Peticao Banco Moneo

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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA 4ª VARA
CÍVEL DO FORO REGIONAL I – SANTANA – COMARCA DE SÃO PAULO – SP
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por LUCAS GONCALVES DE OLIVEIRA, protocolado em 25/01/2022 às 12:22 , sob o número 10015833420228260001.
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1001583-34.2022.8.26.0001 e código F858D2C.
Distribuído por dependência processo n. 1015893-50.2019.8.26.0001 – Art. 286, II do CPC1
BANCO MONEO S/A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita

no CNPJ sob o nº 07.441.209/0001-30, com sede na cidade de
Caxias do Sul, Estado do Rio Grande do Sul, à Avenida Rio
Branco, número 4889, 4º andar, Bairro Ana Rech, CEP 95060-
145, e-mail: [email protected], vem, por seus
advogados (doc. 1. Procuração Ad Judicia), respeitosamente, à
presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 3º do
Decreto-Lei nº 911/69, com nova redação dada pelo artigo 56 da
Lei nº 10.931/04 e pela Lei 13.043/14, propor:
AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO COM PEDIDO LIMINAR

INAUDITA ALTERA PARS
em desfavor de VIAÇÃO ITAPEMIRIM S/A – EM

RECUPERAÇÃO JUDICIAL, pessoa jurídica de direito privado,
inscrita no CNPJ sob o nº 27.175.975/0001-07, com sede na
cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, à Avenida Cruzeiro
do Sul, 1800, sala 100, CEP 02.030-000, pelas razões de direito
e de fato que seguem:
1
Art. 286. Serão distribuídas por dependência as causas de qualquer natureza:
I - quando se relacionarem, por conexão ou continência, com outra já ajuizada;
II - quando, tendo sido extinto o processo sem resolução de mérito, for reiterado o pedido, ainda que em
litisconsórcio com outros autores ou que sejam parcialmente alterados os réus da demanda;
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www.bancomoneo.com.br
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1. DOS FATOS
O Banco Moneo S/A celebrou 03 (três) Cédulas de Crédito
Bancário emitidas na forma da Lei 10.931, de 02 de outubro de 2004, com a empresa
Requerida VIAÇÃO ITAPEMIRIM S/A, de números 315281, 315290 e 316717, doravante
designadas simplesmente como “CCBs” (docs. 2. Cédula de Crédito de Bancário n. 315281,
3. Cédula de Crédito de Bancário n. 315290, e 4. Cédula de Crédito de Bancário n. 316717).
Diante do inadimplemento das obrigações pela Devedora, o

Banco Autor ajuizou a Ação de Busca e Apreensão em Alienação Fiduciária autuada sob
número 1015893-50.2019.8.26.0001, a qual tramitou perante esta MM. 4ª Vara Cível do
Fórum Regional I – Santana, Comarca de São Paulo/SP.
Após o deferimento da competente liminar de busca e apreensão

de 35 (trinta e cinco) veículos de propriedade fiduciária do Requerente (doc. 5. Mandado
de Busca e Apreensão), as partes, visando por fim naquela lide e mediante concessões
mútuas, compuseram amigavelmente em 10 de dezembro de 2020, o INSTRUMENTO
PARTICULAR DE ACORDO E CONFISSÃO DE DÍVIDAS (doc. 6. Instrumento Particular
de Acordo e Confissão de Dívidas), doravante denominado simplesmente “ACORDO”,
operacionalizado internamente sob número de contrato 668281/0.
Por meio do ACORDO, a empresa Devedora confessou dever a

importância de R$ 4.809.335,58 (quatro milhões e oitocentos e nove mil e trezentos e trinta
e cinco reais e cinquenta e oito centavos) atualizada até 10/12/20202, estabelecendo que
as garantias dos Cédulas de Crédito Bancário n. 315281, 315290 e 316717 e relacionadas
no “ANEXO I – RELAÇÃO DE VEÍCULOS ALIENADOS FIDUCIARIAMENTE” mantém-se
hígidas e inalteradas, estendidas ao integral cumprimento do ACORDO 3, relacionadas a
seguir:
PLACA CHASSI MARCA MODELO ANO MOD CONTRATO

1 MSH6395 9BM6340619B632154 MARCOPOLO PARADISO 1200 2008 2009 315281, 315290 e 316717
2 MSH6405 9BM6340619B633032 MARCOPOLO PARADISO 1200 2008 2009 315281, 315290 e 316717
3 MSL1279 9BM6340619B632203 MARCOPOLO PARADISO 1200 2008 2009 315281, 315290 e 316717
2 1.1. A DEVEDORA reconhece e confessa dever ao BANCO MONEO, a quantia global, líquida e certa de
R$ 4.809.335,58 (quatro milhões, oitocentos e nove mil, trezentos e trinta e cinco reais e cinquenta e
oito centavos), atualizada até o dia 10 de dezembro de 2020, referente às parcelas integralmente vencidas
das CÉDULAS DE CRÉDITO BANCÁRIO, acrescidas das custas e despesas judiciais e honorários
advocatícios.
3 4.2. Estabelecem, ainda, que as GARANTIAS das CÉDULAS DE CRÉDITO BANCÁRIO, relacionadas no
ANEXO I – RELAÇÃO DE VEÍCULOS ALIENADOS FIDUCIARIAMENTE, serão estendidas ao presente

ACORDO, permanecendo hígidas e inalteradas até o cumprimento integral deste.
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36 MQY4039 9BM6340616B508148 MARCOPOLO PARADISO R 2006 2007 315281 e 316717
51 MQR9224 9B9BC2A4T51DY6057 TECNOBUS/BUSSCA VIS BUSS 2005 2005 315281 e 316717
52 MTH2638 9BM664238YC091607 M-BENZ/BUSSCAR VIS BUSS 2000 2000 315281 e 316717
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55 MTL4248 9BM664238YC091776 M-BENZ/BUSSCAR VIS BUSS 2000 2000 315281 e 316717
56 MTM4909 9BM664238YB250840 M-BENZ/BUSSCAR VIS BUSS 2000 2000 315281 e 316717
Anexado o ACORDO aos autos, sobreveio a r. sentença (doc. 7.

Sentença Busca e Apreensão 1015893-50.2019.8.26.0001), a seguir transcrita:
“Vistos. BANCO MONEO S/A moveu a presente ação de busca e apreensão

contra VIAÇÃO ITAPEMIRIM S/A, em recuperação judicial, com fundamento
no artigo 66 da Lei n.º 4.728/65 e no Decreto-Lei n.º 911/69 visando buscar e
apreender o bem descrito na inicial, pois a parte ré recebeu crédito como qual
adquiriu o mencionado bem, mas não efetuou o pagamento das parcelas. A
parte ré foi constituída em mora. Requereu a concessão de medida liminar
de busca e apreensão do bem e ao final, a procedência da ação,
consolidando-se a posse e a propriedade do bem nas mãos da requerente.
Com a inicial vieram documentos. Porém, noticiou-se que as partes firmarem
acordo para pagamento do débito em parcelas, o que implica falta de
interesse no prosseguimento do feito. De fato, inexistindo inadimplemento, a
ação perde seu objeto, merecendo extinção. Aliás, incorrendo a parte ré em
mora, poderá a autora ajuizar nova ação. Ante o exposto, JULGO EXTINTO
o processo, com fundamento no artigo 485, inciso VI, do Código de Processo
Civil. Oficiou-se ao DETRAN para retirada da restrição - f. 228. Remetam-se
, via e-mail institucional, cópia da presente sentença à 28ª Câmara de Direito
Privado para instrução do Ag In nº 2289292-80.2020.8.26.0001.Custas
iniciais pela parte autora e sem honorários advocatícios. Após o trânsito em
julgado, arquivem-se os autos. P.R.I.C. São Paulo,20 de janeiro de 2021.
Juíza De Direito Dra. FERNANDA DE CARVALHO QUEIROZ”
Ocorre que, das 21 (vinte e uma) parcelas acordadas na

