Avaliação Língua Portuguesa 3 Série
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QUESTÃO 1
CHEGAR EM CASA
[...] Os cachorros não são mais os cachorros antigos, nem se conhece a origem do casal de gatinhos que miam ao
pé do fogão, tão mais donos da casa, os pequenos intrusos, do que nós próprios, que a ajudamos a construir com
as nossas mãos. As laranjeiras não têm flor e em vão se aspira o ar, procurando a única coisa que pode evocar
o nome de primavera nestas latitudes quase equatoriais: o cheiro do laranjal. Lá está quebrado, junto ao banheiro
velho, o coqueiro onde cantava a nossa graúna de estimação que o morcego degolou há vinte anos atrás.
Degolada também vê-se no armário da sala a compoteira de cristal da minha avó, quebrada no fim da haste
esguia como uma rosa decepada bem perto da corola.
Contudo, o que mais mudou é o que aparentemente não mudou nada. No açude velho, por exemplo, a
água é nova; e quanta água nova já o encheu, já se evaporou, já correu pelo sangradouro, desde o tempo em
que nele nos banhávamos? Aguapés que nós moças arrancávamos e tecíamos em colares, sereis avós, bisavós
ou apenas antepassadas remotas dessas que hoje abrem a corola leitosa de cheiro doce na penumbra da boca da
noite? E já que falamos em linhagens - quantas gerações de piabas descobriremos que se sucederam em dez anos,
se quisermos apurar direito a genealogia destas piabas de agora que nos rodeiam na água e nos beliscam as
pernas, com a impudência, o atrevimento cândido que nem a passagem dessas centenas de gerações, nem lei
nenhuma de evolução consegue alterar? [...] Só aos poucos compreendemos que a vida da gente é comprida
demais em comparação com a curta vida de quase tudo que amamos, seja um cachorro, uma planta ou um
passarinho. [...]
QUEIROZ, Rachel de. A donzela e a moura torta. Rio de Janeiro: José Olympio, 1948. Fragmento.
TREVISAN, Dalton. Uma vela para Dario. In: Vinte Contos Menores. Editora Record: Rio de
Janeiro, 1979, pág. 20.
TREVISAN, Dalton. Uma vela para Dario. In: Vinte Contos Menores. Editora Record: Rio de
Janeiro, 1979, pág. 20.
Descrição da imagem: Uma criança que observa com desconfiança uma porção de salada. O título é:
Como ensinar as crianças a comer direito. Possui um subtítulo: Os segredos das famílias que
trocam fritura e gordura por frutas, saladas e comida saudável - sem abrir mão do prazer.
No trecho “Os segredos das famílias que trocam fritura e gordura por frutas, saladas e comida
saudável - sem abrir mão do prazer”, a expressão em destaque tem o mesmo sentido de:
A) Abandonar.
B) Atingir.
C) Economizar.
D) Libertar.
E) Aceitar.
6-Leia o texto para responder à questão.
MANIFESTO 2000
Reconhecendo a minha cota de responsabilidade com o futuro da humanidade,
especialmente com as crianças de hoje e as das gerações futuras, eu me comprometo - em
minha vida diária, na minha família, no meu trabalho, na minha comunidade, no meu país e
na minha região - a:
Respeitar a vida e a dignidade de cada pessoa, sem discriminação ou
preconceito;
Praticar a não-violência ativa, rejeitando a violência sob todas as suas formas:
física, sexual, psicológica, econômica e social, em particular contra os grupos
mais desprovidos e vulneráveis como as crianças e os adolescentes;
[...]
Promover um comportamento de consumo que seja responsável e práticas de
desenvolvimento que respeitem todas as formas de vida e preservem o
equilíbrio da natureza no planeta;
Contribuir para o desenvolvimento da minha comunidade, com a ampla
participação da mulher e o respeito pelos princípios democráticos, de modo a
construir novas formas de solidariedade.
Disponível em:
<https://www5.pucsp.br/ecopolitica/documentos/cultura_da_paz/docs/manifesto_2000_UNESCO_c
ultura_da_paz.pdf>. Acesso em: 26mai.2023. (Adaptado)
Nesse MEME, a frase “Para aquele grupo que é o berro!”, o termo destacado desempenha a
função de pronome
A) pessoal.
B) demonstrativo.
C) relativo.
D) possessivo.
E) tratamento.
9-Leia o texto para responder à questão.
1. GHIZI, A. A contribuição do projeto de tênis de mesa na comunidade do bairro Ceará do município de Criciúma.
Santa Catarina, 2002.
2. OLIVEIRA, Santos Deyvison. A história do tênis de mesa e a importância da perspectiva lúdica para iniciação. TCC
(Bacharelado em Educação Física) – Universidade de Pernambuco. Pernambuco, p. 9. 2012.
C) “A chegada ao Brasil se deu na cidade de São Paulo por volta de 1905, advindo por
ingleses que trouxeram essa prática esportiva.”.
D) “De acordo com Ghize (2002), seu marco inicial se deu na Inglaterra, no século XIX,
onde de maneira bem rústica e lúdica o atual tênis de mesa foi praticado por
estudantes universitários...”.
Dom Casmurro
CAPÍTULO II - DO LIVRO
Agora que expliquei o título, passo a escrever o livro. Antes disso, porém, digamos os
motivos que me põem a pena na mão.
