TCC Lesão Tomográfica
TCC Lesão Tomográfica
TCC Lesão Tomográfica
BAURU
2016
IVNA ALBANO LOPES
Versão Corrigida
BAURU
2016
Lopes, Ivna Albano
L881e Estudo da frequência e localização de achados
incidentais da região maxilofacial de diferentes campos
de visão em exames de Tomografia Computadorizada de
Feixe Cônico / Ivna Albano Lopes. – Bauru, 2016.
136 p. : il. ; 31cm.
Assinatura:
Data:
A Deus, por sempre guiar meu caminho. Por sempre estar do meu lado, nos
momentos mais difíceis. Ele é quem sempre me dá paz, serenidade e saúde.
Obrigada por me mostrar que toda luta diária vale a pena. E por sempre colocar
pessoas especiais no meu caminho, onde quer que eu esteja.
Aos meus pais, Ivanildo e Adelaide, que são meus grandes amores! Tenho
muito orgulho da nossa família que vocês construíram. Obrigada por todo apoio e
incentivo sempre. Sei que mesmo de longe vocês sempre vibraram com cada
conquista minha. Desculpa minha ausência nesses anos, muitas vezes não estive
em casa com frequência. Mas espero um dia orgulhar vocês com a profissional que
me tornarei. Amo muito vocês e nunca deixei de pensar um só dia em vocês.
Aos meus irmãos, Igor e Ingrid, meus dois radiologistas! A nossa sintonia é
tanta, que escolhemos a mesma profissão para vida: ser preto e branco. Vocês são
a minha saudade diária: alegria, brincadeiras, amor e cuidado. Meu irmão, a quem
tantas vezes me inspira na sua profissão de médico que faz com louvor. Obrigada
por cuidar de mim sempre que preciso. A minha irmã, minha melhor amiga!
Aprendemos tanto juntas e crescemos profissionalmente lado a lado.
Aos meus avôs, Expedito e Lourdinha, obrigada por todo amor e carinho
que sempre tiveram por mim. E por sempre vibrarem tanto com as minhas
conquistas. Amo vocês!
À toda família Albano e Lopes, por sempre torcerem por mim e incentivarem
os meus estudos, mesmo com toda distância e saudade que sempre sentimos.
A todos os meus amigos e amigas do Piauí, que com a distância pude ver
quem realmente são meus amigos de verdade. Vocês me mostraram que amizades
verdadeiras superam qualquer obstáculo e eu sempre senti muita saudade de vocês!
Aos meus professores (Valéria Leopoldino, Conceição, Otacílio, Márcia
Regina, Daniela, Márcia Valéria, Ingrid, Fausto, Júlio, Elonice) da FACID,
faculdade que me formei em Teresina. Vocês participaram do meu primeiro contato
com a odontologia e me fizeram despertar o interesse de estudar muito mais.
Obrigada por todos ensinamentos!
À Gabriela e Roberta, que são presentes que Deus me deu durante esse
mestrado. Gabi, sua generosidade e bondade são de tamanho infinito, que vou te
agradecer infinitamente por tudo! Roberts, com tantas afinidades, conseguimos
construir uma amizade tão bonita e verdadeira. Amo vocês!
A minha dupla Dayanne, que no final do curso nos unimos na clínica. Ter
você ao meu lado foi uma grande motivação. Poder te conhecer mais, me fez
admirar você como pessoa e profissional ainda mais.
The ability to obtain images in three dimensions with Cone Beam Computed
Tomography (CBCT) has greatly increased the ability for dental diagnosis and
planning. CBCT exams covering all the maxillofacial areas allow the detection of
abnormalities and lesions outside the specific area of interest. A thorough evaluation
of the exams allows for the discovery of incidental findings with or without clinical
significance. Discovered images unrelated to the original purpose of the examination
are considered incidental findings and include anatomical variations, anomalies,
benign and malignant lesions. In the present study, the type, frequency and location
of incidental findings in the maxillofacial region of CBCT scans were evaluated, and
the clinical relevance of the findings were classified as requirement or not monitoring,
treatment or referral to a specialist. Evaluated were 150 CBCT exams, divided
according to the size of the FOV (field of view) into three groups: 6cm maxilla, 6cm
mandible and 13 cm maxilla/mandible. The incidental findings were categorized into
six areas: Airway, ATM, bone, lesions of the jaws, teeth and soft tissue calcifications.
