Nota Tecnica CME POA N. 1 2024 Atualizada

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PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE

SISTEMA MUNICIPAL DE ENSINO


CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

NOTA TÉCNICA CME/POA N.º 1/2024:

RETOMADA SEGURA DO ATENDIMENTO


ESCOLAR DIANTE DA CALAMIDADE
PÚBLICA CAUSADA PELOS EVENTOS
CLIMÁTICOS EM PORTO ALEGRE
Telefone: (51) 3289-1810 – E-mail: [email protected]
Diante da calamidade pública que afeta nosso município, especialmente
nossas escolas e comunidades escolares, o Conselho Municipal de Educação
de Porto Alegre (CME/POA) manifesta seu apoio às diversas ações de
solidariedade prestadas pela população com a finalidade de dirimir o sofrimento
daqueles que estão desabrigados.
Da mesma forma, este Colegiado tem acompanhado as ações necessárias
para socorro às vítimas como abrigagem, alimentação, fornecimento de água,
atendimento em saúde, as quais ocorrem em regime de colaboração entre
município e estado, com destaque ao pronto apoio do Governo Federal neste
momento que requer um grande volume de apoio técnico e financeiro a todos
os municípios gaúchos afetados pelos efeitos da crise climática e ambiental.
Além disso, o CME/POA, através de sua Direção e Assessoria Técnico-
Pedagógica, empenha-se na garantia dos direitos das crianças. Temos
participado de ações de acolher, cuidar e brincar nos locais de abrigo,
organizando materiais, preparando equipes de voluntários/as e produzindo
orientações em conjunto com o Fórum de Educação Infantil de Porto Alegre
(FEIPOA), o Fórum Gaúcho de Educação Infantil (FGEI) e a Faculdade de
Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (FACED/UFGRS).

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Frente a situação de calamidade pública e do anúncio da Secretaria
Municipal de Educação (SMED) sobre a retomada gradual do atendimento às
crianças e aos estudantes na Rede Municipal de Ensino (RME) e nas escolas de
Educação Infantil parceirizadas, o CME/POA, órgão normativo, deliberativo,
consultivo e fiscalizador do Sistema Municipal de Ensino (SME), no exercício de
suas atribuições estabelecidas pela Lei Municipal n.º 13.218/2022 e Lei
Complementar n.º 953/2022, reafirma seu compromisso com os princípios
constitucionais da Educação: igualdade de acesso e permanência na escola,
valorização dos profissionais da educação, gestão democrática, inclusão social,
liberdade de ensinar e aprender, pluralismo de ideias e garantia de qualidade
da educação.
O CME/POA tranquiliza as comunidades escolares sobre as normas e
orientações que serão em breve emitidas. Assegura que contribuirão para um
ambiente de acolhimento e de serenidade dentro de tamanha adversidade,
elaboradas a partir do diálogo com a SMED, com as mantenedoras de escolas
privadas, comunitárias e confessionais e com as instituições escolares, pois o
momento é de garantir os direitos das crianças e dos/as estudantes, levando
em consideração as diversas condições e possibilidades de cumprimento do
ano letivo em curso diante da situação de excepcionalidade vivenciada.
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1 DA SITUAÇÃO EMERGENCIAL DECORRENTE DOS EVENTOS CLIMÁTICOS

O mês de maio deste ano iniciou com fortes chuvas em todo o Estado do
Rio Grande do Sul, ocasionando uma elevação recorde do Lago Guaíba. Dados
oficiais da Prefeitura Municipal de Porto Alegre informam que há 157.701
pessoas atingidas e os bairros mais impactados são: Sarandi, Menino Deus,
Farrapos, Humaitá, Cidade Baixa, Floresta, Ponta Grossa, Centro Histórico, São
Geraldo e Lami.
A Prefeitura Municipal de Porto Alegre declarou estado de calamidade
pública através do Decreto n.º 22.647, de 2 de maio de 2024, o qual foi
retificado, até o momento, pelos Decretos n.º 22.652/2024, n.º 22.657/2024 e
n.º 22.662/2024.
Quanto às escolas públicas municipais, privadas, comunitárias e
confessionais do Sistema Municipal de Ensino, sabe-se que enfrentam situações
distintas: algumas estão totalmente destruídas, outras precisam de reformas,
algumas estão intactas mas com a comunidade escolar severamente afetada, e
outras sem comprometimentos significativos.

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Num primeiro movimento de diagnóstico, o CME/POA enviou
às escolas da Rede Municipal de Ensino (RME) um formulário
intitulado “Pesquisa CME/POA: Situação das escolas municipais
na emergência climática e ambiental em POA/2024". Por meio
dela, buscaremos entender as condições das escolas quanto às
condições de infraestrutura, recursos humanos, acesso, mobilidade,
materiais e insumos a fim de pautar nossas ações e normas a partir
de um diagnóstico que expresse o cenário atual das escolas.
Posteriormente, a pesquisa se estenderá às escolas parceirizadas
e às instituições de Educação Infantil privadas do Sistema
Municipal de Ensino.

