Arcadismo Exercício

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LITERATURA- LUCIANA NUNES

QUESTÃO 02
QUESTÃO 01 (ENEM 2015) Leia o texto a seguir.
(ENEM/2016) Leia o texto a seguir. Casa dos Contos
Soneto VII & em cada conto te cont
o & em cada enquanto me enca
Onde estou? Este sítio desconheço: nto & em cada arco te a
Quem fez tão diferente aquele prado? barco & em cada porta m
Tudo outra natureza tem tomado; e perco & em cada lanço t
E em contemplá-lo tímido esmoreço. e alcanço & em cada escad
a me escapo & em cada pe
Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço dra te prendo & em cada g
De estar a ela um dia reclinado: rade me escravo & em ca
Ali em vale um monte está mudado: da sótão te sonho & em cada
Quanto pode dos anos o progresso! esconso me affonso & em
cada claúdio te canto & e
Árvores aqui vi tão florescentes, m cada fosso me enforco &
Que faziam perpétua a primavera:
Nem troncos vejo agora decadentes. ÁVILA, A. Discurso da difamação do poeta. São Paulo: Summus, 1978.)

Eu me engano: a região esta não era; O contexto histórico e literário do período barroco-
Mas que venho a estranhar, se estão presentes árcade fundamenta o poema Casa dos Contos, de
Meus males, com que tudo degenera! 1975. A restauração de elementos daquele contexto
por uma poética contemporânea revela que
COSTA, C. M. Poemas. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso
em: 7 jul. 2012
(A) a disposição visual do poema reflete sua
No soneto de Cláudio Manuel da Costa, a dimensão plástica, que prevalece sobre a observação
contemplação da paisagem permite ao eu lírico uma da realidade social.
reflexão em que transparece uma (B) a reflexão do eu lírico privilegia a memória e
resgata, em fragmentos, fatos e personalidades da
(A) angústia provocada pela sensação de solidão. Inconfidência Mineira.
(C) a palavra “esconso” (escondido) demonstra o
desencanto do poeta com a utopia e sua opção por
(B) resignação diante das mudanças do meio uma linguagem erudita.
ambiente. (D) o eu lírico pretende revitalizar os contrastes
(C) dúvida existencial em face do espaço barrocos, gerando uma continuidade de
desconhecido. procedimentos estéticos e literários.
(D) intenção de recriar o passado por meio da (E) o eu lírico recria, em seu momento histórico,
paisagem. numa linguagem de ruptura, o ambiente de opressão
(E) empatia entre os sofrimentos do eu e a agonia vivido pelos inconfidentes.
da terra.
QUESTÃO 03 QUESTÃO 04

Leia o poema de ClaudioManuel da Costa. Leia os versos das Liras, deTomás Antônio Gonzaga.

Pastores, que levais ao monte o gado, Os teus olhos espalham luz divina,
a quem a luz do sol em vão se atreve;
Vede lá como andais por essa serra,
papoila ou rosa delicada e fina
Que para dar contágio a toda a terra
te cobre as faces, que são cor da neve.
Basta ver-se o meu rosto magoado: Os teus cabelos são uns fios d’ouro;
teu lindo corpo bálsamo vapora.
Eu ando (vós me vedes) tão pesado, Ah! não, não fez o céu, gentil pastora,
E a Pastora infiel, que me faz guerra, para a glória de amor igual tesouro!
É a mesma que em seu semblante encerra Graças, Marília bela,
A causa de um martírio tão cansado. graças à minha estrela!
Tomás Antônio Gonzaga, Obras Completas.
Se a quereis conhecer, vinde comigo,
Vereis a formosura, que eu adoro; Os versos mostram que a poética de Gonzaga explora
Mas, não; tanto não sou vosso inimigo:
(A) os novos sonhos do homem burguês, com os quais
Deixai, não a vejais, eu vo-lo imploro; nega o sentimentalismo.
Que se seguir quiserdes o que eu sigo, (B) o amor como um sentimento a ser tratado
Chorareis, ó Pastores, o que eu choro. desarticulado da vida cotidiana.
(C) a oposição entre corpo e espírito para analisar as
Domício Proença Filho (org.). Roteiro da poesia brasileira, 2006. contradições do amor.
(D) a ideia de uma literatura livre de padrões estéticos,
Claudio Manuel da Costa é um poeta amplamente portanto realista.
associado ao Arcadismo. No poema, uma (E) a expressão livre do sentimento amoroso, com a
característica dessa escola literária está expressa manifestação da emoção.

