Estudo Dirigido I - Metodologia Científica - 2023

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 7

ASPECTOS TEÓRICOS E CONCEITUAIS DA METODOLOGIA CIENTÍFICA

1. Defina metodologia científica, considerando os significados de método e de ciência.

Para Fonseca (2002), methodos significa organização, e logos, estudo sistemático,


pesquisa, investigação; ou seja, metodologia é o estudo da organização, dos caminhos
a serem percorridos, para se realizar uma pesquisa ou um estudo, ou para se fazer
ciência. Etimologicamente, significa o estudo dos caminhos, dos instrumentos utilizados
para fazer uma pesquisa científica.
É importante salientar a diferença entre metodologia e métodos. A metodologia se
interessa pela validade do caminho escolhido para se chegar ao fim proposto
pela pesquisa; portanto, não deve ser confundida com o conteúdo (teoria) nem com
os procedimentos (métodos e técnicas). Dessa forma, a metodologia vai além da
descrição dos procedimentos (métodos e técnicas a serem utilizados na pesquisa),
indicando a escolha teórica realizada pelo pesquisador para abordar o objeto de estudo.

2. Qual a atividade principal da metodologia? Defina pesquisa.

A atividade preponderante da metodologia é a pesquisa. O conhecimento humano


caracteriza-se pela relação estabelecida entre o sujeito e o objeto, podendo-se dizer que
esta é uma relação de apropriação.

Segundo Gil (2007, p. 17), pesquisa é definida como o (...) procedimento racional e
sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são
propostos. A pesquisa desenvolve-se por um processo constituído de várias fases, desde a
formulação do problema até a apresentação e discussão dos resultados.

3. Quais os principais motivos para se realizar uma pesquisa científica?

Só se inicia uma pesquisa se existir uma pergunta, uma dúvida para a qual se quer buscar a
resposta. Pesquisar, portanto, é buscar ou procurar resposta para alguma coisa. As razões
que levam à realização de uma pesquisa científica podem ser agrupadas em razões
intelectuais (desejo de conhecer pela própria satisfação de conhecer) e razões práticas
(desejo de conhecer com vistas a fazer algo de maneira mais eficaz). Para se fazer uma
pesquisa científica, não basta o desejo do pesquisador em realizá-la; é fundamental ter o
conhecimento do assunto a ser pesquisado, além de recursos humanos, materiais e
financeiros

4. Quais as principais etapas de uma pesquisa científica?

O planejamento, passo a passo, de todos os processos que serão utilizados, faz parte da
primeira fase da pesquisa científica, que envolve ainda a escolha do tema, a formulação do
problema, a especificação dos objetivos, a construção das hipóteses e a operacionalização
dos métodos

5. Defina conhecimento e como o conhecimento é classificado?

De acordo com Fonseca (2002, p. 10), (...) o homem é, por natureza, um animal curioso.
Desde que nasce interage com a natureza e os objetos à sua volta, interpretando o universo
a partir das referências sociais e culturais do meio em que vive. Apropria-se do
conhecimento através das sensações, que os seres e os fenômenos lhe transmitem. A partir
dessas sensações elabora representações. Contudo essas representações, não constituem o
objeto real. O objeto real existe independentemente de o homem o conhecer ou não. O
conhecimento humano é na sua essência um esforço para resolver contradições, entre as
representações do objeto e a realidade do mesmo. Assim, o conhecimento, dependendo da
forma pela qual se chega a essa representação, pode ser classificado de popular (senso
comum), teológico, mítico, filosófico e científico.

6. O que significa conhecimento popular e qual sua relação com o senso comum?

um conhecimento transmitido de geração a geração por meio da educação informal e


baseado na imitação e experiência pessoal.

O senso comum, segundo Fonseca (2002, p. 10), surge da necessidade de resolver


problemas imediatos. A nossa vida desenvolve-se em torno do senso comum. Adquirido
através de ações não planejadas, ele surge instintivo, espontâneo, subjetivo, acrítico,
permeado pelas opiniões, emoções e valores de quem o produz. Assim, o senso comum
varia de acordo com o conhecimento relativo da maioria dos sujeitos num determinado
momento histórico. Um dos exemplos de senso comum mais conhecido foi o de considerar
que a Terra era o centro do Universo e que o Sol girava em torno dela. Galileu ao afirmar
que era a Terra que girava em volta do Sol quase foi queimado pela Inquisição. Portanto, o
senso comum é uma forma específica de conhecimento. A cultura popular é baseada no
senso comum. Apesar de não ser sofisticada, não é menos importante sendo
crescentemente reconhecida.

