Termografia Volume 2
Termografia Volume 2
Termografia Volume 2
Termografia Qualitativa
em Instalações Industriais
Elétricas – Mecânicas – Produção
P&D
Manual Prático
Volume 2 – Tomo 1
TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E
EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS
Curitiba
2017
Mario Cimbalista Jr.
Termografia Qualitativa
em Instalações Industriais
Elétricas – Mecânicas – Produção
P&D
TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E
EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS
Manual Prático
Volume 2 – Tomo 1
Termografia Qualitativa em Instalações Industriais Elétricas – Mecânicas – Produção – P&D
Manual Prático em Três Volumes – Volume 2 [Tomo 1]
Novembro 2017
ISBN: 978‐85‐921901‐1‐8
Exemplar N°:
Este Manual é dedicado
Como mencionado no Volume 1, o principal objetivo dos três volumes deste Manual é
levantar um pouco do véu da natureza em algo muito próximo a todos nós que é o calor na sua
forma de radiação. Como consequência, este Manual tentará apresentar o conhecimento do
Infravermelho através de centenas de exemplos práticos de como essa tecnologia pode ser
utilizada, principalmente para benefício do mundo fabril. O Primeiro Volume tratou sobre os
princípios básicos do infravermelho, e este Segundo Volume tratará apenas do mínimo
necessário para uma boa inspeção e análise de Equipamentos e Instalações Elétricas. Isto
porque aplicações ligadas à eletricidade no mercado industrial são de longe a maior aplicação
da Termografia justamente pela sua característica de permitir uma avaliação segura, sem
contato físico, desde que tecnicamente embasada, do estado funcional dos mais diversos tipos
de equipamentos. Como a grande maioria dos componentes transmite potência, à exceção dos
isoladores, a emissão de infravermelho é uma regra. Mas nem por isso todos irradiam da
mesma maneira sob as mesmas condições. Assim, e para cada Termograma de um
equipamento, serão comentadas características da imagem térmica, o estado operacional dos
equipamentos e instalações e, quando oportuno, sugestões de intervenção e/ou manutenção.
Muitos comentários poderão gerar dúvidas ou até estar incorretos já que ninguém é
dono da verdade. A interpretação, diagnóstico e prognóstico em infravermelho é um
conhecimento em evolução e, por isso mesmo, aberto a novas interpretações e correções. De
forma semelhante, e apesar de ser um Manual Qualitativo, sempre que possível serão feitas
considerações sobre as temperaturas envolvidas e sugeridos intervalos de emissividade para
quem se interessar em ler temperaturas com maior exatidão. Deve ser lembrado que a
Termografia é capaz de ler temperaturas com grande exatidão, mas somente em condições de
laboratório. Em campo, as condições de controle e contorno normalmente estão fora do
alcance do Inspetor: velocidade do vento, depósito de poluentes, ângulo de visada, quantidade
de oxidação, carga instantânea, umidade relativa do ar efetiva e assim por diante.
Caberá ao Inspetor se utilizar deste material básico e crescer, aprender, se aprimorar
e corrigi‐lo onde ele se encontrar incorreto.
Da mesma forma, os experimentos e simulações aqui apresentados tem caráter
unicamente didático, indicativo e ilustrativo, pois não há uma preocupação com o rigor
científico e sim com o despertar do aprendizado e da descoberta. Convidamos, assim, a todos
os interessados a refinarem os processos descritos aqui simplificadamente e desenvolverem
experimentos cuidadosos e com critérios científicos mais aguçados e precisos que os validem,
contestem, aperfeiçoem ou alterem. A ciência começa com experimentos básicos e evolui na
exatidão, método e detalhes das descobertas e processos.
Cada imagem térmica tem uma história e um conteúdo em si mesmo, rico em
informações. Caberá ao leitor dissecá‐la em suas minúcias para poder absorver o máximo de
informações que ela contém. Ler a imagem térmica, correlacioná‐la com a luz visível, com os
dados operacionais, somados com a sua experiência, fará com que as inspeções só melhorem
ao longo do tempo. Aprender a extrapolar as distribuições térmicas e imaginar se essa ou
aquela anomalia pode estar relacionada com uma nova situação, esse é o caminho.
Figura 1.4 – Imagem térmica e na luz visível de um painel 6.6 kV. .............................................. 63
Figura 1.10 – Efeitos das lentes: Grande Angular, Normal, Teleobjetiva e Macro. ...................... 76
Figura 1.11 – Dilatação e contração linear de cabos elétricos em ramal de distribuição. ........... 80
Figura 1.17 – Cabo e terminal severamente oxidados, com carga, soldado e “frios”. ................. 87
Figura 1.18 – Cabo deteriorado (oxidado internamente), com carga, soldado e “frio”. .............. 88
Figura 1.25 – Resistor a 6 m de distância com água na atmosfera, 9 segundos após. ................. 92
Figura 1.27 – Correção de carga instantânea 100% para nominal a 100%. ................................. 94
Figura 1.28 – Correção de carga instantânea 75% para nominal a 100%. ................................... 94
Figura 1.32 – Curvas de correção de temperaturas medidas pela extinção de ventilação........ 100
Figura 1.33 – Croquis para verificação de Resfriamento a 1 m/seg – distância variável. .......... 101
Figura 1.34 – Fotos da montagem com distância variável entre o ventilador e o resistor. ....... 102
Figura 1.35 – Montagem com distância variável para vento no resistor de 1 a 5 m/s. ............. 103
Figura 1.36 – Curva de atenuação de temperatura com resfriamento e distância variável. ..... 103
Figura 1.37 – Termogramas do resfriamento pelo vento com distância variável. ..................... 104
Figura 1.38 – Croquis para verificação do Resfriamento a 1 m/seg. com distância fixa. ........... 105
Figura 1.39 – Montagem com distância fixa para velocidade de vento de 1 m/s a 5 m/s. ........ 105
Figura 1.40 – Montagem com distância fixa para velocidade de vento de 1 e 5 m/s. ............... 106
Figura 1.41 – Curva de atenuação de temperatura com resfriamento a distância fixa. ............ 106
Figura 1.42 – Termogramas do resfriamento pelo vento com distância fixa. ............................ 107
Figura 1.43 – Termogramas com e sem o efeito ThermoScala – Mesma Amplitude Térmica... 114
Figura 1.44 – Cabos novos e antigos com emissividades diferentes. ......................................... 116
Figura 2.2 – Ensaio de Corrente Aplicada em Estator de 4 MVA e curto entre placas. ............. 122
Figura 2.3 – Encapsulamento em Excitatriz, visada externa em Gerador de 25 MVA. .............. 123
Figura 2.4 – Encapsulamento das Escovas da excitatriz em Gerador de 25 MVA. ..................... 124
Figura 2.5 – Sala de Máquinas com dois Geradores e janela gradeada na excitatriz. ............... 125
Figura 2.6 – Montagem com estator acima do piso da sala de máquinas. ................................ 126
Figura 2.7 – Barramentos 15 kV isolado a ar, normal e com anomalia: inferior e superior....... 127
Figura 2.8 – Anomalia em Barramento 15 kV isolado a ar: visadas superior e inferior. ............ 128
Figura 2.9 – Barramento-Maq 2 25 MVA, 15 kV encapsulado a ar com anomalia interna. ....... 129
Figura 2.10 – Barramento-Maq 1 25 MVA, 15 kV encapsulado a ar com anomalia interna. ..... 130
Figura 2.11 – Barramento 20 kV encapsulado em fechamento de estrela em gerador UHE. .... 131
Figura 2.13 – Barramento 20 kV encapsulado de fechamento de estrela em gerador UHE. ..... 133
Figura 2.17 – Anomalia em Emenda e condução só em alguns tentos (Marcador 1). ............... 139
Figura 2.18 – Cadeia de Isoladores com fuga em torre de transmissão. .................................... 140
Figura 2.22 – Termogramas da Figura 2.21 com paleta de cor corrigida. .................................. 147
Figura 3.5 – Anomalia em conexão de cabo Para-raios por circulação de corrente. ................. 159
Figura 3.10 – Para-raios danificado, Cabo Seccionado e Conector Adjacente de descida. ........ 163
Figura 3.11 – Estado do conector no local de rompimento do cabo da LT 1 e Ancoragem. ...... 163
Figura 3.13 – Estado interno de outro conector da Linha 2 e assentamento no cabo. .............. 165
Figura 3.14 – Linha 1, emenda de cabo e conector de descida após manutenção. ................... 166
Figura 3.24 – Para-raios defeituosos Classes 230 kV e 34,5 kV. ................................................. 174
Figura 3.28 – Coluna de Isoladores conduzindo para a Terra; lentes 24° e 45°. ........................ 178
Figura 3.29 – Coluna de Isoladores 230 kV em bom estado. Lente 24°. .................................... 179
Figura 3.31 – Seccionadoras de 69 kV e 138 kV, com e sem anomalia térmica. ........................ 181
Figura 3.33 – Mau contato em Contato Móvel de Seccionadora 69 kV. .................................... 183
Figura 3.34 – Seccionadora classe 230 kV com isoladores de suporte aquecidos. .................... 184
Figura 3.37 – Emenda com anomalia térmica em barramento 34,5 kV. .................................... 187
Figura 3.40 – Barramento 69 kV.Paleta Rainbow 900 ou Arco Íris. ............................................ 190
Figura 3.43 – Barramento em 69 kV com assinatura térmica anômala em espiral. .................. 191
Figura 3.45 – TCs 138 kV e 34,5 kV sem e com anomalia por baixo isolamento. ....................... 195
Figura 3.49 – TPs com assinatura térmica normal e com fuga no isolador (R2)......................... 201
Figura 3.51 – Disjuntor 69 kV com anomalia e Disjuntor 138 kV normal. .................................. 203
Figura 3.58 – Trafo 230kV: perfil térmico nos radiadores e anomalia na bucha direita. ........... 210
Figura 3.59 – Trafos 230 kV com assinatura térmica simétrica. ................................................. 210
Figura 3.61 – Efeito de lentes em conexões de bucha primária, 230 kV. ................................... 212
Figura 3.62 – Distribuição térmica do Secundário com e sem defeito interno. ......................... 214
Figura 3.63 – Trafos 69 e 230 kV com anomalia TC bucha e resfriamento em Trafo 138 kV. .... 215
Figura 3.71 – Estado interno das juntas de dilatação severamente oxidadas. ........................... 224
Figura 3.74 – Muflas da Figura 3.73 após seis meses. ................................................................ 227
Figura 3.75 – Muflas da Figura 3.74 após doze meses. .............................................................. 228
Figura 3.78 – Banco de Capacitores: Reatâncias e mau contato em barramento. .................... 231
Figura 3.80 – Chave a Óleo em Banco de Capacitores com defeito interno. ............................. 233
Figura 3.83 – Elementos de Banco de Baterias Chumbo-Ácidas defeituosos sob carga. ........... 235
Figura 3.84 – Conexão interna ou placas defeituosas em elemento de bateria. ....................... 236
Figura 3.86 – Elemento em banco de baterias com falha interna de pequena temperatura. ... 237
Figura 3.87 – Conexão entre elementos em banco de baterias com mau contato. .................. 238
Figura 3.89 – Cabos entre elementos em banco de baterias com mau contato. ....................... 240
Figura 3.93 – Tomada de carregador de bateria móvel com mau contato. ............................... 243
Figura 4.5 – Linha Aérea e Exemplo de céu nublado com aquecimento solar na cruzeta. ........ 249
Figura 4.7 – Aquecimento na fixação de ferragem de sustentação em cruzeta de concreto. ... 251
Figura 4.8 – Aquecimentos nas fixações de ferragens em cruzeta de concreto. ....................... 252
Figura 4.10 – Termograma da Figura 4.9 visto por outros ângulos, abaixo dos aquecimentos. 254
Figura 4.11 – Cruzeta de concreto (Teleobjetiva 12°) somando dois fenômenos térmicos....... 254
Figura 4.12 – Contexto da Figura 4.11 (Lente 24°) com fuga de corrente e insolação............... 255
Figura 4.13 – Aquecimento em cruzeta sem origem definida da corrente de fuga. .................. 256
Figura 4.16 – Depósito de poluentes em cabos de distribuição de baixa e média tensão......... 260
Figura 4.18 – Anomalia em ramal aéreo de distribuição 13.8 kV. .............................................. 262
Figura 4.19 – Mosaico térmico e detalhe de anomalia em ramal distribuição 13.8 kV. ............ 263
Figura 4.20 – Mosaico ao longo do tempo da mesma anomalia da Figura 4.19. ....................... 264
Figura 4.21 – Manutenção com linha viva da anomalia detectada e trecho de cabo retirado. . 265
Figura 4.23 – Cabos com assinatura térmica em espiral conectados a TC’s (Ver item TC’s). ..... 266
Figura 4.25 – Cabos aéreos em bom estado e com carga normal. ............................................. 267
Figura 4.26 – Cabo partido em rede aérea compacta e em bom estado. .................................. 268
Figura 4.28 – Conexões em Barramento Aéreo com carga normal, com e sem anomalia......... 270
Figura 4.29 – Conexões e conectores em bom estado em linhas aéreas com carga normal. .... 271
Figura 4.30 – Conectores de derivação em linha aérea com anomalias térmicas...................... 271
Figura 4.33 – Isolador tipo pino de suporte em porcelana com anomalia térmica.................... 274
Figura 4.36 – Circuito Equivalente de cinco isoladores em bom estado. ................................... 277
Figura 4.38 – Circuito equivalente a três isoladores em bom estado em série contra a Terra. . 278
Figura 4.39 – Resistores equivalentes a uma cadeia de três isoladores em bom estado. ......... 279
Figura 4.40 – Circuito equivalente curto-circuitando resistores contra a Terra. ....................... 279
Figura 4.41 – Resistores equivalentes a três isoladores em série com dois em curto-circuito.. 280
Figura 4.48 – Exemplo de grampo de ancoragem aquecendo o cabo da linha. ......................... 285
Figura 4.51 – Para-raios SiC e ZnO com fuga para a Terra.......................................................... 288
Figura 4.53 – Para-raios com um elemento interno em bom estado e os demais em curto. .... 289
Figura 4.54 – Para-raios ZnO durante chuva e após dois dias com tempo seco e sol. ............... 290
Figura 4.55 – Ajustes revelam anomalias não detectáveis no modo automático. ..................... 292
Figura 4.57 – Para-raios com fugas de corrente baixa e alta (Esq. e Dir.). ................................. 294
Figura 4.58 – Curva de variação do Delta T em relação a um Para-raios em bom estado. ........ 295
Figura 4.60 – Trafo normal em poste (Esq.) e mau contato interno em Secundário (Dir.). ....... 297
Figura 4.63 – Trafo com baixo nível de óleo – Aletas de refrigeração sem circulação de óleo. 299
Figura 4.64 – Fundo de tanque de óleo em Trafo 125 kVA. ....................................................... 300
Figura 4.68 – Regulador de Tensão com anomalia interna em bucha de porcelana. ................ 304
Figura 4.70 – Chaves faca com defeito de contatos e conexões. ............................................... 305
Figura 4.71 – Chaves faca com defeito em contatos e conexões. .............................................. 306
Figura 4.73 – Chaves Fusíveis com mau contato nas conexões e fuga pelo isolador. ................ 308
Figura 4.74 – Chaves Fusíveis: contatos, elos e isoladores com sobreaquecimento. ................ 309
Figura 4.75 – Chaves Fusíveis: isoladores com fuga para a Terra. .............................................. 309
Figura 4.77 – Muflas Classe 15 kV com anomalia em Poste e Subestação. ................................ 311
Figura 4.79 – Mufla externa em Porcelana com fuga de corrente. ............................................ 313
Figura 5.2 – Circuito Unifilar Equivalente de uma Cabine de Medição. ..................................... 319
Figura 5.6 – Buchas de passagem com defeito nas conexões da linha e cabeça das buchas..... 323
Figura 5.8 – Buchas de Passagem, lado interno, cabine semienterrada. ................................... 324
Figura 5.9 – Buchas de passagem na entrada de cabine de Média Tensão. .............................. 324
Figura 5.11 – Mufla Termo contrátil com carga e em bom estado. ........................................... 326
Figura 5.12 – Mufla Termocontrátil com mau contato na cordoalha de aterramento. ............. 327
Figura 5.13 – Muflas com erro de montagem afetando o isolamento. ...................................... 328
Figura 5.15 – Mau contato na solda da cordoalha de aterramento e/ou baixo isolamento...... 329
Figura 5.17 – Cabo com defeito interno próximo à mufla. ......................................................... 330
Figura 5.18 – Cabos de Média Tensão, Canaletas e Caixas de Passagem. ................................. 332
Figura 5.19 – Cabo Classe 15 kV com anomalia por baixo isolamento....................................... 333
Figura 5.24 – Falha em cabo isolado por fuga contra a blindagem aterrada. ............................ 338
Figura 5.30 – Anomalia lateral inferior no eletroduto de aço galvanizado. ............................... 343
Figura 5.32 – Vista geral das cinco anomalias em Poste de Entrada. ......................................... 344
Figura 5.34 – Anomalia com a fábrica em operação e após o desligamento das muflas........... 346
Figura 5.40 – Conexão com defeito em barramento de Alta Tensão. ........................................ 350
Figura 5.44 – Isoladores em bom estado. Temperaturas muito próximas à TAmb. .................. 353
Figura 5.45 – Falha em isolamento de isolador de suporte de barramento de MT Fase ‘T’. ..... 354
Figura 5.48 – Anomalia em barramento causada por instalação incorreta em isolador. .......... 357
Figura 5.57 – TP com possível fuga de corrente para o entreferro ou curto entre as placas. ... 364
Figura 5.61 – TP com carga no secundário (imagem prejudicada pela grade). .......................... 367
Figura 5.64 – Secionadoras com hastes e isoladores com fuga para a Terra. ............................ 370
Figura 5.67 – Seccionadora sob carga com anomalia no contato móvel.................................... 373
Figura 5.69 – Sobreaquecimento no polo da Fase ‘T’ do disjuntor de MT. ................................ 375
Figura 5.70 – Hastes com fuga de corrente em acionamento de disjuntor. .............................. 376
Figura 5.73 – Relés primários e mau contato nas conexões. ...................................................... 379
Figura 5.74 – Problema interno em ambos os contatos Polo Fase Esq. ..................................... 379
Figura 5.75 – Anomalia interna em Disjuntor PVO antes e após manutenção. ......................... 380
Figura 5.76 – Anomalia interna em contato tulipa de Disjuntor PVO extraível. ........................ 381
Figura 5.77 – Baixo isolamento na base dos polos (imagem prejudicada pela grade)............... 382
Figura 5.80 – Isoladores de suporte em polos de disjuntor com fuga para a Terra. .................. 385
Figura 5.82 – Painel de Saída de Cabos 6,6kV. Visada Posterior. ............................................... 388
Figura 5.83 – Termograma do Painel de Saída de Cabos 6,6 kV, visada Lateral-Frontal............ 388
Figura 5.85 – Visada posterior dos painéis 6,6 kV. ..................................................................... 389
Figura 6.1 – Subestação rebaixadora e locais específicos para Inspeção por Termografia. ...... 395
Figura 6.6 – Mau contato em garra e/ou cabeça de fusível HH. ................................................ 400
Figura 6.7 – Mau contato em garra paralela de fusível HH. ....................................................... 401
Figura 6.9 – Transformador isolado a óleo – esquemático e sem tanque. ................................ 403
Figura 6.13 – Trafo a Seco com carga baixa com tela entreposta. ............................................. 406
Figura 6.14 – Trafo a seco com grade de malha fina e carga baixa. ........................................... 407
Figura 6.17 – Trafo a seco com 60% de sua carga nominal e núcleo aquecido. ......................... 409
Figura 6.18 – Trafo a seco 440/220 V enclausurado em painel metálico. .................................. 410
Figura 6.24 – Trafos isolados a óleo 13.2kV/220V, Tanque Lado Primário. ............................... 415
Figura 6.25 – Trafos isolados a óleo 13.2kV/220V, Tanque Lado Primário. ............................... 416
Figura 6.26 – Trafo isolado a óleo 13.2kV/220V, tanque lado primário. .................................... 417
Figura 6.27 – Comutador de TAP e Conexões Normais no Primário de um Trafo Seco. ............ 418
Figura 6.29 – Anomalia térmica dentro de bobina primária de Trafo seco. ............................... 420
Figura 6.31 – Trafo de sinalização aeroportuária com anomalia interna. .................................. 422
Figura 6.32 – Anomalia de causa desconhecida (Termograma de 120 X 160 pixels). ................ 424
Figura 6.33 – Trafo isolado a óleo 13.2kV/220V, tanque lado secundário. ................................ 426
Figura 6.34 – Trafo isolado a óleo 13.2kV/220V, Tanque Lado Secundário. .............................. 427
Figura 6.35 – Trafo isolado a óleo 13.2kV/220V, tanque lado secundário. ................................ 428
Figura 6.36 – Trafo isolado a óleo 13.2kV/220V, tanque lado primário. .................................... 429
Figura 6.38 – Anomalia interna em Trafo 500 kVA, 22kV. .......................................................... 431
Figura 6.42 – Varão da Bucha do Secundário e conexão de cabo em paralelo na saída. ........... 435
Figura 6.44 – Anomalia tripla em circuito paralelo em secundário de trafo seco. ..................... 437
Figura 6.45 – Cabo com Tento partido interno no secundário e cabos em paralelo. ................ 438
Figura 6.48 – Transformador com distribuição térmica assimétrica no radiador. ..................... 441
Figura 6.51 – TC’s Auxiliares de Medição com anomalias internas. ........................................... 445
Figura 6.56 – Termograma e croquis de três condutores de uma Fase com mesma carga. ...... 452
Figura 6.57 – Exemplos de condutores com correntes em paralelo equilibradas. .................... 452
Figura 6.59 – Exemplos de área de contato defeituosa na extremidade do condutor. ............. 455
Figura 6.60 – Termograma e croquis de condutor ou cabo com defeito interno. ..................... 457
Figura 6.62 – Termograma e croquis de uma falta de condução em um condutor inteiro. ...... 459
Figura 6.63 – Exemplo de circuito paralelo com cabo sem corrente. ........................................ 460
Figura 6.64 – Termograma e croquis de fuga para a Terra – mais de um condutor paralelo. ... 461
Figura 6.66 – Termograma e croquis de fuga para a Terra com um condutor em paralelo. ..... 464
Figura 6.69 – Emenda conduzindo apenas por um parafuso – 34,5 kV. .................................... 467
Figura 6.71 – Cabos 13 kV em paralelo com Deltas de temperatura (1º cabo da Esq.). ............ 469
Figura 6.72 – Tentos em paralelo e isolados entre si pelo óxido do material constituinte. ...... 470
Figura 6.73 – Conector sobreaquecido e cabos em paralelo em secundário de Trafo. ............. 470
Figura 6.78 – Chapa isolante em fibra de vidro com fuga de corrente vista pelos dois lados. .. 473
Figura 6.79 – Fuga de corrente para massa em chapas isolantes. ............................................. 477
Figura 6.80 – Fuga de corrente para massa em chapas isolantes. ............................................. 478
Figura 6.82 – Simulação resistiva de uma placa isolante em bom estado. ................................ 480
Figura 6.83 – Simulação térmica resistiva de uma placa isolante com anomalia....................... 481
Figura 6.84 – Simulação resistiva de uma secção de uma placa isolante em bom estado. ....... 482
Figura 6.90 – Painel BT, resistor de aquecimento oculto por fiação em régua de bornes. ........ 488
Figura 6.91 – Aquecimento em Painel gerando reflexos e aquecimento no isolador. ............... 488
Figura 6.92 – Aquecimento em bucha de passagem de Painel MT por Convecção. .................. 489
Figura 7.2 – Aquecimento em eletrocalha por fuga de corrente de origem desconhecida. ...... 498
Figura 7.3 – Aquecimento por corrente de fuga Fase T Terra em parafuso de fixação. ............ 499
Figura 7.5 – Parafuso de emenda de calha aquecendo por fuga em cabo no leito. .................. 500
Figura 7.6 – Cabo com quebra interna ou fuga por rompimento do isolamento. ..................... 501
Figura 7.7 – Aquecimento por circulação de corrente em tirante de eletrocalhas. ................... 501
Figura 7.8 – Ponto Incandescente em contato de calha com painel. ......................................... 502
Figura 7.9 – Aquecimento em solda de perfil metálico em painel 380 V de navio. ................... 503
Figura 7.12 – Caixa de emenda de barramento blindado BT suspenso, fechada e aberta. ....... 507
Figura 7.13 – Barramento suspenso com mau contato na emenda da caixa de ligação. .......... 508
Figura 7.14– Barramento suspenso com mau contato na emenda interna. .............................. 509
Figura 7.15 – Barramento refrigerado a água em saída de alto forno com defeito interno. ..... 510
Figura 7.16 – Parafuso externo aquecido em barramento BT de máquinas operatrizes. .......... 511
Figura 7.18 – Distribuição térmica externa assimétrica de cofre indicando anomalia interno. 513
Figura 7.19 – Pequeno Delta de temperatura externa indicando Anomalia interna. ................ 514
Figura 7.24 – Emenda em barramento enclausurado com anomalia severa. ............................ 518
Figura 7.46 – Barramento de tiristores refrigerado em CCM de Fábrica de Cimento. ............... 537
Figura 7.47 – Barramento refrigerado de alimentação de alto forno em fundição. .................. 537
Figura 7.53 – Aquecimento em terminal na barra de Neutro em Painel BT. ............................. 543
Figura 7.56 – Fusível esquerdo com defeito interno e direito sobre dimensionado.................. 545
Figura 7.61 – Seccionadora com anomalia severa em um dos contatos internos. .................... 551
Figura 7.62 – Contatos internos da chave com fechamento incompleto. .................................. 552
Figura 7.65 – Chave Seccionadora com mau contato interno na Fase do Meio. ....................... 555
Figura 7.66 – Chave Seccionadora Fusível com anomalias internas. .......................................... 556
Figura 7.70 – Chave Rotativa com anomalia de causa desconhecida. ....................................... 559
Figura 7.72 – Disjuntores de caixa moldada com defeito em contatos internos. ...................... 561
Figura 7.78 – Disjuntor com aquecimento interno propagando-se por convecção. .................. 567
Figura 7.80 – Disjuntores motor de pequeno porte com anomalia interna e em conexões. .... 568
Figura 7.81 – Disjuntor com função de partida com defeito interno. ........................................ 569
Figura 7.82 – Disjuntores de pequeno porte com anomalias internas. ..................................... 570
Figura 7.92 – Mau contato interno em borneira de controlador de fator de potência. ............ 577
Figura 7.94 – Mau contato em conexão e terminal de relé diferencial. .................................... 579
Figura 7.97 – Bornes da Figura 7.96 após manutenção parcialmente bem-sucedida................ 581
Figura 7.105 – Cabos com sobreaquecimento sobre bandeja na saída de painel...................... 588
Figura 7.106 – Cabo em paralelo com sobreaquecimento com visada obstruída...................... 589
Figura 7.108 – Anomalia por corrente em cabos refrigerados de alta potência. ....................... 590
Figura 7.109 – Anomalia em cabo refrigerado sem ângulo para definição exata. ..................... 591
Figura 7.122 – Emendas defeituosas em leito de cabos sobre forro. ......................................... 604
Figura 7.124 – Cabos de comando sobre esteira flexível com distribuição térmica linear. ....... 607
Figura 7.125 – Cabos de comando sobre esteira flexível com anomalia térmica. ..................... 607
Figura 7.128 – Chicote com cabos sobreaquecidos em amarração tradicional. ........................ 610
Figura 7.129 – Cabos sobreaquecidos em chicote antes e após abertura das amarrações....... 611
Figura 7.137 – Capacitores encapsulados em alumínio com anomalia interna. ........................ 618
Figura 7.141 – Fiação de capacitores avariada e não correspondente à luz visível. .................. 621
Figura 7.142 – Deterioração visível não correspondente ao aquecimento em capacitores. ..... 622
Figura 7.144 – Contator em bom estado com aquecimento causado pela bobina. .................. 623
Figura 7.145 – Contator de grande porte com anomalia interna. .............................................. 624
Figura 7.147 – Contator antigo com aquecimento normal no entreferro da bobina. ............... 625
Figura 7.148 – Aquecimento anômalo na conexão superior Fase ‘R’. ....................................... 626
Figura 7.149 – Aquecimento severo em conexão de contator de pequeno porte. ................... 627
Figura 7.153 – Distribuição térmica indicando anomalia interna ao contator. .......................... 630
Figura 7.155 – Disjuntores motor com mau contato na conexão com o módulo contator. ...... 632
Figura 7.157 – Contator severamente danificado, com carga e frio. ......................................... 634
Figura 7.160 – Mau contato nas conexões com o Contator. ...................................................... 636
Figura 7.163 – Distribuição térmica de causa indefinida entre bobinas de reator. ................... 639
Figura 7.168 – Parafuso de fixação fechando circuito magnético: corrente parasita. ............... 643
Figura 7.169 – Corrente parasita por interseção de campos magnéticos. ................................. 644
Figura 7.170 – Presença de corrente parasita por erro de projeto ou montagem. ................... 645
Figura 7.172 – Sobreaquecimento em chapa com folha de papel (emissividade alta). ............. 646
Figura 7.175 – Indução em chapa separadora e tubos por disposição incorreta de cabos. ...... 649
Figura 7.176 – Indução em barra de suporte por correntes de carga em forno de indução. .... 650
Figura 7.177 – Efeito das bobinas do filtro de harmônicos interno ao painel. ........................... 651
Figura 7.179 – Erro de projeto ou montagem em painel BT com bases fusíveis........................ 652
Figura 7.181 – Diagrama de montagem dos TC’s antes da falha e local da falha....................... 654
Figura 7.182 – Diagrama de situação após extração dos TC’s. ................................................... 654
Figura 7.183 – Efeito das correntes de Foucault em chapas U paralelas de sustentação. ......... 655
Figura 7.184 – Diagrama de circulação de correntes parasitas nas chapas de sustentação...... 655
Figura 7.186 – Aquecimento mútuo resultante da não ventilação dos componentes. ............. 658
Figura 7.190 – Locais de sobreaquecimento mais frequentes em Fusíveis Diazeds. ................. 661
Figura 8.4 – Carcaças de motores com áreas não aletadas e anomalias laterais....................... 675
Figura 8.5 – Anomalias térmicas nas laterais em carcaças de motores. .................................... 677
Figura 8.7 – Anomalia severa em carcaça de motor não aletado. ............................................. 680
Figura 8.9 – Motor de grande porte em moinho de fábrica de cimento. .................................. 682
Figura 8.14 – Mesma carcaça de motor vista por dois ângulos diferentes. ............................... 690
Figura 8.15 – Termogramas que evidenciam o efeito das bordas mais frias das aletas. ........... 691
Figura 8.16 – O mesmo motor visto por dois ângulos diferentes, lateral e superior. ................ 692
Figura 8.20 – Escovas sobreaquecidas em motores de grande porte com rotor em gaiola. ..... 697
Figura 8.21 – Escova com pressão incorreta e pista contaminada. ............................................ 699
Figura 8.27 – Exemplos de conexões e cabos em caixa de ligação de motores. ........................ 705
Figura 8.29 – Aquecimento severo em conexão em caixa de ligação de motor 300CV. ............ 707
Figura 8.30 – Carcaça exposta em caixa de ligação de motor 150CV. ........................................ 708
Figura 9.3 – Tomadas de força com defeito interno em pedestal de robô. ............................... 715
Figura 9.4 – Tomada de força em cabeçote de robô com defeito interno. ................................ 716
Figura 9.5 – Cabos de foça e comando intermediários em robô com defeitos internos. .......... 717
Figura 9.12 – Ponte Retificadora de onda completa com diodos frios. ...................................... 724
Figura 9.18 – Assinatura Térmica em placa de processamento sob carga controlada. ............. 730
Figura 9.19 – Estudo de variação de carga ao longo do tempo em Circuitos Integrados (CIs). . 732
Figura 9.20 – Ciclos de carga em placa de processamento de dados modular. ......................... 734
Figura 9.21 – Assinatura térmica em placa de processamento de dados modular. .................. 735
Figura 9.24 – Placa em Banco de Cap. tida como desenergizada e severamente aquecida. ..... 738
Figura 9.26 – Parafuso sem função definida sobreaquecido em PCB. ....................................... 739
Figura 9.27 – Curvas de Componente em bom estado e defeituoso em placa mãe. ................. 741
Figura 9.28 – Localização de aquecimentos no verso de placa central de processamento. ...... 742
Figura 9.29 – Curvas de aquecimento durante a carga da placa mãe defeituosa...................... 744
Figura 11.4 – Acesso em escada de marinheiro com e sem guarda-corpo. ............................... 767
Figura 11.6 – Aquecimento de causa indeterminada dentro de viga de concreto. Colmeia? ... 770
Figura 11.7 – Contato severamente aquecido com risco de evoluir para fusão. ....................... 771
Figura 11.9 – Aquecimento em caixa de aterramento em SE 35,5 kV – colmeia de vespas. ..... 772
Figura 11.11 – Improvisação perigosa por não se saber o estado interno. ................................ 773
Figura 11.12 – Descarga atmosférica atingindo ponto mais baixo no terreno........................... 773
Figura A.1 – Exemplos de mau contato em conexões em 138 kV, 13,8 kV e 120 VCC. .............. 781
Figura A.2 – Exemplos de mau contato em contatos em 69 kV, 13,8 kV e 380 V. ..................... 783
Figura A.3 – Exemplos de baixo isolamento em 230 kV, 13,8 kV e 380 V. ................................. 785
Figura A.4 – Exemplos de aquecimento de origem interna em 34,5 kV, 13,8 kV e 380 V.......... 787
Figura C.4 – Um modelo de limitador de abertura de porta com trava. .................................... 799
Figura C.6 – Painel com tampas e Porta sem abertura plena para visada.................................. 800
Figura C.9 – Painel BT instalado dentro de cubículo com tampa aparafusada. ......................... 802
Figura C.10 – Encaixe de molduras de tela com pino superior aumentado. .............................. 803
Figura C.17 – Frente obstruída em disjuntores MT e opção com montagem assimétrica......... 810
Figura C.19 – Falsos positivos causados por resistores de aquecimento. .................................. 812
Tabela 1.1 – Critérios IETA (NETA) para sobreaquecimento em componentes elétricos ............ 67
Tabela 1.7 – Máximas temperaturas admissíveis para disjuntores imersos no ar/óleo .............. 71
Tabela 1.16 – Correção para 100% da carga nominal para interrupção da ventilação ................ 97
Tabela 11.1 – Raios de delimitação de zonas de risco, controlada e livre ................................. 764
C.1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................789
C.2 TELAS DE SEGURANÇA ............................................................................................789
C.7 VISADAS..................................................................................................................798
C.8 TELHADOS E COBERTURAS ......................................................................................799
Isso implica em que: a percepção vi‐ tico confiável. Se não houver o conheci‐
sual do Inspetor, somada ao seu conheci‐ mento do fenômeno que está gerando o
mento técnico profundo dos equipamentos aquecimento, como entender se o que é
e processos inspecionados, bem como das detectado está dentro da normalidade ou
minúcias da técnica relativa às radiações in‐ não? Além disso, deverão ser conhecidas
fravermelhas, é que irá discriminar o que é e respeitadas todas as características da
uma anomalia térmica ou funcional, ou não. imagem gerada como foco e resolução óp‐
Ainda mais; até que a tecnologia evolua a tica, distância, atmosfera, temperaturas
ponto de ser possível disponibilizar as cente‐ refletidas e principalmente efeitos adver‐
nas, senão milhares de horas de Inspeção sos da emissividade, Faixa Térmica
para uma análise completa instantânea, o (Range), Amplitude Térmica (Span) e Nível
Inspetor deverá, em tempo real, discriminar (Level) da imagem. Erros nesses ajustes ou
o que é anômalo do que é normal ou aceitá‐ fatores poderão levar o Inspetor a despre‐
vel. O Inspetor deverá então aplicar todo o zar variações que poderão ser altamente
seu conhecimento, ou buscar quem co‐ significativas. Da mesma forma, o desco‐
nheça, sobre equipamentos industriais, elé‐ nhecimento do processo interno obser‐
tricos, mecânicos ou de produção, bem vado, poderá levar a omissões e equívocos
como os detalhes e minúcias da emissão, ab‐ inadmissíveis a um profissional compe‐
sorção, reflexão, transmissão da radiação in‐ tente.
fravermelha nos seus mais diversos aspectos É ainda extremamente importante
e meios, no momento da Inspeção.
que o Inspetor siga pelo menos o fluxograma
Por outro lado, a compreensão de (Figura 1.1 ) para evitar erros e omissões du‐
qual fenômeno físico mecânico, elétrico rante suas Inspeções. Da mesma forma, de‐
ou químico está gerando aquela irradia‐ verá preencher o máximo de informações
ção ou imagem, é igualmente fundamen‐ possíveis ao registrar uma Anomalia, para
tal para a avaliação do conteúdo que le‐ subsidiar uma análise posterior em escritó‐
vará a um diagnóstico o mais correto pos‐ rio técnico, e sempre se lembrar de corrigir
sível e, quando for o caso, a um prognós‐ os ajustes da câmera ao mudar de cenário.
Anotações:
petor poderá se basear em um desses crité‐ qualquer componente, não pode ser dei‐
rios para criar o seu próprio e que atenda xado de lado o contexto em que este se
melhor às suas necessidades e das instala‐ encontra. A temperatura, via de regra, é o
ções inspecionadas. resultado final de uma série de fatores
entre os quais: percentual da carga prin‐
1.6 CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES cipal, resfriamento natural ou forçado,
condições ambientais, qualidade do ma‐
terial, mão de obra e manutenção utiliza‐
Quando se trata de Termografia, e
dos na montagem e intervenções, má‐
especialmente em instalações elétricas, há
xima temperatura admissível, máximo so‐
um jargão já utilizado que precisa ser bem
breaquecimento admissível etc. Só após
compreendido entre as partes envolvidas.
esses fatores serem levados em conside‐
Inspetor, Supervisor, Gerente e pessoal de
ração, adequados e ajustados a cada
manutenção devem falar a mesma lingua‐
caso, é que um diagnóstico mais preciso
gem. Assim, é conveniente descrever alguns
poderá ser feito e um critério de interven‐
dos termos e noções mais usuais nessa área:
ção e prognóstico emitido;
Anomalia Térmica: toda e qualquer distri‐
Critérios de Inclusão: o que deve ser re‐
buição térmica não compatível com o es‐
gistrado em uma Inspeção Termográfica
perado ou projetado, em termos de
exige um critério que deve ficar explícito
forma e temperatura medida, para um
na relação Inspetor‐Gerência responsá‐
determinado componente ou máquina,
vel. Se o Inspetor for registrar TODAS as
sob as condições de carga e projeto em
anomalias qualitativas que encontra em
que se encontra. De forma simplificada, é
uma Inspeção, sem levar em considera‐
conhecida como Ponto Quente, embora
ção as temperaturas medidas, poderão
plo simples pode esclarecer: um cabo iso‐ componente deve ser projetado para
lado a termoplástico para 70 °C, se apre‐ operar indefinidamente até uma determi‐
sentar uma temperatura medida de nada temperatura, ou um Delta de tem‐
68 °C, estará dentro da sua normalidade, peratura, sem que ocorram danos à sua
apesar de aquecido. No entanto, se esse função e vida útil. É a sua chamada tem‐
cabo for o responsável por um contato de peratura nominal, e está intimamente re‐
selo, por exemplo, do contator da bomba lacionada com a temperatura ambiente
de celulose da única máquina de papel da na qual está imersa. A MTA (Máxima Tem‐
fábrica, uma falha implicará em uma pa‐ peratura Admissível) de um componente
rada geral na fábrica, a um custo altís‐ independe de sua origem, ou seja: para
simo! Com esse exemplo, pode‐se avaliar um condutor que deve trabalhar indefini‐
a importância não só da função do com‐ damente a 70 °C, não importa se o calor
ponente (cabo), dos seus limites (70 °C), vem de uma estufa imediatamente
de sua importância hierárquica no pro‐ abaixo do cabo ou se vem da circulação
cesso (alimentação do contato selo da de sua corrente. Em um painel elétrico,
única bomba de celulose da fábrica de pa‐ deve ser observado que coexistem simul‐
pel) e de sua posição estratégica (conta‐ taneamente diversas temperaturas máxi‐
tor da bomba de celulose). Conclusão: o mas admissíveis como, por exemplo,
que incluir como anomalia termografada 70 °C para termoplásticos e 130 °C para fi‐
ou não em um relatório de Inspeção, de‐ ação de bobinas de contatores ou trans‐
pende de um ajuste fino entre Inspetor e formadores;
as Gerências de produção e manutenção,
MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS 61
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO À TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
trário, se deveria aquecer em todas as si‐ um caso em que não é admissível ne‐
tuações, e não está aquecendo, há uma nhum aquecimento, por menor que seja,
anomalia. É um critério puramente quali‐ implicando em fuga de corrente por al‐
tativo, mas igualmente importante. Al‐ gum cabo interno em algum local, com
guns componentes podem ter suas ano‐ risco de eletrocussão ao toque e eventual
malias identificadas, e as respectivas pro‐ incêndio. Apesar de facilmente identificá‐
vidências a serem tomadas e/ou defini‐ vel em uma Inspeção minuciosa, a sua so‐
das, sem que seja necessária a medição lução nem sempre é operacionalmente
de temperatura. Já Figura 1.7 apresenta fácil. Este caso será discutido mais adi‐
ante.
Como é possível constatar, há dife‐ cação das anomalias térmicas em suas insta‐
rentes maneiras de qualificar e quantificar lações. É possível que esses critérios tenham
uma anomalia térmica. Citamos alguns crité‐ atualmente suas versões atualizadas, ou te‐
rios conhecidos e que já foram empregados nham sido abandonados e que outros pos‐
em algumas instituições. Os critérios apre‐ sam ser encontrados como referência. Neste
sentados foram originados pela necessidade manual, servirão de exemplo e de indicação
de encontrar um conjunto de restrições que para que cada cliente encontre ou desen‐
permitisse a melhor qualificação e quantifi‐ volva o critério que se adequar melhor às
suas condições operacionais e técnicas.
Anotações:
1 a 10 °C acima
1 a 3 °C acima Defeito
da temperatura É necessário investigar.
do adjacente possível
ambiente
11 a 20 °C acima
4 a 15 °C acima Defeito Reparar na
da temperatura
do adjacente provável próxima parada.
ambiente
21 a 40 °C acima
da temperatura >15 °C acima Reparar o mais breve
Defeito
ambiente do adjacente possível.
> 40 °C acima
> 15 °C acima Defeito Reparar
da temperatura
do adjacente significativo imediatamente.
ambiente
Fonte: IETA (NETA) – International Electrical Testing Association – USA.
É importante destacar que esse cri‐ cente e similar, este critério elimina a neces‐
tério, quando se refere à temperatura ambi‐ sidade da referência à temperatura ambi‐
ente, necessita ser adequado à temperatu‐ ente. Vale a ressalva que os componentes
ras dentro dos painéis elétricos. Isso, de adjacentes deverão apresentar temperatu‐
certa forma, é crítico, porque no momento ras diferentes da anomalia. Caso todos os
em que se abrem as portas de painéis para componentes tenham a mesma tempera‐
Inspeção, imediatamente as suas tempera‐ tura, esse critério não se aplica.
turas internas começam a cair devido à troca
térmica com a atmosfera externa que entra 1.6.3 Critérios da Indústria Nuclear Norte
no painel. Assim, caso esse procedimento Americana
venha a ser aplicado, é importante medir a
temperatura interna do painel imediata‐ Na Tabela 1.2, o termo “Sobreaque‐
mente após a sua abertura. Eventualmente cimento” se refere a uma sobre‐elevação de
poderá ser possível providenciar uma pe‐ temperatura em relação a um valor já conhe‐
quena abertura através da qual um termô‐ cido para um determinado componente, em
metro de imersão possa ser inserido com se‐ uma determinada situação de carga e ambi‐
gurança, antes da abertura da porta. Por ou‐ ente. Para a aplicação desse critério, torna‐
tro lado, ao considerar os Deltas T em rela‐ se necessário o registro prévio da Assinatura
ção à Temperatura do componente adja‐ Térmica Normal, ou aceitável, do equipa‐
mento inspecionado, a sua temperatura de
Nível 1
Intervir no ciclo normal de manutenções
5 a 15 °C de ALERTA
corretivas.
sobreaquecimento
Nível 2
Prioridade alta durante a próxima parada não
16 a 35 °C de INTERMEDIÁRIO
programada.
sobreaquecimento
Notificar falha potencial.
Nível 3
Corrigir o mais breve possível.
36 a 75 °C de SÉRIO
Avaliar um aumento na frequência das
sobreaquecimento
Inspeções.
Notificar a Gerência.
Retirar de operação e corrigir o mais rápido
Nível 4
CRÍTICO possível.
> 75 °C de sobreaquecimento
Aumentar a frequência das Inspeções em
componentes similares.
Fonte: IR‐F/H/V‐200, Rev. 1, Nuclear Maintenance Applications Center Guidelines. (IR‐F/H/V‐200, Rev. 1).
terna deverá ser sempre menor que a in‐ compreensão melhor da avaliação de moto‐
terna, tanto pelo material que existe como res, veja a Análise de Consistência no Capí‐
pela própria refrigeração causada pelas ale‐ tulo 8, específico sobre esse tema.
tas e ventilação quando existente. Para uma
Tabela 1.4 – Classes de isolamento térmico para motores elétricos.
Temperatura Máxima
Classe
de Operação
A 105 °C
B 130 °C
F 180 °C
H 180 °C
Fonte: ABNT, NBR 7094:1996.
1.6.6 Critérios para avaliação de elementos ou HH em torno dos 105 °C, que é a Máxima
fusíveis Temperatura Admissível para contatos
prata‐prata no ar para disjuntores.
As temperaturas nominais – a 100%
de sua carga de face – de fusíveis retardados 1.6.7 Critérios para Cabos Elétricos
em Baixa Tensão (NH) e Média ou Alta Ten‐
são (HH), são difíceis de serem encontradas A vida de um cabo isolado por ter‐
e, normalmente não são divulgadas pelos moplásticos é prevista para vinte anos, con‐
seus fabricantes. O que se sabe empirica‐ siderando sua utilização em regime contínuo
mente é que o ponto de fusão dos elemen‐ e sob temperaturas não superiores a sua má‐
tos fusíveis internos é alcançado quando a xima nominal. É estimado que para operação
temperatura externa está próxima dos contínua, a cada 5 °C acima da sua tempera‐
250 °C. Devido a essa característica, utiliza‐ tura nominal, a vida útil é reduzida pela me‐
se comumente a Máxima Temperatura Ad‐ tade.
missível externa para elementos fusíveis NH
Anotações:
Regime Contínuo
Temperatura máxima Vida da Isolação
especificada excedida em:
10 °C 1/2 normal
20 °C 1/4 normal
30 °C 1/8 normal
Fonte: IPCE Cabos.
que esse valor é praticável e eficiente para as está mais em vigor, mas seus valores conti‐
finalidades de intervenções preditivas e pre‐ nuam tendo aplicação prática até a sua subs‐
ventivas. A norma citada na Tabela 1.7 não tituição por outra.
Limite de elevação
Temperatura de temperatura
Parte ou líquido do disjuntor
máxima °C sobre o ar ambiente
não superior a 40 C
1. Contatos de cobre, no ar, prateados. 105 65
Anotações:
1.6.9 Critério por Classificação de Riscos A menos que se mantenha um estrito con‐
trole e acompanhamento de uma determi‐
nada anomalia, e que se tenha construído
Esse critério, embora algo com‐ uma base sólida de conhecimento sobre ele,
plexo, inclui riscos maiores na estimativa dos afirmar que a manutenção poderá aguardar
prazos para atendimento das anomalias le‐ um determinado tempo exato em dias, ig‐
vantadas. De maneira geral, é extrema‐
nora que o comportamento de um defeito
mente arriscado afirmar que um determi‐ está sujeito a variações de carga, tempera‐
nado componente suportará “x” dias até tura ambiente, ciclo de falha, qualidade de
uma determinada intervenção para reparo.
material, qualidade de instalação e manu‐
tenção e assim por diante.
