Do Campo À Cidade

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Do Campo à Cidade: Colhendo Oportunidades na Era Tecnológica

A relação entre o campo e a cidade tem sido profundamente moldada


pelo avanço tecnológico, gerando novas perspectivas para ambos os
ambientes. A convergência de tecnologias inovadoras tem revolucionado
não apenas a agricultura, mas também as dinâmicas urbanas, criando
oportunidades e desafios que refletem um desenvolvimento
interconectado.
A introdução de tecnologias como sistemas de monitoramento remoto,
drones, inteligência artificial e biotecnologia tem possibilitado uma
agricultura mais eficiente e sustentável. Isso se traduz em maior
produtividade e redução dos impactos ambientais, fatores essenciais para
garantir a viabilidade futura da produção de alimentos (Texto de apoio II).
Esses avanços tecnológicos têm atraído a atenção dos jovens para o
campo, como evidenciado pela pesquisa da Associação Brasileira de
Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA). A presença crescente de jovens
qualificados no setor agrícola não só moderniza as práticas agrícolas, mas
também impulsiona a economia rural, criando um ciclo virtuoso de
desenvolvimento (Texto de apoio I).
Por outro lado, as cidades também se beneficiam dessas inovações.
Recebem alimentos de alta qualidade e diversidade, além de soluções
tecnológicas para questões como segurança alimentar e gestão de
resíduos (Texto de apoio II). Essa interação entre o campo e a cidade,
mediada pela tecnologia, não apenas integra sistemas, mas também abre
caminhos para o desenvolvimento econômico, social e ambiental de
forma sustentável (Texto de apoio III).
Assim, é fundamental incentivar os jovens a conhecerem e se
interessarem pelo trabalho no campo, não apenas como uma
oportunidade de carreira, mas como um engajamento ativo na construção
de um futuro mais equilibrado e próspero para todos. A tecnologia é o fio
condutor dessa jornada, conectando o campo à cidade e colhendo
oportunidades para uma sociedade mais sustentável e resiliente.
Do Campo à Cidade: Colhendo Oportunidades na Era Tecnológica

A interação entre o campo e a cidade é um fenômeno dinâmico que


reflete não apenas a evolução socioeconômica, mas também o
impacto das inovações tecnológicas. A agricultura, impulsionada
pela revolução 4.0, tem se tornado um ambiente atrativo para os
jovens, abrindo portas para novas oportunidades e desafios.

O avanço da tecnologia, como destacado na pesquisa da Associação


Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA), tem
contribuído para a redução da idade média dos produtores, e tem
trazido uma geração mais jovem e qualificada para o campo,
segundo Summit Agro essa taxa caiu 3,1% entre 2013 e 2017, e a
idade média ficou em torno de 46,5 anos. Ferramentas como
internet, inteligência artificial e automação estão revolucionando a
forma como a agricultura é conduzida, tornando-a mais eficiente,
sustentável e atrativa para os nativos digitais.

A inserção desses jovens no campo não apenas moderniza as


práticas agrícolas, mas também fortalece a economia rural e a
produção de alimentos. Além disso, a tecnologia não se limita ao
campo; ela se estende às cidades, proporcionando soluções para
questões como segurança alimentar, gestão de resíduos e
sustentabilidade urbana.

É crucial destacar que essa integração entre campo e cidade,


impulsionada pela tecnologia, não se trata apenas de uma
convergência de sistemas, mas sim de uma oportunidade para
promover o desenvolvimento sustentável. A agricultura 4.0 não
apenas aumenta a produtividade e a eficiência, mas também
contribui para a preservação ambiental, racionalizando o uso de
insumos e reduzindo os impactos negativos.

Portanto, é evidente que a tecnologia está transformando a relação


entre campo e cidade, abrindo novas perspectivas e possibilidades
para os jovens interessados em contribuir para um futuro mais
sustentável e inovador. Essa interação dinâmica entre ambientes
distintos é o alicerce para um desenvolvimento econômico, social e
ambiental equilibrado.

