoçar com Matt e vi seu almoço chegando.
Perguntei a Laura o que era, ela nem titubeou ao falar.
— Fofoqueira do jeito que é, eu não duvido. — Quando Laura
morrer, vai ser um caixão para ela, outro para a língua. — Não sei
como ela não espalhou que tinha almoçado comigo no seu primeiro
dia.
— Ela espalhou. Já me perguntaram o porquê fui almoçar com
o chefe, nãoporque
principalmente nessas palavras,
sempre mas com
vou embora todos estão
Matt. curiosos,
Acham que eu
namoro ele.
É o quê?
— O que você disse sobre isso?
iss o?
— Que sou casada e que meu marido não é ele — menos mal.
Pessoal fofoqueiro que gosta de cuidar da vida dos outros. Se
as pessoas começassem a cuidar das próprias, e fodessem mais,
duvido se não estariam ocupadas demais para fazer fofoca.
Mudo de assunto.
— Só responde.
— O motivo? — hesita. Assinto. — Tenho uma família muito
manipuladora que não me deixavam ser eu mesma, minha mãe é
religiosa ferrenha e meu pai é muito conservador, isso não seria
problema se eles me respeitassem, mas nada do que eu falava ou
queria era digno de atenção, só fazia o que eles queriam, ia para
onde iam, vestia o que me mandavam, até minha comida era eles
que escolhiam, chegou um momento em que isso ficou insuportável,
meu pai me prendia em casa e sempre que eu questionava, ele
erguia a mão pra mim...
— Seu pai te batia? — Quem esse imbecil pensa que é? Onde
ele mora? Como ele se atreve a erguer a mão pra ela?
Ela me olha.
— Batia, mas não bate mais, dei um basta na situação e decidi
sair de casa. — Fez bem. Ninguém merece não se sentir seguro
dentro do próprio lar.
Não que eu não tenha vontade de esganá-la, mas é só
vontade, nunca encostaria um dedo nela. A vara da infância nunca
pegou
certeza.esse cara? Se me virem casado com ela, vão me pegar, com
— Não quis denunciar?
— Não, apesar de tudo, são meus pais, só que eu me amo
demais para ser obrigada a me diminuir para caber na vida deles,
por isso fui embora.
Entendo.
Entendo muito bem o significado de família tóxica.
— E por que os Estados Unidos? — sondo, tentando não
pensar que o seu pai a batia.
Covarde.
Covarde de merda.
— Ah, então, estava lá, vivendo minha vida, até aí tudo
péssimo, entãodeo intercâmbio
vários cursos meu professor de português
voluntário para foradisse que havia
do país, onde
cuidaríamos do meio ambiente, e como vim do pulmão do mundo, o
meio ambiente sempre é fonte de importância primordial, só que eu
gostei da ideia de sair do país e procurei faculdades que estavam
com inscrições abertas para bolsas de estudos completas, ao invés
de alguns cursos de intercâmbio — Tagarela, enquanto entro na rua
da R&C. — Me inscrevi apenas por inscrever, não achei que
realmente iria conseguir,
conseguir, embora minhas notas fossem as melhores,
mas quando a LSU me aceitou, não pensei duas vezes, me
organizei e vim. Ponto final.
Aceno com a cabeça.
— Não pensou no que eles achariam da sua ideia?
— Para falar a verdade, pensei, porque eles não queriam me
ajudar financeiramente, disseram que se eu saísse, nunca mais
poderia voltar, só que então pensei: Se eles não vão me ajudar, não
poderão se meter na minha vida
v ida e finalmente poderei ser livre, então
aceitei e aqui estou eu.
— É aquele ditado, quem não paga as minhas contas, não se
mete na minha vida. — Comento, tentando relaxar o clima.
— Ou seja, nem eu mesma podia me meter nela — ri e abro
um sorriso, negando com a cabeça.
Paro em frente à hamburgueria e entramos, logo nos sentamos
em uma mesa.
Um garçom para na nossa frente e anota nossos pedidos,
Aurora pede um hambúrguer
hambúrguer,, uma porção de batatas fritas, um
refrigerante e um bolo de chocolate para a sobremesa. Eu não peço
nada, apenas olho para a garota.
ex? ——tão
Qual a merda? — pergunta minha falsa esposa. — É sua
perceptiva...
— É sim — concordo, quando seu prato chega, ela não
demora a começar a comer e ainda fala de boca cheia.
— E dizem que eu que sou a cara de pau.
— Talvez seja maturidade — ela engole o conteúdo em sua
boca e me olha, atenta ao que eu digo. — Somos adultos, uma hora
ou outra ela me ligaria.
—aberta.
a boca Está defendendo suafeia,
— Que coisa ex para a sua atual? — questiona com
Nicolas.
— Não é minha atual — não é.
— Sou sim.
— Não é.
— Vocês ainda se falam? — pergunta curiosa, desistindo de
insistir. Por enquanto. Do jeito que ela é, vamos nos divorciar e é
capaz de ela aparecer na minha casa para falar besteira.
alugarSeum
bem queDinheiro
lugar? não façopra
ideia deela
isso para
vaionde ela vai.
ter, assim Seráemprego
como que vai
para se manter.
— Não depois que recebi o convite, antes disso? Quase toda
semana. — Sou sincero, não tenho por que esconder nada.
— E conversavam sobre o quê?
— Sobre coisas que não são indicadas a menores de idade —
falo com diversão. Só tentando.
— Seu cu — retruca, mas tem um sorriso na sua voz,
enquanto termina de comer o hambúrguer em duas dentadas e
— Assume logo.
— Sim, justamente por eu ser chatinho assim. — Suspiro
cansado.
— Quando vocês começaram a namorar, você era diferente?
— come com pressa.
— Por que você é tão intrometida? — pergun
pergunto.
to. — E tem
como comer mais devagar? Vai se engasgar assim, Aurora —
repreendo.
Tão perceptiva.
Tão linda.
Tão golpista, também.
Tenho que lembrar disso sempre.
— É legal saber que não sai só besteira da sua boca — ela
solta uma risada e pega sua sobremesa, quando o garçom volta.
— É raro, mas acontece. — E novamente, sorrio pra ela.
— Muito raro — ri.
— Como você está? — pergunta.
Ergo a sobrancelha.
em que— você
É a verdade, você
finalmente tireestá,
essaela está dos
venda noiva, talvez
seus hoje
olhos sejaque
e veja o dia
o
tempo está passando e nada mais é como antes, às vezes, a vida
traz o passado para nós, para que não cometamos o mesmo erro, é
sua chance, coroa — Dá de ombros e volta a beber refrigerante
como se não tivesse me dado mais uma lição de moral.
Ela gosta de fazer isso.
— Ok, vinte anos, vamos ver se eu não cometo o mesmo erro
outra vez — seus olhos reviram, mas ela sorri, pega seu bolo e se
levanta.
— Tem várias outras pessoas por aí, disponíveis para você.
— Você está incluída? — Sondo, olhando de esguelha e quero
matar Léo e Matt por me fazerem pensar nela assim.
Como
Como se eu não a quis
quise
esse
sse de
des
sde qu
que
e aco
acord
rde
ei naqu
naquel
ela
a cama.
— Você gostaria disso? — pergunta com interesse.
Se eu gostaria?
— Tenho
Tenho m
medo.
edo.
Ela me olha, enquanto tiro o meu cartão para pagar pela sua
bomba calórica.
— De quê? Eu não mordo, não. A não ser que você goste, eu
até gosto, umas mordidinhas no pescoço aqui, na bunda ali,
saudade disso, aliás.
— De mordidas? — ergo a sobrancelha, abrindo a porta para
que saia na minha frente. A maldita sabe que vou olhar para a sua
bunda, principalmente depois de me fazer pensar nela com aquela
nossa
ao conversa, só isso explica o fato de rebolar com tanta vontade
andar.
——
que era É você que verdadeira.
verdade, acha que eu sou bonzinho, Aurora, nunca falei
— Vê se paga um café para ela e uma pomada para assadura,
nunca dei minha bunda linda, mas deve doer. — Ele assente e se
manda para dentro. — Nicolas disse que… — ele fecha a porta na
minha cara. — Grosso — grito para a madeira.
Grosso mesmo, garrafinha pet. Nem a toalha foi capaz de
esconder.
Será que o de Nicolas é assim também? Não tive tempo de
olhar quando acordei ao seu lado, só de sentir. Era um tamanho
considerável na minha bunda.
Volto para o elevador e espero ele chegar para entrar.
Nicolas já está dentro dele, quando as portas se abrem.
— Tá vermelha por quê? — De novo isso? A obsessão desse
homem com a cor das minhas bochechas me assusta. Toco minhas
bochechas, as sentindo quentes e sorrio para meu marido e seus
olhos semicerrados. — Deixa eu adivinhar, ele estava fodendo?
estãoParece quetem
indo foder veraas pessoas
mesma fodendo
reação e saber
com as que
minhas as pessoas
bochechas.
As duas cenas me deixam
deixam vermelha.
— E não é que você adivinhou? Já jogou na loteria? Não, não
precisaria, já é ricaço — respondo, tagarelando como um papagaio.
Nicolas tomba a cabeça e cruza os braços.
Sua pose é durona, seu semblante também está fechado.
Nicolas com raiva é um evento.
— Ele pelo menos falou com você?
— Disse que resolvia depois.
faço. Sempre amei, desde que era novinha. Coisas sobre lar sempre
me chamaram a atenção. Sempre sonhei em fazer o meu próprio
enxoval de casa nova, mas ainda não consegui fazer isso.
Um dia.
Um dia eu faria.
Me distraio do meu trabalho, quando um loiro lindo, mas tão
cara de pau quanto eu, bate em minha porta. Aceno para que entre.
Menti pra Nicolas. Disse que ele me lembrava Aaron Warner,
de uma série de livros que eu gostava. O idiota acreditou como se
algo assim fosse mesmo possível, quem fica vermelha porque viu
um cara que se parece com um personagem de livro? Fala sério!
Ele não me lembrava ninguém, eu ficava vermelha porque o peguei
metendo
Ele a vara
não sabe navi,sua
que euestagiária no meu
tinha entrado primeiro dia
no banheiro de trabalho.
e estava dentro
de uma cabine quando entrou com ela e trancou a porta. Ele a fodeu
em cima da pia.
Tadinha da pia, levando porrada logo cedo.
Minha porta estava entreaberta, porque já estava quase saindo
quando eles entraram, mas não perceberam. Philips precisou tapar
a boca da pobrezinha enquanto metia na ruiva gostosa. Porque era.
Era muito linda a ruiva dele, e ele é muito lindo também.
Principalmente a bunda dele. Agora, toda vez que eu o vejo, me
lembro daquela cena. Nunca presenciei sexo fora do quarto. São
coisas que o convento impregnou em mim e nunca havia feito.
Assim como nunca trairia o meu marido, mesmo que seja falso e
não ser uma voyeur. Mas não tive muita escolha e confesso que
fiquei um pouco excitada.
— Bom dia, Philips, a que devo a honra? — além de me fazer
lembrar que a cabeça do seu pau é rosinha e agora minha cara
deve tá rosinha também?
E olha que eu sou uma sem-vergonha.
— Tá rolando um boato aqui, é sobre você, achei que gostaria
de saber — ergo a sobrancelha.
— Clde
porcarias arofofocas.
que vi, É
sesobre
mpre sisso
omosque
os queria
primeirfalar
os a, santes
falar, aber que
dessa
ses
espalh
espalhas
asse
se pel
pela
a em
empre
presa.
sa.
Solto uma risada.
— Sinto muito, marido, mas parece que seu segredinho sujo já
foi descoberto, ou isso, ou eu cuspi no café de todo mundo, porque
os rostos deles não estão nenhum pouco bonitas para cima de mim.
— Tem uns que são feios de natureza, mas quem está ligando?
Escuto Nicolas praguejar do outro lado da linha.
— Sub
Suba,
a, Au
Auro
rora
ra.. Ag
Agor
ora.
a.
— Não, sua empresa, sua decisão. O que você disser, pra mim
tudo bem, embora saiba que uma hora ou outra, vão saber a
verdade. — Dou de ombro e ele assente. Seus olhos se voltam para
a porta.
Sei, pelo seu olhar, que não está irritado pela notícia vazar, ele
está furioso por não ter tido sua privacidade respeitada por uma das
pessoas que mais confia aqui dentro.
— Vai demiti-la? — pergunto.
— Isso é óbvio.
— Não se segure por mim, acho até que vou gostar. — Foi
uma falta de respeito enorme.
Odeio falta de respeito com pessoas que estão fazendo algo
por você.
Nicolas me olha.
— Só depois que Matt ver a questão logística de tudo. Ela vai
ser demitida, mas ele garante que não levaremos um processo
depois. — Assinto.
