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ANÁLISE TERMOMECÂNICA (TMA)

Profa. Dra. Claudia Merlini

Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia de Materiais


Variações dimensionais em polímeros
Variações dimensões em polímeros acontecem em resposta a uma variedade de estímulos,
sendo os mais importantes:

Temperatura

Absorção de fluidos

Stress mecânico

Reações químicas (polimerização e cura)

Efeitos do tempo (envelhecimento)

Os estudos das mudanças dimensionais são de grande importância técnica para aplicações
de polímeros na engenharia, mas também são importantes no processamento.

Fonte: Zoller, 2013


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Análise Termomecânica
É uma técnica para avaliação das mudanças dimensionais de materiais em função da
temperatura, do tempo (T constante) ou força (carga não oscilatória).

Análise termomecânica pode ser conduzida com diferentes configurações de ponteiras.

Extensão/ Penetração
Expansão ou Flexão
Tração
Compressão

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Análise Termomecânica
As medidas de TMA podem fornecer informações relacionadas à:

Coeficiente de expansão térmico linear

Expansão volumétrica

Pontos de Amolecimento

Temperatura de transição vítrea

Transições de fase

Temperatura e etapas de sinterização

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Análise Termomecânica
O tipo de ponteira determina o modo de operação, a maneira como a tensão é aplicada e a
magnitude da tensão.

Fornece dados relativos aos coeficientes de


Expansão ou compressão
expansão térmica linear e as transições da amostra

Permite identificar o ponto/temperatura de


Método Penetração
amolecimento do material

Flexão Medidas de deflexão em materiais suscetíveis a flexão

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Modo de expansão - Dilatometria
Os ensaios de expansão permitem fornecer os coeficientes de expansão térmica linear

Utilizados para medida de sólidos


Analisador termomecânico

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Modo de expansão - Dilatometria
A dilatometria está relacionada com as medidas e estudos de variações dimensionais de um material.

Também utilizada para estudar fenômenos físicos e químicos associados com mudanças dimensionais,
como:

fusão

cristalização

transições secundárias

polimerização

reações de cura

absorção de fluidos,

Fonte: Zoller, 2013


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Modo de expansão - Dilatometria

Variação de volume específico com a temperatura

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Modo de expansão - Dilatometria
Na temperatura de fusão a amostra sofre uma variação mais acentuada de volume .

DV/V0 (%) x T

Fonte: Lucas et al., 2001


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Modo de expansão - Dilatometria
A temperatura de transição vítrea de um polímero é determinada pelo ponto onde
ocorre uma mudança no coeficiente de expansão
PTFE (-170 a 100°C)

Fonte: Lucas et al., 2001


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Modo de expansão - Dilatometria

1 Specific volume of amorphous (left) and semicrystalline


thermoplastics (right) in correlation with the temperature

Fonte: https://www.wiley-vch.de/books/sample/3527409726_c01.pdf
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Modo de expansão - Dilatometria

Polímero Tg (°K) /(°C) α1 (x10-4)(K-1) Δ α(x10-4)(K-1)

Poli(dimetilsiloxano) 150/ (-123) 8,12 -12 5,4 – 9,3


Poli(acetato de vinila) 302/ (29) 5,98 3,9
Poli(cloreto de vinila) 355/ (82) 5,2 3,1
Poliestireno 373/ (100) 5,5 3,0
Poli(metacrilato de metila) 378 (105) 4,6 -5,0 2,45 -3,05

Fonte: Akceelrud, 2007


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Modo de expansão - Dilatometria
Cada segmento da curva apresentada nos gráficos relata uma variação que descreve o
coeficiente de expansão térmica .

Coeficiente de expansão térmica linear Médio: é a medida da propriedade do material de maior ou


menor expansão com o aumento/redução da temperatura.

