TCC - Ensaios Metalográficos e Mecânicos para Caracterização de Estruturas em Aço Astm A-36

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‭INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA BAHIA‬

‭DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE TECNOLOGIA MECÂNICA - DATM‬


‭CURSO TÉCNICO EM MECÂNICA INTEGRADO‬

‭JORGE DE ARAUJO SOUZA‬


‭LEONARDO BEZERRA MORAIS‬
‭PEDRO HENRIQUE NASCIMENTO DO VALE‬

‭TEMA: ENSAIOS METALOGRÁFICOS E MECÂNICOS PARA CARACTERIZAÇÃO DE‬


‭AÇO ESTRUTURAL ASTM A-36 (STANDARD SPECIFICATION FOR CARBON‬
‭STRUCTURAL STEEL)‬

‭SALVADOR - BA‬
‭2023‬
‭JORGE DE ARAUJO SOUZA‬
‭LEONARDO BEZERRA MORAIS‬
‭PEDRO HENRIQUE NASCIMENTO DO VALE‬

‭TEMA: ENSAIOS METALOGRÁFICOS E MECÂNICOS PARA CARACTERIZAÇÃO DE‬


‭AÇO ESTRUTURAL ASTM A-36 (STANDARD SPECIFICATION FOR CARBON‬
‭STRUCTURAL STEEL)‬

‭ tividade‬ ‭para‬ ‭conclusão‬ ‭de‬ ‭curso‬ ‭apresentado‬ ‭ao‬


A
‭Instituto‬ ‭Federal‬ ‭de‬‭Educação,‬‭Ciência‬‭e‬‭Tecnologia‬‭da‬
‭Bahia‬ ‭no‬ ‭campus‬ ‭Barbalho,‬ ‭Salvador,‬ ‭como‬ ‭requisito‬
‭parcial‬‭para‬‭obter‬‭ilação‬‭da‬‭matriz‬‭curricular‬‭do‬‭curso‬‭de‬
‭mecânica integrado.‬

‭Orientador: Profº Moacir Bispo Ramos, Doutor‬

‭SALVADOR - BA‬
‭2023‬
‭AGRADECIMENTOS‬

‭Agradecemos‬‭primeiramente‬‭a‬‭Deus,‬‭cuja‬‭orientação‬‭divina‬‭nos‬‭iluminou‬‭o‬‭caminho‬‭e‬
‭sustentou‬ ‭nossos‬ ‭espíritos‬ ‭nesta‬ ‭trajetória‬ ‭acadêmica.‬ ‭Expressamos‬ ‭nossa‬ ‭sincera‬ ‭gratidão‬ ‭a‬
‭todas‬ ‭as‬ ‭pessoas‬ ‭e‬ ‭entidades‬ ‭que‬ ‭desempenharam‬ ‭um‬‭papel‬‭fundamental‬‭na‬‭conclusão‬‭deste‬
‭trabalho, ao Departamento Acadêmico de Tecnologia Mecânica pela colaboração essencial.‬
‭Singularmente‬ ‭ao‬ ‭Prof°‬ ‭Doutor‬ ‭Moacir‬ ‭Bispo‬ ‭Ramos,‬ ‭nosso‬ ‭dedicado‬ ‭orientador.‬
‭Somos‬ ‭profundamente‬ ‭gratos‬ ‭por‬ ‭sua‬ ‭orientação‬ ‭e‬‭apoio‬‭constantes‬‭ao‬‭longo‬‭deste‬‭processo‬
‭bem‬‭como‬‭pela‬‭colaboração‬‭valiosa‬‭que‬‭proporcionou‬‭uma‬‭base‬‭sólida‬‭para‬‭este‬‭trabalho.‬‭Aos‬
‭professores‬ ‭doutores‬ ‭Raimundo‬ ‭Jorge‬ ‭Santos‬ ‭Paranhos‬ ‭e‬ ‭Valdir‬ ‭José‬ ‭Garcia,‬ ‭queremos‬
‭agradecer‬‭pelas‬‭valiosas‬‭contribuições‬‭e‬‭orientações‬‭que‬‭enriqueceram‬‭o‬‭desenvolvimento‬‭das‬
‭nossas atividades, sempre com muito desvelo e solicitude.‬
‭Não‬ ‭podemos‬ ‭deixar‬ ‭de‬ ‭mencionar‬ ‭a‬ ‭equipe‬ ‭técnica‬ ‭do‬ ‭campus‬ ‭atribuída‬ ‭ao‬ ‭nosso‬
‭trabalho,‬‭composta‬‭por‬‭Clóvis‬‭José‬‭M.‬‭Cerqueira,‬‭Everaldo‬‭Matos,‬‭Yuri‬‭M.‬‭Campos‬‭e‬‭Carina‬
‭Soares‬ ‭do‬ ‭Nascimento,‬‭seu‬‭empenho,‬‭prestatividade‬‭e‬‭disposição‬‭foram‬‭fundamentais‬‭para‬‭o‬
‭sucesso‬ ‭deste‬ ‭projeto.‬ ‭Por‬ ‭fim,‬ ‭manifestamos‬ ‭nossa‬ ‭gratidão‬ ‭aos‬ ‭estagiários‬ ‭Arthur‬ ‭N.‬ ‭G.‬
‭Daltro‬‭e‬‭Maria‬‭Clara‬‭Caldas‬‭J.‬‭Oliveira‬‭pela‬‭sua‬‭dedicação,‬‭zelo‬‭e‬‭entusiasmo‬‭em‬‭nos‬‭auxiliar.‬
‭A todos, nossos sinceros agradecimentos por tornarem esta jornada possível e significativa.‬
‭Pedro‬ ‭Henrique‬ ‭Nascimento‬ ‭do‬ ‭Vale:‬ ‭agradeço‬ ‭primeiramente‬ ‭minha‬ ‭querida‬ ‭mãe,‬
‭Lucineide‬‭C.‬‭do‬‭Vale‬‭e‬‭ao‬‭meu‬‭amado‬‭pai,‬‭Meirisson‬‭N.‬‭do‬‭Vale,‬‭por‬‭seu‬‭amor‬‭incondicional‬
‭e‬ ‭apoio‬ ‭constante,‬ ‭que‬ ‭foram‬ ‭alicerces‬ ‭fundamentais‬ ‭para‬ ‭minha‬ ‭realização.‬‭Suas‬‭bênçãos‬‭e‬
‭orientações‬ ‭moldaram‬ ‭quem‬ ‭sou‬ ‭e‬ ‭tornaram‬ ‭possível‬ ‭a‬‭conclusão‬‭deste‬‭trabalho.‬‭Remerceio‬
‭minha‬‭prima‬‭Carla‬‭Almeida‬‭por‬‭ser‬‭minha‬‭referência‬‭de‬‭conduta‬‭em‬‭cada‬‭aspecto‬‭de‬‭sua‬‭vida,‬
‭sua integridade, generosidade e maviosidade são fontes constantes de inspiração.‬
‭Jorge‬ ‭de‬ ‭Araujo‬ ‭Souza:‬ ‭agradeço‬ ‭ao‬ ‭meu‬ ‭pai,‬ ‭Bartolomeu‬ ‭A.‬ ‭Souza‬‭e‬‭à‬‭minha‬‭mãe,‬
‭Rita‬‭de‬‭C.‬‭de‬‭Araújo,‬‭por‬‭ambos‬‭me‬‭apoiarem‬‭nos‬‭momentos‬‭árduos.‬‭Gratulo‬‭meus‬‭colegas‬‭de‬
‭curso:‬ ‭Samuel‬ ‭Lopes,‬ ‭José‬ ‭G.‬ ‭Souza,‬‭Luís‬‭Correia‬‭e‬‭Enzo‬‭Reis‬‭pelo‬‭apoio‬‭moral‬‭e‬‭estímulo‬
‭durante‬ ‭todo‬ ‭este‬ ‭processo.‬ ‭Por‬ ‭fim,‬ ‭gostaria‬ ‭de‬ ‭agradecer‬ ‭à‬ ‭minha‬ ‭equipe‬ ‭e‬ ‭em‬ ‭especial‬ ‭à‬
‭Pedro H. do Vale, por ter sido a vanguarda elementar para a conclusão deste trabalho.‬
‭Leonardo‬ ‭Bezerra‬ ‭Morais:‬ ‭em‬ ‭primeiro‬ ‭lugar,‬ ‭agradeço‬ ‭aos‬ ‭meus‬ ‭pais,‬ ‭Eraldo‬ ‭A.‬
‭Morais‬‭e‬‭Maria‬‭da‬‭C.‬‭B.‬‭Morais,‬‭pelo‬‭zelo‬‭constante‬‭a‬‭todos‬‭meus‬‭passos,‬‭provendo‬‭o‬‭suporte‬
‭necessário‬ ‭para‬ ‭meu‬ ‭desenvolvimento‬ ‭acadêmico.‬ ‭Ainda,‬ ‭agradeço‬ ‭aos‬ ‭meus‬ ‭colegas‬ ‭de‬
‭equipe pela colaboração ímpar e pela dedicação exclusiva na condução deste trabalho.‬
‭RESUMO‬

‭A‬ ‭presente‬ ‭atividade‬ ‭de‬ ‭conclusão‬ ‭de‬ ‭curso‬ ‭se‬ ‭propõe‬ ‭a‬ ‭explorar‬ ‭de‬ ‭maneira‬
‭aprofundada‬ ‭a‬ ‭caracterização‬ ‭das‬ ‭estruturas‬ ‭metálicas,‬ ‭em‬ ‭aço‬ ‭ASTM‬ ‭A-36,‬ ‭através‬ ‭da‬
‭aplicação‬ ‭conjunta‬ ‭de‬ ‭ensaios‬ ‭metalográficos‬ ‭e‬ ‭mecânicos.‬ ‭Este‬ ‭estudo‬ ‭oferece‬ ‭uma‬
‭contribuição‬‭substancial‬‭para‬‭a‬‭compreensão‬‭da‬‭estrutura‬‭e‬‭das‬‭propriedades‬‭mecânicas‬‭desse‬
‭material, fundamental para diversas aplicações na engenharia e indústrias.‬
‭Os‬ ‭ensaios‬ ‭metalográficos‬ ‭desempenham‬ ‭um‬ ‭papel‬ ‭essencial‬ ‭ao‬ ‭revelar‬ ‭a‬
‭microestrutura‬ ‭do‬ ‭aço‬ ‭sob‬ ‭diferentes‬ ‭condições‬ ‭de‬ ‭processamento‬ ‭térmico‬ ‭e‬ ‭mecânico.‬ ‭A‬
‭análise‬‭microscópica‬‭proporciona‬‭insights‬‭valiosos‬‭sobre‬‭a‬‭composição,‬‭distribuição‬‭de‬‭fases,‬
‭tamanho‬‭de‬‭grãos‬‭e‬‭inclusões,‬‭elementos‬‭cruciais‬‭que‬‭influenciam‬‭as‬‭propriedades‬‭mecânicas‬
‭e a durabilidade do aço.‬
‭Paralelamente,‬ ‭os‬ ‭ensaios‬ ‭mecânicos,‬ ‭como‬ ‭tração,‬ ‭dureza‬ ‭e‬ ‭dobramento,‬ ‭fornecem‬
‭uma‬ ‭compreensão‬ ‭abrangente‬ ‭do‬ ‭comportamento‬ ‭mecânico‬ ‭do‬ ‭aço‬ ‭ASTM‬ ‭A-36.‬ ‭Esses‬
‭ensaios‬ ‭possibilitam‬ ‭a‬ ‭avaliação‬ ‭de‬ ‭propriedades‬ ‭como‬ ‭limite‬ ‭de‬ ‭elasticidade,‬ ‭resistência‬ ‭à‬
‭tração,‬‭tenacidade,‬‭ductilidade‬‭entre‬‭outras.‬‭A‬‭integração‬‭das‬‭informações‬‭obtidas‬‭a‬‭partir‬‭dos‬
‭ensaios‬ ‭metalográficos‬ ‭e‬ ‭mecânicos‬ ‭permite‬ ‭uma‬ ‭caracterização‬ ‭completa‬ ‭da‬ ‭estrutura‬ ‭e‬ ‭do‬
‭desempenho do aço.‬
‭A‬ ‭pesquisa‬ ‭conduzida‬ ‭neste‬ ‭trabalho‬ ‭não‬ ‭apenas‬ ‭descreve‬ ‭os‬ ‭métodos‬ ‭empregados,‬
‭mas‬ ‭também‬ ‭ressalta‬ ‭a‬ ‭importância‬ ‭da‬ ‭correlação‬ ‭entre‬ ‭os‬ ‭resultados‬ ‭dos‬ ‭ensaios‬
‭metalográficos‬ ‭e‬ ‭mecânicos.‬ ‭Essa‬ ‭abordagem‬ ‭interdisciplinar‬ ‭é‬ ‭fundamental‬ ‭para‬ ‭otimizar‬‭a‬
‭seleção‬ ‭e‬ ‭o‬‭uso‬‭eficiente‬‭do‬‭aço‬‭ASTM‬‭A-36‬‭em‬‭aplicações‬‭específicas,‬‭levando‬‭a‬‭um‬‭maior‬
‭desempenho e segurança em projetos de engenharia.‬
‭Em‬‭suma,‬‭a‬‭combinação‬‭de‬‭ensaios‬‭metalográficos‬‭e‬‭mecânicos‬‭se‬‭torna‬‭essencial‬‭para‬
‭a‬ ‭caracterização‬ ‭abrangente‬ ‭de‬ ‭estruturas‬ ‭em‬ ‭aço‬ ‭ASTM‬ ‭A-36,‬ ‭fornecendo‬ ‭um‬ ‭arcabouço‬
‭sólido‬ ‭para‬ ‭a‬ ‭seleção‬ ‭e‬ ‭o‬ ‭projeto‬ ‭de‬ ‭componentes‬ ‭e‬ ‭estruturas‬ ‭que‬ ‭utilizam‬ ‭esse‬ ‭material‬
‭versátil e amplamente empregado na indústria.‬

‭Palavras chave: metalografia, ASTM A-36, caracterização.‬


‭ABSTRACT‬

‭This‬ ‭course‬ ‭completion‬ ‭activity‬ ‭aims‬ ‭to‬ ‭explore‬ ‭in‬ ‭depth‬ ‭the‬ ‭characterization‬ ‭of‬
‭metallic‬ ‭structures,‬ ‭in‬‭ASTM‬‭A-36‬‭steel,‬‭through‬‭the‬‭joint‬‭application‬‭of‬‭metallographic‬‭and‬
‭mechanical‬ ‭tests.‬ ‭This‬ ‭study‬ ‭offers‬ ‭a‬ ‭substantial‬ ‭contribution‬ ‭to‬ ‭the‬ ‭understanding‬ ‭of‬ ‭the‬
‭structure‬ ‭and‬ ‭mechanical‬ ‭properties‬ ‭of‬ ‭this‬ ‭material,‬‭fundamental‬‭for‬‭various‬‭applications‬‭in‬
‭engineering and industry.‬
‭Metallographic‬ ‭testing‬ ‭plays‬ ‭an‬ ‭essential‬ ‭role‬ ‭in‬‭revealing‬‭the‬‭microstructure‬‭of‬‭steel‬
‭under‬‭different‬‭thermal‬‭and‬‭mechanical‬‭processing‬‭conditions.‬‭Microscopic‬‭analysis‬‭provides‬
‭valuable‬ ‭insights‬ ‭into‬ ‭the‬ ‭composition,‬ ‭phase‬ ‭distribution,‬ ‭grain‬ ‭size‬ ‭and‬ ‭inclusions,‬ ‭crucial‬
‭elements that influence the mechanical properties and durability of steel.‬
‭In‬ ‭parallel,‬ ‭mechanical‬ ‭tests‬ ‭such‬ ‭as‬ ‭tensile,‬ ‭hardness‬ ‭and‬ ‭bending‬ ‭provide‬ ‭a‬
‭comprehensive‬ ‭understanding‬ ‭of‬ ‭the‬ ‭mechanical‬ ‭behavior‬ ‭of‬ ‭ASTM‬ ‭A-36‬ ‭steel.‬ ‭These‬‭tests‬
‭make‬ ‭it‬ ‭possible‬ ‭to‬ ‭evaluate‬ ‭properties‬ ‭such‬ ‭as‬ ‭elasticity‬ ‭limit,‬ ‭tensile‬ ‭strength,‬ ‭toughness,‬
‭ductility,‬ ‭among‬ ‭others.‬ ‭The‬ ‭integration‬ ‭of‬ ‭information‬ ‭obtained‬ ‭from‬ ‭metallographic‬ ‭and‬
‭mechanical‬ ‭tests‬ ‭allows‬ ‭a‬ ‭complete‬ ‭characterization‬ ‭of‬ ‭the‬ ‭structure‬‭and‬‭performance‬‭of‬‭the‬
‭steel.‬
‭The‬ ‭research‬ ‭conducted‬ ‭in‬ ‭this‬ ‭work‬ ‭not‬ ‭only‬ ‭describes‬ ‭the‬ ‭methods‬ ‭used,‬ ‭but‬ ‭also‬
‭highlights‬ ‭the‬ ‭importance‬ ‭of‬ ‭the‬ ‭correlation‬ ‭between‬ ‭the‬ ‭results‬ ‭of‬ ‭metallographic‬ ‭and‬
‭mechanical‬ ‭tests.‬ ‭This‬ ‭interdisciplinary‬ ‭approach‬ ‭is‬ ‭critical‬ ‭to‬ ‭optimizing‬ ‭the‬ ‭selection‬ ‭and‬
‭efficient‬‭use‬‭of‬‭ASTM‬‭A-36‬‭steel‬‭in‬‭specific‬‭applications,‬‭leading‬‭to‬‭greater‬‭performance‬‭and‬
‭safety in engineering projects.‬
‭In‬‭short,‬‭the‬‭combination‬‭of‬‭metallographic‬‭and‬‭mechanical‬‭tests‬‭becomes‬‭essential‬‭for‬
‭the‬ ‭comprehensive‬ ‭characterization‬ ‭of‬ ‭ASTM‬ ‭A-36‬ ‭steel‬ ‭structures,‬ ‭providing‬ ‭a‬ ‭solid‬
‭framework‬ ‭for‬ ‭the‬ ‭selection‬ ‭and‬ ‭design‬ ‭of‬ ‭components‬ ‭and‬ ‭structures‬ ‭that‬ ‭use‬‭this‬‭versatile‬
‭material widely used in industry.‬

‭Keywords: metallography, ASTM A-36, characterization.‬


‭LISTA DE FIGURAS‬

‭ igura‬‭2.1‬‭–‬‭Exemplificações‬‭gerais‬‭de‬‭materiais‬‭metálicos‬‭................................................‬‭10‬
F
‭Figura‬‭2.2‬‭–‬‭Esquematização‬‭visual‬‭da‬‭perlita‬‭e‬‭da‬‭ferrita‬‭em‬‭uma‬‭micrografia‬‭.............‬‭12‬
‭Figura‬‭2.3‬‭–‬‭Corpos‬‭de‬‭prova‬‭posterior‬‭ao‬‭tratamento‬‭térmico‬‭após‬‭ruptura‬‭..................‬‭15‬
‭Figura‬‭2.4‬‭–‬‭Diagrama‬‭Tensão-Deformação‬‭do‬‭aço‬‭ASTM‬‭A-36‬‭.......................................‬‭16‬
‭Figura‬‭2.5‬‭–‬‭Diagrama‬‭Tensão-Deformação‬‭de‬‭um‬‭aço‬‭(escala‬‭deformada)‬‭.....................‬‭16‬
‭Figura‬‭2.6‬‭–‬‭Seção‬‭transversal‬‭da‬‭cantoneira‬‭simples‬‭e‬‭dupla.‬‭...........................................‬‭26‬
‭Figura‬‭2.7‬‭–‬‭Tipos‬‭usuais‬‭de‬‭perfis‬‭para‬‭vigas‬‭......................................................................‬‭28‬
‭Figura‬‭2.8‬‭–‬‭Estrutura‬‭metálica‬‭no‬‭teto‬‭do‬‭ginásio‬‭bloco‬‭R,‬ ‭IFBA,‬‭campus‬‭Salvador‬‭....‬‭33‬
‭Figura‬‭2.9‬‭–‬‭Estrutura‬‭metálica‬‭no‬‭estacionamento‬‭bloco‬‭N,‬‭IFBA,‬‭campus‬‭Salvador‬‭...‬‭34‬
‭Figura‬‭2.10‬‭-‬‭Gráfico‬‭típico‬‭de‬‭tensão‬‭x‬‭deformação‬‭de‬‭um‬‭ensaio‬‭de‬‭tração‬‭...................‬‭37‬
‭Figura‬‭2.11‬ ‭-‬‭Máquina‬‭universal‬‭de‬‭ensaio:‬‭Modelo‬‭de‬‭coluna‬‭única‬‭e‬‭coluna‬‭dupla‬‭.....‬‭38‬
‭Figura‬‭2.12‬‭-‬‭Tensão‬‭e‬‭deformação‬‭distribuídas‬‭em‬‭um‬‭elemento‬‭de‬‭chapa‬‭.....................‬‭42‬
‭Figura‬‭2.13‬‭-‬‭Ensaio‬‭de‬‭dobramento‬‭guiado‬‭.........................................................................‬‭43‬
‭Figura‬‭2.14‬‭-‬‭Variáveis‬‭de‬‭dobramento‬‭.................................................................................‬‭44‬
‭Figura‬‭2.15‬‭-‬‭Esquema‬‭da‬‭realização‬‭do‬‭ensaio‬‭Brinell‬‭.......................................................‬‭47‬
‭Figura‬‭2.16‬‭-‬‭Máquina‬‭de‬‭ensaio‬‭Rockwell‬‭com‬‭mostrador‬‭digital‬‭....................................‬‭48‬
‭Figura‬‭2.17‬‭-‬‭Quadro‬‭comparativo‬‭de‬‭diferentes‬‭escalas‬‭de‬‭dureza‬‭...................................‬‭49‬
‭Figura‬‭2.18‬‭-‬‭Microscópio‬‭Óptico‬‭–‬‭Modelo‬‭Union‬‭..............................................................‬‭54‬
‭Figura‬‭2.19‬‭-‬‭Exemplo‬‭de‬‭Microestrutura‬‭em‬‭3D‬‭................................................................‬‭55‬
‭Figura‬‭2.20‬‭-‬‭Macrografia‬‭ilustrando‬‭o‬‭aspecto‬‭de‬‭uma‬‭solda‬‭de‬‭filete‬‭..............................‬‭58‬
‭Figura‬‭3.1‬‭-‬‭Vigas‬‭e‬‭perfis‬‭de‬‭cantoneiras‬‭após‬‭oxicorte‬‭......................................................‬‭59‬
‭Figura 3.2 - Chapas seccionadas na serra alternada para fabricação dos corpos de prova‬
‭de‬‭tração‬‭e‬‭dobramento‬‭..........................................................................................................‬‭60‬
‭Figura 3.3 - Chapas pré cortadas para corte a laser de macrografia e serra alternada de‬
‭micrografia‬‭...............................................................................................................................‬‭60‬
‭Figura‬‭3.4‬‭-‬‭Serra‬‭alternada‬‭horizontal‬‭................................................................................‬‭61‬
‭Figura‬‭3.5‬‭-‬‭Fresadora‬‭CNC‬‭ROMI‬‭D‬‭600‬‭............................................................................‬‭62‬
‭Figura‬‭3.6‬‭-‬‭Fresando‬‭corpo‬‭de‬‭prova‬‭de‬‭dobramento‬‭na‬‭fresadora‬‭convencional‬‭...........‬‭63‬
‭Figura‬‭3.7‬‭-‬‭Diferentes‬‭lixas‬‭para‬‭preparação‬‭de‬‭amostras‬‭.................................................‬‭64‬
‭Figura‬‭3.8‬‭-‬‭Lixadeira‬‭e‬‭politriz‬‭para‬‭acabamento‬‭de‬‭amostras‬‭.........................................‬‭65‬
‭Figura 3.9 - Microscopio de Varredura Óptica (MEV) da marca Tescan e modelo VEGA‬
‭3‬‭LMU‬‭......................................................................................................................................‬‭65‬
‭Figura‬‭3.10‬‭-‬‭Projeto‬‭de‬‭corpo‬‭de‬‭prova‬‭para‬‭ensaio‬‭de‬‭tração‬‭via‬‭CAD‬‭..........................‬‭66‬
‭Figura‬‭3.11‬‭-‬‭Corpo‬‭de‬‭prova‬‭gerada‬‭no‬‭software‬‭CAD‬‭em‬‭3D‬‭..........................................‬‭67‬
‭Figura 3.12 - Corpo de prova fixado em garras para execução do ensaio de tração em‬
‭uma máquina universal de ensaios de modelo de coluna dupla, modelo EMIC DL -‬
‭30000N‬‭......................................................................................................................................‬‭68‬
‭Figura‬‭3.13-‬‭Projeto‬‭corpo‬‭de‬‭dobramento‬‭via‬‭CAD‬‭...........................................................‬‭69‬
‭ igura 3.14 - Equipamento para ensaio de dobramento de 3 pontas e corpo de prova‬
F
‭anexado‬‭em‬‭uma‬‭máquina‬‭universal‬‭de‬‭ensaios‬‭de‬‭modelo‬‭de‬‭coluna‬‭dupla‬‭....................‬‭69‬
‭Figura 3.15 - Durômetro digital para Rockwell B da marca Mitutoyo e modelo‬
‭Durotwin-D‬‭Plus‬‭DT-20D‬‭com‬‭corpo‬‭de‬‭prova‬‭no‬‭momento‬‭do‬‭ensaio‬‭..............................‬‭70‬
‭Figura‬‭4.1‬‭-‬‭Relatório‬‭do‬‭ensaio‬‭de‬‭tração‬‭do‬‭corpo‬‭de‬‭prova‬‭1‬‭.........................................‬‭71‬
‭Figura 4.2 - Medição do comprimento útil do corpo de prova 1 após ensaio.‬
‭Medida‬‭=‬‭41,70mm‬‭..................................................................................................................‬‭72‬
‭Figura‬‭4.3‬‭-‬‭Relatório‬‭do‬‭ensaio‬‭de‬‭tração‬‭do‬‭corpo‬‭de‬‭prova‬‭2.‬‭Medida‬‭=‬‭41,2‬‭...............‬‭72‬
‭Figura‬‭4.4‬‭-‬‭Medição‬‭do‬‭comprimento‬‭útil‬‭do‬‭corpo‬‭de‬‭prova‬‭2‬‭após‬‭ensaio‬‭....................‬‭73‬
‭Figura‬‭4.5‬‭-‬‭Gráfico‬‭comparativo‬‭do‬‭desempenho‬‭dos‬‭dois‬‭corpos‬‭de‬‭prova‬‭....................‬‭73‬
‭Figura 4.6 - Fotografia comparativa dos corpos de prova após os ensaios‬
‭Nota:‬‭o‬‭padrão‬‭de‬‭cores‬‭faz‬‭referência‬‭à‬‭Fig.‬‭4.5‬‭.................................................................‬‭74‬
‭Figura‬‭4.7‬‭-‬‭Seções‬‭do‬‭corpo‬‭de‬‭prova‬‭de‬‭dobramento‬‭1‬‭(a,b)‬‭e‬‭2‬‭(c,d)‬‭..............................‬‭74‬
‭Figuras 4.8 - dureza medida no polo superior (a), inferior (b), no centro da cantoneira‬
‭(c)‬‭e‬‭após‬‭ensaio‬‭(d)‬‭.................................................................................................................‬‭75‬
‭Figura 4.9 - Macrografia para verificação da não existência de solda na cantoneira com‬
‭nital‬‭10%‬‭..................................................................................................................................‬‭76‬
‭Figura‬‭4.10‬‭-‬‭Macrografia‬‭para‬‭verificação‬‭de‬‭solda‬‭na‬‭viga‬‭com‬‭nital‬‭a‬‭10%‬‭.................‬‭76‬
‭Figura 4.11 - Micrografia ampliada em 100x para verificar inclusões na cantoneira com‬
‭nital‬‭a‬‭10%‬‭...............................................................................................................................‬‭77‬
‭Figura 4.12 - Micrografia para verificar microestrutura na cantoneira ampliada em 100x‬
‭e‬‭200x‬‭respectivamente,‬‭com‬‭nital‬‭a‬‭2%‬‭...............................................................................‬‭77‬
‭Figura 4.13 - Micrografia para verificar microestrutura na cantoneira ampliada em 400x‬
‭com‬‭nital‬‭a‬‭2%‬‭.........................................................................................................................‬‭78‬
‭Figura 4.14 - Micrografia para verificar microestrutura na viga ampliada em 100x com‬
‭nital‬‭a‬‭2%‬‭.................................................................................................................................‬‭78‬
‭Figura 4.15 - Micrografia para verificar microestrutura na viga ampliada em 200x com‬
‭nital‬‭a‬‭2%‬‭.................................................................................................................................‬‭79‬
‭Figura 4.16 - Micrografia para verificar microestrutura na viga ampliada em 400x com‬
‭nital‬‭a‬‭2%‬‭.................................................................................................................................‬‭80‬
‭Figura 4.17 - Micrografia no MEV para verificar microestrutura na viga ampliada em‬
‭900x‬‭com‬‭nital‬‭a‬‭2%‬‭................................................................................................................‬‭81‬
‭Figura 4.18 - Micrografia no MEV para verificar lamelas na microestrutura da viga.‬
‭Ampliada‬‭em‬‭2.00‬‭kx‬‭com‬‭nital‬‭a‬‭2%‬‭....................................................................................‬‭82‬
‭LISTA DE TABELAS‬

‭ abela‬‭2.1‬‭–‬‭Composição‬‭química‬‭e‬‭propriedades‬‭mecânicas‬‭do‬‭aço‬‭ASTM‬‭A-36‬‭...........‬‭10‬
T
‭Tabela‬‭2.2‬‭–‬‭Constantes‬‭físicas‬‭dos‬‭aços‬‭estruturais‬‭............................................................‬‭17‬
‭Tabela‬‭2.3‬‭–‬‭Etapas‬‭do‬‭tratamento‬‭térmico‬‭..........................................................................‬‭22‬
‭Tabela‬‭2.4‬‭–‬ ‭Similaridade‬‭entre‬‭normas‬‭de‬‭aços‬‭estruturais‬‭para‬‭a‬‭construção‬‭civil‬‭......‬‭23‬
‭Tabela‬‭2.5‬‭–‬‭Especificações‬‭de‬‭vigas‬‭......................................................................................‬‭32‬
‭Tabela‬‭2.6‬‭-‬‭Vigas‬‭de‬‭seção‬‭transversal‬‭uniforme‬‭.................................................................‬‭44‬
‭Tabela‬‭2.7‬‭-‬‭Valores‬‭aproximados‬‭para‬‭conversão‬‭entre‬‭durezas‬‭e‬‭resistência‬‭à‬‭tração‬‭...‬‭50‬
‭Tabela‬‭2.8‬‭-‬‭Tamanho‬‭do‬‭grão‬‭austenítico‬‭............................................................................‬‭52‬
‭Tabela‬‭2.9‬‭-‬‭Avaliação‬‭da‬‭quantidade‬‭de‬‭inclusões‬‭de‬‭aço,‬‭definição‬‭de‬‭grau‬‭de‬‭pureza‬‭..‬‭53‬
‭Tabela‬‭2.10‬‭-‬‭Principais‬‭ataques‬‭químicos‬‭para‬‭ligas‬‭ferrosas‬‭............................................‬‭57‬
‭LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS‬

‭AISC - American Institute for Steel Construction‬

‭ANSI - American National Standards Institute‬

‭ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas‬

‭ASTM - American Society for Testing and Materials‬

‭ASME - American Society for Mechanical Engineering‬

‭BS - British Standards‬

‭BSE - Elétrons retroespalhados‬

‭C - Carbono‬

‭CAD - Computer-aided design‬

‭CCC - Cúbica de Corpo Centrado‬

‭CBCA - Centro Brasileiro de Construção em Aço‬

‭CIMM - Centro de Informação Metal Mecânico‬

‭Cl - Cloro‬

‭CNC - Controle Numérico Computadorizado‬

‭Cu - Cobre‬

‭DIN - Deutsches Institut für Normung (German Institute for Standardization)‬

‭EN - European and International Standards‬

‭EUA - Estados Unidos da América‬

‭HRB - Dureza Rockwell B‬

‭HB - Dureza Brinell‬

‭IFES - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo‬

‭IFSC - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina‬

‭ISO - International Organization for Standardization‬


‭JIS - Japanese Industrial Standards‬

‭Mercosul - Mercado Comum do Sul‬

‭Mn - Manganês‬

‭N - Newton‬

‭NR - Norma Regulamentadora‬

‭NBR - Norma Técnica Brasileira‬

‭OSHA - Occupational Safety and Health Administration‬

‭O - Oxigênio‬

‭Pa - Pascal‬

‭Psi - Pound Force Per Square Inch‬

‭P - Fósforo‬

‭S - Enxofre‬

‭SAE - Society of Automotive Engineers‬

‭SE - Eletrodo secundário‬

‭Si - Silício‬

‭TTAT - Tratamento Térmico de Alívio de Tensões‬

‭UFPR - Universidade Federal do Paraná‬

‭UNESP - Universidade do Estado de São Paulo‬

‭ZTA - Zona termicamente afetada‬


‭SUMÁRIO‬

‭1‬‭INTRODUÇÃO‬‭......................................................................................................................‬‭8‬
‭1.1‬‭Justificativa‬‭....................................................................................................................‬‭9‬
‭2‬‭REVISÃO‬‭BIBLIOGRÁFICA‬‭..............................................................................................‬‭9‬
‭2.‬‭1‬‭Aço‬‭ASTM‬‭A-36‬‭...........................................................................................................‬‭9‬
‭2.‬‭2‬‭Microestrutura‬‭do‬‭aço‬‭ASTM‬‭A-36‬‭..........................................................................‬‭11‬
‭2.3‬‭Técnicas‬‭de‬‭micrografia‬‭..............................................................................................‬‭12‬
‭2.4‬‭Caracterização‬‭do‬‭aço‬‭ASTM‬‭A-36‬‭...........................................................................‬‭14‬
‭2.5‬‭Normas‬‭e‬‭Padrões‬‭........................................................................................................‬‭18‬
‭2.6‬‭Aplicações‬‭Práticas‬‭......................................................................................................‬‭23‬
‭2.7‬‭Obtenção‬‭de‬‭Cantoneiras‬‭...........................................................................................‬‭25‬
‭2.8‬‭Obtenção‬‭de‬‭Vigas‬‭.......................................................................................................‬‭27‬
‭2.9‬‭Projeto‬‭de‬‭estruturas‬‭metálicas‬‭..................................................................................‬‭29‬
‭2.10‬‭Ensaios‬‭Mecânicos‬‭.....................................................................................................‬‭35‬
‭2.10.1‬‭Ensaio‬‭de‬‭tração‬‭...............................................................................................‬‭35‬
‭2.10.2‬‭Ensaio‬‭de‬‭dobramento‬‭.....................................................................................‬‭41‬
‭2.10.3‬‭Ensaio‬‭de‬‭dureza‬‭..............................................................................................‬‭45‬
‭2.11‬‭Ensaios‬‭Metalográficos‬‭.............................................................................................‬‭50‬
‭2.11.1‬‭Micrografia‬‭.......................................................................................................‬‭50‬
‭2.11.2‬‭Macrografia‬‭......................................................................................................‬‭56‬
‭3.‬‭MATERIAIS,‬‭EQUIPAMENTOS‬‭E‬‭MÉTODOS‬‭............................................................‬‭59‬
‭3.1‬‭Materiais‬‭......................................................................................................................‬‭59‬
‭3.2‬‭Serra‬‭alternada‬‭............................................................................................................‬‭60‬
‭3.3‬‭Fresadora‬‭CNC‬‭e‬‭Convencional‬‭.................................................................................‬‭61‬
‭3.4‬‭Metalografia,‬‭Macrografia,‬‭Micrografia‬‭e‬‭Preparação‬‭de‬‭Amostras‬‭.....................‬‭63‬
‭3.5‬‭Ensaios‬‭de‬‭Tração‬‭Subsize‬‭Specimen‬‭........................................................................‬‭66‬
‭3.6‬‭Ensaio‬‭de‬‭dobramento‬‭-‬‭norma‬‭adaptada‬‭.................................................................‬‭68‬
‭3.7‬‭Ensaio‬‭de‬‭Dureza‬‭Rockwell‬‭B‬‭....................................................................................‬‭69‬
‭4.‬‭RESULTADOS‬‭....................................................................................................................‬‭71‬
‭4.1‬‭Ensaios‬‭mecânicos‬‭.......................................................................................................‬‭71‬
‭4.1.1‬‭Ensaio‬‭de‬‭tração‬‭.................................................................................................‬‭71‬
‭4.1.2‬‭Ensaio‬‭de‬‭dobramento‬‭.......................................................................................‬‭74‬
‭4.1.3‬‭Ensaio‬‭de‬‭dureza‬‭................................................................................................‬‭75‬
‭4.2‬‭Ensaios‬‭metalográficos‬‭................................................................................................‬‭76‬
‭4.2.2‬‭Macrografia‬‭........................................................................................................‬‭76‬
‭4.2.3‬‭Micrografia‬‭.........................................................................................................‬‭77‬
‭5.‬‭DISCUSSÃO‬‭DOS‬‭RESULTADOS‬‭...................................................................................‬‭82‬
‭5.1‬‭Ensaios‬‭mecânicos‬‭.......................................................................................................‬‭82‬
‭ .1.1‬‭Ensaio‬‭de‬‭tração‬‭.................................................................................................‬‭82‬
5
‭5.1.2‬‭Ensaio‬‭de‬‭dobramento‬‭.......................................................................................‬‭83‬
‭5.1.3‬‭Ensaio‬‭de‬‭dureza‬‭................................................................................................‬‭84‬
‭5.2‬‭Ensaios‬‭Metalográficos‬‭...............................................................................................‬‭84‬
‭5.2.1‬‭Macrografias‬‭.......................................................................................................‬‭84‬
‭5.2.2‬‭Micrografias‬‭........................................................................................................‬‭85‬
‭6.‬‭CONCLUSÃO‬‭.....................................................................................................................‬‭87‬
‭7.‬‭TRABALHOS‬‭COMPLEMENTARES‬‭.............................................................................‬‭88‬
‭8.‬‭REFERÊNCIAS‬‭BIBLIOGRÁFICAS‬‭..............................................................................‬‭89‬
‭8‬

