Mecanismos de Controle

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12.

Mecanismos de Controle

Delegado de Polícia - Direito Financeiro


11 Mecanismos de Controle
Documento última vez atualizado em 19/12/2023 às 10:42.

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12. Mecanismos de Controle

Índice
11.1) Controle e Fiscalização Interna e Externa da Atividade Financeira do Estado 3

11.2) Critérios Para o Controle 8

11.3) Tipos de Controle 11

11.4) A Atuação dos Tribunais de Contas 14

11.5) O Tribunal de Contas da União 15

11.6) Lista de Questões 29

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11.1 Controle e Fiscalização Interna e Externa da Atividade Financeira do


Estado

 Para assistir ao vídeo correspondente, acesse o LDI.

Após verificarmos os vários elementos que compõem o nosso direito financeiro, como as leis
orçamentárias, receitas e despesas, bem como o nosso crédito e dívidas públicas, estudaremos
a partir de agora como se verifica o controle dessa atividade. Isso implica abordar as
modalidades de controle possível e, principalmente, o papel do Tribunal de Contas como
fiscalizador dos gastos públicos.

A fiscalização de todo o ciclo orçamentário ocorre pelas discussões que envolvem a previsão
da receita, a consolidação das despesas, os projetos de leis orçamentárias, sua execução,
necessidades de empréstimos, bem como se a aplicação de recursos se deu como o previsto
em lei.

O controle a fiscalização das finanças públicas começa antes e termina depois do


exercício financeiro, não ficando adstrito a esse período.

Temos, na Seção IX da nossa Constituição Federal, sobre a fiscalização das Contas Públicas:

SEÇÃO IX

DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União


e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade,
economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo
Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada
Poder.

Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou entidade pública que utilize,
arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a
União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.

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O art. 71 começa a abordar o controle externo, a cargo do Congresso Nacional e com o auxílio
do Tribunal de Contas da União, com a seguinte competência (Grifos nossos):

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do
Tribunal de Contas da União, ao qual compete:

I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer


prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;

II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores
públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas
e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda,
extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;

III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer
título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo
Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a
das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias
posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório;

IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão
técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e
Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;

V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União
participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;

VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio,


acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;

VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas,
ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas;

VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas,


as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao
dano causado ao erário;

IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato
cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;

X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara


dos Deputados e ao Senado Federal;

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XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados.

(...)

De acordo com o art. 74 da Constituição Federal, é dever integrado dos Poderes Legislativo,
Executivo e Judiciário manter um controle de interno com as seguintes finalidades:

Vejamos:

Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema
de controle interno com a finalidade de:

I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas
de governo e dos orçamentos da União;

II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão


orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem
como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;

III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e
haveres da União;

IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer


irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena
de responsabilidade solidária.

O § 2ºdo art. 74 consagra uma importante missão quanto ao controle social das finanças
públicas. Ele demonstra que todos somos parte legítima para, na forma da lei, denunciar
irregularidades ou ilegalidades para o Tribunal de Contas da União, como parte de um
poder fiscalizatório em comum:

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§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma
da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.

Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à organização,
composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem
como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios.

Veja que já há, inclusive, um delineamento dos tribunais de contas e da fiscalização, também,
por parte dos Estados.

Além da Constituição Federal, temos, quanto ao controle da Atividade Financeira do Estado, os


arts. 43 a 49 da Lei de Responsabilidade Fiscal e os arts. 75 a 82 da Lei 4.320/64.

Conforme ressalta Harrisson Leite,

“O controle do orçamento não pode ficar adstrito apenas à legalidade, uma vez que não
tem como a lei prever todos os acontecimentos que envolvem a aplicação dos recursos,
podendo-se até mesmo dizer que a maioria dos desmandos envolvendo os gastos públicos se
dá com observância da imprevisão do gasto em lei.

O que torna a fiscalização factível é a possibilidade de o seu alcance ultrapassar a


simplicidade do gasto previsto em lei (legalidade) para ir ao campo da moralidade,
legitimidade, dentre outros princípios, pois só com essa abertura normativa é possível
haver fiscalização mais efetiva dos dispêndios públicos.” (grifos nossos)

A fiscalização, ao mesmo tempo que verifica a legalidade e regularidade dos gastos públicos,
tem consigo uma possibilidade de repressão. A observância à lei quanto aos gastos públicos e a
necessidade de prestações de contas está prevista constitucionalmente nos arts. 34 e 35:

CAPÍTULO VI

DA INTERVENÇÃO

Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:

I - manter a integridade nacional;

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II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;

III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;

IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;

V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:

a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo
de força maior;

b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos
prazos estabelecidos em lei;

VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;

VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:

a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;

b) direitos da pessoa humana;

c) autonomia municipal;

d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.

e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a


proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e
serviços públicos de saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios
localizados em Território Federal, exceto quando:

I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada;

II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;

II - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e


desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de


princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou
de decisão judicial.

Segundo Kiyoshi Harada, sobre o controle da atividade financeira do Estado:

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“(...) [C]ontrolar a execução orçamentária significa acompanhar e obter condições para, se for
o caso, otimizar os meios de arrecadação da receita pública, de um lado, e adotar medidas de
contenção dos gastos, de outro lado, ainda no decorrer do exercício. Trata-se de verificar a
compatibilidade entre o planejado e o que está sendo executado. Daí por que as metas
anuais de receitas são desdobradas em metas bimestrais de arrecadação, como determina o
art. 13 da LRF, exatamente para possibilitar a elaboração da programação financeira com o
respectivo cronograma de execução mensal de desembolso.

