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TCC Lesão Tomográfica

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE BAURU

IVNA ALBANO LOPES

Estudo da frequência e localização de achados incidentais da


região maxilofacial de diferentes campos de visão em exames de
Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico

BAURU
2016
IVNA ALBANO LOPES

Estudo da frequência e localização de achados incidentais da


região maxilofacial de diferentes campos de visão em exames de
Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico

Dissertação apresentada a Faculdade de


Odontologia de Bauru, Universidade de São
Paulo, para obtenção do título de Mestre em
Ciências no Programa de Ciências
Odontológicas Aplicadas, na área de
concentração Estomatologia.

Orientador(a): Profª Drª Ana Lúcia Alvares


Capelozza

Versão Corrigida

BAURU
2016
Lopes, Ivna Albano
L881e Estudo da frequência e localização de achados
incidentais da região maxilofacial de diferentes campos
de visão em exames de Tomografia Computadorizada de
Feixe Cônico / Ivna Albano Lopes. – Bauru, 2016.
136 p. : il. ; 31cm.

Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Odontologia


de Bauru. Universidade de São Paulo

Orientador(a): Profª Drª Ana Lúcia Alvares


Capelozza

Nota: A versão original desta dissertação encontra-se disponível no Serviço de Biblioteca e


Documentação da Faculdade de Odontologia de Bauru – FOB/USP.

Autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a


reprodução total ou parcial desta dissertação/tese, por processos
fotocopiadores e outros meios eletrônicos.

Assinatura:

Data:

Comitê de Ética da FOB-USP


Protocolo nº: 811.539
Data: 24/09/2014
DEDICATÓRIA

Aos meus pais e irmãos, por todo amor, carinho, cuidado e

incentivo, durante toda minha vida. Sem eles, esse sonho

jamais poderia se transformar em realidade.


AGRADECIMENTOS

A Deus, por sempre guiar meu caminho. Por sempre estar do meu lado, nos
momentos mais difíceis. Ele é quem sempre me dá paz, serenidade e saúde.
Obrigada por me mostrar que toda luta diária vale a pena. E por sempre colocar
pessoas especiais no meu caminho, onde quer que eu esteja.

Aos meus pais, Ivanildo e Adelaide, que são meus grandes amores! Tenho
muito orgulho da nossa família que vocês construíram. Obrigada por todo apoio e
incentivo sempre. Sei que mesmo de longe vocês sempre vibraram com cada
conquista minha. Desculpa minha ausência nesses anos, muitas vezes não estive
em casa com frequência. Mas espero um dia orgulhar vocês com a profissional que
me tornarei. Amo muito vocês e nunca deixei de pensar um só dia em vocês.

Aos meus irmãos, Igor e Ingrid, meus dois radiologistas! A nossa sintonia é
tanta, que escolhemos a mesma profissão para vida: ser preto e branco. Vocês são
a minha saudade diária: alegria, brincadeiras, amor e cuidado. Meu irmão, a quem
tantas vezes me inspira na sua profissão de médico que faz com louvor. Obrigada
por cuidar de mim sempre que preciso. A minha irmã, minha melhor amiga!
Aprendemos tanto juntas e crescemos profissionalmente lado a lado.

Aos meus avôs, Expedito e Lourdinha, obrigada por todo amor e carinho
que sempre tiveram por mim. E por sempre vibrarem tanto com as minhas
conquistas. Amo vocês!

Ao meu namorado Thiago, obrigada por todo amor, parceria e


companheirismo em todos esses anos que moro em Bauru. Você faz os meus dias
nessa cidade serem muito melhores longe da minha família! Obrigada por tudo, amo
você!

À toda família Albano e Lopes, por sempre torcerem por mim e incentivarem
os meus estudos, mesmo com toda distância e saudade que sempre sentimos.

A todos os meus amigos e amigas do Piauí, que com a distância pude ver
quem realmente são meus amigos de verdade. Vocês me mostraram que amizades
verdadeiras superam qualquer obstáculo e eu sempre senti muita saudade de vocês!
Aos meus professores (Valéria Leopoldino, Conceição, Otacílio, Márcia
Regina, Daniela, Márcia Valéria, Ingrid, Fausto, Júlio, Elonice) da FACID,
faculdade que me formei em Teresina. Vocês participaram do meu primeiro contato
com a odontologia e me fizeram despertar o interesse de estudar muito mais.
Obrigada por todos ensinamentos!

Aos professores do curso de Especialização em Radiologia do Centrinho


(Izabel Carvalho, Carlos Pires, Bruna Centurion, Otavio Pagin, Christiane
Razuk e Marcia Janeiro) só tenho a agradecer por todo conhecimento adquirido
nos dois anos que convivi com vocês. Aprendi muito, tanto profissionalmente quanto
pessoalmente, nesse Hospital tão acolhedor e generoso com os seus pacientes.

A Faculdade de Odontologia de Bauru, no nome da diretora, Profa. Dra.


Maria Aparecida de Andrade Moreira Machado, obrigada por terem me acolhido
nessa instituição e pelo excelente curso de pós-graduação, em umas das
Universidades mais renomadas no Brasil e no mundo.

À minha orientadora, profª Ana Lúcia Alvares Capelozza, por toda


orientação, ajuda e incentivo nesses dois anos de mestrado. Obrigada por ter sido
sempre solícita quando precisei! E obrigada por todas as críticas e elogios, que me
fizeram crescer sempre. A senhora é um exemplo a ser seguido, e quem eu me
inspiro como docente.

A todos os professores do departamento de Estomatologia da Faculdade


de Odontologia de Bauru (Izabel Rubira, Ana Lúcia, Cassia Rubira, Paulo Santos,
José Humberto Damante, Renato Yaedu, Eduardo Sant´Ana, Osny Ferreira
Junior, Eduardo Gonçales) por todo conhecimento de radiologia, estomatologia e
cirurgia transmitidos. Aprendi muito com vocês e sou eternamente grata! Vocês são
grandes exemplos de profissionais competentes e talentosos.

A todos os funcionários do departamento de Estomatologia (Maria


Cristina, Marco, Andreia, Alexandre, Roberto, Fernanda e Luciana), muito
obrigada por toda ajuda sempre que precisei e pela ótima convivência nesses anos.
Aos meus colegas do curso de Mestrado (Victor, Rubens, Dayane, Annie,
Wilson, Emanuelle, Tuana, Patricia, Lazara, Mariana, Carla, Gabriela, Rosana,
Roberta, Ingrid, Rogerio, Maíra, Lyzete, Andrea) só tenho a agradecer a vocês por
serem minha segunda família em Bauru durante o curso. Minha convivência com
vocês sempre foi a melhor possível, e sou muito grata pela amizade que
construímos. Aprendi muito com todos vocês e com todo conhecimento que sempre
foi compartilhado entre a gente. Nunca vou esquecer vocês!

À Rosana, minha amiga que eu conheço desde a especialização de


radiologia que fizemos juntas, agradeço por todo apoio e palavras de incentivo nos
momentos mais difíceis. Por não desistir e por me dar forças para continuar com o
nosso sonho. Batalhamos juntas e vencemos juntas! Obrigada por ser uma “amiga-
mãe”, pelo cuidado e pela amizade sincera que construímos.

À Gabriela e Roberta, que são presentes que Deus me deu durante esse
mestrado. Gabi, sua generosidade e bondade são de tamanho infinito, que vou te
agradecer infinitamente por tudo! Roberts, com tantas afinidades, conseguimos
construir uma amizade tão bonita e verdadeira. Amo vocês!

A Carla, minha amiga de tantos momentos. A sua amizade é de grande valor


para mim, obrigada pelo companheirismo, parceria e por toda ajuda sempre.

A minha dupla Dayanne, que no final do curso nos unimos na clínica. Ter
você ao meu lado foi uma grande motivação. Poder te conhecer mais, me fez
admirar você como pessoa e profissional ainda mais.

Aos professores Lauris e Heitor, por todo auxilio na estatística realizada


desse trabalho.

À CNPq, pelo apoio financeiro durante o mestrado.

Aos meus pacientes, que me fizeram a aprender a estomatologia e


radiologia muito além dos livros. Cada sorriso a cada tratamento concluído me
fizeram sentir cada vez mais feliz na profissão que escolhi. Muito obrigada a todos
vocês!
“Tudo posso Naquele que me fortalece”
(Filipenses 4.13)
RESUMO

A possibilidade de obtenção de imagens em três dimensões com a


Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (TCFC) aumentou, sobremaneira, a
capacidade de diagnóstico e planejamento odontológico. Exames de TCFC cobrindo
toda a região maxilofacial permitem a detecção de lesões e anomalias fora da área
específica de interesse. A avaliação minuciosa do exame nos permite a constatação
de achados incidentais com ou sem significado clínico. São considerados como
achados incidentais, imagens descobertas não relacionadas com o propósito original
do exame e incluem variações anatômicas, anomalias, lesões benignas ou malignas.
Neste estudo, avaliou-se o tipo, frequência e localização de achados incidentais na
região maxilofacial de exames tomográficos, e a relevância clínica dos achados foi
classificada quanto à necessidade ou não de acompanhamento, tratamento ou
encaminhamento para um profissional especializado. Foram avaliados 150 exames
de TCFC, divididos de acordo com o tamanho do FOV (campo de visão) em três
grupos: maxila 6cm, mandíbula 6cm e maxila/mandíbula 13 cm. Os achados
incidentais foram categorizados em 6 zonas: vias aéreas, ATM, osso, lesões dos
maxilares, dente e calcificações de tecido mole. Os resultados mostram 560
achados incidentais que foram encontrados em 92% da amostra avaliada, sendo
225 nos exames onde o FOV abrangia maxila, 99 na mandíbula e 236 na
maxila/mandíbula. Os achados incidentais foram mais frequentes na zona de dente,
com 27,32% dos achados, seguida pelas vias aéreas com 24,46%, calcificações de
tecido mole com 20,53%, ATM com 16,42%, 7,32% osso, lesões dos maxilares
1,96% e outros achados também com 1,96%. Foi constatado ainda que: 43,46% dos
achados incidentais não necessitaram de tratamento ou encaminhamento para outro
profissional, 28,97% necessitaram da aquisição de novas imagens para
acompanhamento e 27,57% necessitaram de tratamento ou encaminhamento. Este
estudo confirmou a alta frequência de achados incidentais em exames de TCFC.
Concluiu-se que é necessária a interpretação e emissão de laudo de todo o volume
obtido no exame de TCFC e não somente da região do propósito do exame.

Palavras Chave: Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico; Achados


Incidentais; Diagnóstico por Imagem.
ABSTRACT

Study of the frequency and location of incidental findings of the maxillofacial


region in different fields of view in CBCT scans

The ability to obtain images in three dimensions with Cone Beam Computed
Tomography (CBCT) has greatly increased the ability for dental diagnosis and
planning. CBCT exams covering all the maxillofacial areas allow the detection of
abnormalities and lesions outside the specific area of interest. A thorough evaluation
of the exams allows for the discovery of incidental findings with or without clinical
significance. Discovered images unrelated to the original purpose of the examination
are considered incidental findings and include anatomical variations, anomalies,
benign and malignant lesions. In the present study, the type, frequency and location
of incidental findings in the maxillofacial region of CBCT scans were evaluated, and
the clinical relevance of the findings were classified as requirement or not monitoring,
treatment or referral to a specialist. Evaluated were 150 CBCT exams, divided
according to the size of the FOV (field of view) into three groups: 6cm maxilla, 6cm
mandible and 13 cm maxilla/mandible. The incidental findings were categorized into
six areas: Airway, ATM, bone, lesions of the jaws, teeth and soft tissue calcifications.
The results show 560 incidental findings that were found in 92% of the sample
studied, with 225 exams where the FOV covered just the maxilla, 99 in the mandible
and 236 in the maxilla/mandible. The incidental findings were more frequent in the
tooth zone, with 27.32% of the findings, followed by airways with 24.46%, soft tissue
calcifications with 20.53%, ATM with 16.42%, 7.32% bone, 1.96% lesions of the jaw
and 1.96% other findings. Also found were that 43.46% of the incidental findings did
not need treatment or referral to another professional, 28.97% required the
acquisition of new images for monitoring and 27.55% needed treatment or referral.
The present study confirmed the high frequency of incidental findings in CBCT scans.
It was concluded that it is necessary to interpret and report the total volume obtained
in the CBCT examinations and not only the purpose of the examination region.

Key-Words: Incidental Findings; Cone-Beam Computed Tomography; Diagnostic


Imaging.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

- FIGURAS

Figura 1 Campo de Visão ou FOV: Grupo 1, Grupo 2 e Grupo 3. ...................... 52

Figura 2 Representação esquemática do espessamento da mucosa


do seio maxilar na reformatação sagital. .............................................. 56

Figura 3 Representação esquemática do velamento total do seio


maxilar na reformatação sagital. .......................................................... 56

Figura 4 Representação esquemática do Cisto de retenção mucoso /


Pseudocisto antral/ Pólipo .................................................................... 57

Figura 5 Representação esquemática. A - Antrolito. B- Corpo


estranho no seio maxilar na reformatação coronal. ............................. 57

Figura 6 Representação esquemática. A- Comunicação bucosinusal.


B- Polipose nasossinusal na reformatação coronal. ............................ 57

Figura 7 Representação esquemática. A - Rinolito. B- Hipertrofia de


corneto e desvio de Septo nasal. C - Concha bolhosa na
reformatação coronal. .......................................................................... 58

Figura 8 Representação esquemática. A- Mucocele na reformatação


coronal. B- Espessamento da mucosa do seio esfenoidal na
reformatação axial. ............................................................................... 58

Figura 9 Representação esquemática de extensão alveolar do seio


maxilar direito (a) e extensão alveolar e pro túber do seio
maxilar esquerdo (b) na reformatação panorâmica. ............................. 58

Figura 10 Representação esquemática dos achados incidentais na


ATM...................................................................................................... 59

Figura 11 Representação esquemática. A – exostose e B- toro


mandibular na reformatação axial. C - toro palatino na
reformatação coronal. .......................................................................... 60

Figura 12 Representação esquemática. A - Defeito de Stafne.B -


Esclerose óssea na reformatação panorâmica. ................................... 60

Figura 13 Representação esquemática dos cistos dos maxilares na


reformatação panorâmica. ................................................................... 61

Figura 14 Representação esquemática dos tumores odontogênicos na


reformatação panorâmica. ................................................................... 62
Figura 15 Representação esquemática da displasia óssea na
reformatação panorâmica. ................................................................... 62

Figura 16 Representação esquemática. Displasia fibrosa na


reformatação axial. ............................................................................... 63

Figura 17 Representação esquemática das anomalias dentárias na


reformatação panorâmica. ................................................................... 64

Figura 18 Representação esquemática das alterações endodônticas,


lesões do periápice e do periodonto na reformatação
panorâmica. ......................................................................................... 65

Figura 19 Representação esquemática das calcificações de tecido


mole na reformatação sagital. .............................................................. 65

Figura 20 A – Desvio de septo nasal, espessamento da mucosa do


seio maxilar direito grau severo e cisto de retenção
mucoso/pseudocisto/pólipo no seio maxilar lado esquerdo na
reformatação coronal. B – Antrolito associado a
espessamento mucoso do seio maxilar direito e
espessamento mucoso do seio maxilar esquerdo na
reformatação coronal.......................................................................... 101

Figura 21 A – Lesão apical no dente 17 e espessamento da mucosa do


seio maxilar. B – Desvio de septo nasal, extensão alveolar
do seio maxilar bilateral e comunicação bucosinusal seio
maxilar esquerdo. ............................................................................... 101

Figura 22 A – Polipose nasossinusal. B – Espessamento mucoso do


seio esfenoidal. .................................................................................. 101

Figura 23 A – concha bolhoa. B- Hipetrofia do corneto nasal inferior


direito, desvio de septo nasal e espessamento mucoso do
seio maxilar. ....................................................................................... 101

Figura 24 A – aplainamento no côndilo. B- osteófito no côndilo. C-


côndilo bífido. ..................................................................................... 103

Figura 25 Esclerose óssea. ................................................................................ 104

Figura 26 A – Toro palatino B – Toro mandibular............................................... 105

Figura 27 A- cisto apical B – Odontoma C- Oteoma. ......................................... 107

Figura 28 A – Presença de dois dentes supranumerários. B – dente


retido parcialmente no interior do seio maxilar. C- Dente
retido causando reabsorção externa no dente adjacente................... 109
Figura 29 A – Dente 11 dens in dente. Nota-se presença de
reabsorção externa apical. B - Dilaceração radicular.
C- Dilaceração radicular no dente 13 ................................................. 109

Figura 30 A- Lesão de furca. B- Lesão endo-perio.C-Lesão apical no


dente 17. ............................................................................................ 110

Figura 31 A – nódulo pulpar. B - osteíte condensante. ...................................... 110

Figura 32 A – Ossificação do complexo estilo-hioideo (trajetória


amarela), calcificação do corno maior da tireoide(seta azul) e
calcificação da cartilagem tritícea (seta vermelha).
B- ateroma calcificado da artéria carótida. ......................................... 113

Figura 33 Tonsilólitos. ........................................................................................ 113

Figura 34 Reformatação sagital: A - Aumento do espaço do folículo


pericoronário do dente 18 com 4,91mm. B - Raiz residual.
C - Raiz residual. ................................................................................ 114

- GRÁFICOS

Gráfico 1 Distribuição da idade dos pacientes da amostra. ................................. 73

Gráfico 2 Frequência de distribuição dos achados incidentais por zona


avaliada na amostra total. .................................................................... 80

Gráfico 3 Frequência do grau de espessamento da mucosa sinusal


com base nos critérios estabelecidos por Lu et al., 2012. .................... 83

Gráfico 4 Frequência da relevância clínicos dos achados incidentais


dos exames de TCFC. ......................................................................... 86
LISTA DE TABELAS E QUADROS

- TABELAS

Tabela 1 Indicações dos exames de TCFC da amostra avaliada. ...................... 72

Tabela 2 Distribuição da quantidade de achados incidentais de acordo


com o gênero, idade e o FOV utilizado. ............................................... 73

Tabela 3 Análise descritiva e frequência dos achados incidentais dos


exames de TCFC com FOV englobando apenas maxila. .................... 75

Tabela 4 Análise descritiva e frequência dos achados incidentais dos


exames de TCFC com FOV englobando apenas mandíbula. .............. 77

Tabela 5 Análise descritiva e frequência dos achados incidentais dos


exames de TCFC com FOV englobando maxila/mandíbula. ............... 79

Tabela 6 Análise descritiva e frequência dos achados incidentais dos


150 exames de TCFC avaliados. ......................................................... 81

Tabela 7 Comparação da quantidade de achados incidentais entre os


grupos maxila, mandíbula e maxila/mandíbula nas zonas
avaliadas. ............................................................................................. 84

Tabela 8 Comparação da quantidade de achados incidentais com os


gêneros dos indivíduos nas zonas avaliadas. ...................................... 85

Tabela 9 Correlação da idade dos pacientes da amostra com a


quantidade de achados por zona. ........................................................ 86

Tabela 10 Significado clínico dos achados incidentais dos exames de


TCFC avaliados. .................................................................................. 87

Tabela 11 Estudos anteriores de prevalência de achados incidentais


em exames de TCFC. .......................................................................... 94
- QUADROS

Quadro 1 Quadro sinóptico dos achados incidentais nos seios


paranasais em exames de TCFC. ........................................................ 30

Quadro 2 Quadro sinóptico dos achados incidentais na fossa nasal em


exames de TCFC. ................................................................................ 32

Quadro 3 Quadro sinóptico dos achados incidentais na ATM em


exames de TCFC. ................................................................................ 33

Quadro 4 Quadro sinóptico dos achados incidentais no osso da maxila


e mandíbula em exames de TCFC....................................................... 35

Quadro 5 Quadro sinóptico dos cistos odontogênicos. ........................................ 36

Quadro 6 Quadro sinóptico de tumores benignos dos maxilares. ........................ 37

Quadro 7 Quadro sinóptico das displasias fibrosa e óssea. ................................ 39

Quadro 8 Quadro sinóptico das alterações pulpares, lesões do


periápice e do periodonto observadas em exames de TCFC. ............. 41

Quadro 9 Quadro sinóptico das anomalias dentárias encontradas em


exames de TCFC. ................................................................................ 42

Quadro 10 Quadro sinóptico das calcificações de tecido mole


encontradas em exames de TCFC....................................................... 44
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 15

2 REVISÃO DE LITERATURA........................................................................ 19
2.1 Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico ........................................... 21
2.2 Achados Incidentais...................................................................................... 23
2.3 Tipo e Localização dos achados incidentais................................................. 28
2.3.1 Achados incidentais nas vias aéreas ............................................................ 28
2.3.2 Achados incidentais na ATM ........................................................................ 32
2.3.3 Achados incidentais no osso ........................................................................ 34
2.3.4 Achados incidentais de lesões dos maxilares .............................................. 35
2.3.5 Achados incidentais nos dentes ................................................................... 39
2.3.6 Achados incidentais de calcificações de tecido mole ................................... 43

3 OBJETIVOS ................................................................................................. 45

4 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................. 49


4.1 Aspectos éticos............................................................................................. 51
4.2 Amostra ........................................................................................................ 51
4.3 Análise dos exames de TCFC ...................................................................... 52
4.3.1 Grupo maxila e Grupo maxila/mandíbula ..................................................... 54
4.3.2 Grupo mandíbula .......................................................................................... 54
4.4 Zonas avaliadas............................................................................................ 55
4.4.1 Vias aéreas ................................................................................................... 55
4.4.2 ATM .............................................................................................................. 59
4.4.3 Osso ............................................................................................................. 60
4.4.4 Lesões dos maxilares ................................................................................... 60
4.4.5 Dente ............................................................................................................ 63
4.4.6 Calcificações de tecido mole ........................................................................ 65
4.5 Relevância clínica dos achados incidentais.................................................. 66
4.6 Análise estatística dos resultados................................................................. 66
5 RESULTADOS ............................................................................................. 69
5.1 Kappa entre as observações ........................................................................ 71
5.2 Indicações dos exames de TCFC ................................................................. 71
5.3 Avaliação do perfil da amostra e número de achados incidentais
por grupo e geral .......................................................................................... 72
5.4 Resultados para o grupo maxila ................................................................... 74
5.5 Resultados para o grupo mandíbula ............................................................. 76
5.6 Resultados para o grupo maxila/mandíbula ................................................. 78
5.7 Resultados para amostra geral ..................................................................... 80
5.8 Espessamento da mucosa do seio maxilar .................................................. 82
5.9 Comparação da quantidade de achados incidentais entre os
grupos e zonas ............................................................................................. 83
5.10 Comparação entre os gêneros e a quantidade de achados
incidentais ..................................................................................................... 84
5.11 Comparação entre as idades e a quantidade de achados
incidentais ..................................................................................................... 85
5.12 Relevância clínica dos achados incidentais.................................................. 86

6 DISCUSSÃO ................................................................................................ 89
6.1 Vias aéreas ................................................................................................... 95
6.2 ATM ............................................................................................................ 102
6.3 Osso ........................................................................................................... 103
6.4 Lesões dos Maxilares ................................................................................. 105
6.5 Dente .......................................................................................................... 107
6.6 Calcificações de tecido mole ...................................................................... 110
6.7 Outros ......................................................................................................... 114
6.8 Relevância clínica dos achados incidentais................................................ 115

7 CONCLUSÕES .......................................................................................... 117

REFERÊNCIAS .......................................................................................... 121

ANEXO ....................................................................................................... 131


1 INTRODUÇÃO
Introdução 17

1 INTRODUÇÃO

A Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (TCFC), usada para captura


de imagens na região maxilofacial, foi desenvolvida nos anos 90 e desde então, ela
vem evoluindo. Este tipo de exame por imagem é utilizado na odontologia, devido
fornecer excelentes imagens com alto contraste das estruturas ósseas e dentárias,
com menor dose de radiação e baixo custo para o paciente se comparado aos
exames obtidos por Tomografia Computadorizada Helicoidal (TC). A obtenção da
imagem por TCFC apresenta ainda vantagens quando comparada a radiografias
convencionais, pois elimina grande parte dos problemas relacionados à distorção da
imagem e superposição de estruturas (PRICE et al., 2011).

