Martinismo
Martinismo
Martinismo
Durante muito anos Saint Martin pertenceu a uma Ordem Iniciática denominado de
Ordem dos Ellus-cohen(Sacerdotes Eleitos) do universo, essa Ordem se dedicava
principalmente na regeneração do homem, ao seu estado divino primordial, em
suas práticas se destacava a Teurgia, era dirigida pelo seu fundador Martinez de
Pasqualis, ilustre Iniciado e ocultista.
A CRIAÇÃO DO MARTINISMO
Jean Bricaud
A primeira edição deste retrospecto histórico do Martinismo feito por Jean Bricaud,
Grão Mestre da Ordem, surgiu em 1928 e se encontra completamente esgotada.
1.- A participação pessoal de Jean Bricaud, que desde sua morte em Fevereiro
deste ano (1934), entrou para a história.
Constant Chevillon
Martinez Pasqually que também se intitulava Don Martinez de Pasqually era antes
de tudo um iniciado rosacruz Illuminati e especializado na Kaballah contida nos
registros da Ordem Rosacruz, e passou a vida ensinando nas Lojas maçônicas, na
forma de um rito maçônico elevado, um sistema religioso ao qual deu o nome de:
Elus Cohens, ou Sacerdotes Eleitos (Cohen em hebraico significa Sacerdote).
Apenas aqueles maçons do grau de Elus eram admitidos nos Elus Cohen.
Em 1770 o Rito dos Elus Cohens contava com templos em Bordeaux, Montpellier,
Avignon, Foix, Libourne, La Rochelle, Versailles, Metz e Paris. Outro templo
estava prestes a se abrir em Lyon, graças aos esforços do Irmão Willermoz que
viria a ser a figura mais ativa e importante do rito de Martinez.
O Rito dos Elus Cohens consistia de nove graus, divididos em três partes
principais, como se segue:
A terceira parte era secreta e reservada aos Frater Réaux-Croix, uma espécie de
elite dos Rosacruzes.
Embora Martinez não tenha deixado um trabalho escrito completo referente aos
seus ensinamentos, graças ao texto (incompleto) "Traité de la Réintegration des
Etres" (Tratado da Reintegração dos Seres Criados), as informações sobre seus
escritos e um estudo das reuniões de seus adeptos, é possível
Sob tais condições o homem é capaz de adquirir poderes os quais lhe permitirão
se "comunicar com seres invisíveis, chamados pela Igreja de Anjos e obter não
apenas uma santidade pessoal, mas também a santidade de todos os discípulos
de boa vontade".
Entre os discípulo de Martinez muitos ficaram famosos, entre eles estão o Barão
d'Holbach autor de "Systéme de la Nature"; o Cabalista e Hebraísta Duchanteau,
inventor do "Calendário Mágico", que morreu após uma bizarra experiência
alquímica, realizada na Loja "Amis Réunis" em Paris; Jacques Cazotte, o célebre
autor de "O Diabo Amoroso"; Bacon de la Chevalerie; Willermoz, que
desempenhou um importante papel na Maçonaria; e finalmente o "Filósofo
Desconhecido", Louis Claude de Saint-Martin.
Após se retirar do exército, dirigiu-se a Bordeaux onde foi iniciado nos graus
Cohens pelo irmão de Balzac. Trabalhou por três anos como secretário de
Martinez tendo contato com os principais adeptos. Seus árduos estudos o fizeram
atingir um notável progresso, rapidamente, levando-o a penetrar o profundo
Iluminismo Martinista. Viajava frequentemente a Lyon, que veio a ser um influente
centro do Rito. Em Lyon Saint-Martin fez um esboço do livro "Dos Erros e da
Verdade", que teve um grande impacto sobre as idéias maçônicas no final do
século XVIII. Saint-Martin que era de natureza cortês, modelada por uma intensa
atividade intelectual, se via perturbado e até alarmado pelas operações que
envolviam a Magia, associadas aos ensinamentos de seu Mestre. Aos poucos ele
se retirou das práticas ativas, dedicando-se ao Réaux-Croix, a fim de se devotar
unicamente ao estudo do misticismo e espiritualismo. Dirigiu-se então a Paris,
onde foi muito bem recebido pela alta sociedade. As mulheres, em particular,
discutiam entre si imaginando quem teria o privilégio de sua companhia e muitas
delas lhe pediram orientação espiritual. Saint-Martin se viu obrigado a formar uma
espécie de grupo, puramente espiritualista que excluía cerimônias ritualísticas e
operações envolvendo Magia. Sem romper com seus irmãos Cohens, seguiu,
cada vez mais, o caminho do desenvolvimento de teorias filosóficas contidas no
sistema de Martinez, as quais ensinava oralmente e através de seus escritos. Até
a eclosão da Revolução Francesa, Saint-Martin se alternava entre as orientações
a seus adeptos e viagens ao exterior onde estabeleceu contato com os escritos de
Jacob Boheme um "Iluminato"
Após a morte de Martinez (no Haiti) o influente mestre Caignet de Lestére, seu
sucessor, se sentia incapaz de se devotar ativamente à Ordem; sisões ocorreram.