A fiscalização é feita sob vários ângulos. O controle externo cabe sempre ao Poder
Legislativo (Congresso Nacional, Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais) com o auxílio
dos respectivos Tribunais de Contas. Nos Municípios onde não houver Tribunal de Contas
prestarão auxílio os Tribunais de Contas dos Estados ou os Conselhos ou Tribunais de Contas
dos Municípios (art. 31, § 1 o , da CF).”

Veremos, a seguir, os critérios para o controle.

11.2 Critérios Para o Controle

 Para assistir ao vídeo correspondente, acesse o LDI.

Conforme vimos, a fiscalização do Estado e de sua atividade financeira vai além da observância
da legalidade. O princípio 70 da Constituição, inclusive, adiciona outros princípios e aspectos
levados em consideração para a fiscalização:

A Legalidade

De acordo com Kiyoshi Harada, sob a legalidade impõe-se a verificação dos requisitos
necessários à realização da despesa, isto é, ao gastar o dinheiro público o administrador
deve observar rigorosamente as autorizações e as limitações da lei orçamentária sob
execução.

Isso significa que o pagamento deve ser feito sempre com a devida previsão orçamentária e
não pode ir além dos créditos orçamentários ou adicionais (art. 167, II, da CF), sob pena de
caracterização do crime de responsabilidade (art. 85, VI, da CF). A realização de despesa

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pública impõe, ainda, a observância do procedimento estabelecido na Lei no 4.320/64,


arts. 58 e seguintes.

A Legitimidade

A legitimidade traz à luz a relação entre gasto e valoração diante do necessário


atendimento do interesse público.

Para Harada:

Sob o enfoque da legitimidade, a fiscalização examina o mérito do ato praticado pelo agente
público para detectar possível desvio de finalidade. Filosoficamente, a legitimidade precede a
legalidade. O ato só será legítimo à medida que não contrariar a natureza do homem. Nem
tudo que é legal é legítimo. Dessa forma, despesas excessivas com representação ou com
cerimônias oficiais festivas, apesar de regulares do ponto de vista legal, porque financiadas
com dotações orçamentárias próprias, podem ser questionadas sob o prisma da legitimidade se
estiverem em descompasso com os valores fundamentais da sociedade.

A Economicidade

A economicidade diz respeito à análise do custo-benefício de determinada despesa. A ideia é


que a opção mais eficiente, a melhor dentre as disponíveis ao gestor público deve ser a
escolhida.

A Aplicação de Subvenções

Segundo Harada, as subvenções são auxílios governamentais concedidos às entidades


públicas ou privadas, em geral, instituições sociais e educacionais, sem finalidades
lucrativas, com o fito de ajudá-las na consecução de seus objetivos estatutários,
destinados a secundar a ação do Estado. O art. 202, § 3o, da CF veda subvenção às
entidades de previdência privada com finalidades lucrativas. Há aqui uma verificação se os
valores repassados a entes sem fins lucrativos foram devidamente aplicados naquilo que se
comprometeram gastar, com aprovação de prestação de contas.

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§ 3º É vedado o aporte de recursos a entidade de previdência privada pela União, Estados,


Distrito Federal e Municípios, suas autarquias, fundterão asações, empresas públicas,
sociedades de economia mista e outras entidades públicas, salvo na qualidade de patrocinador,
situação na qual, em hipótese alguma, sua contribuição normal poderá exceder a do
segurado. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) [1] (Vide Emenda
Constitucional nº 20, de 1998) [2]

A Renúncia de Receitas

A eventual renúncia de receitas públicas só pode ocorrer em determinadas hipóteses e nas


condições da lei. O exercício total da competência tributária não é compulsório, mas, uma vez
exercitado e instituído o tributo, somente a lei poderá dispensar sua arrecadação. Por razões de
política fiscal, a lei pode conceder incentivos fiscais consistentes em isenções, reduções de
alíquotas, reduções da base de cálculo, bem como instituir hipóteses de moratória, de remissão
e de anistia.

Encontramos, sobre a renúncia de receitas o art. 14 da Lei de Responsabilidade fiscal:

Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual


decorra renúncia de receita deverá estar acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-
financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, atender ao
disposto na lei de diretrizes orçamentárias e a pelo menos uma das seguintes condições: (Vide
Medida Provisória nº 2.159, de 2001) (Vide Lei nº 10.276, de 2001)

I - demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada na estimativa de receita


da lei orçamentária, na forma do art. 12, e de que não afetará as metas de resultados fiscais
previstas no anexo próprio da lei de diretrizes orçamentárias;

II - estar acompanhada de medidas de compensação, no período mencionado no caput, por


meio do aumento de receita, proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de
cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição.

§ 1º A renúncia compreende anistia, remissão, subsídio, crédito presumido, concessão de


isenção em caráter não geral, alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo que
implique redução discriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios que
correspondam a tratamento diferenciado.

§ 2º Se o ato de concessão ou ampliação do incentivo ou benefício de que trata o caput deste


artigo decorrer da condição contida no inciso II, o benefício só entrará em vigor quando
implementadas as medidas referidas no mencionado inciso.

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§ 3º O disposto neste artigo não se aplica:

I - às alterações das alíquotas dos impostos previstos nos incisos I, II, IV e V do art. 153 da
Constituição, na forma do seu § 1º;

II - ao cancelamento de débito cujo montante seja inferior ao dos respectivos custos de


cobrança.

11.3 Tipos de Controle

 Para assistir ao vídeo correspondente, acesse o LDI.