Penso seriamente em contratar Matteo como meu advogado.
Ainda tenho vinte anos, do jeito que sou, vou pegar uns trocentos
processos ao longo da vida. Se duvidar, até Nicolas pode me
processar ainda.
— Então, o que eu faço? Nego?
— Pode dizer que é, vão descobrir que é você de qualquer
jeito, só não deixe que te coloquem para baixo por você ser minha
esposa, como se só estivesse no seu cargo por isso.
— Mas só estou no meu cargo por isso — sorrio divertida e
Nicolas semicerra os olhos.
— Você sabe do que estou falando. — Sei sim. — Além disso,
você tinha um tempo teste, você passou nele. — Abro a boca em
choque.
Depois que tive uma visão de como ela é linda por baixo das
roupas.
Estava chegando em casa depois do trabalho e tinha avisado
ponto comigo. Se vai sair para comprar algo, me avisa, se vai sair
mais cedo do trabalho, passa na minha sala, se quer nadar na
piscina no edifício, diz que horas vai voltar. Se sai para projetar
algum interior, me convida para ir junto. Minha esposa me relata
absolutamente tudo.
Aurora não me deve satisfação, mas me deixa extremamente
satisfeito com essas atitudes suas. Para um homem que gosta de
estar no controle? Ela é perfeita.
Perfeita para mim, vê se pode?
Que pena...
Então, quando eu disse que deveria ir se fosse sua escolha e
ainda disponibilizei meu cartão para usar, o pedacinho de mau
caminho pulou para
psicologicamente de alegria e sorriu
o que sairia de lado.
da sua boca bonita.Me preparei
“Eu poderia ficar de joelhos, marido, e te mostrar o quanto eu
sou agr
agrade
adecid
cida”
a”
Tudo o que eu queria era abrir meu zíper e deixá-la me
mostrar o quão obediente era.
Eu já conhecia o seu lado capeta. Aquele sorriso dela, é o
desse lado.
Estamos
mas tudo flertando
nela me chama muito nos tudo
a atenção, últimos
neladias, não avançamos,
me atrai.
Estamos a ponto de explodir.
Quando sorri de lábios fechados, é porque eu fiz algo que
gostou, então repito.
Como quando fica exultante quando a levo para vender ou
apresentar alguma casa comigo. Aurora ama me acompanhar e ficar
me admirando em silêncio. Ela não sabe que eu faço o mesmo
quando se distrai com algo.
É difícil não fazer. Mesmo com minha mente repetindo que é
uma farsa, meus olhos ainda insistem em me mostrar que ela é a
pensativa.
Tem outros sorrisos, todos dados de maneiras diferentes. O
malicioso, o dengoso, o de menina, o de mulher. Tem o que ela dá
quando acha
diz: “Estou algo engraçado,
sorrindo, mas queromas não .”quer demonstrar, tem o que
te matar
matar.”
Vários e vários.
Eu decorei todos eles. Todos os que ela já abriu para mim.
Isso me ocupa, ocupa minha mente e tira a vontade que eu
tenho de fazer tudo o que há de errado com ela.
Mas pensando nela...
A água está gelada, mas nem mesmo o gelo impede os
pensamentos que rondam
em minhas veias. Queria minha mente
me sentir e o sangue
culpado para quente correndo
não fazer. Mas,
infelizmente, esse sentimento só chega quando eu gozo.
Porque não há um dia em que eu não tenha batido uma para
Aurora.
Não há um dia em que eu não a tenha desejado e negado
esse desejo.
A primeira vez foi o estopim. Me senti sujo, não quis fazer algo
com ela tão perto. Lutei contra, passei uma semana sem cair na
tentação, mas foi só ela falar sobre seu parque de diversão que
deixei meu pau se divertir também.
Mesmo que minha cabeça me negue a levar as coisas com
Aurora para outro
outro nível, meu corpo já cedeu ao qu
que
e sente por ela
ela..
Minha mente e meu corpo não precisam sofrer juntos.
Eu só não posso me apaixonar pela golpista. Isso eu me
recuso.
Mas bater uma...
Movimento minha mão por todo o meu comprimento em um
ritmo lento. Duro. Aurora saiu para a confraternização com um
fosseChamaria
gritando osim.
meuFaria questão
nome. Será de
quedeixar
gostaclaro que só Gosta,
de tapas? gozariaela
se
não me provocaria com menções a tapas e enforcadas, se não
gostasse disso.
Ela já disse, em todos esses dias juntos, como gosta de ser
fodida.
Como quer ser fodida.
Acelero o movimento, mordendo o lábio e descansando a
cabeça na parede.
Aurora vem preparando
preparando o terreno.
Solto uma risada, incrédulo. Puto.
— Ei
Ei,, marido!! — afasto o celular da orelha com seu grito.
marido
— Que barulheira, Aurora, onde você está?
— Não faço — soluça — ideia, mas sasabia q... que todos m me e
amam? Todos me amam, Nick, só que eu pre...ick — outro soluço
que me faz trincar os dentes — precisei beber um pouquinho, e
tenho medo de entrar em um Uber sozinha, pode vir me buscar? —
Pego a minha carteira que estava ao lado do celular
c elular e me levanto, já
irritado.
Mesmo sentindo algo quando meu chama de Nick.
— Pode passar o celular para alguém que saiba onde você
está? — solto um suspiro.
Só em pensar que ela está completamente bêbada, com
aquele vestido sensual e rodeada de desconhecidos...
Porra, Aurora!
Que menina mais irresponsável!
— Alô — a voz daquele loiro oxigenado e idiota, fala, o timbre
demostrando que está tão bêbado quanto Aurora e fecho a porta do
meu apartamento com força.
Por que ela foi dar o celular para esse idiota que faz ela corar,
cacete?
Ela cora pra ele, e ELA NÃO CORA PRA NINGUÉM, PORQUE
AURORA É SEM-VERGONHA!
— Qual o bar que vocês
v ocês estão? — no começo, ainda saía para
beber com todos, gostávamos de ir a um lugar diferente todas as
sextas, mas depois de todos esses anos no comando da R&C? É
difícil até ter tempo de descanso.
Léo nem para sair com eles, aquele filha da puta. Vive de festa
e não acompanha a cunhada em uma!
bonitaEuqueria
nem convidado fui, eera
mostrar como nãolegal,
quis aparecer com ela,
independente porque
de mim. Uma
caralho!
deVhesitação.
toque— ocê vem, não vem? — sua voz é risonha, mas tem um
Não me julgue.
— Desculpa te ligar, mas ficaria mal eu ligar para outra pessoa
na frente deles — ela aponta para trás, com o rosto enfiado no meu
pescoço.
Ela cabe lindamente em meus braços.
Que pena...
Puxo seu vestido para cobri-la dos olhos de quem ela não
pertence, e foco minha sobrancelha erguida no idiota loiro que
estava babando na visão perfeita que deve estar tendo.
Eu falei que era um filho da puta, não falei?
Que vontade de bater...
— Para que outra pessoa você ligaria, Aurora? — pergunto
com o cenho franzido. Algo se mexendo em meu peito. Deve ser o
sentimento de raiva.
Raiva por ela pensar que poderia ligar para outra pessoa.
Raiva por ela estar tão provocante nesse vestido.
Raiva por ela ficar bêbada novamente no meio de
desconhecidos.
E raiva porque ela está chamando a atenção de todos os
homens nesse lugar.
Ela tem dono, caralho!
Pela lei.
Pela lei ela tem dono!
Foda-se essa porra!
— Para o Matt, é claro. Matt é bonzinho, ele sabe como ser
amigo de uma mulher — sabe tanto, que a melhor amiga faz dele de
gato e sapato e ele nunca pensou em foder ela.
Só todo dia.
Nunca pensei que sentiria essa vontade algum dia, uma vez
que amo demais a minha vida, mas de novo... que vontade de
morrer.
Foi bom.
Foi bom tirar um dia para mim, quando passei dias orbitando
ao redor de Nicolas.
Termino de tomar banho e escovar os dentes e saio para
procurar o que vestir. Opto por uma calça de moletom frouxa e uma
blusa branca curta. Me recuso a colocar um sutiã.
Outra coisa que foi boa, foi sentir o olhar de desejo de vários
homens.
Saber que eles estavam ali e estavam me querendo, trouxe de
volta a sensação de me sentir a pessoa mais linda do mundo.
Eles estavam ali, disponíveis para mim, e prontos para
investirem. Se eu tivesse aberto a porta, eles teriam entrado com
tudo. Mas não podia.
E além de não poder, eu... não quis.
Sei que já faz mais de dois meses que eu e Nicolas estamos
casados, sei que talvez ele esteja vendo outras mulheres, ou que
tenha visto enquanto eu ainda estava em Louisiana.
Sei que não tenho direito nenhum de opinar no que faz ou não
da vida.
Mas nada disso me faz querer ficar com outra pessoa.
Porque é com Nicolas que eu estou casada.
Só foi legal saber
s aber que quando essa farsa terminar
terminar,, terei opções
para seguir em frente. Ver que existem pessoas além do Nicolas ao
meu redor, pessoas realmente disponíveis para mim.
Além disso, entendi por que ele sofreu tanto com a perda da
ex. Me mostraram uma foto dela. É a mulher mais linda que eu já vi.
Parece a Barbie.
Desço para o primeiro andar, sabendo o que vou encontrar e
sinto o cheiro de comida boa.
continuo com os lábios nos seus, chupo sua língua e ele aperta a
mão em meus cabelos. Mordo seu lábio inferior e ele me pressiona,
ao ponto de sentir uma dor gostosa.
quemMas
estámeu semblante
do outro lado. se fecha assim que abro a porta e vejo
Quem não deveria estar aqui.
Quem não deveria ter permissão de subir
subir..
E quem não deveria ser tão linda.
Riley.
A ex do meu marido.
marido.
Quando eu olho nos seus olhos.
Eu posso ver um amor reprimido.
Mas, querida, quando eu te
abraço.
Você não sabe que eu sinto o
mesmo?
(November Rain - Guns N’
Roses)
— Boa tarde — franzo o cenho quando ouço o timbre hesitante
de Aurora.
— Boa tarde, Nicolas está? — entendo o porquê logo que
escuto a voz da minha ex.
Merda.
Olho para baixo, tentando respirar fundo e sinto o sangue
voltar a bombear corretamente pelo meu corpo.
Porra.
Porra!
Simplesmente acabei de dar o melhor beijo da minha vida e
matar o desejo que me consome desde que a vi pela primeira vez e
Riley tinha que aparecer justo agora?
Mas você só tem estragado meu humor ultimamente hein,
Riley? E que porra ela está fazendo aqui?
Não a convidei, nem mesmo atendo as suas ligações, será que
ela não entendeu que eu não quero contato?
c ontato? Que ela me magoou?
Saio rumo à sala, quando retomo o controle do meu corpo,
para encontrar uma Aurora mordendo os lábios vermelhos dos meus
beijos e uma Riley a analisando com curiosidade.
atrás —
da Estou
minha — respondo
esposa portarde,
. — Boa Aurora, me oaproximando
Riley, que faz aqui?e —
ficando
além
de empatar minha foda?
Seus olhos encontram os meus e tudo o que vejo neles é
acusação.
Tanta acusação e mágoa que me sinto estático por alguns
segundos.
Você não tem esse direito, Riley. Não tem o direito de ficar
magoad
magoada
a com
comigo
igo..
— Queria conversar com você, não tem atendido as minhas
ligações — não tenho mesmo.
gosto disso.
Acabei de beijá-la,
beijá-la, porra.
— Eu vou almoçar, você fez comida, né? — olho para ela e
assinto, perdido. Ela sorri com os lábios inchados.
O melhor beijo, simplesmente o melhor beijo é o que eu lembro
quando olho para seus lábios.
Além da dor que sinto das suas unhas
unhas em minhas costas.
— Entra, Riley, vocês podem conversar no escritório, não vou
atrapalhar vocês — fala, sendo cordial com ela, e sei
s ei que é a reação
normal, porque ela não é minha esposa de verdade, mas meu
coração se aquece um pouco com sua atitude.
De confiar em mim.
Ao mesmo tempo que um lado meu pensa que ela está sendo
indiferente.
Perdido, porra.
Me sinto perdido.
— Não precisa, vamos conversar aqui fora, ok? — Falo para
Riley, só porque sei que ela quer conversar, mas não quero que ela
entre na minha casa, não quando a atmosfera do nosso primeiro
beijo ainda está presente.
Não quando é uma falta de respeito do caralho trazer a ex pra
minha casa, quando minha esposa está aqui.
Falsa.
Espo
Esposa
sa fa
fals
lsa.
a.
Essa
Essa fo
foii por
por pouc
pouco.
o.
Riley concorda me entendendo.