The results show 560 incidental findings that were found in 92% of the sample
studied, with 225 exams where the FOV covered just the maxilla, 99 in the mandible
and 236 in the maxilla/mandible. The incidental findings were more frequent in the
tooth zone, with 27.32% of the findings, followed by airways with 24.46%, soft tissue
calcifications with 20.53%, ATM with 16.42%, 7.32% bone, 1.96% lesions of the jaw
and 1.96% other findings. Also found were that 43.46% of the incidental findings did
not need treatment or referral to another professional, 28.97% required the
acquisition of new images for monitoring and 27.55% needed treatment or referral.
The present study confirmed the high frequency of incidental findings in CBCT scans.
It was concluded that it is necessary to interpret and report the total volume obtained
in the CBCT examinations and not only the purpose of the examination region.
- FIGURAS
- GRÁFICOS
- TABELAS
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 15
2 REVISÃO DE LITERATURA........................................................................ 19
2.1 Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico ........................................... 21
2.2 Achados Incidentais...................................................................................... 23
2.3 Tipo e Localização dos achados incidentais................................................. 28
2.3.1 Achados incidentais nas vias aéreas ............................................................ 28
2.3.2 Achados incidentais na ATM ........................................................................ 32
2.3.3 Achados incidentais no osso ........................................................................ 34
2.3.4 Achados incidentais de lesões dos maxilares .............................................. 35
2.3.5 Achados incidentais nos dentes ................................................................... 39
2.3.6 Achados incidentais de calcificações de tecido mole ................................... 43
3 OBJETIVOS ................................................................................................. 45
6 DISCUSSÃO ................................................................................................ 89
6.1 Vias aéreas ................................................................................................... 95
6.2 ATM ............................................................................................................ 102
6.3 Osso ........................................................................................................... 103
6.4 Lesões dos Maxilares ................................................................................. 105
6.5 Dente .......................................................................................................... 107
6.6 Calcificações de tecido mole ...................................................................... 110
6.7 Outros ......................................................................................................... 114
6.8 Relevância clínica dos achados incidentais................................................ 115
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO DE LITERATURA
Um estudo retrospectivo foi realizado por Price et al. (2011), com 300 exames
de TCFC, para avaliar o tipo e a prevalência dos achados incidentais da região
maxilofacial. Um total de 881 achados incidentais foi encontrado, com a média de
3,2 achados por exame. Os achados mais prevalentes foram nas vias aéreas (35%),
seguido de calcificação de tecidos moles (20%), osso (17,5%), ATM (15,4%),
alterações endodônticas (11,3%), alteração no desenvolvimento dental (0,7%) e
patologias (0,1%). Devido à presença de achados incidentais além da região de
interesse (indicação do exame), os autores destacaram necessidade de examinar
todo exame de TCFC.
Gracco et al. (2012) relataram que quando existem achados incidentais, eles
devem ser interpretados juntamente com outros especialistas para evitar sub ou
superestimação do potencial da patologia.
Quadro 1 - Quadro sinóptico dos achados incidentais nos seios paranasais em exames de TCFC.
Achado Incidental nos Descrição Características da
seios paranasais imagem tomográfica
O revestimento mucoso dos Faixa ou camada não-
seios maxilares apresenta corticalizada e mais
geralmente 1 mm de hiperdensa que o normal,
Espessamento da espessura. Quando ocorre paralela à parede óssea
mucosa do seio uma reação inflamatória, seja do seio maxilar.
maxilar por um processo infeccioso Localizada no assoalho do
ou alérgico, pode haver um seio, mas pode
aumento na sua espessura acompanhar todo o seu
de 10 a 15 vezes. contorno.
