Temperaturas Extremas - CALOR
Temperaturas Extremas - CALOR
Temperaturas Extremas - CALOR
CALOR
O calor um fator de risco fsico presente nos processos de trabalho em indstrias
txtil, fbricas de vidro, mineraes e outras indstrias que apresentam processos com
liberao de grande quantidade de energia trmica. No setor industrial, destacam-se pelos
inmeros ambientes quentes das indstrias siderrgicas, metalrgicas e fundies que utilizam
fontes de calor em vrias partes do seu processo produtivo.
Calor:
O calor est presente tambm em atividades realizadas ao ar livre, como
construo civil, salineiras e no trabalho em campo. Nas mineraes
subterrneas, dado o aumento de temperatura das rochas, a combinao de
calor com umidade torna o trabalho fsico pesado e, em muitos casos, at
insuportvel.
sobrecarga trmica for leve ou moderada, embora possa causar desconforto e gerar queda no
desempenho profissional e at riscos para a segurana do empregado exposto, de maneira
geral no causar danos sade.
Mecanismos de Trocas Trmicas
So mecanismos de trocas trmicas:
Conduo
a transferncia de calor que ocorre quando dois corpos com temperaturas diferentes
so colocados em contatos, sendo que haver um fluxo de calor do corpo com temperatura
maior para o corpo de temperatura menor, ou seja, o calor do corpo de maior temperatura
transferido para o corpo de menor temperatura. Quando as temperaturas dos dois corpos se
igualam, ocorre um equilbrio trmico e o fluxo de calor entre os dois corpos nulo.
Conduo-Conveco
Processo de troca trmica idntica ao da conduo, porm um dos corpos um fludo,
ou seja, a transferncia de calor ocorre atravs de fludo em movimento.
Radiao
Quando dois corpos se encontram em temperaturas diferentes, haver uma
transferncia de calor, por emisso de radiao infravermelha, do corpo com temperatura
maior para o corpo de temperatura menor, mesmo no havendo um meio de propagao entre
eles. O calor radiante transmitido atravs do vcuo ou por outros meios a uma velocidade
que depende do meio.
Evaporao
Quando um lquido a uma determinada temperatura transforma em vapor, ou seja, o
lquido na fase gasosa passando para o meio ambiente. Este fenmeno, denominado
evaporao, funo da quantidade de vapor j existente no meio e da velocidade do ar na
superfcie do lquido.
Fatores que influenciam nas Trocas Trmicas entre o Ambiente e o Organismo
Os principais fatores que influem nas trocas trmicas entre o corpo humano e o meio
ambiente e que devem ser consideradas na quantificao da sobrecarga trmica so:
Temperatura do ar
Giampaoli (1987, p. 38) conceitua temperatura do ar como a influncia da temperatura
do ar na troca trmica entre o organismo e o meio ambiente pode ser avaliada, observando-se
a defasagem, positiva ou negativa, existente entre esta temperatura e a temperatura da pele.
Quando a temperatura do ar maior que a da pele, o organismo ganha calor por conduoconveco. Quando a temperatura do ar menor que a temperatura da pele, o organismo
perde calor pelo mesmo mecanismo. A quantidade de calor ganha ou perdida diretamente
proporcional defasagem existente as temperaturas em cada um dos casos.
Umidade relativa do ar
Para Saliba (2009, p. 102), a umidade relativa do ar influi na troca trmica entre o
organismo e o ambiente, pelo mecanismo de evaporao. Desse modo, a perda de calor no
organismo por evaporao depender da umidade relativa do ar, isto , da quantidade de gua
presente numa determinada quantidade de ar. O mesmo autor cita que a velocidade do ar no
ambiente pode alterar as trocas tanto na conduo como na conveco (Saliba, 2009, p. 102 e
103).
Velocidade do ar
Quando h aumento de velocidade do ar, haver acelerao da troca de camadas de ar
mais prximas do corpo, aumentando, deste modo, o fluxo de calor entre o corpo e o ar. Se h
maior velocidade do ar, haver substituio mais rpida das camadas de ar mais saturadas
com gua e substituio por outras menos saturadas favorecendo, ento, a evaporao.