Ela sabe que eu respeito a mulher que está comigo. Mesmo
que não saiba que o casamento é uma fachada.
Mason que você se casou do nada? Você já estava com ela ou fez
isso para me punir?
Ergo a sobrancelha.
— Está se sentindo punida? — que piada.
Seus olhos me fitam.
— Fez de propósito para me magoar, porque sabia que eu
queria me casar e nunca me fez esse pedido. — Sério que ela
acredita que eu sou idiota a esse ponto?
— Não terminou comigo por não receber um pedido, Riley,
terminou por vários outros motivos, não finja que foi sobre
casamento.
Eu estava.
Era justamente o que estava fazendo.
Até não estar mais.
— Não, não foi para punir você, porque o mundo não gira ao
seu redor — embora você ache que sim.
— E por que me afastou? — me acusa, cruzando os braços.
— Porque você é de outro homem, assim como sou de outra
mulher — mentira, não sou de Aurora. Não realmente. — Não temos
mais nada um com o outro, você fez sua escolha, eu fiz a minha,
agora precisamos lidar com elas.
Ela fica com raiva.
Riley realmente pensa que eu estou punindo-a.
— Continuamos nos falando quando comecei a namorar
Mason, não entendi por que parou depois, foi por causa do meu
casamento ou do seu?
— Dos dois. — Primeiramente do seu.
— Você se casou mesmo com ela? — acredita que eu nem
lembro de ter feito isso?
— Sim.
— Ela tem cara de novinha. — De anjo. Aurora tem cara de
anjo.
— É porque ela é.
— Gostava de mulher da sua idade, ou mentiu pra mim? —
Seu semblante fica confuso.
— Gostava, Aurora é minha exceção. — Não quero continuar
magoando-a. —Riley, meu casamento não teve nada a ver com
você — culpe
culpe o Nico
Nicolas
las drogado
drogado.. — V
Você
ocê deveria voltar para sua
casa, para o seu noivo. Não deveria ter vindo aqui, pedindo
satisfação como se merecesse uma. Não merece. Você me largou e
seguiu em frente. Eu tô fazendo o mesmo.
Mais mentiras.
São tão fáceis de falar.
Mais fácil ainda de acreditar.
— Você vai ao meu casamento? — Vou? Disse a Léo, a uma
vida atrás, que precisava ir. Porque seu pai é meu cliente. Porque
eu tive mais consideração por eles do que eles tiveram por mim.
Mas não é mais assim.
Não sinto mais como se devesse alguma coisa a ela, ao pai
dela. Não sinto mais vontade de voltar com ela, de esperar por ela.
Não estou mais apaixonado por Riley há meses.
Meu coração está fechado para ela e pra todo mundo.
— Não.
— Não vai mais me mandar mensagens, não é? — seus olhos
se enchem de lágrimas.
— Não. — Suspiro e fecho os olhos. É como Aurora disse, o
destino vai colocar algo novamente na minha vida, apenas para que
eu não erre de novo.
— Tudo bem. Espero que não se arrependa da sua escolha.
— Não vou.
— Ela é linda — elogia, mesmo sem querer.
Ela é, você parece a Barbie, Riley, mas ela é a mulher mais
linda que eu já vi.
— É sim — ela assente e se despede e fico olhando-a,
enquanto se enfia no elevador e some da minha vida.
Quase quatro anos. Foi o tempo em que dediquei a Riley na
minha vida. Estando com ela ou não. Tá na hora de deixar no
passado.
Volto para dentro, encontrando a dona do beijo mais gostoso
que já provei, sentada, almoçando e assistindo um filme com
—deixar
para te Por que esse mau
felizinha? humor
— eu todo?
a beijei. Não
Eu a te mesmo.
beijei beijei o suficiente
Eu cedi à
tentação e o pior, é que eu não me arrependo. Só quero de novo.
— Ah, não fode, né, Nicolas. — Se levanta e sai. — Terminei
meu almoço, vou tomar banho e terminar uns projetos, se precisar
de algo, não me chame.
— Precisamos conversar — peço, seguindo-a em direção à
cozinha, onde joga o prato na pia.
Quase quebra, mas falo algo? Não falo.
— Você já conversou demais por hoje — retruca e foco meus
olhos na sua bunda bonita, quando se abaixa para pegar um
— Estamos bem?
— E quando foi que ficamos? — ergue uma sobrancelha e
sorrio um pouco.
E... simplesmente acabo selando meus lábios nos seus
novamente, em um beijo casto, gostoso e que ela termina rápido
demais.
— Vou trabalhar, Nicolas, quero fazer isso sozinha — assinto e
me levanto, deixando seu quarto meio perdido.
Sabendo que fui dispensado.
O que aconteceu?
O que está acontecendo com a gente?
Porra…
Eu adoro como você me toca.
Daquelas formas elaboradas.
Tenho a guarda
guarda liberada
liberada..
ParaÉrelaxar do dia.
só você.
(I know what you want - Mariah
Carey feat. Busta Rhymes)
— Você precisa parar de ser rancoroso.
— Não preciso parar de ser nada, não sou obrigado.
— Quantos anos você tem?
— Trinta e sete.
— E não tem vergonha na cara de agir igual a um adolescente
de quinze, não?
— E você não tem vergonha de sair dando golpe nos outros,
não? — todo dia isso. Uma hora eles vão ter que superar.
— Não dei golpe, não quero dinheiro.
— E mesmo assim, está casada com um dos homens mais
Com
Nicolas eleainda
seria foi ótimo, mas
melhor
melhor. não
. Eu tenhocada
desejo dúvida nenhuma
parte de que com
desse homem.
Mesmo que ainda esteja puta.
— Vocês são tão idiotas — resmungo e me levanto para
colocar minha comida, sentindo os olhos de Nicolas me
acompanhando.
Ele que se foda.
E que me foda também.
— Quer saber? Está tarde, estou com sono, por que não vão
embora, também? — Nicolas levanta e puxa Léo pelo braço.
— Ei, quando você ficou todo chorão por ter feito bosta e foi
dormir no —
os olhos. meu apartamento,
E não eu nãopra
revire os olhos te expulsei — mimadinho,
mim, mocinha, reviro
tem é que me
agradecer,, já que fui eu quem deu a ideia de vocês se casarem.
agradecer
— O QUÊ? — Arregalo os olhos quando vejo Léo pular o sofá
e correr em direção à porta, com um Nicolas furioso correndo atrás
dele. — Seu filho da puta! Ainda negou pra mim que tinha sido ideia
sua, é claro que seria, você é doido!
Explodo em uma risada alta, junto com Matt, vendo Léo correr
do irmão mais velho.
— Doido para ver você feliz, olha como eu sou mal! — grita
Léo, já fora de casa e Nicolas saindo atrás dele.
— Não corre na escada, Léo, é perigoso, porra! — escuto os
gritos dos dois, mas logo se perdem quando ambos entram na
escadaria.
Olho para Matt.
— Você sabia disso? — nega, sorrindo e caminhando para a
porta.
para o—seu
São seus,seAurora,
closet, quiser pode escolher
— hum, não. qualquer um, pode levar
(Hymnbaixo, baixo.
for the weekend -
Coldplay feat Beyoncé)
Realmente,
diminuiu a fila de
. pessoas tentando cumprimentá-lo
c onsideravelmente.
consideravelmente
— Pensei que os urubus o comeriam vivo — rio. — Vem, vou
te apresentar a ele. — Ela me segue pelo meio do mar de pessoas,
olhando ao redor admirando cada uma. Ela está surtando por
dentro. Eu sei disso.
Vejo isso no modo como sua respiração falha sempre que vê
ou fala com algum famoso.
Ela sorri para disfarçar.
E eu decoro mais um sorriso.
Eles reviram.
— Sinceramente, sempre soube que a capacidade das
pessoas de puxarem o saco era grande, mas cazzo, o meu já está
até doendo, porra — resmunga, abrindo um sorriso
s orriso que imita o meu,
quando me puxa para um abraço. — Que bom que veio, meu amigo.
— É claro que eu viria — me afasto dele, apenas para me
voltar a Aurora que o encara com um semblante engraçado e
seguro o riso. — Aurora, esse é Vincenzo Mancini — ela estende a
mão e Vince sorri, a puxando para um abraço. Prececiisava ter es
esssa
intimidade? — Eo essa
olhar percorrer é Aurora
seu corpo comCastelo — resmungo
interesse, e sei queaoé ver seu
porque
reconhece seu vestido, mas não me contenho. — Ramsey, minha
esposa. — Acrescento meu sobrenome.
s obrenome.
Seus olhos disparam para mim com surpresa e ele a afasta
para encarar seu rosto.
Não, ela não tem o meu sobrenome, e não, eu não fiquei
satisfeito ao falar isso.
— E eu pensando que meu irmão era o que gostava de pegar
mulher pra criar — não entendo o que ele diz, porque tenho a
impressão de que foi o português que usou. E só tenho mais certeza
quando Aurora responde no mesmo idioma.
— Qu
Quem
em cr
cria
ia tem
tem mui
muitos
tos e
ens
nsin
inam
amen
enttos pa
para
ra en
ensi
sina
narr, nã
não?
o? Te
garanto que aprendo muita co coiisa — não entendo nada do que
falam, mas Aurora deve ter aberto sua boca grande para falar
alguma besteira, já que Vince solta uma gargalhada alta, com o
rosto vermelho.
— Brasileira, Ramsey? Sempre soube que tinha uma queda
pelo meuAurora
puxando sotaque.
pela—cintura,
Balançaparaasmais
sobrancelhas e reviro os olhos
perto de mim.
— Calma,Meus
com respeito. amigo, gostofaltam
irmãos de elogiar a mulher de
enlouquecer dosciúmes
outros,porque
mas é
eu a Porque eu avez
beijei outra beijei e tudo fez
e outra... e asentido
beijariana minha
uma cabeça.
terceira Porque
se ela não
tivesse me impedido de borrar a sua maquiagem.
Porque agora eu não sei se fico feliz ou estressado ao lembrar
do que ela fez para que continuássemos casados.
A porra do beijo bagunçou tudo na minha cabeça,
absolutamente tudo.
Mas é só isso.
Sim.
Sim.
Sim.
Colo sua boca na minha, sem me importar com seu batom
borrando, sem me importar se estamos em um banheiro de um
evento lotado. Sem me importar se o que eu estou sentindo significa
alguma coisa.
Só me importo em castigar Aurora com minha boca, por me
fazer ter vontade de sair desse banheiro e descer a porrada em um
garoto que já conheceu todas as partes do seu corpo em que eu só
sonho em chegar.
Só me importo em devorar seus lábios e sentir o melhor gosto
que já provei na vida, confirmando a maciez deles, misturado ao
gemido de prazer quando minha perna pressiona sua parte mais
íntima.
Só me importo em substituir qualquer lembrança que ela tenha
com outro homem além de mim. Quero que ela esqueça qualquer
outra mão que tenha a tocado de forma mais íntima. Qualquer outra
boca que tenha tocado a sua.
Não vou conseguir. Não vou conseguir durar muito tendo essa
visão.
Seus cabelos completamente bagunçados, seu vestido todo
embolado na cintura, a calcinha de renda azul, apenas afastada
para o lado enquanto meu pau é engolido pela sua boceta rosada.
Isso é perfeito.
Nossa junção, nosso cheiro, nosso beijo... é tudo perfeito.
— Você fica ainda mais linda com meu cacete todo dentro de
você, sabia? — ela sorri maliciosamente e caralho, o barulho
molhado que nossos sexos fazem me deixa ainda mais duro,
juntando com esse sorriso dela.
Suacomo
Não sei cabeça
ela bate
sairána porta
daqui enquanto
sem me saibam
que todos oferece que
seu eu
pescoço.
a fodi.
Lambo sua pele suada pelo que estamos fazendo e pego seu
quadril com as duas mãos, uma em cada parte da sua bunda
gostosa e a puxo contra mim, intensificando as estocadas. Aurora
se apoia na porta, enquanto me rasga com suas unhas. Seu rosto
corado me alucina.
Meto com mais intensidade.
Ela grita.
que beije minha boceta como se fosse minha boca, sugue meu
clitóris gemendo contra ele, e dê lambidas lânguidas com a língua
quente e molhada, que me fazem ver estrelas atrás de minhas
pálpebras fechadas.
beba do meu Deixo que me chupe como um profissional, que
orgasmo.
Mesmo que não queira me apegar aos seus toques, permito
que envolva meu pescoço me empurrando contra a cama, que erga
minha perna até seu ombro e a apoie nele. Deixo que beije ela,
enquanto enfia o pau grande e grosso, cheio de veias saltadas e
com a cabecinha avermelhada de tanto tesão, todo em minha
boceta.