‭1 INTRODUÇÃO‬

‭O‬‭aço‬‭é‬‭um‬‭dos‬‭materiais‬‭mais‬‭versáteis‬‭e‬‭amplamente‬‭utilizados‬‭na‬‭indústria,‬‭devido‬‭à‬
‭sua‬ ‭excelente‬ ‭combinação‬ ‭de‬ ‭resistência‬ ‭mecânica,‬ ‭durabilidade‬ ‭e‬ ‭facilidade‬ ‭de‬
‭processamento.‬ ‭Dentre‬ ‭as‬ ‭diversas‬ ‭ligas‬ ‭disponíveis,‬ ‭o‬ ‭aço‬ ‭ASTM‬ ‭A-36‬ ‭tem‬ ‭se‬ ‭destacado‬
‭como‬ ‭uma‬ ‭escolha‬ ‭popular‬ ‭em‬ ‭aplicações‬ ‭estruturais,‬ ‭construção‬ ‭civil‬ ‭e‬ ‭fabricação‬ ‭de‬
‭maquinários.‬ ‭Sua‬ ‭elevada‬ ‭resistência‬ ‭e‬ ‭ductilidade‬ ‭o‬ ‭tornam‬ ‭ideal‬ ‭para‬ ‭suportar‬ ‭cargas‬
‭estáticas e dinâmicas, sendo amplamente empregado em vigas, cantoneiras e perfis estruturais.‬
‭No‬ ‭entanto,‬ ‭para‬ ‭garantir‬ ‭o‬ ‭desempenho‬ ‭e‬ ‭a‬ ‭confiabilidade‬ ‭dessas‬ ‭estruturas,‬ ‭é‬
‭fundamental‬ ‭compreender‬ ‭a‬ ‭microestrutura‬ ‭do‬ ‭aço‬ ‭ASTM‬ ‭A-36,‬‭uma‬‭vez‬‭que‬‭ela‬‭influencia‬
‭diretamente‬ ‭suas‬ ‭propriedades‬ ‭mecânicas‬ ‭e‬ ‭comportamento‬ ‭em‬ ‭serviço.‬ ‭Nesse‬ ‭contexto,‬ ‭os‬
‭ensaios‬ ‭metalográficos‬ ‭e‬ ‭mecânicos‬ ‭surgem‬ ‭como‬ ‭técnicas‬ ‭cruciais‬ ‭para‬ ‭a‬ ‭caracterização‬
‭detalhada desse material.‬
‭A‬ ‭presente‬ ‭atividade‬ ‭de‬ ‭conclusão‬ ‭de‬ ‭curso‬ ‭(ACC)‬ ‭tem‬ ‭como‬ ‭objetivo‬ ‭explorar‬ ‭a‬
‭relevância‬ ‭dos‬ ‭ensaios‬ ‭supracitados‬ ‭para‬ ‭a‬ ‭caracterização‬ ‭do‬ ‭aço‬ ‭ASTM‬ ‭A-36‬ ‭em‬
‭componentes‬ ‭estruturais,‬ ‭com‬ ‭foco‬ ‭na‬ ‭investigação‬ ‭da‬ ‭sua‬ ‭microestrutura,‬‭tamanho‬‭de‬‭grão,‬
‭fases‬‭presentes,‬‭composição‬‭química‬‭e‬‭outras‬‭características‬‭que‬‭influenciam‬‭seu‬‭desempenho‬
‭mecânico.‬‭Através‬‭da‬‭análise‬‭metalográfica,‬‭será‬‭possível‬‭obter‬‭informações‬‭detalhadas‬‭sobre‬
‭a‬‭distribuição‬‭e‬‭a‬‭morfologia‬‭dos‬‭constituintes‬‭presentes‬‭no‬‭aço‬‭ASTM‬‭A-36,‬‭permitindo‬‭uma‬
‭melhor compreensão de sua estrutura cristalina e propriedades.‬
‭Serão‬‭abordadas,‬‭ao‬‭longo‬‭deste‬‭estudo,‬‭as‬‭técnicas‬‭e‬‭procedimentos‬‭de‬‭preparação‬‭de‬
‭amostras‬ ‭para‬ ‭micrografia,‬ ‭com‬ ‭o‬ ‭intuito‬ ‭de‬ ‭garantir‬ ‭a‬ ‭obtenção‬ ‭de‬ ‭resultados‬ ‭precisos‬ ‭e‬
‭representativos‬ ‭da‬ ‭microestrutura‬ ‭do‬ ‭material,‬ ‭além‬ ‭de‬ ‭ensaios‬ ‭atrelados‬ ‭à‬ ‭tração,‬ ‭dureza‬ ‭e‬
‭dobramento.‬ ‭Além‬ ‭disso,‬ ‭será‬ ‭realizada‬ ‭uma‬ ‭revisão‬ ‭bibliográfica‬‭sobre‬‭estudos‬‭prévios‬‭que‬
‭utilizaram‬ ‭estas‬ ‭técnicas‬ ‭para‬ ‭caracterizar‬ ‭o‬ ‭aço‬ ‭ASTM‬ ‭A-36,‬ ‭analisando‬ ‭os‬ ‭principais‬
‭resultados encontrados e suas implicações práticas.‬
‭A‬ ‭compreensão‬ ‭da‬ ‭microestrutura‬ ‭do‬ ‭aço‬ ‭ASTM‬ ‭A-36‬ ‭através‬ ‭principalmente‬ ‭da‬
‭metalografia‬‭associada‬‭aos‬‭ensaios‬‭mecânicos‬‭permitirá‬‭a‬‭seleção‬‭mais‬‭adequada‬‭do‬‭material‬
‭em‬ ‭diferentes‬ ‭aplicações‬ ‭estruturais,‬ ‭bem‬ ‭como‬ ‭a‬ ‭identificação‬ ‭de‬ ‭possíveis‬ ‭imperfeições,‬
‭inclusões‬ ‭ou‬ ‭defeitos‬‭que‬‭possam‬‭impactar‬‭sua‬‭performance.‬‭Dessa‬‭forma,‬‭este‬‭estudo‬‭busca‬
‭contribuir‬ ‭para‬ ‭o‬ ‭aprimoramento‬ ‭da‬ ‭qualidade‬ ‭e‬ ‭segurança‬ ‭em‬ ‭projetos‬ ‭e‬ ‭construções‬ ‭que‬
‭utilizem‬ ‭cantoneiras,‬ ‭vigas‬ ‭e‬ ‭perfis‬ ‭de‬ ‭aço‬ ‭ASTM‬ ‭A-36,‬ ‭promovendo‬ ‭avanços‬‭no‬‭campo‬‭da‬
‭engenharia de materiais e da indústria da construção civil.‬
‭9‬

‭1.1 Justificativa‬

‭Este‬ ‭trabalho‬ ‭é‬ ‭justificado‬ ‭pela‬ ‭importância‬ ‭de‬ ‭aprofundar‬ ‭os‬ ‭conhecimentos‬
‭adquiridos‬ ‭acerca‬ ‭da‬ ‭caracterização‬ ‭do‬ ‭aço‬ ‭ASTM‬ ‭A-36‬ ‭em‬ ‭estruturas‬ ‭através‬ ‭de‬ ‭ensaios‬
‭metalográficos‬ ‭e‬ ‭mecânicos.‬ ‭As‬ ‭pesquisas‬ ‭acadêmicas‬ ‭nessa‬ ‭área‬ ‭são‬ ‭fundamentais‬ ‭para‬
‭aprimorar‬‭as‬‭técnicas‬‭de‬‭análise‬‭e‬‭interpretação‬‭de‬‭imagens‬‭microscópicas,‬‭bem‬‭como‬‭para‬‭a‬
‭compreensão‬ ‭das‬ ‭relações‬ ‭entre‬ ‭as‬ ‭características‬ ‭microestruturais‬ ‭e‬ ‭as‬ ‭propriedades‬
‭mecânicas‬‭deste‬‭aço.‬‭Além‬ ‭disso,‬‭contribui‬‭para‬‭o‬‭avanço‬‭do‬‭conhecimento‬‭científico‬‭na‬‭área‬
‭de‬‭materiais‬‭metálicos‬‭e‬‭fortalece‬‭a‬‭formação‬‭de‬‭profissionais‬‭capacitados‬‭para‬‭atuar‬‭nas‬‭mais‬
‭diversas indústrias.‬

‭2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA‬

‭2. 1 Aço ASTM A-36‬

‭O‬ ‭aço‬ ‭ASTM‬ ‭A-36‬ ‭é‬ ‭uma‬ ‭liga‬ ‭de‬ ‭aço‬ ‭carbono‬ ‭com‬ ‭teores‬ ‭de‬ ‭carbono‬ ‭variando‬ ‭de‬
‭0,25%‬ ‭a‬ ‭0,29%‬ ‭em‬ ‭peso,‬ ‭além‬ ‭de‬ ‭conter‬‭pequenas‬‭quantidades‬‭de‬‭outros‬‭elementos‬‭de‬‭liga,‬
‭como‬ ‭manganês,‬ ‭silício,‬ ‭cobre,‬ ‭fósforo‬ ‭e‬ ‭enxofre.‬ ‭São‬ ‭desenvolvidos‬ ‭a‬ ‭partir‬ ‭dos‬ ‭aços‬ ‭de‬
‭baixo‬ ‭carbono,‬ ‭com‬ ‭pequenas‬ ‭adições‬ ‭de‬ ‭Mn‬ ‭(até‬ ‭2%)‬ ‭e‬ ‭outros‬ ‭elementos‬ ‭em‬ ‭níveis‬ ‭muito‬
‭pequenos.‬ ‭Estes‬ ‭aços‬ ‭apresentam‬ ‭maior‬ ‭resistência‬ ‭mecânica‬ ‭que‬ ‭os‬ ‭aços‬ ‭de‬ ‭baixo‬ ‭carbono‬
‭idênticos,‬ ‭mantendo‬ ‭a‬ ‭ductilidade‬ ‭e‬ ‭a‬ ‭soldabilidade,‬ ‭e‬ ‭são‬ ‭destinados‬ ‭às‬ ‭estruturas‬ ‭onde‬ ‭a‬
‭soldagem‬ ‭é‬ ‭um‬ ‭requisito‬ ‭importante‬ ‭(Carbono‬ ‭baixo),‬ ‭assim‬ ‭como‬ ‭a‬ ‭resistência.‬ ‭De‬ ‭modo‬
‭geral,‬ ‭estes‬ ‭aços‬ ‭proporcionam‬ ‭uma‬ ‭grande‬‭economia‬‭de‬‭aço‬‭na‬‭estrutura,‬‭a‬‭um‬‭custo‬‭muito‬
‭reduzido.‬‭Relacionando‬‭as‬‭informações‬‭do‬‭artigo‬‭técnico‬‭PANNONI,‬‭Fabio‬‭Domingos.‬‭Aços‬
‭estruturais.‬
‭Acerca da definição geral do aço, segundo CHIAVERINI, Vicente (2005).‬
‭‘’O‬ ‭aço‬ ‭é‬ ‭a‬ ‭liga‬ ‭ferro-carbono‬ ‭contendo‬ ‭geralmente‬ ‭0,008%‬ ‭até‬ ‭aproximadamente‬
‭2,11%‬ ‭de‬ ‭carbono,‬ ‭além‬ ‭de‬ ‭certos‬ ‭elementos‬ ‭residuais,‬ ‭resultantes‬ ‭dos‬ ‭processos‬ ‭de‬
‭fabricação’’‬
‭10‬

‭Tabela 2.1 – Composição química e propriedades mecânicas do aço ASTM A-36‬

‭Fonte: Autor. Adaptado por:‬‭Chiaverini, V. (2005)‬‭,‬‭Pannoni, F. D. (2001)‬

‭Segundo‬‭a‬‭siderúrgica‬‭Gerdau,‬‭o‬‭aço‬‭ASTM‬‭A-36‬‭está‬‭destinado‬‭a‬‭atender‬‭o‬‭mercado‬
‭da‬‭construção‬‭civil‬‭e,‬‭de‬‭acordo‬‭com‬‭Chiaverini‬‭(2005,‬‭p.‬‭252),‬‭o‬‭aço‬‭ASTM‬‭A-36‬ ‭é‬‭utilizado‬
‭também‬ ‭na‬ ‭fabricação‬ ‭de‬ ‭chapas‬ ‭grossas‬ ‭de‬ ‭aço,‬ ‭com‬ ‭espessuras‬ ‭superior‬ ‭a‬ ‭5mm‬ ‭e‬ ‭largura‬
‭igual‬ ‭ou‬ ‭superior‬ ‭a‬ ‭300‬ ‭mm,‬ ‭geralmente‬ ‭no‬ ‭estado‬ ‭laminado‬ ‭a‬ ‭quente,‬ ‭na‬ ‭construção‬ ‭de‬
‭edifícios,‬ ‭pontes,‬ ‭navios,‬ ‭vagões‬ ‭ferroviários,‬ ‭tanques‬ ‭de‬ ‭armazenamento,‬ ‭bases‬‭de‬‭vasos‬‭de‬
‭pressão‬ ‭ou‬ ‭vasos‬ ‭de‬ ‭pressão‬ ‭de‬ ‭baixa‬ ‭responsabilidade‬ ‭e‬ ‭tubulações‬‭sendo‬‭aplicado‬‭onde‬‭se‬
‭exige‬ ‭boa‬ ‭conformabilidade,‬ ‭soldabilidade‬ ‭e‬ ‭usinabilidade.‬ ‭Por‬ ‭essas‬ ‭razões,‬ ‭os‬ ‭aços‬ ‭para‬
‭chapas‬ ‭grossas‬ ‭são‬ ‭de‬ ‭baixo‬ ‭e‬ ‭médio‬ ‭carbono,‬ ‭com‬ ‭predominância‬ ‭dos‬ ‭tipos‬ ‭de‬‭mais‬‭baixo‬
‭carbono como no caso do aço ASTM A-36.‬

‭Figura 2.1 – Exemplificações gerais de materiais metálicos‬

‭Fonte:‬‭PANNONI, Fabios Domingos, 2001‬


‭11‬

‭2. 2 Microestrutura do aço ASTM A-36‬

‭Composição e Microestrutura do Aço ASTM A-36:‬


‭Sua‬‭microestrutura‬‭típica‬‭consiste‬‭principalmente‬‭em‬‭ferrita‬‭e‬‭perlita.‬‭A‬‭ferrita‬‭é‬‭uma‬
‭fase‬‭de‬‭estrutura‬‭cristalina‬‭cúbica‬‭de‬‭corpo‬‭centrado‬‭(CCC),‬‭enquanto‬‭a‬‭perlita‬‭é‬‭uma‬‭mistura‬
‭lamelar de ferrita e cementita, que é uma fase rica em carbono. (CHIAVERINI, 1988)‬
‭Técnicas Metalográficas e Microscopia Óptica:‬
‭As‬ ‭técnicas‬ ‭metalográficas,‬ ‭como‬ ‭a‬ ‭microscopia‬‭óptica,‬‭são‬‭amplamente‬‭empregadas‬
‭para‬ ‭examinar‬ ‭a‬ ‭microestrutura‬ ‭dos‬ ‭materiais,‬ ‭incluindo‬ ‭o‬ ‭aço‬ ‭ASTM‬ ‭A-36.‬ ‭Essas‬ ‭técnicas‬
‭envolvem‬‭a‬‭preparação‬‭de‬‭amostras‬‭que‬‭são‬‭então‬‭examinadas‬‭em‬‭um‬‭microscópio‬‭óptico.‬‭O‬
‭microscópio‬ ‭óptico‬ ‭permite‬ ‭a‬ ‭observação‬ ‭das‬ ‭diferentes‬ ‭fases‬ ‭presentes,‬ ‭suas‬ ‭proporções‬ ‭e‬
‭distribuição‬ ‭na‬ ‭matriz‬ ‭do‬ ‭material.‬ ‭VANDER‬ ‭VOORT,‬ ‭George‬ ‭F.‬ ‭Metallography,‬ ‭principles‬
‭and practice. ASME international, 1999.‬
‭Propriedades Mecânicas e Comportamento do Aço ASTM A-36:‬
‭A‬ ‭microestrutura‬ ‭do‬ ‭aço‬ ‭ASTM‬ ‭A-36‬ ‭desempenha‬ ‭um‬ ‭papel‬ ‭crucial‬ ‭em‬ ‭suas‬
‭propriedades‬‭mecânicas‬‭e‬‭comportamento‬‭durante‬‭o‬‭uso.‬‭Algumas‬‭considerações‬‭importantes‬
‭são:‬
‭Resistência:‬ ‭A‬ ‭presença‬ ‭de‬ ‭perlita‬ ‭confere‬ ‭ao‬ ‭aço‬ ‭ASTM‬ ‭A-36‬ ‭uma‬ ‭boa‬ ‭resistência‬
‭mecânica.‬‭A‬‭perlita‬‭é‬‭uma‬‭estrutura‬‭rígida,‬‭o‬‭que‬‭melhora‬‭a‬‭resistência‬‭à‬‭tração‬‭e‬‭a‬‭capacidade‬
‭de suportar cargas aplicadas.‬
‭Ductilidade:‬‭A‬‭ferrita,‬‭por‬‭sua‬‭natureza‬‭cristalina‬‭e‬‭estrutura‬‭cúbica‬‭de‬‭corpo‬‭centrado,‬
‭possui‬‭alta‬‭ductilidade.‬‭Isso‬‭permite‬‭que‬‭o‬‭aço‬‭ASTM‬‭A-36‬‭seja‬‭deformado‬‭plasticamente‬‭sem‬
‭fraturar‬ ‭facilmente,‬ ‭tornando-o‬ ‭altamente‬ ‭adequado‬ ‭para‬ ‭aplicações‬ ‭estruturais‬ ‭que‬ ‭exigem‬
‭alguma flexibilidade.‬
‭Tenacidade:‬ ‭A‬ ‭combinação‬ ‭de‬ ‭fases‬ ‭ferrita‬ ‭e‬ ‭perlita‬ ‭resulta‬ ‭em‬ ‭uma‬ ‭microestrutura‬
‭tenaz,‬‭que‬‭confere‬‭ao‬‭aço‬‭ASTM‬‭A-36‬‭a‬‭capacidade‬‭de‬‭absorver‬‭energia‬‭antes‬‭da‬‭ruptura.‬‭Isso‬
‭é importante em aplicações sujeitas a cargas de impacto ou vibrações.‬
‭Soldabilidade:‬‭A‬‭microestrutura‬‭do‬‭ASTM‬‭A-36‬‭também‬‭contribui‬‭para‬‭sua‬‭excelente‬
‭soldabilidade.‬ ‭As‬ ‭fases‬ ‭ferrita‬ ‭e‬ ‭perlita‬ ‭facilitam‬ ‭a‬ ‭formação‬ ‭de‬‭fortes‬‭junções‬‭soldadas‬‭sem‬
‭perda significativa de resistência. (Introduction to Physical Metallurgy 1974)‬
‭12‬

‭Figura 2.2 – Esquematização visual da perlita e da ferrita em uma micrografia‬

‭Fonte: IFSC, 2007‬

‭2.3 Técnicas de micrografia‬

‭As‬ ‭técnicas‬ ‭de‬ ‭micrografia‬ ‭são‬ ‭ferramentas‬ ‭importantes‬ ‭para‬ ‭a‬ ‭caracterização‬ ‭de‬
‭materiais,‬ ‭permitindo‬ ‭a‬ ‭observação‬ ‭detalhada‬ ‭de‬ ‭suas‬ ‭microestruturas‬ ‭em‬‭diferentes‬‭escalas.‬
‭Duas‬ ‭das‬ ‭técnicas‬ ‭mais‬ ‭comuns‬ ‭são‬ ‭a‬ ‭microscopia‬ ‭óptica‬ ‭e‬ ‭a‬ ‭microscopia‬ ‭eletrônica‬ ‭de‬
‭varredura‬ ‭(MEV),‬ ‭cada‬ ‭uma‬ ‭com‬ ‭seus‬ ‭princípios‬ ‭específicos‬ ‭e‬ ‭aplicações‬ ‭na‬ ‭análise‬ ‭de‬
‭materiais,‬ ‭incluindo‬ ‭o‬ ‭aço.‬ ‭Callister‬ ‭Jr.,‬ ‭William‬ ‭D.,‬ ‭and‬ ‭David‬ ‭G.‬ ‭Rethwisch.‬ ‭"Materials‬
‭Science‬‭and‬‭Engineering:‬‭An‬‭Introduction."‬‭9th‬‭Edition,‬‭John‬‭Wiley‬‭&‬‭Sons,‬‭2014.‬‭(Capítulo‬
‭4:‬‭Imperfeições‬‭em‬‭sólidos‬‭cristalinos,‬‭pág.‬‭104-107).‬‭A‬‭principal‬‭diferença‬‭entre‬‭as‬‭técnicas‬
‭está‬ ‭na‬ ‭fonte‬ ‭geradora‬‭da‬‭imagem,sendo‬‭que‬‭a‬‭microscopia‬‭óptica‬‭é‬‭uma‬‭técnica‬‭de‬‭imagem‬
‭que‬‭utiliza‬‭luz‬‭visível‬‭para‬‭observar‬‭amostras,‬‭enquanto‬‭a‬‭MEV‬‭utiliza‬‭a‬‭emissão‬‭de‬‭feixe‬‭de‬
‭elétrons. A seguir, essas particularidades serão esmiuçadas:‬
‭Microscopia‬‭Óptica‬‭(MO):‬‭Utiliza‬‭luz‬‭visível‬‭para‬‭formar‬‭imagens‬‭de‬‭amostras,‬‭sendo‬
‭adequada‬ ‭para‬ ‭observações‬ ‭em‬ ‭baixas‬ ‭ampliações‬ ‭e‬ ‭análise‬ ‭de‬ ‭materiais‬ ‭transparentes.‬ ‭O‬
‭princípio‬‭básico‬‭envolve‬‭a‬‭passagem‬‭de‬‭luz‬‭através‬‭da‬‭amostra‬‭e‬‭a‬‭formação‬‭de‬‭uma‬‭imagem‬
‭ampliada‬‭no‬‭olho‬‭do‬‭observador‬‭ou‬‭em‬‭uma‬‭câmera.‬‭Existem‬‭diferentes‬‭tipos‬‭de‬‭microscópios‬
‭ópticos,‬ ‭incluindo‬ ‭microscópios‬ ‭de‬ ‭campo‬ ‭claro,‬ ‭de‬ ‭campo‬ ‭escuro,‬ ‭de‬ ‭contraste‬ ‭de‬ ‭fase,‬ ‭de‬
‭fluorescência, entre outros;‬
‭Princípio:‬‭A‬‭imagem‬‭é‬‭formada‬‭quando‬‭a‬‭luz‬‭passa‬‭através‬‭das‬‭diferentes‬‭estruturas‬‭e‬
‭fases‬‭presentes‬‭na‬‭amostra,‬‭alterando‬‭sua‬‭intensidade‬‭e/ou‬‭fase.‬‭Isso‬‭permite‬‭a‬‭visualização‬‭de‬
‭detalhes da microestrutura, como grãos, fases, inclusões e outras características.‬
‭13‬

‭Aplicações:‬ ‭A‬ ‭microscopia‬ ‭óptica‬ ‭é‬ ‭amplamente‬‭utilizada‬‭para‬‭a‬‭análise‬‭de‬‭materiais‬


‭em‬‭diversas‬‭indústrias.‬‭No‬‭caso‬‭do‬‭aço,‬‭ela‬‭permite‬‭observar‬‭a‬‭distribuição‬‭de‬‭fases,‬‭tamanho‬
‭e‬ ‭forma‬ ‭de‬ ‭grãos,‬ ‭presença‬ ‭de‬ ‭inclusões,‬ ‭tratamentos‬ ‭térmicos,‬ ‭entre‬ ‭outros‬ ‭aspectos‬ ‭que‬
‭afetam‬ ‭suas‬ ‭propriedades‬ ‭mecânicas.‬ ‭Van‬ ‭Vlack,‬ ‭Lawrence‬ ‭H.‬ ‭"Princípios‬ ‭de‬ ‭Ciência‬ ‭dos‬
‭Materiais."‬ ‭8ª‬ ‭Edição,‬ ‭Editora‬ ‭LTC,‬ ‭2008.‬ ‭(Capítulo‬ ‭9:‬‭Propriedades‬‭Mecânicas‬‭dos‬‭Metais,‬
‭pág. 318-319).‬
‭Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV):‬
‭A‬ ‭microscopia‬ ‭eletrônica‬ ‭de‬ ‭varredura‬ ‭(MEV)‬ ‭é‬ ‭uma‬ ‭técnica‬ ‭de‬ ‭imagem‬ ‭que‬ ‭utiliza‬
‭feixes‬‭de‬‭elétrons‬‭em‬‭vez‬‭de‬‭luz‬‭para‬‭obter‬‭informações‬‭detalhadas‬‭sobre‬‭a‬‭superfície‬‭de‬‭uma‬
‭amostra,‬‭sendo‬‭especialmente‬‭útil‬‭para‬‭análise‬‭de‬‭topografia‬‭e‬‭morfologia.‬‭O‬‭feixe‬‭de‬‭elétrons‬
‭varre‬ ‭a‬ ‭superfície‬ ‭da‬ ‭amostra,‬ ‭interage‬ ‭com‬ ‭ela‬ ‭e‬ ‭produz‬ ‭sinais‬ ‭que‬ ‭são‬ ‭detectados‬ ‭e‬
‭transformados em imagens.‬
‭Princípio:‬ ‭O‬ ‭feixe‬ ‭de‬ ‭elétrons‬ ‭interage‬ ‭com‬ ‭a‬ ‭superfície‬ ‭da‬ ‭amostra,‬ ‭causando‬ ‭a‬
‭emissão‬ ‭de‬ ‭elétrons‬ ‭secundários‬ ‭(SE),‬ ‭elétrons‬ ‭retroespalhados‬ ‭(BSE)‬ ‭e‬ ‭outros‬‭sinais.‬‭Esses‬
‭sinais‬ ‭são‬ ‭capturados‬ ‭por‬ ‭detectores‬ ‭e‬ ‭usados‬ ‭para‬ ‭gerar‬ ‭imagens‬ ‭de‬ ‭alta‬ ‭resolução‬ ‭da‬
‭superfície da amostra.‬
‭Aplicações:‬ ‭A‬ ‭MEV‬ ‭é‬ ‭especialmente‬ ‭útil‬ ‭para‬ ‭a‬ ‭análise‬ ‭de‬ ‭superfícies‬ ‭de‬ ‭materiais,‬
‭permitindo‬ ‭observar‬ ‭características‬ ‭como‬ ‭topografia,‬ ‭morfologia‬ ‭de‬ ‭grãos,‬ ‭rugosidade,‬
‭inclusões,‬ ‭falhas‬ ‭superficiais‬ ‭e‬ ‭outras‬ ‭estruturas‬ ‭que‬ ‭podem‬ ‭afetar‬ ‭a‬ ‭funcionalidade‬ ‭do‬
‭material.‬ ‭De‬ ‭acordo‬ ‭com‬ ‭Goldstein,‬ ‭Joseph‬ ‭I.,‬ ‭et‬ ‭al.‬ ‭"Scanning‬ ‭Electron‬ ‭Microscopy‬ ‭and‬
‭X-Ray‬ ‭Microanalysis."‬ ‭3rd‬ ‭Edition,‬ ‭Springer‬ ‭Science‬‭&‬‭Business‬‭Media,‬‭2003.‬‭(Capítulo‬‭3:‬
‭Interaction Volume, pág. 73-74).‬
‭Ambas‬‭as‬‭técnicas,‬‭microscopia‬‭óptica‬‭e‬‭microscopia‬‭eletrônica‬‭de‬‭varredura‬‭(MEV),‬
‭são‬ ‭complementares‬ ‭e‬ ‭essenciais‬ ‭para‬ ‭a‬ ‭caracterização‬ ‭detalhada‬ ‭da‬ ‭microestrutura‬ ‭de‬
‭materiais‬ ‭como‬ ‭o‬ ‭aço‬ ‭ASTM‬ ‭A36,‬ ‭auxiliando‬ ‭na‬ ‭compreensão‬ ‭de‬ ‭suas‬ ‭propriedades‬
‭mecânicas‬‭e‬‭comportamento.‬‭As‬‭referências‬‭indicadas‬‭fornecem‬‭informações‬‭mais‬‭detalhadas‬
‭sobre‬ ‭os‬ ‭princípios‬ ‭e‬ ‭aplicações‬ ‭dessas‬ ‭técnicas.‬ ‭Ademais,‬ ‭existem‬ ‭outras‬ ‭técnicas‬ ‭de‬ ‭uso‬
‭menos corriqueiro utilizadas na análise micrográfica, a saber:‬
‭Microscopia‬‭Eletrônica‬‭de‬‭Transmissão‬‭(MET):‬‭Transmite‬‭feixe‬‭de‬‭elétrons‬‭através‬‭de‬
‭uma‬‭amostra‬‭fina‬‭para‬‭formar‬‭imagens‬‭com‬‭alta‬‭resolução‬‭de‬‭estruturas‬‭internas,‬‭como‬‭grãos‬
‭cristalinos e fases;‬
‭14‬

‭Microscopia‬ ‭de‬ ‭Força‬ ‭Atômica‬ ‭(AFM):‬ ‭Utiliza‬ ‭uma‬ ‭ponta‬ ‭extremamente‬ ‭fina‬ ‭para‬
‭mapear a topografia da superfície e medir forças em escalas atômicas;‬
‭Microscopia‬ ‭de‬ ‭Fluorescência:‬ ‭Utiliza‬ ‭fluorescência‬ ‭para‬ ‭destacar‬ ‭estruturas‬
‭específicas da amostra, comumente utilizando marcadores fluorescentes;‬
‭Microscopia‬ ‭de‬ ‭Vídeo:‬ ‭Utiliza‬ ‭câmeras‬ ‭de‬ ‭vídeo‬ ‭acopladas‬ ‭a‬ ‭microscópios‬ ‭para‬
‭visualização em tempo real e análise de imagens.‬

‭2.4 Caracterização do aço ASTM A-36‬

‭A‬‭microestrutura‬‭do‬‭aço‬‭ASTM‬‭A36‬‭pode‬‭ser‬‭influenciada‬‭por‬‭diferentes‬‭processos‬‭de‬
‭fabricação,‬ ‭tratamentos‬ ‭térmicos,‬‭soldagens‬‭e‬‭outras‬‭condições,‬‭o‬‭que‬‭afeta‬‭diretamente‬‭suas‬
‭propriedades‬‭mecânicas‬‭e‬‭comportamento.‬‭Análogo‬‭a‬‭isso‬‭existem‬‭alguns‬‭aspectos‬‭específicos‬
‭a‬‭serem‬‭sinalizados,‬‭a‬‭principio‬‭processos‬‭de‬‭revestimento‬‭como‬‭zincagem‬‭que‬‭visa‬‭proteger‬‭o‬
‭ferro‬ ‭contra‬ ‭ferrugem,‬ ‭revestimento‬ ‭terne,‬ ‭alumínio,‬ ‭anodização,‬ ‭tratamento‬ ‭térmico‬ ‭com‬
‭estanho,‬ ‭fosfatização‬ ‭e‬ ‭também‬ ‭esmaltação‬ ‭porcelânica‬ ‭(CHIAVERINI,‬ ‭2005,‬ ‭p.‬ ‭250)‬
‭Processos‬ ‭de‬ ‭Fabricação:‬ ‭Os‬ ‭processos‬ ‭de‬ ‭fabricação‬ ‭do‬ ‭aço‬ ‭ASTM‬ ‭A-36‬ ‭podem‬ ‭incluir‬
‭laminação‬‭a‬‭quente,‬‭laminação‬‭a‬‭frio,‬‭forjamento,‬‭estampagem,‬‭entre‬‭outros.‬‭Cada‬‭um‬‭desses‬
‭processos‬ ‭pode‬ ‭afetar‬ ‭a‬ ‭microestrutura‬ ‭do‬ ‭aço‬ ‭de‬ ‭diferentes‬ ‭maneiras,‬ ‭resultando‬ ‭em‬
‭diferenças‬ ‭na‬ ‭distribuição‬ ‭de‬ ‭grãos,‬ ‭orientação‬ ‭cristalina‬ ‭e‬ ‭inclusões.‬ ‭Por‬ ‭exemplo,‬ ‭a‬
‭laminação‬ ‭a‬ ‭quente‬ ‭pode‬ ‭levar‬ ‭a‬ ‭um‬ ‭refinamento‬‭da‬‭microestrutura,‬‭enquanto‬‭a‬‭laminação‬‭a‬
‭frio pode induzir encruamento, tornando o material mais resistente e duro.‬
‭Tratamentos‬ ‭Térmicos:‬ ‭Os‬ ‭tratamentos‬ ‭térmicos‬ ‭têm‬ ‭um‬ ‭papel‬ ‭fundamental‬ ‭na‬
‭modificação‬ ‭da‬ ‭microestrutura‬ ‭do‬ ‭aço‬ ‭ASTM‬ ‭A-36.‬ ‭O‬ ‭tratamento‬ ‭térmico‬ ‭mais‬ ‭comum‬‭é‬‭o‬
‭recozimento,‬‭no‬‭qual‬‭o‬‭aço‬‭é‬‭aquecido‬‭a‬‭uma‬‭temperatura‬‭específica‬‭e‬‭resfriado‬‭lentamente.‬‭O‬
‭recozimento‬ ‭ajuda‬ ‭a‬ ‭aliviar‬ ‭tensões‬ ‭residuais,‬ ‭reduzir‬ ‭a‬ ‭dureza‬ ‭e‬ ‭melhorar‬ ‭a‬ ‭ductilidade‬ ‭do‬
‭aço.‬ ‭Outros‬ ‭tratamentos‬‭térmicos,‬‭como‬‭o‬‭revenimento‬‭e‬‭o‬‭tratamento‬‭termoquímico,‬‭podem‬
‭ser‬ ‭aplicados‬ ‭para‬ ‭atingir‬ ‭propriedades‬ ‭específicas.‬ ‭Alteração‬ ‭no‬ ‭teor‬ ‭de‬ ‭Carbono:‬ ‭O‬ ‭aço‬
‭ASTM‬‭A-36‬‭é‬‭um‬‭aço‬‭de‬‭carbono,‬‭e‬‭o‬‭teor‬‭de‬‭carbono‬‭influencia‬‭diretamente‬‭a‬‭microestrutura‬
‭e‬ ‭as‬ ‭propriedades‬ ‭do‬ ‭material.‬ ‭O‬ ‭aumento‬ ‭do‬ ‭teor‬ ‭de‬ ‭carbono‬ ‭pode‬ ‭levar‬ ‭a‬ ‭uma‬ ‭maior‬
‭formação‬ ‭de‬ ‭perlita,‬ ‭que‬ ‭é‬ ‭uma‬ ‭mistura‬ ‭de‬ ‭ferrita‬ ‭e‬ ‭cementita,‬ ‭aumentando‬ ‭a‬‭resistência‬‭do‬
‭aço,‬ ‭mas‬ ‭diminuindo‬ ‭sua‬ ‭ductilidade.‬ ‭Deformação‬ ‭Plástica:‬ ‭A‬ ‭deformação‬ ‭plástica,‬ ‭como‬ ‭a‬
‭conformação‬‭a‬‭frio‬‭ou‬‭a‬‭forja‬‭a‬‭quente,‬‭pode‬‭alterar‬‭significativamente‬‭a‬‭microestrutura‬‭do‬‭aço‬
‭15‬

‭ASTM‬‭A-36.‬‭A‬‭deformação‬‭plástica‬‭pode‬‭provocar‬‭o‬‭refinamento‬‭de‬‭grãos‬‭e‬‭introduzir‬‭novas‬
‭texturas‬ ‭cristalinas‬ ‭que‬ ‭influenciam‬ ‭a‬ ‭anisotropia‬ ‭e‬ ‭a‬ ‭resistência‬ ‭do‬ ‭material.‬ ‭Inclusões‬ ‭e‬
‭Impurezas:‬‭A‬‭presença‬‭de‬‭inclusões‬‭e‬‭impurezas‬‭na‬‭microestrutura‬‭do‬‭aço‬‭ASTM‬‭A-36‬‭pode‬
‭ocorrer‬ ‭devido‬ ‭aos‬ ‭processos‬ ‭de‬ ‭fabricação‬ ‭ou‬ ‭devido‬ ‭às‬ ‭condições‬ ‭do‬ ‭ambiente.‬ ‭Essas‬
‭inclusões‬ ‭podem‬ ‭afetar‬ ‭a‬ ‭tenacidade‬ ‭do‬ ‭material‬ ‭e,‬ ‭em‬ ‭algumas‬ ‭situações,‬ ‭podem‬ ‭levar‬ ‭a‬
‭falhas‬ ‭prematuras.‬ ‭O‬ ‭controle‬ ‭adequado‬ ‭desses‬ ‭fatores‬ ‭e‬ ‭práticas‬ ‭são‬ ‭fundamentais‬ ‭para‬
‭garantir‬‭que‬‭o‬‭aço‬‭atenda‬‭aos‬‭requisitos‬‭de‬‭aplicação‬‭específicos.‬‭É‬‭possível‬‭citar‬‭a‬‭publicação‬
‭acadêmica‬ ‭que‬ ‭trata‬ ‭da:‬ ‭“Influência‬ ‭do‬ ‭tratamento‬ ‭térmico‬ ‭de‬ ‭alívio‬ ‭de‬ ‭tensões‬ ‭nas‬
‭propriedades‬ ‭mecânicas‬ ‭de‬ ‭juntas‬ ‭soldadas‬ ‭de‬ ‭aço‬ ‭A36.”‬ ‭onde‬ ‭a‬ ‭partir‬ ‭das‬ ‭análises‬ ‭e‬‭dados‬
‭levantados‬‭nos‬‭ensaios,‬‭pode-se‬‭constatar‬‭que‬‭após‬‭o‬‭tratamento‬‭térmico‬‭de‬‭alívio‬‭de‬‭tensões,‬
‭houveram‬‭alterações‬‭nos‬‭limites‬‭de‬‭ruptura‬‭e‬‭de‬‭escoamento,‬‭havendo‬‭também‬‭uma‬‭diferença‬
‭no‬‭alongamento‬‭do‬‭material‬‭empregado.‬‭Com‬‭a‬‭aplicação‬‭do‬‭tratamento‬‭térmico‬‭de‬‭alívio‬‭de‬
‭tensões‬ ‭as‬ ‭propriedades‬ ‭mecânicas‬‭foram‬‭alteradas,‬‭porém‬‭não‬‭foram‬‭tão‬‭distintas‬‭das‬‭peças‬
‭sem‬‭tratamento‬‭térmico,‬‭mas‬‭ficou‬‭claro‬‭que‬‭o‬‭alongamento‬‭do‬‭material‬‭teve‬‭uma‬‭satisfatória‬
‭evolução.‬‭Os‬‭dados‬‭dos‬‭ensaios‬‭de‬‭microdureza‬‭mostrou‬‭que‬‭o‬‭alívio‬‭de‬‭tensões‬‭aplicado‬‭nas‬
‭peças‬‭soldadas,‬‭alteraram‬‭os‬‭gráficos‬‭de‬‭dureza,‬‭onde‬‭a‬‭zona‬‭termicamente‬‭afetada‬‭(ZTA)‬‭foi‬
‭alterada‬ ‭em‬ ‭relação‬ ‭aos‬ ‭dados‬ ‭apresentados‬ ‭dos‬ ‭corpos‬ ‭de‬ ‭prova‬ ‭sem‬ ‭tratamento‬ ‭térmico,‬
‭pode-se‬ ‭concluir‬ ‭que‬ ‭os‬ ‭efeitos‬ ‭do‬ ‭tratamento‬ ‭térmico‬ ‭de‬ ‭alívio‬‭de‬‭tensões‬‭(TTAT)‬‭sobre‬‭as‬
‭juntas‬‭soldadas‬‭são‬‭viáveis‬‭e‬‭cabíveis,‬‭alterando‬‭sua‬‭resistência‬‭e‬‭minimizando‬‭o‬‭aparecimento‬
‭de‬ ‭empenos‬ ‭e‬ ‭trincas.‬ ‭por:‬ ‭(MARQUES,‬ ‭Everton‬ ‭Doglas‬ ‭Barreto‬ ‭et‬ ‭al.‬ ‭Influência‬ ‭do‬
‭tratamento‬‭térmico‬‭de‬‭alívio‬‭de‬‭tensões‬‭nas‬‭propriedades‬‭mecânicas‬‭de‬‭juntas‬‭soldadas‬‭de‬‭aço‬
‭A36. 2019. pág 40)‬
‭Figura 2.3 – Corpos de prova posterior ao tratamento térmico após ruptura‬

