Ta 6
Ta 6
Ta 6
2.1. Aflatoxinas
Identificação: início dos anos 60 no Reino Unido
cerca de 100 mil perus morreram com uma
doença não identificada (Doença X dos perus)
que se caracterizava por uma extensa necrose
hepática.
Causa da doença compostos produzidos pelos
fungos (Aspergillus flavus) que contaminavam os
alimentos dos animais
1
2.1. Aflatoxinas
Aflatoxina M1
Aflatoxina B1
Aflatoxina B2
Aflatoxina G1 Aflatoxina G2
Mestrado em Tecnologia e Segurança Alimentar 39
2.1. Aflatoxinas
2
2.1. Aflatoxina B1
O
O
Metabolismo da AfB1 OH O
O Excretada no leite
O OCH 3
H
CYP1A2 AfM1
O
O
H O
O O
H O
O CYP3A4
H O OCH 3 O OH
AfB1
O
H OCH 3
CYP1A2 CYP3A4 AfQ1
CYP1A2
bioactivação O Destoxificação
O O
O
O H
por conjugação
O
O H O com o glutatião
O
O
O OCH 3
O OCH 3
H Hidroxilação do
H
epóxido Dihidroxi-
exo- 8, 9 -óxido
endo- 8, 9 -óxido AfB1- aductos com
Genotóxico último proteínas
1
3
2.1. Aflatoxina B1 (Grupo 1 IARC)
4
Mestrado em Tecnologia e Segurança Alimentar 46
5
2.3. Ocratoxina A
Fungos: Aspergillus ochraceus, A. mellus, A. carbonarius,
Penicillium viridicatum, P. palitans, P. urticarium, etc.
Alimentos: Cereais e produtos derivados, café, uvas (passas
de uva), vinho e cerveja
Resistência: 80% de redução durante a torrefação do café; 4 a
10% de redução no cozimento das farinhas
Toxicidade: Lesões hepáticas e renais em
animais. Teratogénica em ratos e
galinhas. Aumento da taxa de tumores
hepáticos e renais em ratos.
Possivelmente cancerígena para o homem
Mestrado em Tecnologia e Segurança Alimentar 49
2.2. Ocratoxina A
6
Passas de uvas
Outros frutos secos
Xarope de tâmara
Pistácios
Plantas aromáticas secas
Raízes de gengibre (secas) Raízes de alteia (secas), raízes de dente-de-
leão (secas) e flores de laranjeira (secas)
Sementes de girassol, sementes de abóbora, sementes de
melão/melancia, sementes de cânhamo, sementes de soja
Grãos de cereais não transformados
Produtos de panificação, snacks à base de cereais e cereais para
pequeno- almoço
Bebidas não alcoólicas à base de malte
Café torrado, moído ou em grão
Café solúvel (café instantâneo)
Cacau em pó
Especiarias secas
Vinho, vinho de frutos e sumos de uva
51
Problemas emergentes:
Alterações climáticas
Alterações na produção de alimentos
Micotoxinas modificadas (metabolitos)
Mestrado em Tecnologia e Segurança Alimentar 52
7
2.4. Toxinas botulínicas
Clostridium botulinum:
Bactéria gram-positiva produtora de esporos
Alimentos:
Enlatados
Enchidos
Conservas de vegetais
Tipos de infeção:
Botulismo alimentar
Ingestão da toxina ativa
Botulismo infantil (< 1 ano de idade)
Ingestão ou inalação de esporos
(O botulismo infantil representou cerca de 66%
do total de casos de botulismo registados nos
EUA em 2001)
8
Mestrado em Tecnologia e Segurança Alimentar 54
9
3. Contaminantes ambientais
3 para
7 3 7
6 4 4
6
PCDD PCDF PCB
10
PCB sob a forma de dioxinas (DL-PCB)
9 1 9 1
2 orto meta
8 2 8
3 para
7 3 7
6 4 4
6
PCDD PCDF PCB
11
9 1 9 1
2 orto meta
8 2 8
3 para
7 3 7
6 4
6 4
PCDD PCDF PCB
PCB
Produzidos pelo Homem devido às suas propriedades físico-
químicas (elevada estabilidade química, baixa condutância
elétrica, baixa inflamabilidade elevada resistência térmica) para
utilização em transformadores e condensadores, tintas,
plastificantes, lubrificantes, material à prova de fogo, fluidos
permutadores de calor, fitas isoladoras, etc.
