Disserta Ao PDF
Disserta Ao PDF
Disserta Ao PDF
ESCOLA DE VETERINÁRIA
Colegiado dos cursos de Pós-Graduação
Belo Horizonte
Escola de Veterinária-UFMG
2009
Belo Horizonte
Escola de Veterinária-UFMG
2009
AGRADECIMENTOS
“Se enxerguei mais longe foi porque me apoiei nos ombros de gigantes...”
(Isaac Newton)
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................09
2. REVISÃO DE LITERATURA................................................................................09
2.1. Comercialização da carne bovina..........................................................................09
2.2. Composição da carne.............................................................................................10
2.3. Qualidade da carne................................................................................................11
2.3.1. Capacidade de retenção de água (CRA)............................................................. 11
2.3.2. pH........................................................................................................................11
2.3.3. Textura................................................................................................................11
2.3.4. Maciez ................................................................................................................12
2.3.5. Rancidez oxidativa..............................................................................................12
2.4 Congelamento da carne.......................................................................................... 13
2.4.1 Velocidade de congelamento................................................................................. 13
2.4.2 Métodos de congelamento .................................................................................... 14
2.4.3 Vida útil da carne congelada ................................................................................ 14
2.5 Decongelamento da carne...................................................................................... 15
3. MATERIAL E MÉTODOS.....................................................................................15
3.1. Obtenção das amostras..........................................................................................15
3.2. Amostragem no laboratório...................................................................................15
3.2.1 Embalagem, congelamento e estocagem...............................................................16
3.3. Descongelamento e análise das amostras...................................................................16
3.3.1 Perda de peso no descongelamento............................................................................16
3.3.2 Determinação da composição centesimal e do pH................................................16
3.3.3 Capacidade de retenção de água............................................................................18
3.3.4 Quantificação da oxidação lipídica........................................................................19
3.3.5 Perdas de peso e maciez objetiva...........................................................................19
3.3.6 Determinação da composição centesimal das amostras após cocção....................20
3.4 Delineamento experimental ..........................................................................................20
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................20
4.1. Perda de peso no descongelamento........................................................................20
4.2. Composição centesimal .........................................................................................21
4.3. pH ..........................................................................................................................22
4.4. Capacidade de retenção de água (CRA).................................................................22
4.5. Perdas de peso e maciez objetiva...........................................................................24
4.6. Composição centesimal após cocção.....................................................................25
4.7. Quantificação da oxidação lipídica........................................................................26
5. CONCLUSÕES.......................................................................................................27
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................28
LISTA DE TABELAS
Tabela 5-Valores médios da porcentagem de perdas de peso durante o descongelamento da carne bovina
congelada à -18ºC.................................................................................................. 20
Tabela 8 – Caracterização da composição centesimal (lipídios pelo método Soxhlet) da carne bovina
congelada à -18ºC............................................................................................................ 21
Tabela 11- Valores médios da capacidade de retenção de água (CRA) da carne bovina congelada à
-18ºC........................................................................................................................ 23
Tabela 12- Valores médios das perdas de peso total (PPT) após cocção da carne bovina congelada à
-18ºC........................................................................................................................ 24
Tabela 13- Valores médios das perdas de peso por evaporação (PPE) após cocção da carne bovina congelada
à -18ºC............................................................................................................ 24
Tabela 14- Valores médios das perdas de peso por gotejamento (PPG) da após cocção carne bovina
congelada à -18ºC............................................................................................................ 24
Tabela 15- Valores médios de força máxima de ruptura (kg) da carne bovina (WBSF)............ 25
Tabela 20- Valores médios da quantificação da oxidação lipídica (mg malonaldeído/kg amostra) da carne
bovina congelada à -18ºC.............................................................................................. 27
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Reação do teste de TBA entre o ácido 2-tiobarbitúrico e o malonaldeído, formando o composto
colorido, medido especfotometricamente a 532nm.................................................... 13
LISTA DE ANEXOS
Anexo 1 - Teores médios de lipídios(%) e seus respectivos desvios padrão (DP) da carne bovina
congelada à -18ºC.................................................................................... 33
RESUMO
Com o objetivo de avaliar o efeito do congelamento e estocagem à -18 ºC de carne bovina (m.
Longissimus dorsi), foram avaliados seis pares de contrafilé (doze amostras) provenientes de seis
bovinos machos castrados, com idade estimada de dois anos, sendo identificados como animais
intermediários, e todas as amostras apresentando um pH final na faixa de 5,4 a 5,9. As amostras foram
preparadas em diferentes formas (moída, bife e porção de 1,5kg) e mantidas por 30, 60 e 120 dias
sob estocagem a -18 ºC, sendo avaliado no total 144 sub-amostras. Foi determinada a composição
centesimal, pH, capacidade de retenção de água, perdas de peso, maciez e quantificação da
oxidação lipídica. Não houve efeito dos tempos de estocagem ou das formas para os parâmetros pH,
composição centesimal, perda de suco e maciez. A carne moída apresentou maior (P<0,05) valor de
capacidade de retenção de água, sendo que este parâmetro não sofreu efeito do tempo de estocagem.
Os valores de perda de peso por evaporação, durante a cocção, e de oxidação lipídica aumentaram
com o tempo de estocagem, sendo que as maiores perdas por cocção foram observadas para porção
de 1,5kg e os maiores valores de oxidação lipídica para a carne moída.
Palavras Chave: congelamento, carne bovina, carne moída, qualidade de carne, oxidação lipídica
ABSTRACT
The effect of freezing and storage of beef (m. Longissimus dorsi) at -18 °C was evaluated at six
pairs of m. Longissimus dorsi (twelve samples) from six castrated male cattle, with estimated age of
two years identified as intermediaries age, and all samples with a pH final in the range of 5.4 to 5.9.
The samples were prepared in different forms (ground, steak and whole) and kept for 30, 60 and
120 days under storage at -18 °C, result a total of 144 sub-samples. It was determined the proximate
composition, pH, water holding capacity (WHC), loss of weight, shear force(WBSF) and
quantification of lipid oxidation. There were no significant effect of time of storage or the forms on
pH, proximate composition, loss of juices, and WBSF. The ground beef had higher (P <0.05) value
of WHC, and time of storage has no effect on this parameter. The values of loss evaporation, during
cooking, and lipid oxidation increased with time of storage, with higher cooking losses observed for
the entire form and higher lipid oxidation for ground beef.
A carne é um dos alimentos mais nutritivos utilizados na alimentação humana. É uma fonte rica em proteínas
de alta qualidade, ferro e vitamina B (Aberle et al., 2001), sendo classificada como um alimento completo e
de alto valor biológico, por apresentar todos os aminoácidos essenciais nas proporções corretas (Pensel, 1998
citado por Marques et. al., 2006).
Além da importância na alimentação, a carne também representa para o Brasil uma fonte de rendas e grande
valor econômico. O Brasil possui o maior rebanho bovino comercial do mundo, superando, inclusive, o
número de habitantes no país (IBGE, 2007). Em 2008 o Brasil exportou 14,5 milhões de toneladas de carnes
e derivados, sendo que 78 % dessa quantidade foram exportadas na forma de produto congelado
(AGROSTAT, 2008). Do total das importações européias de carne bovina, o Brasil é o grande fornecedor,
participando com mais da metade do volume total, com tendência de crescimento nos próximos anos. Em
relação à carne bovina congelada, a União Européia estabeleceu uma quota global anual de 53 mil toneladas,
denominadas informalmente de “Quota GATT” (Ferreira, 2005).