Doença infecciosa do seio Faixa ou camada não-
esfenoidal geralmente ocorre corticalizada e mais
em conjunto com outros hiperdensa que o normal,
Espessamento da seios paranasais e traz o paralela à parede óssea
mucosa do seio risco de infecção ao sistema do seio esfenoidal.
esfenoidal nervoso central,
principalmente em indivíduos
diabéticos, debilitados ou
imunodeprimidos.
Alveolar: Ocorre quando o Alveolar: Soalho do seio
crescimento do seio maxilar maxilar localizando-se
se desenvolve no sentido do próximo ao rebordo
osso alveolar, principalmente alveolar. Casos de
após exodontias. ausência total de dentes:
Extensões do seio Túber: seio maxilar pode assoalho do seio maxilar
maxilar chegar a ocupar toda essa constitui o próprio limite do
região, aumentando sua rebordo alveolar.
fragilidade e possibilitando Túber: Soalho e parede
fraturas durante as posterior do seio maxilar
extrações. localizando-se na região
do túber da maxila.
Bloqueio do ducto de uma Massas bem definidas,
glândula seromucinosa da não corticalizadas,
mucosa sinusal em um uniformes, em forma de
Cisto de retenção
período de inflamação, cúpula e hiperdensas,
mucoso
causando acúmulo de muco localizadas em qualquer
e dilatação cística da parede do seio maxilar.
glândula.
Espessamento da mucosa Massas bem definidas,
sinusal provocado pelo não corticalizadas,
acúmulo de líquido abaixo da uniformes, em forma de
mucosa de revestimento cúpula e hiperdensas,
Pseudocisto subjacente do seio maxilar, localizadas no assoalho
provocando a sua elevação, do seio maxilar.
formando um tipo de cisto
não secretor de muco e sem
revestimento epitelial.
Revisão de Literatura 31
Quadro 2 - Quadro sinóptico dos achados incidentais na fossa nasal em exames de TCFC.
Achado Incidental Descrição Características da
na fossa nasal imagem tomográfica
Anomalia que pode ser Imagem do septo nasal
congênita ou adquirida, com desvio a partir da
caracterizada pelo linha média.
deslocamento do septo nasal
Desvio de septo
para o lado a partir da linha
media do nariz, associado a
deformidades das conchas
nasais adjacentes.
Aumento do volume das Aumento do tamanho das
Hipertrofia de conchas nasais, associado a conchas nasais,
corneto quadros de rinite alérgica, rinite principalmente das
vasomotora e desvio de septo. conchas inferiores.
Aeração da concha nasal, que Aumento de volume da
pode ser uni ou bilateral. A concha nasal média
concha média é a mais aerada.
Concha bolhosa
frequentemente acometida,
podendo obstruir o meato
médio ou o infundíbulo.
Calcificação no interior da fossa Imagem hiperdensa bem
Rinolito nasal. definida no interior da
fossa nasal.
Fonte: White; Pharoaph, 2015; Teixeira Jr et al., 2008; Rodrigues et al., 2011; Souza et al., 2003.
Aparelhos de TCFC mais recentes apresentam voxel do que 0.1 mm. Estas
fatias finas permitem melhor visualização das margens ósseas de uma lesão. Além
da avaliação pré- cirúrgica de cistos benignos ou tumores agressivos, a TCFC é
também útil no acompanhamento pós-cirúrgico para lesões que podem ter uma
elevada taxa de recorrência. Para o planejamento cirúrgico, pode ser necessária a
mensuração da lesão a partir de diferentes ângulos. As mensurações em imagens
de TCFC são consideravelmente precisas, com menos de 1% de erro. Por outro
lado, radiografias panorâmicas não são confiáveis para mensuração de dimensões
por possuir ampliação variável (AHMAD; JENNY; DOWNIE, 2012).
de um dente não
irrompido.
Cisto que se forma no Imagem hipodensa,
canal nasopalatino delimitada por um halo
quando remanescentes de hiperdenso, localizada na
Cisto do
epitélio embrionário do região entre os incisivos
ductonasopalatino
ducto nasopalatino centrais superiores, de
passam por proliferação e formato circular ou oval.
degeneração cística.