Controle Interno

O controle interno está previsto na parte final do art. 70 da Constituição Federal, prevendo uma
fiscalização “pelo sistema de controle interno de cada Poder”.

A Carta Magna fixa, desde logo, para os três Poderes parâmetros para a efetivação desse
controle. Dispõe em seu art. 74:

Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema
de controle interno com a finalidade de:

I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos


programas de governo e dos orçamentos da União;

II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da


gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração
federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;

III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos
e haveres da União;

IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer


irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de
responsabilidade solidária.

§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma
da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.

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O controle interno é o controle exercido internamente pelos poderes Legislativo, Executivo e


Judiciário, seu alcance está no art. 70, combinado com ao art. 74, ambos da Constituição
Federal. Consiste na necessidade de cada poder possuir uma estrutura que tenha por finalidade
analisar e conferir processos de pagamento, registros contábeis, relatórios e documentos, bem
como o cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual, o cumprimento de programas
estabelecidos, dentre outras funções.

É, basicamente, uma fiscalização prévia feita pelo próprio poder legislativo, executivo ou
judiciário em relação aos seus próprios agentes, órgãos e instituições.

Segundo Harada, o controle interno, apesar de contar com recursos materiais e pessoais
próprios, atua de forma integrada e interdependente com o controle externo (inciso IV, do
art. 74). Em nível infraconstitucional, o controle da execução orçamentária é disciplinado pela
Lei no 4.320/64, recepcionada pela ordem constitucional vigente.

A Lei 4.320/64 estabelece, em seu art. 75 três tipos de controle da execução orçamentária:

O da legalidade dos atos;

O da fidelidade funcional dos agentes públicos; e

O do cumprimento do programa de trabalho.

O controle da legalidade poderá ser prévio, concomitante ou subsequente (art. 77).

Além da tomada de contas anual, poderá haver, a qualquer tempo, levantamento, prestação ou
tomada de contas de todos os responsáveis por bens ou valores públicos (art. 78). O controle
do cumprimento do programa de trabalho cabe ao órgão incumbido da elaboração da proposta
orçamentária ou a outro indicado na legislação (art. 79).

Segundo Hely Lopes Meirelles, o controle interno

“objetiva a criação de condições indispensáveis à eficácia do controle externo e visa


assegurar a regularidade da realização da receita e da despesa, possibilitando o
acompanhamento da execução do orçamento, dos programas de trabalho e a avaliação
dos respectivos resultados. É, na sua plenitude, um controle de legalidade, conveniência,
oportunidade e eficiência”.

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É importante destacar que o controle interno se baseia, também, no critério hierárquico, uma
vez que apura irregularidades ou ilegalidades ocorridas dentro da esfera de cada poder.

Controle Externo

O Controle externo é exercido exclusivamente pelo Poder Legislativo de cada ente, com o
auxílio dos tribunais de contas, de acordo com os arts. 70 a 73 da Constituição Federal.
Veremos, adiante, uma sessão exclusiva sobre o funcionamento dos tribunais de contas.

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do
Tribunal de Contas da União

Controle Privado

O Controle Popular, privado ou Social (Whistleblowing), segundo a doutrina de Harrison Leite,


consiste na participação por parte da sociedade diretamente no controle da atividade estatal,
que pode se dar, por meio de representações e denúncias às diversas instâncias do sistema de
controle (interno, externo e ministério público) ou mesmo por meio de ações junto ao poder
judiciário através, por exemplo, de ação popular. Conforme vimos, ele está previsto
expressamente na Constituição Federal:

Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema
de controle interno com a finalidade de:

§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na


forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da
União.

A denúncia de irregularidades e de organizações do terceiro setor com a finalidade de controle


social, bem como o interesse da mídia sobre as contas públicas aumentou vertiginosamente
desde a Lei de acesso à informação (Lei 12. 527/11).

Esquematizaremos, abaixo, os órgãos ou agentes de controle:


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11.4 A Atuação dos Tribunais de Contas

 Para assistir ao vídeo correspondente, acesse o LDI.

Conceito e Função

Os tribunais de Contas são órgãos auxiliares do Poder Legislativo. São colegiados, encarregados
de fiscalização e controle do orçamento. Têm função de auxiliar o Legislativo, mas não estão a
ele subordinados.

Embora o Tribunal de Contas possua competências próprias, a titularidade de função do


controle externo segundo a CF é:

União – do Congresso Nacional

Estados – da Assembleia Legislativa

Distrito Federal – Câmara Legislativa

Municípios – Câmara de Vereadores.

São parte do sistema de controle externo do orçamento o Tribunal de Contas da União (TCU),
os Tribunais de Contas dos Estados e os Tribunais de Contas dos Municípios ou Conselho
de Contas. A estrutura e o funcionamento desses órgãos são similares e decorrem das normas
constitucionais que tratam da matéria.

Segundo Marcus Abraham,

A existência e o funcionamento desse órgão de fiscalização e controle não é uma


exclusividade brasileira. Na Itália existe a Corte dei Conti, para controlar e julgar os gastos e as
contas públicas. Na França há a Cours des Comptes, criada por Napoleão I para julgar todos os
obrigados a prestar contas. Na Inglaterra existe o Committee of Public Accounts, formado por
integrantes da Câmara dos Comuns, para verificar as contas, controlar o orçamento e intervir
nos serviços administrativos. Nos Estados Unidos o controle é feito pelo Congresso, através de
uma comissão fiscalizadora chamada de General Accounting Office, que dispõe de poderes
para se opor à ação administrativa, apreciando o mérito e a legalidade da despesa a ser
efetuada.

