TCC - Ensaios Metalográficos e Mecânicos para Caracterização de Estruturas em Aço Astm A-36
TCC - Ensaios Metalográficos e Mecânicos para Caracterização de Estruturas em Aço Astm A-36
TCC - Ensaios Metalográficos e Mecânicos para Caracterização de Estruturas em Aço Astm A-36
SALVADOR - BA
2023
JORGE DE ARAUJO SOUZA
LEONARDO BEZERRA MORAIS
PEDRO HENRIQUE NASCIMENTO DO VALE
SALVADOR - BA
2023
AGRADECIMENTOS
AgradecemosprimeiramenteaDeus,cujaorientaçãodivinanosiluminouocaminhoe
sustentou nossos espíritos nesta trajetória acadêmica. Expressamos nossa sincera gratidão a
todas as pessoas e entidades que desempenharam umpapelfundamentalnaconclusãodeste
trabalho, ao Departamento Acadêmico de Tecnologia Mecânica pela colaboração essencial.
Singularmente ao Prof° Doutor Moacir Bispo Ramos, nosso dedicado orientador.
Somos profundamente gratos por sua orientação eapoioconstantesaolongodesteprocesso
bemcomopelacolaboraçãovaliosaqueproporcionouumabasesólidaparaestetrabalho.Aos
professores doutores Raimundo Jorge Santos Paranhos e Valdir José Garcia, queremos
agradecerpelasvaliosascontribuiçõeseorientaçõesqueenriqueceramodesenvolvimentodas
nossas atividades, sempre com muito desvelo e solicitude.
Não podemos deixar de mencionar a equipe técnica do campus atribuída ao nosso
trabalho,compostaporClóvisJoséM.Cerqueira,EveraldoMatos,YuriM.CamposeCarina
Soares do Nascimento,seuempenho,prestatividadeedisposiçãoforamfundamentaisparao
sucesso deste projeto. Por fim, manifestamos nossa gratidão aos estagiários Arthur N. G.
DaltroeMariaClaraCaldasJ.Oliveirapelasuadedicação,zeloeentusiasmoemnosauxiliar.
A todos, nossos sinceros agradecimentos por tornarem esta jornada possível e significativa.
Pedro Henrique Nascimento do Vale: agradeço primeiramente minha querida mãe,
LucineideC.doValeeaomeuamadopai,MeirissonN.doVale,porseuamorincondicional
e apoio constante, que foram alicerces fundamentais para minha realização.Suasbênçãose
orientações moldaram quem sou e tornaram possível aconclusãodestetrabalho.Remerceio
minhaprimaCarlaAlmeidaporserminhareferênciadecondutaemcadaaspectodesuavida,
sua integridade, generosidade e maviosidade são fontes constantes de inspiração.
Jorge de Araujo Souza: agradeço ao meu pai, Bartolomeu A. Souzaeàminhamãe,
RitadeC.deAraújo,porambosmeapoiaremnosmomentosárduos.Gratulomeuscolegasde
curso: Samuel Lopes, José G. Souza,LuísCorreiaeEnzoReispeloapoiomoraleestímulo
durante todo este processo. Por fim, gostaria de agradecer à minha equipe e em especial à
Pedro H. do Vale, por ter sido a vanguarda elementar para a conclusão deste trabalho.
Leonardo Bezerra Morais: em primeiro lugar, agradeço aos meus pais, Eraldo A.
MoraiseMariadaC.B.Morais,pelozeloconstanteatodosmeuspassos,provendoosuporte
necessário para meu desenvolvimento acadêmico. Ainda, agradeço aos meus colegas de
equipe pela colaboração ímpar e pela dedicação exclusiva na condução deste trabalho.
RESUMO
A presente atividade de conclusão de curso se propõe a explorar de maneira
aprofundada a caracterização das estruturas metálicas, em aço ASTM A-36, através da
aplicação conjunta de ensaios metalográficos e mecânicos. Este estudo oferece uma
contribuiçãosubstancialparaacompreensãodaestruturaedaspropriedadesmecânicasdesse
material, fundamental para diversas aplicações na engenharia e indústrias.
Os ensaios metalográficos desempenham um papel essencial ao revelar a
microestrutura do aço sob diferentes condições de processamento térmico e mecânico. A
análisemicroscópicaproporcionainsightsvaliosossobreacomposição,distribuiçãodefases,
tamanhodegrãoseinclusões,elementoscruciaisqueinfluenciamaspropriedadesmecânicas
e a durabilidade do aço.
Paralelamente, os ensaios mecânicos, como tração, dureza e dobramento, fornecem
uma compreensão abrangente do comportamento mecânico do aço ASTM A-36. Esses
ensaios possibilitam a avaliação de propriedades como limite de elasticidade, resistência à
tração,tenacidade,ductilidadeentreoutras.Aintegraçãodasinformaçõesobtidasapartirdos
ensaios metalográficos e mecânicos permite uma caracterização completa da estrutura e do
desempenho do aço.
A pesquisa conduzida neste trabalho não apenas descreve os métodos empregados,
mas também ressalta a importância da correlação entre os resultados dos ensaios
metalográficos e mecânicos. Essa abordagem interdisciplinar é fundamental para otimizara
seleção e ousoeficientedoaçoASTMA-36emaplicaçõesespecíficas,levandoaummaior
desempenho e segurança em projetos de engenharia.
Emsuma,acombinaçãodeensaiosmetalográficosemecânicossetornaessencialpara
a caracterização abrangente de estruturas em aço ASTM A-36, fornecendo um arcabouço
sólido para a seleção e o projeto de componentes e estruturas que utilizam esse material
versátil e amplamente empregado na indústria.
This course completion activity aims to explore in depth the characterization of
metallic structures, inASTMA-36steel,throughthejointapplicationofmetallographicand
mechanical tests. This study offers a substantial contribution to the understanding of the
structure and mechanical properties of this material,fundamentalforvariousapplicationsin
engineering and industry.
Metallographic testing plays an essential role inrevealingthemicrostructureofsteel
underdifferentthermalandmechanicalprocessingconditions.Microscopicanalysisprovides
valuable insights into the composition, phase distribution, grain size and inclusions, crucial
elements that influence the mechanical properties and durability of steel.
In parallel, mechanical tests such as tensile, hardness and bending provide a
comprehensive understanding of the mechanical behavior of ASTM A-36 steel. Thesetests
make it possible to evaluate properties such as elasticity limit, tensile strength, toughness,
ductility, among others. The integration of information obtained from metallographic and
mechanical tests allows a complete characterization of the structureandperformanceofthe
steel.
The research conducted in this work not only describes the methods used, but also
highlights the importance of the correlation between the results of metallographic and
mechanical tests. This interdisciplinary approach is critical to optimizing the selection and
efficientuseofASTMA-36steelinspecificapplications,leadingtogreaterperformanceand
safety in engineering projects.
Inshort,thecombinationofmetallographicandmechanicaltestsbecomesessentialfor
the comprehensive characterization of ASTM A-36 steel structures, providing a solid
framework for the selection and design of components and structures that usethisversatile
material widely used in industry.
igura2.1–Exemplificaçõesgeraisdemateriaismetálicos................................................10
F
Figura2.2–Esquematizaçãovisualdaperlitaedaferritaemumamicrografia.............12
Figura2.3–Corposdeprovaposterioraotratamentotérmicoapósruptura..................15
Figura2.4–DiagramaTensão-DeformaçãodoaçoASTMA-36.......................................16
Figura2.5–DiagramaTensão-Deformaçãodeumaço(escaladeformada).....................16
Figura2.6–Seçãotransversaldacantoneirasimplesedupla............................................26
Figura2.7–Tiposusuaisdeperfisparavigas......................................................................28
Figura2.8–EstruturametálicanotetodoginásioblocoR, IFBA,campusSalvador....33
Figura2.9–EstruturametálicanoestacionamentoblocoN,IFBA,campusSalvador...34
Figura2.10-Gráficotípicodetensãoxdeformaçãodeumensaiodetração...................37
Figura2.11 -Máquinauniversaldeensaio:Modelodecolunaúnicaecolunadupla.....38
Figura2.12-Tensãoedeformaçãodistribuídasemumelementodechapa.....................42
Figura2.13-Ensaiodedobramentoguiado.........................................................................43
Figura2.14-Variáveisdedobramento.................................................................................44
Figura2.15-EsquemadarealizaçãodoensaioBrinell.......................................................47
Figura2.16-MáquinadeensaioRockwellcommostradordigital....................................48
Figura2.17-Quadrocomparativodediferentesescalasdedureza...................................49
Figura2.18-MicroscópioÓptico–ModeloUnion..............................................................54
Figura2.19-ExemplodeMicroestruturaem3D................................................................55
Figura2.20-Macrografiailustrandooaspectodeumasoldadefilete..............................58
Figura3.1-Vigaseperfisdecantoneirasapósoxicorte......................................................59
Figura 3.2 - Chapas seccionadas na serra alternada para fabricação dos corpos de prova
detraçãoedobramento..........................................................................................................60
Figura 3.3 - Chapas pré cortadas para corte a laser de macrografia e serra alternada de
micrografia...............................................................................................................................60
Figura3.4-Serraalternadahorizontal................................................................................61
Figura3.5-FresadoraCNCROMID600............................................................................62
Figura3.6-Fresandocorpodeprovadedobramentonafresadoraconvencional...........63
Figura3.7-Diferenteslixasparapreparaçãodeamostras.................................................64
Figura3.8-Lixadeiraepolitrizparaacabamentodeamostras.........................................65
Figura 3.9 - Microscopio de Varredura Óptica (MEV) da marca Tescan e modelo VEGA
3LMU......................................................................................................................................65
Figura3.10-ProjetodecorpodeprovaparaensaiodetraçãoviaCAD..........................66
Figura3.11-CorpodeprovageradanosoftwareCADem3D..........................................67
Figura 3.12 - Corpo de prova fixado em garras para execução do ensaio de tração em
uma máquina universal de ensaios de modelo de coluna dupla, modelo EMIC DL -
30000N......................................................................................................................................68
Figura3.13-ProjetocorpodedobramentoviaCAD...........................................................69
igura 3.14 - Equipamento para ensaio de dobramento de 3 pontas e corpo de prova
F
anexadoemumamáquinauniversaldeensaiosdemodelodecolunadupla....................69
Figura 3.15 - Durômetro digital para Rockwell B da marca Mitutoyo e modelo
Durotwin-DPlusDT-20Dcomcorpodeprovanomomentodoensaio..............................70
Figura4.1-Relatóriodoensaiodetraçãodocorpodeprova1.........................................71
Figura 4.2 - Medição do comprimento útil do corpo de prova 1 após ensaio.
Medida=41,70mm..................................................................................................................72
Figura4.3-Relatóriodoensaiodetraçãodocorpodeprova2.Medida=41,2...............72
Figura4.4-Mediçãodocomprimentoútildocorpodeprova2apósensaio....................73
Figura4.5-Gráficocomparativododesempenhodosdoiscorposdeprova....................73
Figura 4.6 - Fotografia comparativa dos corpos de prova após os ensaios
Nota:opadrãodecoresfazreferênciaàFig.4.5.................................................................74
Figura4.7-Seçõesdocorpodeprovadedobramento1(a,b)e2(c,d)..............................74
Figuras 4.8 - dureza medida no polo superior (a), inferior (b), no centro da cantoneira
(c)eapósensaio(d).................................................................................................................75
Figura 4.9 - Macrografia para verificação da não existência de solda na cantoneira com
nital10%..................................................................................................................................76
Figura4.10-Macrografiaparaverificaçãodesoldanavigacomnitala10%.................76
Figura 4.11 - Micrografia ampliada em 100x para verificar inclusões na cantoneira com
nitala10%...............................................................................................................................77
Figura 4.12 - Micrografia para verificar microestrutura na cantoneira ampliada em 100x
e200xrespectivamente,comnitala2%...............................................................................77
Figura 4.13 - Micrografia para verificar microestrutura na cantoneira ampliada em 400x
comnitala2%.........................................................................................................................78
Figura 4.14 - Micrografia para verificar microestrutura na viga ampliada em 100x com
nitala2%.................................................................................................................................78
Figura 4.15 - Micrografia para verificar microestrutura na viga ampliada em 200x com
nitala2%.................................................................................................................................79
Figura 4.16 - Micrografia para verificar microestrutura na viga ampliada em 400x com
nitala2%.................................................................................................................................80
Figura 4.17 - Micrografia no MEV para verificar microestrutura na viga ampliada em
900xcomnitala2%................................................................................................................81
Figura 4.18 - Micrografia no MEV para verificar lamelas na microestrutura da viga.