O processamento da carne para sua conservação é uma prática antiga. Desde os tempos mais antigos o
homem descobriu que o sal tinha um efeito conservador sobre a carne, e que o aquecimento
(cocção/defumação) aumentava a vida de prateleira com manutenção da qualidade (Pearson & Tauber, 1984).
O uso do frio e a eficácia do congelamento na preservação da carne também foram compreendidos há muito
tempo, pelos povos que habitavam as regiões árticas como os esquimós e outros povos habitantes de regiões
de clima frio.
Métodos de conservação são absolutamente essenciais para prolongar a vida de prateleira e permitir a
estocagem tanto de carnes frescas como de produtos cárneos processados. Os métodos de conservação mais
comumente aplicados a carnes são: refrigeração, congelamento, processamento térmico, desidratação e
irradiação (Aberle et al., 2001).
O congelamento tem sido muito utilizado, pois, além de permitir a conservação da carne por meses, mantém
as características químicas, sensoriais e nutritivas do produto próximas das características iniciais. Enfoques
modernos do uso do congelamento na conservação da carne são fundamentados na compreensão das
mudanças causadas pelo processo, bem como de seus aspectos preservativos (Lawrie, 2005). Porém,
alterações como a desidratação, rancificação e perdas de suco, são efeitos negativos que podem ser
observados devido ao processo de congelamento de carnes (Monteiro et al.,2002; Campañone et al., 2006).
Considerando a importância da carne na alimentação humana e o valor econômico que ela representa para o
agronegócio brasileiro e para a balança comercial do país, torna-se necessário conhecer os efeitos do
congelamento sobre a qualidade global (parâmetros físico–químicos) da carne bovina.
Esse trabalho teve por objetivo conhecer o efeito de se congelar e estocar à -18ºC por 0, 30, 60 e 120 dias a
carne bovina (Longissimus dorsi - contra-filé) porcionada de diferentes formas (moída, bife e porção de
1,5Kg).
2- REVISÃO DE LITERATURA
Segundo Souza et al. (2000), a carne moída é uma forma comum e importante na comercialização da carne
bovina no varejo, pois constitui fonte de proteína de boa qualidade, é mais acessível à faixa da população
com menor poder aquisitivo e pode ser utilizada em refeições de maneiras variadas e práticas. De acordo
com o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Carne Moída de Bovino (Brasil, 2003), entende-
se por carne moída o produto cárneo obtido a partir da moagem de massas musculares de carcaças de
bovinos, seguido de imediato resfriamento ou congelamento.
O sistema de comercialização e distribuição de carne bovina no Brasil vem passando por importantes
transformações, as quais vêm alterando, principalmente, a estrutura de toda a cadeia produtiva e a conduta de
seus agentes. Essas transformações, iniciadas há cerca de dez anos, se referem basicamente à crescente
demanda pela carne desossada e embalada, colocada à venda, pelo sistema de auto-serviço, nas gôndolas dos
supermercados (Bliska, 1997).
A carne é um alimento protéico de alta qualidade não só por conter aminoácidos essenciais, mas também
pela proteína ser altamente digestível e facilmente absorvível (Aberle et al., 2001). A tabelas 1 mostra a
composição aproximada da carne bovina e a tabela 2 mostra a composição para o músculo Longissimus
dorsi:
A carne também contém substâncias minerais que exercem papel biológico importante, constituindo-se em
fonte expressiva de ferro (Pardi et al., 2006).
As características físico-químicas (pH final, cor, maciez e capacidade de retenção de água) da carne
determinam sua qualidade e aceitabilidade, sendo importante tanto para os varejistas como para os
consumidores (Rota et al., 2006).
Por afetar a aparência da carne antes do cozimento, seu comportamento durante a cocção e a suculência
durante a mastigação, a capacidade de retenção de água da carne é um atributo de importância óbvia (Lawrie,
2005).
A capacidade de retenção de água é definida como a capacidade da carne de reter sua umidade ou água
durante a aplicação de forças externas. Quanto maior a capacidade de retenção de água, maior a suculência
da carne, característica extremamente desejável sob o aspecto sensorial (Souza, 2006).
A qualidade da carne durante estocagem é afetada pela capacidade de retenção de água. Quando as
propriedades de retenção de água do tecido muscular são pobres, a perda de umidade e, conseqüentemente, a
perda de peso durante a estocagem serão grandes (Aberle et al., 2001).
Vários fatores podem agir sobre a CRA da carne, por afetar as proteínas miofibrilares, entre os quais o mais
comun é o pH. Variações no pH influenciam a CRA devido ao fato de que, quando próximo do ponto
isoelétrico, os balanços de cargas positivas e negativas podem se igualar, neutralizando as cargas das
proteínas e impedindo a ligação com a água (Pires et al., 2002).
2.3.2- pH
Após o abate, o glicogênio do músculo é transformado em ácido lático sob ação de várias enzimas, levando à
queda do pH. Esse processo chama-se glicogenólise (Souza, 2006). A velocidade de queda do pH, bem como
o pH final da carne após 24 horas (pH24), é muito variável. A queda do pH é mais rápida nos suínos,
intermediária nos ovinos e mais lenta nos bovinos. Para bovinos, normalmente a glicólise se desenvolve
lentamente; o pH inicial (0 hora) em torno de 7,0 cai para 6,4-6,8 após 5 horas e para 5,5 - 5,9 após 24 horas
(Roça, 2001).
Um dos principais fatores relacionados à aceitação ou rejeição de carnes pelos consumidores é a cor da carne
que está intimamente relacionada ao pH final. Carnes com pH entre 5,8 e 6,0 tendem a apresentar melhor
estabilidade da cor durante a preparação de cortes e bifes nos locais de venda, do que carnes com pH fora
dessa faixa (Powell et al., 1996).
Além disso, Purchas & Aungsupakorn (1993), afirmam que um aumento no pH24 para 6,2 diminui a maciez
da carne devido a uma diminuição do sarcômero.
As condições de baixo pH, quando a temperatura corporal ainda está elevada, provocam desnaturação
protéica, reduzindo as propriedades de capacidade de retenção de água, conferindo assim, pobres
características de processamento, com redução dos rendimentos dos produtos e conseqüentes perdas
econômicas (Yu et al., 2005).
2.3.3- Textura
A estrutura do músculo, também denominada textura, é observada quando se realiza um corte transversal das
fibras, e é descrita como sendo uma função da espessura do perimísio (tecido conjuntivo) que divide o
músculo longitudinalmente nos feixes de fibras musculares (Oliveira, 2000).
A textura dos alimentos é um parâmetro sensorial que possui os atributos primários: maciez, coesividade,
viscosidade, elasticidade e os secundários como gomosidade, mastigabilidade, suculência, fraturabilidade e
adesividade (Souza, 2006).
A textura da carne está intimamente relacionada à quantidade de água intramuscular, portanto quanto maior o
conteúdo de água fixada no músculo, melhor a textura da carne, e consequentemente, maior maciez (Anadon
2002, citado por Souza 2006).
2.3.4- Maciez
De todos atributos da qualidade sensorial, a maciez é considerada como a mais importante pela maioria dos
consumidores e parece ser procurada em lugar do odor, sabor ou da cor (Lawrie,2005).