O sentido de transmisso de calor importante, pois o aumento de velocidade do ar
poder favorecer ou desfavorecer o ganho de calor pelo organismo. A variao da velocidade
do ar pode ter uma ao positiva ou negativa na troca trmica.
Aumento da velocidade do ar:
O aumento da velocidade do ar facilita a perda de calor do organismo humano
atravs da evaporao do suor, mas importante lembrar que a taxa de
evaporao do suor no aumenta indefinidamente, pois o corpo humanotem
limitaes fisiolgicas.
Calor radiante
O calor radiante quando um indivduo que se encontra na presena de fontes de calor
radiante, o organismo ganha calor pelo mecanismo de radiao.
Medidas de Controle
A boa prtica de higiene ocupacional recomenda que os trabalhadores devam ser
protegidos por meio de medidas de controle gerais, ou seja, necessria a adoo de medidas
de engenharia que reduza na fonte o calor ou controle a trajetria desse fator de riscos.
A aplicao do controle de pessoal sempre ser como complemento das medidas
coletivas e administrativas.
1 A exposio ao calor deve ser avaliada atravs do ndice de Bulbo mido Termmetro de
Globo IBUTG, definidos pelas equaes que seguem:
Onde:
3 As medidas devem ser efetuadas no local onde permanece o trabalhador, altura da regio
do corpo mais atingida.
2 Os perodos de descanso sero considerados tempo de servio para todos os efeitos legais.
1 Para os fins deste item, considera-se como local de descanso o ambiente termicamente
mais ameno, com o trabalhador em repousou ou exercendo atividade leve.
Onde:
M = taxa de metabolismo mdia ponderada para uma hora, determinada pela seguinte frmula:
M=
Sendo:
Sendo:
IBUTGt = valor do IBUTG no local de trabalho.
IBUTGd = valor do IBUTG no local de descanso.
4 Os perodos de descanso sero considerados tempo de servio para todos os efeitos legais.
De acordo com a Previdncia Social, o trabalho por 25 anos com exposio ao calor
acima dos limites de tolerncia estabelecidos na NR 15 Atividades e Operaes Insalubres,
da Portaria N. 3.214/1978, gera direito aposentadoria especial (Decreto N. 3.048 Cdigo
2.0.4 Temperaturas Anormais) e as avaliaes ambientais para fins de caracterizao de
aposentadoria especial por sobrecarga trmica devem ser efetuadas de acordo coma
metodologia e os procedimentos estabelecidos pela FUNDACENTRO, na Norma de Higiene
Ocupacional, Procedimento Tcnico NHO 06 Avaliao da Exposio Ocupacional ao Calor,
editada em 2002.
importante observar que a NHO 06 apresenta diferenas com o Anexo 3 da NR 15,
sobretudo no que concerne s taxas metablicas.
Bibliografia Bsica
BELLUSCI, Slvia Meirelles. Doenas profissionais ou do trabalho. 10. ed. So Paulo: Senac
So Paulo, 2008.
BRASIL. Ministrio da Previdncia Social. Lei N. 8.213, de 24 de julho de 1991. Benefcios da
Previdncia Social. Braslia, 2009.
BRASIL. Ministrio do Trabalho e Emprego. Segurana e Sade do Trabalho: Legislao.
Disponvel em:<http://www.mte.gov.br>.
American Conference of Governmental Industrial Hygienists ACGIH, 2014.
ASTETE, Martin Wells; GIAMPAOLI, Eduardo; ZIDAN, Leila Nadim. Riscos fsicos. So Paulo:
Fundacentro/SSST/MTE, 1987.
SALIBA, Tuffi Messias. Manual prtico de higiene ocupacional e PPRA: Avaliao e
controle de riscos ambientais. 2. ed. So Paulo: LTr, 2009. 462 p.