Durante a aquisição de imagem de TCFC, o campo de visão ou FOV (field of


view) pode ser modificado e determinado conforme a região de interesse. Quando
utilizamos FOV pequeno, as imagens são usadas para visualizar uma área
anatômica limitada da região do complexo maxilofacial, enquanto que imagens
obtidas com FOV grande podem incluir seios paranasais, coluna cervical, pescoço,
vias aéreas, estruturas da base intracraniana e craniana (EDWARDS; ALTALIBI;
FLORES-MIR, 2013).

Com a crescente indicação da TCFC em diversas especialidades


odontológicas, muito tem se questionado sobre o papel do cirurgião-dentista na
avaliação da imagem obtida no exame. Atualmente, em todos os continentes tem
sido discutida a responsabilidade do profissional na interpretação de todo volume
obtido. Por isso, é necessário o conhecimento para interpretar não só o complexo
dentomaxilar, mas também das estruturas adjacentes (REGE, 2011).

Paralelamente, conforme as técnicas de imagem evoluem, a possibilidade de


identificação de achados incidentais aumenta. Achado incidental pode ser definido
como uma imagem radiográfica ou tomográfica, com qualquer descoberta que é sem
relação com o propósito original do exame, podendo ser desde variações
anatômicas até lesões benignas ou malignas (EDWARDS; ALTALIBI; FLORES-MIR,
2013).
18 Introdução

A incapacidade de identificar, informar ou fornecer acompanhamento e


cuidados relacionados a achados incidentais pode ter consequências negativas para
o paciente e resulta em negligência quanto à responsabilidade legal do dentista.
(EDWARDS; ALTALIBI; FLORES-MIR, 2013).

Pesquisas mostram que quando imagens bidimensionais são interpretadas,


achados incidentais são identificados em 6 a 43% dos pacientes (BONDEMARK et
al., 2006; GRANLUND et al., 2012; KUHLBERG; NORTON, 2003). Os exames de
TCFC contem mais informações do que imagens em duas dimensões, portanto, é
provável que nesses exames possam ser demonstrados maiores taxas de achados
incidentais.

Quantificar a frequência de achados incidentais em imagens tridimensionais


pode afetar a evolução das diretrizes da TCFC e tem considerações significativas,
tanto para o cirurgião-dentista, com implicações médico-legais, como para o
paciente, no diagnóstico de uma doença ainda não detectada.

Embora já existam alguns estudos que encontraram vários achados


incidentais na região maxilofacial (PRICE et al., 2011; CHA; MAH; SINCLAIR, 2007;
DRAGE et al., 2013; ALLAREDDY et al., 2012; ÇAĞLAYAN; TOZOĞLU, 2012;
EDWARDS et al., 2014; RHEEM; NIELSEN; OBERO, 2013), não existem ainda
pesquisas com amostras brasileiras. Além disso, estas pesquisas não utilizaram em
suas amostras, exames apresentando diferentes tamanhos de FOV. Portanto, mais
estudos são necessários para reconhecer os tipos e a frequências dos achados
incidentais em exames em cada tipo de FOV, a fim de evitar sub ou superestimação
de importantes anormalidades.

Um melhor entendimento dos achados incidentais revelados por imagens de


TCFC em diversos tipos de FOV pode ajudar profissionais identificarem lesões
ocultas, permitindo diagnósticos precisos para que assim, possa informar o paciente
e/ou fornecer acompanhamento, tratamento ou encaminhamento para outro
profissional, se necessário.
2 REVISÃO DE LITERATURA
Revisão de Literatura 21

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Tomografia computadorizada de feixe cônico

O exame radiográfico é um meio auxiliar de diagnóstico imprescindível para


as diferentes especialidades da odontologia. Os métodos convencionais apresentam
como desvantagens a sobreposição de imagens e distorções da imagem final. A
possibilidade de obtenção de imagens em três dimensões com a tomografia
computadorizada aumentou, sobremaneira, a capacidade de diagnóstico e
planejamento odontológico (RODRIGUES et al., 2010).

Atualmente, a Tomografia Computadorizada pode ser dividida em dois


grandes grupos: helicoidal ou de feixe em leque (TC) e a tomografia por feixe cônico
(TCFC). A imagem na TC é obtida em cortes axiais que são posteriormente
armazenados e reconstruídos digitalmente, por meio de pequenos pontos (voxels)
que representam os valores atenuados dos tecidos. O intervalo entre esses cortes é
variável, de modo que a fidelidade das imagens aumenta, à medida que o intervalo
diminui. Diferentemente, as imagens na TCFC são capturadas por uma única
varredura do escanner e reconstruídas digitalmente em pontos tridimensionais ou
voxels (pixel 3D), permitindo um exame mais rápido, preciso e com uma menor
exposição do paciente à radiação ionizante (RODRIGUES et al., 2010).

A TCFC foi introduzida na odontologia no final da década de noventa, em


1998, na Universidade de Verona, Itália. Essa tecnologia utiliza um conjunto
composto por um feixe de radiação com formato cônico e um receptor de imagens
bidimensional, que gira em 360º, uma única vez, ao redor da cabeça do paciente.
Diferentemente da TC, o exame pode ser realizado tanto com o paciente sentado
quando deitado e com a cabeça em um gantry aberto. Geralmente, os exames são
realizados em aproximadamente trinta segundos, dos quais somente cinco ou seis
são utilizados para exposição à radiação X (MOZZO et al., 1998).

Durante o único giro do aparelho, são obtidas imagens bidimensionais em


diferentes ângulos. Estas são enviadas ao computador e recompostas em uma
22 Revisão de Literatura

imagem tridimensional inicial, a partir da qual se é possível obter reconstruções nos


diferentes planos (RODRIGUES et al., 2010).

A TCFC foi desenvolvida para visualização e diagnóstico das estruturas


dentomaxilofaciais, permitindo a aquisição de imagens tridimensionais com maior
qualidade, de forma mais simples, rápida, com menor custo e dose de radiação em
relação à TC. Dentre as vantagens apresentadas da TCFC, pode-se destacar:
eliminação da sobreposição de imagens das radiografias convencionais, alta
acurácia, menor capacidade de distinção entre tons de cinza (alto contraste), permite
a reconstrução multiplanar em volume, possibilidade de prototipagem e fator de
magnificação nulo (proporção 1:1) (FABRE et al., 2011; NOGUEIRA et al., 2012).

Apesar das vantagens apresentadas, a TCFC pode apresentar também


algumas desvantagens, como: alta dose de radiação em relação às radiografias
convencionais; custo elevado do equipamento, o que aumenta o valor do exame, e
produção de artefatos metálicos, particularmente em reconstruções secundárias
(FABRE et al., 2011).

As aplicações da TCFC na Odontologia incluem avaliação dos maxilares para


colocação de implantes, exame de dentes e estruturas faciais para planejamento em
ortodontia, avaliação das ATMs em relação às alterações degenerativas, na
mensuração da proximidade de terceiros molares com o canal mandibular
previamente às exodontias, no exame de fraturas dentárias e lesões periapicais e
avaliação óssea em relação à infecção, cistos e tumores (NOGUEIRA et al., 2012). A
TCFC não é considerada um exame de imagem padrão na odontologia, e diretrizes
a respeito do uso da TCFC em odontologia são emergentes em diferentes partes do
mundo (EDWARDS; ALTALIBI; FLORES-MIR., 2013).

Uma pesquisa foi realizada na Faculdade de Odontologia de Bauru,


Universidade de São Paulo, para analisar a prescrição dos exames de TCFC pelos
cirurgiões-dentistas desta instituição. Um total de 1061 exames de imagem de
TCFC foram solicitados em um período de quatro anos. Os motivos pelos quais os
exames foram solicitados foram: avaliação ortodôntica, avaliação endodôntica,
reabsorção dentária, cirurgia paraendodôntica, localização de sialólito, avaliação
óssea, dente supranumerário, avaliação da articulação temporomandibular, fratura
radicular, dente não irrompido, avaliação de terceiro molar, retratamento
Revisão de Literatura 23

endodôntico, avaliação do seio maxilar, diagnóstico de lesão maxilar, avaliação


periodontal, diagnóstico de lesão mandibular, controle pós-operatório e avaliação
para implante. Os autores concluíram que as solicitações de TCFC na Faculdade de
Odontologia de Bauru foram coerentes com as indicações apresentadas pela
literatura científica e o preenchimento completo da requisição para a realização do
atendimento ainda não é uma prática frequente (BARROS et al., 2015).

2.2 Achados incidentais

Exames de TCFC mostram a anatomia de estruturas da região


dentomaxilofacial em projeções que a maioria dos dentistas nunca tinha visto antes,
podendo, portanto, revelar lesões ocultas, permitindo diagnósticos precisos e
confiáveis (PRICE et al., 2011).

Nakata et al. (2006) ao comparar exames de TCFC com radiografias


convencionais, concluíram que os exames com a terceira dimensão são muito
eficazes para esclarecer a presença e a expansão das lesões perirradiculares em
dentes multirradiculares que não podem ser detectadas com precisão e visualizadas
em radiografias convencionais. Lesões ocultas ou assintomáticas podem levar a um
diagnóstico tardio, o qual afetaria negativamente os planos de tratamento. A
detecção precoce e melhor precisão no diagnóstico são essenciais para melhorar a
assistência ao paciente e resultados do tratamento, bem como a redução do tempo
de tratamento, complexidade, complicações e custos.

O papel da TCFC está emergindo rapidamente na odontologia. Quando um


volume maior de imagem é obtido, cobrindo toda a região maxilofacial, podemos
detectar anomalias que existem fora da região específica de interesse. Ao analisar
exames tomográficos, dentistas e radiologistas orais possuem a responsabilidade de
analisar todo o volume e não apenas avaliar a região de interesse. A avaliação
cuidadosa e minuciosa permite a detecção de achados incidentais com potencial
significado clínico (PRICE et al., 2011).
24 Revisão de Literatura

A avaliação completa de todas as estruturas incluídas na região do exame


(FOV) é obrigatória de acordo com as diretrizes da radiologia americana e européia
(CARTER et al., 2008; HORNER et al., 2009).

Preocupados com o aumento do uso da TCFC em odontologia, um grupo de


profissionais europeus experientes desenvolveu diretrizes para a sua utilização, que
incluem o treinamento obrigatório para interpretação de imagens em odontologia
(SEDENTEXCT, 2012). De acordo com essas diretrizes, o uso justificado da TCFC é
limitado, porque, em muitas situações, a avaliação clínica e a radiologia
convencional em duas dimensões podem dar as informações necessárias.

Achados incidentais em exames tomográficos são bem documentados. A


frequência exata de descobertas incidentais varia amplamente de estudo para
estudo, dependendo de grupos etários, da população estudada, e categoria de
descobertas (PRICE et al., 2011).

Segundo Edwards, Altalibi e Flores-Mir (2013) conforme as técnicas de


exame por imagem evoluem, a possibilidade de identificação de achados incidentais
aumenta. Estes autores definem achado incidental como uma imagem radiográfica
ou tomográfica, com qualquer descoberta que é sem relação com o propósito
original do exame, podendo ser desde variações anatômicas até lesões benignas ou
malignas. A incapacidade de identificar, informar ou fornecer acompanhamento e
cuidados relacionados a achados incidentais pode ter consequências negativas para
o paciente e resulta em negligência quanto à responsabilidade legal do dentista.

Podemos ver como exemplo na literatura, um relato de caso por Nair,


Pettigrew e Mancuso (2007) em que os autores descrevem um achado incidental de
um aneurisma intracraniano com potencial risco de vida em um exame de TCFC
realizado para fins odontológicos. Em outro relato de Popat, Drage e Durning (2008),
foram diagnosticadas fissuras na linha media nas vertebras cervicais em exame de
TCFC para avaliação ortodôntica.

Indiscutivelmente, tão importante quanto à detecção é a ação que cada


descoberta inesperada invoca na decisão sobre a necessidade de uma avaliação
mais aprofundada e / ou conduta clínica. Como a grande maioria dos achados
incidentais detectados em TCFC são extragnáticos, o dentista clínico geral pode não
Revisão de Literatura 25

estar familiarizado com a interpretação das estruturas anatômicas fora da primeira


região de interesse (EDWARDS et al., 2014)

A Academia Européia de Radiologia Dentomaxilofacial e a Academia


Americana de Radiologia Oral e Maxilofacial relatam que se o dentista não é muito
experiente na interpretação de imagens de TCFC, é necessário um
encaminhamento adequado a um radiologista odontológico para análise de todo o
volume, independentemente da região de interesse (EDWARDS et al., 2014).

Uma análise critica da literatura foi realizada para determinar a frequência e


natureza de achados incidentais em exames de TCFC na região de cabeça e
pescoço. Os resultados obtidos foram de 1,3 a 2,9 de achados incidentais por
exame de TCFC e 24,6 a 93,4% dos exames apresentavam achados incidentais
(EDWARDS; ALTALIBI; FLORES-MIR, 2013).

Um estudo retrospectivo foi realizado por Price et al. (2011), com 300 exames
de TCFC, para avaliar o tipo e a prevalência dos achados incidentais da região
maxilofacial. Um total de 881 achados incidentais foi encontrado, com a média de
3,2 achados por exame. Os achados mais prevalentes foram nas vias aéreas (35%),
seguido de calcificação de tecidos moles (20%), osso (17,5%), ATM (15,4%),
alterações endodônticas (11,3%), alteração no desenvolvimento dental (0,7%) e
patologias (0,1%). Devido à presença de achados incidentais além da região de
interesse (indicação do exame), os autores destacaram necessidade de examinar
todo exame de TCFC.

Em 329 exames de TCFC com finalidade ortodôntica, Drage et al. (2013)


encontraram 370 achados incidentais, com pelo menos 1 achado incidental em 66%
dos pacientes. Os achados incidentais mais comuns foram de origem dentária
(n=120), o qual incluiram dentes retidos (n=24) e lesões periapicais (n=15). Outros
achados neste estudo foram alterações na mandíbula e maxila (n=8), como toro,
cisto do canal incisivo e osteíte esclerosante; achados na fossa nasal (n=49), como
alterações inflamatórias; achados na ATM (n=10), como côndilo bífido; alterações no
ouvido (n=40); achados na coluna cervical (n=16) e a alterações no crânio (n=17).
Um total de 200 achados incidentais não necessitaram proservação, enquanto que
160 achados precisaram, mas sem alterar o plano de tratamento ortodôntico.
26 Revisão de Literatura

Apenas 2 achados incidentais foram significantes, resultando em alteração do


tratamento ortodôntico.

Rogers, Drage e Durning (2011) relataram a presença de 4 achados


incidentais em exames de TCFC com finalidade ortodôntica: um caso de fissura no
arco posterior e anterior da vértebra atlas; outro caso de presença de pérola de
esmalte na face distal dos 2os molares superiores não irrompidos; o terceiro caso de
côndilo bífido e por último, foi relatado a presença de um corpo estranho
arredondado com 6mm de diâmetro na fossa nasal, que era uma bolinha de plástico,
de uma arma de brinquedo.

Achados incidentais de displasia fibrosa e outro de lipoma foram relatados por


Barghan, Tetradis e Nervina (2013), em 2 exames de TCFC com finalidade
ortodôntica.

Em uma amostra de 187 pacientes com fissura labiopalatinas, Kuijpers et al.


(2013) relataram achados incidentais em 95,1% dos exames de TCFC. Os mais
prevalentes foram nas vias aéreas/seio (56,1%), seguido de problemas dentários,
desvio do septo nasal (34%), otite média (10%), mastoidite (9%), anatomia anormal
da ATM (4,9%) e anatomia anormal das vertebras (1,6%).

Cha, Mah e Sinclair (2007) avaliaram 500 exames de TCFC e a incidência de


achados incidentais foi de 24,6% (123 pacientes). As áreas dos achados mais
prevalentes foram nas vias aéreas (18,2%), seguido de achados na ATM (3,4%),
achados endodônticos (1,8%) e outros (1,2%).

Çağlayan e Tozoğlu (2012) avaliaram a presença de achados incidentais em


207 exames de TCFC. A incidência geral de achados foi de 92,8%, sendo a maior
taxa de achados nas vias aéreas (51,8%), seguido de dentes impactados (21,7%),
achados na ATM (11,1%), lesões endodônticas (4,3%), osteíte condensante (1%) e
outros (2,9%). Os achados incidentais nas vias aéreas incluíram espessamento da
mucosa (21,3%), desvio do septo nasal (12,6%), hipertrofia da concha (11,1%),
concha bolhosa (3,9%) e cisto de retenção (2,9%). Os dentes impactados
consistiram em 3º molares (18,8%) e caninos (2,9%). Os achados incidentais na
ATM foram erosão do côndilo (4,8%), osteófitos (3,4%) e côndilo bífido (2,9%).
Revisão de Literatura 27

Allareddy et al. (2012) avaliando 1000 exames de TCFC, constataram a


presença de achados incidentais em 943 exames. Os achados consistiram em:
Variações na forma, tamanho e número dos dentes (n=89), alterações periodontais
(n=783), alterações nos seios paranasais (n=605), alterações na coluna cervical
(n=240), alterações na ATM (n=158), calcificações distróficas (n=349) e outros
achados, como hipertrofia de adenoide (n=107).

No estudo de Rheem, Nielsen e Oberoi (2013), foram encontrados 244


achados incidentais em 59 (40,1%) pacientes, de uma amostra total de 147 exames
de TCFC. Os resultados obtidos foram: 51,7% de achados nos seios paranasais,
34,01% achados na região dentoalveolar, 26,53% achados na ATM, 15,64%
achados no osso, 12,92% calcificações, anomalias dentárias 10,88%, alterações na
fossa nasal 8,84% e achados nas vias aéreas 5,44%.

Edwards et al. (2014) encontraram 842 achados incidentais em 427 exames


de TCFC, com uma média de 1,97 achado por exame. Os achados mais prevalentes
estavam localizados em vias aéreas, com 42,3%; seguido por achados nos seios
paranasais com 30,9%; achados na região dentoalveolar 14,7%, achados na região
de tecidos mole e duro 4,0%; alterações na ATM 6,4% e na região da vertebra
cervical 1,3%. Achados incidentais não odontogênicos (localizados fora da área dos
dentes e alvéolo) representaram 718 dos 842 achados (85,3%).