Ampliadaem2.00kxcomnitala2%....................................................................................82
LISTA DE TABELAS
abela2.1–ComposiçãoquímicaepropriedadesmecânicasdoaçoASTMA-36...........10
T
Tabela2.2–Constantesfísicasdosaçosestruturais............................................................17
Tabela2.3–Etapasdotratamentotérmico..........................................................................22
Tabela2.4– Similaridadeentrenormasdeaçosestruturaisparaaconstruçãocivil......23
Tabela2.5–Especificaçõesdevigas......................................................................................32
Tabela2.6-Vigasdeseçãotransversaluniforme.................................................................44
Tabela2.7-Valoresaproximadosparaconversãoentredurezaseresistênciaàtração...50
Tabela2.8-Tamanhodogrãoaustenítico............................................................................52
Tabela2.9-Avaliaçãodaquantidadedeinclusõesdeaço,definiçãodegraudepureza..53
Tabela2.10-Principaisataquesquímicosparaligasferrosas............................................57
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
C - Carbono
Cl - Cloro
Cu - Cobre
Mn - Manganês
N - Newton
O - Oxigênio
Pa - Pascal
P - Fósforo
S - Enxofre
Si - Silício
1INTRODUÇÃO......................................................................................................................8
1.1Justificativa....................................................................................................................9
2REVISÃOBIBLIOGRÁFICA..............................................................................................9
2.1AçoASTMA-36...........................................................................................................9
2.2MicroestruturadoaçoASTMA-36..........................................................................11
2.3Técnicasdemicrografia..............................................................................................12
2.4CaracterizaçãodoaçoASTMA-36...........................................................................14
2.5NormasePadrões........................................................................................................18
2.6AplicaçõesPráticas......................................................................................................23
2.7ObtençãodeCantoneiras...........................................................................................25
2.8ObtençãodeVigas.......................................................................................................27
2.9Projetodeestruturasmetálicas..................................................................................29
2.10EnsaiosMecânicos.....................................................................................................35
2.10.1Ensaiodetração...............................................................................................35
2.10.2Ensaiodedobramento.....................................................................................41
2.10.3Ensaiodedureza..............................................................................................45
2.11EnsaiosMetalográficos.............................................................................................50
2.11.1Micrografia.......................................................................................................50
2.11.2Macrografia......................................................................................................56
3.MATERIAIS,EQUIPAMENTOSEMÉTODOS............................................................59
3.1Materiais......................................................................................................................59
3.2Serraalternada............................................................................................................60
3.3FresadoraCNCeConvencional.................................................................................61
3.4Metalografia,Macrografia,MicrografiaePreparaçãodeAmostras.....................63
3.5EnsaiosdeTraçãoSubsizeSpecimen........................................................................66
3.6Ensaiodedobramento-normaadaptada.................................................................68
3.7EnsaiodeDurezaRockwellB....................................................................................69
4.RESULTADOS....................................................................................................................71
4.1Ensaiosmecânicos.......................................................................................................71
4.1.1Ensaiodetração.................................................................................................71
4.1.2Ensaiodedobramento.......................................................................................74
4.1.3Ensaiodedureza................................................................................................75
4.2Ensaiosmetalográficos................................................................................................76
4.2.2Macrografia........................................................................................................76
4.2.3Micrografia.........................................................................................................77
5.DISCUSSÃODOSRESULTADOS...................................................................................82
5.1Ensaiosmecânicos.......................................................................................................82
.1.1Ensaiodetração.................................................................................................82
5
5.1.2Ensaiodedobramento.......................................................................................83
5.1.3Ensaiodedureza................................................................................................84
5.2EnsaiosMetalográficos...............................................................................................84
5.2.1Macrografias.......................................................................................................84
5.2.2Micrografias........................................................................................................85
6.CONCLUSÃO.....................................................................................................................87
7.TRABALHOSCOMPLEMENTARES.............................................................................88
8.REFERÊNCIASBIBLIOGRÁFICAS..............................................................................89
8
1 INTRODUÇÃO
Oaçoéumdosmateriaismaisversáteiseamplamenteutilizadosnaindústria,devidoà
sua excelente combinação de resistência mecânica, durabilidade e facilidade de
processamento. Dentre as diversas ligas disponíveis, o aço ASTM A-36 tem se destacado
como uma escolha popular em aplicações estruturais, construção civil e fabricação de
maquinários. Sua elevada resistência e ductilidade o tornam ideal para suportar cargas
estáticas e dinâmicas, sendo amplamente empregado em vigas, cantoneiras e perfis estruturais.
No entanto, para garantir o desempenho e a confiabilidade dessas estruturas, é
fundamental compreender a microestrutura do aço ASTM A-36,umavezqueelainfluencia
diretamente suas propriedades mecânicas e comportamento em serviço. Nesse contexto, os
ensaios metalográficos e mecânicos surgem como técnicas cruciais para a caracterização
detalhada desse material.
A presente atividade de conclusão de curso (ACC) tem como objetivo explorar a
relevância dos ensaios supracitados para a caracterização do aço ASTM A-36 em
componentes estruturais, com foco na investigação da sua microestrutura,tamanhodegrão,
fasespresentes,composiçãoquímicaeoutrascaracterísticasqueinfluenciamseudesempenho
mecânico.Atravésdaanálisemetalográfica,serápossívelobterinformaçõesdetalhadassobre
adistribuiçãoeamorfologiadosconstituintespresentesnoaçoASTMA-36,permitindouma
melhor compreensão de sua estrutura cristalina e propriedades.
Serãoabordadas,aolongodesteestudo,astécnicaseprocedimentosdepreparaçãode
amostras para micrografia, com o intuito de garantir a obtenção de resultados precisos e
representativos da microestrutura do material, além de ensaios atrelados à tração, dureza e
dobramento. Além disso, será realizada uma revisão bibliográficasobreestudospréviosque
utilizaram estas técnicas para caracterizar o aço ASTM A-36, analisando os principais
resultados encontrados e suas implicações práticas.
A compreensão da microestrutura do aço ASTM A-36 através principalmente da
metalografiaassociadaaosensaiosmecânicospermitiráaseleçãomaisadequadadomaterial
em diferentes aplicações estruturais, bem como a identificação de possíveis imperfeições,
inclusões ou defeitosquepossamimpactarsuaperformance.Dessaforma,esteestudobusca
contribuir para o aprimoramento da qualidade e segurança em projetos e construções que
utilizem cantoneiras, vigas e perfis de aço ASTM A-36, promovendo avançosnocampoda
engenharia de materiais e da indústria da construção civil.
9
1.1 Justificativa
Este trabalho é justificado pela importância de aprofundar os conhecimentos
adquiridos acerca da caracterização do aço ASTM A-36 em estruturas através de ensaios
metalográficos e mecânicos. As pesquisas acadêmicas nessa área são fundamentais para
aprimorarastécnicasdeanáliseeinterpretaçãodeimagensmicroscópicas,bemcomoparaa
compreensão das relações entre as características microestruturais e as propriedades
mecânicasdesteaço.Além disso,contribuiparaoavançodoconhecimentocientíficonaárea
demateriaismetálicosefortaleceaformaçãodeprofissionaiscapacitadosparaatuarnasmais
diversas indústrias.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O aço ASTM A-36 é uma liga de aço carbono com teores de carbono variando de
0,25% a 0,29% em peso, além de conterpequenasquantidadesdeoutroselementosdeliga,
como manganês, silício, cobre, fósforo e enxofre. São desenvolvidos a partir dos aços de
baixo carbono, com pequenas adições de Mn (até 2%) e outros elementos em níveis muito
pequenos. Estes aços apresentam maior resistência mecânica que os aços de baixo carbono
idênticos, mantendo a ductilidade e a soldabilidade, e são destinados às estruturas onde a
soldagem é um requisito importante (Carbono baixo), assim como a resistência. De modo
geral, estes aços proporcionam uma grandeeconomiadeaçonaestrutura,aumcustomuito
reduzido.RelacionandoasinformaçõesdoartigotécnicoPANNONI,FabioDomingos.Aços
estruturais.
Acerca da definição geral do aço, segundo CHIAVERINI, Vicente (2005).
‘’O aço é a liga ferro-carbono contendo geralmente 0,008% até aproximadamente
2,11% de carbono, além de certos elementos residuais, resultantes dos processos de
fabricação’’
10
SegundoasiderúrgicaGerdau,oaçoASTMA-36estádestinadoaatenderomercado
daconstruçãocivile,deacordocomChiaverini(2005,p.252),oaçoASTMA-36 éutilizado
também na fabricação de chapas grossas de aço, com espessuras superior a 5mm e largura
igual ou superior a 300 mm, geralmente no estado laminado a quente, na construção de
edifícios, pontes, navios, vagões ferroviários, tanques de armazenamento, basesdevasosde
pressão ou vasos de pressão de baixa responsabilidade e tubulaçõessendoaplicadoondese
exige boa conformabilidade, soldabilidade e usinabilidade. Por essas razões, os aços para
chapas grossas são de baixo e médio carbono, com predominância dos tipos demaisbaixo
carbono como no caso do aço ASTM A-36.
As técnicas de micrografia são ferramentas importantes para a caracterização de
materiais, permitindo a observação detalhada de suas microestruturas emdiferentesescalas.
Duas das técnicas mais comuns são a microscopia óptica e a microscopia eletrônica de
varredura (MEV), cada uma com seus princípios específicos e aplicações na análise de
materiais, incluindo o aço. Callister Jr., William D., and David G. Rethwisch. "Materials
ScienceandEngineering:AnIntroduction."9thEdition,JohnWiley&Sons,2014.(Capítulo
4:Imperfeiçõesemsólidoscristalinos,pág.104-107).Aprincipaldiferençaentreastécnicas
está na fonte geradoradaimagem,sendoqueamicroscopiaópticaéumatécnicadeimagem
queutilizaluzvisívelparaobservaramostras,enquantoaMEVutilizaaemissãodefeixede
elétrons. A seguir, essas particularidades serão esmiuçadas:
MicroscopiaÓptica(MO):Utilizaluzvisívelparaformarimagensdeamostras,sendo
adequada para observações em baixas ampliações e análise de materiais transparentes. O
princípiobásicoenvolveapassagemdeluzatravésdaamostraeaformaçãodeumaimagem
ampliadanoolhodoobservadorouemumacâmera.Existemdiferentestiposdemicroscópios
ópticos, incluindo microscópios de campo claro, de campo escuro, de contraste de fase, de
fluorescência, entre outros;
Princípio:Aimageméformadaquandoaluzpassaatravésdasdiferentesestruturase
fasespresentesnaamostra,alterandosuaintensidadee/oufase.Issopermiteavisualizaçãode
detalhes da microestrutura, como grãos, fases, inclusões e outras características.
13
Microscopia de Força Atômica (AFM): Utiliza uma ponta extremamente fina para
mapear a topografia da superfície e medir forças em escalas atômicas;
Microscopia de Fluorescência: Utiliza fluorescência para destacar estruturas
específicas da amostra, comumente utilizando marcadores fluorescentes;
Microscopia de Vídeo: Utiliza câmeras de vídeo acopladas a microscópios para
visualização em tempo real e análise de imagens.
AmicroestruturadoaçoASTMA36podeserinfluenciadapordiferentesprocessosde
fabricação, tratamentos térmicos,soldagenseoutrascondições,oqueafetadiretamentesuas
propriedadesmecânicasecomportamento.Análogoaissoexistemalgunsaspectosespecíficos
aseremsinalizados,aprincipioprocessosderevestimentocomozincagemquevisaprotegero
ferro contra ferrugem, revestimento terne, alumínio, anodização, tratamento térmico com
estanho, fosfatização e também esmaltação porcelânica (CHIAVERINI, 2005, p. 250)
Processos de Fabricação: Os processos de fabricação do aço ASTM A-36 podem incluir
laminaçãoaquente,laminaçãoafrio,forjamento,estampagem,entreoutros.Cadaumdesses
processos pode afetar a microestrutura do aço de diferentes maneiras, resultando em
diferenças na distribuição de grãos, orientação cristalina e inclusões. Por exemplo, a
laminação a quente pode levar a um refinamentodamicroestrutura,enquantoalaminaçãoa
frio pode induzir encruamento, tornando o material mais resistente e duro.