Mesmo que não queira algum dia sentir saudade dos seu olhar
em mim, continuo focada nele, me admirando enquanto me fode
sem dó, arremetendo em mim e me tratando como sua puta.
Enquanto o barulho do nosso sexo se espalha por todo o seu
quarto, virando meu som favorito.
Tento não gostar demais de cada arremetida, para não me
viciar, mas não tem jeito.
Mesmo não querendo decorar suas expressões, memorizo
cada movimento seu, inclusive a mordida no lábio inferior, quando
goza depois de me deixar em pedaços com um orgasmo intenso.
A única
que dessa diferença
vez, ele não dessa manhã,
está me para
olhando a desedois
como meses atrás,
eu tivesse lepra. é
— Bom dia, Nick — seus olhos brilham quando digo seu
apelido em um sussurro. Até agora, só falei enquanto o sentia em
mim, foi automático. Foi delicioso. Ele apenas me olha, fitando cada
parte do meu rosto com admiração, mas não responde. — Está
pirando?
Pirando por estar comigo?
Pirando por gostar de estar comigo?
c omigo?
Pirando por me foder como se sua vida dependesse disso?
— Não vou me sentir culpado por comer a minha mulher —
responde e sua voz rouca… ah, essa voz faz minha barriga gelar.
Suas mãos começam a se movimentar em carícias lentas em minha
cintura. — Queria me lembrar da primeira vez.
— Primeira vez? — Pergunto curiosa. Mexo em sua barba com
meus dedos, lembrando de como ela me deu prazer a noite inteira.
Nicolas sabe foder como ninguém.
Tudo foi intenso demais, todos os toques, beijos, carícias,
estocadas, foi tudo… demais.
— desde
culpado Está com o seuSou
quando? sorriso culpado
tão boa atriz. — E eu tenho um sorriso
— Como você sabe? — está tão na cara assim?
— Sou especialista em seus sorrisos, Aurora. Sei dizer quando
se sente culpada, excitada, feliz, zangada, agora me diz o que você
fez. — Passo alguns segundos estática, tentando não acionar
aquela parte do meu coração que sente, porque o que ele falou...
Não, coração, você está proibido de acelerar pelas coisas que
ele diz. Está proibido de bater por ele.
— Decorou meus sorrisos? — sussurro encantada.
E lá se vai a minha ordem pra puta que pariu.
— Outras mulheres?
— Disse que não tinha exclusividade no nosso acordo, me fez
assinar isso, e tem dias que chega tarde em casa…
Também tem as vezes em que joguei verde e ele fugiu do
assunto.
Ele ri.
Não, ele gargalha. Alto.
— Meu Deus, Aurora, em que mundo você vive? — no das não
iludidas. — Não existem outras mulheres, quando chego tarde, é
porque estou resolvendo algo na R&C, não porque estou atrás de
outra pessoa. Você para mim, já basta. Bastou desde o momento
em que te conheci de verdade.
Olha aí, isso é coisa que se diga para alguém?
— Está dizendo que não ficou com ninguém desde que nos
casamos? — pergunto com incredulidade.
Seus olhos me fitam. Por um longo tempo, até que seu
semblante se fecha.
— Não, não houve mais ninguém. Mas e você, Aurora? Você
ficou com mais alguém? — Sorrio, negando com a cabeça.
— Coroa bobinho — me jogo em cima dos seus braços,
beijando todo o seu rosto de tão feliz que estou. Suas mãos são
automáticas em se apoiarem em minha bunda. — V Você
ocê tem ttara
ara
nessa bunda, né?
— É minha, então posso ter tara por ela — quando ele diz isso
com essa voz grossa… — Há quanto tempo não fica com alguém,
Aurora?
Mordo o lábio, pensando.
— Seis meses — confesso, me abaixando para morder seus
lábios. — E você?
— Cinco — sussurra e sorrio.
Sua mão
movimentos puxa
de vai meusnão
e vem, cabelos
tomandoe ocomeça
controle,a esse
me guiar em
ele deixa
comigo e sinto seu pau bater no fundo da minha garganta. Relaxo o
maxilar, tentando engolir mais dele, mas não cabe tudo, então movo
maxilar,
minha mão em uma punheta lenta, que segue os movimentos dos
meus lábios. Sugo a cabecinha, rodeando-a com a língua e sorrio
safada, sendo alvo de seus olhos de pálpebras baixas.
Ele sentindo prazer é um evento.
Nick geme roucamente, quando solto o membro e desço com a
língua até as bolas pesadas, sugando uma de cada vez para dentro
da minha boca.
Ele ofega.
Eu salivo.
Minha boceta pulsa dolorida.
Desço a língua um pouco mais baixo, na pele sensível que tem
ali. Seus dedos em meu cabelo apertam ao ponto de dor.
Eu gosto.
Gosto de deixar Nicolas fora de controle.
Lambo o trajeto de volta até a cabeça, sugando com vontade,
arrancando gemidos dele e meus do fundo da garganta e volto
meus olhos até o seus, preenchendo minha boca com seu pau.
Nicolas me encara, focado e ansioso, completamente entregue
a mim. Finjo não ver o fascínio descarado. Mas não finjo quando
solto um gemido contra ele, que o faz rosnar e engolir em seco, o
pomo de adão subindo e descendo com esforço.
Com o olhar, dou a permissão que ele quer para foder minha
boca e vejo os pelos do seu corpo arrepiando.
— Vai me deixar foder essa boquinha atrevida, querida? —
Solto seu pau com um estalo molhado.
— Goza na minha boca, marido — sua mão empurra minha
cabeça para baixo, enquanto Nicolas murmura todos os
xingamentos possíveis, completamente ofegante e vermelho e sorrio
contra seu pau.
ÀsComo o brilhante
vezes, quando eu céu azul.
vejo seu
rosto.
Ela me leva para aquele lugar
especial.
E se eu olhar por muito tempo.
Provavelmente perderia o
(Sweetcontrole
Child O'e Mine
choraria.
- Guns N'
Roses)
Eu estava adorando.
Estava adorando ter ela disponível para mim.
— Não
normais faço
sabem — ideia, só vamoscom
Falo, distraído tentar saberque
a batata coisas que
estou casais
cortando
em tiras.
— Estou tão lascada! Não sabemos nada um do outro — ergo
a sobrancelha, a fitando com sarcasmo. Seus olhos reviram. —
Além do que ambos
ambos gostamos entre qu
quatro
atro paredes.
Sorrio de lado.
Ela pode não saber muita coisa sobre mim, mas eu sei muita
coisa sobre ela.
Sei que ela ama trabalhar com terninhos, mas quando o clima
está quente, gosta de usar um vestido ou saia para não a deixar
irritada com o calor. Ela também come mais do que um elefante e
sempre tem um copo de água ou refri por perto para poder engolir,
senão se engasga, já que parece que nunca aprendeu a mastigar
na vida.
Também sei que sua comida favorita é hambúrguer, com
batata frita e Coca-Cola.
Que é justamente o que estou fazendo agora. Batatas na
airfryer, porque já basta de óleo no seu organismo.
Sei que a cor favorita dela é branco, o oposto da minha.
— Eraque
faz anos ter meu próprio
realizei, negócio,
nunca e queem
pensei eleum
fosse um sucesso,
novo sonho. —já
Pensando bem, é deprimente que meu sonho seja apenas trabalho.
— Sério? Não tem outra coisa que deseje tanto ao ponto de
sonhar com ela? — você, eu sonho com você.
Penso um pouco na sua pergunta, enquanto coloco as batatas
já cortadas, dentro
dentro da airfryer
airfryer..
O que eu quero tanto?
— Acho que férias. Não sei o que é tirar férias há mais de
quinze anos. — Seus olhos arregalam em choque e sua boca cai
aberta.
Uva de sorte.
— Já sim, eu amo também! Tem algum livro favorito?
— Senhor
assente. — Vem dosmeAnéis: A Sociedade
ajudar do Anelpreciso
aqui, querida, e você,que
tem?vire
— ela
as
batatas na airfryer, enquanto monto os hambúrgueres.
Ela salta do banco e dá a volta na bancada, fazendo
exatamente o que mandei.
— Reino de Cinzas, o último livro da série Trono de Vidro da
Tia Sarah. — Ergo a sobrancelha.
— Tem uma tia escritora? — Seu cenho se franze por um
momento, até que solte uma risada.
— Não, não. É que a Sarah J Mass, que é o nome dela, gera
vários memes na comunidade bookstan. Alguns chamam ela de tia
Sarah, outros Sarah Gmails, Sarah etc… é besteira, mas é divertido.
— Dá de ombros, tagarelando. — Minha cantora favorita é…
— Lana Del Rey — respondo por ela, levando o jantar quase
pronto para a mesa em uma bandeja, junto com o refrigerante sem
açúcar. Se ninguém colocar limite na Aurora, ela morre antes dos
quarenta só pelo que coloca na boca. — Eu tenho banda favorita,
Guns n Roses, tem uma música deles que me lembra muito você. —
O que faz ela se tornar minha favorita.
— Como sabe que minha cantora favorita é a Laninha? —
Reviro os olhos e ergo a sobrancelha a encarando. Ela solta um
suspiro. — Tá bom, talvez eu cante músicas dela algumas vezes
durante o dia. — Ergo a outra sobrancelha. — Entendi, coroa. Mas
que música te lembra a mim?
— Sweet Child O’ Mine — seu sorriso aberto me faz sorrir
também. — Conhece, não é?
— É a única que eu conheço — solto uma risada e seus olhos
brilham.
Eles sempre brilham quando sorrio ou gargalho.
— Vocêe seus
apartamento podeolhos
trabalhar aqui, se quiser — aponto para o
se arregalam.
— Sério? Posso dar vida a essa coisa sem graça? — fecho a
cara, escutando sua risada.
Sabia que ela não gostava da decoração do apartamento,
embora goste da arquitetura.
— Não me faça mudar de ideia — resmungo, a observando
comer. — Mastiga, porra! Toda vez isso, Aurora, alguma vez você
aprendeu que precisa mastigar antes de engolir essa merda e que
sua
novo,boca não é que
e parece um saco para isso
vou fazer encher desse
para jeito?porque
sempre, — repreendo de
ela nunca
aprende, merda. Começo a mastigar com calma, apenas para que
veja como se faz e seus olhos reviram.
Ela começa a mastigar com raiva, e desvia o olhar.
— Posso fazer o projeto no estilo que eu quiser, ou você tem
um em específico que goste mais, além do de cemitério? — cerro os
olhos.
— Pode ser o que você quiser — contanto que não seja tudo
rosa. — Eu não danço. — Ela faz uma careta. — Mas gosto de
música, e de filmes da Marvel. Queria ter um cachorro, mas eles
lindo!— Henry Cavill — reviro os olhos com força. — Que foi? Ele é
— Eu sou lindo, Aurora. — Devolvo, fechando a cara. — O que
esse cara tem que todas as mulheres têm crush nele?
— Tudo? — pergunta como se fosse óbvio. — Tudo bem, tudo
bem, não vamos atiçar seu lado ciumento que ativou com Percy
Jackson que é fictício, imagina com um real? — Boa garota. — O
que mais eu preciso saber sobre você?
Volto os olhos para minha mão, com quase metade do meu
jantar já devorado
devorado e penso se con
conto
to ou não sobre meu passado.
Ela sabe sobre meu namoro com Riley, sabe sobre minha
empresa, sabe sobre meu relacionamento com meu irmão e melhor
amigo. Sabe que sei cozinhar, e várias outras coisas que aprendeu
hoje.
E eu sei sobre o passado dela e o motivo que a fez vir para os
Estados Unidos.
— Quando tinha dois anos, Léo nasceu. Ele se tornou a
pessoa que eu mais amo no mundo no segundo em que o vi. Nosso
pai havia ido embora, eu não tinha entendido na época, nem me
lembro dele, na verdade, então era a única figura masculina dele.
Léo me seguia para todos os lados e eu amava isso. — Eu amava
Léo. Ainda amo. Aurora termina de comer e fica cutucando as
batatas, me observando falar. — Quando tinha quinze anos, nossa
mãe foi embora e nos deixou sozinhos, tomei a total
responsabilidade de sustentar
mãe. É por isso que Léo e dee agir
sou mais fechado comocomo seu pai
ele gosta de edizer,
sua
careta. Mas foi porque sempre precisei ser responsável por ele e
fiquei com muito medo de errar e ele me odiar
odiar..
Seus olhos suavizam, sua cabeça tombando para o lado.
— Oh, Nick. Léo nunca odiaria você — eu sei. Mas o
sentimento era o mesmo.
Dou de ombros e continuo falando.