Utilizados em misturas comerciais compostas por diversos
congéneres e frequentemente contaminadas com PCDF
Os PCBD/F e PCB:
12
Contaminação das cadeias alimentares:
Elevada persistência
Elevada dispersão ambiental (dioxinas adsorvidas em argilas e solos
podem ser mobilizadas passados anos)
Existência de PCB em equipamentos e edifícios
Descarte não controlado de materiais contendo PCB
13
TEF para avaliação de risco estabelecidos pela OMS em
2005 e em uso na UE
Congénere TEF Congénere TEF
Dibenzo-p-dioxinas policloradas Bifenilos policlorados sob a forma
de dioxina
2,3,7,8-TCDD 1
1,2,3,7,8-PeCDD 1 PCB não-orto
1,2,3,4,7,8-HxCDD 0,1 PCB 77 0,0001
1,2,3,6,7,8-HxCDD 0,1 PCB 81 0,0003
1,2,3,7,8,9-HxCDD 0,1 PCB 126 0,1
1,2,3,4,6,7,8-HpCDD 0,01 PCB 169 0,03
OCDD 0,0003
Dibenzofuranos policlorados PCB mono-orto
2,3,7,8-TCDF 0,1 PCB 105 0,00003
1,2,3,7,8-PeCDF 0,03 PCB 114 0,00003
2,3,4,7,8-PeCDF 0,3 PCB 118 0,00003
1,2,3,4,7,8-HxCDF 0,1 PCB 123 0,00003
1,2,3,6,7,8-HxCF 0,1 PCB 156 0,00003
1,2,3,7,8,9-HxCDF 0,1 PCB 157 0,00003
2,3,4,6,7,8-HxCDF 0,1 PCB 167 0,00003
1,2,3,4,6,7,8-HpCDF 0,01 PCB 180 0,00003
1,2,3,4,7,8,9-HpCDF 0,01
OCDF 0,0003
T) Tetra; Pe) Penta; Hx) Hexa; Hp) Hepta; O) Octa; CDD) Clorodibenzodioxina;
CDF) Clorodibenzofurano
Mestrado em Tecnologia e Segurança Alimentar 76
Exemplos:
Produto contaminado com 2,3,7,8-TCDF:
TEQ =[2,3,7,8-TCDF] x (TEF do 2,3,4,8-TCDF)
Produto contaminado com OCDD, OCDF e PCB105:
TEQ = ([OCDD] x TEF) + ([OCDF] x TEF) + ([PCB105] x TEF)
14
REGULAMENTO (UE) 2023/915 DA COMISSÃO
de 25 de abril de 2023
15
Alertas na União Europeia
Toxicocinética:
Boa absorção pelo trato gastrointestinal
Congéneres com 6 ou menos átomos de cloro: absorção > 90%;
com mais de 6 átomos de cloro: absorção ~ 75% (em ratos)
Pode haver transferência via placenta
Acumulados principalmente no tecido adiposo e fígado
Congéneres com cloros nas posições 2, 3, 7 e 8 são muito
resistentes à biotransformação (potencial de bioacumulação)
Tempo de semivida da TCDD no Homem adulto – 7 a 11 anos
(Quanto mais gordura maior a persistência)
16
Mecanismo de toxicidade PCDD/F e DL-PCB:
17
Efeito cancerígeno:
Grupo 1: Todos os DL-PCB, a 2,3,7,8-TCDD e o 2,3,4,7,8-PeCDF
18
3.1. PCDD/F e PCB
19
PCDD/F e PCB:
Leite materno de mulheres que vivem em latitudes muito
a Norte com maior nível de contaminação do que o das
mulheres de climas temperados
Níveis mais elevados de contaminação detetados no
urso polar da Noruega (90 ppm)
20
"Guia com 10 Recomendações para
uma alimentação saudável e segura
durante a gravidez“ DGS, 2021
3.2. Pesticidas
3.2.1. Inseticidas organoclorados - DDT
21
Papel fundamental no combate à malária
País Ano Nº de casos
Cuba 1962 3519
1969 3
Jamaica 1954 4417
1969 0
Índia 1935 >100 milhões
1969 285962
Jugoslávia 1937 169545
1969 15
Venezuela 1943 8171115
1958 800
Taiwan 1945 >1 milhão
1969 0
22
3.2.1. DDT
Absorvido pelo GI
Acumulado maioritariamente no tecido adiposo
Potência de toxicidade:
Aumenta com o aumento da afinidade para com a enzima
Mestrado em Tecnologia e Segurança Alimentar 94
23
3.2.2. Organofosforados