A impressão geral da maciez para o paladar se deve, primeiramente, à facilidade de penetração da carne
pelos dentes. Em segundo lugar, à facilidade com a qual a carne se fragmenta e, em terceiro lugar, à
quantidade de resíduo que permanece após a mastigação (Price & Schweigert, 1971).
A maciez da carne pode ser avaliada por medidas físicas, através da resistência da carne cozida à compressão
ou cisalhamento, e por medidas sensoriais, através da resistência à mastigação detectada por provadores.
Pesquisas têm demonstrado que existem correlações de média a alta entre os resultados da mensuração física
e da avaliação sensorial desse atributo, ou seja, uma carne considerada macia com base, por exemplo, na
força de cisalhamento, tem grande probabilidade de ser considerada macia por provadores treinados (Felício,
1999).
Dentre os métodos objetivos conhecidos para avaliar a maciez da carne, a força de cisalhamento é o mais
utilizado. Essa metodologia utiliza-se do texturômetro acoplado a lâmina Warner-Blatzler (WB) (Smith et
al., 1969).
A maciez da carne é provavelmente a característica mais estudada quando a preocupação é o consumidor. O
segundo atributo de importância parece ser a suculência (Chambers & Bowers, 1993). O consumidor utiliza
os atributos de textura para determinar a qualidade e a aceitabilidade da carne, e a melhor qualidade é
expressa em termos de maior maciez e maior suculência (Borges et al., 2006).
Petrovic et al. (1993) registrou menor maciez para carne bovina em procedimentos que utilizaram
congelamento lento, associado às maiores perdas de peso durante congelamento e descongelamento. Isso
ocorre devido ao fato de que durante o congelamento lento, formam-se grandes cristais de gelo que causam
dano às fibras.
2.3.5- Rancidez oxidativa
A oxidação lipídica é um fator limitante na qualidade e aceitabilidade de carnes e produtos cárneos e afeta
atributos como sabor, cor, textura e valor nutritivo. O processo de rancidez causa o desenvolvimento de
sabores indesejáveis, descoloração, produção de substâncias potencialmente tóxicas, como o malonaldeído e
óxidos de colesterol, e também perda do valor nutricional devido à destruição de vitaminas e ácidos graxos
essenciais (Gray et al., 1996).
A rancidez, ou oxidação de lipídios, é a deterioração mais importante que ocorre na carne, definindo a vida
útil, na medida em que gera produtos indesejáveis do ponto de vista sensorial e destrói vitaminas
lipossolúveis e ácidos graxos essenciais (Cecchi, 2003). Assim, o armazenamento de carne por longos
períodos é limitado pela rancidez oxidativa. Os substratos das reações de oxidação lipídica são,
principalmente, os ácidos graxos insaturados. É o grau de instauração que mais influi na velocidade de
oxidação, sendo que os ácidos graxos poliinsaturados se oxidam até em alimentos congelados (Pereira et al.,
2006).
A avaliação do estado de oxidação de óleos e gorduras, ou seja, a medida do ranço, é uma determinação
importante na indústria, pois trata-se, em primeiro lugar, de um meio de controlar e garantir a qualidade das
matérias-primas adquiridas, bem como um método de controle de qualidade dos produtos comercializados
(Silva et al., 1999).
Em carnes ou produtos cárneos, os métodos mais comumente utilizados para monitorar a oxidação lipídica
primária são a determinação de mudanças nos ácidos graxos poliinsaturados de fosfolipídios e mudanças no
valor de peróxido. A utilidade do monitoramento das mudanças primárias é limitada aos estágios iniciais de
oxidação lipídica. Para monitorar produtos da oxidação lipídica secundária, o método mais usado é o 2-ácido
tiobarbitúrico (TBA) (Ajuyah et al., 1993).
Devido à sua simplicidade e rapidez, o teste de TBA é um dos mais freqüentemente usados para quantificar o
malonaldeído (MDA), um dos principais produtos de decomposição dos hidroperóxidos de ácidos graxos
poliinsaturados, formado durante o processo oxidativo de carnes. O teste baseia-se na reação entre o ácido 2-
tiobarbitúrico com o malonaldeído (Figura 1), produzindo um composto de cor vermelha, medido
espectrofotometricamente a 532 nm de comprimento de onda (de acordo com a metodologia, esse
comprimento de onda pode variar, situando-se ao redor de 500 a 550 nm). A quantificação de malonaldeído é
feita a partir de curvas de calibração construídas com concentrações conhecidas de malonaldeído. Os
resultados são expressos em mg de malonaldeído por kg de amostra (Osawa et al., 2005).
As metodologias do teste de TBA baseadas em espectrofotometria podem ser realizadas: diretamente na
amostra; na porção do destilado da amostra; no extrato ácido-aquoso da amostra; no lipídio extraído da
amostra (Ulu, 2004). O teste de TBA por extração ácida-aquosa pode ser considerado como o melhor método
para estimar o conteúdo de malonaldeído. Neste método, a carne não é exposta ao aquecimento. Porém,
algumas impurezas como proteínas solúveis em água, peptídeos e outros aldeídos podem estar presentes no
extrato da carne, interferindo na formação do complexo malonaldeído-TBA (Raharjo & Sofos, 1993).
O congelamento da carne é a forma de conservação, por longo prazo, que menos deprecia o valor nutritivo e
as qualidades organolépticas do produto natural. No Brasil, a utilização do congelamento de carnes é uma
prática freqüente, que visa atender o processo de distribuição interestadual e exportações de carnes (Pardi et
al., 2006).
Assim como a refrigeração, o congelamento utiliza o decréscimo de temperatura para prolongar o período de
conservação dos alimentos. Porém, as temperaturas empregadas no congelamento são muito mais baixas que
as usadas na refrigeração, e a diferença essencial entre ambos os métodos é a formação de cristais de gelo no
interior dos alimentos (Cheftel et al., 1983).
O congelamento da carne se inicia pela cristalização da água nos espaços extracelulares devido a menor
concentração de solutos que no fluido intracelular. Quando o congelamento é lento, a cristalização
extracelular, que aumenta a concentração local de solutos, provoca, por osmose, uma desidratação
progressiva das células. Formam-se grandes cristais de gelo e aumentam os espaços extracelulares. Este
deslocamento de água explica, em grande parte, a exsudação que se observa ao descongelar a carne. Quando
o congelamento é rápido, a cristalização ocorre quase simultaneamente nos espaços extracelulares e no
interior das células. O deslocamento de água é pequeno e são produzidos pequenos cristais de gelo, e,
portanto, as modificações na textura são menores que no congelamento lento (Cheftel et al., 1983).
Segundo Farouk (2003), a qualidade da carne congelada é afetada pelo tempo de estocagem e pela interação
entre tempo de estocagem e velocidade de congelamento.
2.4.1-Velocidade de congelamento
A velocidade de congelamento da carne depende da quantidade de água livre presente dentro da célula. Na
carne, à -1ºC, tem-se cerca de 20% de água transformada em gelo, à -10ºC aproximadamente 90% e à -18ºC
quase 100%. A velocidade também dependerá da composição da carne, da temperatura e da velocidade do ar
(Roça, 2000).