7. O que significa conhecimento científico e método científico?

O conhecimento científico é produzido pela investigação científica, através de seus


métodos. Resultante do aprimoramento do senso comum, o conhecimento científico tem
sua origem nos seus procedimentos de verificação baseados na metodologia científica. É um
conhecimento objetivo, metódico, passível de demonstração e comprovação. O método
científico permite a elaboração conceitual da realidade que se deseja verdadeira e
impessoal, passível de ser submetida a testes de falseabilidade. Contudo, o conhecimento
científico apresenta um caráter provisório, uma vez que pode ser continuamente testado,
enriquecido e reformulado. Para que tal possa acontecer, deve ser de domínio público.

8. Por que o conhecimento científico se esforça para ser exato e claro? Isso tem a ver com
a busca da verdade?

O conhecimento científico busca compreender, por meio da razão, fatos e fenômenos


(naturais ou sociais) obedecendo a princípios válidos e rigorosos.

Baseia-se por fundamentos precisos e metodologias; sistematizar seus processos; provas,


argumentações ou demonstrações que garantam ou legitimem a sua validade.

A "verdade" sobre determinado assunto seria o resultado dos desdobramentos de pesquisas


científicas, formuladas e experimentadas por inúmeras vezes.

9. O que é mais verdadeiro: o objeto real ou o conhecimento que temos dele?

o objeto real a gente pode tocar, verificar que é verdadeiro. Já o conhecimento que temos
dele é algo imaterial pode ser verdadeiro ou não, não temos como saber porque não é algo
concreto.
10. Descreva as características dos conhecimentos empírico, filosófico, teológico e
científico.

Conhecimento empírico: É o conhecimento que adquirimos no cotidiano, por meio de


nossas experiências. É construído por meio de tentativas e erros num agrupamento de
ideias. É caracterizado pelo senso comum, pela forma espontânea e direta de entendermos.

Conhecimento filosófico: O conhecimento filosófico é fruto do raciocínio e da reflexão


humana. É o conhecimento especulativo sobre fenômenos, gerando conceitos subjetivos.
Busca dar sentido aos fenômenos gerais do universo, ultrapassando os limites formais da
ciência.

Conhecimento teológico: É o conhecimento revelado pela fé divina ou crença religiosa. Não


pode, por sua origem, ser confirmado ou negado. Depende da formação moral e das crenças
de cada indivíduo. Exemplos: acreditar que alguém foi curado por um milagre; acreditar em
Deus; acreditar em reencarnação; acreditar em espírito etc.

O conhecimento teológico, ou místico, é fundamentado exclusivamente na fé humana e


desprovido de método. É alcançado através da crença na existência de entes divinos e
superiores que controlam a Vida e o Universo. Resulta do acúmulo de revelações
transmitidas oralmente ou por inscrições imutáveis e procura dar respostas às questões que
não sejam inteligíveis às outras esferas conhecimento. Exemplos são os textos sagrados, tais
como a Bíblia, o Alcorão (ou Corão, o livro sagrado do islamismo), as Escrituras de Nitiren
Daishonin (monge budista do Japão do século XIII que fundou o budismo Nitiren), entre
outros. Adquirido a partir da aceitação de axiomas da fé teológica, esse conhecimento é
fruto da revelação da divindade, por meio de indivíduos inspirados que apresentam
respostas aos mistérios que permeiam a mente humana.

Conhecimento científico: O conhecimento científico é produzido pela investigação científica,


através de seus métodos. Resultante do aprimoramento do senso comum, o conhecimento
científico tem sua origem nos seus procedimentos de verificação baseados na metodologia
científica. É um conhecimento objetivo, metódico, passível de demonstração e
comprovação.

11. Qual o significado de ciência?

É o saber produzido através do raciocínio lógico associado à experimentação prática.


Caracteriza-se por um conjunto de modelos de observação, identificação, descrição,
investigação experimental e explanação teórica de fenômenos. O método científico envolve
técnicas exatas, objetivas e sistemáticas. Regras fixas para a formação de conceitos, para a
condução de observações, para a realização de experimentos e para a validação de
hipóteses explicativas. O objetivo básico da ciência não é o de descobrir verdades ou de se
constituir como uma compreensão plena da realidade. Deseja fornecer um conhecimento
provisório, que facilite a interação com o mundo, possibilitando previsões confiáveis sobre
acontecimentos futuros e indicar mecanismos de controle que possibilitem uma
intervenção sobre eles.