Criticidade
Intervenção da manutenção
Nível Classificação
Intermediária
Médio II
(avaliar componente).
Urgência
Alto III
(reparar o mais rápido possível).
Emergencial
Crítico IV
(reparar imediatamente).
Fonte: Engelétrica, 2011.
Classificação Prazo
Em até 15 dias. 1
Em até 5 dias. 2
Em até 48 horas. 3
Em até 12 horas. 4
Fonte: Engelétrica, 2011.
Anotações:
72 MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO À TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
que norteia a escolha e apresentação dos THERMOTRONICS ou baixadas dos domínios pú‐
Termogramas destina‐se mais à avaliação blicos da internet, onde a fonte é referenci‐
qualitativa dos fenômenos térmicos apre‐ ada. A imensa maioria dos Termogramas foi
sentados, e seus conteúdos, do que à avalia‐ codificada pelo Sistema ThermoScala de co‐
ção quantitativa. Valores de medição de res adaptadas à retina devido a este ser o
temperaturas poderão variar significativa‐ melhor para a visualização e interpretação
mente em função de uma grande quanti‐ das imagens térmicas.
dade de fatores, tais como carga no mo‐
mento da Inspeção, dimensionamento, velo‐ 1.9 INSPEÇÃO EM INSTALAÇÕES
cidade do vento, distância do objeto, óptica EXTERNAS E INTERNAS
utilizada e resolução espacial da câmera,
qualidade do material e assim por diante. A A Termografia tem poucas restri‐
participação de cada um desses fatores de‐ ções de aplicabilidade com relação ao ambi‐
verá ser levada em consideração pelo Inspe‐ ente em que é utilizada. No entanto, algu‐
tor quando da coleta dos Termogramas em mas considerações devem ser observadas, a
campo. Se os erros introduzidos em um Ter‐ fim de que se possam obter os melhores re‐
mograma, típicos para cada situação a ser sultados possíveis. Em qualquer dos casos,
termografada, não forem corrigidos da me‐ os limites de operação da câmera devem ser
lhor maneira possível, poderão afetar signifi‐ respeitados. Para saber quais são os limites,
cativamente o diagnóstico qualitativo e o principalmente as temperaturas em que a
prognóstico quantitativo. Cada caso apre‐ câmera funcionará corretamente, consulte o
sentado será um caso e deverá ser analisado manual do fabricante.
cuidadosamente. Para Inspeções à pequenas distân‐
Além do mais, deve ficar claro que cias, menores que dez metros, apenas em
as próprias imagens térmicas, de todo este circunstâncias muito especiais a Termografia
Manual, deverão ser observadas, lidas e ava‐ não pode ser aplicada. Por exemplo: poluen‐
liadas cuidadosamente. O conteúdo escrito é tes ou poeira intensa no ar, umidade relativa
apenas um complemento ao conteúdo visual do ar (URA), nevoeiro, garoa e chuva. Além
das imagens. Ambos devem ser considera‐ da atenuação na radiação infravermelha que
dos atentamente. esses elementos introduzem, deve ser ob‐
servado que a chuva, a garoa e o nevoeiro
1.8 CONSIDERAÇÕES SOBRE IMAGENS também resfriam os componentes externos
TÉRMICAS EM SISTEMAS ELÉTRICOS expostos a elas. Para baixas temperaturas a
serem medidas, é recomendado aguardar
Todas as imagens térmicas obtidas pelo menos uma hora após o encerramento
e apresentadas neste Volume são de autoria da chuva ou garoa para que o objeto read‐
da THERMOTRONICS, exceto onde indicado. To‐ quira sua temperatura operacional.
dos os componentes se encontravam sob al‐ Não obstante, a composição da at‐
gum tipo de esforço elétrico, mecânico ou mosfera deve ser observada na presença de
térmico no momento da coleta. As fotos e fontes de calor intensas nas proximidades
gráficos foram executadas e adaptadas pela como caldeiras, chaminés ou fornos. Essas
fontes podem inserir artefatos nas imagens horas após o entardecer devido ao calor es‐
e deverão ser levadas em consideração e, se pecífico dos materiais expostos a ele. Da
possível, contornadas. O Sol pode também mesma forma, e mesmo à pequenas distân‐
introduzir reflexos e aquecimentos, imedia‐ cias, o resfriamento pelo vento não deve ser
tos ou residuais, que podem permanecer in‐ ignorado, sendo que correções deverão ser
fluenciando as imagens térmicas por várias aplicadas sempre que necessário.
Anotações:
Macro 34/80
Figura 1.10 – Efeitos das lentes: Grande Angular, Normal, Teleobjetiva e Macro.
Outro fator a ser levado em consi‐ superfície inspecionada. Para ângulos extre‐
deração é o ângulo de visada, que poderá in‐ mos, deve‐se avaliar se o resultado será con‐
troduzir erros de leitura. O ângulo recomen‐ fiável ou não.
dado sempre que possível, é o ortogonal à
Tabela 1.11 – Problemas e soluções para Termografia em ambientes externos.
Fonte: THERMOTRONICS.
Introdução de reflexos ou
Fontes de aquecimento como no caso Procurar ângulo de visada e/ou distância que
Calor de resistores e núcleos de evitem o reflexo e/ou aquecimento.
bobinas dentro de painéis.
Fonte: THERMOTRONICS.
Anotações:
Por outro lado, muitos processos in‐ cabo, barra, tubo e por uma determinada di‐
dustriais utilizam e/ou geram calor, muitas mensão – metro, centímetro etc. A partir dos
vezes na forma de vapor superaquecido. O limites físicos desse objeto, a resistência elé‐
calor irradiado por emendas ou falhas no iso‐ trica muda. A principal razão para essa mu‐
lamento dessas instalações, pode interferir dança é a conexão com outro objeto. Mesmo
com as medições, obrigando a busca de um que seja feito do mesmo material e com as
ângulo mais adequado para efetuá‐las. Em mesmas características, e projetado adequa‐
painéis elétricos, é comum a utilização de re‐ damente, é esperado que haja uma mu‐
sistores de equalização ou para o seu aque‐ dança, normalmente um acréscimo na resis‐
cimento. No entanto, esses resistores, assim tência ao logo do trajeto da corrente.
como entreferros de trafos ou bobinas, usu‐
Isso ocorre basicamente devido a
almente trabalham com temperaturas mais
alguns fatores como a área de contato entre
altas, criando reflexos indesejáveis para as
os dois condutores, aperto ou torque, dife‐
medições. Em outras situações, será neces‐
renças entre materiais, a própria corrente
sário efetuar medições contra fundos mais
passante que gera um aquecimento e as con‐
aquecidos como telhados industriais sob in‐
dições ambientais. Dessa maneira, deve ser
solação intensa. Nesse caso, a óptica ade‐
parte do projeto de qualquer sistema elé‐
quada, como uma lente teleobjetiva poderá trico, contar com essas variáveis, principal‐
ser um fator decisivo quando não for possí‐ mente com as áreas de contato e a dilatação,
vel aguardar pelo período noturno, inverno tanto por efeito da carga passante como da
ou tempo nublado. temperatura ambiente onde se encontra o
componente.
1.10 LEI DE OHM
O efeito esperado ao longo do
tempo, em qualquer conexão elétrica que
No começo do século XIX, George
não solde por aquecimento próprio ou oxi‐
Simon Ohm (1787‐1854) demonstrou que a
dação, é o aumento da resistência de con‐
corrente elétrica [ i ] é proporcional à dife‐
tato devido principalmente ao afrouxa‐
rença de potencial [ V ] aplicada. A constante
mento. Apesar de parecer desprezível em
de proporcionalidade é conhecida como Re‐
uma análise mais superficial, a contração e a
sistência [ R ].
dilatação, sucessiva e periódica ao longo do
Logo, se tem: tempo, devem ser levadas em conta como
V = Ri um fator de estresse contínuo em qualquer
conexão elétrica. Isso se deve ao fato de que
que é conhecida como a 1ª Lei de Ohm.
a maioria das conexões elétricas possuírem
A resistência elétrica, ao longo do um ciclo de 24 horas que está constante‐
percurso da corrente em um sistema elé‐ mente sujeitando os componentes a esfor‐
trico, deveria ser constante ou crescer linear ços mecânicos significativos. Veja‐se, por
e uniformemente. No entanto, e na grande exemplo, a Figura 1.11 de um mesmo vão de
maioria dos casos, ela só é proporcional‐ um ramal de distribuição, registrada em
mente constante em um mesmo objeto – duas situações diferentes de temperatura
ambiente.
MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS 79
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO À TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
levar à ideia incorreta de que correntes rea‐ maneira, a taxa de perda de calor por uma su‐
tivas produzem trabalho. perfície exposta depende da velocidade do
vento incidente sobre essa superfície: quanto
1.13 RESFRIAMENTO PELO VENTO1 maior a velocidade, mais rápido o resfria‐
mento. Porém, chega‐se a uma determinada
Além das trocas de calor por condu‐ velocidade a partir da qual um aumento na
ção e irradiação, o resfriamento ou aqueci‐ velocidade do vento já não provoca um con‐
mento pelo contato com a atmosfera circun‐ siderável aumento na dissipação de calor.
dante aos componentes elétricos, pode Isso ocorre porque o fenômeno da transmis‐
ocorrer por ventilação ou convecção, natural são de calor é também dependente da turbu‐
e/ou forçada. A convecção natural ocorre lência gerada e, dependendo do fator, da
quando o objeto é deixado em repouso, forma do objeto exposto, a turbulência tem
imerso em uma atmosfera igualmente em um limite. Para objetos estáticos, o efeito do
repouso. A superfície do objeto, em contato vento reduz mais rapidamente a temperatura
físico com as moléculas ou átomos do gás cir‐ do que a sua simples inserção no ambiente. O
cundante, transfere calor, aumentando a vento não pode, contudo, reduzir a tempera‐
sua energia cinética. Isso, por sua vez, as tura de objetos que estão a uma temperatura
torna menos densas e assim estabelece‐se inferior a sua, independentemente de sua ve‐
um fluxo contíguo e contínuo de gás ascen‐ locidade. A única exceção é se contiver uma
dente chamado de convecção. Em tempo: grande quantidade de água dissolvida. Neste
não se utiliza o conceito de convecção for‐ caso, a água roubará mais calor para mudar
çada, sendo esta sempre natural. A ventila‐ de estado e poderá haver um resfriamento
ção, por sua vez, natural ou forçada, ocorre maior do que o conseguido pela simples troca
pela transferência de calor aos átomos e mo‐ de calor com o ar seco.
léculas que se chocam com o componente A título de exemplo, observe‐se a
de maneira natural (vento) ou forçada (ven‐ Figura 1.12 . As fotos foram obtidas com
tilação). poucos minutos de diferença. A questão que
Em situações de campo, atmosferas se apresenta então é: qual a temperatura
dificilmente estão em repouso. Se forçarmos “real” do transformador e suas conexões, já
o ar circundante ao objeto a colidir contra ele que o vento se apresenta em rajadas e não
a uma determinada velocidade, teremos uma contínuo?
troca térmica acentuadamente maior. Dessa
Anotações:
Anotações:
Dada a dimensão do efeito do mas contra o vento, pelo lado oposto ao ob‐
vento, o Inspetor de Termografia deve ter jeto em relação a ele. Isso se explica pela
noção dessa influência e sempre optar por Figura 1.13 onde vemos que o Delta T cau‐
realizar as Inspeções sob a menor velocidade sado pelo resfriamento ortogonal é menor
dele. Se essa opção não estiver disponível, que o pelo longitudinal e, dessa maneira, co‐
uma alternativa é tentar obter os Termogra‐ mete‐se um erro menor nas leituras de tem‐
peratura.
Figura 1.13 – Curvas de resfriamento pela direção do vento. Fonte: Burney; Williams; Jones, 1988, p. 86.
Anotações:
Apesar da Tabela 1.13 ser de uso co‐ rar a importância de cada componente anô‐
mum entre os Inspetores de Termografia, malo ou defeituoso no âmbito do sistema
por ser uma referência acadêmica, foi reali‐ como um todo. E pior, que cada falha,
zado um estudo experimental que está des‐ quando ocorrer, vai causar uma interrupção
crito no item 1.17, Correções pela de energia para o consumidor e lucro ces‐
Velocidade do Vento deste mesmo capítulo, sante para o cliente da energia.
onde os valores aplicáveis são detalhados e
corrigidos para o resfriamento pela 1.14 CICLO TEÓRICO DE FALHA EM UMA
velocidade do vento. É altamente CONEXÃO ELÉTRICA
recomendável que se observe com atenção
as conclusões a que se chega sobre os 1.14.1 Temperatura versus deterioração
valores corrigidos das Tabelas e comumente
aceitas. Uma investigação com centenas de
Conclusão: a temperatura absoluta conectores defeituosos mostrou que muitos
ou aparente, lida no momento da Inspeção, deles, apesar de apresentarem pequenos
é a resultante de uma série de fatores, nor‐ aumentos de temperatura absoluta (5 a
malmente fora do controle do Inspetor, 10 °C) acima da temperatura ambiente, fo‐
como dimensionamento, carga instantânea, ram encontrados seriamente deteriorados, e
vento no objeto de interesse, emissividade, outros, com temperaturas absolutas de
oxidação e assim por diante. A temperatura 100 °C ou mais, tiveram pequena deteriora‐
não indica, necessariamente, a gravidade de ção visível.
um defeito ou anomalia. Há que se conside‐
As razões para este aparente para‐ aumenta devido à “fusão” entre as superfí‐
doxo é que, em primeiro lugar, as superfícies cies. Essas soldas não intencionais são, de
nunca são completamente lisas (Figura 1.14 forma geral, pobres e quebradiças por es‐
O aquecimento excessivo por um longo pe‐ tresse mecânico, alta carga, correntes de
ríodo de tempo faz com que as superfícies falta, dilatações e contrações sucessivas e
em contato aqueçam, dilatem, se afastem e mesmo à vibração de frequência industrial.
produzam pequenos arco‐voltaicos – nem Estes eventos fazem parte do ciclo de funci‐
sempre intensos e visíveis – até o ponto em onamento de qualquer conexão e, depois de
que ocorre uma deterioração grave, embora um número indeterminado, mas finito de es‐
nem sempre igualmente visível. Os arcos fa‐ forços, há a ruptura mecânica da solda, com
zem com que, em uma etapa seguinte, as su‐ a ocorrência novamente de um arco e a sol‐
perfícies derretam e soldem entre si, o que dagem das superfícies mais uma vez. En‐
constitui então um caminho de baixa resis‐ quanto esse ciclo continua, a deterioração
tência para o fluxo de correntes. Como resul‐ das superfícies progride; se não detectada a
tado dessa fusão, o aquecimento do compo‐ tempo pela Termografia, a conexão ou con‐
nente pode até cessar completamente por tato apresentará uma falha.
um tempo, uma vez que a área de contato
Figura 1.17 – Cabo e terminal severamente oxidados, com carga, soldado e “frios”.
Anotações:
MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS 87
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO À TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Figura 1.18 – Cabo deteriorado (oxidado internamente), com carga, soldado e “frio”.
Anotações:
1.14.2 Caso concreto do Ciclo de Falha em duas em duas horas, no horário comercial.
Seccionadora de Distribuição Após esse período, as leituras foram feitas
sempre que havia disponibilidade da câ‐
Na prática e em instalações expos‐ mera. As variações que se pode observar na
tas às intempéries, os ciclos de variação tem‐ temperatura, são devidas não só ao horário
peratura são mais complexos. No exemplo em que as imagens foram feitas (variações
da Figura 1.21 , uma chave seccionadora em de carga), mas também em função de even‐
um poste é acompanhada durante alguns tos atmosféricos (chuva, no caso).
dias. No primeiro dia, as leituras são feitas de
Anotações:
MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS 89
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO À TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Os valores de cada imagem térmica podem ser vistos na Tabela 1.14, e a variação, no
gráfico (Figura 1.23 ).
Temperatura ΔT TMax
Pág. Data Hora A1 A3
ambiente (A3 – A1) Imagem
1 07/04/2013 18:20:13 20,0 °C 22,3 °C 138,0 °C 115,72 138,0 °C
Fonte: THERMOTRONICS.
Anotações:
Ainda, como exemplo da atenuação e para fins de simulação de chuva, foi utili‐
que a água dissolvida na atmosfera causa na zado um esguicho para criar uma cortina
radiação infravermelha emitida, veja‐se a si‐ d’água de aproximadamente 50 cm de lar‐
mulação nas Figura 1.24 e Figura 1.25 . Nessa gura em forma de chuveiro entre a câmera e
experiência, foi posicionado na ortogonal à o resistor. A temperatura medida nessas
câmera um resistor plano com temperatura condições caiu para 89 °C.
estável a uma distância de seis metros,
sendo que a temperatura medida foi de
114 °C não havendo nada além de ar atmos‐
férico entre a câmera e o resistor. Após isso,
1.16 CORREÇÕES PELAS CARGAS NOMINAL apresenta uma anomalia térmica. Diferenças
E INSTANTÂNEA ou anomalias térmicas podem surgir devido
a cargas instantâneas, no momento da Ins‐
Qualquer equipamento ou compo‐ peção, serem menores, ou eventualmente
nente elétrico é projetado para trabalhar em até maiores, do que a capacidade nominal
um ambiente determinado, a uma tempera‐ do equipamento, ou ainda devido a deficiên‐
tura específica e, quando submetido à sua cias internas em seus materiais e funções
carga de projeto, deverá aquecer até um de‐ constituintes.
terminado valor chamado de “temperatura
Cabe ao Inspetor de Termografia,
nominal de operação”. Essas condições pro‐
junto com responsável pela manutenção
duzem uma distribuição térmica caracterís‐
e/ou operação da instalação, obter as infor‐
tica em sua função plena. Quando essa dis‐
mações da carga de cada circuito para avaliar
tribuição térmica aparece alterada ou desvi‐
a severidade das anomalias detectadas, in‐
ada de sua característica típica quando visu‐
cluindo a possibilidade de algum ponto “frio”
alizada através de um termovisor, diz‐se que
evoluir para uma anomalia.
o referido componente ou equipamento
Como se pode observar pelos resul‐ for medida quando estiver com 100% de sua
tados apresentados na Figura 1.25 se a carga nominal, não haverá correção para
temperatura no componente de interesse esse valor.
Anotações:
Tabela 1.16 – Correção para 100% da carga nominal para interrupção da ventilação.
Temperatura
Temp. 100%
Temp. 100%
Vento km/h
Instantânea
Temp. 75%
Temp. 75%
Temp. 50%
Temp. 50%
Temp. 30%
Temp. 30%
SEM vento
SEM vento
SEM vento
SEM vento
com vento
com vento
com vento
com vento
Vento m/s
medida °C
pela V.V.
correção
Fator de
<
1 60 < 3,60 1,00 60,00 60,00 75,6 75,60 120,00 120,00 262,20 262,20
1,01
2 60 7,20 2,02 1,36 60,00 81,60 75,6 102,82 120,00 163,20 262,20 356,59
3 60 10,80 3,02 1,64 60,00 98,40 75,6 123,98 120,00 196,80 262,20 430,01
4 60 14,40 4,03 1,86 60,00 111,60 75,6 140,62 120,00 223,20 262,20 487,69
5 60 18,00 5,04 2,06 60,00 123,60 75,6 155,74 120,00 247,20 262,20 540,13
6 60 21,60 6,05 2,23 60,00 133,80 75,6 168,59 120,00 267,60 262,20 584,71
7 60 25,20 7,06 2,40 60,00 144,00 75,6 181,44 120,00 288,00 262,20 629,28
8 60 28,80 8,06 2,50 60,00 150,00 75,6 189,00 120,00 300,00 262,20 655,50
Fonte: THERMOTRONICS.
Anotações:
Para compreender melhor a Tabela 1.16, será utilizada como exemplo a linha nº 4.
Temperatura
Temp. 100%
Temp. 100%
Vento km/h
Instantânea
Temp. 75%
Temp. 75%
Temp. 50%
Temp. 50%
Temp. 30%
Temp. 30%
SEM vento
SEM vento
SEM vento
SEM vento
com vento
com vento
com vento
com vento
Vento m/s
medida °C
pela V.V.
correção
Fator de
4 60 14,40 4,03 1,86 60,00 111,60 75,6 140,62 120,00 223,20 262,20 487,69
Anotações:
Fator de correção
Valor corrigido –
Valor corrigido –
Valor corrigido –
Valor corrigido –
Valor corrigido –
Valor corrigido –
Valor corrigido –
temp. medida
temp. medida
temp. medida
temp. medida
temp. medida
temp. medida
temp. medida
Vento km/h
Vento m/s
pela V.V.
100 °C
40 °C
50 °C
60 °C
70 °C
80 °C
90 °C
1 3,60 1,01 1,00 40,00 50,00 60,00 70,00 70,00 90,00 100,00
2 7,20 2,02 1,36 54,40 68,00 81,60 95,20 95,20 122,40 136,00
3 10,80 3,02 1,64 65,60 82,00 98,40 114,80 114,80 147,60 164,00
4 14,40 4,03 1,86 74,40 93,00 111,60 130,20 130,20 167,40 186,00
5 18,00 5,04 2,06 82,40 103,00 123,60 144,20 144,20 185,40 206,00
6 21,60 6,05 2,23 89,20 111,50 133,80 156,10 156,10 200,70 223,00
7 25,20 7,06 2,40 96,00 120,00 144,00 168,00 168,00 216,00 240,00
8 28,80 8,06 2,50 100,00 125,00 150,00 175,00 175,00 225,00 250,00
Fonte: THERMOTRONICS.
Anotações:
que a velocidade do vento variava de 1 m/s, vez mais turbulento devido ao caminho per‐
foi aguardado até que a temperatura estabi‐ corrido. Para essa experiência, foi utilizado
lizasse e então realizado um Termograma um Termovisor FLIR SC660 de 640 x 480
para a leitura de temperatura do resistor. A pixels para que a resolução espacial não pre‐
Figura 1.33 exemplifica a disposição dos judicasse a leitura das temperaturas e um
equipamentos. Com a distância aumen‐ anemômetro Kestrell 4.000. A distância má‐
tando, o vento que atingia o resistor era cada xima para atingir 1 m/s no resistor foi de 3,7
m:
Anotações:
Figura 1.34 – Fotos da montagem com distância variável entre o ventilador e o resistor.
Figura 1.35 – Montagem com distância variável para vento no resistor de 1 a 5 m/s.
Os resultados obtidos com esse experimento podem ser vistos na Figura 1.36 :
Anotações:
Figura 1.38 – Croquis para verificação do Resfriamento a 1 m/seg. com distância fixa.
Figura 1.39 – Montagem com distância fixa para velocidade de vento de 1 m/s a 5 m/s.
Anotações:
Figura 1.40 – Montagem com distância fixa para velocidade de vento de 1 e 5 m/s.
Anotações:
Anotações:
A Tabela 1.21 (Fator de correção em como 100 °C e que esteja sujeito a um vento
função da velocidade do vento) apresenta mínimo, uma leve brisa de 1 m/s, em um
então que, para atingir os valores empíricos, caso teria sua temperatura corrigida para
a Tabela acadêmica deve ter seus valores 175 °C caso o vento cessasse, mas, de acordo
corrigidos pelos valores constantes nela. com a literatura acadêmica, a temperatura
ficaria inalterada. A diferença encontrada é
A conclusão então é de que os valo‐
muito grande para ser ignorada e os critérios
res encontrados empiricamente nas experi‐
de intervenção e avaliação de gravidade se‐
ências efetuadas são muito mais conservati‐
rão seriamente modificados pela utilização
vos que os fornecidos pela literatura consul‐
de um critério mais objetivo e mais conser‐
tada.
vador. Como resultado dessa aplicação, o
Em um exemplo simples, um conec‐ sistema poderá se tornar mais confiável pela
tor que tenha sua temperatura medida intervenção mais precoce.
a localização e posição de
1.18 CONSISTÊNCIA TÉRMICA E anomalias e avaliá‐las. Com essas
DISCRIMINAÇÃO VISUAL informações, ela emite um
diagnóstico e um prognóstico
A Termografia é um ensaio visual qualitativo.
que permite, adicionalmente, a leitura de va‐
lores de temperatura pixel a pixel. De posse Com a Termografia qualitativa,
destas duas informações, são elencadas ava‐ usa‐se a imagem térmica em si mesma, cor‐
liações das anomalias encontradas que po‐ retamente ajustada e focalizada, para des‐
dem ser divididas em duas categorias: quali‐ cobrir e avaliar possíveis anomalias. Se já é
tativas e quantitativas. do conhecimento do pessoal técnico que
existem problemas que geram aquecimen‐
1.18.1 Termografia comparativa tos não localizados em um equipamento,
Quantitativa e Qualitativa instalação ou componente, e a Termografia
não encontra anomalias compatíveis, a Ter‐
O que faz da Termografia uma fer‐ mografia não terá sido executada correta‐
ramenta verdadeiramente única e valiosa é mente. Esta é a principal razão pela qual se
principalmente a imagem térmica em si investe tanto tempo no aprendizado da in‐
mesma, que fornece não apenas a tempera‐ terpretação de imagens térmicas.
tura dos componentes, mas, e principal‐ Ao varrer uma instalação qualquer,
mente, uma visão sintética do que está ocor‐ com a câmera infravermelha corretamente
rendo termicamente naquele instante. Dife‐ ajustada (Foco e Amplitude Térmica corre‐
renciar padrões de distribuição de tempera‐ tas), as análises qualitativas são feitas natu‐
turas e determinar o local e a origem de uma ral e continuamente. Tudo que é inspecio‐
anomalia é fundamental. Por outro lado, nado é analisado intuitiva e qualitativa‐
uma única leitura de temperatura não for‐ mente, mesmo que somente por uma fra‐
nece informações suficientes para um diag‐ ção de segundo. Se um componente estiver
nóstico e um prognóstico confiáveis. “visivelmente” normal, ou aceitável, sim‐
plesmente segue‐se adiante. Este é um pro‐
1.18.2 Qualitativo cessamento cognitivo que o Inspetor de‐
sempenha com maior ou menor facilidade,
Definição: dependendo de seus conhecimentos do in‐
A Termografia qualitativa fravermelho e dos componentes ou equipa‐
faz um diagnóstico e avalia o mentos sendo inspecionados. Se algo ou al‐
gum componente apresentar um padrão
estado de um objeto de interesse
suspeito ou desconhecido, despende‐se en‐
pela forma da sua distribuição de
tão mais tempo em uma análise mais deta‐
temperaturas aparentes, o ponto lhada. Se ainda assim alguma dúvida persis‐
de origem, a intensidade relativa e tir, imediatamente passa‐se a uma análise
os padrões térmicos envolvidos quantitativa para o diagnóstico ou não de
para confirmar a existência, definir uma anomalia significativa.
gica do componente ou equipamento na li‐ Em alguns casos, ela é retirada das especifi‐
nha de produção, comportamento esperado cações do fabricante do componente, de da‐
ou já conhecido, segurança e fatores ambi‐ dos históricos ou de alguma norma técnica
entais como a velocidade do vento. aplicável. Em equipamentos elétricos, uma
referência frequente é o componente adja‐
Outro fator importante é o Delta T
cente em outra Fase, desde que a carga seja
(ΔT), ou seja, a diferença da medida da tem‐
a mesma. O pressuposto implícito é de que o
peratura aparente do componente com a
componente de referência apresenta a tem‐
anomalia, e alguma temperatura de referên‐
peratura “normal” ou sadia, que o compo‐
cia. Essa comparação pode ser com a tempe‐
nente de interesse com anomalia ou pro‐
ratura ambiente ou com outro equipamento
blema deveria apresentar, se estivesse em
similar que esteja operando em condições
boas condições.
semelhantes. A medição do ΔT é usada para
determinar quanto a anomalia diverge em
1.18.4 Comparando os métodos qualitativo
comparação a um valor estatisticamente
e quantitativo
“normal” ou já conhecido. Chama‐se a isso de
medição comparativa, quantitativa.
Como abordagens complementa‐
Para que esse critério seja confiável, res, e não mutuamente excludentes, os mé‐
uma referência precisa ser determinada para todos Qualitativo e Quantitativo tem carac‐
o que é considerado “normal” ou aceitável. terísticas bem definidas. A Tabela 1.22 re‐
sume os conteúdos:
Qualitativo Quantitativo
Anotações:
Figura 1.43 – Termogramas com e sem o efeito ThermoScala – Mesma Amplitude Térmica.
Anotações:
Esses fatores não fazem a Termo‐ sente um risco significativo e imediato, os er‐
grafia ser uma ferramenta menos valiosa e ros cometidos pela atribuição incorreta da
útil. Mas é necessário compreender que Di‐ emissividade não prejudicarão significativa‐
agnósticos e Prognósticos em Termografia, mente os diagnósticos e prognósticos de ma‐
mesmo quando são utilizadas as temperatu‐ neira significativa.
ras lidas com a maior exatidão possível, são Para uma anomalia em instalações
estimativas baseadas em avaliações e leitu‐ e/ou equipamentos elétricos, se a tempera‐
ras nem sempre efetuadas em condições tura final estiver incorreta em 10%, o que im‐
ideais. plicaria em um erro equivalente na atribui‐
Portanto, para determinadas condi‐ ção da emissividade do objeto de interesse,
ções e em muitos casos, determinar a não fará muita diferença se o componente
temperatura exata de um objeto de estiver a 70 °C ou 77 °C: o mesmo deverá ser
interesse não é a maior preocupação. O mais atendido com a brevidade necessária que
importante é diagnosticar corretamente será mais determinada pelo contexto funci‐
uma anomalia, fornecer uma solução onal da anomalia do que pela sua tempera‐
possível e MANTER UM ERRO CONSTANTE E tura. Da mesma forma, e para anomalias por
CONHECIDO NAS LEITURAS DE TEMPERA‐ fuga de corrente, a diferença entre uma fuga
TURA! A estratégia de manter um erro cons‐ de corrente que esteja com 2 °C ou 2,2 °C
tante, utilizando emissividades padroniza‐ não será significativa, para fins de solução.
das, permite avaliações mais seguras e com‐ Para maiores esclarecimentos so‐
parações de evolução ao longo do tempo. bre emissividade, consultar o Volume 1, Ca‐
Salvo em situações raras e extre‐ pítulo 4, Item 4.4.
mas, onde a temperatura absoluta repre‐
Anotações:
Anotações:
Exemplos:
Figura 2.2 – Ensaio de Corrente Aplicada em Estator de 4 MVA e curto entre placas.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 2.2
Neste ensaio de aquecimento foram passados os cabos para a circulação de corrente de
(Superior)
teste para verificar o estado do estator gerador. As curvas apresentam a variação da
Temperatura de Referência ao longo de todo o ensaio. A curva A1 representa a
Temperatura Máxima atingida na Área A1, demarcado pela poligonal em amarelo. Já a
FIGURA COMENTÁRIOS
curva Delta T apresenta a diferença de aquecimento entre o obtido pela corrente de
teste e a temperatura ambiente. O ajuste da emissividade, caso não tenha sido aferida,
deve atender aos valores para vernizes. Para diagnósticos qualitativos a exatidão na
atribuição da emissividade não é relevante desde que não ocorram erros grosseiros.
Neste caso, valores entre 0,80 e 0,85 são típicos para avaliações qualitativas. O valor de
emissividade atribuído deve ser registrado para medidas subsequentes. Neste caso, a
influência dos fatores distância, umidade relativa do ar e temperatura ambiente não é
relevante. Software: Researcher 2.10. Câmera: AGEMA 550
Figura 2.2
Em outro ensaio de corrente aplicada em um estator de gerador, fica evidente a presença
(Inferior)
de um curto‐circuito entre placas de ferro silício. Quantitativamente, a temperatura não
é fator mais importante, uma vez que qualquer circulação de corrente entre placas é
inaceitável. O ajuste da emissividade, caso não tenha sido aferida, deve atender aos
valores para vernizes. Para diagnósticos qualitativos a exatidão na atribuição da
emissividade não é relevante desde que não ocorram erros grosseiros. Neste caso, para
tintas a óleo, um valor de 0,9 é razoável para avaliações qualitativas. O valor atribuído
deve ser utilizado para medidas subsequentes. Neste caso, a influência dos fatores
distância, umidade relativa do ar e temperatura ambiente não é relevante. Software:
Researcher 2.10. Câmera: AGEMA 550
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 2.3 No Termograma esquerdo foi aplicada a técnica do Foco Térmico (Ver Volume 1, Capítulo
(Esquerda) 5, Item 5.1.12), ou seja, ele foi ajustado no contexto do ambiente para apresentar a
distribuição térmica externa do encapsulamento das escovas da excitatriz. Esse tipo de
Termograma, obtido com as condições de corrente e temperatura ambiente registradas,
pode ser utilizado posteriormente como assinatura térmica do componente. O ajuste da
emissividade, caso não tenha sido aferida, deve atender aos valores para tintas a óleo.
Para diagnósticos qualitativos a exatidão na atribuição da emissividade não é relevante
desde que não ocorram erros grosseiros. Neste caso, para tintas a óleo, e para medições
radiométricas em 7 – 14 µm à temperatura ambiente, um valor de 0,9 é razoável para
avaliações qualitativas e quantitativas. O valor atribuído pode ser utilizado para medidas
subsequentes. Neste caso, a influência dos fatores distância, umidade relativa do ar e
temperatura ambiente não é relevante. Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002.
Câmera: FLIR SC660
Figura 2.3 O Termograma da direita foi ajustado de forma saturada para destacar a distribuição
(Direita) térmica externa das tampas de acesso ao rotor. A distribuição térmica nessa tampa
reflete diretamente o estado geral da ventilação do rotor e estator. Pode igualmente ser
utilizado como assinatura térmica do componente para avaliações posteriores. O ajuste
da emissividade, caso não tenha sido aferida, deve atender aos valores para tintas a óleo.
Para diagnósticos qualitativos a exatidão na atribuição da emissividade não é relevante
desde que não ocorram erros grosseiros. Neste caso, e para medições radiométricas em
7 – 14 µm à temperatura ambiente, um valor de 0,9 é razoável para tintas a óleo e
avaliações qualitativas e quantitativas. O valor atribuído pode ser utilizado para medidas
subsequentes. Neste caso, a influência dos fatores distância, umidade relativa do ar e
temperatura ambiente não é relevante. Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002.
Câmera: FLIR SC660
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 2.4 Visão de topo do acondicionamento das escovas da excitatriz. A variação na distribuição
térmica dessa tampa reflete diretamente o estado geral da ventilação no compartimento
das escovas permitindo uma visão geral de um eventual desequilíbrio interno. Este
Termograma pode igualmente ser utilizado como assinatura térmica do componente para
avaliações posteriores. O ajuste da emissividade, caso não tenha sido aferida, deve
atender aos valores para tintas a óleo. Para diagnósticos qualitativos a exatidão na
atribuição da emissividade não é relevante desde que não ocorram erros grosseiros.
Neste caso, e para medições radiométricas em 7 – 14 µm à temperatura ambiente, para
tintas a óleo, um valor de 0,9 é razoável para avaliações qualitativas ou quantitativas. O
valor atribuído pode ser utilizado para medidas subsequentes. A leitura da temperatura
nas janelas gradeadas deve levar em consideração que o ambiente está em temperatura
maior e em pressão positiva com relação ao ambiente externo. Neste caso, a influência
dos fatores distância, umidade relativa do ar e temperatura ambiente não é relevante.
Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC660.
Figura 2.5 – Sala de Máquinas com dois Geradores e janela gradeada na excitatriz.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 2.5 Visada geral de uma sala de máquinas com dois geradores. A janela de acesso às escovas
da excitatriz é gradeada para fins de ventilação e manutenção. O ajuste da emissividade,
caso não tenha sido aferida, deve atender aos valores para tintas a óleo. Já para a janela
FIGURA COMENTÁRIOS
de Inspeção das escovas, apesar se comportar como uma fresta, o tamanho da malha
pode fazer com que a medição de temperatura tenha de ter a emissividade corrigida pelos
materiais internos. Deve ser levado ainda em consideração que o ambiente interno está
em temperatura maior e em pressão positiva com relação ao ambiente externo. Para
diagnósticos qualitativos a exatidão na atribuição da emissividade não é relevante desde
que não ocorram erros grosseiros. Neste caso, e para medições radiométricas em
7 – 14 µm ou 3 – 5 µm à temperatura ambiente, para tintas a óleo, um valor de 0,9 é
razoável para avaliações qualitativas ou quantitativas. O valor atribuído deve ser utilizado
para medidas subsequentes. Neste caso, a influência dos fatores distância, umidade
relativa do ar e temperatura ambiente não é relevante. Software: ThermaCAM Reporter
PRO 2002. Câmera: FLIR SC660.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 2.6 Nos Termogramas anteriores, a montagem do gerador era embutida no piso. Neste caso,
os geradores têm suas laterais visíveis no infravermelho, permitindo a detecção de
eventuais anomalias. Também é possível avaliar os painéis auxiliares laterais. Um fator
importante aqui é o enquadramento que permite uma visada geral de todas as unidades
geradoras. O ajuste da emissividade, caso não tenha sido aferida, deve atender aos
valores para tintas a óleo. Para diagnósticos qualitativos a exatidão na atribuição da
emissividade não é relevante desde que não ocorram erros grosseiros. Neste caso, e para
medições radiométricas em 7 – 14 µm à temperatura ambiente, para tintas a óleo, um
valor de 0,9 é razoável para avaliações qualitativas e quantitativas. O valor atribuído pode
ser utilizado para medidas subsequentes. A leitura da temperatura nas frestas e janelas
gradeadas deve levar em consideração a malha da grade, o ambiente interno que está em
temperatura maior e em pressão positiva com relação ao ambiente externo. Os painéis
auxiliares também poderão ser avaliados a partir de sua distribuição térmica externa.
Neste caso, a influência dos fatores distância, umidade relativa do ar e temperatura
ambiente não é relevante. Foto na luz visível é ilustrativa. Software: ThermaCAM
Researcher Pro 2.10. Câmera: ThermaCAM P640. Lente: FOL38.
Figura 2.7 – Barramentos 15 kV isolado a ar, normal e com anomalia: inferior e superior.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 2.7 Os dois Termogramas desta Figura representam duas situações diferentes: o da esquerda
serve apenas para apresentar a distribuição térmica normal do barramento e, o da direita,
apresenta a região com anomalia. O enquadramento em ambos é satisfatório para a
finalidade a que se destinam. No Termograma da direita a amplitude térmica e a escala
colorimétrica estão adequadas. O componente presente nestes Termogramas é o
barramento de saída do gerador de uma termoelétrica cujas correntes de Fase são muito
altas (na ordem de 4.000 A em 13.8 kV). Por motivos de segurança, o projeto original
optou pelo encapsulamento a ar do barramento em tubulões. A carga nos dois trechos
apresentados é a mesma e é a nominal. No Termograma da direita, o aquecimento
superficial apresenta características de ser causado por transmissão de calor através dos
isoladores internos de suporte da barra. Outra hipótese explicativa refere‐se à
possibilidade do aterramento entre trechos da tubulação estar prejudicado e permitindo
a circulação de corrente induzida concentrada em alguns pontos ou locais específicos.
Apesar de não ser possível a visada direta da conexão interna defeituosa, a distribuição
térmica torna mais provável a presença de uma anomalia interna uma vez que, caso a
origem fosse um problema de aterramento, a corrente deveria – em tese – concentrar‐
se em poucos pontos, e não em toda a circunferência de contato do duto. A solução é
medir a resistência de contato entre dutos e programar uma parada para desmonte e
Inspeção. Só então os procedimentos de manutenção poderão ser definidos. A medição
de temperatura terá de ser obrigatoriamente na superfície do tubulão, já que não há
visada direta. Visualmente, a partir do ponto de observação, e sem maiores informações,
a superfície dos tubulões parece pintada com tinta a óleo sem maiores especificações.
Então, e para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura
ambiente, o valor da emissividade é o mesmo para outros revestimentos a base de tinta
a óleo, de 0,85 a 0,95. Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐2000.
Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 2.8 A mesma anomalia da Figura 2.7, vista por dois ângulos, superior e inferior. Ambos os
Termogramas estão bem focados e a amplitude térmica, bem como a paleta de cor do
Termograma superior estão adequados. Na visada superior o fenômeno de condução é
mais evidente. Já na visada inferior é possível verificar que a distribuição térmica lateral
ao tubo é causada ou por problemas de aterramento, ou por irradiação e condução a
partir do defeito interno. Dado que o diâmetro da tubulação era de aproximadamente
900 mm, e no caso de mau contato interno, é possível inferir que a temperatura interna
possuía a característica de ser muito alta, eventualmente até maior que 400 °C. Um caso
em que se pode estimar o efeito do isolamento do ar entre uma barra com defeito e a
superfície, em um barramento de baixa tensão encapsulado, na redução de temperatura
medida externamente pode ser verificado no Item 7.3.2. Infelizmente no caso atual não
houve acesso ao estado da eventual conexão quando a tubulação foi aberta para
manutenção. Contrariamente à informação da Figura 2.7, a visada inferior indica que a
superfície inferior dos tubulões parece ser pintada em tinta metálica, o que implicaria em
uma emissividade bastante baixa, na ordem de 0,4. Já pelo lado superior, a presença de
poluente sobre a superfície pintada aumenta a emissividade para algo próximo a 0,8.
Apenas com um acesso próximo e um ensaio para medir a emissividade, será possível
determinar com maior exatidão, tanto para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de
3 – 5 µm e à temperatura ambiente. Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera:
FLIR SC‐2000. Lentes: 24° e 12°.
Anotações:
128 MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS
CAPÍTULO II – USINAS E LINHAS DE TRANSMISSÃO
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 2.9 Mosaico ou panorama radiométrico de três Termogramas. O foco está correto e a
amplitude térmica também. A Fase do Meio desta tubulação em 13kV na saída de um
dos geradores de uma PCH (Pequena Central Hidroelétrica) apresenta uma distribuição
térmica superficial assimétrica e típica de mau contato em uma emenda no barramento
interno. Como a emenda provavelmente está situada entre dois isoladores de suporte,
e a diferença de temperatura é pequena externamente, pode‐se concluir que o
aquecimento externo visível no infravermelho é causado por irradiação a partir do mau
contato. A diferença externa de 2,9 °C é, em um primeiro momento, insignificante. No
entanto, e para que haja esta diferença externamente, é necessário que a conexão
defeituosa interna esteja a mais de 100 °C devido ao isolamento pelo ar. Além do mais,
o trecho da tubulação aquecido no topo provavelmente é devido a correntes de
convecção que carregam o ar aquecido para cima. O topo do tubo da Fase do Meio
acumula o ar quente que sobe e apresenta‐se visivelmente assimétrico. No entanto, e
nos últimos flanges de cada Fase, há indícios de que pode haver mais aquecimentos
internos desta vez marcados por condução do calor interno provavelmente por
isoladores de suporte do barramento. A dificuldade desta montagem é que os tubos
eram soldados e dispunham apenas de pequenas janelas de Inspeção. Um erro de
projeto evidentemente porque partiu do pressuposto de que nunca haveria
necessidade de abrir os tubos para manutenção do barramento. A solução de
manutenção e Inspeção terá de incorporar o corte dos tubos para ter acesso ao
barramento. Da mesma forma, é altamente recomendável a instalação de janelas
infravermelhas em cristal de germânio em locais estratégicos para Inspeções
posteriores. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura
ambiente, o valor da emissividade para revestimento de tinta a óleo comum pode variar
de 0,85 a 0,95. Software: FLIR Image Builder, ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera:
FLIR SC‐660, Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 2.10 Mosaico ou panorama radiométrico de três Termogramas na mesma instalação da Figura
2.9, porém em saída de outro gerador de uma PCH (Pequena Central Hidroelétrica). O
foco está correto e a amplitude térmica também. A Fase da Direita desta tubulação classe
15kV apresenta uma distribuição térmica superficial assimétrica e típica de mau contato
em uma emenda no barramento interno. Como a emenda provavelmente está situada
entre dois isoladores de suporte, e a diferença de temperatura é pequena externamente,
pode‐se concluir que o aquecimento externo visível no infravermelho é causado pela
irradiação a partir do mau contato interno entre barras consecutivas. Observar que o
trecho das tubulações aquecido no topo não preenche o critério da Figura 2.9 devido às
correntes de convecção que carregam o ar aquecido para cima. As três Fases acumulam
o ar quente que eventualmente devem provir da conexão física com os transformadores
do lado externo. Esta montagem, tal qual a Figura 2.9, apresenta o mesmo erro de projeto
que é utilizar tubos soldados e que dispõe apenas de pequenas janelas de Inspeção. O
pressuposto equivocado foi de que nunca haveria necessidade de abrir os tubos para
manutenção do barramento. A solução de manutenção e Inspeção terá de incorporar o
corte dos tubos para ter acesso ao barramento. Da mesma forma, é altamente
recomendável a instalação de janelas infravermelhas em locais estratégicos para
Inspeções posteriores. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à
temperatura ambiente, o valor da emissividade para revestimento de tinta a óleo comum
pode variar de 0,85 a 0,95. Software: FLIR Image Builder, ThermaCAM Reporter PRO 2002.
Câmera: FLIR SC‐660, Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Termograma em mosaico com distorção vertical devido à aberração cromática
2.11
cumulativa das imagens. Barramentos de grande potência, como o caso de 30 KA
nominais, costumam ser encapsulados para fins de proteção humana e operacional. No
entanto, possuem isolamentos internos e conexões como qualquer outro. No caso citado,
mais importante que as temperaturas medidas, são as manchas térmicas que evidenciam
comportamentos anômalos internos sem que seja possível precisar a sua localização e
tipo. É possível observar que as isotermas variam de acordo com o fluxo de ar aquecido
internamente sem que seja possível uma correlação imediata entre causa e efeito. Uma
consulta aos projetos poderá identificar as regiões de emendas, a configuração das barras
e a posição dos isoladores. Mas sem uma Inspeção Visual interna detalhada não será
possível identificar a causa das anomalias. Ainda mais considerando o grande
afastamento e a camada de ar que existe entre a parte ativa e a carcaça. Caso haja um
histórico de imagens infravermelhas, as assimetrias entre barramentos similares, em
outras máquinas da usina, poderão identificar padrões de normalidade, ou de
anormalidade, para serem utilizados como referência. Há que considerar também que há
correntes de convecção em circulação dentro dos tubulões e que efeitos cumulativos
deverão aparecer no topo e nas curvas superiores. Mesmo assim, deverá ser avaliada a
distribuição térmica esperada com relação à carga passante, a fim de fundamentar
decisões. A experiência acumulada com a abertura dos barramentos, bem como os
resultados dos testes elétricos a efetuados, fornecerão dados de referência para a
construção da cultura técnica sobre as imagens térmicas desses equipamentos. Dessa
forma, será possível aumentar a margem de segurança em futuros diagnósticos. Para
medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor
da emissividade para barramentos encapsulados é a de suas paredes, no caso, pintadas a
óleo ou epóxi. Assim, valores podem variar de 0,80 a 0,90. Software: FLIR Imagem Builder
5.0, FLIR Reporter 9.2, ThermaCAM Researcher PRO 2.10. Câmera: FLIR SC‐660. Lente: 45°
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 2.12 O Termograma apresenta o barramento de saída de um gerador de 500 MVA em 20 kV.