— Perdi minha virgindade com quatorze anos, trabalho desde
os dez, onde limpava o terreno do vizinho. Não tenho avós
maternos, eles morreram antes que eu nascesse e não sei quem
são os paternos. — Ela não desvia o olhar, nunca, eles apenas
brilham mais. — Minha primeira namorada foi aos vinte e quatro
anos, se chamava Emily,
Emily, nem lembro mais o sobrenome ou qual era
a cor dos olhos dela. Gosto de assistir a jogos de futebol americano
e hóquei, mas amo assistir basquete com Léo e Matt. — Matt é a
segunda pessoa que mais amo no mundo. — Acho que a última vez
que chorei foi quando Léo ganhou uma bolsa para arquitetura.
— A terminou
E quando última vez?
com—Riley?
pergunta
Ou incrédula.
conseguiuSorrio, assentindo.
seu primeiro —
cliente?
Ou conquistou seu primeiro milhão?
gostoOdotom acinzentado
tom marmorizadodasdoparedes de Nicolas
seu quarto, então não é ruim,
estou mas
pensando
seriamente em fazer isso pelo apartamento inteiro.
Tirei o dia de hoje para começar a minha reforma dentro do
seu apartamento, tudo o que ele tem é bom, mas é sem graça e ele
me deu carta branca para fazer o que eu quisesse.
Não vão ser muitas mudanças.
— Não julgaria você, Aurora, te internaria no hospício, sua
louca! — Acho que Nicolas te ajudaria, Elisa. — Não pode mesmo
eo
dstid
aar fpaolar nsdeocasséarirot,ãnoãnooveara? —
vvo
ocAh,
ê qé.
ueFalei
estasim.
va falando que Lily e
erra
Eu sou gente!
— Bem, aconteceu, passou e estamos bem agora.
— De
Deffina
ina “b
“be
em”. — Escuto seu tom incrédulo, mesmo que
tente disfarçar.
— Estamos fodendo. — Escuto quando se engasga e sorrio
para a geladeira.
— Você se a appaixonou pelo seu marido?! — tiro o celular da
orelha com seu grito e sinto meu coração acelerar.
Depois começo a rir, porque é tão surreal escutar essa frase,
que em outra circunstância seria idiota.
“Vo
“Você se apa
paix
ixon
onou
ou pelo
elo seu marido
rido?
?
É óbvi
óbvio,
o, mu
muitito
o an
ante
tess de ca
casa
sar”
r”
Sexo.
Para ele.
E para
para vo
você
cê ta
tamb
mbém
ém,, Au
Auro
rora
ra!!
Ele cuida de mim, eu sei disso, mas no final… eu não sei. Não
sei mesmo o que acontecerá, porque temos um prazo de validade e
nenhum de nós dois gosta de tocar nesse assunto, então, conecto
meu telefone na Alexa e coloco uma playlist aleatória para tocar,
uma feliz, porque nem só de Lana Del Rey vive essa putinha aqui e
não quero mais saber de depressão e coisas para baixo. E começo
a dar vida a esse apartamento.
Você é como uma droga que está
me matando.
Eu te elimino completamente.
Mas fico nas alturas quando estou
dentro de você.
Sim, você pode recomeçar, pode
correr livremente.
Pode encontrar outro peixe no
mar.
minhaChe
Chemtr
mtrail
ails
mulher s Over
se Ove r The Countr
balançandoCou
entry
y Clu
Club
rodandob lindamente
me agracia pela
com sala,
a visão da
como
uma verdadeira bailarina.
essa — Vocêcorando
garota não dança. —pra
é tudo Falamim.
com o rosto corando e puta merda,
— Por você, eu danço — movo nosso corpo, de acordo com a
melodia lenta e Aurora sorri pra mim. Aquele sorriso que deixa seus
olhos brilhantes. Então, ela encaixa uma mão na minha, enquanto a
outra fica no pescoço e deita a cabeça no meu ombro.
Nobody's
Nobody's son
son,, nobody
nobody's
's daught
daughter
er..
Watching
ing the chemtrails over the
country club.
Suburbia, The Brentwood Market.
What to do next? Baby, what of it?
White picket, chemtrails over the
country club.
Ela cantarola
fazendo, baixinho,
apenas deixo movendo
a música os pés,
nos levar em não sei eo vem
um vai que lento,
estou
até a giro para deixá-la feliz e escuto sua risada alegre ao voltar pra
mim e me olhar com muitos sentimentos nos olhos verdes.
Para morrer.
Alguém o deixou nesse saco para morrer!
Meus olhos marejam, e meu coração acelera quando pego o
pacotinho de fofura que choraminga nos braços. Um filhote de
beagle, com a pelagem branca e marrom.
Meu Deus! Como alguém teve a coragem de deixar essa
preciosidade aqui? Como existe esse tipo de monstro no mundo?
O pequenino começa a farejar em minha direção, lambendo a
minha mão e meu peito se enche de amor.
Olho para os lados e pego o meu celular para fazer uma
ligação.
— Desd
Desde
e quand
uando
o te
tem
m meu
meu núme
úmero?
ro?
— Desde sempre, você está muito ocupado?
— Pa
Para
ra você
você?
? Cl
Claro! — reviro os olhos.
aro!
Minha relação com Léo melhorou depois que ele descobriu que
o irmão tinha realmente esquecido o que eu fiz e começamos a ter
algo.
com oLéo não acha
inimigo, mais que
mas nossa estáétraindo
relação assim.o irmão ao confraternizar
Regada ao mais puro sarcasmo.
— dele,
esforço Não acho
ele sóque Nicolas
cuidou de esperava quetevocê
você porque ama,devolvesse
não porqueo
esperava algo em troca. — Léo faz uma careta, avançando quando
o sinal abre.
ErgoSaio
a sobrancelha dog latindo nos
braços. do carro ee abro a porta,
começo com meusabendo
a caminhar, que o
fofoqueiro está atrás de mim.
— Estamos bem, somos amigos e estamos fodendo, quer
coisa melhor? — entro e vejo uma atendente, de cabelos ruivos bem
sorridente, me olhando. — Oi, boa tarde, eu achei esse filhotinho, e
queria fazer um check-up nele.
Ela olha para meu cão e fala.
— Como ele é lindo! Achou ele faz muito tempo? Ele parece
não ter mais do que umas semanas.
— Achei não faz uma hora, dentro de um saco de lixo, acho
que está com fome, também — falo e ela assente, se levantando.
— Vou chamar a doutora, pode esperar ali. — Aponta para uns
bancos na lateral e assinto, indo até lá e me sentando.
Léo se senta ao meu lado.
— Só fodendo? Ele disse que você está reformando o
apartamento. — O que você quer saber, hein, Léo? Por que não
pergunta logo?
— E o que uma coisa tem a ver com a outra?
A porta da frente
frente se abre e meu coração
coração acelera de nervoso.
Apenas uma mensagem o avisando que precisava sair mais
cedo foi o que recebeu de mim, mas o que eu poderia fazer? Tinha
que passar no pet shop, comprar ração, roupinhas, remédios,
vasilhas, uma caminha linda, algumas coleiras, de diversas cores,
para combinarem com as roupinhas e claro, chocolate para mim.
Hoje é o último daqueles dias, e tudo o que mais gosto nesses
dias é chocolate.
Então, fiz Léo prometer que não contaria nada sobre meu
filhote — cujo nome ainda não escolhi — para Nicolas, e
simplesmente tirei a tarde de folga.
Otávio já me odeia mesmo.
— Por que saiu mais cedo, querida? Aconteceu alguma coisa?
Léo passou na minha sala e disse que tinha te trazido e que estava
tudo bem, mas está mesmo? — fala da porta, deixando a chave do
carro na mesinha ao lado e a trancando.
Aperto o cobertor ao meu redor e continuo fazendo carinho no
doguinho por debaixo dele, enquanto finjo assistir televisão.
— Precisava fazer algumas coisas — tipo adotar um cachorro.
— Como foi seu dia?
Diga que foi ótimo e que você está um poço de bom humor.
Só me entrega.
— Não é não — me afasto dele, quando sua mão vem até o
cobertor.
— Tira essa coberta — manda.
— Hoje não vai dar, marido, estou naqueles dias, mas são só
três e hoje é o último, podemos brincar de ver o que tem embaixo da
coberta um do outro amanhã, o que acha? — tagarelo, tentando
desviar a sua atenção, mas ele não cai no meu joguinho e se
levanta.
— Aurora — repreende e reviro os olhos, soltando a coberta,
quando seu puxão aumenta.
Então ele para e olha para meus braços.
Braços que aconchegam um beagle macho muito fofo, com
uma coleirinha lilás no pescoço, sapatinhos da mesma cor e tão
cheiroso quanto qualquer cachorro poderia estar
estar..
Até mais cheiroso do que o Léo.
Ergo os olhos até os dele, que encaram o cachorro com um
brilho diferente, um tão carinhoso que meus ombros cedem.
— Surpresa — sorrio de lado, erguendo o cachorrinho com as
mãos e ele começa a farejar na direção de Nicolas.
— É mesmo um cachorro — sussurra mais para si, do que
para mim.
Ele pega o cachorro que começa a se mexer como doido em
cima dele, farejando, latindo e abanando o rabo e Nicolas solta uma
risada, quando o leva para mais perto do rosto e o doguinho começa
a lamber ele.
— Ei, garotão, calma aí, me leve para um jantar, primeiro —
solto uma risada, muito aliviada. — De onde ele veio?
— Do lixo — Nicolas me olha espantado e afasta o filhote do
rosto. — Calma, já levei na veterinária, ele tá muito bem higienizado,
acredita que o deixaram dentro de um saco preto?
— Sim.
— Ótimo — ele me entrega o cachorrinho. — Agora dá um
nome a esse cachorro e não coloque nada que não passe medo, ele
já é pequeno, precisa de
de um nome forte. — Vira as costas e começa
a andar. — Ah, e antes que eu me esqueça, recebi uma ligação do
departamento, vão mandar alguém amanhã pela parte da manhã, lá
para a empresa, então quando chegarmos, vamos direto para a
minha sala.
Pelo menos isso eu posso resolver.
— Você vai mesmo bater na minha bunda?
— Até você ter dificuldade de sentar, amanhã.
Sorrio e o vejo subindo pela escada.
É normal eu ansiar por esses tapas?
que
Talvez eu sópensei.
queira ser seu.
Eu quero ser seu, eu quero ser
seu.
(I wanna be yours - Arctic
Monkeys)
Comoenvia
imigração, queesse
um filho
departamento
da puta para tão
fazergrande quanto o da
o trabalho?
— Tudo bem, até mais, senhor Dionisio — fala Aurora, entre
os dentes trincados, com tanta raiva quanto eu.
— Esperaremos a resposta — falo com ódio.
— Certo, até mais — espero que nunca mais.
Ele se despede, abrindo a porta.
— E que Deus te guarde. — Fecha a porta as suas costas. —
E esqueça onde, seu pervertido do caralho. — Aurora fala com
raiva.
Passo a mão no rosto, bufando.
— Mas que velho desgraçado! — Rosno.
Desde que entrou na minha sala, o imbecil não tirou os olhos
de cima da minha mulher, mais especificamente, dos seios dela.
Sério, ele quase babou em cima da minha mesa e o sorriso
pervertido daquele velho estava me dando nojo. Além disso, fez
várias perguntas que com certeza não estavam no questionário e
nem tive como falar alguma coisa, pois o futuro de Aurora está
dependendo disso.
olhosNão
dela.é normal a calma que me preenche só em olhar para os
Continuam sendo olhos de anjo.
Ela continua sendo o capeta.
Mas é minha.
— Vamos pensar coerentemente, assim que a imigração
aprovar o visto, vamos entrar com um processo contra eles...
— E vamos alegar o quê?
— Assim que ele começou a fazer perguntas estúpidas, eu
coloquei meu celular para gravar tudo — levanta o telefone, sorrindo
com um brilho orgulhoso nos olhos.
Ergo a sobrancelha e abro um sorriso pela primeira vez desde
que chegamos no meu escritório hoje.
— Boa garota, estava com tanto ódio que nem consegui
pensar em fazer algo do tipo.
— Matt não vai ter trabalho para fazer aquele merda perder o
emprego.
disse que a—Tiana
Não, onão vai. ——Falando
afastou. nele,
Faço uma como ele está? Ele me
careta.
— Por fora parece bem, mas não quer tocar no assunto, ele é
assim, gosta de se meter na vida dos outros, mas é mais fechado do
que eu com a própria vida.
— Você devia sair com ele para beber, passa as noites comigo
agora, talvez ele esteja precisando da sua companhia. — Foco
meus olhos nos seus e não evito o sorriso. Seu cenho se franze. —
O que foi?
— Nada, só que você é incrível — agarro sua cintura e a
empurro contra a porta fechada. Sua sobrancelha se ergue quando
passo a tranca e sorrio maliciosamente. — Ainda estou puto com
aquele imbecil, Aurora, que tal a gente desestressar um pouco?