(A) na descrição do impasse entre dois mundos QUESTÃO 05


igualmente imperfeitos, a tediosa vida dos pastores e
as desventuras da vida amorosa. Leia os versos a seguir. Deixa louvar
(B) na utilização da temática pastoril, contrapondo da corte a vã grandeza:
a vida tranquila dos pastores ao sofrimento e à Quanto me agrada mais estar contigo
desilusão amorosa do eu lírico. Notando as perfeições da Natureza!
(C) no retrato da vida pastoril como tediosa em
relação aos atributos positivos da vida urbana e à Os versos de Bocage, acima transcritos, sugerem a tese
intensidade do sentimento amoroso. da superioridade da natureza sobre a civilização.
(D) na configuração de um momento de indecisão Assinale a opção que apresenta uma das causas deste
entre dois mundos inconciliáveis, a tranquilidade do modo de entender a relação entre estas.
campo e a vida agitada nas cidades. (A) O desejo de se afastar dos problemas da vida
(E) no elogio à vida bucólica de um eu lírico urbana provocados pela consolidação do modo de
integrado ao campo, em um cotidiano simples, pleno produção capitalista.
de pequenas recompensas. (B) O exacerbado crescimento do sistema feudal e a
insatisfação dos poetas árcades com este crescimento.
(C) A influência do modo de produção capitalista e a
ascensão da burguesia influenciando esteticamente o
modelo poético árcade a ter uma visão negativa da
natureza.
(D) A satisfação com as consequências do capitalismo
e o repúdio aos ideais campesinos.
(E) A influência da propriedade da terra como fonte
geradora de riqueza no modo de produção capitalista.

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QUESTÃO 06 recursos poéticos que retomam traços da lírica do
Barroco.
Leia o texto a seguir. (B) o amor, expresso numa queixa pela consciência
de ter sido enganado pelo ser amado, utilizando
“Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, recursos poéticos que já antecipam traços da lírica do
Que viva de guardar alheio gado, Romantismo.
De tosco trato, de expressões grosseiro, (C) a racionalidade que lhe é imposta quando
Dos frios gelos e dos sóis queimado. descobre que o encanto do amor é falso, utilizando
Tenho próprio casal e nele assisto; recursos poéticos que reafirmam traços da lírica do
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite; Arcadismo.
Das brancas ovelhinhas tiro o leite, (D) a vida em contato com elementos da natureza,
E mais as finas lãs, de que visto. que circundam os amantes em sua busca de
Graças, Marília bela, felicidade, utilizando recursos poéticos que
Graças à minha Estrela!.” remontam aos traços da lírica do Classicismo.
Tomás Antônio Gonzaga.
(E) a crítica aos caminhos enganosos do amor, que
o levam a desiludir-se com o ser amado, utilizando
De acordo com a estrofe acima, assinale a alternativa recursos poéticos que sugerem traços da lírica do
que caracteriza a condição social do emissor. Simbolismo.
(A) Um sem-terra.
(B) Um sem-teto. QUESTÃO 08
(C) Um assalariado; Leia o texto a seguir.
(D) Não tem residência fixa.
(E) Trabalha por conta própria. Meu ser evaporei na lida insana
Do tropel de paixões, que me arrastava:
QUESTÃO 07 Ah! Cego eu cria, ah! Mísero eu sonhava
Em mim quase imortal a essência humana:
Leia o texto a seguir.Lamenta um
Manuel Maria Barbosa du Bocage
desengano inesperado Tenta em vão
Observação – lida: esforço, trabalho
temerária conjectura
Sondar o abismo do invisível Fado, Nessa estrofe, o eu lírico
Que, de umbrosos mistérios enlutado,
Some aos olhos mortais a luz futura: (A) critica o fato de na mocidade os homens se
Presumia (ai de mim!) vendo a ternura entregarem a uma vida de luxúria, vícios, crimes e
Daquela, que me trouxe enfeitiçado, amores efêmeros.
Presumia que Amor tinha guardado (B) expressa sua mágoa com relação à vida passada,
Nos braços do meu bem minha ventura: por ele caracterizada como de dissipação e
marcadamente passional.
Oh Terra! Oh Céu! Mentiram-me os brilhantes (C) censura a atitude ingênua dos poetas que, quando
Olhos seus, onde achei suave abrigo; jovens, se deixam seduzir cegamente pela poesia
Quão fáceis de enganar são os amantes! sentimental.
(D) valoriza exageradamente as paixões humanas,
Humanos, que seguis as leis que sigo, considerando-as como as únicas experiências que
Vós, corações, que ao meu sois semelhantes, realmente dão sentido à vida.
Ah! Comigo aprendei, chorai comigo. (E) reconhece o caráter imortal do espírito humano,
Bocage. Sonetos completos de Bocage, 1995. predestinado ao amor incondicional e inevitável.

