Aula 02 - Criação - A Criação de Acordo Com A Ciência - Deborah

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Criação – aula 02

A Criação de acordo com a Ciência


Aula 02: 11/02/2024
9:00 – Oração
Oração.

9:05 – INTRODUÇÃO
Começamos um assunto novo e empolgante na semana passada. Terminamos com estas frases
de Arno Penzias (1933-2024), físico, ganhador do prêmio Nobel em 1978:
“A astronomia nos leva a um acontecimento único, um universo que foi criado do nada e
cuidadosamente equilibrado para prover com exatidão as condições requeridas para a
existência de vida.”
“Na ausência de um acidente absurdamente improvável, as observações da ciência moderna
parecem sugerir um plano por trás de tudo ou, como alguém poderia dizer, algo
sobrenatural.”

Mas, o que diz a Ciência sobre a Criação?

9:10 – CIÊNCIA E RELIGIÃO – CONFLITO OU NEGLIGÊNCIA?


A relação entre ciência moderna e a crença religiosa tornou-se um dos assuntos mais
debatidos do nosso tempo.

Há, recentemente, uma disciplina acadêmica que tenta encontrar um caminho adiante
por meio de pontes – Ciência e Religião ou Teologia e Ciência. Ela se concentra em
discussões históricas sobre como as duas áreas interagiram no passado e em
investigações filosóficas que buscam compreender como ambas podem beneficiar-se
mutuamente. Como a maior parte dessa celeuma se concentra no Ocidente, é justo
ligar o termo Religião (ou Teologia) ao Cristianismo e, consequentemente à Bíblia.

Antiguidade – ser humano sempre buscou entender as coisas da natureza –


sobrenatural/místico (Egito – deuses) – idolatria.

Inicialmente, religião e ciência caminhavam juntas, ou melhor, a religião definia a


ciência, uma vez que a Igreja controlava os cientistas (alquimistas) e suas descobertas.

A partir do século X a Europa passa a viver um período de maior tranquilidade,


inclusive climática, o que permite várias mudanças sociais, políticas e econômicas.

Por causa das Cruzadas e da reconquista da Península Ibérica houve uma aproximação
com o mundo Oriental e, dessa forma, descortinou-se um novo (e muito mais amplo)
horizonte. Os orientais estavam muito à frente dos europeus nos conhecimentos sobre
astronomia, matemática, biologia e medicina (haviam preservado textos da cultura
grega).

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No século XII surgem as primeiras universidades, centros não somente de ensino, mas
de produção intelectual intensa, o que gerou muitos debates políticos e religiosos.

O surgimento de novas ordens mendicantes (franciscanos e dominicanos) (século XIII)


tirou os religiosos dos monastérios, inserindo-os na sociedade. Defendiam a fé cristã
não somente pela pregação, mas muito mais pela razão (escolástica e empirismo).

No século XIV, a Peste Negra levou este período de intenso desenvolvimento científico
a um fim repentino. A praga matou um terço da população europeia. Por quase um
século, novos focos da praga e outros desastres causaram contínuo decréscimo
populacional. As áreas urbanas, geralmente o motor das inovações intelectuais, foram
especialmente afetadas.

Nos séculos XV e XVI as descobertas de Copérnico revolucionaram a maneira de ver o


mundo (de geocêntrica para heliocêntrica).
(Galileu (século XVI): Galileu Galilei (1564-1642) lutava pela autoridade da ciência: à
ciência cabe dizer como vai o céu, e à religião como se vai ao céu.

O século XV presenciou o início do florescimento artístico e cultural do Renascimento.


O humanismo renascentista rompeu com a visão teocêntrica e com a concepção
filosófico-teológica medieval. Agora conceitos como a dignidade do ser humano
passam a estar em primeiro plano.

A ciência, como a compreendemos hoje, é um empreendimento empírico organizado


que basicamente iniciou-se no século XVII. Sempre houve busca pela investigação dos
fenômenos naturais. Mas a maneira particular de investigá-los de uma forma empírica,
publica e comunitária realmente se desenvolveu na Europa Ocidental,
predominantemente nos países protestantes. Pesquisou-se se há algum fator
preponderante que levasse a esse desenvolvimento e constatou-se que a teologia
protestante encoraja as pessoas a olharem para o mundo natural (para louvar e
engrandecer a Deus pela Sua Criação). Salmo 104

Se você acredita na Bíblia, você dirá que o mundo é bom, ordenado, racional,
compreensível (e não produto de forças aleatórias). Isso justifica uma busca, um
estudo.