‭Fonte:‬‭Everton Doglas Barreto Marques‬‭, 2019‬


‭16‬

‭Figura 2.4 – Diagrama Tensão-Deformação do aço ASTM A-36‬

‭Fonte:‬‭Mauro César de Brito e Silva, 2020‬

‭Figura 2.5 – Diagrama Tensão-Deformação de um aço (escala deformada)‬

‭Fonte:‬‭Mauro César de Brito e Silva, 2020‬


‭17‬

‭Tabela 2.2 – Constantes físicas dos aços estruturais‬

‭Fonte: Autor. Adaptado por‬‭Mauro César de Brito e‬‭Silva, 2020‬

‭O‬ ‭aço‬ ‭ASTM‬ ‭A-36,‬ ‭por‬ ‭possuir‬ ‭um‬ ‭teor‬ ‭de‬ ‭carbono‬ ‭relativamente‬ ‭baixo,‬ ‭possui‬
‭propriedades‬ ‭essenciais‬ ‭para‬ ‭o‬ ‭sem‬ ‭próprio‬ ‭empenho:‬ ‭a‬ ‭construção‬ ‭civil.‬ ‭Ele‬ ‭é‬ ‭de‬ ‭fácil‬
‭usinagem‬ ‭com‬ ‭quaisquer‬ ‭métodos‬ ‭comuns‬ ‭e‬ ‭sua‬ ‭soldagem‬ ‭pode‬ ‭ser‬ ‭tanto‬ ‭por‬ ‭processos‬ ‭de‬
‭soldagem‬ ‭a‬ ‭arco‬ ‭elétrico‬ ‭como‬ ‭por‬ ‭processos‬ ‭de‬ ‭soldagem‬ ‭a‬ ‭gás,‬ ‭desde‬ ‭que‬ ‭as‬ ‭práticas‬
‭adequadas‬ ‭de‬ ‭soldagem‬ ‭sejam‬ ‭seguidas.‬ ‭Isso‬ ‭aumenta‬ ‭ainda‬ ‭mais‬ ‭a‬ ‭versatilidade‬ ‭desse‬
‭material, permitindo sua utilização em uma ampla variedade de projetos e aplicações.‬
‭Em‬‭suma,‬‭com‬‭base‬‭em‬‭Alcindo‬‭Fernando‬‭Moreira‬‭em‬‭seu‬‭trabalho‬‭de‬‭pós-graduação‬
‭em‬ ‭engenharia‬‭mecânica‬‭na‬‭UNESP‬‭(2008)‬‭que‬‭tange‬‭a‬‭respeito‬‭da‬‭“‭I‬ nfluência‬‭da‬‭atmosfera‬
‭protetora‬‭no‬‭cordão‬‭de‬‭solda‬‭obtido‬‭através‬‭dos‬‭processos‬‭de‬‭soldagem‬‭GMAW‬‭e‬‭FCAW‬‭”,‬‭a‬
‭soldabilidade‬ ‭dos‬ ‭aços‬ ‭dependem‬ ‭de‬ ‭seus‬‭teores‬‭de‬‭carbono‬‭(C)‬‭e‬‭manganês‬‭(Mn)‬‭e‬‭de‬‭seus‬
‭respectivos‬‭níveis‬‭de‬‭impureza,‬‭em‬‭que‬‭0,15%‬‭de‬‭C‬‭é‬‭considerado‬‭excelente‬‭e‬‭entre‬‭0,15%‬‭e‬
‭0,30%‬ ‭de‬ ‭C‬ ‭pode‬ ‭ser‬ ‭considerado‬ ‭um‬ ‭material‬ ‭de‬‭boa‬‭soldabilidade.‬‭Posto‬‭isso,‬‭focando‬‭no‬
‭ASTM‬ ‭A-36,‬ ‭por‬ ‭possuir‬ ‭0,29%‬ ‭de‬ ‭carbono,‬ ‭inclui-se‬ ‭na‬ ‭seção‬ ‭de‬ ‭metais‬ ‭com‬ ‭boa‬
‭soldabilidade.‬ ‭Esta‬‭porcentagem‬‭de‬‭carbono‬‭também‬‭relaciona-se‬‭com‬‭uma‬‭maior‬‭ductilidade‬
‭e,‬ ‭justamente‬ ‭por‬ ‭isto,‬ ‭torna-se‬ ‭um‬ ‭aço‬ ‭de‬‭fácil‬‭manuseamento‬‭para‬‭os‬‭demais‬‭processos‬‭de‬
‭fabricação,‬ ‭como‬ ‭por‬ ‭exemplo‬ ‭aqueles‬ ‭que‬ ‭são‬ ‭os‬ ‭seus‬‭principais:‬‭o‬‭de‬‭laminação‬‭a‬‭quente,‬
‭em‬‭que,‬‭o‬‭aço‬‭é‬‭aquecido‬‭a‬‭altas‬‭temperaturas‬‭e‬‭depois‬‭passado‬‭por‬‭rolos‬‭de‬‭laminação,‬‭que‬‭o‬
‭transformam‬ ‭em‬ ‭chapas,‬ ‭perfis,‬ ‭barras‬ ‭ou‬ ‭outros‬ ‭formatos‬ ‭desejados‬ ‭e‬ ‭até‬ ‭mesmo‬ ‭em‬
‭cantoneiras;‬ ‭e‬ ‭o‬ ‭de‬ ‭laminação‬ ‭a‬ ‭frio,‬ ‭no‬ ‭qual‬ ‭a‬ ‭ideia‬ ‭é‬ ‭a‬ ‭de‬ ‭que‬ ‭o‬ ‭aço‬ ‭passa‬‭pelos‬‭rolos‬‭de‬
‭laminação‬ ‭a‬ ‭temperaturas‬ ‭mais‬ ‭baixas,‬ ‭o‬ ‭que‬ ‭o‬ ‭confere‬ ‭maior‬ ‭precisão‬ ‭dimensional‬ ‭e‬
‭acabamento superficial mais refinado.‬
‭O‬ ‭aço‬ ‭ASTM‬ ‭A-36,‬ ‭justamente‬ ‭por‬ ‭suas‬ ‭características‬ ‭químicas,‬ ‭se‬ ‭sobrepõe‬
‭novamente‬‭por‬‭sua‬‭homogeneidade‬‭em‬‭toda‬‭a‬‭sua‬‭extensão,‬‭com‬‭ótimos‬‭resultados‬‭referentes‬
‭18‬

‭à‬ ‭resistência‬ ‭que,‬ ‭segundo‬ ‭LUZ,‬ ‭Gelson,‬ ‭à‬ ‭tração,‬ ‭varia‬ ‭entre‬ ‭400‬ ‭a‬ ‭550‬ ‭MPa‬ ‭e‬ ‭a‬ ‭dureza,‬
‭mesmo não sendo um requisito, varia entre as faixas de 130 a 150 HB.‬
‭Sua‬ ‭resistência‬ ‭à‬ ‭corrosão‬ ‭é‬ ‭relativamente‬ ‭boa‬ ‭em‬ ‭comparação‬ ‭aos‬ ‭demais‬ ‭aços,‬
‭justamente‬‭por‬‭sua‬‭composição‬‭química‬‭por‬‭possuir‬‭cobre‬‭(Cu),‬‭sendo‬‭este‬‭capaz‬‭de‬‭aumentar‬
‭a‬ ‭resistência‬ ‭à‬ ‭corrosão‬ ‭atmosférica‬ ‭em‬ ‭até‬ ‭duas‬ ‭vezes‬ ‭em‬ ‭relação‬ ‭ao‬ ‭aço-carbono‬ ‭sem‬ ‭o‬
‭cobre.‬ ‭Não‬ ‭obstante,‬ ‭também‬ ‭há‬ ‭entre‬ ‭0,15%‬ ‭e‬‭0,3%‬‭de‬‭silício‬‭(Si),‬‭o‬‭que‬‭faz‬‭com‬‭que‬‭este‬
‭aço,‬ ‭além‬ ‭de‬ ‭aumentar‬ ‭a‬ ‭resistência‬ ‭mecânica,‬ ‭também‬ ‭aumentar‬ ‭a‬ ‭resistência‬ ‭à‬‭oxidação‬‭a‬
‭temperaturas‬ ‭elevadas,‬ ‭porém‬ ‭geralmente‬ ‭adiciona-se‬ ‭silício‬ ‭com‬‭o‬‭intuito‬‭de‬‭acalmar‬‭o‬‭aço‬
‭(Chiaverini‬‭2005,‬‭p‬‭222).‬‭O‬‭Si,‬‭também,‬‭de‬‭acordo‬‭com‬‭Yasmin‬‭Carriço‬‭de‬‭Mendonça,‬‭em‬‭seu‬
‭trabalho‬ ‭de‬‭TCC‬‭de‬‭Bacharelado‬‭apresentado‬‭ao‬‭IFES‬‭que‬‭tangencia‬‭o‬‭uso‬‭de‬‭silício‬‭(2021),‬
‭tem‬‭a‬‭propriedade‬‭de‬‭gerar‬‭uma‬‭proteção‬‭catódica‬‭e‬‭aumentar‬‭a‬‭vida‬‭útil‬‭do‬‭material.‬‭Apesar‬
‭de‬ ‭tamanhas‬ ‭características,‬ ‭ressalta-se‬ ‭que,‬ ‭em‬ ‭ambientes‬ ‭mais‬ ‭agressivos,‬ ‭especialmente‬
‭aqueles‬ ‭com‬ ‭alta‬ ‭umidade,‬ ‭exposição‬ ‭a‬‭substâncias‬‭corrosivas‬‭ou‬‭salinas‬‭e‬‭zonas‬‭com‬‭maior‬
‭eminência de altas temperaturas, o aço ASTM A-36 pode sofrer corrosão.‬

‭2.5 Normas e Padrões‬

‭Análogo‬ ‭as‬ ‭informações‬ ‭disponíveis‬ ‭no‬ ‭endereço‬ ‭virtual‬ ‭da‬ ‭American‬ ‭Society‬ ‭for‬
‭Testing‬ ‭and‬ ‭Materials‬ ‭até‬ ‭2021‬ ‭e,‬ ‭focando‬ ‭nos‬ ‭detalhes‬ ‭específicos‬ ‭sobre‬ ‭normas‬ ‭e‬ ‭padrões‬
‭lançados‬‭é‬‭possível‬‭fornecer‬‭informações‬‭sobre‬‭o‬‭ASTM‬‭A-36‬‭e‬‭os‬‭métodos‬‭de‬‭caracterização‬
‭por micrografia que eram comuns até essa data.‬
‭O‬ ‭ASTM‬ ‭A-36‬ ‭é‬ ‭uma‬ ‭especificação‬‭padrão‬‭para‬‭aço‬‭estrutural‬‭carbono,‬‭amplamente‬
‭utilizado‬ ‭em‬ ‭diversas‬ ‭aplicações‬ ‭na‬ ‭indústria.‬ ‭Já‬ ‭a‬ ‭micrografia‬ ‭é‬ ‭uma‬ ‭técnica‬ ‭que‬‭envolve‬‭a‬
‭observação‬ ‭da‬ ‭estrutura‬ ‭cristalina‬ ‭e‬ ‭microestrutura‬ ‭do‬ ‭material‬ ‭a‬ ‭nível‬ ‭microscópico.‬ ‭Essa‬
‭análise‬ ‭microestrutural‬ ‭pode‬ ‭fornecer‬ ‭informações‬ ‭valiosas‬ ‭sobre‬ ‭a‬ ‭qualidade‬ ‭e‬ ‭as‬
‭propriedades‬ ‭do‬ ‭aço,‬ ‭como‬ ‭a‬ ‭presença‬ ‭de‬ ‭inclusões,‬ ‭tamanho‬‭de‬‭grão,‬‭distribuição‬‭de‬‭fases,‬
‭entre outros.‬
‭Para‬ ‭caracterizar‬ ‭o‬ ‭aço‬ ‭ASTM‬ ‭A-36‬ ‭por‬ ‭micrografia,‬ ‭geralmente‬ ‭são‬ ‭seguidos‬
‭procedimentos‬ ‭padronizados,‬ ‭como‬ ‭os‬ ‭descritos‬ ‭pelo‬ ‭ASTM‬ ‭E3‬ ‭-‬ ‭Standard‬ ‭Guide‬ ‭for‬
‭Preparation‬ ‭of‬ ‭Metallographic‬ ‭Specimens.‬ ‭A‬ ‭seguir,‬ ‭são‬ ‭apresentados‬ ‭os‬ ‭passos‬ ‭gerais‬
‭envolvidos no processo:‬
‭Preparação da amostra:‬
‭19‬

‭Corte:‬ ‭A‬ ‭amostra‬ ‭do‬ ‭aço‬ ‭é‬ ‭cortada‬ ‭em‬ ‭um‬ ‭tamanho‬ ‭apropriado‬ ‭para‬ ‭se‬ ‭ajustar‬ ‭ao‬
‭suporte de montagem para microscopia.‬
‭Embutimento:‬ ‭A‬ ‭amostra‬ ‭é‬ ‭embutida‬ ‭em‬ ‭resina‬ ‭ou‬ ‭outra‬ ‭substância‬ ‭para‬ ‭fixá-la‬ ‭no‬
‭suporte.‬
‭Lixamento:‬ ‭A‬ ‭amostra‬ ‭é‬ ‭lixada‬ ‭para‬ ‭remover‬ ‭imperfeições‬ ‭e‬ ‭obter‬ ‭uma‬ ‭superfície‬
‭plana.‬ ‭A‬ ‭amostra‬ ‭é‬ ‭lixada‬ ‭progressivamente‬ ‭com‬ ‭lixas‬ ‭de‬ ‭diferentes‬ ‭granulometrias‬ ‭para‬
‭remover marcas do corte e atingir uma superfície polida.‬
‭Polimento:‬ ‭A‬ ‭superfície‬ ‭da‬ ‭amostra‬ ‭é‬ ‭polida‬ ‭usando‬‭pastas‬‭abrasivas‬‭até‬‭que‬‭alcance‬
‭um alto nível de brilho.‬
‭Ataque‬ ‭químico:‬ ‭Um‬‭reagente‬‭químico‬‭adequado‬‭é‬‭aplicado‬‭na‬‭superfície‬‭da‬‭amostra‬
‭para‬ ‭revelar‬ ‭sua‬ ‭microestrutura.‬ ‭O‬ ‭tipo‬ ‭de‬ ‭reagente‬ ‭utilizado‬ ‭depende‬ ‭do‬ ‭material‬ ‭e‬ ‭do‬
‭propósito da análise.‬
‭Microscopia:‬ ‭A‬ ‭amostra‬‭preparada‬‭é‬‭observada‬‭em‬‭um‬‭microscópio‬‭metalográfico‬‭ou‬
‭eletrônico.‬‭Dependendo‬‭do‬‭objetivo‬‭da‬‭análise,‬‭diferentes‬‭técnicas‬‭de‬‭microscopia‬‭podem‬‭ser‬
‭empregadas, como microscopia óptica e eletrônica.‬
‭Análise:‬ ‭A‬ ‭análise‬ ‭da‬ ‭micrografia‬ ‭pode‬ ‭envolver‬ ‭a‬ ‭medição‬ ‭de‬ ‭tamanho‬ ‭de‬ ‭grão,‬
‭identificação‬ ‭de‬ ‭fases,‬ ‭avaliação‬ ‭de‬ ‭inclusões‬ ‭e‬ ‭outras‬ ‭características‬ ‭microestruturais‬
‭relevantes.‬
‭Critérios‬‭de‬‭aceitação:‬‭Os‬‭critérios‬‭de‬‭aceitação‬‭variam‬‭dependendo‬‭das‬‭especificações‬
‭do‬ ‭aço‬ ‭ASTM‬ ‭A-36‬ ‭e‬ ‭das‬ ‭necessidades‬ ‭do‬ ‭projeto‬ ‭ou‬ ‭aplicação.‬ ‭Por‬ ‭exemplo,‬ ‭podem‬ ‭ser‬
‭especificados limites para o tamanho do grão ou para a presença de certas fases ou inclusões.‬
‭É‬ ‭de‬ ‭suma‬ ‭importância‬ ‭ressaltar‬ ‭que‬ ‭a‬ ‭caracterização‬ ‭do‬ ‭aço‬ ‭ASTM‬ ‭A-36‬ ‭por‬
‭micrografia‬ ‭é‬‭uma‬‭tarefa‬‭que‬‭requer‬‭conhecimento‬‭e‬‭experiência‬‭em‬‭metalografia.‬‭Para‬‭obter‬
‭resultados‬ ‭precisos‬ ‭e‬ ‭significativos,‬ ‭é‬ ‭recomendado‬ ‭que‬ ‭essas‬ ‭análises‬ ‭sejam‬ ‭realizadas‬ ‭por‬
‭laboratórios‬ ‭qualificados‬ ‭e‬ ‭seguindo‬ ‭as‬ ‭normas‬ ‭e‬ ‭padrões‬ ‭relevantes.‬ ‭Consoante‬ ‭a‬ ‭isso,‬ ‭é‬
‭possível‬‭citar‬‭algumas‬‭normas‬‭de‬‭padronização‬‭que‬‭fazem‬‭ou‬‭podem‬‭fazer‬‭parte‬‭da‬‭produção‬
‭de um aço ASTM A-36, sendo as principais delas disponibilizadas no endereço virtual:‬
‭ASTM A6/A6M: Especificação padrão para requisitos gerais de aço estrutural.‬
‭ASTM‬ ‭A370:‬ ‭Método‬ ‭padrão‬ ‭de‬ ‭teste‬ ‭e‬ ‭definições‬ ‭para‬ ‭propriedades‬ ‭mecânicas‬ ‭do‬
‭aço, incluindo tração, dureza e alongamento.‬
‭ASTM A572/A572M: Especificação padrão para aços de alta resistência e baixa liga.‬
‭20‬

‭ASTM‬ ‭A500/A500M:‬ ‭Especificação‬ ‭padrão‬ ‭para‬ ‭tubos‬ ‭de‬ ‭aço‬ ‭estrutural‬ ‭soldados‬ ‭e‬
‭sem costura.‬
‭ASTM‬ ‭A992/A992M:‬ ‭Especificação‬ ‭padrão‬ ‭para‬ ‭perfis‬ ‭de‬ ‭aço‬ ‭estrutural‬ ‭laminado‬‭a‬
‭quente.‬
‭ASTM‬ ‭E290:‬ ‭Método‬ ‭padrão‬ ‭de‬ ‭teste‬ ‭para‬ ‭determinação‬ ‭do‬ ‭tamanho‬ ‭de‬ ‭grão‬ ‭de‬
‭materiais metálicos.‬
‭ASTM‬ ‭E8/E8M:‬ ‭Método‬ ‭padrão‬ ‭de‬ ‭teste‬ ‭de‬ ‭tração‬ ‭de‬ ‭materiais‬ ‭metálicos;‬‭Standard‬
‭Test Methods for Tension Testing of Metallic Materials‬
‭ASTM‬‭E112:‬‭Método‬‭padrão‬‭de‬‭teste‬‭para‬‭determinação‬‭do‬‭tamanho‬‭de‬‭grão‬‭usando‬‭a‬
‭comparação de imagens.‬
‭ASTM‬ ‭E407:‬ ‭Método‬ ‭padrão‬ ‭de‬ ‭teste‬ ‭para‬ ‭determinação‬ ‭de‬ ‭inclusões‬‭não‬‭metálicas‬
‭em aços.‬
‭ASTM‬ ‭E562:‬ ‭Método‬ ‭padrão‬ ‭de‬ ‭teste‬ ‭para‬ ‭análise‬ ‭de‬ ‭inclusões‬ ‭em‬ ‭aços‬ ‭usando‬
‭microscopia.‬
‭Dando‬ ‭ênfase‬ ‭ao‬ ‭tópico‬ ‭de‬ ‭normas‬ ‭é‬ ‭possível‬ ‭endossar‬ ‭esse‬ ‭assunto‬ ‭sinalizando‬ ‭as‬
‭normas‬ ‭da‬ ‭Organização‬ ‭Internacional‬ ‭de‬ ‭Normalização‬ ‭também‬ ‭Organização‬ ‭Internacional‬
‭para‬ ‭Padronização‬ ‭ou‬ ‭International‬ ‭Organization‬ ‭for‬ ‭Standardization‬ ‭(ISO)‬ ‭e‬ ‭também‬
‭Deutsches‬‭Institut‬‭für‬‭Normung‬‭e.V‬‭ou‬‭German‬‭Institute‬‭for‬‭Standardization‬‭(DIN)‬‭associadas‬
‭também‬ ‭a‬ ‭American‬ ‭Society‬ ‭for‬ ‭Testing‬ ‭and‬ ‭Materials‬ ‭(ASTM)‬ ‭em‬ ‭específico‬ ‭para‬
‭micrografia, descrevendo-as:‬
‭As‬ ‭normas‬ ‭de‬ ‭micrografia‬ ‭são‬ ‭diretrizes‬ ‭e‬ ‭padrões‬ ‭estabelecidos‬‭para‬‭a‬‭preparação‬‭e‬
‭análise‬ ‭de‬ ‭amostras‬ ‭metalográficas‬ ‭em‬ ‭microscópios,‬ ‭permitindo‬ ‭a‬ ‭observação‬ ‭da‬
‭microestrutura‬ ‭dos‬ ‭materiais‬ ‭em‬ ‭nível‬ ‭microscópico.‬ ‭Essas‬ ‭normas‬ ‭são‬ ‭importantes‬ ‭para‬
‭garantir‬ ‭a‬ ‭consistência‬ ‭e‬ ‭a‬ ‭precisão‬ ‭dos‬ ‭resultados‬ ‭obtidos‬ ‭por‬ ‭diferentes‬ ‭laboratórios‬ ‭e‬
‭pesquisadores,‬ ‭promovendo‬ ‭a‬ ‭confiabilidade‬ ‭das‬ ‭informações‬ ‭sobre‬ ‭as‬ ‭características‬ ‭dos‬
‭materiais estudados.‬
‭Alguns dos principais padrões e normas relacionadas à micrografia incluem:‬
‭ASTM‬‭E3‬‭-‬‭Standard‬‭Guide‬‭for‬‭Preparation‬‭of‬‭Metallographic‬‭Specimens:‬‭Esta‬‭norma‬
‭abrange‬ ‭os‬ ‭procedimentos‬ ‭gerais‬ ‭para‬ ‭a‬ ‭preparação‬ ‭de‬ ‭amostras‬ ‭metalográficas,‬ ‭incluindo‬
‭corte, montagem, lixamento, polimento e ataque químico.‬
‭21‬

‭ASTM‬ ‭E7‬ ‭-‬ ‭Standard‬ ‭Terminology‬ ‭Relating‬ ‭to‬ ‭Metallography:‬‭Esta‬‭norma‬‭define‬‭os‬


‭termos‬ ‭e‬‭conceitos‬‭comuns‬‭usados‬‭em‬‭metalografia,‬‭fornecendo‬‭uma‬‭linguagem‬‭padronizada‬
‭para a comunicação em pesquisas e relatórios.‬
‭ASTM‬ ‭E112‬ ‭-‬ ‭Standard‬ ‭Test‬ ‭Methods‬ ‭for‬ ‭Determining‬ ‭Average‬ ‭Grain‬ ‭Size:‬ ‭Esta‬
‭norma‬‭estabelece‬‭métodos‬‭para‬‭medir‬‭o‬‭tamanho‬‭médio‬‭de‬‭grão‬‭em‬‭materiais‬‭metálicos,‬‭como‬
‭a técnica de comparação de interceptos.‬
‭ASTM‬ ‭E45:2005‬ ‭-‬ ‭Standard‬ ‭Test‬ ‭Methods‬ ‭for‬ ‭Determining‬‭the‬‭Inclusion‬‭Content‬‭of‬
‭Steel.‬
‭ASTM E-112:2004 - Standard Test Methods for Determining Average Grain Size.‬
‭ASTM‬ ‭E1382‬ ‭-‬ ‭Standard‬ ‭Test‬ ‭Methods‬ ‭for‬ ‭Determining‬ ‭Average‬ ‭Grain‬ ‭Size‬ ‭Using‬
‭Semiautomatic‬ ‭and‬ ‭Automatic‬ ‭Image‬ ‭Analysis:‬ ‭Esta‬ ‭norma‬ ‭descreve‬ ‭métodos‬ ‭para‬ ‭a‬
‭determinação do tamanho de grão utilizando técnicas de análise de imagem.‬
‭ASTM‬ ‭E1508-12‬ ‭-‬ ‭Standard‬ ‭Guide‬ ‭for‬ ‭Quantitative‬ ‭Analysis‬ ‭by‬ ‭Energy-Dispersive‬
‭Spectroscopy:‬ ‭Este‬ ‭guia‬ ‭cobre‬ ‭procedimentos‬ ‭para‬ ‭quantificar‬ ‭a‬ ‭composição‬ ‭elementar‬ ‭de‬
‭fases em uma microestrutura com intermédio do MEV.‬
‭ASTM‬ ‭E1951-17‬ ‭-‬ ‭Standard‬ ‭Guide‬ ‭for‬ ‭Calibrating‬ ‭Reticles‬ ‭and‬ ‭Light‬ ‭Microscope‬
‭Magnifications:‬ ‭Este‬ ‭guia‬ ‭aborda‬ ‭métodos‬ ‭para‬ ‭calcular‬ ‭e‬ ‭calibrar‬ ‭ampliações‬ ‭de‬
‭microscópios,‬ ‭ampliações‬ ‭fotográficas,‬ ‭ampliações‬ ‭de‬ ‭monitores‬ ‭de‬ ‭vídeo,‬ ‭retículos‬ ‭de‬
‭comparação de tamanho de grão e outros retículos de medição.‬
‭ISO‬ ‭643‬ ‭-‬ ‭Steels‬ ‭-‬ ‭Micrographic‬ ‭Determination‬ ‭of‬ ‭the‬ ‭Ferritic‬ ‭or‬ ‭Austenitic‬ ‭Grain‬
‭Size:‬ ‭Esta‬ ‭norma‬ ‭internacional‬ ‭trata‬ ‭da‬ ‭determinação‬ ‭do‬ ‭tamanho‬ ‭de‬ ‭grão‬ ‭ferrítico‬ ‭ou‬
‭austenítico em aços.‬
‭ISO‬‭4967‬‭-‬‭Steel‬‭-‬‭Determination‬‭of‬‭Content‬‭of‬‭Nonmetallic‬‭Inclusions‬‭-‬‭Micrographic‬
‭Method‬ ‭Using‬ ‭Standard‬ ‭Diagrams:‬ ‭Esta‬ ‭norma‬ ‭abrange‬ ‭a‬ ‭determinação‬ ‭das‬ ‭inclusões‬ ‭não‬
‭metálicas em aço através de análise micrográfica usando diagramas padrão.‬
‭DIN‬ ‭50602‬ ‭-‬ ‭Metallographic‬ ‭Examination‬ ‭-‬ ‭Determination‬ ‭of‬ ‭the‬ ‭Microstructure‬ ‭of‬
‭Metals‬‭and‬‭Alloys:‬‭Esta‬‭norma‬‭alemã‬‭define‬‭os‬‭métodos‬‭para‬‭determinação‬‭da‬‭microestrutura‬
‭de metais e ligas por meio de preparação metalográfica e observação microscópica.‬
‭Essas‬ ‭normas‬ ‭ajudam‬ ‭a‬ ‭estabelecer‬ ‭a‬ ‭metodologia‬ ‭correta‬ ‭para‬ ‭a‬ ‭preparação‬ ‭das‬
‭amostras,‬ ‭escolha‬ ‭dos‬ ‭reagentes‬ ‭adequados‬ ‭para‬ ‭a‬ ‭revelação‬ ‭das‬ ‭microestruturas‬ ‭e‬ ‭a‬‭análise‬
‭sistemática‬ ‭das‬ ‭imagens‬ ‭obtidas.‬ ‭Ademais,‬ ‭elas‬ ‭também‬ ‭promovem‬ ‭a‬ ‭rastreabilidade‬ ‭dos‬
‭resultados,‬ ‭facilitando‬ ‭a‬ ‭comparação‬ ‭de‬ ‭dados‬ ‭entre‬ ‭diferentes‬ ‭laboratórios‬ ‭e‬ ‭permitindo‬ ‭o‬
‭22‬

‭avanço contínuo da ciência e engenharia de materiais.‬


‭A‬ ‭medida‬ ‭de‬ ‭exemplificação‬ ‭do‬ ‭uso‬ ‭de‬‭tais‬‭normas‬‭é‬‭possível‬‭citar‬‭os‬‭parâmetros‬‭de‬
‭tratamento‬ ‭térmico‬ ‭de‬ ‭alívio‬ ‭de‬ ‭tensões‬ ‭dito‬ ‭que:‬ ‭Quando‬ ‭a‬‭temperatura‬‭especificada‬‭para‬‭o‬
‭tratamento‬ ‭de‬ ‭alívio‬ ‭de‬ ‭tensões‬ ‭for‬ ‭maior‬ ‭que‬ ‭a‬ ‭capacidade‬ ‭do‬ ‭forno‬ ‭ou‬ ‭método‬ ‭adotado,‬
‭permite-se‬ ‭reduzir‬ ‭a‬ ‭temperatura‬ ‭de‬ ‭patamar,‬ ‭com‬ ‭o‬ ‭consequente‬ ‭aumento‬ ‭do‬ ‭tempo‬ ‭de‬
‭patamar.‬‭Os‬‭valores‬‭de‬‭redução‬‭de‬‭temperatura‬‭e‬‭de‬‭tempo‬‭mínimo‬‭de‬‭permanência‬‭podem‬‭ser‬
‭vistos‬ ‭no‬ ‭quadro,‬‭conforme‬‭a‬‭norma‬‭American‬‭Society‬‭for‬‭Mechanical‬‭Engineering‬‭attached‬
‭to‬‭pressure‬‭vessels‬‭ASME‬‭VIII,‬‭div.1,‬‭ed.‬‭1992.‬‭Quando‬‭não‬‭houver‬‭possibilidade‬‭de‬‭executar‬
‭o‬ ‭tratamento‬ ‭térmico‬ ‭em‬ ‭uma‬ ‭única‬ ‭etapa,‬ ‭por‬ ‭exemplo‬ ‭quando‬ ‭o‬ ‭comprimento‬ ‭do‬
‭equipamento‬ ‭exceder‬ ‭o‬ ‭comprimento‬ ‭do‬ ‭forno,‬ ‭o‬ ‭tratamento‬ ‭pode‬ ‭ser‬ ‭executado‬ ‭em‬ ‭várias‬
‭etapas,‬ ‭utilizando-se‬ ‭a‬ ‭técnica‬ ‭do‬ ‭emparedamento.‬ ‭O‬ ‭emparedamento‬ ‭consiste‬ ‭em‬ ‭manter‬
‭parte‬ ‭do‬ ‭equipamento‬ ‭dentro‬ ‭do‬ ‭forno,‬ ‭isolando‬ ‭o‬ ‭meio‬ ‭exterior‬ ‭com‬ ‭tijolos‬ ‭refratários‬ ‭ou‬
‭mantas‬ ‭cerâmicas,‬ ‭desde‬ ‭que‬ ‭exista‬ ‭uma‬ ‭sobreposição‬ ‭de‬ ‭1,6‬ ‭m‬ ‭na‬ ‭região‬ ‭anteriormente‬
‭tratada.‬ ‭Após‬ ‭o‬ ‭carregamento‬ ‭das‬ ‭peças‬ ‭no‬ ‭forno‬ ‭ou‬ ‭a‬ ‭montagem‬ ‭dos‬ ‭dispositivos‬ ‭de‬
‭aquecimento‬ ‭localizado,‬ ‭deve-se‬ ‭prever‬ ‭a‬ ‭livre‬ ‭movimentação‬ ‭das‬ ‭peças,‬ ‭pois‬ ‭peças‬ ‭fixas‬
‭podem provocar deformações durante o processo de tratamento.‬

‭Tabela 2.3 – Etapas do tratamento térmico‬

‭Fonte:‬‭Infosolda, 2022‬

‭Não‬ ‭obstante‬ ‭às‬ ‭demais‬ ‭normas‬ ‭citadas,‬ ‭é‬ ‭importante‬ ‭salientar‬ ‭que‬ ‭estas‬ ‭possuem‬
‭similaridades‬‭com‬‭outras‬‭pertencentes‬‭a‬‭outras‬‭associações,‬‭como‬‭as‬‭normas‬‭europeias‬‭(EN),‬
‭23‬

‭a‬ ‭Japanese‬ ‭Industrial‬ ‭Standard‬ ‭(JIS),‬ ‭as‬ ‭normas‬ ‭brasileiras‬ ‭(NBR),‬ ‭as‬ ‭normas‬ ‭do‬ ‭mercosul‬
‭(NM),‬ ‭a‬ ‭Deutsches‬ ‭Institut‬ ‭für‬ ‭Normung,‬ ‭traduzido‬ ‭como‬ ‭‘’Instituto‬ ‭Alemão‬ ‭para‬
‭Normalização’’‬ ‭(DIN)‬ ‭e,‬ ‭por‬ ‭fim,‬ ‭a‬ ‭Britain‬ ‭Standards,‬ ‭traduzido‬ ‭como‬ ‭‘’Normalização‬
‭Britânica’’ (BS).‬

‭Tabela 2.4 – Similaridade entre normas de aços estruturais para a construção civil‬

‭Nota: Similaridades não implicam em igualdades.‬

‭Fonte:‬ ‭Autor,‬ ‭adaptado‬ ‭por:‬ ‭Centro‬ ‭de‬ ‭Informação‬ ‭Metal‬ ‭Mecânica‬ ‭(CIMM),‬ ‭Centro‬
‭Brasileiro da Construção em Aço (CBCA), 2014‬

‭2.6 Aplicações Práticas‬

‭Ao‬ ‭que‬ ‭tange‬ ‭às‬ ‭aplicações‬ ‭práticas‬ ‭do‬ ‭aço‬ ‭ASTM‬ ‭A-36,‬ ‭este,‬ ‭por‬ ‭ser‬ ‭um‬ ‭aço‬
‭estrutural‬‭e‬‭de‬‭baixo‬‭teor‬‭de‬‭carbono,‬‭é‬‭muito‬‭versátil,‬‭e‬‭justamente‬‭por‬‭isto‬‭este‬‭material‬‭pode‬
‭ser‬ ‭utilizado‬ ‭nas‬ ‭mais‬ ‭diversas‬ ‭áreas,‬ ‭principalmente‬ ‭pelas‬ ‭suas‬ ‭similaridades‬ ‭com‬ ‭outros‬
‭materiais,‬ ‭como‬ ‭por‬ ‭exemplo‬ ‭na‬ ‭indústria‬ ‭automotiva‬ ‭com‬ ‭o‬ ‭manejamento‬ ‭de‬ ‭chassis‬ ‭e‬
‭estruturas‬ ‭de‬ ‭carrocerias;‬ ‭na‬ ‭indústria‬ ‭naval‬ ‭e‬ ‭componentes‬ ‭marítimos‬ ‭em‬ ‭geral,‬ ‭justamente‬
‭por‬‭sua‬‭leve‬‭resistência‬‭à‬‭corrosão‬‭e‬‭propriedades‬‭mecânicas;‬ ‭na‬‭indústria‬‭de‬‭óleo‬‭e‬‭gás,‬‭mais‬
‭especificamente‬ ‭em‬ ‭tubulações‬ ‭e‬ ‭equipamentos‬ ‭de‬ ‭perfuração;‬ ‭e‬ ‭também‬ ‭na‬ ‭fabricação‬ ‭de‬
‭maquinários‬ ‭que,‬ ‭novamente,‬ ‭pela‬ ‭sua‬ ‭resistência‬ ‭e‬ ‭ductilidade.‬ ‭Contudo‬ ‭ele‬ ‭ganha‬ ‭mais‬
‭destaque‬‭quando‬‭é‬‭destinado‬‭à‬‭construção‬‭civil‬‭em‬‭geral,‬‭como‬‭na‬‭fabricação‬‭de‬‭vigas,‬‭pilares‬
‭e‬‭até‬‭mesmo‬‭em‬‭cantoneiras,‬‭elementos‬‭necessários‬‭à‬‭engenharia‬‭civil.‬‭No‬‭caso‬‭deste‬‭estudo,‬
‭o foco será em cantoneiras e vigas e em suas aplicabilidades intrínsecas.‬
‭Dando‬‭continuidade,‬‭as‬‭principais‬‭aplicações‬‭do‬‭aço‬‭ASTM‬‭A-36‬‭seria‬‭de‬‭acordo‬‭com‬
‭LUZ,‬ ‭Gelson.‬ ‭Aço‬ ‭ASTM‬ ‭A36‬ ‭Propriedades‬ ‭Mecânicas‬ ‭e‬ ‭Composição‬ ‭Química.‬ ‭Blog‬
‭Materiais,‬ ‭[s.‬ ‭l],‬ ‭2017.‬ ‭Aplicações‬ ‭em‬ ‭cantoneiras‬ ‭para‬ ‭construção‬ ‭civil,‬ ‭visto‬ ‭que‬ ‭as‬
‭cantoneiras‬ ‭são‬ ‭elementos‬ ‭estruturais‬ ‭em‬ ‭formato‬ ‭de‬ ‭L,‬ ‭I‬ ‭e‬ ‭H,‬ ‭amplamente‬ ‭utilizados‬ ‭na‬
‭construção‬‭civil‬‭para‬‭formar‬‭conexões‬‭e‬‭reforçar‬‭estruturas.‬‭O‬‭aço‬‭ASTM‬‭A-36‬‭é‬‭uma‬‭escolha‬
‭24‬

‭comum‬ ‭para‬ ‭a‬ ‭fabricação‬ ‭de‬ ‭cantoneiras‬ ‭devido‬ ‭à‬ ‭sua‬ ‭facilidade‬ ‭de‬ ‭usinagem‬ ‭e‬ ‭excelente‬
‭conformabilidade.‬ ‭A‬ ‭micrografia‬ ‭do‬ ‭aço‬ ‭ASTM‬ ‭A36‬ ‭revela‬ ‭uma‬ ‭microestrutura‬ ‭ferrítica‬ ‭e‬
‭perlítica,‬‭com‬‭grãos‬‭bem‬‭formados‬‭e‬‭homogêneos.‬‭Essa‬‭microestrutura‬‭é‬‭responsável‬‭por‬‭suas‬
‭boas‬ ‭propriedades‬ ‭mecânicas‬ ‭e‬ ‭tenacidade.‬ ‭Também‬ ‭é‬ ‭corriqueiro‬ ‭as‬ ‭aplicações‬ ‭em‬ ‭vigas‬ ‭e‬
‭pilares,‬ ‭o‬ ‭aço‬ ‭ASTM‬ ‭A-36‬ ‭é‬ ‭frequentemente‬ ‭utilizado‬ ‭na‬ ‭fabricação‬ ‭de‬‭vigas‬‭e‬‭pilares‬‭para‬
‭construção‬‭de‬‭estruturas‬‭industriais‬‭e‬‭comerciais.‬‭Sua‬‭alta‬‭resistência‬‭à‬‭tração‬‭e‬‭capacidade‬‭de‬
‭suportar‬ ‭grandes‬ ‭cargas‬ ‭tornam-no‬ ‭ideal‬ ‭para‬‭essas‬‭aplicações.‬‭A‬‭micrografia‬‭do‬‭aço‬‭ASTM‬
‭A-36‬ ‭revela‬ ‭uma‬ ‭estrutura‬ ‭granular‬ ‭com‬ ‭grãos‬ ‭uniformes‬ ‭e‬ ‭tamanhos‬ ‭controlados,‬ ‭o‬ ‭que‬
‭contribui‬ ‭para‬ ‭a‬ ‭sua‬ ‭resistência‬ ‭mecânica.‬ ‭O‬ ‭tamanho‬ ‭e‬ ‭distribuição‬ ‭de‬ ‭grãos‬ ‭também‬
‭influenciam‬ ‭na‬ ‭ductilidade‬ ‭e‬ ‭tenacidade‬ ‭do‬ ‭material.‬ ‭Dito‬ ‭isso,‬ ‭em‬ ‭virtude‬ ‭dessas‬
‭características‬ ‭o‬ ‭aço‬ ‭ASTM‬ ‭A-36‬ ‭é‬ ‭empregado‬ ‭na‬ ‭construção‬ ‭de‬ ‭pontes‬ ‭e‬ ‭estruturas‬
‭rodoviárias‬‭devido‬‭à‬‭sua‬‭excelente‬‭resistência‬‭e‬‭durabilidade.‬‭A‬‭micrografia‬‭mostra‬‭inclusões‬
‭controladas‬ ‭de‬ ‭baixa‬ ‭densidade,‬ ‭contribuindo‬ ‭para‬ ‭sua‬ ‭resistência‬ ‭à‬ ‭fadiga‬ ‭e‬ ‭tenacidade‬ ‭em‬
‭temperaturas‬ ‭variáveis.‬ ‭Essas‬ ‭inclusões‬ ‭são‬ ‭cruciais‬ ‭para‬ ‭garantir‬ ‭a‬ ‭integridade‬ ‭estrutural‬ ‭a‬
‭longo‬ ‭prazo,‬ ‭mesmo‬ ‭sob‬ ‭condições‬ ‭adversas.‬‭Por‬‭ser‬‭um‬‭aço‬‭estrutural‬‭de‬‭grão‬‭fino‬‭existem‬
‭adendos‬ ‭a‬ ‭serem‬ ‭deixados,‬ ‭de‬ ‭acordo‬ ‭com‬ ‭Hubertus‬ ‭Colpaert‬ ‭em‬ ‭seu‬ ‭livro‬ ‭titulado‬ ‭de‬
‭“Metalografia‬‭Dos‬‭Produtos‬‭Siderúrgicos‬‭Comuns”‬‭atualizado‬‭por‬‭André‬‭Luiz‬‭V.‬‭Da‬‭Costa‬‭E‬
‭Silva.‬