Suas mãos passam pelos meus ombros, o olhar seguindo os
movimentos enquanto morde o lábio inferior
inferior..
— O que sugere, coroa? — fala, a voz adotando um tom mais
sensual. Ergo a sua cintura, escutando o seu gritinho e suas pernas
são rápidas em me rodear.
— Ainda está naqueles dias?
— Já acabou.
Viro de volta para minha mesa e a apoio em cima dela,
agradecendo por Aurora ter decidido vir de vestido hoje.
Esse maldito vestido que me fez desejá-la assim que saiu do
closet nele.
— Chupar você — suas bochechas coram adoravelmente —
Chupar você sempre me acalma.
— Nick — sussurra cheia de desejo, enterrando a mão em
meus cabelos, sem se importar se vai bagunçá-los e os puxa ao
ponto de dor.
Mordo o lábio, vendo-a umedecer o seu.
Porra, eu a quero tanto.
Não sei como essa garota é capaz de me tirar o juízo ao ponto
de eu querer comê-la na minha sala, com o secretário do outro lado
da porta.
Nunca comi ninguém na minha sala, mas quero Aurora o
tempo todo, em todos os lugares, de todos os modos.
É sempre assim e isso está me enlouquecendo, ninguém
deveria querer tanto alguém a ponto de ficar obcecado por ela.
A beijo, roubando seu ar
ar,, e seu gosto, movimentando meus
lábios nos seus, até chupar sua língua, sentindo meu pau pulsar.
— Não pare — ofega contra mim e sorrio.
— Não ia, meu bem — minha voz é coberta de satisfação.
Satisfação por tê-la para mim.
Só pra mim.
Nunca fui um homem ciumento, porra, nunca tive essa
possessividade por ninguém, o que Aurora tem que faz esse meu
lado despertar?
O que ela está fazendo comigo?
Volto a beijar sua boca, descendo com meus lábios por seu
maxilar, lambendo a curva do seu pescoço e deixando beijos
molhados de encontro ao decote reto. Por que isso ainda está no
meu caminho?
Subo as mãos até as alças finas, sem nunca tirar a boca do
contorno do seu seio e abaixo as alcinhas, deixando seus mamilos
expostos ao ar gelado da minha sala e ao meu olhar feroz.
Que caralho, como que alguém é tão perfeita assim? É como
se fosse feita para mim!
Sua mão puxa minha cabeça na direção dos seus mamilos e
solto uma risada, meu hálito os arrepiando.
— Você disse que queria chupar — fala, toda safada
mordendo o lábio inferior.
— E eu vou, só precisa ficar quietinha, amor, porque ninguém
pode te ouvir gritar, ok? — ela assente rapidamente e empurra
— odeio
Aurora, Seria,saber
mas eu
quegosto,
podemas você
andar pornão virá essa
aí sem mais peça
sem calcinha,
cobrindo
uma parte tão preciosa minha — trago o polegar até a boca e o
chupo, olhando em seus olhos, sentindo o seu gosto doce se
espalhar por toda a minha língua.
Solto um gemido.
Meu cacete pulsa dolorosamente.
Tão deliciosa...
Volto a mão até o seu pescoço e a empurro para trás, a
deitando, e olho para baixo.
Beijo sua barriga, circulo seu umbigo com a língua e vou
descendo uma trilha de beijos lentos até chegar ao púbis.
beijá-la. Ela está acabada em cima da minha mesa, mas sou eu que
me sinto acabado por ela.
Significa esperança.
E eu já estou cheia dela no momento.
— Que tal sushi? — faço uma careta.
c areta.
— Se eu quiser comer peixe cru, é só comprar no mercado —
reclamo. Sua boca se contorce, enquanto me guia para algum
restaurante.
— Não gosta?
— Uma vez comi um, passei umas duas horas mastigando
aquela merda e não consegui engolir — me arrepio só em lembrar
da massa rançosa na minha boca. Urgh.
— Duas horas? — pergunta com ironia e belisco seu braço.
— Foi modo de dizer — idiota!
— E italiano? — minha barriga chega a roncar, arrancando
uma risada sua. — É, acho que você está a fim de massa e não,
não vai ser pizza, já comeu isso essa semana. — Adivinha quem
comprou?
você.——Claro
Ergueque não, mas tenho
a sobrancelha em certeza de que me
ironia, relaxando a levará
postura.com
—
Mas também gosto de você. — Por que meu coração está doendo?
Eu sei o porquê.
Porque ele gosta de mim.
E eu acabei de perceber que não é do jeito que eu gosto dele.
— Que bom, coroa — sorrio com sinceridade.
O garçom para ao lado da nossa mesa novamente e o olho
desconfiada, pois não é possível que a comida já esteja pronta.
Mas não, ele tem um vinho nas mãos.
— Aqui, senhor, nosso melhor vinho.
—com
e nego Vocêa entende
cabeça. algo de vinhos? — pergunta com curiosidade
— Porcaria nenhuma, prefiro outras bebidas, tipo tequila.
— Esse aqui é um vinho de cem anos. — Faço uma careta.
— E se em cem anos ninguém bebeu, por que você acha que
eu quero tentar a sorte? — brinco e ele solta uma risada alta, seu
pomo de adão mexendo com a vibração que sai do seu peito.
Tento não sorrir com sua risada, mas é impossível.
— Me dá ele aqui.
— Não.
— Você não pode ter um filho e não dividir ele comigo, sou o
tio dele!
— Aurora disse que você havia dito que não era — ergo a
sobrancelha para Léo, que está quase chorando para pegar Hunt
dos meus braços, mas não consigo soltar meu filhote. Ele é uma
gracinha.
— Aurora não tinha que dizer nada, aquela ingrata, sabia que
fui
noseu que fuipara
cabelos comafastá-los
ela ao veterinário?
da testa, o—que
resmunga, passando
não adianta nada, aassim
mão
que termina, estão todos no mesmo lugar que antes. — Ela ainda
teve coragem de me julgar, porque eu gosto de sair depois de
comer. — Tem que julgar mesmo, é um vagabundo. — Eu cuido
dele sempre que vocês querem sair, ele já me ama! — fala e ergo a
sobrancelha, vendo ele formar um biquinho. — Deixa eu pegar ele
só um pouquinho? — Pede e solto um suspiro, olhando nos olhos
inocentes de Hunt.
— Você quer ir para o tio Léo, Hunt? — questiono
carinhosamente meu cachorrinho que já está bem maior do que
quando chegou há mais de um mês.
“Go
“Gost
sto
o de voc
você”
“Go
“Gost
sto
o de voc
você”
Por que desejo tanto que isso seja mentira? Que Aurora não
assine a merda do divórcio? Que ela não queira me deixar quando o
prazo acabar?
— Trouxe pizza — sinto todo o meu corpo gelar, quando
escuto a voz de Aurora atrás de mim.
Todos nos assustamos e a olhamos quando caminha para o
meio da sala e deposita duas caixas de pizza na mesinha de centro.
Ela havia saído para comprar bolo na padaria da frente, há
alguns minutos e estava demorando para voltar.
Não escutei quando ela abriu a porta.
Pelas caras culpadas dos dois idiotas, eles também não.
— Não tinha ido comprar bolo? — pergunto, engolindo em
seco, e procurando seu olhar, para saber o quanto da conversa
escutou, mas ela não me olha.
Não foi nada de mais, só a verdade, não?
Por que estou estranho então, porra?
— Tinha pedido pizza antes de descer, então quando estava
voltando, estavam entregando na portaria, eu não quero, então
vocês podem comer tudo, vou ficar só com o bolo, alguém quer um
pedaço? — oferece o bolo com cobertura de chocolate que está na
outra mão, mas negamos com a cabeça.
— Trouxemos refrigerante, mas tem cerveja também. —
Comenta meu irmão, acariciando a cabeça de Hunt que não tem
mais olhos para ninguém na sala além de Aurora.
Assim como eu.
— Ok, sobra mais para mim, então — é um bolo enorme e
adivinha? Nenhum de nós duvida que ela coma aquilo tudo. — Vou
aceitar o refri.
A observo saindo da sala e indo até a cozinha e fecho os
olhos, soltando um suspiro pesado.
— ePor
cozinha seique
que você não cala anoboca,
está pensando porra? — ele olha para a
que falou.
Sei que ele só quer saber o que está acontecendo, mas
porra...
— Será que ela ouviu alguma coisa? — Léo murmura, mas
não tenho tempo de responder, porque Aurora volta para a sala.
— Pode me dar Hunt, hum? Vou subir, preciso terminar um
projeto hoje enquanto estou com inspiração, e quero ele pertinho de
mim para me fazer companhia. — Mesmo a contragosto, Léo ergue
o cachorro e entrega nas mãos de Aurora, que tenta equilibrar o
cachorro em uma mão e o bolo na outra.
Sua língua cutuca o interior na bochecha e me xingo
mentalmente de todos os absurdos que consigo pensar.
Ela está desconfortável.
É óbvio que ouviu, o que não é óbvio, é eu me sentir culpado
por isso, e ela estar desconfortável.
Isso não é óbvio.
Isso é confuso pra caralho.
— Deixa que eu te ajudo, dá aqui esse bolo — me levanto,
mas ela continua sem me olhar, apenas me entrega o bolo, agarra
Hunt e sorri para Léo e Matt.
— Boa noite — vira as costas e sai andando.
Boa noite vira as costas e sai andando.
A sigo em silêncio até
até o seu quarto.
O seu.
Ela não entra no meu e Aurora não dorme no seu quarto há
meses, nem mesmo trabalha lá. Ela passou a fazer tudo no meu
quarto. Até suas roupas, fora os vestidos que nunca saíram do meu
closet, estão lá, agora.
Sofádenovo,
no estilo porque o antigo não combinava com o apartamento
Aurora.
Assim como o painel é novo, ccomo
omo a cor das paredes é nova,
como a estante cheia de livros, a maioria dela, é nova também.
As cortinas nas paredes, a louça, a roupa de cama, as vigas
de madeira no teto do apartamento, os jarros de flores e quadros
pela parede, tudo é novo.
Assim como o sentimento se aflorando de
dentro
ntro de mim.
— nego
apenas Você com
estáa pirando,
cabeça. Nick
— Não— adianta
meu irmão
mais me chama,
dizer mas
que isso é
apenas foda, você está fodido.
— É difícil ver a verdade — Fala Matt.
É. Levando em conta que eu a fodo em todas as superfícies
disponíveis, faço sua comida, durmo de conchinha e não suporto a
ideia de ela não dormir comigo, além de comprar tudo o que eu sei
que ela gosta e ainda digo que não significa nada, é difícil.
Porra, é claro que significa.
Como tu é burro, Nicolas! Tu é idiota se achou que tudo o q
qu
ue
sente
ente em rel
relaç
açã
ão a ela não signi
ignifi
fic
cava nad
ada.
a.
Eu decorei os sorrisos dela, caralho, todos eles! Como isso
não significa nada?
Como me sentir doente por estar longe dela não significa
nada?
Como sentir saudades assim que ela sai de perto de mim, e
desejar olhar para ela por horas infinitas não significa nada?
“Nó
Nóss te
temo
moss um ac
acor
ordo
do,, Ma
Matt
tt.. É cl
clar
aro
o qu
que
e va
vamo
mos”
s”
Tão cristalino quanto água.
Respiro fundo.
O que eu esperava? Que estivesse errada sobre o nosso
relacionamento?
Que relacionamento, sua tonta? Vocês só estavam fodendo
porque ele te desejava e era cômodo transar com a mulher que
dorm
dormee de
deba
baiixo do tet
teto de
delle todo
todoss o
oss d
dia
ias.
s.
Ele avisou não foi? Ele disse que não queria ser meu marido
incontáveis vezes e me enganei ao pensar que estava bem com
isso.
Que ele deixando isso claro, eu não poderia me iludir.
Trou
rouxa,
xa, troux
trouxa,
a, troux
trouxa!
a!
Mas foi errado da minha parte? Foi errado criar sentimentos
tão fortes por alguém que me trata tão bem? Que cuida de mim? Foi
errado pensar que ele sentia alguma coisa além de tesão?
Não é porque ele só quer me foder, que isso significa que ele
seja uma pessoa ruim. Ele está sendo incrível comigo, mas eu sou
tão carente de afeto que mesmo não querendo, cometi o maior erro
que poderia cometer com Nicolas.
Eu me apaixonei por ele.
Me apaixonei pelo meu falso marido.
Aquele
perante que é real perante a lei, mas que nunca quis ser real
a mim.
É claro
eu seria dele,que sentiria éciúmes.
e Nicolas Enquanto
controlador estivesse
demais me fodendo,
para deixar alguém
cobiçar o que é dele. É só isso.