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Na definição do autor, cabe ao Tribunal de Contas atuar na fiscalização contábil, financeira


orçamentária, operacional e patrimonial do Estado, incluindo os seus Poderes e as
respectivas entidades de administração direta ou indireta, alcançando os administradores e
demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos, além das pessoas físicas ou
jurídicas, que, mediante convênios, acordos, ajustes ou outros instrumentos, apliquem
auxílios, subvenções ou recursos repassados pelo Poder Público.

Temos, na Constituição Federal, dispositivos específicos para tratar do Tribunal de Contas da


União, ressalvando que essas normas aplicam-se, no que couber, à organização, composição e
fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados (TCEs) e do Distrito Federal, bem como dos
Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios (art. 75), configurando, assim, um parâmetro
para a criação e o funcionamento de todos os Tribunais de Contas brasileiros.

Importante ressaltar que em face da vedação constitucional à criação de novas


Cortes de Contas municipais – somente os Municípios do Rio de Janeiro e de São
Paulo possuem um Tribunal de Contas Municipal próprio.

Nos demais Estados, em regra, os seus respectivos TCEs atuam tanto na fiscalização da
administração estadual como das administrações municipais. Já os Estados da Bahia, Goiás e
Pará possuem dois tribunais estaduais de contas: um Tribunal de Contas Municipais para
fiscalizar todos os seus municípios, e um outro Tribunal de Contas do Estado, apenas para
fiscalizar as contas do Estado-membro.

11.5 O Tribunal de Contas da União

 Para assistir ao vídeo correspondente, acesse o LDI.

Introdução

De acordo com Kiyoshi Harada, o Tribunal de Contas da União tem sua origem no Decreto no
966-A, de 7-9-1890.:

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Todo Estado de Direito pressupõe a submissão do próprio Estado às leis que ele edita. Daí a
necessidade de um órgão controlador da atividade estatal a fim de evitar que se cometam
ilegalidades. Assim, a função originária do Tribunal de Contas da União era a de controlar a
legalidade dos atos concernentes à execução orçamentária. Hoje, como sabemos, sua missão
não se exaure no exame da legalidade. O exercício de uma das atribuições do Tribunal de
Contas, consistente em “julgar as contas”, não lhe confere o exercício da atividade
jurisdicional, privativo do Poder Judiciário.

O Tribunal não julga as pessoas, limitando-se a julgar contas, isto é, restringe se a proferir
uma decisão técnica, considerando-as regulares ou irregulares. Sua decisão não opera
coisa julgada, pelo que tem natureza meramente administrativa.

Tanto é assim que as contas julgadas pelo Tribunal de Contas podem ser reapreciadas pelo
Poder Judiciário, como se depreende do art. 5o, incisos XXXV e XXXVII da CF, que introduz o
princípio da inafastabilidade da jurisdição e repele o “juízo ou tribunal de exceção”,
respectivamente. O fato de a Súmula no 347 do STF (sobre a qual existe, ainda, divergência
se foi superada) prescrever que “o Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode
apreciar a constitucionalidade das leis e atos do Poder Público” em nada socorre o
posicionamento de autores que sustentam a natureza jurisdicional das decisões proferidas pelas
Cortes de Contas.

Atenção !

De acordo com o MS 35.410/DF de 2021. EMENTA: CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO.


IMPOSSIBILIDADE DE EXERCÍCIO DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE COM
EFEITOS ERGA OMNES E VINCULANTES PELO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. DECISÃO
DE AFASTAMENTO GENÉRICO E DEFINITIVO DA EFICÁCIA DE DISPOSITIVOS LEGAIS
SOBRE PAGAMENTO DE “BÔNUS DE EFICIÊNCIA E PRODUTIVIDADE NA ATIVIDADE
TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA” A INATIVOS E PENSIONISTAS, INSTITUÍDO PELA LEI
13.464/2017. MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO PROCEDENTE. ORDEM CONCEDIDA.
1. O Tribunal de Contas da União, órgão sem função jurisdicional, não pode declarar a
inconstitucionalidade de lei federal com efeitos erga omnes e vinculantes no âmbito de toda a
Administração Pública Federal.

Composição

Tribunal de Contas da União, que tem sua sede no Distrito Federal, com jurisdição em todo o
território nacional, é composto de nove Ministros e tem quadro de pessoal próprio (art. 73 da
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CF).

Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem sede no Distrito
Federal, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território nacional, exercendo, no
que couber, as atribuições previstas no art. 96.

§ 1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados dentre brasileiros que


satisfaçam os seguintes requisitos:

I - mais de trinta e cinco e menos de setenta anos de idade; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 122, de 2022)

II - idoneidade moral e reputação ilibada;

III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de


administração pública;

IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija
os conhecimentos mencionados no inciso anterior.

§ 2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos:

I - um terço pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Federal, sendo dois
alternadamente dentre auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados
em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antigüidade e merecimento;

II - dois terços pelo Congresso Nacional.

Atenção ! A Redação dada pela Emenda Constitucional nº 122, de 2022 MODIFICOU a


idade dos ministros para mais de trinta e cinco e menos de setenta anos de idade

Os Ministros do TCU são escolhidos da seguinte forma:

Um terço pelo Presidente da República, com a aprovação do Senado Federal, sendo


dois alternadamente entre auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal,
indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antiguidade e
merecimento;

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12. Mecanismos de Controle

Dois terços pelo Congresso Nacional (§ 2o).