Tratamentos Térmicos: Os tratamentos térmicos têm um papel fundamental na
modificação da microestrutura do aço ASTM A-36. O tratamento térmico mais comuméo
recozimento,noqualoaçoéaquecidoaumatemperaturaespecíficaeresfriadolentamente.O
recozimento ajuda a aliviar tensões residuais, reduzir a dureza e melhorar a ductilidade do
aço. Outros tratamentostérmicos,comoorevenimentoeotratamentotermoquímico,podem
ser aplicados para atingir propriedades específicas. Alteração no teor de Carbono: O aço
ASTMA-36éumaçodecarbono,eoteordecarbonoinfluenciadiretamenteamicroestrutura
e as propriedades do material. O aumento do teor de carbono pode levar a uma maior
formação de perlita, que é uma mistura de ferrita e cementita, aumentando aresistênciado
aço, mas diminuindo sua ductilidade. Deformação Plástica: A deformação plástica, como a
conformaçãoafrioouaforjaaquente,podealterarsignificativamenteamicroestruturadoaço
15
ASTMA-36.Adeformaçãoplásticapodeprovocarorefinamentodegrãoseintroduzirnovas
texturas cristalinas que influenciam a anisotropia e a resistência do material. Inclusões e
Impurezas:ApresençadeinclusõeseimpurezasnamicroestruturadoaçoASTMA-36pode
ocorrer devido aos processos de fabricação ou devido às condições do ambiente. Essas
inclusões podem afetar a tenacidade do material e, em algumas situações, podem levar a
falhas prematuras. O controle adequado desses fatores e práticas são fundamentais para
garantirqueoaçoatendaaosrequisitosdeaplicaçãoespecíficos.Épossívelcitarapublicação
acadêmica que trata da: “Influência do tratamento térmico de alívio de tensões nas
propriedades mecânicas de juntas soldadas de aço A36.” onde a partir das análises edados
levantadosnosensaios,pode-seconstatarqueapósotratamentotérmicodealíviodetensões,
houveramalteraçõesnoslimitesderupturaedeescoamento,havendotambémumadiferença
noalongamentodomaterialempregado.Comaaplicaçãodotratamentotérmicodealíviode
tensões as propriedades mecânicasforamalteradas,porémnãoforamtãodistintasdaspeças
semtratamentotérmico,masficouclaroqueoalongamentodomaterialteveumasatisfatória
evolução.Osdadosdosensaiosdemicrodurezamostrouqueoalíviodetensõesaplicadonas
peçassoldadas,alteraramosgráficosdedureza,ondeazonatermicamenteafetada(ZTA)foi
alterada em relação aos dados apresentados dos corpos de prova sem tratamento térmico,
pode-se concluir que os efeitos do tratamento térmico de alíviodetensões(TTAT)sobreas
juntassoldadassãoviáveisecabíveis,alterandosuaresistênciaeminimizandooaparecimento
de empenos e trincas. por: (MARQUES, Everton Doglas Barreto et al. Influência do
tratamentotérmicodealíviodetensõesnaspropriedadesmecânicasdejuntassoldadasdeaço
A36. 2019. pág 40)
Figura 2.3 – Corpos de prova posterior ao tratamento térmico após ruptura
O aço ASTM A-36, por possuir um teor de carbono relativamente baixo, possui
propriedades essenciais para o sem próprio empenho: a construção civil. Ele é de fácil
usinagem com quaisquer métodos comuns e sua soldagem pode ser tanto por processos de
soldagem a arco elétrico como por processos de soldagem a gás, desde que as práticas
adequadas de soldagem sejam seguidas. Isso aumenta ainda mais a versatilidade desse
material, permitindo sua utilização em uma ampla variedade de projetos e aplicações.
Emsuma,combaseemAlcindoFernandoMoreiraemseutrabalhodepós-graduação
em engenhariamecânicanaUNESP(2008)quetangearespeitoda“I nfluênciadaatmosfera
protetoranocordãodesoldaobtidoatravésdosprocessosdesoldagemGMAWeFCAW”,a
soldabilidade dos aços dependem de seusteoresdecarbono(C)emanganês(Mn)edeseus
respectivosníveisdeimpureza,emque0,15%deCéconsideradoexcelenteeentre0,15%e
0,30% de C pode ser considerado um material deboasoldabilidade.Postoisso,focandono
ASTM A-36, por possuir 0,29% de carbono, inclui-se na seção de metais com boa
soldabilidade. Estaporcentagemdecarbonotambémrelaciona-secomumamaiorductilidade
e, justamente por isto, torna-se um aço defácilmanuseamentoparaosdemaisprocessosde
fabricação, como por exemplo aqueles que são os seusprincipais:odelaminaçãoaquente,
emque,oaçoéaquecidoaaltastemperaturasedepoispassadoporrolosdelaminação,queo
transformam em chapas, perfis, barras ou outros formatos desejados e até mesmo em
cantoneiras; e o de laminação a frio, no qual a ideia é a de que o aço passapelosrolosde
laminação a temperaturas mais baixas, o que o confere maior precisão dimensional e
acabamento superficial mais refinado.
O aço ASTM A-36, justamente por suas características químicas, se sobrepõe
novamenteporsuahomogeneidadeemtodaasuaextensão,comótimosresultadosreferentes
18
à resistência que, segundo LUZ, Gelson, à tração, varia entre 400 a 550 MPa e a dureza,
mesmo não sendo um requisito, varia entre as faixas de 130 a 150 HB.
Sua resistência à corrosão é relativamente boa em comparação aos demais aços,
justamenteporsuacomposiçãoquímicaporpossuircobre(Cu),sendoestecapazdeaumentar
a resistência à corrosão atmosférica em até duas vezes em relação ao aço-carbono sem o
cobre. Não obstante, também há entre 0,15% e0,3%desilício(Si),oquefazcomqueeste
aço, além de aumentar a resistência mecânica, também aumentar a resistência àoxidaçãoa
temperaturas elevadas, porém geralmente adiciona-se silício comointuitodeacalmaroaço
(Chiaverini2005,p222).OSi,também,deacordocomYasminCarriçodeMendonça,emseu
trabalho deTCCdeBachareladoapresentadoaoIFESquetangenciaousodesilício(2021),
temapropriedadedegerarumaproteçãocatódicaeaumentaravidaútildomaterial.Apesar
de tamanhas características, ressalta-se que, em ambientes mais agressivos, especialmente
aqueles com alta umidade, exposição asubstânciascorrosivasousalinasezonascommaior
eminência de altas temperaturas, o aço ASTM A-36 pode sofrer corrosão.
Análogo as informações disponíveis no endereço virtual da American Society for
Testing and Materials até 2021 e, focando nos detalhes específicos sobre normas e padrões
lançadosépossívelfornecerinformaçõessobreoASTMA-36eosmétodosdecaracterização
por micrografia que eram comuns até essa data.
O ASTM A-36 é uma especificaçãopadrãoparaaçoestruturalcarbono,amplamente
utilizado em diversas aplicações na indústria. Já a micrografia é uma técnica queenvolvea
observação da estrutura cristalina e microestrutura do material a nível microscópico. Essa
análise microestrutural pode fornecer informações valiosas sobre a qualidade e as
propriedades do aço, como a presença de inclusões, tamanhodegrão,distribuiçãodefases,
entre outros.
Para caracterizar o aço ASTM A-36 por micrografia, geralmente são seguidos
procedimentos padronizados, como os descritos pelo ASTM E3 - Standard Guide for
Preparation of Metallographic Specimens. A seguir, são apresentados os passos gerais
envolvidos no processo:
Preparação da amostra:
19
Corte: A amostra do aço é cortada em um tamanho apropriado para se ajustar ao
suporte de montagem para microscopia.
Embutimento: A amostra é embutida em resina ou outra substância para fixá-la no
suporte.
Lixamento: A amostra é lixada para remover imperfeições e obter uma superfície
plana. A amostra é lixada progressivamente com lixas de diferentes granulometrias para
remover marcas do corte e atingir uma superfície polida.
Polimento: A superfície da amostra é polida usandopastasabrasivasatéquealcance
um alto nível de brilho.
Ataque químico: Umreagentequímicoadequadoéaplicadonasuperfíciedaamostra
para revelar sua microestrutura. O tipo de reagente utilizado depende do material e do
propósito da análise.
Microscopia: A amostrapreparadaéobservadaemummicroscópiometalográficoou
eletrônico.Dependendodoobjetivodaanálise,diferentestécnicasdemicroscopiapodemser
empregadas, como microscopia óptica e eletrônica.
Análise: A análise da micrografia pode envolver a medição de tamanho de grão,
identificação de fases, avaliação de inclusões e outras características microestruturais
relevantes.
Critériosdeaceitação:Oscritériosdeaceitaçãovariamdependendodasespecificações
do aço ASTM A-36 e das necessidades do projeto ou aplicação. Por exemplo, podem ser
especificados limites para o tamanho do grão ou para a presença de certas fases ou inclusões.
É de suma importância ressaltar que a caracterização do aço ASTM A-36 por
micrografia éumatarefaquerequerconhecimentoeexperiênciaemmetalografia.Paraobter
resultados precisos e significativos, é recomendado que essas análises sejam realizadas por
laboratórios qualificados e seguindo as normas e padrões relevantes. Consoante a isso, é
possívelcitaralgumasnormasdepadronizaçãoquefazemoupodemfazerpartedaprodução
de um aço ASTM A-36, sendo as principais delas disponibilizadas no endereço virtual:
ASTM A6/A6M: Especificação padrão para requisitos gerais de aço estrutural.
ASTM A370: Método padrão de teste e definições para propriedades mecânicas do
aço, incluindo tração, dureza e alongamento.
ASTM A572/A572M: Especificação padrão para aços de alta resistência e baixa liga.
20
ASTM A500/A500M: Especificação padrão para tubos de aço estrutural soldados e
sem costura.
ASTM A992/A992M: Especificação padrão para perfis de aço estrutural laminadoa
quente.
ASTM E290: Método padrão de teste para determinação do tamanho de grão de
materiais metálicos.
ASTM E8/E8M: Método padrão de teste de tração de materiais metálicos;Standard
Test Methods for Tension Testing of Metallic Materials
ASTME112:Métodopadrãodetesteparadeterminaçãodotamanhodegrãousandoa
comparação de imagens.
ASTM E407: Método padrão de teste para determinação de inclusõesnãometálicas
em aços.
ASTM E562: Método padrão de teste para análise de inclusões em aços usando
microscopia.
Dando ênfase ao tópico de normas é possível endossar esse assunto sinalizando as
normas da Organização Internacional de Normalização também Organização Internacional
para Padronização ou International Organization for Standardization (ISO) e também
DeutschesInstitutfürNormunge.VouGermanInstituteforStandardization(DIN)associadas
também a American Society for Testing and Materials (ASTM) em específico para
micrografia, descrevendo-as:
As normas de micrografia são diretrizes e padrões estabelecidosparaapreparaçãoe
análise de amostras metalográficas em microscópios, permitindo a observação da
microestrutura dos materiais em nível microscópico. Essas normas são importantes para
garantir a consistência e a precisão dos resultados obtidos por diferentes laboratórios e
pesquisadores, promovendo a confiabilidade das informações sobre as características dos
materiais estudados.
Alguns dos principais padrões e normas relacionadas à micrografia incluem:
ASTME3-StandardGuideforPreparationofMetallographicSpecimens:Estanorma
abrange os procedimentos gerais para a preparação de amostras metalográficas, incluindo
corte, montagem, lixamento, polimento e ataque químico.