12. O que significa verdade e justificação?

Verdade significa o que é real ou possivelmente real dentro de um sistema de valores. Esta
qualificação implica o imaginário, a realidade e a ficção, questões centrais tanto em
antropologia cultural, artes, filosofia e na própria razão. O que é a verdade afinal? Para
Nietzsche, a verdade é um ponto de vista. Ele não define nem aceita definição da verdade,
porque diz que não se pode alcançar uma certeza sobre isso. Em epistemologia, justificação
é um tipo de autorização a crer em alguma coisa. Quando o indivíduo acredita em alguma
coisa verdadeira, e está justificado a crer, sua crença é conhecimento. Assim, a justificação
é um elemento fundamental do conhecimento.

13. Quais as diferenças entre fatos, fenômenos e paradigmas?

Fatos – acontecem na realidade, independentemente de haver ou não quem os conheça.


Fenômeno – é a percepção que o observador tem do fato. Pessoas diversas podem observar
no mesmo fato fenômenos diferentes, dependendo de seu paradigma. Paradigmas –
constituem-se em referenciais teóricos que servirão de orientação para a opção
metodológica de investigação. Mesmo que os paradigmas sejam constituídos por
construções teóricas, não há cisão entre a teoria e a prática, ou entre a teoria e a lei
científica. Portanto, um e outro coexistem gerando o que se pode denominar praxiologia

14. Qual a importância dos termos, conceitos e definições para a argumentação associada
à lógica no método científico?

Método Científico – é a expressão lógica do raciocínio associada à formulação de


argumentos convincentes. Esses argumentos, uma vez apresentados, têm por finalidade
informar, descrever ou persuadir um fato. Para isso o estudioso vai utilizar-se de:

Termos – são palavras, declarações, significações convencionais que se referem a um objeto.

Conceito – é a representação, expressão e interiorização daquilo que a coisa é


(compreensão da coisa). É a idealização do objeto. O conceito é uma atividade mental que
conduz um conhecimento, tornando não apenas compreensível essa pessoa ou essa coisa,
mas todas as pessoas e coisas da mesma época.

Definição – é a manifestação e apreensão dos elementos contidos no conceito, tratando de


decidir em torno do que se dúvida ou do que é ambivalente. Saber utilizar adequadamente
termos, conceitos e definições significa metodologicamente expressar na Ciência aquilo que
o indivíduo sabe e quer transmitir

15. Caracterize os métodos dedutivo, indutivo e hipotético-dedutivo.

Método Dedutivo: Parte-se de princípios reconhecidos como verdadeiros e indiscutíveis,


possibilitando chegar a conclusões de maneira puramente formal, em virtude de sua lógica.
Este método tem larga aplicação na Matemática e na Física, cujos princípios podem ser
enunciados por leis. Já nas Ciências Sociais seu uso é mais restrito, em virtude da dificuldade
de se obterem argumentos gerais cuja veracidade não possa ser colocada em dúvida (Gil,
1999).

Método indutivo: Para Francis Bacon (1561-1626), o conhecimento científico é o único


caminho seguro para a verdade dos fatos. Como Galileu, critica Aristóteles (filósofo grego)
por considerar que o silogismo e o processo de abstração não propiciam um conhecimento
completo do universo. O conhecimento é fundamentado exclusivamente na experiência,
sem levar em consideração princípios preestabelecidos. O conhecimento científico, para
Bacon, tem por finalidade servir o homem e dar-lhe poder sobre a natureza. A partir da
observação, é possível formular uma hipótese explicativa da causa do fenômeno. Portanto,
por meio da indução chega-se a conclusões que são apenas prováveis
Método hipotético-dedutivo: Este método foi definido por Karl Popper, a partir de suas
críticas ao método indutivo. Para ele, o método indutivo não se justifica, pois o salto indutivo
de “alguns” para “todos” exigiria que a observação de fatos isolados fosse infinita. O método
hipotético-dedutivo pode ser explicado a partir do seguinte esquema: PROBLEMA –
HIPÓTESES – DEDUÇÃO DE CONSEQUÊNCIAS OBSERVADAS – TENTATIVA DE FALSEAMENTO
– CORROBORAÇÃO Quando os conhecimentos disponíveis sobre um determinado assunto
são insuficientes para explicar um fenômeno, surge o problema. Para tentar explicar o
problema, são formuladas hipóteses; destas deduzem-se consequências que deverão ser
testadas ou falseadas. Falsear significa tentar tornar falsas as consequências deduzidas das
hipóteses. Enquanto no método dedutivo se procura confirmar a hipótese, no método
hipotético-dedutivo se procuram evidências empíricas para derrubá-la. Quando não se
consegue derrubar a hipótese, tem-se sua corroboração; segundo Popper, a hipótese se
mostra válida, pois superou todos os testes, porém ela não é definitivamente confirmada,
pois a qualquer momento poderá surgir um fato que a invalide.