“CLÁUSULA TERCEIRA – DO PAGAMENTO”4, a Requerida adimpliu integralmente tão
somente as primeiras 4 (quatro) parcelas, deixando de cumprir com suas obrigações
desde o mês de agosto de 2021, quando terminou de amortizar a parcela do mês de
abril de 2021 , acarretando o vencimento antecipado de pleno direito de todas as
obrigações contratuais, conforme cláusula 5.1 da “CLÁUSULA QUINTA – DO
INADIMPLEMENTO” do ACORDO, a seguir transcrita, e §3º do Artigo 2º do Decreto-Lei nº
4
“CLÁUSULA TERCEIRA – DO PAGAMENTO
3.1. Acordam as PARTES que a DEVEDORA pagará ao BANCO MONEO o SALDO DEVEDOR referido na
Cláusula anterior, nos seguintes termos e condições:
3.1.1. Entrada no valor de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais), através de boleto bancário com vencimento
para o dia 10/12/2020. O referido boleto será emitido e entregue somente após o recebimento, por e-mail,
deste documento devidamente assinado pelo Dr. Fábio Carraro, OAB/GO 11.818;
3.1.2. O saldo devedor remanescente no valor de R$ 2.800.000,00 (dois milhões e oitocentos mil reais) em
20 (vinte) parcelas mensais e consecutivas, no valor de R$ 140.000,00 (cento e quarenta mil reais), iniciando-
se o primeiro pagamento em 10 de janeiro de 2020 e o último pagamento em 10 de agosto de 2022, através
de boleto bancário;”
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911/695, resultando no débito de R$ 4.057.395,06 (quatro milhões e cinquenta e sete mil
e trezentos e noventa e cinco reais e seis centavos), atualizado até 31/01/2022 (doc. 8.
Simulação de Liquidação 31.01.2022).
CLÁUSULA QUINTA – DO INADIMPLEMENTO
“5.1. O descumprimento de quaisquer cláusulas e/ou disposições ora
pactuadas, inclusive, mas não somente, a ausência de pagamento das
parcelas avençadas nas cláusulas “3.1.1” e “3.1.2” nos seus respectivos
vencimentos, acarretará o vencimento antecipado dos valores
confessados na cláusula “1.1”, e consequente perda do desconto da
cláusula “2.1”, aplicando-se os índices de correção pactuados nas
respectivas CÉDULAS DE CRÉDITO BANCÁRIO, bem como, será facultado
ao CREDOR dar prosseguimento à presente Ação Busca e Apreensão,
independentemente de qualquer notificação judicial ou extrajudicial, e/ou
ainda, promover as medidas judiciais cabíveis a fim da satisfação do crédito,
tudo sem prejuízo do ressarcimento das custas e honorários incorridos pelo
CREDOR para fins de cobrança da dívida confessada.” (grifou-se)
Diante disso, em atendimento ao PRINCÍPIO DA BOA-FÉ e ao

§2º, Art. 2º do Decreto-Lei 911/69 6 , o Requerente notificou a Requerida, para fins de
constituição em mora, através de Carta AR (doc. 9. Aviso de Recebimento - Notificação
Positiva), no endereço da sede da empresa Devedora constante em todos os documentos
formalizados junto ao Banco Autor, qual seja, Av. Cruzeiro do Sul, 1800, sala 100, CEP
02030-000, São Paulo/SP, cujo recebimento ocorreu no dia 20 (vinte) de julho de 2021,
oportunizando, na ocasião, que o pagamento das parcelas vencidas fosse realizado, sob
pena de serem adotadas as medidas judiciais cabíveis.
5 § 3º A mora e o inadimplemento de obrigações contratuais garantidas por alienação fiduciária, ou a

ocorrência legal ou convencional de algum dos casos de antecipação de vencimento da dívida facultarão ao
credor considerar, de pleno direito, vencidas tôdas as obrigações contratuais, independentemente de aviso
ou notificação judicial ou extrajudicial.
6 “§ 2º A mora decorrerá do simples vencimento do prazo para pagamento e poderá ser comprovada por carta
registrada com aviso de recebimento, não se exigindo que a assinatura constante do referido aviso seja a do
próprio destinatário. (Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014)”
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Ainda, no intuito de evitar eventual alegação de falha na
constituição em mora da Requerida, o Requerente enviou telegrama digital, recebido e
entregue no endereço da sede da empresa Devedora constante em todos os documentos
formalizados junto ao Banco Autor, no dia 21 (vinte e um) de outubro de 2021 (doc. 10.
Telegrama Positivo), a seguir colacionado em parte:
Não obstante a ciência inequívoca da Devedora em relação à
mora, a Requerida se manteve inerte, não restando alternativa ao Requerente senão
socorrer-se ao Poder Judiciário através da medida sub judice, tudo a fim de minimizar os
prejuízos que vem suportando em razão da conduta desidiosa da Requerida.
Desta forma, a fim de dar efetividade a presente Ação de Busca

e Apreensão em Alienação Fiduciária, serão individualizadas as rubricas que compõe o
débito de R$ 4.057.395,06 (quatro milhões e cinquenta e sete mil e trezentos e noventa
e cinco reais e seis centavos), atualizado até 31/01/2022, a ser quitado pela Requerida,
sob pena de o Requerente retomar a posse plena dos veículos supramencionados e
satisfazer o seu crédito, a seguir:
1.1. ACORDO – CLÁUSULA 3.1.2. DA CLÁUSULA TERCEIRA – DO PAGAMENTO

Débito de R$ 2.327.050,16 (dois milhões e trezentos e vinte e
sete mil e cinquenta reais e dezesseis centavos), atualizado até 31/01/2022, sendo o
valor de R$ 1.347.050,16 (um milhão e trezentos e quarenta e sete mil e cinquenta reais e
dezesseis centavos) referente às prestações vencidas de 10/05/2021 a 10/01/2022, e o
valor de R$ 980.000,00 (novecentos e oitenta mil reais) referente às prestações vencidas
antecipadamente de 10/02/2022 a 10/08/2022, nos termos da cláusula resolutória expressa
no ACORDO e anteriormente citada.
1.2. ACORDO – CLÁUSULA 2.1. DA CLÁUSULA SEGUNDA – DO DESCONTO

Débito de R$ 1.730.344,90 (um milhão e setecentos e trinta
mil e trezentos e quarenta e quatro reais e noventa centavos), atualizado até
31/01/2022, referente à perda do desconto acordado expressamente no ACORDO e
anteriormente colacionada.
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2. DO DIREITO
Primeiramente, cumpre ressaltar que constituída a propriedade
fiduciária através da anotação no respectivo certificado de registro na repartição
competente para licenciamento (doc. 11. Gravames de Alienação Fiduciária), a teor do § 1º
do artigo 1.361 do Código Civil7, o Credor, ora Requerente, passou a ter o domínio resolúvel
e a posse indireta da coisa alienada até a quitação da dívida.
Vencida e não paga a dívida confessada, o Credor está

autorizado a requerer contra o devedor a busca e apreensão dos bens alienados
fiduciariamente, a qual será concedida liminarmente, podendo ser apreciada em plantão
judiciário, na forma do artigo 3º do Decreto 911/698, com redação dada pela Lei 13.043/14,
desde que devidamente comprovada a mora.
Comprova-se a mora, a teor do §2º, Artigo 2º do mesmo

ordenamento jurídico9, pelo simples vencimento do prazo para pagamento, desde que
notificado o devedor através de carta registrada com aviso de recebimento, não se
exigindo que o recebimento seja pessoal, conforme entendimento jurisprudencial a
seguir:
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO

ESPECIAL. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA
DE VEÍCULO. CONFIGURAÇÃO DA MORA. NOTIFICAÇÃO
EXTRAJUDICIAL ENTREGUE NO DOMICÍLIO DO DEVEDOR.
DESNECESSIDADE DE NOTIFICAÇÃO PESSOAL. SIMPLES
AJUIZAMENTO DE AÇÃO REVISIONAL. INAFASTABILIDADE DA MORA.
HARMONIA ENTRE O ACÓRDÃO RECORRIDO E A JURISPRUDÊNCIA DO
STJ. 1 - O acórdão recorrido que adota a orientação firmada pela
jurisprudência do STJ não merece reforma. 2 - Agravo interno no agravo em
recurso especial não provido". (AgInt no AREsp 709.013/MS, Rel. Ministra
NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 17/11/2016, DJe
21/11/2016) (grifou-se).
AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO. Cédula de Crédito Bancário. Alienação