É instalado suspenso rente ao teto e contêm, dentro do encapsulamento, conexões,
emendas, juntas de dilatação e isoladores. Como no Termograma do fechamento em
estrela, não é esperada nenhuma distribuição térmica anômala ou assimétrica em
situações normais de operação. Assimetrias como a deste Termograma devem ter suas
causas pesquisadas, fotografadas, ensaios elétricos aplicados para constituir a cultura e
memória técnica da empresa no que diz respeito a esse tipo de distribuição anômala, em
enclausuramentos deste porte. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de
3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para barramentos
encapsulados é a de suas paredes, no caso, pintadas a óleo ou epóxi. Assim, valores
podem variar de 0,80 a 0,90. Software: FLIR, ThermaCAM Researcher PRO 2.10. Câmera:
FLIR SC‐660. Lente: 45°
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Da mesma forma que nos dois casos anteriores, a distribuição térmica deste Termograma
2.13
não é compatível com o esperado para uma situação normal de operação deste
barramento. Independente da temperatura medida, só há duas possibilidades de
intervenção: acompanhar o desenvolvimento do fator de forma do aquecimento e a
variação do Delta T em relação a uma referência tecnicamente escolhida, ou abertura
para medição de grandezas elétricas e Inspeção Visual detalhada. Para medições
radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da
emissividade para barramentos encapsulados é a de suas paredes, no caso, pintadas a
óleo ou epóxi. Assim, valores podem variar de 0,80 a 0,90. Software: FLIR, ThermaCAM
Researcher PRO 2.10. Câmera: FLIR SC‐660. Lente: 45°
diferentes. Em casos mais raros, os próprios cabos para‐raios podem apresentar anomalias em
suas conexões com torres ou descidas.
Exemplos:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 2.14 Mosaico vertical ilustrativo da distribuição térmica em uma torre de transmissão.
Mesmo sendo um mosaico, o foco, o enquadramento e a faixa térmica tem de ser
corretos (Ver Volume 1, Capítulo 5, Item 5.1.13). Para medições de temperatura, a
distância é crítica, bem como a resolução espacial do conjunto lente‐câmera e o IMFOV.
A velocidade do vento tem de ser anotada, mesmo que não se tenha ideia de como
está o vento no topo da torre. Esse valor será utilizado para redução do erro nas leituras
quantitativas. O ajuste da emissividade, caso não tenha sido aferida, deve atender a
valores conhecidos, ou arbitrados, para cada objeto de interesse, sejam cabos,
isoladores ou a própria estrutura em ferro galvanizado. Deve ser lembrado que
normalmente há uma camada de poluente sobre esses componentes que tende a
aumentar a emissividade, principalmente sobre cabos e conectores. Para diagnósticos
qualitativos a exatidão na atribuição da emissividade não é relevante desde que não
ocorram erros grosseiros. Como são muitos materiais diferentes, aço galvanizado,
ferrugem, cabos de alumínio, isoladores, tabelas de valores típicos devem ser
consultadas. O valor atribuído pode ser utilizado para medidas subsequentes. Neste
caso, a influência dos fatores distância, umidade relativa do ar e temperatura ambiente
são relevantes e devem ser todos ajustados na própria câmera, no momento da
Inspeção. Software: Reporter 9.0. Câmera: FLIR SC2000, Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 2.15 Termograma razoavelmente focado
e bem enquadrado com relação às
muflas da Fase próxima à câmera. A
Fase posterior fica oculta pelas
ferragens da torre e aparecem mais
nitidamente os Para‐raios de linha. A
deficiência de foco deve‐se a
distância envolvida: os objetos da
Fase oposta à câmera, por estarem
mais longe, acabam saindo do foco
devido à pequena profundidade de
campo enquanto que as muflas mais próximas ficam focadas. Em muitas passagens de
nível entre rodovias, viadutos, pontes ou outras obras civis, linhas de transmissão são
desviadas por trechos subterrâneos pelo uso de cabos isolados sendo que as suas
terminações devem ser inspecionadas cuidadosamente. Nesta instalação há ainda Para‐
raios de 138 kV destinados a proteger o trecho de cabo enterrado sob o viaduto.
Dependendo do ângulo de visada, da insolação e da temperatura ambiente, pode ser
difícil distinguir os elementos de interesse, como pode ser observado no Termograma ao
lado. A escolha da visada deve privilegiar sempre a melhor situação e contexto para um
diagnóstico confiável do objeto de interesse. Para medições de temperatura a essa
distância e altura, devem ser esperados erros de medição devidos à ventilação e
convecção natural. Neste caso, é possível diminuir o erro através de uma estimativa de
velocidade do vento, uma vez que na prática é
extremamente difícil medir a velocidade do
vento instantânea ou média em uma torre de
transmissão, na altura de suas conexões. A
umidade do ar deve ser também considerada,
uma vez que esta também atenua a radiação
infravermelha emitida pelos componentes. O
ideal é a utilização de uma óptica acessória
teleobjetiva, inclusive para melhorar o IFOV ou,
se a resolução do sensor da câmera e óptica
permitirem, um zoom digital como ao lado.
Além de uma leitura mais precisa, o emprego
do zoom digital ou óptico pode revelar
comportamentos inesperados como o efeito
espiral no cabo superior (Ver Figura 3.43 e
Figura 4.24). Para a confirmação de que se trata
realmente de uma anomalia térmica, deve ser
verificado o efeito da resolução óptica do
sensor pois, eventualmente, é possível que se trate de um efeito da montagem de linhas
entrelaçadas ou não, na formação da imagem térmica. Para diagnósticos qualitativos a
exatidão na atribuição da emissividade não é relevante desde que não ocorram erros
grosseiros. Já para diagnósticos quantitativos, deve ser observado, com o uso de um
binóculo se necessário, se as conexões e o cabo são novos ou se já apresentam a oxidação
FIGURA COMENTÁRIOS
típica e/ou depósito de poluentes. O valor atribuído para a emissividade pode então
variar de valores muito baixos se o cabo e as conexões forem novos. Para contornar essa
dificuldade, pode‐se atribuir um valor de 0,7 a 0,85 e utilizar a ferramenta de área
ajustada para ler a temperatura máxima na área selecionada. Nessa área deverão então
estar presentes frestas de conexões que possuem valores próximos a estes, na faixa de
3 – 5 µm ou 7 – 14 µm e à temperatura ambiente. Software: FLIR Researcher 2000 2.10,
FLIR Image Builder. Câmera: FLIR SC660, Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 2.16 Emendas em Linha de 69 kV. Estes são Termogramas de difícil obtenção porque exigem
(Superior) um foco quase perfeito já que, frequentemente, a profundidade de campo dos
Termovisores não é muito grande. A área disponível para foco é muito pequena e não há
objetos laterais para facilitar a focalização. Além do mais, a resolução espacial da câmera
e da lente acessória são críticos para uma avaliação correta, tanto qualitativa como
quantitativa. A emenda inferior está a 6,7 °C mais aquecida que o trecho de cabo
adjacente. Já a emenda superior tem um aquecimento menor, mas se estende por um
comprimento maior. Observar que em ambos os casos a distribuição de temperaturas
segue a curva de Gauss (Ver Volume 1, Capítulo 2, Item 2.3.2, Figura 2.32). Para fins de
FIGURA COMENTÁRIOS
intervenção, é recomendável a instalação de jump paralelo para evitar o desligamento
da linha. Além do foco correto, alguns fatores são críticos para a leitura correta das
temperaturas: a resolução espacial da câmera (IFOV – Ver Volume 1, Capítulo 4, Item 4.5,
Figura 4.50), a resolução de medição (MIFOV – Ver Volume 1, Capítulo 4, Item 4.5.1,
Figura 4.64), a distância até o objeto de interesse e as lentes acessórias se necessário.
Todos esses dados deverão ser anotados por ocasião da Inspeção. Não obstante, o
critério qualitativo poderá ser aplicado no caso de inexatidão nas leituras de
temperatura. A velocidade do vento tem de ser anotada, mesmo que não se tenha ideia
de como está o vento nos cabos. Esse valor será utilizado para redução do erro nas
leituras quantitativas. O ajuste da emissividade, e para medições radiométricas em
7 – 14 µm à temperatura ambiente, caso não tenha sido aferida, deve atender aos
valores para cabos de alumínio oxidados e cobertos com poluente (poeira). Neste caso,
cabos relativamente novos, valores entre 0,4 e 0,65 podem ser adequados. No caso de
cabos novos e limpos, os erros poderão ser críticos para valores abaixo de 0,4. Assim, e
para cabos novos, a medição torna‐se complexa porque a emissividade é desconhecida e
tende a ser muito baixa. Para diagnósticos qualitativos a exatidão na atribuição da
emissividade não é relevante desde que não ocorram erros grosseiros. O valor atribuído
pode ser utilizado para medidas subsequentes. Neste caso, como já explicitado, a
influência dos fatores distância, umidade relativa do ar e temperatura ambiente são
relevantes e devem ser todos ajustados na própria câmera, no momento da Inspeção.
Como a emenda em questão é do tipo prensada e está situada a grande altura em relação
ao solo, a manutenção pode ser complicada. As melhores opções são: uma equipe de
linha viva colocar outra emenda sobreposta, ou ser adicionado um jump sobre a emenda
antiga. Pode haver problemas internos à emenda que já estejam comprometendo os
tentos e, como abrir a emenda atual pode ser contra indicado, com desligamento ou não,
a melhor solução indicada é a colocação de um jump preferencialmente com alma de aço
Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC660.
Figura 2.16 Neste Termograma, o foco está bem ajustado. Isso se pode verificar porque as bordas
(Inferior) dos condutores não têm como ser mais definidas. Deve ser observado que a disposição
dos cabos em diagonal em relação ao alinhamento dos pixels dos sensores produz o
efeito serrilhado na imagem. A delimitação das temperaturas, sem que se propaguem
além dos limites das emendas conforme a distribuição de Gauss, sugere uma variação
de emissividade mais do que um aquecimento real. A utilização de uma câmera na luz
visível com zoom potente e a escolha de um horário do dia adequado para uma
iluminação que forneça uma boa definição do objeto de interesse auxiliará na definição
do tipo de superfície presente. O risco de manter uma anomalia deste tipo é ela se
agravar repentinamente e levar ao seccionamento do cabo (Ver Capítulo 3, Item 3.1.2,
Estudo de Caso 1) com interrupção de fornecimento. Deve ser investigada a causa do
estreitamento na distribuição térmica, uma vez que o histórico desta emenda não
estava disponível após a Inspeção. A melhor solução técnica é a substituição da
emenda. No entanto, e por ser uma operação complexa, exigir desligamento e uma
série de providências, um jump em paralelo com a emenda poderá resolver o problema
sem prejuízo e risco adicional para a LT. Para valores de emissividade, ver
considerações sobre a Figura 2.15. Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera:
ThermaCAM P640, Lente: 12°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 2.17 Neste Termograma a disposição dos cabos é praticamente paralela ao alinhamento dos
pixels no sensor da câmera. Nesse tipo de Termograma, é importante verificar qual tipo
de exposição fornece o melhor resultado, se paralelo ou em diagonal. O Marcador 1
identifica o caminho em espiral da corrente (Ver Figura 3.43 e Figura 4.24), privilegiando
alguns tentos em detrimento de outros. O mesmo comportamento pode ser observado
no cabo inferior com a Área A1 destacada. Já a Área A3 indica a área mais aquecida com
a diminuição lateral seguindo a distribuição de Gauss. Termogramas de cabos em redes
aéreas ou linhas de transmissão exigem um foco quase perfeito já que, frequentemente,
a profundidade de campo do Termovisor não é muito grande. A área disponível para foco
é muito pequena e não há objetos laterais para facilitar a focalização. Além do mais, a
resolução espacial da câmera e da lente acessória são críticos para uma avaliação correta,
tanto qualitativa como quantitativa. Além do foco correto, alguns fatores são críticos para
a leitura correta das temperaturas: a resolução espacial da câmera (IFOV), a resolução de
medição (MIFOV), a distância até o objeto de interesse e as lentes acessórias se
necessário. Todos esses dados deverão ser anotados por ocasião da Inspeção. Não
obstante, o critério qualitativo poderá ser aplicado no caso de inexatidão nas leituras de
temperatura. A velocidade do vento tem de ser anotada, mesmo que não haja
informações de como está o vento na altura dos cabos. Esse valor será utilizado para
redução do erro nas leituras quantitativas. O ajuste da emissividade, e para medições
radiométricas em 7 – 14 µm à temperatura ambiente, caso não tenha sido aferida
anteriormente, deve atender aos valores para o material constituinte dos cabos,
eventualmente cobertos com poluente (poeira). A definição do estado do cabo pode
depender de um binóculo potente ou de um zoom de grande alcance. Para cabos novos
e limpos, valores de 0,4 a 0,6 são razoáveis para diagnósticos qualitativos. Ou seja: para
cabos novos a medição de temperatura é complexa porque a normalmente a
MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS 139
CAPÍTULO II – USINAS E LINHAS DE TRANSMISSÃO
FIGURA COMENTÁRIOS
emissividade é muito baixa. Assim, e para diagnósticos qualitativos, a exatidão na
atribuição da emissividade não é relevante desde que não ocorram erros grosseiros. O
valor atribuído pode ser utilizado para medidas subsequentes. Neste caso, como já
explicitado, a influência dos fatores distância, umidade relativa do ar e temperatura
ambiente são relevantes e devem ser todos ajustados na própria câmera, no momento
da Inspeção. Como recurso adicional, este tipo de imagem especificamente comporta a
geolocalização da anomalia utilizando o Google Maps. Emendas por compressão com
aquecimento implicam necessariamente em alguma forma de mau contato ou oxidação.
Há diversos fatores que podem propiciar esse desenvolvimento como, por exemplo,
velocidade dos ventos predominantes, ressonância da linha ao vento, ciclos térmicos
circadianos e/ou sazonais, depósito de poluição quimicamente ativa, etc. Como não era
conhecido o ciclo de falha desta anomalia (Ver Capítulo 1, Item 1.11), o risco de manter
uma anomalia sem intervenção de manutenção é ela agravar repentinamente e levar ao
secionamento do cabo com interrupção de fornecimento (Ver Capítulo 3, Item 3.1.2,
Estudo de Caso 1). A melhor solução técnica, conforme mencionado no Termograma
anterior (Figura 2.16), é a substituição da emenda. No entanto, e por ser uma operação
complexa, exigir desligamento, trabalho em altura e uma série de providências, um jump
em paralelo com a emenda poderá resolver o problema sem prejuízo e risco adicional
para a LT. Para valores de emissividade, ver considerações sobre a Figura 2.16. Software:
FLIR Reporter 9.0. Câmera: FLIR SC660, Lente: 24°
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 2.18 Como nos Termogramas anteriores, a focalização de cadeias de isoladores exige um foco
quase perfeito já que, frequentemente, os Termovisores não dispõem de uma
profundidade de campo muito grande. Como fator auxiliar para foco, há a estrutura da
torre que, entretanto, pode estar mais aquecida devido a longa exposição à radiação
FIGURA COMENTÁRIOS
solar. Além do foco preciso, alguns fatores são importantes para a leitura correta das
temperaturas e para uma avaliação correta, tanto qualitativa como quantitativa: a
resolução espacial da câmera (IFOV), a resolução de medição (MIFOV), a resolução
espacial da lente acessória (se necessária) e a distância até o objeto de interesse. Todos
esses dados deverão ser anotados por ocasião da Inspeção. Não obstante, o critério
qualitativo poderá ser aplicado no caso de inexatidão nas leituras de temperatura. A
velocidade do vento ao pé da torre tem de ser anotada, mesmo que não se tenha ideia
de como está o vento nos cabos. Esse valor será utilizado para redução do erro nas
leituras quantitativas. O ajuste da emissividade, e para medições radiométricas em
7 – 14 µm à temperatura ambiente, caso não tenha sido aferida, deve atender aos
valores para vidro ou porcelana, conforme o caso, e cobertos com poluente (poeira). Para
diagnósticos qualitativos a exatidão na atribuição da emissividade não é relevante desde
que não ocorram erros grosseiros. O valor atribuído pode ser utilizado para medidas
subsequentes. Neste caso, como já explicitado, a influência dos fatores distância,
umidade relativa do ar e temperatura ambiente são relevantes e devem ser todos
ajustados na própria câmera, no momento da Inspeção. Neste Termograma, observar
que o limite inferior da escala de temperaturas está no limite operacional da câmera.
Este ajuste é utilizado no Software de tratamento de imagens térmicas para destacar os
pontos de interesse. No momento da Inspeção, a localização de isoladores mais
aquecidos em cadeias de sustentação em LTs depende do ajuste crítico da Amplitude
Térmica da imagem além dos fatores já mencionados. Da mesma forma, depende do
treinamento do Inspetor para ser capaz de identificar pequenas variações de
temperatura compatíveis com anomalias e não artefatos. Eventualmente uma lavagem
com jatos de água em alta pressão, efetuados por uma equipe especializada, pode
resolver esta anomalia se for devida a depósito de poluentes. Nesse caso, é altamente
recomendável que o serviço seja acompanhado pelo Inspetor de Termografia para
verificar a eficácia do procedimento. Caso não seja possível, a outra solução é a
substituição da cadeia de isoladores devido ao efeito queda de tensão por unidade da
cadeia. Para maiores explicações sobre esse efeito, ver os Itens 0 e 4.6 sobre colunas
isolantes (Isoladores de Pedestal) e Para‐raios. Software: ThermaCAM Reporter 2002.
Câmera: FLIR ThermaCAM P640. Lente: 12°
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 2.19 Neste Termograma, onde o foco é o separador de cabos, a disposição é quase ortogonal
(Aprox. 70°) ao alinhamento dos pixels no sensor da câmera. Nesse tipo de Termograma
é importante verificar qual tipo de exposição fornece o melhor resultado, se paralelo ou
em diagonal. Por outro lado, Termogramas de cabos em redes aéreas ou linhas de
transmissão exigem um foco quase perfeito já que, frequentemente, a profundidade de
campo do Termovisor não é muito grande. Além do mais, a resolução espacial da câmera
e da lente acessória são críticos para uma avaliação correta, tanto qualitativa como
quantitativa. Outros fatores também são críticos para a leitura correta das temperaturas,
a saber: a resolução espacial da câmera (IFOV), as lentes acessórias se necessário, a
resolução de medição (MIFOV) e a distância até o objeto de interesse. Todos esses dados
deverão ser anotados por ocasião da Inspeção. A velocidade do vento tem de ser
registrada, mesmo que não se tenha informação de como está o vento na altura dos
cabos. Esse valor será utilizado para redução do erro nas leituras quantitativas. O ajuste
da emissividade, caso não tenha sido aferida anteriormente, deve atender aos valores
para o material constituinte do separador, provavelmente uma resina epóxi,
eventualmente coberto com poluente (poeira). Para diagnósticos qualitativos a exatidão
na atribuição da emissividade e, para medições radiométricas em 7 – 14 µm à
temperatura ambiente, não é relevante desde que não ocorram erros grosseiros e, o
valor atribuído, pode ser utilizado para medidas subsequentes. Para objetos de interesse
em resina epóxi, 0,9 é um valor razoável e, para os cabos, de 0,4 a 0,65 se forem cabos
novos. Cabos severamente oxidados e cobertos com poluentes podem ser avaliados
qualitativamente com emissividades da ordem de 0,8 a 0,85. Neste caso, como já
explicitado, a influência dos fatores distância, umidade relativa do ar e temperatura
ambiente são relevantes para as medições quantitativas e devem ser todos ajustados na
própria câmera, no momento da Inspeção. Neste caso específico, uma amplitude de
10 °C, e foco no separador de cabos facilita a focalização do objeto de interesse. Por outro
lado, a disposição diagonal dos cabos também cria o efeito serrilhado. Já que o dia estava
nublado e sem incidência de luz solar, e como os separadores são elementos isolantes e
FIGURA COMENTÁRIOS
passivos na transmissão de potência, o efeito de aquecimento detectado decorre da
passagem da temperatura da LT para o material do separador. Se possuir a emissividade
conhecida, será possível aferir a emissividade da linha. Neste caso, dificilmente será
necessária uma intervenção para manutenção, uma vez que a diferença de tensão entre
cabos da mesma Fase deverá ser irrelevante. No entanto, um eventual aquecimento ao
longo do tempo poderá indicar uma deterioração do material do separador. Uma vez que
uma diferença inicial já foi detectada, pode ser recomendável uma Inspeção periódica
por pelo menos alguns períodos de verão e inverno para verificar o desempenho do
separador. Caso seja observada uma diferença no delta de temperatura em relação ao
ambiente, deverão ser estudadas pela Gerência de manutenção quais serão as
providências cabíveis. Software: ThermaCAM Reporter 2002. Câmera: FLIR ThermaCAM
P640. Lente: 12°
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura O objeto de interesse nestes Termogramas são isoladores de porcelana. Isoladores com
2.20
essas dimensões não apresentam maiores problemas para a focalização embora algum
cuidado deva ser tomado com a profundidade de campo. A resolução espacial da câmera
e da lente acessória são também críticas para uma avaliação correta, tanto qualitativa
como quantitativa. Outros fatores também são fundamentais para a leitura correta das
temperaturas, a saber: a resolução espacial da câmera (IFOV), as lentes acessórias se
necessário, a resolução de medição (MIFOV) e a distância até o objeto de interesse. O
horário da coleta de dados também é importante porque, para pequenos valores de
temperatura, a radiação solar e seu consequente aquecimento podem mascarar anomalias
existentes por baixo isolamento. Todos esses dados e informações deverão ser anotados
por ocasião da Inspeção. A velocidade do vento tem de ser registrada, mesmo que não se
tenha informação de como está o vento na altura dos isoladores. Esse valor será utilizado
para redução do erro nas leituras quantitativas. O ajuste da emissividade, e para medições
radiométricas em 7 – 14 µm à temperatura ambiente, caso não tenha sido aferida
anteriormente, deve atender aos valores para o material constituinte do isolador,
porcelana, eventualmente coberta com poluente (poeira). No caso de isoladores, os
diagnósticos são predominantemente qualitativos e, nesse caso, a exatidão na atribuição
da emissividade não é relevante desde que não ocorram erros grosseiros. Valores como
0,8 a 0,95 são aceitáveis tanto para isoladores de vidro, como porcelana ou poliméricos. O
FIGURA COMENTÁRIOS
valor atribuído pode ser utilizado para medidas subsequentes. Neste caso, como a altura
do poste não é muito grande, os fatores distância, umidade relativa do ar e temperatura
ambiente não são relevantes para as medições quantitativas e uma amplitude de 15 °C
facilita a focalização do objeto de interesse. Da mesma forma, a escala colorimétrica está
bem ajustada e a amplitude térmica adequada. Como os isoladores são elementos passivos
na transmissão de potência, esse tipo de anomalia pode ocorrer por depósito de poluentes
sobre a superfície do isolador ou por falha interna na rigidez dielétrica. As duas exposições
foram obtidas uma com a lente normal de 24° e outra com a teleobjetiva de 12°. A
diferença do uso da lente teleobjetiva fica evidente para diagnósticos tanto qualitativos
como quantitativos. Distribuições térmicas que se localizem na parte inferior do isolador
tendem a ocorrer por depósito de poluentes. Já distribuições que circundem o isolador,
revelam uma deficiência interna. Deve ser lembrado ainda com relação a isoladores que,
para defeitos que circundem o corpo do isolador, a possibilidade maior é de que a região
aquecida seja a em melhor estado, no que diz respeito à rigidez dielétrica. Apesar de serem
componentes relativamente dispendiosos, não há manutenção disponível para Para‐raios
com fuga para a Terra. Nos casos de depósito superficial de poluentes, eventualmente uma
lavagem com jatos de água em alta pressão, efetuados por uma equipe especializada, pode
resolver esta anomalia. Nesse caso, é altamente recomendável que o serviço seja
acompanhado pelo Inspetor de Termografia para verificar a eficácia do procedimento.
Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR ThermaCAM SC2000 e FLIR
AGEMA 550. Lentes: 24° e 12°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Três Termogramas desta Figura, salvo o inferior direito, são difíceis de avaliar. As paletas de
2.21
cor usualmente disponibilizadas pelos fabricantes fornecem resultados pobres e de difícil
compreensão e, em muitos casos, praticamente obrigam o Inspetor a utilizar a paleta cinza
como última alternativa. Além disso, todas essas imagens foram obtidas com uma lente
teleobjetiva de 6°. Por esse lado, a profundidade de campo dessa lente auxilia em que as
imagens fiquem com os objetos de interesse no foco. Mas, por outro lado, inserem uma
aberração cromática que se não for conhecida e contornada, poderá induzir facilmente a
diagnósticos falsos ou a não detecção de anomalias de pequena intensidade, mas que
estrategicamente poderão ser importantes. O enquadramento parece adequado, e a
amplitude térmica também. Cada caso deverá ter uma intervenção de manutenção
adequada às circunstâncias e contexto. Software: FLIR Researcher 2.10. Câmera: FLIR SC‐
660, Lente 76 mm (6°)
mesma função obtida na câmera que foi uti‐ pequena e ele se vê obrigado a realizar uma
lizada para a obtenção das imagens originais série de ajustes no momento em que o heli‐
em campo. Como fica fácil de observar, são cóptero paira sobre um local de interesse a
imagens de difícil interpretação, algumas fim de verificar se há ou não uma anomalia a
onde é quase impossível identificar a anoma‐ ser registrada.
lia, quanto mais a sua localização. Dessa ma‐
neira, a margem de erro do Inspetor é muito
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura A escolha de paletas adequadas à retina humana (Ver Volume 1, Capítulo 5, Item 5.1.9)
2.22
facilita enormemente a interpretação das imagens térmicas de forma geral. Uma vez
aplicadas, podemos verificar que, com a mesma amplitude térmica utilizada na Figura
anterior (Figura 2.21), os enquadramentos estão razoáveis, exceto pelo primeiro
Termograma. Todos se encontram igualmente bem focados. Deve ser observado,
entretanto, que salvo casos excepcionais, a dimensão dos objetos de interesse é
proporcionalmente pequena. Isso se explica porque são conectores, emendas e cabos que
estão à distâncias de 20, 30 ou até 50 m do helicóptero. E justamente por se tratar de uma
Inspeção com equipamentos energizados, muitas vezes não é possível uma aproximação por
motivos de segurança. Pode ser notado ainda que três desses Termogramas possuem a
escala colorimétrica com um limite superior inferior à maior temperatura medida. Além
desse ajuste não ser empecilho para uma leitura correta das temperaturas de interesse,
FIGURA COMENTÁRIOS
muitas vezes é necessário um ajuste entre valores limites da escala colorimétrica e paleta
de cor que permita a visão de contexto da anomalia. Em alguns casos, caso fosse ajustado o
limite superior da escala colorimétrica de acordo com o valor da maior temperatura de
interesse, a maioria de seus componentes ficaria oculto, prejudicando a localização,
identificação e interpretação da imagem. Para um exemplo desse ajuste extremo, observar
as imagens (esquerda e meio) de uma mesma torre de transmissão com um conector com
150 °C. A exceção é quando do uso de paletas adaptadas à retina humana (imagem da
direita) que permitem ajustes mais precisos.
Para ler temperaturas a distâncias típicas de um voo de helicóptero, fora a lente teleobjetiva
adequada, é possível utilizar um truque de baixar a emissividade para corrigir os eventuais
erros. Empiricamente o Inspetor utilizou o valor de 0,75 que, na sua experiência, fornece
resultados compatíveis com o estado encontrado posteriormente nos objetos retirados
durante a manutenção. Evidentemente, cada caso deverá ter uma intervenção de
manutenção adequada às circunstâncias e contexto. Software: FLIR Researcher IR 3.5, FLIR
Researcher 2.10. Câmera: FLIR SC‐660, Lente 76 mm (6°).
Já as imagens da Figura 2.22 foram 3) O foco óptico tem de ser exato e a profun‐
corrigidas pelo Sistema ThermoScala, que didade de campo tem de alcançar as três
permite uma visualização muito mais rápida Fases sob o risco de se passar desperce‐
e segura. bido sobre algum ponto quente impor‐
tante.
Analisando as imagens apresenta‐
das, podemos verificar que mais alguns pro‐ A título de exemplo, na Figura 2.23
blemas surgem: se pode observar o efeito da aberração cro‐
mática das lentes utilizadas para poder ob‐
1) O posicionamento do helicóptero em re‐
lação aos objetos de interesse é crítico servar pequenos objetos a grandes distân‐
cias. As linhas amarelas são uma representa‐
porque nem sempre a temperatura é alta
ção simplificada das zonas de aberração
e o contraste com o fundo da imagem
desta lente em particular (FOL76mm = 6°).
torna‐se crítico;
Para outras lentes, as curvas poderão ser di‐
2) As estruturas frequentemente introdu‐ ferentes: Esse efeito pode introduzir erros
zem reflexos e embaralhamento nas ima‐ de avaliação e medição se não conhecido
gens se os objetos de interesse forem para cada lente utilizada. A melhor detecção
contrapostos a elas;
deste efeito é a observação de uma superfí‐ extensão. Em uma solução não tão exigente,
cie plana aproximadamente à mesma tem‐ a lente poderá ter uma variação de aberra‐
peratura. Caso a lente seja de boa qualidade, ção, mas centrada no meio geométrico da
a imagem deverá ser plana, ou seja: apresen‐ imagem e alinhada com o eixo óptico do sis‐
tar uma uniformidade térmica em toda a sua tema lente‐sensor.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Os Termogramas desta Figura ilustram o efeito de aberração cromática em lentes, no caso
2.23
teleobjetivas. As linhas amarelas e concêntricas nas imagens na paleta Iron ou Ferro,
apresentam simplificadamente a separação de áreas onde a aberração é maior para menor.
As bordas da lente (6° neste caso) são menos espessas que a sua parte central, fazendo com
que a radiação que chega ao sensor seja mais atenuada no meio do que nas bordas. Devido
a essa variação na espessura, a imagem aparece mais “clara” nas bordas do que no centro.
O mesmo efeito pode ser observado na imagem do
meio, onde duas isotermas apresentam as mesmas
curvas de distorção nas temperaturas medidas.
Idealmente, caso não seja possível reduzir esse
efeito, ao menos a parte central mais espessa da
lente deveria estar alinhada com o eixo da lente e ser
simétrica em relação às bordas da imagem (ver
imagem ao lado). De qualquer forma, e em tese, o
fabricante deveria corrigir o mapeamento do sensor
para que o termovisor, quando conectado a esta lente específica (com um determinado
número de série), apresentasse uma imagem com a distorção corrigida. Software:
ThermaCAM Researcher IR 4.2, Câmera: FLIR SC‐660, Lente: 6° (76 mm).
O ajuste das imagens em escritório sendo críticos, uma vez que ambos os proce‐
técnico passa a ser decisivo também, uma dimentos exigem que o drone ou helicóptero
vez que, se for utilizada uma paleta de cor permaneçam estáveis, pairando no ar o
incorreta, uma anomalia poderá facilmente tempo suficiente para uma imagem de qua‐
passar despercebida. lidade. Outro fator que interfere significati‐
vamente nesta qualidade de imagem é a
Tanto com drones como com heli‐
taxa de varredura ou atualização do sensor.
cópteros, os tempos de tomada das ima‐
gens, focalização e discriminação, acabam
MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS 149
CAPÍTULO II – USINAS E LINHAS DE TRANSMISSÃO
Câmeras com tempos de atualização maio‐ conexão ou emenda e não na linha em si.
res que 1/30 de segundo tenderão forte‐ Quando a emenda ou conexão houver alcan‐
mente a produzir imagens borradas devido à çado a máxima temperatura admissível para
vibração do helicóptero ou drone. É reco‐ a linha, e a linha em si não, isso poderá signi‐
mendável ao menos uma varredura de 30 ficar que há uma anomalia em curso neste
Hz, sendo desejáveis 60 Hz ou mais. local. Assim, é no mínimo recomendável
acompanhar com uma frequência maior as
Recomendações de Intervenção:
temperaturas atingidas por essa anomalia.
dois critérios devem ser atendidos quanto às
Em alguns casos, pode haver um ponto espe‐
linhas de transmissão: o estratégico e o tér‐
cífico da linha que se apresente mais aque‐
mico. Linhas de transmissão normalmente
cido. Descartada a alteração de emissivi‐
são críticas para o fornecimento de energia,
quer de concessionárias ou de empresas pri‐ dade, é possível que haja um ou mais tentos
vadas. Qualquer anomalia que venha a evo‐ rompidos. Nesse caso, e não considerando a
luir para uma falha pode causar o desliga‐ temperatura aparente em si mesma, a reco‐
mento de um grande número de consumido‐ mendação estratégica deve ser de urgência,
res ou de uma unidade fabril inteira. Quanto uma vez que não há a distância, como preci‐
sar o que está ocorrendo na anomalia.
ao critério térmico, eventuais anomalias em
cabos, conexões ou emendas deverão aten‐ Quanto ao resfriamento pelo vento, salvo de
houver alguma forma de ler sua velocidade
der ao critério de carregamento e tempera‐
na altura da torre, a medida aproximada ao
tura máxima admissível. Nem sempre esses
nível do chão deverá ser utilizada para uma
dados estarão disponíveis e, portanto, caso
aproximação maior da temperatura final no
venha a ser feita a correção para 100% da
caso de cessar o vento. As correções deverão
carga passante, a informação de carrega‐
utilizar algoritmos ou Tabelas confiáveis (Ver
mento deve ser obtida preferencialmente
Itens 1.10 e 1.14, Capítulo 1).
antes da Inspeção (capacidade nominal da li‐
nha e carregamento aproximado no horário Por outro lado, em uma avaliação
da Inspeção). A rigor, e utilizando um critério estratégica, a tendência é ser conservador
exclusivamente térmico, se a temperatura nos diagnósticos, uma vez que deve ser le‐
de operação medida da linha como um todo vada em conta a importância estratégica da
atingir o seu limite de projeto e a carga esti‐ linha, as consequências e custos – econômi‐
ver próxima à nominal ( 85%), o máximo cos e humanos – de uma interrupção de for‐
que pode ser feito é anotar o ponto ou cone‐ necimento. Conexões defeituosas ou tentos
xão como termicamente em Observação, já partidos, por sua vez, deverão sofrer inter‐
que nenhum limite foi ultrapassado e a tem‐ venção de qualquer maneira ao longo do
peratura se encontra próxima à nominal. Es‐ tempo. Assim, e sem as variáveis de carrega‐
trategicamente a linha em si poderá ser qua‐ mento e dimensionamento conhecidas,
lificada como de Intervenção Programada no qualquer anomalia confirmada deve ser re‐
sentido de ser estudada como regular a gistrada como no mínimo de Intervenção
carga passante. No entanto, essa análise Programada, independente da carga instan‐
deve ser mais criteriosa se a máxima tempe‐ tânea. Se for possível uma leitura de tempe‐
ratura admissível tiver sido atingida em uma raturas confiável, e a temperatura projetada
para 100% da carga com resfriamento pelo Item 3.6, Figura 3.43 deste manual. De qual‐
vento de 0 m/seg. estiver até 20% acima da quer forma, e de acordo com as temperatu‐
máxima temperatura admissível para o com‐ ras observadas, pode ser necessário correr a
ponente, a intervenção estratégica sugerida linha em busca do ponto de mau contato que
é de Urgência, ou seja, intervir na primeira esteja originado essa assimetria.
ocasião possível. Para temperaturas próxi‐ Já o Termograma da Figura 2.18
mas ou superiores a 1,5 vezes a máxima ad‐ apresenta a cadeia de isoladores em uma
missível, recomenda‐se intervenção de torre onde há um baixo isolamento nos iso‐
Emergência com a parada imediata da linha ladores frios. Para essa avaliação, descarta‐
e manutenção ou avaliação de medidas a se‐ se o efeito capacitivo referindo‐se ao aque‐
rem tomadas, ou riscos a serem corridos. A cimento como apenas resistivo. Na Figura
temperatura máxima de operação da linha
2.19, a causa provável do aquecimento nos
deve obedecer aos critérios de projeto ou,
pontos de contato com o espaçador com as
na falta destes, caberá ao Inspetor escolher
linhas é a mudança da emissividade em com‐
entre os valores tradicionalmente utilizados
paração a da linha. Por sua vez, as anomalias
de 95 °C ou 105 °C.
detectadas em sobrevoos de helicóptero ou
O exemplo da Figura 2.16 apresenta drone estão sujeitas às mesmas considera‐
uma emenda na linha que possui alguns ções.
graus acima do cabo adjacente. Notar que há
Na manutenção das anomalias en‐
uma pequena interrupção na distribuição
contradas, recomenda‐se desmonte, Inspe‐
térmica no meio da emenda, mas, a resolu‐
ção Visual cuidadosa em busca de sinais de
ção óptica utilizada nesse Termograma, não
corrosão e deterioração. Caso encontrados,
é suficiente para a leitura confiável de tem‐
avaliar se é possível a recuperação e reutili‐
peraturas no espaço entre as duas metades
zação do componente. Essa reutilização
da emenda. Nesses casos, é importante sa‐
pode ser arriscada, uma vez que não se sabe
ber qual o carregamento da linha no mo‐ a qual temperatura já operou. Normalmente
mento da Inspeção para poder avaliar a gra‐ no caso de corrosão detectada, é mais con‐
vidade do aquecimento. Por outro lado, é veniente a substituição. Se não houver sinais
impreciso saber qual exatamente a veloci‐ de corrosão, recomenda‐se limpeza e rea‐
dade do vento na cota em que se encontra o perto com torquímetro, sendo que é impor‐
cabo. Assim, é recomendável inspecionar ini‐
tante destacar que se deve mudar a posição
cialmente com uma periodicidade curta para
de fixação ou assentamento do componente
avaliar possíveis variações significativas. No
(no caso um conector) na linha.
caso de elas não se confirmarem, pode‐se
aumentar a periodicidade para períodos ava‐ Nos casos de isoladores conduzindo
liados como seguros pela Gerência respon‐ para a Terra, há apenas duas causas possí‐
sável. No caso da Figura 2.17, além do leve veis: defeitos (não homogeneidades) inter‐
aquecimento da emenda, pode‐se observar nos ou incrustações superficiais de poluen‐
na Seta 1 que há uma distribuição irregular tes (resíduos). Em ambos os casos, a cor‐
da corrente entre os tentos do cabo. Esse fe‐ rente de fuga causará o aquecimento detec‐
nômeno será explicado mais à frente, no tado. Nas situações de depósito superficial
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.2 Este Termograma foi elaborado com uma montagem em panorama por um Software
específico fornecido pelo fabricante. A sobreposição das estruturas de suporte deve‐se a
que foram utilizados três diferentes pontos de visada, cada um adjacente ao anterior.
Nesta visada não é perceptível nenhuma anomalia térmica e os componentes, classe de
tensão 500 kV, apresentam aquecimentos normais. O fato de não serem detectadas
anomalias pode ser devido à falta de resolução espacial (IFOV) e de medição (IMFOV).
Neste caso, a imagem só detectará defeitos de grande intensidade e, ainda assim, com
FIGURA COMENTÁRIOS
grande erro de leitura. A solução é se aproximar mais dos objetos de interesse ou utilizar
uma óptica acessória adequada. Software: FLIR Reporter 9.0. Câmera: FLIR SC‐660
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.3
Este Termograma apresenta um pórtico de uma SE 230 kV onde os componentes
apresentam aquecimentos normais. A aberração cromática da lente infravermelha é
muito semelhante à da foto na luz visível. Para maiores detalhes, ver os comentários da
imagem anterior. Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐2000
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.4 Este Termograma foi obtido com uma lente de 24°. O enquadramento é correto e
apresenta uma torre onde são ancorados quatro cabos para‐raios em uma subestação
230 kV. A distribuição de temperaturas na escala colorimétrica poderia ser um pouco
melhor. No entanto, deve‐se considerar que tem de apresentar componentes todos
praticamente à temperatura ambiente contra um céu frio. O objetivo é apresentar um
FIGURA COMENTÁRIOS
caso de normalidade para servir de referência para o próximo Termograma (Figura 3.5).
Se o ajuste de amplitude tivesse seu valor máximo na faixa dos 30 °C, a sensação para o
observador seria de que tudo estaria aquecido. Software: ThermaCAM Reporter PRO
2002. Câmera: FLIR SC‐2000
3.1.1 Caso Particular: Cabos Para‐raios lha de Terra nos pés de torre, falta de trans‐
posição dos cabos de Fase entre as estrutu‐
A Figura 3.5 apresenta um caso raro ras ou, e eventualmente, carga capacitiva no
de mau contato no cabo para‐raios da subes‐ cabo para‐raios. A foto na luz visível à direita
tação. Um aquecimento desse tipo pode ter apresenta um caso similar encontrado por
como causa diferenças de potencial de ma‐ uma equipe de Inspeção de LT sem que hou‐
vesse sido efetuado nenhum Termograma.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.5 Termograma com a composição correta e lente de 12°. Este Termograma apresenta uma
torre de transmissão onde foi localizada uma anomalia térmica no topo da estrutura, no
ponto de fixação do cabo para‐raios. Normalmente torres e cabos para‐raios não são
inspecionados porque são considerados elementos passivos em um sistema elétrico. No
entanto, como o Termograma comprova, a circulação de correntes causadas por
diferenças de potencial de Terra, pode efetivamente gerar aquecimentos significativos. A
foto na luz visível ao lado, apresenta o faiscamento em uma ancoragem no topo de outra
torre onde é possível observar a corrosão causada pelo arco voltaico. Uma queda de um
cabo para‐raios sobre uma linha de transmissão pode causar um desligamento de grandes
proporções, inclusive com o seccionamento dos cabos de força. A solução requer um
estudo aprofundado das condições do solo e resistências de aterramento para verificar o
outro ponto de origem da corrente. Para realizar esse Termograma a partir do chão, é
necessária uma lente de 12° ou 7°. Se a distância for muito grande, pode ser necessário
um tripé para evitar que a imagem borre devido à vibração da mão do operador. No caso
em pauta, a intervenção de manutenção adequada é a substituição das peças corroídas
FIGURA COMENTÁRIOS
e, se necessário, tratamento de superfície para as que não puderem ser imediatamente
substituídas. Mas se não forem corrigidas as condições de aterramento e diferença de
tensão entre torres, a simples substituição não resolverá o problema. Software:
ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR P‐640, Lente 12°.
3.1.2 ESTUDO DE CASO 1: Rompimento de velocidade do vento, era maior que 50 °C, a
Cabo 69 kV em Pórtico Gerência encarregada achou prudente sub‐
mete‐lo à manutenção preventiva. Como o
Histórico: barramentos e cabos de conector sobreaquecido se situava eletrica‐
alta tensão estão também sujeitos aos ciclos mente antes da seccionadora de transferên‐
de falha, conforme já apresentado no Capí‐ cia, para a manutenção seria necessário o
tulo 1, Item 1.14, Figura 1.16 . No presente desligamento total da Linha 2 e, consequen‐
caso, em uma subestação de entrada em temente, de todos os equipamentos posteri‐
uma planta petroquímica de grande porte, ores conectados a ela. O departamento téc‐
havia duas linhas de 69 kV em paralelo que nico então aproveitou o desligamento para
alimentavam a fábrica. A Termografia era efetuar uma manutenção geral nos equipa‐
efetuada semestralmente em toda a subes‐ mentos conectados à Linha 2 a saber, secio‐
tação e, no mês de maio, em dois dias con‐ nadoras, TC’s, Disjuntores e assim por di‐
secutivos, foram encontrados dois conecto‐ ante. A carga seria remanejada para a Linha
res, um em cada cabo da linha de entrada, 1 que apresentava uma anomalia de menor
com anomalias. A Figura 3.6 apresenta o so‐ porte e que, após a manutenção da Linha 2,
breaquecimento do conector de descida da seria, por sua vez, alvo de manutenção. Os
Linha 1 sendo que a Temperatura Ambiente Termogramas foram obtidos utilizando uma
era de 17 °C e, portanto, apresentava um ΔT câmera infravermelha de ondas longas
de 10 °C. Por sua vez, a Figura 3.7, obtida no 7 – 14 µm com resolução de 320 X 240, reso‐
dia anterior, apresenta o conector de des‐ lução espacial de 0,65 mrad e lente teleobje‐
cida da Linha 2, esse com um ΔT de 37 °C tiva de 12°. Isso significa que o tamanho de
com relação à temperatura ambiente de medição mínima (considerando 9 pixels)
14 °C. Uma vez que o conector da Linha 2 para um objeto instalado a 12 m de altura é
apresentava seu primeiro problema após de 27 mm, compatível, portanto, com o ta‐
muitos anos de Inspeção, e sua temperatura manho do conector de interesse.
absoluta sem considerar o fator de carga e a
Anotações:
No momento da Inspeção a tempe‐ nha 1 aqueceu a tal ponto que causou o rom‐
ratura ambiente era de 20°, o que significa pimento do cabo de alumínio com alma de
que o conector com a anomalia com ΔT de aço e a sua queda à terra. A Figura 3.9 e se‐
11 °C em maio agora, e para o dobro da guintes apresentam o resultado dessa ocor‐
carga, apresentava um ΔT de 12 °C, pratica‐ rência. Com a queda, houve um pequeno in‐
mente idêntico, sendo que não foi conside‐ cêndio na vegetação circundante à Subesta‐
rado o resfriamento pelo vento. Como a Li‐ ção e, consequentemente, parada de todo o
nha 1 estava suportando toda a carga das processo produtivo. Em se tratando de uma
duas linhas e que o ΔT havia variado tão parada intempestiva de uma petroquímica
pouco, a Gerência entendeu que a situação onde havia motores de grande porte, houve
da Linha era segura. Na ocasião não foi ob‐ a contribuição para o curto circuito das mas‐
servado que, se a carga havia dobrado e o ΔT sas girantes e, devido à parada abrupta,
permanecia inalterado, quando deveria ter ocorreram diversos entupimentos em vários
subido exponencialmente, é porque deveria setores do processo. No final, a fábrica ficou
ter ocorrido alguma solda interna à conexão. parada por seis dias, totalizando um prejuízo
de aproximadamente oito milhões de dóla‐
Rompimento: após 12 dias da lei‐
res em faturamento perdido.
tura destas temperaturas, o conector da Li‐
Anotações:
Anotações:
que teria havido uma solda interna ou derre‐ Após a parada geral, foram efetua‐
timento maior na conexão entre as leituras das intervenções de manutenção em todos
consecutivas. Se as temperaturas fossem os conectores, sendo que a Figura 3.12 apre‐
maiores, ou apresentassem uma tendência senta o estado de um dos outros conectores
crescente, o agravamento do estado da co‐ da Linha 2 ao ser aberto. Segundo o corpo
nexão ficaria evidente. Deve ser ainda lem‐ técnico que executou a manutenção, todos
brado que fusões internas em conexões os conectores apresentavam sinais de corro‐
sempre implicam na redução de torque nos são semelhantes. A limpeza cuidadosa dos
parafusos aplicados, o que piora sensivel‐ cabos, a substituição dos conectores e o as‐
mente as suas condições. A criticidade da in‐ sentamento em locais diferentes dos já utili‐
tervenção de manutenção deveria então ser zados foram as providências utilizadas além
ajustada de acordo com a disponibilidade de de, evidentemente, o aperto com torquíme‐
produção e variação nas temperaturas lidas. tro.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.16 Em outro circuito da mesma subestação, e em outra data, foram localizados isoladores de
vidro com anomalias térmicas que indicam fortemente que as cadeias estão todas
comprometidas, exceto pelos componentes aquecidos (Ver Figura 3.24 e Figura 3.26 para
uma explicação detalhada desta conclusão). A eventualidade de depósito de poluição
superficial não deve ser desconsiderada. Neste caso, a limpeza dos isoladores poderia
resolver o problema. A questão que se apresenta então é se o risco vale a pena.
FIGURA COMENTÁRIOS
Eventualmente é mais prudente substituir a cadeia de isoladores, dado seu custo
relativamente baixo e, só então, testar, lavar e testar novamente a cadeia retirada para
confirmar que o procedimento solucionaria o problema. Uma vez comprovado, a cadeia
poderia ser mantida como reserva. Na opção mais simples, substituir a cadeia resolverá a
anomalia. Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: T300, Lente 12°.
3.2 SUBESTAÇÕES
Exemplos:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.19 Os dois Termogramas a que se refere esta Figura foram elaborados apenas para
finalidades ilustrativas utilizando uma montagem em panorama por um Software
específico fornecido pelo fabricante. O mosaico superior foi efetuado utilizando um tripé
e por isso está com a perspectiva correta. Já o Termograma inferior foi efetuado com a
câmera sustentada pela mão do operador, o que ocasionou uma distorção na perspectiva.
