01-Noções de Conforto Térmico

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CLIMATIZAÇÃO DO AMBIENTE

CONSTRUÍDO
Jessé Luís Padilha
Ementa:
• Noções de Conforto Térmico;
• Avaliação Do Conforto Térmico (Segundo Fanger);
• Avaliação De Conforto Térmico Atuais;
• Instrumentos De Medições;
• Psicrometria;
• Conforto E Arquitetura Dos Ambientes;
• ISO 7730‐2005;
• Estresse (Stress) Térmico;
• ISO 7243‐1989;
• NR 15;
• Estimativa de carga térmica para conforto.
INTRODUÇÃO AO CONFORTO
TÉRMICO
Conforto térmico, tomado como uma sensação humana, se situa
no campo subjetivo e depende de fatores físicos, fisiológicos e
psicológicos. Os fatores físicos determinam as trocas de calor do
corpo com o meio; já os fatores fisiológicos referem‐se a
alterações na resposta fisiológica do organismo, resultantes da
exposição contínua a determinada condição térmica; e finalmente
os fatores psicológicos, que são aqueles que se relacionam às
diferenças na percepção e na resposta a estímulos sensoriais,
frutos da experiência passada e da expectativa do indivíduo.
INTRODUÇÃO AO CONFORTO
TÉRMICO
Os estudos em conforto térmico visam principalmente analisar e
estabelecer as condições necessárias para a avaliação e
concepção de um ambiente térmico adequado às atividades e
ocupação humanas, bem como estabelecer métodos e princípios
para uma detalhada análise térmica de um ambiente. A
importância do estudo de conforto térmico está baseada
principalmente em 3 fatores:
A) A satisfação do homem ou seu bem‐estar em se sentir
termicamente confortável;

B) A performance humana, muito embora os resultados de


inúmeras investigações não sejam conclusivos a esse respeito, e a
despeito dessa inconclusividade, os estudos mostram uma clara
tendência de que o desconforto causado por calor ou frio reduz a
performance humana. As atividades intelectuais, manuais e
perceptivas, geralmente apresentam um melhor rendimento
quando realizadas em conforto térmico.
C) A conservação de energia, pois devido à crescente
mecanização e industrialização da sociedade, as pessoas passam
grande parte de suas vidas em ambientes condicionados
artificialmente. Ao conhecer as condições e os parâmetros relativos
ao conforto térmico dos ocupantes em seus ambientes, evitam‐se
desperdícios com calefação e refrigeração, muitas vezes
desnecessários.

Convém ressaltar que devido à variação biológica entre as pessoas,


é impossível que todos os ocupantes do ambiente se sintam
confortáveis termicamente, buscando‐se sempre criar condições
de conforto para um grupo, ou seja, condições nas quais a maior
porcentagem das pessoas se encontre em conforto térmico.
• Estabelecer os limites de uma zona de
conforto é uma tarefa extremamente difícil
porque a sensação de conforto, além de estar
ligada a uma série de variáveis, está também
ligada à adaptação ao meio em que se vive,
dificultando ainda mais a tarefa de encontrar
um limite para o qual se possa afirmar, que
dentro dele, se tem conforto e fora dele se
tem desconforto.
Definições
Para melhor entender os assuntos subsequentes a respeito de conforto térmico, é
necessário apresentar alguns conceitos e definições de conforto e neutralidade
térmica:

Conforto térmico
Segundo a ASHRAE Standard 55 conforto térmico é definido como “A condição da
mente que expressa satisfação com o ambiente térmico”.

Neutralidade Térmica
Segundo o pesquisador dinamarquês Ole Fanger (1970), neutralidade térmica é “A
condição na qual uma pessoa não prefira nem mais calor nem mais frio no
ambiente a seu redor”.

De acordo com Shin‐Iche Tanabe (1984), “Neutralidade Térmica é a condição da


mente que expressa satisfação com a temperatura do corpo como um todo”.
• TERMO REGULAÇÃO HUMANA E BALANÇO DE CALOR NO CORPO