No estudo de Pazera et al. (2011), em 139 exames de TCFC avaliados, 65


deles (46,8%) apresentaram achados incidentais no seio maxilar. Três tipos de
achados incidentais foram diagnosticados: espessamento da mucosa (23,7%),
pólipos (19,4%) e sinusite (3,6%).

Também avaliando a região de seios maxilares em TCFC, Gracco et al.


(2012) analisaram 139 exames e detectaram achados incidentais em 65 exames. Os
resultados obtidos foram: espessamento da mucosa em 23,7% dos exames (n=33);
pólipo em 19,4% (n=27) e sinusite em 3,6% dos exames avaliados (n=5).

Allareddy et al. (2012) afirmaram que é essencial um profissional treinado


para interpretar exames de TCFC, avaliando toda área dentro e fora da região de
interesse, visto a quantidade excessiva de achados incidentais encontrados nos
estudos acima.
28 Revisão de Literatura

Gracco et al. (2012) relataram que quando existem achados incidentais, eles
devem ser interpretados juntamente com outros especialistas para evitar sub ou
superestimação do potencial da patologia.

2.3 Tipo e Localização dos achados incidentais

Para facilitar a compreensão dos diversos tipos de achados incidentais nos


exames de TCFC, eles foram divididos neste trabalho em zonas, de acordo com sua
localização: vias aéreas, ATM, osso, lesões dos maxilares, dente e calcificações de
tecido mole.

A seguir, discorreremos brevemente sobre os principais tipos de achados


incidentais, de acordo com a literatura.

2.3.1 Achados incidentais nas vias aéreas

A TCFC é capaz de proporcionar resolução suficiente para delinear a


arquitetura óssea maxilofacial, e, portanto, a morfologia da cavidade nasal e dos
seios paranasais (CAMPBELL Jr et al., 2009).

Os avanços na tecnologia de imagem intraoperatória podem potencialmente


aumentar a eficácia e reduzir a morbidade dos procedimentos endoscópicos dos
seios paranasais e base do crânio. A TCFC emergiu como uma tecnologia que tem
ganhado ampla aceitação dentro dos campos da odontologia e da cirurgia oral e
maxilofacial. Além disso, suas aplicações estão se expandindo para a
otorrinolaringologia, tanto para o diagnóstico dos transtornos naso-sinusais e
otológicos quanto para navegação intraoperatória, Isso, porque este tomógrafo
requer pouco espaço, é fácil de operar, emite radiação reduzida e facilmente cabe
no consultório. Contudo, apresenta algumas desvantagens, como, a baixa resolução
de contraste dos tecidos moles, o que faz com que não seja possível distinguir com
exatidão as diferenças entre um simples espessamento da mucosa, cisto de
retenção mucoso e pólipos (ISAACS et al., 2009; HODEZ; GRIFFATON-
TAILLANDIER, 2011; CAMPBELL Jr et al., 2009).
Revisão de Literatura 29

Guijarro-Martínez e Swennen (2011) realizaram uma revisão sistemática


sobre a utilização da TCFC na avaliação das vias aéreas, com 46 artigos
considerados relevantes pelos autores. Observou-se um significativo aumento do
número de publicações sobre o tema nos últimos 5 anos. Dentre os artigos, 5
relacionavam-se a avaliação da via aérea nasal e 3 abordaram os seios maxilares.
Os resultados indicaram que a TCFC pode ser utilizada de forma precisa e confiável
para avaliação das vias aéreas.

Apresentamos a seguir quadros sinópticos abordando os achados incidentais


nas vias aéreas da fossa nasal e dos seios paranasais (Quadro 1 e 2).
30 Revisão de Literatura

Quadro 1 - Quadro sinóptico dos achados incidentais nos seios paranasais em exames de TCFC.
Achado Incidental nos Descrição Características da
seios paranasais imagem tomográfica
O revestimento mucoso dos Faixa ou camada não-
seios maxilares apresenta corticalizada e mais
geralmente 1 mm de hiperdensa que o normal,
Espessamento da espessura. Quando ocorre paralela à parede óssea
mucosa do seio uma reação inflamatória, seja do seio maxilar.
maxilar por um processo infeccioso Localizada no assoalho do
ou alérgico, pode haver um seio, mas pode
aumento na sua espessura acompanhar todo o seu
de 10 a 15 vezes. contorno.
Doença infecciosa do seio Faixa ou camada não-
esfenoidal geralmente ocorre corticalizada e mais
em conjunto com outros hiperdensa que o normal,
Espessamento da seios paranasais e traz o paralela à parede óssea
mucosa do seio risco de infecção ao sistema do seio esfenoidal.
esfenoidal nervoso central,
principalmente em indivíduos
diabéticos, debilitados ou
imunodeprimidos.
Alveolar: Ocorre quando o Alveolar: Soalho do seio
crescimento do seio maxilar maxilar localizando-se
se desenvolve no sentido do próximo ao rebordo
osso alveolar, principalmente alveolar. Casos de
após exodontias. ausência total de dentes:
Extensões do seio Túber: seio maxilar pode assoalho do seio maxilar
maxilar chegar a ocupar toda essa constitui o próprio limite do
região, aumentando sua rebordo alveolar.
fragilidade e possibilitando Túber: Soalho e parede
fraturas durante as posterior do seio maxilar
extrações. localizando-se na região
do túber da maxila.
Bloqueio do ducto de uma Massas bem definidas,
glândula seromucinosa da não corticalizadas,
mucosa sinusal em um uniformes, em forma de
Cisto de retenção
período de inflamação, cúpula e hiperdensas,
mucoso
causando acúmulo de muco localizadas em qualquer
e dilatação cística da parede do seio maxilar.
glândula.
Espessamento da mucosa Massas bem definidas,
sinusal provocado pelo não corticalizadas,
acúmulo de líquido abaixo da uniformes, em forma de
mucosa de revestimento cúpula e hiperdensas,
Pseudocisto subjacente do seio maxilar, localizadas no assoalho
provocando a sua elevação, do seio maxilar.
formando um tipo de cisto
não secretor de muco e sem
revestimento epitelial.
Revisão de Literatura 31

Pregas irregulares da Hiperdensidade polipóide


membrana mucosa difusa ao longo das
Pólipo
espessada de uma paredes do seio maxilar.
inflamação crônica sinusal. Podem ser solitário ou
múltiplo.
Calcificações no interior do Estruturas bem definidas,
seio maxilar, resultado da com formato liso ou
deposição de sais minerais irregular e o aspecto da
ao redor de um nicho densidade interna pode
extrínseco (corpo estranho) variar desde uma leve
Antrolito ou intrínseco (massas de hiperdensidade até uma
muco estagnadas). estrutura extremamente
hiperdensa, localizando-
se, na maioria das vezes,
no assoalho dos seios
maxilares.
Resultante de injúrias Imagem hiperdensa com
penetrantes após acidentes limites bem definidos no
automobilísticos ou outros interior do seio maxilar.
Corpo estranho no
traumas e iatrogenias
seio maxilar
(amálgama, guta-percha e
limas endodônticas no
interior do seio maxilar).
Canal de acesso direto entre Descontinuidade óssea do
a cavidade bucal e o seio assoalho do seio maxilar.
maxilar, resultante de
Comunicação
cirurgias ou trauma e traz
bucosinusal
como consequência
principalmente a sinusite
maxilar.
Doença degenerativa da Massas polipóides
mucosa onde há formação hiperdensas na cavidade
de múltiplas estruturas nasal e seios paranasais,
polipóides nas cavidades alargamento do
nasais e seios paranasais. infundíbulo, apagamento
Polipose nasossinusal
Causa sinusite crônica. ou atenuação óssea do
trabeculado etmoidal e
septo nasal e opacificação
pansinusal parcial ou
completa.
Massas císticas benignas Imagem homogênena
cheias de muco geralmente hiperdensa com expansão
resultantes da obstrução do óssea das paredes do seio
Mucocele complexo ostiomeatal do maxilar.
seio. Causa expansão e
remodelação da parede
óssea sinusal.
Fonte: White; Pharoaph, 2015; Arieta et al., 2005; Vallo et al., 2010; Sette-Dias et al., 2013; Shear, Speight, 2007; Padua et al.,
2003; Cruz et al., 2014; Freitas et al, 2003; Capra; Carbone; Mullin, 2012.
32 Revisão de Literatura

Quadro 2 - Quadro sinóptico dos achados incidentais na fossa nasal em exames de TCFC.
Achado Incidental Descrição Características da
na fossa nasal imagem tomográfica
Anomalia que pode ser Imagem do septo nasal
congênita ou adquirida, com desvio a partir da
caracterizada pelo linha média.
deslocamento do septo nasal
Desvio de septo
para o lado a partir da linha
media do nariz, associado a
deformidades das conchas
nasais adjacentes.
Aumento do volume das Aumento do tamanho das
Hipertrofia de conchas nasais, associado a conchas nasais,
corneto quadros de rinite alérgica, rinite principalmente das
vasomotora e desvio de septo. conchas inferiores.
Aeração da concha nasal, que Aumento de volume da
pode ser uni ou bilateral. A concha nasal média
concha média é a mais aerada.
Concha bolhosa
frequentemente acometida,
podendo obstruir o meato
médio ou o infundíbulo.
Calcificação no interior da fossa Imagem hiperdensa bem
Rinolito nasal. definida no interior da
fossa nasal.
Fonte: White; Pharoaph, 2015; Teixeira Jr et al., 2008; Rodrigues et al., 2011; Souza et al., 2003.

2.3.2 Achados incidentais na ATM

A Articulação Temporomandibular (ATM) constitui uma ligação móvel entre os


ossos temporais e a mandíbula, separados pelo disco articular. Anatomicamente,
essa articulação possui como componentes ósseos a fossa articular, côndilo da
mandíbula e a eminência articular (QUINTO, 2000).

As alterações ósseas degenerativas da ATM são significativamente mais


frequentes no côndilo do que na eminência articular, e são caracterizadas pelo
desenvolvimento de osteófitos, erosões, pseudocistos, esclerose óssea e
aplainamento. Essas mudanças são consideradas como sinais radiográficos de
Osteoartrite (OLIVEIRA et al., 2013; ANJOS PONTUAL et al., 2012).

Exames radiográficos fazem parte da rotina de avaliação clínica das


condições de disfunção da ATM, no intuito de verificar as alterações ósseas
degenerativas nas estruturas articulares. A ATM pode ser visualizada por meio de
Revisão de Literatura 33

radiografias panorâmicas e transcranianas, TC, TCFC, Ressonância Magnética e


artrografia. A TCFC tem sido o método de escolha para avaliar a estrutura óssea e a
dinâmica da ATM, devido possuir menor custo e dose de radiação inferior quando
comparada a TC (ANJOS PONTUAL et al., 2012).

No quadro abaixo, apresentamos uma sinopse das principais alterações


encontradas na ATM em exames de TCFC (Quadro 3).

Quadro 3 – Quadro sinóptico dos achados incidentais na ATM em exames de TCFC.


Alteração na Definição Características da imagem
ATM tomográfica
Alargamento e, ocasionalmente, O côndilo pode ter forma
deformidade da cabeça da normal, mas alargado, ou
mandíbula. forma alterada. Pode
Hiperplasia
aparecer mais hiperdenso
condilar
devido o volume ósseo
adicional. Fossa mandibular
pode estar aumentada.
É um processo do côndilo O côndilo pode estar normal
subdimensionado, que pode ser em forma e estrutura, mas
Hipoplasia resultado de doenças diminuída em tamanho, e a
condilar congênitas, de desenvolvimento, fossa mandibular
ou adquiridas que afetam o proporcionalmente pequena.
crescimento da mandíbula.
Côndilo com depressão vertical, Presença de depressão ou
incisura, ou fenda profunda no entalhe na superfície condilar
Côndilo bífido centro, resultando na aparência superior, dando um contorno
de um côndilo “duplo”. em forma de coração,
quando visto no plano frontal.
Área sobrelevada a partir da Nova área de formação
Osteófito superfície articulada óssea hiperdensa.
mineralizada do côndilo.
Resposta adaptativa da Achatamento na superfície do
cartilagem e do tecido ósseo às côndilo.
Aplainamento forças aplicadas à articulação,
resultando na perda da
convexidade do côndilo.
Tumor benigno que envolve a Massa irregular hiperdensa,
ATM. pedunculada e conectada, ou
Osteocondroma
crescendo do processo
condilar.
Formação metaplásica de Massa hiperdensa ou corpos
múltiplos nódulos cartilaginosos livres hiperdensos
Condromatose
ou osteocartilaginosos da circundando o côndilo.
sinovial
membrana sinovial das
articulações.
34 Revisão de Literatura

Lojas cheias de líquido. Pode Imagem hipodensa


indicar doença articular circunscrita única ou
Pseudocisto degenerativa. múltiplas adjacente ao osso
subcortical sem apresentar
destruição de cortical.
É uma alteração morfológica Área de redução de
degenerativa do côndilo, densidade na superfície do
Erosão indicando que a superfície está côndilo.
instável e sofrendo
modificações.
Condição em que o movimento Redução do espaço articular.
do côndilo é restringido por
causa da fusão dos
Anquilose componentes intra-articulares ou
de um impedimento físico
causado por estruturas externas
da articulação.

Fonte: White; Pharoaph, 2015; Anjos Pontual et al., 2012.

2.3.3 Achados incidentais no osso

Em exames de TCFC, não é possível a visualização de tecido mole devido


sua baixa resolução de contraste. Porém, a TCFC proporciona informações
essenciais sobre morfologia óssea para colocação de implantes dentários, incluindo
integridade e espessura da cortical, alargamento dos espaços medulares,
irregularidades pós-exodontias e densidade do trabeculado ósseo. Pode-se observar
o osso esponjoso acentuadamente em imagens de TCFC, enquanto que a TC não o
mostra claramente em imagens transversais do arco dental (GUERRERO et al.,
2006).

Hashimoto et al. (2003) constataram em seu estudo a superioridade da TCFC


em relação a TC em mostrar tecido duro, associado com regiões dentadas, com
redução significante da dose de radiação para o paciente.

Apresentamos no quadro sinóptico abaixo, os principais achados incidentais


que podem ser observados no osso da maxila e mandíbula (Quadro 4).
Revisão de Literatura 35

Quadro 4 - Quadro sinóptico dos achados incidentais no osso da maxila e mandíbula


em exames de TCFC.

Achado incidental Definição Características da


no Osso imagem tomográfica
Protuberância óssea que ocorre Imagem hiperdensa
Toro palatino na linha média e está situada no aderida ao palato duro.
terço médio do palato.
Exostose que se projeta da face Imagem hiperdensa
Toro mandibular lingual do processo alveolar da lobulada na face lingual da
mandíbula, geralmente próximo mandíbula.
aos pré-molares inferiores.
Crescimentos localizados de Imagem hiperdensa
Esclerose óssea osso compacto que se uniforme.
desenvolvem dentro do osso
esponjoso.
Pequenas regiões de Imagem hiperdensa
hiperplasias ósseas no osso homogênea com bordas
Exostose cortical e ocasionalmente na bem definidas.
medular interna do osso, e na
maioria das vezes na superfície
do processo alveolar.
Cavidade óssea na superfície Imagem hipodensa
lingual da mandíbula, com unilocular, bem delimitada
conteúdo variando de tecido por um halo hiperdenso,
Defeito de Stafne normal de glândula salivar, localizada abaixo do canal
músculo, tecido conjuntivo mandibular.
fibroso, vasos sanguíneos,
gordura ou tecido linfóide.

Fonte: White; Pharoaph, 2015; Ávila et al., 2009; Nogueira et al.,2013

2.3.4 Achados incidentais de lesões dos maxilares

Na avaliação de cistos e tumores benignos dos maxilares, radiografias


intraorais ou panorâmicas possuem desvantagem por exibirem apenas duas
dimensões da lesão. Para a observação da terceira dimensão, como por exemplo, a
extensão vestíbulo-lingual, isso requer uma radiografia adicional em um ângulo de
90º da vista original. Todas as três dimensões são visualizadas nas imagens
multiplanares de um exame de TCFC (plano axial, coronal, sagital). Essas imagens
fornecem informações importantes: presença ou ausência de reabsorção óssea,
esclerose do osso adjacente, expansão das corticais, presença de calcificações no
interior da lesão e a proximidade com estruturas anatômicas vitais adjacentes.
36 Revisão de Literatura

Assim, o exame de TCFC é de fundamental importância para a avaliação de lesões


do complexo maxilomandibular (AHMAD; JENNY; DOWNIE, 2012).

Aparelhos de TCFC mais recentes apresentam voxel do que 0.1 mm. Estas
fatias finas permitem melhor visualização das margens ósseas de uma lesão. Além
da avaliação pré- cirúrgica de cistos benignos ou tumores agressivos, a TCFC é
também útil no acompanhamento pós-cirúrgico para lesões que podem ter uma
elevada taxa de recorrência. Para o planejamento cirúrgico, pode ser necessária a
mensuração da lesão a partir de diferentes ângulos. As mensurações em imagens
de TCFC são consideravelmente precisas, com menos de 1% de erro. Por outro
lado, radiografias panorâmicas não são confiáveis para mensuração de dimensões
por possuir ampliação variável (AHMAD; JENNY; DOWNIE, 2012).

Apresentamos no quadro sinóptico abaixo as principais lesões dos maxilares


(cistos, tumores e displasias) encontradas como achados incidentais em exames de
TCFC (Quadros 5,6 e 7).

Quadro 5 - Quadro sinóptico dos cistos odontogênicos.

Cisto Características Características da


imagem tomográfica
Associado a dentes não Imagem hipodensa
vitais e se origina devido à circunscrita, delimitada por
estimulação dos restos um halo hiperdenso,
Cisto radicular
epiteliais de Malassez a associado a um dente não
partir de produtos vital.
inflamatórios.
Cisto radicular que Imagem hipodensa
permanece após a circunscrita, delimitada por
Cisto residual extração de um dente. um halo hiperdenso,
localizada em área
edêntula.
Origina-se a partir dos Imagem hipodensa
restos epiteliais de circunscrita, delimitada por
Malassez, principalmente um halo hiperdenso, na
Cisto paradentário após pericoronarites face distal vestibular ou
sucessivas nos adultos. lingual de um dente semi-
irrompido.

Cisto que se forma ao Imagem hipodensa,


redor da coroa de um delimitada por um halo
Cisto dentígero
dente não irrompido. hiperdenso, unida a
junção amelocementária
Revisão de Literatura 37

de um dente não
irrompido.
Cisto que se forma no Imagem hipodensa,
canal nasopalatino delimitada por um halo
quando remanescentes de hiperdenso, localizada na
Cisto do
epitélio embrionário do região entre os incisivos
ductonasopalatino
ducto nasopalatino centrais superiores, de
passam por proliferação e formato circular ou oval.
degeneração cística.
Cisto que se origina dos Imagem hipodensa,
restos epiteliais no delimitada por um halo
periodonto na superfície hiperdenso, localizada
Cisto periodontal lateral
lateral da raiz dentária, lateralmente a raiz de um
principalmente de caninos dente.
e pré-molares inferiores.

Fonte: White e Pharoaph, 2015; Fenyo-Pereira; Crivello Junior; 2013.

Quadro 6 - Quadro sinóptico de tumores benignos dos maxilares.

Tumor Características Características da


imagem tomográfica
Antigo Ceratocisto Imagem hipodensa
Odontogênico; unilocular ou multilocular,
desenvolve-se no sentido com margens hiperdensas
Tumor Odontogênico ântero-posterior, 2ª e 3ª bem definidas,
Queratocístico década de vida; apresentando margens
predominante na festonadas.
mandíbula. Associado a
Síndrome de Gorlin-Goltz
Crescimento lento; atinge Multicístico: imagem
grandes dimensões; hipodensa multilocular,
localmente invasivo; com presença de septos
acomete principalmente ósseos hiperdensos.
Ameloblastoma
adultos, negros e na Unicístico: imagem
região posterior da hipodensa unilocular
mandíbula. 2 tipos: circunscrita delimitada por
Multicístico e Unicístico. halo hiperdenso.
Gênero feminino; jovens; Imagem hipodensa
região anterior de maxila; circunscrita, de limites
associado a dentes não definidos, associado a um
irrompidos (principalmente dente anterior da maxila
Tumor Odontogênico
caninos). não irrompido. Pode
Adenomatóide
apresentar áreas de
calcificação (imagem
hiperdensa) no seu
interior.
Tipo de tumor mais Composto: imagem
Odontoma
comum, normalmente hipodensa com vários
38 Revisão de Literatura

relacionado a dentes não dentículos (hiperdensos)


irrompidos. 2 tipos: no seu interior. Complexo:
Composto: duas primeiras Massa hiperdensa de
décadas de vida; região forma irregular delimitada
anterior da maxila. por um halo hipodenso
Complexo: duas primeiras delgado.
décadas de vida; região
posterior da mandíbula.
Região de pré-molares e Imagem hiperdensa
molares da mandíbula. ovalada fusionada a raiz
de um dente, circunscrita
Cementoblastoma por um halo hipodenso,
podendo o dente
acometido possuir
reabsorção externa.
4ª década de vida; Imagem hipodensa
associado a dente não associada a um dente não
Tumor de epitelial irrompido, localização irrompido, podendo
calcificante predominante mandíbula. apresentar depósitos
hiperdensos no seu
interior.
Localmente invasiva; pode Imagem hipodensa
causar destruição multilocular, com septos
Mixoma extensa; crescimento ósseos dispostos em
lento e indolor; 20 a 40 ângulos retos, paralelos
anos de idade. ou oblíquos entre si.
Neoplasia benigna de Imagem hiperdensa,
tecido ósseo; crescimento circunscrita ou ovalada.
Osteoma lento; adultos jovens;
associado à Síndrome de
Gardner

Fonte: White; Pharoaph, 2015; Fenyo-Pereira; Crivello Junior; 2013.