fiduciária. Veículo automotor. Mora caracterizada. Liminar deferida e
cumprida. SENTENÇA de procedência. APELAÇÃO da requerida, que insiste
na rejeição do pedido inicial, com a inversão dos ônus sucumbenciais.
EXAME: Devedora fiduciante regularmente constituída em mora ante a
comprovação por carta registrada e remetida ao endereço indicado no
contrato, com aviso de recebimento. Inteligência do artigo 2º, §2º, do
Decreto-lei 911/69. Prazo de purgação da mora que fluiu sem o depósito da
integralidade da dívida pendente. Aplicação do entendimento firmado no
REsp nº 1.418.593-MS julgado pelo C. Superior Tribunal de Justiça. Processo
7 Art. 1.361, §1º Constitui-se a propriedade fiduciária com o registro do contrato, celebrado por instrumento
público ou particular, que lhe serve de título, no Registro de Títulos e Documentos do domicílio do devedor,
ou, em se tratando de veículos, na repartição competente para o licenciamento, fazendo-se a anotação no
certificado de registro.
8 Art. 3º O proprietário fiduciário ou credor poderá, desde que comprovada à mora, na forma estabelecida
pelo § 2º do art. 2º, ou o inadimplemento, requerer contra o devedor ou terceiro a busca e apreensão do bem
alienado fiduciariamente, a qual será concedida liminarmente, podendo ser apreciada em plantão judiciário.
9
§ 2º A mora decorrerá do simples vencimento do prazo para pagamento e poderá ser comprovada por
carta registrada com aviso de recebimento, não se exigindo que a assinatura constante do referido aviso
seja a do próprio destinatário
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que estava mesmo fadado ao desfecho de procedência. Sentença mantida.
RECURSO NÃO PROVIDO. (TJSP; Apelação Cível 1000010-
50.2020.8.26.0576; Relator (a): Daise Fajardo Nogueira Jacot; Órgão
Julgador: 27ª Câmara de Direito Privado; Foro de São José do Rio Preto - 8ª
Vara Cível; Data do Julgamento: 22/07/2021; Data de Registro: 22/07/2021)
(grifou-se)
Agravo de instrumento – Busca e apreensão – Alienação fiduciária –
Notificação extrajudicial enviada ao endereço constante do contrato –
Validade. Para o efeito de comprovação da mora, tendo em vista a
possibilidade liminar da busca e apreensão, basta estar caracterizado o
encaminhamento da notificação ao endereço constante do contrato.
Agravo provido. (TJSP; Agravo de Instrumento 2167088-
97.2021.8.26.0000; Relator (a): Lino Machado; Órgão Julgador: 30ª Câmara
de Direito Privado; Foro de Mauá - 3ª Vara Cível; Data do Julgamento:
22/07/2021; Data de Registro: 22/07/2021) (grifou-se)
Ainda, consoante entendimento jurisprudencial consolidado pela

Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça, ratificou-se a validade da comprovação da
constituição em mora por meio do envio de telegrama digital com certidão de entrega
expedida pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, entendimento este,
amplamente aplicado pelo Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, conforme
jurisprudências colacionadas na sequência:
AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE BUSCA E

APREENSÃO. CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO COM ALIENAÇÃO
FIDUCIÁRIA EM GARANTIA. NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL.
TELEGRAMA DIGITAL. VALIDADE. RECURSO DESPROVIDO. 1. A mora
decorre do simples vencimento, nos termos do art. 2º, § 2º, do Decreto-Lei n.
911/1969, estando condicionado o ajuizamento da ação de busca e
apreensão pelo credor, apenas, à comprovação do envio da notificação
extrajudicial para o endereço do devedor indicado no contrato, sendo
prescindível que seja pessoal. 2. Embora a prática do ato seja demonstrada,
costumeiramente, por meio de aviso de recebimento (AR) por via postal,
considera-se cumprida a exigência pelo envio de telegrama digital, com
certidão de entrega expedida pela Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos, porquanto atingido o dever de informação, a fim de
possibilitar que o devedor possa purgar a mora. 3. Agravo interno
desprovido. (AgInt no REsp 1821119/PR, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO
BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 23/09/2019, DJe 27/09/2019)
(grifou-se)
Alienação Fiduciária. Ação de busca e apreensão. Notificação por
telegrama digital recebida no endereço indicado pelo devedor no
contrato. Possibilidade. Mora comprovada. Inteligência do §2º do art. 2º
do Decreto-lei 911/69, com redação alterada pela Lei nº 13.043/14. Recurso
provido. (TJSP; Apelação Cível 1014830-76.2021.8.26.0564; Relator (a):
Walter Exner; Órgão Julgador: 36ª Câmara de Direito Privado; Foro de São
Bernardo do Campo - 6ª Vara Cível; Data do Julgamento: 06/12/2021; Data
de Registro: 06/12/2021) (grifou-se)
Portanto, diante da mora e do inadimplemento das obrigações

pecuniárias por parte da Devedora, tem-se por vencidas antecipadamente todas as
obrigações contratuais garantidas pela alienação fiduciária, na forma do § 3º, Artigo 2º do
Decreto 911/69 10 , sendo que eventual purgação da mora dependerá do pagamento
10 § 3º A mora e o inadimplemento de obrigações contratuais garantidas por alienação fiduciária, ou a
ocorrência legal ou convencional de algum dos casos de antecipação de vencimento da dívida facultarão ao
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integral do débito, em consonância ao entendimento jurisprudencial proferido através do
REsp.1418593/MS, Segunda Seção, Exmo Min. Rel. Luis Felipe Salomão, a seguir
ementado:
ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM GARANTIA. RECURSO ESPECIAL
REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C DO CPC. AÇÃO
DE BUSCA E APREENSÃO. DECRETO-LEI N. 911/1969. ALTERAÇÃO
INTRODUZIDA PELA LEI N. 10.931/2004. PURGAÇÃO DA MORA.
IMPOSSIBILIDADE. NECESSIDADE DE PAGAMENTO DA
INTEGRALIDADE DA DÍVIDA NO PRAZO DE 5 DIAS APÓS A EXECUÇÃO
DA LIMINAR. 1. Para fins do art. 543-C do Código de Processo Civil:
"Nos contratos firmados na vigência da Lei n. 10.931/2004, compete ao
devedor, no prazo de 5 (cinco) dias após a execução da liminar na ação de
busca e apreensão, pagar a integralidade da dívida - entendida esta
como os valores apresentados e comprovados pelo credor na inicial -, sob
pena de consolidação da propriedade do bem móvel objeto de alienação
fiduciária". 2. Recurso especial provido. (REsp 1418593 / MS. Segunda
Seção. Rel. Exmo. Min. Luis Felipe Salomão. Julgado em 14/05/2014. DJe
27/05/2014.) (grifou-se).
Cumpre ressaltar que a parte requerente até o presente

momento tentou buscar alternativas menos gravosas para ambas as partes. No entanto,
não logrou êxito em suas investidas, sendo o ajuizamento da presente demanda judicial
sua única alternativa para reparar o vultoso débito existente.
Além disso, o contexto ocasionado pela pandemia do COVID-

19, por si só, não a desobriga a Requerida do pagamento de seus débitos na forma
pactuada, considerando que o Instrumento Particular de Confissão de Dívida, é fruto da
renegociação da Cédula de Crédito Bancário originária renegociada pelas partes durante a
pandemia, conforme entendimento do Egrégio Tribunal de Justiça dos Estados de São
Paulo e Paraná, colacionados a seguir:
TUTELA DE URGÊNCIA EM CARÁTER ANTECEDENTE -indeferimento do

pedido de sustação do protesto ou de suspensão de seus efeitos - duplicata
mercantil - caso em que não estão presentes os requisitos autorizadores da
concessão da medida pleiteada - agravante que admite o débito - fato de as
atividades comerciais da agravante terem sofrido
"paralisação/adequação" por força de todo o contexto ocasionado pela
pandemia do "Corona vírus" que não a desobriga do pagamento de seus
débitos - prorrogação do prazo de vencimento do título que somente
pode ocorrer por meio de negociação entre as partes, ou seja, com a
aquiescência do credor - inviabilidade da outorga liminar da tutela requerida
- agravo desprovido.” (TJSP; agravo de instrumento 2066193-
65.2020.8.26.0000; relator (a): José Marcos Marrone; órgão julgador: 23ª
câmara de direito privado; foro de Itaquaquecetuba - 3ª. vara cível; data do
julgamento: 26/04/2020; data de registro: 26/04/2020) (grifou-se).
AGRAVO DE INSTRUMENTO – TUTELA CAUTELAR ANTECEDENTE –

Tutela Provisória. Revogação da tutela provisória deferida ao autor – Não
concorrência dos requisitos do art. 300 do CPC para a concessão da tutela
de urgência em favor do recorrido – A mera dificuldade financeira do
consumidor não é suporte para o descumprimento das obrigações sem
as consequências da mora ou do inadimplemento – Inaplicabilidade da
credor considerar, de pleno direito, vencidas tôdas as obrigações contratuais, independentemente de aviso
ou notificação judicial ou extrajudicial.
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Teoria da Imprevisão em função da pandemia do COVID-19 – O estado
de pandemia não pode, por si só, servir de apoio para revisão dos negócios
firmados. Decisão reformada - RECURSO PROVIDO. AGRAVO INTERNO.
Julgamento do agravo de instrumento. Perda de objeto. RECURSO
PREJUDICADO. (TJSP; Agravo Interno Cível 2174726-21.2020.8.26.0000;
Relator (a): Afonso Bráz; Órgão Julgador: 17ª Câmara de Direito Privado;
Foro Central Cível - 27ª Vara Cível; Data do Julgamento: 31/08/2020; Data
de Registro: 31/08/2020)(grifou-se)
Por conseguinte, os bens continuam sendo utilizados e

desgastados pela Requerida, se desvalorizando a cada dia, sendo evidente que o uso dos
mesmos até o final da lide provocará um prejuízo ainda maior ao Requerente, sem falar no
risco de o mesmo ser alienado ilegalmente, ou ainda, sofrer/causar danos a terceiros.
Conclui-se, portanto, que estão preenchidos os requisitos

atribuídos pela legislação para concessão da presente demanda, razão pela qual faz-se
imprescindível a concessão liminar da busca e apreensão dos veículos supracitados,
sem audiência prévia de conciliação ou mediação.
2.1. DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL DA REQUERIDA.