A seguinte relação é usada como medida da velocidade de congelamento: “distância mínima entre a
superfície e o centro da carne (que resfria mais lentamente) pelo tempo transcorrido desde o momento em
que a temperatura é 0ºC no centro e quando a temperatura alcança -15ºC, nesse mesmo ponto” (Cheftel et
al., 1983). . A velocidade de congelamento pode ser definida conforme a tabela 3:
2.4.2-Métodos de congelamento
O congelamento pode ser feito com o ar parado ou em movimento, em placas ou por contato, ou por método
criogênico. O congelamento com ar parado depende da transmissão do calor por convecção, traduzindo-se
por um congelamento mais lento. Trata-se de processo amplamente empregado nos congelamentos
domésticos, variando a temperatura do ar entre -20º e -18ºC. O congelamento com circulação de ar é
empregado em túneis providos de ventiladores responsáveis pela intensa corrente de ar. Conforme o tamanho
das peça ou cortes de carnes, as temperaturas do ar variam de -10 até -45ºC, e a velocidade do ar, de 2 a 4 m/
s (Hedrick et al., 1989).
No congelamento em placas ou por contato, a transferência do calor é feita mais por condução que por
convecção através de metal, sendo assim mais rápido que no congelamento com ar parado. Quando se deseja
acelerar o processo, deve-se adaptar uma circulação de ar frio. As placas são construídas em alumínio
especial estruturado ou outro material de elevada condutibilidade térmica. O produto a ser congelado- em
geral peças mais delgadas- deve ser colocado em envoltórios plásticos, bandejas ou caixas de cartolina ou
papelão, depositadas entre duas placas. As temperaturas do congelador a placas variam entre -30ºC e -45ºC.
O processo de congelamento criogênico é empregado por imersão direta, por aspersão ou através da
circulação de elemento criógeno. Trata-se de processo de congelação rápida, de grande aceitação no mercado
norte-americano e que, no Brasil, tem uso circunscrito à conservação de sêmen e de sorvetes. Hoje, começa a
ser expandido para o setor de carnes, sendo usual o congelamento criogênico do hambúrguer. Os agentes
criogênicos mais empregados são o nitrogênio líquido ou gasoso e o bióxido de carbono (Pardi et al., 2006).
Para preservar a qualidade ótima, a carne a ser congelada deve ser manipulada com o mesmo cuidado que a
carne refrigerada, especialmente se for ser estocada por diversos meses. O congelamento e o armazenamento
a -18ºC, não matam os microorganismos. Alguns desses, como salmonelas em aves, esporos, vírus, bactérias
Gram-positivo nas carnes, permanecem praticamente intactos durante o congelamento. Assim, é necessário
evitar a contaminação da carne durante a manipulação, processamento, embalagem e estocagem, para manter
as propriedades qualitativas da carne e prolongar a vida útil (Hedrick et al., 1989).
O grau de saturação das gorduras influencia o tempo de armazenagem sob congelamento. Quanto maior o
teor de gorduras insaturadas, maior serão as alterações oxidativas (ranço), e, portanto, o tempo de
armazenagem deverá ser encurtado. Assim, carnes de aves e suínos que são mais insaturadas, comparadas à
carne bovina, terão menor período de estocagem congeladas. A tabela 4 mostra o tempo máximo de
armazenamento de carnes de acordo com a temperatura de estocagem:
vaca 4 6 12 12
ovelha 3 6 12 12
suíno 2 4 6 8
aves 2 4 8 10
Alguma perda no valor nutritivo ocorre quando nutrientes solúveis em água são perdidos no exsudato do
descongelamento, porém essa perda de líquido varia com as condições de congelamento e descongelamento
(Hedrick et al., 1989).
Quando a descongelação se inicia, a temperatura aumenta e cristais de gelo se fundem, aumentando a
atividade de água no espaço extracelular. Consequentemente, a água migrará em direção ao espaço
intracelular e será absorvida pelas fibras parcialmente desidratadas. Se a taxa de descongelamento é lenta o
suficiente, diferenças de atividade de água em ambos os compartimentos será menor. Por outro lado, se a
taxa de descongelamento é rápida, pode não haver reabsorção de água pelas fibras, acumulando no espaço
extracelular e eventualmente drenando como exsudato (Gonzalez-Sanguinetti et al., 1985).
3- MATERIAL E MÉTODOS
Em Abatedouro-frigorífico comercial da região da Grande Belo Horizonte, foram obtidos seis pares
(provenientes de seis animais) de peças de contra-filé. Para evitar efeitos referentes à condição sexual, idade
e pH24, todas as peças foram obtidas a partir de bovinos machos castrados, que conforme a cronologia
dentária, avaliada através do Sistema Nacional de Tipificação de Carcaças Bovinas (Brasil, 1989) eram
machos com até 2 dentes incisivos definitivos tendo uma idade estimada de dois anos, sendo identificados
como animais intermediários. Todos os cortes apresentavam um pH na faixa de 5,4 a 5,9. Cada animal foi
considerado uma repetição, totalizando então, seis repetições ou amostras.
Para possibilitar a execução das análises em tempo hábil, as peças de contra-filé foram compradas em três
momentos distintos, sendo que em cada momento de obtenção, foram obtidos dois pares (quatro peças),
provenientes de dois animais.
Considerando que as duas peças de contra-filé (o par) provenientes do mesmo animal são idênticas, para
cada repetição (animal), uma peça foi dividida em 4 porções de 1,5 kg, sendo uma porção para cada tempo
de armazenagem (0, 30, 60, 120), e a outra foi dividida em 20 bifes de 2,5 cm (aproximadamente 200g) que
foram distribuídos aleatoriamente em cada tempo de armazenagem (0, 30, 60, 120), sendo então 5 bifes para
cada tempo de estocagem. Dos 5 bifes de cada tempo, dois bifes foram moídos por moedor marca Siemsen
PS22, equipado com disco de 8mm.
Após a divisão das amostras, estas foram embaladas a vácuo e identificadas. Em seguida, as amostras foram
congeladas e estocadas à -18ºC. Utilizando termopares inseridos na região central das amostras, o declínio da
temperatura das amostras foi monitorado, sendo que a temperatura inicial das amostras que era de 7ºC caiu
para -18ºC em aproximadamente 24 horas.
O congelamento e estocagem foram feitos em freezer convencional. Foi acoplado ao freezer um aparelho que
ajusta e controla a temperatura do freezer.
A temperatura de congelamento de -18ºC foi escolhida de acordo com o Regulamento Técnico de Identidade
e Qualidade De Carne Moída De Bovino que refere-se ao produto carne moída, destinado ao comércio
nacional e/ou internacional, sendo estipulada para carne moída congelada à temperatura máxima de -18ºC
(menos dezoito graus Celsius) durante o armazenamento (Brasil, 2003).
Em cada momento de análise, as amostras foram descongeladas por 40h a 4ºC e mantidas nesta temperatura
até o momento das análises e as amostras do dia zero foram analisadas frescas (sem congelar).
Em cada tempo de estocagem (0,30, 60, 120), foram analisados uma porção de 1,5Kg, três bifes e duas
porções moídas.
Dos três bifes e das duas porções moídas, um bife e uma porção moída foram utilizados na determinação do
pH, na quantificação da oxidação lipídica, na medida da capacidade de retenção de água e na determinação
da composição centesimal. Os outros dois bifes e a outra porção moída foram utilizados para medir as perdas
de peso à cocção. Foi avaliada a maciez objetiva dos bifes depois da cocção, sendo que não foi possível
avaliar a maciez da carne moída devido à metodologia utilizada.