Escreva uma redação do tipo dissertativa-argumentativa sobre o tema “Do campo à


cidade, colhendo oportunidades”. Siga esta proposta: A interrelação entre o campo e a
cidade é um fenômeno intrinsecamente ligado ao desenvolvimento tecnológico, que
tem moldado drasticamente tanto a agricultura quanto os centros urbanos. Nas últimas
décadas, a convergência de avanços tecnológicos têm transformado a maneira como o
campo e a cidade se relacionam, criando novas oportunidades e desafios para ambos
os ambientes. A tecnologia tem permitido uma agricultura mais eficiente e sustentável,
com o uso de sistemas de monitoramento remoto, drones, inteligência artificial e
biotecnologia, que aumentam a produtividade e reduzem os impactos ambientais. Ao
mesmo tempo, as cidades têm se beneficiado dessas inovações, recebendo alimentos
de alta qualidade e diversidade, além de soluções tecnológicas para questões como
segurança alimentar, gestão de resíduos e sustentabilidade urbana. Assim, a interação
entre o campo e a cidade, impulsionada pela tecnologia, representa não apenas uma
integração de sistemas, mas também uma oportunidade para promover o
desenvolvimento econômico, social e ambiental de forma sustentável. Considere a
seguinte situação hipotética: você leu uma matéria muito interessante que trata sobre a
interatividade na jornada de trabalho atual no campo, e, como estudante do Ensino
Médio, gostaria de incentivar jovens de sua escola e comunidade a conhecerem a vida
e o trabalho agrícola. Para isso, você precisa escrever um texto dissertativo-
argumentativo. O tema de seu texto será “Do campo à cidade, colhendo
oportunidades”, com ênfase na tecnologia como atrativo para jovens se interessarem
pelo trabalho no campo. Seu texto será enviado para a escola e toda sua comunidade.
Esta redação deve conter entre 150 e 300 palavras. Faça uma correção complexa de
forma que a avaliação seja feita por critérios utilizados no ENEM para uma redação
nota 1000. Utilize fatos e argumentos citando-os a suas referências. Não faça o uso de
verbos no gerúndio. Utilize como textos motivadores estes: TEXTOS DE APOIO Texto de
apoio I Tecnologia atrai jovens de volta para o campo Maior presença impulsiona o uso
crescente de tecnologia no agronegócio brasileiro Cinco por cento da população rural
brasileira têm menos de 30 anos de idade, de acordo com o Censo Agropecuário
realizado em 2017 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto,
a introdução de tecnologia no agronegócio tem atraído os jovens de novo para o
campo, invertendo uma tendência migratória de cinco décadas. Entre 1960 e 2010, o
êxodo rural esvaziou as áreas agrícolas. Em 50 anos, a população brasileira cresceu de
71 milhões de pessoas para 190 milhões, enquanto a zona rural perdeu 9 milhões de
moradores, passando de 39 milhões para 30 milhões habitantes, o que inverteu a
proporção entre moradores da cidade e do campo. Em 1960, mais da metade da
população brasileira vivia na zona rural, número que foi reduzido para apenas 15% em
2010. Os motivos para migração foram isolamento, falta de renda e assistência médica
no campo, além da dificuldade de acesso a educação, como o ensino superior. Esse
cenário, porém, tem se transformado com a chegada de tecnologias à zona rural, que
traz também uma nova geração altamente qualificada para impulsionar a economia
agrícola. A volta dos jovens para o campo Uma pesquisa realizada pela Associação
Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA) indicou que a idade média dos
produtores brasileiros ficou em torno de 46,5 anos, caindo 3,1% entre 2013 e 2017. O
resultado foi impulsionado pelo aumento da presença de jovens entre 20 anos e 35
anos, que saltou de 15% para 27%. Se um dia a falta de oportunidades de emprego e
de estudo afastou os mais novos da zona rural, a pujança econômica e a utilização de
equipamentos mais sofisticados atraíram mão de obra mais qualificada para as
propriedades rurais. Cidadãos com 30 anos ou menos nasceram após o surgimento da