ESCOAMENTO DO PRAZO DE SUSPENSÃO DAS
EXECUÇÕES.
As Cédulas de Crédito Bancário n. 315281, 315290 e 316717,
não estavam, nem tampouco o ACORDO, objeto da presente demanda, não está sujeito
aos efeitos da Recuperação Judicial da Requerida, por se tratar de alienação fiduciária
devidamente constituída em observância às formalidades legais, inclusive já excluído o
crédito do rol de credores, na forma do art. 49 § 3º da Lei 11.101/2005, a seguir transcrito:
Art. 49. Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na
data do pedido, ainda que não vencidos. [...]
§ 3º Tratando-se de credor titular da posição de proprietário fiduciário de
bens móveis ou imóveis, de arrendador mercantil, de proprietário ou
promitente vendedor de imóvel cujos respectivos contratos contenham
cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade, inclusive em incorporações
imobiliárias, ou de proprietário em contrato de venda com reserva de domínio,
seu crédito não se submeterá aos efeitos da recuperação judicial e
prevalecerão os direitos de propriedade sobre a coisa e as condições
contratuais, observada a legislação respectiva, não se permitindo, contudo,
durante o prazo de suspensão a que se refere o § 4º do art. 6º desta Lei,
a venda ou a retirada do estabelecimento do devedor dos bens de capital
essenciais a sua atividade empresarial. (grifou-se)
Assim, indubitável que, tratando-se o Autor de credor fiduciário,

a qualificação extraconcursal de seu crédito se corrobora, não se sujeitando,
consequentemente, a quaisquer dos efeitos decorrentes da ação recuperacional autuada
sob nº 0060326-87.2018.8.26.0100 em trâmite perante a 1ª Vara de Falências e
Recuperações Judiciais da Comarca de São Paulo/SP, inclusive àqueles impostos pelo
plano de recuperação judicial aprovado.
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Ratificando a não sujeição dos créditos garantidos
fiduciariamente aos efeitos da recuperação judicial da Devedora, oportuniza-se a
transcrição do entendimento consolidado/esposado pela Segunda Seção do Colendo
Superior Tribunal de Justiça, conforme segue:
AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL - AUTOS DE AGRAVO DE
INSTRUMENTO NA ORIGEM - DECISÃO MONOCRÁTICA QUE DEU
PROVIMENTO AO RECLAMO. IRRESIGNAÇÃO DA AGRAVADA. 1.
Segundo o entendimento jurisprudencial firmado pelas Turmas que
compõem a Segunda Seção desta Colenda Corte, os créditos garantidos
por meio de alienação fiduciária não se sujeitam aos efeitos da
recuperação judicial, ainda que destituídos de registro. Precedentes. 2.
Impossibilidade de redução da verba honorária sucumbencial, com amparo
em critérios de equidade, à luz da orientação firmada pela Segunda Seção
deste Superior Tribunal de Justiça, nos autos do REsp 1.746.072/PR. 3.
Agravo interno desprovido. (AgInt no REsp 1715284/RS, Rel. Ministro
MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 24/08/2020, DJe 28/08/2020)
Outrossim, importante destacar o decurso do prazo do stay

period em 14 de maio de 2019, ou seja, a mais de 02 (dois) anos, operada pela
concessão da Recuperação Judicial da Requerida, ocorrida em 14/05/2019 (doc. 11.
Decisão Concessão RJ), a seguir transcrita:
“Juiz(a) de Direito: Dr(a). JOAO DE OLIVEIRA RODRIGUES FILHO

Vistos. Trata-se de recuperação judicial requerida por Viação Itapemirim S/A,
CNPJ 27.175.975/0001-07; Transportadora Itapemirim S.A, CNPJ
33.271.511/0001-05; Ita Itapemirim Transportes S.A., CNPJ
34.537.845/0001-32; Imobiliária Bianca Ltda., CNPJ 31.814.965/0001-41;
Cola Comercial e Distribuidora Ltda., CNPJ 31.719.032/0001-75; Flecha S.A.
Turismo Comércio e Indústria, CNPJ 27.075.753/0001-12; Viação Caiçara
Ltda., CNPJ 11.047.649/0001-84. Realizada a AGC, a administradora judicial,
através da petição de fls. 44.354/44.364, apurou ter havido aprovação do
plano apresentado pela classe I (trabalhista) na proporção de 99,70% dos
credores presentes, na classe II (garantia real) na proporção de 86,12% dos
créditos presentes e 88,89% de credores presentes, na classe III (créditos
quirografários, com privilégio especial, com privilégio geral e créditos
subordinados) na proporção de 82,97% dos créditos presentes e 87,06%
credores presentes e, na classe IV (ME e EPP) na proporção de 94,12% dos
credores presentes, opinando pela aprovação do plano nos termos do art. 58
da Lei 11.101/2005. [...] Posto isso, com fundamento no art. 58 da Lei n.
11.101/05, concedo a recuperação judicial à Viação Itapemirim S/A,
CNPJ 27.175.975/0001-07; Transportadora Itapemirim S.A, CNPJ
33.271.511/0001-05; Ita Itapemirim Transportes S.A., CNPJ
34.537.845/0001-32; Imobiliária Bianca Ltda., CNPJ 31.814.965/0001-41;
Cola Comercial e Distribuidora Ltda., CNPJ 31.719.032/0001-75; Flecha S.A.
Turismo Comércio e Indústria, CNPJ 27.075.753/0001-12; Viação Caiçara
Ltda., CNPJ 11.047.649/0001-84, destacando-se o seu cumprimento nos
termos dos artigos 59 a 61 da mesma lei. Os pagamentos deverão ser
efetuados diretamente aos credores, que deverão informar seus dados
bancários diretamente às recuperandas, ficando vedado, desde já, quaisquer
depósitos nos autos. P . R . I . . São Paulo, 14 de maio de 2019.” (grifou-se)
De outro lado, através da Lei nº 14.112, de 24 de dezembro de

2020, houve uma significativa alteração na Lei de Recuperação Judicial, ampliando o
entendimento sobre a possibilidade de prosseguimento da busca e apreensão de veículos,
mesmo no caso de bens essenciais à atividade da empresa Recuperanda.
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Ao mesmo tempo que o legislador manteve a redação do artigo

49, §3º da Lei 11.101/2005, no sentido de restringir, mesmo para bens essenciais, ao
período da suspensão das ações e execuções de que trata o artigo 6º, §4º 11 ,
impossibilidade de retomada dos bens por credores extraconcursais 12 , reforçou o
significado desta previsão, acrescentando-se ao mencionado artigo 6º dois dispositivos
essenciais ao tratamento da questão ora debatida.
Segundo o artigo. 6º, caput, III, introduzido pela Lei n.