Em todos os tempos de estocagem, as porções de 1,5 kg, depois de descongeladas, foram fatiadas em bifes
de 2,5 cm (aproximadamente 200g), sendo utilizados três bifes para realização das análises. Desses três bifes,
um bife foi utilizado na determinação do pH, na quantificação da oxidação lipídica, na medida da capacidade
de retenção de água e na determinação da composição centesimal. Os outros dois bifes foram utilizados para
medir as perdas de peso à cocção e a maciez objetiva.
Após o período de descongelamento, foi medida a perda de suco pesando-se a amostra na embalagem
fechada, em seguida foi retirado o suco, secou-se a carne com papel toalha, pesando novamente a amostra e a
embalagem seca e limpa. O resultado foi dado pela diferença de peso e expresso em porcentagem.
A determinação da composição centesimal (Nitrogênio total e protídeos, lipídeos, resíduo mineral fixo e
umidade) e do pH foi realizada conforme as metodologias propostas na Instrução Normativa Nº 20 (Brasil,
1999).
b) Umidade
Foi colocado o béquer em estufa marca FANEM® modelo 315SE a 105ºC durante 1 hora. Esfriou-se em
dessecador e pesou-se. Aproximadamente 9 ± 2 gramas da amostra foram pesadas no béquer e levados à
estufa 105ºC por 15 horas. Esfriou-se em dessecador e pesou-se. A porcentagem de umidade foi calculada
pela fórmula
% umidade e voláteis = 100 x p
p'
Onde:
p = perda de massa em gramas;
p' = massa da amostra em gramas.
Obs.: A amostra após a determinação da umidade foi imediatamente utilizada para determinação de lipídios
pelo método Soxhlet.
c) Lipídios
Os lipídios foram determinados pelo método do butirômetro de leite e pelo Extrator de Soxhlet.
Cartuchos de extração (reutilizáveis, com 2,5cm de diâmetro e 8,0cm de comprimento) foram colocados em
estufa à 105ºC por aproximadamente 15 horas e após esfriado em dessecador, foi pesado. A amostra após a
determinação da umidade, foi pesada e transferida para o cartucho de extração. Colocou-se o cartucho mais
amostra no extrator de Soxhlet e foi feita a extração com 100ml de éter (etílico ou de petróleo) em um
Determinador de gordura TE-044 marca TECNAL a 45ºC, sendo que a temperatura do éter estava em torno
de 33ºC. Após 6 horas, o cartucho contendo a amostra foi retirado e colocado em estufa a 105ºC por 1 hora.
Esfriou-se em dessecador e pesou-se o cartucho mais a amostra seca desengordurada. A porcentagem de
gordura foi calculada pel fórmula:
% lipídios = 100 x p
p'
Onde:
p = massa de lipídios extraídos em gramas, obtida pela diferença entre o peso inicial e final do cartucho mais
amostra.
p' = massa da amostra em gramas. Por restarem alguns resíduos de amostra no béquer ao transferir a amostra
seca (após determinação da umidade) para o cartucho, foi feita uma regra de três partindo do peso da
amostra seca e o teor de umidade para se obter a massa da amostra.
As cinzas foram determinadas pela eliminação da matéria orgânica e inorgânica volátil à temperatura de 550
ºC, em forno mufla. Para isso, cadinhos de porcelana foram aquecidos na mufla a 550ºC por 30 minutos, e
após esfriar em dessecador, foram pesados. 2 a 5g de amostra foram pesadas nos cadinhos, que foram
colocados em estufa a 80ºC por 2 horas. Em seguida, os cadinhos com amostras foram colocados em placas
aquecedoras. Após a completa carbonização, esses foram colocados na mufla a 550 ºC até o clareamento das
cinzas, sendo então pesados, após esfriarem em dessecador. A porcentagem de resíduo mineral fixo foi
calculada pela fórmula:
% cinzas= 100 x p
p'
Onde:
p = diferença em gramas entre a massa do cadinho com amostra antes e após calcinação;
e) pH
Após a determinação da perda de suco ao descongelamento, foi medido o pH, utlizando pHmetro HI 221
HANNA INSTRUMENTS, previamente calibrado com soluções tampão de pH 6,86 e 4,01 (digimed). Duas
sondas, uma de determinação do pH e outra de temperatura, foram acopladas diretamente na amostra para
mensuração do pH e temperatura, respectivamente. Foram feitas duas medidas em dois locais diferentes da
amostra, e o resultado foi dado pela média.
Para medir a capacidade de retenção de água, foi utilizada a metodologia proposta por Hamm (1960):
Foi feita a medição de perda de água liberada ao aplicar uma pressão sobre o tecido muscular. Para isso,
foram colocados cubos de carne de 0,5 g entre dois papeis de filtro e estes entre duas placas de acrílico. Em
seguida, foi colocado um peso de 5kg. Após cinco minutos, foi retirado o papel filtro, contendo a amostra e o
suco liberado, que foi colocado em um papel milimetrado onde foi fotografado. Posteriormente, a foto foi
analisada por um programa de computador, ImageJ, que mediu a área externa (formada pelo suco liberado à
compressão) e a interna (cubo de carne). A capacidade de retenção de água foi obtida dividindo-se a área
interna pela área externa.
A quantificação da oxidação lipídica foi realizada conforme metodologia proposta por Rosmini et al.(1996) e
Witte et al. (1970), adaptado por Bueno et al. (2006):
Para quantificação de oxidação lipídica foi realizado o teste de TBA por extração ácida-aquosa. Em um tubo
de ensaio contendo 2,5mL de água destilada, foram pesados 2,0 ± 0,5g da amostra. Em seguida, para
realização da extração, foram acrescentados 5mL de ácido tricloroacético 20% (20g de ácido tricloroacético
P.A. marca Nuclear em 100mL de água destilada. A solução foi preparada no dia da análise devido à sua
instabilidade). Os tubos passaram por agitação em vortex na velocidade máxima por dois minutos. Em
seguida, 2,5mL de ácido 2-tiobarbitúrico 0,02M (2,882g de ácido tiobarbitúrico marca Sigma em 1000mL de
água destilada) foram acrescentados e o tubo novamente colocado em vortex por um minuto. Os tubos foram
centrifugados por 10 minutos a 1550 rpm, e em seguida filtrados com papel filtro qualitativo em tubos com
tampa rosqueada. Os tubos foram levados à água em franca ebulição por 35 minutos. Depois de resfriados
em banho de gelo por 3 minutos, foram centrifugados a 1550 rpm por três minutos. A leitura da absorbância
foi realizada em especfotômetro a 532nm.
A quantificação de malonaldeído foi feita a partir de curvas de calibração construídas com concentrações
conhecidas de malonaldeído. Para isso, foi utlizado o padrão TMP (1,1,3,3 –tetrametoxipropano). A curva foi
montada utilizando-se 20 tubos contendo 5ml de água destilada e quantidades crescentes, 10 a 200
microlitros, de TMP na concentração de 3,33x10-3, sendo então 20 tubos com os seguintes volumes de TMP
10, 20, 30, 40, 50, 60, 70, 80, 90, 100, 110, 120, 130, 140, 150, 160, 170, 180, 190 e 200 microlitros. A
solução de TMP na concentração de 33,33x10-3 foi obtida partindo de uma solução mãe (0,1441g de
tetrametoxipropano P. A. marca cromoline em 1000ml de água), foram medidos em uma proveta 166ml da
solução mãe e completado o volume com água destilada para 500mL.