Mesmo que tenha dito que nunca havia sido alguém ciumento.
Isso me fez pensar que sou diferente.
Eu não sou diferente.
Por que me deixei levar?
Por que fui tão burra?
Ton
onta,
ta, to
tont
nta,
a, ton
tonta
ta..
Sinto minha garganta arder com vontade de chorar, mas me
recuso a fazer isso aqui. Na sua casa.
No seu quarto.
Na sua cama.
Com seu braço ao meu redor.
Eu nem mesmo sei como vim parar aqui, talvez Nicolas tenha
entrado
dormindo.noNem
meu mesmo
quarto e me trazido
lembro em queno momento
colo quando menoite
dessa viu
adormeci. Acredito que tenha sido depois de devorar o bolo de
chocolate e desabafar com Hunt. Meu cachorrinho me olhava,
enquanto despejava tudo o que estava sentindo nele.
Estava magoada. Mas não devia estar.
Quando desci para comprar um bolo, estava animada porque
consegui comprar dois ingressos para um show da Lana aqui em
Manhattan e planejava pedir para que fosse comigo assim que Matt
apaixonaria por
casamento porvontade
mim depois do ele
própria, quesó
euestá
fiz? aproveitando
Ele não entrou nesse
enquanto
dura.
Ele disse com todas as letras que não queria ser meu marido,
disse que não “iria” ser, mas disse que queria me dar prazer sem
sentimentos e eu aceitei.
Eu disse que queria apenas transar com ele também.
Eu sou tão boa mentirosa.
Por que eu fiz isso?
Por que me apaixonei pela maneira como me olha? Como me
beija? Como sorrir para mim?
Não sei se vou suportar quando isso acabar. Vou sentir
saudade de tudo em Nicolas, até do seu mau humor. Vou sentir falta
dos flertes, da possessividade, das suas carícias.
Vou sentir falta dos seus beijos, do seu corpo grudado ao meu
e vou sentir falta de me sentir pertencer a alguém.
Porque sou de Nicolas.
E vai ser tão difícil não ser mais de Nicolas.
Vai ser mais difícil ainda, um dia realizar meu sonho de
construir uma família e não ser com ele.
Porra, eu estava tão iludida!
Me estico na cama, sentindo-o se mexer e resmungar, mas ele
não acorda.
Até esses resmungos eu vou sentir falta.
Do seu corpo colado ao meu.
De sentir sua presença tão perto de mim.
Pego meu celular na escrivaninha e procuro um contato que
salvei, para começar a seguir a minha vida.
Se eu continuasse sendo aquela menina egoísta que obrigou
Nicolas a ficar com ela, nada disso estaria acontecendo. Se tivesse
seguido com meu objetivo e nunca tivesse deixado minha guarda
abaixar,, meu coração não estaria se quebrando agora.
abaixar
Por quatro anos eu consegui ser essa pessoa. Por quatro anos
consegui deixar todo mundo de fora do meu coração. Abri uma
brecha apenas para Elisa, mas ela foi a minha única exceção.
Porque quanto mais pessoas você deixa entrar, mais pessoas te
decepcionam.
E eu não abri uma brecha, abri uma porta inteira para deixar
Nicolas entrar.
E ele não entrou sozinho.
Até do idiota do seu irmão e do bonzinho, que não é bonzinho,
do seu melhor amigo eu vou sentir falta.
Suspiro.
Está na hora de voltar a pensar em mim mesma, porque no
final é como sempre foi. Eu só tenho a mim.
E Hunt.
Agora eu tenho Hunt.
cima —
doEórgão
quantoque
a mim?
está — olho em
batendo seus olhos, com a—mão
desesperadamente. em
E eu,
Aurora? Eu não estou aqui? Eu não sou o suficiente para você? —
sussurro com a voz rouca, engolindo em seco.
— Você disse com todas as letras que não queria ser meu
marido, o que você queria que eu pensasse? Eu já saí de um lar
onde todos faziam o que queriam comigo, Nicolas, não estou a fim
de ficar em um lugar onde meu marido disse que só quer me foder.
Eu quero mais do que isso, eu mereço mais do que isso. Queria que
eu me prestasse a esse papel de novo?
O quê? Quem ela pensa que eu sou? Um monstro?
— Não, porra! Eu queria que você me perguntasse ao invés de
tirar conclusões precipitadas! É por isso que eu estou aqui, porque
— Nicolas, espera...
Não espero. Não consigo.
Então,pela
eu desabo depois de mulher.
minha quase vinte anos sem derramar uma lágrima,
Não tenho muita certeza de como
me sentir quanto a isso.
Algo no modo como você se
mexe.
Me faz sentir como se não
pudesse viver sem você.
Isso me leva do começo ao fim.
Eu quero
(Stay que você fique.
- Rihanna)
“Eu quer
“Eu quero
o vo
você
cê de toda
todas
s as mane
maneir
iras
as po
poss
ssív
ívei
eis.
s.””
Quais maneiras, Nicolas?
Por que você não volta para casa para que eu possa te
mostrar de quantas maneiras eu consigo te querer também?
Por favor, coração, não me mate agora, pode bater um pouco
mais dde
evagar e não tentar explodir no meu peito? Só até ele
chegar? Só até eu conseguir perguntar qual o significado da sua
frase? Só até eu confessar o tanto que amo ele?
Porque é muito.
Eu o amo tanto...
Não sei o que é respirar direito desde que nossa discussão
começou. Eu sabia que tínhamos que conversar, sabia que uma
hora ou outra falaríamos sobre nós, mas não queria ouvi-lo falar que
não sentia nada.
Porra, eu estava tão enganada…
Fungo, limpando meu rosto que está inchado de tanto chorar
chorar..
Nicolas,
ganhou uma que a última
bolsa vez que chorou,
de estudos. Nicolas, foique
quando o irmão
nunca mais
desperdiçou lágrimas com coisas que não mereciam. Nicolas, que
disse que me queria. O meu Nicolas chorou por mim.
E estou me sentindo uma merda por isso.
— Nós discutimos quando ele chegou do trabalho, tínhamos
assuntos pendentes e as coisas saíram do controle.
— Esses “assuntos pendentes” têm algo a ver com o que
escutou naquele dia? — pergunta com cuidado. Desvio os olhos
para Nicolas no sofá, cutucando o interior da bochecha. — Como
você está?
Estalo a língua, olhando para Nicolas.
— Tô bem, Léo, eu sempre fico bem — mentirosa. — Pode ir,
eu cuido dele. — Falo, olhando para os meus pés.
Ele não sai.
— Sinto muito por aquele dia, Aurora. — Dou de ombros e
assinto. — Me desculpe mesmo, sou irmão dele, sabe, é difícil vê-lo
tão confuso
notasse com
o que algoacontecendo
estava e não poderdebaixo
fazer nada, só dele.
do nariz queria que ele
— Nick…
— Não me toque… ick— soluça. — Eu tenho mulher! — Volto
a respirar, com o coração na mão.
Não é possível.
— Nicolas, sou eu. — Falo, emocionada.
Ah, Nick, o que você fez
fez comigo, meu amor?
— Ela vai me deixar, sabia? — meus olhos marejam mais. —
Me abandonar, como todas as mulheres da minha vida. — Sinto
tudo ao meu redor parar, quando as lágrimas começam a escorrer
de seu rosto. Ah, Nick.
Não chore, por favor.
Não chore por mim, quando ninguém nunca fez isso antes.
— Não vou deixar você, meu amor — sussurro, mas parece
que ele está em um mundo só dele, pois nem mesmo me olha.
— Depois de tudo o que passamos, ela vai me abandonar.
Exatamente como minha mãe me abandonou.
Abaixo a cabeça e encosto a testa no seu ombro. Saber que
Nicolas se sente assim...
Ah, Nick, o que eu fiz? Minha intenção nunca foi te magoar,
magoar,
amor, só não queria me magoar mais.
— Não, ela não vai, ela nunca seria igual aquela mulher que se
foi sem olhar para trás, se sua mulher fosse embora — engulo em
seco, erguendo a cabeça novamente. — Aposto que desejaria
apenas um pedido seu para ficar.
— Vai sim, vai me deixar… ick… e vai trabalhar para aquele
idiota… ick… e depois vai ficar com ele… — ele tá falando do
professor Sven?
— Ela gosta de você, apenas de você. — Ele nega com a
cabeça, abraçando Hunt. Quero rir da cena. Meu coração está a
ponto de explodir.
Deixo a água cair pelo meu corpo, tentando limpar por fora,
tudo o que está sujo por dentro. Toda a mágoa, todo o
ressentimento e todo o medo.
Medo de perdê-la.
Porra, eu não queria perdê-la, mas parece que não tenho mais
poder de escolha na nossa relação, ela já decidiu isso por nós dois.
Ela vai me deixar. Ela vai partir e me deixar completamente
quebrado com sua ida. Vai levar meu coração e suspeito que nunca
me devolverá.
Eu nasci para amar Aurora. Eu nasci para ser dela e se não for
para tê-la ao meu lado, então para que eu preciso desse coração?
Para que meu coração vai servir se ele só bate por aquela maldita?
Nunca me senti tão mal assim.
Nem quando Leonor foi embora, nem quando Riley me deixou.
A partida de nenhuma das duas me fez chorar
chorar,, mas a ideia de
não tereu
tempo mais
nãoAurora
fazia. na minha vida, me fez desabar como há muito
Me surpreende que eu não esteja com dor de cabeça.
preciso sentir sua presença quando ela não estiver mais deitada
comigo.
Engulo em seco.
— Desculpa — peço de novo, enfiando meu rosto no seu
pescoço.
— Precisamos conversar,
conversar, Nicolas. — Eu sei.
Mas não posso ouvir você falando que vai me deixar de novo,
Aurora. Por favor.
favor.
— Pode ser depois? Me deixa ficar aqui com você só um
instante, querida. — Murmuro e suas mãos começam a fazer um
carinho nas minhas costas.
E dói ainda mais saber que é um carinho comum. Que não é
com amor, porque Aurora não me ama.
Como fui acabar assim?
— Nick, olha pra mim — nunca fui tão covarde. — Por favor.
Respiro fundo e tento acalmar meu coração.
Tento acalmar, antes que ele seja despedaçado.
Então, a olho. Meus olhos focando nos seus lindos olhos
verdes de anjo.
— Não me deixe, Aurora. — Não consigo.
Não consigo não fazer nada e apenas a observar ir embora.
Tenho que pedir.
Pedir para que fique. Fugi mais cedo para não me humilhar,
mas estou quase fazendo isso de novo.
— Fique comigo, amor — peço, e seus olhos suavizam. Ela
parece tão calma.
Tão em paz, tão leve.
testa Ela parece tão decidida que fecho os olhos, encostando minha
na sua.
— Desculpa pelo que falei, isso não é apenas um acordo,
Aurora, não para mim. Deixou de ser a partir do momento em que
— Ah,
E abaixo meu boca
minha amor,na
eusua,
vou cuidar
pronto tão bem
para de você.
beijar Tãodabem.
o amor —
minha
vida.
Sua pele.
Oh, sim, sua pele e ossos.
Transformaram-se em algo
bonito.
Você sabe.
Você sabe que eu te amo tanto?
Você sabe que eu te amo tanto?
(Yellow - Coldplay)
você seja minha. Assim como eu sou seu. — Sorrio, olhando para
todo ele.
Seu maxilar marcado.
Sua barba cerrada.
Seus músculos enormes, que o fazem parecer esculpido por
um artista.
Seus lindos olhos verdes.
Seu cuidado, seu respeito.
Eu que não acredito que esse espetáculo de homem seja meu.
camisaeéoretirada
toalha tenho nue pra
jogada
mim.em algum lugar do quarto, logo puxo sua
Logo estou deitada novamente, com sua boca deixando beijos
molhados pelo meu maxilar.
Nossa, como eu amo os beijos desse homem.
Gemo alto, quando deixa um chupão entre a curva do ombro e
pescoço e Nicolas me morde grunhindo.
Suas mãos passam por todo o meu corpo, enquanto faz o
caminho até meus seios e ele coloca um mamilo inteiro na boca.
Puxo seu cabelo em resposta.
— Isso... — gemo cheia de tesão, arqueando as costas e seu
grunhido vibra contra mim. Sua língua circula a aréola e sua outra
— Que
para mim bom que
— brinco e elevocê
ri. é rico para comprar calcinhas novas
— Que bom, porque planejo acabar com várias — ele beija
meu sorriso. Nós gememos quando seu pau molhado se encontra
com a minha boceta encharcada.
Eu gemo sentindo meu gosto na sua boca.
Nicolas circula meu pescoço com a mão e se afasta para olhar
em meus olhos. Eu sinto quando ele se encaixa na minha entrada.