internet e são candidatos naturais às novas vagas abertas. A chegada desse grupo ao
campo acaba trazendo um ciclo benéfico para a agropecuária. Ao mesmo tempo em
que os jovens modernizam as relações agrícolas e potencializam o uso da agricultura
de precisão, a utilização de novas tecnologias atrai mais pessoas e ajuda a reter a
população no campo. Disponível em: https://summitagro.estadao.com.br/tendencias-e-
tecnologia/tecnologia-atrai-jovens-campo/ Acesso em: 06 de maio de 2024 –
Adaptado para fins escolares. Texto de apoio II Do campo à cidade, colhendo
oportunidades As grandes transformações iniciadas pela indústria 4.0, que também
foram a base da agricultura 4.0, vão se intensificar nos próximos anos por meio do uso
de tecnologias digitais, como internet das coisas, big data, inteligência artificial e outras
práticas digitais, como cooperação, conectividade, mobilidade, tudo com base na
chamada “inovação aberta”, que preconiza a redução da distância entre o lado
acadêmico/teórico e sua aplicação prática. Essas novas tecnologias são muito
promissoras e devem resultar em importante aumento de produtividade, com
consequente crescimento da sustentabilidade, principalmente pela racionalização do
uso de insumos, com destaque para os fertilizantes e agrotóxicos. As imensas
possibilidades de automação tendem a substituir o trabalho humano e devem ser
cuidadosamente gerenciadas, pois, dependendo da forma como essas tecnologias
forem utilizadas, poderão trazer grandes benefícios econômicos associados a graves
problemas sociais. (EC, 2014). [...] Diante da complexidade das relações entre
desenvolvimento, conservação, cidade e campo, torna-se evidente a necessidade de
uma abordagem que transcenda a dicotomia simplista entre esses conceitos. Ao
resgatar a ideia de sustentabilidade como um modelo equilibrado que engloba
aspectos econômicos, sociais, culturais, políticos e ambientais, é possível vislumbrar um
caminho para o desenvolvimento que priorize não apenas o crescimento econômico,
mas também a justiça social e a preservação ambiental. Disponível em:
https://blog.climatefieldview.com.br/agricultura-4-0#:~:text=A%20agricultura
%204.0%20se%20diferencia,se%20manter%20competitivo%20no%20mercado Acesso
em: 06 de maio de 2024 – Adaptado para fins escolares. Texto de apoio III
Desenvolvimento sustentável O filósofo Sartre defendia que cabe ao ser humano
escolher seu modo de viver, pois, esse seria livre e responsável. Entretanto, percebe-se
a irresponsabilidade da sociedade quando a questão é o desenvolvimento sustentável.
É de fundamental importância discutir a problemática sobre a sociedade de consumo e
sua principal consequência que é o desperdício, acarretando fome e pobreza. Convém
lembrar que o consumo é um ato natural dos seres humanos. No entanto, a sociedade
de consumo é moldada para que as pessoas percam a consciência e adquiram o tempo
todo, coisas que não precisam. Contudo, a indústria se sustenta dessa necessidade,
encurtando o período de vida útil de seus produtos, para que as pessoas consumam
mais e os preços aumentem, levando assim a expansão da produção de lixo, danos
ambientais, desperdício e pobreza. Na média mundial, segundo estimativa da
Organização das Nações Unidas para a Alimentação e agricultura (FAO) um terço dos
alimentos se perde. Segundo dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa) o planeta produz o suficiente para alimentar 12 bilhões de pessoas, mas
quase 900 milhões vivem na insegurança alimentar. Todavia, se metade do que é
perdido deixasse de ser, o mundo teria o dobro de alimentos e os preços cairiam.
Tornando a fome apenas uma lembrança desumana de um passado menos consciente.
Em virtude dos fatos apresentados, é imprescindível que providências a nível global
sejam tomadas quanto antes. Tais medidas poderiam ser políticas públicas que
incentivem o consumo consciente, leis que cobrem das grandes empresas quanto às
áreas devastadas por eles e os obriguem a restaurá-las. Conclui-se que, enquanto o