Os resultados foram calculados através de uma curva de regressão montada em Excel e foram expressos em
mg de malonaldeído por kg de amostra.
3.3.5- Perdas de peso e maciez objetiva
A medida das perdas de peso à cocção e da maciez objetiva foi realizada segundo Oliveira et al. (2006):
Foi pesada a assadeira, as amostras de carne e o conjunto grelha + assadeira + carne. Em seguida, foram
inseridos termopares tipo K até a região central das amostras e acoplados a um termômetro Instrutherm TH-
090 tipo K/J. As amostras foram levadas ao forno, previamente aquecido e estabilizado a 175ºC. Ao atingir a
temperatura interna de 75ºC, foram retiradas e resfriadas até a temperatura ambiente, e novamente pesou-se a
assadeira e o conjunto grelha + assadeira + amostra. As perdas de peso por gotejamento, evaporação e total
foram calculadas e expressas em porcentagem em relação ao peso da amostra original. A perda de peso por
gotejamento foi determinada pela diferença entre assadeira final e inicial pelo peso da amostra inicial. A
perda de peso por evaporação foi determinada pela diferença entre conjunto grelha + assadeira + carne final
e inicial pelo peso da amostra inicial. A perda de peso total foi calculada somando-se a perda de peso por
gotejamento mais a perda por evaporação.
Para medir a perda de peso por cocção das carnes moídas, foi desenvolvido no laboratório uma cesta em aço
galvanizado, medindo 10cm de comprimento, 8,5cm de largura e 5cm de altura. Aproximadamente 100
gramas de carne moída foram pesadas e colocadas no cesto e então se pesou assadeira e depois o conjunto
grelha + assadeira + cesto + carne. As demais operações foram feitas conforme descrito acima para os bifes.
Obs.: Após a determinação da perda de peso à cocção, os bifes foram armazenados sob refrigeração (4ºC), e
depois de 24 horas foram utilizados para determinação da maciez objetiva.
Após a cocção de cada bife foram retirados no mínimo seis cilindros de 1,27 cm de diâmetro, paralelos à
orientação das fibras musculares, que foram submetidos a avaliação objetiva de maciez (WBSF), utilizando o
Texturômetro TA-XT2 da Stable Micro System®, acoplado com lâmina do tipo Warner Bratzler
(Stable,1998). Os resultados foram expressos em gramas obtidos pelas médias da força máxima de ruptura de
cilindros originados do mesmo bife.
As configurações do aparelho foram: velocidade pré-teste 2,0mm/s; velocidade do teste 3,3 mm/s;
velocidade após o teste 10,0 mm/s; distância percorrida pela lâmina após ter atingido a parte superior da
amostra 27,0mm.
Após as medidas das perdas de peso à cocção e maciez, foi feita a determinação da composição centesimal
(Nitrogênio total e protídeos, lipídeos, resíduo mineral fixo e umidade) das amostras cozidas seguindo as
mesmas metodologias descritas para carne crua. Para realização das análises as amostras foram previamente
trituradas em um processador.
Os resultados obtidos para a determinação da composição centesimal, pH, capacidade de retenção de água,
perdas de peso e maciez objetiva, foram submetidos a análise de variância (ANOVA), utilizando o
delineamento de fatorial. Para eliminar o efeito temporal, os momentos de obtenção das amostras foram
blocados. As médias foram comparadas pelo Teste Tukey para amostras com CV<15, Teste Student-
Newman-Keuls (SNK) para amostras com 15<CV<25, e Teste t Student para CV>25, sendo fixado um nível
de significância de 5%. Os dados da quantificação da oxidação lipídica foram avaliados também por análise
de variância (ANOVA), utilizando teste não paramétrico de Kruskal-Wallis para comparação das formas e
Friedman test para comparação dos tempos.
4- RESULTADOS E DISCUSSÃO
A tabela 5 mostra a comparação de médias das perdas de peso durante o descongelamento da carne bovina
para as três formas (moído, porção 1,5kg e bife) e os tempos de estocagem (30,60,120). Como no tempo zero
as amostras foram avaliadas frescas (sem congelar), não foi quantificado este parâmetro neste tempo.
CV(%) 35,98
a,b, letras distintas, minúsculas nas linhas e maiúsculas nas colunas, indicam valores que diferem
estatisticamente entre si (P<0,05) pelo teste t Student
As perdas de peso durante o descongelamento da carne bovina não se alteraram com o efeito da estocagem
sob congelamento, o que não condiz com os achados de Fennema & Winger (1976) e Bhattacharya et al.
(1988), em que a perda de suco no descongelamento aumentou com o aumento do tempo de estocagem.
Comparando as formas, Ziauddin (1993) também observou maiores perdas para os cortes (500-600g) que
para carne moída. Isto pode ser explicado, em parte, pelo fato de que maior área leva maior tempo para
congelar, o que pode resultar na formação e crescimento lento dos cristais de gelo, com conseqüente dano à
integridade das fibras da carne, resultando em maior perda de suco durante o descongelamento.
4.2-Composição centesimal
CV(%) 2,63
A,Bletrasmaiúsculas distintas nas colunas indicam valores que diferem estatisticamente entre si (P<0,05) pelo
teste Tukey
CV(%) 4,85
A,Bletrasmaiúsculas distintas nas colunas indicam valores que diferem estatisticamente entre si (P<0,05) pelo
teste Tukey
Tabela 8 – Caracterização da composição centesimal (lipídios pelo método Soxhlet) da carne bovina
congelada à -18ºC
FORMA
CV(%) 24,19
Os lipídios foram determinados pelo método do butirômetro de leite e pelo Extrator de Soxhlet. As
comparações de médias apresentadas na tabela 8 refrem-se ao método Soxhlet. Através da correlação de
Pearson, foi encontrado um coeficiente de determinação de 82,9% entre os dois métodos Os valores de
lipídios obtidos pelos dois métodos foram muito próximos, o que possibilita a utilização de qualquer um dos
métodos para quantificação de lipídios em carne bovina. O método do butirômetro de leite é mais rápido que
o método pelo Extrator de Soxhlet, porém este é mais prático que o primeiro. O anexo 1 mostra os valores de
lipídios para os dois métodos.
CV(%) 29,14
P>0,05 pelo teste t Student
4.3-pH
Conforme a tabela 10 e a figura 2, o pH apresentou ligeira queda aos 120 dias de estocagem. Gokalp et al.
(1978), encontrou pH constante em todo tempo de estocagem para carne bovina estocada congelada, durante
9 meses, a -22,3ºC. Monteiro et al. (2002), observou uma tendência de queda do pH da carne suína durante
os primeiros 90 dias de estocagem congelada e uma tendência de estabilização após os 90 dias.
FORMA
CV(%) 2,21
A,B letras maiúsculas distintas nas colunas indicam valores que diferem
estatisticamente entre si (P<0,05) pelo teste Tukey
A capacidade de retenção de água não sofreu influência da estocagem sob congelamento. Resultados
semelhantes foram encontrados por Farouk et al. (2003) e Zapata et al.(2006). Farouk et al. (2003) observou
um decréscimo gradual na CRA a partir de 9 meses de estocagem sob congelamento. Os dados da tabela 11
representam a comparação de médias das análises da capacidade de retenção de água das três formas (moído,
porção de 1,5kg e bife) e dos tempos de estocagem (0,30,60,120).