Desde o advento da Constituição de 1988 não mais existe a livre indicação de pessoas pelo
Presidente da República. Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mesmas
garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do
Superior Tribunal de Justiça, aplicando-se-lhes, quanto à aposentadoria e pensão, as
normas constantes do art. 40. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
1998) (§ 3o). Verifique o quadro comparativo entre as organizações dos Tribunais de Contas e
dos demais Tribunais de Contas:

Funções

Dispõe a Constituição Federal em seu art. 71 que:

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do
Tribunal de Contas da União, ao qual compete:

I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer


prévio, que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;

II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores
públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e
mantidas pelo poder público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio
ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;

III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a
qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e
mantidas pelo poder público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em
comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões,
ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato
concessório;

IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de comissão
técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e
Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;

V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a


União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;

12. Mecanismos de Controle 18/29


12. Mecanismos de Controle

VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União, mediante


convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal
ou a Município;

VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas
Casas, ou por qualquer das respectivas comissões, sobre a fiscalização contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e
inspeções realizadas;

VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas,


as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional
ao dano causado ao erário;

IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato
cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;

X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara


dos Deputados e ao Senado Federal;

XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados.

§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional,
que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.

§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as


medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.

§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de


título executivo.

§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, relatório de suas


atividades.

Pode-se, de acordo com Marcus Abraham, dizer que o Tribunal de Contas da União detém as
seguintes funções:

a) função fiscalizadora, relativa à fiscalização de atos de admissão de pessoal e de


aposentadorias, de convênios com Estados, Municípios e Distrito Federal, de bens e rendas de
autoridades públicas, de subvenções, de renúncias de receitas, de entrega de cotas do FPE,
FPM e do IPI-exportações e da Cide, de contas nacionais de empresas supranacionais, da
desestatização, de avaliação de programas, de recursos do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e
do Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB), das despesas com pessoal, do endividamento público
e receita, do alcance de metas da Lei de Diretrizes Orçamentárias, dos limites e condições de
operações de crédito, dos recursos de alienação de ativos e dos Relatórios de Gestão Fiscal e
Relatório Resumido de Execução Orçamentária – RREO (CF: art. 71, IV , V , VI e XI);

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12. Mecanismos de Controle

b) função opinativa, ao apresentar parecer prévio sobre as contas do Presidente da


República e dos Chefes dos Poderes Legislativo e Judiciário, e do Ministério Público (CF: art.
71, I);

c) função julgadora, ao proceder aos julgamentos sobre as contas dos responsáveis por
bens e valores públicos, por prejuízos ao Erário e por infrações decorrentes da não publicação
do Relatório de Gestão Fiscal, da elaboração de anteprojeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias
sem metas fiscais, da inobservância de limitação de empenho ou da falta de medidas para
redução das despesas de pessoal (CF: art. 71, II, III);

d) função sancionadora, na aplicação de multas, na declaração de inidoneidade para licitar


ou na inabilitação para exercício de função comissionada, na decretação da indisponibilidade
de bens etc. (CF: art. 71, VIII);

e) função corretiva, na emissão de determinações e recomendações aos órgãos


jurisdicionados, na fixação de prazo para adoção de providências, na sustação de atos
irregulares e na adoção de medidas cautelares (CF: art. 71, IX e X);

f) função consultiva, na emissão de pareceres sobre a regularidade de despesas por


solicitação da Comissão Mista do Orçamento ou quando da resposta a consulta sobre assuntos
de sua competência (Lei Orgânica do TCU: art. 1º, XVII);

g) função informativa, no fornecimento de informações acerca de trabalhos realizados,


cálculos e dados consolidados, elementos e documentos a que tenha tido acesso (CF: art. 71,
VII);

h) função ouvidora, no recebimento e processamento de denúncias feitas por cidadão,


partido político, associação civil ou sindicato, ou por representação feita pelo controle interno
sobre irregularidades em licitação ou contrato administrativo (CF: art. 74, § 2º);

i) função normativa, de expedir atos e instruções normativas (Lei Orgânica do TCU: art.
3º).

A função fiscalizadora do TCU é exercida através dos seguintes instrumentos: levantamento,


auditoria, inspeção, acompanhamento e monitoramento.

A abrangência do controle dos Tribunais de Contas vem prevista no parágrafo único do art.
70 da Constituição, o qual estabelece que qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou
privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores
públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de
natureza pecuniária, tem o dever de prestar contas ao TCU.

Isso significa que são submetidas à fiscalização e controle dos Tribunais de Contas todas as
entidades da Administração Direta ou Indireta, fundos constitucionais de investimento ou de
gestão, Entidades Fechadas de Previdência Privada – EFPP, Organizações sociais de interesse
público (OSCIP), Conselhos de regulamentação profissional (CREA, CRM, CRO etc.), Serviços

12. Mecanismos de Controle 20/29


12. Mecanismos de Controle

sociais autônomos (Sebrae, Sesi, Sesc, Senai, Senat etc.), beneficiários de bolsas de estudo e
projetos de pesquisa e beneficiários de renúncias de receitas ou de incentivos fiscais.

Por algum tempo, o Supremo Tribunal Federal entendeu que o TCU não teria competência
para fiscalizar as contas de empresas públicas e as sociedades de economia mista nem
para julgar as contas dos seus administradores (vide MS 23.875 e 23.627). Em 2005, no
entanto, revendo o seu entendimento anterior, a Suprema Corte indeferiu os Mandados de
Segurança 25.092 (impetrado pela Companhia Hidroelétrica do São Francisco – CHESF) e
25.181 (impetrado pelo Banco do Nordeste – BNB), declarando expressamente que os
precedentes dos MS 23.875 e 23.627 deviam ser revistos e reconhecendo a competência do
TCU para a fiscalização das estatais e para o julgamento das contas de seus
administradores, inclusive por meio de tomada de contas especiais. No julgamento conjunto
dos citados mandados de segurança, o relator, Ministro Carlos Velloso, afirmou que “lesão ao
patrimônio de uma sociedade de economia mista atinge, sem dúvida, o capital público e,
portanto, o erário, além de atingir também o capital privado”.