desenvolvimento sustentável não for prioridade global, o mundo permanecerá tendo
prazo de validade. Disponível em:
https://projetoredacaonota1000.com.br/desenvolvimento-sustentavel-t52106.html
Acesso em: 06 de maio de 2024 – Adaptado para fins escolares. Texto de apoio IV
AGRINHO: DO CAMPO À CIDADE, COLHENDO OPORTUNIDADES. Patrícia Lupion
Torres¹ Cleverson V. Andreoli² Neste texto pretende-se estimular o debate complexo,
mostrando a interdependência entre relações frequentemente apresentadas como
antagônicas. Dessa forma, resgatando-se, por exemplo, a complementaridade dos
conceitos de sustentabilidade e atividade produtiva, a ideia de integração dos
conceitos de conservação e produção e a superação da visão completamente
equivocada que coloca a cidade e o meio rural em campos opostos. Conhecer e aceitar
o diferente é a base fundamental para a construção dos consensos tão necessários em
nossa sociedade. Não há diálogo possível quando partimos do princípio da certeza de
nossas posições em um panorama de dissociação que separa o campo da cidade, o
desenvolvimento da conservação, o produtor rural e o ecologista como antípodas,
como representações antagônicas. É preciso, antes de tudo, resgatar a
complementaridade entre os conceitos artificiais e reducionistas que ignoram as inter-
relações e a complementaridade das diferenças, como um continuum humano e social.
As relações entre a cidade e o campo, entre o desenvolvimento e a conservação, entre
produtores rurais e ambientalistas devem ter uma nova leitura, que estimule a reflexão
sobre a complementaridade e a interdependência existente entre os conceitos
estereotipados. O falso antagonismo é determinado por uma visão simplificada e
maniqueísta, com definições parciais que enfatizam a diferença e a parcialidade. O que
precisamos estimular é o pensamento complexo, que aprofunde a interdependência
dos extremos, uma visão dialética. Esclarecemos que ‘desenvolvimento sustentável’ é
aqui entendido como um modelo econômico, político, social, cultural e ambiental
equilibrado, que capacidade de reprodução que garanta a satisfação das necessidades
das gerações futuras. Essa concepção é embasada em um tripé que inclui processos
ecologicamente prudentes, socialmente justos e economicamente viáveis. O conceito
abrange, para Sachs (2000), sete aspectos ou dimensões principais da sustentabilidade:
Sustentabilidade social – compreende melhoria da qualidade de vida da população,
equidade na distribuição de renda e diminuição das diferenças sociais, com
participação e organização popular; Sustentabilidade econômica – diz respeito à
regularização do fluxo de investimentos públicos e privados, compatibilidade entre
padrões de produção e consumo, equilíbrio de balanço de pagamento, acesso à ciência
e tecnologia; Sustentabilidade ecológica – significa que o uso dos recursos naturais
deve minimizar danos aos sistemas de sustentação da vida por meio da redução dos
resíduos tóxicos e da poluição; da reciclagem de materiais e energia; da conservação;
de tecnologias limpas e de maior eficiência; de regras para uma adequada proteção
ambiental; Sustentabilidade cultural – implica respeito aos diferentes valores entre os
povos e incentivo a processos de mudança que acolham as especificidades locais;
Sustentabilidade espacial – abrange o equilíbrio entre o rural e o urbano, o equilíbrio
de migrações, a desconcentração das metrópoles, a adoção de práticas agrícolas mais
inteligentes e não agressivas à saúde e ao ambiente, o manejo sustentado das florestas
e a industrialização descentralizada; Sustentabilidade ambiental – trata da conservação
geográfica, do equilíbrio de ecossistemas, da erradicação de pobreza e exclusão, do
respeito aos direitos humanos e da integração social. Abarca todas as dimensões
anteriores por meio de processos complexos. A discussão sobre o desenvolvimento
sustentável esbarra, contudo, nas chamadas restrições biofísicas ao crescimento, pois
um sistema aberto não pode existir para sempre, dado que o ambiente é finito.
