L13848-Agências Reguladoras
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Presidência da República
Secretaria-Geral
Subchefia para Assuntos Jurídicos
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o Esta Lei dispõe sobre a gestão, a organização, o processo decisório e o controle social das agências
reguladoras, altera a Lei nº 9.427, de 26 de dezembro de 1996, a Lei nº 9.472, de 16 de julho de 1997, a Lei nº 9.478,
de 6 de agosto de 1997, a Lei nº 9.782, de 26 de janeiro de 1999, a Lei nº 9.961, de 28 de janeiro de 2000, a Lei nº
9.984, de 17 de julho de 2000, a Lei nº 9.986, de 18 de julho de 2000, a Lei nº 10.233, de 5 de junho de 2001, a
Medida Provisória nº 2.228-1, de 6 de setembro de 2001, a Lei nº 11.182, de 27 de setembro de 2005, e a Lei nº
10.180, de 6 de fevereiro de 2001.
Art. 2º Consideram-se agências reguladoras, para os fins desta Lei e para os fins da Lei nº 9.986, de 18 de julho
de 2000:
Parágrafo único. Ressalvado o que dispuser a legislação específica, aplica-se o disposto nesta Lei às autarquias
especiais caracterizadas, nos termos desta Lei, como agências reguladoras e criadas a partir de sua vigência.
Art. 3º A natureza especial conferida à agência reguladora é caracterizada pela ausência de tutela ou de
subordinação hierárquica, pela autonomia funcional, decisória, administrativa e financeira e pela investidura a termo
de seus dirigentes e estabilidade durante os mandatos, bem como pelas demais disposições constantes desta Lei ou
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§ 1º Cada agência reguladora, bem como eventuais fundos a ela vinculados, deverá corresponder a um órgão
setorial dos Sistemas de Planejamento e de Orçamento Federal, de Administração Financeira Federal, de Pessoal
Civil da Administração Federal, de Organização e Inovação Institucional, de Administração dos Recursos de
Tecnologia da Informação e de Serviços Gerais.
b) provimento dos cargos autorizados em lei para seu quadro de pessoal, observada a disponibilidade
orçamentária;
III - celebrar contratos administrativos e prorrogar contratos em vigor relativos a atividades de custeio,
independentemente do valor.
§ 3º As agências reguladoras devem adotar práticas de gestão de riscos e de controle interno e elaborar e
divulgar programa de integridade, com o objetivo de promover a adoção de medidas e ações institucionais destinadas
à prevenção, à detecção, à punição e à remediação de fraudes e atos de corrupção.
CAPÍTULO I
Art. 4º A agência reguladora deverá observar, em suas atividades, a devida adequação entre meios e fins,
vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquela necessária ao atendimento do
interesse público.
Art. 5º A agência reguladora deverá indicar os pressupostos de fato e de direito que determinarem suas
decisões, inclusive a respeito da edição ou não de atos normativos.
Art. 6º A adoção e as propostas de alteração de atos normativos de interesse geral dos agentes econômicos,
consumidores ou usuários dos serviços prestados serão, nos termos de regulamento, precedidas da realização de
Análise de Impacto Regulatório (AIR), que conterá informações e dados sobre os possíveis efeitos do ato
normativo. (Regulamento)
§ 1º Regulamento disporá sobre o conteúdo e a metodologia da AIR, sobre os quesitos mínimos a serem objeto
de exame, bem como sobre os casos em que será obrigatória sua realização e aqueles em que poderá ser
dispensada.
§ 2º O regimento interno de cada agência disporá sobre a operacionalização da AIR em seu âmbito.
§ 4º A manifestação de que trata o § 3º integrará, juntamente com o relatório de AIR, a documentação a ser
disponibilizada aos interessados para a realização de consulta ou de audiência pública, caso o conselho diretor ou a
diretoria colegiada decida pela continuidade do procedimento administrativo.
§ 5º Nos casos em que não for realizada a AIR, deverá ser disponibilizada, no mínimo, nota técnica ou
documento equivalente que tenha fundamentado a proposta de decisão.
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Art. 7º O processo de decisão da agência reguladora referente a regulação terá caráter colegiado.
§ 1º O conselho diretor ou a diretoria colegiada da agência reguladora deliberará por maioria absoluta dos votos
de seus membros, entre eles o diretor-presidente, o diretor-geral ou o presidente, conforme definido no regimento
interno.