No poema, o eu lírico traz como tema

(A) a perda do ser amado, expressa com


inconformismo em imagens sensoriais e reveladoras
da inconstância da mulher amada, utilizando
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QUESTÃO 09 QUESTÃO 10

Leia o texto a seguir.Oh retrato da Leia o soneto “LXXII”, de


Cláudio Manuel da Costa (1729-1789).
morte, oh noite amiga
Por cuja escuridão suspiro há tanto! Já rompe, Nise, a matutina Aurora
Calada testemunha do meu pranto, O negro manto, com que a noite escura,
De meus desgostos secretária antiga! Sufocando do Sol a face pura,
Tinha escondido a chama brilhadora.
Pois manda Amor, que a ti somente os diga,
Dá-lhes pio agasalho no teu manto; Que alegre, que suave, que sonora
Ouve-os, como costumas, ouve, enquanto Aquela fontezinha aqui murmura!
Dorme a cruel, que a delirar me obriga: E nestes campos cheios de verdura
Que avultado o prazer tanto melhora!
E vós, oh cortesãos da escuridade,
Fantasmas vagos, mochos piadores, Só minha alma em fatal melancolia,
Inimigos, como eu, da claridade! Por te não poder ver, Nise adorada,
Não sabe inda que coisa é alegria;
Em bandos acudi aos meus clamores;
Quero a vossa medonha sociedade, E a suavidade do prazer trocada
Quero fartar meu coração de horrores. Tanto mais aborrece a luz do dia,
Quanto a sombra da noite mais lhe agrada.
Bocage. Sonetos, 1994.
Cláudio Manuel da Costa. Obras, 2002.
Nesse poema, predomina
O termo que melhor descreve o estado de espírito do
(A) o sentimentalismo exagerado, pois o eu lírico eu lírico é
expressa seu amor não correspondido. Trata-se de
um poema romântico, que traduz o descontrole (A) entediado.
emocional. (B) assustado.
(B) o subjetivismo, pois o eu lírico expressa seu (C) indignado.
pessimismo existencial. Trata-se de um poema (D) triste.
árcade, no qual há prenúncios de características (E) otimista.
românticas.
(C) a idealização de uma relação amorosa, pois o
eu lírico sugere poder reverter o amor não
correspondido. Trata-se de um poema barroco, que
expressa os dilemas do amor.
(D) a sugestão de descontrole emocional, pois o eu
lírico recorre à noite como forma de fugir da tristeza
amorosa. Trata-se de um poema romântico, que
traduz a ideia de morte.
(E) a objetividade, pois o eu lírico analisa friamente
a decepção amorosa por que passa. Trata-se de um
poema árcade, que privilegia a expressão comedida do
sentimento.

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