PARA ESCOLAS MUNICIPAIS PARA ESCOLAS PARCEIRAS

Pesquisa CME/POA com as escolas da RME: Pesquisa CME/POA com as escolas parceiras
Clique no ícone acima ou Clique no ícone acima ou
acesse o Link: acesse o Link:
https://forms.gle/ToQEXhmr3MPd1BdS8 https://forms.gle/mV9b8b6hHno2Pg4L8
Colabore com os dados de sua escola! Colabore com os dados de sua escola!

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2 DO MARCO LEGAL E NORMATIVO
Em resposta à calamidade pública que afeta o Estado do Rio Grande do
Sul, o Conselho Nacional de Educação/Conselho Pleno (CNE/CP) publicou
prontamente o Parecer CP/CNE n.º 11/2024 e a Resolução CNE/CP n.º 3/2024
para normatizar a reorganização dos calendários escolares. O Parecer CP/CNE
n.º 11, de 9 de maio de 2024, trata da “Reorganização do Calendário Escolar e
da possibilidade de cômputo de atividades não presenciais para fins de
cumprimento da carga horária mínima anual, em razão do estado de calamidade
pública causado pelos eventos climáticos no estado do Rio Grande do Sul”,
enquanto a Resolução CNE/CP n.º 3, de 13 de maio de 2024, define “[...]
diretrizes orientadoras aos sistemas de ensino, instituições e redes escolares,
públicas, privadas, comunitárias e confessionais, para a retomada segura das
aulas na Educação Básica e na Educação Superior em razão do estado de
calamidade pública causado pelos eventos climáticos no estado do Rio Grande
do Sul”.
Essas normativas estabelecem condições excepcionais para o ano letivo
de 2024, considerando o disposto na Lei n.º 9.394/1996 (LDBEN),
especialmente os artigos 23, 24, 31 e 32.
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Para a situação de calamidade pública do Rio Grande do Sul, a Resolução
CNE/CP n.º 3/2024 dispensa, em caráter excepcional, as instituições de
Educação Básica da obrigatoriedade de cumprir o número mínimo de 200
dias letivos. Na Educação Infantil, dispensa do número mínimo de dias letivos e
também da carga horária. Para o Ensino Fundamental e Médio, dispensa do
número mínimo de dias letivos, desde que observada a carga horária mínima de
800 horas anuais.
A referida norma ainda prevê que o cumprimento da carga horária mínima
poderá ocorrer de três formas durante o período de calamidade pública: por
meio da reposição da carga horária de modo presencial ao final do período de
calamidade; através do cômputo da carga horária de atividades pedagógicas
não presenciais, realizadas enquanto persistirem as restrições de acesso às
instituições educacionais; e ainda pelo cômputo da carga horária de atividades
pedagógicas não presenciais, realizadas de modo concomitante com o
período das aulas presenciais, quando do retorno às atividades.

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Tendo em vista a regulamentação desse processo, o Parecer CP/CNE n.º
11/2024 e a Resolução CNE/CP n.º 3/2024, bem como a Orientação n.º 3/2024
da União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação do Estado do Rio
Grande do Sul (UNCME-RS) determinam que compete aos Conselhos
Municipais de Educação exarar normas complementares que visem à
reorganização dos calendários escolares, à retomada segura dos
atendimentos às crianças e aos estudantes, bem como ao reordenamento
curricular do ano letivo de 2024.

3 DAS COMPETÊNCIAS E AÇÕES DO CME/POA


Considerando o exposto, o CME/POA cumpre um papel importante no
acolhimento e diálogo junto à SMED e às escolas do Sistema Municipal de
Ensino, bem como com outras entidades representativas das comunidades
escolares.
Esse diálogo com a Administradora do Sistema é de grande importância
para definir: a reorganização dos calendários e atividades escolares; as
possibilidades de recuperação da carga horária para o Ensino Fundamental e
Ensino Médio (Curso Normal); as orientações às famílias; o estabelecimento de

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critérios de utilização de espaços não escolares ao atendimento de crianças e
estudantes; e os procedimentos com relação à escrituração escolar e
certificação da vida funcional dos servidores das escolas onde houver danos
permanentes à documentação.
Considerando a diversidade de contextos das escolas municipais,
parceiras e privadas e com a finalidade de assegurar os direitos educacionais
das crianças e dos estudantes, bem como garantir condições adequadas para o
trabalho docente, o Colegiado do CME/POA constituirá uma Comissão
Especial em sua próxima Plenária, agendada para o dia 23 de maio deste ano.
Esta Comissão, a partir dos resultados da pesquisa disponibilizada às
escolas, será responsável pela análise da matéria e promulgação de norma que
atenda às especificidades do Sistema Municipal de Ensino de Porto Alegre, em
cumprimento ao estabelecido na LDBEN, nos Pareceres e Resoluções do
Conselho Nacional de Educação, bem como em normas exaradas por este
Conselho Municipal de Educação.
Porto Alegre, 17 de maio de 2024.
CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE PORTO ALEGRE

Aline de Oliveira Kerber Josiara Alves de Souza


Presidente CME/POA Vice-Presidente CME/POA
Gestão 2023 - 2025 Gestão 2023 - 2025 8

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