• Podemos considerar o corpo humano como uma “máquina térmica” que dispõe
de um mecanismo termorregulador que controla as variações térmicas do
organismo. Sendo o organismo humano homotérmico, isto é, sua temperatura
deve permanecer praticamente constante, o mecanismo termorregulador cria
condições para que isso ocorra.
• Entende‐se por “máquina térmica” aquela que necessita de certa
quantidade de calor para seu funcionamento. O funcionamento do
corpo humano é a condição na qual o mesmo se encontra para que
esteja apto a desempenhar suas atividades, que podem ser
subdivididas em 2 categorias: Atividades basais internas, que são
aquelas independentes de nossa vontade e suficientes para fazer
com que os órgãos de nosso corpo funcionem a contento, e as
atividades externas, que são aquelas realizadas conscientemente
pelo homem através de seu trabalho ou atividade desempenhada.
• Para ter condições de desempenhar qualquer uma das atividades
citadas, nosso organismo necessita do calor que é oriundo do
metabolismo dos alimentos ingeridos e que também pode ser
subdividido em 2 categorias: Metabolismo basal, que é a taxa de
calor necessária para o desempenho das atividades basais, e
metabolismo devido às atividades externas, que é a taxa de calor
necessária para o desempenho das atividades.
• O calor gerado pelo organismo pode variar de 100W a 1.000W.
sendo que essa geração deve ser dissipada para que não haja um
superaquecimento do corpo, já que o mesmo é homotérmico. A
temperatura interna do corpo humano é praticamente constante,
variando aproximadamente de 35 a 37ºC.

• Para que uma pessoa esteja em estado de conforto térmico no


desempenho das atividades, admitem‐se pequenas oscilações nessa
temperatura interna, sendo que em situações mais extremas,
admitem‐se variações um pouco maiores, para se evitarem os
perigos do stress térmico.
• O mecanismo termorregulador do organismo
tem como objetivo a manutenção da
temperatura corporal, mantendo‐a constante.
Assim sendo, a teoria assume que um
organismo exposto por longo tempo a um
ambiente térmico constante, moderado,
tenderá a um equilíbrio térmico de acordo
com esse ambiente, isto é, a produção de
calor pelo organismo através de seu
metabolismo, será igual à perda de calor do
mesmo para o ambiente, através das diversas
formas de transferência de calor.
• O modelo utilizado na Norma Internacional
ISO 7730 utiliza o “estado estacionário” ou
“permanente” desenvolvido por Fanger, o
qual assume que o corpo em determinado
ambiente, encontra‐se em estado de
equilíbrio não ocorrendo, portanto, acúmulo
de calor em seu interior. O corpo assim
modelado encontra‐se bem próximo à
condição de neutralidade térmica.
• Para melhor entender o processo metabólico o
homem produz energia interna a partir da
transformação dos alimentos. Essa energia é
consumida na manutenção das funções
fisiológicas vitais, na realização de trabalhos
mecânicos externos (atividade muscular) e o
restante é liberado na forma de calor. A produção
de calor é contínua e aumenta com o esforço
físico executado, para isso criou‐se um unidade
denominada Met: 1 Met = 58,2 W / m² ou 50 Kcal
/m². h.
• Deve‐se notar que a unidade Met representa a
energia produzida no tempo por unidade de
área superficial do corpo, sendo assim ela é
variável com as características físicas das
pessoas.

• A área superficial do corpo pode ser estimada


pela seguinte equação proposta por Du Bois:
• Dessa forma, usando as características do
homem e da mulher padrão estabelecidos na
norma ISO 899614, as respectivas áreas
superficiais do corpo serão:
• Zonas de respostas fisiológicas e comportamentais

• As pessoas apresentam zonas de respostas fisiológicas


e comportamentais de acordo com as condições a que
estiverem submetidas e, de acordo com a atividade
que estiverem desempenhando. Como na maioria dos
estudos de conforto térmico, as atividades
desempenhadas são do tipo sedentárias, e o fator
humano de influência sobre a determinação da zona de
conforto é a vestimenta utilizada. Pode‐se então
apresentar 2 zonas de conforto, para pessoas vestidas e
pessoas nuas, em função da temperatura do ar:
• Para pessoas nuas: Zona de conforto para que se
mantenha o equilíbrio térmico situa‐se entre 29ºC e
31ºC;

• Para pessoas vestidas com vestimenta normal de


trabalho (Isolamento = 0,6 clo): Zona de conforto para
que se mantenha o equilíbrio térmico situa‐se entre
23° e 27°C.