14.112/2020, deferido o processamento da recuperação judicial fica proibida “qualquer
forma de retenção, arresto, penhora, sequestro, busca e apreensão e constrição judicial ou
extrajudicial sobre os bens do devedor, oriunda de demandas judiciais ou extrajudiciais
cujos créditos ou obrigações sujeitem-se à recuperação judicial ou à falência.”
Além de deixar claro que a suspensão não se aplica

automaticamente, a créditos não sujeitos à Recuperação Judicial, acrescentou-se
parágrafo com a seguinte redação:
§ 7º-A. O disposto nos incisos I, II e III do caput deste artigo não se aplica
aos créditos referidos nos §§ 3º e 4º do art. 49 desta Lei, admitida, todavia,
a competência do juízo da recuperação judicial para determinar a
suspensão dos atos de constrição que recaiam sobre bens de capital
essenciais à manutenção da atividade empresarial DURANTE O PRAZO
DE SUSPENSÃO A QUE SE REFERE O § 4º DESTE ARTIGO, a qual será
implementada mediante a cooperação jurisdicional, na forma do art. 69 da Lei
nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil), observado o
disposto no art. 805 do referido Código. (Incluído pela Lei nº 14.112, de
2020) (grifou-se)
Resta claro, portanto, que o controle passível de exercício pelo

Juízo Universal quanto aos atos constritivos restringe-se aos bens essenciais durante o
período de suspensão das execuções de que trata o artigo 6º, § 4º anteriormente
citado.
No caso dos autos, o prazo de suspensão previsto no

dispositivo legal anteriormente citado já se esgotou a mais de 02 (dois)
anos, devendo ser autorizada a retomada dos bens, assim como deferida nos
autos do processo n. 1015893-50.2019.8.26.0001, movido pelo Banco Autor em face da
11
Art. 49. Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não
vencidos. [...]
§ 3º Tratando-se de credor titular da posição de proprietário fiduciário de bens móveis ou imóveis, de
arrendador mercantil, de proprietário ou promitente vendedor de imóvel cujos respectivos contratos
contenham cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade, inclusive em incorporações imobiliárias, ou de
proprietário em contrato de venda com reserva de domínio, seu crédito não se submeterá aos efeitos da
recuperação judicial e prevalecerão os direitos de propriedade sobre a coisa e as condições contratuais,
observada a legislação respectiva, não se permitindo, contudo, durante o prazo de suspensão a que se
refere o § 4º do art. 6º desta Lei, a venda ou a retirada do estabelecimento do devedor dos bens de
capital essenciais a sua atividade empresarial. (grifou-se)
12
§ 4º Na recuperação judicial, as suspensões e a proibição de que tratam os incisos I, II e III do caput deste
artigo perdurarão pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado do deferimento do processamento da
recuperação, prorrogável por igual período, uma única vez, em caráter excepcional, desde que o devedor não
haja concorrido com a superação do lapso temporal. (Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020)
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Requerida, ainda que essenciais, sob pena de mitigação do instituto da Alienação
Fiduciária, considerando que as disposições inovadoras têm aplicabilidade imediata,
superado o entendimento jurisprudencial formado à vista do texto legal anterior.
Destaca-se, ainda, trecho do REsp n° 1.630.702/RJ, sob
relatoria da Ministra Nancy Andrighi, do C. Superior Tribunal de Justiça, a saber:
“(...) No caso em exame, trata-se de bem móvel ("Modelo Vibro Acabadora

de asfalto AF 5000 PLUS E EQUIPADA COM MOTOR DIESEL E MESA
COMPACTADORA MARCA CIBER SÉRIE CP510237 ANO/MOD
2013/2013") alienado fiduciariamente ao agravante e que, segundo o
administrador judicial e conforme entendimento do D. Juízo recuperacional, é
essencial à continuidade das atividades produtivas da agravada.
Todavia, não se pode perder de vista que o artigo 49, § 3°, da Lei n° 11.101/05
impede a venda ou apreensão dos bens de capital essenciais à atividade
empresarial, durante a vigência do prazo de suspensão previsto no artigo 6°,
§ 4°, da referida Lei.
A suspensão de que trata o artigo 52, §3°, da lei n° 11.101/05 objetiva,
conforme anotam João Pedro Scalzilli, Luis Felipe Spinelli, Rodrigo Tellechea,
"dar um fôlego ao devedor para negociar com seus credores e elaborar
o plano de recuperação, sem que seu patrimônio seja agredido pelas
ações e execuções que estavam em curso contra ele" (Recuperação de
Empresas e Falência, Teoria e Prática na Lei 11.101/2005, Ed. Almedina, 2ª
Edição Revisada, 2017, págs. 343/344).
No caso em tela, é incontroverso que o prazo de suspensão ("stay
period") findou-se em abril de 2018, ou seja, há mais de 1 ano.
Nessa esteira, durante esse período de suspensão, caberia à agravada,
indubitavelmente maior interessada em preservar a continuidade de sua
atividade produtiva, negociar junto ao agravante o pagamento da dívida
relativa a esse bem essencial de produção e, assim, impedir sua
retomada.
O que não se cogita é considerar isoladamente o princípio da
preservação da empresa (homenageado pela Lei recuperacional)
impedindo os credores com garantia fiduciária, uma vez exaurido o
prazo de proteção (leia-se "stay period"), de exercerem seu direito
indefinidamente, pois significaria impor sacrifício demasiado ao credor
e mitigação do instituto da alienação fiduciária.
Assim, respeitado o entendimento do D. Juízo de origem, em se tratando de
crédito extraconcursal (aquele garantido por alienação fiduciária, nos
termos do art. 49, § 3°, da Lei n° 1.101/2005) e, portanto, não sujeito ao
regime concursal, ainda que essencial seja o bem alienado, a sua
retomada após o "stay período" deve ser autorizada.” (grifou-se)
Transcorridos mais de 02 (dois) anos do decurso do prazo do

stay period, não se pode continuar penalizando a única parte que cumpriu e vem
cumprindo todas as suas obrigações contratuais, qual seja, a de intermediar/financiar
veículos para o desenvolvimento da atividade empresária da Devedora e,
indiretamente, suportar o exercício da empresa inadimplente com as
parcelas do ACORDO vencidas a partir do mês de maio de 2021,
proprietário fiduciário dos veículos ditos como essenciais.
Neste sentido, colaciona-se jurisprudências:
Alienação fiduciária. Busca e apreensão. Sentença de improcedência.

Teoria do adimplemento substancial. Incompatibilidade com a busca e
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apreensão do bem dado em garantia fiduciária. Instituto que se presta
a afastar a possibilidade de resolução contratual, resguardando ao
credor a exigência da própria prestação faltante. Busca e apreensão
em alienação fiduciária que não envolve a perspectiva de resolução
alguma, de resto incogitável quanto a contrato de empréstimo, mas
simplesmente o exercício da garantia contratual. Precedentes em tal
sentido do STJ. Devedora em recuperação judicial. Irrelevância.
Superação, sem prorrogação, do prazo de suspensão máximo de
cento e oitenta dias do art. 6º, § 4º, da Lei nº 11.101/2005.
Impedimento a atos de busca e apreensão, dentre outros, limitado
ao período do stay, ainda que presente a essencialidade do bem
para as atividades da empresa. Art. 6º, caput, III, e § 7º-A, ambos
introduzidos pela Lei nº 14/112/2020. Sentença de improcedência
reformada, com retomada do processamento e autorização para a
busca e apreensão e consolidação da propriedade do veículo.
Apelação do autor provida para tal fim. (TJSP; Apelação Cível
1000827-56.2018.8.26.0424; Relator (a): Fabio Tabosa; Órgão
Julgador: 29ª Câmara de Direito Privado; Foro de Pariquera-Açu
- Vara Única; Data do Julgamento: 09/06/2021; Data de Registro:
10/06/2021)
Recuperação Judicial. Recurso tirado contra r. decisão que, ao deferir

o processamento da recuperação judicial da agravada, estabeleceu
que a excussão dos bens da recuperanda deve passar,
necessariamente, pelo seu crivo, inclusive das propriedades alheias,
"mas insertas na cadeia de produção da atividade". Recomendou,
ainda, que os credores, concursais ou extraconcursais, instaurem,
naquele Juízo, discussão prévia sobre a essencialidade do bem, antes
mesmo do ajuizamento de qualquer tipo de ação, sob pena de
advertência por ato atentatório à dignidade da Justiça. Embora seja,
mesmo, competente para autorizar/decidir os pedidos de constrição
sobre os bens essenciais da sociedade em recuperação, inclusive nas
execuções de crédito extraconcursal, a suspensão das ações e
execuções não impede o prosseguimento em face dos coobrigados
em geral (§ 1º do art. 49 da Lei nº 11.101/2005), muito menos dos
credores extraconcursais de que tratam os §§ 3º e 4º do mesmo
art. 49 da LRF. Essa a redação do novo § 7º-A do art. 6º da lei de
regência. É incompetente, igualmente, para deliberar sobre os bens
de terceiros. Determinação, dirigida ao credor que sequer está
sujeito ao concurso, de verificação prévia, no Juízo da
recuperação, sobre a essencialidade do bem que lhe foi entregue
em garantia, igualmente descabida. Recurso provido.
(TJSP; Agravo de Instrumento 2271409-23.2020.8.26.0000; Relator
(a): Araldo Telles; Órgão Julgador: 2ª Câmara Reservada de Direito
Empresarial; Foro Central Cível - 1ª Vara de Falências e
Recuperações Judiciais; Data do Julgamento: 22/03/2021; Data de
Registro: 22/03/2021) (grifou-se)
Recuperação judicial. Decisão de indeferimento de suspensão de