‭“Os‬ ‭produtos‬ ‭mecânicos‬ ‭mais‬ ‭simples‬ ‭nessa‬ ‭categoria‬ ‭são‬ ‭aços‬ ‭cujas‬
‭propriedades‬‭mecânicas‬‭podem‬‭ser‬‭obtidas‬‭diretamente‬‭na‬‭condição‬‭"como‬‭laminado‬
‭a‬ ‭quente"‬ ‭sem‬ ‭cuidados‬ ‭especiais‬ ‭que‬ ‭caracterizem‬ ‭o‬ ‭processamento‬ ‭como‬
‭laminação‬‭controlada‬‭ou‬‭processamento‬‭termomecânico‬‭controlado.‬‭A‬‭especificação‬
‭ASTM‬ ‭A36‬ ‭é‬ ‭talvez‬ ‭a‬ ‭manifestação‬ ‭mais‬ ‭clássica‬ ‭deste‬ ‭tipo‬ ‭de‬ ‭aço,‬ ‭embora‬
‭certamente‬ ‭não‬ ‭seja‬ ‭a‬ ‭única‬ ‭e‬ ‭existam‬ ‭várias‬ ‭outras,‬ ‭semelhantes.‬ ‭Este‬ ‭é‬ ‭um‬
‭problema‬‭comum‬‭quando‬‭se‬‭tenta‬‭identificar‬‭a‬‭especificação‬‭para‬‭a‬‭qual‬‭determinado‬
‭aço‬ ‭estrutural‬ ‭foi‬ ‭fabricado.‬ ‭Embora‬ ‭seja‬ ‭possível‬ ‭caracterizar‬ ‭as‬ ‭propriedades‬
‭mecânicas,‬ ‭a‬ ‭composição‬ ‭química‬ ‭e‬ ‭a‬ ‭microestrutura,‬ ‭em‬ ‭geral‬ ‭estas‬ ‭informações‬
‭não‬‭permitem‬‭definir‬‭uma‬‭única‬‭especificação‬‭a‬‭que‬‭o‬‭aço‬‭atenderia,‬‭e‬‭sim‬‭diversas‬
‭alternativas. “‬
‭25‬

‭2.7 Obtenção de Cantoneiras‬

‭Abordando‬ ‭a‬‭obtenção‬‭de‬‭cantoneiras‬‭de‬‭aço,‬‭perfis‬‭estruturais‬‭em‬‭formato‬‭de‬‭L,‬‭que‬
‭desempenham‬ ‭um‬ ‭papel‬ ‭essencial‬ ‭em‬ ‭diversas‬ ‭aplicações‬ ‭industriais‬ ‭e‬ ‭construtivas.‬ ‭São‬
‭discutidos‬ ‭os‬ ‭métodos‬ ‭de‬ ‭produção‬ ‭mais‬ ‭comuns,‬ ‭as‬ ‭etapas‬ ‭envolvidas‬ ‭no‬ ‭processo‬ ‭e‬ ‭as‬
‭características‬‭dos‬‭diferentes‬‭formatos‬‭de‬‭cantoneiras‬‭disponíveis‬‭no‬‭mercado.‬‭O‬‭estudo‬‭busca‬
‭proporcionar‬‭uma‬‭visão‬‭abrangente‬‭sobre‬‭o‬‭tema,‬‭destacando‬‭a‬‭importância‬‭das‬‭cantoneiras‬‭na‬
‭indústria‬‭e‬‭construção‬‭civil.‬‭De‬‭acordo‬‭com‬‭DE‬‭BARROS‬‭CHODRAUI,‬‭Gustavo‬‭Monteiro‬‭et‬
‭al. Engenharia Civil: Estrutura em Aço. (p.356 2007):‬

‭“As‬ ‭cantoneiras‬ ‭correspondem‬ ‭à‬ ‭forma‬ ‭mais‬ ‭simples‬ ‭entre‬ ‭os‬ ‭perfis‬
‭ etálicos‬ ‭e‬ ‭são‬ ‭amplamente‬ ‭empregadas‬ ‭em‬ ‭todos‬ ‭os‬ ‭segmentos‬ ‭da‬ ‭construção‬
m
‭metálica,‬ ‭como‬‭componentes‬‭de‬‭estruturas‬‭treliçadas,‬‭barras‬‭de‬‭contraventamento‬‭e‬
‭elementos auxiliares em ligações.”‬

‭As‬ ‭cantoneiras‬ ‭de‬ ‭aço‬ ‭são‬ ‭elementos‬ ‭estruturais‬ ‭amplamente‬ ‭utilizados‬ ‭para‬
‭proporcionar‬ ‭rigidez‬ ‭e‬ ‭resistência‬ ‭em‬ ‭diferentes‬ ‭tipos‬ ‭de‬ ‭construções.‬ ‭Sua‬ ‭versatilidade‬
‭permite‬ ‭aplicações‬ ‭em‬ ‭torres‬ ‭de‬ ‭telecomunicações,‬ ‭estruturas‬ ‭metálicas,‬ ‭sistemas‬‭de‬‭suporte‬
‭de‬ ‭equipamentos‬ ‭industriais,‬ ‭entre‬ ‭outros.‬ ‭Este‬ ‭trabalho‬ ‭apresenta‬ ‭uma‬ ‭análise‬ ‭aprofundada‬
‭sobre‬ ‭os‬ ‭métodos‬ ‭de‬ ‭obtenção‬ ‭das‬ ‭cantoneiras,‬ ‭explorando‬ ‭os‬ ‭principais‬ ‭processos‬ ‭de‬
‭fabricação e os formatos disponíveis. (Chiaverini 2005, p 219 e 225).‬
‭Para‬ ‭obtenção‬ ‭as‬ ‭duas‬‭formas‬‭mais‬‭viáveis‬‭são‬‭a‬‭laminação‬‭a‬‭quente‬‭e‬‭a‬‭laminação‬‭a‬
‭frio.‬‭A‬‭laminação‬‭a‬‭quente‬‭e‬‭a‬‭laminação‬‭a‬‭frio‬‭são‬‭dois‬‭dos‬‭principais‬‭métodos‬‭utilizados‬‭na‬
‭obtenção‬‭de‬‭cantoneiras‬‭de‬‭aço.‬‭Cada‬‭um‬‭desses‬‭processos‬‭possui‬‭características‬‭distintas‬‭que‬
‭influenciam‬‭nas‬‭propriedades‬‭e‬‭aplicações‬‭das‬‭cantoneiras‬‭produzidas.‬‭A‬‭laminação‬‭a‬‭quente‬‭é‬
‭um‬ ‭processo‬ ‭de‬ ‭conformação‬ ‭mecânica‬ ‭realizado‬ ‭em‬ ‭altas‬ ‭temperaturas.‬ ‭Inicialmente,‬ ‭as‬
‭chapas‬ ‭de‬ ‭aço‬ ‭são‬ ‭aquecidas‬ ‭a‬ ‭uma‬ ‭temperatura‬ ‭acima‬ ‭da‬ ‭temperatura‬‭de‬‭recristalização‬‭do‬
‭material.‬ ‭Em‬ ‭seguida,‬ ‭essas‬ ‭chapas‬ ‭são‬ ‭passadas‬ ‭entre‬ ‭rolos‬ ‭pesados‬ ‭que‬ ‭aplicam‬ ‭pressão,‬
‭resultando‬ ‭em‬ ‭uma‬‭redução‬‭significativa‬‭de‬‭sua‬‭espessura‬‭e‬‭conformando‬‭o‬‭perfil‬‭de‬‭"L"‬‭das‬
‭cantoneiras.‬‭Esse‬‭processo‬‭é‬‭realizado‬‭em‬‭condições‬‭de‬‭deformação‬‭plástica,‬‭o‬‭que‬‭confere‬‭às‬
‭cantoneiras‬ ‭um‬ ‭grão‬ ‭alongado‬ ‭e‬ ‭uma‬ ‭estrutura‬ ‭metalúrgica‬ ‭mais‬ ‭grosseira.‬ ‭A‬ ‭laminação‬ ‭a‬
‭quente‬ ‭é‬ ‭frequentemente‬ ‭utilizada‬ ‭para‬ ‭a‬ ‭produção‬ ‭de‬ ‭cantoneiras‬ ‭de‬ ‭aço‬ ‭em‬ ‭larga‬ ‭escala‬
‭devido‬ ‭à‬ ‭sua‬ ‭maior‬ ‭velocidade‬ ‭de‬ ‭produção‬ ‭e‬ ‭menor‬ ‭consumo‬ ‭de‬ ‭energia.‬ ‭Cantoneiras‬
‭laminadas‬ ‭a‬ ‭quente‬ ‭são‬ ‭amplamente‬ ‭utilizadas‬ ‭em‬ ‭estruturas‬ ‭pesadas,‬ ‭construção‬ ‭civil‬ ‭e‬ ‭na‬
‭26‬

‭indústria‬ ‭em‬ ‭geral.‬ ‭A‬ ‭laminação‬ ‭a‬ ‭frio‬‭é‬‭realizada‬‭em‬‭temperatura‬‭ambiente‬‭ou‬‭ligeiramente‬


‭acima‬ ‭dela,‬ ‭não‬ ‭envolvendo‬ ‭o‬ ‭aquecimento‬ ‭prévio‬ ‭das‬ ‭chapas‬ ‭de‬ ‭aço.‬ ‭Esse‬ ‭processo‬ ‭é‬
‭executado‬‭em‬‭temperaturas‬‭abaixo‬‭da‬‭temperatura‬‭de‬‭recristalização‬‭do‬‭aço,‬‭fazendo‬‭com‬‭que‬
‭a‬‭deformação‬‭ocorra‬‭por‬‭meio‬‭de‬‭mecanismos‬‭de‬‭encruamento,‬‭nos‬‭quais‬‭o‬‭material‬‭se‬‭torna‬
‭mais‬ ‭duro‬ ‭e‬ ‭resistente.‬ ‭As‬ ‭cantoneiras‬ ‭laminadas‬ ‭a‬ ‭frio‬ ‭possuem‬ ‭uma‬ ‭microestrutura‬ ‭mais‬
‭refinada‬ ‭e‬ ‭uma‬ ‭superfície‬ ‭mais‬ ‭lisa,‬ ‭tornando-as‬ ‭ideais‬ ‭para‬ ‭aplicações‬ ‭que‬ ‭requerem‬ ‭alta‬
‭precisão‬ ‭dimensional‬ ‭e‬ ‭acabamento.‬ ‭Essas‬ ‭cantoneiras‬ ‭são‬ ‭frequentemente‬ ‭utilizadas‬ ‭em‬
‭indústrias‬ ‭como‬ ‭a‬ ‭automotiva,‬ ‭eletroeletrônica‬ ‭e‬ ‭em‬ ‭estruturas‬ ‭que‬ ‭exigem‬ ‭tolerâncias‬ ‭mais‬
‭apertadas.‬ ‭De‬ ‭acordo‬ ‭com‬ ‭"Materials‬ ‭Science‬ ‭and‬ ‭Engineering:‬ ‭An‬ ‭Introduction",‬ ‭10th‬
‭Edition,‬ ‭William‬ ‭D.‬ ‭Callister‬ ‭Jr.,‬‭David‬‭G.‬‭Rethwisch,‬‭Wiley,‬‭2017.‬‭Páginas‬‭279-281.‬‭Existe‬
‭uma‬ ‭variedade‬ ‭de‬ ‭Formatos‬ ‭de‬ ‭Cantoneiras,‬ ‭como‬ ‭por‬ ‭exemplo‬ ‭a‬ ‭cantoneiras‬ ‭simples‬ ‭as‬
‭cantoneiras‬‭com‬‭abas‬‭desiguais‬‭as‬‭cantoneiras‬‭perfuradas‬‭etc,‬‭todas‬‭elas‬‭têm‬‭suas‬‭aplicações‬‭e‬
‭destinos‬‭específicos,‬‭por‬‭exemplo‬‭em‬‭relação‬‭as‬‭cantoneiras‬‭de‬‭ângulos‬‭retos‬‭e‬‭abas‬‭iguais‬‭as‬
‭aplicações‬ ‭estão‬ ‭direcionadas‬ ‭principalmente‬ ‭estruturas‬ ‭pesadas,‬ ‭como‬ ‭vigas‬ ‭e‬ ‭colunas‬ ‭de‬
‭edifícios, pontes, plataformas industriais e torres de transmissão.‬
‭É‬ ‭comum,‬ ‭também,‬ ‭a‬ ‭junção‬ ‭de‬ ‭cantoneiras‬ ‭para‬ ‭a‬‭obtenção‬‭de‬‭perfis‬‭com‬‭maior‬‭de‬
‭resistência, a fim de atender os projetos estruturais.‬

‭Figura 2.6 – Seção transversal da cantoneira simples e dupla.‬

‭Fonte:‬‭Revista Escola de Minas‬


‭27‬

‭2.8 Obtenção de Vigas‬

‭O‬ ‭ASTM‬ ‭A-36,‬ ‭sendo‬ ‭um‬ ‭aço‬ ‭tipicamente‬ ‭estrutural‬ ‭e‬ ‭usualmente‬ ‭utilizado‬ ‭na‬
‭engenharia‬ ‭civil,‬ ‭também‬ ‭é‬ ‭material‬ ‭para‬ ‭produção‬ ‭de‬ ‭vigas.‬ ‭As‬ ‭vigas‬ ‭são‬ ‭componentes‬
‭estruturais‬ ‭horizontais‬ ‭que‬ ‭desempenham‬ ‭um‬ ‭papel‬ ‭vital‬ ‭na‬ ‭distribuição‬ ‭de‬ ‭cargas‬ ‭e‬ ‭na‬
‭estabilidade‬ ‭global‬ ‭de‬ ‭edifícios‬ ‭e‬ ‭outras‬ ‭estruturas.‬ ‭Segundo‬ ‭PFEIL,‬ ‭Walter.‬ ‭Estruturas‬ ‭de‬
‭Aço:‬ ‭dimensionamento‬ ‭prático;‬ ‭viga‬ ‭é‬‭uma‬‭classificação‬‭legada‬‭às‬‭hastes,‬‭um‬‭dos‬‭principais‬
‭elementos‬ ‭estruturais‬ ‭metálicos,‬ ‭quando‬ ‭solicitada‬ ‭predominantemente‬ ‭por‬ ‭cargas‬
‭transversais,‬‭as‬‭quais‬‭produzem‬‭momentos‬‭fletores‬‭e‬‭esforços‬‭cortantes.‬‭A‬‭obtenção‬‭de‬‭vigas‬‭é‬
‭um‬ ‭processo‬ ‭fundamental‬ ‭na‬ ‭construção‬ ‭civil‬ ‭e‬ ‭engenharia‬‭estrutural,‬‭envolvendo‬‭a‬‭seleção,‬
‭dimensionamento‬ ‭e‬ ‭fabricação‬ ‭de‬ ‭elementos‬ ‭lineares‬‭capazes‬‭de‬‭suportar‬‭cargas‬‭e‬‭transmitir‬
‭forças em uma estrutura. Existem várias etapas envolvidas na obtenção de vigas:‬
‭Primeiramente‬ ‭a‬ ‭análise‬ ‭estrutural,‬ ‭visto‬ ‭que‬ ‭antes‬ ‭de‬ ‭projetar‬ ‭ou‬‭selecionar‬‭vigas,‬‭é‬
‭essencial‬ ‭realizar‬ ‭uma‬ ‭análise‬ ‭estrutural‬ ‭completa‬ ‭do‬ ‭edifício‬ ‭ou‬ ‭estrutura.‬ ‭Isso‬ ‭envolve‬
‭calcular‬‭as‬‭cargas‬‭atuantes,‬‭como‬‭cargas‬‭de‬‭peso‬‭próprio,‬‭cargas‬‭de‬‭ocupação,‬‭cargas‬‭de‬‭vento,‬
‭cargas‬‭de‬‭neve,‬‭entre‬‭outras.‬‭A‬‭análise‬‭ajuda‬‭a‬‭determinar‬‭os‬‭momentos‬‭fletor‬‭e‬‭de‬‭torção‬‭que‬
‭as‬ ‭vigas‬ ‭devem‬ ‭suportar.‬ ‭Em‬ ‭sequência‬ ‭é‬ ‭indispensável‬ ‭que‬ ‭seja‬ ‭feito‬ ‭o‬ ‭dimensionamento‬
‭onde,‬ ‭com‬ ‭base‬ ‭na‬ ‭análise‬ ‭estrutural,‬ ‭as‬ ‭vigas‬ ‭são‬ ‭dimensionadas‬ ‭para‬ ‭resistir‬ ‭às‬ ‭cargas‬
‭calculadas‬ ‭de‬ ‭forma‬ ‭segura.‬ ‭O‬ ‭dimensionamento‬ ‭leva‬ ‭em‬ ‭consideração‬ ‭propriedades‬
‭mecânicas‬ ‭dos‬ ‭materiais,‬‭como‬‭a‬‭resistência‬‭à‬‭tração‬‭e‬‭compressão,‬‭e‬‭as‬‭limitações‬‭impostas‬
‭por‬‭códigos‬‭e‬‭regulamentos‬‭de‬‭construção.‬‭Tendo‬‭concluído‬‭o‬‭dimensionamento‬‭partimos‬‭para‬
‭a‬ ‭seleção‬ ‭de‬ ‭materiais:‬ ‭as‬ ‭vigas‬ ‭podem‬ ‭ser‬ ‭feitas‬ ‭de‬ ‭diferentes‬ ‭materiais,‬ ‭como‬ ‭concreto‬
‭armado,‬ ‭aço,‬ ‭madeira‬ ‭laminada‬ ‭colada,‬ ‭entre‬ ‭outros.‬ ‭A‬ ‭escolha‬ ‭do‬ ‭material‬ ‭depende‬ ‭das‬
‭necessidades‬‭estruturais,‬‭estéticas,‬‭econômicas‬‭e‬‭de‬‭durabilidade‬‭do‬‭projeto.‬‭Existe‬‭também‬‭a‬
‭etapa‬ ‭facultativa‬ ‭do‬ ‭detalhamento‬ ‭já‬ ‭que,‬ ‭uma‬ ‭vez‬ ‭dimensionadas,‬ ‭as‬ ‭vigas‬ ‭precisam‬ ‭ser‬
‭detalhadas‬ ‭com‬ ‭precisão‬ ‭para‬ ‭garantir‬ ‭a‬ ‭integridade‬ ‭estrutural.‬ ‭Isso‬ ‭inclui‬ ‭determinar‬ ‭o‬
‭número‬‭e‬‭a‬‭disposição‬‭de‬‭barras‬‭de‬‭reforço‬‭no‬‭caso‬‭de‬‭concreto‬‭armado,‬‭bem‬‭como‬‭conexões‬
‭e suportes necessários.‬
‭Logo,‬‭partimos‬‭para‬‭a‬‭etapa‬‭mais‬‭importante,‬‭a‬‭fabricação‬‭ou‬‭construção‬‭onde‬‭com‬‭os‬
‭projetos‬ ‭detalhados‬ ‭em‬ ‭mãos,‬ ‭as‬ ‭vigas‬ ‭são‬ ‭fabricadas‬ ‭ou‬ ‭construídas‬ ‭de‬ ‭acordo‬ ‭com‬ ‭as‬
‭especificações.‬ ‭As‬ ‭vigas‬ ‭de‬ ‭aço‬ ‭são‬‭constituídas‬‭usualmente‬‭por‬‭perfis‬‭laminados‬‭(Fig.‬‭2.7a,‬
‭Fig.‬‭2.7c‬‭e‬‭Fig.‬‭2.7d),‬‭associação‬‭de‬‭perfis‬‭laminados‬‭(Fig.‬‭2.7b,‬‭Fig.‬‭2.7e‬‭e‬‭Fig.‬‭2.7f),‬‭ou‬‭por‬
‭chapas‬ ‭soldadas‬ ‭(Fig.‬ ‭2.7g).‬ ‭Os‬ ‭processos‬ ‭de‬ ‭soldagem‬ ‭mais‬ ‭utilizados‬ ‭na‬ ‭indústria‬ ‭de‬
‭28‬

‭construção‬ ‭são‬‭os‬‭de‬‭arco‬‭voltaico,‬‭o‬‭qual‬‭se‬‭dá‬‭entre‬‭um‬‭eletrodo‬‭metálico‬‭e‬‭o‬‭aço‬‭a‬‭soldar,‬
‭havendo‬ ‭deposição‬ ‭do‬ ‭material‬ ‭do‬ ‭eletrodo.‬ ‭Para‬ ‭o‬ ‭aço‬ ‭ASTM‬ ‭A-36,‬ ‭utilizam-se‬ ‭eletrodos‬
‭E60XX‬ ‭e‬ ‭E70XX.‬ ‭Tendo‬ ‭em‬ ‭vista‬ ‭a‬ ‭larga‬ ‭utilização‬ ‭da‬ ‭solda‬ ‭na‬ ‭construção‬ ‭em‬ ‭geral,‬
‭verifica-se‬ ‭a‬ ‭importância‬ ‭de‬ ‭uma‬‭boa‬‭soldabilidade‬‭para‬‭aços‬‭estruturais.‬‭Ainda,‬‭a‬‭viga‬‭pode‬
‭ser‬ ‭formada‬ ‭pela‬ ‭associação‬ ‭de‬ ‭uma‬ ‭viga‬ ‭metálica‬ ‭com‬ ‭uma‬‭laje‬‭de‬‭concreto,‬‭conduzindo‬‭a‬
‭uma‬ ‭solução‬ ‭econômica‬ ‭e‬ ‭eficaz.‬ ‭No‬ ‭caso‬ ‭de‬ ‭vigas‬ ‭de‬ ‭aço,‬ ‭elas‬ ‭podem‬‭ser‬‭pré-fabricadas‬‭e‬
‭montadas‬ ‭no‬ ‭local,‬ ‭enquanto‬ ‭as‬ ‭vigas‬ ‭de‬ ‭concreto‬ ‭podem‬ ‭ser‬ ‭moldadas‬ ‭no‬ ‭local‬ ‭ou‬
‭pré-fabricadas.‬

‭Figura 2.7‬‭–‬‭Tipos usuais de perfis para vigas‬

‭Fonte:‬‭PFEIL, W. (2009)‬

‭A‬‭penúltima‬‭fase‬‭é‬‭a‬‭instalação:‬‭Após‬‭a‬‭fabricação,‬‭as‬‭vigas‬‭são‬‭instaladas‬‭na‬‭estrutura‬
‭de‬ ‭acordo‬ ‭com‬ ‭o‬ ‭plano‬ ‭de‬ ‭construção.‬ ‭Isso‬ ‭pode‬ ‭envolver‬ ‭içamento,‬ ‭fixação‬ ‭e‬ ‭conexão‬
‭adequados‬‭para‬‭garantir‬‭a‬‭estabilidade‬‭e‬‭a‬‭integridade‬‭da‬‭estrutura.‬‭Chegamos‬‭a‬‭verificação‬‭e‬
‭testes,‬ ‭logo‬ ‭após‬ ‭a‬ ‭instalação‬ ‭das‬ ‭vigas,‬ ‭é‬ ‭importante‬ ‭realizar‬ ‭verificações‬ ‭e‬ ‭testes‬ ‭para‬
‭garantir‬‭que‬‭elas‬‭estejam‬‭funcionando‬‭conforme‬‭projetado.‬‭Isso‬‭pode‬‭envolver‬‭testes‬‭de‬‭carga‬
‭para‬ ‭confirmar‬ ‭a‬ ‭capacidade‬ ‭de‬ ‭carga‬ ‭das‬ ‭vigas‬ ‭e‬ ‭inspeções‬ ‭visuais‬ ‭para‬ ‭detectar‬ ‭qualquer‬
‭defeito‬‭ou‬‭problema.‬‭É‬‭essencial‬‭que‬‭todo‬‭o‬‭processo‬‭de‬‭obtenção‬‭de‬‭vigas‬‭seja‬‭realizado‬‭em‬
‭conformidade‬‭com‬‭os‬‭códigos‬‭e‬‭normas‬‭de‬‭construção‬‭aplicáveis‬‭para‬‭garantir‬‭a‬‭segurança‬‭e‬‭a‬
‭funcionalidade‬ ‭da‬ ‭estrutura.‬ ‭A‬ ‭colaboração‬ ‭entre‬ ‭engenheiros‬ ‭estruturais,‬ ‭arquitetos‬ ‭e‬
‭construtores‬ ‭desempenha‬ ‭um‬ ‭papel‬ ‭crucial‬ ‭para‬ ‭o‬ ‭sucesso‬ ‭do‬ ‭projeto.‬ ‭Finalmente,‬ ‭as‬ ‭vigas‬
‭obtidas,‬‭sobretudo‬‭as‬‭de‬‭aço‬‭ASTM‬‭A-36,‬‭podem‬‭ser‬‭utilizadas‬‭para‬‭construção‬‭de‬‭edifícios,‬
‭pontes‬‭e‬‭estruturas‬‭pesadas‬‭(PINHEIRO,‬‭Antônio‬‭Carlos‬‭da‬‭F.‬‭Bragança.‬‭Estruturas‬‭Metálicas:‬
‭cálculos,‬ ‭detalhes,‬ ‭exercícios‬ ‭e‬ ‭projetos,‬ ‭2005).‬ ‭Consoante‬ ‭a‬ ‭aplicação‬ ‭de‬ ‭vigas,‬ ‭é‬‭possível‬
‭29‬

‭citar‬‭que‬‭de‬‭acordo‬‭com‬‭Vicente‬‭Chiaverini‬‭em‬‭seu‬‭livro‬‭“Aços‬‭e‬‭Ferros‬‭Fundidos”‬‭em‬‭sua‬‭7ª‬
‭edição datada de 2005, em que é dito que:‬

“‭ A‬‭tendência‬‭moderna‬‭no‬‭sentido‬‭de‬‭utilizar‬‭estruturas‬‭cada‬‭vez‬‭maiores,‬‭tem‬‭levado‬
‭os‬ ‭engenheiros,‬ ‭projetistas‬‭e‬‭construtores‬‭a‬‭considerar‬‭o‬‭emprego‬‭de‬‭aços‬‭cada‬‭vez‬
‭mais‬ ‭resistentes,‬ ‭para‬ ‭evitar‬ ‭o‬ ‭uso‬ ‭de‬ ‭estruturas‬ ‭cada‬ ‭vez‬ ‭mais‬ ‭pesadas.‬ ‭Tais‬
‭considerações‬‭não‬‭se‬‭aplicam‬‭somente‬‭ao‬‭caso‬‭de‬‭estruturas‬‭fixas,‬‭como‬‭de‬‭edifícios‬
‭ou‬ ‭pontes,‬ ‭mas‬ ‭igualmente‬ ‭e‬ ‭principalmente‬ ‭em‬ ‭estruturas‬ ‭móveis,‬ ‭no‬ ‭setor‬ ‭de‬
‭transportes,‬ ‭onde‬ ‭o‬ ‭maior‬ ‭interesse‬ ‭se‬ ‭concentra‬ ‭na‬ ‭redução‬ ‭do‬ ‭peso-morto‬ ‭da‬
‭estrutura.‬ ‭Em‬ ‭resumo,‬ ‭tais‬ ‭aços‬ ‭são‬ ‭de‬ ‭grande‬ ‭utilidade‬ ‭toda‬ ‭a‬ ‭vez‬ ‭que‬ ‭se‬ ‭deseja‬
‭aumentar‬ ‭a‬ ‭resistência‬ ‭mecânica,‬ ‭permitindo‬ ‭um‬ ‭acréscimo‬ ‭da‬ ‭carga‬ ‭unitária‬ ‭da‬
‭estrutura‬ ‭ou‬ ‭tornando‬ ‭possível‬ ‭uma‬ ‭diminuição‬ ‭proporcional‬ ‭da‬ ‭secção,‬ ‭ou‬ ‭seja‬ ‭o‬
‭emprego‬ ‭de‬‭secções‬‭mais‬‭leves,‬‭visa‬‭melhorar‬‭a‬‭resistência‬‭à‬‭corrosão‬‭atmosférica.‬
‭Esse‬ ‭é‬ ‭um‬ ‭fator‬ ‭importante‬‭a‬‭considerar,‬‭porque‬‭a‬‭utilização‬‭de‬‭secções‬‭mais‬‭finas‬
‭pode‬ ‭significar‬ ‭vida‬ ‭mais‬ ‭curta‬ ‭da‬ ‭estrutura.‬ ‭[...]‬ ‭Os‬ ‭aços‬ ‭estruturais‬ ‭de‬ ‭alta‬
‭resistência‬ ‭podem‬ ‭ser‬ ‭divididos‬ ‭em‬ ‭quatro‬ ‭grupos:‬ ‭aços‬ ‭laminados‬
‭carbono-manganês;‬ ‭aços‬ ‭laminados‬ ‭de‬ ‭alta‬ ‭resistência‬ ‭e‬ ‭baixo‬ ‭teor‬ ‭em‬ ‭liga‬ ‭(aços‬
‭microligados);‬ ‭aços-carbono‬ ‭tratados‬ ‭termicamente.‬ ‭[...]‬ ‭Contudo,‬ ‭os‬ ‭aços‬
‭temperados‬ ‭e‬ ‭revenidos‬‭não‬‭podem‬‭ser‬‭utilizados‬‭em‬‭peças‬‭estruturais,‬‭como‬‭vigas‬
‭em‬ ‭I,‬‭em‬‭T‬‭ou‬‭duplo‬‭T‬‭e‬‭secções‬‭idênticas,‬‭devido‬‭ao‬‭empenamento‬‭das‬‭peças‬‭que‬
‭ocorre‬ ‭durante‬ ‭o‬ ‭tratamento‬ ‭térmico.‬ ‭Pelo‬ ‭contrário,‬ ‭os‬ ‭aços‬ ‭de‬ ‭alta‬ ‭resistência‬ ‭e‬
‭baixo‬‭teor‬‭em‬‭ligas‬‭são‬‭comumente‬‭disponíveis‬‭nas‬‭formas‬‭de‬‭chapas,‬‭tiras,‬‭barras‬‭e‬
‭nas‬‭formas‬‭estruturais‬‭mais‬‭comuns.‬‭Em‬‭resumo,‬‭para‬‭fins‬‭estruturais‬‭onde‬‭se‬‭deseja‬
‭uma‬‭relação‬‭resistência/peso‬‭melhor,‬‭uma‬‭maior‬‭resistência‬‭à‬‭corrosão‬‭atmosférica,‬
‭maior‬ ‭limite‬ ‭de‬ ‭escoamentos‬ ‭sem‬ ‭prejuízo‬ ‭da‬ ‭trabalhabilidade‬ ‭e‬ ‭soldabilidade,‬ ‭os‬
‭"aços de alta resistência e baixo teor em ligas" são os mais indicados.”‬

‭2.9 Projeto de estruturas metálicas‬

‭Denomina-se‬ ‭por‬ ‭estrutura‬ ‭o‬‭conjunto‬‭de‬‭elementos‬‭de‬‭construção,‬‭compostos‬‭com‬‭a‬


‭finalidade‬‭de‬‭receber‬‭e‬‭transmitir‬‭esforços‬‭(MELCONIAN,‬‭Sarkis;‬‭Resistência‬‭dos‬‭Materiais‬‭e‬
‭Mecânica‬ ‭Técnica‬ ‭-‬ ‭17ª‬ ‭Edição).‬ ‭Assim‬ ‭sendo,‬ ‭torna-se‬ ‭essencial‬ ‭projetar‬ ‭corretamente‬ ‭a‬
‭estrutura,‬ ‭de‬ ‭modo‬ ‭que‬ ‭o‬ ‭conjunto‬ ‭possa‬ ‭resistir‬ ‭aos‬ ‭esforços‬ ‭empregados‬ ‭e‬ ‭cumprir‬ ‭sua‬
‭finalidade.‬ ‭Com‬ ‭efeito,‬ ‭neste‬ ‭capítulo‬ ‭será‬ ‭dado‬ ‭um‬ ‭panorama‬ ‭geral‬ ‭do‬ ‭projeto‬‭estrutural‬‭e,‬
‭especificamente,‬ ‭do‬ ‭projeto‬ ‭de‬ ‭vigas,‬ ‭componente‬ ‭metálico‬ ‭comumente‬ ‭feito‬ ‭de‬ ‭aço‬ ‭ASTM‬
‭A-36.‬
‭Um‬ ‭projeto‬ ‭estrutural‬ ‭tem‬ ‭como‬ ‭objetivos‬ ‭norteadores:‬ ‭1)‬ ‭garantia‬ ‭de‬ ‭segurança‬ ‭do‬
‭conjunto,‬ ‭evitando-se‬ ‭o‬ ‭colapso‬‭da‬‭estrutura;‬‭e‬‭2)‬‭garantia‬‭de‬‭bom‬‭desempenho‬‭da‬‭estrutura,‬
‭evitando-se‬‭a‬‭ocorrência‬‭de‬‭grandes‬‭deslocamentos,‬‭vibrações‬‭e‬‭danos‬‭aos‬‭seus‬‭componentes.‬
‭Em‬ ‭PFEIL,‬ ‭Walter.‬ ‭Estruturas‬ ‭de‬ ‭Aço:‬ ‭dimensionamento‬ ‭prático,‬ ‭o‬ ‭processo‬ ‭de‬ ‭um‬ ‭projeto‬
‭estrutural é subdividido nas seguintes etapas:‬

“‭ a)‬ ‭Anteprojeto‬ ‭ou‬ ‭projeto‬ ‭básico,‬ ‭quando‬ ‭são‬‭definidos‬‭o‬


‭sistema‬‭estrutural,‬‭os‬‭materiais‬‭a‬‭serem‬‭utilizados,‬‭o‬‭sistema‬
‭30‬

c‭ onstrutivo.‬‭b)‬‭Dimensionamento‬‭ou‬‭cálculo‬‭estrutural,‬‭fase‬
‭na‬ ‭qual‬ ‭são‬ ‭definidas‬ ‭as‬ ‭dimensões‬ ‭dos‬ ‭elementos‬ ‭da‬
‭estrutura‬‭e‬‭suas‬‭ligações‬‭de‬‭maneira‬‭a‬‭garantir‬‭a‬‭segurança‬‭e‬
‭o‬ ‭bom‬ ‭desempenho‬ ‭da‬ ‭estrutura.‬‭c)‬‭Detalhamento,‬‭quando‬
‭são‬ ‭elaborados‬ ‭os‬ ‭desenhos‬ ‭executivos‬ ‭da‬ ‭estrutura‬
‭contendo as especificações de todos os seus componentes.”‬

‭Durante‬‭todo‬‭o‬‭projeto,‬‭faz-se‬‭uso‬‭fundamental‬‭do‬‭conhecimento‬‭de‬‭análise‬‭estrutural‬
‭e‬‭resistência‬‭dos‬‭materiais.‬‭Ainda,‬‭utilizam-se,‬‭especialmente‬‭nas‬‭fases‬‭de‬‭dimensionamento‬‭e‬
‭detalhamento,‬ ‭um‬ ‭grande‬ ‭números‬ ‭de‬ ‭regras‬ ‭e‬ ‭recomendações,‬ ‭acerca‬ ‭de‬ ‭critérios‬ ‭de‬
‭segurança,‬‭padrões‬‭de‬‭testes‬‭e‬‭características‬‭mecânicas‬‭dos‬‭materiais,‬‭limites‬‭de‬‭tolerâncias,‬
‭métodos‬ ‭construtivos‬ ‭e‬ ‭afins,‬‭os‬‭quais‬‭encontram-se‬‭reunidos‬‭em‬‭documentos‬‭específicos,‬‭as‬
‭normas. A norma brasileira aplicada à edificações, atualmente em vigor, é a NBR 8800:2008‬
‭No‬ ‭que‬ ‭tange‬ ‭aos‬ ‭critérios‬ ‭de‬ ‭segurança‬ ‭para‬ ‭dimensionamento‬ ‭da‬ ‭estrutura,‬ ‭uma‬
‭metodologia‬‭corrente‬‭na‬‭literatura‬‭responsável‬‭é‬‭o‬‭Método‬‭das‬‭Tensões‬‭Admissíveis,‬‭baseado‬
‭no‬ ‭desenvolvimento‬ ‭da‬ ‭resistência‬ ‭dos‬ ‭materiais‬ ‭em‬ ‭regime‬ ‭elástico.‬ ‭Neste‬ ‭método,‬ ‭o‬
‭dimensionamento‬ ‭é‬ ‭considerado‬ ‭satisfatório‬ ‭quando‬ ‭a‬ ‭tensão‬ ‭máxima‬ ‭de‬ ‭serviço‬ σ ‭em‬‭cada‬
‭seção‬ ‭do‬ ‭elemento‬ ‭é‬ ‭menor‬ ‭do‬ ‭que‬ ‭a‬ ‭tensão‬ ‭de‬ ‭escoamento‬ ‭𝑓‬ ‭reduzida‬ ‭por‬ ‭um‬ ‭fator‬ ‭de‬
‭segurança‬γ‭, segundo a equação:‬
‭Equação 1‬
‭‬
𝑓
σ ≤σ= γ

‭na‬ ‭qual‬ σ ‭é‬ ‭a‬ ‭tensão‬ ‭admissível‬ ‭de‬ ‭projeto.‬ ‭O‬ ‭coeficiente‬ ‭de‬ ‭segurança‬ ‭representa‬ ‭o‬
‭reconhecimento‬ ‭de‬ ‭que‬ ‭há‬ ‭diversas‬ ‭fontes‬ ‭de‬ ‭incerteza‬ ‭na‬ ‭equação,‬ ‭como‬ ‭quanto‬ ‭à‬
‭coincidência entre modelo e estrutura, execução do projeto e determinação dos carregamentos.‬
‭O‬ ‭Método‬ ‭das‬ ‭Tensões‬ ‭Admissíveis,‬ ‭embora‬‭usual,‬‭possui‬‭limitações.‬‭A‬‭saber,‬‭adota‬
‭um‬ ‭valor‬ ‭único‬ ‭para‬ ‭todas‬ ‭as‬ ‭incertezas‬ ‭e‬ ‭desconsidera‬ ‭a‬ ‭reserva‬ ‭de‬ ‭resistência‬ ‭existente‬ ‭a‬
‭partir‬ ‭do‬ ‭regime‬ ‭plástico.‬ ‭Assim,‬ ‭tem‬ ‭sido‬ ‭gradualmente‬‭preterido‬‭pelas‬‭normas,‬‭inclusive‬‭a‬
‭brasileira,‬‭pelo‬‭Método‬‭dos‬‭Estados‬‭Limites,‬‭no‬‭qual‬‭tem-se‬‭a‬‭inclusão‬‭dos‬‭estados‬‭elástico‬‭e‬
‭plástico‬‭na‬‭formação‬‭de‬‭mecanismos‬‭nas‬‭peças‬‭estruturais‬‭(PINHEIRO,‬‭Antônio‬‭Carlos‬‭da‬‭F.‬
‭Bragança.‬ ‭Estruturas‬ ‭Metálicas:‬ ‭cálculos,‬‭detalhes,‬‭exercícios‬‭e‬‭projetos,‬‭2005),‬‭resultado‬‭do‬
‭desenvolvimento‬ ‭da‬ ‭Teoria‬ ‭Plástica‬‭de‬‭Dimensionamento.‬‭Um‬‭estado-limite,‬‭o‬‭qual‬‭pode‬‭ser‬
‭último‬ ‭ou‬ ‭de‬ ‭serviço,‬ ‭é‬ ‭uma‬ ‭condição‬ ‭na‬ ‭qual‬ ‭pelo‬ ‭menos‬‭um‬‭dos‬‭objetivos‬‭norteadores‬‭do‬
‭projeto‬‭estrutural,‬‭anteriormente‬‭citados,‬‭não‬‭estão‬‭garantidos.‬‭De‬‭acordo‬‭com‬‭a‬‭norma‬‭NBR‬
‭8800:2008:‬
‭31‬