Quanto aos Conselhos de fiscalização e regulamentação profissional (CREA, CRM, CRO etc.), o
entendimento do STF é no sentido de que estes devem se submeter à fiscalização do TCU,
uma vez que constituem autarquias federais, cujas cobranças de contribuição possuem
natureza tributária, na forma do art. 149 da CF (MS 21.797-RJ).

Como de costume, aqui a Ordem dos Advogados do Brasil está em situação sui generis
e não se submete ao regime de fiscalização e controle do TCU. Vejamos o esquema
abaixo:

Natureza Jurídica das Decisões dos Tribunais de Cotas

O Tribunal de Contas da União, diz o art. 73 da Constituição, é integrado por nove Ministros,
tem sede no Distrito Federal, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território
nacional. Ele é vinculado, para efeitos orçamentários e de responsabilidade, ao Poder
Legislativo, possuindo, entretanto, total independência em relação ao Congresso e às suas

12. Mecanismos de Controle 21/29


12. Mecanismos de Controle

Casas. A dúvida surge a respeito de ser efetivamente ou não o Tribunal de Contas um órgão
integrante do Poder Legislativo.

Parte da doutrina entende que se trata de órgão integrante daquele Poder legiferante, embora
dotado de autonomia administrativa, sem, todavia, haver uma subordinação política.

Para Marcus Abraham,

“Entende-se que os Tribunais de Contas não possuem uma função jurisdicional propriamente
dita, uma vez que suas decisões produzem apenas a coisa julgada administrativa, que pode ser
revista pelo Poder Judiciário, o qual detém o monopólio jurisdicional no ordenamento jurídico
brasileiro. A posição majoritária da doutrina e jurisprudência é a de que os julgamentos
proferidos pelos Tribunais de Contas têm caráter administrativo e não jurisdicional.”

A esse respeito, José Afonso da Silva explica não se tratar propriamente de função
jurisdicional, pois os Tribunais de Contas não julgam pessoas, nem dirimem conflitos de
interesses, mas somente emanam um julgamento técnico de contas públicas.

No mesmo sentido, afirma o Ministro Carlos Ayres Britto que os Tribunais de Contas não
exercem a chamada função jurisdicional do Estado.

A função jurisdicional do Estado é exclusiva do Poder Judiciário e é por isso que as Cortes de
Contas:

a) não fazem parte da relação dos órgãos componentes desse Poder (o Judiciário), como se
vê da simples leitura do art. 92 da Lex Legum;

b) também não se integram no rol das instituições que foram categorizadas como
instituições essenciais a tal função (a jurisdicional, a partir do art. 127 do mesmo Código
Político de 1988).

Para Marcus Abraham, no entanto e mais do que em qualquer outro caso, seria possível aludir,
a propósito do Tribunal de Contas, a uma atuação quase jurisdicional.

“Se tal expressão puder merecer algum significado próprio, isso reside na forma processual
dos atos e na estrutura autônoma e independente para produzir a instrução e o julgamento. A
fórmula quase jurisdicional é interessante não para induzir o leitor a imaginar que a atuação do
Tribunal de Contas é idêntica à do Judiciário, mas para destacar como se diferencia do
restante das atividades administrativas e legislativas.”

12. Mecanismos de Controle 22/29


12. Mecanismos de Controle

Nenhum outro órgão integrante do Poder Executivo e do Poder Legislativo recebeu da


Constituição poderes de julgamento equivalentes, inclusive no tocante à relevância e
eficácia, aos assegurados ao Tribunal de Contas.

Este entendimento, aliás, também aparece no teor da Súmula no 6 do STF, que ressalva a
competência revisora do Poder Judiciário sobre as decisões dos Tribunais de Contas.

Por outro lado, a Súmula nº 347 do STF afirma que “O Tribunal de Contas, no exercício de suas
atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público.

Atenção! Segundo o Prof. Márcio André, existe divergência se essa súmula está superada. :
Súmula 347-STF: O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a
constitucionalidade das leis e dos atos do poder público.

Existe divergência se essa súmula está superada:

Manifestaram-se expressamente pela superação da súmula: Ministros Alexandre de Moraes


e Gilmar Mendes.

Manifestaram-se expressamente pela manutenção da súmula: Ministros Roberto Barroso e


Edson Fachin.

A Min. Rosa Weber afirmou que o Tribunal de Constas pode “pelo voto da maioria absoluta
de seus membros, afaste a aplicação concreta de dispositivo legal reputado
inconstitucional, quando em jogo matéria pacificada nesta Suprema Corte”.

Entretanto, cabe ressaltar que compete ao Poder Judiciário apenas verificar os aspectos
formais do julgamento, vale dizer, se foi observado o devido processo legal e se não houve
nenhuma violação de direito individual, vez que o Judiciário não pode adentrar o mérito e
revisar as decisões dos Tribunais de Contas, por exemplo, declarando regulares as contas que
haviam sido julgadas irregulares, ou vice-versa.

Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla


defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que
beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de
aposentadoria, reforma e pensão.