§ 2º É facultado à agência reguladora adotar processo de delegação interna de decisão, sendo assegurado ao
conselho diretor ou à diretoria colegiada o direito de reexame das decisões delegadas.
Art. 8º As reuniões deliberativas do conselho diretor ou da diretoria colegiada da agência reguladora serão
públicas e gravadas em meio eletrônico.
§ 1º A pauta de reunião deliberativa deverá ser divulgada no sítio da agência na internet com antecedência
mínima de 3 (três) dias úteis.
§ 2º Somente poderá ser deliberada matéria que conste da pauta de reunião divulgada na forma do § 1º.
§ 3º A gravação de cada reunião deliberativa deve ser disponibilizada aos interessados na sede da agência e no
respectivo sítio na internet em até 15 (quinze) dias úteis após o encerramento da reunião.
§ 4º A ata de cada reunião deliberativa deve ser disponibilizada aos interessados na sede da agência e no
respectivo sítio na internet em até 5 (cinco) dias úteis após sua aprovação.
§ 5º Não se aplica o disposto nos §§ 1º e 2º deste artigo às matérias urgentes e relevantes, a critério do
presidente, diretor-presidente ou diretor-geral, cuja deliberação não possa submeter-se aos prazos neles
estabelecidos.
§ 6º Não se aplica o disposto neste artigo às deliberações do conselho diretor ou da diretoria colegiada que
envolvam:
§ 7º A agência reguladora deverá adequar suas reuniões deliberativas às disposições deste artigo, no prazo de
até 1 (um) ano a contar da entrada em vigor desta Lei, e definir o procedimento em regimento interno.
Art. 9º Serão objeto de consulta pública, previamente à tomada de decisão pelo conselho diretor ou pela diretoria
colegiada, as minutas e as propostas de alteração de atos normativos de interesse geral dos agentes econômicos,
consumidores ou usuários dos serviços prestados.
§ 1º A consulta pública é o instrumento de apoio à tomada de decisão por meio do qual a sociedade é
consultada previamente, por meio do envio de críticas, sugestões e contribuições por quaisquer interessados, sobre
proposta de norma regulatória aplicável ao setor de atuação da agência reguladora.
§ 3º A agência reguladora deverá disponibilizar, na sede e no respectivo sítio na internet, quando do início da
consulta pública, o relatório de AIR, os estudos, os dados e o material técnico usados como fundamento para as
propostas submetidas a consulta pública, ressalvados aqueles de caráter sigiloso.
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§ 6º A agência reguladora deverá estabelecer, em regimento interno, os procedimentos a serem observados nas
consultas públicas.
§ 7º Compete ao órgão responsável no Ministério da Economia opinar, quando considerar pertinente, sobre os
impactos regulatórios de minutas e propostas de alteração de atos normativos de interesse geral dos agentes
econômicos, consumidores ou usuários dos serviços prestados submetidas a consulta pública pela agência
reguladora.
Art. 10. A agência reguladora, por decisão colegiada, poderá convocar audiência pública para formação de juízo
e tomada de decisão sobre matéria considerada relevante.
§ 1º A audiência pública é o instrumento de apoio à tomada de decisão por meio do qual é facultada a
manifestação oral por quaisquer interessados em sessão pública previamente destinada a debater matéria relevante.
§ 2º A abertura do período de audiência pública será precedida de despacho ou aviso de abertura publicado no
Diário Oficial da União e em outros meios de comunicação com antecedência mínima de 5 (cinco) dias úteis.
§ 3º A agência reguladora deverá disponibilizar, em local específico e no respectivo sítio na internet, com
antecedência mínima de 5 (cinco) dias úteis do início do período de audiência pública, os seguintes documentos:
I - para as propostas de ato normativo submetidas a audiência pública, o relatório de AIR, os estudos, os dados
e o material técnico que as tenha fundamentado, ressalvados aqueles de caráter sigiloso;
II - para outras propostas submetidas a audiência pública, a nota técnica ou o documento equivalente que as
tenha fundamentado.
§ 4º A agência reguladora deverá estabelecer, em regimento interno, os procedimentos a serem observados nas
audiências públicas, aplicando-se o § 5º do art. 9º às contribuições recebidas.
Art. 11. A agência reguladora poderá estabelecer, em regimento interno, outros meios de participação de
interessados em suas decisões, diretamente ou por meio de organizações e associações legalmente reconhecidas,
aplicando-se o § 5º do art. 9º às contribuições recebidas.