Cisto que se origina dos Imagem hipodensa,
restos epiteliais no delimitada por um halo
periodonto na superfície hiperdenso, localizada
Cisto periodontal lateral
lateral da raiz dentária, lateralmente a raiz de um
principalmente de caninos dente.
e pré-molares inferiores.
Quadro 10 - Quadro sinóptico das calcificações de tecido mole encontradas em exames de TCFC.
3 OBJETIVOS
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.2 Amostra
• Exames que não possuíssem correto preenchimento dos dados nas suas
requisições (indicação do exame)
de brilho e contraste e o zoom foi ajustado sempre quando necessário, para melhor
visualização e interpretação das imagens.
Dois pesquisadores realizaram a análise do exame em duas etapas: 21
exames (15% da amostra) foram observados em um primeiro momento e, após 15
dias, foi realizado uma nova avaliação. Assim, realizou-se a calibração intra e inter-
observadores por meio do Teste Kappa. A concordância deveria ser boa, para que a
partir desse momento apenas um observador fosse mantido para a análise dos
exames restantes.
4) Lesões
1) Vias aéreas 2) ATM 3) Osso dos
maxilares
6)
5) Alterações Calcificações
Outros
dentárias de tecido
mole
6)
Calcificações Outros
de tecido mole
a b c d e
b
Fonte: Kazuo. Colaboração: Lopes; Handem; Capelozza.
A B
A B
A B C
A B
a b
Figura 9 - Representação esquemática de extensão alveolar do seio maxilar direito (a) e extensão
alveolar e pro túber do seio maxilar esquerdo (b) na reformatação panorâmica.
Material e Métodos 59
4.4.2 ATM
a) aplainamento
b) osteófito
c) osteocondroma
d) pseudocisto
e) anquilose
f) hipoplasia
g) hiperplasia
h) côndilo bífido
i) condromatose sinovial
j) erosão
a b c d e
f g h i j
4.4.3 Osso
A B C
A B
Fonte: Kazuo. Colaboração: Lopes; Handem; Capelozza.
• Cistos
f
b
c d
e
• Tumores
a b
h
d
e g
f
i
• Displasia Óssea
a b c
d d
• Displasia Fibrosa
4.4.5 Dente
• Anomalias dentárias
a) Dente supranumerário
b) Giroversão
c) Microdontia
d) Macrodontia
e) Dens in dente
f) Transposição
g) Dilaceração radicular
h) Taurodontia
i) Fusão
j) Geminação
k) Transmigração
l) Pérola de esmalte
m) Dente retido
64 Material e Métodos
a
b d e
c f
a a
m
g
h j l
i
k
c d
b e
a
f g h i
a) tonsilólito
b) ossificação do complexo estilo-hioideo
c) ateroma
d) calcificação da cartilagem tritícea
e) calcificação do corno maior da tireoide
a
c
b
d
e
Fonte: Kazuo. Colaboração: Lopes; Handem; Capelozza.
Figura 19 – Representação esquemática das calcificações de tecido mole na reformatação sagital.
66 Material e Métodos
1. Não precisa
de tratamento/
encaminhamento
para outro
profissional
Achado
incidental
3. Precisa de
2. O achado
tratamento/
incidental
encaminhamento
necessita de
para outro
acompanhamento
profissional.
5 RESULTADOS
A quantidade total de achados incidentais na pesquisa foi de 560 nos 138 dos
150 exames avaliados (92% dos exames), com a média de 3,73 achados por exame
(560/150). A amostra consistiu de 82 exames de pacientes do gênero feminino e 68
do gênero masculino, com idade variando de 8 a 91 anos (média de 37 anos)
(Tabela 2).
Resultados 73
Tabela 2 - Distribuição da quantidade de achados incidentais de acordo com o gênero, idade e o FOV
utilizado.