DL

∆L: variação de altura da amostra (L2-L1)
L0
DT .L o
∆T: variação de temperatura (T2-T1)
∆L
Lo: altura original da amostra

Coeficiente de dilatação térmica instantâneo:

1  l 
1 T    
l0  T  p
Fonte: Lucas et al., 2001
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Coeficiente de expansão térmica linear

Polímeros: 0.3 × 10−4 a 1 × 10−4 /◦C no estado sólido próximo a temperatura ambiente (cerca de 10
vezes maior que os metais)
Modo de expansão - Dilatometria
Típico comportamento PVT (pressão/volume/temperatura) de um polímero:

(a) amorfo (b) semicristalino

Fonte: Van der Beek, 2005 15


Modo de expansão - Dilatometria
Para polímeros semicristalinos, a dependência do volume específico nas condições de processo é
complexa, pois a cristalinidade depende fortemente da história térmica e condições de fluxo
(estiramento, deformação, cisalhamento, etc).

Volume específico do iPP, medido em diferentes pressões e taxas de resfriamento de 1.0 °C/min (O)
and 4.0 °C/min (□).

Fonte: Van der Beek, 2005 16


Equipamento de Dilatometria
O equipamento para determinação do coeficiente de dilatação térmica linear consiste de um forno
tubular no qual se insere uma amostra cilíndrica do material a ser estudado.

A variação do comprimento da amostra é medida a partir de um relógio comparador micrométrico e a


temperatura é medida com um termômetro digital, ambos em contato.
Apesar do relógio estar em contato com a amostra, deve-se evitar a transferência de calor.

Esquema de um dilatômetro simples:

Fonte: Pizetta e Mastelaro, 2014


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Equipamento Comercial – Dilatometria (Netzsch)

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Calibração do equipamento

Alguns padrões de referência são medidos para comparação de valores. São eles: alumina,
safira, platina, tungstênio e sílica fundida.

Admitem-se diferenças de até 5% entre valores do coeficiente de dilatação térmica


linear na faixa usual da cerâmica que está acima de 5 x 10-6 oC-1

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Temperatura de distorção térmica (Heat Deflection Temperature) HDT

A temperatura de distorção térmica estabelece a máxima temperatura que um


polímero pode ser utilizado como um material “rígido”.

Pode ser considerada também a temperatura limite em que um material pode


suportar um carregamento por um determinado tempo.

Modo Flexão

HDT é um indicador útil da temperatura limite, acima da qual o material não pode ser
utilizado para aplicações estruturais.

Fonte: LANDEL e NIELSEN, 1994


Temperatura de distorção térmica (Heat Deflection Temperature) HDT

Polímeros
É próxima a Tg
amorfos
HDT
Polímeros
É próxima a Tm
semicristalinos

Tg HDT
É uma medida
Temperatura onde
macroscópica da
inicia a mobilidade
“rigidez” do material
das cadeias da fase
com o aumento da
amorfa
temperatura

Polymer Properties Database


Não podem ser usadas intercambiavelmente
Fonte: LANDEL e NIELSEN, 1994; http://polymerdatabase.com
Temperatura de distorção térmica (Heat Deflection Temperature) HDT
Para avaliação da Consiste em submeter o corpo a um esforço de
temperatura de distorção flexão sob 3 pontos, sob um aumento de
térmica, utiliza-se o ensaio temperatura, a uma taxa de aquecimento
de HDT constante.

Norma: ASTM D648 − 16: Standard Test Method


for Deflection Temperature of Plastics Under
Flexural Load in the Edgewise Position

•Espessura: 3 mm ou mais

•Carregamento: 0,455 MPa ou 1,82 MPa

•Aquecimento: banho de imersão (Óleo mineral-até


115°C ou óleos a base de silicone- até 260°C) –
(Existem equipamentos sem óleo)

•Taxa: 2 °C/min

HDT: temperatura em que ocorre uma deflexão


de 0,25 mm

Fonte: ASTM D648 − 16


Temperatura de distorção térmica (Heat Deflection Temperature) HDT

HDT para polímeros e


compósitos com fibra de
vidro (carregamento 1,83
MPa)

Um HDT alto é desejável para:


• Aplicações em alta temperatura
• Componentes que entram em contato com líquidos ou gases quentes (como ferramentas para moldes de injeção,
conectores de fluidos, válvulas e bicos)
Fonte: BRYDSON, 1999
Temperatura de Amolecimento VICAT
A temperatura de amolecimento VICAT é aquela em que ocorre a penetração de uma ponteira no
material, sob um carregamento específico.