• Cada indivíduo possui uma temperatura corporal


neutra, descrita como aquela em que o mesmo não
prefira sentir nem mais frio e nem mais calor no
ambiente (neutralidade térmica) e nem necessite
utilizar seu mecanismo de termorregulação. Ao
compararmos a temperatura interna corporal com essa
temperatura neutra, podemos apresentar as seguintes
respostas fisiológicas e comportamentais:
Trocas de Calor entre o Corpo e o
Ambiente
• Como foi visto, no balanço térmico do corpo, o
excedente de energia produzida no
metabolismo é transformado em calor que
tem de ser imediatamente liberado para o
meio, a fim de que a temperatura interna do
corpo mantenha‐se constante.
• Basicamente são três os mecanismos de troca
térmica do corpo humano com o ambiente:
Convecção, Radiação e Evaporação.
Convecção
• O processo de remoção de calor por
convecção ocorre quando o ar apresenta
temperatura inferior à do corpo e o corpo
transfere calor pelo contato com o ar frio
circundante. O aquecimento do ar provoca
seu movimento ascensional. À medida que o
ar quente sobe, o ar frio ocupa seu lugar,
completando‐se, assim, o ciclo de convecção.
Convecção
• Se a temperatura do ar for exatamente igual à
temperatura da superfície do corpo, não
haverá troca térmica por esse processo. Se a
temperatura do ar for mais elevada do que a
da superfície do corpo, o ar cederá calor para
o corpo, invertendo‐se o mecanismo.
Radiação Térmica
• É o processo pelo qual a energia radiante é
transmitida da superfície quente para a fria
por meio de ondas eletromagnéticas que, ao
atingirem a superfície fria, transformam‐se em
calor.
Radiação Térmica
• A energia radiante é emitida continuamente por todos
os corpos que estão a uma temperatura superior a zero
absoluto. Isso equivale dizer que uma pessoa num
ambiente está continuamente emitindo e recebendo
energia radiante, e o diferencial entre a energia
recebida e a emitida é que define se o corpo é
aquecido ou resfriado por radiação. Dessa forma, se a
temperatura das paredes de um ambiente for inferior à
da pele de um homem, este perderá calor por
radiação. Se as paredes estiverem mais quentes que a
pele, a temperatura do corpo aumentará por efeito da
radiação.
Radiação Térmica
• A radiação térmica não depende do ar ou de
qualquer outro meio para se propagar, e a
quantidade de energia radiante emitida por
um corpo depende de sua temperatura
superficial.
Evaporação
• Quando as condições ambientais fazem com que as
perdas de calor do corpo humano por convecção e
radiação não sejam suficientes para regular a sua
temperatura interna, o organismo intensifica a
atividade das glândulas sudoríparas e perde calor pela
evaporação da umidade (suor) que se forma na pele. A
explicação é simples: simultaneamente à transpiração
ocorre à evaporação do suor, esse é um fenômeno
endotérmico, isto é, para ocorrer precisa de calor
cedido pelo corpo. De forma simplificada, pode‐se
dizer que um líquido evaporando sobre uma superfície
quente extrai calor dessa superfície, resfriando‐a.
• Isso significa que quanto maior for o trabalho desse
sistema para manter a temperatura interna do corpo,
maior será a sensação de desconforto.
• Assim, as trocas entre o corpo humano e o
ambiente podem, de forma simplificada, ser
representadas pela seguinte equação:
JP1
Slide 37