35 31
30
30
Número de pacientes
24 23
25
20
20 16
15
10
4
5 1 1
0
Abaixo 10-19 20-29 30-39 40-49 50-59 60-69 70-79 80-91
10 anos
Intervalo de Idades
Gráfico 1 - Distribuição da idade dos pacientes da amostra.
74 Resultados
Tabela 3 - Análise descritiva e frequência dos achados incidentais dos exames de TCFC com FOV
englobando apenas maxila.
As zonas de vias aéreas e ATM não foram consideradas nesse grupo, por
estarem ausentes nos exames avaliados.
Tabela 4 - Análise descritiva e frequência dos achados incidentais dos exames de TCFC com FOV
englobando apenas mandíbula.
Tabela 5 - Análise descritiva e frequência dos achados incidentais dos exames de TCFC com FOV
englobando maxila/mandíbula.
30,00% 27,32%
24,46%
25,00%
20,53%
Porcentagem
20,00%
16,42%
15,00%
10,00%
7,32%
5,00% 1,96% 1,96%
0,00%
Gráfico 2 - Frequência de distribuição dos achados incidentais por zona avaliada na amostra total.
Resultados 81
Tabela 6 - Análise descritiva e frequência dos achados incidentais dos 150 exames
de TCFC avaliados.
26 25
30
Gráfico 3 - Frequência do grau de espessamento da mucosa sinusal com base nos critérios
estabelecidos por Lu et al., 2012.
MaxMand>Mand
Z5 0,64 1,00 0,74 1,00 1,68 2,04 0,013*
MaxMand > Max
Teste de Kruskal-Wallis; *p significante quando ≤ 0,05; ns: p não significativo ≥0,05; dp:
desvio padrão.
Tabela 8 - Comparação da quantidade de achados incidentais com os gêneros dos indivíduos nas
zonas avaliadas.
Feminino Masculino
Zona
Média dp Média dp p*
Teste de Mann-Whitney; *p significante quando ≤ 0,05; ns: p não significativo ≥0,05; dp: desvio
padrão.
Tabela 9 - Correlação da idade dos pacientes da amostra com a quantidade de achados por zona.
Zona N r p*
Z1 100 0,185 0,066
Z2 88 -0,051 0,636
Z3 150 0,107 0,193
Z4 150 0,003 0,973
Z5 150 -0,127 0,122
Z6 150 0,280 0,001 Quanto >
idade, >
número de
achados
Não precisa de
tratamento/ intervenção/
27,57% encaminhamento
43,46% Acompanhamento
Precisa de tratamento/
28,97% intervenção/
encaminhamento
Gráfico 4 - Frequência da relevância clínicos dos achados incidentais dos exames de TCFC.
Resultados 87
Tabela 10 - Significado clínico dos achados incidentais dos exames de TCFC avaliados.
Zona 1
Espessamento da mucosa do seio
maxilar (Casse II)
Cisto de retenção/pseudocisto/pólipo
Antrolito
Extensão alveolar do seio maxilar
Extensão pro túber do seio maxilar
Concha bolhosa
Zona 2
Côndilo bífido
Osteófito
Zona 3
Toro palatino
Toro mandibular
1) Não precisa de tratamento e/ou Exostose
encaminhamento Esclerose óssea
Zona 5
Dilaceração radicular
Pérola de esmalte
Taurodontia
Nódulo pulpar
Giroversão
Agenesia
Raiz supranumerária
Zona 6
Ossificação do complexo estilo-hioideo
Tonsilólito
Calcificação da cartilagem tritícea
Calcificação do corno maior da tireoide
Outros
Fragmento de amálgama
Zona 2
Aplainamento
Zona 3
Osteoma
2) Acompanhamento Zona 4
Displasia óssea
Zona 5
Dente retido
Dente supranumerário
88 Resultados
Outros
Aumento do espaço pericoronário
Zona 1
Hipertofia de corneto
Espessamento da mucosa do seio
maxilar (Classe III, IV e V)
Velamento total do seio maxilar
Velamento total do seio esfeinodal
Espessamento do seio esfeinodal
Polipose nasossinusal
Comunicação bucosinusal
Desvio de septo
Zona 4
3) Precisa de tratamento e/ou Cisto periapical
encaminhamento Odontoma
Cisto dentígero
Zona 5
Dens in dente
Lesão apical
Lesão endo-periodontal
Reabsorção externa
Lesão de furca
Osteíte condensante
Zona 6
Ateroma
Outros
Raiz residual
*Muitos achados foram classificados os considerando sendo assintomáticos. O seu tratamento pode
ser alterado de acordo com a sintomatologia e queixa do paciente.