Revisão de Literatura 39

Quadro 7 - Quadro sinóptico das displasias fibrosa e óssea.

Displasia Características Características da


imagem tomográfica
Lesão fibro-óssea autolimitante 3 padrões:
que acomete qualquer osso do 1)Apagamento do
organismo. Crianças e adultos trabeculado ósseo,
jovens. Tipos: monostótica, mostrando área
poliostótica ou craniofacial. predominantemente
hipodensa
Displasia fibrosa 2) Aspecto mosqueado
(“vidro despolido”)
3) Depósito de tecido
mineralizado (área
intensamente hiperdensa
com aparência de “vidro
despolido ou fosco”)
Lesão fibro-óssea restrita aos 3 padrões:
ossos gnáticos. Osso é 1) Imagem hipodensa
substituído por tecido conjuntivo circunscrita de tamanho
com grau de mineralização reduzido
variável. 2) Presença de áreas
Displasia óssea 3 tipos: hiperdensas
Periapical (região de priápice dos moesqueadas centrais
incisivos inferiores), Focal (única 3) Imagem hiperdensa
localidade) e Florida (múltiplos com halo hipodenso
quadrantes). Mulheres, raça
negra.

Fonte: White e Pharoaph, 2015; Fenyo-Pereira; Crivello Junior; 2013.

2.3.5 Achados incidentais nos dentes

Neste trabalho, consideramos pertencente neste grupo de achados, todo


achado incidental encontrado nos dentes, englobando, portanto, as anomalias
dentárias, alterações pulpares e do periápice e alterações periodontais.

Low et al. (2008) compararam as imagens de radiografias periapicais com as


imagens de TCFC na detecção de lesões em raízes de dentes posteriores
superiores, tratados endodonticamente. Os autores observaram que 34% das lesões
periapicais detectadas pela TCFC não foram identificadas pelas radiografias
periapicais. A proximidade entre o periápice dos dentes dessa região, em grande
intimidade com o assoalho do seio maxilar, dificulta o diagnóstico pelas radiografias
40 Revisão de Literatura

convencionais. Porém, a TCFC permite uma avaliação tridimensional, tornando o


diagnóstico mais preciso. Desta forma, os autores concluíram que as radiografias
periapicais foram menos sensíveis na detecção de lesões periapicais associadas
aos dentes póstero- superiores.

Bernardes (2007) avaliou a acurácia da TCFC, radiografia periapical e


panorâmica no diagnóstico de lesões periapicais, fraturas radiculares e reabsorções
radiculares, concluindo que com a TCFC foi possível um melhor diagnóstico dessas
alterações em relação às demais técnicas, diagnosticando não apenas a sua
presença, mas também a extensão e as estruturas relacionadas.

Diversos autores na literatura enfatizam os benefícios que a TCFC traz para o


acesso em dentes com anatomia incomum, assim como dentes com variações
radiculares, presença de dilacerações radiculares, delta apical, canais em forma de
C e dens in dente. A TCFC conduz a um maior sucesso do tratamento, obtendo
assim um melhor prognóstico para o paciente (VIER-PELISSER et al., 2012; YILMAZ
et al., 2006; CLEGHORN; CHRISTIE; DONG, 2008).

Apresentamos no quadro sinóptico abaixo, as alterações endodônticas,


lesões do periápice e do periodonto (Quadro 8) e anomalias dentárias (Quadro 9)
mais comumente encontradas como achados incidentais em exames de TCFC.
Revisão de Literatura 41

Quadro 8 - Quadro sinóptico das alterações pulpares, lesões do periápice e do periodonto


observadas em exames de TCFC.

Alterações pulpares, Descrição Características da


lesões do periápice e do imagem tomográfica
periodonto
Atividade patológica que Imagem hipodensa de
destrói a estrutura bordas irregulares em
dentária iniciando na diferentes alturas da raiz;
Reabsorção externa superfície dentária presença de contorno
externa. radicular
irregular/encurtamento da
raiz.
Processo patológico na Imagem hipodensa,
face interna da câmara simétrica, ovóide ou
Reabsorção interna pulpar. arredondada, alterando o
contorno original do canal
radicular.
Resultante da necrose Imagem hipodensa
Lesão periapical pulpar circunscrita localizada no
periápice de um dente
Espessamento do Inflamação localizada no Alargamento do espaço do
ligamento periodontal ligamento periodontal. ligamento periodontal
Massas calcificadas no Imagem hiperdensa no
Nódulo pulpar interior da câmara interior da câmara pulpar
pulpar.
Reabsorção óssea e Densidade óssea
Lesão de furca perda de inserção no diminuída na área de furca
espaço inter-radicular. do dente
Resultante direta de uma Imagem hiperdensa difusa
infecção ou irritação de ou bem definida associada
longa duração e baixa a um dente restaurado ou
intensidade, onde a sob trauma.
Osteíte condensante
resistência tecidual é
elevada e os
microorganismos são de
baixa virulência.
Alterações patológicas Imagem hipodensa
que alcançam os tecidos envolvendo terço médio e
Lesão endo-periodontal
pulpar e periodontal apical do dente.
simultaneamente.
Extravasamento de Imagem hiperdensa no
material obturador para ápice de um dente tratado
Material obturador no
região do periápice endodonticamente.
ápice
durante tratamento
endodôntico.

Fonte: White e Pharoaph, 2015; Alvares; Tavano, 2009.


42 Revisão de Literatura

Quadro 9 - Quadro sinóptico das anomalias dentárias encontradas em exames de TCFC.

Anomalia dentária Descrição Características da imagem


tomográfica
Dente que exceda o número Dente com formato normal
Supranumerário normal na dentição decídua ou não; posição normal ou
ou permanente. ectópica.
É o giro do dente em torno do Alteração de posição das
Giroversão
seu próprio eixo. faces do dente girovertido.
Dentes menores que o Dente com todas suas
normal. dimensões reduzidas.
Microdontia
Geralmente dentes mal
formados.
Dentes maiores que o Tamanho aumentado do
Macrodontia
normal. dente.
Profunda invaginação na Invaginação em forma de
superfície da coroa ou raiz pera do esmalte e da dentina
que é limitada pelo esmalte como uma constricção
Dens in dente antes da sua calcificação. estreita na abertura da
superfície do dente e
aproximando-se da polpa em
profundidade
Inversão da posição de dois Sequência de dentes
Transposição dentes adjacentes no arco alterada no arco.
dentário.
Dilaceração Presença de curvatura suave Presença de curvatura suave
radicular ou acentuada da raiz. ou acentuada da raiz.
Aumento ocluso-apical da Câmara pulpar alongada e
Taurodontia câmara pulpar dos dentes região de furca posicionada
molares. mais apicalmente.
União de dois germes Forma ou tamanho incomum
dentários adjacentes em do dente fusionado.
Fusão
desenvolvimento. Presença de canais
radiculares individualizados.
Tentativa frustrada da divisão Câmara pulpar única e
de um germe dentário aumentada, podendo estar
Geminação
resultando na bifurcação da parcialmente dividida (Forma
coroa de um dente. de “y”).
É a formação de um dente TCFC usada para saber a
Transmigração em áreas distantes dos localização do dente
processos alveolares
Estruturas hemisféricas de Nódulos bem definidos e
esmalte em localização hiperdensos sobrepostos ou
Pérola de esmalte
incomum, principalmente nas no contorno mesial ou distal
raízes de molares. das raízes.
Dente que permanece dentro TCFC usada para saber a
do processo alveolar mesmo localização do dente.
Dente retido
após sua época de
irrompimento.
Fonte: White e Pharoaph, 2015; Alvares; Tavano, 2009.
Revisão de Literatura 43

2.3.6 Achados incidentais de calcificações de tecido mole

As calcificações distróficas no pescoço e estruturas adjacentes podem ser


encontradas nas radiografias convencionais utilizadas para fins odontológicos, como
a radiografia panorâmica, porque nestes tipos de imagens, as estruturas dos tecidos
moles ficam próximas da camada focal. No entanto, essas radiografias têm suas
limitações (imagem bidimensional, sobreposição de estruturas anatômicas, distorção
e ampliação) que fazem o diagnóstico de calcificações de tecidos moles serem difícil
(CENTURION et al., 2013).

Centurion (2011) realizou um estudo com o objetivo de comparar a presença


de ateromas, tonsilólitos e ossificações do processo estiloide em 100 exames de
TCFC e 100 radiografias panorâmicas digitais dos mesmos pacientes. O autor
obteve como resultado uma maior quantidade destas calcificações de tecido mole
em exames de TCFC. Assim, ele concluiu que as imagens tomográficas são mais
adequadas para diferenciar ateromas, tonsilólitos e ossificações do processo
estiloide.

Segundo Ahmad, Jenny e Downie (2012), embora no exame de TCFC não


seja possível à visualização de tecido mole, ele consiste em um ótimo exame para
avaliar calcificações de tecido mole, como ateromas, tonsilólitos e sialólitos.

Apresentamos no quadro sinóptico abaixo as calcificações de tecido mole que


podem ser visualizadas em exames de TCFC (Quadro 10).
44 Revisão de Literatura

Quadro 10 - Quadro sinóptico das calcificações de tecido mole encontradas em exames de TCFC.

Calcificação de tecido Descrição Características da


mole imagem tomográfica
Estruturas calcificadas que Múltiplas áreas
se desenvolvem nas criptas hiperdensas, agrupadas
tonsilares. como grãos de arroz, de
Tonsilólito forma ovóide e
homogênea, lateral ao
espaço aéreo de
orofaringe.
Deposição de sais de cálcio Únicas ou múltiplas
sobre placas fibrosas e opacificações
gordurosas localizadas no homogêneas,
íntimo das artérias. semelhantes a grãos de
Ateroma calcificado da
arroz, linear ou curvilínea,
artéria carótida
Medial e inferior ao ângulo
da mandíbula, lateral e
mais anterior às vértebras
C3 e C5.
Ossificação (transformação Opacificação circular
de tecido cartilaginoso em discreta e corticalizada.
osso) do ligamento estilo- Tem uma direção medial e
Ossificação do hioideo, o qual conecta o anterior progressiva.
processo estiloide ao corno
complexo estilo-hioideo
menor do osso hióide.
Quando sintomático, é
associada à síndrome de
Eagle.
Calcificação da glândula Imagem hiperdensa
Sialólito salivar, com predominância homogênea ou presença
da submandibular. de múltiplas camadas de
calcificação.
Calcificação de cartilagem Única massa hiperdensa
Calcificação da encontrada centralmente homogênea, ovóide,
dentro da extremidade medial e inferior ao osso
cartilagem tritícea
posterior livre do ligamento hióide
tireohioideo.
O corno superior da Imagem hiperdensa
cartilagem tireoide consiste vertical localizada inferior
Calcificação do corno em uma opacidade vertical ao osso hioide e
maior da tireoide de "forma crescente" de cartilagem tritícea.
aproximadamente quatro
milímetros de largura e
altura de um a dois
centímetros.
Fonte: White e Pharoaph, 2015; Centurion, 2011.
3 OBJETIVOS
Objetivos 47

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivos gerais

• Identificar o tipo, frequência e localização de achados incidentais na


região maxilofacial de exames tomográficos obtidos para fins de
diagnóstico odontológicos.
• Relatar a relevância clínica dos achados incidentais, quanto à
necessidade ou não de acompanhamento, tratamento ou
encaminhamento para outro profissional.

3.2 Objetivos específicos

• Correlacionar a presença dos achados incidentais com o gênero e idade dos


pacientes e com o FOV utilizado.
4 MATERIAL E MÉTODOS
Material e Métodos 51

4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Aspectos éticos

O presente estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em


Pesquisa da Faculdade de Odontologia de Bauru – Universidade de São Paulo, no
dia 24/09/2014, com número do parecer 811.539 (Anexo).

4.2 Amostra

Os exames de TCFC deste estudo foram selecionados do arquivo de imagens


do Departamento de Estomatologia da Faculdade de Odontologia de Bauru da
Universidade de São Paulo, FOB-USP.

Admitindo-se uma margem de erro de 8% e supondo a prevalência esperada


de 50% de achados incidentais, foi obtido o tamanho desta amostra de 150 exames
de tomografias.

Os critérios de inclusão para seleção da amostra consistiram em:

• Imagens que apresentavam campo de visão ou FOV (field of view) de


6cm de altura que envolvesse apenas maxila.

• Imagens que apresentavam campo de visão ou FOV (field of view) de


6cm que envolvesse apenas mandíbula.

• Imagens que apresentaram campo de visão ou FOV (field of view) de 13


cm que envolvesse a maxila e mandíbula.

Os critérios de exclusão foram:

• Exames que não possuíssem correto preenchimento dos dados nas suas
requisições (indicação do exame)

• Exames com qualidade de imagem ruim


52 Material e Métodos

Baseado nesses critérios, a amostra foi selecionada e dividida em três


grupos:

1) 50 exames abrangendo a maxila

2) 50 exames abrangendo a mandíbula

3) 50 exames abrangendo a maxila e a mandíbula.

Figura 1 - Campo de Visão ou FOV: Grupo 1, Grupo 2 e Grupo 3.

Os exames apresentaram voxel variados (0,2; 0,25; 0,3 e 0,4) e o diâmetro do


FOV era de 16 cm.

4.3 Análise dos exames de Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico

O equipamento usado nessa pesquisa foi o i-CAT Classic, Imaging Science


International, Hatfield, Pennsylvania, USA. O equipamento possui uma Workstation
de aquisição com monitor Eizo 20” e outra workstation de trabalho também com
monitor Eizo de 20”. Cada workstation está localizada em sala apropriada e
acondicionada para o trabalho, alocadas na Clínica e no Departamento de
Estomatologia da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São
Paulo, FOB-USP.

Todas as análises foram realizadas em sala apropriada escurecida, por meio


de uma estação de trabalho apropriada para análise dos exames de TCFC. A
visualização dos exames de TCFC foi realizada no programa i-Cat Vision® (Imaging
Sciences, Hatfield, Estados Unidos da América) na tela das reformatações
multiplanares (MPR) e reformatação panorâmica. Quando necessário e em casos de
dúvida na imagem, também foi feita análise nas reformatações parassagitais. O nível
Material e Métodos 53

de brilho e contraste e o zoom foi ajustado sempre quando necessário, para melhor
visualização e interpretação das imagens.
Dois pesquisadores realizaram a análise do exame em duas etapas: 21
exames (15% da amostra) foram observados em um primeiro momento e, após 15
dias, foi realizado uma nova avaliação. Assim, realizou-se a calibração intra e inter-
observadores por meio do Teste Kappa. A concordância deveria ser boa, para que a
partir desse momento apenas um observador fosse mantido para a análise dos
exames restantes.

Assim, um único examinador, especialista em radiologia na área odontológica


e com aperfeiçoamento em TCFC, avaliou todos os exames de TCFC e relatou os
possíveis achados incidentais, os quais foram definidos como achados que não
foram associados com o primeiro propósito da realização do exame. Achados
diretamente relacionados com as indicações preliminares da aquisição do TCFC
foram excluídos. O examinador possuía uma lista com possíveis achados incidentais
para melhor análise das imagens. Na presença de dúvidas sobre o diagnóstico, foi
feito consulta com outros radiologistas experientes na área.

Foram coletados também os dados do pacientes (gênero e idade) e a


indicação de cada exame de TCFC.

Todos os diagnósticos foram baseados nos achados tomográficos. Não foram


realizadas comparações e associações com radiografias convencionais.
54 Material e Métodos

4.3.1 Grupo maxila e Grupo maxila/mandíbula

Os achados incidentais foram avaliados nas seguintes áreas e ordem,


divididas em seis zonas:

4) Lesões
1) Vias aéreas 2) ATM 3) Osso dos
maxilares

6)
5) Alterações Calcificações
Outros
dentárias de tecido
mole

4.3.2 Grupo mandíbula

Os achados incidentais foram avaliados nas seguintes áreas e ordem,


divididas em quatro zonas:

3) Osso 4) Lesões dos 5) Alterações


maxilares dentárias

6)
Calcificações Outros
de tecido mole

No grupo mandíbula, as zonas de vias aéreas e ATM não foram analisadas


por não serem visíveis nos exames.

Nos casos em que o achado incidental não se enquadrava em nenhuma das


seis zonas apresentadas, ele foi considerado sendo parte do grupo Outros.

Descobertas como dentes ausentes, perda óssea e alterações em vertebras


foram excluídas.
Material e Métodos 55

Os achados incidentais incluem, portanto, alterações de desenvolvimento,


variações anatômicas e lesões.

O achado incidental com possibilidade de ocorrência mais de uma vez no


exame foi contabilizado tão quanto fosse observado.

4.4 Zonas avaliadas

4.4.1 Vias aéreas

Nesta área de observação foram incluídos os seios paranasais (maxilar,


etmoidal, esfenoidal, etmoidal e frontal) e a fossa nasal. Foi realizada a avaliação
dos seguintes achados:

• Espessamento da mucosa do seio maxilar

Quando o espessamento da mucosa sinusal maxilar foi observado, a sua


mensuração foi estabelecida através de medições milimétricas com a ferramenta
disponível no próprio software. Foi medida a parte mais superior do espessamento
de mucosa a partir do soalho do seio maxilar, na reformatação tomográfica coronal.
Baseou-se nos critérios definidos por LU et al. (2012), assim descritos(Figura 2):

a) Classe I: Seio maxilar normal


b) Classe II ( ˂ 2mm)
c) Classe III (entre 2 e 4 mm). Espessamento leve.
d) Classe IV ( entre 4 e 10 mm). Espessamento moderado.
e) Classe V (> 10mm). Espessamento severo.
56 Material e Métodos

a b c d e
b
Fonte: Kazuo. Colaboração: Lopes; Handem; Capelozza.

Figura 2- Representação esquemática do espessamento da mucosa do seio maxilar


na reformatação sagital.

• Velamento total do seio maxilar

Nos casos em que o seio maxilar apresentava-se totalmente preenchido em


todas as reformatações (coronal, sagital e axial) foi considerado como velamento
total do seio maxilar (Figura 3).

Fonte: Kazuo. Colaboração: Lopes; Handem; Capelozza.

Figura 3 - Representação esquemática do velamento total do seio maxilar na reformatação sagital.

• Cisto de retenção mucoso / Pseudocisto antral/ Pólipo

Segundo Shear & Speigth (2007) pseudocistos estão localizados


especialmente no assoalho enquanto os cistos de retenção e pólipos podem ser
encontrados em qualquer parede do seio maxilar, e apesar de diferentes em relação
à formação, a imagem (forma de cúpula) é idêntica sendo impossível distingui-los.
Portanto, nesse estudo pseudocisto antral, cisto de retenção mucoso e pólipos foram
considerados a mesma alteração podendo estar localizados em qualquer parede do
seio maxilar (Figura 4).
Material e Métodos 57

Fonte: Kazuo. Colaboração: Lopes; Handem; Capelozza.

Figura 4 – Representação esquemática do Cisto de retenção mucoso / Pseudocisto antral/ Pólipo na


reformatação coronal.

Também foi avaliada a presença de outros achados incidentais nas vias


aéreas, seguindo os seus critérios de interpretação definidos na literatura, conforme
as representaçãos esquemáticas a seguir (Figura 5 a 9).

A B

Fonte: Kazuo. Colaboração: Lopes; Handem; Capelozza.

Figura 5. Representação esquemática. A - Antrolito.


B- Corpo estranho no seio maxilar na reformatação coronal.

A B

Fonte: Kazuo. Colaboração: Lopes; Handem; Capelozza.

Figura 6. Representação esquemática. A- Comunicação bucosinusal.


B- Polipose nasossinusal na reformatação coronal.
58 Material e Métodos

A B C

Fonte: Kazuo. Colaboração: Lopes; Handem; Capelozza.

Figura 7. Representação esquemática. A - Rinolito. B- Hipertrofia de corneto e desvio de Septo nasal.


C - Concha bolhosa na reformatação coronal.

A B

Fonte: Kazuo. Colaboração: Lopes; Handem; Capelozza.

Figura 8. Representação esquemática. A- Mucocele na reformatação coronal.


B- Espessamento da mucosa do seio esfenoidal na reformatação axial.

a b

Fonte: Kazuo. Colaboração: Lopes; Handem; Capelozza.