16. TAMBÉM ESTUDAR A ABNT NBR 6022:2018 - Esta Norma especifica os princípios gerais
para elaboração e apresentação de elementos que constituem artigos em um periódico
técnico e/ou científico.
17. Característica de um artigo técnico e/ou científico.

O artigo científico, como o próprio nome já nos revela, caracteriza-se por um texto científico
cuja função é relatar os resultados, sendo esses calcados de originalidade, provenientes de
uma dada pesquisa. Dessa maneira, ele, materializado sob a forma de um relato acerca dos
resultados originais de um estudo realizado, torna-se publicamente conhecido por meio de
revistas científicas, as quais possuem uma seção destinada a esse fim. Assim assevera Santos
(2007, p. 43), “são geralmente utilizados como publicações em revistas especializadas, a fim
de divulgar conhecimentos, de comunicar resultados ou novidades a respeito de um
assunto, ou ainda de contestar, refutar ou apresentar outras soluções de uma situação
convertida”.

18. Significado de DOI (Digital Object ldentifier).

(Identificador de Objeto Digital), é um padrão de números e letras que identificam


publicações. Ele faz essa identificação exclusivamente em ambiente virtual, dando ao objeto
singularidade e permanência reconhecida na web.

19. Características e componentes do resumo de um artigo científico.


20. Características de artigos originais e de revisão.
21. Diferença entre anexo e apêndice.

anexo: Texto ou documento não elaborado pelo autor, que serve de fundamentação,
comprovação e ilustração.

apêndice: Texto ou documento elaborado pelo autor, a fim de complementar sua


argumentação, sem prejuízo da unidade nuclear do trabalho.

22. Diferença entre agradecimento e dedicatória.

Agradecimento: texto em que o autor faz agradecimentos dirigidos aqueles que


contribuíram de maneira relevante à elaboração do trabalho.

Dedicatória: texto em que o autor presta homenagem ou dedica seu trabalho.


23. Diferença entre autor e autor entidade.

autor(es): Pessoa(s) física(s) responsável(eis) pela criação do conteúdo intelectual ou


artístico de um documento.

autor(es) entidade(s): Instituição(ões), organização(ões), empresa(s), comitê(s),


comissão(ões), evento(s), entre outros, responsável(eis) por publicações em que não se
distingue autoria pessoal.

24. Significado de citação e referência.

citação: Menção de uma informação extraída de outra fonte.

referência: Conjunto padronizado de elementos descritivos, retirados de um documento,


que permite sua identificação individual.

25. Elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais.

elementos pré-textuais: Elementos que antecedem o texto com informações que ajudam na
sua identificação e utilização.

elementos textuais: Parte do trabalho em que é exposta a matéria

elementos pós-textuais: Elementos que complementam o trabalho.

26. Glossário.

glossário: Lista em ordem alfabética de palavras ou expressões técnicas de uso restrito ou


de sentido obscuro, utilizadas no texto, acompanhadas das respectivas definições.

27. Ilustração, Tabela e legenda correspondente.

ilustração: Desenho, gravura, imagem que acompanha um texto.

tabela: Elemento demonstrativo de síntese que constitui unidade autônoma

legenda: Texto explicativo redigido de forma clara, concisa e sem ambiguidade, para
descrever uma ilustração ou tabela.

legenda bibliográfica: Conjunto de elementos destinados à identificação de um fascículo


e/ou volume da publicação e dos artigos nela contidos.

28. Publicação periódica técnica e/ou científica.

publicação periódica científica impressa: Um dos tipos de publicações seriadas, que se


apresenta sob a forma de revista, boletim, anuário etc., editada em fascículos com
designação numérica e/ou cronológica, em intervalos pré-fixados (periodicidade), por
tempo indeterminado, com a colaboração, em geral, de diversas pessoas, tratando de
assuntos diversos, dentro de uma política editorial definida, e que é objeto de Número
Internacional Normalizado (ISSN).

29. Diferença entre sigla e símbolo.

sigla: Reunião das letras iniciais dos vocábulos fundamentais de uma denominação ou título.

símbolo: Sinal que substitui o nome de uma coisa ou de uma ação

30. Seção.
O indicativo de seção precede o título, alinhado à esquerda, dele separado por um espaço
de caractere

31. Título e subtítulo.

título: Palavra, expressão ou frase que designa o assunto ou o conteúdo de uma publicação.

subtítulo: Informações apresentadas em seguida ao título, visando esclarecê-lo ou


complementá-lo de acordo com o conteúdo da publicação.

Você também pode gostar