21
Fonte:Infosolda, 2022
Não obstante às demais normas citadas, é importante salientar que estas possuem
similaridadescomoutraspertencentesaoutrasassociações,comoasnormaseuropeias(EN),
23
a Japanese Industrial Standard (JIS), as normas brasileiras (NBR), as normas do mercosul
(NM), a Deutsches Institut für Normung, traduzido como ‘’Instituto Alemão para
Normalização’’ (DIN) e, por fim, a Britain Standards, traduzido como ‘’Normalização
Britânica’’ (BS).
Tabela 2.4 – Similaridade entre normas de aços estruturais para a construção civil
Fonte: Autor, adaptado por: Centro de Informação Metal Mecânica (CIMM), Centro
Brasileiro da Construção em Aço (CBCA), 2014
Ao que tange às aplicações práticas do aço ASTM A-36, este, por ser um aço
estruturaledebaixoteordecarbono,émuitoversátil,ejustamenteporistoestematerialpode
ser utilizado nas mais diversas áreas, principalmente pelas suas similaridades com outros
materiais, como por exemplo na indústria automotiva com o manejamento de chassis e
estruturas de carrocerias; na indústria naval e componentes marítimos em geral, justamente
porsualeveresistênciaàcorrosãoepropriedadesmecânicas; naindústriadeóleoegás,mais
especificamente em tubulações e equipamentos de perfuração; e também na fabricação de
maquinários que, novamente, pela sua resistência e ductilidade. Contudo ele ganha mais
destaquequandoédestinadoàconstruçãocivilemgeral,comonafabricaçãodevigas,pilares
eatémesmoemcantoneiras,elementosnecessáriosàengenhariacivil.Nocasodesteestudo,
o foco será em cantoneiras e vigas e em suas aplicabilidades intrínsecas.
Dandocontinuidade,asprincipaisaplicaçõesdoaçoASTMA-36seriadeacordocom
LUZ, Gelson. Aço ASTM A36 Propriedades Mecânicas e Composição Química. Blog
Materiais, [s. l], 2017. Aplicações em cantoneiras para construção civil, visto que as
cantoneiras são elementos estruturais em formato de L, I e H, amplamente utilizados na
construçãocivilparaformarconexõesereforçarestruturas.OaçoASTMA-36éumaescolha
24
comum para a fabricação de cantoneiras devido à sua facilidade de usinagem e excelente
conformabilidade. A micrografia do aço ASTM A36 revela uma microestrutura ferrítica e
perlítica,comgrãosbemformadosehomogêneos.Essamicroestruturaéresponsávelporsuas
boas propriedades mecânicas e tenacidade. Também é corriqueiro as aplicações em vigas e
pilares, o aço ASTM A-36 é frequentemente utilizado na fabricação devigasepilarespara
construçãodeestruturasindustriaisecomerciais.Suaaltaresistênciaàtraçãoecapacidadede
suportar grandes cargas tornam-no ideal paraessasaplicações.AmicrografiadoaçoASTM
A-36 revela uma estrutura granular com grãos uniformes e tamanhos controlados, o que
contribui para a sua resistência mecânica. O tamanho e distribuição de grãos também
influenciam na ductilidade e tenacidade do material. Dito isso, em virtude dessas
características o aço ASTM A-36 é empregado na construção de pontes e estruturas
rodoviáriasdevidoàsuaexcelenteresistênciaedurabilidade.Amicrografiamostrainclusões
controladas de baixa densidade, contribuindo para sua resistência à fadiga e tenacidade em
temperaturas variáveis. Essas inclusões são cruciais para garantir a integridade estrutural a
longo prazo, mesmo sob condições adversas.Porserumaçoestruturaldegrãofinoexistem
adendos a serem deixados, de acordo com Hubertus Colpaert em seu livro titulado de
“MetalografiaDosProdutosSiderúrgicosComuns”atualizadoporAndréLuizV.DaCostaE
Silva.
“Os produtos mecânicos mais simples nessa categoria são aços cujas
propriedadesmecânicaspodemserobtidasdiretamentenacondição"comolaminado
a quente" sem cuidados especiais que caracterizem o processamento como
laminaçãocontroladaouprocessamentotermomecânicocontrolado.Aespecificação
ASTM A36 é talvez a manifestação mais clássica deste tipo de aço, embora
certamente não seja a única e existam várias outras, semelhantes. Este é um
problemacomumquandosetentaidentificaraespecificaçãoparaaqualdeterminado
aço estrutural foi fabricado. Embora seja possível caracterizar as propriedades
mecânicas, a composição química e a microestrutura, em geral estas informações
nãopermitemdefinirumaúnicaespecificaçãoaqueoaçoatenderia,esimdiversas
alternativas. “
25
Abordando aobtençãodecantoneirasdeaço,perfisestruturaisemformatodeL,que
desempenham um papel essencial em diversas aplicações industriais e construtivas. São
discutidos os métodos de produção mais comuns, as etapas envolvidas no processo e as
característicasdosdiferentesformatosdecantoneirasdisponíveisnomercado.Oestudobusca
proporcionarumavisãoabrangentesobreotema,destacandoaimportânciadascantoneirasna
indústriaeconstruçãocivil.DeacordocomDEBARROSCHODRAUI,GustavoMonteiroet
al. Engenharia Civil: Estrutura em Aço. (p.356 2007):
“As cantoneiras correspondem à forma mais simples entre os perfis
etálicos e são amplamente empregadas em todos os segmentos da construção
m
metálica, comocomponentesdeestruturastreliçadas,barrasdecontraventamentoe
elementos auxiliares em ligações.”
As cantoneiras de aço são elementos estruturais amplamente utilizados para
proporcionar rigidez e resistência em diferentes tipos de construções. Sua versatilidade
permite aplicações em torres de telecomunicações, estruturas metálicas, sistemasdesuporte
de equipamentos industriais, entre outros. Este trabalho apresenta uma análise aprofundada
sobre os métodos de obtenção das cantoneiras, explorando os principais processos de
fabricação e os formatos disponíveis. (Chiaverini 2005, p 219 e 225).
Para obtenção as duasformasmaisviáveissãoalaminaçãoaquenteealaminaçãoa
frio.Alaminaçãoaquenteealaminaçãoafriosãodoisdosprincipaismétodosutilizadosna
obtençãodecantoneirasdeaço.Cadaumdessesprocessospossuicaracterísticasdistintasque
influenciamnaspropriedadeseaplicaçõesdascantoneirasproduzidas.Alaminaçãoaquenteé
um processo de conformação mecânica realizado em altas temperaturas. Inicialmente, as
chapas de aço são aquecidas a uma temperatura acima da temperaturaderecristalizaçãodo
material. Em seguida, essas chapas são passadas entre rolos pesados que aplicam pressão,
resultando em umareduçãosignificativadesuaespessuraeconformandooperfilde"L"das
cantoneiras.Esseprocessoérealizadoemcondiçõesdedeformaçãoplástica,oqueconfereàs
cantoneiras um grão alongado e uma estrutura metalúrgica mais grosseira. A laminação a
quente é frequentemente utilizada para a produção de cantoneiras de aço em larga escala
devido à sua maior velocidade de produção e menor consumo de energia. Cantoneiras
laminadas a quente são amplamente utilizadas em estruturas pesadas, construção civil e na
26
O ASTM A-36, sendo um aço tipicamente estrutural e usualmente utilizado na
engenharia civil, também é material para produção de vigas. As vigas são componentes
estruturais horizontais que desempenham um papel vital na distribuição de cargas e na
estabilidade global de edifícios e outras estruturas. Segundo PFEIL, Walter. Estruturas de
Aço: dimensionamento prático; viga éumaclassificaçãolegadaàshastes,umdosprincipais
elementos estruturais metálicos, quando solicitada predominantemente por cargas
transversais,asquaisproduzemmomentosfletoreseesforçoscortantes.Aobtençãodevigasé
um processo fundamental na construção civil e engenhariaestrutural,envolvendoaseleção,
dimensionamento e fabricação de elementos linearescapazesdesuportarcargasetransmitir
forças em uma estrutura. Existem várias etapas envolvidas na obtenção de vigas:
Primeiramente a análise estrutural, visto que antes de projetar ouselecionarvigas,é
essencial realizar uma análise estrutural completa do edifício ou estrutura. Isso envolve
calcularascargasatuantes,comocargasdepesopróprio,cargasdeocupação,cargasdevento,
cargasdeneve,entreoutras.Aanáliseajudaadeterminarosmomentosfletoredetorçãoque
as vigas devem suportar. Em sequência é indispensável que seja feito o dimensionamento
onde, com base na análise estrutural, as vigas são dimensionadas para resistir às cargas
calculadas de forma segura. O dimensionamento leva em consideração propriedades
mecânicas dos materiais,comoaresistênciaàtraçãoecompressão,easlimitaçõesimpostas
porcódigoseregulamentosdeconstrução.Tendoconcluídoodimensionamentopartimospara
a seleção de materiais: as vigas podem ser feitas de diferentes materiais, como concreto
armado, aço, madeira laminada colada, entre outros. A escolha do material depende das
necessidadesestruturais,estéticas,econômicasededurabilidadedoprojeto.Existetambéma
etapa facultativa do detalhamento já que, uma vez dimensionadas, as vigas precisam ser
detalhadas com precisão para garantir a integridade estrutural. Isso inclui determinar o
númeroeadisposiçãodebarrasdereforçonocasodeconcretoarmado,bemcomoconexões
e suportes necessários.
Logo,partimosparaaetapamaisimportante,afabricaçãoouconstruçãoondecomos
projetos detalhados em mãos, as vigas são fabricadas ou construídas de acordo com as
especificações. As vigas de aço sãoconstituídasusualmenteporperfislaminados(Fig.2.7a,
Fig.2.7ceFig.2.7d),associaçãodeperfislaminados(Fig.2.7b,Fig.2.7eeFig.2.7f),oupor
chapas soldadas (Fig. 2.7g). Os processos de soldagem mais utilizados na indústria de
28
construção sãoosdearcovoltaico,oqualsedáentreumeletrodometálicoeoaçoasoldar,
havendo deposição do material do eletrodo. Para o aço ASTM A-36, utilizam-se eletrodos
E60XX e E70XX. Tendo em vista a larga utilização da solda na construção em geral,
verifica-se a importância de umaboasoldabilidadeparaaçosestruturais.Ainda,avigapode
ser formada pela associação de uma viga metálica com umalajedeconcreto,conduzindoa
uma solução econômica e eficaz. No caso de vigas de aço, elas podemserpré-fabricadase
montadas no local, enquanto as vigas de concreto podem ser moldadas no local ou
pré-fabricadas.
Fonte:PFEIL, W. (2009)
Apenúltimafaseéainstalação:Apósafabricação,asvigassãoinstaladasnaestrutura
de acordo com o plano de construção. Isso pode envolver içamento, fixação e conexão
adequadosparagarantiraestabilidadeeaintegridadedaestrutura.Chegamosaverificaçãoe
testes, logo após a instalação das vigas, é importante realizar verificações e testes para
garantirqueelasestejamfuncionandoconformeprojetado.Issopodeenvolvertestesdecarga
para confirmar a capacidade de carga das vigas e inspeções visuais para detectar qualquer
defeitoouproblema.Éessencialquetodooprocessodeobtençãodevigassejarealizadoem
conformidadecomoscódigosenormasdeconstruçãoaplicáveisparagarantirasegurançaea
funcionalidade da estrutura. A colaboração entre engenheiros estruturais, arquitetos e
construtores desempenha um papel crucial para o sucesso do projeto. Finalmente, as vigas
obtidas,sobretudoasdeaçoASTMA-36,podemserutilizadasparaconstruçãodeedifícios,
ponteseestruturaspesadas(PINHEIRO,AntônioCarlosdaF.Bragança.EstruturasMetálicas:
cálculos, detalhes, exercícios e projetos, 2005). Consoante a aplicação de vigas, épossível
29
citarquedeacordocomVicenteChiaveriniemseulivro“AçoseFerrosFundidos”emsua7ª
edição datada de 2005, em que é dito que:
“ Atendênciamodernanosentidodeutilizarestruturascadavezmaiores,temlevado
os engenheiros, projetistaseconstrutoresaconsideraroempregodeaçoscadavez
mais resistentes, para evitar o uso de estruturas cada vez mais pesadas. Tais
consideraçõesnãoseaplicamsomenteaocasodeestruturasfixas,comodeedifícios
ou pontes, mas igualmente e principalmente em estruturas móveis, no setor de
transportes, onde o maior interesse se concentra na redução do peso-morto da
estrutura. Em resumo, tais aços são de grande utilidade toda a vez que se deseja
aumentar a resistência mecânica, permitindo um acréscimo da carga unitária da
estrutura ou tornando possível uma diminuição proporcional da secção, ou seja o
emprego desecçõesmaisleves,visamelhorararesistênciaàcorrosãoatmosférica.