Art. 12. Os relatórios da audiência pública e de outros meios de participação de interessados nas decisões a que
se referem os arts. 10 e 11 deverão ser disponibilizados na sede da agência e no respectivo sítio na internet em até 30
(trinta) dias úteis após o seu encerramento.
Parágrafo único. Em casos de grande complexidade, o prazo de que trata o caput poderá ser prorrogado por
igual período, justificadamente, uma única vez.
Art. 13. A agência reguladora deverá decidir as matérias submetidas a sua apreciação nos prazos fixados na
legislação e, em caso de omissão, nos prazos estabelecidos em seu regimento interno.
CAPÍTULO II
Seção I
Art. 14. O controle externo das agências reguladoras será exercido pelo Congresso Nacional, com auxílio do
Tribunal de Contas da União.
Art. 15. A agência reguladora deverá elaborar relatório anual circunstanciado de suas atividades, no qual
destacará o cumprimento da política do setor, definida pelos Poderes Legislativo e Executivo, e o cumprimento dos
seguintes planos:
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I - aperfeiçoar o acompanhamento das ações da agência reguladora, inclusive de sua gestão, promovendo
maior transparência e controle social;
III - promover o aumento da eficiência e da qualidade dos serviços da agência reguladora de forma a melhorar o
seu desempenho, bem como incrementar a satisfação dos interesses da sociedade, com foco nos resultados;
§ 2º O relatório anual de atividades de que trata o caput deverá conter sumário executivo e será elaborado em
consonância com o relatório de gestão integrante da prestação de contas da agência reguladora, nos termos do art. 9º
da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, devendo ser encaminhado pela agência reguladora, por escrito, no prazo de
até 90 (noventa) dias após a abertura da sessão legislativa do Congresso Nacional, ao ministro de Estado da pasta a
que estiver vinculada, ao Senado Federal, à Câmara dos Deputados e ao Tribunal de Contas da União, e
disponibilizado aos interessados na sede da agência e no respectivo sítio na internet.
§ 3º (VETADO).
Art. 16. A agência reguladora deverá implementar, em cada exercício, plano de comunicação voltado à
divulgação, com caráter informativo e educativo, de suas atividades e dos direitos dos usuários perante a agência
reguladora e as empresas que compõem o setor regulado.
Seção II
Art. 17. A agência reguladora deverá elaborar, para cada período quadrienal, plano estratégico que conterá os
objetivos, as metas e os resultados estratégicos esperados das ações da agência reguladora relativos a sua gestão e
a suas competências regulatórias, fiscalizatórias e normativas, bem como a indicação dos fatores externos alheios ao
controle da agência que poderão afetar significativamente o cumprimento do plano.
§ 1º O plano estratégico será compatível com o disposto no Plano Plurianual (PPA) em vigência e será revisto,
periodicamente, com vistas a sua permanente adequação.
§ 2º A agência reguladora, no prazo máximo de 10 (dez) dias úteis, contado da aprovação do plano estratégico
pelo conselho diretor ou pela diretoria colegiada, disponibilizá-lo-á no respectivo sítio na internet.
Art. 18. O plano de gestão anual, alinhado às diretrizes estabelecidas no plano estratégico, será o instrumento
anual do planejamento consolidado da agência reguladora e contemplará ações, resultados e metas relacionados aos
processos finalísticos e de gestão.
§ 1º A agenda regulatória, prevista no art. 21 desta Lei, integrará o plano de gestão anual para o respectivo ano.
§ 2º O plano de gestão anual será aprovado pelo conselho diretor ou pela diretoria colegiada da agência
reguladora com antecedência mínima de 10 (dez) dias úteis do início de seu período de vigência e poderá ser revisto
periodicamente, com vistas a sua adequação.
§ 3º A agência reguladora, no prazo máximo de 20 (vinte) dias úteis, contado da aprovação do plano de gestão
anual pelo conselho diretor ou pela diretoria colegiada, dará ciência de seu conteúdo ao Senado Federal, à Câmara
dos Deputados e ao Tribunal de Contas da União, bem como disponibilizá-lo-á na sede da agência e no respectivo
sítio na internet.