Figura 9 - Representação esquemática de extensão alveolar do seio maxilar direito (a) e extensão
alveolar e pro túber do seio maxilar esquerdo (b) na reformatação panorâmica.
Material e Métodos 59

4.4.2 ATM

Foi avaliada a presença dos seguintes achados incidentais na ATM, conforme


a representação esquemática (Figura 10):

a) aplainamento
b) osteófito
c) osteocondroma
d) pseudocisto
e) anquilose
f) hipoplasia
g) hiperplasia
h) côndilo bífido
i) condromatose sinovial
j) erosão

a b c d e

f g h i j

Fonte: Kazuo. Colaboração: Lopes; Handem; Capelozza.


Figura 10 – Representação esquemática dos achados incidentais na ATM.
60 Material e Métodos

4.4.3 Osso

Foi avaliada a presença dos seguintes achados incidentais no osso, conforme


a representação esquemática (Figura 11 e 12):

A B C

Fonte: Kazuo. Colaboração: Lopes; Handem; Capelozza.

Figura 11. Representação esquemática. A – exostose e


B- toro mandibular na reformatação axial. C - toro palatino na reformatação coronal.

A B
Fonte: Kazuo. Colaboração: Lopes; Handem; Capelozza.

Figura 12. Representação esquemática. A - Defeito de Stafne.


B - Esclerose óssea na reformatação panorâmica.

4.4.4 Lesões dos maxilares

Dentre as lesões que acometem os maxilares consideramos neste estudo


imagens sugestiva de: cistos, tumores e displasias ósseo-fibrosas, conforme a
representação esquemática (Figura 13, 14 e 15):
Material e Métodos 61

• Cistos

a) cisto do ducto nasopalatino


b) cisto dentígero
c) cisto periodontal lateral
d) cisto residual
e) cisto radicular
f) cisto paradentário

f
b

c d
e

Fonte: Kazuo. Colaboração: Lopes; Handem; Capelozza.

Figura 13 - Representação esquemática dos cistos dos maxilares na reformatação panorâmica.

• Tumores

a) Tumor Odontogênico Adenomatóide


b) Odontoma composto
c) Odontoma complexo
d) Ameloblastoma
e) Mixoma
f) Tumor Odontogênico Queratocístico
g) Cementoblastoma
h) Tumor de Pindborg
i) Osteoma
62 Material e Métodos

a b

h
d

e g
f
i

Fonte: Kazuo. Colaboração: Lopes; Handem; Capelozza.

Figura 14 - Representação esquemática dos tumores odontogênicos na reformatação panorâmica.

• Displasia Óssea

a) Displasia óssea periapical estágio inicial


b) Displasia óssea periapical estágio intermediário
c) Displasia óssea periapical estágio avançado
d) Displasia óssea florida

a b c
d d

Fonte: Kazuo. Colaboração: Lopes; Handem; Capelozza.

Figura 15 - Representação esquemática da displasia óssea na reformatação panorâmica.


Material e Métodos 63

• Displasia Fibrosa

Fonte: Kazuo. Colaboração: Lopes; Handem; Capelozza.


Figura 16- Representação esquemática. Displasia fibrosa na reformatação axial.

4.4.5 Dente

Nessa zona, foram considerados os achados incidentais que envolviam


dentes: anomalias dentárias, lesões do dente, lesões do periápice e lesões do
periodonto, conforme a representação esquemática a seguir (Figura 17 e 18).

• Anomalias dentárias

a) Dente supranumerário
b) Giroversão
c) Microdontia
d) Macrodontia
e) Dens in dente
f) Transposição
g) Dilaceração radicular
h) Taurodontia
i) Fusão
j) Geminação
k) Transmigração
l) Pérola de esmalte
m) Dente retido
64 Material e Métodos

a
b d e
c f
a a

m
g
h j l
i
k

Fonte: Kazuo. Colaboração: Lopes; Handem; Capelozza.


Figura 17- Representação esquemática das anomalias dentárias na reformatação panorâmica.

• Lesões pulpares, no periápice e no periodonto


a) reabsorção externa
b) reabsorção interna
c) lesão apical
d) aumento do espaço do ligamento periodontal
e) nódulo pulpar
f) lesão de furca
g) osteíte condensante
h) lesão endo-periodontal
i) material obturador no ápice
Material e Métodos 65

c d
b e
a

f g h i

Fonte: Kazuo. Colaboração: Lopes; Handem; Capelozza.


Figura 18- Representação esquemática das alterações endodônticas, lesões do periápice e do
periodonto na reformatação panorâmica.

4.4.6 Calcificações de tecido mole

Foram avaliadas nesta zona as seguintes calcificações, baseadas na


representação esquemática a seguir (Figura 19):

a) tonsilólito
b) ossificação do complexo estilo-hioideo
c) ateroma
d) calcificação da cartilagem tritícea
e) calcificação do corno maior da tireoide

a
c
b

d
e
Fonte: Kazuo. Colaboração: Lopes; Handem; Capelozza.
Figura 19 – Representação esquemática das calcificações de tecido mole na reformatação sagital.
66 Material e Métodos

Os processos estiloides foram mensurados desde a sua saída na porção


petrosa do osso temporal até sua ponta e foi considerado alongamento desses
quando ultrapassou o valor de 30mm. As imagens de calcificações de tecido mole
foram observadas em maximum instensity projection (MIP).

4.5 Relevância clínica dos achados incidentais

Após a análise dos exames de TCFC, os achados incidentais observados


foram classificados em relação à sua conduta clínica em três grupos:

1. Não precisa
de tratamento/
encaminhamento
para outro
profissional

Achado
incidental

3. Precisa de
2. O achado
tratamento/
incidental
encaminhamento
necessita de
para outro
acompanhamento
profissional.

4.6 Análise estatística dos resultados

Os achados incidentais avaliados foram contabilizados e classificados em


uma planilha do programa Excel®.

Foram realizadas as análises descritiva e inferencial dos dados, utilizando o


programa Statistica Versão 5.1 (Stat Soft Inc, Tulsa, EUA) e adotando-se o nível de
significância de 5%. Os testes estatísticos utilizados foram: Kappa, para calibração
intra e interobservador; Teste de Kruskal-Wallis, para comparar a quantidade de
Material e Métodos 67

achados incidentais entre os grupos e as zona avaliadas; Teste de Mann-Whitney,


para correlacionar o gênero com os achados incidentais; e Correlação de Spearman,
para correlacionar a idade dos pacientes com a quantidade de achados incidentais.
5 RESULTADOS
Resultados 71

5 RESULTADOS

5.1 Kappa entre as observações

A concordância intra-observador foi quase perfeita (kappa =0,87) e a


concordância inter-observador foi forte (substancial) (kappa= 0,74) (FLEISS, 1973;
LANDIS; KOCH, 1977).

5.2 Indicações dos exames de TCFC

Pode-se observar uma quantidade variada de indicações para a realização


dos exames de TCFC pelos cirurgiões-dentistas de diferentes especialidades da
Faculdade de Odontologia de Bauru.

A indicação de TCFC mais encontrada neste estudo foi para o planejamento


de colocação de implantes, com 40,7% (n=61) da amostra total. Em menor
quantidade, porém também frequente, foram as indicações do exame para
avaliação/controle de lesões: cística / tumoral / fibro-óssea, avaliação pré- exodontia
de 3º molares e avaliação ortodôntica, com 10,7%, 8,9% e 7,3% de frequência,
respectivamente. Outras indicações obtiveram menos de 5,5% de frequência
(Tabela 1).
72 Resultados

Tabela 1 - Indicações dos exames de TCFC da amostra avaliada.

Indicação do exame de TCFC Quantidade


n %
Planejamento para implante 61 40,7%
Avaliação/controle de lesão cística/tumoral/fibro-óssea 16 10,7%
Avaliação pré- exodontia de 3ºmolares 12 8,9%
Avaliação ortodôntica 11 7,3%
Avaliação de dente não irrompido 8 5,3%
Localização de dente supranumerário 6 4,0%
Avaliação pré-operatória 5 3,3%
Avaliação pós-operatória 4 2,7%
Avaliação de fratura radicular 3 2,0%
Planejamento endodôntico 3 2,0%
Avaliação de trauma 3 2,0%
Avaliação do implante 2 1,3%
Avaliação de sinusopatia 2 1,3%
Avaliação de reabsorção radicular 2 1,3%
Avaliação de reabsorção alveolar 2 1,3%
Abscesso de fossa mandibular e trismo 1 0,7%
Diagnóstico de erupção alterada 1 0,7%
Avaliação de sialólito 1 0,7%
Osteonecrose por bisfosfonato 1 0,7%
Avaliação de ostemielite 1 0,7%
Remoção de material de osteossíntese 1 0,7%
Diagnóstico diferencial de nódulos na parótida 1 0,7%
Avaliação de lesão apical 1 0,7%
Avaliação de Calcificação do complexo estilo-hioideo 1 0,7%
Planejamento para implante e avaliação de fratura 1 0,7%
Total 150 100%
Legenda. TCFC: Tomografia computadorizada de feixe cônico; n: número.

5.3 Avaliação do perfil da amostra e número de achados incidentais por grupo


e geral.

A quantidade total de achados incidentais na pesquisa foi de 560 nos 138 dos
150 exames avaliados (92% dos exames), com a média de 3,73 achados por exame
(560/150). A amostra consistiu de 82 exames de pacientes do gênero feminino e 68
do gênero masculino, com idade variando de 8 a 91 anos (média de 37 anos)
(Tabela 2).
Resultados 73

No gráfico 1 podemos observar que o intervalo de idade predominante na


amostra foi o de 50-59 anos e 10-19 anos.

No grupo maxila/mandíbula obteve-se uma quantidade maior de achados


incidentais, seguido do grupo maxila e por último, grupo mandíbula (Tabela 2).

Tabela 2 - Distribuição da quantidade de achados incidentais de acordo com o gênero, idade e o FOV
utilizado.

FOV Gênero Idade Número total Média de Número


de achados achados de exames
incidentais por exame com
achados
incidentais
Maxila 30F 8-63 anos 225 4,50 49
20M Média: 39(±15,9)

Mandíbula 29F 9-78 anos 99 1,98 42


21M Média: 40(±17,8)

Maxila/ 23F 10-91 anos 236 4,72 47


mandíbula 27M Média: 32(±20,0)

Total 82F 8-91 anos 560 3,73 138


68M Média: 37(±18,3)

Legenda. F: feminino; M: masculino; FOV: campo de visão.

35 31
30
30
Número de pacientes

24 23
25
20
20 16
15
10
4
5 1 1
0
Abaixo 10-19 20-29 30-39 40-49 50-59 60-69 70-79 80-91
10 anos

Intervalo de Idades
Gráfico 1 - Distribuição da idade dos pacientes da amostra.
74 Resultados

5.4 Resultados para o grupo maxila

No grupo maxila, avaliou-se 50 exames de TCFC e foram considerados 225


achados incidentais. As zonas onde foram descobertos maior número de achados
foram respectivamente: vias aéreas, ATM, calcificações de tecido mole, alterações
dentárias, osso e lesões dos maxilares (Tabela 3).

Na avaliação da zona da ATM, 12 exames não alcançaram a região e foram


considerados como zona ausente.

O achado mais frequente no grupo maxila foi o espessamento da mucosa


seio maxilar (n=41), seguido de ossificação do complexo estilo-hioideo (n=33),
osteófito (n=25), aplainamento de côndilo (n=24), extensão alveolar do seio maxilar
(n=17) e dilaceração radicular (n=16) (Tabela 3).
Resultados 75

Tabela 3 - Análise descritiva e frequência dos achados incidentais dos exames de TCFC com FOV
englobando apenas maxila.

Zona Achados Incidentais Número (%) de Número de


achados exames
incidentais com
achados
incidentais
Espessamento mucosa seio maxilar 41 (18,22%) 30
Extensão alveolar do seio maxilar 17 (7,55%) 17
Desvio de septo 8 (3,55%) 8
1) Vias Cisto de retenção/Pseudocisto/Pólipo 6 (2,66%) 6
Aéreas Hipertrofia de corneto 4 (1,77%) 4
Antrolito 3 (1,33%) 3
Espessamento mucosa seio esfenoidal 3 (1,33%) 3
Extensão do seio maxilar pro túber 3 (1,33%) 3
Comunicação bucosinusal 2 (0,89%) 2
Velamento total do seio maxilar 1 (0,44%) 1
Velamento total do seio esfenoidal 1 (0,44%) 1
Polipose nasal 1 (0,44%) 1
Concha bolhosa 1 (0,44%) 1
Total 91 (40,44%)
2) ATM Osteófito 25 (11,11%) 17
Aplainamento 24 (10,67%) 17
Zona ausente* 12
Total 49 (21,78%)
3) Osso Toro palatino 9 (4,00%) 9
Esclerose óssea 2 (0,89%) 2
Total 11 (4,89%)
Cisto radicular 4 (1,78%) 4
4) Lesões Odontoma 1 (0,44%) 1
nos maxilares Total 5 (2,22%)
Dilaceração radicular 16 (7,11%) 10
Lesão apical 9 (4,00%) 9
Dente retido 3 (1,33%) 2
Nódulo pulpar 1 (0,44%) 1
Lesão endo-periodontal 1 (0,44%) 1
5) Dente Osteíte condensante 1 (0,44%) 1
Reabsorção externa 1 (0,44%) 1
Total 32 (14,22%)
Ossificação do complexo estilo-hioideo 33 (14,67%) 18
6)Calcificações
Tonsilólito 1 (0,43%) 1
de tecido mole
Total 34 (15,11%)
Raiz residual 2 (0,89%) 2
Fragmento de amálgama 1 (0,44%) 1
Outros
Total 3 (1,33%)

Total de Achados 225 (100%)


Legenda. TCFC: Tomografia computadorizada de feixe cônico; FOV: campo de visão; zona ausente*:
não foi possível a análise da zona devido à região não ser visível no exame.
76 Resultados

5.5 Resultados para o grupo mandíbula

Neste grupo foram avaliados 50 exames e descritos 99 achados incidentais.


As zonas que tiveram maior quantidade de achados foram respectivamente:
calcificações de tecido mole, alterações dentárias, osso, lesões nos maxilares e
outros (Tabela 4).

As zonas de vias aéreas e ATM não foram consideradas nesse grupo, por
estarem ausentes nos exames avaliados.

O achado mais frequente nesse grupo foi a ossificação do complexo estilo-


hioideo (n=18), seguido de tonsilólito (n=14), esclerose óssea (n=12) e lesão apical
(n=10) (Tabela 4).
Resultados 77

Tabela 4 - Análise descritiva e frequência dos achados incidentais dos exames de TCFC com FOV
englobando apenas mandíbula.

Zona Achados Incidentais Número (%) de Número de


achados exames
incidentais com
achados
incidentais
Esclerose óssea 12 (12,12%) 9
3) Osso Toro mandibular 1 (1,01%) 1
Total 13 (13,13%) 1
Osteoma 1 (1,01%) 1
4) Lesões nos Cisto dentígero 1 (1,01%) 1
maxilares Odontoma 1 (1,01%) 1
Total 3 (3,03%)
Lesão apical 10 (10,10%) 8
Lesão endo-periodontal 5 (5,05%) 3
Dente retido 5 (5,05%) 5
Giroversão 4 (4,04%) 4
Dilaceração radicular 3 (3,03%) 3
Lesão de furca 3 (3,03%) 3
5) Dentes
Nódulo pulpar 2 (2,02%) 2
Osteíte condensante 2 (2,02%) 2
Reabsorção externa 1 (1,01%) 1
Taurodontia 1 (1,01%) 1
Raiz supranumerária 1 (1,01%) 1
Total 37 (37,37%)
Ossificação do complexo estilo-hioideo 18 (18,18%) 16
Tonsilólito 14 (14,14%) 14
6) Calcificações Calcificação da cartilagem tritícea 7 (7,07%) 7
de tecido mole
Calcificação do corno maior da tireoide 2 (2,02%) 2
TOTAL 41 (41,41%)
Raiz residual 4 (4,04%) 3
Outros Aumento do espaço pericoronário 1 (1,01%) 1
Total 5 (5,05%)

Total de achados 99 (100%)

Legenda. TCFC: Tomografia Computadorizada de feixe cônico; FOV: campo de visão.


78 Resultados

5.6 Resultados para o grupo maxila/mandíbula

No grupo com FOV que permitia a visualização de maxila e mandíbula,


constituído por 50 exames, foram encontrados 236 achados incidentais. Neste
grupo, todas as zonas estavam presentes (Tabela 5).

As zonas com maior frequência de achados foram respectivamente:


alterações dentárias, vias aéreas, ATM, calcificações de tecido mole, osso, lesões
nos maxilares e outros.

Os achados mais prevalentes neste grupo foram: dente retido (n=40),


ossificação do complexo estilo-hioideo (n=31), espessamento da mucosa do seio
maxilar (n=29) e osteófito (n=22), aplainamento (n=20). (Tabela 5).
Resultados 79

Tabela 5 - Análise descritiva e frequência dos achados incidentais dos exames de TCFC com FOV
englobando maxila/mandíbula.

Zona Achados Incidentais Número (%) de Número de


achados pacientes com
Incidentais achados
incidentais
Espessamento mucosa seio maxilar 29 (12,28%) 20
Extensão alveolar do seio maxilar 5 (2,11%) 5
Cisto de retenção/Pseudocisto/Pólipo 4 (1,69%) 4
1) Vias aéreas Hipertrofia de corneto 3 (1,27%) 3
Desvio de septo 2 (0,84%) 2
Antrolito 1 (0,42%) 1
Velamento total do seio maxilar 1 (0,42%) 1
Concha bolhosa 1 (0,42%) 1
Total 46 (19,49%)
Aplainamento 22 (9,32%) 15
Osteófito 20 (8,47%) 16
2) ATM Côndilo bífido 1 (0,43%) 1
Total 43 (18,22%)
Esclerose óssea 10 (4,23%) 10
Toro palatino 5 (2,11%) 5
3) Osso Toro mandibular 1 (0,43%) 1
Exostose 1 (0,43%) 1
Total 17 (7,20%)
Cisto radicular 2 (0,84%) 2
4) Lesões nos Displasia óssea 1 (0,43%) 1
Maxilares Total 3 (1,27%)
Dente retido 40 (16,94%) 16
Dilaceração radicular 13 (5,50%) 9
Giroversão 11 (4,66%) 6
5) Dente Lesão apical 8 (3,38%) 6
Dente supranumerário 4 (1,69%) 2
Lesão endo-periodontal 3 (1,27%) 3
Agenesia 2 (0,89%) 1
Dens in dente 1 (0,42%) 1
Pérola de esmalte 1 (0,42%) 1
Reabsorção externa 1 (0,42%) 1
Total 84 (35,59%)
Ossificação do complexo estilo-hioideo 31 (13,13%) 17
6)Calcificações Calcificação da cartilagem tritícea 5 (2,11%) 5
de tecido mole Tonsilólito 2 (0,89%) 2
Ateroma 2 (0,89%) 2
Total 40 (16,94%)
Outros Raiz residual 2 (0,89%) 2
Aumento do espaço pericoronário 1 (0,42%) 1
Total 3 (1,27%)

Total de Achados 236 (100%)


Legenda. TCFC: Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico; FOV: campo de visão.

5.7 Resultados para a amostra geral


80 Resultados

Avaliando os grupos maxila, mandíbula e maxila/mandíbula, como um todo,


podemos observar que nos 150 exames de TCFC analisados, a zona 5 (dente)
apresentou o maior número de achados, seguido das vias aéreas, calcificações de
tecido mole, ATM, osso, lesões dos maxilares e outros (Gráfico 2).

Os achados mais frequentes foram respectivamente: ossificação do complexo


estilo-hioideo (n=80), espessamento da mucosa do seio maxilar (n=70), dente retido,
(n=48), osteófito (n=47), aplainamento (n=44), dilaceração radicular (n=32), lesão
apical (n=27), esclerose óssea (n=24) e extensão alveolar do seio maxilar (n=22)
(Tabela 6).

30,00% 27,32%
24,46%
25,00%
20,53%
Porcentagem

20,00%
16,42%
15,00%
10,00%
7,32%
5,00% 1,96% 1,96%
0,00%

Gráfico 2 - Frequência de distribuição dos achados incidentais por zona avaliada na amostra total.
Resultados 81

Tabela 6 - Análise descritiva e frequência dos achados incidentais dos 150 exames
de TCFC avaliados.