Segundo Georgescu-Roegen (1977), mesmo a ideia de manutenção do padrão de vida
alcançado pelos países ricos não pode ser mantida indefinidamente. Daly (1993)
sugeriu a condição estacionária, entendida como um estado em que a utilização de
recursos da natureza serviria apenas para manter o capital e a população constantes,
como estratégia para prolongar a permanência da espécie humana. No conceito de
sustentabilidade, a condição é que seja sempre garantido às gerações seguintes o
somatório de três tipos de capital, considerados intercambiáveis: o capital
propriamente dito, o natural/ecológico e o humano/social. (VEIGA, 2009). Esse conceito
corrobora com a proposta original de Sachs (2000), o qual sugeria que o
desenvolvimento sustentável somente poderia ser definido se fossem observados três
requisitos fundamentais: economicamente viável, ecologicamente prudente e
socialmente justo. Nesse caso, o requisito social engloba as dimensões cultural e
política, e o requisito ambiental engloba as dimensões ecológica e espacial. Veiga
conclui esse debate afirmando que não se deve entender a sustentabilidade como
conceito, mas como um valor que reaproxima a economia da ética e a sociedade da
natureza. Nesse contexto, a sustentabilidade pode ser entendida como a ‘capacidade
do meio ambiente de suprir cada recurso natural e absorver os produtos finais
descartados’. Assim, a antiga noção de capacidade de suporte do ambiente deu lugar à
compreensão da relação entre a biocapacidade do território e as pressões a que são
submetidos seus ecossistemas, pelo aumento do consumo de energia e matéria pelas
sociedades humanas e pelas decorrentes poluições. Segundo Veiga (2009) o
desenvolvimento pode se manter, mesmo que a economia não cresça indefinidamente.
A simples adjetivação do desenvolvimento como ‘sustentável’ pode atrasar a transição
para uma economia estacionária. Em recente relatório elaborado pela United Nations
Environment Programme – UNEP (2019) foi demonstrado que há uma forte influência
da qualidade ambiental planetária na saúde e no bem- -estar da população humana.
Embora o Produto Interno Bruto (PIB) planetário tenha alcançado o valor de 75 trilhões
de dólares em 2017, cerca de 70% da população humana ainda vivia na pobreza.
Segundo Costanza et al. (2014), a influência ambiental na vida humana pode ser
dimensionada pelas perdas econômicas decorrentes da redução de serviços
ecossistêmicos estimado, entre 4 a 20 trilhões de dólares no período de 1995 a 2011. A
humanidade se encontra frente ao desafio de oferecer qualidade de vida à população
sem desestabilizar os processos planetários críticos. Segundo O’Neill et al. (2018),
usando indicadores para mensurar um sistema de vida ‘justo e seguro’, os autores
concluíram que nenhum dos 150 países estudados foi capaz de atender às
necessidades básicas de suas populações mantendo um padrão sustentável de
recursos. Os autores afirmam que os recursos planetários seriam suficientes para
atender às necessidades básicas da população, como nutrição, saneamento, energia
elétrica e eliminação da pobreza extrema, contudo, para alcançar os altos padrões de
consumo seria necessária uma oferta de recursos duas a seis vezes acima dos padrões
sustentáveis. Entre os principais desafios da agricultura está a oferta de alimentos a
uma população de 9,6 bilhões de pessoas em 2050, cerca de dois bilhões a mais do
que a atual. Considerando ainda que essa é uma exigência ética da humanidade, além
de ofertar alimentos para esse novo contingente é imprescindível também incluir as
821 milhões de pessoas que atualmente sofrem com a fome. Para responder a esse
desafio é necessária a adoção de práticas mais eficientes, produtivas, sustentáveis,
inclusivas e transparentes em sistemas de produção mais resilientes. (FAO, 2018). Como
a agricultura é o principal agente das transformações ambientais e ao mesmo tempo o
setor mais afetado, ela é considerada a chave para o atingimento dos objetivos globais.