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Parágrafo único. As metas de desempenho administrativo e operacional referidas no inciso I do caput incluirão,
obrigatoriamente, as ações relacionadas a:
III - promoção da cooperação com os órgãos de defesa da concorrência e com os órgãos de defesa do
consumidor e de defesa do meio ambiente, quando couber.
Art. 20. O regimento interno de cada agência reguladora disporá sobre as condições para a revisão e sobre a
sistemática de acompanhamento e avaliação do plano de gestão anual.
Art. 21. A agência reguladora implementará, no respectivo âmbito de atuação, a agenda regulatória, instrumento
de planejamento da atividade normativa que conterá o conjunto dos temas prioritários a serem regulamentados pela
agência durante sua vigência.
§ 1º A agenda regulatória deverá ser alinhada com os objetivos do plano estratégico e integrará o plano de
gestão anual.
§ 2º A agenda regulatória será aprovada pelo conselho diretor ou pela diretoria colegiada e será disponibilizada
na sede da agência e no respectivo sítio na internet.
Seção III
Da Ouvidoria
Art. 22. Haverá, em cada agência reguladora, 1 (um) ouvidor, que atuará sem subordinação hierárquica e
exercerá suas atribuições sem acumulação com outras funções.
I - zelar pela qualidade e pela tempestividade dos serviços prestados pela agência;
II - acompanhar o processo interno de apuração de denúncias e reclamações dos interessados contra a atuação
da agência;
§ 3º O ouvidor deverá manter em sigilo as informações que tenham caráter reservado ou confidencial.
§ 4º Os relatórios do ouvidor deverão ser encaminhados ao conselho diretor ou à diretoria colegiada da agência
reguladora, que poderá se manifestar no prazo de 20 (vinte) dias úteis.
§ 5º Os relatórios do ouvidor não terão caráter impositivo, cabendo ao conselho diretor ou à diretoria colegiada
deliberar, em última instância, a respeito dos temas relacionados ao setor de atuação da agência reguladora.
§ 6º Transcorrido o prazo para manifestação do conselho diretor ou da diretoria colegiada, o ouvidor deverá
encaminhar o relatório e, se houver, a respectiva manifestação ao titular do ministério a que a agência estiver
vinculada, à Câmara dos Deputados, ao Senado Federal e ao Tribunal de Contas da União, bem como divulgá-los no
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Art. 23. O ouvidor será escolhido pelo Presidente da República e por ele nomeado, após prévia aprovação do
Senado Federal, nos termos da alínea “f” do inciso III do art. 52 da Constituição Federal, devendo não se enquadrar
nas hipóteses de inelegibilidade previstas no inciso I do caput do art. 1º da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de
1990, e ter notório conhecimento em administração pública ou em regulação de setores econômicos, ou no campo
específico de atuação da agência reguladora.
§ 1º O ouvidor terá mandato de 3 (três) anos, vedada a recondução, no curso do qual somente perderá o cargo
em caso de renúncia, condenação judicial transitada em julgado ou condenação em processo administrativo
disciplinar.
§ 2º É vedado ao ouvidor ter participação, direta ou indireta, em empresa sob regulação da respectiva agência
reguladora.
§ 3º O processo administrativo contra o ouvidor somente poderá ser instaurado pelo titular do ministério ao qual
a agência está vinculada, por iniciativa de seu ministro ou do Ministro de Estado da Controladoria-Geral da União, em
decorrência de representação promovida pelo conselho diretor ou pela diretoria colegiada da respectiva agência.
§ 4º Ocorrendo vacância no cargo de ouvidor no curso do mandato, este será completado por sucessor investido
na forma prevista no caput, que exercerá o cargo pelo prazo remanescente, admitida a recondução se tal prazo for
igual ou inferior a 2 (dois) anos.
Art. 24. O ouvidor contará com estrutura administrativa compatível com suas atribuições e com espaço em canal
de comunicação e divulgação institucional da agência.
CAPÍTULO III
Art. 25. Com vistas à promoção da concorrência e à eficácia na implementação da legislação de defesa da
concorrência nos mercados regulados, as agências reguladoras e os órgãos de defesa da concorrência devem atuar
em estreita cooperação, privilegiando a troca de experiências.
Art. 26. No exercício de suas atribuições, incumbe às agências reguladoras monitorar e acompanhar as práticas
de mercado dos agentes dos setores regulados, de forma a auxiliar os órgãos de defesa da concorrência na
observância do cumprimento da legislação de defesa da concorrência, nos termos da Lei nº 12.529, de 30 de
novembro de 2011 (Lei de Defesa da Concorrência).