Esse é um fator importanteaconsiderar,porqueautilizaçãodesecçõesmaisfinas
pode significar vida mais curta da estrutura. [...] Os aços estruturais de alta
resistência podem ser divididos em quatro grupos: aços laminados
carbono-manganês; aços laminados de alta resistência e baixo teor em liga (aços
microligados); aços-carbono tratados termicamente. [...] Contudo, os aços
temperados e revenidosnãopodemserutilizadosempeçasestruturais,comovigas
em I,emTouduploTesecçõesidênticas,devidoaoempenamentodaspeçasque
ocorre durante o tratamento térmico. Pelo contrário, os aços de alta resistência e
baixoteoremligassãocomumentedisponíveisnasformasdechapas,tiras,barrase
nasformasestruturaismaiscomuns.Emresumo,parafinsestruturaisondesedeseja
umarelaçãoresistência/pesomelhor,umamaiorresistênciaàcorrosãoatmosférica,
maior limite de escoamentos sem prejuízo da trabalhabilidade e soldabilidade, os
"aços de alta resistência e baixo teor em ligas" são os mais indicados.”
c onstrutivo.b)Dimensionamentooucálculoestrutural,fase
na qual são definidas as dimensões dos elementos da
estruturaesuasligaçõesdemaneiraagarantirasegurançae
o bom desempenho da estrutura.c)Detalhamento,quando
são elaborados os desenhos executivos da estrutura
contendo as especificações de todos os seus componentes.”
Durantetodooprojeto,faz-seusofundamentaldoconhecimentodeanáliseestrutural
eresistênciadosmateriais.Ainda,utilizam-se,especialmentenasfasesdedimensionamentoe
detalhamento, um grande números de regras e recomendações, acerca de critérios de
segurança,padrõesdetestesecaracterísticasmecânicasdosmateriais,limitesdetolerâncias,
métodos construtivos e afins,osquaisencontram-sereunidosemdocumentosespecíficos,as
normas. A norma brasileira aplicada à edificações, atualmente em vigor, é a NBR 8800:2008
No que tange aos critérios de segurança para dimensionamento da estrutura, uma
metodologiacorrentenaliteraturaresponsáveléoMétododasTensõesAdmissíveis,baseado
no desenvolvimento da resistência dos materiais em regime elástico. Neste método, o
dimensionamento é considerado satisfatório quando a tensão máxima de serviço σ emcada
seção do elemento é menor do que a tensão de escoamento 𝑓 reduzida por um fator de
segurançaγ, segundo a equação:
Equação 1
𝑓
σ ≤σ= γ
na qual σ é a tensão admissível de projeto. O coeficiente de segurança representa o
reconhecimento de que há diversas fontes de incerteza na equação, como quanto à
coincidência entre modelo e estrutura, execução do projeto e determinação dos carregamentos.
O Método das Tensões Admissíveis, emborausual,possuilimitações.Asaber,adota
um valor único para todas as incertezas e desconsidera a reserva de resistência existente a
partir do regime plástico. Assim, tem sido gradualmentepreteridopelasnormas,inclusivea
brasileira,peloMétododosEstadosLimites,noqualtem-seainclusãodosestadoselásticoe
plásticonaformaçãodemecanismosnaspeçasestruturais(PINHEIRO,AntônioCarlosdaF.
Bragança. Estruturas Metálicas: cálculos,detalhes,exercícioseprojetos,2005),resultadodo
desenvolvimento da Teoria PlásticadeDimensionamento.Umestado-limite,oqualpodeser
último ou de serviço, é uma condição na qual pelo menosumdosobjetivosnorteadoresdo
projetoestrutural,anteriormentecitados,nãoestãogarantidos.DeacordocomanormaNBR
8800:2008:
31
AgarantiadesegurançanoMétododosEstadosLimiteséatingidaquando,paracada
seção da estrutura, a solicitação de projeto for menor do que a resistência de projeto,
conforme a equação:
Equação 2
na qual 𝑆 é a solicitação de projeto, obtida pela combinação das ações atuantes
suaformaesuasdimensõesdemodoquesuportemessesesforços.Nosparágrafosseguintes,
será apresentado um método para projetar essas vigas.
Uma viga escolhida para resistir às tensões de flexão e cisalhamento é dita como
projetada de acordo com a resistência. Seguindo esse conceito, faz-se necessário utilizar as
fórmulas de cisalhamentoeflexão,colocando-secomocondiçãofundamentalqueastensões
de cisalhamento e flexão não ultrapassem aquelas admitidas para o material, definidas por
códigos e manuaisdeprojetos(HIBBELER,Russel;ResistênciadosMateriais-7.ed.-São
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010).
O primeiro passo para dimensionamento das vigas é a determinação do momento
fletor máximo e da força cisalhante. Em seguida, em vigas relativamente longas exige-se a
determinação do módulo de resistência à flexão 𝑆, pela fórmula 𝑆= 𝑀𝑚á𝑥
/σ𝑎𝑑𝑚.Ainda.
𝐼
como 𝑆= 𝑐
,sendo 𝐼 omomentodeinérciaecadistânciaàlinhaneutra,pode-secalcularas
dimensões da viga, em caso de formas simples. Entretanto, no caso de formas mais
complexas, é possível utilizar um infinito número de dimensões que satisfaçam o valor do
móduloderesistênciaobtido.Naprática,costuma-seconsultarmanuaisdefabricantes,como
o da Tabela 2.5, escolhendo-se a de menor seção transversal, que resistaaosesforçosepor
razões econômicas.
𝑉𝑄
Com o módulo de resistência satisfeito, usa-se a fórmula do cisalhamento τ = 𝐼𝑡
,
sendo τ a tensão de cisalhamento, V a força cortante, Q uma medidarelacionadaàáreada
seção e t a espessura.Normalmente,esserequisitoéprontamenteatendido.Entretanto,cabe
ressaltarque,nocasodeavigaserrelativamentecurtaesuportargrandescargasconcentradas,
ocisalhamentodeveráditarseutamanho,demodoqueaordemdasoperaçõessupracitadasé
invertida.
Figura 2.8–Estrutura metálica no teto do ginásiobloco R, IFBA, campus Salvador
Fonte: Autor
34
Fonte: Autor
35
Existemalgumasinformaçõespertinentesemrelaçãoaoensaiodetraçãoextraídasdas
normas: ISO 6892 e ASTM E8 / E8M, ambas voltadas para o teste detraçãodemateriais
metálicos através da Biopdi
Conforme sinalizado através da produção MELCONIAN,SARKIS.Fundamentosde
Mecânica Técnica. Saraiva Educação SA;
CurvaTensão-Deformação:Umdosresultadosmaisimportantesdoensaiodetraçãoéacurva
tensão-deformação, que descreve a relação entre a tensão aplicada (σ)eadeformaçãoaxial
(ε). Esta curva é dividida em várias regiões, incluindo:
36
RegiãoElástica:Nestafaseinicial,omaterialsecomportaelasticamente,ouseja,eleretornaà
suaformaoriginalquandoacargaéremovida.Omódulodeelasticidade,tambémconhecido
como módulo de Young (E), pode ser determinado a partir desta região.
PontodeCedência:Esteéopontoemqueomaterialcomeçaaapresentardeformaçãoplástica
irreversível,mesmocompequenasvariaçõesnacarga.Atensãocorrespondenteéchamadade
limite de escoamento.
Região Plástica: Nesta fase, o material sofre deformação plástica significativa semaumento
significativo na tensão. A ductilidade do material é geralmente avaliada nesta região.
Ponto de Ruptura: O material finalmente falha nesta região, atingindo a tensão máxima,
conhecida como resistência à tração.
Fatores que Afetam o Ensaio de Tração
Váriosfatorespodemafetarosresultadosdoensaiodetração,incluindoataxadedeformação,
atemperaturaeageometriadaamostra.Aescolhaadequadadessesparâmetroséfundamental
para garantir medições precisas e confiáveis.
Aplicações do Ensaio de Tração
O ensaio de tração é amplamente utilizado em diversas áreas da engenharia e ciência dos
materiais devido à sua capacidade de fornecer informações valiosas sobre as propriedades
mecânicas dos materiais. Algumas das principais aplicações incluem:
Controle de Qualidade: O ensaio de tração é usado para verificar a conformidade dos
materiais com especificações e normas de qualidade.
Desenvolvimento de Materiais: Ajuda na seleção e desenvolvimento de materiais para
aplicações específicas com base em suas propriedades mecânicas.
Projeto de Estruturas: Fornece dados essenciais para oprojetodeestruturasecomponentes,
garantindo que eles suportem as cargas esperadas.
Pesquisa Científica: É uma ferramenta valiosa para pesquisadores que estudam o
comportamento de novos materiais e investigam fenômenos de deformação e falha.
37
Figura 2.11 - Máquina universal de ensaio: Modelo de coluna única e coluna dupla
Em facedoexpostonaproduçãodeliteraturamecânicaemVANVLACK,Lawrence
H. Princípios de ciência dos materiais. Editora Blucher, 8ªe 2008. A partir das medidas de
cargas e os respectivos alongamentos, constrói-se o gráfico de tensão x deformação, como
mostra afigura2.9,aqualmostraessarelaçãoparadiferentestiposdemetais.Aanálisedos
gráficos obtidos com os ensaios de tração permite olevantamentodeinúmerasinformações
que são apresentadas a seguir:
Módulo de elasticidade (ou módulodeYoung)édadopelarazãoentreatensãoaplicadaem
um material pela sua deformação. O módulo de elasticidade é preferencialmente obtido na
faseelásticadomaterial,ouseja,nafaseemqueseaplicaumatensãonomaterialquetendea
se deformar e quando esta tensão é interrompida o material volta ao seu estado inicial.
Podemos obter o módulo de elasticidade através da inclinação (coeficiente angular) do
segmento linear no gráfico tensão-deformação. Nos materiais metálicos, o módulo de
elasticidade é consideradoumapropriedadeinsensívelcomamicroestrutura,vistoqueoseu
valor é fortemente dominado pela resistência das ligações atômicas, sendo apresentado
conforme a relação:
Equação 3
39
𝐸 = σ/ε.
Onde pode ser observado a proporcionalidade entre a tensão aplicada (σ) e a
deformação (ε).
Deformação Plástica: À medida que o material continua a ser deformado além do regime
elástico,atensãodeixadeserproporcionalàdeformaçãoe,portanto,aleideHookenãomais
será obedecida, ocorrendo uma deformação permanente e não recuperável denominada
deformação plástica. Para a maioria dos materiais metálicos, a transição docomportamento
elástico para o plástico é gradual, ocorrendo uma curvatura no ponto de surgimento da
deformação plástica, a qual aumenta mais rapidamente com a elevação de tensão.
Limite elástico: O limite elástico, também denominado limite de elasticidade e limite de
fluência, é a tensão máxima queummaterialelásticopodesuportarsemsofrerdeformações
permanentes após a retirada da carga externa. Ou seja, dentro do limite elástico o material
retorna ao seu estado normal elástico depois de sofrer uma dada deformação.
Limitedeproporcionalidade:Éolimiteaoqualatensãoaplicadanãoémaisproporcionalao
alongamento, ou seja, o material não apresenta mais linearidade.
Limite deresistência:Olimitederesistênciaàtração(algumasvezesrepresentadapelasigla
LRT) é a tensão no ponto máximo do gráfico de tensão-deformação de engenharia, a qual
corresponde à tensão máxima que pode ser sustentada por uma estrutura sob tração.