JP1 Jessé Padilha; 13/05/2015


• Quando o valor de Q na equação for igual a
zero, o corpo estará em equilíbrio térmico, e a
primeira condição para a obtenção do
conforto térmico terá sido satisfeita. Essa
condição é necessária, mas não suficiente,
uma vez que o desconforto ocorre mesmo
quando o equilíbrio térmico do organismo é
mantido pelo sistema termorregulador.
• Ainda nesta equação, é necessário ressaltar
também que o fator Cmet, pode, de acordo
com o princípio adotado na norma ISO
899614, ser igualado a energia do
metabolismo. Isso deve‐se ao fato de que a
maior parte da energia do metabolismo
transforma‐se em energia térmica e a parcela
correspondente ao trabalho mecânico pode
ser geralmente negligenciada.
• A taxa de liberação de calor pelo corpo
humano pode variar de 120 W para atividade
sedentária até 440 W para atividade intensa
(ver Tab. 48, pg. 1‐94 Carrier). Este calor
representa uma parcela muitas vezes
importante da carga térmica de resfriamento
de um sistema de ar condicionado.
Fatores que Influenciam na Remoção
de Calor do Corpo Humano
• Sabe‐se que o conforto térmico depende do
grau de atuação do sistema termorregulador
para manter a temperatura interna do corpo.
Portanto, é necessário conhecer os fatores
que influenciam os processos de troca de
calor do corpo com o ambiente, visto que
influenciarão no trabalho do sistema
termorregulador bem como na sensação de
conforto térmico.
Fatores que Influenciam na Remoção
de Calor do Corpo Humano
• Os fatores que influenciam são a temperatura
do ar, a umidade relativa do ar, a ventilação do
ambiente e a vestimenta usada pelas pessoas
Temperatura do Ar (ta)
• Quando a temperatura do ar é inferior à da
pele, a remoção de calor por convecção será
tanto maior quanto menor for a temperatura
do ar. Se o ar estiver a uma temperatura
superior à da pele, ele cederá calor para o
corpo por convecção.
Temperatura do Ar (ta)
• Quanto à evaporação, a influência da
temperatura do ar dependerá da umidade
relativa e da velocidade do ar.
Umidade Relativa do Ar (UR)
• A umidade relativa do ar, numa determinada
temperatura, é a razão entre o número de gramas
de vapor d'água existente em 1m³ de ar e a
quantidade máxima de gramas de vapor d'água
que 1m³ de ar pode conter, quando está saturado
naquela temperatura. A umidade relativa varia
com a temperatura do ar. Com o aumento da
temperatura, a quantidade máxima de vapor
d'água que 1m³ de ar pode conter também
aumenta. Com a diminuição da temperatura, a
quantidade máxima de vapor d'água que 1 m³ de
ar pode conter também diminui.
Umidade Relativa do Ar (UR)
• Isso significa que quando se deseja umidade
relativa menor num ambiente, deve‐se reduzir
a quantidade de vapor d'água no ar ou
aumentar a temperatura do ar ambiente. Por
outro lado, quando se deseja umidade relativa
maior, deve‐se aumentar a quantidade de
vapor d'água no ar ou reduzir a temperatura
do ar desse ambiente.
Umidade Relativa do Ar (UR)
• A umidade relativa do ar tem grande
influência na remoção de calor por
evaporação, na medida em que a baixa
umidade relativa permite ao ar relativamente
seco absorver a umidade da pele
rapidamente, e, com isso, promover também
de forma rápida a remoção de calor do corpo.
• A alta umidade relativa produz efeito inverso.
Ventilação do Ambiente
• É necessário conhecer a temperatura e a
umidade relativa do ar, para se analisar a
capacidade de contribuição da ventilação na
remoção de calor do corpo humano. Para a
condição de ar não saturado e com
temperatura inferior à da pele, pode‐se
afirmar que:
Ventilação do Ambiente
• • quando a ventilação aumenta: o processo de
evaporação aumenta, porque a umidade do
corpo é retirada mais rapidamente. o processo
de convecção aumenta, porque a velocidade
de troca do ar que rodeia o corpo é maior.
Ventilação do Ambiente
• • quando a ventilação diminui: os processos
de convecção e evaporação também
diminuem.
Vestimenta Utilizada
• A roupa é um elemento que dificulta a remoção de
calor do corpo.
• • Diminui a troca térmica por convecção porque é um
obstáculo ao movimento do ar junto à pele.
• • Diminui o processo de evaporação do suor num grau
que varia conforme a permeabilidade da roupa ao
vapor d'água. Quanto menor a permeabilidade da
roupa, menor será a remoção de calor por evaporação.
• • A interferência da vestimenta na troca térmica por
radiação depende principalmente da emissividade e
absortância de radiação da roupa e do comprimento de
onda da radiação.
Vestimenta Utilizada
• Para as radiações de ondas longas, a
emissividade é igual a absortância podendo
ser considerada 1 para a pele e 0,95 para as
roupas comuns, independente da cor. Já para
as de ondas curtas, a absortância depende da
pigmentação da pele e da cor da roupa, sendo
maior para as de tonalidades escuras.
Vestimenta Utilizada
• Dessa forma, em ambientes nos quais
predominam as radiações de ondas longas, a
vestimenta terá pouca influência na troca
térmica por radiação. Por outro lado, nos
ambientes em que existam fontes importantes
de radiação de ondas curtas, as vestimentas
de cor clara absorverão menor quantidade de
radiação do que as de cor escura.
Vestimenta Utilizada
• Na verdade a roupa promove um determinado
isolamento térmico, porque acrescenta
resistência à transferência de calor entre o corpo
e o ambiente.