Vivo só, com um criado. [...] Tenho chacarinha, flores, legume, uma casuarina, um poço e
lavadouro. Uso louça velha e mobília velha. Enfim, agora, como outrora, há aqui o mesmo
contraste da vida interior, que é pacata, com a exterior, que é ruidosa. [...]
Entretanto, vida diferente não quer dizer vida pior; é outra coisa. A certos respeitos, aquela
vida antiga aparece-me despida de muitos encantos que lhe achei; [...]. Em verdade, pouco
apareço e menos falo. Distrações raras. O mais do tempo é gasto em hortar, jardinar e ler; como
bem e não durmo mal.
Ora, como tudo cansa, esta monotonia acabou por exaurir-me também. Quis variar, e
lembrou-me escrever um livro. Jurisprudência, filosofia e política acudiram-me, mas não me
acudiram as forças necessárias. [...] Foi então que os bustos pintados nas paredes entraram a
falar-me e a dizer-me que, uma vez que eles não alcançavam reconstituir-me os tempos idos,
pegasse da pena e contasse alguns. Talvez a narração me desse a ilusão, e as sombras viessem
perpassar ligeiras, como ao poeta [...].
Fiquei tão alegre com esta idéia, que ainda agora me treme a pena na mão. Sim, Nero,
Augusto, Massinissa, e tu, grande César, que me incitas a fazer os meus comentários, agradeço-
vos o conselho, e vou deitar ao papel as reminiscências que me vierem vindo. Deste modo, viverei
o que vivi, e assentarei a mão para alguma obra de maior tomo. Eia, comecemos a evocação por
uma célebre tarde de novembro, que nunca me esqueceu. Tive outras muitas, melhores, e piores,
mas aquela nunca se me apagou do espírito. É o que vais entender, lendo. [...]
ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. In: . Obras Completas de Machado de Assis. v. 1. Rio de Janeiro: Nova
Aguilar, 1994. p. 1-2. Fragmento. Ortografia original.
ALVES, Castro. Obras completas. Volume único. São Paulo: Nova Aguilar, 2004.
Analise as opções:
I – O verso “O livro caindo n’alma” é uma metáfora.
II – Os versos estão em sentido denotativo.
III – Outro emprego de metáfora está em “O livro é como germe”.
B) I e III.
C) II e III.
D) II.
E) I.
14-Leia o texto para responder à questão.
Eça de Queirós apud Domício Proença Filho. Estilos de época na literatura. 1978. Adaptado.
C) o sentimentalismo exacerbado.
REDAÇÃO GALILEU. Terra se assemelhava a Vênus há 4,5 bilhões de anos, sugere pesquisa. In: Revista Galileu.
Disponível em: <https://glo.bo/36oB4M5>. Acesso em: 10 mai. 2023. Fragmento.
Fragmento.
Nesse texto, as formas verbais “reduza”, “reutilize” e “recicle” foram usadas para
A) apontar uma súplica.
E) no uso de “isto é”, no primeiro parágrafo, para explicar o que seria a proibição ao
retrocesso.
QUESTÃO 20
A tecnologia é neutra?
Com a possibilidade de automatizar muitos dos trabalhos que fazemos, [...] o mito de uma tecnologia
neutra se torna ainda mais perigoso.
Quando falo sobre isso, busco trazer um exemplo histórico que, a meu ver, é bem emblemático. Vocês
já ouviram falar da Cotton Gin?
Essa máquina foi criada em 1793 e o que ela faz, basicamente, é separar as fibras do algodão das sementes
do algodão – processo que antes de sua criação era feito manualmente. [...]
Com essa invenção o mercado de algodão se tornou cada vez mais rentável e atrativo, e, com a
automatização dessa separação do algodão, a pressão na produção e colheita se tornou grande. Estima-se que,
com isso, o número de escravos trabalhando nas plantações aumentou de
700.000 em 1790 para 3.2 milhões em 1850. [...]
Em paralelo a isso, o que vemos é que a Cotton Gin é considerada um grande marco da revolução
industrial e também se considera que ela possibilitou a criação de diferentes tecnologias impactando até hoje no
desenvolvimento da indústria têxtil.
Então eu pergunto: essa tecnologia é boa ou é ruim?
E acredito que essa é a pergunta que temos que nos fazer sobre todas as tecnologias que vemos emergindo
por aí. E a resposta, na minha opinião, é sempre a mesma:
A tecnologia não é ruim, mas também não é boa. A tecnologia nunca é neutra. A tecnologia é ambígua.
Ou seja: não há neutralidade na tecnologia. E enxergar isso é muito importante. Quem tem o domínio
das tecnologias [...] dita o uso que elas terão. [...]
E aí, pergunto: as promessas que emergem junto das novas tecnologias de melhorar e facilitar nossas
vidas, proporcionar para as pessoas trabalhos mais criativos e menos mecânicos [...] têm, de fato, se concretizado?
Precisamos, muito e urgentemente, falar sobre o papel da tecnologia na nossa sociedade. Precisamos
urgentemente tirar essa ideia de neutralidade da nossa cabeça e entender a quem de fato as novas tecnologias têm
servido.
GUERRA, Gabi. A tecnologia é neutra? In: Medium. 2017. Disponível em: <https://medium.com/@gabrielaludwigguerra/a- tecnologia-
%C3%A9-neutra-2b4529a6f9ea>. Acesso em: 10 mai. 2023. Fragmento adaptado.