leilão de imóvel onde está localizada a sede de uma das
recuperandas. Agravo de instrumento. Embora essencial, o imóvel
levado à hasta pública, por se tratar de bem de capital, mesmo
sendo de propriedade de sócio da recuperanda, a questão foi
superada supervenientemente, ante o término do "stay period".
Possível, dessa forma, a manutenção do leilão. Manutenção da
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decisão recorrida. Agravo de instrumento a que se nega provimento.
(TJSP; Agravo de Instrumento 2039167-58.2021.8.26.0000; Relator
(a): Cesar Ciampolini; Órgão Julgador: 1ª Câmara Reservada de
Direito Empresarial; Foro de Praia Grande - 3ª. Vara Cível; Data do
Julgamento: 07/06/2021; Data de Registro: 07/06/2021)
Por fim, colaciona-se, Enunciado III do Grupo de Câmaras
Reservadas de Direito Empresarial do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, o qual
consolidou entendimento sobre a possibilidade de excussão das garantias ao final do prazo
de suspensão, a seguir transcrito:
Enunciado III: Escoado o prazo de suspensão de que trata o § 4º,
do art. 6º da Lei nº 11.101/05 (stay period), as medidas de
expropriação pelo credor titular de propriedade fiduciária de bens
móveis ou imóveis, de arrendador mercantil, de proprietário ou
promitente vendedor, poderão ser retomadas, ainda que os bens a
serem excutidos sejam essenciais à atividade empresarial.
Urge ressaltar que os bens continuam sendo utilizados e

desgastados pela Requerida, se desvalorizando a cada dia, sendo evidente que o uso dos
mesmos até o encerramento da Recuperação Judicial, ou ainda, eventual convolação em
falência, provocará um prejuízo ainda maior ao Requerente.
Ante o exposto, haja vista a substancial alteração legislativa

promovida pela Lei 14.112/2020, resta cristalina a possibilidade de busca e apreensão
dos 61 (sessenta e um) veículos, sob pena de mitigação do instituto da Alienação
Fiduciária, haja vista a inadimplência das parcelas do ACORDO desde o mês de maio
de 2021, bem como o decurso do “stay period” concedido à Recuperanda a mais de
02 (dois) anos.
2.2. DO SEGREDO DE JUSTIÇA TEMPORÁRIO. DA

AUSÊNCIA DE PREJUÍZO.
Convém notar, igualmente, com a facilidade do processo
eletrônico, qualquer pessoa interessada pode ter acesso à movimentação processual e o
conteúdo das decisões proferidas através de simples consulta do nome e/ou CNPJ de
qualquer das partes envolvidas.
Neste fulgor, ao saber da distribuição da ação, é frequente por

parte dos devedores fiduciários a adoção de comportamentos contrários à moral e à boa-
fé, retirando do patrimônio do CREDOR sua esfera de disponibilidade, dando ao bem
destino incerto e diverso daquele informado por ocasião da contratação.
O segredo de justiça busca garantir efetividade às decisões

liminares, evitando que a parte devedora frustre a busca e apreensão, ocultando os
bens de propriedade do CREDOR. A imposição prévia do segredo de justiça, in casu, é o
meio de garantir a finalidade do processo, não havendo qualquer prejuízo à empresa
Devedora, haja vista que será garantido à mesma o contraditório e ampla defesa, conforme
entendimentos jurisprudenciais a seguir colacionados:
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Apelação. Ação de busca e apreensão. Inadimplência. Sentença procedente.

Alegação de nulidade por ter o feito tramitado em segredo de justiça.
Impossibilidade. Prazo para apresentação de defesa que começou a contar
do recebimento do mandado de citação. Ausência de demonstração de
prejuízo. Mora comprovada, não contraditada e não purgada. Sentença
mantida. Honorários majorados. RECURSO DESPROVIDO. (TJSP;
Apelação Cível 1025760-67.2018.8.26.0562; Relator (a): L. G. Costa Wagner;
Órgão Julgador: 34ª Câmara de Direito Privado; Foro de Santos - 1ª Vara
Cível; Data do Julgamento: 26/07/2019; Data de Registro: 26/07/2019)
(grifou-se)
ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA – BUSCA E APREENSÃO - LIMINAR

CONCEDIDA – MANUTENÇÃO – INADIMPLEMENTO CONFESSO –
ALEGAÇÃO DE NULIDADE – TRÂMITE INDEVIDO COMO SEGREDO DE
JUSTIÇA – IMPOSSIBILIDADE – AUSÊNCIA DE PREJUÍZO – RECURSO
NÃO PROVIDO. Diante do inadimplemento das parcelas ajustadas
contratualmente, de rigor a concessão da medida liminar de busca e
apreensão. O fato do processo estar tramitando como segredo de justiça
não invalida os atos praticados até então, vez que não há qualquer
prejuízo para o réu. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA – BUSCA E APREENSÃO –
PURGA DA MORA PELAS PRESTAÇÕES VENCIDAS – IMPOSSIBILIDADE
– DÍVIDA PENDENTE EQUIVALE AO DÉBITO INTEGRAL DO CONTRATO
– RECURSO NÃO PROVIDO. Diante da comprovação do inadimplemento
das prestações avençadas e da notificação do devedor, configurado está o
esbulho possessório, a justificar a concessão de liminar de busca e
apreensão. No prazo de 5 dias do cumprimento da liminar, o devedor deve
pagar a integralidade da dívida para recuperar o bem, não podendo se limitar
às parcelas vencidas do contrato. Entendimento de acordo com o julgamento
do RESP 1.418.593-MS, que firmou tese para efeitos do 543-C do CPC no
tocante a purga da mora. Assim, o valor da dívida pendente equivale ao débito
integral do contrato. (TJSP; Agravo de Instrumento 2218326-
63.2018.8.26.0000; Relator (a): Paulo Ayrosa; Órgão Julgador: 31ª Câmara
de Direito Privado; Foro de Campinas - 6ª. Vara Cível; Data do Julgamento:
25/07/2017; Data de Registro: 29/03/2019) (grifou-se)
Assim, requer seja determinado o regular processamento da

presente lide em segredo de justiça, até o integral cumprimento da liminar de busca e
apreensão dos veículos, ora requerida, considerando que não há qualquer prejuízo ao
contraditório e a ampla defesa da empresa Devedora.
2.3. DA RESTRIÇÃO DE CIRCULAÇÃO DOS BENS

ALIENADOS FIDUCIARIAMENTE. ART. 3º, § 11º DO
DECRETO 911/69.
Ademais, deve ser lembrado que, como se trata de bens móveis
de fácil locomoção, mostra-se URGENTE a anotação de restrição de circulação sobre os
veículos, na forma do §9º, Artigo. 3º do Decreto Lei 911/6913, para possibilitar a apreensão
dos mesmos, sob pena de não mais ser localizados, o que acarretará prejuízo irreparável,
frente ao montante da dívida, em consonância aos precedentes a seguir ementado:
13
§ 9º Ao decretar a busca e apreensão de veículo, o juiz, caso tenha acesso à base de dados do Registro
Nacional de Veículos Automotores - RENAVAM, inserirá diretamente a restrição judicial na base de dados do
Renavam, bem como retirará tal restrição após a apreensão. (Incluído pela Lei nº 13.043, de 2014)
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RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO. DL 911/69.
MORA DO DEVEDOR. RENAJUD. RESTRIÇÃO DE CIRCULAÇÃO.
LEGALIDADE. EFETIVIDADE JURISDICIONAL. 1. Ação de busca e
apreensão da qual se extrai o presente recurso especial, interposto em
04/08/17 e concluso ao gabinete em 02/03/18.2. O propósito recursal consiste
em definir se a ordem judicial de busca e apreensão de veículo, via
RENAJUD, com base no DL 911/69, autoriza a restrição de sua circulação.3.
O sistema RENAJUD é uma ferramenta eletrônica que interliga o Poder
Judiciário e o Departamento Nacional de Trânsito - DENATRAN,
possibilitando consultas e o envio, em tempo real, de ordens judiciais
eletrônicas de restrição e de retirada de restrição de veículos automotores na
Base Índice Nacional (BIN) do Registro Nacional de Veículos Automotores -
RENAVAM.4. A adoção da padronização e a automação dos procedimentos
envolvidos na restrição judicial de veículos via RENAJUD, no âmbito dos
Tribunais e Órgãos Judiciais, tem como principal objetivo a redução
significativa do intervalo entre a emissão das ordens e o seu cumprimento,
comparativamente à tradicional prática de ofícios em papel.5. A restrição de
circulação (restrição total) impede o registro da mudança da
propriedade do veículo, um novo licenciamento no sistema RENAVAM
e também a sua circulação em território nacional, autorizando o
recolhimento do bem a depósito.6. Como decorre da própria razão que
instituiu as ferramentas eletrônicas de efetividade jurisdicional -
BACENJUD, INFOJUD e RENAJUD - a ordem de busca e apreensão do
bem alienado fiduciariamente autoriza o bloqueio de circulação veicular,
com vistas à satisfação da tutela jurisdicional do credor fiduciário, em
integral cumprimento à finalidade do DL 911/69.7. Recurso especial
conhecido e não provido (REsp 1744401/MG, Rel. Ministra NANCY
ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 13/11/2018, DJe 22/11/2018)
AGRAVO DE INSTRUMENTO – AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO –

ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA DE VEÍCULO – RECURSO DA AUTORA –
RESTRIÇÃO DE CIRCULAÇÃO DO VEÍCULO – MEDIDA CAUTELAR
CABÍVEL INDEPENDENTEMENTE DO ESGOTAMENTO DE DILIGÊNCIAS
Justificável a inclusão da medida de restrição de circulação através do
sistema RenaJud, amparada pelo art. 3º, § 9º, do Decreto-lei n. 911/69,
independentemente do esgotamento de diligências na tentativa de
localização do devedor. RECURSO DA AUTORA PROVIDO. (TJSP; Agravo
de Instrumento 2114152-95.2021.8.26.0000; Relator (a): Maria Lúcia Pizzotti;
Órgão Julgador: 30ª Câmara de Direito Privado; Foro de Guarulhos - 4ª. Vara
Cível; Data do Julgamento: 14/06/2021; Data de Registro: 14/06/2021)
(grifou-se)
Portanto, tendo em vista a flagrante mora da Devedora, ora

Requerida, bem como presentes os requisitos fundamentais e necessários à concessão de
medida liminar no caso, REQUER o deferimento da medida liminar com a expedição do
competente mandado de Busca e Apreensão, podendo este ser cumprido a qualquer
horário nos exatos termos do art. 212, §2º, do CPC, sendo autorizado desde já, se
necessário, o arrombamento e a utilização de reforço policial, conforme previsto no
art. 846 do CPC.
3. DOS PEDIDOS
Ante o exposto, REQUER:
A) considerando o teor do art. 286, II, do CPC, tratando-se

das mesmas partes de processo anterior que não teve o julgamento do mérito, seja o
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presente processo distribuição por dependência aos autos do processo n. 1015893-
50.2019.8.26.0001, o qual tramitou neste MM. Juízo;
B) seja determinada liminarmente a busca e apreensão
dos 61 (sessenta e um) bens alienados, a seguir: 1. MARCOPOLO/PARADISO 1200
2008/2009 de placas MSH6395, chassi 9BM6340619B632154; 2.
MARCOPOLO/PARADISO 1200 2008/2009 de placas MSH6405, chassi
9BM6340619B633032; 3. MARCOPOLO/PARADISO 1200 2008/2009 de placas MSL1279,
chassi 9BM6340619B632203; 4. MARCOPOLO/PARADISO 1200 2008/2009 de placas
MSL1280, chassi 9BM6340619B633016; 5. MARCOPOLO/PARADISO 1200 2008/2009 de
placas MSL1283, chassi 9BM6340619B628347; 6. MARCOPOLO/PARADISO 1200
2008/2009 de placas MSL1284, chassi 9BM6340619B632548; 7.
MARCOPOLO/PARADISO 1200 2008/2009 de placas MSL1285, chassi
9BM6340619B633125; 8. MARCOPOLO/PARADISO 1200 2008/2009 de placas MSL1286,
chassi 9BM6340619B632533; 9. MARCOPOLO/PARADISO 1200 2008/2009 de placas
MSL1287, chassi 9BM6340619B632810; 10. MARCOPOLO/PARADISO 1200 2008/2009
de placas MSL1288, chassi 9BM6340619B632493; 11. MARCOPOLO/PARADISO 1200
9BM6340619B633064; 13. MARCOPOLO/PARADISO 1200 2008/2009 de placas
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MARCOPOLO/PARADISO R 2006/2007 de placas MQY4039, chassi
9BM6340616B508148; 37. MARCOPOLO/PARADISO R 2006/2007 de placas MQY4041,
chassi 9BM6340616B507568; 38. MARCOPOLO/PARADISO R 2006/2007 de placas
MQY4042, chassi 9BM6340616B508165; 39. MARCOPOLO/PARADISO R 2006/2007 de
placas MQY4043, chassi 9BM6340616B507794; 40. MARCOPOLO/PARADISO R
2006/2007 de placas MQY4046, chassi 9BM6340616B508822; 41.
TECNOBUS/BUSSCA/VIS BUSS 2005/2005 de placas MQR9224, chassi
9B9BC2A4T51DY6057; 52. M-BENZ/BUSSCAR/VIS BUSS 2000/2000 de placas
MTH2638, chassi 9BM664238YC091607; 53. M-BENZ/BUSSCAR/VIS BUSS 2000/2000
de placas MTH2649, chassi 9BM664238YC091245; 54. M-BENZ/BUSSCAR/VIS BUSS
2000/2000 de placas MTH2698, chassi 9BM664238YC091623; 55. M-
BENZ/BUSSCAR/VIS BUSS 2000/2000 de placas MTL4248, chassi
9BM664238YC091776; 56. M-BENZ/BUSSCAR/VIS BUSS 2000/2000 de placas
MTM4909, chassi 9BM664238YB250840; 57. M-BENZ/BUSSCAR/VIS BUSS 2000/2000
de placas MTM5089, chassi 9BM664238YB252706; 58. M-BENZ/BUSSCAR/VIS BUSS
2000/2000 de placas MTM5099, chassi 9BM664238YB250026; 59. M-
BENZ/BUSSCAR/VIS BUSS 2000/2000 de placas MTM5109, chassi
9BM664238YB250650; 60. M-BENZ/BUSSCAR/VIS BUSS 2000/2000 de placas
MTM5119, chassi 9BM664238YB252703; 61. M-BENZ/BUSSCAR/VIS BUSS 2000/2000
de placas MTM5129, chassi 9BM664238YB247661; sem audiência prévia de conciliação
ou mediação (inaudita altera pars) e independente de pronunciamento do MM. Juízo
da Recuperação Judicial da Requerida;
C) sejam concedidos ao Sr. Oficial de Justiça, os

benefícios dos artigos 212, 217, autorizando o cumprimento em horários de exceção,
inclusive em período noturno, com ordem de arrombamento e requisição policial, se
necessário, na forma dos artigos 846 e 782, todos do novo Código de Processo Civil 14,
14 Art. 212. Os atos processuais serão realizados em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) horas. § 1º Serão
concluídos após as 20 (vinte) horas os atos iniciados antes, quando o adiamento prejudicar a
diligência ou causar grave dano. (grifou-se)
Art. 217. Os atos processuais realizar-se-ão ordinariamente na sede do juízo, ou, excepcionalmente, em outro
lugar em razão de deferência, de interesse da justiça, da natureza do ato ou de obstáculo arguido pelo
interessado e acolhido pelo juiz.
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para que proceda a apreensão dos veículos que serão removidos para depósito indicado
pelo Autor, quando também, a Requerida deverá entregar o respectivo documento,
conforme preceitua o §14º, do art. 3º, do Decreto 911/69, incluído pela Lei 13.043/14 15, cuja
determinação deverá constar no mandado;
D) desde já, que sejam expedidos os competentes
mandados para cumprimento nos seguintes endereços: Endereço 01 - CITAÇÃO – Avenida
Cruzeiro do Sul, 1800, sala 100, CEP 02.030-000, São Paulo/SP; Endereço 02 -
CUMPRIMENTO MANDADO DE BUSCA E APREENSÃO DOS VEÍCULOS – Rua Antônio
Pontes, 140, Vila Guilherme, CEP 02065-050, São Paulo/SP;
E) seja temporariamente decretado segredo de justiça

até o integral cumprimento da liminar, a fim de evitar que a Requerida conheça
antecipadamente das diligências e decisões proferidas nos autos e consiga adotar medidas
obstrutivas quanto ao cumprimento da pleiteada ordem de busca e apreensão dos bens;
F) seja determinado o bloqueio judicial registrado

diretamente perante o sistema RENAJUD, ou, ainda, com a expedição de ofício neste
sentido ao DETRAN/SP, com determinação em especial para que os referidos veículos não
possam circular livremente, de forma a serem apreendidos, inclusive, em blitz policial, uma
vez que o bloqueio administrativo apenas ratifica a impossibilidade de transferência dos
veículos;
G) após executada a liminar, seja conferido o prazo de 05