Essa temperatura reflete o ponto de amolecimento esperado quando um material é utilizado em


aplicações em elevadas temperatura.

Vicat fornece informações da temperatura em que o


material perde sua “estabilidade de forma”.
Temperatura de Amolecimento VICAT
A temperatura de amolecimento VICAT é aquela na qual, durante o aquecimento, uma agulha de ponta
chata de 1 mm2, sob ação de uma carga fixa, penetra até uma profundidade de 1 mm.

Norma: D1525 − 17:


Standard Test Method for
Vicat Softening Temperature of Plastics

• Espessura: 3 mm a 6.5 mm
• Carregamento: 1: 10 N ou 2:50 N
• Taxa de aquecimento: A: 0,83°C/min ou B:
2 °C/min
• Aquecimento: banho de imersão (glicerol,
silicone, etileno glicol, etc)
Temperatura de Amolecimento VICAT
Vicat para alguns polímeros

Polímero Carregamento 1 (10N) Tg Tm


Taxa B (2°C/min)
PS 97 100 -
HDPE 128 -90 135
PP 152 -5 165
Poliamida 6,6 251 70 265

ABS 100 -50(PB), 105 (SAN) -

Fonte: Canevarollo, 2013


Referências
AKCEELRUD, L. Fundamento da Ciência dos Polímeros, Manole, 2007

BRYDSON, J. A. Plastics Materials. Butterworth-Heinemann, 7ª. Edição. 1999

CANEVAROLO, S. C.: Técnicas de Caracterização de Polímeros, Artliber, 2004.

JOSÉ RENATO JATOBÁ MARCUCI; CLAUDIA CRISTIANE CAMILO; PEDRO LUIZ DI LORENZO; JOÃO MANUEL DOMINGOS DE ALMEIDA ROLLO.
Modelamento matemático de ensaio dilatométrico em aços inoxidáveis martensíticos 420A e 440C utilizados em ferramental cirúrgico.
Rev. Bras. Eng. Bioméd. vol.29 no.1 Rio de Janeiro Jan./Mar. 2013

KRACHE, RACHIDA; DEBBAH, ISMAHANE. Some Mechanical and Thermal Properties of PC/ABS Blends. Materials Sciences and
Applications , 2011, 2, 404-410

LANDEL, R.F.; NIELSEN, L.E. Mechanical Properties of Polymers and Composites, Second Edition. 1994

LUCAS, E. F.; SOARES, B. G.; MONTEIRO, E.: Caracterização de Polímeros: Determinação de Peso Molecular e Análise Térmica, E-paper
2001

MARK, H.F.; Encyclopedia of Polymer Science and Technology . 3ª. Edition

MOTHÉ, C.G.; AZEVEDO, A. D., Análise Térmica de Materiais, Artliber Editora, 2002.
PIZETTA, DANIEL COSMO; MASTELARO, VALMOR ROBERTO. Construção de um dilatômetro e determinação do coeficiente de dilatação
térmica linear . Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 36, n. 1, 1313 (2014).

VAN DER BEEK, Specific volume of polymers: Influence of the thermomechanical history. Technische Universiteit
Eindhoven DOI: 10.6100/IR590887 2005

ZOLLER, DILATOMETRY em Encyclopedia of Polymer Science and Technology. Copyright c 2013 John Wiley & Sons, Inc. 2013

Material Properties of Plastics. Disponível em https://www.wiley-vch.de/books/sample/3527409726_c01.pdf


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Contato
E-mail: [email protected]
Telefone: (48) 3721-3389
Site: www.ufsc.br

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