Zona Achados Incidentais Número (%) de Número de


achados exames com
Incidentais achados
incidentais
Espessamento mucosa seio maxilar 70 (12,50%) 50
Extensão alveolar do seio maxilar 22 (3,92%) 22
Cisto de retenção/Pseudocisto/Pólipo 10 (1,78%) 10
1) Vias Desvio de septo 10 (1,78%) 10
aéreas Hipertrofia de corneto 7 (1,25%) 7
Antrolito 4 (0,71%) 4
Espessamento mucosa seio esfeinodal 3 (0,53%) 3
Extensão do seio maxilar pro túber 3 (0,53%) 3
Velamento total do seio maxilar 2 (0,35%) 2
Comunicação bucosinusal 2 (0,35%) 2
Concha bolhosa 2 (0,35%) 2
Velamento total do seio esfeinodal 1 (0,17%) 1
Polipose nasossinusal 1 (0,17%) 1
Total 137 (24,46%) 117
Osteófito 47 (8,39%) 33
Aplainamento 44 (7,85%) 32
2) ATM Côndilo bífido 1 (0,17%) 1
Zona ausente* 12
Total 92 16,42%
Esclerose óssea 24 (4,28%) 21
Toro palatino 14 (2,50%) 14
3) Osso Toro mandibular 2 (0,35%) 2
Exostose 1 (0,17%) 1
Total 41 (7,32%) 1
Cisto radicular 6 (1,07%) 6
4) Lesões nos Osteoma 1 (0,17%) 1
Maxilares Odontoma 2 (0,35%) 2
Displasia óssea 1 (0,17%) 1
Cisto dentígero 1 (0,17%) 1
TOTAL 11 (1,96%)
Dente retido 48 (8,57%) 23
Dilaceração radicular 32 (5,71%) 22
Lesão apical 27 (4,82%) 23
5) Dente Giroversão 15 (2,67%) 10
Lesão endo-periodontal 9 (1,60%) 7
Dente supranumerário 4 (0,71%) 2
Reabsorção externa 3 (0,53%) 3
Osteíte condensante 3 (0,53%) 3
Lesão de furca 3 (0,53%) 3
Nódulo pulpar 3 (0,53%) 3
Agenesia 2 (0,35%) 1
82 Resultados

Dens in dente 1 (0,17%) 1


Pérola de esmalte 1 (0,17%) 1
Taurodontia 1 (0,17%) 1
Raiz supranumerária 1 (0,17%) 1
Total 153 (27,32%)
Ossificação do complexo estilo-hioideo 82 (14,64%) 51
6)Calcificações Tonsilólito 17 (3,03%) 17
de tecido mole Calcificação da cartilagem tritícea 12 (2,14%) 12
Ateroma 2 (0,35%) 2
Calcificação do corno maior da tireoide 2 (0,35%) 2
Total 115 (20,53%)

Outros Raiz residual 8 (1,42%) 7


Aumento do espaço pericoronário 2 (0,35%) 2
Fragmento de amálgama 1 (0,17%) 1
Total 11 (1,96%)

Total de Achados 560 (100%)


Legenda. TCFC: Tomografia computadorizada de feixe cônico; zona ausente*: não foi possível a
análise da zona devido à região não ser visível no exame.

5.8 Espessamento da mucosa do seio maxilar

Foram observados na amostra 70 seios maxilares com espessamento da


mucosa sinusal, em 50 pacientes (Tabela 6). De acordo com os critérios
estabelecidos por Lu et al. (2012) para classificar o tamanho do espessamento do
seio maxilar, nessa amostra os seios maxilares obtiveram com maior frequência
espessamento classe IV (entre 4 e10 mm, considerado moderado) e classe V ( >
10mm, considerado severo).
Resultados 83

26 25
30

Quantidade de seios maxilares


25
18
20
15
10
1
5
0
Classe II Classe III Classe IV Classe V
(<2mm) (entre 2 e (entre 4 e (>10mm)
4mm) 10mm)
Grau de espessamento da mucosa sinusal

Gráfico 3 - Frequência do grau de espessamento da mucosa sinusal com base nos critérios
estabelecidos por Lu et al., 2012.

5.9 Comparação da quantidade de achados incidentais entre os grupos e


zonas - Teste de Kruskal-Wallis

Utilizando o Teste de Kruskal-Wallis para comparar a quantidade de achados


incidentais entre os três grupos da amostra, obteve-se como resultado estatístico
significante que o grupo maxila possui maior quantidade de achados incidentais que
o grupo maxila/mandíbula na zona 1 (vias aéreas), com p=0,000. Além disso, o
grupo maxila/mandíbula possui maior quantidade de achados que o grupo maxila e o
grupo mandíbula na zona 5 (alterações dentárias), com p =0,013 (Tabela 7).
84 Resultados

Tabela 7. Comparação da quantidade de achados incidentais entre os grupos maxila, mandíbula e


maxila/mandíbula nas zonas avaliadas.

Maxila Mandíbula Maxila/


Zona Mandíbula
Média dp Média dp Média dp p

Z1 1,82 1,30 - - 0,92 1,00 0,000* Max> MaxMand


Z2 1,38 1,13 - - 1,08 1,17 0,174 ns
Z3 0,22 0,41 0,28 0,60 0,34 0,59 0,663 ns

Z4 0,10 0,30 0,04 0,19 0,06 0,24 0,475 ns

MaxMand>Mand
Z5 0,64 1,00 0,74 1,00 1,68 2,04 0,013*
MaxMand > Max

Z6 0,68 0,95 0,82 0,98 0,80 0,99 0,612 ns

Teste de Kruskal-Wallis; *p significante quando ≤ 0,05; ns: p não significativo ≥0,05; dp:
desvio padrão.

5.10 Comparação entre os gêneros e a quantidade de achados incidentais -


Teste de Mann-Whitney

Utilizando o Teste de Mann-Whitney para comparar a quantidade de achados


incidentais com os gêneros masculino e feminino, não houve resultado estatístico
significante para nenhuma zona e gênero (Tabela 8).
Resultados 85

Tabela 8 - Comparação da quantidade de achados incidentais com os gêneros dos indivíduos nas
zonas avaliadas.

Feminino Masculino
Zona
Média dp Média dp p*

Z1 1,23 1,09 1,55 1,38 0,295 ns


Z2 1,44 1,27 0,98 1,01 0,090 ns
Z3 1,32 0,58 0,21 0,44 0,233 ns Sem significância
Z4 1,07 0,26 0,06 0,23 0,712 ns
Z5 0,95 1,28 1,12 1,74 0,982 ns
Z6 0,79 1,00 0,75 0,93 0,933 ns

Teste de Mann-Whitney; *p significante quando ≤ 0,05; ns: p não significativo ≥0,05; dp: desvio
padrão.

5.11 Comparação entre as idades e a quantidade de achados incidentais -


Correlação de Spearman

Utilizando a Correlação de Spearman para comparar a idade dos pacientes


com a quantidade de achados por zona, obteve-se como resultado estatístico
significante que quanto maior a idade do paciente, maior a quantidade de
calcificações de tecido mole (p=0,001).
86 Resultados

Tabela 9 - Correlação da idade dos pacientes da amostra com a quantidade de achados por zona.

Zona N r p*
Z1 100 0,185 0,066
Z2 88 -0,051 0,636
Z3 150 0,107 0,193
Z4 150 0,003 0,973
Z5 150 -0,127 0,122
Z6 150 0,280 0,001 Quanto >
idade, >
número de
achados

Correlação de Spearman. N: número de exames avaliados; r: coeficiente de Spearman; *p


significante quando ≤0,05

5.12 Relevância clínica dos achados incidentais

Nessa amostra, a maioria dos achados, com 43,46% de frequência, foi


classificada no grupo que não precisa de tratamento e/ou encaminhamento para
outro profissional. 28,97% dos achados precisam de acompanhamento pelo
cirurgião-dentista e 27,97% deles precisam de tratamento e/ou encaminhamento
para outro profissional.

Não precisa de
tratamento/ intervenção/
27,57% encaminhamento
43,46% Acompanhamento

Precisa de tratamento/
28,97% intervenção/
encaminhamento

Gráfico 4 - Frequência da relevância clínicos dos achados incidentais dos exames de TCFC.
Resultados 87

Tabela 10 - Significado clínico dos achados incidentais dos exames de TCFC avaliados.

Significado clínico* Achados Incidentais

Zona 1
Espessamento da mucosa do seio
maxilar (Casse II)
Cisto de retenção/pseudocisto/pólipo
Antrolito
Extensão alveolar do seio maxilar
Extensão pro túber do seio maxilar
Concha bolhosa
Zona 2
Côndilo bífido
Osteófito
Zona 3
Toro palatino
Toro mandibular
1) Não precisa de tratamento e/ou Exostose
encaminhamento Esclerose óssea
Zona 5
Dilaceração radicular
Pérola de esmalte
Taurodontia
Nódulo pulpar
Giroversão
Agenesia
Raiz supranumerária
Zona 6
Ossificação do complexo estilo-hioideo
Tonsilólito
Calcificação da cartilagem tritícea
Calcificação do corno maior da tireoide
Outros
Fragmento de amálgama
Zona 2
Aplainamento
Zona 3
Osteoma
2) Acompanhamento Zona 4
Displasia óssea
Zona 5
Dente retido
Dente supranumerário
88 Resultados

Outros
Aumento do espaço pericoronário
Zona 1
Hipertofia de corneto
Espessamento da mucosa do seio
maxilar (Classe III, IV e V)
Velamento total do seio maxilar
Velamento total do seio esfeinodal
Espessamento do seio esfeinodal
Polipose nasossinusal
Comunicação bucosinusal
Desvio de septo
Zona 4
3) Precisa de tratamento e/ou Cisto periapical
encaminhamento Odontoma
Cisto dentígero
Zona 5
Dens in dente
Lesão apical
Lesão endo-periodontal
Reabsorção externa
Lesão de furca
Osteíte condensante
Zona 6
Ateroma
Outros
Raiz residual
*Muitos achados foram classificados os considerando sendo assintomáticos. O seu tratamento pode
ser alterado de acordo com a sintomatologia e queixa do paciente.

Legenda: Zona 1: Vias aéreas; Zona 2: ATM; Zona 3: Osso; Zona 4: Lesões dos maxilares; Zona 5:
Alterações dentárias; Zona 6: Calcificações de tecido mole; TCFC: Tomografia Computadorizada de
Feixe Cônico.
6 DISCUSSÃO
Discussão 91

6 DISCUSSÃO

No presente trabalho foram avaliados 150 exames de TCFC realizados como


exame complementar para o diagnóstico em odontologia. Esse exame proporciona
uma imagem tridimensional com alto contraste das estruturas ósseas e dentárias,
revelando muitos detalhes não vistos anteriormente em radiografias convencionais
(PRICE et al., 2011; BARROS et al., 2015; NOGUEIRA et al., 2012). Pudemos
observar nos exames avaliados nesta pesquisa informações de diagnóstico valiosas
para o cirurgião-dentista de diferentes especialidades.

O planejamento para colocação de implantes foi a justificativa mais


encontrada para solicitação dos exames de TCFC nesta pesquisa, atingindo 40,07%
da amostra total (Tabela 1). Outros estudos semelhantes confirmam este resultado,
como os descritos por Price et al. (2011) com 73%; Allareddy et al. (2012) com
67,8% e Warhekar et al. (2015) com 52.7%. Embora a solicitação para implantes
seja também destacada em outros estudos, em alguns destes, como o realizado por
Cha, Mah e Sinclair (2007), a maioria das solicitações dos exames foi para avaliação
ortodôntica e no estudo de Çağlayan e Tozoğlu (2012) para avaliação da ATM.
Drage et al. (2013) utilizaram amostra de pacientes ortodônticos e encontraram
como maior indicação a localização do canino permanente e reabsorção de dentes
adjacentes.

A grande preocupação com a prescrição de imagens obtidas por TCFC


atualmente está muito relacionada ao fato de que as doses de radiação podem
variar substancialmente, de acordo com o equipamento, campo de visão (FOV) e a
técnica selecionada. A dose de radiação da TCFC é muito maior do que a utilizada
na radiografia panorâmica, embora seja menor do que a dose de radiação usada
para TC (ÇAĞLAYAN; TOZOĞLU, 2012).

As imagens interpretadas neste estudo foram obtidas no tomógrafo i-CAT,


assim como nos estudos de Drage et al (2013); Allareddy et al (2012); Pette et al.
(2012) e Edwards et al. (2014). Contudo, também encontramos na literatura
trabalhos realizados em outros equipamentos, como o NewTom e o Sirona Galileos
(Tabela 11).
92 Discussão

O Cirurgião-dentista deve estar familiarizado com o tamanho de FOV que


varia de acordo com o tomógrafo odontológico. Assim, um FOV pequeno deve ser
utilizado quando se pretende obter informações de imagens em uma região
anatômica limitada do complexo maxilofacial, enquanto as imagens obtidas com
FOV grande podem incluir varias estruturas anatômicas, como seios paranasais,
fossa nasal e coluna cervical. Entretanto, se o tomógrafo não permitir imagens com
FOV reduzido para avaliar o propósito do exame, todo o volume de dados deve ser
avaliado e laudado pelo radiologista, e não apenas a região de interesse, para que
não se perca nenhuma imagem significativa independente do tamanho de imagem
gerada (EDWARDS; ALTALIBI; FLORES-MIR, 2013).

Neste estudo, a amostra foi dividida em 3 grupos, de acordo com o tamanho


do FOV: 6cm (maxila), 6cm (mandíbula) e 13cm (maxila e mandíbula). Essa divisão
teve o intuito de diferenciar o tipo e a frequência dos achados entre os arcos
dentários. A maioria dos trabalhos sobre achados incidentais na literatura são
realizados com FOV grande. Alguns autores não descrevem o tamanho do FOV,
apenas classificam, como Çağlayan e Tozoğlu (2012); Cha, Mah e Sinclair (2007),
Edwards et al. (2014) e Rheem et al.(2013) (Tabela 11).

Em relação ao perfil da amostra desta pesquisa, 54,7% eram pacientes do


gênero feminino e 45,3% do gênero masculino (Tabela 2). Pudemos observar,
também, uma maioria dos pacientes do gênero feminino em estudos encontrados na
literatura (PRICE et al., 2011; CHA; MAH; SINCLAIR, 2007; DRAGE et al., 2013;
ALLAREDDY et al., 2012; ÇAĞLAYAN; TOZOĞLU, 2012, EDWARDS et al., 2014;
RHEEM; NIELSEN; OBERO, 2013). Isso pode ser explicado pelo fato de mais
mulheres procurarem atendimento odontológico/médico que os homens (PANDOLFI;
BARCELLOS; MIOTTO, 2006).

Em relação à idade, a faixa etária da amostra estudada foi de 8 a 91 anos,


com média de 37 anos (Tabela 2 e Gráfico 1). Na literatura, também uodemos
observar resultados semelhantes, com idades variando desde pacientes mais novos
até idosos (Tabela 11). Nessas pesquisas não houve critérios de inclusão ou
exclusão em relação à idade. Drage et al (2013) e Edwards et al. (2014) por usarem
uma amostra de ortodontia, os pacientes eram mais jovens e portanto a média de
idade foi de 14,5 e 14,2 anos, respectivamente.
Discussão 93

Nas pesquisas de achados incidentais, pudemos observar que as frequências


dos achados incidentais variaram de estudo para estudo, dependendo da população
estudada, da quantidade da amostra, da faixa etária e as categorias de achados que
eram consideradas em cada estudo.

O presente estudo mostrou que no exame de TCFC podem ser observados


diversos achados incidentais, ou seja, achados sem relação com o propósito do
exame. Estes resultados variaram em sua importância, desde variações anatômicas
ou lesões benignas comuns a significativos achados patológicos que podem ter um
impacto importante na saúde do paciente.

Encontrou-se nessa pesquisa 560 achados incidentais em 138 dos 150


exames avaliados. Portanto, 92% dos exames apresentou pelo menos 1 achado
incidental e 8% não apresentou nenhum achado. A média de achados por exame foi
de 3,73. Pudemos observar que o grupo maxila/mandíbula (n=236) obteve maior
quantidade de achados incidentais quando comparado ao grupo maxila (n=225) e
grupo mandíbula (n=99) (Tabela 2). Isso pode ser justificado devido o grupo
maxila/mandíbula possuir o FOV com tamanho maior (13 cm), portanto, maior
número de estruturas visíveis e maior possibilidade de achados incidentais. O grupo
maxila apresentou maior número considerável de achados em relação à mandíbula,
e isso pode ser atribuído à ausência das zonas de vias aéreas e ATM no grupo
mandíbula.

Em estudos semelhantes na literatura, também pudemos observar uma alta


frequência dos achados incidentais. Price et al. (2011) relataram 881 achados em
90% da amostra avaliada, com média de 3.2 achados por exame e Pette et al.
(2012) observaram 789 achados incidentais em 318 exames avaliados. Outros
autores também encontraram alta frequência de achados incidentais, em mais de
90% da sua amostra, como Allareddy et al (2012) e Çağlayan e Tozoğlu (2012).
Utilizando amostras de pacientes ortodônticos, Edwards et al. (2014) encontraram
842 achados em 84% da amostra, já Drage et al. (2013) encontraram 370 achados
em 66% dos pacientes avaliados (Tabela 11).

Alguns estudos consideraram menos critérios na inclusão dos achados


quando comparado com nossa pesquisa, obtendo, portanto, uma menor frequência
de achados incidentais. No estudo de Rheem, Nielsen e Obero (2013) foi relatado a
presença de 244 achados em 40% da amostra e Cha; Mah e Sinclair (2007)
94 Discussão

obtiveram apenas 24.6% de achados em 123 dos 500 pacientes examinados


(Tabela 11).

Tabela 11. Estudos anteriores de prevalência de achados incidentais em exames de TCFC.

Quantidade
Tomógrafo Média de Tamanho de exames Região com
Estudo de Feixe idade da FOV com AI (%) maior
Cônico (intervalo amostra Quantidade quantidade
de idade) de AI* de AI
Cha et al. NewTom Tamanho
39.3 (não 123 exames
(2007) QR 9000 500 não relatado Vias aéreas
especificado) (24.6%)

• NewTom
272 exames
3G
Price et al. (90.7%)
(2011) • Sirona
49.3 6 ou 9cm
Galileos 300 Vias aéreas
(9-80) 881
3D
achados
Comfort
Homens
Pette et al. 64.7;
i-CAT 318 789 Seios
(2012) Mulheres 13 cm
achados paranasais
62.4 (16-91)

Allareddy 13 cm 943 exames


5-87 (não Dente
et al. (2012) i-CAT 1000 (94.3%)
especificado)

Çağlayan; Tamanho
Tozoğlu não relatado 192 exames Vias aéreas
NewTom 3G 30.3 (9-74) 207
(2012) (92.8%)

66%
Drage et al. 14.5 (não 4 cm exames
i-CAT 329 Dente
(2013) especificado) 370
Classic
achados
Largo: 356 exames
Edwards et i-CAT Next 6.3 tamanho (83.4%)
427 Vias aéreas
al. (2014) Generation (5-46) não relatado 842
achados
• Hitachi CB
Rheem et Média não
MercuRay Não 59 exames Seios
al. (2013) especificada 147
• Care relatado (40.1%) paranasais
(8-80)
stream 9300
6 cm: maxila
PRESENTE 6 cm: 138 exames
PESQUISA 37 mandíbula (92%)
i-CAT 150 Dente
(8-91) 13 cm: 560
Classic
maxila e achados
mandíbula
Legenda. AI: Achados incidentais. * Alguns autores descreveram seus resultados apenas com a
quantidade total de exames com achados incidentais ou apenas com a quantidade total de achados
incidentais.
Discussão 95

É importante ressaltar que, no nosso estudo, adotamos o seguinte critério:


múltiplos achados de uma mesma categoria, foram contabilizados quantas vezes
foram observados, assim como Edwards et al. (2014) e diferente do critério adotado
por Pette at al., (2012) que contabilizou apenas uma vez. Contudo, a maioria dos
autores na literatura não descreve qual critério utilizado, podendo, então, variar a
frequência de achados de um artigo para outro.

Na literatura, também pudemos observar que cada autor divide os achados


incidentais em regiões, de acordo com critérios próprios, não sendo padronizado nos
artigos. Nesse estudo, dividimos os achados incidentais em seis zonas: vias aéreas,
ATM, osso, lesões dos maxilares, dente e calcificações de tecido mole.

6.1 Vias aéreas

Do total da amostra estudada, a zona de vias aéreas foi a que apresentou o


segundo maior número de achados e representou 24,46% dos achados incidentais
(n=137) (Gráfico 2). E quando separada por grupos, o grupo maxila obteve 91 dos
achados e o grupo maxila/mandíbula 46, com diferença estatisticamente significante
(Tabelas 3, 5, 6 e 7). Não houve diferença estatisticamente significante entre os
gêneros e a idade dos pacientes com a quantidade de achados nas vias aéreas
(Tabelas 8 e 9).

Na literatura, pudemos observar uma alta frequência de achados incidentais


nas vias aéreas, sendo a primeira ou segunda zona de maior incidência de achados
nas pesquisas (Tabela 11). Os autores Price et al. (2011); Çağlayan e Tozoğlu
(2012), Cha, Mah e Sinclair (2007) e Edwards et al. (2014) relataram achados com
35%, 51.8%, 18,8% e 73,2% de frequência nas vias aéreas, respectivamente.

O achado mais frequente nessa zona foi o espessamento da mucosa do seio


maxilar (Tabela 6) , assim como em estudos encontrados na literatura (ÇAĞLAYAN;
TOZOĞLU, 2012; PRICE et al., 2011; PETTE at al., 2012) em que os resultados
variaram de 15 a 125 casos. Neste estudo, baseou-se na metodologia de Lu et al.
(2012) para classificar o espessamento da mucosa do seio maxilar. O resultado
obtido (Gráfico 3) mostrou que aproximadamente 35% (n=70) dos seios maxilares
96 Discussão

da amostra total (n= 200) apresentou algum grau de espessamento da mucosa,


sendo que a maioria destes (n=51) apresentou espessamento maior que 4mm,
considerado grau moderado ou severo (Classe III e IV). Já no estudo de Nogueira
(2013), 56% dos seios maxilares apresentaram algum grau de espessamento, com a
maioria tendo espessamento considerado normal (Classe II) e espessamento
moderado (Classe IV) (Figuras 20, 21 e 23).