Observandoográficoaindadafigura2,apósoescoamentoatensãonecessáriaparacontinuar
o processo de deformação plástica em materiais metálicos aumenta até alcançar um valor
máximoeapartirdesseponto,atensãodiminuiatéafraturadomaterial.Issoocorredevidoà
rápida diminuição da seção resistente do corpo deprovaaoseultrapassaratensãomáxima,
sendo expressa pela equação
Equação 4
σ = 𝐹/𝐴0
OndeFéaforçaoucargainstantâneaaplicadaemumadireçãoortogonalàseçãoreta(A0)e
A0 representa a área da seção do corpo de prova (antes da aplicação da força).
Ductilidade:Representaumamedidadograudedeformaçãoplásticaqueomaterialsuportou
até a fratura. Um material que experimenta uma deformação plástica muito pequena ou
40
mesmonenhumaquandodasuafraturaéchamadodefrágil.Aductilidadepodeserexpressa
quantitativamente tanto pelo alongamento percentual como pelareduçãodeáreapercentual.
Pode-se obter o alongamento percentual AL% da seguinte maneira:
Equação 5
𝐴𝐿% = [(𝐿 𝑓–𝐿 0)/𝐿 0] * 100
Onde o módulo de resiliência Uf relaciona a tensão de escoamento (σesc) comomódulode
elasticidade.
Encruamento:Oencruamentoéumfenômenomodificativodaestruturadosmetais,emquea
deformação plástica causará o endurecimento e aumento de resistência do metal. O
encruamento de um metal pode ser definido então como sendo o seu endurecimento por
deformação plástica.
41
Estricção ou Empescoçamento: Pode ser entendido como uma “formação de pescoço” ou
“estiramento”queocorrequandooaumentodadurezaporencruamentoémenorqueatensão
aplicada eomaterialsofreumagrandedeformação.Ficalocalizadonaregiãoemumaseção
reduzida em que grande parte da deformação se concentra.
CoeficientedePoisson:ocoeficientedePoisson(ν)éumparâmetroresultantedarazãoentre
as deformações lateral e axial. Uma vez que as deformações laterais e a deformação axial
sempreterãosinaisopostos,osinalnegativofoiincluídonestarelaçãoparaqueνsejasempre
um número positivo. O coeficiente de Poisson mede a rigidez do material na direção
perpendicular à direção de aplicaçãodacargauniaxial.Osvaloresdeνparadiversosmetais
estão entre 0,25 e 0,35 e no máximo 0,50. O coeficiente de Poisson édefinidoentãocomo
sendo o valor positivo ν que satisfaz a relação:
Equação 7
𝑉 = –(ε𝑥 /ε𝑧) = –(ε𝑦/ε𝑧)
ASTM E290-97a (2004) Standard Methods for Bending Testing of Material for Ductility,
porém esta será adaptada conforme o necessário.
No ensaio de dobramento de chapas há uma enorme variedade de processos que
podem ser escolhidos segundoasespecificaçõesdocorpodeprova,dograudeutilizaçãoda
peça e das ferramentas e maquinários, contudo, de acordo com BARBOSA,G.M(2009)a
fundamentação do ensaio será sempre a mesma, tendo como tensões proeminentes em seu
corpo a própria tração e o cisalhamento. (Biopdi, 2022)
Figura 2.12 - Tensão e deformação distribuídas em um elemento de chapa
Oprimeiroemaiscomumasercitadoéodedobramentoguiado:emqueoângulode
dobramentoentre90e180grauséalcançadopormeiodematrizesepunçõesparageraruma
precisão e consistência digna aoensaio.Nesteprocesso,basicamenteapeçadobradavaiser
posicionada entre osdispositivosqueirãoexerceraforçanecessáriaparaconformarocorpo
de prova e produzir a geometria necessária para a aferição de resultados.
43
Noensaiodedobramentosemi-guiado,umaamostradechapametálicaésubmetidaa
uma deformação plástica controlada que resulta em sua curvatura ao longo de um eixo
específico,mascomumgraulimitadodeorientação.Esteensaioestásituadoentreoensaiode
dobramento guiado, que ocorre a180graus,eoensaiodedobramentolivre,quenãopossui
restrições de ângulo.
No ensaio de dobramento livre, como outrora citado e ressaltado agora novamente,
este permite que a amostra se curve livremente até a fratura. Isso proporciona informações
valiosas sobre a capacidade do material de suportar cargas de dobramento em condições
extremas.
O ensaio de dobramento possui diversas variáveis, tais quais a taxa de estiramento
(alongamentonasuperfícieexterna),acompressãoparalela–queocorrenasuperfícieinterna
–, e por último a questão da linha neutra, que relaciona-se com o comprimento original e
referência a um local do corpo em que não haverá deformações (Prof. Paulo Marcondes,
DEMEC / UFPR).
44
Nãoobstante,nestacategoriadeensaio,éimportantesalientaraescassezdefórmulas
específicas para tals, contudo ainda há formas de se quantificar as reações produzidas pelo
própriodobramentoapartirdereferências,taisquaisasutilizadasemensaiosdeflexão,onde,
segundoKRUGER,RobertoLuiz(2018)‘’atensãodeflexãomáximaocorreránaseçãoonde
ocorreomomentofletormáximo’’.Dadoofatoerelacionando-secomodobramentoondea
força será posta em um local uniforme, podemos utilizar a fórmula presente na seguinte
tabela.
Onde:
E = módulo de elasticidade do material;
f = flecha máxima;
F = força encontrada;
45
Onde:
σadm = tensão admissível;
σe = tensão de escoamento;
FP = fator de projeto.
Entretanto, observa-se que o cálculo da dureza pela equação acima é demasiado
trabalhoso,demodoque,naprática,utiliza-seummétodoposteriormentedescrito,conforme
SOUZA, Sérgio Augusto de; Ensaios Mecânicos deMateriaisMetálicos-5ed-SãoPaulo:
Edgard Blucher, 1982:
Método:1)escolhadomaterialdaesfera,sendoaçoparaamaioriadosmateriaisecarbetode
tungstênio para os mais duros; 2) escolha em tabelas do grau de carga, uma constante que
garantepadronizaçãodoresultadoparadiferentescargaediâmetroescolhidos,emfunçãodo
𝑄
material ensaiado; 3)definiçãodacargaaplicadasegundoarelação 2 = 𝑔𝑟𝑎𝑢𝑑𝑒𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎;
𝐷
4) realização do ensaio e aferição da impressão; 5) validação doresultadosobexigênciade
0, 24 × 𝐷 ≤ 𝑑 ≤ 0, 60 × 𝐷; 6) especificação do resultado (por exemplo, 140 HBS
10/3000/30’’, para uma dureza de 140 HB obtida com esfera de aço cujo diâmetroéde10
mm, comprimida por carga de 3000 kgf aplicada durante 30 s).
47
Fonte:QATM, 2023
Normas: as normas mais utilizadas no país são a brasileira NBR NM-146-1:1998
(ABNT): Materiais metálicos-DurezaRockwell-Parte1:MediçãodadurezaRockwellea
estadunidenseaASTME18:2007(ASTM):StandardTestMethodsforRockwellHardnessof
Metallic Materials.
Peculiaridades: oensaioRockwelléextremamenterápidoepreciso,vistoquenãohá
necessidadedemediçãodaáreadeimpressão,comonoBrinell,poiséaprópriamáquinaque
faz a leitura do resultado. Além disso, a impressão causada é pequena,desortequenãohá
dano considerável ao material e, por meio da utilização deumamáquinamaisprecisa,para
ensaioRockwellsuperficial,éadequadaparaavaliardurezadetratamentossuperficiais,como
a cementação.
Ensaio de dureza Shore
Definiçãoemétodo:Umensaioporchoqueourebotebaseia-senaalturaalcançadapor
um êmbolo com ponta de diamante e pesoconhecido,apóssuaquedalivrenasuperfíciedo
material. Nessa situação, um material dúctil absorverá maior energia de deformação e,
consequentemente, o êmbolo alcançará uma altura menor, indicando também uma menor
dureza. No ensaio Shore, especificamente, de acordo com SOUZA, Sérgio Augusto de;
Ensaios Mecânicos de Materiais Metálicos - 5 ed - São Paulo: Edgard Blucher, 1982:
“[...]eleutilizaummartelodeaçoemformadeumabarra
com uma ponta arredondada de diamante, quecaideuma
certa altura dentro de um tubo de vidro graduado de 0 a
140. A altura de ressalto após o choqueétomadacomoa
dureza do material, sendo medida por um ponteiro que
49
Fonte:GARCIA, Amauri; Ensaios dos Materiais - 2 ed- Rio de Janeiro: LTC, 2012
Comointuitodegerarumapadronização,cria-seanecessidadedeelaborarmaneiras
de transacionar entre valores de durezas e suas respectivas aproximação à sua resistência à
traçãoemMPa,portanto,utilizandoapróprianormaASTMA370-19queprevêMétodosde
50
TestePadrãoeDefiniçõesParaTestesMecânicosdeProdutosSiderúrgicos,épossívelprecisar
e abranger as mais diversas áreas e equipamentos.
Tabela 2.7 - Valores aproximados para conversão entre durezas e resistência à tração
2.11.1 Micrografia
A micrografia, segundo Regir Almir Rohde (2010) em sua apostila que tangencia o
temadeMetalografiadePreparaçãodeAmostras(versão3.0),estaéumatécnicaessencialna
área da ciência dos materiais e na metalurgia, desempenhando um papel crucial na
investigação e análise de estruturas microscópicas de materiais. Este ensaio consiste em
preparar uma amostra, geralmente uma seção fina de um material, de forma a permitir a
observação detalhada de sua estrutura interna por meio de um microscópio óptico ou
eletrônico de alta resolução. A micrografia oferece recursos valiosos sobre a organização
microscópica de materiais permitindo a identificação de fases, inclusões, falhas, defeitos e
outras características cruciais. Consoante a isso, é importantesalientaroprópriopreparodo
51
corpo de prova, em que este pode estar sob efeito do embutimento ounão,sendoestauma
técnica que facilita o manuseio da amostra ensaiada.
Ainda na referência de Regir Almir Rohde, além do embutimento, é importante
salientaroutrospassosparaqueapráticadamicrografiaaconteçadeacordocomoesperado,
comoolixamento,emqueserãoeliminadosriscosemarcassuperficiais,proporcionandoum
melhor acabamento para posteriormente seguir com o polimento.
No polimento, assim como opróprionomediz,vaipolireaperfeiçoaroacabamento
utilizando pastas abrasivas de diamante ou alumina.
Porfim,inicia-seoprocedimentodeataquequímico,quetemcomofinalidadepermitir
a visualização da granulação e das fases microestruturais do corpo de prova ensaiado.
Ao final de todos os processos antes citados, segue-se para a micrografia em si.Ao
possibilitaravisualizaçãodeestruturasemescalasmicroscópicas,amicrografiadesempenha
um papel fundamental na pesquisa e no desenvolvimento de novosmateriais,bemcomona
resoluçãodeproblemasdeengenharia,controledequalidadeeanálisedefalhas.Alémdisso,
ela é amplamente aplicada em diversas indústrias, incluindo aeroespacial, automotiva,
eletrônicaemetalurgia,paragarantiraintegridade,desempenhoeconformidade demateriais
e produtos.
52
Osequipamentosutilizadosparaoaferimentodoensaiodemicrografia,segundoosite
da Fortel, são separados em apenas quatro, tais quais: microscópio estéreo, lente e base,
câmera digital e um software para análise.
Fonte: Autor
Com o fito de obter informações minuciosas acerca da utilização dos microscópios
metalográficos, deacordocomconsultadolivro"Metallography:PrinciplesandPractice"de
George F. VanderVoort:Omicroscópioutilizadoparaanálisemetalográfica,frequentemente
referidocomomicroscópiometalográfico,representaumaferramentadesumaimportânciana
esfera da investigação de materiais, especialmente nos domíniosdametalurgiaeengenharia
de materiais. Este instrumento foi concebido com o desígnio de escrutinar amicroestrutura
dos materiais, com a finalidade de identificar fases, inclusões, granulados e outras
características de importância preponderante que incidem sobre as suas propriedades
55
Fonte:Hindawi, 2012
56
2.11.2 Macrografia
Dando continuidade aos ensaios metalográficos, têm-se o exame demacrografia.De
forma sucinta, este exame, amplamente utilizadonacaracterizaçãodeligasferrosasejuntas
soldadas,refere-seaavaliaçãoaolhonuoucomauxíliodeumalupa(emboraaampliaçãonão
deva ultrapassar 10X) do aspecto do material segundo uma seção plana previamente
preparada,bemcomoaosdocumentosreprodutoresdestamacroestrutura.Emtermosgerais,o
objetivodaavaliaçãoresidenaobtençãodeinformaçõesacercadavariaçãodaestruturadeum
ponto a outro, algo dificultoso pela análise química e micrográfica.