Art. 27. Quando a agência reguladora, no exercício de suas atribuições, tomar conhecimento de fato que possa
configurar infração à ordem econômica, deverá comunicá-lo imediatamente aos órgãos de defesa da concorrência
para que esses adotem as providências cabíveis.
Art. 28. Sem prejuízo de suas competências legais, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade)
notificará a agência reguladora do teor da decisão sobre condutas potencialmente anticompetitivas cometidas no
exercício das atividades reguladas, bem como das decisões relativas a atos de concentração julgados por aquele
órgão, no prazo máximo de 48 (quarenta e oito) horas após a publicação do respectivo acórdão, para que sejam
adotadas as providências legais.
CAPÍTULO IV
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Art. 29. No exercício de suas competências definidas em lei, duas ou mais agências reguladoras poderão editar
atos normativos conjuntos dispondo sobre matéria cuja disciplina envolva agentes econômicos sujeitos a mais de uma
regulação setorial.
§ 1º Os atos normativos conjuntos deverão ser aprovados pelo conselho diretor ou pela diretoria colegiada de
cada agência reguladora envolvida, por procedimento idêntico ao de aprovação de ato normativo isolado, observando-
se em cada agência as normas aplicáveis ao exercício da competência normativa previstas no respectivo regimento
interno.
§ 2º Os atos normativos conjuntos deverão conter regras sobre a fiscalização de sua execução e prever
mecanismos de solução de controvérsias decorrentes de sua aplicação, podendo admitir solução mediante mediação,
nos termos da Lei nº 13.140, de 26 de junho de 2015 (Lei da Mediação), ou mediante arbitragem por comissão
integrada, entre outros, por representantes de todas as agências reguladoras envolvidas.
Art. 30. As agências reguladoras poderão constituir comitês para o intercâmbio de experiências e informações
entre si ou com os órgãos integrantes do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC), visando a
estabelecer orientações e procedimentos comuns para o exercício da regulação nas respectivas áreas e setores e a
permitir a consulta recíproca quando da edição de normas que impliquem mudanças nas condições dos setores
regulados.
CAPÍTULO V
Art. 31. No exercício de suas atribuições, e em articulação com o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor
(SNDC) e com o órgão de defesa do consumidor do Ministério da Justiça e Segurança Pública, incumbe às agências
reguladoras zelar pelo cumprimento da legislação de defesa do consumidor, monitorando e acompanhando as práticas
de mercado dos agentes do setor regulado.
§ 1º As agências reguladoras poderão articular-se com os órgãos e as entidades integrantes do SNDC, visando
à eficácia da proteção e defesa do consumidor e do usuário de serviço público no âmbito das respectivas esferas de
atuação.
§ 2º As agências reguladoras poderão firmar convênios e acordos de cooperação com os órgãos e as entidades
integrantes do SNDC para colaboração mútua, sendo vedada a delegação de competências que tenham sido a elas
atribuídas por lei específica de proteção e defesa do consumidor no âmbito do setor regulado.
Art. 32. Para o cumprimento do disposto nesta Lei, as agências reguladoras são autorizadas a celebrar, com
força de título executivo extrajudicial, termo de ajustamento de conduta com pessoas físicas ou jurídicas sujeitas a sua
competência regulatória, aplicando-se os requisitos do art. 4º-A da Lei nº 9.469, de 10 de julho de 1997.
§ 2º A agência reguladora deverá ser comunicada quando da celebração do termo de ajustamento de conduta a
que se refere o § 6º do art. 5º da Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985, caso o termo tenha por objeto matéria de
natureza regulatória de sua competência.
Art. 33. As agências reguladoras poderão articular-se com os órgãos de defesa do meio ambiente mediante a
celebração de convênios e acordos de cooperação, visando ao intercâmbio de informações, à padronização de
exigências e procedimentos, à celeridade na emissão de licenças ambientais e à maior eficiência nos processos de
fiscalização.
CAPÍTULO VI
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Art. 34. As agências reguladoras de que trata esta Lei poderão promover a articulação de suas atividades com
as de agências reguladoras ou órgãos de regulação dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nas
respectivas áreas de competência, implementando, a seu critério e mediante acordo de cooperação, a
descentralização de suas atividades fiscalizatórias, sancionatórias e arbitrais, exceto quanto a atividades do Sistema
Único de Saúde (SUS), que observarão o disposto em legislação própria.