A visão católica predominante na época era diferente da protestante quanto ao


sobrenatural interagindo com o natural. O protestantismo desmistificou a natureza,
insistindo que as pessoas lessem a Palavra (e entendessem), explicando “milagres”
supostamente realizados, colocando todas as pessoas num mesmo nível (clérigos e
leigos), negando a existência de santos mediadores.

A nova cosmovisão cristã influenciou a motivação e o conteúdo das ciências naturais


porque via na ciência uma maneira de glorificar a Deus. Muitos viam a ciência como

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um dever religioso precisamente porque é descobrir a glória de Deus (microscópio –


final do século XVI).

O iluminismo foi um movimento intelectual que surgiu na Europa no século XVIII,


sendo marcado pela valorização da razão e pela crítica ao absolutismo. O iluminismo
foi um movimento intelectual que defendeu a valorização da razão em detrimento da
fé como forma de entender o mundo e os fenômenos da natureza.

No século XIX começou-se a apresentar publicamente um antagonismo entre ciência e


cristianismo (Darwin [1859], Thomas Huxley – motivos políticos).

9:30 – A CRIAÇÃO DE ACORDO COM A CIÊNCIA


TEORIA DO BIG BANG
Uma das descobertas mais conhecidas – e mais surpreendentes – da astronomia é a
declaração de que o universo está se expandindo. O ponto inicial é o chamado
“singularidade inicial” e deriva de um conceito matemático ligado à teoria da
relatividade. Descreve um aglomerado muitíssimo denso e infinitesimalmente
minúsculo de matéria ou energia em um estado extremamente instável.

A Teoria do Big Bang sugere que, após uma explosão tremendamente poderosa,
energia e partículas foram lançadas, arrefecendo lentamente, permanecendo núcleos
atômicos básicos. À medida que o universo (e com ele, o espaço) se expandia, a força
da gravidade teria começado a se fazer sentir: a matéria teria começado a se agrupar,
formando estrelas e galáxias, gerando posteriormente os planetas.

Essa teoria foi lançada primeiramente no início do século XX (1920) por um físico
(Padre Lamaître [/l’mtr/]) . De início não foi muito bem aceita, vista como uma
posição religiosa, judaico-cristã, que estabelecia um ponto de começo absoluto. Hoje a
teoria é aceita, já com modificações e, curiosamente, é usada como um argumento
contra a Criação. Conforme mais experimentos foram feitos, a ideia de que não há um
“ponto de criação” para o universo consolidou-se (o tempo se comporta como uma
dimensão espacial – então, não se pode dizer que o universo tenha alguma fronteira
inicial no tempo ou no espaço).

Einstein (1879-1955) – 1905-1915 (Teoria da Relatividade)

Porém, como vimos na aula passada, Gênesis 1 nos aponta uma realidade totalmente
diferente.

O processo de criação pode ser descrito de maneira a:

- Estabelecer ordem

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- Estabelecer função

- Definir propósito

Podemos dizer que criar é baseado numa ordem estabelecida e com função e propósito
definidos, trazer algo a existência.

Vamos olha a Bíblia...

No começo do Genesis, Deus cria o universo:

¹ No princípio criou Deus o céu e a terra.

² E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus
se movia sobre a face das águas.

³ E disse Deus: Haja luz; e houve luz.

Até esse momento, ainda não podemos chamar a criação de “cosmos” e sim de “caos”. Caos é
o estado inicial do universo, no instante zero da criação, ou seja, antes de Deus começar dar
significado, propósito e função para as coisas criadas.

Deus começa a fazer isso no versículo 4.

(...)

Deus não só criou o universo, ele criou um universo ordenado, com funções e propósitos bem
definidos.

TEORIA DA EVOLUÇÃO
Essa teoria tem estado na vanguarda da consciência popular há muito tempo e tem
sido ponto de honra no combate ciência x religião.