Tabela 11- Valores médios da capacidade de retenção de água (CRA) da carne bovina congelada à
-18ºC
FORMA
CV(%) 16,67
CRA= 1 máxima
a,b,letras minúsculas distintas nas linhas indicam valores que diferem estatisticamente entre si
(P<0,05) pelo teste SNK
A carne moída, comparada às formas bife e porção de 1,5kg, apresentou maior capacidade de retenção de
água. Isto se deve ao fato de que durante o processo de moagem parte da água livre foi perdida, resultando
em um aumento teórico da CRA. Ziauddin (1993) também observou que a carne moída apresentou maior
CRA que os cortes (500-600g), reportando a possível influência do tamanho e localização dos cristais de gelo
no efeito do descongelamento que por sua vez pode afetar a capacidade de retenção de água.
Apesar de não ter sido significativo, as amostras apresentaram uma tendência de aumento na capacidade de
retenção de água durante a estocagem sob congelamento (figura 3). Hernández (2005), ao estudar o efeito do
congelamento na carne de frango, encontrou menores CRA para as carnes frescas. Entretanto, Khan & Lentz
(1976) observaram um decréscimo na CRA com o aumento do tempo de estocagem.
Os dados da tabela 12, 13 e 14 representam a comparação de médias das análises das perdas de peso total
(PPT), por evaporação (PPE) e por gotejamento (PPG), respectivamente, da carne bovina para as três formas
(moído, bife e porção de 1,5kg) e os tempos de estocagem (0,30,60,120).
Tabela 12- Valores médios das perdas de peso total (PPT) após cocção da carne bovina congelada à -
18ºC
FORMA
CV(%) 13,51
a,b, letras distintas, minúsculas nas linhas e maiúsculas nas colunas, indicam valores
que diferem estatisticamente entre si (P<0,05) pelo teste Tukey
Tabela 13- Valores médios das perdas de peso por evaporação (PPE) após cocção da carne bovina
congelada à -18ºC
FORMA
CV (%) 14,36
a,b, letras distintas, minúsculas nas linhas e maiúsculas nas colunas, indicam valores que diferem
estatisticamente entre si (P<0,05) pelo teste Tukey
Tabela 14- Valores médios das perdas de peso por gotejamento (PPG) da após cocção carne bovina
congelada à -18ºC
FORMA
a,b, letras distintas, minúsculas nas linhas e maiúsculas nas colunas, indicam valores que diferem
estatisticamente entre si (P<0,05) pelo teste t Student
As maiores perdas de peso à cocção foram encontradas para as amostras congeladas em porção de 1,5kg. As
perdas de peso à cocção por evaporação aumentaram com os tempos de estocagem, o que condiz com os
achados de Bhattacharya et al. (1988) e Zapata et al. (2006), em que as perdas de peso a cocção aumentaram
significativamente com o congelamento.
De acordo com a tabela 15, a média de força máxima de ruptura da carne (WBSF) bovina estudada foi de
6,96Kg para as carnes congeladas na forma de bife e 7,12kg para as carnes congeladas na forma inteira.
Baseado em avaliações sensoriais com consumidores, Miller et al. (2001) considera como macia uma carne
com valores WBSF de até 3,0 Kg, de 3,0-5,7 Kg intermediária, e acima de 5,7 Kg como dura. Johnson et al.
(1990) considera como maciez aceitável para carne bovina até 5,5 Kg. Belew et al. (2003) classificou os
músculos bovinos em muito macio (WBSF < 3,2 Kg), macio (3,2 kg <WBSF <39 kg), intermediário (3,9 kg
< WBSF < 4,6 kg) e duro (WBSF > 4,6 Kg), sendo que o músculo longissimus dorsi foi classificado como
intermediário. Diferenças nos valores de forças de cisalhamento quanto aos limites de maciez pode estar
relacionado não somente ao fato dos resultados terem sido obtidos por diferentes laboratórios e por métodos
que podem variar consideravelmente, como também se devem considerar diferenças culturais e regionais
para a percepção e definição dos limites de uma carne macia (Silva et al., 2007).
Tabela 15- Valores médios de força máxima de ruptura (Kg) da carne bovina (WBSF)
FORMA
CV(%) 12,65
FORMA
CV(%) 4,68
FORMA
CV(%) 7,51
CV(%) 39,20
FORMA
CV(%) 32,35
De acordo com a figura 4 e os dados da tabela 20, observa-se um aumento na taxa de oxidação lipídica para
as formas moída e bife ao longo dos 120 dias de estocagem sob congelamento. Stika et al. (2007) observou
um aumento significativo nos valores de TBA da carne bovina com o aumento do tempo de estocagem sob
congelamento a -29ºC. Segundo Igene et al. (1979), os valores de TBA para carne bovina, pelo método de
destilação, aumentou de 0,27 no dia zero para 0,31 com 8 meses e 0,41 aos 13 meses de estocagem
congelado. Os valores de TBA encontrados no experimento estavam abaixo do limite de detecção para
rancidez de 1 a 2 como delineado por WATTS (1962).
Tabela 20- Valores médios da quantificação da oxidação lipídica (mg malonaldeído/ Kg amostra) da
carne bovina fresca e congelada à -18ºC
FORMA
Apesar de não ter sido significativo, a forma moída apresentou maior quantidade de TBA que as formas bife
e inteira. Ziauddin (1993), ao estudar o efeito da estocagem sob congelamento (-15 ± 3ºC) nas características
da carne de búfalo, também observou que a carne moída apresentou maiores valores de TBA que os cortes
(500-600g). Segundo este autor isto se deve provavelmente ao aumento da taxa de autooxidação dos lipídios
no tecido pela redução do tamanho e mudanças das membranas da carne.
4- CONCLUSÕES
Entretanto, houve um aumento nas perdas de peso à cocção e na oxidação lipídica, sendo que os maiores
valores de TBA foram encontrados para carne moída.
REFERÊNCIAS
ABERLE, E. D.; FORREST, J. C.; GERRARD, D. E.; MILLS, E. W.; Principles of meat science. 4ª
ed. Kendall/Hunt, Iowa, 2001. 354p.
AJUYAH, A. O.; FENTON, T. W.; HARDINI, R. T.; SIM, J. S. Measuring lipid oxidation volatiles
in meat. J. Food Sci., v. 58, n. 2, p. 270-273, 1993
ANADÓN, H. L. S. Biological, nutritional and processing factors affecting breast meat quality of
broilers. 2002. 171f. Thesis (Doctor of Philosophy in Animal and Poultry Sciences) – Faculty of
Virginia Polytecnic Institue and State University.
BORGES, A. S.; ZAPATA, J. F. F.; GARRUTI, D. S.; et al. Medições instrumentais e sensoriais de
dureza e suculência na carne caprina. Ciênc. Tecnol. Aliment., v. 26, n. 4, p. 891-896, 2006
FARAG, K. W.; LYNG, J. G.; MORGAN, D. J.; CRONIN, D. A. Effect of low temperatures (-18 to
+5ºC) on the texture of beef lean. Meat Sci., p.249-254, 2009
FAROUK, M. M.; WIELICZKO, K. J.; MERTS, I. Ultra-fast freezing and low storage temperatures
are not necessary to maintain the functional properties of manufacturing beef. Meat Sci., v.66,
p.171–179, 2003
FELÍCIO, P.E. Qualidade da carne bovina: características físicas e organolépticas. IN: XXXVI
REUNIÃO ANUAL DA SBZ, 1999, Porto Alegre. Anais. Rio Grande do Sul: Sociedade Brasileira
de Zootecnia.