§ 2º A descentralização de que trata o caput será instituída desde que a agência reguladora ou o órgão de
regulação da unidade federativa interessada possua serviços técnicos e administrativos competentes devidamente
organizados e aparelhados para a execução das respectivas atividades, conforme condições estabelecidas em
regimento interno da agência reguladora federal.
§ 3º A execução, por agência reguladora ou órgão de regulação estadual, distrital ou municipal, das atividades
delegadas será permanentemente acompanhada e avaliada pela agência reguladora federal, nos termos do respectivo
acordo.
§ 7º Havendo delegação de competência, a agência reguladora delegante permanecerá como instância superior
e recursal das decisões tomadas no exercício da competência delegada.
Art. 35. No caso da descentralização prevista no caput do art. 34, parte da receita arrecadada pela agência
reguladora federal poderá ser repassada à agência reguladora ou ao órgão de regulação estadual, distrital ou
municipal, para custeio de seus serviços, na forma do respectivo acordo de cooperação.
Parágrafo único. O repasse referido no caput deste artigo deverá ser compatível com os custos da agência
reguladora ou do órgão de regulação local para realizar as atividades delegadas.
CAPÍTULO VII
Art. 36. A Lei nº 9.427, de 26 de dezembro de 1996, passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 4º ..........................................................
............................................................” (NR)
Art. 37. A Lei nº 9.472, de 16 de julho de 1997, passa a vigorar com as seguintes alterações:
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..........................................................
...........................................................” (NR)
“Art. 20. O Conselho Diretor será composto por Presidente e 4 (quatro) conselheiros e
decidirá por maioria absoluta.
“Art. 23. Os membros do Conselho Diretor serão brasileiros e terão reputação ilibada,
formação universitária e elevado conceito no campo de sua especialidade, devendo ser
indicados pelo Presidente da República e por ele nomeados, após aprovação pelo Senado
Federal, nos termos da alínea “f” do inciso III do art. 52 da Constituição Federal, observado
o disposto na Lei nº 9.986, de 18 de julho de 2000.” (NR)
“Art. 24. O mandato dos membros do Conselho Diretor será de 5 (cinco) anos, vedada a
recondução, nos termos da Lei nº 9.986, de 18 de julho de 2000.
...........................................................” (NR)
“Art. 29. Caberá aos membros do Conselho Diretor a direção dos órgãos administrativos da
Agência.” (NR)
...........................................................” (NR)
Art. 38. O art. 11 da Lei nº 9.478, de 6 de agosto de 1997, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 11. A ANP será dirigida por Diretoria Colegiada composta de 1 (um) Diretor-Geral e 4
(quatro) Diretores.
Art. 39. A Lei nº 9.782, de 26 de janeiro de 1999, passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 10. A gerência e a administração da Agência serão exercidas por Diretoria Colegiada
composta de 5 (cinco) membros, sendo um deles o seu Diretor-Presidente, vedada a
recondução, nos termos da Lei nº 9.986, de 18 de julho de 2000.
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..........................................................
§ 1º A Diretoria reunir-se-á com a presença de, pelo menos, 3 (três) Diretores, entre eles o
Diretor-Presidente ou seu substituto legal, e deliberará por maioria absoluta.
..........................................................” (NR)
Art. 40. A Lei nº 9.961, de 28 de janeiro de 2000, passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 6º A gestão da ANS será exercida por Diretoria Colegiada composta de 5 (cinco)
Diretores, sendo um deles o seu Diretor-Presidente.
...........................................................
§ 1º A Diretoria Colegiada reunir-se-á com a presença de, pelo menos, 3 (três) diretores,
entre eles o Diretor-Presidente ou seu substituto legal, e deliberará com, no mínimo, 3 (três)
votos coincidentes.
..........................................................” (NR)
Art. 41. A Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000, passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 9º A ANA será dirigida por Diretoria Colegiada composta de 5 (cinco) membros,
nomeados pelo Presidente da República, com mandatos não coincidentes de 5 (cinco)
anos, vedada a recondução, sendo um deles o Diretor-Presidente, e terá em sua estrutura
uma Procuradoria, uma Ouvidoria e uma Auditoria, observado o disposto na Lei nº 9.986,
de 18 de julho de 2000.