No estudo coordenado por Rockstron et al. (2016) foi apresentado o conceito de
‘intensificação sustentável da agricultura’, que integra objetivos independentes, mas
relacionados de atender às necessidades básicas da população e contribuir para o
aumento da resiliência e sustentabilidade do sistema planetário. Segundo a
Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura – FAO (2019), a
inovação tecnológica, especialmente as tecnologias disruptivas da chamada quarta
revolução industrial, e principalmente a disponibilização dessas ferramentas aos
diferentes modelos agrícolas, especialmente aos pequenos produtores, que têm mais
dificuldade no acesso à inovação, é uma questão que obrigatoriamente faz parte da
solução requerida. Para isso é necessário garantir o acesso aos diferentes modelos de
agricultura – principalmente aos pequenos produtores rurais, às tecnologias digitais, de
informação, à inteligência artificial, à bio e à nano tecnologia, enfim, ao arsenal criado
pelo meio científico para o aumento da produtividade e da sustentabilidade. Para isso é
imprescindível capacitar os pequenos produtores para o uso das tecnologias
disruptivas sob pena de se ampliar o abismo entre os atuais modelos agrícolas, que
pode aumentar os graves problemas sociais hoje existentes. As grandes transformações
iniciadas pela indústria 4.0, que também foram a base da agricultura 4.0, vão se
intensificar nos próximos anos por meio do uso de tecnologias digitais, como internet
das coisas, big data, inteligência artificial e outras práticas digitais, como cooperação,
conectividade, mobilidade, tudo com base na chamada ‘inovação aberta’, que
preconiza a redução da distância entre o lado acadêmico/teórico e sua aplicação
prática. Essas novas tecnologias são muito promissoras e devem resultar em
importante aumento de produtividade, com consequente crescimento da
sustentabilidade, principalmente pela racionalização do uso de insumos, com destaque
para os fertilizantes e agrotóxicos. As imensas possibilidades de automação tendem a
substituir o trabalho humano e devem ser cuidadosamente gerenciadas, pois
dependendo da forma como essas tecnologias forem utilizadas elas poderão trazer
grandes benefícios econômicos, associados a graves problemas sociais. (EC, 2014).
Morin (2000) encontra no significado da palavra latina complexus elementos para
desenvolver a noção de complexidade. Para o autor, “Complexus significa o que foi
tecido junto; de fato, há complexidade quando os elementos diferentes são
inseparáveis constitutivos do todo (como o econômico, o político, o sociológico, o
psicológico, o afetivo, o mitológico)”. (2000, p. 38). Diante da complexidade das
relações entre desenvolvimento, conservação, cidade e campo, torna-se evidente a
necessidade de uma abordagem que transcenda a dicotomia simplista entre esses
conceitos. Ao resgatar a ideia de sustentabilidade como um modelo equilibrado que
engloba aspectos econômicos, sociais, culturais, políticos e ambientais, é possível
vislumbrar um caminho para o desenvolvimento que priorize não apenas o crescimento
econômico, mas também a justiça social e a preservação ambiental. A abordagem
proposta aqui ressalta a necessidade de uma visão transdisciplinar, que reconheça as
múltiplas dimensões da sustentabilidade e promova uma integração mais harmoniosa
entre diferentes setores da sociedade. Nesse sentido, é fundamental superar os
estereótipos e preconceitos que muitas vezes alimentam conflitos colocando a cidade e
o meio rural em campos opostos. Ao invés disso, é preciso promover uma
compreensão mais ampla e inclusiva das complexas interconexões que caracterizam
nossos sistemas sociais, econômicos, políticos, culturais e ambientais. ¹Pedagoga
(PUCPR), Mestre em Educação (PUCPR), Doutora em Engenharia de Produção-Midia e
Conhecimento (UFSC). ²Engenheiro Agrônomo (UFPR), Mestre em Agronomia (UFPR),
Doutor em Meio Ambiente e Desenvolvimento (UFPR). BIBLIOGRAFIA COSTANZA, R. et
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