Pudemos observar uma variação da prevalência do espessamento da mucosa


do seio maxilar na literatura. No trabalho de Lu et al. (2012) a sua prevalência
aumentou com o aumento da idade dos pacientes avaliados, e mais de 80% dos
pacientes que possuíam doença periapical nos dentes posteriores, possuíam algum
grau de espessamento da mucosa. No estudo de Pazera et al. (2011) o
espessamento da mucosa foi mais prevalente em pacientes jovens, e estes autores
ainda mostraram que o espessamento não obteve correlação com o gênero e nem
com a estação do ano (inverno, outono, primavera e verão).

Além desses casos de espessamento da mucosa, 1 achado incidental de


velamento total do seio maxilar foi encontrado neste estudo. Havia opacificação
completa do seio maxilar em todas reformatações (axial, coronal e sagital).

Esse resultado mostra a grande importância do cirurgião-dentista,


especialmente radiologistas, de conhecer a natureza das alterações sinusais, sob o
risco de não realizar diagnósticos apropriados. A sinusite é caracterizada em
exames de imagem pela perda parcial ou total da radiolucência no interior das
cavidades dos seios maxilares, devido ao acúmulo de secreção e espessamento da
mucosa sinusal. O agente etiológico pode ser alérgico, bacteriano, iatrogênico ou
viral. Também há casos de etiologia odontogênica, devido a proximidade das raízes
de dentes posteriores com o assoalho do seio maxilar. Assim, inflamações
decorrentes de necrose pulpar e abscesso periodontal podem estar entre os fatores
etiológicos (Figura 21) (VALLO et al., 2010). Neste trabalho, não houve investigação
da história clínica para correlacionar com os fatores etiológicos, uma vez que não
era o intuito da pesquisa.

Na literatura não há ainda um consenso sobre qual valor é patológico para


casos de espessamento da mucosa maxilar. Vallo et al. (2010) mostraram em seu
estudo que a maioria dos casos de sinusite apresentava espessamentos maiores
Discussão 97

que 2mm. Portanto, este valor pode ser considerado um indicador importante de
sinusite maxilar.

Nem todo paciente com espessamento da mucosa do seio maxilar deve ser
encaminhado para um médico otorrinolaringologista. Contudo, o dentista não deve
ignorar esse sinal radiográfico e, em casos acentuados, ele deve fazer tais
considerações no seu laudo tomográfico. Neste estudo, seguindo os critérios de Lu
et al. (2012), foi considerado que espessamentos maiores de 2mm podem ser
patológicos, e necessita de uma avaliação do especialista.

A maioria dos casos de sinusite envolve mais de um seio paranasal, mais


comumente os seios maxilares e etmóide. É raro e mais perigoso o acometimento
isolado de seio frontal e esfenóide, uma vez que apresentam maior risco de
complicações orbitais. Doença infecciosa do seio esfenoidal geralmente ocorre em
conjunto com outros seios e traz o risco de infecção ao sistema nervoso central,
principalmente em indivíduos diabéticos, debilitados ou imunodeprimidos (PADUA et
al., 2003). Foram encontrados nesse estudo 3 casos de espessamento da mucosa
do seio esfenoidal e 1 caso de velamento total (Figura 22). Nesses casos, é
necessária uma avaliação complementar de um radiologista médico ou de um
otorrinolaringologista devido o risco de complicações.

As extensões do seio maxilar são reconhecidas pelo cirurgião-dentista nas


imagens convencionais, embora com certa limitação. Em nosso trabalho foram
constatados 22 casos de extensão para alveolar do seio maxilar e 3 casos de
extensão para o túber.

A extensão alveolar do seio maxilar ocorre quando o seu crescimento


acontece no sentido do osso alveolar. Isto pode ser observado principalmente
quando o primeiro molar é extraído e a região do alvéolo passa a ser ocupado pelo
seio maxilar. Em casos de ausência total de dentes, a extensão do seio maxilar pode
ser tal que o assoalho do mesmo constitui o próprio limite do rebordo alveolar
(ARIETA et al., 2005), como pode ser observada na imagem da figura 21. Na
extensão para o túber, o seio maxilar pode chegar a ocupar toda essa região,
aumentando sua fragilidade e possibilitando fraturas durante as extrações dos
terceiros molares. Intervenções cirúrgicas inadequadas nessas regiões podem
resultar em comunicações bucosinusais (ARIETA et al., 2005). Assim, casos de
98 Discussão

extensões do seio maxilar não requerem tratamento, contudo, se houver alguma


intervenção cirúrgica na região, vai exigir melhor avaliação e planejamento pelo
cirurgião dentista. Nessa pesquisa, muitos exames foram realizados com objetivo de
planejamento para implante, então, este achado torna-se relevante para
Implantodontistas.

Foram também detectados nesta pesquisa 10 casos de cisto de retenção


mucoso/pseudocisto antral/pólipo no seio maxilar (Figura 20). Na literatura pudemos
observar uma variação de 6 a 51 casos (ÇAĞLAYAN; TOZOĞLU, 2012; PETTE et
al., 2012.; PRICE et al., 2011). Essas alterações são massas de tecido mole,
geralmente arredondadas, em forma de cúpula, localizadas na maioria das vezes no
assoalho do seio maxilar (WHITE; PHAROAH, 2015).

Segundo Shear e Speight (2007) pseudocistos estão localizados quase em


sua totalidade no assoalho enquanto que os cistos de retenção e os pólipos podem
ser encontrados em qualquer parede do seio maxilar. Por apresentarem imagens
muito semelhantes e por ser este um estudo não específico e sim de achados
incidentais, nessa pesquisa, foram considerados como uma única entidade. Carneiro
(2010) em sua pesquisa em seios paranasais realizada com exames de TC
considerou esses processos patológicos como formação polipóides pertencentes
também a um mesmo grupo de lesões indistinguíveis.

O pseudocisto deve ser diferenciado do cisto de retenção mucoso em relação


à origem. O pseudocisto antral é descrito como um espessamento da mucosa
sinusal provocado pelo acúmulo de líquido abaixo da mucosa de revestimento
subjacente do seio maxilar, provocando a sua elevação, formando um tipo de cisto
não secretor de muco e sem revestimento epitelial. Enquanto que o cisto de
retenção mucoso se forma durante um período de inflamação em que o ducto de
uma glândula seromucinosa da mucosa sinusal é bloqueado, causando acúmulo de
muco e dilatação cística da glândula (VALLO et al., 2010).

Segundo Rao e El-Noueam (1998) os cistos mucosos de retenção são


resultado da obstrução das glândulas seromucosas, enquanto que os pólipos se
formam a partir da hiperplasia da mucosa, associada ao acúmulo de fluido
submucoso. Uma associação de alergia, inflamação, infecção, rinite vasomotora e
fibrose cística com a formação de pólipos são descrita. Estes autores ainda
Discussão 99

afirmaram que os cistos de retenção não podem ser distinguidos de um pólipo


solitário utilizando-se apenas exames por imagem, portanto, é necessário o exame
anatomopatológico.

Devido à sua natureza auto-limitada, é geralmente aceito que nenhum


tratamento é necessário para o cisto de retenção mucoso e o pseudocisto. Alguns
podem permanecer o mesmo tamanho durante um longo tempo, alguns aumentam
gradualmente, e outros desaparecem espontaneamente. Os pólipos também não
precisam de tratamento, a não ser que sejam sintomáticos (PRICE et al., 2011).

Também foram observados, nesta pesquisa, 4 casos de antrolitos no interior


do seio maxilar. Em três casos, havia concomitante à calcificação, espessamento da
mucosa do seio maxilar (Figura 20). Os antrolitos são resultado da deposição de
sais minerais tais como fosfato de cálcio, carbonato de cálcio e magnésio ao redor
de um nicho. Esse nicho pode ser extrínseco (corpo estranho) aos seios ou pode ser
intrínseco, como massas de muco estagnadas em áreas previamente inflamadas
(WHITE; PHAROAPH, 2007; SHENOY; MALLER; MALLER, 2013). De acordo com
Henriques et al. (2012) o antrolito pode ser originado também a partir da calcificação
de fungos e dessa forma estar associado com a aspergilose não-invasiva. Quando
ainda pequenos, os antrolitos são em geral assintomáticos, e são descobertos como
achados incidentais em radiografias. No entanto, em raras ocasiões podem causar
sinusite, dor facial, secreção nasal purulenta ou sanguinolenta ou obstrução nasal
(NAIR et al., 2010). O encaminhamento para o médico otorrinolaringologista pode
ser recomendado dependendo da sintomatologia apresentada pelo paciente
(WHITE; PHAROAH, 2015).

As comunicações bucossinusais são diagnosticadas com certa frequência na


odontologia, em decorrência das variações anatômicas não apenas dos seios
maxilares, mas dos dentes, especialmente relacionadas ao formato das raízes,
hipercementose, lesões apicais e a proximidade com o seio maxilar na região
posterior superior. Neste estudo, 2 casos de comunicação bucosinusal foram
encontrados (Figura 21). Price et al. (2011) relataram em seu estudo 9 casos. A
comunicação bucossinusal pode ocorrer quando os dentes são extraídos ou,
ocasionalmente, em consequência de trauma. Uma das principais complicações é a
sinusite maxilar aguda ou crônica, oriunda da contaminação do seio pela flora bucal.
100 Discussão

Os principais sintomas clínicos são: passagem de líquido para o nariz, timbre nasal,
transtornos na deglutição de líquidos, dor na face ou cefaléia frontal, corrimento
nasal e tosse noturna devida à passagem de exudato para a faringe (FREITAS et al.,
2003; SILVEIRA et a., 2008). A comunicação bucosinusal deve ser diagnosticada e
tratada de forma imediata para se obter melhor prognóstico, quando isso não ocorre
ou se a comunicação for igual ou maior que 3mm de diâmetro, deve-se realizar
procedimento cirúrgico para fechamento dessa fístula (RALDI et al., 2006).

Na fossa nasal, pudemos observar 10 casos de desvio de septo (Figura 20,


21 e 23). Nogueira (2013) em seu estudo identificou 67 casos de desvio de septo. O
desvio de septo pode implicar na obstrução nasal, apresentando importância clínica
na abordagem da sinusopatia recorrente e cefaléia rinogênica (TEIXEIRA JR et al.,
2008). A avaliação do otorrinolaringologista é essencial para avaliar a relação
do desvio de septo com a obstrução nasal e necessidade de tratamento cirúrgico.

Outra variação anatômica encontrada na fossa nasal, foi a concha bolhosa,


com 2 casos (Figura 23). Na literatura pudemos observar uma variação de 8 a 65
casos por estudo (ÇAĞLAYAN; TOZOĞLU, 2012; PRICE et al. 2011; PETTE at al.,
2012). Concha bolhosa consiste em uma aeração da concha nasal, que pode ser uni
ou bilateral. A concha média é a mais frequentemente acometida, podendo obstruir o
meato médio ou o infundíbulo. Nenhum tratamento normalmente é necessário
(SOUZA et al., 2006).

Sete casos de hipertrofia de corneto foram observadas (Figura 23). Nos


quadros nasais obstrutivos, há um aumento do tamanho da concha nasal,
principalmente a inferior. Isto, porque esta é a concha que possui mais parênquima e
mais próxima está da região da válvula nasal (CINTRA, CASTRO, CINTRA, 2000).

Também foi observado 1 caso de polipose nasossinusal (Figura 23), que


consiste em uma doença degenerativa da mucosa onde há formação de múltiplas
estruturas polipóides nas cavidades nasais e nos seios paranasais (SOUZA et al.,
2003). A presença dos pólipos leva a obstrução dos óstios de drenagem
nasossinusal e consequente quadro clínico de sinusopatia crônica. Portanto,
avaliação do otorrinolaringologista é essencial para definição do tratamento.

D=26.70mm
Discussão 101

A B

Figura 20. A – Desvio de septo nasal, espessamento da mucosa do seio maxilar direito grau severo e
cisto de retenção mucoso/pseudocisto/pólipo no seio maxilar lado esquerdo na reformatação coronal.
B – Antrolito associado a espessamento mucoso do seio maxilar direito e espessamento mucoso do
seio maxilar esquerdo na reformatação coronal.

A B

Figura 21. A – Lesão apical no dente 17 e espessamento da mucosa do seio maxilar na reformatação
sagital. B – Desvio de septo nasal, extensão alveolar do seio maxilar bilateral e comunicação
bucosinusal seio maxilar esquerdo na reformatação coronal..

A B
Figura 22. A – Polipose nasossinusal na reformatação coronal.. B – Espessamento mucoso do seio
esfenoidal na reformatação axial

A B

Figura 23. A – concha bolhoa na reformatação coronal. B- Hipetrofia do corneto nasal inferior direito,
desvio de septo nasal e espessamento mucoso do seio maxilar na reformatação coronal..
102 Discussão

6.2 ATM

A zona de ATM foi a 4ª zona de achados mais frequente nessa amostra


(Gráfico 2), com 49 achados no grupo maxila (Tabela 3) e 43 achados no grupo
maxila/mandíbula (Tabela 5), totalizando 92 achados na amostra total (16,42%)
(Tabela 6), semelhante à Price et al. (2011) com 15.4% e Edwards et al. (2014) com
11.1% e inferior a Pette et al. (2012) com 39.31%. Não houve diferença
estatisticamente da quantidade de achados na ATM entre os grupos maxila e
maxila/mandíbula (Tabela 7).

Pudemos observar nessa pesquisa 44 casos de aplainamento de côndilo em


32 pacientes, um pouco inferior ao estudo de Price et al. (2011), com 50 casos em
33 pacientes, e superior à quantidade encontrada por Pliska, DeRocher e Larson
(2011), com 25 casos. O aplainamento é representado pela perda da convexidade
ou achatamento da cabeça da mandíbula ou eminência articular, sendo sinal de
remodelação ou de uma resposta fisiológica ao aumento de carga na região. Ele
também pode indicar o início de doença degenerativa na ATM (ANJOS PONTUAL et
al., 2012).

Foram também encontrados 47 casos de osteófitos no côndilo em 33


pacientes (Figura 24), superior à quantidade encontrada pelos autores Edwards et
al.(2014), Price et al. (2011) e Pliska, DeRocher e Larson (2011), com 18,17 e 14
casos respectivamente. Esse achado indica presença de doenças degenerativas na
ATM. O osteófito é uma excrescência marginal na superfície da cabeça da
mandíbula que aparece no estágio mais tardio de alterações degenerativas da ATM,
quando o corpo está se adaptando para reparar a articulação, tendo função de
estabilizar e ampliar a superfície (ANJOS PONTUAL et al., 2012).

Doenças degenerativas da ATM detectadas no exame tomográfico podem ser


achados incidentais e geralmente não estão associadas a quadros de sintomatologia
no paciente. O histórico do paciente, achados clínicos e os sintomas são importantes
na determinação da atividade da doença. Pacientes com sintomas, como dor e
limitação de abertura bucal, necessitam de encaminhamento ou intervenção, caso
contrário, não é necessário nenhum tratamento, apenas a monitoração (PRICE et
al., 2011).
Discussão 103

As doenças degenerativas da ATM podem ocorrer em qualquer idade, mas


principalmente em pacientes mais velhos (PRICE et al. 2011; PETTE et al., 2012).
No nosso estudo, não houve diferença estatística quando se comparou a idade e a
quantidade de achados nessa zona. Talvez, devido a amostra ser muito ampla, não
havendo padronização quanto à idade dos pacientes mais velhos, que não foram a
maioria na amostra (Tabela 9). Também não houve diferença estatística em relação
ao gênero, embora na literatura relatassem uma predominância de achados no
gênero feminino (Tabela 8) (EDWARD et al., 2014; PETTE et al., 2012).
Foi também encontrado 1 caso de côndilo bífido unilateral na amostra, em
uma paciente de 23 anos (Figura 24). Resultado igual ao encontrado no estudo de
Price et al., (2011) e inferior a quantidade encontrada por Çağlayan e Tozoğlu
(2012), com 6 casos. O côndilo bífido é uma anomalia rara e pode ser unilateral ou
bilateral e anterio-posterior ou médio-lateral. Embora a etiologia não seja
completamente compreendida, evidências sugerem etiologia traumática ou de
desenvolvimento (PRICE et al., 2011). Nenhum tratamento é indicado para esse
paciente.

A B C

Figura 24. Reformatação coronal: A – aplainamento no côndilo. B- osteófito no côndilo.


C- côndilo bífido.
6.3 Osso

Essa zona corresponde a 7,32% (n=42) de achados nesse estudo, sendo a 5ª


zona com maior incidência de achados (Gráfico 2). A maxila apresentou o menor
número de achados na região (n=11), seguido da mandíbula (n=14), e o grupo
maxila/mandíbula, com maior número de achados (n=17) (Tabelas 3, 4,5 e 6). Mas,
não houve diferença estatística da quantidade de achados entre os grupos (Tabela
7). Na literatura pudemos observar uma maior quantidade de achados para essa
zona de osso, com 15 a 17% de frequência (PRICE et al., 2011; RHEEM; NIELSEN;
OBEROI, 2013).
104 Discussão

Foram observados 24 casos de esclerose óssea nesse estudo. Na literatura


pudemos observar uma variação de 4 a 59 casos nas pesquisas (PETTE et al.,
2012; EDWARDS et al., 2014, PRICE et al., 2011). Esses achados são considerados
assintomáticos e não causam expansão de corticais. São lesões hiperdensas intra-
ósseas que não resultam de infecção ou doença sistêmica, possuindo etiologia
desconhecida. A esclerose óssea deve ser distinguida de outras lesões hiperdensas,
como osteíte condensante de origem inflamatória dentária e a displasia óssea
periapical. Nenhum tratamento é necessário para casos de esclerose óssea (PRICE
et al., 2011).

Foram também encontrados neste estudo 14 casos de toro palatino, 1 caso


de toro mandibular e 1 exostose, inferior a quantidade encontrada no estudo de
Price et al. (2011), onde foram relatados 39 casos de toro mandibular, 45 toros
palatinos e 9 exostoses.

Toros e exostoses são caracterizados por protuberâncias ósseas duras,


localizadas no palato duro (toro palatino), na cortical lingual da mandíbula (toro
mandibular) ou vestibular da maxila e mandíbula (exostose). Representam
variações anatômicas de etiologia incerta. Geralmente são descobertos em exames
clínicos de rotina, e são assintomáticos (NOGUEIRA et al., 2013). Normalmente não
requerem tratamento, mas pode ocorrer a sua remoção por razões protéticas e para
o uso como biomaterial em periodontia e implantodontia (PRICE et al 2011).

Não houve diferença estatística da quantidade de achados nessa zona em


relação à idade e os gêneros dos pacientes da amostra (Tabelas 7, 8 e 9).

Figura 25. Esclerose óssea na reformatação sagital.


Discussão 105

A B

Figura 26. A – Toro palatino na reformatação coronal. B – Toro mandibular na reformatação axial.

6.4 Lesões dos maxilares

Onze achados incidentais foram encontrados nessa zona, sendo 5 na maxila,


3 na mandíbula e 3 no grupo maxila/mandíbula (Tabelas 3,4,5 e 6). Não houve
diferença estatística da quantidade de achados dessa zona com a idade e o gênero
para os três grupos da amostra (Tabelas 8 e 9).
Observamos nessa amostra uma baixa frequência de achados incidentais
nessa zona (1,96%), semelhante aos resultados encontrados na literatura, variando
de 0,1% a 3.5% (PRICE et al., 2011; DOĞRAMACI et al., 2014). É importante
ressaltar que os achados foram descritos apenas com as características
tomográficas, e não houve avaliação clínica e exame histopatológico destes.
Portanto, são imagens sugestivas de tais lesões, de acordo com conceitos já
definidos pela literatura.

Pudemos observar nesta pesquisa 1 caso de osteoma localizado na borda


inferior da mandíbula, de um paciente do gênero feminino de 78 anos de idade.
Autores também relatam 1 achado de osteoma em suas pesquisas (EDWARDS et
al., 2014 e PRICE et al., 2011). Osteomas são tumores benignos, que se
desenvolvem a partir do osso maduro compacto ou esponjoso. São normalmente
detectados na região bucomaxilofacial e raramente, em outros ossos. São
assintomáticos, não sendo recomendado nenhum tratamento. Contudo, o osteoma
pode aumentar de tamanho lentamente e se estender até às estruturas vizinhas,
causando complicações. Por isso, faz-se necessária a sua proservação radiográfica.
Embora o osteoma possa surgir isoladamente, é importante salientar sua possível
relação com a Síndrome de Gardner, um distúrbio autossômico dominante,
106 Discussão

caracterizado por múltiplos osteomas, dentes supranumerários e polipose intestinal


(PRICE et al., 2011; CAUBI et al., 2013).