Características:
- Elevada toxicidade aguda (casos de envenenamento
em humanos)
- Pouco persistentes no Ambiente
- Solúveis em água
- Sofrem biotransformação podendo ser bioativados
Inseticida LD50 em ratinhos (mg/kg)
Paratião 10-12
Metil-paratião 30
Paraoxão 0,6 – 0,8
DDT 300 -1600
3.2.2. Organofosforados
Toxicidade aguda:
24
3.2. Pesticidas
Limite máximo de Resíduos (LMR):
25
3.3. Contaminantes Emergentes
Fármacos e seus metabolitos, produtos de limpeza e de
higiene pessoal:
Águas residuais
Águas de escorrência de explorações animais
Aquaculturas
Contaminação de bivalves
Contaminação de peixes
Antibacterianos e antifúngicos
Triclosan (507 a 1010 ng/g gordura)
Metiltriclosan (157 ng/g gordura)
Eritromicina (18 ng/g peso seco)
26
Musks
Fragrâncias sintéticas utilizadas em produtos de limpeza e de higiene
pessoal (perfumes, loções para aplicar após o barbear, loções para o
corpo, champôs, etc.)
A ampla utilização destes compostos provocou a sua dispersão pelo
Ambiente e, no início de 1990, foi relatada a sua presença no ar, na
água, nos sedimentos, animais selvagens e em seres humanos
(sangue, leite e tecido adiposo).
Persistentes e lipofílicos
Alguns com potencial de bioacumulação e de desregulação endócrina
27
Retardadores de chama bromados:
Lipofílicos, persistentes:
Bioacumulados e bioamplificados
Alteração na reprodução e no
desenvolvimento neurológico
Perturbação do desenvolvimento
cerebral e do comportamento
Detetados nos alimentos e em tecidos e fluidos humanos
(leite materno)
Utilização proibida ou restringida
Mestrado em Tecnologia e Segurança Alimentar 82
28
Microplásticos
Partículas plásticas com diferentes
formas e com dimensão entre 1 µm e 5
mm
Utilizadas em produtos de limpeza
abrasivos, cosméticos esfoliantes,
pastas dos dentes, etc. (Fonte primária)
Formados pela decomposição dos
plásticos (Fonte secundária)
Ingeridos e acumulados nas cadeias
tróficas marinhas
29
Efeitos adversos dos microplásticos
30
3.4. Substâncias perfluoroalquiladas (PFAS)
Família de produtos químicos persistentes, produzidos
pelo homem para utilização industrial
31
Substâncias perfluoroalquiladas (PFAS)
Efeitos na saúde(PFAS)
32
REGULAMENTO (UE) 2023/915 DA COMISSÃO
de 25 de abril de 2023
relativo aos teores máximos de certos contaminantes presentes nos
géneros alimentícios e que revoga o Regulamento (CE) n.o 1881/2006
Substâncias perfluoroalquiladas
Teor máximo (μg/kg) Observações
PFOS PFOA PFNA PFHxS Soma de PFOS, PFOA, PFNA e PFHxS O teor máximo aplica-se ao peso fresco.
PFOS: ácido perfluoro-octanossulfónico
PFOA: ácido perfluoro-octanoico
PFNA: ácido perfluorononanoico
PFHxS: ácido perfluoro-hexanossulfónico
Para o PFOS, o PFOA, o PFNA, o PFHxS e a sua soma, o teor máximo refere-se à soma dos
estereoisómeros lineares e ramificados, independentemente de serem ou não separados por
cromatografia.
No que diz respeito à soma de PFOS, PFOA, PFNA e PFHxS, os teores máximos dizem
respeito aos limites inferiores de concentração, que são calculados com base no
pressuposto de que todos os valores abaixo do limite de quantificação são zero.
33