Ele morreu em 1778 após transferir seus poderes ao grande mestre Sébastien de
las Cases. Este não considerava necessário restaurar as relações interrompidas
entre diferentes templos dos Elus-Cohen e reestabelecer a unidade dentro do Rito.
Pouco a pouco as atividades do templo se paralizaram. Foi então que o presidente
dos Elus-Cohens de Lyon, Jean Baptiste Willermoz, com o objetivo de preservar a
Tradição Martinista, decidiu introduzi-la no Rito da Estrita Observância Templária,
do qual era um dos respeitáveis presidentes. Este ato contou com o apoio do vice
Grão-Mestre dos Elus-Cohens, Bacon de la Chevalerie.
Por fim, uma Comissão especial comandada por Willermoz foi incumbida com a
tarefa de redigir rituais e instruções dos presidentes do Regime Interno, que
incluíam, no seu ápice, os dois graus Martinistas secretos, praticados na Estrita
Observância de Lyon.
Obs.: A Estrita Observância era uma Ordem Templária fundada na Alemanha por
volta de 1754 e mais tarde espalhada pela França onde os Templários Franceses
vieram a ter o nome de "Chevaliers Bienfaisants de la Cité Sainte" (CBCS), que é
hoje o Rito Escocês Retificado. Seus graus eram:
1º Aprendiz,
2º Companheiro,
3º Mestre,
8º Cavaleiro Grão-Professo(Grand-Profès).
As conferências destes dois graus secretos são aquelas dadas nesse volume. Os
"Cavaleiros Benfeitores" ainda existem nos dias de hoje, mas os dois graus
secretos introduzidos por Willermoz desapareceram, não estando presentes nos
trabalhos atuais.
Ela reivindicava imediata filiação com a Grande Loja com a qual a Estrita
Observância já havia tido tratados anteriormente. Assim como os Martinistas Elus-
Cohens eles não reassumiram suas tarefas oficialmente. Contudo, Bacon de la
Chevalerie, vice Grão-Mestre dos Elus-Cohen para a região norte, tomou posse
em 1808, por virtude de sua posição, no Grande Consistório dos Ritos da Grande
Loja da França. Mesmo assim, apesar de suas insistentes solicitações, não
conseguiu o reconhecimento da Ordem junto ao corpo da Grande Loja. Em uma
carta data de de 5 de Agosto de 1808, endereçada ao Irmão Marquês de Chef-
debien, lamentou a falta de atividade e "absoluto silêncio dos Elus-Cohen, atuando
ainda com extrema reserva o cumprimento de ordens do Mestre Supremo".
Por fim, em 1914, após um acordo com o Grão-Mestre do Rito Escocês Retificado
(Dr. De Rib...) ficou decidido criar um Grã Capítulo Martinista consistindo
unicamente de altos graus maçônicos, que serviria de ligação entre o Martinismo e
o movimento Escocês Retificado. Novos eventos provocados pela guerra, a morte
do Grão-Mestre Papus (1916), e principalmente as mudanças promovidas pelo
Grão-Mestre do Rito Escocês Retificado na França, impediram este plano de ser
realizado. O sucessor de Papus, o Irmão Charles Détré (Téder) morreu em 1918,
transferindo seus poderes ao Irmão Jean Bricaud de Lyon. Este, durante a
reorganização do Martinismo após a guerra, restabeleceu a Ordem nos sólidos
fundamentos da Franco-Maçonaria simbólica e fora decretado que somente
aqueles maçons pertencentes ao grau de Mestre poderiam ingressar na Ordem
Martinista.
Após tomar posse como Grão-Mestre, Bricaud fez ainda mais. Reverteu-se
completamente à concepção de Martinez e Willermoz, que já havia sido objeto de
examinação desde a assembléia geral dos Franco-Maçons em 1908. Ele sobrepôs
o Martinismo à Franco-Maçonaria e decretou que so-mente os maçons regulares
de todos os ritos seriam aceitos na Ordem, ou mais conclusivamente, em seus
círculos internos. Para receber o primeiro grau Martinista era preciso ter sido
Mestre Maçom e, para ser investido dos outros graus, era necessário possuir os
Altos Graus (da Franco-Maçonaria) de acordo com uma meticulosa hierarquia
estabelecida. O Martinismo deixou de ser incorporado à Franco-Maçonaria, como
ocorria no tempo de Willermoz; com isto, o Martinismo manteve sua própria
personalidade, ainda que baseada na Franco-Maçonaria e com os princípios
espirituais da rosacruz.
A guerra havia enfraquecido e, às vezes, rompido os elos que havia, até então,
unindo as diferentes comunidades Martinistas do velho e do novo mundo. As lojas
ficaram adormecidas, os discípulos dispersos e já não representavam mais do que
uma unidade moral. O primeiro passo tomado pelo Grão-Mestre Bricaud foi
reestabelecer a cadeia. Ele reestabeleceu a unidade da Ordem na França no
início de 1919.