Exercido seu papel, o TCU poderá confirmar a regularidade dos atos e procedimentos
praticados por seus fiscalizados, ou poderá rejeitá-los, emitindo recomendações ou

12. Mecanismos de Controle 23/29


12. Mecanismos de Controle

determinações de correção e providências, sustá-los temporária ou definitivamente, ou,


ainda, adotar medidas cautelares.

Atenção !

De acordo com o MS 35.410/DF de 2021. EMENTA: CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO.


IMPOSSIBILIDADE DE EXERCÍCIO DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE COM
EFEITOS ERGA OMNES E VINCULANTES PELO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. DECISÃO
DE AFASTAMENTO GENÉRICO E DEFINITIVO DA EFICÁCIA DE DISPOSITIVOS LEGAIS
SOBRE PAGAMENTO DE “BÔNUS DE EFICIÊNCIA E PRODUTIVIDADE NA ATIVIDADE
TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA” A INATIVOS E PENSIONISTAS, INSTITUÍDO PELA LEI
13.464/2017. MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO PROCEDENTE. ORDEM CONCEDIDA.
1. O Tribunal de Contas da União, órgão sem função jurisdicional, não pode declarar a
inconstitucionalidade de lei federal com efeitos erga omnes e vinculantes no âmbito de toda a
Administração Pública Federal.

Além disso, poderá também, dentro do seu papel sancionador, aplicar penalidades aos
infratores (Lei Orgânica do TCU, arts. 57 e 58). Assim, quando o responsável for julgado em
débito, poderá ainda o Tribunal aplicar-lhe multa de até cem por cento do valor atualizado do
dano causado ao Erário.

Poderá, também, aplicar multa aos responsáveis por:

Contas julgadas irregulares de que não resulte débito;

Ato praticado com grave infração à norma legal ou regulamentar de natureza contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial;

Ato de gestão ilegítimo ou antieconômico de que resulte injustificado dano ao Erário;

Não atendimento, no prazo fixado, sem causa justificada, a diligência do Relator ou a


decisão do Tribunal; V – obstrução ao livre exercício das inspeções e auditorias
determinadas;

Sonegação de processo, documento ou informação, em inspeções ou auditorias realizadas


pelo Tribunal;

Reincidência no descumprimento de determinação do Tribunal.

As decisões do Tribunal de Contas de que resultem imputação de débito ou multa terão


eficácia de título executivo (CF: § 3º, art. 71), podendo gerar inscrição em dívida ativa, para
posterior cobrança através da respectiva ação de execução fiscal, nos moldes da Lei nº
6.830/1980, a ser proposta pelo ente beneficiário da condenação, vez que os próprios Tribunais
de Contas não dispõem de legitimidade para executar suas próprias decisões condenatórias.

12. Mecanismos de Controle 24/29


12. Mecanismos de Controle

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Questão 2022 |
4000808293

À luz do entendimento dominante dos Tribunais Superiores, aprecie as afirmativas e, ao


final, marque a opção correta:

I - A inscrição de multas impostas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) na dívida ativa
da União é opcional.

II — Inscrita em dívida ativa, a multa pode ser cobrada judicialmente pelo Ministério
Público, seja o que atua junto ao Tribunal de Contas ou não.

III - Quando o TCU aplica multa a gestor estadual ou municipal, o beneficiário é a União
Federal, e não o Estado ou o Município.

A) Apenas as assertivas I e II estão corretas.

B) Apenas as assertivas II c III estão corretas.

C) Apenas as assertivas I e III estão corretas.

D) Apenas a assertiva II está correia.

E) Todas as assertivas estão corretas.

Solução

Gabarito: C) Apenas as assertivas I e III estão corretas.

A alternativa C está correta.

Quanto à assertiva I, ela está correta, já que os termos do artigo 23, III, “b” da Lei n°
8.443/92, o acórdão do Tribunal de Contas da União constitui título executivo
bastante para cobrança judicial da dívida decorrente do débito ou da multa, se não
recolhida no prazo pelo responsável. Desse modo, não há necessidade de inscrição
por Termo de Dívida Ativa para obter-se a respectiva Certidão prevista na Lei de
Execução Fiscal, ensejando ação de cobrança por quantia certa.

A assertiva II está incorreta. De acordo com a Lei 6822/80,

Art. 1º: As decisões do Tribunal de Contas da União condenatórias de responsáveis em


débito para com a Fazenda Pública tornam a dívida líquida e certa e têm força executiva,
cumprindo ao Ministério Público Federal, ou, nos Estados e Municípios, a quem dele as
vezes fizer, ou aos procuradores das entidades da administração indireta, promover a sua

12. Mecanismos de Controle 25/29


12. Mecanismos de Controle

cobrança executiva, independentemente de quaisquer outras formalidades, na forma do


disposto na alínea c do artigo 50 do Decreto-lei nº 199, de 25 de fevereiro de 1967.

Art. 3ºAs multas impostas pelo Tribunal de Contas da União, nos casos previstos no
artigo 53 do Decreto-lei nº 199, de 25 de fevereiro de 1967, após fixadas em decisão
definitiva, serão, também, objeto de cobrança executiva, na forma estabelecida no artigo
1º.

A Assertiva III está correta. Segundo o STJ no AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE


INSTRUMENTO: AgRg no Ag 1286719 RS 2010/0046274-4 A ação de cobrança somente
pode ser proposta pelo ente público beneficiário da condenação imposta pelo Tribunal de
Contas, por intermédio de seus procuradores que atuam junto ao órgão jurisdicional
competente. (...) No entanto, a questão foi revista por esta Turma e passou-se a
considerar que as multas deverão ser revertidas ao Estado ao qual a Corte está
vinculada, mesmo se aplicadas contra gestor municipal. 3. Dessarte, a legitimidade
para ajuizar a ação de cobrança relativa ao crédito originado de multa aplicada a gestor
municipal por Tribunal de Contas é do ente público que mantém a referida Corte - in
casu, o Estado do Rio Grande do Sul -, que atuará por intermédio de sua Procuradoria.