‭ s‬ ‭estados-limites‬ ‭últimos‬ ‭estão‬ ‭relacionados‬ ‭com‬ ‭a‬


O
‭segurança‬ ‭da‬ ‭estrutura‬ ‭sujeita‬ ‭às‬ ‭combinações‬ ‭mais‬
‭desfavoráveis‬‭de‬‭ações‬‭previstas‬‭em‬‭toda‬‭a‬‭vida‬‭útil,‬‭durante‬
‭a‬ ‭construção‬ ‭ou‬ ‭quando‬ ‭atuar‬ ‭uma‬ ‭ação‬ ‭especial‬ ‭ou‬
‭excepcional.‬ ‭Os‬ ‭estados-limites‬ ‭de‬ ‭serviço‬ ‭estão‬
‭relacionados‬‭com‬‭o‬‭desempenho‬‭da‬‭estrutura‬‭sob‬‭condições‬
‭normais‬ ‭de‬ ‭utilização.‬ ‭O‬ ‭método‬ ‭dos‬ ‭estados-limites‬
‭utilizado‬ ‭para‬ ‭o‬ ‭dimensionamento‬ ‭de‬ ‭uma‬ ‭estrutura‬ ‭exige‬
‭que‬‭nenhum‬‭estado-limite‬‭aplicável‬‭seja‬‭excedido‬‭quando‬‭a‬
‭estrutura‬‭for‬‭submetida‬‭a‬‭todas‬‭as‬‭combinações‬‭apropriadas‬
‭de‬‭ações.‬‭Se‬‭um‬‭ou‬‭mais‬‭estados-limites‬‭forem‬‭excedidos,‬‭a‬
‭estrutura‬ ‭não‬ ‭atende‬ ‭mais‬ ‭aos‬ ‭objetivos‬ ‭para‬ ‭os‬ ‭quais‬ ‭foi‬
‭projetada.‬

‭A‬‭garantia‬‭de‬‭segurança‬‭no‬‭Método‬‭dos‬‭Estados‬‭Limites‬‭é‬‭atingida‬‭quando,‬‭para‬‭cada‬
‭seção‬ ‭da‬ ‭estrutura,‬ ‭a‬ ‭solicitação‬ ‭de‬ ‭projeto‬ ‭for‬ ‭menor‬ ‭do‬ ‭que‬ ‭a‬ ‭resistência‬ ‭de‬ ‭projeto,‬
‭conforme a equação:‬
‭Equação 2‬

‭𝑆‬= ‭𝑆(‬ Σ‭‬α‭‬‭𝐹)‬ < ‭𝑅‬= ‭𝑅‬ ( )‭‬


𝑓
γ

‭na‬ ‭qual‬ ‭𝑆‬ ‭é‬ ‭a‬ ‭solicitação‬ ‭de‬ ‭projeto,‬ ‭obtida‬ ‭pela‬ ‭combinação‬ ‭das‬ ‭ações‬ ‭atuantes‬

‭(carregamentos)‬ ‭𝐹‬ ‭majoradas‬‭por‬‭um‬‭coeficiente‬ α‭,‬‭e‬ ‭𝑅‬ ‭é‬‭a‬‭resistência‬‭de‬‭projeto,‬‭por‬‭sua‬‭vez‬


‭função‬ ‭da‬‭resistência‬‭característica‬‭do‬‭material‬ ‭𝑓‬ ‭reduzida‬‭pelo‬‭coeficiente‬ γ‭.‬‭Novamente,‬‭os‬
‭coeficientes‬‭de‬‭segurança‬ α ‭e‬ γ ‭estão‬‭relacionados‬‭com‬‭as‬‭incertezas‬‭do‬‭projeto,‬‭e‬‭salienta-se‬
‭que‬ ‭tais‬ ‭fatores‬ ‭são‬ ‭obtidos‬ ‭pela‬ ‭multiplicação‬ ‭de‬ ‭parcelas‬ ‭associadas‬ ‭a‬ ‭diferentes‬ ‭tipos‬ ‭de‬
‭variabilidade.‬ ‭Nesse‬ ‭caso,‬ ‭a‬ ‭seguridade‬ ‭estrutural‬ ‭fica‬ ‭garantida‬ ‭quando‬ ‭for‬ ‭verdadeira‬ ‭a‬

‭sentença‬‭𝑅‬− ‭𝑆‬≻ ‭0‭.‬‬


‭Em‬ ‭suma,‬ ‭o‬ ‭Método‬ ‭dos‬ ‭Estados‬ ‭Limites‬ ‭supera‬ ‭as‬‭limitações‬‭do‬‭anterior‬‭e‬‭torna-se‬
‭tendência‬ ‭nas‬ ‭normas‬ ‭relacionadas,‬ ‭sobretudo‬ ‭à‬ ‭medida‬ ‭que‬ ‭se‬ ‭desenvolvem‬ ‭métodos‬
‭estatísticos‬ ‭e‬ ‭probabilísticos‬ ‭mais‬ ‭avançados‬ ‭para‬ ‭determinação‬ ‭dos‬ ‭carregamentos.‬
‭Entretanto,‬‭observa-se‬‭que‬‭o‬‭Método‬‭das‬‭Tensões‬‭Admissíveis‬‭não‬‭foi‬‭abandonado,‬‭de‬‭modo‬
‭que‬‭ainda‬‭consta‬‭em‬‭normas‬‭de‬‭referência,‬‭como‬‭a‬‭americana‬‭ANSI/AISC‬‭360-05.‬‭Outrossim,‬
‭é‬ ‭plenamente‬ ‭adotada‬ ‭na‬ ‭literatura‬ ‭de‬ ‭resistência‬ ‭dos‬ ‭materiais,‬ ‭tendo‬ ‭em‬ ‭vista‬ ‭seu‬ ‭poder‬
‭didático‬ ‭e‬ ‭maior‬ ‭praticidade‬ ‭no‬ ‭dimensionamento‬ ‭de‬ ‭estruturas‬ ‭e‬ ‭componentes‬ ‭tais‬ ‭como‬
‭vigas.‬ ‭Assim‬ ‭sendo,‬ ‭e‬ ‭memorando‬ ‭os‬ ‭objetivos‬ ‭do‬ ‭presente‬ ‭trabalho,‬ ‭optou-se‬ ‭pelo‬ ‭método‬
‭elástico como base para a discussão ulterior.‬
‭De‬‭acordo‬‭com‬‭o‬‭estabelecido‬‭no‬‭capítulo‬‭precedente,‬‭vigas‬‭são‬‭elementos‬‭estruturais‬
‭projetados‬‭para‬‭suportar‬‭cargas‬‭perpendiculares,‬‭as‬‭quais‬‭produzem‬‭na‬‭estrutura‬‭um‬‭momento‬
‭fletor‬ ‭e‬‭uma‬‭força‬‭de‬‭cisalhamento‬‭interna.‬‭Logo,‬‭o‬‭projeto‬‭de‬‭uma‬‭viga‬‭perpassa‬‭por‬‭definir‬
‭32‬

‭sua‬‭forma‬‭e‬‭suas‬‭dimensões‬‭de‬‭modo‬‭que‬‭suportem‬‭esses‬‭esforços.‬‭Nos‬‭parágrafos‬‭seguintes,‬
‭será apresentado um método para projetar essas vigas.‬
‭Uma‬ ‭viga‬ ‭escolhida‬ ‭para‬ ‭resistir‬ ‭às‬ ‭tensões‬ ‭de‬ ‭flexão‬ ‭e‬ ‭cisalhamento‬ ‭é‬ ‭dita‬ ‭como‬
‭projetada‬ ‭de‬ ‭acordo‬ ‭com‬ ‭a‬ ‭resistência.‬ ‭Seguindo‬ ‭esse‬ ‭conceito,‬ ‭faz-se‬ ‭necessário‬ ‭utilizar‬ ‭as‬
‭fórmulas‬ ‭de‬ ‭cisalhamento‬‭e‬‭flexão,‬‭colocando-se‬‭como‬‭condição‬‭fundamental‬‭que‬‭as‬‭tensões‬
‭de‬ ‭cisalhamento‬ ‭e‬ ‭flexão‬ ‭não‬ ‭ultrapassem‬ ‭aquelas‬ ‭admitidas‬ ‭para‬ ‭o‬ ‭material,‬ ‭definidas‬ ‭por‬
‭códigos‬ ‭e‬ ‭manuais‬‭de‬‭projetos‬‭(HIBBELER,‬‭Russel;‬‭Resistência‬‭dos‬‭Materiais‬‭-‬‭7.‬‭ed.‬‭-‬‭São‬
‭Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010).‬
‭O‬ ‭primeiro‬ ‭passo‬ ‭para‬ ‭dimensionamento‬ ‭das‬ ‭vigas‬ ‭é‬ ‭a‬ ‭determinação‬ ‭do‬ ‭momento‬
‭fletor‬ ‭máximo‬ ‭e‬ ‭da‬ ‭força‬ ‭cisalhante.‬ ‭Em‬ ‭seguida,‬ ‭em‬ ‭vigas‬ ‭relativamente‬ ‭longas‬ ‭exige-se‬ ‭a‬

‭determinação‬ ‭do‬ ‭módulo‬ ‭de‬ ‭resistência‬ ‭à‬ ‭flexão‬ ‭𝑆‭,‬‬ ‭pela‬ ‭fórmula‬ ‭𝑆‬= ‭𝑀𝑚‬‭á‭𝑥
‬ ‬‭/‬σ‭𝑎𝑑𝑚‬‭.‬‭Ainda.‬
‭𝐼‬
‭como‬ ‭𝑆‬= 𝑐‭ ‬
‭,‬‭sendo‬ ‭𝐼‬ ‭o‬‭momento‬‭de‬‭inércia‬‭e‬‭c‬‭a‬‭distância‬‭à‬‭linha‬‭neutra,‬‭pode-se‬‭calcular‬‭as‬

‭dimensões‬ ‭da‬ ‭viga,‬ ‭em‬ ‭caso‬ ‭de‬ ‭formas‬ ‭simples.‬ ‭Entretanto,‬ ‭no‬ ‭caso‬ ‭de‬ ‭formas‬ ‭mais‬
‭complexas,‬ ‭é‬ ‭possível‬ ‭utilizar‬ ‭um‬ ‭infinito‬ ‭número‬ ‭de‬ ‭dimensões‬ ‭que‬ ‭satisfaçam‬ ‭o‬ ‭valor‬ ‭do‬
‭módulo‬‭de‬‭resistência‬‭obtido.‬‭Na‬‭prática,‬‭costuma-se‬‭consultar‬‭manuais‬‭de‬‭fabricantes,‬‭como‬
‭o‬ ‭da‬ ‭Tabela‬ ‭2.5,‬ ‭escolhendo-se‬ ‭a‬ ‭de‬ ‭menor‬ ‭seção‬ ‭transversal,‬ ‭que‬ ‭resista‬‭aos‬‭esforços‬‭e‬‭por‬
‭razões econômicas.‬

‭Tabela 2.5‬‭–‬‭Especificações de vigas‬

‭Fonte:‬‭Perfis Gerdau - Construção Mecânica‬


‭33‬

‭𝑉𝑄‬
‭Com‬ ‭o‬ ‭módulo‬ ‭de‬ ‭resistência‬ ‭satisfeito,‬ ‭usa-se‬ ‭a‬ ‭fórmula‬ ‭do‬ ‭cisalhamento‬ τ = ‭𝐼𝑡‬
‭,‬

‭sendo‬ τ ‭a‬ ‭tensão‬ ‭de‬ ‭cisalhamento,‬ ‭V‬ ‭a‬ ‭força‬ ‭cortante,‬ ‭Q‬ ‭uma‬ ‭medida‬‭relacionada‬‭à‬‭área‬‭da‬
‭seção‬ ‭e‬ ‭t‬ ‭a‬ ‭espessura.‬‭Normalmente,‬‭esse‬‭requisito‬‭é‬‭prontamente‬‭atendido.‬‭Entretanto,‬‭cabe‬
‭ressaltar‬‭que,‬‭no‬‭caso‬‭de‬‭a‬‭viga‬‭ser‬‭relativamente‬‭curta‬‭e‬‭suportar‬‭grandes‬‭cargas‬‭concentradas,‬
‭o‬‭cisalhamento‬‭deverá‬‭ditar‬‭seu‬‭tamanho,‬‭de‬‭modo‬‭que‬‭a‬‭ordem‬‭das‬‭operações‬‭supracitadas‬‭é‬
‭invertida.‬
‭Figura 2.8‬‭–‬‭Estrutura metálica no teto do ginásio‬‭bloco R, IFBA, campus Salvador‬

‭Fonte: Autor‬
‭34‬

‭Figura 2.9‬‭–‬‭Estrutura metálica no estacionamento‬‭bloco N, IFBA, campus Salvador‬

‭Fonte: Autor‬
‭35‬

‭2.10 Ensaios Mecânicos‬

‭2.10.1 Ensaio de tração‬


‭O‬ ‭ensaio‬ ‭de‬‭tração‬‭é‬‭um‬‭dos‬‭métodos‬‭mais‬‭fundamentais‬‭e‬‭amplamente‬‭utilizados‬‭na‬
‭mecânica‬ ‭dos‬ ‭materiais‬ ‭para‬ ‭avaliar‬ ‭as‬ ‭propriedades‬ ‭mecânicas‬ ‭dos‬ ‭materiais.‬ ‭Este‬ ‭teste‬
‭fornece‬ ‭informações‬ ‭cruciais‬ ‭sobre‬ ‭a‬ ‭capacidade‬ ‭de‬ ‭um‬ ‭material‬‭resistir‬‭à‬‭aplicação‬‭de‬‭uma‬
‭carga‬ ‭axial‬ ‭que‬ ‭tende‬ ‭a‬ ‭esticá-lo‬ ‭até‬ ‭a‬ ‭sua‬ ‭falha.‬ ‭Neste‬ ‭capítulo‬ ‭de‬ ‭revisão‬ ‭bibliográfica,‬
‭examinaremos‬ ‭os‬ ‭princípios,‬ ‭procedimentos‬ ‭e‬ ‭aplicações‬ ‭do‬ ‭ensaio‬ ‭de‬ ‭tração,‬ ‭bem‬‭como‬‭as‬
‭teorias subjacentes que sustentam essa técnica.‬
‭Existem‬‭alguns‬‭princípios‬‭relacionados‬‭ao‬‭ensaio‬‭de‬‭tração‬‭que‬‭envolvem‬‭a‬‭aplicação‬
‭de‬ ‭uma‬ ‭força‬ ‭uniaxial‬ ‭gradualmente‬ ‭crescente‬ ‭em‬‭uma‬‭amostra‬‭padronizada‬‭de‬‭material.‬‭As‬
‭principais‬‭grandezas‬‭medidas‬‭durante‬‭o‬‭ensaio‬‭incluem‬‭a‬‭carga‬‭aplicada‬‭(F)‬‭e‬‭o‬‭alongamento‬
‭ou‬ ‭deformação‬ ‭axial‬ ‭(ΔL).‬ ‭Com‬ ‭base‬ ‭nesses‬ ‭dados,‬ ‭uma‬ ‭série‬ ‭de‬ ‭propriedades‬ ‭mecânicas‬
‭importantes‬ ‭podem‬ ‭ser‬ ‭determinadas,‬ ‭incluindo‬ ‭a‬ ‭tensão,‬ ‭a‬ ‭deformação,‬ ‭o‬ ‭módulo‬ ‭de‬
‭elasticidade,‬ ‭a‬ ‭resistência‬ ‭à‬ ‭tração‬ ‭e‬ ‭a‬ ‭ductilidade.‬ ‭De‬ ‭acordo‬ ‭com‬ ‭BERTOLDI,‬ ‭Evandro.‬
‭Análise‬ ‭de‬ ‭ensaios‬ ‭de‬ ‭tração‬ ‭em‬ ‭corpo‬ ‭de‬ ‭prova‬ ‭de‬ ‭aço‬ ‭SAE‬ ‭1020.‬ ‭Rio‬ ‭Grande‬ ‭do‬ ‭Sul,‬
‭FAHOR, 2004.‬

“‭ O‬ ‭ensaio‬ ‭de‬ ‭tração‬ ‭consiste‬ ‭em‬ ‭submeter‬ ‭um‬ ‭corpo‬ ‭de‬


‭prova‬‭a‬‭um‬‭esforço‬‭que‬‭tende‬‭a‬‭esticá-lo‬‭ou‬‭alongá-lo‬‭até‬‭a‬
‭ruptura,‬ ‭no‬ ‭qual‬ ‭o‬ ‭corpo‬ ‭de‬ ‭prova‬ ‭deve‬ ‭ser‬ ‭de‬ ‭formato‬
‭padronizado‬‭para‬‭que‬‭seu‬‭resultado‬‭possa‬‭ser‬‭comparado‬‭ou‬
‭reproduzido.‬ ‭Esse‬ ‭ensaio‬ ‭permite‬ ‭verificar‬ ‭a‬‭resistência‬‭do‬
‭material,‬ ‭além‬ ‭de‬ ‭determinar‬ ‭a‬ ‭curva‬ ‭de‬ ‭escoamento‬ ‭e‬
‭ruptura,‬ ‭e‬ ‭também‬ ‭é‬‭possível‬‭verificar‬‭se‬‭o‬‭material‬‭possui‬
‭alguma‬ ‭falha‬ ‭proveniente‬ ‭de‬ ‭sua‬ ‭fabricação‬ ‭ou‬
‭beneficiamento.”‬

‭Existem‬‭algumas‬‭informações‬‭pertinentes‬‭em‬‭relação‬‭ao‬‭ensaio‬‭de‬‭tração‬‭extraídas‬‭das‬
‭normas:‬ ‭ISO‬ ‭6892‬ ‭e‬ ‭ASTM‬ ‭E8‬ ‭/‬ ‭E8M,‬ ‭ambas‬ ‭voltadas‬ ‭para‬ ‭o‬ ‭teste‬ ‭de‬‭tração‬‭de‬‭materiais‬
‭metálicos através da Biopdi‬
‭Conforme‬ ‭sinalizado‬ ‭através‬ ‭da‬ ‭produção‬ ‭MELCONIAN,‬‭SARKIS.‬‭Fundamentos‬‭de‬
‭Mecânica Técnica. Saraiva Educação SA;‬
‭Curva‬‭Tensão-Deformação:‬‭Um‬‭dos‬‭resultados‬‭mais‬‭importantes‬‭do‬‭ensaio‬‭de‬‭tração‬‭é‬‭a‬‭curva‬
‭tensão-deformação,‬ ‭que‬ ‭descreve‬ ‭a‬ ‭relação‬ ‭entre‬ ‭a‬ ‭tensão‬ ‭aplicada‬ ‭(σ)‬‭e‬‭a‬‭deformação‬‭axial‬
‭(ε). Esta curva é dividida em várias regiões, incluindo:‬
‭36‬

‭Região‬‭Elástica:‬‭Nesta‬‭fase‬‭inicial,‬‭o‬‭material‬‭se‬‭comporta‬‭elasticamente,‬‭ou‬‭seja,‬‭ele‬‭retorna‬‭à‬
‭sua‬‭forma‬‭original‬‭quando‬‭a‬‭carga‬‭é‬‭removida.‬‭O‬‭módulo‬‭de‬‭elasticidade,‬‭também‬‭conhecido‬
‭como módulo de Young (E), pode ser determinado a partir desta região.‬
‭Ponto‬‭de‬‭Cedência:‬‭Este‬‭é‬‭o‬‭ponto‬‭em‬‭que‬‭o‬‭material‬‭começa‬‭a‬‭apresentar‬‭deformação‬‭plástica‬
‭irreversível,‬‭mesmo‬‭com‬‭pequenas‬‭variações‬‭na‬‭carga.‬‭A‬‭tensão‬‭correspondente‬‭é‬‭chamada‬‭de‬
‭limite de escoamento.‬
‭Região‬ ‭Plástica:‬ ‭Nesta‬ ‭fase,‬ ‭o‬ ‭material‬ ‭sofre‬ ‭deformação‬ ‭plástica‬ ‭significativa‬ ‭sem‬‭aumento‬
‭significativo na tensão. A ductilidade do material é geralmente avaliada nesta região.‬
‭Ponto‬ ‭de‬ ‭Ruptura:‬ ‭O‬ ‭material‬ ‭finalmente‬ ‭falha‬ ‭nesta‬ ‭região,‬ ‭atingindo‬ ‭a‬ ‭tensão‬ ‭máxima,‬
‭conhecida como resistência à tração.‬
‭Fatores que Afetam o Ensaio de Tração‬
‭Vários‬‭fatores‬‭podem‬‭afetar‬‭os‬‭resultados‬‭do‬‭ensaio‬‭de‬‭tração,‬‭incluindo‬‭a‬‭taxa‬‭de‬‭deformação,‬
‭a‬‭temperatura‬‭e‬‭a‬‭geometria‬‭da‬‭amostra.‬‭A‬‭escolha‬‭adequada‬‭desses‬‭parâmetros‬‭é‬‭fundamental‬
‭para garantir medições precisas e confiáveis.‬
‭Aplicações do Ensaio de Tração‬
‭O‬ ‭ensaio‬ ‭de‬ ‭tração‬ ‭é‬ ‭amplamente‬ ‭utilizado‬ ‭em‬ ‭diversas‬ ‭áreas‬ ‭da‬ ‭engenharia‬ ‭e‬ ‭ciência‬ ‭dos‬
‭materiais‬ ‭devido‬ ‭à‬ ‭sua‬ ‭capacidade‬ ‭de‬ ‭fornecer‬ ‭informações‬ ‭valiosas‬ ‭sobre‬ ‭as‬ ‭propriedades‬
‭mecânicas dos materiais. Algumas das principais aplicações incluem:‬
‭Controle‬ ‭de‬ ‭Qualidade:‬ ‭O‬ ‭ensaio‬ ‭de‬ ‭tração‬ ‭é‬ ‭usado‬ ‭para‬ ‭verificar‬ ‭a‬ ‭conformidade‬ ‭dos‬
‭materiais com especificações e normas de qualidade.‬
‭Desenvolvimento‬ ‭de‬ ‭Materiais:‬ ‭Ajuda‬ ‭na‬ ‭seleção‬ ‭e‬ ‭desenvolvimento‬ ‭de‬ ‭materiais‬ ‭para‬
‭aplicações específicas com base em suas propriedades mecânicas.‬
‭Projeto‬ ‭de‬ ‭Estruturas:‬ ‭Fornece‬ ‭dados‬ ‭essenciais‬ ‭para‬ ‭o‬‭projeto‬‭de‬‭estruturas‬‭e‬‭componentes,‬
‭garantindo que eles suportem as cargas esperadas.‬
‭Pesquisa‬ ‭Científica:‬ ‭É‬ ‭uma‬ ‭ferramenta‬ ‭valiosa‬ ‭para‬ ‭pesquisadores‬ ‭que‬ ‭estudam‬ ‭o‬
‭comportamento de novos materiais e investigam fenômenos de deformação e falha.‬
‭37‬

‭Figura 2.10 - Gráfico típico de tensão x deformação de um ensaio de tração‬

‭Fonte: Biopdi 2023‬


‭O‬ ‭ensaio‬ ‭de‬ ‭tração‬ ‭é‬ ‭uma‬ ‭técnica‬ ‭fundamental‬ ‭na‬ ‭avaliação‬ ‭das‬ ‭propriedades‬
‭mecânicas‬ ‭dos‬ ‭materiais,‬ ‭oferecendo‬ ‭informações‬ ‭essenciais‬ ‭para‬ ‭o‬ ‭projeto,‬ ‭pesquisa‬ ‭e‬
‭controle‬‭de‬‭qualidade.‬‭Compreender‬‭os‬‭princípios,‬‭procedimentos‬‭e‬‭aplicações‬‭deste‬‭ensaio‬‭é‬
‭fundamental‬ ‭para‬ ‭engenheiros,‬ ‭cientistas‬ ‭de‬ ‭materiais‬ ‭e‬ ‭profissionais‬ ‭da‬ ‭indústria‬ ‭que‬
‭trabalham‬ ‭com‬ ‭materiais‬ ‭diversos.‬ ‭Neste‬ ‭capítulo‬ ‭de‬ ‭revisão‬ ‭bibliográfica,‬ ‭exploramos‬ ‭os‬
‭aspectos-chave‬‭do‬‭ensaio‬‭de‬‭tração,‬‭fornecendo‬‭uma‬‭base‬‭sólida‬‭para‬‭investigações‬‭posteriores‬
‭neste campo.‬
‭38‬

‭Figura 2.11 - Máquina universal de ensaio: Modelo de coluna única e coluna dupla‬

‭Fonte: Biopdi, 2023‬

‭Em‬ ‭face‬‭do‬‭exposto‬‭na‬‭produção‬‭de‬‭literatura‬‭mecânica‬‭em‬‭VAN‬‭VLACK,‬‭Lawrence‬
‭H.‬ ‭Princípios‬ ‭de‬ ‭ciência‬ ‭dos‬ ‭materiais.‬ ‭Editora‬ ‭Blucher,‬ ‭8ªe‬ ‭2008.‬ ‭A‬ ‭partir‬ ‭das‬ ‭medidas‬ ‭de‬
‭cargas‬ ‭e‬ ‭os‬ ‭respectivos‬ ‭alongamentos,‬ ‭constrói-se‬ ‭o‬ ‭gráfico‬ ‭de‬ ‭tensão‬ ‭x‬ ‭deformação,‬ ‭como‬
‭mostra‬ ‭a‬‭figura‬‭2.9,‬‭a‬‭qual‬‭mostra‬‭essa‬‭relação‬‭para‬‭diferentes‬‭tipos‬‭de‬‭metais.‬‭A‬‭análise‬‭dos‬
‭gráficos‬ ‭obtidos‬ ‭com‬ ‭os‬ ‭ensaios‬ ‭de‬ ‭tração‬ ‭permite‬ ‭o‬‭levantamento‬‭de‬‭inúmeras‬‭informações‬
‭que são apresentadas a seguir:‬
‭Módulo‬ ‭de‬ ‭elasticidade‬ ‭(ou‬ ‭módulo‬‭de‬‭Young)‬‭é‬‭dado‬‭pela‬‭razão‬‭entre‬‭a‬‭tensão‬‭aplicada‬‭em‬
‭um‬ ‭material‬ ‭pela‬ ‭sua‬ ‭deformação.‬ ‭O‬ ‭módulo‬ ‭de‬ ‭elasticidade‬ ‭é‬ ‭preferencialmente‬ ‭obtido‬ ‭na‬
‭fase‬‭elástica‬‭do‬‭material,‬‭ou‬‭seja,‬‭na‬‭fase‬‭em‬‭que‬‭se‬‭aplica‬‭uma‬‭tensão‬‭no‬‭material‬‭que‬‭tende‬‭a‬
‭se deformar e quando esta tensão é interrompida o material volta ao seu estado inicial.‬
‭Podemos‬ ‭obter‬ ‭o‬ ‭módulo‬ ‭de‬ ‭elasticidade‬ ‭através‬ ‭da‬ ‭inclinação‬ ‭(coeficiente‬ ‭angular)‬ ‭do‬
‭segmento‬ ‭linear‬ ‭no‬ ‭gráfico‬ ‭tensão-deformação.‬ ‭Nos‬ ‭materiais‬ ‭metálicos,‬ ‭o‬ ‭módulo‬ ‭de‬
‭elasticidade‬ ‭é‬ ‭considerado‬‭uma‬‭propriedade‬‭insensível‬‭com‬‭a‬‭microestrutura,‬‭visto‬‭que‬‭o‬‭seu‬
‭valor‬ ‭é‬ ‭fortemente‬ ‭dominado‬ ‭pela‬ ‭resistência‬ ‭das‬ ‭ligações‬ ‭atômicas,‬ ‭sendo‬ ‭apresentado‬
‭conforme a relação:‬

‭Equação 3‬
‭39‬

‭𝐸‬‭‬ = ‭‬‭σ‬‭‬‭/‬‭‬‭ε‬.

‭Onde‬ ‭pode‬ ‭ser‬ ‭observado‬ ‭a‬ ‭proporcionalidade‬ ‭entre‬ ‭a‬ ‭tensão‬ ‭aplicada‬ ‭(σ)‬ ‭e‬ ‭a‬
‭deformação (ε).‬
‭Deformação‬ ‭Plástica:‬ ‭À‬ ‭medida‬ ‭que‬ ‭o‬ ‭material‬ ‭continua‬ ‭a‬ ‭ser‬ ‭deformado‬ ‭além‬ ‭do‬ ‭regime‬
‭elástico,‬‭a‬‭tensão‬‭deixa‬‭de‬‭ser‬‭proporcional‬‭à‬‭deformação‬‭e,‬‭portanto,‬‭a‬‭lei‬‭de‬‭Hooke‬‭não‬‭mais‬
‭será‬ ‭obedecida,‬ ‭ocorrendo‬ ‭uma‬ ‭deformação‬ ‭permanente‬ ‭e‬ ‭não‬ ‭recuperável‬ ‭denominada‬
‭deformação‬ ‭plástica.‬ ‭Para‬ ‭a‬ ‭maioria‬ ‭dos‬ ‭materiais‬ ‭metálicos,‬ ‭a‬ ‭transição‬ ‭do‬‭comportamento‬
‭elástico‬ ‭para‬ ‭o‬ ‭plástico‬ ‭é‬ ‭gradual,‬ ‭ocorrendo‬ ‭uma‬ ‭curvatura‬ ‭no‬ ‭ponto‬ ‭de‬ ‭surgimento‬ ‭da‬
‭deformação plástica, a qual aumenta mais rapidamente com a elevação de tensão.‬
‭Limite‬ ‭elástico:‬ ‭O‬ ‭limite‬ ‭elástico,‬ ‭também‬ ‭denominado‬ ‭limite‬ ‭de‬ ‭elasticidade‬ ‭e‬ ‭limite‬ ‭de‬
‭fluência,‬ ‭é‬ ‭a‬ ‭tensão‬ ‭máxima‬ ‭que‬‭um‬‭material‬‭elástico‬‭pode‬‭suportar‬‭sem‬‭sofrer‬‭deformações‬
‭permanentes‬ ‭após‬ ‭a‬ ‭retirada‬ ‭da‬ ‭carga‬ ‭externa.‬ ‭Ou‬ ‭seja,‬ ‭dentro‬ ‭do‬ ‭limite‬ ‭elástico‬ ‭o‬ ‭material‬
‭retorna ao seu estado normal elástico depois de sofrer uma dada deformação.‬
‭Limite‬‭de‬‭proporcionalidade:‬‭É‬‭o‬‭limite‬‭ao‬‭qual‬‭a‬‭tensão‬‭aplicada‬‭não‬‭é‬‭mais‬‭proporcional‬‭ao‬
‭alongamento, ou seja, o material não apresenta mais linearidade.‬
‭Limite‬ ‭de‬‭resistência:‬‭O‬‭limite‬‭de‬‭resistência‬‭à‬‭tração‬‭(algumas‬‭vezes‬‭representada‬‭pela‬‭sigla‬
‭LRT)‬ ‭é‬ ‭a‬ ‭tensão‬ ‭no‬ ‭ponto‬ ‭máximo‬ ‭do‬ ‭gráfico‬ ‭de‬ ‭tensão-deformação‬ ‭de‬ ‭engenharia,‬ ‭a‬ ‭qual‬
‭corresponde‬ ‭à‬ ‭tensão‬ ‭máxima‬ ‭que‬ ‭pode‬ ‭ser‬ ‭sustentada‬ ‭por‬ ‭uma‬ ‭estrutura‬ ‭sob‬ ‭tração.‬
‭Observando‬‭o‬‭gráfico‬‭ainda‬‭da‬‭figura‬‭2,‬‭após‬‭o‬‭escoamento‬‭a‬‭tensão‬‭necessária‬‭para‬‭continuar‬
‭o‬ ‭processo‬ ‭de‬ ‭deformação‬ ‭plástica‬ ‭em‬ ‭materiais‬ ‭metálicos‬ ‭aumenta‬ ‭até‬ ‭alcançar‬ ‭um‬ ‭valor‬
‭máximo‬‭e‬‭a‬‭partir‬‭desse‬‭ponto,‬‭a‬‭tensão‬‭diminui‬‭até‬‭a‬‭fratura‬‭do‬‭material.‬‭Isso‬‭ocorre‬‭devido‬‭à‬
‭rápida‬ ‭diminuição‬ ‭da‬ ‭seção‬ ‭resistente‬ ‭do‬ ‭corpo‬ ‭de‬‭prova‬‭ao‬‭se‬‭ultrapassar‬‭a‬‭tensão‬‭máxima,‬
‭sendo expressa pela equação‬

‭Equação 4‬
‭σ‬‭‬ = ‭‬‭𝐹‬‭‬‭/‬‭‬‭𝐴‬‭0‬

‭Onde‬‭F‬‭é‬‭a‬‭força‬‭ou‬‭carga‬‭instantânea‬‭aplicada‬‭em‬‭uma‬‭direção‬‭ortogonal‬‭à‬‭seção‬‭reta‬‭(A0)‬‭e‬
‭A0 representa a área da seção do corpo de prova (antes da aplicação da força).‬
‭Ductilidade:‬‭Representa‬‭uma‬‭medida‬‭do‬‭grau‬‭de‬‭deformação‬‭plástica‬‭que‬‭o‬‭material‬‭suportou‬
‭até‬ ‭a‬ ‭fratura.‬ ‭Um‬ ‭material‬ ‭que‬ ‭experimenta‬ ‭uma‬ ‭deformação‬ ‭plástica‬ ‭muito‬ ‭pequena‬ ‭ou‬
‭40‬

‭mesmo‬‭nenhuma‬‭quando‬‭da‬‭sua‬‭fratura‬‭é‬‭chamado‬‭de‬‭frágil.‬‭A‬‭ductilidade‬‭pode‬‭ser‬‭expressa‬
‭quantitativamente‬ ‭tanto‬ ‭pelo‬ ‭alongamento‬ ‭percentual‬ ‭como‬ ‭pela‬‭redução‬‭de‬‭área‬‭percentual.‬
‭Pode-se obter o alongamento percentual AL% da seguinte maneira:‬

‭Equação 5‬
‭𝐴𝐿‬‭%‬‭‬ = ‭‬[(‭𝐿 𝑓‬‭‬‭–‬‭‬‭𝐿 ‬‭0‬)‭/‬‭𝐿 ‬‭0‬]‭‬ * ‭‬‭100‬

‭Onde‬ ‭Lf‬ ‭representa‬ ‭o‬‭comprimento‬‭da‬‭porção‬‭útil‬‭do‬‭corpo‬‭de‬‭prova‬‭no‬‭momento‬‭da‬


‭fratura‬ ‭e‬ ‭L0‬ ‭o‬ ‭comprimento‬ ‭útil‬ ‭original.‬ ‭Um‬ ‭conhecimento‬ ‭da‬ ‭ductilidade‬ ‭dos‬ ‭materiais‬ ‭é‬
‭importante,‬ ‭pois‬ ‭dá‬ ‭uma‬ ‭indicação‬ ‭do‬ ‭grau‬ ‭segundo‬ ‭o‬ ‭qual‬ ‭uma‬ ‭estrutura‬ ‭irá‬ ‭se‬ ‭deformar‬
‭plasticamente‬‭antes‬‭de‬‭fraturar,‬‭além‬‭de‬‭especificar‬‭o‬‭grau‬‭de‬‭deformação‬‭permissível‬‭durante‬
‭operações de fabricação.‬
‭Tenacidade:‬ ‭Ainda‬ ‭conforme‬ ‭exposto‬ ‭na‬ ‭obra‬ ‭de‬ ‭VAN‬ ‭VLACK,‬ ‭Lawrence‬‭H.‬‭Princípios‬‭de‬
‭ciência‬ ‭dos‬ ‭materiais.‬ ‭Editora‬ ‭Blucher,‬ ‭8ªe‬ ‭2008,‬ ‭a‬ ‭tenacidade‬ ‭representa‬ ‭uma‬ ‭medida‬ ‭da‬
‭capacidade‬ ‭de‬ ‭um‬ ‭material‬ ‭em‬ ‭absorver‬ ‭energia‬ ‭até‬ ‭a‬ ‭fratura.‬ ‭Esta‬ ‭é‬ ‭uma‬ ‭propriedade‬
‭desejável‬ ‭para‬ ‭casos‬ ‭de‬ ‭peças‬ ‭sujeitas‬ ‭a‬ ‭choques‬ ‭e‬ ‭impactos,‬ ‭como‬ ‭engrenagens,‬ ‭correntes‬
‭etc.,‬‭portanto,‬‭a‬‭geometria‬‭do‬‭corpo‬‭de‬‭prova,‬‭bem‬‭como‬‭a‬‭maneira‬‭como‬‭a‬‭carga‬‭é‬‭aplicada,‬
‭são‬‭fatores‬‭importantes‬‭nas‬‭determinações‬‭de‬‭tenacidade.‬‭Além‬‭disso,‬‭a‬‭tenacidade‬‭à‬‭fratura‬‭é‬
‭uma propriedade indicativa da resistência do material à fratura quando este possui uma trinca.‬
‭Resiliência:‬ ‭É‬ ‭definida‬ ‭como‬ ‭a‬ ‭capacidade‬ ‭de‬ ‭um‬ ‭material‬ ‭absorver‬ ‭energia‬ ‭quando‬ ‭é‬
‭deformado‬ ‭elasticamente,‬ ‭e‬ ‭após‬ ‭o‬ ‭descarregamento‬ ‭recuperar‬ ‭essa‬ ‭energia.‬ ‭Os‬ ‭materiais‬
‭resilientes‬‭são‬‭aqueles‬‭que‬‭possuem‬‭limites‬‭de‬‭escoamento‬‭elevados‬‭e‬‭módulos‬‭de‬‭elasticidade‬
‭pequenos,‬ ‭normalmente‬ ‭ligas‬ ‭onde‬ ‭são‬ ‭utilizadas‬ ‭na‬ ‭fabricação‬ ‭de‬ ‭molas.‬ ‭Pode‬ ‭ser‬
‭representada pela seguinte equação:‬
‭Equação 6‬
‭2‬
‭𝑈𝑓‬‭‬ = ‭‬(σ‭𝑒𝑠𝑐‬)‭‬‭/‬‭‬‭2ε‬

‭Onde‬ ‭o‬ ‭módulo‬ ‭de‬ ‭resiliência‬ ‭Uf‬ ‭relaciona‬ ‭a‬ ‭tensão‬ ‭de‬ ‭escoamento‬ ‭(σ‬‭esc‬‭)‬ ‭com‬‭o‬‭módulo‬‭de‬
‭elasticidade.‬
‭Encruamento:‬‭O‬‭encruamento‬‭é‬‭um‬‭fenômeno‬‭modificativo‬‭da‬‭estrutura‬‭dos‬‭metais,‬‭em‬‭que‬‭a‬
‭deformação‬ ‭plástica‬ ‭causará‬ ‭o‬ ‭endurecimento‬ ‭e‬ ‭aumento‬ ‭de‬ ‭resistência‬ ‭do‬ ‭metal.‬ ‭O‬
‭encruamento‬ ‭de‬ ‭um‬ ‭metal‬ ‭pode‬ ‭ser‬ ‭definido‬ ‭então‬ ‭como‬ ‭sendo‬ ‭o‬ ‭seu‬ ‭endurecimento‬ ‭por‬
‭deformação plástica.‬
‭41‬

‭Estricção‬ ‭ou‬ ‭Empescoçamento:‬ ‭Pode‬ ‭ser‬ ‭entendido‬ ‭como‬ ‭uma‬ ‭“formação‬ ‭de‬ ‭pescoço”‬ ‭ou‬
‭“estiramento”‬‭que‬‭ocorre‬‭quando‬‭o‬‭aumento‬‭da‬‭dureza‬‭por‬‭encruamento‬‭é‬‭menor‬‭que‬‭a‬‭tensão‬
‭aplicada‬ ‭e‬‭o‬‭material‬‭sofre‬‭uma‬‭grande‬‭deformação.‬‭Fica‬‭localizado‬‭na‬‭região‬‭em‬‭uma‬‭seção‬
‭reduzida em que grande parte da deformação se concentra.‬
‭Coeficiente‬‭de‬‭Poisson:‬‭o‬‭coeficiente‬‭de‬‭Poisson‬‭(ν)‬‭é‬‭um‬‭parâmetro‬‭resultante‬‭da‬‭razão‬‭entre‬
‭as‬ ‭deformações‬ ‭lateral‬ ‭e‬ ‭axial.‬ ‭Uma‬ ‭vez‬ ‭que‬ ‭as‬ ‭deformações‬ ‭laterais‬ ‭e‬ ‭a‬ ‭deformação‬ ‭axial‬
‭sempre‬‭terão‬‭sinais‬‭opostos,‬‭o‬‭sinal‬‭negativo‬‭foi‬‭incluído‬‭nesta‬‭relação‬‭para‬‭que‬‭ν‬‭seja‬‭sempre‬
‭um‬ ‭número‬ ‭positivo.‬ ‭O‬ ‭coeficiente‬ ‭de‬ ‭Poisson‬ ‭mede‬ ‭a‬ ‭rigidez‬ ‭do‬ ‭material‬ ‭na‬ ‭direção‬
‭perpendicular‬ ‭à‬ ‭direção‬ ‭de‬ ‭aplicação‬‭da‬‭carga‬‭uniaxial.‬‭Os‬‭valores‬‭de‬‭ν‬‭para‬‭diversos‬‭metais‬
‭estão‬ ‭entre‬ ‭0,25‬ ‭e‬ ‭0,35‬ ‭e‬ ‭no‬ ‭máximo‬ ‭0,50.‬ ‭O‬ ‭coeficiente‬ ‭de‬ ‭Poisson‬ ‭é‬‭definido‬‭então‬‭como‬
‭sendo o valor positivo ν que satisfaz a relação:‬