O preparo de uma amostra para macrografia compreende três etapas básicas: 1)
escolhadolocaleposiçãodaseçãodecorte;2)preparaçãodasuperfície;e3)ataquequímico.
No que tange à primeira etapa, a escolha do local de onde será retirada a amostra é
extremamenteimportante,tendoemvistaqueessarepresentaráomaterial(ASTME3/2017).
Quanto à posição do corte, deve-se levar em consideração a forma dapeça,asinformações
desejadaseoutrasconsideraçõesadicionais,comoomododefabricação,seconhecido,ouum
histórico de falhas. Geralmente os cortes mais utilizados são as seções transversais, que
permitem a visualização da variação estrutural da superfície ao centro, e as seções
longitudinais, que permitem a visualização da variação segundo o eixo axial. Entretanto,
deve-sesalientarquenenhumaconstataçãodevesertomadaapartirdeumaúnicaseção,sob
risco da direção escolhida influenciar o resultado.
Apreparaçãodasuperfíciedaamostranãonecessitadeextremaelaboração,sendoque
qualquermétododeapresentarumasuperfícielisacomumaquantidademínimadetrabalhoa
frio será satisfatória (ASTM E340 / 2015). O método mais comum consiste em desbaste
seguido de polimento. Odesbasteérealizadocomserra,cortadorabrasivo,porusinagemou
com esmeril. Ainda, no caso de peças muito grandes, pode serusadoocortepormaçarico,
visandoreduzirasdimensões,sobacondiçãoderetirartodaaporçãodematerialafetadopela
chama. Em seguida, passa-se ao polimento, o qual é realizado atritando a superfície contra
uma lixa. Ao final dessas etapasaseçãodeveserlimpacomsolventese/oupanoe,jánesse
estado, é possível efetuar uma análise macrográfica, guardando informações importantes.
Oataquequímicoéimportantepararevelarasoutrascaracterísticasdamacroestrutura
não vistas anteriormente. Primeiro, deve-se lembrar que muitos reagentes possuem
substâncias potencialmente nocivos ao gênero humano, o que exige ocuidadonomanuseio
desses artigos, segundo asrecomendaçõesdofabricanteedenormasresponsáveistaiscomo
57
asNormasRegulamentadorasno.6: equipamentodeproteçãoindividual-epi,9:AvaliaçãoE
Controle Das Exposições Ocupacionais A Agentes Físicos, Químicos e Biológicos e 26:
Sinalização de Segurança ou NR’s 6, 9 e 26. Ocontatodocorpodeprovacomocomposto
podeserpor:imersão,sendoaamostramergulhadanumacubacontendooproduto;aplicação,
sendo o produto aplicado com auxílio de pedaços de algodão; ou impressão direta de
Baumann, na qual uma película previamente umedecida com o reagente é aplicada sobre a
superfície. A ação do reagente, segundo COLPAERT, Hubertus; Metalografia dos produtos
siderúrgicos comuns - 4ª ed - São Paulo: Edgard Blucher, 2008 se dá do seguinte modo:
“Quandoumasuperfíciepolidaésubmetidauniformemente
à ação de um reativo, acontece, quase sempre, que certas
regiões são atacadascommaiorintensidadedoqueoutras.
Estadiferença de‘atacabilidade’provémhabitualmentede
duascausasprincipais:diversidadedecomposiçãoquímica
ou de estrutura cristalina. [...] A imagem assim obtida
constitui o ‘aspecto macrográfico’ do material.”
diferencial entre as regiões, provocado pela ação do reagente, conforme explicado
anteriormente. O critério de avaliação da macroestrutura obtida serádeterminado,emgeral,
pelo solicitante do exame ou pelas normas responsáveis,comoaABNTNBR11298:Aço-
Análise por macroataque - Método de ensaio. Na maioria dos casos, faz-se necessário
fotografar a amostra,observandoaslimitaçõesdetamanhoeresolução,bemcomoprezando
porumaboailuminação.Naimagemaseguirdamacrografiailustrandooaspectodocordão
desolda,indicandoaregiãodepredominânciadoarco(arczone)earegiãodepredominância
do LASER (laser zone). HR, HA, WL e WA são parâmetros dimensionais do cordão
Amacrografiaéextremamenteutilizadanaindústriadoaço.Umexamemacrográfico
podeprovidenciarinformaçõesacercadavariaçãoestruturais,talqualotamanhodogrãoea
formação dendrítica, bem como acerca de variaçõesnacomposiçãoquímica.Paralelamente,
pode ser utilizada noestudodejuntassoldadasedetratamentostérmicos,fornecendodados
importantes, por exemplo, a penetração da solda e a localização de trincas pela têmpera,
respectivamente. Por fim, tem grande aplicabilidade como instrumento de controle de
qualidadenaprodução,pormeiodarevelaçãodetrincas,porosidade,segregações,inclusõese
outros defeitos.
59
3.1 Materiais
Foram retiradas amostras de vigas e cantoneiras existentes no departamento para
construção dos corpos de prova de ensaio.
Fonte: Autor
60
Figura 3.2 - Chapas seccionadas na serra alternada para fabricação dos corpos de prova de
tração e dobramento
Fonte: Autor
Figura 3.3 - Chapas pré cortadas para corte a laser de macrografia e serra alternada de
micrografia
Fonte: Autor
Nãoexistemnormasespecíficasparaserraalternada,maspodemseraplicadasnormas
gerais de preservação, como as da OSHA nos EUA ou a NR-12 Segurança notrabalhoem
61
máquinas e equipamentos, atreladas a saúde e segurança no trabalho. Foram feitos cortes
longitudinais e transversais nas amostras na máquina serra alternada horizontal. A seguir:
Fonte: Autor
ISO 23125 (2015) Machine tools - Safety - Turning machines - Esta norma
internacional fornece diretrizes gerais para as especificaçõesdefresadoras,abrangendouma
ampla variedade de máquinas.
ANSI B110 Safety Requirement for Power Press Brakes - A série de normasANSI
B11 fornece diretrizes abrangentes de segurança para máquinas-ferramenta, que podem ser
aplicadas a fresadoras.
Todasasnormasacimaforamutilizadasnoprocedimentodefabricaçãodoscorposde
prova de tração e de dobramento.
Fonte: Autor
63
Fonte: Autor
ASTM E3 - Esta norma estabelece práticas gerais para a preparação de amostras
metalográficaseaavaliaçãodeestruturasmicroestruturaisemmateriaismetálicos.Talnorma
foiutilizadacomobasecrucialparadeterminaçãodoscritériosparaprepararasduasamostras
para macrografia e micrografia.
ASTM E883 Standard Guide for Reflected–Light Photomicrography- Esta norma
aborda os procedimentos de preparação deamostrasmetalográficasparaanálisequantitativa
de microestruturas, utilizando da luz refletida. Sendo adotada como principal norma para
analisarasmicroestruturasvisualizadasaolhonuelupaparamacrografia,emicroscópiopara
micrografia.
ASTM E407 Standard Practice for Microetching Metals and Alloys - Norma que
descreve os procedimentos de polimento e micro ataque de amostras metalográficas para
64
microscopiaóptica.Talnormafoiutilizadacomoreferênciaparapráticasenvolvendooataque
da microestrutura.
ASTM E112 Standard Test Methods for Determining Average Grain Size - Norma
para determinar o tamanho médio dos grãos em materiais metálicos por meio de análise
metalográfica. Essa norma foi usada para conferir às amostras o máximo de qualidade no
momento das detecções e interpretações de resultados, seguindo o que foi determinado na
mesma.
ASTM E340 Standard Practice for Macroetching Metals and Alloys - Norma que
fornecediretrizesparaaanálisedeinclusõesemaçoseferrosfundidos.Estanormadescreve
procedimentos para a análise das fases presentes em materiais metálicos. Esta norma foi
utilizada para a caracterização das inclusões presentes nas amostras.
ASTME1951-17:estanormaabordamétodosdedeterminaçãoeanálisedemateriais
por intermédio do MEV. Esta norma foi utilizada para gerar imagens, com base em nossas
amostras, que foram capazes de serem analisadas e estudadas.
Figura 3.7 - Diferentes lixas para preparação de amostras
Fonte: Autor
Para a preparação das amostras foram utilizadas as lixas de granulometria, fazendo
desbaste nas lixas 100, 180, 220, 340 e 600.
65
Fonte: Autor
O polimento foi realizado na lixadeira politriz modelo PLF em panos de algodão,
utilizando de alumina 1 𝜇m.
Figura 3.9 - Microscopio de Varredura Óptica (MEV) da marca Tescan e modelo VEGA 3
LMU
Fonte: Autor
66
AASTME8:StandardTestMethodsforTensionTestingofMetallicMaterials,éuma
norma amplamente utilizada para ensaios de tração em materiais metálicos, nosso ensaio
seguiu a metodologia estabelecida por esta norma. Não existem normas específicas para
subamostras, mas o documento prevê um corpo de prova subsize que foi adotado para a
realização dos ensaios. No caso deste estudo, foram ensaiados dois corpos de tração de
mesmas dimensões, para que fosse gerado uma média.
Figura 3.10 - Projeto de corpo de prova para ensaio de tração via CAD
Fonte: Autor
Figura 3.11 - Fabricação dos corpos de prova de tração em uma fresadora CNC
Fonte: Autor
68
Figura 3.12 - Corpo de prova fixado em garras para execução do ensaio de tração em uma
máquina universal de ensaios de modelo de coluna dupla, modelo EMIC DL - 30000N
Fonte: Autor
AASTME290StandardTestMethodsforBendTestingofMaterialforDuctility:éa
normaquecobreostestesdeflexãodomaterialparaductilidadesobdiferentescondiçõesde
contorno.Nossoensaiofoiseguidoutilizandoestanormaesuasmetodologias,contudo,nesta
não se foi possível aferir uma dasdimensõespadrõesdanorma,ocomprimento,justamente
por isso foi necessário uma adaptação para gerar um relatório assertivo. Foram utilizados
cuteloefossoespecificadonanorma.Aprensautilizadafoide20kN.Nocasodesteestudo,
foram ensaiados dois corpos de dobramento de mesmas dimensões, para que fosse gerado
uma média.
69
Figura 3.14 - Equipamento para ensaio de dobramento de 3 pontas e corpo de prova anexado
em uma máquina universal de ensaios de modelo de coluna dupla
Fonte: Autor
A ASTM E18 é a norma para ensaios de dureza Rockwell. O método B é um dos
métodosdefinidosnestanorma.Nossosensaiosforamregidosporestanormaeaaplicaçãofoi
diretaemumadasseçõespreviamentepreparadasconformemetodologiarequeridananorma
supracitada. o durômetro utilizado foi
70
Figura 3.15 - Durômetro digital para Rockwell B da marca Mitutoyo e modelo Durotwin-D
Plus DT-20D com corpo de prova no momento do ensaio
Fonte: Autor
71
4. RESULTADOS
Fonte: Autor
72
Fonte: Autor
Figura 4.3 - Relatório do ensaio de tração do corpo de prova 2.