A regra é sempre que possível utilizar um tripé para a coleta de imagens para panoramas
ou mosaicos. Nesta visada não é perceptível nenhuma anomalia e os transformadores,
apresentam aquecimentos normais. De qualquer forma, o ajuste da amplitude térmica é
crítico para o equilíbrio visual da imagem. Software: FLIR Reporter 9.0. Câmera: FLIR SC‐
2000.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Termograma em formato mosaico ou Panorama de disjuntor, TC e seccionadora em uma
3.20
SE 500/230 kV. O enquadramento foi feito manualmente e, portanto, a imagem aparece
distorcida após o tratamento pelo Software de panorama. No entanto, as imagens
originais estão bem focadas, permitindo uma leitura precisa das temperaturas. Como se
tratam de conexões, articulações e fechamentos, caso a resolução de medição seja
suficiente, valores de emissividade para medições radiométricas em 7 – 14 µm à
temperatura ambiente como 0,8 a 0,90, são aceitáveis para uma medida qualitativa.
Mesmo que os materiais sejam alumínio, o efeito fresta permite um erro aceitável se
utilizados esses valores. Evidentemente velocidade de vento, distância e URA devem ser
anotados para correções posteriores. A falha no canto superior direito do mosaico revela
que as imagens originais foram obtidas manualmente, sem o uso de tripé. Cada tipo de
anomalia presente neste Termograma poderá ser encontrado nos exemplos mais
detalhados no correr do texto. Software: FLIR Image Builder, ThermaCAM Researcher Pro
2.10. Câmera: FLIR P‐60.
Anotações:
Anotações:
Exemplos:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.23 O Termograma foca no Para‐raios da Fase do Meio e, devido à falta de distância ou erro
de enquadramento, as Fases laterais tiveram suas extremidades deixadas de fora da
imagem. A amplitude térmica deste Termograma é de apenas 10 °C. e é possível observar
que a mesma face nos três Para‐raios está ligeiramente mais aquecida que a outra. Isto
se deveu a radiação solar filtrada por uma fina camada de nuvens. Mesmo com essas
restrições, notadamente a de enquadramento, é possível observar que os Para‐raios
apresentam uma distribuição térmica uniforme ao longo de seus corpos. Esta distribuição
é garantia de que a corrente de fuga é uniforme e que não há nenhum resistor não linear
interno suportando toda a tensão Fase‐Terra sozinho. Considerando ainda que as três
Fases estão submetidas ao mesmo resfriamento pelo vento, deve‐se observar que esta
distribuição não é garantia de que o Para‐raios esteja em bom estado funcional já que é
possível que esta distribuição seja apenas da carcaça. Observar que o Para‐raios da Fase
Esquerda, mais ao fundo da imagem, bem como a parte superior do Para‐raios da Fase
do Meio, apresentam‐se borrados devido à pequena profundidade de campo do
termovisor. Para leituras quantitativas em medições radiométricas em 7 – 14 µm à
temperatura ambiente, a emissividade da porcelana em torno de 0,85 a 0,9 é razoável.
Por outro lado, o corpo aquecido ao fundo é a tampa superior de um TP cujo interior é
oco. Software: ThermoCom IR Analyzer. Câmera: ThermoCom V384S.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.24 Tanto os enquadramentos do Termograma da esquerda como o da direita estão corretos
e a visada diagonal é justificada pela necessidade de colocar os três componentes em
uma mesma imagem. Esse tipo de visada facilita o diagnóstico, pois permite utilizar os
componentes adjacentes como referências térmicas de normalidade ou não. O
Termograma da esquerda apresenta três Para‐raios classe 230 kV, dois dos quais
apresentam sinais visíveis no infravermelho de anomalias internas. A atribuição de
emissividades para ambos os casos sugere valores entre 0,85 e 0,95 por se tratar de
corpos de porcelana. Já o Para‐raios da esquerda (Termograma 230 kV) cai na zona de
imprecisão porque, novamente, não há como saber se os elementos estão todos
deteriorados internamente restando apenas a carcaça, ou se estão em bom estado. A
amplitude térmica de 28 °C é necessária para poder apresentar as anomalias das três
Fases simultaneamente na mesma imagem e o resultado é bastante razoável para esta
escala colorimétrica. Por sua vez, o ângulo de visada é importante para colocar os dois
equipamentos defeituosos na mesma imagem com outro supostamente normal ou
aceitável. Da mesma forma, a imersão dos três elementos na mesma temperatura
ambiente e mesmo resfriamento pelo vento favorece a avaliação qualitativa. Isso serve
de referência para o analista da imagem. Como são três elementos separados por Fase,
é provável que os dois elementos inferiores da Fase Direita já estejam também
severamente comprometidos. O Delta T de quase 22 °C sob uma tensão Fase‐Fase de
230 kV indica uma situação altamente arriscada, já que a potência disponível no caso de
um curto a Terra é enorme. Já no Termograma da direita a amplitude térmica é de 20 °C
e os demais Para‐raios classe 35,5 kV das Fases esquerda e meio não apresentam
nenhuma anomalia térmica. No entanto, o Para‐raios da direita da Fase da Direita
apresenta uma anomalia apenas na sua face frontal. Isso indica que o estado interno dele,
gerando 7 °C de Delta T em relação ao adjacente, é imprevisível. A intervenção de
manutenção correta é a substituição completa dos elementos comprometidos já que a
eventual manutenção se não for tecnicamente inviável, provavelmente custará mais que
o custo de Para‐raios novos. Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐
2000, Lentes 24° e 12°.
Anotações:
Anotações:
Por outro lado, os Para‐raios com distribui‐ pela temperatura ambiente e insolação ou
ção térmica homogênea e próxima à tempe‐ outras fontes térmicas eventualmente próxi‐
ratura ambiente, devem, por sua vez, ser mas. Nos casos de insolação, deverão ser ho‐
considerados termicamente normais em‐ mogêneos e/ou compatíveis com o período
bora eletricamente nada se possa dizer so‐ e lado exposto ao sol e eventuais sombras.
bre eles. Nos casos de aquecimento por irradiação ou
mesmo convecção, deverão ser compatíveis
com as fontes, ângulos de incidência e
3.4 ISOLADORES DE PEDESTAL tempo de exposição. Outros aquecimentos
presentes deverão ser analisados caso a caso
para verificar sua normalidade ou não.
Descrição Técnica: isoladores em Subesta‐
ções são utilizados para suporte mecânico
dos barramentos. Devem apresentar altas
resistências ôhmicas para a Terra, de ma‐
neira a manter o isolamento do sistema elé‐
trico, bem como estabilidade ao longo do
tempo. Da mesma forma, devem apresentar
resistência mecânica tanto para suportar o
peso dos barramentos como para resistir aos
esforços mecânicos nos casos de curto‐cir‐
cuito. Nesses casos, não deverão gerar trin‐
cas após os esforços gerados pelas correntes
de curto.
Anotações:
Exemplos:
Figura 3.28 – Coluna de Isoladores conduzindo para a Terra; lentes 24° e 45°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.28 Enquadramentos corretos em ambos os Termogramas sendo evidente a maior facilidade
de diagnóstico quando usando uma lente teleobjetiva de 12°. Observar que esses dois
Termogramas têm amplitudes térmicas diferentes e escalas colorimétricas diferentes.
Como o da esquerda foi obtido com uma lente normal de 24°, ele apresenta uma visada
geral do componente de interesse e seus arredores. Assim, a escala colorimétrica tem de
dividir os limites superior e inferior de forma equilibrada. Já o Termograma da direita foi
obtido com uma teleobjetiva de 12° e a escala colorimétrica pode destacar apenas as
temperaturas de interesse para permitir uma identificação e análise melhor da anomalia.
Observar também que as duas temperaturas são diferentes. Assumindo que a diferença
de horário entre os dois Termogramas foi de minutos, isso pode ocorrer porque
realmente a corrente de fuga está variando rapidamente, porque há rajadas de vento
presente ou ainda devido à diferença de resolução espacial entre as duas lentes. A
solução pode ser a lavagem dos isoladores com jatos de água à alta pressão, efetuados
por equipe especializada ou a simples substituição da coluna completa de isoladores.
Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.29 Este Termograma tem o seu enquadramento, nível e a sua escala térmica ajustados para
que todos os componentes sejam claramente visíveis e possam ter suas temperaturas
usadas como referência de normalidade. Os Termogramas de qualidade devem
apresentar imagens inteligíveis e facilmente compreensíveis para o cliente final, seja ele
interno ou não. Emissividade o mais correta possível, enquadramento adequado,
distância compatível com a resolução óptica, amplitude e nível térmico compatíveis,
insolação, vento, URA e condições atmosféricas são todos parâmetros que devem ser
registrados e levados em consideração em qualquer Termograma. Software: ThermaCAM
Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐2000, Lente 24°.
internas. Em qualquer situação, é reco‐ tenderá a ser crítico para poder visualizar pe‐
mendável que o isolador seja inspecionado quenas variações. Se possível, a Inspeção de‐
termograficamente, se possível, em 360° verá ser feita à noite ou após o efeito da in‐
para confirmar a causa e origem do aque‐ solação desaparecer. Dias nublados sem in‐
cimento. A explicação teórica do fenô‐ solação direta também são adequados. No
meno elétrico apresentado na Figura 3.27 caso de ser obrigatória a Inspeção sob o sol,
pode ser encontrada no Item 4.6.1, Caso deve‐se levar em conta a sua influência para
particular, Figura 4.37 e Figura 4.41. diagnósticos. Deve‐se também, sempre que
possível, procurar evitar reflexos de outras
Recomendações de intervenção:
fontes térmicas e fontes de calor no fundo
nos casos de contaminação superficial por
da imagem térmica.
poluentes, uma limpeza pode resolver o pro‐
blema. Eventualmente pode ser necessária a
3.5 SECCIONADORAS
aplicação de uma camada de silicone prote‐
tora. No entanto, é altamente recomendável
que seja avaliada a segurança a longo prazo
desse procedimento. Da mesma forma, é re‐
comendável testar o isolamento antes e
após a limpeza e/ou aplicação do silicone
para avaliar a eficácia. Nos casos de contami‐
nação interna, a solução mais confiável é a
substituição da coluna completa de isolado‐
res pelos motivos explicados no Item 4.6.1,
Caso particular, Figura 4.37 e Figura 4.41. Em
situações de emergência e de indisponibili‐
dade de peça para reposição, pode ser ten‐
tada a recuperação da coluna por secagem
em estufa. De qualquer maneira é um proce‐ Figura 3.30 – Chaves Seccionadoras.
Exemplos:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura O enquadramento do Termograma da esquerda sacrifica uma parte dos contatos da
3.31
seccionadora, mas mantém as três Fases frontais para referência de análise. A área em
foco é a mais importante porque contém a anomalia de interesse. Dependendo da
distância do objeto de interesse, da resolução espacial, e para medições radiométricas
em 7 – 14 µm à temperatura ambiente, uma emissividade entre 0,8 e 0,9 pode ser efetiva
para diagnósticos qualitativos já que há frestas nos contatos emitindo infravermelho e,
eventualmente estariam já oxidados. Para contatos novos em metal polido, valores na
ordem de 0,4 a 0,6 podem ser razoáveis. Já o Termograma da direita está bem
enquadrado e contém um contato da Fase lateral para referência. A amplitude térmica
de ambos os Termogramas está correta. Vale observar que as duas escalas colorimétricas
têm proporções de cores diferentes, sendo que a da esquerda privilegia a identificação
da anomalia. Já a da direita, como não há anomalia a identificar, distribui as cores de
forma mais equilibrada. Os procedimentos básicos de manutenção incluem Inspeção
Visual cuidadosa em busca de sinais de corrosão. Em caso afirmativo, os contatos devem
ser substituídos por outros novos e, eventualmente serem recuperados por tratamento
de superfície e eletrodeposição de prata. De qualquer maneira, a chave deve ser regulada,
a penetração dos contatos conferida e a pressão dos contatos ajustada se possível.
Software: ThermaCAM Researcher 2.1 PRO e ThermoCom IRAnalyzer. Câmera: FLIR SC‐
2000 e ThermoCom V384S, Lente 22°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Termogramas com enquadramentos corretos, amplitude térmica equilibrada e foco
3.32
suficientemente bem ajustado para as áreas de interesse. Os isoladores nas
seccionadoras que estão mais afastados da câmera estão um pouco fora de foco devido
à pequena profundidade de campo da lente. Uma escala colorimétrica semelhante foi
utilizada em ambos para permitir a comparação entre eles. Software: ThermoCom
IRAnalyzer. Câmera: ThermoCom V384S, Lente 22°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.33 Apesar de não apresentar ambos os contatos, fixo e móvel, nesta Fase da seccionadora,
o Termograma está focado na anomalia de interesse, qual seja, o mau contato no contato
móvel. Caso houvesse distância disponível, ou uma lente grande angular, a visada e o
enquadramento poderiam conter mais informações. A pequena amplitude térmica
utilizada, a escala e a paleta de cores escolhida, ampliam a extensão da anomalia,
reforçando a necessidade estratégica de um atendimento. Para uma avaliação mais
completa é importante anotar a velocidade do vento presente, emissividade, horário e,
se possível, carga passante. Os procedimentos básicos de manutenção incluem Inspeção
Visual cuidadosa em busca de sinais de corrosão no eixo e assentamentos. Em caso
afirmativo, e se possível, os componentes devem ser substituídos por outros novos e,
eventualmente serem recuperados por tratamento de superfície e eletrodeposição de
prata. A chave deve ainda ser regulada e ajustada de acordo com as instruções do
fabricante. Uma emissividade típica para uma avaliação qualitativa desta anomalia, e
também para medições radiométricas em 7 – 14 µm à temperatura ambiente, deve
situar‐se entre 0,8 e, no máximo, 0,9. Observar que para conseguir o efeito de destaque
na anomalia a temperatura medida é da ordem de 39 °C e o topo da escala colorimétrica
é de 28 °C. Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente 12°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura O enquadramento de apenas um polo nessa seccionadora privilegia as medições de
3.34
temperatura em detrimento da apresentação de todos os polos. Caso se optasse por
enquadrar todos os polos, com a mesma óptica, provavelmente as distribuições de
temperatura, ainda que qualitativas, seriam prejudicadas devido às distâncias envolvidas,
as dimensões das anomalias e à resolução do sensor e da óptica utilizadas. Para então
detalhar a anomalia em questão, que é a do aquecimento das junções entre peças do
isolador de suporte, o enquadramento é correto, sendo que ambas as colunas estão
ligeiramente fora de foco para que uma não fique completamente desfocada em relação
à outra. O limite inferior da escala colorimétrica foi ajustado para dar mais contraste às
anomalias. Os procedimentos de manutenção são idênticos ao utilizados em colunas de
isoladores (Ver comentários da Figura 3.29). Leituras deste tipo, e também para medições
radiométricas em 7 – 14 µm à temperatura ambiente, podem utilizar emissividades de
0,8 a 0,9 com erros aceitáveis. Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR
SC‐2000, Lente 24°.
galvanizado que é fixado no isolador imedia‐ mento que possa resistir e cobrir as defor‐
tamente acima por uma argamassa adesiva. midades já existentes. Se não houver sinais
Os aquecimentos detectados estão situados visíveis de corrosão com o uso de uma lupa,
justamente nessa junção com argamassa e recomenda‐se limpeza, reaperto e ajuste de
não no cabeçote de metal ou nas porcelanas curso e pressão dos contatos. Termica‐
em si. Além disso, é possível observar que mente a classificação da intervenção neces‐
nas três colunas de isoladores há diferenças sária deverá acompanhar as temperaturas
na distribuição das temperaturas entre as re‐ medidas. Já estrategicamente deverá ser
giões de união, no sentido vertical, ou ao analisado se a seccionadora pode ser “by‐
longo da circunferência. A tensão alta contra passada” ou não. Em caso negativo, sugere‐
a Terra, 132 kV, faz com que cada conjunto se fortemente que tenha pelo menos um
isolador tenha de sustentar aproximada‐ grau de severidade acima da classificação
mente 11 kV. Desprezando o efeito capaci‐ térmica. A classificação de Emergência fica
tivo, a coluna deve se comportar como um restrita aos casos em que a temperatura
resistor homogêneo e distribuir igualmente medida no contato metal‐metal ultrapassar
as quedas de tensão. Se acontecesse dessa o limite máximo admissível em 2,5 vezes. Já
forma, todas as uniões deveriam apresentar nos casos de fuga de corrente pelos isolado‐
o mesmo comportamento térmico, o que res de suporte, o comportamento é normal‐
não é o caso. O que acontece então é que mente imprevisível, indo desde o desapare‐
apenas as partes mais aquecidas estão sus‐ cimento por aquecimento pela corrente de
tentando a tensão contra a Terra, conforme fuga, até o fechamento de curto contra a
explicado no Item 4.6.1, Caso particular, Terra. Assim, para esses casos, apesar de a
Figura 4.37 e Figura 4.41. classificação térmica ser normal, estrategi‐
Recomendações de Intervenção: camente deve‐se considerar um atendi‐
mento de Urgência.
secionadoras apresentam problemas mais
frequentemente nas suas áreas de contato,
sejam elas fixas ou móveis. Na manutenção,
recomenda‐se o desmonte dos contatos e
Inspeção Visual cuidadosa em busca de si‐
nais de corrosão e deterioração. Caso sejam
encontrados esses sinais, deve‐se avaliar se
é possível a recuperação e reutilização das
lâminas de contato. Essa reutilização pode
ser arriscada, uma vez que não se sabe até
qual temperatura as lâminas já operaram e,
eventualmente podem até ter perdido a sua
têmpera. Normalmente no caso de corro‐
são detectada, é mais conveniente substi‐
tuir o contato completo ou efetuar um tra‐
tamento de superfície cuidadoso e pratea‐
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.35 Termograma destacando na sua área central a anomalia de interesse. Amplitude térmica
ajustada para equilíbrio de todos os objetos presentes, embora a distância do objeto de
interesse necessitasse de uma aproximação maior ou de uma teleobjetiva para um
melhor detalhamento. A estimativa de velocidade do vento presente a uma distância
dessas é difícil senão impossível. Para medição de temperatura nessas condições, é
necessário confirmar a MIFOV (Campo de visão instantâneo para medição) a fim de
estimar se a medida é confiável ou não. Procedimentos de manutenção serão detalhados
nos próximos casos. Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐2000,
Lente 24°.
Deve ser dada atenção especial em uma paleta de cor sem a discriminação sufi‐
qualquer análise térmica ao ajuste das câme‐ ciente, pode mascarar a existência de uma
ras. O uso de um ajuste inadequado, ou de anomalia como se pode observar nas próxi‐
mas imagens:
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.36 Barramentos bem centralizados. A amplitude térmica do Termograma da direita foi
ajustada para englobar todos os componentes em uma distribuição mais linear. Em
ambos os casos, dada a inexistência de anomalias a serem registradas, a escolha da
apresentação colorimétrica obedeceu ao critério de encontrar a paletas de cores nas
proporções adequadas e ajustar os limites superiores e inferiores de tal forma que a
inexistência ficasse bem representada. Para fins qualitativos a emissividade foi mantida
constante como sendo 0,85 em ambos os Termogramas. Software: ThermoCom
IRAnalyzer. Câmera: ThermoCom V384S.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.37 O Termograma apresenta corretamente a anomalia de interesse centrando‐a no
losango de mais exatidão da câmera. A necessidade de outro Termograma, a partir de
uma visada mais afastada, ou a utilização de uma óptica acessória grande angular, é
eliminada devido a que a própria conexão apresenta referência para a avaliação da
normalidade, ou não, do aquecimento detectado. Dessa maneira, foi utilizada a
teleobjetiva de 12° para um detalhamento melhor das características da anomalia. Da
mesma forma que em outros Termogramas, o limite inferior da escala colorimétrica é
ajustado para que a visualização seja a melhor possível. Os procedimentos básicos de
manutenção incluem Inspeção Visual cuidadosa em busca de sinais de corrosão. Em
caso afirmativo, o conector e/ou parafusos devem ser substituídos por outros novos e,
FIGURA COMENTÁRIOS
eventualmente serem recuperados por tratamento de superfície. Caso o barramento
tubular apresentar também sinais de corrosão, deve ser estudada a possibilidade de
substituição do trecho da barra. Para uma explicação detalhada das causas de apenas
um parafuso estar aquecendo, ver o Item 6.5, Estudo de Caso 8 – Condutores em
Paralelo, Figura 6.69. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou 3 –5 µm à
temperatura ambiente, a emissividade pode ser ajustada em torno de 0,8 a 0,9 sem que
ocorram erros significativos para uma análise qualitativa e/ou quantitativa. Mesmo com
materiais de emissividade mais baixa, deve ser considerado que possuem, além de
depósito de poluentes e oxidação, um número mínimo de frestas que permitem essa
variação. Caso haja vento, anotar a velocidade para correções posteriores. Software:
ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 12°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.38 Termograma obtido com lente teleobjetiva 12° para detalhamento de anomalia. Como
se trata de um barramento alto em relação ao chão, a necessidade de óptica acessória
para permitir uma boa visualização, e uma boa identificação do que está acontecendo, é
obrigatória. Os limites da amplitude térmica foram ajustados para a melhor visualização
e o objeto de interesse está corretamente focado e centralizado. Da mesma forma que
na Figura 3.37, o próprio local onde está situada a anomalia oferece referências para a
avaliação qualitativa. No caso de uma medição quantitativa, e devido à altura do
componente em relação ao solo, o uso de um binóculo potente ou uma câmera
fotográfica com um zoom adequado é necessário para determinar o tipo de superfície
em questão, se nova, refletiva, oxidada e assim por diante. Para uma explicação
detalhada das causas de apenas um parafuso estar aquecendo, ver o Item 6.5, Estudo de
Caso 8 – Condutores em Paralelo, Figura 6.66. Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002.
Câmera: FLIR P‐640, Lente: 12°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.39 Termograma em mosaico feito com a câmera na mão do Inspetor. Sem o uso de tripé é
fácil notar que há uma inclinação e uma distorção na imagem, principalmente na região
superior onde a aberração cromática é mais visível devido às barras paralelas da estrutura
de sustentação do barramento. A escala colorimétrica (paleta) é escolhida para fins de
exemplo para os próximos Termogramas. Neste caso, o emaranhado de estruturas pode
levar a alguns equívocos de interpretação. Software: FLIR Image builder, FLIR ThermaCAM
Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐2000.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.40 Idem à Figura 3.39– Barramento 69kV. Paleta Iron (Ferro).
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.41 Idem Figura 3.40. Comentários sobre as intervenções de manutenção serão abordados
no Item 3.9 DISJUNTORES EXTERNOS.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.42 É uma situação muito comum encontrar pontos quentes que sugerem anomalias em
cruzamento de cabos e barras em subestações. Este efeito, via de regra, não é uma
anomalia ou defeito e ocorre devido à dispersão da radiação sobre objetos de pequenas
dimensões, notadamente longitudinais. O mesmo é explicado detalhadamente no
Volume I, Capítulo 4, Estudo de Caso, Figuras 4.80 e seguintes.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Termogramas com enquadramento correto e amplitude térmica ajustada para cada caso.
3.43
O foco óptico está correto, uma vez que é possível identificar claramente os tentos dos
cabos que estão conduzindo. Apesar de extremamente semelhantes, os dois
Termogramas foram capturados em datas e locais diferentes. No caso de leitura de
temperaturas em objetos de pequenas dimensões como cabos aéreos, é necessário estar
atento para que a resolução espacial e de medição sejam compatíveis com a situação. Em
caso contrário, será necessário utilizar uma teleobjetiva para efetuar uma medição segura
ou efetuar um diagnóstico qualitativo. Variáveis como velocidade do vento, temperatura
ambiente, distância, horário, carga e insolação são importantes de serem anotadas para
complementar as análises posteriores. Notar que as escalas colorimétricas e ajustes de
FIGURA COMENTÁRIOS
paleta de cor são diferentes para propiciar um foco térmico adequado. O efeito espiral é
causado pelo mau contato de alguns tentos dos cabos em uma das extremidades, ou
eventualmente até as duas. A corrente não circula por todos os tentos do cabo devido à
diferença de tensão entre eles ser muito pequena e não ser suficiente para romper a
camada de óxido entre eles e ou eventual depósito de poluentes. Dessa maneira, os
tentos que não possuem bom contato nas extremidades conduzem menos ou nenhuma
corrente, o que então sobrecarrega os demais. A conclusão, então, é de que apenas os
tentos aquecidos estão conduzindo corrente e os “frios” estão com mau contato nas
extremidades ou rompidos em algum local da extensão do cabo. A intervenção deve
prever a Inspeção cuidadosa dos tentos que estão conduzindo para confirmar se ainda
possuem a têmpera necessária ao bom funcionamento e ou se não houve uma perda de
vida útil devido ao aquecimento. Da mesma forma, as duas extremidades ou eventuais
emendas deverão ser inspecionadas cuidadosamente e substituídas se necessário. Para
medições radiométricas em 7 – 14 µm ou 3 – 5 µm à temperatura ambiente, podem ser
utilizadas emissividades para cabos de metal nu oxidado, alumínio ou cobre. Se os cabos
não forem novos ou recém‐instalados, pode ser levado em conta que apresentam
depósito de poluentes que eventualmente aumentarão a emissividade. Ainda pode ser
levado em consideração o efeito cavidade entre os tentos, caso a resolução de medição
permita esta aproximação. Nesses casos, emissividades entre 0,75 a 0,85 fornecem
resultados com erros aceitáveis. De qualquer forma, se o diagnóstico predominante for
qualitativo, o erro de avaliação não será significativo. Software: ThermoCom IRAnalyzer.
Câmera: ThermoCom V384S, Lente 22°.
Anotações:
Exemplos:
Figura 3.45 – TCs 138 kV e 34,5 kV sem e com anomalia por baixo isolamento.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura O Termograma da esquerda focaliza dois TC’s e deixa o terceiro de fora. Esse erro
3.45
acontece devido ao campo de visão mais estreito da lente utilizada ou à falta de espaço
entre a câmera e o objeto de interesse. Neste caso, e na impossibilidade de se afastar
mais do objeto, o correto seria utilizar uma lente acessória grande‐angular que pudesse
abranger os três equipamentos. O topo aquecido do TC da esquerda é devido a ser oco e
estar submetido à radiação solar. Já o Termograma da direita apresenta uma baixa
discriminação dos objetos nele contidos. Obtido logo após uma chuva, que resfriou os
objetos externos, pode‐se observar que todos os componentes têm praticamente a
mesma temperatura, o que dificulta a discriminação e visualização dos componentes
normais no infravermelho. Como as anomalias de interesse se localizavam no corpo dos
TC’s, o foco óptico e térmico da imagem procurou destacá‐las sacrificando a nitidez dos
objetos adjacentes. Para explicar as distribuições térmicas encontradas no Termograma
da direita existem duas hipóteses: depósito de poluentes ou baixo isolamento nas
porcelanas. Se a causa for devida a depósito de poeira ou outro material nas saias dos
isoladores, uma limpeza simples, mas cuidadosa, poderá resolver o problema. É
importante ressaltar que a limpeza deverá ser feita com material neutro e não abrasivo.
Se a causa for baixo isolamento nas porcelanas, será necessário efetuar testes elétricos
de isolamento, um tratamento térmico de acordo com procedimentos adequados a esse
tipo de equipamento, novos testes elétricos para confirmação da recuperação do
isolamento, aplicação de silicone para alta tensão e novos testes. Os riscos implícitos a
esse procedimento deverão ser de conhecimento da Supervisão ou Gerência
encarregada. A alternativa a esse procedimento é a substituição das porcelanas, caso
ainda estejam disponíveis no mercado, ou a troca completa dos TC’s. Isso é necessário
devido ao comportamento imprevisível dos componentes com baixo isolamento e, o risco
a ser aceito ou não, deverá ser decidido pela Gerência competente. Após a chuva, o corpo
de porcelana estava molhado e a emissividade para a leitura das temperaturas, bem como
para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou 3 – 5 µm à temperatura ambiente, pode
ser ajustada em torno de 0,9 sem que ocorram erros significativos para uma análise
qualitativa e/ou quantitativa. A amplitude térmica é de 6.8 °C. Software: ThermoCom
IRAnalyzer. Câmera: ThermoCom V384S.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.46 Enquadramento correto para destacar a anomalia. Amplitude Térmica também correta.
No entanto, o ângulo de visada e o enquadramento não incluem as outras Fases para
referência. Se fosse o caso de incluir os dois outros TC’s, seria necessário realizar duas
medidas: uma próxima à anomalia e outra com os três TC’s aparecendo no mesmo
Termograma. Com essas duas medidas, seria possível avaliar o erro introduzido pela
resolução espacial. Se não influísse significativamente, por exemplo, com uma diferença
de 1° a 3 °C, o Termograma poderia conter os três TC’s e uma anotação ser adicionada
alertando para a leitura imprecisa. A intervenção de manutenção deve incluir Inspeção
Visual criteriosa nas superfícies da conexão e, no caso de não serem descobertos sinais
de corrosão, e havendo apenas oxidação, ou parafusos com torque insuficiente, deverá
ser procedida a limpeza cuidadosa e reaperto com torquímetro. No caso de corrosão
deverá ser avaliado se é possível a recuperação das peças envolvidas. Na impossibilidade
resta apenas a substituição do TC. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou 3 – 5 µm
à temperatura ambiente, podem ser utilizadas emissividades para barramentos oxidados
e conexões com frestas de 0,80 a 0,90 com erros aceitáveis. De qualquer forma, se o
diagnóstico predominante for qualitativo, o erro não será significativo. Software:
ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐2000, Lente 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.47 Termogramas bem enquadrados e bem focalizados. Amplitude térmica correta e escala
colorimétrica adequada. Anomalias desse tipo são raras e podem envolver tanto
conexões internas como problemas no secundário do TC. No Termograma superior, caso
a marcação na janela na parte energizada do TC se refira ao nível do óleo, encontra‐se
significativamente mais baixo que os dois adjacentes, o que pode ocasionar este
aquecimento devido à deficiência na refrigeração – ainda que pequena – pelo óleo
isolante. Se for esse o caso, e se testado – óleo inclusive – não apresentar nenhum
parâmetro alterado, poderá ter o nível do óleo completado e em seguida, ter o seu
comportamento térmico acompanhado por pelo menos uma semana. Se for um TC de
medição, pode ser temporariamente bay‐passado. No entanto, se for um TC de proteção,
deve ser substituído o mais rápido possível. No Termograma inferior, é possível observar
dois TCs de mesmo modelo e de mesmo fabricante, na mesma instalação. Por sua vez, a
posição em relação à câmera não permite a visualização do mostrador no topo. É
responsabilidade do Inspetor que, neste caso, optou por fazer as duas imagens térmicas
a partir da mesma visada, escolher qual visada traz mais informações ao analista de
imagens térmicas. A semelhança das anomalias sugere um problema de fabricação ou de
instalação. Caso estejam em garantia, o fabricante deverá ser acionado. Em caso
contrário, será necessário um desligamento geral para intervenção. Equipamentos desse
porte nem sempre conseguem ter manutenção simples e rápida em campo e uma
estratégia de intervenção, manobras e desligamentos deve ser estudada pela Gerência
responsável. Os TCs mais afastados da câmera apresentam uma leitura de temperatura
correta devido às suas dimensões e a resolução de medição da câmera. Se os objetos a
FIGURA COMENTÁRIOS
serem medidos nestes TCs fossem de pequenas dimensões, o erro teria de ser levado em
consideração. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou 3 – 5 µm à temperatura
ambiente, podem ser utilizadas emissividades para tintas a óleo de 0,85 a 0,95 com erros
aceitáveis. De qualquer forma, se o diagnóstico predominante for qualitativo, o erro não
será significativo. Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐2000,
Lente 24°.
Anotações:
Exemplos:
Figura 3.49 – TPs com assinatura térmica normal e com fuga no isolador (R2).
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.49 O Termograma da esquerda apresenta um enquadramento incorreto por não incluir os
três TP’s. O propósito era apenas registrar o padrão de não aquecimento. Na ocasião, não
havia espaço suficiente para enquadrar os três na mesma visada, o que indica a
necessidade de uma lente grande‐angular. O Termograma da direita foi registrado logo
após uma chuva intensa, razão pela qual todos os corpos dos TP’s têm praticamente a
mesma temperatura que o ambiente, apresentando dificuldades de discriminação no
infravermelho. No entanto, a anomalia de fuga de corrente na área R2, causada por
depósito de poluente, está evidente. A anomalia R1 é no TC da outra Fase. As distribuições
térmicas encontradas no Termograma da direita levantam duas hipóteses: depósito de
poluentes ou baixo isolamento nas porcelanas. Se a causa for devida a depósito de poeira
ou outro material nas saias dos isoladores, uma limpeza simples, mas cuidadosa, poderá
resolver o problema. É importante ressaltar que a limpeza deverá ser feita com material
neutro e não abrasivo. Se a causa for baixo isolamento por contaminação das porcelanas,
será necessária retirada dos TP’s ou só seus isoladores. Se for possível, efetuar testes
elétricos de isolamento, um tratamento térmico nas porcelanas de acordo com
procedimentos adequados à esse tipo de equipamento, novos testes elétricos para
confirmação da recuperação do isolamento, aplicação de silicone para alta tensão e novos
testes. Os riscos implícitos a esse procedimento deverão ser de conhecimento da
Supervisão ou Gerência encarregada. A alternativa a esse procedimento é a substituição
das porcelanas, caso ainda estejam disponíveis no mercado, ou a troca completa dos TP’s.
A substituição é necessária devido ao comportamento imprevisível dos componentes com
baixo isolamento e, o risco a ser aceito ou não, deverá ser decidido pela Gerência
competente. Nessas condições, e considerando os corpos de porcelana ou de resina epóxi
dos TP’s, a emissividade de 0,85 fornecerá boas medidas comparativas para uma análise
qualitativa, bem como para medições radiométricas em 7 – 14 µm à temperatura
ambiente. Software: ThermoCom IRAnalyzer. Câmera: ThermoCom V384S, Lente 22°.
Anotações:
Exemplos:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.51 O Termograma da esquerda apresenta o enquadramento correto, e a escala colorimétrica
utilizada destaca o corpo uniformemente “frio” dos polos, evidenciando a inexistência de
anomalias nessas áreas. Todas as conexões de entrada e saída estão visíveis e os limites
superior e inferior da Amplitude Térmica foram ajustados para permitir a visualização de
todo o conjunto. Já o Termograma da direita falha em apresentar todas as conexões e os
isoladores inferiores do disjuntor, que era o objeto de interesse. Mesmo assim, o foco
térmico está correto em ambos os casos e se pode notar que a distribuição de cores
(paleta) das escalas colorimétricas apresenta proporções diferentes, cada uma
destacando o seu objeto de interesse. Caso a distância seja compatível com a resolução
de medida, para conexões antigas e cobertas de poluentes, uma emissividade de 0,80 a
0,90 fornece bons resultados para medições radiométricas em 7 – 14 µm à temperatura
ambiente. Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐2000 Lente 24°.
Software: ThermoCom IRAnalyzer. Câmera: ThermoCom V384S, Lente 22°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.52 Este Termograma é o mesmo da Figura 3.51, mas com a utilização de uma teleobjetiva de
12°. Comparando um com o outro, a diferença na medição de temperatura é de apenas
0,9 °C que pode ser desprezível para diagnósticos quantitativos. No entanto, o diagnóstico
qualitativo permanece o mesmo. A centralização do conector no meio da tela está correta
e, se houvesse mais distância, talvez o conector superior do outro lado pudesse ter sido
incluído. A amplitude térmica está adequada e a representação da anomalia está correta.
A observação atenta da foto na luz visível indica a utilização de um conector incorreto
com apenas dois parafusos quando a barra de conexão do disjuntor admitia quatro
parafusos. O único parafuso aquecido remete à interpretação descrita no Item 6.5, Estudo
de Caso 8 – Condutores em Paralelo, Figura 6.69. A intervenção de manutenção deve
incluir Inspeção Visual criteriosa nas superfícies da conexão e, no caso de não serem
descobertos sinais de corrosão, e havendo apenas oxidação, ou parafusos insuficientes
e/ou com torque incorreto, deverá ser procedida a limpeza cuidadosa, instalação de
novos parafusos a prova de oxidação se for o caso, e reaperto com torquímetro. No caso
de corrosão, deverá ser avaliado se é possível a recuperação das peças envolvidas. Na
impossibilidade, resta apenas a substituição do Disjuntor, ainda que temporariamente.
Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐2000, Lente 12°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.53 Este Termograma está bem enquadrado com relação às anomalias detectadas. Os
objetos, em planos diferentes, estão suficientemente bem focados. E, tanto o foco
térmico como a amplitude térmica ajustados na imagem, apresentam corretamente o
espectro de temperaturas das anomalias e dos objetos à sua volta. A escala colorimétrica
(paleta de cor) representa equilibradamente todos os componentes presentes. Para
avaliações qualitativas uma emissividade entre 0,8 e 0,9 produzirá bons resultados, bem
como para medições radiométricas em 7 – 14 µm à temperatura ambiente.
Evidentemente os demais fatores de velocidade do vento presente, distância, horário e
URA deverão ser ajustados e anotados no momento da Inspeção. A manutenção deve
incluir Inspeção Visual criteriosa nas superfícies das conexões, no caso de não serem
descobertos sinais de corrosão, e havendo apenas oxidação, ou parafusos com torque
incorreto, deverá ser procedida a limpeza cuidadosa, instalação de novos parafusos a
prova de oxidação se for o caso, e reaperto com torquímetro. No caso de corrosão, deverá
ser avaliado se é possível a recuperação das peças envolvidas. Na impossibilidade, resta
apenas a substituição do Disjuntor, ainda que temporariamente. Software: ThermoCom
IRAnalyzer. Câmera: ThermoCom V384S. Lente 22°
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.54 Este Termograma foi confeccionado utilizando a ferramenta de panorama ou mosaica
fornecida pelo fabricante. Como os três Termogramas originais foram obtidos a mão livre,
sem o uso de um tripé nivelado, é possível observar uma distorção em curva para a
esquerda. O foco óptico, apesar de aceitável, deveria ter sido corrigido para cada
Termograma separadamente. A escala colorimétrica está ajustada para demonstrar a
uniformidade da distribuição térmica. Software: FLIR Reporter 9.0. Câmera: FLIR SC‐660,
Lente 24°.
Anotações:
Recomendações de Intervenção:
3.10 TRANSFORMADORES
disjuntores de Média Tensão e acima que
apresentem não homogeneidades térmicas
deverão sofrer reparo conforme o problema
indicado. Se a anomalia ou defeito detec‐
tado estiver localizado em uma das cone‐
xões, os procedimentos deverão ser os mes‐
mos aplicados a qualquer conexão defeitu‐
osa: o desmonte, a Inspeção Visual, o reparo,
se necessário, ou a substituição e o reaperto
com torquímetro. A descrição desses proce‐
dimentos pode ser encontrada na análise
dos TC’s. No caso de ser observada corrosão
nas partes fixas das barras de entrada ou sa‐
ída dos disjuntores, pode ser necessário re‐
posicionar o novo conector e fixá‐lo na face Figura 3.55 – Transformadores
Anotações:
Anotações:
Exemplos:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.57 Mosaico de imagens térmicas centrado no terciário de um transformador de grande
porte. O foco nas buchas faz com que os demais componentes fiquem fora de foco devido
à pequena profundidade de campo da câmera. O enquadramento está correto apesar de
deixar de fora as conexões de duas buchas do primário A amplitude térmica de quase
90 °C poderia ser menor, mas não apresentaria os demais componentes do trafo devido
à baixa temperatura (em torno de 10 °C). Software: FLIR Imagem Builder, FLIR
ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐2000, Lente 24°.
Anotações:
Figura 3.58 – Trafo 230kV: perfil térmico nos radiadores e anomalia na bucha direita.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura O Termograma da esquerda apresenta enquadramento correto, amplitude térmica correta
3.58
e boa distribuição da escala colorimétrica. Como se trata de um transformador de grande
porte, o Termograma foi obtido com a lente normal de 24° a partir de uma distância de 14m.
Além disso, o ângulo de visada foi escolhido para conter todos os radiadores na mesma
imagem. Já o Termograma da direita apresenta uma anomalia na bucha secundária do
mesmo trafo. Neste caso, o ajuste da amplitude térmica e a escala colorimétrica foram
críticos para a discriminação da anomalia. Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002.
Câmera: FLIR SC‐2000.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.59 O Termograma da esquerda enquadra corretamente o secundário do transformador
embora o foco óptico pudesse ser um pouco melhor. O foco térmico nos TC’s de bucha
despreza as cabeças das buchas na escala colorimétrica. No Termograma da direita, o foco
poderia também ser um pouco melhor apesar de ter sido utilizada uma grande angular
de 45°. No entanto, devido às grandes dimensões deste objeto de interesse, é uma
imprecisão aceitável. O enquadramento está correto, bem com a amplitude térmica.
Software: Esq.: ThermoCom IRAnalyzer. Câmera: Dir: ThermoCom V384S, Lente 22°, Esq:
ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente 45°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.60 Este primário de transformador está bem enquadrado e o foco está ajustado o suficiente
para uma avaliação correta. A faixa e a amplitude térmica estão também corretas,
fornecendo uma visão proporcional do transformador e da anomalia. Se a resolução
espacial de medida for adequada, é possível uma medição correta da temperatura
utilizando uma emissividade de 0,8 a 0,9. Esses valores também podem ser utilizados para
medições radiométricas em 7 – 14 µm à temperatura ambiente. Isso é possível porque os
conectores apresentam‐se visualmente bem oxidados. Os demais parâmetros de
distância, velocidade do vento, temperatura ambiente, URA e, se necessário, temperatura
refletida, devem ser anotados para avaliação posterior. Para a obtenção deste
Termograma, foi utilizada a lente normal da câmera 22°/35 mm a uma distância de 7m
aproximadamente. Software: ThermoCom IRAnalyzer. Câmera: ThermoCom V384S.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.61 Os Termogramas apresentam a importância da utilização de uma óptica correta no
diagnóstico e prognóstico de maus contatos em buchas de transformadores de potência.
Todas as imagens estão bem enquadradas, as amplitudes térmicas estão corretas e as
escalas colorimétricas estão bem ajustadas. As diferenças nas leituras entre as diferentes
imagens decorrem, em primeiro lugar, da resolução espacial que, na imagem superior, é
resultado da utilização de uma lente grande angular (45°). A imagem do meio utiliza uma
lente normal (24°) e a inferior utiliza uma lente teleobjetiva (12°). Pode‐se observar
também que há uma pequena influência das diferentes profundidades de campo em cada
imagem. Apesar da diferença entre temperaturas não ser muito grande, deve ser
observado ainda que quando a lente de 24° foi utilizada, foram registradas as maiores
FIGURA COMENTÁRIOS
temperaturas. Isso se deve a que, no caso da última imagem, com a teleobjetiva, havia
vento de maior intensidade que quando da imagem do meio. Lamentavelmente a
velocidade do vento não foi registrada, prejudicando, assim, a avaliação da gravidade das
anomalias. De qualquer maneira, em casos estrategicamente importantes como um
transformador elevador de 230 kV, e que está em série com a transmissão de grandes
blocos de potência, é necessário acompanhar o comportamento térmico das anomalias
por algum tempo para se estar certo de que não há variações significativas nas imagens
obtidas, tanto por resfriamento por vento como por variações na carga instantânea. Este
tempo pode variar de minutos à horas. Devido à grande potência disponível, a avaliação
do estado das conexões deve ser efetuada com cuidado redobrado. A primeira medida
deve ser a medição da resistência de contato, com um microhmímetro, entre os cabos e
o varão que sustenta o conector. Esses valores deverão ser anotados para comparação
com a mesma medição efetuada após a intervenção. Desmonte, Inspeção Visual em busca
de sinais de corrosão e, em caso negativo, limpeza e reaperto com torquímetro são as
providências básicas. Após o fechamento da conexão, deve ser efetuada nova medição
da resistência de contato, nas mesmas condições e posicionamento da medição anterior,
para confirmação da eficiência do procedimento adotado. Caso haja sinais de corrosão, a
situação pode se complicar se o varão for atingido de forma significativa. A providência
correta, nesta situação, é a retirada para retífica de superfície. Como este é um
procedimento que pode ser demorado, alternativamente é possível efetuar medições
diárias para acompanhar o desenvolvimento ou não da anomalia. Caso as conexões
afetadas iniciem um processo ascendente de aquecimento, deve ser avaliado pela
Gerência responsável a parada imediata do transformador para manutenção. Para
medições radiométricas em 7 – 14 µm ou 3 – 5 µm e à temperatura ambiente, a
emissividade destes conectores pode variar entre 0,7 a 0,9 dependendo do acúmulo de
poluentes e oxidação das superfícies. Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002.
Câmeras: FLIR SC‐2000. Lentes 12°, 24° e 45°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.62 Ambos os Termogramas servem a propósitos de referência qualitativa, um com anomalia
térmica e outro não. Estão bem enquadrados, as amplitudes térmicas estão corretas e a
escala colorimétrica está bem ajustada. A anomalia do Termograma da esquerda exige
que a tampa do secundário seja aberta, dentro de condições de segurança controladas,
para averiguação do estado interno. A partir da constatação do problema, possivelmente
um mau contato grave, é que poderão ser definidas as providências de intervenção.
Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002 e ThermoCom IRAnalyzer. Câmeras: FLIR
PM695 e ThermoCom V384S. Lentes 24° e 22°.
Anotações:
Figura 3.63 – Trafos 69 e 230 kV com anomalia TC bucha e resfriamento em Trafo 138 kV.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.63 O Termograma superior da esquerda é um mosaico de quatro imagens térmicas básicas.
Está bem enquadrado e bem focalizado. A amplitude térmica está correta e a escala
colorimétrica também. Para obtê‐lo foi necessário subir em uma pequena plataforma,
como se pode observar pelo ângulo de visada. A lente utilizada foi 12°. O Termograma da
direita apresenta um enquadramento correto, mas está um pouco fora de foco. O ajuste
da amplitude térmica permite observar o gradiente de temperaturas nos radiadores
MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS 215
CAPÍTULO III – HARDWARE E FAIXA ESPECTRAL
FIGURA COMENTÁRIOS
causado pela ação da refrigeração natural pelo vento. Uma anomalia em um TC de bucha
em um transformador é suficientemente séria para gerar o seu desligamento para
averiguação do estado interno. As possibilidades vão desde baixo nível de óleo (pouco
provável), mau contato no varão do primário e curto entre espiras nas bobinas do TC. O
mesmo pode ser dito do TC de bucha Transformador em 230 kV (imagem inferior) com o
detalhe que, neste caso, o aquecimento ainda não se espalhou por todo o tanque do TC.
Há ainda o fator de que a anomalia está concentrada em uma área limitada da base. Deve
ser notado ainda que os dois TC’s das Fases do Meio e Direita apresentam distribuições
térmicas semelhantes e mais aquecidas, se comparadas com o TC da Fase Esquerda. Em
ambos os casos, e devido ao impacto que uma falha nestes locais pode causar, tanto no
transformador como no sistema elétrico, é necessário o acompanhamento Termográfico
frequente destas anomalias até que seja possível um desligamento e abertura dos TC’s
para verificação de estado interno. Junto com esta Inspeção devem ser efetuados testes
elétricos como TTR, relutância do entreferro e Megger, além da verificação do
posicionamento interno. Para leituras de temperatura, um valor médio entre 0,85 a 0,94
para tintas a óleo pode ser utilizado tanto para avaliações qualitativas como quantitativas.
Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐2000
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.64 Banco de transformadores monofásicos em saída elevatória de usina e banco de
transformadores em SE 500 kV. O enquadramento e o foco dos transformadores da usina
estão corretos. O ajuste de amplitude térmica e a distribuição colorimétrica evidenciam
a assimetria de temperaturas que, em um banco em que as três correntes devem ser
iguais, deve ter sua causa investigada. Já o Termograma da SE 500kV, apresenta‐se
ligeiramente fora de foco, prejudicando a leitura de temperaturas, principalmente à
distância de onde foi obtido (> 25 m). A visada em diagonal serviu para poder enquadrar
os três trafos em uma única imagem, mas, nestas condições, apenas avaliações
qualitativas podem ser efetuadas para efeitos comparativos. De qualquer maneira, e no
Termograma superior, um transformador monofásico de potência em um banco trifásico
com 5 °C de diferença tem de ter a causa desse desequilíbrio investigada. Pode ser desde
uma diferença em PU da impedância do transformador com circulação de corrente entre
os trafos, problemas na refrigeração, forçada ou não, harmônicos e até mesmo um mau
contato interno. A programação de desligamento e definição de quais testes deverão ser
efetuados, deve ser definida pela Gerência responsável. Software: ThermaCAM Reporter
PRO 2002. Câmera: FLIR P‐640 com lente 12° e SC‐660 com lente 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.65 O transformador deste Termograma está bem enquadrado com relação ao objeto de
interesse, que são os radiadores, e adequado para uma análise qualitativa embora um
pouco fora de foco. A escala colorimétrica (paleta de cor) utilizada permite uma visão
equilibrada de todos os componentes, evidenciando a anomalia “fria” pela falta de
circulação de óleo pelo radiador frontal. Caso existente, o resfriamento pelo vento deve
ser anotado. A intervenção de manutenção deverá ser simplesmente, em um primeiro
momento, permitir o fluxo de óleo no radiador caso haja um registro individual para cada
radiador. Em caso negativo, será necessário desligar o transformador para verificar a causa
da obstrução do fluxo de óleo. Se não houver informação de quanto tempo a circulação
de óleo está interrompida, é indicado efetuar um teste completo no óleo, análise físico‐
química e cromatográfica para confirmar o bom estado. Para uma avaliação quantitativa,
será necessário melhorar o foco e utilizar uma emissividade compatível com a tinta
utilizada. Normalmente valores de ε = 0,9 para medições radiométricas em 7 – 14 µm à
temperatura ambiente, fornecem resultados razoáveis. Software: ThermaCAM Reporter
PRO 2002. Câmera: FLIR P‐640
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.66 Os radiadores deste transformador estão bem enquadrados e adequados para uma
análise qualitativa. A escala colorimétrica (paleta de cor) utilizada, permite uma visão
equilibrada de todos os componentes, evidenciando a dificuldade em determinar qual a
temperatura a ser medida como efetiva no radiador ou a temperatura do óleo. A radiação
solar aquece os radiadores, incluindo a parte na sombra afetando a temperatura do óleo,
mas já resfriado em relação à entrada no radiador. No contexto apresentado nesse
Termograma, a temperatura R4 é a mais próxima da temperatura do óleo do
transformador, apesar de incorporar o aquecimento gerado pela radiação solar. Cada
área R onde foi medida a temperatura tem uma característica diferente: R1: abaixo da
entrada do óleo e sujeita a radiação solar, R2: sob sombra, mas muito abaixo da entrada
do óleo no radiador, R3: lateral superior à entrada de óleo, mas igualmente afetada pela
radiação solar, R4: metade inferior do tubo de alimentação do radiador mais aquecida
que a metade superior e acumulando o efeito da radiação solar, R5: face do radiador
diretamente sob efeito da radiação solar, R6: região afetada pela radiação solar, mas
abaixo da metade do radiador. Para uma medida efetiva seria necessário aguardar o pôr
do sol ou buscar uma área próxima ao topo do tanque e que não estivesse sob influência
direta da radiação solar. Esta decisão tem de ser tomada em campo pelo Inspetor no
momento da Inspeção. Para uma avaliação quantitativa, será necessário utilizar uma
emissividade compatível com a tinta utilizada. Normalmente valores de ε = 0,9 para
medições radiométricas em 7 – 14 µm à temperatura ambiente, fornecem resultados
razoáveis desde que isentos de radiação externa incidindo sobre o objeto de interesse
como o Sol. Software: ThermoCom IRAnalayzer. Câmera: ThermoCom V384S
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.67 O Termograma apresenta um componente geralmente desprezado nas Inspeções em
transformadores de grande porte. A Válvula de Alívio de Sobre Pressão é um dispositivo
para atuação em situações emergenciais. Sempre que ocorrer uma anomalia interna com
produção intensa de gases em um transformador, o diafragma desta válvula deverá
romper e purgar tanto gases como óleo. Este evento deve ocorre antes que seja atingida
uma pressão crítica que comprometa o tanque e demais componentes internos e de
interface do transformador. Assim, além do diafragma ser calibrado para cada
transformador, o óleo do transformador deverá estar em contato direto. Isso porque, e
como mostra o Termograma, se houver um espaço não preenchido, quando houver uma
ocorrência interna, antes do rompimento do diafragma, ocorrerá a compressão do gás
acumulado no tubo. Essa diferença de tempo geralmente é catastrófica. O ângulo em que
este Termograma foi capturado é eficiente para demonstrar que há um espaço vago no
tubo de alívio, mas compromete a visão em perspectiva sugerindo que a Válvula fique
acima do tanque de expansão. O posicionamento correto da válvula é direcionado para
onde o eventual jato de gás e óleo não seja direcionado às buchas e, sempre, abaixo do
nível de óleo no tanque de expansão. Esse posicionamento é proposital para que seja
possível a sangria do ar ou gás aprisionado junto à válvula, por ocasião do enchimento do
tanque. Quando da ocorrência de uma atuação, o jato deve ser direcionado em direção
oposta a qualquer componente que possa ainda permanecer energizado. Alguns modelos
de válvula de alívio permitem a retirada de gás para análises cromatográficas. A solução,
neste caso, é a sangria do gás ou ar acumulado no tubo. No caso do Termograma em
discussão, mesmo que o tanque de expansão estivesse sem óleo. Vale observar ainda que,
mesmo que o tanque de expansão esteja vazio, o óleo deve atingir o diafragma da válvula.
Caso o tanque de expansão esteja vazio e o tubo da válvula tenha registro de ter sido
sangrado corretamente, a distribuição térmica apresentada no Termograma deverá ser
interpretada como indicando a entrada de ar atmosférico, prejudicando a estanqueidade
do transformador e contaminando o óleo isolante. A solução neste caso é óbvia. Software:
ThermoCom IRAnalyzer. Câmera: ThermoCom V384S. Lente 22°.
Anotações:
3.10.1 ESTUDO DE CASO 2: Defeito Interno competente. Nesse caso, poderá ser verifi‐
em Trafo 34,5 kV cado que a assimetria da distribuição tér‐
mica normal esperada para esse transforma‐
Uma das limitações da Termografia dor, revela o defeito interno. Esse caso espe‐
é que ela é praticamente incapaz de “enxer‐ cífico vinha sendo controlado pelo menos há
gar” através da grande maioria dos objetos cinco anos até que o Delta T em relação à
sólidos ou líquidos, com a exceção de alguns temperatura ambiente subitamente aumen‐
cristais e filmes plásticos. No entanto, nem tou, sem respaldo de aumento de carga no
sempre essa característica limita a Termo‐ transformador. As temperaturas registradas
grafia quando executada por um Inspetor nos últimos três anos eram:
DATA Δ T Fase VM
04/03/2009 58 °C
10/02/2010 52 °C
21/03/2011 61 °C
10/10/2011 55 °C
10/04/2012 78 °C
Obs.: Δ T (Delta T) refere‐se à sobre‐elevação de temperatura em relação à temperatura ambiente.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.68 Termograma fora de foco, mas bem enquadrado. Equilibrado na escala colorimétrica
pode ser utilizado para avaliações qualitativas. Leituras quantitativas de temperatura
poderão apresentar erros mais ou menos significativos devido ao erro de foco. Software:
FLIR QuickReport 1.2. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Como o Inspetor detectou o au‐ gura foi instalada apoiada na Casa de Co‐
mento do Delta “T” significativo em um mando para permitir um Termograma da
transformador que já era de seu conheci‐ tampa do trafo. As imagens térmicas (Figura
mento, uma escada em ângulo e posição se‐ 3.69) apresentam o que foi encontrado:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.69 Este Termograma enquadra corretamente o objeto de interesse, que é a tampa do
transformador e as três buchas do secundário. Os ajustes de amplitude térmica e nível
também estão adequados. A escala colorimétrica (paleta de cores) está ajustada
corretamente para destacar a anomalia em questão. Observar que a base da bucha da
direita encontra‐se no foco óptico correto e que as conexões do barramento em 90° estão
desfocadas. Isso ocorre devido à pequena profundidade de campo da lente utilizada.
Apesar de o ponto mais aquecido na imagem ser a conexão da bucha, a anomalia está na
mancha térmica na tampa. A sua forma irregular identifica uma anomalia interna,
conforme detalhado no Estudo de Caso. A medição de temperatura é possível devido à
emissividade da tampa ser conhecida (tinta a óleo) e em torno de 0,9. No entanto, neste
caso, o diagnóstico é predominantemente qualitativo, uma vez que a assimetria
produzida revela o comportamento interno das conexões. A medição de temperatura
seria uma informação a mais, mas não elevaria o grau de urgência no atendimento deste
transformador. Software: FLIR QuickReport 1.2. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.70 Mudando o ângulo de visada para a mesma anomalia da Figura 3.69, este Termograma
enquadra corretamente o objeto de interesse, que é a tampa do transformador e as três
buchas do secundário. O ajuste de amplitude térmica satura a imagem na conexão da
bucha direita para dar destaque à anomalia interna ao tanque do transformador. A escala
colorimétrica (paleta de cores) está ajustada corretamente para destacar a anomalia em
questão embora não a coloque no valor máximo. Observar que a base da bucha da direita
encontra‐se no foco óptico correto e que as demais estão desfocadas devido à pequena
profundidade de campo da lente utilizada. O mesmo acontece com conexões do
barramento em 90° que estão mais próximas da câmera. A medição radiométricas de
temperatura foi efetuada, na faixa de 7 – 14 µm à temperatura ambiente, utilizando uma
emissividade de 0,85, um valor intermediário entre a tinta a óleo e o metal oxidado da
conexão. Software: FLIR Researcher 3.5 Câmera: FLIR SC‐2000 Lente 24°
Anotações:
comutador interno, devem também ser rea‐ grande porte devem se comportar termica‐
lizados e arquivados. As buchas, sejam elas mente, apenas as anomalias mais evidentes
capacitivas, a óleo, secas ou de que modelo poderão ser detectadas.
for, com ou sem TC, devem também ser re‐ Recomendações de Intervenção:
gistradas. transformadores de Média, Alta e Extra Alta
Para‐raios, quando instalados próxi‐ Tensão são os componentes mais críticos de
mos ao corpo do transformador, devem ter qualquer subestação. São equipamentos
sua assinatura térmica registrada por oca‐ compostos de diversas partes, cada uma
sião da energização. No caso do cabo de neu‐ com um desempenho térmico específico.
tro apresentar algum sinal de aquecimento, Conexões, buchas primárias, secundárias e
deve ser medida a corrente passante por ele terciárias, transformadores de proteção e
e a causa investigada, seja ela desequilíbrio medição nas buchas, aterramento, aletas de
entre Fases ou fuga em algum outro compo‐ refrigeração e comutadores de TAP são al‐
nente para a Terra. Como normalmente é guns dos itens que podem ser inspecionados
um cabo de cobre nu, deve‐se ficar atento e monitorados. Cada qual, quando apresen‐
para evitar reflexos. Válvulas de alívio de so‐ tar uma anomalia térmica, deverá ser verifi‐
brepressão e tanque de expansão podem re‐ cado de acordo com suas características
velar se foi feita a sangria adequada no pre‐ construtivas e recomendações do seu fabri‐
enchimento do transformador ou não. cante. Buchas poderão ter de ser desmonta‐
Os radiadores devem ser registra‐ das para verificação do estado interno. Caso
dos, pois o fluxo de óleo pode ser alterado o defeito seja em suas conexões primárias,
em função de problemas internos, borras, secundárias ou terciárias, os procedimentos
estopas ou de manobra dos registros. Pai‐ padrão para manutenção de superfícies de
conectores deverão ser aplicados. Conforme
néis auxiliares que fornecem informações
o estado encontrado, poderá ser necessária
para salas de comando ou monitoramento
a remoção da bucha para tratamento de su‐
remoto também devem ser inspecionados,
perfície em oficina especializada. O mesmo
tomando‐se o cuidado de desligar previa‐
se aplica a TCs de bucha que, quando apre‐
mente eventuais resistores de aquecimento.
sentam anomalia térmica, pode ser causada
Não só aquecimentos podem revelar proble‐
por fatores diferentes como obstrução na
mas, mas também zonas mais frias que de‐
circulação de óleo (Figura 3.65) ou proble‐
veriam se apresentar aquecidas podem re‐
velar irregularidades a serem pesquisadas. mas elétricos no enrolamento. Nesses casos,
a desmontagem para verificações e Inspeção
Alguns casos mais específicos pode‐ Visual cuidadosa podem ser obrigatórias.
rão ser verificados em transformadores de Mais testes elétricos podem ser necessários,
tensões menores nas seções a seguir, mas como isolamento e relação de transforma‐
deve‐se considerar que eventualmente po‐ ção para assegurar o bom estado do compo‐
derão se apresentar também em equipa‐ nente.
mentos de porte maior. Sem o conheci‐
Anomalias térmicas em aletas refri‐
mento prévio de como transformadores de
geradoras ou radiadores podem ter algumas
causas óbvias como um simples registro fe‐ 3.11 MUFLAS DE ALTA TENSÃO ISOLADAS
chado ou semiaberto. Quando esse não for o A ÓLEO – CABOS ISOLADOS A ÓLEO
caso, pode estar havendo alguma obstrução
interna, o que implicará em uma desmonta‐
gem para verificação. Deve ser sempre ob‐
servada a direção do vento e sua intensi‐
dade, já que a imagem térmica analisada de‐
verá ser compatível com a refrigeração e à
direção do vento no momento da Inspeção.
A ventilação forçada, por sua vez, deve sem‐
pre ser confirmada ou não, antes da emissão
de qualquer diagnóstico.
As paredes laterais dos trafos po‐
dem apresentar assinaturas térmicas irregu‐
lares e assimétricas e, salvo sobreaqueci‐
mentos obviamente impossíveis, apenas o
acompanhamento contínuo, sob condições Figura 3.72 – Muflas a óleo
controladas, poderá indicar algum tipo de
anomalia interna. Via de regra, a anomalia Descrição Técnica: muflas são terminações
detectada irá indicar a necessidade de desli‐ de cabos de alta tensão que tem por objetivo
gamento para abertura ou execução de ou‐ preservar a integridade do isolamento do
tros testes como rigidez do óleo, análise cro‐ cabo nas suas terminações devido ao corte
matográfica ou ensaios elétricos. abrupto de tensões contra a Terra. Em ten‐
Com exceção da coleta de óleo e sões mais altas, a partir de 35,5 kV, ainda se
outros poucos ensaios, qualquer interven‐ utilizam cabos isolados a óleo e, consequen‐
ção em um transformador implicará em um temente, muflas idem.
desligamento, com consequências às vezes Descrição Térmica: dependendo das neces‐
complexas em termos de remanejamento de sidades do projeto ou instalação, ainda são
cargas e custos. Isso implica em que os diag‐ utilizados cabos isolados a óleo para a inter‐
nósticos por Termografia deverão ser sem‐ ligação entre subestações ou outras cargas.
pre bem fundamentados. De qualquer maneira, não são esperadas dis‐
tribuições térmicas ou outras assimetrias in‐
compatíveis com as cargas passantes. Os
pontos mais vulneráveis a aquecimentos são
as conexões externas, os aterramentos e,
eventualmente aquecimentos na superfície
do cabo onde haja baixo isolamento e cor‐
rentes de fuga para a blindagem.
Exemplos:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.73 Termograma bem enquadrado, no foco e com amplitude térmica adequada. As muflas
não apresentam nenhum sinal de anomalia nas condições de carga e atmosféricas em que
foi feita a Inspeção, em novembro de 2014. A medição radiométrica de temperatura foi
efetuada, na faixa de 7 – 14 µm à temperatura ambiente de 19 °C, utilizando uma
emissividade de 0,90, valor típico para porcelanas cinza. Software: FLIR Researcher 2.10
Câmera: FLIR SC‐660 Lente 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.74 Termograma suficientemente enquadrado para apresentar a anomalia na conexão da
Fase do Meio. Focalizado corretamente e com amplitude térmica adequada. As muflas
das Fases do meio e direita apresentam pequenos sobreaquecimentos, sendo que, desde
a última Inspeção, em novembro de 2014 até a presente, em abril de 2015, a carga
permaneceu a mesma. Apesar de no máximo apresentarem +3 °C de diferença entre si, e
temperatura ambiente de 23 °C, é possível concluir que há algo ocorrendo nas superfícies
de contato e que, mais cedo ou mais tarde, será necessária uma intervenção para
Inspeção Visual e eventual manutenção. A medição radiométrica de temperatura foi
efetuada, na faixa de 7 – 14 µm à temperatura ambiente de 19 °C, utilizando uma
FIGURA COMENTÁRIOS
emissividade de 0,85, valor típico para conexões com frestas. Software: FLIR Researcher
2.10 Câmera: FLIR SC‐2000, Lente 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.75 Da mesma forma que a Figura 3.74, Termograma suficientemente enquadrado para
apresentar a anomalia na conexão da Fase do Meio. Focalização correta e amplitude
térmica adequada. Sabendo que a Temperatura Ambiente era de 20 °C, deve ser
observado que após seis meses da medição anterior, e sem nenhuma intervenção de
manutenção, dois eventos significativos ocorreram: 1) A temperatura aparente da
conexão da Fase do Meio aumentou de 27,9 °C para 43,2 °C, um acréscimo no Delta em
relação à Temperatura Ambiente de 4,9 °C para 23,2 °C; 2) A conexão da mufla da Fase
Direita reduziu o Delta em relação à Temperatura Ambiente de 4,0 °C para 1,9 °C. Embora
o evento de acréscimo do Delta T da Fase do Meio parecer mais crítico, a redução do Delta
T da Fase da Direita é igualmente preocupante. Apesar de a temperatura aparente ser
baixa e muito próxima da temperatura ambiente, a redução significa que houve uma
solda interna na conexão com o pino da mufla (Ver Item 3.1.2, Estudo de Caso 1:
Rompimento de Cabo 69 kV em Pórtico). Essa solda primitiva, ou derretimento interno,
sempre vem acompanhado de uma redução de torque aplicado nos parafusos, o que leva
à instalação do Ciclo de Falha já apresentado. A conexão da Fase do Meio apresenta
também um deslocamento do ponto mais quente do pino da mufla para um parafuso da
conexão. A recomendação de intervenção é manutenção no mais breve espaço de tempo
possível devido à potência disponível para aquecimento neste ponto e ao
desconhecimento de como a conexão está se comportando. Na impossibilidade de
manutenção, é altamente recomendável um acompanhamento no mínimo diário para
coletar informações que permitam uma decisão estratégica fundamentada. Para
medições radiométricas de temperatura, na faixa de 3 – 5 µm ou 7 – 14 µm, pode‐se
utilizar uma emissividade de 0,85, valor típico para conexões com frestas. Software: FLIR
Researcher 2.10 Câmera: FLIR SC‐2000, Lente 24°
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.76 Da mesma forma que a Figura 3.74, Termograma suficientemente enquadrado para
apresentar a anomalia na conexão da Fase do Meio. Focalização correta e amplitude
térmica adequada. A Mufla da Fase do Meio foi submetida à manutenção e, 15 dias após
a Termografia, foi refeita para fins de verificação do resultado obtido. A Temperatura
Ambiente no dia desta última Inspeção era de 28 °C e o resultado da intervenção pode
ser observado no Delta em relação à Temperatura Ambiente que era de 23,2 °C e passou
para 6,9 °C. No entanto, a assimetria original entre as três Fases permanece, o que indica
que o acompanhamento deve ser mantido de forma rigorosa e nova intervenção de
manutenção ser planejada, mas dessa vez de forma mais cuidadosa e estudada. Para
medições radiométricas de temperatura, na faixa de 3 – 5 µm ou 7 – 14 µm, pode‐se
utilizar uma emissividade de 0,85, valor típico para conexões com frestas. Software: FLIR
Researcher 2.10 Câmera: FLIR SC‐2000, Lente 24°.
Análise de Consistência: cada caso Sempre que detectados devem ser acompa‐
deve ser analisado separadamente levando nhados, a fim de fornecerem dados à Gerên‐
em consideração as características de carga, cia responsável para uma decisão que con‐
local de instalação (se sujeito a ventos exter‐ temple tanto o lado estratégico como o tér‐
nos, ventilação natural ou forçada) modelo e mico.
constituição interna da mufla, localização e Recomendações de Intervenção:
intensidade da anomalia. Desvios na distri‐ cabos Isolados, uma vez que apresentem
buição térmica esperada, sem justificativa anomalias térmicas compatíveis e indicativas
técnica compatível devem ser estudados cui‐ de baixo isolamento, quebras internas, cur‐
dadosamente, sempre levando em conside‐ tos‐circuitos internos entre Fases, ou baixa
ração que as cargas conectadas por cabos qualidade do cobre, devem ter a sua relação
isolados a óleo normalmente são de grande custo X benefício analisada para verificar a
importância no processo industrial. Peque‐ necessidade da aplicação de mais testes elé‐
nos Deltas de Temperatura em relação à tricos como Megger, perda wattada, fator de
Temperatura não devem ser desprezados potência, resistência ôhmica, capacitância
devido à imprevisibilidade de sua evolução.
MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS 229
CAPÍTULO III – HARDWARE E FAIXA ESPECTRAL
ou mesmo tensão aplicada. É importante ser extremamente útil. Basta conectar entre
lembrar que o teste de tensão aplicada pode si todas as Fases em uma das pontas do cabo
ser destrutivo. Uma vez confirmado o diag‐ e na outra, se necessário, uma carga resis‐
nóstico e localizado o local da falha, caso seja tiva. Quando a falha for contra a blindagem
viável, o trecho adjacente ao defeito poderá do cabo, as conexões podem ser feitas entre
ser cortado e substituído por uma emenda as Fases e as blindagens. Após isso, basta ali‐
termocontrátil adequada ao nível de tensão mentar o circuito resultante com um TC e ir
do cabo. Após o reparo é recomendável uma aumentando gradualmente a corrente. Con‐
nova Termografia sob carga para confirmar a vém utilizar um amperímetro para não pre‐
eficiência do procedimento. judicar a parte em bom estado do cabo. A
partir de uma determinada corrente, em ge‐
Para a localização de um curto cir‐
ral baixa, surge um aquecimento em uma re‐
cuito interno, principalmente em cabos trifá‐
gião do cabo onde está situada a falha.
sicos de média tensão, a Termografia pode
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.78 O Termograma da esquerda apresenta uma visada geral de um Banco de Capacitores de
13.8 kV. A focalização está correta, bem como o enquadramento. Tanto a escala
colorimétrica como o nível térmico estão adequados para apresentar um equipamento
sem anomalias. Já o Termograma da direita apresenta uma imagem em preto e branco
com a função isoterma superior para destacar a anomalia. No entanto, o enquadramento
está confuso, não deixando clara e inequívoca a posição do capacitor com mau contato.
É necessário observar o Termograma com atenção para localizar qual capacitor apresenta
o aquecimento entre outros similares. Uma descrição exata e numerada pode evitar essa
dificuldade e, eventualmente uma segunda imagem térmica mais afastada ou com uma
grande‐angular. A intervenção de manutenção deve incluir Inspeção Visual criteriosa nas
MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS 231
CAPÍTULO III – HARDWARE E FAIXA ESPECTRAL
FIGURA COMENTÁRIOS
superfícies das conexões e barra. No caso de não serem descobertos sinais de corrosão,
e havendo apenas oxidação, ou parafusos com torque incorreto, deverá ser procedida a
limpeza cuidadosa, instalação de novos parafusos a prova de oxidação se for o caso, e
reaperto com torquímetro. No caso de corrosão, deverá ser avaliado se é possível a
recuperação das peças envolvidas (conectores e/ou barra). Na impossibilidade, resta
apenas a substituição do capacitor e eventual envio à oficina de manutenção autorizada.
Os ajustes de escala colorimétrica e nível térmico estão corretos para a anomalia
apresentada. Para leitura de temperatura uma emissividade entre 0,8 e 0,9 produzirá um
bom resultado. Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐2000
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.79 O Termograma está bem focado e o enquadramento é razoável. Isso se explica porque o
ângulo de visada é de baixo para cima e, em uma instalação com diversos capacitores em
paralelo, pode ser difícil visualizar uma anomalia no lado posterior do banco. Dependendo
da distância que o Inspetor possa se aproximar, pode ser necessário o uso de uma lente
teleobjetiva. Para o foco térmico, é necessário que a câmera possua o recurso de
apresentar temperaturas mais altas sem que o fundo da imagem seja anulado por estar
abaixo do limite mínimo da faixa térmica. Eventualmente esta ferramenta pode estar
disponível no Software para tratamento de imagens térmicas. Para a edição final deste
Termograma foram utilizados dois Softwares diferentes do mesmo fabricante: o primeiro
salvou duas imagens, uma com a faixa térmica e amplitude corretas e outro com a
visualização correta, mas com a faixa térmica incorreta, ambos no formato jpg. Após isso,
foi utilizado o segundo Software que permitia a fusão de imagens, resultando assim nesse
Termograma misto. Anomalias desse porte não são incomuns e frequentemente podem
resultar em corrosão das superfícies de contato. Neste caso específico, o desligamento
do banco tem de ser imediato e a manutenção incluir uma Inspeção Visual cuidadosa. Se
não for possível a recuperação, tanto a barra de conexão como o capacitor deverão ser
substituídos. Pode ser necessário testar o isolamento da bucha contra a carcaça para ver
se não foi afetada. Para conexões metálicas expostas às intempéries e oxidadas, e
considerando as frestas, uma emissividade de 0,75 a 0,85 será suficiente para uma boa
leitura de temperatura na faixa de 7 – 14 µm ou 3 – 5 µm e à temperatura ambiente.
Software: ThermaCAM Researcher Pro 2.10, Reporter 9.0. Câmera: FLIR AGEMA 550,
Lente: 10°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.80 Este Termograma está bem enquadrado e bem focado, apresentando o componente
anômalo e dois adjacentes. Anomalias internas deste tipo estão relacionadas a maus
contatos internos e podem eventualmente vir a colocar o óleo em ebulição causando a
explosão da chave a óleo. A solução é o desligamento do banco e a retirada da chave para
manutenção. Como chaves a óleo são componentes pintados com tinta a óleo, uma
emissividade de 0,9 será suficiente para uma boa leitura de temperatura na faixa de
3 – 5 µm ou 7 – 14 µm e à temperatura ambiente. Software: ThermaCAM Reporter PRO
2002. Câmera: FLIR SC‐2000, Lente 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.81 O Termograma destaca corretamente um capacitor com anomalia interna evidenciando,
inclusive, o aquecimento na base da bucha. Está bem focado e bem enquadrado. Não há
manutenção atualmente para este tipo de anomalia e a retirada do elemento anômalo é
recomendada com urgência antes que desenvolva um curto circuito interno e exploda. A
fim de avaliar a criticidade da intervenção, é interessante a medição de temperatura do
FIGURA COMENTÁRIOS
elemento para comparar com os adjacentes. Como são componentes pintados com tinta
a óleo, uma emissividade de 0,9 será suficiente para uma boa leitura de temperatura na
faixa de 3 – 5 µm ou 7 – 14 µm e à temperatura ambiente. Solução: substituição do
elemento. Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐2000, Lente: 12°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.83 O Termograma está corretamente enquadrado e o foco óptico está suficientemente
ajustado para permitir a identificação dos cinco elementos frontais do banco de baterias,
não pelas tampas dos cascos, mas sim pelas laterais. Apesar de a fila posterior ficar um
MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS 235
CAPÍTULO III – HARDWARE E FAIXA ESPECTRAL
pouco encoberta pela frontal, o que está apresentado é suficiente para avaliar as
anomalias, embora um pouco fora de foco. A escala colorimétrica está adequada e, para
leitura de temperaturas à temperatura ambiente, uma emissividade de 0,9 a 0,95 é
adequada por se tratar de um casco plástico. Defeitos internos como acúmulo de sais e
curto‐circuito entre placas podem evoluir de pequenos pontos de aquecimento até curtos
mais sérios que incluem desde a ebulição eletrólito até sua secagem e derretimento das
placas. Solução: substituição dos elementos comprometidos. Software: ThermaCAM
Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR AGEMA 550.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.84 O Termograma superiora à esquerda, apesar do enquadramento e foco óptico corretos,
apresenta uma escala colorimétrica mal aplicada, tornando difícil a visualização dos
detalhes e componentes dessa bateria. O mesmo Termograma, abaixo do anterior, mas
com uma escala colorimétrica ajustada para outro arranjo de cores (paleta) e os limites
superior e inferior modificados é mais inteligível. Nessa nova apresentação, os valores de
temperatura lidos continuam os mesmos, mas a apresentação visual para o cliente final
ficou muito mais amigável, apresentando mais detalhes. A anomalia sugere fortemente
um curto entre placas. Solução: substituição do elemento. Software: ThermaCAM
Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐2000.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.85 O Termograma em questão não está bem enquadrado, uma vez que apenas os cabos no
Termograma fornecem uma referência de que a foto na luz visível se refere à imagem
infravermelha. Na falta de espaço, para uma visada melhor, a solução seria utilizar uma
lente grande‐angular. Por outro lado, a escala colorimétrica e a paleta de cor estão bem
ajustadas. Um diagnóstico possível, neste caso, é a deposição de sais na base da bateria
levando a um curto entre placas. Solução: substituição do elemento. Para leituras de
temperatura, à temperatura ambiente na faixa de 7 – 14 µm, valores de emissividade
entre 0,9 e 0,95 fornecerão resultados compatíveis com um casco de plástico. Software:
ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐2000
Figura 3.86 – Elemento em banco de baterias com falha interna de pequena temperatura.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.86 Mesmo caso do Termograma anterior, a proximidade do objeto de interesse permite uma
melhor visualização da anomalia. Mas, por outro lado, perde‐se o contexto. A amplitude
térmica de apenas 3 °C demonstra o quanto o ajuste da câmera pelo técnico é crítico para
a localização da anomalia. Ajustes maiores farão com que essa distribuição térmica passe
despercebida, fazendo com que a bateria seja considerada normal ou aceitável. O técnico
deve ajustar tanto a amplitude térmica como o nível de cada imagem. O procedimento
simplificador de manter um ajuste único para toda uma Inspeção é altamente arriscado.
Cada situação que se afaste do ajuste anterior exige uma nova configuração da câmera.
Por outro lado, em algumas situações, a anomalia tem dimensões físicas tão pequenas,
Figura 3.87 – Conexão entre elementos em banco de baterias com mau contato.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.87 Termograma com enquadramento insuficiente, novamente devido à exiguidade de
espaço disponível. Nesta Inspeção específica, a lente de 45° não estava disponível. A única
referência posicional é a cabeça sextavada do parafuso na estrutura de suporte, ao lado
esquerdo do cabo preto de alimentação. O foco óptico, a amplitude térmica, o nível
térmico e a escala colorimétrica estão adequados. Há referências comparativas para a
leitura de temperaturas. Apesar de as barras de metal serem propícias à emissividades
baixas, pode‐se observar que a região mais aquecida da conexão é a área ao redor da
cabeça do parafuso aquecido. Visualmente esta área apresenta‐se aparentemente mais
limpa. No entanto, pode estar oxidada ou recoberta por substância de alta emissividade.
De qualquer maneira, a resolução óptica da câmera, a essa distância, permite que seja
utilizada uma emissividade alta, na ordem de 0,8 a 0,9, para leitura da temperatura na
fresta ou arruela entre o parafuso e a barra. Isso à temperatura ambiente e na faixa de
7 – 14 µm. Para efeitos comparativos, as demais arruelas ou frestas deverão ter suas
temperaturas lidas com a mesma emissividade, salvo erros grosseiros. Causa provável:
falta de torque e/ou oxidação e/ou corrosão na conexão. Solução: abertura para Inspeção
Visual cuidadosa e, na ausência de corrosão, limpeza e reaperto com torquímetro. No
caso da presença de corrosão, se necessário, substituição do elemento. Software:
ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐2000.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura É necessário que o banco de baterias ao ser inspecionado esteja em flutuação, sob carga
3.88
ou descarga, ou alimentando normalmente sua carga. Caso contrário, não haverá
possibilidade de detecção de nenhum tipo de anomalia ou de operação normal. Outro
fator ainda que prejudica as Inspeções é o Layout de montagem. No caso, é possível notar
que apenas as laterais do banco e as conexões entre elementos poderão ser
inspecionadas. Quando em projeto, deve ser previsto um espaçamento entre elementos,
de tal forma que a Termografia possa visualizar eventuais anomalias em seus corpos. No
caso de um banco, existem diversas emissividades de cabos, conexões, vasos em uma
mesma imagem. Assim, e para leituras de temperatura gerais como a do Termograma,
deve ser utilizada uma emissividade média mais baixa que a do elemento maior, mas mais
alta que os componentes em aço inox, por exemplo. Neste caso, foi atribuída a
emissividade de 0,7 para todo o banco, à temperatura ambiente e na faixa de 7 – 14 µm.
Software: FLIR ThermaCam Reporter 3000 PRO. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
Figura 3.89 – Cabos entre elementos em banco de baterias com mau contato.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Outros dois casos de enquadramento insuficiente devido à semelhança entre objetos de
3.89
interesse. No caso superior, a imagem na luz visível corrige essa indefinição
acrescentando, conforme indicação do Inspetor, uma seta indicativa. Já no caso inferior,
os elementos são numerados, o que resolve o problema de identificação. O foco óptico,
a amplitude térmica e o nível térmico estão adequados. No entanto, a escala
colorimétrica e a paleta de cor poderiam contemplar uma definição melhor dos
elementos adjacentes. Observar que no caso inferior a diferença de temperatura é na
ordem de +4 °C, o que implica em perícia do Inspetor em ajustar a câmera e não se deixar
enganar por reflexos. No primeiro caso, e como se trata de um cabo isolado entre os
terminais das baterias, a emissividade de 0,9 a 0,94 é adequada à temperatura ambiente
e na faixa de 7 – 14 µm. Já no caso inferior, a anilha do terminal inferior é também de
material plástico, o que permite o uso da mesma emissividade. No caso superior, caso
não haja propagação da anomalia para o interior do frasco, é possível apenas a
substituição do cabo com defeito. Já no caso inferior, a indicação é de que se trata de um
problema interno, devendo ser substituído o elemento. Software: IRAnalyzer Câmera:
ThermoCom V384S, Lente: 22°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 3.90 Termograma com enquadramento correto. O foco óptico, a amplitude térmica, o nível
térmico e a escala colorimétrica estão adequados. O elemento adjacente fornece
informações suficientes para diagnosticar a anomalia. O uso da isoterma destaca o
problema interno. A emissividade para leituras de temperatura é a de termoplásticos
injetados, na ordem de 0,90 a 0,95, para leitura da temperatura superficial. Solução:
substituição da bateria afetada. Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR
T‐300.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Neste Termograma, o foco óptico, a amplitude térmica, o nível térmico e a escala
3.91
colorimétrica estão adequados. O enquadramento para a parte superior do banco está
correto e há referências de temperatura para todas as leituras. Como a caixa é de
termoplástico injetado, emissividades na ordem de 0,90 a 0,95, são adequadas para
leitura da temperatura superficial à temperatura ambiente e na faixa de 7 – 14 µm. Não
é usual a presença de tantas anomalias em um banco único de baterias. Causa provável:
lote de baixa qualidade. Solução: substituição do conjunto. Software: ThermaCAM
Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR T‐300.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura O foco óptico, a amplitude térmica e o nível térmico estão adequados. No entanto, a
3.92
escala colorimétrica (paleta de cor) não dá o devido destaque às áreas adjacentes à
anomalia. Não fica fácil, portanto, identificar que apesar da oxidação visível, a anomalia é
interna e próxima à conexão. A escolha de uma paleta de cor mais adequada facilitaria a
identificação da origem do aquecimento. Como a caixa da bateria é de termoplástico
injetado, e à temperatura ambiente na faixa de 7 – 14 µm, emissividades na ordem de
0,90 a 0,95, são adequadas para leitura da temperatura superficial. Solução: retirada para
análise detalhada, uma vez que visualmente não é possível definir com clareza a origem
do aquecimento. Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR T‐300
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura A distribuição de temperaturas representada pela escala colorimétrica (paleta de cor)
3.93
identifica claramente a origem do aquecimento. No entanto, o enquadramento está
muito próximo e poderia ser um pouco mais afastado para permitir uma melhor
visualização do local da anomalia. A ponta do cabo superior da direita revela que já deve
ter havido outra anomalia anterior neste mesmo componente. O foco óptico e a
amplitude térmica estão adequados. Para leituras de temperatura a emissividade de 0,9
a 0,95, típica de termoplásticos, é adequada e fornecerá resultados compatíveis desde
que à temperatura ambiente na faixa de 7 – 14 µm. Solução: desmonte e corte da ponta
dos cabos. Se necessário, substituir o conector. Software: ThermoCom IRAnalyzer.
Câmera: ThermoCom V384S.
detectadas. Se a anomalia for interna ao a manutenção deve ser efetuada para fins de
vaso ou carcaça da bateria, o elemento deve comprovação da eficiência das medidas to‐
ser substituído. Caso o problema seja nas co‐ madas.
nexões, os procedimentos usuais de inter‐ Cuidados Adicionais: salvo condi‐
venção em conexões deverão ser aplicados. ções operacionais excepcionais, colocar um
Deve ser tomado cuidado ao dar manuten‐ banco de baterias alimentando sua carga
ção em eletrodos externos que poderão ser para fins de Inspeção é uma decisão mais es‐
de chumbo ou outro metal mais dúctil. É re‐ tratégica do que técnica. Operar uma planta
comendada uma nova Termografia após a sem o seu conjunto de baterias, ou colocá‐lo
manutenção das conexões, preferencial‐ para alimentar a carga de projeto, incorre
mente nas mesmas condições de carga, ou sempre riscos que devem ser avaliados cui‐
descarga, em que a anomalia foi detectada. dadosamente pela Gerência responsável e
Caso isso não seja possível, ao menos a me‐ autorizado antes da manobra.
dição de resistência de contato antes e após
Anotações:
Os ramais aéreos compreendem uma varie‐ Descrição Técnica: exceto em regiões desér‐
dade de opções. Normalmente são deriva‐ ticas, há água dissolvida na atmosfera em
ções de uma rede de distribuição, de linha quantidades variáveis e, eventualmente, sig‐
maior ou subestação, a partir da qual ali‐ nificativas. O vapor d’água é um fator impor‐
mentam mais cargas. A partir de uma subes‐ tante na atenuação da radiação infraverme‐
tação podem sair diversos ramais aéreos. Da lha emitida por qualquer componente que
mesma forma, a partir de uma linha princi‐ não esteja no vácuo. No entanto, apenas si‐
pal, podem derivar diversos ramais aéreos, tuações com alta umidade relativa do ar e
todos compostos em sua grande maioria de distância superiores a 10 metros, introdu‐
cabos, conexões, isoladores, aterramentos, zem reduções significativas na medição da
muflas, chaves de diversos tipos, para‐raios, temperatura.
muflas e assim por diante. Descrição Térmica: para análises qualitati‐
vas, a redução da temperatura medida pela
água dissolvida na atmosfera pode não ser
significativa, variando de caso a caso. O céu,
por sua vez, normalmente apresenta três
possibilidades quando se trata de tempera‐
tura: 1) Ou a temperatura está no fim de es‐
cala negativo – céu claro e sem nuvens –,
com temperaturas negativas de acordo com
a câmera utilizada, ‐20 ou ‐40 °C; 2) Ou apre‐
senta a temperatura das nuvens que pode
ou não ser próxima à temperatura ambiente;
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.3 Termogramas do mesmo local com diferença de alguns minutos. É possível observar que
a amplitude térmica teve de ser modificada para apresentar uma imagem equilibrada. A
interpretação de que as áreas mais aquecidas são reflexos de origem solar caberá ao
Inspetor. Casos concretos poderão apresentar dificuldades de identificação se não
houver possibilidade de mudança de visada. Em caso de impossibilidade, retornar em
outro horário. Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐2000.
Anotações:
Figura 4.5 – Linha Aérea e Exemplo de céu nublado com aquecimento solar na cruzeta.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS 249
CAPÍTULO IV – LINHAS DE DISTRIBUIÇÃO
Figura 4.5 Termogramas bem focados e com amplitudes térmicas corretas à finalidade que se
destinam. Observar que o Termograma da direita se apresenta ajustado para apresentar
o aquecimento solar residual na cruzeta. Já o Termograma da esquerda foi efetuado com
o céu nublado e uniforme. Emissividades à temperatura ambiente na faixa de 7 – 14 µm,
para madeira e conectores oxidados cobertos de poluente (pó aderido), podem se situar
entre 0,8 e 0,9. Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐2000.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.7 Diversas anomalias podem ser observadas neste Termograma e, nesse caso, os ajustes
de amplitude térmica e foco óptico são críticos. Há duas anomalias evidentes e uma
suspeita. Dois elos fusíveis estão claramente aquecidos e provavelmente os três são de
capacidades diferentes. A fuga de corrente pelo isolador da chave é facilmente
identificável. Mas a provável fuga de corrente pela ferragem de sustentação da cruzeta
poderia ser um reflexo. O procedimento de mudar o ângulo de visada é altamente
recomendável para eliminar essa possibilidade. De qualquer maneira, a anomalia térmica
causada por uma fuga de corrente é fortemente sugerida porque, além da fuga de
corrente pelo isolador da chave, com céu claro não há outro motivo para que uma ponta
FIGURA COMENTÁRIOS
de uma haste apareça aquecida e a outra, imediatamente ao lado, não apareça. Se fosse
um reflexo, ambas as pontas deveriam refletir já que estão no mesmo ângulo ou com
uma diferença muito pequena em relação à fonte emissora. Caso sejam necessárias
medições de temperatura, à temperatura ambiente na faixa de 7 – 14 µm, os cartuchos
dos elos fusíveis e o isolador de porcelana poderão utilizar a mesma emissividade, entre
0,8 e 0,9. Já a ponta da haste de sustentação em ferro galvanizado pode utilizar uma
emissividade de 0,6 supondo que haja oxidação e pó depositados sobre a haste. Para
leituras mais conservadoras, um valor de 0,4 pode ser utilizado, mas com o risco de
incorporar um erro significativo de leitura. Outra possibilidade é voltar à noite, repetir a
imagem e ver se a anomalia permanece. Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002.
Câmera: FLIR SC‐2000.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.8 A perícia do Inspetor na localização das anomalias neste Termograma é fundamental. Isso
porque nos locais tradicionais onde se encontram aquecimentos em postes, conexões e
contatos, não há nenhum. Por outro lado, a amplitude térmica utilizada neste
Termograma é de menos de 4 °C e isso permite a identificação de variações mínimas
causadas por fugas de corrente por baixo isolamento. Além da detecção dos
aquecimentos, a interpretação do Inspetor é que o fará registrar a imagem térmica ou
não. Se ele considerar que esses aquecimentos não são significativos, considerará o
objeto de interesse como normal ou aceitável e seguirá em frente com a Inspeção. Nesse
caso específico, deve ser observado que o parafuso de fixação da chave fusível da direita
na cruzeta implica na existência de uma corrente de fuga significativa pelo isolador. Mas
o isolador da chave se encontra relativamente “frio”! O mesmo fenômeno acontece com
a barra de fixação na chave da esquerda, e pelo mesmo motivo. Como a porcelana da
chave na Fase do Meio aparece flagrantemente comprometida, é de se supor que haja
correntes de fuga entre Fases e para a Terra simultaneamente. Por sua vez, e pela escala
colorimétrica, é possível estimar a diferença de temperaturas entre a cruzeta e a
porcelana da chave como sendo da ordem de 1,5 °C no máximo. Dada essa pequena
diferença, é que a perícia do Inspetor, ao ajustar a câmera e seus parâmetros, é
fundamental para a detecção deste tipo de anomalia. Os ajustes de emissividade para
leitura de temperatura deverão ser avaliados no local, pois dependem do estado da
FIGURA COMENTÁRIOS
superfície dos componentes. Para porcelanas, à temperatura ambiente na faixa de
7 – 14 µm, o valor de 0,9 é razoável e, caso os parafusos estejam oxidados, enferrujados
ou sujos, um valor entre 0,8 e 0,85 fornecerá resultados satisfatórios. Software:
ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐2000.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.9 Termograma equilibrado: foco óptico, amplitude térmica, paleta de cores e
enquadramento corretos. Apesar de nenhum componente tradicional como conectores,
cabos, ou até mesmo os meios isolantes como isoladores ou muflas, apresentar
aquecimento, justamente abaixo da cruzeta de concreto, e de forma assimétrica, são
detectadas duas anomalias inéditas: círculos sobreaquecidos cuja causa não foi
descoberta devido ao poste ter sido retirado por uma empreiteira sem que fosse
comunicado à Gerência responsável que deveria ser retido para análise. De qualquer
maneira, cabe ao Inspetor, ao detectar anomalias inexplicáveis em um primeiro
momento, documentá‐las para análise posterior e notificar a Gerência encarregada.
Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐2000.
Anotações:
Figura 4.10 – Termograma da Figura 4.9 visto por outros ângulos, abaixo dos aquecimentos.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.11 – Cruzeta de concreto (Teleobjetiva 12°) somando dois fenômenos térmicos.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.11 Termograma efetuado com lente Teleobjetiva de 12°. O foco óptico e o enquadramento
estão corretos, uma vez que o objetivo é destacar uma anomalia que seria visualizada
com poucos detalhes se fosse utilizada a lente normal de 24°. A amplitude térmica e a
FIGURA COMENTÁRIOS
escala colorimétrica estão corretas para o destaque a que se propõe o Termograma. O
uso da Teleobjetiva permite a confirmação do aquecimento anômalo na porcelana da
chave fusível, devido a corrente de fuga, e que o aquecimento da cruzeta é, na melhor
hipótese, devido à soma do aquecimento causado pela radiação solar e da corrente de
fuga. Isso poderá ser confirmado no Termograma da Figura 4.12. Para medição de
temperatura, à temperatura ambiente na faixa de 7 – 14 µm, ambos os materiais aceitam
emissividades próximas a 0,9. Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR
SC‐2000.
Figura 4.12 – Contexto da Figura 4.11 (Lente 24°) com fuga de corrente e insolação.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.12 Os mesmos objetos de interesse da Figura 4.11 são apresentados neste Termograma
através da lente 24°, normal da câmera. A observação integral da cruzeta e das
temperaturas lidas levanta a suspeita de que o aquecimento solar é o principal fator no
aquecimento. No entanto, após análise feita na Figura 4.11 com a Teleobjetiva, apenas o
aquecimento na porcelana da chave fusível da Fase Esquerda está fora do esperado. Seria
necessária uma Inspeção após o sol baixar para confirmar a origem da corrente de fuga
e eliminar o calor residual da insolação. Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002.