‭Equação 7‬
‭𝑉‬‭‬ = ‭‬‭–‬‭‬(‭ε‬‭𝑥 ‬‭/ε‬‭𝑧‬) = ‭‬‭–‬‭‬(‭ε‬‭𝑦‬‭/ε‬‭𝑧‬)

‭Onde 𝜀 é representado a extensão lateral ou transversal, e a extensão segundo a direção do‬


‭esforço uniaxial aplicado. Conclui então VAN VLACK, Lawrence H. Princípios de ciência‬
‭dos materiais. Editora Blucher, 8ªe 2008.‬

‭2.10.2 Ensaio de dobramento‬


‭No‬ ‭ensaio‬ ‭de‬ ‭dobramento,‬ ‭segundo‬ ‭BARBOSA,‬ ‭G.‬ ‭M‬ ‭(2009)‬ ‭é‬ ‭uma‬ ‭técnica‬
‭fundamental‬ ‭na‬ ‭área‬ ‭da‬ ‭engenharia‬ ‭e‬ ‭metalurgia,‬ ‭desempenhando‬ ‭um‬ ‭papel‬ ‭essencial‬ ‭na‬
‭avaliação‬ ‭das‬ ‭propriedades‬ ‭mecânicas‬ ‭e‬ ‭da‬ ‭qualidade‬ ‭de‬ ‭materiais‬ ‭metálicos.‬ ‭Este‬ ‭ensaio‬
‭consiste‬‭em‬‭submeter‬‭uma‬‭amostra‬‭de‬‭chapa‬‭metálica‬‭a‬‭uma‬‭deformação‬‭plástica‬‭controlada,‬
‭que‬ ‭resulta‬ ‭na‬ ‭sua‬ ‭curvatura‬ ‭ao‬ ‭longo‬ ‭de‬ ‭um‬ ‭eixo‬ ‭específico.‬ ‭Através‬ ‭desse‬ ‭processo,‬ ‭é‬
‭possível‬ ‭analisar‬ ‭a‬ ‭capacidade‬ ‭do‬ ‭material‬ ‭de‬ ‭suportar‬ ‭cargas‬ ‭de‬ ‭dobramento,‬ ‭identificar‬
‭eventuais‬ ‭defeitos‬ ‭internos‬ ‭e‬ ‭avaliar‬ ‭a‬ ‭sua‬ ‭ductilidade‬ ‭e‬ ‭resistência‬ ‭à‬ ‭fratura.‬ ‭Além‬ ‭disso,‬ ‭o‬
‭ensaio‬‭de‬‭dobramento‬‭é‬‭amplamente‬‭utilizado‬‭na‬‭indústria‬‭para‬‭garantir‬‭a‬‭conformidade‬‭com‬
‭padrões‬ ‭de‬ ‭qualidade‬ ‭e‬ ‭especificações‬ ‭técnicas,‬ ‭assegurando‬ ‭a‬ ‭integridade‬ ‭estrutural‬ ‭de‬
‭componentes e produtos fabricados a partir de chapas metálicas.‬
‭Nesta‬ ‭modalidade,‬ ‭as‬ ‭normas‬ ‭mais‬ ‭utilizadas‬ ‭são‬ ‭as‬ ‭da‬ ‭ABNT,‬ ‭SAE,‬ ‭ISO,‬ ‭DIN‬ ‭e‬
‭logicamente‬ ‭a‬ ‭própria‬ ‭ASTM.‬ ‭Neste‬ ‭trabalho‬ ‭a‬‭norma‬‭utilizada‬‭em‬‭específico‬‭será‬‭a‬‭própria‬
‭42‬

‭ASTM‬ ‭E290-97a‬ ‭(2004)‬ ‭Standard‬ ‭Methods‬ ‭for‬ ‭Bending‬ ‭Testing‬ ‭of‬ ‭Material‬ ‭for‬ ‭Ductility,‬
‭porém esta será adaptada conforme o necessário.‬
‭No‬ ‭ensaio‬ ‭de‬ ‭dobramento‬ ‭de‬ ‭chapas‬ ‭há‬ ‭uma‬ ‭enorme‬ ‭variedade‬ ‭de‬ ‭processos‬ ‭que‬
‭podem‬ ‭ser‬ ‭escolhidos‬ ‭segundo‬‭as‬‭especificações‬‭do‬‭corpo‬‭de‬‭prova,‬‭do‬‭grau‬‭de‬‭utilização‬‭da‬
‭peça‬ ‭e‬ ‭das‬ ‭ferramentas‬ ‭e‬ ‭maquinários,‬ ‭contudo,‬ ‭de‬ ‭acordo‬ ‭com‬ ‭BARBOSA,‬‭G.‬‭M‬‭(2009)‬‭a‬
‭fundamentação‬ ‭do‬ ‭ensaio‬ ‭será‬ ‭sempre‬ ‭a‬ ‭mesma,‬ ‭tendo‬ ‭como‬ ‭tensões‬ ‭proeminentes‬ ‭em‬ ‭seu‬
‭corpo a própria tração e o cisalhamento. (Biopdi, 2022)‬
‭Figura 2.12 - Tensão e deformação distribuídas em um elemento de chapa‬

‭Fonte: BARBOSA, G. M (2009)‬

‭O‬‭primeiro‬‭e‬‭mais‬‭comum‬‭a‬‭ser‬‭citado‬‭é‬‭o‬‭de‬‭dobramento‬‭guiado:‬‭em‬‭que‬‭o‬‭ângulo‬‭de‬
‭dobramento‬‭entre‬‭90‬‭e‬‭180‬‭graus‬‭é‬‭alcançado‬‭por‬‭meio‬‭de‬‭matrizes‬‭e‬‭punções‬‭para‬‭gerar‬‭uma‬
‭precisão‬ ‭e‬ ‭consistência‬ ‭digna‬ ‭ao‬‭ensaio.‬‭Neste‬‭processo,‬‭basicamente‬‭a‬‭peça‬‭dobrada‬‭vai‬‭ser‬
‭posicionada‬ ‭entre‬ ‭os‬‭dispositivos‬‭que‬‭irão‬‭exercer‬‭a‬‭força‬‭necessária‬‭para‬‭conformar‬‭o‬‭corpo‬
‭de prova e produzir a geometria necessária para a aferição de resultados.‬
‭43‬

‭Figura 2.13 - Ensaio de dobramento guiado‬

‭Fonte: Biopdi, 2022‬

‭No‬‭ensaio‬‭de‬‭dobramento‬‭semi-guiado,‬‭uma‬‭amostra‬‭de‬‭chapa‬‭metálica‬‭é‬‭submetida‬‭a‬
‭uma‬ ‭deformação‬ ‭plástica‬ ‭controlada‬ ‭que‬ ‭resulta‬ ‭em‬ ‭sua‬ ‭curvatura‬ ‭ao‬ ‭longo‬ ‭de‬ ‭um‬ ‭eixo‬
‭específico,‬‭mas‬‭com‬‭um‬‭grau‬‭limitado‬‭de‬‭orientação.‬‭Este‬‭ensaio‬‭está‬‭situado‬‭entre‬‭o‬‭ensaio‬‭de‬
‭dobramento‬ ‭guiado,‬ ‭que‬ ‭ocorre‬ ‭a‬‭180‬‭graus,‬‭e‬‭o‬‭ensaio‬‭de‬‭dobramento‬‭livre,‬‭que‬‭não‬‭possui‬
‭restrições de ângulo.‬
‭No‬ ‭ensaio‬ ‭de‬ ‭dobramento‬ ‭livre,‬ ‭como‬ ‭outrora‬ ‭citado‬ ‭e‬ ‭ressaltado‬ ‭agora‬ ‭novamente,‬
‭este‬ ‭permite‬ ‭que‬ ‭a‬ ‭amostra‬ ‭se‬ ‭curve‬ ‭livremente‬ ‭até‬ ‭a‬ ‭fratura.‬ ‭Isso‬ ‭proporciona‬ ‭informações‬
‭valiosas‬ ‭sobre‬ ‭a‬ ‭capacidade‬ ‭do‬ ‭material‬ ‭de‬ ‭suportar‬ ‭cargas‬ ‭de‬ ‭dobramento‬ ‭em‬ ‭condições‬
‭extremas.‬
‭O‬ ‭ensaio‬ ‭de‬ ‭dobramento‬ ‭possui‬ ‭diversas‬ ‭variáveis,‬ ‭tais‬ ‭quais‬ ‭a‬ ‭taxa‬ ‭de‬ ‭estiramento‬
‭(alongamento‬‭na‬‭superfície‬‭externa),‬‭a‬‭compressão‬‭paralela‬‭–‬‭que‬‭ocorre‬‭na‬‭superfície‬‭interna‬
‭–,‬ ‭e‬ ‭por‬ ‭último‬ ‭a‬ ‭questão‬ ‭da‬ ‭linha‬ ‭neutra,‬ ‭que‬ ‭relaciona-se‬ ‭com‬ ‭o‬ ‭comprimento‬ ‭original‬ ‭e‬
‭referência‬ ‭a‬ ‭um‬ ‭local‬ ‭do‬ ‭corpo‬ ‭em‬ ‭que‬ ‭não‬ ‭haverá‬ ‭deformações‬ ‭(Prof.‬ ‭Paulo‬ ‭Marcondes,‬
‭DEMEC / UFPR).‬
‭44‬

‭Figura 2.14 - Variáveis de dobramento‬

‭Fonte: Marcondes, Paulo, 2023‬

‭Não‬‭obstante,‬‭nesta‬‭categoria‬‭de‬‭ensaio,‬‭é‬‭importante‬‭salientar‬‭a‬‭escassez‬‭de‬‭fórmulas‬
‭específicas‬ ‭para‬ ‭tals,‬ ‭contudo‬ ‭ainda‬ ‭há‬ ‭formas‬ ‭de‬ ‭se‬ ‭quantificar‬ ‭as‬ ‭reações‬ ‭produzidas‬ ‭pelo‬
‭próprio‬‭dobramento‬‭a‬‭partir‬‭de‬‭referências,‬‭tais‬‭quais‬‭as‬‭utilizadas‬‭em‬‭ensaios‬‭de‬‭flexão,‬‭onde,‬
‭segundo‬‭KRUGER,‬‭Roberto‬‭Luiz‬‭(2018)‬‭‘’a‬‭tensão‬‭de‬‭flexão‬‭máxima‬‭ocorrerá‬‭na‬‭seção‬‭onde‬
‭ocorre‬‭o‬‭momento‬‭fletor‬‭máximo’’.‬‭Dado‬‭o‬‭fato‬‭e‬‭relacionando-se‬‭com‬‭o‬‭dobramento‬‭onde‬‭a‬
‭força‬ ‭será‬ ‭posta‬ ‭em‬ ‭um‬ ‭local‬ ‭uniforme,‬ ‭podemos‬ ‭utilizar‬ ‭a‬ ‭fórmula‬ ‭presente‬ ‭na‬ ‭seguinte‬
‭tabela.‬

‭Tabela 2.6 - Vigas de seção transversal uniforme‬

‭Fonte: KRUGER, Roberto Luiz (2018)‬

‭Onde:‬
‭E = módulo de elasticidade do material;‬
‭f = flecha máxima;‬
‭F = força encontrada;‬
‭45‬

‭I = momento de inércia da seção;‬


‭L = distância entre apoios ou da força ao apoio.‬
‭Ressalta-se‬‭que‬‭o‬‭interessante,‬‭não‬‭apenas‬‭no‬‭ensaio‬‭de‬‭dobramento,‬‭mas‬‭também‬‭nos‬
‭demais‬ ‭ensaios‬‭que‬‭mensuram‬‭as‬‭tensões,‬‭é‬‭que‬‭a‬‭tensão‬‭admissível‬‭esteja‬‭sempre‬‭abaixo‬‭da‬
‭tensão‬‭de‬‭escoamento‬‭com‬‭base‬‭em‬‭um‬‭fator‬‭de‬‭projeto‬‭previamente‬‭estabelecido,‬‭justamente‬
‭para‬ ‭que‬ ‭não‬‭haja‬‭um‬‭superdimensionamento,‬‭que‬‭geraria‬‭custos‬‭altíssimos‬‭sem‬‭necessidade‬
‭real, ou seja, traduz-se para:‬
‭Equação 8‬
σ‭𝑒‬
σ‭𝑎𝑑𝑚‬ < σ‭𝑒𝑠𝑐‬, ‭‬‭𝑜𝑛𝑑𝑒‬: ‭‬σ‭𝑎𝑑𝑚‬ = ‭ 𝑃‬
𝐹

‭Onde:‬
σ‭adm‬ ‭= tensão admissível;‬
σ‭e‬ ‭= tensão de escoamento;‬
‭FP = fator de projeto.‬

‭2.10.3 Ensaio de dureza‬


‭A‬ ‭propriedade‬ ‭mecânica‬ ‭denominada‬ ‭dureza‬ ‭é‬ ‭amplamente‬ ‭utilizada‬ ‭em‬ ‭trabalhos‬
‭acadêmicos,‬ ‭de‬ ‭pesquisa‬ ‭e‬ ‭na‬‭especificação‬‭dos‬‭materiais,‬‭tanto‬‭na‬‭área‬‭da‬‭Mecânica‬‭quanto‬
‭da‬ ‭Metalurgia.‬ ‭Entretanto,‬ ‭essa‬ ‭propriedade‬ ‭não‬ ‭possui‬ ‭uma‬ ‭definição‬ ‭rígida,‬ ‭de‬ ‭modo‬ ‭que‬
‭profissionais‬ ‭de‬ ‭diferentes‬ ‭áreas‬ ‭podem‬ ‭usar‬ ‭o‬ ‭termo‬ ‭sem‬ ‭correspondência‬ ‭semântica.‬ ‭De‬
‭modo‬‭geral,‬‭pode-se‬‭definir‬‭que‬‭a‬‭dureza‬‭é‬‭uma‬‭propriedade‬‭mecânica‬‭cujo‬‭conceito‬‭se‬‭segue‬
‭à‬ ‭resistência‬ ‭que‬ ‭um‬ ‭material,‬ ‭quando‬ ‭pressionado‬ ‭por‬ ‭outro‬ ‭material‬ ‭ou‬ ‭por‬ ‭marcadores‬
‭padronizados,‬ ‭apresenta‬ ‭ao‬ ‭risco‬ ‭ou‬ ‭à‬ ‭formação‬ ‭de‬ ‭uma‬ ‭marca‬ ‭permanente‬ ‭(GARCIA,‬
‭Amauri; Ensaios dos Materiais - 2 ed - Rio de Janeiro: LTC, 2012).‬
‭Consoante‬ ‭a‬‭pluralidade‬‭de‬‭sentidos‬‭do‬‭termo,‬‭também‬‭são‬‭diversificados‬‭os‬‭métodos‬
‭de‬‭ensaio‬‭utilizados‬‭para‬‭mensurar‬‭esta‬‭grandeza.‬‭Os‬‭principais‬‭métodos‬‭são‬‭classificados‬‭em‬
‭três‬‭tipos:‬‭1)‬‭por‬‭penetração;‬‭2)‬‭por‬‭choque‬‭ou‬‭rebote;‬‭e‬‭3)‬‭por‬‭risco.‬‭O‬‭terceiro‬‭tipo,‬‭do‬‭qual‬‭a‬
‭escala‬‭Mohs‬‭de‬‭dureza‬‭é‬‭o‬‭exemplo‬‭mais‬‭conhecido,‬‭consiste‬‭na‬‭relação‬‭entre‬‭alguns‬‭materiais‬
‭segundo‬ ‭a‬ ‭capacidade‬ ‭de‬ ‭riscarem‬ ‭uns‬ ‭aos‬ ‭outros.‬ ‭Assim,‬‭na‬‭escala‬‭supracitada,‬‭o‬‭diamante‬
‭ocupa‬‭a‬‭posição‬‭mais‬‭alta,‬‭por‬‭riscar‬‭todos‬‭os‬‭outros,‬‭enquanto‬‭o‬‭talco,‬‭por‬‭não‬‭riscar‬‭nenhum‬
‭outro, a mais baixa.‬
‭Por‬ ‭outro‬ ‭lado,‬ ‭muitos‬ ‭metais‬ ‭de‬ ‭especificações‬ ‭diferentes‬ ‭ocupam‬ ‭uma‬ ‭posição‬
‭semelhante‬ ‭nesta‬ ‭escala,‬ ‭de‬ ‭modo‬ ‭que‬ ‭sua‬ ‭comparação‬ ‭torna-se‬ ‭imprecisa.‬ ‭Assim,‬ ‭a‬‭dureza‬
‭46‬

‭por‬ ‭risco‬ ‭encontra‬‭seu‬‭uso‬‭principalmente‬‭no‬‭campo‬‭da‬‭mineralogia,‬‭e‬‭não‬‭será‬‭aprofundada‬


‭no‬ ‭presente‬ ‭trabalho.‬ ‭Para‬ ‭materiais‬ ‭metálicos,‬ ‭como‬ ‭o‬ ‭aço‬ ‭ASTM‬ ‭A-36,‬ ‭os‬ ‭tipos‬ ‭mais‬
‭empregados‬ ‭são‬ ‭o‬ ‭por‬‭penetração‬‭e‬‭por‬‭choque.‬‭Nos‬‭parágrafos‬‭a‬‭seguir,‬‭serão‬‭discutidos‬‭os‬
‭ensaios de dureza por penetração Brinell e Rockwell, além do ensaio por rebote Shore.‬
‭Ensaio de dureza Brinell‬
‭Definição:‬ ‭o‬ ‭ensaio‬ ‭de‬ ‭dureza‬ ‭Brinell‬ ‭consiste‬ ‭em‬ ‭comprimir‬ ‭uma‬ ‭esfera‬ ‭de‬ ‭aço‬ ‭ou‬
‭carbeto‬ ‭de‬ ‭tungstênio,‬ ‭de‬ ‭diâmetro‬ ‭D‬ ‭contra‬ ‭a‬‭superfície‬‭polida‬‭e‬‭limpa‬‭de‬‭um‬‭material,‬‭por‬
‭meio‬ ‭de‬ ‭uma‬ ‭carga‬ ‭Q,‬ ‭durante‬ ‭um‬ ‭intervalo‬ ‭de‬ ‭tempo‬ ‭t.‬ ‭O‬ ‭resultado‬ ‭da‬ ‭compressão‬ ‭é‬ ‭uma‬
‭impressão‬ ‭esférica‬ ‭de‬ ‭profundidade‬ ‭p‬ ‭cujo‬ ‭diâmetro‬ ‭d‬ ‭deve‬ ‭ser‬ ‭medido‬ ‭por‬ ‭microscópio‬
‭óptico.‬‭Assim,‬‭a‬‭dureza‬‭HB‬‭(‬‭hardness‬‭Brinell‬‭)‬‭é‬‭o‬‭quociente‬‭da‬‭carga‬‭pela‬‭área‬‭da‬‭impressão‬
‭segundo a relação:‬
‭Equação 9‬
‭ ‬
𝑄 ‭𝑄‬ ‭2‭𝑄
‬ ‬
‭𝐻𝐵‬ = ‭𝑆‬
= π‭𝐷×‬ ‭𝑝‬
= ‭2‬ ‭2‬
π‭𝐷(‬ ‭𝐷−
‬ ‭𝐷‬ −‭𝑑‬

‭Entretanto,‬ ‭observa-se‬ ‭que‬ ‭o‬ ‭cálculo‬ ‭da‬ ‭dureza‬ ‭pela‬ ‭equação‬ ‭acima‬ ‭é‬ ‭demasiado‬
‭trabalhoso,‬‭de‬‭modo‬‭que,‬‭na‬‭prática,‬‭utiliza-se‬‭um‬‭método‬‭posteriormente‬‭descrito,‬‭conforme‬
‭SOUZA,‬ ‭Sérgio‬ ‭Augusto‬ ‭de;‬ ‭Ensaios‬ ‭Mecânicos‬ ‭de‬‭Materiais‬‭Metálicos‬‭-‬‭5‬‭ed‬‭-‬‭São‬‭Paulo:‬
‭Edgard Blucher, 1982:‬
‭Método:‬‭1)‬‭escolha‬‭do‬‭material‬‭da‬‭esfera,‬‭sendo‬‭aço‬‭para‬‭a‬‭maioria‬‭dos‬‭materiais‬‭e‬‭carbeto‬‭de‬
‭tungstênio‬ ‭para‬ ‭os‬ ‭mais‬ ‭duros;‬ ‭2)‬ ‭escolha‬ ‭em‬ ‭tabelas‬ ‭do‬ ‭grau‬ ‭de‬ ‭carga,‬ ‭uma‬ ‭constante‬ ‭que‬
‭garante‬‭padronização‬‭do‬‭resultado‬‭para‬‭diferentes‬‭carga‬‭e‬‭diâmetro‬‭escolhidos,‬‭em‬‭função‬‭do‬
‭𝑄‬
‭material‬ ‭ensaiado;‬ ‭3)‬‭definição‬‭da‬‭carga‬‭aplicada‬‭segundo‬‭a‬‭relação‬ ‭2‬ = ‭𝑔𝑟𝑎𝑢‬‭‬‭𝑑𝑒‬‭‬‭𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎‬‭;‬
‭𝐷‬

‭4)‬ ‭realização‬ ‭do‬ ‭ensaio‬ ‭e‬ ‭aferição‬ ‭da‬ ‭impressão;‬ ‭5)‬ ‭validação‬ ‭do‬‭resultado‬‭sob‬‭exigência‬‭de‬
‭0‬, ‭24‬ × ‭𝐷‬ ≤ ‭𝑑‬ ≤ ‭0‬, ‭60‬ × ‭𝐷‬‭;‬ ‭6)‬ ‭especificação‬ ‭do‬ ‭resultado‬ ‭(por‬ ‭exemplo,‬ ‭140‬ ‭HBS‬
‭10/3000/30’’,‬ ‭para‬ ‭uma‬ ‭dureza‬ ‭de‬ ‭140‬ ‭HB‬ ‭obtida‬ ‭com‬ ‭esfera‬ ‭de‬ ‭aço‬ ‭cujo‬ ‭diâmetro‬‭é‬‭de‬‭10‬
‭mm, comprimida por carga de 3000 kgf aplicada durante 30 s).‬
‭47‬

‭Figura 2.15 - Esquema da realização do ensaio Brinell‬

‭Fonte:‬ ‭SOUZA,‬ ‭Sérgio‬ ‭Augusto‬ ‭de;‬ ‭Ensaios‬ ‭Mecânicos‬‭de‬‭Materiais‬‭Metálicos‬‭-‬‭5‬‭ed‬‭-‬‭São‬


‭Paulo: Edgard Blucher, 1982‬
‭Normas:‬ ‭as‬ ‭normas‬ ‭comumente‬ ‭usadas‬ ‭no‬ ‭Brasil‬ ‭que‬ ‭regem‬ ‭o‬ ‭ensaio‬ ‭Brinell‬ ‭são‬ ‭a‬
‭brasileira‬ ‭NBR‬ ‭NM-187-1:1999‬ ‭(ABNT):‬ ‭materiais‬ ‭metálicos‬ ‭-‬ ‭dureza‬ ‭brinell‬ ‭parte‬ ‭1:‬
‭Medição‬‭de‬‭dureza‬‭brinell‬‭e‬‭a‬‭estadunidense:‬‭ASTM‬‭E10-07a‬‭(ASTM):‬‭Standard‬‭Test‬‭Method‬
‭for Brinell Hardness of Metallic Materials.‬
‭Peculiaridades:‬‭o‬‭tamanho‬‭da‬‭impressão‬‭produzida‬‭pelo‬‭ensaio‬‭Brinell‬‭é‬‭maior‬‭do‬‭que‬
‭os‬ ‭outros,‬ ‭logo,‬ ‭pode‬ ‭ser‬ ‭considerado‬ ‭destrutivo‬ ‭em‬ ‭alguns‬ ‭casos.‬ ‭Outrossim,‬ ‭não‬ ‭é‬
‭recomendado‬ ‭para‬ ‭peças‬ ‭de‬ ‭pequenas‬ ‭espessuras‬ ‭nem‬ ‭com‬ ‭algum‬ ‭tratamento‬ ‭superficial.‬
‭Noutro‬‭prisma,‬‭é‬‭o‬‭único‬‭ensaio‬‭capaz‬‭de‬‭medir‬‭a‬‭dureza‬‭de‬‭amostras‬‭de‬‭microestruturas‬‭não‬
‭homogêneas e seu valor pode ser correlacionado com o limite de resistência à tração.‬
‭Ensaio de dureza Rockwell‬
‭Definição:‬‭o‬‭ensaio‬‭se‬‭baseia‬‭na‬‭profundidade‬‭de‬‭impressão‬‭gerada‬‭por‬‭um‬‭penetrador,‬
‭o‬ ‭qual‬ ‭pode‬ ‭ser‬ ‭esférico‬ ‭de‬ ‭aço‬ ‭ou‬ ‭esferocônico‬ ‭de‬ ‭diamante‬ ‭com‬ ‭120°‬ ‭de‬ ‭conicidade,‬
‭resultado‬‭da‬‭aplicação‬‭de‬‭carga‬‭em‬‭duas‬‭etapas‬‭(pré-carga‬‭e‬‭carga‬‭final)‬‭sob‬‭a‬‭superfície‬‭limpa‬
‭do‬ ‭material‬ ‭ensaiado.‬ ‭Esta‬ ‭profundidade‬ ‭alcançada,‬ ‭lida‬ ‭pela‬ ‭própria‬ ‭máquina‬ ‭de‬ ‭ensaio,‬ ‭é‬
‭arbitrariamente‬ ‭relacionada‬ ‭a‬ ‭um‬ ‭número,‬ ‭a‬ ‭dureza‬ ‭HR‬‭x‬‭,‬ ‭dentro‬ ‭da‬ ‭variação‬ ‭de‬ ‭escalas‬
‭(assinaladas pelo índice x) que representam diferentes combinações de carga / penetrador.‬
‭Método:‬ ‭1)‬ ‭escolha‬ ‭da‬ ‭escala,‬ ‭ou‬ ‭seja,‬ ‭da‬ ‭combinação‬ ‭carga‬ ‭/‬ ‭penetrador;‬ ‭2)‬ ‭aplicação‬ ‭da‬
‭pré-carga,‬‭a‬‭qual‬‭é‬‭de‬‭10‬‭kgf‬‭para‬‭ensaio‬‭normal‬‭e‬‭3‬‭kgf‬‭para‬‭ensaio‬‭superficial,‬‭por‬‭menos‬‭de‬
‭3‬‭s;‬‭4)‬‭intervalo‬‭de‬‭4‬‭a‬‭8‬‭s‬‭de‬‭intervalo‬‭entre‬‭aplicação‬‭das‬‭cargas;‬‭5)‬‭aplicação‬‭da‬‭carga‬‭final‬
‭por‬ ‭4‬ ‭s;‬ ‭6)‬ ‭retirada‬ ‭da‬ ‭carga‬ ‭principal‬ ‭e‬ ‭manutenção‬ ‭da‬ ‭pré‬ ‭carga,‬ ‭visando‬ ‭evitar‬ ‭erros‬
‭ocasionados da recuperação elástica; 7) leitura da dureza.‬
‭48‬

‭Figura 2.16 - Máquina de ensaio Rockwell com mostrador digital‬

‭Fonte:‬‭QATM, 2023‬
‭Normas:‬ ‭as‬ ‭normas‬ ‭mais‬ ‭utilizadas‬ ‭no‬ ‭país‬ ‭são‬ ‭a‬ ‭brasileira‬ ‭NBR‬ ‭NM-146-1:1998‬
‭(ABNT):‬ ‭Materiais‬ ‭metálicos‬‭-‬‭Dureza‬‭Rockwell‬‭-‬‭Parte‬‭1:‬‭Medição‬‭da‬‭dureza‬‭Rockwell‬‭e‬‭a‬
‭estadunidense‬‭a‬‭ASTM‬‭E18:2007‬‭(ASTM):‬‭Standard‬‭Test‬‭Methods‬‭for‬‭Rockwell‬‭Hardness‬‭of‬
‭Metallic Materials.‬
‭Peculiaridades:‬ ‭o‬‭ensaio‬‭Rockwell‬‭é‬‭extremamente‬‭rápido‬‭e‬‭preciso,‬‭visto‬‭que‬‭não‬‭há‬
‭necessidade‬‭de‬‭medição‬‭da‬‭área‬‭de‬‭impressão,‬‭como‬‭no‬‭Brinell,‬‭pois‬‭é‬‭a‬‭própria‬‭máquina‬‭que‬
‭faz‬ ‭a‬ ‭leitura‬ ‭do‬ ‭resultado.‬ ‭Além‬ ‭disso,‬ ‭a‬ ‭impressão‬ ‭causada‬ ‭é‬ ‭pequena,‬‭de‬‭sorte‬‭que‬‭não‬‭há‬
‭dano‬ ‭considerável‬ ‭ao‬ ‭material‬ ‭e,‬ ‭por‬ ‭meio‬ ‭da‬ ‭utilização‬ ‭de‬‭uma‬‭máquina‬‭mais‬‭precisa,‬‭para‬
‭ensaio‬‭Rockwell‬‭superficial,‬‭é‬‭adequada‬‭para‬‭avaliar‬‭dureza‬‭de‬‭tratamentos‬‭superficiais,‬‭como‬
‭a cementação.‬
‭Ensaio de dureza Shore‬
‭Definição‬‭e‬‭método:‬‭Um‬‭ensaio‬‭por‬‭choque‬‭ou‬‭rebote‬‭baseia-se‬‭na‬‭altura‬‭alcançada‬‭por‬
‭um‬ ‭êmbolo‬ ‭com‬ ‭ponta‬ ‭de‬ ‭diamante‬ ‭e‬ ‭peso‬‭conhecido,‬‭após‬‭sua‬‭queda‬‭livre‬‭na‬‭superfície‬‭do‬
‭material.‬ ‭Nessa‬ ‭situação,‬ ‭um‬ ‭material‬ ‭dúctil‬ ‭absorverá‬ ‭maior‬ ‭energia‬ ‭de‬ ‭deformação‬ ‭e,‬
‭consequentemente,‬ ‭o‬ ‭êmbolo‬ ‭alcançará‬ ‭uma‬ ‭altura‬ ‭menor,‬ ‭indicando‬ ‭também‬ ‭uma‬ ‭menor‬
‭dureza.‬ ‭No‬ ‭ensaio‬ ‭Shore,‬ ‭especificamente,‬ ‭de‬ ‭acordo‬ ‭com‬ ‭SOUZA,‬ ‭Sérgio‬ ‭Augusto‬ ‭de;‬
‭Ensaios Mecânicos de Materiais Metálicos - 5 ed - São Paulo: Edgard Blucher, 1982:‬
‭“[...]‬‭ele‬‭utiliza‬‭um‬‭martelo‬‭de‬‭aço‬‭em‬‭forma‬‭de‬‭uma‬‭barra‬
‭com‬ ‭uma‬ ‭ponta‬ ‭arredondada‬ ‭de‬ ‭diamante,‬ ‭que‬‭cai‬‭de‬‭uma‬
‭certa‬ ‭altura‬ ‭dentro‬ ‭de‬ ‭um‬ ‭tubo‬ ‭de‬ ‭vidro‬ ‭graduado‬ ‭de‬ ‭0‬ ‭a‬
‭140.‬ ‭A‬ ‭altura‬ ‭de‬ ‭ressalto‬ ‭após‬ ‭o‬ ‭choque‬‭é‬‭tomada‬‭como‬‭a‬
‭dureza‬ ‭do‬ ‭material,‬ ‭sendo‬ ‭medida‬ ‭por‬ ‭um‬ ‭ponteiro‬ ‭que‬
‭49‬

‭indica‬ ‭essa‬ ‭altura‬‭na‬‭graduação.‬‭O‬‭comprimento‬‭e‬‭peso‬‭do‬


‭martelo,‬ ‭além‬ ‭da‬‭altura‬‭de‬‭queda‬‭e‬‭o‬‭diâmetro‬‭da‬‭ponta‬‭de‬
‭diamante‬ ‭dependem‬ ‭de‬ ‭cada‬ ‭fabricante,‬ ‭mas‬ ‭todos‬ ‭os‬
‭aparelhos‬ ‭Shore‬ ‭indicam‬ ‭sempre‬ ‭a‬‭mesma‬‭dureza‬‭para‬‭um‬
‭mesmo‬ ‭material.‬ ‭O‬ ‭número‬ ‭de‬ ‭dureza‬ ‭lido‬ ‭é‬ ‭um‬ ‭número‬
‭relativo e serve somente para comparação de materiais.”‬
‭Norma:‬ ‭a‬ ‭norma‬ ‭ASTM‬ ‭E-448:2002:‬ ‭Standard‬ ‭Practice‬ ‭for‬ ‭Scleroscope‬ ‭Hardness‬
‭Testing of Metallic Materials, é uma das mais utilizadas para padronizar o ensaio Shore.‬
‭Particularidades:‬ ‭o‬ ‭equipamento‬ ‭do‬ ‭ensaio‬ ‭Shore‬ ‭é‬ ‭leve‬ ‭e‬ ‭portátil,‬ ‭de‬ ‭modo‬ ‭que‬
‭possibilita‬ ‭a‬ ‭medição‬ ‭de‬ ‭dureza‬ ‭de‬ ‭peças‬ ‭demasiado‬ ‭grandes‬ ‭e‬ ‭no‬ ‭campo.‬ ‭Ainda,‬ ‭como‬ ‭a‬
‭impressão‬ ‭é‬ ‭extremamente‬ ‭pequena,‬ ‭é‬ ‭amplamente‬ ‭utilizado‬ ‭em‬ ‭materiais‬ ‭acabados‬ ‭ou‬
‭usinados,‬ ‭bem‬ ‭como‬ ‭de‬ ‭materiais‬‭com‬‭grande‬‭dureza,‬‭em‬‭virtude‬‭da‬‭ponta‬‭de‬‭diamante.‬‭Por‬
‭outro‬ ‭lado,‬ ‭deve-se‬ ‭tomar‬ ‭cuidado‬ ‭em‬ ‭garantir‬ ‭a‬ ‭perpendicularidade‬ ‭do‬ ‭equipamento‬ ‭em‬
‭relação ao corpo de prova, bem como com a limpeza deste último.‬

‭Figura 2.17 - Quadro comparativo de diferentes escalas de dureza‬

‭Fonte:‬‭GARCIA, Amauri; Ensaios dos Materiais - 2 ed‬‭- Rio de Janeiro: LTC, 2012‬

‭Com‬‭o‬‭intuito‬‭de‬‭gerar‬‭uma‬‭padronização,‬‭cria-se‬‭a‬‭necessidade‬‭de‬‭elaborar‬‭maneiras‬
‭de‬ ‭transacionar‬ ‭entre‬ ‭valores‬ ‭de‬ ‭durezas‬ ‭e‬ ‭suas‬ ‭respectivas‬ ‭aproximação‬ ‭à‬ ‭sua‬ ‭resistência‬ ‭à‬
‭tração‬‭em‬‭MPa,‬‭portanto,‬‭utilizando‬‭a‬‭própria‬‭norma‬‭ASTM‬‭A370‬‭-‬‭19‬‭que‬‭prevê‬‭Métodos‬‭de‬
‭50‬

‭Teste‬‭Padrão‬‭e‬‭Definições‬‭Para‬‭Testes‬‭Mecânicos‬‭de‬‭Produtos‬‭Siderúrgicos,‬‭é‬‭possível‬‭precisar‬
‭e abranger as mais diversas áreas e equipamentos.‬

‭Tabela 2.7 - Valores aproximados para conversão entre durezas e resistência à tração‬

‭Fonte: Autor, adaptado por ASTM A370 - 19‬

‭2.11 Ensaios Metalográficos‬

‭2.11.1 Micrografia‬
‭A‬ ‭micrografia,‬ ‭segundo‬ ‭Regir‬ ‭Almir‬ ‭Rohde‬ ‭(2010)‬ ‭em‬ ‭sua‬ ‭apostila‬ ‭que‬ ‭tangencia‬ ‭o‬
‭tema‬‭de‬‭Metalografia‬‭de‬‭Preparação‬‭de‬‭Amostras‬‭(versão‬‭3.0)‬‭,‬‭esta‬‭é‬‭uma‬‭técnica‬‭essencial‬‭na‬
‭área‬ ‭da‬ ‭ciência‬ ‭dos‬ ‭materiais‬ ‭e‬ ‭na‬ ‭metalurgia,‬ ‭desempenhando‬ ‭um‬ ‭papel‬ ‭crucial‬ ‭na‬
‭investigação‬ ‭e‬ ‭análise‬ ‭de‬ ‭estruturas‬ ‭microscópicas‬ ‭de‬ ‭materiais.‬ ‭Este‬ ‭ensaio‬ ‭consiste‬ ‭em‬
‭preparar‬ ‭uma‬ ‭amostra,‬ ‭geralmente‬ ‭uma‬ ‭seção‬ ‭fina‬ ‭de‬ ‭um‬ ‭material,‬ ‭de‬ ‭forma‬ ‭a‬ ‭permitir‬ ‭a‬
‭observação‬ ‭detalhada‬ ‭de‬ ‭sua‬ ‭estrutura‬ ‭interna‬ ‭por‬ ‭meio‬ ‭de‬ ‭um‬ ‭microscópio‬ ‭óptico‬ ‭ou‬
‭eletrônico‬ ‭de‬ ‭alta‬ ‭resolução.‬ ‭A‬ ‭micrografia‬ ‭oferece‬ ‭recursos‬ ‭valiosos‬ ‭sobre‬ ‭a‬ ‭organização‬
‭microscópica‬ ‭de‬ ‭materiais‬ ‭permitindo‬ ‭a‬ ‭identificação‬ ‭de‬ ‭fases,‬ ‭inclusões,‬ ‭falhas,‬ ‭defeitos‬ ‭e‬
‭outras‬ ‭características‬ ‭cruciais.‬ ‭Consoante‬ ‭a‬ ‭isso,‬ ‭é‬ ‭importante‬‭salientar‬‭o‬‭próprio‬‭preparo‬‭do‬
‭51‬

‭corpo‬ ‭de‬ ‭prova,‬ ‭em‬ ‭que‬ ‭este‬ ‭pode‬ ‭estar‬ ‭sob‬ ‭efeito‬ ‭do‬ ‭embutimento‬ ‭ou‬‭não,‬‭sendo‬‭esta‬‭uma‬
‭técnica que facilita o manuseio da amostra ensaiada.‬
‭Ainda‬ ‭na‬ ‭referência‬ ‭de‬ ‭Regir‬ ‭Almir‬ ‭Rohde,‬ ‭além‬ ‭do‬ ‭embutimento,‬ ‭é‬ ‭importante‬
‭salientar‬‭outros‬‭passos‬‭para‬‭que‬‭a‬‭prática‬‭da‬‭micrografia‬‭aconteça‬‭de‬‭acordo‬‭com‬‭o‬‭esperado,‬
‭como‬‭o‬‭lixamento,‬‭em‬‭que‬‭serão‬‭eliminados‬‭riscos‬‭e‬‭marcas‬‭superficiais,‬‭proporcionando‬‭um‬
‭melhor acabamento para posteriormente seguir com o polimento.‬
‭No‬ ‭polimento,‬ ‭assim‬ ‭como‬ ‭o‬‭próprio‬‭nome‬‭diz,‬‭vai‬‭polir‬‭e‬‭aperfeiçoar‬‭o‬‭acabamento‬
‭utilizando pastas abrasivas de diamante ou alumina.‬
‭Por‬‭fim,‬‭inicia-se‬‭o‬‭procedimento‬‭de‬‭ataque‬‭químico,‬‭que‬‭tem‬‭como‬‭finalidade‬‭permitir‬
‭a visualização da granulação e das fases microestruturais do corpo de prova ensaiado.‬
‭Ao‬ ‭final‬ ‭de‬ ‭todos‬ ‭os‬ ‭processos‬ ‭antes‬ ‭citados,‬ ‭segue-se‬ ‭para‬ ‭a‬ ‭micrografia‬ ‭em‬ ‭si.‬‭Ao‬
‭possibilitar‬‭a‬‭visualização‬‭de‬‭estruturas‬‭em‬‭escalas‬‭microscópicas,‬‭a‬‭micrografia‬‭desempenha‬
‭um‬ ‭papel‬ ‭fundamental‬ ‭na‬ ‭pesquisa‬ ‭e‬ ‭no‬ ‭desenvolvimento‬ ‭de‬ ‭novos‬‭materiais,‬‭bem‬‭como‬‭na‬
‭resolução‬‭de‬‭problemas‬‭de‬‭engenharia,‬‭controle‬‭de‬‭qualidade‬‭e‬‭análise‬‭de‬‭falhas.‬‭Além‬‭disso,‬
‭ela‬ ‭é‬ ‭amplamente‬ ‭aplicada‬ ‭em‬ ‭diversas‬ ‭indústrias,‬ ‭incluindo‬ ‭aeroespacial,‬ ‭automotiva,‬
‭eletrônica‬‭e‬‭metalurgia,‬‭para‬‭garantir‬‭a‬‭integridade,‬‭desempenho‬‭e‬‭conformidade‬ ‭de‬‭materiais‬
‭e produtos.‬
‭52‬