Legenda: Zona 1: Vias aéreas; Zona 2: ATM; Zona 3: Osso; Zona 4: Lesões dos maxilares; Zona 5:
Alterações dentárias; Zona 6: Calcificações de tecido mole; TCFC: Tomografia Computadorizada de
Feixe Cônico.
6 DISCUSSÃO
Discussão 91
6 DISCUSSÃO
Quantidade
Tomógrafo Média de Tamanho de exames Região com
Estudo de Feixe idade da FOV com AI (%) maior
Cônico (intervalo amostra Quantidade quantidade
de idade) de AI* de AI
Cha et al. NewTom Tamanho
39.3 (não 123 exames
(2007) QR 9000 500 não relatado Vias aéreas
especificado) (24.6%)
• NewTom
272 exames
3G
Price et al. (90.7%)
(2011) • Sirona
49.3 6 ou 9cm
Galileos 300 Vias aéreas
(9-80) 881
3D
achados
Comfort
Homens
Pette et al. 64.7;
i-CAT 318 789 Seios
(2012) Mulheres 13 cm
achados paranasais
62.4 (16-91)
Çağlayan; Tamanho
Tozoğlu não relatado 192 exames Vias aéreas
NewTom 3G 30.3 (9-74) 207
(2012) (92.8%)
66%
Drage et al. 14.5 (não 4 cm exames
i-CAT 329 Dente
(2013) especificado) 370
Classic
achados
Largo: 356 exames
Edwards et i-CAT Next 6.3 tamanho (83.4%)
427 Vias aéreas
al. (2014) Generation (5-46) não relatado 842
achados
• Hitachi CB
Rheem et Média não
MercuRay Não 59 exames Seios
al. (2013) especificada 147
• Care relatado (40.1%) paranasais
(8-80)
stream 9300
6 cm: maxila
PRESENTE 6 cm: 138 exames
PESQUISA 37 mandíbula (92%)
i-CAT 150 Dente
(8-91) 13 cm: 560
Classic
maxila e achados
mandíbula
Legenda. AI: Achados incidentais. * Alguns autores descreveram seus resultados apenas com a
quantidade total de exames com achados incidentais ou apenas com a quantidade total de achados
incidentais.
Discussão 95
que 2mm. Portanto, este valor pode ser considerado um indicador importante de
sinusite maxilar.
Nem todo paciente com espessamento da mucosa do seio maxilar deve ser
encaminhado para um médico otorrinolaringologista. Contudo, o dentista não deve
ignorar esse sinal radiográfico e, em casos acentuados, ele deve fazer tais
considerações no seu laudo tomográfico. Neste estudo, seguindo os critérios de Lu
et al. (2012), foi considerado que espessamentos maiores de 2mm podem ser
patológicos, e necessita de uma avaliação do especialista.
Os principais sintomas clínicos são: passagem de líquido para o nariz, timbre nasal,
transtornos na deglutição de líquidos, dor na face ou cefaléia frontal, corrimento
nasal e tosse noturna devida à passagem de exudato para a faringe (FREITAS et al.,
2003; SILVEIRA et a., 2008). A comunicação bucosinusal deve ser diagnosticada e
tratada de forma imediata para se obter melhor prognóstico, quando isso não ocorre
ou se a comunicação for igual ou maior que 3mm de diâmetro, deve-se realizar
procedimento cirúrgico para fechamento dessa fístula (RALDI et al., 2006).
D=26.70mm
Discussão 101
A B
Figura 20. A – Desvio de septo nasal, espessamento da mucosa do seio maxilar direito grau severo e
cisto de retenção mucoso/pseudocisto/pólipo no seio maxilar lado esquerdo na reformatação coronal.