Encontrou-se também 2 casos de odontomas neste estudo, sendo 1


localizado na maxila e outro na mandíbula. O odontoma é o tumor odontogênico
mais comum, formado por tecidos dentários que se apresenta como uma massa
calcificada, de forma arredondada ou irregular (DANELON et al., 2013). Apesar de
este tumor ocorrer predominantemente em pacientes jovens, nessa pesquisa a
idade dos pacientes foram 57 e 46 anos, com exames de TCFC realizados para
planejamento para implante. O tratamento do odontoma consiste na sua remoção
cirúrgica (WHITE; PHAROAH, 2015).
Seis casos de cisto radicular foram encontrados nesse estudo, sendo 4 no
grupo maxila e 2 no grupo maxila/mandíbula. Também foi encontrado 1 caso de
cisto dentígero na mandíbula, em uma paciente de 10 anos, correspondendo a faixa
etária predominante desse tipo de cisto. Todos os cistos observados não
apresentavam grandes dimensões. Esses são os cistos odontogênicos mais
comuns, e podem causar expansão de corticais, reabsorção radicular e
deslocamento de dentes vizinhos. O tratamento indicado para o cisto dentígero e o
cisto radicular é a sua enucleação, e, em casos em que atingem grande dimensão, a
marsupialização ou descompressão prévia é indicada (WHITE; PHAROAH, 2015). O
diagnóstico do cisto dentígero foi considerado quando o espaço do folículo
pericoronário era maior que 5mm e o cisto apical, quando maior que 10mm (WHITE;
PHAROAH, 2015; FREITAS, 2004). Contudo, apenas essas medidas não são
suficientes e é necessária a análise histopatológica para confirmação do diagnóstico.
Encontramos também 1 caso de displasia óssea, em uma paciente do sexo
feminino e com 54 anos de idade, que realizou o exame de TCFC para planejamento
de implante. Essa lesão fibro-óssea raramente produz sintomas e é encontrada por
acaso durante exames por imagem. Em circunstâncias normais, a displasia óssea
não requer tratamento. No entanto, um acompanhamento regular com radiografias
periódicas é recomendado para avaliar a evolução da lesão (PRICE et al., 2011).
Discussão 107

A B C

Figura 27. A- cisto apical na reformatação sagital. B – Odontoma na reformatação coronal. C- Oteoma
na reformatação parnorâmica.

6.5 Dente

Na zona de dente foi encontrado o maior número de achados incidentais


desta pesquisa, com 27,32% dos achados (Gráfico 2). Drage et al. (2013) também
obtiveram maior frequência de achados incidentais nesta zona, mas, em muitos
estudos, as vias aéreas corresponde a zona mais prevalente (Tabela 11). Talvez
isso possa ser associado ao fato que neste estudo foi considerado como achado
incidental um grande número de alterações localizadas nos dentes, diferente dos
critérios estabelecidos em alguns estudos.

Foi possível observar 153 achados incidentais, que envolviam anomalias


dentárias, alterações pulpares, alterações do periápice e alterações periodontais
(Tabelas 3,4,5 e 6). Não houve diferença estatística entre o gênero e a idade com a
quantidade de achados incidentais (Tabelas 8 e 9). Contudo, houve diferença
estatística significante entre os grupos da amostra. O grupo maxila/mandíbula (n=84)
apresentou maior numero de achados em relação à maxila (n=32) e em relação à
mandíbula (n=37) (Tabela 7). Esse resultado era esperado devido a maior
quantidade de dentes no FOV do grupo maxila/mandíbula.

Foram encontradas 105 anomalias dentárias do tipo: dente supranumerário,


dens in dente, agenesia, taurodontismo, giroversão, pérola de esmalte, raiz
supranumerária, dente retido e dilaceração radicular, sendo estas duas últimas as
mais prevalentes de todos os achados da zona de dente. Na literatura pudemos
observar uma grande variação da frequência desses achados, com trabalhos
108 Discussão

apresentando de 6 a 143 casos de anomalias dentárias (PRICE et al., 2011,


ALLAREDY et al., 2012, DOĞRAMACI et al., 2014)

Dentes com taurodontia, raiz suprenumerária e dilaceração radicular (Figura


29) não necessitam de tratamento. Contudo, em casos de tratamento endodôntico
ou cirurgia, esses dentes exigem melhor avaliação. Dentes com pérola de esmalte
apesar de serem assintomáticos e terem pouca relevância clínica, faz-se necessária
a manutenção da higiene bucal para prevenir doenças periodontais, devido a sua
natureza exofítica que induz a retenção de placa. Pacientes com agenesia requerem
tratamento apenas em casos de deficiência estética ou funcional. Em dentes com
giroversão poderá ser indicado o tratamento ortodôntico, dependendo do seu grau
de rotação (WHITE; PHAROAPH, 2015).

Um caso de dens in dente foi encontrado, sendo este um incisivo central


superior. A invaginação frequentemente comunica com a cavidade bucal, permitindo
a entrada de irritantes e microorganismos diretamente para os tecidos pulpares. Isso
pode gerar uma inflamação que leva a subsequente necrose pulpar e posterior
abcesso periapical ou periodontal. Nesses casos de dens in dente, é necessário,
portanto, tratamento restaurador ou selamento da cavidade, ou em casos mais
acentuados, o tratamento endodôntico é indicado (WHITE; PHAROAPH; 2015). No
caso do dens in dente encontrado nessa pesquisa (Figura 29), também podemos
observar extensa reabsorção externa apical no dente.

O tratamento de dentes supranumerários e dentes retidos depende da sua


posição e dos seus efeitos com os dentes adjacentes. O diagnóstico e o tratamento
precoce são importantes para minimizar o risco de complicações (PRICE et al.,
2011). Como exemplo nesta pesquisa, podemos observar na imagem da figura 28 a
presença de um dente retido na região anterior da maxila, causando reabsorção
externa no incisivo associado.

Em menor número, também pudemos observar 48 casos de alterações


endodônticas, periapicais e periodontais ao dente. A lesão apical foi encontrada em
27 casos, enquanto que outros achados, como lesão endo-periodontal, osteíte
condensante, nódulo pulpar e lesão de furca foram encontrados em menos de 10
pacientes. O nódulo é assintomático e não precisa de tratamento, enquanto que as
outras lesões necessitam de tratamento pelo cirurgião-dentista (Figuras 30 e 31).
Discussão 109

Lesões inflamatórias periapicais podem representar periodontite apical aguda,


periodontite crônica apical, abscesso periapical, granuloma periapical e cisto
periapical (cisto radicular). É difícil diferenciar granulomas periapicais de cistos
periapicais por exames radiológicos. O tratamento endodôntico prévio ou cirurgia
apical pode deixar uma cicatriz fibrosa que aparece como uma área hipodensa e
simular uma rarefação periapical. Assim, em tais casos, o diagnóstico pode não ser
feito apenas radiograficamente, deve ser levado em consideração a história clínica
do paciente (Figura 30) (PRICE et al., 2011). Em nosso estudo, não se correlacionou
características tomográficas e sintomas clínicos.

A B C

Figura 28. Reformatação sagital: A - Presença de dois dentes supranumerários. B - dente retido
parcialmente no interior do seio maxilar. C - Dente retido causando reabsorção externa no dente
adjacente.

A B C

Figura 29. Reformatação sagital: A – Dente 11 dens in dente. Nota-se presença de reabsorção
externa apical. B - Dilaceração radicular. C- Dilaceração radicular no dente 13
110 Discussão

A B C
.
Figura 30. Reformatação sagital: A- Lesão de furca. B- Lesão endo-perio.C-Lesão apical no dente 17.

A B

Figura 31. Reformatação sagital: A – nódulo pulpar. B - osteíte condensante.

6.6 Calcificações de tecido mole

A zona de calcificações de tecido mole é a 3ª de maior prevalência de


achados na amostra, com 20,53% dos achados (Gráfico 2), semelhante ao estudo
de Price et al. (2011) com 20% e superior a quantidade encontrada por Rheem,
Nielsen e Oberoi (2013), com 12,92%. Foram observadas 115 calcificações e não
houve diferença estatística entre os grupos maxila, mandíbula e maxila/mandíbula
(Tabela 7). Em relação ao gênero feminino e masculino, também não houve
diferença para a quantidade de achados (Tabela 8).
Em relação à idade, obteve-se como diferença estatística significante que
quanto maior a idade dos pacientes, maior o número de calcificações (Tabela 9).
Edwards, Altalibi e Flores-Mir em 2013 relataram em sua revisão sistemática sobre
pesquisas de achados incidentais, que as calcificações eram muito mais comuns em
pesquisas onde existia uma amostra com pacientes mais velhos, do que em
Discussão 111

pacientes jovens. Pette et al. (2012) também mostraram em seu estudo que
ateromas eram 13.4 vezes mais comuns de serem detectadas em exames de TCFC
de pacientes maiores de 65 anos, do que em pacientes entre 16 e 40 anos. No
nosso estudo, 72 pacientes possuíam mais de 40 anos de idade, quase 50% da
amostra.

Segundo Price et al. (2011), calcificações de tecidos moles na região


maxilofacial podem ser patológicas, relacionadas à idade ou idiopática. Muitas
vezes pode ser difícil de interpretar as calcificações que são adjacentes ao osso. É
importante saber a localização anatômica, distribuição e morfologia para interpretar
corretamente as calcificações nos exames de TCFC.

Por esses motivos, Centurion (2011) realizou um estudo com o objetivo de


estabelecer um guia anatômico em imagens TCFC a fim de diferenciar as
calcificações de tecido mole, especificamente tonsilólitos, ossificação do processo
estiloide e ateromas, nas reconstruções multiplanares do i-CAT. Este guia orienta
para a marcação da trajetória do complexo estiloide ossificado na reformatação
sagital e axial, onde pudemos observar, quando presentes, calcificações
anterior/medial e posterior/lateral a essa marcação, sugerindo tonsilólitos e
ateromas, respectivamente. No presente estudo, foi utilizado esse guia como
referencia para a localização das calcificações, como pode ser observado no
esquema da figura 19.

Foram diagnosticado 82 casos de ossificação do complexo estilo-hioideo em


51 pacientes, ou seja, há casos bilaterais. Para o diagnóstico tomográfico, processos
estiloides acima de 30mm de comprimento foram considerados calcificados nesse
estudo (CENTURION, 2011; CHAVES et al., 2013). Em estudos prévios, pudemos
observar uma variação de 10 a 80 achados dessa calcificação (RHEEM; NIELSEN;
OBEROI, 2013; PRICE et al., 2011; PETTE et al., 2012). A ossificação do complexo
estilo hioideo normalmente não apresenta sintomatologia, e nenhum tratamento é
necessário. Contudo, se existirem sintomas associados, como dor ao deglutir e
movimentação da cabeça, pode estar associado à Síndrome de Eagle (CHAVES et
al., 2013).

Vale ressaltar que nos exames do grupo maxila, a região do espaço aéreo da
orofaringe não foi visualizada na sua maioria e a região cervical, ausente em todos
112 Discussão

os exames. Assim, as calcificações do tipo tonsilólito, ateroma, tritícea e o corno


maior da tireoide foram diagnosticadas apenas no grupo mandíbula ou grupo
maxila/mandíbula, salvo 1 caso de tonsilólito na maxila.

Dezessete casos de tonsilólitos foram diagnosticados nesse estudo, número


inferior a quantidade encontrada na literatura de 30 a 40 tonsilólitos (PETTE et al.,
2012; PRICE et al., 2011). Os tonsilólitos são calcificações presentes nas tonsilas
palatinas e podem ser únicos, múltiplos, unilateral ou bilateral. Pequenas
calcificações geralmente são assintomáticas e são frequentemente descobertos
como achados incidentais em exames radiográficos. Para esses casos, nenhum
tratamento normalmente é necessário. Aqueles que atingem tamanhos maiores
podem causar em mau hálito, dor de garganta, disfagia ou sensação de corpo
estranho, sendo necessária, portanto, uma avaliação do cirurgião-dentista ou
otorrinolaringologista (PRICE et al., 2011; CENTURION et al., 2013)

Outra calcificação com grande relevância encontrada neste estudo foi o


ateroma calcificado da artéria carótida, com 2 casos diagnosticados no grupo
maxila/mandíbula. Na literatura, pudemos observar uma maior frequência desta
calcificação, com 17 a 57 casos por pesquisa realizada (PETTE et al., 2012; PRICE
et al., 201; ALLREADY et al., 2012). Os ateromas são placas fibrosas e gordurosas
localizadas no íntimo das artérias, em pacientes com histórico de obesidade,
hipertensão arterial, fumo, Diabetes Mellitus, altos níveis de colesterol e triglicérides
no sangue, sedentarismo e idade avançada. As placas ateroscleróticas podem
determinar manifestações de isquemia cerebral pela liberação de coágulos (embolia)
ou por obstrução (trombose). Assim, a presença de ateromas de carótida em
indivíduos assintomáticos é frequentemente associada ao desenvolvimento do
Acidente vascular cerebral (AVC), angina, infarto do miocárdio e morte (TUÑAS et
al., 2012).

Com os exames de TCFC, é possível a detecção precoce pelos cirurgiões-


dentistas das imagens que sugerem ateromas de carótida de pacientes em
tratamento odontológico. Os ateromas apresentam-se como únicos ou múltiplos
grãos de arroz, de densidade homogênea. Estão sempre póstero-laterais ao espaço
aéreo da faringe. Nas imagens coronais, são laterais as vértebras cervicais. Nas
imagens sagitais, estão medialmente e inferiormente ao ângulo da mandíbula, com
Discussão 113

posição variando entre C3 e C5. O encaminhamento destes pacientes ao médico


especialista para confirmação do diagnóstico através de outros exames, como a
ultrassonografia Doppler, contribui significantemente para redução do AVC e suas
sequelas (TUÑAS et al., 2012; CENTURION, 2011).

A calcificação da cartilagem tritícea e a calcificação do corno maior da tireoide


foram observadas em 14 pacientes. A cartilagem da tiróide é parte do esqueleto da
laringe superior e a cartilagem tritícea está localizada nos ligamentos tireohioideo.
Eles são estruturas ovóides bilaterais que possuem uma tendência a calcificar com o
avanço da idade e são achados incidentais sem sintomas clínicos. Não é necessário
nenhum tratamento. Vale ressaltar que a cartilagem tritícea e ateromas possuem
morfologia e localização muito semelhantes, sendo necessário realizar o diagnóstico
diferencial para definir a conduta (PRICE et al., 2011).

A B

Figura 32. Reformatação sagital em MIP: A – Ossificação do complexo estilo-hioideo (trajetória


amarela), calcificação do corno maior da tireoide(seta azul) e calcificação da cartilagem tritícea (seta
vermelha). B- ateroma calcificado da artéria carótida.

Figura 33. Tonsilólitos na reformatação sagital.


114 Discussão

6.7 Outros

Onze casos que não foram inclusos nas outras zonas, também foram
encontrados, representando 1,96% dos achados. Esses achados consistiram em 8
raízes residuais, 2 aumentos do espaço pericoronário e 1 fragmento de amálgama.

Raízes residuais podem causar doenças inflamatórias e infecciosas, como


cisto radicular, granuloma apical e abcessos. Portanto, devem ser removidas pelo
cirurgião- dentista (WHITE; PHAROAPH, 2015).

Dentes não irrompidos ou parcialmente irrompidos podem apresentar


aumento do espaço do folículo pericoronário, que apresenta tamanho normal de 2 a
3 mm. Se o espaço folicular excede 5mm, um cisto dentígero é mais provável. Se a
dúvida permanecer, a região deve ser reexaminada de 4 a 6 meses de modo a
detectar algum aumento no tamanho ou alguma influencia característica de cistos
sobre as estruturas adjacentes (Figura 34). Contudo, a medida do halo
pericoronário em radiografias ou tomografias não são suficientes para um
diagnóstico definitivo (WHITE; PHAROAPH, 2015).

A tatuagem de amálgama é um tipo de pigmentação exógena geralmente


localizada próxima a áreas onde foram realizadas restaurações em amálgama.
Radiografias da região pigmentada podem ser importantes no diagnóstico da lesão,
onde irão revelar múltiplos fragmentos metálicos radiopacos. Uma vez
diagnosticada como tatuagem de amálgama, não há necessidade de tratamento
(AMANO et al., 2011).

D - 4,91mm

A B C

Figura 34. Reformatação sagital: A- Aumento do espaço do folículo pericoronário do dente 18 com
4,91mm.
B- Raiz residual. C- Raiz residual.
Discussão 115

6.8 Relevância clínica dos achados incidentais

Para a classificação da relevância clínica, foi utilizado o critério de que os


achados seriam assintomáticos, pois foram encontrados incidentalmente nos
exames de TCFC. Assim, pudemos observar que muitos achados podem mudar a
sua classificação se for considerado sintomático ou de acordo com a história clínica
(Tabela 10).

A maioria dos achados incidentais, com 44,15%, não precisa de tratamento


ou encaminhamento para outro profissional. 28,97% necessitam de
acompanhamento pelo cirurgião-dentista e 26,88% precisam de tratamento ou
encaminhamento para outro profissional (Gráfico 4).

Esse resultado mostrou que nem todos os achados incidentais nos exames
de TCFC possuem grande impacto na saúde do paciente, e apenas uma minoria
precisa de intervenção médica ou odontológica. Na literatura pudemos observar
resultados semelhantes. No estudo de Price et al. (2011) 68.3% dos seus achados
incidentais não precisaram de tratamento, 15.6% requeriam acompanhamento e
também uma minoria, com 16.1%, precisou de tratamento ou encaminhamento para
outro profissional. Utilizando uma amostra da ortodontia, Drage et al. (2013)
encontraram 200 achados que não necessitaram acompanhamento, 168
necessitaram acompanhamento, mas apenas 2 resultados foram significativos para
causarem mudanças no tratamento ortodôntico. Doğramaci et al. (2014) relatou em
seus estudo apenas 1 achado incidental de alta importância, sendo os demais, 97 de
importância intermediária e 242 de baixa importância.

Apesar dos resultados mostrarem uma minoria dos achados incidentais


necessitarem de tratamento ou encaminhamento para outro profissional, pudemos
observar uma grande variedade e quantidade de achados incidentais nessa
amostra, o que mostra a importância do cirurgião-dentista/radiologista avaliar todo o
volume do exame de TCFC, nas três reformatações, e não somente a região de
interesse. Na literatura existem algumas pesquisas com essa mesma abordagem,
mas nenhuma com a amostra brasileira. Existe uma variação da frequência e tipo de
achados incidentais entre diferentes amostras. Como por exemplo, no estudo de
116 Discussão

Warhekar et al. (2015), que utilizou uma amostra indiana, e os achados incidentais
mais frequente foram lesões malignas.

A alta frequência de achados incidentais, em diversas regiões do exame,


reforça, ainda, a necessidade do cirurgião-dentista de estudar e reconhecer toda a
anatomia e variações anatômicas do complexo maxilofacial.

Uma limitação desse estudo é atribuída ao fato de que os exames observados


pertenciam a um arquivo de imagens, ou seja, exames que foram realizados alguns
anos atrás. Portanto, não foi feito um contato com os dentistas para informações
adicionais de acompanhamento ou tratamento dos pacientes. Assim, não sabemos
se os profissionais que solicitaram os exames detectaram os achados incidentais
aqui observados.
7 CONCLUSÕES
Conclusões 119

7 CONCLUSÕES

• 560 achados incidentais foram encontrados em 92% da amostra avaliada,


sendo 225 no grupo maxila, 99 no grupo mandíbula e 236 no grupo
maxila/mandíbula.

• A zona mais frequente de achados incidentais foi a zona de dente, com


27,32% dos achados, seguida pelas vias aéreas com 24,46%,
calcificações de tecido mole com 20,53%, ATM com 16,42%, osso 7,32%,
lesões dos maxilares 1,96% e outros também com 1,96%.

• Em relação à relevância clínica, 44,15% dos achados incidentais não


necessitam de tratamento ou encaminhamento para outro profissional,
28,97% necessitam de novas imagens para acompanhamento e 26,88%
necessitam de tratamento ou encaminhamento.

• Em relação à quantidade de achados por FOV utilizado, houve diferença


estatisticamente significante da quantidade de achados das vias aéreas,
sendo o grupo maxila maior que o grupo maxila/mandíbula. A zona de
dente também apresentou diferença estatística significante, com o grupo
maxila/mandíbula apresentando maior quantidade de achados em relação
ao grupo maxila e em relação ao grupo mandíbula.

• Em relação ao gênero, não houve diferença estatística significante para a


quantidade de achados incidentais.

• Em relação à idade, obteve-se diferença estatística significante na zona


de calcificações de tecido mole, onde houve maior quantidade de
achados incidentais com o aumento da idade.

Este estudo confirmou a alta frequência de achados incidentais em exames


de TCFC para fins odontológicos. Esta constatação reforça a necessidade dos
cirurgiões dentistas/ radiologistas examinarem todo o volume do exame obtido, nas
três reformatações, e não somente a região do propósito do exame.
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ANEXO
Anexo 133

ANEXO
134 Anexo
Anexo 135
136 Anexo

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