Câmera: FLIR SC‐2000.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.13 A amplitude térmica deste Termograma destaca o aquecimento em uma parte da cruzeta
enquanto os demais componentes, chave seccionadora fusível e para‐raios, são pouco
visíveis em termos térmicos. A análise de consistência dessa imagem indica que a causa
mais provável do aquecimento detectado é a corrente de fuga a partir da Fase mais
próxima. No entanto, nenhum outro aquecimento é detectado nos componentes entre a
Fase e a Terra. Isso indica uma passagem interna da corrente de fuga, mas de não de
intensidade suficiente para aquecer o componente. Por outro lado, a distribuição das
impedâncias na cruzeta faz com que a corrente se concentre mais em um único local,
causando o aparecimento da anomalia. Ficou faltando um Termograma da cruzeta inteira
para comparação do comportamento dos demais componentes. Software: ThermaCAM
Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR AGEM 550.
saturados nas imagens. Cada ajuste depen‐ de contorno. Normalmente, e mais devido à
derá das condições estritamente locais. Ou‐ própria emissividade, se apresentam com
tro fator que deve ser levado em conta, é temperaturas próximas à ambiente. No en‐
que a atenção do Inspetor não deve ser dis‐ tanto, essa temperatura aparente deve ser
traída por outras anomalias que eventual‐ tomada com cautela e não necessariamente
mente encontre. como a temperatura real do cabo. Como a
grande maioria dos cabos aéreos é feita de
4.4 CABOS AÉREOS alumínio, é esperada uma emissividade
muito baixa quase que somente nos cabos
novos. Com o passar do tempo em operação,
são esperadas incrustações de poeira e ou‐
tros resíduos entre os sulcos dos tentos
(Figura 4.16), além da formação de óxido de
alumínio, que contribuem para que uma
emissividade mais alta possa ser utilizada
nas medições, sem receio de um grande
erro. Caso o dimensionamento seja próximo
à capacidade nominal, é esperado que aque‐
çam uniformemente ao longo do percurso
desde o ramal principal. Além do mais, nor‐
malmente a importância estratégica de um
Figura 4.14 – Exemplos de cabos.
ramal de média tensão ou acima, deixa
Descrição Técnica: em essência, os cabos aé‐ pouca margem para que se adote um critério
reos são resistores e, como tais, devem mais quantitativo. Há muitas variáveis que se
aquecer pela passagem de corrente elétrica. tornam difíceis de precisar em campo como
Ao aquecerem, devem emitir radiação infra‐ a emissividade exata, a carga instantânea na‐
vermelha, dependente, é claro, das condi‐ quela linha ou ramal naquele horário, a velo‐
ções ambientais e de emissividade. No en‐ cidade do vento no topo do poste ou linha, a
tanto, alguns fatores devem ser levados em participação da insolação etc. Além desses
consideração, tais como o dimensiona‐ fatores, caso seja decidido adotar um crité‐
mento, a carga passante no momento da Ins‐ rio quantitativo, a lente apropriada deve ser
peção, o material constituinte, condições do utilizada, e deve‐se levar em conta a resolu‐
cabo, resfriamento pelo vento, umidade re‐ ção espacial da câmera em uso além das cor‐
lativa do ar e, eventualmente, chuva. Além reções habituais de distância e as menciona‐
do mais, os cabos em um ramal aéreo nor‐ das. Quando a Inspeção é feita à noite, de‐
malmente são sobre dimensionados para a vido ao horário de demanda maior, observa‐
carga passante, sendo evidentemente mais ções sobre oxidação dos cabos, bem como
carregados quando próximos à subestação incrustações, provavelmente não serão con‐
de origem e próximos ao horário de pico. fiáveis ou mesmo disponíveis. Por outro
lado, e atualmente (2017), tem‐se utilizado
Descrição Térmica: os cabos devem
apresentar distribuições térmicas compatí‐
veis com a sua carga instantânea e condições
cabos revestidos com termoplástico, o que emissividade de cabos aéreos, ver exemplo
diminui sensivelmente o problema da emis‐ na Figura 1.44
sividade nos cabos em si e, eventualmente, Exemplos:
em conexões recobertas. Para distinguir a
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.15 Termograma bem focado, mas com a escala colorimétrica significativamente alterada,
bem como a paleta de cores. Esse ajuste se justifica devido ao objetivo de representar o
estado de normalidade de todos os componentes. Da mesma forma, o enquadramento
apresenta quase todos os componentes, tendo ficado de fora apenas o isolador de
ancoragem da Fase Esquerda. Devido a características de montagem, nem sempre será
possível colocar todos os eventuais objetos de interesse em uma mesma visada. Para
leitura das temperaturas é necessária uma avaliação para verificar se o MIFOV (campo
de visão instantâneo para medição) atende aos requisitos mínimos. Neste caso em
particular, aparentemente as temperaturas lidas estão contaminadas pela temperatura
do espaço exterior de um céu limpo. As variações nos valores lidos das temperaturas
aparentes, de até 3 °C, podem ser atribuídas a variações na velocidade do vento na altura
da linha, tornando importante a anotação em campo das condições do vento; velocidade
média, rajadas, regime contínuo, etc. Para leituras mais exatas, deveria ser utilizada uma
lente Teleobjetiva. Nesse caso, o custo seria dificilmente conseguir enquadrar todos os
componentes em um único Termograma. Como a distância para avaliação da superfície
dos conectores é razoavelmente grande, sem o uso de binóculos, é possível utilizar uma
emissividade entre 0,75 a 0,85, considerando que a MIFOV é aceitável e que o
componente não é novo e possui frestas de emissividade mais alta. Software:
ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐2000.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.17 Uma vez que nestes Termogramas a anomalia térmica se estendia ao longo de todo o
cabo da Fase do Meio, a dificuldade maior era a altura dos cabos e a profundidade de
campo. Além disso, como o ângulo de visada diminuía com a distância, cada vez o erro se
tornava maior na radiação percebida pelo sensor da câmera. Isso sem contar com a
atenuação atmosférica. Assim, a visada difundia a radiação emitida ao longo de
aproximadamente duas centenas de metros. De qualquer maneira, a profundidade de
campo não permitiria uma definição a essa distância. Devido à extensão do problema e à
sua possibilidade de causar um desligamento geral em toda a planta industrial, o critério
quantitativo perde importância ante o qualitativo. Uma anomalia deste tipo, em uma
avaliação preliminar, teria de englobar todo o cabo. A distribuição térmica tracejada ou
em espiral (ver Figura 4.22, Figura 4.23 e Figura 4.24), que sugeria uma primeira hipótese
de quebra de tentos do cabo em algum ponto, foi resolvida percorrendo toda a linha, na
extensão de 1,4 km. Como o comportamento térmico permaneceu inalterado ao longo
de toda a linha, e a comparação com a Fase do Meio do circuito paralelo atestou uma
temperatura significativamente menor que os cabos das Fases laterais, a segunda
hipótese era a falha em uma das pontas da linha, na Fase do Meio. A Inspeção
subsequente encontrou a conexão da mufla do cabo da Fase do Meio, na saída da
subestação de origem, frouxo e severamente oxidado. Uma vez efetuada a manutenção
corretiva na mufla, a anomalia desapareceu. Deve ser notado ainda que, no segundo
Termograma de cima para baixo, é possível identificar nas Fases adjacentes, a mesma
distribuição espiralada, característica de apenas alguns tentos conduzindo no cabo,
apenas com menor intensidade. Como a intervenção era de urgência, não foi efetuada
manutenção nas conexões das muflas adjacentes, nem na saída da subestação e nem
nãos cubículos de chegada. Ainda no eletroduto de subida dos cabos, é também possível
FIGURA COMENTÁRIOS
identificar um dos cabos com aquecimento diferenciado em relação aos adjacentes. A
escolha da paleta de cor foi fundamental para a solução rápida e adequada desta
anomalia. Software: Researcher IR 3.5 e ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR
AGEMA 550, Lentes: 10° e 20°.
4.4.2 ESTUDO DE CASO 4: Emenda em Cabo tempo em operação. No caso descrito a se‐
13.2 kV guir, a linha tinha mais de vinte anos em ope‐
ração e já havia, diversas vezes, sofrido ava‐
Em diversas situações, é muito útil rias que resultaram em emendas. Além
inspecionar os cabos em si de uma determi‐ disso, o clima local é quente e úmido, o que
nada linha de distribuição, seja pela impor‐ favorece a oxidação dos componentes insta‐
tância estratégica, pela carga, ou pelo seu lados ao ar livre. Os Termogramas coletados:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.18 Termograma bem focado, mas com enquadramento insuficiente para a localização exata
da anomalia. Este é um problema frequente na Inspeção dos cabos de linhas de
distribuição e até mesmo de transmissão. Explica‐se facilmente por que as lentes
disponíveis, as distâncias envolvidas e as temperaturas relativamente baixas tornam
difícil conciliar visadas das anomalias e pontos de referência. Sendo assim, a identificação
por GPS na câmera é um recurso desejável para a correta localização da anomalia, ou que
a foto de controle na luz visível traga essa informação. Paralelamente a descrição verbal
e/ou escrita tem de ser mais acurada, utilizando frequentemente referências físicas locais
como endereços, numeração de edifícios e assim por diante. A temperatura, neste caso,
e para um carregamento em torno de 50% da capacidade do cabo, não exige uma
intervenção de urgência. No entanto, deve ser analisado o aspecto estratégico, já que a
linha pode pôr em risco uma unidade industrial de grande porte. A leitura de
temperaturas deve também respeitar rigorosamente a resolução espacial da câmera, a
fim de não introduzir erros de leitura que possam levar a interpretações incorretas e
gerar intervenções desnecessárias. A emissividade de um cabo de alumínio novo é muito
baixa. Mas no caso, com mais de vinte anos em operação, depósito significativo de
FIGURA COMENTÁRIOS
poluentes, ambiente úmido e quente, é possível utilizar uma emissividade de 0,80 a 0,85
com bons resultados. Software: IRAnalyzer Câmera: ThermoCom V384S, Lente: 22°.
Figura 4.19 – Mosaico térmico e detalhe de anomalia em ramal distribuição 13.8 kV.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.19 Neste mosaico, a anomalia da Figura 4.18 é apresentada em um contexto maior, com os
detalhes do ponto quente em si e de uma referência adjacente. O pequeno tamanho da
anomalia demonstra a importância da perícia técnica do Inspetor, do seu conhecimento
dos fenômenos elétricos, do ajuste correto da câmera, tanto no quesito foco como
amplitude térmica, bem como na escolha do ângulo de visada. Caso o Inspetor considere
que um ajuste genérico é suficiente para toda a linha, fatalmente o risco de não descobrir
uma anomalia de pequena magnitude, mas estrategicamente importante, será muito
grande e o prejuízo maior ainda. Para exemplificar como uma imagem térmica em um
determinado tempo não é estática, a próxima Figura 4.20 apresentará as variações que
essa anomalia apresenta em intervalos aproximados de 5 minutos. Como também é
possível observar em uma visada mais ampla, há mais trechos dos cabos que estão
comprometidos, mas que ainda, ou apenas neste momento, não apresentam
distribuições térmicas significativas. Neste caso, é recomendável uma avaliação
detalhada do estado de toda a linha para avaliar o momento de sua substituição. Como
na Figura 4.18, a temperatura neste caso não exige uma intervenção de urgência. No
entanto, deve ser analisado o aspecto estratégico, já que a linha pode pôr em risco de
parada intempestiva uma unidade industrial de grande porte. A leitura de temperaturas
deve também respeitar rigorosamente a resolução espacial da câmera, a fim de não
introduzir erros de leitura que possam levar a interpretações incorretas e gerar
intervenções desnecessárias. A emissividade de um cabo de alumínio novo é muito baixa,
mas, e nesse caso, a linha tem mais de vinte anos em operação, depósito significativo de
poluentes, ambiente úmido e quente. Dessa forma, é possível utilizar uma emissividade
de 0,80 a 0,85 com bons resultados. Software: FLIR Image Builder, FLIR ThermaCam
Researcher 2.10, Câmera: FLIR SC‐660, Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.20 O Mosaico apresenta a mesma anomalia da Figura 4.18, registrada em intervalos de
aproximadamente 5 minutos e em diferentes visadas. Deve ser observado que não havia
vento significativo no momento da captura das imagens. Dessa maneira, as variações de
temperatura observadas podem ser resultantes de pequenas rajadas de vento na altura
da linha ou de variações de carga na unidade fabril. De qualquer maneira, o processo de
aquecimento e resfriamento é contínuo e, da mesma forma, as pequenas contrações e
dilatações no entorno da anomalia. A continuidade dessas variações dimensionais e de
temperatura acabará por prejudicar a qualidade da emenda, levando eventualmente ao
rompimento do cabo (Ver Figura 3.12). Uma vez que as unidades fabris atendidas por
essa linha trabalham em regime contínuo de 24 horas, as providências de intervenção
devem incluir inicialmente o acompanhamento das variações de temperatura, a fim de
mapear os ciclos térmicos que estão ocorrendo. Caberá à Gerência envolvida avaliar os
custos de manutenção em parada programada ou parada intempestiva, substituição da
emenda ou, eventualmente, até a substituição do cabo completo, haja visto que
apresenta diversas anomalias. A solução com uma Equipe Técnica de Linha Viva também
é uma opção, com a vantagem de não necessitar de desligamento. No caso em questão,
foi a solução adotada pela Gerência responsável, conforme pode ser visto a seguir.
Apesar da baixa temperatura encontrada, o cabo já se encontrava em péssimas
condições, tendo passado por temperaturas que levaram à fusão dos tentos. Para leituras
de temperatura, ver as Figuras anteriores deste mesmo caso.
Anotações:
Figura 4.21 – Manutenção com linha viva da anomalia detectada e trecho de cabo retirado.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura
O Termograma da esquerda utiliza‐se do recurso de zoom digital com interpolação
4.22 bicúbica para apresentar a distribuição térmica em espiral de um cabo jump em uma linha
de 13,8 kV. Esse efeito é causado, além do mau contato entre tentos do cabo, pela
oxidação, corrosão e/ou falta de aperto ou área de contato em uma das extremidades do
cabo. Para a detecção deste efeito, a amplitude térmica não pode ser nem muito ampla
nem reduzida demais. A estratégia mais simples para a detecção desta anomalia é ajustar
o nível térmico da imagem na temperatura da região de interesse do cabo, seja ela mais
MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS 265
CAPÍTULO IV – LINHAS DE DISTRIBUIÇÃO
FIGURA COMENTÁRIOS
alta ou mais baixa. A partir do ajuste do nível, é possível modificar a amplitude térmica
até que a diferença de temperaturas apresente a anomalia ou a normalidade da
distribuição térmica. Para essa estratégia poder ser aplicada, é essencial que a imagem
esteja focada corretamente e que a paleta de cores permita a discriminação adequada.
Para a medição de temperaturas, à temperatura ambiente na faixa de 7 – 14 µm ou
3 – 5 µm, os critérios já são conhecidos: a resolução instantânea de medição tem de ser
aceitável, a emissividade adequada a cabos novos ou oxidados e cobertos de poluentes
e deve ser levado em consideração a velocidade do vento e insolação. A atenuação
atmosférica só se aplica à distâncias maiores que 50 metros e a umidade relativa do ar
deve ser menor que 65%. O Termograma da direita apresenta outro caso do mesmo tipo
de anomalia, apenas que não foi aplicado o efeito zoom no processamento da imagem.
Software: Thermal Trend IR Analyzer ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmeras: FLIR
AGEMA 550 e FLIR SC‐2000.
Figura 4.23 – Cabos com assinatura térmica em espiral conectados a TC’s (Ver item TC’s).
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.23 A distribuição térmica em espiral de um cabo em um barramento de 69 kV em uma
subestação ocorre, da mesma maneira que para outras tensões, devido à existência de
pelo menos duas contingências: é necessário que haja um mau contato em uma das
pontas do cabo, da mesma forma que é necessário haver uma camada de óxido (de
alumínio no caso) entre os tentos do cabo. O mau contato é responsável porque apenas
alguns tentos tenham uma boa conexão. Já a oxidação entre tentos, faz com que não haja
a divisão de correntes entre os demais tentos da formação do cabo. Isso acontece porque
a diferença de tensão entre tentos adjacentes é muito baixa, insuficiente para vencer a
barreira da resistência criada pelo óxido. Esse mesmo efeito também se observa em
cabos de cobre. Para a detecção desta anomalia, é essencial que a imagem esteja focada
corretamente e que a paleta de cores permita a discriminação adequada. Para a medição
de temperaturas, os critérios já são conhecidos: a resolução instantânea de medição tem
de ser aceitável, a emissividade adequada a cabos novos ou oxidados e cobertos de
poluentes e deve ser levado em consideração a velocidade do vento e insolação. A
atenuação atmosférica só é aplicável a
distâncias maiores que 50 metros e a umidade relativa do ar deve ser menor que 65%. O
Termograma da direita apresenta outro caso do mesmo tipo de anomalia. Software:
ThermoCom Infrared Analyzer. Câmera: ThermoCom V384S.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.24 Dois casos de oxidação entre tentos. No Termograma da esquerda, o ajuste da amplitude
térmica deixa a desejar. Há pouca discriminação entre os elementos adjacentes e a
temperatura do cabo de interesse não é nem tão alta e nem tão discrepante dos demais
componentes para justificar essa apresentação. Caso seja mantida a amplitude, a paleta
de cor deve ser ajustada para permitir uma melhor discriminação. Já o Termograma da
direita está tanto com a amplitude térmica correta, bem como a paleta de cor. Ambos
estão bem focados e enquadrados, embora o Termograma da direita não apresente as
outras Fases para referência. Em muitos casos, a anomalia ocorre em apenas uma Fase
e, se a visada incluir as três Fases, a resolução espacial de medição pode ser insuficiente
devido a distância envolvida. Nos dois casos, os cabos eram antigos e a emissividade, à
temperatura ambiente na faixa de 7 – 14 µm ou 3 – 5 µm, pode ser ajustada entre 0,75 e
0,85. Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmeras: FLIR SC‐2000 e FLIR AGEMA
550.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.25 Ambos os Termogramas estão bem focados e as escalas colorimétricas estão adequadas.
Os limites inferiores das escalas colorimétricas devem‐se ao ajuste no Software, de tal
forma que as imagens fiquem com boa qualidade para a paleta de cor utilizada. Além
disso, o que deve ser observado é que, para objetos de pequenas dimensões como cabos,
nem sempre é fácil obter um bom foco contra o céu limpo ou com nuvens. É sempre
preferível posicionar os cabos na diagonal do sentido de varredura do sensor para obter
uma leitura mais precisa e uma imagem mais definida. Se possível, deve‐se procurar um
objeto próximo ao objeto de interesse, mas de dimensões maiores como um conector,
para efetuar o foco óptico. Uma vez obtida uma imagem nítida e bem definida, pode‐se
manter o mesmo ajuste do foco óptico enquanto não houver variação de distância
significativa entre a câmera e a linha. Deve‐se notar também que conectores que estão à
mesma temperatura dos cabos tenderão a aparecer um pouco mais aquecidos devido à
sua área maior em relação a do cabo. Por outro lado, estarão também mais sujeitos ao
resfriamento pelo vento devido a terem uma área de contato maior. Mas a tendência é
que haja uma uniformidade e um equilíbrio térmico entre o cabo e seus conectores em
bom estado. Software: ThermaCAM ThermoCom IRAnalyzer. Câmera: ThermoCom
V384S.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.26 Os dois Termogramas se referem ao mesmo local, mas antes e após manutenção, com
visadas diferentes. Ambos estão bem focados e as amplitudes térmicas, para efeitos de
comparação, são as mesmas. Ao longo do tempo, nem sempre as mesmas visadas estarão
disponíveis para a captura de Termogramas. A diferença de visada entre esses dois
Termogramas se explica devido à data diferente em que foram feitas as imagens. Na data
da detecção inicial havia espaço suficiente para uma visada em diagonal. Já após a
manutenção, a mesma visada não foi possível devido a uma obra na calcada por onde
passava a linha de distribuição. Da mesma forma, a perspectiva distorce a distância entre
os isoladores entre Fases. Como as linhas compactas geralmente são recobertas de uma
camada de termoplástico, a emissividade, à temperatura ambiente na faixa de 7 – 14 µm,
é muito fácil de ser atribuída, ficando entre 0,92 e 0,95. Software: ThermaCAM Reporter
PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐660.
eventual de corrosão entre eles. Nesses ca‐ Descrição Técnica: conexões elétricas são
sos, a substituição do trecho de cabo corro‐ componentes resistivos individuais em um
ído é a solução. ramal aéreo de entrada. Estão sujeitas a to‐
dos os esforços para as quais foram projeta‐
Ajustes da Câmera: o fundo das
das, notadamente dilatações e contrações
imagens pode ser comprometido por nuvens
devido às intempéries, dilatações e contra‐
refletivas onde o sol mascare pontos com
ções devido às variações de carga e vibração
anomalias térmicas, ou mesmo prédios mais
pela frequência industrial e vento.
aquecidos que as instalações. Devem‐se pro‐
curar ângulos que evitem esses fenômenos Descrição Térmica: em termos elétricos, co‐
e, na impossibilidade, ajustar as câmeras nexões são resistores e, ao menos teorica‐
para a visualização dos cabos, mesmo que mente, devem aquecer pela passagem de
outras partes da imagem fiquem saturadas. corrente. No entanto, uma boa conexão
Eventualmente essas Inspeções deverão deve providenciar que ao menos a área de
ocorrer em período noturno dependendo do contato entre as superfícies conectadas seja
tipo de câmera utilizado e decisão da Gerên‐ a mesma da secção transversal do maior
cia responsável. condutor ao qual ela estiver conectada. Deve
ser levado em consideração ainda que, via
4.5 CONEXÕES de regra, a área superficial ou visível de uma
conexão em uma linha aérea é maior que a
área respectiva de conexão, providenciando,
assim, uma área maior para troca térmica
com o ar. Eventualmente em algumas
situações, o depósito de poluentes pode ser
um fator relevante na conservação da co‐
nexão e na emissividade.
Exemplos:
Figura 4.28 – Conexões em Barramento Aéreo com carga normal, com e sem anomalia.
Anotações:
270 MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS
CAPÍTULO IV – LINHAS DE DISTRIBUIÇÃO
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.27 Tanto os Termogramas da esquerda como o da direita estão bem enquadrados,
fornecendo componentes adjacentes nas mesmas condições de carga para comparação
qualitativa. Caso a distância entre a câmera e o objeto de interesse seja compatível com
o MIFOV, a leitura de temperaturas poderá ser efetuada com segurança. Caso as leituras
sejam feitas à noite, será necessário retornar durante o dia para verificar qual
emissividade utilizar ou arbitrar uma próxima do esperado. No caso da emissividade
arbitrada, é importante manter sempre o mesmo valor para medições futuras. Software:
ThermaCAM Reporter PRO 2002 e ThermoCom IRAnalyzer. Câmera: FLIR AGEMA 550 e
ThermoCom V384S.
Figura 4.29 – Conexões e conectores em bom estado em linhas aéreas com carga normal.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.29 Estes dois Termogramas já foram analisados na Figura 4.25 com relação ao
comportamento térmico dos cabos. Com relação aos conectores, pode‐se observar que
as considerações de foco, amplitude térmica e enquadramento continuam válidos. A
aparente temperatura mais alta dos conectores demonstra a dificuldade das câmeras
infravermelhas em tratar com objetos de pequenas dimensões como cabos. Nestes
Termogramas, uma explicação possível é que como a temperatura dos conectores não é
maior que a dos cabos, o céu frio atrás deles “cria” o efeito de espalhamento ou dispersão
sobre esses objetos, produzindo um resfriamento aparente (Ver Volume 1, Item 6.33).
Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐2000.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.30 Os dois Termogramas desta Figura encontram‐se mal enquadrados, apresentando
apenas os conectores com anomalia. Eventualmente, em algumas situações o
distanciamento que permite uma visada melhor incluindo as três Fases, reduz o número
de pixels que cobre a área de interesse causando erros de leitura. O mesmo problema
pode acontecer com o uso de uma lente grande‐angular. Este erro, se for o caso, deve
ser mencionado no relatório que descreve a anomalia. Com relação ao foco óptico,
ambos estão bem focados, sendo possível identificar no Termograma da esquerda o
efeito espiral causado pelo mau contato entre tentos do cabo (Ver Item 4.4, Figura 4.23
e Figura 4.24). Para esses casos, considerando cabos em uso há alguns anos, a
emissividade à temperatura ambiente na faixa de 7 – 14 µm pode variar entre 0,7 a 0,85
dependendo do estado do cabo. Para a definição de um valor mais preciso, é necessária
uma Inspeção Visual com um binóculo à luz do dia. De qualquer maneira, o valor utilizado
deve ser anotado para referência e/ou uso posterior no mesmo local. Software:
ThermaCam Researcher PRO 2.10 e ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐
2000.
tato. Como o fechamento de conectores so‐ contra a Terra ou entre Fases. Assim, isola‐
bre cabos é normalmente impreciso devido dores são resistores de altos valores, da or‐
a serem ambos os cabos flexíveis, é sugerido dem de vários megohms, por onde passam
avaliar os custos e benefícios da utilização de correntes da ordem de microamperes para
conectores tipo cunha, como da Figura 4.29. as tensões comerciais, gerando pratica‐
Na impossibilidade, deve‐se efetuar o aperto mente nenhum aquecimento detectável.
com torquímetro com o cuidado de utilizar
uma contra chave para o aperto.
Ajustes da Câmera: da mesma ma‐
neira que as linhas, cruzetas ou qualquer ou‐
tro componente avaliado contra o céu, o
fundo das imagens pode ser comprometido
por nuvens refletivas onde o sol mascare
pontos com anomalias térmicas, ou mesmo,
chaminés ou prédios mais aquecidos que as
instalações. Deve‐se procurar ângulos que
evitem essas interferências e, na impossibili‐
dade, ajustar as câmeras para a visualização
dos conectores, mesmo que outras partes da
Figura 4.32 – Isolador típico
imagem fiquem saturadas. Eventualmente classe 15 kV.
essas Inspeções deverão ocorrer em período
noturno dependendo do tipo de câmera uti‐ Descrição Térmica: isoladores são resistores
lizado e decisão da Gerência responsável. e, apesar das correntes mínimas envolvidas,
estão sujeitos a quedas de tensão e dissipa‐
4.6 ISOLADORES ção de potência. Como estamos despre‐
zando o efeito capacitivo para analisar 1
(um) isolador, a regra de algibeira de
1 MΩ /kV pode ser aplicada para se ter uma
ideia da potência dissipada. Idealmente em
um circuito resistivo submetido à tensão de
1 kV, e com 1 MΩ de impedância, teríamos a
corrente de 1 mA circulando. Nesse caso, a
potência dissipada seria de 1 Watt. É neces‐
sário considerar que esse 1 Watt teria de ser
dissipado por toda a área do isolador. A tí‐
tulo de exemplo, uma instalação com
Figura 4.31 – Isoladores. 13,8 kV dissiparia em um isolador aproxima‐
damente 8 Watts. Essa potência deve ser di‐
Descrição Técnica: em qualquer sis‐ vidida pela área do isolador. Simplificada‐
tema elétrico, a função básica dos isoladores mente, porque o cálculo da área superficial
é isolar a tensão de frequência industrial das saias dos isoladores pode ser trabalhoso,
podemos supor que um isolador típico classe para ser observado como aquecimento nas
15 kV teria 180 mm de altura e um raio mé‐ condições de temperatura ambiente nor‐
dio de 45 mm, sendo esse um raio médio en‐ mais e refrigeração por convecção. Dessa
tre as bordas das saias e a parte interna. As‐ maneira, qualquer anomalia térmica em um
sim, a área média seria de aproximadamente isolador deve representar uma perda, super‐
509 cm2. Dividindo os 8 Watts por essa área ficial ou interna, significativamente maior.
de dissipação externa do isolador, teríamos Exemplos:
0,02 W/cm2, o que é realmente muito pouco
Figura 4.33 – Isolador tipo pino de suporte em porcelana com anomalia térmica.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.33 Termograma obtido com teleobjetiva e bem enquadrado para o objeto de interesse que
são os isoladores da cruzeta inferior. Foco correto a ponto de permitir a visualização da
distribuição térmica da anomalia sobre o conector. A paleta de cor e escala colorimétrica
estão adequadas à amplitude térmica da imagem. Apesar de ter as temperaturas lidas
com emissividade alta para porcelana (0,9), à temperatura ambiente na faixa de 3 – 5 µm
ou 7 – 14 µm, esse tipo de anomalia é mais bem caracterizado por uma avaliação
qualitativa dado a imprevisibilidade inerente a esse tipo de aquecimento. Software:
ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR AGEMA 550, Lente: 10°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.34 Termograma equilibrado com o uso de uma teleobjetiva de 12°. Bom foco, bom
enquadramento, ajuste da escala colorimétrica e paleta de cor adequada. Os três
conectores de interesse estão visíveis e o de maior temperatura está no foco em primeiro
plano. Este ângulo de visada foi possível devido à existência de uma elevação no terreno
próximo ao poste. Apesar de ser um aquecimento simples em uma conexão igualmente
simples, esta anomalia causava a parada de uma fábrica inteira. Software: ThermaCAM
Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐2000, Lente: 12°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.35 Termograma bem focado e com o enquadramento deslocado para fornecer uma
referência. Em casos como este, se fosse registrada apenas a imagem térmica dos objetos
de interesse (isoladores de ancoragem), os mesmos ficariam “perdidos” sem nenhuma
referência de localização física ou de contexto. Então, e desde que não distorça muito o
conteúdo, é aceitável um deslocamento do centro óptico para fins de localização.
Observar que a distribuição de cores da paleta na escala colorimétrica está concentrada
na região superior. Esse arranjo destaca as temperaturas mais importantes e deixa as
temperaturas de referência e localização (prédio e laje) em tons de cinza que não
prejudicam o diagnóstico. A emissividade para isoladores em porcelana, à temperatura
ambiente na faixa de 7 – 14 µm, é normalmente alta, entre 0,85 a 0,95. Para
compreender como interpretar esse Termograma e outros similares, verificar o texto
276 MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS
CAPÍTULO IV – LINHAS DE DISTRIBUIÇÃO
descritivo deste Caso Particular 4.61. Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera:
FLIR SC‐2000.
Para fins didáticos, o circuito equi‐ uma linha com 10 kV contra a Terra e, na ou‐
valente hipotético na Figura 4.35 apresenta tra extremidade, a Terra.
cinco isoladores de ancoragem conectados a
Anotações:
Pode‐se então observar que todos A fim de representar com mais pre‐
os elementos em curto‐circuito, com resis‐ cisão esse fenômeno contrário ao senso co‐
tência zero, praticamente não dissipam po‐ mum, utilizaremos o dispositivo simulador
tência, e que os mesmos 10kV encontram‐se conforme a Figura 4.38. Deve ser notado que
agora aplicados sobre um único isolador. De‐ ele está energizado e que a corrente foi man‐
vido a essa condição, o único isolador ainda tida constante nas duas situações, em 0,4 A.
em bom estado passa a dissipar 10.000 Evidentemente que em campo, as tempera‐
Watts, uma vez que a corrente subiu para 5 turas serão muito menores, próximas à do
Ampères. meio ambiente.
Figura 4.38 – Circuito equivalente a três isoladores em bom estado em série contra a Terra.
Anotações:
Figura 4.39 – Resistores equivalentes a uma cadeia de três isoladores em bom estado.
Anotações:
Figura 4.41 – Resistores equivalentes a três isoladores em série com dois em curto‐circuito.
Isso significa que para o propósito a uma vez que os demais devem apresentar
que esses isoladores se destinam, o único resistências muito baixas. Nesse caso, a ano‐
ainda em condições de cumprir com a sua malia térmica ou o “ponto quente” indica o
função é o que está aquecendo. Os isolado‐ elemento bom, e não o defeituoso! No Ter‐
res “frios” é que estão ruins e devem ser mograma anterior da Figura 4.35, há pelo
substituídos! O mesmo raciocínio pode ser menos dois isoladores defeituosos. No en‐
aplicado a Para‐raios que, quando em bom tanto, por estarem mais frios, isso não quer
estado, devem se comportar como isolado‐ dizer que todos os isoladores da Fase este‐
res para a Terra. Nos casos de Para‐raios jam em curto. Nesse caso, estão mais frios
230 kV de múltiplos estágios, como os da porque os dois estão em mau estado e com
Figura 3.24, Item 3.3, estes podem ser consi‐ quedas de tensão muito baixas. O mesmo
derados como isoladores em série. efeito acontece na Figura 4.42 para o disco
Conclusão: em resistores em série, mais frio. Essa regra vale também para has‐
como isoladores de ancoragem, o único iso‐ tes de acionamento em outros componentes
lador que apresente uma anomalia térmica de média tensão como seccionadoras ou iso‐
(aquecimento) é o elemento com maior re‐ ladores em qualquer tipo de instalação.
sistência do conjunto ainda remanescente,
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.42 O Termograma da esquerda está bem focado e com um enquadramento correto para
análise detalhada da anomalia. O Termograma da direita está com enquadramento
incorreto sem justificativa aparente já que, a partir desta distância, a terceira Fase
poderia ter sido incluída sem prejudicar a análise ou resolução de medição. A
emissividade para isoladores em porcelana é normalmente alta, entre 0,85 a 0,95, à
temperatura ambiente e na faixa de 7 – 14 µm. Para compreender como interpretar esse
Termograma e outros similares, verificar o texto descritivo deste Caso Particular 4.6.1. A
solução conservadora é a substituição completa da cadeia de isoladores. Mas na
impossibilidade, apenas o isolador frio deve ser substituído. Software: ThermaCAM
Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐2000.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.43 Termograma bem enquadrado e no foco para destaque da anomalia. Na subestação
34,5 kV, onde esta anomalia neste isolador foi encontrada, não havia espaço para colocar
as três Fases simultaneamente na mesma imagem. Além do mais, caso houvesse
distância adequada, as dimensões da anomalia e sua diferença de temperatura não
seriam suficientes para serem visualizadas com exatidão. Por outro lado, e como pode
ser observado na imagem ilustrativa
ao lado, a construção de uma impe‐
dância equivalente que represente a
divisão das correntes de fuga e expli‐
que este aquecimento pode ser bas‐
tante trabalhosa. A divisão de corren‐
tes em componentes elétricos nor‐
malmente é complexa e, caso fosse
necessário, para todos os casos de
correntes de fuga gerando aqueci‐
mentos, ou mesmo de conexões dis‐
sipando potência, seria necessária a
construção de modelos semelhantes
a essa malha. Afortunadamente isso
raramente é necessário e simplificações podem ser efetuadas com bons resultados. No
caso atual, o aquecimento pontual identificado na malha equivalente em amarelo
representa uma área onde a passagem de corrente é maior (e consequentemente a
dissipação de potência é maior) devido a uma deficiência interna ou superficial na rigidez
dielétrica do isolador. Caso o Inspetor houvesse capturado outra imagem da Fase
adjacente, permitindo a montagem de um panorama ou mosaico (Ver Volume 1, Capítulo
5, Item 5.1.12), para que mais de uma Fase pudesse ser avaliada simultaneamente, uma
em relação à outra, a confirmação qualitativa seria mais fácil. A emissividade à
temperatura ambiente na faixa de 3 – 5 µm ou 7 – 14 µm para porcelanas glasuradas
varia na média entre 0,85 a 0,95. Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera:
FLIR AGEMA 550, Lente: 10°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.45 O Termograma da esquerda já foi apresentado na Figura 4.30 como exemplo de conexão.
O Termograma da direita originariamente era destinado a destacar a anomalia no contato
superior da chave fusível. No entanto, devido a conter dois grampos de descida, está
sendo usado para destacar o comportamento normal ou aceitável de um grampo em bom
estado. O Termograma foi obtido utilizando uma teleobjetiva de 12° e está bem focado.
A solução é a usual: desmonte, Inspeção Visual cuidadosa em busca de sinais de corrosão,
limpeza e reaperto com torquímetro. Caso haja sinais de corrosão no assentamento na
linha, o estribo deve ser abandonado e outro ser instalado em local adjacente. Notar que
a paleta de cor está deslocada para o topo superior para permitir um maior detalhamento
da anomalia. Com o uso da teleobjetiva, o MIFOV está aceitável, a emissividade para
leitura de temperatura, em cabo, conector e grampo oxidados e, com depósito de
poluente sobre eles, pode variar entre 0,75 a 0,85, à temperatura ambiente e na faixa de
7 – 14 µm. Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐2000, Lente: 12°.
Anotações:
Exemplos:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.48 Grampos de ancoragem, via de regra, não são componentes construídos em alumínio e
sim em ligas metálicas a base de aço e galvanizadas. Portanto, possuem uma emissividade
baixa se for considerado o zinco como material de superfície. No entanto, como são
torcidos com um passo muito maior que os tentos do cabo, permitem o acúmulo de
poluente com muito mais facilidade, aumentando assim a emissividade superficial, à
temperatura ambiente na faixa de 3 a 5 µm, para valores na ordem de 0,7 a 0,85. O
Termograma apresentado está bem focalizado para a finalidade a que se destina, qual
seja estudar o comportamento da ancoragem. Como não é uma parte ativa da circulação
de corrente, não foi registrado na ocasião o comportamento das outas Fases e sim apenas
MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS 285
CAPÍTULO IV – LINHAS DE DISTRIBUIÇÃO
FIGURA COMENTÁRIOS
o da anômala. Observar que a escala colorimétrica não apresenta a subdivisão em
temperaturas intermediárias porque, com o uso deste Software do fabricante, versão
2002, ao ser selecionado o ajuste de “Auto Palette” pode‐se observar melhor a
distribuição de temperaturas no objeto de interesse. Porém, as marcações intermediárias
não são apresentadas porque a correção é logarítmica. Nos Softwares atuais, essa função
foi substituída e aprimorada pela ferramenta “Histograma”. A amplitude térmica
utilizada na câmera para registro do Termograma foi de +30 – 150 °C, o que situa a
temperatura do objeto de interesse próximo ao limite superior. Essas opções devem ser
verificadas para cada fabricante de câmera e Software. Software: ThermaCAM Reporter
PRO 2002. Câmera: FLIR AGEMA 550, Lente: 12°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.49 Termogramas bem focados e enquadrados apresentando outros casos de aquecimento
em grampos de ancoragem, pré e pós‐intervenção. Os ajustes de escala colorimétrica e
paletas de cor diferem para apresentar a melhor a situação encontrada. Emissividades
entre de 0,7 a 0,85 devido à antiguidade dos cabos e ferragem à temperatura ambiente
e na faixa de 7 – 14 µm ou 3 – 5 µm. Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera:
FLIR AGEMA 550, Lente: 20°.
res podem ser elencados como os causado‐ pré‐formado poderá elucidar qual a causa do
res do aquecimento. Notar que o pré‐for‐ aquecimento.
mado faz parte do circuito de divisão de cor‐ Recomendações de Intervenção:
rentes já que há um cabo passante acima dos grampos de ancoragem aquecidos devem
isoladores e outro por baixo. Nessa monta‐ ter o fechamento do circuito magnético in‐
gem, uma causa possível é o atrito sucessivo terrompido. Isso pode ser conseguido afas‐
causado pela contração e dilatação sucessiva tando‐se as partes em contato ou pela insta‐
da linha contra o pré‐formado, eventual‐ lação de fita isolante Auto Fusão nas suas ex‐
mente diminuindo a secção quadrada do tremidades, desde que o circuito magnético
cabo. Outra hipótese explicativa seria supor não feche em outro ponto de sua extensão.
que o cabo da linha está rompido por dentro Da mesma forma, o estado do cabo sob o
do pré‐formado, fazendo com que a cor‐ grampo deve ser inspecionado em busca de
rente de Fase passe pelo metal da alça em corrosão, redução de secção quadrada, ten‐
vez de pelo cabo. Apenas o desmonte do tos rompidos ou esgarçamento.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.51 Termogramas enquadrados corretamente e com amplitude térmica adequada às
anomalias identificadas. Observar que no Termograma da direita o tanque do
transformador está saturado pela cor branca (limite superior da escala colorimétrica),
uma vez que o objeto de interesse é o Para‐raios que está com uma temperatura máxima
inferior à do tanque. Caso fosse utilizado o ajuste automático da câmera ou do Software,
muito provavelmente não haveria o destaque suficiente para que a anomalia no Para‐
raios fosse descoberta. Para‐raios não admitem manutenção e, portanto, a solução é a
substituição de ambos. Para Para‐raios com corpo em porcelana ou polímero, a
emissividade à temperatura ambiente na faixa de 7 – 14 µm ou 3 – 5 µm é alta, entre 0,8
a 0,9. Mesmo assim, a resolução de medição deve ser atendida. Software: ThermaCAM
Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR AGEMA 550 e FLIR SC‐660. Lentes: 20° e 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.52 O Termograma da esquerda, com apenas 5 °C de amplitude térmica consegue uma boa
profundidade de campo, conseguindo colocar os três Para‐raios em uma mesma imagem.
O fundo da imagem granulado é devido ao ruído de fundo do sensor. A barra de suporte
dos Para‐raios poderia estar um pouco mais para baixo na imagem, a fim de permitir uma
leitura de temperaturas mais exata, mas esse erro não é significativo, uma vez que as
anomalias estão justamente nas extremidades da imagem. O Termograma da direita, por
sua vez, apresenta uma amplitude térmica bem maior, o que, no contexto na anomalia,
não prejudica a sua identificação e nem a medição de temperaturas. O fato de ter sido
obtido com uma teleobjetiva de 12° não permite que os demais Para‐raios das demais
Fases estejam presentes na imagem devido ao ângulo em que foi obtida. Para‐raios não
admitem manutenção e, portanto, a solução é a substituição de ambos. No caso do
Termograma da esquerda, a emissividade a ser utilizada é a da base do Para‐raios e não
a do parafuso de fixação. Como são corpos de polímero e porcelana, a emissividade à
temperatura ambiente na faixa de 7 – 14 µm pode ser ajustada entre 0,85 e 0,95.
Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmeras: FLIR AGEMA 550 e FLIR SC‐2000,
Lentes: 20° e 12°.
Figura 4.53 – Para‐raios com um elemento interno em bom estado e os demais em curto.
Anotações:
MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS 289
CAPÍTULO IV – LINHAS DE DISTRIBUIÇÃO
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.53 Ambos os Termogramas foram obtidos com amplitude térmica de aproximadamente
5 °C. O Termograma da esquerda apresenta os três Para‐raios alinhados de forma a
permitir uma comparação da distribuição térmica. O foco óptico está centrado no
componente do meio, uma vez que se fosse focalizado no elemento com defeito, o último
poderia ficar desfocado demais. Já o Termograma da direita está bem focado e apresenta
apenas o componente defeituoso devido à presença do disjuntor de média tensão,
ocultando os demais. Para‐raios não admitem manutenção e, portanto, a solução é a
substituição de ambos. Para os dois casos, emissividades à temperatura ambiente na
faixa de 3 – 5 µm ou 7‐14µ de 0,85 a 0,95 permitirão leituras razoáveis de temperatura.
Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmeras: FLIR SC‐2000 e FLIR AGEMA 550.
Figura 4.54 – Para‐raios ZnO durante chuva e após dois dias com tempo seco e sol.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.54 O mesmo Para‐raios é o objeto de interesse nesses dois Termogramas, obtidos em datas
diferentes. Ambos estão bem focalizados e a maior diferença entre as duas imagens é a
escala colorimétrica. Como o propósito dos Termogramas era demonstrar a variação de
temperatura de um componente ao longo do tempo, as duas imagens foram obtidas em
momentos diferentes. Disso resultou também que o Transformador apresentava cargas
diferentes. Devido a essa contingência, e para conseguir uma imagem correta dos Para‐
raios, as escalas tiveram de ser ajustadas com o foco térmico no Para‐raios de interesse,
fazendo com que, na imagem da esquerda, o tanque do transformador ficasse saturado
por ter sua temperatura acima do limite superior da escala. Esse ajuste não prejudica a
leitura de temperatura do objeto de interesse, caso o objetivo seja fazer uma análise
quantitativa. Nesse caso, e para Para‐raios em polímero, a emissividade à temperatura
ambiente, e na faixa de 7 – 14 µm, pode ser atribuída com valores entre 0,85 e 0,95 com
precisão razoável. Para diagnósticos qualitativos, o único ajuste de interesse é o do Para‐
raios. Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐2000 e FLIR SC‐660.
Anotações:
MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS 291
CAPÍTULO IV – LINHAS DE DISTRIBUIÇÃO
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.55 O mesmo Termograma é apresentado com dois ajustes de amplitude térmica. O foco
óptico centrado no poste está correto. O enquadramento, por sua vez, está quase
correto, apresentando um deslocamento dos objetos de interesse para cima; seria
melhor se houvesse ficado centrado. De qualquer maneira, o ajuste da amplitude
térmica em duas situações diferentes permite discriminar uma anomalia dificilmente
visível se usado tanto o ajuste automático da câmera como o do Software. Para
medições radiométricas, à temperatura ambiente na faixa de 3 – 5 µm, Para‐raios
com corpo de porcelana utilizam emissividades entre 0,85 a 0,95. Software:
ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR AGEMA 550.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.56 Termograma bem focado e bem enquadrado. Escala colorimétrica, amplitude térmica e
paleta de cor adequada. Devido à instalação incorreta, deve ser lembrado que, para
medições radiométricas, a emissividade a ser utilizada deve ser a da conexão e não a do
corpo do Para‐raios. Visualmente a conexão no topo do componente deve apresentar um
valor menor do que a porcelana. Caso a resolução espacial da câmera permita a medição
só na conexão, a função área utilizada estará lendo a temperatura da porcelana como a
máxima e não a da conexão. Há duas soluções para esse impasse: uma é utilizar uma
lente teleobjetiva que permita um detalhamento suficiente para a leitura mais precisa da
temperatura. A outra, mais econômica, é admitir um erro de leitura conhecido e adotar
as providências necessárias. De qualquer maneira, a emissividade adotada à temperatura
ambiente na faixa de 7 – 14 µm, deverá ser anotada explicitamente para
acompanhamento. No caso deste Termograma, optou‐se por utilizar a emissividade da
porcelana, uma vez que a parte próxima à conexão se apresentava igualmente
sobreaquecida. Caso fosse utilizada uma emissividade mais baixa, na ordem de 0,6, a
temperatura medida seria muito maior, sem ganho significativo em termos de urgência
de atendimento. Software: ThermoCom IRAnalyzer. Câmera: V384S.
Ajustes da Câmera: casos em que tude térmica fixo. Neste caso, basta então di‐
objetos de interesse, como Para‐raios ou co‐ recionar a câmera para um local ou objeto
nexões estejam no mesmo campo de visão próximo que tenha uma pequena amplitude
que outros objetos muito mais aquecidos, térmica e, depois de fixar esse ajuste, apon‐
como na Figura 4.55, necessitam que os ajus‐ tar para o objeto de interesse. Talvez sejam
tes manuais da câmera sejam efetuados di‐ necessárias diversas tentativas para conse‐
versas vezes até que se consiga uma ampli‐ guir um ajuste adequado.
tude térmica ou span que os diferencie ade‐ É igualmente recomendável esco‐
quadamente, independente de áreas de não lher um posicionamento que permita um ân‐
interesse se apresentarem saturadas. Na im‐ gulo favorável para a obtenção da imagem e
possibilidade de uso do ajuste manual, um que apresente o Para‐raios em diferentes
caminho alternativo é possível desde que a ângulos. Isso é necessário porque, eventual‐
câmera permita manter o ajuste de ampli‐
mente, pode haver distribuições térmicas vi‐
síveis por um lado e por outro não.
MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS 293
CAPÍTULO IV – LINHAS DE DISTRIBUIÇÃO
4.9.1 ESTUDO DE CASO 5: Para‐raios ZnO menta, a corrente de fuga também au‐
menta, fazendo com que o T entre o Para‐
Para‐raios com anomalias também raios defeituoso e o em bom estado da Fase
podem apresentar ciclos térmicos. Em tese, Direita aumente). A circulação de corrente
mesmo a corrente de fuga na tensão e fre‐ por si só aquece o corpo do Para‐raios fa‐
quência industriais deve variar lentamente, zendo com que a contaminação por água di‐
aumentando de acordo com o passar do minua e, eventualmente, se extinga. Além
tempo, seguindo a deterioração cumulativa do mais, a interrupção do fator contami‐
do meio isolante, independentemente de nante (água, chuva, neblina ou simples‐
quais sejam as pastilhas, SiC ou ZnO. No en‐ mente alta umidade relativa do ar) também
tanto, o acompanhamento periódico de um faz com que a distribuição térmica, causada
Para‐raios defeituoso pode revelar que a por contaminação, varie ao longo do tempo.
temperatura varia não apenas com a tempe‐ Assim, e devido ao acréscimo dos fatores im‐
ratura ambiente, mas também de acordo previsíveis de surtos de manobra ou atmos‐
com contaminação e progressão da anoma‐ féricos, o componente seguirá oscilando sua
lia. O Para‐raios de ZnO da Fase Esquerda, na temperatura até que feche um curto contra
Figura 4.57, apresenta esse comportamento, a Terra, eventualmente explodindo e inter‐
que pode ser verificado no gráfico da Figura rompendo o fornecimento de energia ao
4.58. Nos dois Termogramas são apresenta‐ consumidor.
das duas situações: uma com tempo bom
(esq.) e outra com tempo chuvoso (dir.)
(quando a contaminação por umidade au‐
Figura 4.57 – Para‐raios com fugas de corrente baixa e alta (Esq. e Dir.).