• A magnitude dessa resistência térmica depende


principalmente do tecido e do modelo de
fabricação da roupa; uma roupa longa, justa e de
lã oferece maior resistência que uma curta,
folgada e de algodão.
Vestimentas (Isolamento)
• A equação a seguir permite calcular o
isolamento térmico básico da roupa usando‐se
os dados de isolamento térmico.
• Exemplo 1:
• Calcular o isolamento térmico de uma roupa
de verão composta por: camisa esporte de
manga curta, calça de trabalho de algodão,
cueca de algodão, meias ¾ e sapatos.
• Os isolamentos térmicos dos itens do
vestuário obtidos da tabela 2 são
• camisa esporte de manga curta = 0,17 clo
• calça de trabalho de algodão = 0,24 clo
• cueca de algodão = 0,04 clo
• meias ¾ = 0,03 clo
• sapatos = 0,05 clo
• Os isolamentos térmicos dos itens do
vestuário obtidos da tabela 2 são
• camisa esporte de manga curta = 0,17 clo
• calça de trabalho de algodão = 0,24 clo
• cueca de algodão = 0,04 clo
• meias ¾ = 0,03 clo
• sapatos = 0,05 clo
• O isolamento térmico da roupa será:
• ICL = 0,17 + 0,24 + 0,04 + 0,03 + 0,05
• ICL = 0,53 clo
Parâmetros Básicos em
Condicionamento de Ar
• Um sistema de ar condicionado deve controlar
diretamente quatro parâmetros ambientais:
• Temperatura do ar (bulbo seco)
• • Temperatura das superfícies circundantes
• • Umidade do ar
• • Velocidade do ar
• A temperatura do ar é facilmente medida
enquanto que a umidade do ar pode ser descrita,
para uma dada pressão, utilizando‐se termos
definidos em psicrometria. Estes incluem a
temperatura de bulbo úmido e de orvalho, que
podem ser medidas diretamente, e a umidade
relativa, que deve ser determinada indiretamente
a partir das duas temperaturas acima. A
velocidade do ar pode ser medida diretamente e,
até certo ponto, estimada dos conceitos teóricos
desenvolvidos em mecânica dos fluidos.
• A temperatura das superfícies circundantes
está diretamente relacionada com as trocas
radiantes entre uma pessoa e a sua
vizinhança. O parâmetro básico utilizado para
descrever as condições de troca radiante em
um espaço condicionado é a temperatura
radiante média, definida a seguir.
• Temperatura radiante média: temperatura
superficial uniforme de um invólucro negro
imaginário com o qual a pessoa trocaria a
mesma quantidade de calor por radiação que
aquela trocada com o invólucro real.
• O instrumento mais comumente utilizado para
se medir a temperatura radiante média é o
termômetro de globo de Vernon. Este consiste
de uma esfera oca de 6cm. de diâmetro,
pintada de preto, com um termopar ou
termômetro de bulbo no seu centro. De um
balanço de energia, pode‐se mostrar que a
temperatura de equilíbrio do globo
(temperatura do globo) está relacionada à
temperatura radiante média por
• Temperatura operacional: temperatura
uniforme de um ambiente imaginário com o
qual a pessoa trocaria a mesma quantidade de
calor por convecção e radiação que aquela
trocada com o meio real.
• A temperatura operacional é a média entre a
temperatura radiante média e a temperatura
do ar ambiente ponderadas pelos respectivos
coeficientes de transferência de calor.
Entretanto, para as aplicações práticas usuais,
a temperatura operacional pode ser tomada
simplesmente como:
• Considerada o parâmetro ambiental mais comum e de
aplicação mais difundida, a temperatura efetiva, ET, é a
temperatura de um ambiente com 50% de umidade relativa
que causaria a mesma perda total pela pele que aquela
verificada no ambiente real. Portanto, a temperatura
efetiva combina a temperatura de bulbo seco e a umidade
relativa em um único índice de maneira que dois ambientes
com a mesma temperatura efetiva causariam a mesma
sensação térmica embora os valores individuais de
temperatura e umidade possam diferir de um caso a outro.
Uma vez que a sensação térmica de indivíduos depende
das vestimentas e do nível de atividade física, define‐se
uma temperatura efetiva padrão, SET, para condições
internas típicas. Estas são:
• Isolamento devido às vestimentas = 0,6 clo
• • Índice de permeabilidade à umidade = 0,4
• • Nível de atividade metabólica = 1,0 met
• • Velocidade do ar < 0,10 m/s
• • Temperatura ambiente = temperatura
radiante média
• As variáveis de maior influência no conforto
térmico podem ser reunidas em dois grandes
grupos: as de natureza ambiental e as de
natureza pessoal.
• As de natureza ambiental são:
• • temperatura do ar (ta);
• • temperatura radiante média (trm);
• • velocidade relativa do ar (vr);
• • umidade relativa do ar ambiente (UR).
• As de natureza pessoal são:
• • tipo de vestimenta (representada pelo seu
isolamento térmico);
• • tipo de atividade física executada
(representada pelo metabolismo).
• Essas variáveis foram separadas em dois
grupos somente para efeito de classificação,
tendo em vista que o efeito combinado de
todas essas variáveis é o que determina a
sensação de conforto ou desconforto térmico.

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