Leitura e Escrita em Língua Estrangeira Nina Horta

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Leitura e Escrita em Língua Estrangeira

O componente “Leitura e Escrita em Língua Estrangeira” no 1º bimestre, parte do compartilhamento de experiências pessoais
com a cozinha afetiva, a partir do conceito de “Comida da alma” cunhado pela chef crítica gastronômica Nina Horta.

 O que é chef crítico gastronômico? O Crítico Gastronómico é o profissional que se dedica a avaliar a comida e/ou
restaurantes para dar a sua opinião, seja em textos escritos, em vídeos ou áudios. Mas se achas que é só comer do
bom e do melhor, fica já a saber que a profissão exige talentos únicos. Portanto, o Crítico Culinário orienta-se por
critérios claros e tem por base conhecimentos técnicos. Assim, precisa de saber de técnicas de cozinha, mas também
tem de ter noções sobre a própria História da Culinária.
Além disso, tem de ter um palato apurado e até um sentido estético, para avaliar a apresentação da comida. Por outro
lado, precisa de conhecer as tendências do mercado, para poder fazer comparações entre Chefs e restaurantes.

 Quem é a chef crítica gastronômica Nina Horta? Nina Horta, nasceu em Minas Gerais e passou grande parte da vida
em São Paulo, onde se formou e fez pós-graduação na Faculdade de Educação da USP. Ganhou fama de cozinheira
com seu bufê Ginger, responsável pela deliciosa comida de muitas festas paulistanas. Entre 1987 e 2016 escreveu
sobre o assunto na Folha de São Paulo. Faleceu em 2019.

 O que significa o conceito de “Comida da alma”? "Comida de alma é aquela que consola, que escorre garganta abaixo
quase sem precisar ser mastigada" Nina Horta.

Nina Horta

Mineira de origem, Nina Horta chegou a São Paulo aos cinco anos e por aqui ficou. Formou-se em pedagogia, mas
dedicou grande parte de sua carreira a estudar a arte culinária. O bom humor, a perspicácia e a inteligência com que Nina
escrevia as crônicas para o jornal Folha de São Paulo conquistaram os leitores curiosos e amantes da culinária, sempre
dispostos a folhear uma página a mais para encontrar as delícias do sabor, da memória, da arte e da história.
“Onde estão as receitas de antanho, repetidas num sem-fim, perpetuadas através dos tempos como histórias infantis
em que não se pode mudar uma vírgula? Onde aquele compromisso com o passado? A paz de criança dormindo, o conforto
do conhecido, do maduro?”, diz ela ao defender o bom livro de receitas tradicionais.
Certamente podemos encontrar isso e muito mais nas páginas de seu livro Não é Sopa, da editora Cia. das Letras. Entremeadas
de boa prosa, encontram-se receitas tradicionais, inventadas, copiadas ou oferecidas pelas leitoras e colaboradoras da boa
mesa. Veja abaixo, o depoimento de uma aluna que realizou o curso sobre Nina Horta, ministrado pela @luiza_fecarotta.

Fiz o curso sobre Nina Horta, ministrado pela @luiza_fecarotta , junto a uma 1a turma de peso - da qual me sinto
honrada de ter feito parte. Já na primeira aula estava claro - apenas Luiza poderia falar de Nina com tamanha
propriedade e sensibilidade. E falar de Nina é falar do cotidiano e de todas as camadas que permeiam esse
complexo-subestimado passar dos dias, com os olhos bem abertos aos detalhes que tornam a vida mais gostosa.

Afinal, "E o que há de mais cotidiano que o cotidiano da comida?" Já dizia Nina.
Se você não for uma pedra, gelada e desalmada, ler Nina vai influenciar sua escrita, sua leitura, suas conversas e,
ouso dizer, o modo de enxergar o mundo. "Nina Horta enxergava no ato de cozinhar um modo de se amarrar à
vida com simplicidade. E replicava essa simplicidade num exercício ilimitado de rememorar o cotidiano."
Escreveu Luiza Fecarotta para a Folha.
"Comida de alma (...) dá segurança, enche o estômago, conforta a alma, lembra a infância e o costume. É a canja
de mãe judia (...) O macarrão cabelo-de-anjo cozido mole e passado na manteiga. O caldo de galinha gelatinoso,
tomado às colheradas. São as sopas. O leite quente com canela, o arroz doce..." De Proust a Ratatouille, comida
é gatilho para o despertar das lembranças. Uma mordida, um gole, um aroma - meios de acender diferentes
sensações. E ler Nina é pensar sobre comida de forma descomplicada, verdadeira. É fazer comida boa, simples. É
aprender a ver a comida como o mais delicioso fio condutor das vivências humanas.

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