Segundo Darwin (1809-1882), a vida se desenvolveu (evoluiu) ao longo de milhões de


anos desde as formas unicelulares mais simples, passando por plantas simples e
animais de corpo mole que vivem no mar, e pelas primeiras plantas terrestres e
insetos, peixes ósseos, anfíbios, animais terrestres, os grandes dinossauros e até os
modernos pássaros, peixes, mamíferos do mundo contemporâneo.

Isso era esperado, uma vez que a ciência começou a tomar o lugar da religião na
explicação do mundo, buscou-se uma saída racional e lógica para explicar a natureza.

A obra de Darwin foi lançada em 1859 – A origem das espécies por meio da seleção
natural – e foi fruto, inicialmente, de sua observação de animais domesticados e como
eles apresentavam alguma características-chave (variação sob domesticação).

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Segundo ele, o acaso dá origem a um alto nível de variação entre as espécies, mas
apenas algumas são dotadas das qualidades necessárias à sobrevivência. É por isso
que, de todas as espécies que já existiram na terra, cerca de 99,9% estão extintas
(seleção natural). Há uma lei geral regendo a evolução, mas os relacionamentos
individuais (que propiciam a evolução), são frutos do acaso.

A interação entre acaso e necessidade é mantida sob um equilíbrio muito delicado (à


beira do caos). Um pequeno deslocamento a favor do acaso, haveria uma criatividade
desenfreada. Por outro lado, deslocando-se para a necessidade, essa relação geraria
um sufocamento da criatividade.

A Teoria da Evolução combate a ideia de que houve a criação de um ser “mais


importante” – o homem. Como as ideias de Copérnico mudaram a cosmovisão
geocêntrica, a teoria de Darwin muda a visão de que houve uma criação, por um Ser
maior, que queria relacionamento com Sua criação (particularmente o homem). A
ideia de competição entre espécies solapa a visão de um Deus amoroso, que cuida do
que é Seu.
Colossenses 1.16 – pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra,
as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer
potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele.

Jó 12.7-10 – Mas pergunta agora às alimárias, e cada uma delas to ensinará; e às aves
dos céus, e elas to farão saber. Ou fala com a terra, e ela te instruirá; até os peixes do
mar to contarão. Qual entre todos estes não sabe que a mão do Senhor fez isto? Na
sua mão está a alma de todo ser vivente e o espírito de todo o gênero humano.

Romanos 1.20 – ²⁰ Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder,
como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio
do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são,
por isso, indesculpáveis;

As ideias de Darwin foram aceitas, discutidas e desenvolvidas. Hoje temos o


neodarwinismo, que vê a evolução com algumas modificações, principalmente com
contribuição da genética (DNA etc.)

De toda forma, não é isso que depreendemos ao ler Gênesis 1. Vemos ali o relato de
um Deus cuidadoso, que estabeleceu ordem, função e propósito para cada ato da
Criação. Vamos ver isso com maiores detalhes na próxima aula, quando o falará sobre
o tema A Criação e a Bíblia.

Louis Pasteur – Um pouco de ciência nos afasta de Deus; muito, nos aproxima.

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Bibliografia:

HARRIS, Mark – Discutindo a Criação: um encontro entre a Bíblia e a Ciência – Rio de


Janeiro/RJ – Thomas Nelson, 2023.

LOURENÇO, Adauto – A Igreja e o Criacionismo – São José dos Campos/SP – Editora


Fiel, 2018.

SIQUEIRA, Júlio Cezar – aula 1 – Introdução – Criacionismo e a Bíblia – EBD/IPM,


fevereiro/2024.

Internet:
Wikipedia:
 Ciência medieval - https://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncia_medieval,
consultado em 07/02/24.

 Relação entre ciência e religião - https://pt.wikipedia.org/wiki/Rela


%C3%A7%C3%A3o_entre_religi%C3%A3o_e_ci%C3%AAncia, consultado em
07/02/24.

Forum of Christian Leaders (2020) - The Relation between Reformation and Science -
Kirsten Birkett and Michael Reeves - https://www.youtube.com/watch?
v=MM4lWKXEaBU

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