‭Tabela 2.8 - Tamanho do grão austenítico‬

‭Fonte:‬‭Arcelor Mittal (Adaptado por ASTM E-112)‬


‭53‬

‭Tabela 2.9 - Avaliação da quantidade de inclusões de aço, definição de grau de pureza‬

‭Fonte:‬‭Arcelor Mittal (Adaptado por ASTM E-112)‬


‭54‬

‭Os‬‭equipamentos‬‭utilizados‬‭para‬‭o‬‭aferimento‬‭do‬‭ensaio‬‭de‬‭micrografia,‬‭segundo‬‭o‬‭site‬
‭da‬ ‭Fortel,‬ ‭são‬ ‭separados‬ ‭em‬ ‭apenas‬ ‭quatro,‬ ‭tais‬ ‭quais:‬ ‭microscópio‬ ‭estéreo,‬ ‭lente‬ ‭e‬ ‭base,‬
‭câmera digital e um software para análise.‬

‭Figura 2.18 - Microscópio Óptico – Modelo Union‬

‭Fonte: Autor‬
‭Com‬ ‭o‬ ‭fito‬ ‭de‬ ‭obter‬ ‭informações‬ ‭minuciosas‬ ‭acerca‬ ‭da‬ ‭utilização‬ ‭dos‬ ‭microscópios‬
‭metalográficos,‬ ‭de‬‭acordo‬‭com‬‭consulta‬‭do‬‭livro‬‭"Metallography:‬‭Principles‬‭and‬‭Practice"‬‭de‬
‭George‬ ‭F.‬ ‭Vander‬‭Voort:‬‭O‬‭microscópio‬‭utilizado‬‭para‬‭análise‬‭metalográfica,‬‭frequentemente‬
‭referido‬‭como‬‭microscópio‬‭metalográfico,‬‭representa‬‭uma‬‭ferramenta‬‭de‬‭suma‬‭importância‬‭na‬
‭esfera‬ ‭da‬ ‭investigação‬ ‭de‬ ‭materiais,‬ ‭especialmente‬ ‭nos‬ ‭domínios‬‭da‬‭metalurgia‬‭e‬‭engenharia‬
‭de‬ ‭materiais.‬ ‭Este‬ ‭instrumento‬ ‭foi‬ ‭concebido‬ ‭com‬ ‭o‬ ‭desígnio‬ ‭de‬ ‭escrutinar‬ ‭a‬‭microestrutura‬
‭dos‬ ‭materiais,‬ ‭com‬ ‭a‬ ‭finalidade‬ ‭de‬ ‭identificar‬ ‭fases,‬ ‭inclusões,‬ ‭granulados‬ ‭e‬ ‭outras‬
‭características‬ ‭de‬ ‭importância‬ ‭preponderante‬ ‭que‬ ‭incidem‬ ‭sobre‬ ‭as‬ ‭suas‬ ‭propriedades‬
‭55‬

‭mecânicas‬ ‭e‬ ‭comportamento,‬ ‭é‬‭válido‬‭também‬‭abordar‬‭algumas‬‭das‬‭funções‬‭do‬‭Microscópio‬


‭Metalográfico, sendo elas:‬
‭Ampliação:‬ ‭O‬ ‭microscópio‬ ‭metalográfico‬ ‭integra‬ ‭um‬ ‭conjunto‬ ‭diversificado‬ ‭de‬
‭objetivas‬ ‭e‬ ‭oculares,‬ ‭viabilizando‬ ‭a‬ ‭amplificação‬ ‭da‬ ‭imagem‬ ‭da‬ ‭amostra.‬ ‭Esta‬ ‭prerrogativa‬
‭torna passível a observação de pormenores microscópicos.‬
‭Iluminação:‬ ‭A‬ ‭iluminação‬ ‭assume‬ ‭um‬ ‭papel‬ ‭primordial‬ ‭no‬ ‭contexto‬ ‭do‬ ‭microscópio‬
‭metalográfico.‬‭A‬‭iluminação‬‭apropriada‬‭é‬‭empregue‬‭para‬‭realçar‬‭as‬‭características‬‭da‬‭amostra,‬
‭incrementando a sua visibilidade.‬
‭Análise‬ ‭da‬ ‭Microestrutura:‬ ‭O‬‭microscópio‬‭metalográfico‬‭é‬‭empregue‬‭na‬‭identificação‬
‭de‬ ‭elementos‬ ‭como‬ ‭granulados,‬ ‭inclusões,‬ ‭fissuras,‬ ‭segregação‬ ‭e‬ ‭outras‬ ‭características‬ ‭de‬
‭natureza microestrutural em amostras de materiais.‬
‭Avaliação‬ ‭de‬ ‭Propriedades:‬ ‭Fundamentando-se‬ ‭na‬ ‭análise‬ ‭microestrutural,‬ ‭é‬ ‭possível‬
‭inferir‬ ‭considerações‬ ‭acerca‬ ‭das‬ ‭propriedades‬ ‭mecânicas,‬ ‭térmicas‬ ‭e‬ ‭químicas‬ ‭dos‬‭materiais‬
‭em análise.‬
‭Software‬ ‭para‬ ‭análise:‬ ‭O‬ ‭software‬ ‭para‬ ‭análise‬ ‭de‬ ‭micrografia‬ ‭é‬ ‭uma‬ ‭ferramenta‬
‭essencial‬ ‭em‬ ‭pesquisas‬ ‭científicas,‬ ‭controle‬ ‭de‬ ‭qualidade‬ ‭industrial‬ ‭e‬ ‭diversas‬ ‭outras‬
‭aplicações‬ ‭que‬ ‭envolvem‬ ‭a‬ ‭análise‬ ‭de‬ ‭imagens‬ ‭microscópicas.‬ ‭Sua‬ ‭principal‬ ‭função‬ ‭é‬
‭automatizar‬ ‭e‬ ‭facilitar‬ ‭o‬ ‭processamento,‬ ‭a‬ ‭medição,‬ ‭a‬ ‭análise‬ ‭e‬ ‭a‬ ‭interpretação‬ ‭de‬ ‭dados‬
‭obtidos por meio de microscopia.‬

‭Figura 2.19 - Exemplo de Microestrutura em 3D‬

‭Fonte:‬‭Hindawi, 2012‬
‭56‬

‭2.11.2 Macrografia‬
‭Dando‬ ‭continuidade‬ ‭aos‬ ‭ensaios‬ ‭metalográficos,‬ ‭têm-se‬ ‭o‬ ‭exame‬ ‭de‬‭macrografia.‬‭De‬
‭forma‬ ‭sucinta,‬ ‭este‬ ‭exame,‬ ‭amplamente‬ ‭utilizado‬‭na‬‭caracterização‬‭de‬‭ligas‬‭ferrosas‬‭e‬‭juntas‬
‭soldadas,‬‭refere-se‬‭a‬‭avaliação‬‭a‬‭olho‬‭nu‬‭ou‬‭com‬‭auxílio‬‭de‬‭uma‬‭lupa‬‭(embora‬‭a‬‭ampliação‬‭não‬
‭deva‬ ‭ultrapassar‬ ‭10X)‬ ‭do‬ ‭aspecto‬ ‭do‬ ‭material‬ ‭segundo‬ ‭uma‬ ‭seção‬ ‭plana‬ ‭previamente‬
‭preparada,‬‭bem‬‭como‬‭aos‬‭documentos‬‭reprodutores‬‭desta‬‭macroestrutura.‬‭Em‬‭termos‬‭gerais,‬‭o‬
‭objetivo‬‭da‬‭avaliação‬‭reside‬‭na‬‭obtenção‬‭de‬‭informações‬‭acerca‬‭da‬‭variação‬‭da‬‭estrutura‬‭de‬‭um‬
‭ponto a outro, algo dificultoso pela análise química e micrográfica.‬
‭O‬ ‭preparo‬ ‭de‬ ‭uma‬ ‭amostra‬ ‭para‬ ‭macrografia‬ ‭compreende‬ ‭três‬ ‭etapas‬ ‭básicas:‬ ‭1)‬
‭escolha‬‭do‬‭local‬‭e‬‭posição‬‭da‬‭seção‬‭de‬‭corte;‬‭2)‬‭preparação‬‭da‬‭superfície;‬‭e‬‭3)‬‭ataque‬‭químico.‬
‭No‬ ‭que‬ ‭tange‬ ‭à‬ ‭primeira‬ ‭etapa,‬ ‭a‬ ‭escolha‬ ‭do‬ ‭local‬ ‭de‬ ‭onde‬ ‭será‬ ‭retirada‬ ‭a‬ ‭amostra‬ ‭é‬
‭extremamente‬‭importante,‬‭tendo‬‭em‬‭vista‬‭que‬‭essa‬‭representará‬‭o‬‭material‬‭(ASTM‬‭E3‬‭/‬‭2017).‬
‭Quanto‬ ‭à‬ ‭posição‬ ‭do‬ ‭corte,‬ ‭deve-se‬ ‭levar‬ ‭em‬ ‭consideração‬ ‭a‬ ‭forma‬ ‭da‬‭peça,‬‭as‬‭informações‬
‭desejadas‬‭e‬‭outras‬‭considerações‬‭adicionais,‬‭como‬‭o‬‭modo‬‭de‬‭fabricação,‬‭se‬‭conhecido,‬‭ou‬‭um‬
‭histórico‬ ‭de‬ ‭falhas.‬ ‭Geralmente‬ ‭os‬ ‭cortes‬ ‭mais‬ ‭utilizados‬ ‭são‬ ‭as‬ ‭seções‬ ‭transversais,‬ ‭que‬
‭permitem‬ ‭a‬ ‭visualização‬ ‭da‬ ‭variação‬ ‭estrutural‬ ‭da‬ ‭superfície‬ ‭ao‬ ‭centro,‬ ‭e‬ ‭as‬ ‭seções‬
‭longitudinais,‬ ‭que‬ ‭permitem‬ ‭a‬ ‭visualização‬ ‭da‬ ‭variação‬ ‭segundo‬ ‭o‬ ‭eixo‬ ‭axial.‬ ‭Entretanto,‬
‭deve-se‬‭salientar‬‭que‬‭nenhuma‬‭constatação‬‭deve‬‭ser‬‭tomada‬‭a‬‭partir‬‭de‬‭uma‬‭única‬‭seção,‬‭sob‬
‭risco da direção escolhida influenciar o resultado.‬
‭A‬‭preparação‬‭da‬‭superfície‬‭da‬‭amostra‬‭não‬‭necessita‬‭de‬‭extrema‬‭elaboração,‬‭sendo‬‭que‬
‭qualquer‬‭método‬‭de‬‭apresentar‬‭uma‬‭superfície‬‭lisa‬‭com‬‭uma‬‭quantidade‬‭mínima‬‭de‬‭trabalho‬‭a‬
‭frio‬ ‭será‬ ‭satisfatória‬ ‭(ASTM‬ ‭E340‬ ‭/‬ ‭2015).‬ ‭O‬ ‭método‬ ‭mais‬ ‭comum‬ ‭consiste‬ ‭em‬ ‭desbaste‬
‭seguido‬ ‭de‬ ‭polimento.‬ ‭O‬‭desbaste‬‭é‬‭realizado‬‭com‬‭serra,‬‭cortador‬‭abrasivo,‬‭por‬‭usinagem‬‭ou‬
‭com‬ ‭esmeril.‬ ‭Ainda,‬ ‭no‬ ‭caso‬ ‭de‬ ‭peças‬ ‭muito‬ ‭grandes,‬ ‭pode‬ ‭ser‬‭usado‬‭o‬‭corte‬‭por‬‭maçarico,‬
‭visando‬‭reduzir‬‭as‬‭dimensões,‬‭sob‬‭a‬‭condição‬‭de‬‭retirar‬‭toda‬‭a‬‭porção‬‭de‬‭material‬‭afetado‬‭pela‬
‭chama.‬ ‭Em‬ ‭seguida,‬ ‭passa-se‬ ‭ao‬ ‭polimento,‬ ‭o‬ ‭qual‬ ‭é‬ ‭realizado‬ ‭atritando‬ ‭a‬ ‭superfície‬ ‭contra‬
‭uma‬ ‭lixa.‬ ‭Ao‬ ‭final‬ ‭dessas‬ ‭etapas‬‭a‬‭seção‬‭deve‬‭ser‬‭limpa‬‭com‬‭solventes‬‭e/ou‬‭pano‬‭e,‬‭já‬‭nesse‬
‭estado, é possível efetuar uma análise macrográfica, guardando informações importantes.‬
‭O‬‭ataque‬‭químico‬‭é‬‭importante‬‭para‬‭revelar‬‭as‬‭outras‬‭características‬‭da‬‭macroestrutura‬
‭não‬ ‭vistas‬ ‭anteriormente.‬ ‭Primeiro,‬ ‭deve-se‬ ‭lembrar‬ ‭que‬ ‭muitos‬ ‭reagentes‬ ‭possuem‬
‭substâncias‬ ‭potencialmente‬ ‭nocivos‬ ‭ao‬ ‭gênero‬ ‭humano,‬ ‭o‬ ‭que‬ ‭exige‬ ‭o‬‭cuidado‬‭no‬‭manuseio‬
‭desses‬ ‭artigos,‬ ‭segundo‬ ‭as‬‭recomendações‬‭do‬‭fabricante‬‭e‬‭de‬‭normas‬‭responsáveis‬‭tais‬‭como‬
‭57‬

‭as‬‭Normas‬‭Regulamentadoras‬‭no.‬‭6:‬ ‭equipamento‬‭de‬‭proteção‬‭individual‬‭-‬‭epi,‬‭9:‬‭Avaliação‬‭E‬
‭Controle‬ ‭Das‬ ‭Exposições‬ ‭Ocupacionais‬ ‭A‬ ‭Agentes‬ ‭Físicos,‬ ‭Químicos‬ ‭e‬ ‭Biológicos‬ ‭e‬ ‭26:‬
‭Sinalização‬ ‭de‬ ‭Segurança‬ ‭ou‬ ‭NR’s‬ ‭6,‬ ‭9‬ ‭e‬ ‭26.‬ ‭O‬‭contato‬‭do‬‭corpo‬‭de‬‭prova‬‭com‬‭o‬‭composto‬
‭pode‬‭ser‬‭por:‬‭imersão,‬‭sendo‬‭a‬‭amostra‬‭mergulhada‬‭numa‬‭cuba‬‭contendo‬‭o‬‭produto;‬‭aplicação,‬
‭sendo‬ ‭o‬ ‭produto‬ ‭aplicado‬ ‭com‬ ‭auxílio‬ ‭de‬ ‭pedaços‬ ‭de‬ ‭algodão;‬ ‭ou‬ ‭impressão‬ ‭direta‬ ‭de‬
‭Baumann,‬ ‭na‬ ‭qual‬ ‭uma‬ ‭película‬ ‭previamente‬ ‭umedecida‬ ‭com‬ ‭o‬ ‭reagente‬ ‭é‬ ‭aplicada‬ ‭sobre‬ ‭a‬
‭superfície.‬ ‭A‬ ‭ação‬ ‭do‬ ‭reagente,‬ ‭segundo‬ ‭COLPAERT,‬ ‭Hubertus;‬ ‭Metalografia‬ ‭dos‬ ‭produtos‬
‭siderúrgicos comuns - 4ª ed - São Paulo: Edgard Blucher, 2008 se dá do seguinte modo:‬
‭“Quando‬‭uma‬‭superfície‬‭polida‬‭é‬‭submetida‬‭uniformemente‬
‭à‬ ‭ação‬ ‭de‬ ‭um‬ ‭reativo,‬ ‭acontece,‬ ‭quase‬ ‭sempre,‬ ‭que‬ ‭certas‬
‭regiões‬ ‭são‬ ‭atacadas‬‭com‬‭maior‬‭intensidade‬‭do‬‭que‬‭outras.‬
‭Esta‬‭diferença‬ ‭de‬‭‘atacabilidade’‬‭provém‬‭habitualmente‬‭de‬
‭duas‬‭causas‬‭principais:‬‭diversidade‬‭de‬‭composição‬‭química‬
‭ou‬ ‭de‬ ‭estrutura‬ ‭cristalina.‬ ‭[...]‬ ‭A‬ ‭imagem‬ ‭assim‬ ‭obtida‬
‭constitui o ‘aspecto macrográfico’ do material.”‬

‭Tabela 2.10 - Principais ataques químicos para ligas ferrosas‬

‭Ligas‬ ‭Composição‬ ‭Procedimento‬ ‭Comentários‬

‭ ços simples e aços‬


A ‭ Cl‬
H ‭50 mL‬ I‭ mergir‬ ‭a‬ ‭amostra‬ ‭em‬ ‭Aplicação geral‬
‭liga, aços rápido e‬ ‭(concentrado)‬ ‭solução‬ ‭aquecida‬ ‭entre‬
‭aços ferramenta,‬ ‭50 mL‬ ‭71°C‬ ‭a‬ ‭82°C‬ ‭durante‬
‭aços de corte e aços‬ ‭H‭2‬ ‭0‬ ‬ ‭15‬ ‭a‬ ‭30‬ ‭min.‬ ‭Limpar‬
‭inoxidáveis‬ ‭esfregando‬
‭vigorosamente‬ ‭com‬
‭escova‬ ‭de‬ ‭fibra‬ ‭vegetal‬
‭em água corrente.‬

‭ ços simples e aços‬


A ‭ Cl‬
H ‭38 mL‬ I‭ mergir‬ ‭a‬ ‭amostra‬ ‭por‬ F ‭ unciona‬ b‭ em‬
‭liga, aços de corte‬ ‭(concentrado)‬ ‭15‬ ‭a‬ ‭45‬ ‭min‬ ‭em‬ ‭em‬ ‭aços‬ ‭com‬
‭solução‬ ‭aquecida‬ ‭entre‬ ‭12% Cr‬
‭ ‭2‬ ‭S
H ‬ O‬‭4‬ ‭12 mL‬ ‭71°C‬ ‭a‬ ‭82°C.‬ ‭Limpar‬
‭(concentrado)‬ ‭com‬ ‭água‬ ‭quente‬ ‭e‬
‭secar.‬
‭H‭2‬ ‭O
‬ ‬ ‭50 mL‬
‭Fonte:‬‭ASTM E340 / 2015 (Adaptado pelo autor)‬
‭Em‬ ‭seguida‬ ‭ao‬ ‭ataque‬ ‭químico,‬ ‭procede-se‬ ‭a‬ ‭uma‬ ‭nova‬ ‭análise‬ ‭macrográfica,‬
‭observando‬ ‭as‬ ‭novas‬ ‭características‬ ‭perceptíveis‬ ‭e‬ ‭comparando‬‭às‬‭observadas‬‭anteriormente.‬
‭A‬ ‭observação‬ ‭de‬ ‭novas‬ ‭características‬ ‭é‬ ‭resultado‬ ‭do‬ ‭contraste,‬ ‭ou‬ ‭seja,‬ ‭um‬ ‭escurecimento‬
‭58‬

‭diferencial‬ ‭entre‬ ‭as‬ ‭regiões,‬ ‭provocado‬ ‭pela‬ ‭ação‬ ‭do‬ ‭reagente,‬ ‭conforme‬ ‭explicado‬
‭anteriormente.‬ ‭O‬ ‭critério‬ ‭de‬ ‭avaliação‬ ‭da‬ ‭macroestrutura‬ ‭obtida‬ ‭será‬‭determinado,‬‭em‬‭geral,‬
‭pelo‬ ‭solicitante‬ ‭do‬ ‭exame‬ ‭ou‬ ‭pelas‬ ‭normas‬ ‭responsáveis,‬‭como‬‭a‬‭ABNT‬‭NBR‬‭11298:‬‭Aço‬‭-‬
‭Análise‬ ‭por‬ ‭macroataque‬ ‭-‬ ‭Método‬ ‭de‬ ‭ensaio.‬ ‭Na‬ ‭maioria‬ ‭dos‬ ‭casos,‬ ‭faz-se‬ ‭necessário‬
‭fotografar‬ ‭a‬ ‭amostra,‬‭observando‬‭as‬‭limitações‬‭de‬‭tamanho‬‭e‬‭resolução,‬‭bem‬‭como‬‭prezando‬
‭por‬‭uma‬‭boa‬‭iluminação.‬‭Na‬‭imagem‬‭a‬‭seguir‬‭da‬‭macrografia‬‭ilustrando‬‭o‬‭aspecto‬‭do‬‭cordão‬
‭de‬‭solda,‬‭indicando‬‭a‬‭região‬‭de‬‭predominância‬‭do‬‭arco‬‭(arc‬‭zone)‬‭e‬‭a‬‭região‬‭de‬‭predominância‬
‭do LASER (laser zone). HR, HA, WL e WA são parâmetros dimensionais do cordão‬

‭Figura 2.20 - Análise dimensional por meio da macrografia de solda de filete‬

‭Fonte:‬‭LABTESTE - Laboratório Metalúrgico, 2023‬

‭A‬‭macrografia‬‭é‬‭extremamente‬‭utilizada‬‭na‬‭indústria‬‭do‬‭aço.‬‭Um‬‭exame‬‭macrográfico‬
‭pode‬‭providenciar‬‭informações‬‭acerca‬‭da‬‭variação‬‭estruturais,‬‭tal‬‭qual‬‭o‬‭tamanho‬‭do‬‭grão‬‭e‬‭a‬
‭formação‬ ‭dendrítica,‬ ‭bem‬ ‭como‬ ‭acerca‬ ‭de‬ ‭variações‬‭na‬‭composição‬‭química.‬‭Paralelamente,‬
‭pode‬ ‭ser‬ ‭utilizada‬ ‭no‬‭estudo‬‭de‬‭juntas‬‭soldadas‬‭e‬‭de‬‭tratamentos‬‭térmicos,‬‭fornecendo‬‭dados‬
‭importantes,‬ ‭por‬ ‭exemplo,‬ ‭a‬ ‭penetração‬ ‭da‬ ‭solda‬ ‭e‬ ‭a‬ ‭localização‬ ‭de‬ ‭trincas‬ ‭pela‬ ‭têmpera,‬
‭respectivamente.‬ ‭Por‬ ‭fim,‬ ‭tem‬ ‭grande‬ ‭aplicabilidade‬ ‭como‬ ‭instrumento‬ ‭de‬ ‭controle‬ ‭de‬
‭qualidade‬‭na‬‭produção,‬‭por‬‭meio‬‭da‬‭revelação‬‭de‬‭trincas,‬‭porosidade,‬‭segregações,‬‭inclusões‬‭e‬
‭outros defeitos.‬
‭59‬

‭3. MATERIAIS, EQUIPAMENTOS E MÉTODOS‬

‭3.1 Materiais‬

‭Foram‬ ‭retiradas‬ ‭amostras‬ ‭de‬ ‭vigas‬ ‭e‬ ‭cantoneiras‬ ‭existentes‬ ‭no‬ ‭departamento‬ ‭para‬
‭construção dos corpos de prova de ensaio.‬

‭Figura 3.1 - Vigas e perfis de cantoneiras após oxicorte‬

‭Fonte: Autor‬
‭60‬

‭Figura 3.2 - Chapas seccionadas na serra alternada para fabricação dos corpos de prova de‬
‭tração e dobramento‬

‭Fonte: Autor‬

‭Figura 3.3 - Chapas pré cortadas para corte a laser de macrografia e serra alternada de‬
‭micrografia‬

‭Fonte: Autor‬

‭3.2 Serra alternada‬

‭Não‬‭existem‬‭normas‬‭específicas‬‭para‬‭serra‬‭alternada,‬‭mas‬‭podem‬‭ser‬‭aplicadas‬‭normas‬
‭gerais‬ ‭de‬ ‭preservação,‬ ‭como‬ ‭as‬ ‭da‬ ‭OSHA‬ ‭nos‬ ‭EUA‬ ‭ou‬ ‭a‬ ‭NR-12‬ ‭Segurança‬ ‭no‬‭trabalho‬‭em‬
‭61‬

‭máquinas‬ ‭e‬ ‭equipamentos,‬ ‭atreladas‬ ‭a‬ ‭saúde‬ ‭e‬ ‭segurança‬ ‭no‬ ‭trabalho.‬ ‭Foram‬ ‭feitos‬ ‭cortes‬
‭longitudinais e transversais nas amostras na máquina serra alternada horizontal. A seguir:‬

‭Figura 3.4 - Serra alternada horizontal‬

‭Fonte: Autor‬

‭3.3 Fresadora CNC e Convencional‬

‭Para‬ ‭máquinas-ferramenta,‬ ‭a‬ ‭norma‬‭ISO‬‭6983:‬‭Automation‬‭systems‬‭and‬‭integration‬‭-‬


‭Numerical‬ ‭control‬ ‭of‬ ‭machines‬ ‭-‬ ‭Program‬ ‭format‬ ‭and‬ ‭definitions‬ ‭of‬ ‭address‬‭words‬‭-‬‭Part‬‭1:‬
‭Data‬ ‭format‬ ‭for‬ ‭positioning,‬ ‭line‬‭motion‬‭and‬‭contouring‬‭control‬‭systems‬‭define‬‭o‬‭sistema‬‭de‬
‭coordenadas‬‭de‬‭máquina‬‭(MCS),‬ ‭que‬‭é‬‭relevante‬‭para‬‭a‬‭programação‬‭de‬‭máquinas‬‭CNC‬‭e‬‭foi‬
‭utilizado‬‭para‬‭produzir‬‭o‬‭código‬‭em‬‭linguagem‬‭ISO‬‭de‬‭programação,‬‭ou‬‭também‬‭chamado‬‭de‬
‭‘’código G’’.‬
‭ASME:‬ ‭ASME‬ ‭B5.54‬ ‭(2020)‬ ‭Methods‬ ‭for‬ ‭Performance‬ ‭Evaluation‬ ‭of‬ ‭Computer‬
‭Numerically‬ ‭Controlled‬ ‭Machining‬ ‭Centers‬ ‭descreve‬ ‭procedimentos‬ ‭para‬ ‭avaliação‬ ‭de‬
‭desempenho de teste para máquinas-ferramenta, incluindo fresadoras.‬
‭DIN:‬‭Normas‬‭DIN‬‭EN‬‭863-1‬‭Geometrical‬‭product‬‭specifications‬‭(GPS)‬‭-‬‭Micrometers‬
‭-‬ ‭Part‬ ‭1:‬‭Micrometers‬‭for‬‭external‬‭measurements;‬‭maximum‬‭permissible‬‭errors‬‭e‬‭DIN‬‭66025‬
‭Programming‬ ‭Language‬ ‭estão‬ ‭relacionadas‬ ‭à‬ ‭programação‬ ‭de‬‭máquinas‬‭CNC‬‭e‬‭foi‬‭utilizada‬
‭justamente para aferir as coordenadas nas máquinas CNC.‬
‭62‬

‭ISO‬ ‭23125‬ ‭(2015)‬ ‭Machine‬ ‭tools‬ ‭-‬ ‭Safety‬ ‭-‬ ‭Turning‬ ‭machines‬ ‭-‬ ‭Esta‬ ‭norma‬
‭internacional‬ ‭fornece‬ ‭diretrizes‬ ‭gerais‬ ‭para‬ ‭as‬ ‭especificações‬‭de‬‭fresadoras,‬‭abrangendo‬‭uma‬
‭ampla variedade de máquinas.‬
‭ANSI‬ ‭B110‬ ‭Safety‬ ‭Requirement‬ ‭for‬ ‭Power‬ ‭Press‬ ‭Brakes‬ ‭-‬ ‭A‬ ‭série‬ ‭de‬ ‭normas‬‭ANSI‬
‭B11‬ ‭fornece‬ ‭diretrizes‬ ‭abrangentes‬ ‭de‬ ‭segurança‬ ‭para‬ ‭máquinas-ferramenta,‬ ‭que‬ ‭podem‬ ‭ser‬
‭aplicadas a fresadoras.‬
‭Todas‬‭as‬‭normas‬‭acima‬‭foram‬‭utilizadas‬‭no‬‭procedimento‬‭de‬‭fabricação‬‭dos‬‭corpos‬‭de‬
‭prova de tração e de dobramento.‬

‭Figura 3.5 - Fresadora CNC ROMI D 600‬

‭Fonte: Autor‬
‭63‬

‭Figura 3.6 - Fresando corpo de prova de dobramento na fresadora convencional‬

‭Fonte: Autor‬

‭3.4 Metalografia, Macrografia, Micrografia e Preparação de Amostras‬

‭ASTM‬ ‭E3‬ ‭-‬ ‭Esta‬ ‭norma‬ ‭estabelece‬ ‭práticas‬ ‭gerais‬ ‭para‬ ‭a‬ ‭preparação‬ ‭de‬ ‭amostras‬
‭metalográficas‬‭e‬‭a‬‭avaliação‬‭de‬‭estruturas‬‭microestruturais‬‭em‬‭materiais‬‭metálicos.‬‭Tal‬‭norma‬
‭foi‬‭utilizada‬‭como‬‭base‬‭crucial‬‭para‬‭determinação‬‭dos‬‭critérios‬‭para‬‭preparar‬‭as‬‭duas‬‭amostras‬
‭para macrografia e micrografia.‬
‭ASTM‬ ‭E883‬ ‭Standard‬ ‭Guide‬ ‭for‬ ‭Reflected–Light‬ ‭Photomicrography-‬ ‭Esta‬ ‭norma‬
‭aborda‬ ‭os‬ ‭procedimentos‬ ‭de‬ ‭preparação‬ ‭de‬‭amostras‬‭metalográficas‬‭para‬‭análise‬‭quantitativa‬
‭de‬ ‭microestruturas,‬ ‭utilizando‬ ‭da‬ ‭luz‬ ‭refletida.‬ ‭Sendo‬ ‭adotada‬ ‭como‬ ‭principal‬ ‭norma‬ ‭para‬
‭analisar‬‭as‬‭microestruturas‬‭visualizadas‬‭a‬‭olho‬‭nu‬‭e‬‭lupa‬‭para‬‭macrografia,‬‭e‬‭microscópio‬‭para‬
‭micrografia.‬
‭ASTM‬ ‭E407‬ ‭Standard‬ ‭Practice‬ ‭for‬ ‭Microetching‬ ‭Metals‬ ‭and‬ ‭Alloys‬ ‭-‬ ‭Norma‬ ‭que‬
‭descreve‬ ‭os‬ ‭procedimentos‬ ‭de‬ ‭polimento‬ ‭e‬ ‭micro‬ ‭ataque‬ ‭de‬ ‭amostras‬ ‭metalográficas‬ ‭para‬
‭64‬

‭microscopia‬‭óptica.‬‭Tal‬‭norma‬‭foi‬‭utilizada‬‭como‬‭referência‬‭para‬‭práticas‬‭envolvendo‬‭o‬‭ataque‬
‭da microestrutura.‬
‭ASTM‬ ‭E112‬ ‭Standard‬ ‭Test‬ ‭Methods‬ ‭for‬ ‭Determining‬ ‭Average‬ ‭Grain‬ ‭Size‬ ‭-‬ ‭Norma‬
‭para‬ ‭determinar‬ ‭o‬ ‭tamanho‬ ‭médio‬ ‭dos‬ ‭grãos‬ ‭em‬ ‭materiais‬ ‭metálicos‬ ‭por‬ ‭meio‬ ‭de‬ ‭análise‬
‭metalográfica.‬ ‭Essa‬ ‭norma‬ ‭foi‬ ‭usada‬ ‭para‬ ‭conferir‬ ‭às‬ ‭amostras‬ ‭o‬ ‭máximo‬ ‭de‬ ‭qualidade‬ ‭no‬
‭momento‬ ‭das‬ ‭detecções‬ ‭e‬ ‭interpretações‬ ‭de‬ ‭resultados,‬ ‭seguindo‬ ‭o‬ ‭que‬ ‭foi‬ ‭determinado‬ ‭na‬
‭mesma.‬
‭ASTM‬ ‭E340‬ ‭Standard‬ ‭Practice‬ ‭for‬ ‭Macroetching‬ ‭Metals‬ ‭and‬ ‭Alloys‬ ‭-‬ ‭Norma‬ ‭que‬
‭fornece‬‭diretrizes‬‭para‬‭a‬‭análise‬‭de‬‭inclusões‬‭em‬‭aços‬‭e‬‭ferros‬‭fundidos.‬‭Esta‬‭norma‬‭descreve‬
‭procedimentos‬ ‭para‬ ‭a‬ ‭análise‬ ‭das‬ ‭fases‬ ‭presentes‬ ‭em‬ ‭materiais‬ ‭metálicos.‬ ‭Esta‬ ‭norma‬ ‭foi‬
‭utilizada para a caracterização das inclusões presentes nas amostras.‬
‭ASTM‬‭E1951-17:‬‭esta‬‭norma‬‭aborda‬‭métodos‬‭de‬‭determinação‬‭e‬‭análise‬‭de‬‭materiais‬
‭por‬ ‭intermédio‬ ‭do‬ ‭MEV.‬ ‭Esta‬ ‭norma‬ ‭foi‬ ‭utilizada‬ ‭para‬ ‭gerar‬ ‭imagens,‬ ‭com‬ ‭base‬ ‭em‬ ‭nossas‬
‭amostras, que foram capazes de serem analisadas e estudadas.‬
‭Figura 3.7 - Diferentes lixas para preparação de amostras‬

‭Fonte: Autor‬
‭Para a preparação das amostras foram utilizadas as lixas de granulometria, fazendo‬
‭desbaste nas lixas 100, 180, 220, 340 e 600.‬
‭65‬

‭Figura 3.8 - Lixadeira e politriz para acabamento de amostras‬

‭Fonte: Autor‬
‭O polimento foi realizado na lixadeira politriz modelo PLF em panos de algodão,‬
‭utilizando de alumina 1 𝜇m.‬

‭Figura 3.9 - Microscopio de Varredura Óptica (MEV) da marca Tescan e modelo VEGA 3‬
‭LMU‬

‭Fonte: Autor‬
‭66‬

‭3.5 Ensaios de Tração Subsize Specimen‬

‭A‬‭ASTM‬‭E8:‬‭Standard‬‭Test‬‭Methods‬‭for‬‭Tension‬‭Testing‬‭of‬‭Metallic‬‭Materials,‬‭é‬‭uma‬
‭norma‬ ‭amplamente‬ ‭utilizada‬ ‭para‬ ‭ensaios‬ ‭de‬ ‭tração‬ ‭em‬ ‭materiais‬ ‭metálicos,‬ ‭nosso‬ ‭ensaio‬
‭seguiu‬ ‭a‬ ‭metodologia‬ ‭estabelecida‬ ‭por‬ ‭esta‬ ‭norma.‬ ‭Não‬ ‭existem‬ ‭normas‬ ‭específicas‬ ‭para‬
‭subamostras,‬ ‭mas‬ ‭o‬ ‭documento‬ ‭prevê‬ ‭um‬ ‭corpo‬ ‭de‬ ‭prova‬ ‭subsize‬ ‭que‬ ‭foi‬ ‭adotado‬ ‭para‬ ‭a‬
‭realização‬ ‭dos‬ ‭ensaios.‬ ‭No‬ ‭caso‬ ‭deste‬ ‭estudo,‬ ‭foram‬ ‭ensaiados‬ ‭dois‬ ‭corpos‬ ‭de‬ ‭tração‬ ‭de‬
‭mesmas dimensões, para que fosse gerado uma média.‬

‭Figura 3.10 - Projeto de corpo de prova para ensaio de tração via CAD‬

‭Fonte: ASTM 370- 08a‬


‭67‬

‭Figura 3.11 - Corpo de prova gerada no software CAD em 3D‬

‭Fonte: Autor‬

‭Figura 3.11 - Fabricação dos corpos de prova de tração em uma fresadora CNC‬

‭Fonte: Autor‬
‭68‬

‭Figura 3.12 - Corpo de prova fixado em garras para execução do ensaio de tração em uma‬
‭máquina universal de ensaios de modelo de coluna dupla, modelo EMIC DL - 30000N‬

‭Fonte: Autor‬

‭3.6 Ensaio de dobramento - norma adaptada‬

‭A‬‭ASTM‬‭E290‬‭Standard‬‭Test‬‭Methods‬‭for‬‭Bend‬‭Testing‬‭of‬‭Material‬‭for‬‭Ductility:‬‭é‬‭a‬
‭norma‬‭que‬‭cobre‬‭os‬‭testes‬‭de‬‭flexão‬‭do‬‭material‬‭para‬‭ductilidade‬‭sob‬‭diferentes‬‭condições‬‭de‬
‭contorno.‬‭Nosso‬‭ensaio‬‭foi‬‭seguido‬‭utilizando‬‭esta‬‭norma‬‭e‬‭suas‬‭metodologias,‬‭contudo,‬‭nesta‬
‭não‬ ‭se‬ ‭foi‬ ‭possível‬ ‭aferir‬ ‭uma‬ ‭das‬‭dimensões‬‭padrões‬‭da‬‭norma,‬‭o‬‭comprimento,‬‭justamente‬
‭por‬ ‭isso‬ ‭foi‬ ‭necessário‬ ‭uma‬ ‭adaptação‬ ‭para‬ ‭gerar‬ ‭um‬ ‭relatório‬ ‭assertivo.‬ ‭Foram‬ ‭utilizados‬
‭cutelo‬‭e‬‭fosso‬‭especificado‬‭na‬‭norma.‬‭A‬‭prensa‬‭utilizada‬‭foi‬‭de‬‭20‬‭kN.‬‭No‬‭caso‬‭deste‬‭estudo,‬
‭foram‬ ‭ensaiados‬ ‭dois‬ ‭corpos‬ ‭de‬ ‭dobramento‬ ‭de‬ ‭mesmas‬ ‭dimensões,‬ ‭para‬ ‭que‬ ‭fosse‬ ‭gerado‬
‭uma média.‬
‭69‬

‭Figura 3.13- Projeto corpo de dobramento via CAD‬

‭Fonte: ASTM E290 - 09‬

‭Figura 3.14 - Equipamento para ensaio de dobramento de 3 pontas e corpo de prova anexado‬
‭em uma máquina universal de ensaios de modelo de coluna dupla‬

‭Fonte: Autor‬

‭3.7 Ensaio de Dureza Rockwell B‬

‭A‬ ‭ASTM‬ ‭E18‬ ‭é‬ ‭a‬ ‭norma‬ ‭para‬ ‭ensaios‬ ‭de‬ ‭dureza‬ ‭Rockwell.‬ ‭O‬ ‭método‬ ‭B‬ ‭é‬ ‭um‬ ‭dos‬
‭métodos‬‭definidos‬‭nesta‬‭norma.‬‭Nossos‬‭ensaios‬‭foram‬‭regidos‬‭por‬‭esta‬‭norma‬‭e‬‭a‬‭aplicação‬‭foi‬
‭direta‬‭em‬‭uma‬‭das‬‭seções‬‭previamente‬‭preparadas‬‭conforme‬‭metodologia‬‭requerida‬‭na‬‭norma‬
‭supracitada. o durômetro utilizado foi‬
‭70‬

‭Figura 3.15 - Durômetro digital para Rockwell B da marca Mitutoyo e modelo Durotwin-D‬
‭Plus DT-20D com corpo de prova no momento do ensaio‬