dias para a Requerida efetuar o pagamento da integralidade da CCB, conforme disposição
do artigo 3º, §2º, do Decreto Lei 911/69, perfazendo o valor total de R$ 4.057.395,06
(quatro milhões e cinquenta e sete mil e trezentos e noventa e cinco reais e seis
centavos), atualizado até 31/01/2022, acrescido de custas e honorários advocatícios a
serem arbitrados por este MM. Juízo, hipótese na qual os bens será restituído livre do ônus
da alienação fiduciária e/ou para no prazo de 15 (quinze) dias a contar da execução da
liminar, sob pena de revelia, apresentar resposta e acompanhar a presente ação até final
decisão;
H) caso o pagamento integral do débito não seja realizado

no prazo que alude o § 2º do artigo 3º do Decreto Lei nº 911/69, requer seja consolidada
a posse e propriedade plena e exclusiva dos bens em nome do Requerente, sendo
Art. 846. Se o executado fechar as portas da casa a fim de obstar a penhora dos bens, o oficial de justiça
comunicará o fato ao juiz, solicitando-lhe ordem de arrombamento. § 1º Deferido o pedido, 2 (dois) oficiais
de justiça cumprirão o mandado, arrombando cômodos e móveis em que se presuma estarem os bens, e
lavrarão de tudo auto circunstanciado, que será assinado por 2 (duas) testemunhas presentes à diligência. §
2º Sempre que necessário, o juiz requisitará força policial, a fim de auxiliar os oficiais de justiça na
penhora dos bens. (grifou-se)
Art. 782. Não dispondo a lei de modo diverso, o juiz determinará os atos executivos, e o oficial de justiça os
cumprirá. § 1º O oficial de justiça poderá cumprir os atos executivos determinados pelo juiz também
nas comarcas contíguas, de fácil comunicação, e nas que se situem na mesma região metropolitana.
§ 2º Sempre que, para efetivar a execução, for necessário o emprego de força policial, o juiz a
requisitará. (grifou-se)
15 § 14. O devedor, por ocasião do cumprimento do mandado de busca e apreensão, deverá entregar o bem
e seus respectivos documentos.

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autorizada a venda a terceiros, independente de leilão, hasta pública ou qualquer
outra medida judicial ou extrajudicial, devendo aplicar o preço da venda no pagamento
do seu crédito e das despesas decorrentes da realização da garantia, entregando à
Devedora o saldo, se houver, acompanhado do demonstrativo da operação realizada16;
I) a ratificação da liminar concedida, bem como a total
procedência da demanda pelos fundamentos acima destacados;
J) a condenação da demandada ao pagamento das custas

judiciais e dos honorários advocatícios de sucumbência;
K) a produção de todos os meios de prova em direito

permitidos, especialmente a documental, testemunhal e depoimento pessoal da Requerida;
L) por fim, requer sejam todas as intimações e notificações

referentes ao presente processo realizadas em nome de DIEGO ZAFFARI GALDINO DA
SILVA, inscrito na OAB/RS sob n.º 65.289, LUCAS GONÇALVES DE OLIVEIRA, inscrito
na OAB/RS sob n.º 112.012, e VALESCA LIRA DE SANTANA, inscrita na OAB/RS sob n.º
91.408, todos com endereço profissional na cidade de Caxias do Sul/RS, à Avenida Rio
Branco, número 4889, 4º andar, Bairro Ana Rech, CEP 95060-145, sob pena de nulidade.
Dá-se à causa o valor R$ 4.057.395,06 (quatro milhões e

cinquenta e sete mil e trezentos e noventa e cinco reais e seis centavos).
Nestes termos,
Pede deferimento.
Caxias do Sul, 25 de janeiro de 2022.
DIEGO ZAFFARI GALDINO DA SILVA

OAB/RS 65.289
LUCAS GONÇALVES DE OLIVEIRA VALESCA LIRA DE SANTANA

OAB/RS 112.012 OAB/RS 91.408
(assinado eletronicamente)
16 Lei 4.728/65 - Art. 66-B, §3º:É admitida a alienação fiduciária de coisa fungível e a cessão fiduciária de
direitos sobre coisas móveis, bem como de títulos de crédito, hipóteses em que, salvo disposição em contrário,
a posse direta e indireta do bem objeto da propriedade fiduciária ou do título representativo do direito ou do
crédito é atribuída ao credor, que, em caso de inadimplemento ou mora da obrigação garantida, poderá vender
a terceiros o bem objeto da propriedade fiduciária independente de leilão, hasta pública ou qualquer outra
medida judicial ou extrajudicial, devendo aplicar o preço da venda no pagamento do seu crédito e das
despesas decorrentes da realização da garantia, entregando ao devedor o saldo, se houver, acompanhado
do demonstrativo da operação realizada.
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BANCO MONEO S/A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita

AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO COM PEDIDO LIMINAR

em desfavor de VIAÇÃO ITAPEMIRIM S/A – EM

Diante do inadimplemento das obrigações pela Devedora, o

Após o deferimento da competente liminar de busca e apreensão

Por meio do ACORDO, a empresa Devedora confessou dever a

PLACA CHASSI MARCA MODELO ANO MOD CONTRATO

ANEXO I – RELAÇÃO DE VEÍCULOS ALIENADOS FIDUCIARIAMENTE, serão estendidas ao presente

Anexado o ACORDO aos autos, sobreveio a r. sentença (doc. 7.

“Vistos. BANCO MONEO S/A moveu a presente ação de busca e apreensão

Ocorre que, das 21 (vinte e uma) parcelas acordadas na

Diante disso, em atendimento ao PRINCÍPIO DA BOA-FÉ e ao

5 § 3º A mora e o inadimplemento de obrigações contratuais garantidas por alienação fiduciária, ou a

Desta forma, a fim de dar efetividade a presente Ação de Busca

1.1. ACORDO – CLÁUSULA 3.1.2. DA CLÁUSULA TERCEIRA – DO PAGAMENTO

1.2. ACORDO – CLÁUSULA 2.1. DA CLÁUSULA SEGUNDA – DO DESCONTO

Vencida e não paga a dívida confessada, o Credor está

Comprova-se a mora, a teor do §2º, Artigo 2º do mesmo

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO

AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO. Cédula de Crédito Bancário. Alienação

Ainda, consoante entendimento jurisprudencial consolidado pela

AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE BUSCA E

Portanto, diante da mora e do inadimplemento das obrigações

Cumpre ressaltar que a parte requerente até o presente

Além disso, o contexto ocasionado pela pandemia do COVID-

TUTELA DE URGÊNCIA EM CARÁTER ANTECEDENTE -indeferimento do

AGRAVO DE INSTRUMENTO – TUTELA CAUTELAR ANTECEDENTE –

Por conseguinte, os bens continuam sendo utilizados e

Conclui-se, portanto, que estão preenchidos os requisitos

2.1. DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL DA REQUERIDA.

Assim, indubitável que, tratando-se o Autor de credor fiduciário,

Outrossim, importante destacar o decurso do prazo do stay

“Juiz(a) de Direito: Dr(a). JOAO DE OLIVEIRA RODRIGUES FILHO

De outro lado, através da Lei nº 14.112, de 24 de dezembro de

Ao mesmo tempo que o legislador manteve a redação do artigo

Segundo o artigo. 6º, caput, III, introduzido pela Lei n.

Além de deixar claro que a suspensão não se aplica

Resta claro, portanto, que o controle passível de exercício pelo

No caso dos autos, o prazo de suspensão previsto no

“(...) No caso em exame, trata-se de bem móvel ("Modelo Vibro Acabadora

Transcorridos mais de 02 (dois) anos do decurso do prazo do

Neste sentido, colaciona-se jurisprudências:

Alienação fiduciária. Busca e apreensão. Sentença de improcedência.

Recuperação Judicial. Recurso tirado contra r. decisão que, ao deferir

Recuperação judicial. Decisão de indeferimento de suspensão de

Urge ressaltar que os bens continuam sendo utilizados e

Ante o exposto, haja vista a substancial alteração legislativa

2.2. DO SEGREDO DE JUSTIÇA TEMPORÁRIO. DA

Neste fulgor, ao saber da distribuição da ação, é frequente por

O segredo de justiça busca garantir efetividade às decisões

Apelação. Ação de busca e apreensão. Inadimplência. Sentença procedente.

ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA – BUSCA E APREENSÃO - LIMINAR

Assim, requer seja determinado o regular processamento da

2.3. DA RESTRIÇÃO DE CIRCULAÇÃO DOS BENS

AGRAVO DE INSTRUMENTO – AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO –

Portanto, tendo em vista a flagrante mora da Devedora, ora

A) considerando o teor do art. 286, II, do CPC, tratando-se

B) seja determinada liminarmente a busca e apreensão

C) sejam concedidos ao Sr. Oficial de Justiça, os