Fonte: Autor
73
Fonte: Autor
Fonte: Autor
74
Fonte: Autor
Fonte: Autor
75
Fonte: Autor
76
4.2.2 Macrografia
Figura 4.9 - Macrografia para verificação da não existência de solda na cantoneira com nital
10%
Fonte: Autor
Figura 4.10 - Macrografia para verificação de solda na viga com nital a 10%
Fonte: Autor
77
4.2.3 Micrografia
Figura 4.11 - Micrografia ampliada em 100x para verificar inclusões na cantoneira com nital a
10%
Fonte: Autor
Fonte: Autor
78
Figura 4.13 - Micrografia para verificar microestrutura na cantoneira ampliada em 400x com
nital a 2%
Fonte: Autor
Figura 4.14 - Micrografia para verificar microestrutura na viga ampliada em 100x com nital a
2%
Fonte: Autor
79
Figura 4.15 - Micrografia para verificar microestrutura na viga ampliada em 200x com nital a
2%
Fonte: Autor
80
Figura 4.16 - Micrografia para verificar microestrutura na viga ampliada em 400x com nital a
2%
Fonte: Autor
81
Figura 4.17 - Micrografia no MEV para verificar microestrutura na viga ampliada em 900x
com nital a 2%
Nota: a imagem ‘’a’’ refere-se a emissão de SE e a ‘’b’’ se refere a emissão de BSE
Fonte: Autor
82
Figura 4.18 - Micrografia no MEV para verificar lamelas na microestrutura da viga. Ampliada
em 2.00 kx com nital a 2%
Nota: a imagem ‘’a’’ refere-se a emissão de SE e a ‘’b’’ se refere a emissão de BSE
Fonte: Autor
Contudo,verificou-sequeoalongamentopercentualdocorpodeprovafoisuperiorao
especificado na norma. Após o ensaio, aferiu-se uma deformação de 14,96 mm para o
primeiro corpo de prova e 15,57 mm para o segundo, os quais aplicados em uma média
simplesresultamem15,26mm.Empossedessesnúmeros,esabendoocomprimentoinicial,
o qual erade25,08mm,procederam-seosseguintecálculos,paraobtençãodoalongamento
percentual %AL:
%𝐴𝐿 = ( ) × 100 = (
𝐿
Δ
𝐿𝑜
5,26
1
25.08 ) × 100 = 60, 84%
É evidente que esse valor, embora representeumaductilidadeexcelenteparaumaço
estrutural, excede o esperado para um aço ASTM A-36. Desse modo, abre-se a seguinte
hipótese, o material pode ter passado por um tratamento térmico de recristalização após
laminação visando aumento de ductilidade
Comefeito,essetipodemetaléfabricadoporconformaçãomecânica,notadamentea
laminação, a qual confere ao material umavariaçãonaspropriedadesadependerdadireção
em que estas são avaliadas.
Dequalquermodo,nãoéirrazoávelafirmar,diantedasevidênciasanteriores,tratar-se
de um aço com ótima ductilidade. Como exaltado na revisão bibliográfica, em especial o
Capítulo 2.9, essa é uma das principais características para um aço estrutural ASTMA-36,
devidoanaturezadosesforçosaoqualserásubmetidoemsuasaplicaçõesevisandogarantira
integridade da estrutura, que certamente se deformará bastante antes de romper, cumprindo
seu papel requerido nas condições de projetos citadas na revisão bibliográfica.
5.2.1 Macrografias
Em vista dos resultados apresentados ao longo deste trabalho, especificamente no
capítulo anterior, torna-se evidente a ausência de solda no processo de fabricaçãotantodas
vigasquantodascantoneiras,oqueindicaqueessaspeçasforamlaminadas.Estaconstatação
coincide com as informações discutidas nos Capítulos 2.7 e 2.8, onde foram detalhadas as
técnicas e métodos de produção desses elementos estruturais.
No contexto das estruturas metálicas, a não presença de solda em elementos como
cantoneiras e vigas não apenas simplifica o processo de fabricação, mas também contribui
para a integridade estrutural e durabilidadedasestruturasconstruídas.Alémdisso,aadoção
demétodosqueevitamanecessidadedesoldagemestáalinhadacomastendênciasatuaisde
otimização de custos e tempodeprodução,tornando-seumapráticarelevantenaengenharia
de estruturas metálicas.
Neste sentido, os resultados discutidos neste trabalho reforçam a importância da
seleçãoadequadadosmétodosdefabricaçãodecantoneirasevigas,levandoemconsideração
85
não apenas os requisitos de desempenho, mas também a economia e a qualidade da
construção.Aausênciadesoldaemnossasamostrasevidenciaquetaiselementosestruturais
podem ser utilizados de forma viável para a indústriadaconstruçãomecânicaecivil,como
evidenciado nas estruturas do Instituto Federal da Bahia (IFBA) - Campus Salvador
apresentadas no Capítulo 2.9 em estruturas de forma segura, eficiente e economicamente
viável.
5.2.2 Micrografias
Partindo para discussão de resultadosmicrográficosdaviga,osresultadosobtidosna
presentepesquisa,especificamentenaFigura4.11,revelamautilizaçãodeumaampliaçãode
100x em um microscópio óptico com ataque de nital a 10%, conforme recomendado pela
normaASTME45paraverificaçãodoníveldeinclusões,vistoqueessatécnicaéfundamental
para a avaliação do grau de pureza do aço. A análise, de acordo comaTabela2.9,permite
classificar o aço da cantoneira como DG4, indicando a presença deinclusõesdotipoóxido
globular. Essa característica denota uma alta resistência à fadiga e uma melhoria na
ductilidade das placas, particularmente quando o teor de enxofre é reduzido e a forma das
inclusõesfavoreceapredominânciadasglobularesemdetrimentodasalongadas.Essecenário
resulta em um aumento significativo da resistência ao rasgamento lamelar,comodemonstra
nossa amostra.
É relevante observar que a tenacidade à fratura de aços de ultra-alta resistência
mecânicaésensívelaoespaçamentoeàfraçãovolumétricadasinclusões.Areduçãodoteor
de inclusões proporciona maior resistência à nucleação de vazios, o que, por sua vez,
aprimora as propriedades mecânicas dos aços. A diminuição do teor de enxofre, e,
consequentemente, a redução da presença de sulfetos de manganês, pode melhorar a
tenacidade à fratura dos aços. As amostras apresentam baixa quantidade de inclusões
alongadas de sulfetos, conforme aFigura 4.11.
As Figuras 4.12 e 4.13, que apresentam micrografias atacadas com nital a 2%,
mostrandootamanhodogrãoaustenítico.AanálisedeacordocomaTabela2.8revelaquese
trata da estrutura TG8 (+/- 22,50 μm), caracterizada por grãos menores. Essa estrutura
contribuiparaoaumentodaresistênciamecânicadomaterialdevidoaopequenotamanhode
grão, tornando-o mais adequado para aplicações em que a resistência mecânica é uma
prioridade.
86
NoquedizrespeitoàsFiguras4.14e4.15e4.16,queabrangemamicrografiadaviga,
é notável a manutenção das mesmas configurações de resultado em relação ao tamanho de
grãosdacantoneira,sendoTG8eDG4parainclusões.Issosugerequeaqualidadedomaterial
utilizado na viga também é condizente com as diretrizes da norma ASTM E45,
proporcionando vantagens em termos de resistência à fadiga, ductilidade, resistência ao
rasgamentolamelaretenacidadeàfratura.Aindasobreissonota-semicroestruturasdeferrita
e perlita tanto nas micrografias da viga, como nas da cantoneira.
Nas Figuras 4.17 e 4.18, que apresentam as micrografias praticadas no MEV, é
possível notardefatoqueháoevidenciamentodamicroestruturaferritaeperlitanaimagem
‘’b’’ das duas figuras, justamente por conta do ataque químico feito anteriormente e pela
emissãodeelétronsretroespalhados,noqualambosfornecemumavisualizaçãopropíciapara
análises, o que coincide com os outros resultados supracitados. Além do fato exposto, ao
analisar mais profundamente a Figura 4.18, mais especificamente a imagem ‘’a’’, onde há
apenas a emissão de elétrons secundários, é possível aferir a presença de lamelas nas
estruturas de perlita, o que então é uma característica notável no aço ASTM A-36.
Análogoaisso,osresultadosapresentadosnasmicrografias,nasanálisesmetalúrgicas
eensaiosmecânicosevidenciamaqualidadedoaçoASTMA-36utilizadonafabricaçãotanto
dacantoneiraquantodaviga.AconformidadecomasnormasASTME45eascaracterísticas
dasinclusõesedosgrãosausteníticos,indicamqueomaterialpossuipropriedadesmecânicas
desejáveis, o que é fundamental para garantir o desempenho adequado dessescomponentes
estruturais em aplicações reais. Essa pesquisa contribui significativamente para o
conhecimento da influência das características metalúrgicas no comportamento do aço em
aplicações estruturais e pode orientarescolhasmaisinformadasnaseleçãodemateriaispara
futuros projetos.
87
6. CONCLUSÃO
OASTMA-36éumaçoestrutural,ouseja,utilizadonafabricação,sumariamente,de
vigas e cantoneiras que sustentarão estruturas metálicas diversas. Diante danaturezadesua
aplicação, faz-se necessário que seja um aço de razoável resistência mecânica e dureza,
apresente boa ductilidade e soldabilidade, bem como seja capaz de resistir a esforços
cisalhantes e fletores. Nesse contexto, a utilização de ensaios mecânicos e metalográficos é
prática corrente na indústria, visando comprovar as características exigidas e garantir a
segurança do projeto estrutural.
Paratalfim,opresentetrabalhobuscouancorar-seemextensorepertórioteórico,tanto
nacional quanto internacional, com o fito de obter sólida base no desenvolvimento de suas
atividades.Outrossim,adireçãodosensaios,desdeoprojetodasamostras,suapreparaçãoea
realização de fato, seguiu normas amplamente utilizadas em todo o globo, reservando-se o
direito de aplicar pequenas alterações diante de especificidades do meio. Assim sendo, o
referencial teórico e normativo garante a padronização dos testes com ospraticadosmundo
afora. Com efeito, os resultados obtidos corroboram a teoria. Os ensaios mecânicos
demonstraram, de modoquantitativo,pormeiodosensaiosdetraçãoedureza, aadequação
daamostraàscaracterísticasmecânicasdoaçoASTMA-36,especialmenteboaresistênciae
altaductilidade.Ainda,umaanálisemaisqualitativa,casodoensaiodedobramento,enfatizou
essa última, devido ao não aparecimento de trincas.
Aindanessaproposta,osresultadosmetalográficospermitiramumaboacaracterização
do modo de fabricação e da microestrutura da amostra. Em verdade,oensaiomacrográfico
comprovou eficazmenteaausênciadocordãodesoldanaviga,evidenciandotratar-sedeum
perfil laminado. Paralelamente, a micrografiapermitiu,pormeiodaavaliaçãodeinclusõese
do tamanho do grão austenítico, traçaracorrelaçãoentreamicroestruturaeaspropriedades
mecânicas ensaiadas.
Destarte, percebe-se que a utilização de ensaios mecânicos e metalográficos para
caracterização de materialépráticanãosóhistoricamentetestada,comotambématualmente
eficaz. De fato, o êxito do presente trabalho atesta a funcionalidade dessa prática. Por fim,
ressalta-se o papel de experiências como essa no desenvolvimento acadêmico dos autores,
revelando a importânciadesuadifusãonomeiodocenteedasuainterdisciplinaridadequeo
presente trabalho corroborou em sua confecção.
88
O desenvolvimento de um Atividade de Conclusão de Curso (ACC) muitas vezes
envolve a utilização de análises detalhadas para identificar a composição química dos
materiais em estudo. Uma das técnicas mais comuns é justamente a Difração de Raios-X
(DRX), que fornece informações essenciais sobre a estrutura e acomposiçãodosmateriais.
No entanto, em algumas situações, a execução desse ensaio foi comprometida devido a
problemas na máquina e equipamento, como avarias ou necessidade de manutenção periódica.
NascircunstânciasdeACCfoiestritamentenecessárioidentificaraestruturacristalina
e química dos materiaisatravésdeamostras,oqueinfelizmentenãofoipossíveldeserfeito
por questões logísticas envolvendo o maquinado acadêmico. É necessário mencionar que
através desses ensaios e métodos seria possível esmiuçar quais seriam os relatórios e
consequentemente os motivos que levaram a determinadas resultados destoantes, como no
ensaio de tração, em que não se evidencia se tal resultado tem relação a eventuais dúvidas
como o processo de fabricação das vigas e cantoneiras, incluindo eventuais tratamentos
térmicoscomo:têmpera,revenimento,normalização,recozimento,cementação,encruamento,
recozimento isotérmico, envelhecimento, etc.
89
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