B – Antrolito associado a espessamento mucoso do seio maxilar direito e espessamento mucoso do
seio maxilar esquerdo na reformatação coronal.
A B
Figura 21. A – Lesão apical no dente 17 e espessamento da mucosa do seio maxilar na reformatação
sagital. B – Desvio de septo nasal, extensão alveolar do seio maxilar bilateral e comunicação
bucosinusal seio maxilar esquerdo na reformatação coronal..
A B
Figura 22. A – Polipose nasossinusal na reformatação coronal.. B – Espessamento mucoso do seio
esfenoidal na reformatação axial
A B
Figura 23. A – concha bolhoa na reformatação coronal. B- Hipetrofia do corneto nasal inferior direito,
desvio de septo nasal e espessamento mucoso do seio maxilar na reformatação coronal..
102 Discussão
6.2 ATM
A B C
A B
Figura 26. A – Toro palatino na reformatação coronal. B – Toro mandibular na reformatação axial.
A B C
Figura 27. A- cisto apical na reformatação sagital. B – Odontoma na reformatação coronal. C- Oteoma
na reformatação parnorâmica.
6.5 Dente
A B C
Figura 28. Reformatação sagital: A - Presença de dois dentes supranumerários. B - dente retido
parcialmente no interior do seio maxilar. C - Dente retido causando reabsorção externa no dente
adjacente.
A B C
Figura 29. Reformatação sagital: A – Dente 11 dens in dente. Nota-se presença de reabsorção
externa apical. B - Dilaceração radicular. C- Dilaceração radicular no dente 13
110 Discussão
A B C
.
Figura 30. Reformatação sagital: A- Lesão de furca. B- Lesão endo-perio.C-Lesão apical no dente 17.
A B
pacientes jovens. Pette et al. (2012) também mostraram em seu estudo que
ateromas eram 13.4 vezes mais comuns de serem detectadas em exames de TCFC
de pacientes maiores de 65 anos, do que em pacientes entre 16 e 40 anos. No
nosso estudo, 72 pacientes possuíam mais de 40 anos de idade, quase 50% da
amostra.
Vale ressaltar que nos exames do grupo maxila, a região do espaço aéreo da
orofaringe não foi visualizada na sua maioria e a região cervical, ausente em todos
112 Discussão
A B
6.7 Outros
Onze casos que não foram inclusos nas outras zonas, também foram
encontrados, representando 1,96% dos achados. Esses achados consistiram em 8
raízes residuais, 2 aumentos do espaço pericoronário e 1 fragmento de amálgama.
D - 4,91mm
A B C
Figura 34. Reformatação sagital: A- Aumento do espaço do folículo pericoronário do dente 18 com
4,91mm.
B- Raiz residual. C- Raiz residual.
Discussão 115
Esse resultado mostrou que nem todos os achados incidentais nos exames
de TCFC possuem grande impacto na saúde do paciente, e apenas uma minoria
precisa de intervenção médica ou odontológica. Na literatura pudemos observar
resultados semelhantes. No estudo de Price et al. (2011) 68.3% dos seus achados
incidentais não precisaram de tratamento, 15.6% requeriam acompanhamento e
também uma minoria, com 16.1%, precisou de tratamento ou encaminhamento para
outro profissional. Utilizando uma amostra da ortodontia, Drage et al. (2013)
encontraram 200 achados que não necessitaram acompanhamento, 168
necessitaram acompanhamento, mas apenas 2 resultados foram significativos para
causarem mudanças no tratamento ortodôntico. Doğramaci et al. (2014) relatou em
seus estudo apenas 1 achado incidental de alta importância, sendo os demais, 97 de
importância intermediária e 242 de baixa importância.
Warhekar et al. (2015), que utilizou uma amostra indiana, e os achados incidentais
mais frequente foram lesões malignas.
7 CONCLUSÕES
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ANEXO
Anexo 133
ANEXO
134 Anexo
Anexo 135
136 Anexo