§ 2º (Revogado).” (NR)
..........................................................
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substituto legal.
...........................................................” (NR)
Art. 42. A Lei nº 9.986, de 18 de julho de 2000, passa a vigorar com as seguintes alterações:
§ 2º Os mandatos que não forem providos no mesmo ano em que ocorrer sua vacância
terão a duração reduzida, a fim de viabilizar a observância à regra de não coincidência de
que trata o § 1º deste artigo.
II - ter formação acadêmica compatível com o cargo para o qual foi indicado.
§ 1º (VETADO).
§ 2º (VETADO).
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§ 3º (VETADO).
§ 4º (VETADO).
§ 6º (VETADO).
...........................................................” (NR)
...........................................................” (NR)
II - de pessoa que tenha atuado, nos últimos 36 (trinta e seis) meses, como participante de
estrutura decisória de partido político ou em trabalho vinculado a organização, estruturação
e realização de campanha eleitoral;
IV - de pessoa que tenha participação, direta ou indireta, em empresa ou entidade que atue
no setor sujeito à regulação exercida pela agência reguladora em que atuaria, ou que tenha
matéria ou ato submetido à apreciação dessa agência reguladora;
VI - (VETADO);
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respectiva agência.
Parágrafo único. A vedação prevista no inciso I do caput estende-se também aos parentes
consanguíneos ou afins até o terceiro grau das pessoas nele mencionadas.”
IV - emitir parecer sobre matéria de sua especialização, ainda que em tese, ou atuar como
consultor de qualquer tipo de empresa;
VII - estar em situação de conflito de interesse, nos termos da Lei nº 12.813, de 16 de maio
de 2013.”
I - em caso de renúncia;
III - por infringência de quaisquer das vedações previstas no art. 8º-B desta Lei.
“Art. 10. Durante o período de vacância que anteceder a nomeação de novo titular do
Conselho Diretor ou da Diretoria Colegiada, exercerá o cargo vago um integrante da lista
de substituição.
§ 1º A lista de substituição será formada por 3 (três) servidores da agência, ocupantes dos
cargos de Superintendente, Gerente-Geral ou equivalente hierárquico, escolhidos e
designados pelo Presidente da República entre os indicados pelo Conselho Diretor ou pela
Diretoria Colegiada, observada a ordem de precedência constante do ato de designação
para o exercício da substituição.
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§ 7º O mesmo substituto não exercerá interinamente o cargo por mais de 180 (cento e
oitenta) dias contínuos, devendo ser convocado outro substituto, na ordem da lista, caso a
vacância ou o impedimento do membro do Conselho Diretor ou da Diretoria Colegiada se
estenda além desse prazo.” (NR)
Art. 43. A Lei nº 10.233, de 5 de junho de 2001, passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 52. A ANTT e a Antaq terão como órgãos de deliberação máxima as Diretorias
Colegiadas e terão em suas estruturas organizacionais uma Procuradoria, uma Ouvidoria e
uma Corregedoria.” (NR)
“Art. 53. A Diretoria Colegiada da ANTT será composta de 1 (um) Diretor-Geral e 4 (quatro)
Diretores, e a Diretoria Colegiada da Antaq será composta de 1 (um) Diretor-Geral e 2
(dois) Diretores.
“Art. 54. Os membros das Diretorias Colegiadas cumprirão mandatos de 5 (cinco) anos,
não coincidentes, vedada a recondução, observado o disposto na Lei nº 9.986, de 18 de
julho de 2000.
............................................................” (NR)
...........................................................” (NR)
“Art. 63. O Ouvidor será nomeado pelo Presidente da República para mandato de 3 (três)
anos, vedada a recondução.
“Art. 67. As decisões das Diretorias Colegiadas serão tomadas pelo voto da maioria
absoluta de seus membros, cabendo aos respectivos Diretores-Gerais o voto de qualidade,
e serão registradas em atas.
Parágrafo único. As datas, as pautas e as atas das reuniões das Diretorias Colegiadas,
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assim como os documentos que as instruem, deverão ser objeto de ampla publicidade,
inclusive por meio da internet, conforme regulamento.” (NR)
...........................................................” (NR)
Art. 44. A Medida Provisória nº 2.228-1, de 6 de setembro de 2001, passa a vigorar com as seguintes
alterações:
“Art. 8º A Ancine será dirigida por Diretoria Colegiada composta de 1 (um) Diretor-
Presidente e 3 (três) Diretores, com mandatos não coincidentes de 5 (cinco) anos, vedada
a recondução, nos termos da Lei nº 9.986, de 18 de julho de 2000.