‭Fonte: Autor‬
‭71‬

‭4. RESULTADOS‬

‭4.1 Ensaios mecânicos‬

‭4.1.1 Ensaio de tração‬


‭Figura 4.1 - Relatório do ensaio de tração do corpo de prova 1‬

‭Fonte: Autor‬
‭72‬

‭Figura 4.2 - Medição do comprimento útil do corpo de prova 1 após ensaio.‬


‭Medida = 41,70 mm‬

‭Fonte: Autor‬
‭Figura 4.3 - Relatório do ensaio de tração do corpo de prova 2.‬

‭Fonte: Autor‬
‭73‬

‭Figura 4.4 - Medição do comprimento útil do corpo de prova 2 após ensaio‬


‭Medida = 41,2 mm‬

‭Fonte: Autor‬

‭Figura 4.5 - Gráfico comparativo do desempenho dos dois corpos de prova‬

‭Fonte: Autor‬
‭74‬

‭Figura 4.6 - Fotografia comparativa dos corpos de prova após os ensaios‬


‭Nota: o padrão de cores faz referência à Fig. 4.5‬

‭Fonte: Autor‬

‭4.1.2 Ensaio de dobramento‬

‭Figura 4.7 - Seções do corpo de prova de dobramento 1 (a,b) e 2 (c,d)‬

‭Fonte: Autor‬
‭75‬

‭4.1.3 Ensaio de dureza‬


‭Figuras 4.8 - dureza medida no polo superior (a), inferior (b), no centro da cantoneira (c) e‬
‭após ensaio (d)‬
‭Nota: a figura b equivale a 72 HRB, porém a frequência da câmera não captou o‬
‭número em questão.‬

‭Fonte: Autor‬
‭76‬

‭4.2 Ensaios metalográficos‬

‭4.2.2 Macrografia‬
‭Figura 4.9 - Macrografia para verificação da não existência de solda na cantoneira com nital‬
‭10%‬

‭Fonte: Autor‬
‭Figura 4.10 - Macrografia para verificação de solda na viga com nital a 10%‬

‭Fonte: Autor‬
‭77‬

‭4.2.3 Micrografia‬

‭Figura 4.11 - Micrografia ampliada em 100x para verificar inclusões na cantoneira com nital a‬
‭10%‬

‭Fonte: Autor‬

‭Figura 4.12 - Micrografia para verificar microestrutura na cantoneira ampliada em 100x e‬


‭200x respectivamente, com nital a 2%‬

‭Fonte: Autor‬
‭78‬

‭Figura 4.13 - Micrografia para verificar microestrutura na cantoneira ampliada em 400x com‬
‭nital a 2%‬

‭Fonte: Autor‬

‭Figura 4.14 - Micrografia para verificar microestrutura na viga ampliada em 100x com nital a‬
‭2%‬

‭Fonte: Autor‬
‭79‬

‭Figura 4.15 - Micrografia para verificar microestrutura na viga ampliada em 200x com nital a‬
‭2%‬

‭Fonte: Autor‬
‭80‬

‭Figura 4.16 - Micrografia para verificar microestrutura na viga ampliada em 400x com nital a‬
‭2%‬

‭Fonte: Autor‬
‭81‬

‭Figura 4.17 - Micrografia no MEV para verificar microestrutura na viga ampliada em 900x‬
‭com nital a 2%‬
‭Nota: a imagem ‘’a’’ refere-se a emissão de SE e a ‘’b’’ se refere a emissão de BSE‬

‭Fonte: Autor‬
‭82‬

‭Figura 4.18 - Micrografia no MEV para verificar lamelas na microestrutura da viga. Ampliada‬
‭em 2.00 kx com nital a 2%‬
‭Nota: a imagem ‘’a’’ refere-se a emissão de SE e a ‘’b’’ se refere a emissão de BSE‬

‭Fonte: Autor‬

‭5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS‬

‭5.1 Ensaios mecânicos‬

‭5.1.1 Ensaio de tração‬


‭Com‬‭efeito,‬‭os‬‭resultados‬‭do‬‭ensaio‬‭de‬‭tração‬‭demonstram‬‭definitivamente‬‭tratar-se‬‭de‬
‭um‬ ‭material‬ ‭dúctil,‬ ‭ou‬ ‭seja,‬ ‭de‬ ‭baixo‬ ‭carbono,‬ ‭característica‬ ‭essencial‬ ‭para‬ ‭aços‬ ‭estruturais‬
‭como o ASTM A-36.‬
‭Conforme‬‭presente‬‭nas‬‭Figura‬‭4.1‬‭e‬‭4.3‬‭,‬‭o‬‭ensaio‬‭aferiu‬‭uma‬‭tensão‬‭de‬‭escoamento‬‭de‬
‭300,57‬‭MPa‬ ‭e‬‭307,20‬‭MPa;‬‭um‬‭limite‬‭de‬‭resistência‬‭à‬‭tensão‬‭de‬‭453,95‬‭MPa‬‭e‬‭454,72‬‭MPa;‬‭e‬
‭uma‬ ‭tensão‬ ‭de‬ ‭ruptura‬ ‭de‬ ‭312,62‬ ‭MPa‬ ‭e‬ ‭309,52‬ ‭MPa,‬ ‭respectivamente,‬ ‭para‬ ‭os‬ ‭corpos‬ ‭de‬
‭prova‬ ‭1‬ ‭e‬ ‭2,‬ ‭quando‬ ‭comparados‬ ‭com‬ ‭os‬ ‭valores‬ ‭característicos‬ ‭para‬ ‭aço‬ ‭ASTM‬ ‭A-36,‬
‭presentes‬ ‭nas‬ ‭Tabelas‬ ‭2.1‬ ‭e‬ ‭2.2‬‭,‬ ‭percebe-se‬ ‭que‬ ‭os‬ ‭resultados‬ ‭obtidos‬ ‭estão‬ ‭perfeitamente‬
‭enquadrados no especificado desempenho esperado para o aço em questão.‬
‭83‬

‭Contudo,‬‭verificou-se‬‭que‬‭o‬‭alongamento‬‭percentual‬‭do‬‭corpo‬‭de‬‭prova‬‭foi‬‭superior‬‭ao‬
‭especificado‬ ‭na‬ ‭norma.‬ ‭Após‬ ‭o‬ ‭ensaio,‬ ‭aferiu-se‬ ‭uma‬ ‭deformação‬ ‭de‬ ‭14,96‬ ‭mm‬ ‭para‬ ‭o‬
‭primeiro‬ ‭corpo‬ ‭de‬ ‭prova‬ ‭e‬ ‭15,57‬ ‭mm‬ ‭para‬ ‭o‬ ‭segundo,‬ ‭os‬ ‭quais‬ ‭aplicados‬ ‭em‬ ‭uma‬ ‭média‬
‭simples‬‭resultam‬‭em‬‭15,26‬‭mm.‬‭Em‬‭posse‬‭desses‬‭números,‬‭e‬‭sabendo‬‭o‬‭comprimento‬‭inicial,‬
‭o‬ ‭qual‬ ‭era‬‭de‬‭25,08‬‭mm,‬‭procederam-se‬‭os‬‭seguinte‬‭cálculos,‬‭para‬‭obtenção‬‭do‬‭alongamento‬
‭percentual %AL:‬

‭%‬‭𝐴𝐿‬ = ( ) × ‭100‬ = (
‭ ‭𝐿
Δ ‬‬
‭𝐿𝑜‬
‭ 5‬,‭26‬
1
‭25‬.‭08‬ ) × ‭100‬ = ‭60‬, ‭84%‬
‭É‬ ‭evidente‬ ‭que‬ ‭esse‬ ‭valor,‬ ‭embora‬ ‭represente‬‭uma‬‭ductilidade‬‭excelente‬‭para‬‭um‬‭aço‬
‭estrutural,‬ ‭excede‬ ‭o‬ ‭esperado‬ ‭para‬ ‭um‬ ‭aço‬ ‭ASTM‬ ‭A-36.‬ ‭Desse‬ ‭modo,‬ ‭abre-se‬ ‭a‬ ‭seguinte‬
‭hipótese,‬ ‭o‬ ‭material‬ ‭pode‬ ‭ter‬ ‭passado‬ ‭por‬ ‭um‬ ‭tratamento‬ ‭térmico‬ ‭de‬ ‭recristalização‬ ‭após‬
‭laminação visando aumento de ductilidade‬
‭Com‬‭efeito,‬‭esse‬‭tipo‬‭de‬‭metal‬‭é‬‭fabricado‬‭por‬‭conformação‬‭mecânica,‬‭notadamente‬‭a‬
‭laminação,‬ ‭a‬ ‭qual‬ ‭confere‬ ‭ao‬ ‭material‬ ‭uma‬‭variação‬‭nas‬‭propriedades‬‭a‬‭depender‬‭da‬‭direção‬
‭em que estas são avaliadas.‬
‭De‬‭qualquer‬‭modo,‬‭não‬‭é‬‭irrazoável‬‭afirmar,‬‭diante‬‭das‬‭evidências‬‭anteriores,‬‭tratar-se‬
‭de‬ ‭um‬ ‭aço‬ ‭com‬ ‭ótima‬ ‭ductilidade.‬ ‭Como‬ ‭exaltado‬ ‭na‬ ‭revisão‬ ‭bibliográfica,‬ ‭em‬ ‭especial‬ ‭o‬
‭Capítulo‬ ‭2.9‬‭,‬ ‭essa‬ ‭é‬ ‭uma‬ ‭das‬ ‭principais‬ ‭características‬ ‭para‬ ‭um‬ ‭aço‬ ‭estrutural‬ ‭ASTM‬‭A-36,‬
‭devido‬‭a‬‭natureza‬‭dos‬‭esforços‬‭ao‬‭qual‬‭será‬‭submetido‬‭em‬‭suas‬‭aplicações‬‭e‬‭visando‬‭garantir‬‭a‬
‭integridade‬ ‭da‬ ‭estrutura,‬ ‭que‬ ‭certamente‬ ‭se‬ ‭deformará‬ ‭bastante‬ ‭antes‬ ‭de‬ ‭romper,‬ ‭cumprindo‬
‭seu papel requerido nas condições de projetos citadas na revisão bibliográfica.‬

‭5.1.2 Ensaio de dobramento‬


‭Com‬ ‭relação‬ ‭aos‬ ‭ensaios‬‭de‬‭dobramento‬‭efetuados‬‭em‬‭ambos‬‭corpos‬‭de‬‭prova‬‭e‬‭uma‬
‭análise‬ ‭visual,‬ ‭foi‬ ‭utilizada‬ ‭somente‬ ‭a‬ ‭norma‬ ‭ASTM‬ ‭E290‬ ‭-‬ ‭09.‬ ‭Não‬ ‭foram‬ ‭evidenciados‬
‭presença‬‭de‬‭trincas‬‭após‬‭dobramento‬‭dos‬‭corpos‬‭de‬‭prova‬‭conforme‬‭Figura‬‭4.7‬‭,‬‭o‬‭que‬‭por‬‭sua‬
‭vez‬ ‭é‬ ‭o‬ ‭esperado‬ ‭devido‬ ‭ao‬ ‭fato‬ ‭deste‬ ‭ser‬ ‭um‬ ‭aço‬ ‭estrutural‬ ‭amplamente‬ ‭utilizado‬ ‭por‬ ‭suas‬
‭importantes‬‭performances‬‭em‬‭ductibilidade‬‭e‬‭flexão‬‭em‬‭geral.‬‭Não‬‭obstante,‬‭ambos‬‭os‬‭corpos‬
‭de‬ ‭prova‬ ‭apresentaram‬ ‭uma‬ ‭deformação‬ ‭aparente‬ ‭(flecha),‬ ‭sendo‬ ‭o‬ ‭primeiro‬ ‭de‬ ‭4,4‬ ‭mm‬‭e‬‭o‬
‭segundo‬ ‭de‬ ‭4,0‬ ‭mm.‬ ‭O‬ ‭ensaio‬ ‭foi‬ ‭interrompido‬ ‭antes‬ ‭que‬ ‭houvesse‬‭mais‬‭tensão,‬‭justamente‬
‭por‬ ‭conta‬ ‭da‬ ‭limitação‬ ‭da‬ ‭máquina‬ ‭de‬ ‭não‬ ‭ultrapassar‬‭20‬‭kN‬‭e‬‭pela‬‭falta‬‭de‬‭segurança,‬‭com‬
‭possibilidade‬ ‭de‬ ‭escape‬ ‭do‬ ‭CP‬ ‭durante‬ ‭o‬ ‭ensaio,‬ ‭pois‬ ‭os‬ ‭corpos‬ ‭de‬ ‭prova‬ ‭estavam‬
‭escorregando de seus pontos de apoio.‬
‭84‬

‭5.1.3 Ensaio de dureza‬


‭No‬‭que‬‭tange‬‭aos‬‭ensaios‬‭de‬‭dureza‬‭na‬‭cantoneira,‬‭foram‬‭realizadas‬‭penetrações‬‭em‬‭3‬
‭pontos‬ ‭diferentes,‬ ‭como‬ ‭presente‬ ‭na‬ ‭Figura‬ ‭4.7‬‭,‬ ‭uma‬ ‭média‬ ‭foi‬ ‭gerada‬ ‭com‬ ‭o‬ ‭intuito‬ ‭de‬
‭fornecer‬ ‭uma‬ ‭relação‬ ‭com‬ ‭a‬ ‭Tabela‬‭2.7‬‭que,‬‭por‬‭conseguinte,‬‭o‬‭resultado‬‭foi‬‭igual‬‭a‬‭70,8‬‭de‬
‭dureza Rockwell B.‬
‭Visto‬ ‭que‬ ‭nossa‬ ‭revisão‬ ‭bibliográfica‬ ‭demonstra‬ ‭resultados‬ ‭de‬ ‭ensaio‬ ‭em‬ ‭dureza‬
‭Brinell,‬‭foi-se‬‭necessário‬‭fazer‬‭uma‬‭conversão‬‭utilizando‬‭a‬‭Tabela‬‭2.7‬‭e,‬‭segundo‬‭esta,‬‭o‬‭valor‬
‭mais‬ ‭próximo‬ ‭de‬‭nosso‬‭resultado‬‭equivale‬‭justamente‬‭ao‬‭71‬‭HRB,‬‭que‬‭corresponde‬‭127‬‭HB.‬
‭Dado‬ ‭o‬ ‭fato‬ ‭e‬ ‭apontando‬ ‭novamente‬ ‭à‬ ‭revisão‬ ‭bibliográfica,‬ ‭é‬ ‭possível‬ ‭perceber‬ ‭que‬ ‭o‬
‭resultado‬ ‭praticamente‬ ‭coincide‬ ‭com‬ ‭a‬ ‭dureza‬ ‭prevista,‬ ‭estando‬ ‭atrás‬ ‭por‬ ‭apenas‬ ‭3‬ ‭pontos‬
‭adimensionais.‬
‭Não‬‭obstante,‬‭traduzindo‬‭o‬‭valor‬‭de‬‭dureza‬‭para‬‭a‬‭resistência‬‭à‬‭tração‬‭em‬‭MPa‬‭com‬‭a‬
‭mesma‬ ‭tabela,‬ ‭é‬ ‭possível‬ ‭aferir‬ ‭que‬ ‭o‬ ‭resultado‬ ‭será‬ ‭de‬ ‭aproximadamente‬ ‭425MPa,‬ ‭o‬ ‭que,‬
‭segundo‬ ‭diversos‬ ‭autores‬ ‭no‬ ‭Capítulo‬ ‭2.4‬‭,‬ ‭coincide‬ ‭com‬ ‭os‬ ‭valores‬ ‭estimados‬ ‭para‬ ‭o‬ ‭aço‬
‭ASTM A-36.‬

‭5.2 Ensaios Metalográficos‬

‭5.2.1 Macrografias‬
‭Em‬ ‭vista‬ ‭dos‬ ‭resultados‬ ‭apresentados‬ ‭ao‬ ‭longo‬ ‭deste‬ ‭trabalho,‬ ‭especificamente‬ ‭no‬
‭capítulo‬ ‭anterior,‬ ‭torna-se‬ ‭evidente‬ ‭a‬ ‭ausência‬ ‭de‬ ‭solda‬ ‭no‬ ‭processo‬ ‭de‬ ‭fabricação‬‭tanto‬‭das‬
‭vigas‬‭quanto‬‭das‬‭cantoneiras,o‬‭que‬‭indica‬‭que‬‭essas‬‭peças‬‭foram‬‭laminadas.‬‭Esta‬‭constatação‬
‭coincide‬ ‭com‬ ‭as‬ ‭informações‬ ‭discutidas‬ ‭nos‬ ‭Capítulos‬ ‭2.7‬ ‭e‬ ‭2.8‬‭,‬ ‭onde‬ ‭foram‬ ‭detalhadas‬ ‭as‬
‭técnicas e métodos de produção desses elementos estruturais.‬
‭No‬ ‭contexto‬ ‭das‬ ‭estruturas‬ ‭metálicas,‬ ‭a‬ ‭não‬ ‭presença‬ ‭de‬ ‭solda‬ ‭em‬ ‭elementos‬ ‭como‬
‭cantoneiras‬ ‭e‬ ‭vigas‬ ‭não‬ ‭apenas‬ ‭simplifica‬ ‭o‬ ‭processo‬ ‭de‬ ‭fabricação,‬ ‭mas‬ ‭também‬ ‭contribui‬
‭para‬ ‭a‬ ‭integridade‬ ‭estrutural‬ ‭e‬ ‭durabilidade‬‭das‬‭estruturas‬‭construídas.‬‭Além‬‭disso,‬‭a‬‭adoção‬
‭de‬‭métodos‬‭que‬‭evitam‬‭a‬‭necessidade‬‭de‬‭soldagem‬‭está‬‭alinhada‬‭com‬‭as‬‭tendências‬‭atuais‬‭de‬
‭otimização‬ ‭de‬ ‭custos‬ ‭e‬ ‭tempo‬‭de‬‭produção,‬‭tornando-se‬‭uma‬‭prática‬‭relevante‬‭na‬‭engenharia‬
‭de estruturas metálicas.‬
‭Neste‬ ‭sentido,‬ ‭os‬ ‭resultados‬ ‭discutidos‬ ‭neste‬ ‭trabalho‬ ‭reforçam‬ ‭a‬ ‭importância‬ ‭da‬
‭seleção‬‭adequada‬‭dos‬‭métodos‬‭de‬‭fabricação‬‭de‬‭cantoneiras‬‭e‬‭vigas,‬‭levando‬‭em‬‭consideração‬
‭85‬

‭não‬ ‭apenas‬ ‭os‬ ‭requisitos‬ ‭de‬ ‭desempenho,‬ ‭mas‬ ‭também‬ ‭a‬ ‭economia‬ ‭e‬ ‭a‬ ‭qualidade‬ ‭da‬
‭construção.‬‭A‬‭ausência‬‭de‬‭solda‬‭em‬‭nossas‬‭amostras‬‭evidencia‬‭que‬‭tais‬‭elementos‬‭estruturais‬
‭podem‬ ‭ser‬ ‭utilizados‬ ‭de‬ ‭forma‬ ‭viável‬ ‭para‬ ‭a‬ ‭indústria‬‭da‬‭construção‬‭mecânica‬‭e‬‭civil,‬‭como‬
‭evidenciado‬ ‭nas‬ ‭estruturas‬ ‭do‬ ‭Instituto‬ ‭Federal‬ ‭da‬ ‭Bahia‬ ‭(IFBA)‬ ‭-‬ ‭Campus‬ ‭Salvador‬
‭apresentadas‬ ‭no‬ ‭Capítulo‬ ‭2.9‬ ‭em‬ ‭estruturas‬ ‭de‬ ‭forma‬ ‭segura,‬ ‭eficiente‬ ‭e‬ ‭economicamente‬
‭viável.‬

‭5.2.2 Micrografias‬
‭Partindo‬ ‭para‬ ‭discussão‬ ‭de‬ ‭resultados‬‭micrográficos‬‭da‬‭viga,‬‭os‬‭resultados‬‭obtidos‬‭na‬
‭presente‬‭pesquisa,‬‭especificamente‬‭na‬‭Figura‬‭4.11‬‭,‬‭revelam‬‭a‬‭utilização‬‭de‬‭uma‬‭ampliação‬‭de‬
‭100x‬ ‭em‬ ‭um‬ ‭microscópio‬ ‭óptico‬ ‭com‬ ‭ataque‬ ‭de‬ ‭nital‬ ‭a‬ ‭10%,‬ ‭conforme‬ ‭recomendado‬ ‭pela‬
‭norma‬‭ASTM‬‭E45‬‭para‬‭verificação‬‭do‬‭nível‬‭de‬‭inclusões,‬‭visto‬‭que‬‭essa‬‭técnica‬‭é‬‭fundamental‬
‭para‬ ‭a‬ ‭avaliação‬ ‭do‬ ‭grau‬ ‭de‬ ‭pureza‬ ‭do‬ ‭aço.‬ ‭A‬ ‭análise,‬ ‭de‬ ‭acordo‬ ‭com‬‭a‬‭Tabela‬‭2.9‬‭,‬‭permite‬
‭classificar‬ ‭o‬ ‭aço‬ ‭da‬ ‭cantoneira‬ ‭como‬ ‭DG4,‬ ‭indicando‬ ‭a‬ ‭presença‬ ‭de‬‭inclusões‬‭do‬‭tipo‬‭óxido‬
‭globular.‬ ‭Essa‬ ‭característica‬ ‭denota‬ ‭uma‬ ‭alta‬ ‭resistência‬ ‭à‬ ‭fadiga‬ ‭e‬ ‭uma‬ ‭melhoria‬ ‭na‬
‭ductilidade‬ ‭das‬ ‭placas,‬ ‭particularmente‬ ‭quando‬ ‭o‬ ‭teor‬ ‭de‬ ‭enxofre‬ ‭é‬ ‭reduzido‬ ‭e‬ ‭a‬ ‭forma‬ ‭das‬
‭inclusões‬‭favorece‬‭a‬‭predominância‬‭das‬‭globulares‬‭em‬‭detrimento‬‭das‬‭alongadas.‬‭Esse‬‭cenário‬
‭resulta‬ ‭em‬ ‭um‬ ‭aumento‬ ‭significativo‬ ‭da‬ ‭resistência‬ ‭ao‬ ‭rasgamento‬ ‭lamelar,‬‭como‬‭demonstra‬
‭nossa amostra.‬
‭É‬ ‭relevante‬ ‭observar‬ ‭que‬ ‭a‬ ‭tenacidade‬ ‭à‬ ‭fratura‬ ‭de‬ ‭aços‬ ‭de‬ ‭ultra-alta‬ ‭resistência‬
‭mecânica‬‭é‬‭sensível‬‭ao‬‭espaçamento‬‭e‬‭à‬‭fração‬‭volumétrica‬‭das‬‭inclusões.‬‭A‬‭redução‬‭do‬‭teor‬
‭de‬ ‭inclusões‬ ‭proporciona‬ ‭maior‬ ‭resistência‬ ‭à‬ ‭nucleação‬ ‭de‬ ‭vazios,‬ ‭o‬ ‭que,‬ ‭por‬ ‭sua‬ ‭vez,‬
‭aprimora‬ ‭as‬ ‭propriedades‬ ‭mecânicas‬ ‭dos‬ ‭aços.‬ ‭A‬ ‭diminuição‬ ‭do‬ ‭teor‬ ‭de‬ ‭enxofre,‬ ‭e,‬
‭consequentemente,‬ ‭a‬ ‭redução‬ ‭da‬ ‭presença‬ ‭de‬ ‭sulfetos‬ ‭de‬ ‭manganês,‬ ‭pode‬ ‭melhorar‬ ‭a‬
‭tenacidade‬ ‭à‬ ‭fratura‬ ‭dos‬ ‭aços.‬ ‭As‬ ‭amostras‬ ‭apresentam‬ ‭baixa‬ ‭quantidade‬ ‭de‬ ‭inclusões‬
‭alongadas de sulfetos, conforme a‬‭Figura 4.11‬‭.‬
‭As‬ ‭Figuras‬ ‭4.12‬ ‭e‬ ‭4.13‬‭,‬ ‭que‬ ‭apresentam‬ ‭micrografias‬ ‭atacadas‬ ‭com‬ ‭nital‬ ‭a‬ ‭2%,‬
‭mostrando‬‭o‬‭tamanho‬‭do‬‭grão‬‭austenítico.‬‭A‬‭análise‬‭de‬‭acordo‬‭com‬‭a‬‭Tabela‬‭2.8‬‭revela‬‭que‬‭se‬
‭trata‬ ‭da‬ ‭estrutura‬ ‭TG8‬ ‭(+/-‬ ‭22,50‬ ‭μm),‬ ‭caracterizada‬ ‭por‬ ‭grãos‬ ‭menores.‬ ‭Essa‬ ‭estrutura‬
‭contribui‬‭para‬‭o‬‭aumento‬‭da‬‭resistência‬‭mecânica‬‭do‬‭material‬‭devido‬‭ao‬‭pequeno‬‭tamanho‬‭de‬
‭grão,‬ ‭tornando-o‬ ‭mais‬ ‭adequado‬ ‭para‬ ‭aplicações‬ ‭em‬ ‭que‬ ‭a‬ ‭resistência‬ ‭mecânica‬ ‭é‬ ‭uma‬
‭prioridade.‬
‭86‬

‭No‬‭que‬‭diz‬‭respeito‬‭às‬‭Figuras‬‭4.14‬‭e‬‭4.15‬‭e‬‭4.16‬‭,‬‭que‬‭abrangem‬‭a‬‭micrografia‬‭da‬‭viga,‬
‭é‬ ‭notável‬ ‭a‬ ‭manutenção‬ ‭das‬ ‭mesmas‬ ‭configurações‬ ‭de‬ ‭resultado‬ ‭em‬ ‭relação‬ ‭ao‬ ‭tamanho‬ ‭de‬
‭grãos‬‭da‬‭cantoneira,‬‭sendo‬‭TG8‬‭e‬‭DG4‬‭para‬‭inclusões.‬‭Isso‬‭sugere‬‭que‬‭a‬‭qualidade‬‭do‬‭material‬
‭utilizado‬ ‭na‬ ‭viga‬ ‭também‬ ‭é‬ ‭condizente‬ ‭com‬ ‭as‬ ‭diretrizes‬ ‭da‬ ‭norma‬ ‭ASTM‬ ‭E45,‬
‭proporcionando‬ ‭vantagens‬ ‭em‬ ‭termos‬ ‭de‬ ‭resistência‬ ‭à‬ ‭fadiga,‬ ‭ductilidade,‬ ‭resistência‬ ‭ao‬
‭rasgamento‬‭lamelar‬‭e‬‭tenacidade‬‭à‬‭fratura.‬‭Ainda‬‭sobre‬‭isso‬‭nota-se‬‭microestruturas‬‭de‬‭ferrita‬
‭e perlita tanto nas micrografias da viga, como nas da cantoneira.‬
‭Nas‬ ‭Figuras‬ ‭4.17‬ ‭e‬ ‭4.18‬‭,‬ ‭que‬ ‭apresentam‬ ‭as‬ ‭micrografias‬ ‭praticadas‬ ‭no‬ ‭MEV,‬ ‭é‬
‭possível‬ ‭notar‬‭de‬‭fato‬‭que‬‭há‬‭o‬‭evidenciamento‬‭da‬‭microestrutura‬‭ferrita‬‭e‬‭perlita‬‭na‬‭imagem‬
‭‘’b’’‬ ‭das‬ ‭duas‬ ‭figuras,‬ ‭justamente‬ ‭por‬ ‭conta‬ ‭do‬ ‭ataque‬ ‭químico‬ ‭feito‬ ‭anteriormente‬ ‭e‬ ‭pela‬
‭emissão‬‭de‬‭elétrons‬‭retroespalhados,‬‭no‬‭qual‬‭ambos‬‭fornecem‬‭uma‬‭visualização‬‭propícia‬‭para‬
‭análises,‬ ‭o‬ ‭que‬ ‭coincide‬ ‭com‬ ‭os‬ ‭outros‬ ‭resultados‬ ‭supracitados.‬ ‭Além‬ ‭do‬ ‭fato‬ ‭exposto,‬ ‭ao‬
‭analisar‬ ‭mais‬ ‭profundamente‬ ‭a‬ ‭Figura‬ ‭4.18‬‭,‬ ‭mais‬ ‭especificamente‬ ‭a‬ ‭imagem‬ ‭‘’a’’,‬ ‭onde‬ ‭há‬
‭apenas‬ ‭a‬ ‭emissão‬ ‭de‬ ‭elétrons‬ ‭secundários,‬ ‭é‬ ‭possível‬ ‭aferir‬ ‭a‬ ‭presença‬ ‭de‬ ‭lamelas‬ ‭nas‬
‭estruturas de perlita, o que então é uma característica notável no aço ASTM A-36.‬
‭Análogo‬‭a‬‭isso,‬‭os‬‭resultados‬‭apresentados‬‭nas‬‭micrografias,‬‭nas‬‭análises‬‭metalúrgicas‬
‭e‬‭ensaios‬‭mecânicos‬‭evidenciam‬‭a‬‭qualidade‬‭do‬‭aço‬‭ASTM‬‭A-36‬‭utilizado‬‭na‬‭fabricação‬‭tanto‬
‭da‬‭cantoneira‬‭quanto‬‭da‬‭viga.‬‭A‬‭conformidade‬‭com‬‭as‬‭normas‬‭ASTM‬‭E45‬‭e‬‭as‬‭características‬
‭das‬‭inclusões‬‭e‬‭dos‬‭grãos‬‭austeníticos,‬‭indicam‬‭que‬‭o‬‭material‬‭possui‬‭propriedades‬‭mecânicas‬
‭desejáveis,‬ ‭o‬ ‭que‬ ‭é‬ ‭fundamental‬ ‭para‬ ‭garantir‬ ‭o‬ ‭desempenho‬ ‭adequado‬ ‭desses‬‭componentes‬
‭estruturais‬ ‭em‬ ‭aplicações‬ ‭reais.‬ ‭Essa‬ ‭pesquisa‬ ‭contribui‬ ‭significativamente‬ ‭para‬ ‭o‬
‭conhecimento‬ ‭da‬ ‭influência‬ ‭das‬ ‭características‬ ‭metalúrgicas‬ ‭no‬ ‭comportamento‬ ‭do‬ ‭aço‬ ‭em‬
‭aplicações‬ ‭estruturais‬ ‭e‬ ‭pode‬ ‭orientar‬‭escolhas‬‭mais‬‭informadas‬‭na‬‭seleção‬‭de‬‭materiais‬‭para‬
‭futuros projetos.‬
‭87‬

‭6. CONCLUSÃO‬

‭O‬‭ASTM‬‭A-36‬‭é‬‭um‬‭aço‬‭estrutural,‬‭ou‬‭seja,‬‭utilizado‬‭na‬‭fabricação,‬‭sumariamente,‬‭de‬
‭vigas‬ ‭e‬ ‭cantoneiras‬ ‭que‬ ‭sustentarão‬ ‭estruturas‬ ‭metálicas‬ ‭diversas.‬ ‭Diante‬ ‭da‬‭natureza‬‭de‬‭sua‬
‭aplicação,‬ ‭faz-se‬ ‭necessário‬ ‭que‬ ‭seja‬ ‭um‬ ‭aço‬ ‭de‬ ‭razoável‬ ‭resistência‬ ‭mecânica‬ ‭e‬ ‭dureza,‬
‭apresente‬ ‭boa‬ ‭ductilidade‬ ‭e‬ ‭soldabilidade,‬ ‭bem‬ ‭como‬ ‭seja‬ ‭capaz‬ ‭de‬ ‭resistir‬ ‭a‬ ‭esforços‬
‭cisalhantes‬ ‭e‬ ‭fletores.‬ ‭Nesse‬ ‭contexto,‬ ‭a‬ ‭utilização‬ ‭de‬ ‭ensaios‬ ‭mecânicos‬ ‭e‬ ‭metalográficos‬ ‭é‬
‭prática‬ ‭corrente‬ ‭na‬ ‭indústria,‬ ‭visando‬ ‭comprovar‬ ‭as‬ ‭características‬ ‭exigidas‬ ‭e‬ ‭garantir‬ ‭a‬
‭segurança do projeto estrutural.‬
‭Para‬‭tal‬‭fim,‬‭o‬‭presente‬‭trabalho‬‭buscou‬‭ancorar-se‬‭em‬‭extenso‬‭repertório‬‭teórico,‬‭tanto‬
‭nacional‬ ‭quanto‬ ‭internacional,‬ ‭com‬ ‭o‬ ‭fito‬ ‭de‬ ‭obter‬ ‭sólida‬ ‭base‬ ‭no‬ ‭desenvolvimento‬ ‭de‬ ‭suas‬
‭atividades.‬‭Outrossim,‬‭a‬‭direção‬‭dos‬‭ensaios,‬‭desde‬‭o‬‭projeto‬‭das‬‭amostras,‬‭sua‬‭preparação‬‭e‬‭a‬
‭realização‬ ‭de‬ ‭fato,‬ ‭seguiu‬ ‭normas‬ ‭amplamente‬ ‭utilizadas‬ ‭em‬ ‭todo‬ ‭o‬ ‭globo,‬ ‭reservando-se‬ ‭o‬
‭direito‬ ‭de‬ ‭aplicar‬ ‭pequenas‬ ‭alterações‬ ‭diante‬ ‭de‬ ‭especificidades‬ ‭do‬ ‭meio.‬ ‭Assim‬ ‭sendo,‬ ‭o‬
‭referencial‬ ‭teórico‬ ‭e‬ ‭normativo‬ ‭garante‬ ‭a‬ ‭padronização‬ ‭dos‬ ‭testes‬ ‭com‬ ‭os‬‭praticados‬‭mundo‬
‭afora.‬ ‭Com‬ ‭efeito,‬ ‭os‬ ‭resultados‬ ‭obtidos‬ ‭corroboram‬ ‭a‬ ‭teoria.‬ ‭Os‬ ‭ensaios‬ ‭mecânicos‬
‭demonstraram,‬ ‭de‬ ‭modo‬‭quantitativo,‬‭por‬‭meio‬‭dos‬‭ensaios‬‭de‬‭tração‬‭e‬‭dureza,‬ ‭a‬‭adequação‬
‭da‬‭amostra‬‭às‬‭características‬‭mecânicas‬‭do‬‭aço‬‭ASTM‬‭A-36,‬‭especialmente‬‭boa‬‭resistência‬‭e‬
‭alta‬‭ductilidade.‬‭Ainda,‬‭uma‬‭análise‬‭mais‬‭qualitativa,‬‭caso‬‭do‬‭ensaio‬‭de‬‭dobramento,‬‭enfatizou‬
‭essa última, devido ao não aparecimento de trincas.‬
‭Ainda‬‭nessa‬‭proposta,‬‭os‬‭resultados‬‭metalográficos‬‭permitiram‬‭uma‬‭boa‬‭caracterização‬
‭do‬ ‭modo‬ ‭de‬ ‭fabricação‬ ‭e‬ ‭da‬ ‭microestrutura‬ ‭da‬ ‭amostra.‬ ‭Em‬ ‭verdade,‬‭o‬‭ensaio‬‭macrográfico‬
‭comprovou‬ ‭eficazmente‬‭a‬‭ausência‬‭do‬‭cordão‬‭de‬‭solda‬‭na‬‭viga,‬‭evidenciando‬‭tratar-se‬‭de‬‭um‬
‭perfil‬ ‭laminado.‬ ‭Paralelamente,‬ ‭a‬ ‭micrografia‬‭permitiu,‬‭por‬‭meio‬‭da‬‭avaliação‬‭de‬‭inclusões‬‭e‬
‭do‬ ‭tamanho‬ ‭do‬ ‭grão‬ ‭austenítico,‬ ‭traçar‬‭a‬‭correlação‬‭entre‬‭a‬‭microestrutura‬‭e‬‭as‬‭propriedades‬
‭mecânicas ensaiadas.‬
‭Destarte,‬ ‭percebe-se‬ ‭que‬ ‭a‬ ‭utilização‬ ‭de‬ ‭ensaios‬ ‭mecânicos‬ ‭e‬ ‭metalográficos‬ ‭para‬
‭caracterização‬ ‭de‬ ‭material‬‭é‬‭prática‬‭não‬‭só‬‭historicamente‬‭testada,‬‭como‬‭também‬‭atualmente‬
‭eficaz.‬ ‭De‬ ‭fato,‬ ‭o‬ ‭êxito‬ ‭do‬ ‭presente‬ ‭trabalho‬ ‭atesta‬ ‭a‬ ‭funcionalidade‬ ‭dessa‬ ‭prática.‬ ‭Por‬ ‭fim,‬
‭ressalta-se‬ ‭o‬ ‭papel‬ ‭de‬ ‭experiências‬ ‭como‬ ‭essa‬ ‭no‬ ‭desenvolvimento‬ ‭acadêmico‬ ‭dos‬ ‭autores,‬
‭revelando‬ ‭a‬ ‭importância‬‭de‬‭sua‬‭difusão‬‭no‬‭meio‬‭docente‬‭e‬‭da‬‭sua‬‭interdisciplinaridade‬‭que‬‭o‬
‭presente trabalho corroborou em sua confecção.‬
‭88‬

‭7. TRABALHOS COMPLEMENTARES‬

‭O‬ ‭desenvolvimento‬ ‭de‬ ‭um‬ ‭Atividade‬ ‭de‬ ‭Conclusão‬ ‭de‬ ‭Curso‬ ‭(ACC)‬ ‭muitas‬ ‭vezes‬
‭envolve‬ ‭a‬ ‭utilização‬ ‭de‬ ‭análises‬ ‭detalhadas‬ ‭para‬ ‭identificar‬ ‭a‬ ‭composição‬ ‭química‬ ‭dos‬
‭materiais‬ ‭em‬ ‭estudo.‬ ‭Uma‬ ‭das‬ ‭técnicas‬ ‭mais‬ ‭comuns‬ ‭é‬ ‭justamente‬ ‭a‬ ‭Difração‬ ‭de‬ ‭Raios-X‬
‭(DRX),‬ ‭que‬ ‭fornece‬ ‭informações‬ ‭essenciais‬ ‭sobre‬ ‭a‬ ‭estrutura‬ ‭e‬ ‭a‬‭composição‬‭dos‬‭materiais.‬
‭No‬ ‭entanto,‬ ‭em‬ ‭algumas‬ ‭situações,‬ ‭a‬ ‭execução‬ ‭desse‬ ‭ensaio‬ ‭foi‬ ‭comprometida‬ ‭devido‬ ‭a‬
‭problemas na máquina e equipamento, como avarias ou necessidade de manutenção periódica.‬
‭Nas‬‭circunstâncias‬‭de‬‭ACC‬‭foi‬‭estritamente‬‭necessário‬‭identificar‬‭a‬‭estrutura‬‭cristalina‬
‭e‬ ‭química‬ ‭dos‬ ‭materiais‬‭através‬‭de‬‭amostras,‬‭o‬‭que‬‭infelizmente‬‭não‬‭foi‬‭possível‬‭de‬‭ser‬‭feito‬
‭por‬ ‭questões‬ ‭logísticas‬ ‭envolvendo‬ ‭o‬ ‭maquinado‬ ‭acadêmico.‬ ‭É‬ ‭necessário‬ ‭mencionar‬ ‭que‬
‭através‬ ‭desses‬ ‭ensaios‬ ‭e‬ ‭métodos‬ ‭seria‬ ‭possível‬ ‭esmiuçar‬ ‭quais‬ ‭seriam‬ ‭os‬ ‭relatórios‬ ‭e‬
‭consequentemente‬ ‭os‬ ‭motivos‬ ‭que‬ ‭levaram‬ ‭a‬ ‭determinadas‬ ‭resultados‬ ‭destoantes,‬ ‭como‬ ‭no‬
‭ensaio‬ ‭de‬ ‭tração,‬ ‭em‬ ‭que‬ ‭não‬ ‭se‬ ‭evidencia‬ ‭se‬ ‭tal‬ ‭resultado‬ ‭tem‬ ‭relação‬ ‭a‬ ‭eventuais‬ ‭dúvidas‬
‭como‬ ‭o‬ ‭processo‬ ‭de‬ ‭fabricação‬ ‭das‬ ‭vigas‬ ‭e‬ ‭cantoneiras,‬ ‭incluindo‬ ‭eventuais‬ ‭tratamentos‬
‭térmicos‬‭como:‬‭têmpera,‬‭revenimento,‬‭normalização,‬‭recozimento,‬‭cementação,‬‭encruamento,‬
‭recozimento isotérmico, envelhecimento, etc.‬
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