FENNEMA, O.; WINGER, R. J. Tenderness and water holding properties of beef muscle as
influenced by freezing and subsequent storage at -3 or 15ºC. J. Food Sci., v. 41, p. 1433-1438, 1976
FERNÁNDEZ, P. P.; SANZ, P. D.; MOLINA-GARCÍA, A. D.; et al. Conventional freezing plus
high pressure–low temperature treatment: physical properties, microbial quality and storage
stability of beef meat. Meat Sci., v.77, p.616-625, 2007
GOKALP, H. Y.; OCKERMAN, H. W.; PLIMPTON, R. F., et al. Effect of different packaging on
objective quality characteristics of frozen and stored cow beef. J. Food Sci., v. 43, p. 297-300, 1978
GRAY, J. I., GOMAA, E. A., BUCKLEY, D. J. Oxidative quality and shelf life of meats. Meat Sci.,
v.43, S111–S123, 1996
HAMM, R. Biochimistry of meat hydratation. Advances in Food Research Cleveland, v.10, n2,
p.335-443, 1960.
HEDRICK, H. B.; ABERLE, E. D.; FORREST, J. C.; et al. Principles of meat science. 3ªed. Iowa,
1989, 354 p.
IBGE. Rebanho bovino brasileiro ultrapassa os 200 milhões e se mantém como o maior do mundo.
Disponível na internet via http: http://www1.ibge.gov.br/home/presidencia/
noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=499&id_pagina=1
IGENE, J. O.; PEARSON, A. M.; MERKEL, R. A.; COLEMAN, T. H. Effect of frozen storage
time, cooking and holding temperature upon extractable lipids and tba values of beef and chicken.
J. Anim. Sci., v. 49, n. 3, p. 701-707, 1979
KHAN, A. W.; LENTZ, C. P. Effects of freezing, thawing and storage on some quality factors for
portion-size beef cuts. Meat Sci., V. 1, p. 262- 270, 1977
MARQUES, J. A.; PRADO, I. N.; MOLETTA, J. L.; et. al. Características físico-químicas da
carcaça e da carne de novilhas submetidas ao anestro cirúrgico ou mecânico terminadas em
confinamento. R. Bras. de zootec., v. 35, n. 4, p.1514-1522, 2006.
MILLER, M. F.; CARR, M. A.; RAMSEY, C. B.; et al. Consumer thresholds for establishing the
value of beef tenderness. J. Anim. Sci., v. 79, p. 3062-3068, 2001
NGAPO, T. M.; BARBARE, I.H.; REYNOLDS, J.; MAWSON, R. F. Freezing and thawing rate
effects on drip loss from samples of pork. Meat Sci., v.53, p. 149-158, 1999
OLIVEIRA, A. L. Maciez da carne bovina. Cad. Téc. Vet. Zootec., n.33, p. 7-18, 2000.
OLIVEIRA, A. L.; BUENO, P. H. S.; MACHADO, M. M. Efeitos da radiação gama sobre a força
de cisalhamento e perdas de peso ao cozimento de peito de frango. Rev. Hig. Alim., v. 21, n. 150,
2006
OSAWA, C. C.; FELÍCIO, P. E.; GONÇALVES, L. G. Teste de tba aplicado a carnes e derivados:
métodos tradicionais, modificados e alternativos. Quim. Nova, v. 28, n. 4, p. 655-663, 2005.
Disponível na internet via http: http://www.scielo.br/pdf/qn/v28n4/25114.pdf. Capturado em 04 de
outubro de 2007.
PARDI, M. C.; SANTOS, I. F.; SOUZA, E. R.; PARDI, H. S. Ciência, Higiene e Tecnologia da
carne. 2ª ed. Goiânia: CEGRAF- UFG/ Niterói: EDUFF, 2006. 624p.
PEARSON, A. M.; TAUBER, F. W.; Processed meats. 2ª ed. New York: Van Nostrand Reinhold,
1984, 427 p.
PENSEL, N. The future of red meat in human diets. Nutr. Abs. Rev., (Series A), v.68, n.1, p.1-4,
1998.
PRICE, J. F.; SCHWEIGERT, B. S. The science of meat and meat products. 2ª ed; W. H. Freeman
and company, 1971. 660p.
RAHARJO, S.; SOFOS, J.N. Methodology for measuring malonaldehyde as a product of lipid
peroxidation in muscle tissues: a review. Meat Sci., v. 35, p. 145-169, 1993
SHANKS, B. C.; WULF, D. M.; MADDOCK, R. J.. Technical note: the effect of freezing on
warner-bratzler shear force values of beef longissimus steaks across several postmortem aging
periods. J. Anim. Sci., v. 80, p.2122-2125, 2002
SILVA, F. A. M.; BORGES, M. F. M.; FERREIRA, M. A.; Métodos para avaliação do grau de
oxidação lipídica e da capacidade antioxidante. Quim. Nova, v.22, n.1, 1999
SILVA, M. L.; CONTRERAS-CASTILLO, C. J.; ORTEGA, E. M. M.; Efeito do cozimento na
qualidade do músculo Semitendinosus. Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, v. 27, n.3, p. 441-445,
2007
SMITH, G. C.; CARPENTER, Z. L.; KING, G. T.; Considerations for beef tenderness evaluations.
J. Food Sci., v.34, p.612-618, 1969
SOLOMON, M. B.; LIU, M. N.; PATEL, J.; et al. Tenderness improvement in fresh or
frozen/thawed beef steaks treated with hydrodynamic pressure processing. J. Food Musc., v.19,
p.98-109, 2008
SOUZA, C. L.; JOELLE, M. R. S.P.; SILVA, E. C.; OLIVEIRA, R. I. S. R.; Avaliação da qualidade
microbiológica e físico-química da carne bovina moída em açougues no municípios de Macapá-AP.
Rev. Hig. Alim., v. 14, n. 72, p. 60-65, 2000.
STABLE, MICRO SYSTEMS. User Manual. Textura Analyser Modelo TA-XT2, Vienna court,
version 6.10, 1998, 87p.
STIKA, J. F.; XIONG, Y. L.; SUMAN, S. P.; et al. Frozen storage stability of antioxidant-treated
raw restructured beef steaks made from mature cows. Meat Sci., p. 1-8, 2007.
ULU, H. Evaluation of three 2-thiobarbituric acid methods for the measurement of lipid oxidation
in various meats and meat products. Meat Sci., v. 67, p. 683–687, 2004
YU, L. H.; LEE, E. S.; JEONG, J. Y. et al. Effects of thawing temperature on the physicochemical
properties of pre-rigor frozen chicken breast and leg muscles. Meat Sci., v. 71, p. 375–382, 2005
ZIAUDDIN, K. S. Effect of freezing, thawing and frozen storage on physico-chemical and sensory
characteristics of buffalo meat. Meat Sci., v. 35, p. 331-340, 1993
WATTS, B. M. Foods: Lipids and their oxidation. In: SCULTZ, H. M.; DAY, E. A.; SINNHUBER,
R. O. Meat products. AVI publ. co., Westport, p.202-214,1962
ANEXO 1
Teores médios de lipídios(%) e seus respectivos desvios padrão (DP) da carne bovina congelada à
-18ºC