Minha boca e a dele se abrem quando começa a se enfiar
lentamente. Em seus olhos vejo prazer.
Mas também vejo pertencimento quando chega até o fundo e
geme, mordendo o lábio. Seu aperto aumenta em meu pescoço. Eu
sorrio, porque amo isso.
Ele.
Eu amo ele.
— Ahhh — grito quando estoca com força em mim, o barulho
molhado dos nossos sexos se tornando musica e mesmo embebida
de prazer, não fecho os olhos.
Não conseguiria nem se quisesse, Nicolas os prende nos seus,
enquanto começa a me tomar para si.
Então tudo silencia novamente.
Só existe ele e eu, e nossos corpos se
s e unindo. Só existe nossa
conexão e nossa escolha de ficar juntos. Só existe seu aperto em
meu pescoço ficando mais forte a cada estocada.
Arranho suas costas, gemendo contra sua boca e seguro sua
bunda o puxando para mim. Começo a ondular meu quadril em
direção ao seu e o contato fica maior. O barulho das nossas
intimidades se batendo fica mais alto.
Os nossos gemidos ficam mais gostosos.
Minha barriga vira gelo quando Nicolas desce a boca em meu
mamilo.
E se nós reescrevermos as
estrelas?
Diga que você foi feita pra ser
minha.
Nada poderia nos manter
separados.
Você será aquela que eu deveria
encontrar.
— Dávocês!
escutando pra vocês calarem a boca, porra, o prédio inteiro tá
— reclamo.
Léo e Matteo reviram os olhos.
— Quem diria que o amor te deixaria ainda mais chato, não
dizem que ele nos deixa mais leves? Será que foi efeito reverso com
você? — reviro os olhos.
— Você quer ficar quieto? Se ela chegar vai dar para escutar
que tem gente aqui dentro mesmo do lado de fora, vocês sabem
qual o sentido de surpresa ou estão se fazendo de burros? — mas
que caralho!
— Não quer ir tomar no cu, não? — Matt reclama, bufando e
virando a cara.
que viveu sozinha, agora Aurora não precisará mais passar por isso.
— Ela morre de saudade de você — falo, com gentileza.
— Por que com ela você é gentil e comigo é na patada? —
resmunga Léo.
— Porque ela não me enche o saco desde que nasceu, você já
esgotou toda a paciência de uma vida, Léo. Não sobrou nenhuma
para lidar com você.
Nenhuma mesmo.
O barulho da porta faz todos ficarem em alerta.
E quando digo todos, quero dizer, Matt, Léo e Elisa. Além de
mim.
Para o que preparei, não queria ninguém além dos que sabem
sobre nossa situação.
A porta se abre e o amor da minha vida passa por ela
ela..
Nossa, como ela é linda.
Ela ainda arranca o meu fôlego.
Eu sou uma vergonha de tão rendido que sou por ela.
Ela nem percebe que tem gente em casa, falei que passaria
em uma construção antes de vir e que íamos sair para comemorar
seu aniversário.
Ela ficou feliz com isso.
Percebi que com Aurora, apenas estar com ela basta. Ela pode
ter tudo o que quiser agora, e sempre lutou para conseguir o que
não podia.
Menos amor.
Menos afeto.
E era a única coisa que a minha garota precisava.
De alguém que a amasse incondicionalmente.
Era a única coisa que me faltava também. Ela. Era ela a parte
que me faltava.
A luz da lua reflete em seus cachos. Reparo isso tudo em
apenas cinco segundos. Esse é todo o tempo que preciso para notar
tudo na minha mulher.
Apenas cinco segundos.
segundos.
Também é o tempo que ela tem antes que todos gritem...
— SURPRESAAAAAAAA!
— MISERICÓRDIAAAAAAA — grita, o sangue sumindo do seu
rosto quando as luzes são acesas e sua mão vai para o coração. —
Deus do abre
largo se céu —emfala
seuem meioseus
rosto, à respiração ofegante,
olhos batendo mas um sorriso
em mim.
— Parabéns para você, parabéns para você — Léo puxa o
coro, com o bolo na mão e cantamos em conjunto. Aurora pula de
felicidade, sem nem reparar ninguém ao redor, porque ela só olha
para mim.
Como eu amo essa garota.
— Feliz aniversário, amor — ela corre e se joga em meus
braços. A agarro como se minha vida dependesse disso, sentindo
suas pernas rodeando minha cintura.
— O que é isso, amor? — sussurra contra meu pescoço.
— Sua festa de aniversário. — Ela se afasta e me fita nos
olhos, os seus tem água — Eu amo você, querida. — E a água
escorre por suas bochechas. — Você merece todas as festas de
aniversário do mundo, todos os presentes que quiser
quiser,, todos os votos
de felicidade, mas acima de tudo, eu que tenho que agradecer o
presente que eu ganhei.
— Que presente, Nick?
— Você — é tão clichê que ela sorri.
Ela sorri e me beija.
— Pode
primeiro comer
presente — fala
da pilha, é o Aurora
de Elisa.sem
Um dar atenção,
estojo com umabrindo o
conjunto
de brincos e colar em forma de coração. — Que lindo — fala se
emocionando. — Quem me deu?
Elisa se joga ao seu lado.
— Eu, é claro, desde quando homem sabe escolher joias para
mulheres? — brinca e escondo um sorriso.
Aurora ri, abraçando a amiga e agradecendo. Logo ela abre
outro.
Uma caixa com edições de colecionador de Trono de vidro,
cortesia minha e que a faz me olhar encantada. Ela tenta agradecer
agradecer,,
mas digo que é para aproveitar os presentes, pois ninguém precisa
de agradecimento. Só queremos ver ela feliz.
Ela ganha um quadro de uma aurora boreal de Matteo, que diz
que ela deveria ter um, já que tem o nome igual. Ganha uma boneca
da Aurora, a princesa da Disney, de Léo, que faz todo mundo rir.
Ganha um celular novo, porque nem a pau eu a deixaria com o
velho que a tela estava pela hora da morte desde que acordamos
juntos em Vegas.
Vegas.
Ganha roupas, calçados, maquiagem, livros. A chave de um
carro, que faz ela enlouquecer.
— Não
vez, mas sei qual foia aela
eu agradeço força do os
todos destino queter
dias por nos uniu da você
colocado primeira
em
minha vida — ela prende os lábios trêmulos. — Você é linda,
divertida e cada parte sua é apaixonante. Eu quero você para
sempre, quero fazer seu café, quero cuidar da sua s ua alimentação, pois
morro de medo de perder você para um infarto — ela bufa, o que sai
com um barulho estranho por conta do choro. — Quero te amar
todos os dias e te venerar todas as noites, e porra, quero muito que
me deixe fazer um filho em você, Aurora. Morro de vontade de fazer
um filho em você — confesso.
— Ah, Nicolas...
— Eu aceito o sobrinho — grita Léo.
— Eu sou o padrinho! — fala Matt apressado.
Paz.
Não vida,
na minha sei o mas
que essa palavra
não tem significa
um dia em que desde quearrependa
eu me Aurora entrou
de a
ter ao meu lado.
Nenhum mísero segundo do meu dia.
Quando a vi deitada ao meu lado pela primeira vez naquela
cama em Las Vegas, com seus lindos olhos verdes de anjo me
encarando e com um sorriso de tirar o fôlego, eu soube que minha
vida nunca mais seria a mesma.
Foi como um estalo, obra do destino ou conexão.
Aurora é minha alma
alma gêmea.
Só demorei mais do que deveria para perceber que já estava
casado com o amor da minha vida.
Sempre fui uma pessoa séria que nunca dava um passo fora
da linha e me orgulhava disso. Me orgulhava da minha vida
monótona e sem graça. Até Aurora.
Até ela chegar
chegar,, arrombando a porta da minha vida e fazendo
morada no meu coração. E ela nunca mais saiu de lá. Graças a
Deus.
Aurora é a loucura que me faltava. A metade do meu coração
bate por ela.
Bate no peito dela.
Nunca pensei que faltava algo, até a encontrar e porra... foi tão
bom encontrar Aurora.
Foi tão bom ir a Vegas e me casar com ela. Foi ainda melhor
me casar com ela pela segunda vez.
Ela vestida de noiva? Quase infartei de tanta emoção. Ela
entrou com Léo, em um vestido colado até a cintura e rodado em
baixo.
Uma verdadeira princesa.
Nossa rotina? Mudou ao decorrer dos anos. Mas ainda
trabalhamos juntos, ainda tomamos café todos os dias juntos, ainda
fodemos igual a coelhos.
Mas nos mudamos. Temos uma casa, do jeito que Aurora
queria. Nós fizemos do jeito que nós queríamos.
Hunt adorou ter um quintal para brincar.
Agora Léo, Matt e Aurora são como ir
irmãos.
mãos.
Eles sempre dão um jeito de me enlouquecer, mas adivinha?
Eu nunca poderia ser mais feliz.
Minha mulher é a mulher mais linda do mundo.
Ela é a “mais” tudo para mim.
A mais engraçada.
A mais louca.
A mais safada.
A mais sexy.
sexy.
A mais impulsiva.
A mais mandona.
A mais gostosa.
A mais perfeita... tudo com Aurora é em excesso.
Até os filhos.
— Ouvi
Comento dizer que tem um duende dentro dessa casa. —
descontraído.
Killian desvia os olhos da tela onde pinta alguma coisa e
escancara a boca.
Ele é o único menino no meio de duas meninas e adivinha? É
o mais calmo.
Tão calmo que na semana passada Hunt apareceu no meu
quarto todo pintado de azul, pois segundo meu filho, nosso cachorro
é tão bonito quanto o céu.
Não sabia se brigava ou se me encantava com as coisas que
saíam da sua boca.
As bochechas de Luna
Luna ficam vermelhas.
— Pediu, papai — murmura.
— Então se ela pediu desculpas, por que você aprontou com
ela? — é sempre difícil ensinar lições para crianças. Elas são
adoráveis e só quero fazer o que elas me pedem.
— Puquê... fui injusta, papai? — pergunta com o cenho
franzido, já sabendo o que eu ia dizer e beijo sua testa.
— Foi, meu amor, foi injusta. Deveria pedir para Angel dividir
algo dela com você, ou pedir para o papai e mamãe comprarem
outro. Vocês são irmãs, precisam aprender a dividir, ok? — ela
assente
Angel. e sai do meu colo e do quarto, para procurar os patins de
Angel percebe e não demora par
para
a ir atrás da irmã.
Me levanto, tendo feito meu trabalho e saio do quarto. Killian
nem nota, de tão concentrado no seu desenho que está.
Os pais de Aurora e os meus, perderam a chance de conhecer
elas. Quando perguntaram pela primeira vez sobre avós, Aurora
decidiu entrar em contato com os pais só para saber se gostariam
de conhecer as crianças, ela ainda tinha o número deles, mas
quando
com ela.ela ligou,
Minha eles não
mulher falaram
ficouque não
triste porqueriam
ela, masnenhum contato
ficou chateada
em contar para os filhos que eles só tinham papais e vários tios.
Caminho até o nosso quarto, meu e da minha Aurora e a
encontro jogada na cama, com os cabelos mais longos do que
quando a conheci, há dez anos, mas o mesmo sorriso encantador,
os mesmos olhos de anjo e a mesma boca afiada.
E a mesma mania de vestir minhas camisas.
Nossa, como ela fica gostosa nelas.
— Como você está, querida? — me jogo ao seu lado, e ela
não demora a vir para o meu colo, se encaixando em mim.
A mesma mania que minhas
minhas crianças têm.
sairiaAs minhas
nunca, amadas
minhas e incríveis betas.
inseguranças, meusSem vocês
medos, essechiliques,
meus livro não
tudo isso teria me parado, mas vocês seguraram a minha mão e me
disseram que eu conseguiria, nossa, como vocês são especiais para
mim. Tan Wenjun, minha inspiração, Beatriz Matos, minha força,
Cristiene Januária, minha direção, Nana Domingos, meu apoio
incondicional. Vocês
Vocês foram incríveis comigo, eu amo vocês do fundo
do meu coração.
Agradeço também a minha Cat e assessora incrível, Hanna
Câmara. Eu amo que você está ao meu lado desde o início e que
nunca me abandonou, amo saber que você está ao meu lado e que
faz tudo o que pode para meus lançamentos darem certo. Eu amo
você incondicionalmente, também. Obrigada por tudo.
Por favor, não esqueça de avaliar, isso ajuda muito e faz essa
história chegar a mais pessoas. Obrigada.
[1]
Série de seis livros distópicos de harém reverso.
[2] Personagem da série: Como eu conheci a sua mãe.
[3]
Diabo
da Tasmânia.
[4]
Personagem da série: “Como eu conheci a sua mãe”
[5]
Protagonista masculino do livro: É assim que começa.