§ 5º (Revogado).” (NR)
“Art. 9º ...........................................................
..........................................................
Parágrafo único. A Diretoria Colegiada reunir-se-á com a presença de, pelo menos, 3 (três)
diretores, entre eles o Diretor-Presidente, e deliberará por maioria absoluta de votos.” (NR)
..........................................................
...........................................................” (NR)
Art. 45. A Lei nº 11.182, de 27 de setembro de 2005, passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 9º A Anac terá como órgão de deliberação máxima a Diretoria Colegiada e terá em
sua estrutura uma Procuradoria, uma Corregedoria, um Conselho Consultivo e uma
Ouvidoria, além das unidades especializadas.” (NR)
..........................................................
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“Art. 13. O mandato dos membros da Diretoria Colegiada será de 5 (cinco) anos, vedada a
recondução, nos termos da Lei nº 9.986, de 18 de julho de 2000.
..........................................................” (NR)
Art. 47. Até que sejam organizadas as ouvidorias na Aneel, na ANP e na ANA, as competências do ouvidor
poderão ser exercidas, cumulativamente, por um dos membros do conselho diretor ou da diretoria colegiada, definido
em ato do presidente, diretor-presidente ou diretor-geral da agência reguladora.
Parágrafo único. As ouvidorias referidas no caput deverão ser organizadas em até 120 (cento e vinte) dias após
a entrada em vigor desta Lei.
Art. 48. A apreciação pelos órgãos de defesa da concorrência dos atos de que trata o § 1º do art. 7º da Lei nº
9.472, de 16 de julho de 1997, observará o disposto nos arts. 25 a 28 desta Lei.
Art. 49. Ficam mantidos os prazos de encerramento dos mandatos de diretores, conselheiros, presidentes,
diretores-gerais e diretores-presidentes de agências reguladoras nomeados anteriormente à entrada em vigor desta
Lei.
Art. 50. Tendo em vista o cumprimento da regra da não coincidência de mandatos, disposta no art. 4º da Lei nº
9.986, de 18 de julho de 2000, os mandatos dos membros do conselho diretor ou da diretoria colegiada nomeados a
partir da entrada em vigor desta Lei terão, como regra de transição, as durações fixadas de acordo com as hipóteses a
seguir:
I - encerramento de 5 (cinco) mandatos em um mesmo ano: os prazos dos mandatos subsequentes, contados
do primeiro mandato que se encerra, serão, respectivamente, de 2 (dois), 3 (três), 4 (quatro), 5 (cinco) e 6 (seis) anos,
permitida uma única recondução do membro com mandato de 2 (dois) anos para exercer mandato de 5 (cinco) anos;
II - encerramento de 4 (quatro) mandatos em um mesmo ano: os prazos dos mandatos subsequentes, contados
do primeiro mandato que se encerra, serão, respectivamente, de 2 (dois), 3 (três), 4 (quatro) e 5 (cinco) anos,
permitida uma única recondução do membro com mandato de 2 (dois) anos para exercer mandato de 5 (cinco) anos;
III - encerramento de 3 (três) mandatos em um mesmo ano: os prazos dos mandatos subsequentes, contados
do primeiro mandato que se encerra, serão, respectivamente, de 2 (dois), 3 (três) e 4 (quatro) anos, permitida uma
única recondução do membro com mandato de 2 (dois) anos para exercer mandato de 5 (cinco) anos;
IV - encerramento de 2 (dois) mandatos em um mesmo ano: os prazos dos mandatos subsequentes serão de 5
(cinco) anos.
Art. 51. O disposto no art. 3º e, no que couber, nos arts. 14 a 20 desta Lei aplica-se ao Cade.
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L13848 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/l13848.htm
II - os incisos XXVI e XXIX do art. 19 e os arts. 27, 42 e 45 da Lei nº 9.472, de 16 de julho de 1997;
VI - o art. 7º, o parágrafo único do art. 9º e o parágrafo único do art. 11 da Lei nº 9.986, de 18 de julho de 2000;
Art. 53. Esta Lei entra em vigor após decorridos 90 (noventa) dias de sua publicação oficial.
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