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Questão
2015 |
4000119848

No que se refere à apreciação das contas do presidente da República pelo TCU, assinale
a opção correta.

O relatório que acompanhará o parecer prévio sobre as contas do presidente da


A) República conterá informações acerca do cumprimento dos limites e parâmetros
estabelecidos pela LRF.

O TCU restituirá ao Congresso Nacional as contas do presidente da República


acompanhadas do parecer prévio aprovado pelo Plenário, do relatório apresentado pelo
B) relator e das declarações de voto emitidas pelo presidente do TCU, pelo ministro do
Tribunal Especial junto ao TCU e pelos demais ministros que tenham participado da
elaboração do referido parecer.

O relatório e o parecer prévio sobre as contas do presidente da República serão


C) apresentados pelo relator à Primeira Câmara dentro do prazo de cinquenta dias a contar
do recebimento das contas pelo tribunal.

As contas prestadas pelo presidente da República restringem-se aos balanços gerais da


D) União, acompanhados de suas notas explicativas, na forma preceituada no § 5.º do art.
165 da CF.

12. Mecanismos de Controle 26/29


12. Mecanismos de Controle

O relator, além dos elementos contidos nas contas prestadas, poderá solicitar
E) esclarecimentos adicionais por intermédio de unidade própria; contudo, não pode
impetrar rito fiscalizatório que entenda necessário à elaboração do seu relatório.

Solução

O relatório que acompanhará o parecer prévio sobre as contas do presidente


Gabarito: A) da República conterá informações acerca do cumprimento dos limites e
parâmetros estabelecidos pela LRF.

A alternativa A está correta. De Acordo com o Regimento interno do TCU,

Art. 228, § 2º: O relatório, que acompanhará o parecer prévio, conterá informações sobre:
III - o cumprimento dos limites e parâmetros estabelecidos pela LRF.

A alternativa B está incorreta. De acordo com o Regimento interno do TCU,

Art. 229. O Tribunal restituirá ao Congresso Nacional as Contas do Presidente da


República acompanhadas do parecer prévio aprovado pelo Plenário, do relatório
apresentado pelo relator e das declarações de voto emitidas pelos demais ministros e
ministros-substitutos convocados..

A alternativa C está incorreta. De acordo com o Regimento interno do TCU,

Art. 223. O relatório e o projeto do parecer prévio sobre as Contas do Presidente da


República serão apresentados ao Plenário pelo relator dentro do prazo de cinquenta dias
a contar do recebimento das contas pelo Tribunal.

A alternativa D está incorreta. De acordo com o Regimento interno do TCU,

Art. 221, Parágrafo único. As contas prestadas pelo Presidente da República consistirão
nos balanços gerais da União e no relatório do órgão central do sistema de controle
interno do Poder Executivo sobre a execução dos orçamentos de que trata o § 5º do art.
165 da Constituição Federal.

A alternativa E está incorreta. De acordo com o Regimento interno do TCU,

Art. 224. O relator, além dos elementos contidos nas contas prestadas, poderá solicitar
esclarecimentos adicionais e efetuar, por intermédio de unidade própria, fiscalizações
que entenda necessárias à elaboração do seu relatório.

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Questão 2022 |
4000808294

12. Mecanismos de Controle 27/29


12. Mecanismos de Controle

Acerca do controle pelo Tribunal de Contas, assinale a alternativa correta.

A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e


das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade,
A) economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo
Congresso Nacional, mediante controle interno, e pelo sistema de controle externo de
cada Poder.

O controle interno, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do


Tribunal de Contas da União, ao qual compete, dentre outras atribuições constitucionais,
B)
apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer
prévio que deverá ser elaborado em noventa dias a contar de seu recebimento.

O Tribunal de Contas da União, integrado por onze Ministros, tem sede no Distrito
C)
Federal, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território nacional.

Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados dentre brasileiros que


possuam mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, idoneidade
D) moral e reputação ilibada, notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e
financeiros ou de administração pública e mais de cinco anos de exercício de função ou
de efetiva atividade profissional que exija os conhecimentos ora mencionados.

A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das


entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade,
E) economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo
Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de
cada Poder.

Solução

A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da


União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade,
Gabarito: E) legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de
receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e
pelo sistema de controle interno de cada Poder.

A alternativa A está incorreta. De acordo com a Constituição Federal,

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da


União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade,
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será
exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle
interno de cada Poder.

A alternativa B está incorreta. De acordo com a Constituição Federal,

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12. Mecanismos de Controle

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio
do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:

I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante


parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;

A alternativa C está incorreta. De acordo com a Constituição Federal,

Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem sede no
Distrito Federal, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território nacional,
exercendo, no que couber, as atribuições previstas no art. 96.

A alternativa D está incorreta. De acordo com a Constituição Federal,

Art. 73, § 1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados dentre


brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos:

I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade;

II - idoneidade moral e reputação ilibada;

III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de


administração pública;

IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que


exija os conhecimentos mencionados no inciso anterior.

11.6 Lista de Questões

Referências e links deste capítulo

1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art1

2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art5

3 https://cj.estrategia.com/cadernos-e-simulados/cadernos/b25bc759-8dcb-4da9-9eaf-
761f1a78edbf

12. Mecanismos de Controle 29/29

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