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.57 O Para‐raios da Figura 4.56 é apresentado nesta Figura como exemplo de
acompanhamento periódico. O Termograma da direita aparece com menos nitidez que o
da esquerda por ter sido obtido durante uma chuva, que causou a perda de resolução
dos componentes mais próximos à temperatura ambiente, como cruzeta, cabos e Para‐
raios frios. A incidência da água proveniente da chuva baixou a temperatura absoluta do
Para‐raios, mas aumentou o Delta em relação aos Para‐raios adjacentes e não
FIGURA COMENTÁRIOS
contaminados. Ambos estão bem focados e enquadrados. As amplitudes térmicas estão
adequadas e a falta de resolução no Termograma da direita se deve à presença de água
na atmosfera conforme mencionado. A emissividade à temperatura ambiente na faixa de
7 – 14 µm ou 3 – 5 µm, nas duas situações, foi de 0,85, uma vez que os Para‐raios eram
de ZnO recobertos com isolador de polímero Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002.
Câmera: FLIR SC‐660.
Anotações:
Anotações:
Exemplos:
Figura 4.60 – Trafo normal em poste (Esq.) e mau contato interno em Secundário (Dir.).
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.60 Termogramas bem enquadrados e bem focalizados. O Termograma da esquerda tem sua
escala colorimétrica ajustada para a melhor visualização, chegando próximo ao fim de
escala da câmera (‐40 °C). Já no Termograma da direita é possível observar um serrilhado
nas linhas verticais, que era uma característica de ajuste da câmera criogênica utilizada.
A distribuição térmica da bucha da Fase X3 no Termograma da direita evidencia um
problema interno no Transformador, provavelmente um mau contato. Neste caso, é
necessário o desligamento e retirada do trafo para abertura e manutenção. O risco da
não intervenção é a explosão do transformador, uma vez que não se sabe há quanto
tempo se encontra neste estado e nem quais temperaturas já foram alcançadas. Como
as buchas do secundário são em porcelana, a emissividade à temperatura ambiente na
faixa de 3 – 5 µm ou 7 – 14 µm para leitura de temperatura, nesse caso, é de 0,85 a 0,95.
Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐2000 e FLIR AGEMA 550.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.61 Ambos os Termogramas estão com suas amplitudes térmicas bem ajustadas permitindo
a discriminação da maioria de componentes presentes. O Termograma da esquerda está
focado corretamente e bem enquadrado para a anomalia em questão. O secundário do
transformador do Termograma da direita está bem focado, mas o enquadramento é
dificultado pela montagem e disposição dos cabos. Em muitos casos, será difícil obter
uma boa visualização, unicamente por problemas de disposição dos componentes,
sobreposição de outros elementos ou simplesmente impossibilidade de visada. Nessas
situações, a melhor visada, ainda que deficiente em alguns aspectos, deve ser registrada
e a descrição verbal da anomalia deve ser enriquecida de detalhes para diminuir ao
máximo a chance de erros. Por sua vez, a anomalia de pequena intensidade na conexão
da bucha primária H3 pode ser um simples mau contato que exija desmonte, Inspeção
Visual cuidadosa e reaperto. Não obstante, a pequena dimensão térmica, no caso de uma
evolução repentina, ou falta de energia, poderá ser o custo menor para um rompimento
de cabo de Média Tensão. Para medições radiométricas, conexões em primários e
secundários em transformadores em poste, caso a resolução espacial de medição seja
adequada, é possível utilizar emissividades entre 0,75 e 0,85 à temperatura ambiente e
na faixa de 7 – 14 µm ou 3 – 5 µm. Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera:
FLIR SC‐2000 e FLIR AGEMA 550. Lentes: 24° e 10°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.62 Dois Termogramas com ajustes de amplitudes térmicas e escalas colorimétricas (paletas
de cor) diferentes. Observar que mesmo com ajustes diferentes, a visualização das
anomalias fica evidente. Como no caso do Termograma da direita da Figura 4.61, a visada
dos elementos adjacentes está obstruída por outros elementos. A recomendação é:
enriquecer a descrição verbal da anomalia para permitir a sua correta localização. Caso a
resolução espacial de medição seja adequada para medir a temperatura em conexões de
secundários em transformadores em poste, uma emissividade entre 0,75 e 0,85 é
adequada para medições à temperatura ambiente na faixa de 3 – 5 µm ou 7 – 14 µm. A
solução é tradicional: abertura da conexão para Inspeção Visual cuidadosa. Na ausência
de corrosão, limpeza e reaperto com torquímetro. Caso haja sinais de corrosão,
eventualmente o trafo terá de ser removido para manutenção em oficina especializada.
Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐2000, Lente: 12°.
Figura 4.63 – Trafo com baixo nível de óleo – Aletas de refrigeração sem circulação de óleo.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.63 Termograma bem focado e bem enquadrado. No entanto, o ajuste da amplitude térmica
e a escala colorimétrica deixam a desejar por não tornarem claros os componentes
adjacentes como os cabos do secundário e o poste. A solução para este problema não
está na mudança da amplitude tér‐
mica e sim na paleta de cor, como se
pode verificar na Figura ao lado. A es‐
colha da paleta de cor adequada pode
mudar completamente a interpreta‐
ção e extensão de uma anomalia. Em
alguns casos como esse, ela pode faci‐
litar a identificação do local de inte‐
resse sem alterar a medição de tem‐
peraturas. Para a medição de
temperatura nos cascos de um transformador de poste e à temperatura ambiente, na
faixa de 3 – 5 µm ou 7 – 14 µm, deve ser considerada a emissividade da tinta que o
recobre. Nesse caso, de 0,89 a 0,94 é um valor adequado. Software: ThermaCAM
Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐2000, Lente: 12°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.64 Termograma bem focado e bem enquadrado. Núcleos de transformadores de
distribuição costumam ser assentados em vigotes ou chapas de madeira impregnada em
óleo isolante, que, por sua vez, não marcam termicamente o fundo dos tanques (Ver
Figura 4.54 e Figura 4.63). No entanto, e mais recentemente, alguns modelos têm
apresentado essa característica térmica no fundo dos seus tanques. As causas mais
prováveis são um suporte mais fino, tipo papel impregnado ou nenhum mesmo. Nesse
caso, o entreferro do trafo encosta diretamente sobre a chapa. No caso do
transformador, no momento da Inspeção a carga era bastante baixa, o que se pode
observar pela pequena diferença de temperatura entre o topo do óleo e a base do
tanque. De qualquer maneira, a vibração de 60 Hz e a temperatura do núcleo a plena
carga (na faixa de 100 °C) poderão ter efeitos indesejados a longo prazo. É recomendável
acompanhar o desempenho térmico dessa assimetria ao longo do tempo,
preferencialmente em horários de carga alta. Variações acima da temperatura esperada
para o entreferro deverão ser comunicadas à Gerência responsável para avaliação das
medidas possíveis. Para a medição de temperatura nos cascos de transformadores de
poste e à temperatura ambiente e na faixa de 3 – 5 µm ou 7 – 14 µm, deve ser
considerada a emissividade da tinta que o recobre. Nesse caso, de 0,85 a 0,94 é um valor
adequado. Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐2000, Lente: 12°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.65 Termograma bem focado e bem enquadrado. Redes de Baixa Tensão também estão
sujeitas à anomalias, por vezes severas. As correntes são significativamente maiores que
as em Média Tensão e os esforços de dilatação e contração são mais intensos devido aos
horários de pico de consumo diários. No caso deste Termograma, é possível verificar que
não apenas a conexão da Fase do Meio foi afetada, mas que também o cabo de jump da
Fase Superior se apresenta severamente aquecido. A intervenção de manutenção
necessitará de um desligamento para substituição do trecho de cabo e, eventualmente,
MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS 301
CAPÍTULO IV – LINHAS DE DISTRIBUIÇÃO
do conector. Soluções do tipo limpeza e reaperto não são recomendadas pelo risco de
reincidência e pelo baixo custo do reparo correto. As consequências de uma falha neste
local são diversos consumidores desligados, gerando lucro cessante para a
concessionária. Além do mais, as maiores chances de falha estão nos horários de maior
corrente, causando assim transtornos maiores. Para a medição de temperatura nos cabos
de Baixa Tensão, deve ser considerado se são novos ou estão severamente oxidados e
com depósito de poluentes sobre eles. De forma mais comum, são instalações antigas e,
à temperatura ambiente e na faixa de 3 – 5 µm ou 7 – 14 µm, a emissividade pode variar
de 0,75 a 0,85. Para cabos novos, e nesse estado, as temperaturas reais deverão ser muito
mais altas do que o medido devido à baixa emissividade do alumínio novo. Software:
ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐2000, Lente: 12°.
Anotações:
Exemplos:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.67 O Termograma apresenta um Regulador de Tensão, Classe 15 kV, instalado em um
sistema triângulo. A bucha superior de entrada apresenta um mau contato, cujo
aquecimento está se propagando pelo pavio ou varão de entrada, em direção ao
enrolamento. Pela distribuição térmica do tanque do Regulador e pelos radiadores,
observados a partir do chão, não é
possível obter nenhuma informação
significativa sobre o estado interno.
Mas, pela visada a partir do morro
atrás do regulador (Figura ao lado),
pode‐se observar que toda a bucha
está aquecida. Isso implica em que a
bucha deverá ser desmontada em
campo para Inspeção e manutenção.
Como não se sabe se internamente
há um pavio ou um varão, pode‐se apenas especular: a probabilidade que melhor explica
essa distribuição térmica é haver um pavio que esteja oxidado entre os tentos. Mas isso
só poderá ser confirmado na abertura da bucha. A manutenção em si pode ser simples:
desligamento, desmonte, Inspeção Visual cuidadosa em busca de sinais de corrosão ou
oxidação. Caso positivo, avaliar a possibilidade de recuperação dos assentamentos e
pavio em campo. Em caso contrário, o tanque terá de ser aberto para troca do pavio até
o enrolamento. Um teste de isolamento da bucha é recomendável. Normalmente este
serviço não pode ser executado em campo devido à instalação do regulador e a
contaminação do óleo, sendo necessária a retirada de operação e execução do serviço
em oficina técnica. Na imagem ao lado, pode‐se observar o mesmo Regulador de Tensão
seis meses após a imagem anterior, sendo que foi efetuada apenas uma manutenção nas
conexões externas. Como é possível observar, houve uma redução nas temperaturas das
conexões em todas as buchas, mas a anomalia interna ainda permanece não resolvida.
Para medição radiométrica na faixa de 7 – 14 µm ou 3 – 5 µm, deve‐se utilizar a
emissividade para porcelana, na ordem de 0,85 a 0,95. Software: ThermoCom IRAnalyzer.
Câmera: ThermoCom V384S, Lente: 22°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.68 O Termograma apresenta um Regulador de tensão em que a anomalia se apresenta em
dois pontos da bucha de porcelana: na conexão superior, onde está evidentemente mais
aquecida e na base da porcelana. O que não é possível concluir por este ângulo de visada
é se há apenas a anomalia da conexão que, por condução desce pelo pavio ou varão até
encostar‐se à porcelana ou se há uma
segunda anomalia interna que está
aquecendo a base da bucha. Já na imagem
ao lado, feita pelo lado oposto a partir do
morro, fica claro que há uma anomalia na
base da bucha. A solução é a
desmontagem da bucha para avaliação, se
possível, da conexão interna. Um teste de
isolamento na bucha contra a massa
também deve ser aplicado. Caso seja possível, as ações a serem tomadas dependerão do
resultado obtido. Caso nada seja observado, deve‐se efetuar a manutenção na conexão
superior e, depois de terminado o serviço, efetuar nova Termografia para verificar se a
anomalia da base desapareceu. Em caso afirmativo, a origem era da conexão com a linha.
Caso a anomalia não desapareça, e a anomalia da conexão com a linha tenha sido
eficazmente solucionada, o defeito é interno e o regulador terá de ser retirado de
operação para abertura e Inspeção do estado dos componentes internos. Para medição
radiométrica na faixa de 7 – 14 µm ou 3 – 5 µm, deve‐se utilizar a emissividade para
porcelana, na ordem de 0,85 a 0,95. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO 2002.
Câmera: FLIR T‐300, Lente: 15°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.70 O Termograma da esquerda está bem centrado e bem focado. No entanto, poderia ser
um pouco mais contrastado, uma vez que, pela escala colorimétrica utilizada, as nuvens
estão quase com a mesma temperatura das chaves e cabos. Isso torna um pouco difícil
avaliar os elementos adjacentes à anomalia no contato da chave. Para corrigir esse efeito,
deve ser selecionada outra paleta de cor que proporcione um contraste maior com a
mesma amplitude térmica. No Termograma da direita, foco óptico, amplitude térmica e
enquadramento estão corretos. Para medição radiométrica, contatos de seccionadoras
sempre possuirão frestas que terão uma emissividade alta à temperatura ambiente e na
faixa de 7 – 14 µm ou 3 – 5 µm, na ordem de 0,80 a 0,90. Software: ThermaCAM Reporter
PRO 2002. Câmera: AGEMA 550, Lente: 10°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.71 Em ambos os Termogramas o enquadramento está um pouco deslocado do centro óptico
da imagem. Observar que no Termograma da esquerda, a temperatura lida na Fase do
Meio ultrapassa em muito o final de escala da amplitude térmica. Esse procedimento de
ajuste serve para permitir que os demais componentes da imagem possam ser
visualizados. O asterisco junto à legenda da área indica que o limite superior da câmera
está próximo ou que o valor de calibração da câmera foi ultrapassado. Os procedimentos
de intervenção são usuais para maus contatos. A emissividade à temperatura ambiente
é na faixa de 7 – 14 µm ou 3 – 5 µm, como mencionado para esses componentes, pode
ser ajustada entre 0,8 e 0,9. Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐
2000 e FLIR AGEMA 550. Lentes: 12° e 10°.
Anotações:
Figura 4.73 – Chaves Fusíveis com mau contato nas conexões e fuga pelo isolador.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.73 Os dois Termogramas estão bem enquadrados e a amplitude térmica está correta em
ambos os casos. As paletas de cores possuem densidades de cor diferentes para
diferentes níveis de temperatura, mas representam bem as anomalias em questão.
Observar que no Termograma da esquerda, a anomalia de interesse é o baixo isolamento
nas porcelanas, apesar de o objeto mais aquecido ser o contato superior da chave da Fase
Direita. No Termograma da direita, a anomalia é na conexão inferior com o cabo de saída.
Para o problema de baixo isolamento, a solução é a substituição da chave. Já para o
aquecimento por mau contato, o atendimento padrão é o recomendado. Caso haja sinais
de corrosão, pode ser necessário substituir o componente ou a chave completa. Tanto
para o Termograma da esquerda, onde as áreas de interesse são as porcelanas, como
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.74 O Termograma da esquerda está no limite do enquadramento, bem focado e com a
amplitude térmica correta. Já o Termograma da direita está bem focado na anomalia
de interesse, deixando de lado a terceira Fase e, por esse motivo, mal enquadrado.
Nesses casos, acaba tornando‐se obrigatório supor que a Fase não incluída no
enquadramento estava termicamente normal ou aceitável. Apesar de ser totalmente
metálico, o contato da chave no Termograma da esquerda, a emissividade de 0,8 a
0,9 à temperatura ambiente e na faixa de 7 – 14 µm ou 3 – 5 µm pode ser utilizada
devido às diversas frestas nesta área de contato. Já no Termograma da esquerda,
onde a área de interesse é o cartucho, a emissividade de 0,85 a 0,95 pode ser
utilizada devido ao cartucho usualmente ser de material com alta emissividade.
Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐2000
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.75 O Termograma da esquerda foi obtido com a lente normal instalada na câmera de 24°.
Está focado corretamente e bem enquadrado, pois estão presentes todas as chaves
fusíveis da cruzeta. Observar que a paleta de cores está centrada no terço superior da
amplitude térmica da imagem e isto facilita a localização e identificação dos
componentes. Pela imagem obtida neste Termograma, a evidência qualitativa de fuga de
corrente pelo isolador não é suficientemente clara, indicando a necessidade de uma
aproximação maior ou do uso de uma lente teleobjetiva. Utilizando então uma lente de
12°, o Termograma da direita apresenta o mesmo isolador da chave fusível da Fase
Esquerda, tornando evidente a fuga de corrente pelo isolador e o aquecimento
consequente na cruzeta. A referência para o isolador com fuga pode ser obtida pela
observação dos demais isoladores da mesma cruzeta. Para medição radiométrica de
temperatura, o valor de emissividade típico à temperatura ambiente e na faixa de
7 – 14 µm ou 3 – 5 µm, é o utilizado para porcelanas, de 0,85 a 0,95. Software:
ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐2000. Lentes: 24° e 12°.
consequente curto à Terra ou quebrar por Descrição Técnica: muflas são terminações
ocasião de uma manobra. No primeiro caso, de cabos de Média a Alta Tensão. Sua função
o desligamento de consumidores normal‐ é providenciar que o campo elétrico pre‐
mente custará muito caro e, no segundo, o sente no condutor energizado seja gradual‐
operador estará sob risco. mente reduzido até o potencial de Terra.
Atualmente a grande maioria das muflas é
4.14 MUFLAS CLASSE 15 KV– LADO feita de material polimérico isolante e ter‐
EXTERNO mocontrátil. Entretanto, ainda é comum en‐
contrar muflas de porcelana preenchidas
com resinas isolantes.
Descrição Térmica: as muflas, caso estejam
corretamente dimensionadas, devem acom‐
panhar a assinatura térmica do cabo ao qual
estão conectadas. Todavia anomalias podem
ocorrer uma vez que, além de providencia‐
rem uma ponta do cabo livre para conexão
com outros componentes, também possuem
conexões internas de aterramento da malha
de equalização de tensão. Da mesma forma,
mesmo sem carga, estão sempre expostas à
tensão Fase‐Terra.
Figura 4.76 – Muflas.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.77 O Termograma da esquerda está um pouco fora do enquadramento ideal já que desloca
a cruzeta para a esquerda. Mas entende‐se a opção do Inspetor ao verificar que ele
colocou a anomalia de interesse bem próxima ao centro óptico da imagem. O mesmo
equívoco acontece no Termograma da direita que, além do enquadramento ligeiramente
incorreto, não consegue colocar no foco o último conjunto de muflas. Mesmo assim,
ambos são suficientes para apresentar as anomalias com resolução suficiente para os
diagnósticos qualitativo e quantitativo. Observar que as amplitudes térmicas não são
muito diferentes (22° e 28°), mas que para uma visualização melhor das imagens, utilizou‐
se duas paletas de cores com proporções diferentes. O Termograma da esquerda exige
MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS 311
CAPÍTULO IV – LINHAS DE DISTRIBUIÇÃO
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.78 A semelhança entre alguns Termogramas pode levar a confusões e interpretações
incorretas se não houver uma análise mais cuidadosa. Os dois Termogramas quando
olhados rapidamente parecem ser do mesmo poste, apenas obtidos a distâncias e
ângulos um pouco diferentes. A atenção do analista de imagens infravermelhas deve ser
refinada ao ponto de ele perceber e analisar pequenas diferenças. Por exemplo: um dos
postes possui uma linha compacta de média tensão acima das cruzetas. Por isso a
importância do enquadramento correto e da focalização precisa. Além de permitir a
leitura de temperaturas mais exata, o ajuste da amplitude térmica e da paleta de cor são
críticas para o correto aproveitamento das informações que a Termografia pode
fornecer. Desde que a parte isolante das muflas não tenha sido afetada, apenas o
tratamento das conexões poderá resolver a anomalia. De qualquer forma, é prudente
testar o isolamento antes da energização. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm à
temperatura ambiente, o valor da emissividade para termoplásticos pode variar de 0,85
a 0,95. Software: ThermoCom IRAnalyzer. Câmera: ThermoCom V384S, Lente: 22°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.79 Termograma bem focado e suficientemente bem enquadrado. A utilização da
teleobjetiva focou corretamente na anomalia, mas deixou de fora a terceira Fase para
referência. Como a diferença de temperatura não era muito alta, a inclusão de uma
terceira Fase na imagem poderia prejudicar a resolução espacial para medição de
temperatura. Observar que o limite superior da amplitude térmica abaixo da maior
temperatura da anomalia serviu para destacar os demais componentes. Nessa situação,
e dada a imprevisibilidade da anomalia, a providência indicada é a substituição da mufla
o mais rápido possível. Evidentemente não é a temperatura o fator crítico para a
intervenção e sim a insegurança de uma fuga de corrente que não se sabe até onde já
progrediu. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura
ambiente, o valor da emissividade para muflas de porcelana pode variar de 0,85 a 0,95.
Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR AGEMA 550. Lente: 10°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 4.80 Termograma da esquerda bem focado e, no entanto, mal enquadrado. A utilização da
teleobjetiva detalhou corretamente a anomalia, mas deixou de fora as demais Fases para
referência. Observar que a amplitude térmica significativamente abaixo da maior
temperatura da anomalia serviu para destacar os demais componentes. A mufla
posterior, cuja temperatura foi medida como referência, está desfocada e, portanto, com
a medição incorreta. Este é um problema de profundidade de campo. Como o Inspetor
atualmente não tem a possibilidade de diminuir a entrada de radiação pela lente e,
caso, realiza um teste de isolamento (Me‐ sobre uma camada de fita isolante sobre a
gger) na mufla para confirmar o diagnóstico parte metálica. Essa maneira de instalação
ou a substitui por precaução. É importante providenciará um fácil desmonte no caso de
atentar para que o fechamento da mufla ser necessária uma Inspeção Visual no fu‐
nova seja feito com fita autofusão aplicada turo.
Anotações:
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.4 Os Termogramas estão bem focados e bem enquadrados. Da mesma forma, a escala
colorimétrica e a amplitude térmica também estão bem ajustadas. Ambas as imagens
térmicas apresentam a situação de estresse térmico a que, neste caso, os cabos classe
15 kV estão submetidos. Sob condições de sol intenso, na maior parte das vezes próximo
ao meio dia, mas em muitos locais durante boa parte da insolação diária, a temperatura
do teto do cubículo pode chegar aos 80 °C ou mais. Essa temperatura pode ser realmente
danosa para equipamentos que foram projetados para trabalhar no máximo a 40°. As
consequências mais comuns são o envelhecimento precoce com eventualmente curto
circuito contra a Terra e o afrouxamento de conexões devido aos esforços mecânicos
intensos de dilatação e contração diários. O erro básico é de projeto que não prevê nem
distâncias maiores entre a parte ativa e o teto e nem um isolamento térmico adequado
no topo do cubículo com ventarolas eficientes para a troca do ar aquecido. A solução
pode ser complexa dependendo da montagem e, mesmo a instalação de material isolante
no teto, deve levar em consideração as distâncias mínimas de segurança. Testes elétricos
como Megger devem ser aplicados conforme cada caso para verificar o estado dos
componentes afetados. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à
temperatura ambiente, o valor da emissividade, para cabos neste caso, pode variar de
085 a 0,95. Para medições em outros componentes como TC’s, TP, barramentos,
seccionadoras e disjuntores, verificar nos itens específicos sobre esses equipamentos
neste Manual. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC660.
Lente: 24°.
Anotações:
Anotações:
Exemplos:
Figura 5.6 – Buchas de passagem com defeito nas conexões da linha e cabeça das buchas.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.6 Termograma bem enquadrado e bem focalizado. Observar que a amplitude térmica tem
seu limite superior abaixo da maior temperatura da anomalia para dar visualização aos
demais componentes adjacentes. A clareza do foco permite identificar uma pequena
anomalia na bucha de passagem da Fase do Meio. Se se encontra na Fase inicial ou já está
no ciclo de baixa da curva de falha, só a periodicidade adotada poderá confirmar.
Observar que também no cabo de descida da Fase do Meio há um mau contato com a
conexão com a linha. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou 3 – 5 µm à
temperatura ambiente, o valor da emissividade para cabeças de buchas de passagem
oxidadas e conectores pode variar de 0,80 a 0,90. Software: ThermCom IRAnalayzer.
Câmera: ThermoCom V384S.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.7 Termograma bem enquadrado e bem focado. A escala colorimétrica da amplitude
térmica está adequada para apresentar todos os componentes presentes. O mau contato
está localizado nas conexões de descida e não nas buchas em si. No entanto, o cabeçote
das buchas aparece aquecido. Isso pode acontecer devido à condução de calor pelo cabo
até o cabeçote. Nesse caso, é improvável que seja efeito de correntes parasitas em um
cabeçote metálico porque a Fase da Esquerda não apresenta aquecimento para a mesma
corrente de Fase. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à
temperatura ambiente, o valor da emissividade para cabeças de buchas oxidadas pode
variar de 0,80 a 0,90. Se forem muito novas, a emissividade poderá ser bem mais baixa,
na ordem de 0,4 a 0,6. Essa distinção tem de ser feita pelo Inspetor em campo. Software:
ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR AGEMA 550 e FLIR SC‐2000. Lente: 10°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.8 Termograma enquadrado da melhor forma possível devido à presença de grade
interposta. O foco óptico, ajustado corretamente, está centrado na anomalia e as demais
Fases podem ter sua avaliação prejudicada pela grade. O calor gerado pelo mau contato
com a barra é propagado por condução para dentro da bucha e para o barramento. Tanto
a barra de cobre pintada como a bucha possuem emissividade alta. A parte metálica da
conexão aparece mais fria devido à baixa emissividade. Como a origem do aquecimento
é óbvia, o limite da amplitude térmica superior está mais baixo que a temperatura
máxima para poder fornecer uma imagem de referência dos componentes das demais
Fases. Para medições de temperatura, uma emissividade entre 0,8 e 0,9 é adequada.
Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC2000.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.9 Termograma bem enquadrado, mas um pouco fora do foco como se pode ver pelo
barramento borrado no cotovelo superior. Escala colorimétrica e amplitude térmica
correta. A distribuição térmica dessa anomalia sugere duas possibilidades: o
aquecimento é falso devido à pintura de alta emissividade sobre a cabeça da bucha de
passagem, diferente das demais que são de outro modelo, ou o aquecimento se dá por
indução de correntes parasitas no cabeçote da bucha. Como os barramentos são de cobre
nu, não é possível, a esta distância e visada, afirmar que o aquecimento é por má conexão
ou não. Nesse caso, o acompanhamento sistemático confirmará se o aquecimento é
estável ou se é devido a outro fenômeno. A substituição pode ser necessária caso a
temperatura aumente significativamente. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou
de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para cabeças de buchas
oxidadas pode variar de 0,80 a 0,90. Se forem muito novas, a emissividade poderá ser
bem mais baixa, na ordem de 0,4 a 0,6. Essa distinção tem de ser feita pelo Inspetor em
campo. Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC2000 Lente: 12°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.11 O enquadramento deste Termograma está no limite para que sejam observadas as três
Fases. As buchas de passagem posteriores referem‐se à medição em conexão Aaron
deste painel. A carga era a típica para o circuito e pode‐se observar que as variações de
temperatura são mínimas e a distribuição térmica é uniforme, sem anomalias. Se o
Inspetor não estiver capacitado a ajustar a câmera corretamente, provavelmente terá
FIGURA COMENTÁRIOS
dificuldades em fazer o diagnóstico correto que, no caso, é de normalidade. Para
medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor
da emissividade para termoplástico pode variar de 0,90 a 0,95. Software: ThermaCAM
Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR FLIR SC‐2000.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.12 Termograma bem focalizado, mas com enquadramento incorreto apresentando apenas
uma das muflas. O motivo pode ter sido destacar apenas a anomalia devido à
impossibilidade de aproximação. Nesse caso, a referência de posição é fornecida pela
foto na luz visível. Observar que o limite superior da amplitude térmica está adequado à
anomalia em questão, mas muito acima da máxima temperatura da imagem, que é o
entreferro do trafo. Provável mau contato com a cordoalha de aterramento dentro da
mufla. O aquecimento já marcou externamente a mufla, mas em uma saia superior,
indicando tratar‐se de um aquecimento antigo e grave. Por outro lado, a própria
cordoalha apresenta traços de aquecimento externo provavelmente por oxidação devido
ao aquecimento. A solução é substituir a mufla e isolar o aterramento em uma das pontas
do cabo para evitar a circulação de corrente por diferença de potencial de Terra. Para
medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor
da emissividade para termoplástico pode variar de 0,90 a 0,95. Software: ThermaCAM
Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR FLIR SC‐2000.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.13 Termograma bem enquadrado e bem focado. Observar que a amplitude térmica é de
apenas 3,1 °C, o que exige do Inspetor habilidade para suspeitar de uma anomalia nesse
ponto e ajustar corretamente a câmera. Da mesma forma, observar que a temperatura
ambiente está muito próxima das temperaturas medidas. A montagem com braçadeiras
metálicas pode aquecer devido à indução por correntes altas ou por ter suas bordas
afiadas cortando o isolamento do cabo. Uma vez que as três braçadeiras estão bem
afixadas, com temperaturas diferentes e com calor se propagando até a ferragem de
suporte, a probabilidade maior é de baixo isolamento. No entanto, a possibilidade de
indução não deve ser descartada e uma nova Termografia, com tensão e sem corrente
(desligar as cargas, mas manter o circuito energizado), deve ser programada para eliminar
essa hipótese. Apesar de visualmente a borda das braçadeiras não entrar em contato com
a camada superficial do cabo da mufla, a proximidade da parte metálica em relação à
camada de blindagem e consequentemente da parte ativa do cabo, implicará na
substituição e execução de montagem correta. Para medições radiométricas em
7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, é mais fácil medir a temperatura no
cabo, ou no espaçador, do que na ferragem. Além do mais, é essa a temperatura de
interesse. O valor da emissividade então para termoplásticos pode variar de 0,9 a 0,95.
Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR AGEMA 550. Lente: 10°.
Anotações:
328 MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS
CAPÍTULO V – TRATAMENTO DAS IMAGENS TÉRMICAS USOS E RESULTADOS EM TERMOGRAFIA
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.14 Termograma bem focado e com enquadramento restrito devido à exiguidade de espaço.
Observar que também neste caso, a amplitude Térmica é de apenas 3,7 °C. Se o Inspetor
não estiver bem treinado, deixará passar esta anomalia considerando o componente
como Normal ou termicamente aceitável. Este tipo de mufla para instalação interna, sem
saias e sem cordoalha de aterramento visível, é mais susceptível a desequilíbrios de
tensão nas extremidades do cabo. Eventualmente este circuito já dispunha ao menos
desta extremidade do aterramento isolada da Terra. Considerando essa hipótese como
correta, o diagnóstico que resta é um defeito interno com baixo isolamento e corrente
de fuga. O prognóstico é a deterioração gradativa do isolamento até o rompimento
contra a Terra. O tempo para a falha é imprevisível e a solução é a substituição do
componente (mufla). Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à
temperatura ambiente, o valor da emissividade para termoplásticos, borrachas e
similares é de 0,9 a 0,95. Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR
AGEMA 550.
Figura 5.15 – Mau contato na solda da cordoalha de aterramento e/ou baixo isolamento.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.15 Termograma bem focado, mas um pouco confuso com relação ao enquadramento. Além
de faltar uma terceira Fase, a sobreposição dos Para‐raios faz com que o analista tenha
de observar o Termograma atentamente para compreender onde está a anomalia de
interesse. A amplitude térmica de 6,5 °C é adequada para a apresentação de todos os
componentes da imagem. Apesar da instalação interna, o montador ou projetista
preferiu utilizar muflas para instalação externa. De qualquer maneira, a posição alta da
anomalia (abaixo da quarta saia) sugere fortemente tratar‐se de um problema de má
conexão com a cordoalha de aterramento. Como no caso do Termograma anterior, o
prognóstico é a deterioração gradativa do isolamento até o rompimento contra o
aterramento. O tempo para a ocorrência de uma falha é imprevisível. A solução é a
substituição da mufla. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à
temperatura ambiente, o valor da emissividade para borrachas, silicones e
termoplásticos varia de 0,9 a 0,95. Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera:
FLIR SC‐2000. Lente: 12°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.16 O Termograma é importante por dois motivos: em primeiro lugar porque foi obtido
através de uma grade metálica que normalmente prejudica sensivelmente as imagens
térmicas. E em segundo lugar, a diferença de amplitude térmica é muito pequena, apenas
2,8 °C. Isso faz com que o Inspetor tenha que ter conhecimento suficiente para ajustar a
câmera a fim de perceber pequenas diferenças de temperatura. Com relação ao
diagnóstico, as temperaturas realmente não são importantes nesse caso. Isso porque é
evidente que se trata de um reflexo (setas vermelhas) do teto aquecido da subestação.
Demais partes de outros componentes também evidenciam este fenômeno. Para
compreender melhor como os reflexos podem interferir em diagnósticos, consulte o
Volume 1, Capítulo 4 – Reflexos no Infravermelho. Para medições radiométricas em
7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para
borrachas, silicones e termoplásticos varia de 0,9 a 0,95. Software: ThermaCAM Reporter
PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 12°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.17 Termograma bem enquadrado, bem focado e com profundidade de campo pequena,
uma vez que o terceiro cabo aparece, mas desfocado. A amplitude térmica, de apenas
5,9 °C, revela que o Inspetor ajustou a câmera para poder pesquisar por alguma anomalia
nestes componentes. Apesar de não ser um problema na mufla de porcelana, este pode
ter sido o ocasionado por ocasião do preparo da terminação. Uma dobra excessiva ou um
corte inadvertido no cabo ou sua camada semicondutora, permite uma corrente de fuga
que exigirá a troca da mufla e corte da ponta do cabo até uma região segura. Para
medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor
da emissividade para borrachas, silicones e termoplásticos varia de 0,9 a 0,95. Software:
ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐2000.
Anotações:
Exemplos:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.19 Termograma bem focado, uma vez que a anomalia está bem destacada. No entanto, o
enquadramento é insuficiente, uma vez que os cabos não estão bem centrados. A foto
na luz visível também está um pouco deslocada. A corrente de fuga contra a blindagem
de aterramento é evidente e a temperatura registrada indica a necessidade de
substituição urgente do cabo. Essa intervenção é necessária porque não há dados
suficientes para garantir que a anomalia se mantenha estável ao longo de qualquer
período. Qualquer variação de temperatura e umidade ambiente ou descarga
atmosférica pode romper o dielétrico e causar um curto franco. Para medições
radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da
emissividade para borrachas, silicones, PVCs e termoplásticos varia de 0,85 a 0,95.
Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐2000.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.20 Termograma bem focado e amplitude térmica correta. O carregamento desses cabos é
de 2.400 A por Fase, ou seja, 800 A por cabo. Na Fase da Direita, como se pode observar,
um dos cabos da Fase se encontra 7,7 °C mais frio que os demais (seta preta). Esse
desequilíbrio é causado por uma diferença de resistência entre os cabos e/ou conexões,
mais comumente em uma das conexões em uma das extremidades dos cabos da mesma
Fase. Embora no momento desta Inspeção o Delta T não tenha sido significativo, ao longo
do tempo a deterioração das características da conexão provavelmente aumentará,
levando a um agravamento da anomalia. Além do mais, deve ser considerada a potência
disponível para aquecer um mau contato se estiver presente em uma das extremidades.
O procedimento de intervenção preditiva deve incluir a medição das resistências de
contato de todos os conectores, nas duas extremidades de todos os cabos com um micro‐
ohmímetro antes e após manutenção, uma vez que a diferença esperada é mínima. Os
valores obtidos deverão ser arquivados para futuras intervenções. O reaperto deve
também ser efetuado com torquímetro. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou
de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para borrachas, silicones,
PVCs e termoplásticos varia de 0,85 a 0,95. Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002.
Câmera: FLIR SC‐660. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.21 Termograma bem focado, amplitude térmica correta, mas foto na luz visível tremida.
Embora não constitua uma anomalia em si, esta imagem térmica serve de alerta aos
montadores. A temperatura entre cabos de uma mesma Fase, neste caso com
carregamento a 80% da capacidade nominal, é 8,1 °C mais alta em relação às fases que
não estão em contato com outro cabo. A causa é a amarração dos cabos, feita, em muitos
casos, simplesmente por motivos estéticos, sem necessidade técnica. Neste caso, os
trechos de cabos estão expostos às correntes de convecção e refrigeração natural, o que
não acontece dentro de canaletas e tubulações, fazendo com que as temperaturas entre
cabos sejam maiores. O aquecimento por contato de cabos amarrados contribui, em
muitos casos, para o envelhecimento precoce dos isolamentos e enrijecimento dos
revestimentos, reduzindo significativamente a sua vida útil. A solução recomendada é
instalar tarugos de baquelite ou fibra de vidro entre os cabos, nos locais de amarração,
de tal forma que seja mantida a circulação de ar entre eles. Para medições radiométricas
em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para
borrachas, silicones, PVCs e termoplásticos varia de 0,85 a 0,95. Software: ThermaCAM
Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐660. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.22 Termograma bem focado, boa profundidade de campo e amplitude térmica correta.
Cabos classe 4,16 kV com anomalia no percurso curvo sobre bandeja metálica. Este tipo
de anomalia indica fortemente um esforço excessivo de dobra durante a instalação. A
quebra da camada semicondutora interna pode causar fuga de corrente severa para as
blindagens, causando o envelhecimento precoce dos materiais atingidos e curto à Terra.
Eventualmente esse aquecimento pode ser causado também por quebra interna de
tentos ou deficiência na qualidade do material condutor. A recomendação é a
substituição dos cabos ou, na impossibilidade, corte e realização de emenda provisória
com muflas de média tensão. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm
à temperatura ambiente, o valor da emissividade para borrachas, silicones, PVCs e
termoplásticos varia de 0,85 a 0,95. Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera:
FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
ou manuseio incorreto do cabo podem ter talado, ajustes diferentes deverão ser em‐
gerado a anomalia térmica detectada. Por pregados no Termovisor, de tal forma que
sua vez, a anomalia detectada na Figura 5.20 possa ser possível a identificação de anoma‐
apresenta as consequências de um mau con‐ lias com pequenos gradientes de tempera‐
tato em um circuito paralelo nos cabos da tura. Em muitos casos, é necessária a utiliza‐
mesma Fase. Em circuitos com altas corren‐ ção de uma lente teleobjetiva e levar em
tes por cabo, é importante não só levar em consideração a temperatura refletida do am‐
conta a troca de calor com o ambiente (tu‐ biente, uma vez que a emissividade dos re‐
bulação, canaleta, bandejamento etc.), mas vestimentos é normalmente alta. Uma difi‐
também o efeito de condução de calor entre culdade adicional é que raramente os proje‐
cabos, como no caso da Figura 5.20. A solu‐ tos preveem Inspeções por Termografia nos
ção esteticamente apresentável e tradicio‐ cabos instalados.
nal de amarrar firmemente os cabos entre si, As falhas de isolamento, por sua
frequentemente leva ao envelhecimento vez, situadas em porções mais frágeis dos ca‐
precoce das camadas externas e internas do bos como as muflas ou em regiões de es‐
cabo, fazendo com que ele perca suas carac‐ tresse mecânico, progridem lentamente até
terísticas originais. Durante a instalação, cui‐ o rompimento repentino. A Figura 5.23 ilus‐
dados adicionais devem ser tomados no ar‐ tra, em um experimento controlado, como o
raste dos cabos e suas dobras. Regiões dani‐ desenvolvimento de descargas parciais pro‐
ficadas, não visíveis em uma Inspeção Visual, gride até que se estabeleça uma corrente de
frequentemente se transformam em ano‐ fuga suficientemente intensa para o rompi‐
malias térmicas como a da Figura 5.22. De‐ mento completo da camada dielétrica do
pendendo do contexto onde o cabo está ins‐
cabo.
Anotações:
Anotações:
Figura 5.24 – Falha em cabo isolado por fuga contra a blindagem aterrada.
elétricos antes e após intervenção como re‐ Descrição: canaletas e caixas de passagem
sistência do cabo e isolamento. No entanto, não são equipamentos elétricos em si, mas
devido às distâncias grandes envolvidas, acumulam um histórico de anomalias que
muitas vezes esses testes não são de execu‐ torna importante o seu conhecimento e ins‐
ção simples. Em cabos de fornos comanda‐ peção. São projetadas para acomodar e con‐
dos por tiristores e frequências diferentes da duzir os cabos entre painéis ou transforma‐
industrial, testes adicionais podem ser ne‐ dores e suas cargas, além de permitir medi‐
cessários. ções e manutenções quando necessário.
Normalmente instaladas enterradas no solo,
5.7 CANALETAS E CAIXAS DE PASSAGEM estão sujeitas a uma série de fatores adver‐
sos como inundações, infestação por formi‐
gas ou abelhas, ninhos de roedores e maté‐
ria em putrefação. Atualmente são fabrica‐
das em material plástico ou construídas no
local em alvenaria ou concreto.
Descrição Térmica: como não dissipam po‐
tência, as caixas de passagem e canaletas de‐
vem apresentar a sua temperatura superfi‐
cial como resultante da insolação, da carga
de seu conteúdo e do local onde estão insta‐
ladas. Qualquer desvio ou assimetria deve
Figura 5.25 – Caixa de passagem.
ser investigado.
Exemplos:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.26 Enquadramento inadequado, uma vez que poderia ter mostrado mais da área anômala à
esquerda. Por outro lado, o foco está correto com boa profundidade de campo e
amplitude térmica correta. Canaletas devem apresentar distribuições térmicas
homogêneas e compatíveis com seu conteúdo. No caso, até a calçada em lajotas
apresenta uma distribuição térmica irregular. Para uma análise correta, a superfície deve
FIGURA COMENTÁRIOS
estar à sombra pelo menos por duas horas contínuas ou mais, dependendo da espessura
do concreto. Para tampas de ferro, esse tempo pode ser menor. No caso, não houve
autorização do Assistente Técnico para a abertura para Inspeção Visual, sendo que,
posteriormente, não foi informado o que foi encontrado dentro dela. É importante
registrar esse tipo de ocorrência, uma vez que, se omitida, seu custo pode ser muito alto.
Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o
valor da emissividade para concreto contaminado por poluentes é bastante alta, variando
de 0,85 a 0,95. Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente:
24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.27 Termograma bem focado, boa profundidade de campo e amplitude térmica correta.
Neste caso, o Assistente Técnico informou que o conteúdo desta caixa de Inspeção era
uma haste de aterramento da malha de Terra sob a brita. No entanto, a sua abertura não
foi autorizada por já ser do conhecimento da operação a existência de uma colmeia de
abelhas neste local. Achados estranhos como este podem ocorrer em muitos locais e,
apesar de não representarem um risco elétrico imediato, devem ser limpos para permitir
acesso sempre que necessário. Além do mais, no caso da existência de insetos agressivos
ou peçonhentos, pode haver um risco sério de acidentes pessoais incluindo morte no
caso de choque anafilático. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à
temperatura ambiente, o valor da emissividade para concreto contaminado por
poluentes é bastante alta, variando de 0,85 a 0,95. Software: ThermaCAM Reporter PRO
2002. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
de intervenção de emergência e de desliga‐ mento progressivo das cargas até que, apro‐
mento imediato da fábrica. Como a parada ximadamente 36 horas depois, a fábrica
intempestiva do processo industrial teria um pode ser totalmente desligada. Uma visada
custo muito alto, optou‐se por um desliga‐ geral do poste de entrada pode ser obser‐
vada na Figura 5.32.
Anotações:
Anotações:
Movido pela curiosidade profissional, o Ins‐ serviços e, após a desconexão das muflas, li‐
petor que realizou a Inspeção estava pre‐ gou e apontou o Termovisor para confirmar
sente ao desligamento para acompanhar os o desaparecimento das anomalias encontra‐
das.
Anotações:
Figura 5.34 – Anomalia com a fábrica em operação e após o desligamento das muflas.
Uma vez identificada a origem do tigação mais minuciosa no topo do poste re‐
aquecimento, tornou‐se evidente que o cir‐ velou que havia um condutor do sistema de
cuito de corrente de fuga estava sendo fe‐ iluminação desencapado e energizando
chado entre o cabo de aterramento e a cor‐ tanto o tubo de sustentação da luminária
doalha interna do cabo. O estado deterio‐ como a braçadeira e o eletroduto de des‐
rado da superfície do cabo era a evidência cida dos cabos de média tensão. Em um
de que aquecimentos maiores já haviam procedimento de risco não autorizado, um
ocorrido neste local. Havia, então, duas eletricista da empreiteira que realizava a
possibilidades de origem da corrente: ou manutenção afastou o cabo de aterramento
em direção à cabine de entrada ou em dire‐ do cabo de média tensão. O risco implícito
ção ao topo do poste. Como em um pri‐ era o contato com o condutor energizado e
meiro momento o Disjuntor Geral estava superaquecido que poderia perfurar a luva
desligado, a probabilidade da corrente de isolante. O resultado foi o imediato resfria‐
fuga estar vindo dessa direção era menor mento da anomalia, como se pode ver na
do que vindo do topo do poste. Uma inves‐ Figura 5.37.
Anotações:
Exemplos:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.40 Termograma bem focado e bem enquadrado. O motivo por que a terceira conexão não
aparece na imagem é porque a barra da Fase vermelha vai contínua do TC ao disjuntor.
A Amplitude Térmica está um pouco acima da temperatura da conexão de interesse e
isso permite ver a extensão do aquecimento na barra sem perder de vista a origem.
Barramentos em cobre pintado são fáceis de avaliar devido à alta emissividade das tintas
aplicadas. No entanto, em muitos casos, a aplicação desatenta da tinta acaba fazendo
com que ela escorra para dentro da conexão, prejudicando‐a. Por outro lado, mesmo a
temperatura baixa desta conexão anômala não permite que seja ignorada, uma vez que,
ao longo do tempo e das variações de temperatura ambiente e carga, a tendência será
agravar as situações. É possível notar que a conexão da esquerda está mais
comprometida que a da direita e que o barramento superior está uniformemente mais
“morno”. Isso sugere um barramento tubular acima e um em barra sólida abaixo ou cobre
de qualidade diferente. Desmonte, Inspeção Visual cuidadosa em busca de sinais de
corrosão, limpeza em caso negativo e reaperto devem solucionar a anomalia. Caso haja
sinais de corrosão, pode ser necessária a substituição. Para medições radiométricas em
7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para tintas a
óleo pode variar de 0,85 a 0,94. Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR
AGEMA 550.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.41 Termograma mal enquadrado porque a terceira Fase está desfocada e a conexão mal
aparece no Termograma. Como complicador adicional, percebe‐se a tela metálica
anteposta na imagem. Sempre é mais difícil conseguir um foco correto com uma tela no
meio e, no entanto, este Termograma está suficientemente focado. A Amplitude Térmica
de 20 °C é um ajuste bastante comum e utilizado em quase todas as situações. Um
comportamento térmico anômalo deste tipo indica depósito irregular de poluente sobre
uma barra de cobre nu ou o descascamento da camada de tinta aplicada sobre o
barramento. No caso, apesar da foto na luz visível não estar disponível, a Inspeção Visual
no local constatou que a tinta estava descascando, expondo o cobre. Para evitar futuros
erros de diagnóstico, o barramento deve ser pintado uniformemente e, se possível, a
malha da tela aumentada. Medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm, à
temperatura ambiente, mas com uma tela metálica entreposta fornecerão resultados
com um erro muito maior do que com visada direta. Essa dificuldade deve ser anotada
explicitamente no relatório para não gerar falsas interpretações. O valor da emissividade
deve ser o do caso mais favorável, que é o da tinta a óleo, de 0,85 a 0,95. Software:
ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR AGEMA 550 e FLIR SC‐2000. Lente: 10°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.42 Termograma bem focado e com um pequeno deslocamento para a esquerda no
enquadramento. Observar que, novamente, o limite superior da amplitude térmica está
abaixo da maior temperatura medida na anomalia. Como resultado, toda a cabeça da
bucha de passagem fica claramente identificada. No entanto, apesar do mau contato na
bucha de passagem da Fase Esquerda, o destaque nesse Termograma é o barramento
uniformemente aquecido. Consultado, o gerente de manutenção da unidade informou
que em uma manutenção recente, todo o barramento tinha sido substituído por barras
tubulares. Apesar da carga não ser excessivamente alta, a seção quadrada menor causou
a elevação da temperatura até os 43 °C. Caso venha a ocorrer um aumento de carga nas
instalações, este será um ponto importante a ser monitorado. Como o barramento está
pintado com tinta a óleo, para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à
temperatura ambiente, o valor da emissividade é o mesmo para outros revestimentos
deste tipo, de 0,85 a 0,95. Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐
2000. Lente: 24°.
5.9 ISOLADORES
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.44 Este mesmo Termograma já foi utilizado na Figura 5.9 para demonstração de problemas
em buchas de passagem. Na situação atual, o foco são os isoladores de suporte do
barramento (setas amarelas). O foco está correto e a amplitude térmica, ajustada para
as buchas de passagem, se presta também a evidenciar os isoladores. Como
originariamente o foco eram as buchas de passagem, para a finalidade atual o
enquadramento não está adequado. Isoladores em bom estado devem ter correntes de
fuga tão baixas que não gerem nenhum aquecimento detectável por termovisores para
uso industrial. Assim, é comum que praticamente “desapareçam” contra as paredes em
que estão instalados por terem praticamente a mesma emissividade e estarem em
equilíbrio térmico. A explicação detalhada desse comportamento pode ser encontrada
no Item 4.6.1, Caso particular. Se for o caso, e para medições radiométricas em 7 – 14 µm
ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para isoladores em
porcelana é o mesmo de paredes em alvenaria, pintadas ou não em látex, de 0,80 a 0,90.
Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 12°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.45 Termograma bem enquadrado e bem focado. A amplitude térmica ajustada para a
conexão defeituosa permite também a análise do isolador da Fase vermelha. Mas a
cabeça do isolador desta Fase aparece aquecida sem que haja nenhuma anomalia
próxima para que receba calor por condução. Da mesma forma, o aspecto visual da
cabeça metálica deste isolador é muito semelhante ao do conector próximo na mesma
barra e não é diferente dos outros isoladores nas demais Fases. Esta semelhança sugere
fortemente que deveria ser esperado um comportamento térmico idêntico, uma vez que
são componentes passivos e que tem sua temperatura influenciada apenas pela barra
onde estão fixados e pelo ar atmosférico. A melhor hipótese explicativa para essa
distribuição de temperaturas é que o isolador está conduzindo para a Terra e a parte mais
resistiva é o topo do isolador, imediatamente abaixo da cabeça metálica. A explicação
detalhada desse comportamento pode ser encontrada no Item 4.6.1, Caso particular. A
solução é a substituição do componente ou, em caso de extrema necessidade,
tratamento térmico e cobertura com silicone isolante. No entanto, para esta opção, deve
ser medida a resistência de isolamento antes e depois do procedimento, bem como o
FIGURA COMENTÁRIOS
acompanhamento Termográfico pelo menos durante um ano. Para medições
radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da
emissividade para isoladores de epóxi pode variar de 0,85 a 0,95. Software: ThermaCAM
Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR AGEMA 550, Lente: 20°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.46 Termograma bem focalizado e, se o único foco da imagem térmica for este isolador
específico, bem enquadrado. Caso o objetivo seja documentar o comportamento, em
relação às demais Fases, não estaria enquadrado corretamente. A amplitude térmica está
adequada porque é possível distinguir, além do objeto de interesse, os demais
componentes adjacentes. Neste caso, é evidente que o isolador, como resistor, está com
a impedância maior na sua região intermediária, fazendo com que aqueça mais nessa
região. A solução, como no caso anterior, é a substituição do componente ou, em caso
de extrema necessidade, tratamento térmico e cobertura com silicone isolante. No
entanto, para esta opção, deve ser medida a resistência de isolamento antes e depois do
procedimento, bem como o acompanhamento Termográfico pelo menos durante um
ano. A explicação detalhada desse comportamento pode ser encontrada no Item 4.6.1,
Caso particular. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à
temperatura ambiente a da emissividade para isoladores de porcelana, pode variar de
0,85 a 0,95. Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 12°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.47 Termogramas bem focalizados e bem enquadrados. A amplitude térmica no Termograma
superior é de apenas 2,2 °C e no inferior é de 9,5 °C. Ambos os ajustes de amplitude estão
adequados às anomalias que registram. Para a detecção dessas anomalias, é necessário
um Inspetor experiente para não deixar passar despercebidas variações tão pequenas.
Cabe ao Inspetor ajustar a amplitude térmica da câmera para verificar se há ou não uma
anomalia nestes componentes e encontrar o Nível térmico correto para cada caso. Sem
esses dois ajustes efetuados com precisão, este tipo de anomalia normalmente passa
despercebida. Observar que no Termograma superior os isoladores adjacentes são
praticamente invisíveis no infravermelho por estarem à mesma temperatura que a
parede e por terem emissividade também praticamente igual à da parede. Já no
Termograma inferior, há uma variação um pouco maior de temperatura em relação à
parede onde estão afixados. Por sua vez, o depósito de poluente em cima dos isoladores
não tem efeito sobre a condução de corrente. Fica assim evidente a falha interna do
isolador aquecido. A solução, como nos dois casos anteriores, é a substituição do
componente ou, em caso de extrema necessidade, tratamento térmico e cobertura com
silicone isolante. No entanto, para esta opção, deve ser medida a resistência de
isolamento antes e depois do procedimento, bem como o acompanhamento
Termográfico pelo menos durante um ano. A explicação detalhada desse comportamento
pode ser encontrada no Item 4.6.1, Caso Particular. Para medições radiométricas em
7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para
isoladores de porcelana pode variar de 0,85 a 0,95. Software: ThermaCAM Reporter PRO
2002. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.48 Termograma bem focado, mas incorretamente enquadrado. Para dificultar ainda mais, a
amplitude térmica está muito grande, fazendo com que o fundo se confunda com os
isoladores. Embora o tema deste item seja isoladores, este Termograma não se refere
exatamente a uma anomalia em um isolador. No entanto, o fato de o barramento
sustentado ser em tubo de cobre, implica que a fixação da barra no conector superior foi
executada com excesso de torque ou aperto. O excesso de aperto provavelmente
danificou a secção quadrada do tubo, levando ao aumento da resistência à passagem da
corrente de carga. A solução é a abertura da fixação para verificação do estado da barra
e, se encontrada danificada, substituir a barra ou substituir o trecho defeituoso. Neste
caso específico, e para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à
temperatura ambiente, o valor da emissividade é mais difícil de ser determinado. O
barramento é em cobre nu e é a origem do aquecimento. Cobre nu possui, via de regra,
emissividade muito baixa, que vai subindo na medida em que oxida. Como não é possível
determinar o nível de oxidação existente no barramento e nem ensaiar para
determinação precisa da emissividade, a solução é atribuir um valor razoável. Nessa
situação, considerando que ele está oxidado pelo aquecimento contínuo e que há frestas
entre o barramento e o conector, pode‐se atribuir um valor aproximado de 0,75 a 0,85.
Essa atribuição tem de ser feita pelo Inspetor em campo e é conveniente que seja
anotada para posterior comparação ou acompanhamento no tempo. Software:
ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 12°.
longo de um tempo indeterminado, com a TCs, sendo que os mais utilizados são o tipo
falha do isolador. janela e tipo barra, normalmente encapsula‐
dos em resina epóxi. As correntes de secun‐
Recomendações de Intervenção:
dário normalmente são limitadas a 5 Am‐
isoladores em subestações que apresentem
pères. Em alguns casos, há dois TC’s por
aquecimento nos seus corpos devem ser
Fase, sendo um conjunto para proteção e
substituídos. Na impossibilidade de substi‐
outro para medição. Quando se trata so‐
tuição, recomenda‐se um teste de isola‐
mente de medição, o arranjo mais comum é
mento prévio (Megger) e tratamento tér‐
o Aaron.
mico. Após o período de secagem, deve‐se
novamente testar o isolamento para confir‐
mação de recuperação de rigidez dielétrica.
Em caso positivo, e se possível, reisolar o iso‐
lador com silicone apropriado. Este procedi‐
mento tem seus riscos e deve ser apenas
temporário. Deve ainda ser lembrado que
problemas de isolamento em isoladores ten‐
dem a ser cíclicos, variando com a umidade
relativa do ar e o aquecimento pela corrente
de fuga que seca a água e recompõe tempo‐
rariamente a sua rigidez dielétrica.
Figura 5.49 – TCs da concessionária.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.50 Termograma no foco e corretamente enquadrado. A amplitude térmica é suficiente para
a visualização de todos os componentes presentes. Como a planta industrial estava
operando normalmente, o pressuposto básico era de que os três TC’s de medição
estivessem submetidos à mesma corrente. Para que o TC da Fase Esquerda se
apresentasse “frio” como está no Termograma, só havia três opções: 1) Não havia
corrente no primário, 2) O secundário estava aberto e 3) O TC estava funcionando
normalmente. As opções 1 e 2 foram descartadas, pois além da planta estar operando
normalmente, a medição no painel estava compatível com os valores históricos e,
portanto, o TC estava operando dentro de suas condições de projeto. Sendo assim, os
dois TC’s, Fases do meio e da direita, apresentam‐se provavelmente com defeitos no
entreferro ainda que com intensidades diferentes. Uma eventual falha entre espiras
estava descartada devido a que as medições no painel estarem quase iguais. Como se
desconhece o real estado interno, a temperatura pode aumentar ao longo do tempo,
degradar a resina epóxi, e permitir um curto circuito contra a Terra. A solução é a
substituição dos TC’s o mais breve possível, justamente porque não se sabe o seu estado
interno. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura
ambiente, o valor da emissividade para epóxi pode variar de 0,85 a 0,95. Software: FLIR
ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR AGEMA 550, Lente: 10°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Termograma aparentemente bem enquadrado porque o foco óptico parece ser o
5.51
aquecimento dos núcleos dos TC’s. Por sua vez, está bem focalizado e com amplitude
térmica adequada. No entanto, a escala colorimétrica poderia estar mais bem ajustada, ou
ser utilizada outra distribuição de cores para permitir uma apresentação mais clara.
Observar que há uma semelhança aparente com a Figura 5.48. Neste caso, o aquecimento
no núcleo destes TCs pode ser devido ao mau contato nas conexões internas posteriores,
como pode ser visto na Fase branca. A conexão interna da Fase Verde não está visível devido
ao enquadramento incorreto, que poderia ter sido melhor se o Inspetor houvesse observado
em campo o aquecimento interno nas conexões posteriores dos TCs. O problema do
primeiro foco sempre é um desafio para o Inspetor: em muitos casos, há mais de uma
anomalia em uma mesma imagem e focar sua atenção na que primeiro lhe chama a atenção
FIGURA COMENTÁRIOS
pode fazer passar despercebida a segunda. Neste caso, só o desmonte e testes elétricos e
visual poderão dizer qual a causa efetiva do aquecimento detectado. É possível que seja
mais de uma e, talvez, seja difícil atestar qual ocorreu primeiro. Para medições radiométricas
em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para epóxi
pode variar de 0,85 a 0,95. Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR AGEMA
550.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.52 Termograma bem enquadrado no que diz respeito à anomalia. O foco nítido na conexão
do TC da Fase posterior torna evidente a profundidade de campo pequena da lente
utilizada apresentando as duas outras Fases fora de foco. O ajuste da escala colorimétrica
e amplitude térmica estão corretos. Como é possível observar pela foto na luz visível, a
conexão anômala possui três superfícies diferentes irradiando infravermelho: um
parafuso aparentemente de latão severamente oxidado (eventualmente até mesmo por
um aquecimento maior na conexão), um conector aparentemente estanhado ou zincado
e as barras de cobre. O uso do termo “aparentemente” se deve à impossibilidade de
Inspeção física no momento da Inspeção devido ao circuito estar energizado e não haver
informações pós‐manutenção. Assim, e com três componentes de emissividade baixa
(latão, zinco ou estanho e cobre), o problema de qual emissividade utilizar para uma
leitura de temperatura parece complexo. No entanto, é possível considerar por Inspeção
Visual que, além da presença de pó sobre os componentes, as frestas presentes e a rosca
do parafuso oxidado permitirão utilizar uma emissividade alta. Assim, e para medições
radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da
emissividade nessas condições pode variar de 0,75 a 0,85 sem incorrer em um erro
demasiado grande. Essa atribuição deve ser feita por um Inspetor experiente em campo.
Em termos da anomalia em si, este é um caso bastante simples de mau contato. Os
procedimentos são os usuais: desmonte, Inspeção Visual cuidadosa em busca de sinais
de corrosão, limpeza e reaperto. Caso haja sinais de corrosão na área de contato da barra
do TC com o conector do barramento, ainda há a solução emergencial de utilizar um
conector novo, mas fixado na superfície inferior da barra do TC. Se a corrosão estiver
presente no tubo, a solução correta é a substituição. Não são recomendadas soluções
FIGURA COMENTÁRIOS
improvisadas como emendas no tubo devido à corrente de carga de toda a fábrica passar
por ele. Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 12°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.53 Termograma com anomalia semelhante à Figura 5.48 e Figura 5.49. Bem focado e bem
enquadrado. Escala colorimétrica e amplitude térmica corretas. No entanto, a visada é
evidentemente deficiente devido a impossibilidade construtiva do local. A anomalia é
clara e definida por si só, mas a sua causa só poderá ser descoberta após a retirada e
análise do TC. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura
ambiente, o valor da emissividade para resina epóxi pode variar de 0,80 a 0,90. Em campo
e sob essas situações, deve ser observado se o ângulo de leitura das temperaturas não
implica em alguma correção adicional. Software: ThermoCom IrAnalyzer. Câmera:
ThermoCom V384S.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.54 Termograma bem focalizado e enquadrando a anomalia detectada. Escala colorimétrica
e amplitude térmica adequadas. A Fase posterior (amarela) aparece fora de foco devido
à pequena profundidade de campo da lente utilizada. TCs em conexão Aaron em
MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS 361
CAPÍTULO V – TRATAMENTO DAS IMAGENS TÉRMICAS USOS E RESULTADOS EM TERMOGRAFIA
FIGURA COMENTÁRIOS
subestação abrigada 34,5 kV. Como o ponto mais aquecido está na conexão, é presumido
que o aquecimento tenha se originado neste local. Mas como há a transmissão do calor
gerado por condução pela barra do TC (de baixa emissividade), pode‐se observar o efeito
dessa condução no corpo do TC (de alta emissividade). Assim, e para descobrir a origem
do aquecimento, é obrigatória a Inspeção cuidadosa das demais conexões que não estão
visíveis, devido ao ângulo de visada. Desmonte, Inspeção Visual, limpeza e reaperto se
possível. Em caso de corrosão, substituição ou usinagem de superfície se possível e
necessário. Devem ser verificadas também as conexões ocultas pela visada, na parte
superior do TC, uma vez que há uma mancha térmica na inserção da barra no corpo do
TC. Para medições radiométricas de temperatura, deve ser considerado que o ponto mais
aquecido está entre o conector da barra e a barra do TC. Como são dois materiais
metálicos e de baixa emissividade e, portanto, de difícil determinação em campo, a
solução é se utilizar do efeito fresta entre o conector e a barra. Desde que a resolução de
medição seja suficiente e, utilizando câmeras de 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura
ambiente, valores de 0,75 a 0,85 poderão ser utilizados. Em campo, e sob essas situações,
deve ser observado se o ângulo de leitura das temperaturas não implica em alguma
correção adicional. Software: ThermaCAM Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐2000.
Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.56 Termograma bem focado e bem enquadrado. Escala colorimétrica e amplitude térmica
corretas. Os dois TPs isolados em resina epóxi deste Termograma encontram‐se
conectados por uma conexão Aaron. A distribuição de temperaturas assimétricas é um
forte indicativo de baixo isolamento, com corrente de fuga contra a Terra. Esses
problemas tendem a fazer com que os TP’s tenham a reputação de serem equipamentos
sujeitos a explosão. A Amplitude Térmica baixa (11,4 °C) torna útil a ferramenta Isoterma,
ajustada com uma largura de 0,5 °C para a melhor identificação da anomalia. O
diagnóstico correto, nesta situação, é Qualitativo de Urgência, dado o risco de curto à
Terra do componente. Como não é admissível nenhuma assimetria térmica no corpo de
um TP, a diferença entre um diagnóstico Qualitativo e Quantitativo está entre atribuir os
graus de Urgência ou Emergência ao atendimento. A dificuldade reside em que não é
possível definir uma temperatura de corte entre quando a anomalia passará de
MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS 363
CAPÍTULO V – TRATAMENTO DAS IMAGENS TÉRMICAS USOS E RESULTADOS EM TERMOGRAFIA
FIGURA COMENTÁRIOS
atendimento de Urgência para Emergência. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm
ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para resina epóxi pode
variar de 0,80 a 0,90. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR
AGEMA 550. Lente: 20°.
Figura 5.57 – TP com possível fuga de corrente para o entreferro ou curto entre as placas.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.57 Termograma bem focado e bem enquadrado. Escala colorimétrica e amplitude térmica
corretas. Os dois TPs estão sujeitos à mesma tensão Fase‐Fase e, portanto, deveriam
apresentar distribuições térmicas simétricas e muito próximas entre si. O ponto com
60,4 °C no TP da esquerda sugere duas possibilidades: um local com corrente de fuga que
pode ser mais interna e está coberta pelo epóxi de encapsulamento, ou o curto entre
placas isolantes do entreferro. Em ambos os casos, os efeitos podem ser a deterioração
progressiva do isolamento e consequente curto à Terra. Como no momento da Inspeção
não há como saber em que estágio o defeito está, a solução é a retirada do TP o quanto
antes. Para fins de comprovação, é recomendável ainda testar o isolamento de ambos
para fins de comparação. Se o TP da esquerda apresentar um isolamento mais baixo, a
origem do aquecimento seria uma corrente de fuga. Para confirmar se o problema é de
curto entre placas de ferrosilício, seria necessário medir a relutância do núcleo, o que
economicamente pode não ser viável. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de
3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para resina epóxi pode variar
de 0,80 a 0,90. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR AGEMA 550.
Lente: 20°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.58 Termograma bem focado e bem enquadrado. No entanto, a escala colorimétrica está
inadequada, pois deixa muito tênue a visualização dos contornos do TP. Problema
bastante simples de mau contato interno ou na garra do fusível do primário do TP.
Observar que a distribuição do infravermelho irradiado acompanha o depósito de
poluente (pó) sobre a cabeça metálica do cartucho que, com isso, aumenta a
emissividade do local. As providências de desmonte, Inspeção Visual em busca de
corrosão, limpeza e reaperto são padrão. Em caso de corrosão, nem sempre pode ser
possível a substituição da garra de contato. Nesse caso, será necessária a retirada do TP
para manutenção externa e eventual substituição. As consequências possíveis são as
falhas na medição, mas se o TP for de proteção, o sistema pode ficar desprotegido ou
atuar indevidamente. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à
temperatura ambiente, o valor da emissividade, um contato metálico, recoberto de pó e
com uma fresta entre o cartucho fusível e o grampo pode variar de 0,75 a 0,85. Software:
ThermoCom IrAnalyzer. Câmera: ThermoCom V384S.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.59 Termograma bem focado e razoavelmente enquadrado devido a restrições de espaço no
local de instalação. A escala colorimétrica poderia ser melhorada a ponto de apresentar
melhor os contornos do TP. Por outro lado, se este for o melhor ajuste, ele serve para
FIGURA COMENTÁRIOS
evidenciar que o tanque do TP está praticamente à temperatura ambiente. TP’s isolados
a óleo ainda são encontrados em operação em instalações antigas. No caso do TP da Fase
amarela, o sobreaquecimento pode ser devido a um mau contato interno, problemas no
entreferro ou até mesmo deterioração e/ou contaminação do óleo isolante ou da própria
porcelana da bucha. Deve ser lembrado ainda que era costume utilizar a corrente
disponibilizada pelo TP de medição interna como fonte de corrente para serviços
auxiliares como iluminação de painéis ou resistores de aquecimento. Essa opção deve ser
descartada antes do TP ser condenado. Caso seja confirmado que há uma carga
conectada ao secundário do TP, é importante desligá‐la e verificar o comportamento
térmico do TP no dia seguinte para confirmar que o aquecimento era devido à carga e
não a outro fenômeno elétrico. Caso o aquecimento persista, o TP deve ser retirado de
operação para testes. O risco de uma falha contra a Terra em um TP isolado a óleo inclui
a possibilidade de incêndio e, portanto, as decisões neste caso deverão envolver a
Gerência responsável. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à
temperatura ambiente, o valor da emissividade para tinta a óleo e porcelana não difere
substancialmente, sendo de 0,80 a 0,90. Software: ThermaCAM Reporter PRO PRO2000.
Câmera: FLIR SC‐2000.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.60 Termograma bem focado e bem enquadrado. A escala colorimétrica e a amplitude
térmica estão bem ajustadas. Este TP isolado em epóxi apresenta um aquecimento
anômalo e assimétrico. Apesar do ângulo de visada não ser favorável, a maior
possibilidade é de que esteja com um caminho de fuga de corrente da parte ativa para o
entreferro. Eventualmente poderia ter uma diferença de espessura na camada de resina,
fazendo com que o entreferro ficasse mais próximo da superfície. Como o diagnóstico
não é preciso, antes de condenar o equipamento seria recomendável testar o isolamento.
Recomendação: retirada do componente para testes, uma vez que, se for confirmado
baixo isolamento, pode causar um curto à Terra. Para medições radiométricas em
7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para resina
epóxi pode variar de 0,80 a 0,90. Software: ThermaCAM Reporter PRO PRO2000. Câmera:
FLIR SC2000. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.61 Termograma com foco prejudicado pela presença de tela metálica interposta. Por outro
lado, está bem enquadrado e tanto a escala colorimétrica como a amplitude térmica
estão bem ajustadas. Por sua vez, o aquecimento detectado é compatível com a bobina
dentro do componente. Em campo, não se conseguiu confirmar se alimentava alguma
carga auxiliar na subestação. Restam então duas hipóteses: ou o TP efetivamente está
alimentando uma carga pelo seu secundário ou possui um problema interno no
entreferro ou baixo isolamento contra a Terra. A recomendação, então, a critério da
Gerência encarregada, é a pesquisa pelo pessoal técnico da unidade para descobrir se há
efetivamente alguma carga conectada ao seu secundário. Em caso afirmativo, é
recomendável a instalação de uma chave ou disjuntor que permita o desligamento da
carga para evitar um erro de diagnóstico nas próximas Inspeções. Caso não seja
descoberta ou não haja uma carga auxiliar, as possibilidades restantes de deficiência no
entreferro ou baixo isolamento tornam o comportamento do TP imprevisível, sendo
recomendável a sua retirada de operação o mais breve possível para testes. Para
medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, deve ser
levado em consideração que quando há uma tela metálica interposta, quanto mais
afastada estiver do componente de interesse, menor o erro introduzido na medição.
Neste caso específico, caso a malha da tela seja maior que a resolução de medição da
câmera, a leitura será confiável. Nessa situação, o valor da emissividade para resina epóxi
pode variar de 0,80 a 0,90. Software: ThermaCAM Reporter PRO PRO2000. Câmera: FLIR
SC‐2000. Lente 24°.
“frio”, isso pode significar que ele está desli‐ Recomendações de Intervenção:
gado e não que o seu simétrico esteja anô‐ os problemas mais comuns em TPs são de
malo por apresentar algum aquecimento. isolamento, já que as correntes no primário
Devido à sua característica de redutor de são muito baixas. No caso de um eventual
tensão, o primário dos TP’s está submetido à mau contato, o procedimento é padrão: des‐
tensão nominal contra a Terra e, essa dispo‐ monte e Inspeção Visual cuidadosa em busca
sição, o torna mais sujeito a falhas de isola‐ de sinais de corrosão. Caso encontrada, veri‐
mento e contaminação. A título de exemplo, ficar a possibilidade de tratamento de super‐
na Figura 5.54 a melhor explicação para o fície ou mudança do local de fixação da co‐
aquecimento detectado é que o TP em ques‐ nexão. Se não houver corrosão, limpeza e re‐
tão deve apresentar um problema de isola‐ aperto. Na presença de problemas térmicos
mento. Na Figura 5.55, uma possibilidade é a causados por baixo isolamento, a recomen‐
falha de isolamento entre as chapas do en‐ dação é a substituição. Em alguns casos de
treferro que compõem o núcleo, causando TPs isolados a óleo, pode ser possível a recu‐
um sobreaquecimento devido à circulação peração. Nesse caso, a retirada para avalia‐
de correntes entre as chapas. Outra possibi‐ ção detalhada é fortemente recomendada.
lidade é uma fuga de tensão para o entre‐
ferro pelo epóxi. Em ambos os casos há o
risco de curto à Terra.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.63 Termograma bem focado e bem enquadrado. A escala colorimétrica e a amplitude
térmica estão também bem ajustadas. Esta é uma seccionadora antiga, mas atualmente
há modelos muito semelhantes ainda sendo produzidos. Sua principal característica é ter
duas lâminas de contato por Fase, o que leva frequentemente a eventuais problemas de
mau contato serem mal interpretados por Inspetores menos preparados. As lâminas em
paralelo operam como resistores, fazendo com que aquecimentos em um dos contatos
sejam causados por resistências de contato piores em todas as outras áreas de contato
das duas lâminas. Em alguns casos, o aquecimento pode ser causado por simples falta de
pressão ou ajuste incorreto, que deve ser regularizado antes que o defeito progrida para
uma falha. A solução é a manutenção e/ou substituição das lâminas e contatos da Fase.
Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o
valor da emissividade para metais severamente oxidados, como neste caso, pode variar
FIGURA COMENTÁRIOS
de 0,75 a 0,90. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR AGEMA 550.
Lente: 20°.
Figura 5.64 – Secionadoras com hastes e isoladores com fuga para a Terra.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.64 Todos os isoladores e hastes destas chaves apresentam problemas de isolamento. A
causa provável é a falta de controle de qualidade na fabricação. A providência correta é
a substituição completa da chave ou apenas dos isoladores. É recomendável ainda medir
as resistências de isolamento dos componentes defeituosos antes da substituição e
comparar com a resistência de isolamento dos isoladores ou hastes novos. A solução de
secagem e aplicação de silicone para alta tensão é emergencial e arriscada, devendo ser
utilizada apenas de forma transitória. Deve ser pesquisado ainda se o ambiente possui
atmosfera agressiva ou excessivamente úmida. Observar que a Amplitude Térmica do
Termograma superior é de 6,3 °C e do interior é de apenas 4,5 °C. Sem esse ajuste
correto, os problemas passariam despercebidos. Para medições radiométricas em
7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para epóxi
pode variar de 0,85 a 0,95. Software: ThermaCAM Reporter PRO 2000. Câmera: FLIR
AGEMA 550.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.65 Termograma bem focado, mas prejudicado tanto pela interposição de grade como pela
largura da faixa térmica. Apesar de a câmera ser capaz de registrar uma amplitude tér‐
mica de 500 °C, não é possível, com uma saída linear de temperatura, enxergar todos os
componentes presentes. É necessário que o Software de pós‐processamento, ou a pró‐
pria câmera, possua uma ferramenta de compensação do tipo histograma (densidade de
temperaturas) ou auto paleta para que seja possível visualizar os componentes adjacen‐
tes (ver Figura). Mesmo que esse recurso esteja disponível, é importante lembrar que
nem sempre será possível obter
a leitura mais exata da tempera‐
tura simultaneamente com a
melhor visualização. Sempre é
conveniente, então, nesses ca‐
sos, obter/salvar mais de um
Termograma com diferentes
ajustes de faixa térmica e ampli‐
tude. A disponibilidade de mais
imagens, salvas em campo com
diferentes ajustes, permite que
no pós‐processamento haja mais escolhas sobre a edição da imagem térmica. Apesar das
correntes, em geral, baixas da média tensão, em alguns casos o mau contato é tão severo
que temperaturas de grande intensidade como esta podem ser alcançadas. Com uma
temperatura lida de 584 °C, a intervenção de manutenção deve ser de Emergência com
desligamento imediato porque, nestas condições, o comportamento não é previsível.
Além disso, as consequências de uma falha sob carga poderão incluir a ionização do ar e
FIGURA COMENTÁRIOS
consequente curto‐circuito à Terra com eventual explosão. Provavelmente o polo desta
seccionadora não oferecerá condições de ser recuperado e terá de ser substituído. Para
medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor
da emissividade para contatos de seccionadores altamente oxidados pode variar de 0,75
a 0,85. Software: ThermaCAM Reporter PRO 2000. Câmera: FLIR SC2000. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.67 Conforme já mencionado, e como o acesso para visada da chave é lateral, a câmara de
extinção impede a visualização no infravermelho de aquecimentos de pequeno porte,
provenientes de um dos contatos desse tipo de seccionadora. Mesmo assim, e com o
ajuste adequado da Amplitude Térmica, é possível identificar anomalias. No Termograma
em questão, a Amplitude Térmica da imagem é de apenas 4,1 °C e, sem esse ajuste, esta
anomalia seria desprezada. Cabe ao Inspetor o treinamento adequado para, no momento
e situação adequados, alterar as configurações do termovisor e inspecionar
FIGURA COMENTÁRIOS
corretamente uma situação deste tipo. É evidente também que, nesse caso, o
aquecimento é muito pequeno, com apenas 1,6 °C a mais em relação à Fase mais fria.
Não obstante, é importante ser registrado porque: 1) Não se sabe o histórico térmico
anterior desse contato e 2) Há um equipamento estrategicamente importante conectado
a ela (um transformador de 2.000 kVA). Assim, o acompanhamento periódico é
necessário para determinar se o aquecimento está em progresso e se será necessária
uma parada programada para manutenção. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm
ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para barramentos
pintados pode variar de 0,85 a 0,90. Software: FLIR ResearcherIR 4.3. Câmera: FLIR SC‐
2000.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.69 Termograma bem focado e bem enquadrado, com os três polos na mesma imagem.
Escala colorimétrica e amplitude térmica corretas. O foco nas conexões superiores
mostra que a anomalia é provavelmente na parte superior do polo. Uma análise mais
FIGURA COMENTÁRIOS
detalhada diferencia a emissão de infravermelho das duas conexões superiores da Fase
Direita: a conexão inferior está mais aquecida que a superior, e o gradiente é decrescente
para a conexão no topo do polo. A emissividade alta do barramento pintado facilita a
coerência da interpretação. Por sua vez, o polo pintado em azul atrás da barra apresenta
o aquecimento consequente e a causa provável se restringe a duas: ou é a conexão em si
mesma, ou há algum problema interno que dá origem a essa distribuição térmica por
condução. A definição da causa correta só será possível pela abertura e teste do polo. É
possível ainda visualizar o nível do óleo no topo da cabeça do polo. A questão da baixa
temperatura lida leva a duas interpretações: supondo a carga típica, e caso tenha havido
uma rotina de Inspeções com periodicidade adequada para este componente, é possível
afirmar que se trata de uma anomalia em sua Fase inicial e que deve ser acompanhada
com uma frequência maior até que seja possível programar uma intervenção. Caso não
haja registro da periodicidade empregada, é possível supor, de forma conservativa, que
esta anomalia já tenha passado por um ponto de máximo e que esteja em um ciclo de
baixa na curva de falha. Isto indicará fortemente uma intervenção na primeira
oportunidade. Além do mais, o polo da Fase do Meio apresenta indícios de aquecimento
anômalo comparado ao da Fase Esquerda. Todos os polos tinham a mesma corrente. Para
medições radiométricas de temperatura em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura
ambiente, o valor da emissividade para a tinta do barramento pode variar de 0,80 a 0,90.
A temperatura da conexão em si pode ser inviável devido à parte exposta em cobre do
barramento. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000.
Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.70 Termograma bem focado e bem enquadrado. Escala colorimétrica e amplitude térmica
corretas. Este tipo antigo de disjuntor ainda é encontrado em diversas instalações
industriais. A anomalia destacada aqui é o sobreaquecimento de apenas uma parte da
haste de comando isolante. Com uma tensão contra a Terra de 8 kV, esta anomalia deve
receber o mesmo tratamento de um Para‐raios conduzindo para a Terra. Isso porque a
única parte em bom estado da haste é a que está aquecida. Apesar da baixa temperatura,
seu comportamento é imprevisível. Como se trata de um objeto de pequenas dimensões,
FIGURA COMENTÁRIOS
para medições radiométricas de temperatura em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm, e à
temperatura ambiente, deve ser considerado se a resolução para medição do conjunto
câmera+lente atende aos requisitos mínimos de exatidão. Nesse caso, de haste de fibra
de vidro ou fenolite, o valor da emissividade pode variar de 0,80 a 0,90. Software: FLIR
ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR AGEMA 550. Lente: 20°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.71 Este Termograma está bem focado, apesar da tela interposta, e bem enquadrado. Escala
colorimétrica e amplitude térmica corretas. Em alguns casos, o tipo construtivo do
disjuntor não permite a visualização dos três polos na mesma visada. É necessário então
buscar um novo ângulo, que neste caso foi obtido pelo uso de uma escada. Além disso,
havia uma grade interposta que prejudicava a imagem. Nesses casos, há apenas duas
possibilidades: ou se coloca a câmera rente à tela, ou muito afastada. Isso porque, nessas
duas visadas, torna‐se possível focalizar o objeto de interesse com mais facilidade. Além
do aquecimento na conexão da barra, e como informação adicional, pode‐se observar
que há uma distribuição térmica anômala que segue em diagonal pela parte superior do
polo da Fase Esquerda. A causa pode ser um mau contato interno ou ser devida a um
aquecimento na conexão do barramento com o polo que não está visível. Da mesma
forma, e ainda que incipiente, é possível detectar em baixa intensidade o mesmo tipo de
anomalia no polo da Fase do Meio. Serão necessários testes de resistência de contato,
sincronismo de abertura e fechamento para determinar se o problema é interno ou
externo. Como o polo da Fase Direita é o mais frio, mas não necessariamente o melhor
(Ver Ciclo de Falha), poderá ser utilizado como referência. Na pior das hipóteses, os dois
polos deverão ser abertos para verificação e a conexão da barra restaurada. Para
medições radiométricas de temperatura em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura
ambiente, o valor da emissividade para a tinta do barramento ou do polo do disjuntor
pode variar de 0,80 a 0,90. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR
SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.72 Termograma bem focado, mas muito mal enquadrado. A dificuldade de enquadramento
se deve ao tipo de disjuntor que só permite a visada dos polos laterais. Por outro lado, a
escala colorimétrica e amplitude térmica estão corretas. Uma anomalia deste tipo, pela
pequena magnitude de temperatura apresentada, pode não significar algo importante.
No entanto, deve ser lembrado que ela encontra‐se em um polo de disjuntor que, pelo
menos em teoria, deve operar sob condições de curto‐circuito. Nessa condição de altas
correntes e potências dissipadas, qualquer assimetria ou mau contado pode causar um
comportamento imprevisível durante a abertura. Chama a atenção também a existência
de uma delimitação de aquecimento coincidente com a base da carcaça metálica do polo.
Como na luz visível, aparentemente há uma diferença em tonalidade de cor entre um
polo e outro. É lícito supor que, eventualmente, a diferença de apenas 2,3 °C possa ser
devida a uma variação na emissividade superficial, causada por uma contaminação da
superfície do polo da Fase do Meio por, por exemplo, óleo isolante. Para verificar se esse
é o caso, a solução é limpar adequadamente o polo da Fase do Meio com um solvente
adequado (éter etílico ou sulfúrico funcionam muito bem, sem deixar resíduos após a
limpeza), ou propositalmente contaminar o polo da Fase Direita com óleo isolante. Se em
alguma dessas duas opções a temperatura entre os polos equalizar, a causa terá sido esta
contaminação. Caso se mantenha, deve ser avaliado o estado interno do polo, já que o
conector não apresenta sinais de aquecimento, mesmo estando conectado à carcaça.
Para medições radiométricas de temperatura em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à
temperatura ambiente, o valor da emissividade para a tinta do barramento pode variar
de 0,80 a 0,90. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR AGEMA 550.
Lente: 20°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.73 Termograma bem focado e bem enquadrado. Escala colorimétrica e amplitude térmica
corretas. Este tipo de relé primário vem sendo gradualmente abandonado devido a
problemas nos ajustes, corrosão e baixa sensibilidade. No entanto, ainda é possível
encontrar alguns elementos destes em operação. Neste caso, trata‐se de duas conexões
com o barramento de tratamento mais simples: desmonte, Inspeção Visual, tratamento
de superfície, se necessário, limpeza e reaperto. No caso da existência de corrosão, é
necessário avaliar se a ponta da barra poderá ainda ser utilizada. Para medições
radiométricas de temperatura em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o
valor da emissividade para a tinta do barramento, ou para as frestas do conector, pode
variar de 0,80 a 0,90. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR
AGEMA 550. Lente: 20°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.74 Termograma bem focado e bem enquadrado. Escala colorimétrica e amplitude térmica
corretas. A característica da anomalia neste disjuntor é que se estende quase que
uniformemente ao longo de todo o polo. A região um pouco mais aquecida no topo da
Fase Esquerda pode ser devida à emissividade maior da pintura do barramento. A
diferença de aproximadamente 1 °C entre cada Fase pode não ser significativa. Mas
como o disjuntor deve operar em regime de curto circuito, é recomendável o
FIGURA COMENTÁRIOS
acompanhamento mais frequente da evolução do Delta T entre Fases e Temperatura
Ambiente. Caso comece a aumentar, uma intervenção deve ser programada para
verificação do estado interno e medições elétricas de isolamento, resistência de
contato e testes do óleo isolante. Para medições radiométricas de temperatura em
7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para a tinta
da cabeça do polo ou da câmara de extinção em fibra de vidro ou fenolite pode variar
de 0,85 a 0,95. Deve ser evitada a leitura de temperaturas na região de baixa
emissividade nas conexões dos polos. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000.
Câmera: FLIR AGEMA 550. Lente: 20°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.75 Termogramas bem focados e bem enquadrados. Escalas colorimétricas e amplitudes
térmicas corretas para cada caso. O disjuntor apresentou uma anomalia interna
registrada no Termograma superior da esquerda e, um ano depois, o mesmo disjuntor,
foi inspecionado novamente e apresentou outra anomalia, mas de intensidade menor
quando comparada à do ano anterior. No Termograma superior é possível identificar o
topo do óleo interno aquecido, sendo que a principal suspeita era que se tratasse de um
mau contato no contato principal. As causas possíveis para este aquecimento eram
corrosão ou quebra da mola que mantinha os contatos unidos. Após ter sofrido
manutenção, a anomalia agora está presente na conexão inferior do mesmo polo. Como
FIGURA COMENTÁRIOS
o relatório do serviço executado não estava disponível, é possível supor que o problema
no contato principal foi resolvido, embora não se saiba o que foi feito. Por outro lado, a
anomalia inferior passou despercebida pelo pessoal de manutenção ou voltou a se
instalar. Em disjuntores PVO com anomalias térmicas, o maior risco é na abertura em
curto circuito ou, e eventualmente, até mesmo sob carga nominal ou normal. Como não
se tem informações sobre o estado interno do equipamento, o diagnóstico tem de ser
conservativo e prever uma intervenção estratégica de urgência, ainda que termicamente
possa ficar em observação, sob conta e risco da Gerência responsável. Para medições
radiométricas de temperatura em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o
valor da emissividade para peça em fibra de vidro pintada pode variar de 0,80 a 0,90.
Software: FLIR ThermaCAM Researcher PRO 2.10. Câmera: FLIR SC2000, Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.76 Termograma bem focado, mas com enquadramento prejudicado pela presença de
barramento em frente ao objeto de interesse. Disjuntores de média Tensão são
frequentemente encontrados em painéis blindados com a funcionalidade de serem
extraíveis. Para isso, existem plugues de inserção em sua parte posterior que se encaixam
em contatos tipo tulipa ou garra, fixos no fundo do painel e conectados com o
barramento. Um exemplo de disjuntor de média tensão extraível pode ser visto na Figura
5.85. Neste caso, o maior aquecimento da imagem está na barra que sai do contato fixo
da Fase do Meio em direção ao TC. Deve ser notado ainda que há um halo aquecido em
volta da proteção do contato fixo (seta amarela). O motivo pelo qual este halo está
presente não é claro e depende do tipo e modelo de contato presente dentro da
proteção. As causas possíveis para este aquecimento são as conexões com o contato fixo
e/ou os próprios contatos. Como não é possível a visualização, a dúvida só poderá ser
sanada por ocasião da manutenção. É recomendável a execução de leituras prévias com
microhmímetro das resistências de contato e conexão envolvidas para comparar com os
resultados obtidos pós manutenção. Da mesma forma, é recomendável uma nova
Termografia assim que o equipamento voltar a operar. Para medições radiométricas de
temperatura em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura , o valor da emissividade para
tintas a óleo ou encapsulamento em fibra de vidro é muito próximo, podendo variar de
FIGURA COMENTÁRIOS
0,80 a 0,90. Software: FLIR ThermaCAM Researcher PRO 2.10. Câmera: FLIR SC2000,
Lente: 24°.
Figura 5.77 – Baixo isolamento na base dos polos (imagem prejudicada pela grade).
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.77 A tela metálica interposta a esse disjuntor prejudica a focalização do objeto de interesse.
O retículo observado no Termograma evidencia esse efeito indesejável. Por outro lado, o
Termograma está bem focado e bem enquadrado. Como também pode ser observado na
Escala Colorimétrica, um arranjo especial foi utilizado para poder apresentar essa
anomalia, uma vez que a diferença máxima de temperatura entre os polos era de 1,1 °C.
Se os ajustes de palheta de cor comerciais fossem utilizados, a visualização da anomalia
ficaria prejudicada e a divisão colorimétrica geraria uma imagem confusa e pouco
amigável para o diagnóstico. Além do mais, o ajuste especial de amplitude térmica foi
aplicado apenas dentro das áreas selecionadas como mais um recurso para facilitar a
avaliação da anomalia. A conclusão da análise é que esse tipo de aquecimento anômalo
é normalmente devido a correntes de fuga causadas por baixo isolamento do
componente, sendo que a região aquecida é a que dissipa mais potência e, portanto, é
que apresenta a menor impedância contra a Terra. O comportamento de uma anomalia
deste tipo é imprevisível porque não se conhece o estado interno e qual a influência do
aumento da umidade relativa do ar no aumento ou diminuição da corrente de fuga. O
procedimento de intervenção recomendado é a substituição das câmaras de extinção.
Uma solução alternativa, mas arriscada, é a secagem das peças com testes de isolamento
antes e após o tratamento térmico. Após a aceitação da recuperação, é recomendável o
revestimento externo com um verniz de rigidez dielétrica alta para evitar a contaminação
por umidade externa. Avaliações via Termografia com periodicidade mais curta
inicialmente, e espaçando ao longo do tempo, são também altamente recomendáveis.
Caso a anomalia persista, ou retorne, a substituição das peças e do óleo isolante é então
a única solução aplicável. Para medições radiométricas de temperatura em 7 – 14 µm ou
de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para peças em fibra de
vidro pode variar de 0,85 a 0,95. É importante verificar se foram pintadas e se existem
partículas metálicas na composição da tinta. Nesse caso, a emissividade pode ser
diferente. Software: Thermal Trend IR Analyzer. Câmera: FLIR SC2000. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.78 Relé Primário em um disjuntor PVO antigo, classe 15kV. Termograma bem focado e bem
enquadrado. Escala colorimétrica e amplitude térmica corretas. Caso simples de mau
contato sujeito às providências de costume: desmonte, Inspeção Visual, tratamento de
superfície, se necessário, limpeza e reaperto. No caso da existência de corrosão, é
necessário avaliar a possibilidade de retificar a superfície. Em caso negativo, a
substituição da peça é a solução. No entanto, atualmente (2017) é raro encontrar peças
de reposição para esses modelos, o que pode implicar na substituição do disjuntor. Para
medições radiométricas de temperatura em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura
ambiente, o valor da emissividade para as conexões seria de difícil solução se não
estivessem recobertas de poeira e com frestas à mostra. Para esses casos, a emissividade
pode variar de 0,65 a 0,85, cabendo ao Inspetor decidir qual irá utilizar. Software: FLIR
ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR AGEMA 550. Lente: 20°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.79 Nem o Termograma e nem a Foto na Luz Visível estão bem focados devido ao ângulo de
visada e a grade metálica interposta. O enquadramento, considerando a anomalia de
interesse, é satisfatório e a escala colorimétrica e amplitude térmica estão adequadas. É
possível supor, nesta anomalia, que se trate apenas de corrente de fuga superficial devido
ao formato do aquecimento. A providência a ser tomada é o teste de rigidez dielétrica do
isolador antes e após limpeza. Caso a resistência ôhmica aumente significativamente se
aproximando dos demais isoladores em bom estado, o isolador poderá ser reinstalado.
Caso a resistência não se eleve, a solução recomendada é a substituição. Eventualmente
pode ser tentado o tratamento térmico de secagem em estufa, mas não há garantias de
que o comportamento não se repetirá ao longo do tempo. Isso porque, normalmente, o
baixo isolamento em isoladores de epóxi é devido à contaminação por umidade.
Eventualmente, e se o risco compensar, pode‐se tentar reisolar externamente com
silicone apropriado. Deve ser lembrado que tanto na opção da secagem como da
aplicação de silicone, o isolamento deve ser medido antes e após o tratamento ou
aplicação. A Termografia deve ser realizada novamente para confirmar o comportamento
sadio do componente. Para medições radiométricas de temperatura em 7 – 14 µm ou de
3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para o epóxi pode variar de
0,85 a 0,95. Software: FLIR ThermaCAM Researcher 2.10. Câmera: FLIR SC‐660. Lente:
24°.
Anotações:
Figura 5.80 – Isoladores de suporte em polos de disjuntor com fuga para a Terra.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 5.80 A tela metálica interposta prejudica a focalização deste Termograma em mosaico. O
enquadramento é maior que o da foto na luz visível e é evidentemente prejudicado pela
tela. A escala colorimétrica e amplitude térmica poderiam estar mais bem ajustadas para
oferecer um contraste maior. Como atenuantes para o baixo contraste, estão a tela
metálica e a pequena amplitude térmica da imagem, de apenas 8 °C. De maneira
diferente da Figura 5.77, este Termograma apresenta anomalias por baixo isolamento de
dois tipos: as Áreas A1 A2 e A3 identificam baixo isolamento nas hastes de acionamento
do disjuntor PVO tomando como referência a Área A4 (Ver Figura 5.68 para uma
explicação mais detalhada desta anomalia). Já as anomalias identificadas nas Áreas A5,
A6 e A7 possuem uma distribuição térmica que indicam fortemente não se tratar apenas
de depósito de poeira ou poluente superficial reduzindo a impedância contra a Terra. A
distribuição circular do aquecimento revela que todo o anel aquecido está sustentando
toda a tensão contra a Terra. Apesar de ser difícil de visualizar na Foto na Luz visível,
círculos esbranquiçados aparecem nos três isoladores e coincidentes com o
aquecimento. A solução, neste caso, é a substituição de todos os elementos
comprometidos, já que um tratamento térmico poderá ter dificuldades em recuperar
uma anomalia desta extensão. Para medições radiométricas de temperatura em
7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para a resina
epóxi pode variar de 0,80 a 0,90. Software: FLIR Reporter 9.2. Câmera: FLIR SC‐660. Lente:
24°.
Anotações:
Anotações:
Anotações:
Figura 5.83 – Termograma do Painel de Saída de Cabos 6,6 kV, visada Lateral‐Frontal.
A solução encontrada foi a retirada do aquecimento não era local, sendo um re‐
da tampa lateral para a identificação da ori‐ flexo de um aquecimento no compartimento
gem da Anomalia. No entanto, conforme superior dos cabos, no piso térreo da subes‐
pode ser observado na Figura 5.84, a origem tação.
Anotações:
Não havia nenhum componente com suas cargas típicas. A imagem térmica
instalado que justificasse a assimetria tér‐ da parte frontal dos painéis pode ser obser‐
mica posterior e todos os painéis estavam vada na Figura 5.86.
Anotações:
Anotações:
Anotações:
Anotações:
Figura 6.1 – Subestação rebaixadora e locais específicos para Inspeção por Termografia.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 6.3 Termograma bem focado e bem enquadrado. Escala colorimétrica e amplitude térmica
corretas. Em termos de realidade cotidiana no ambiente industrial, é comum encontrar
fusíveis HH instalados, mas de capacidades diferentes. Atuações intempestivas desses
fusíveis levam, muitas vezes, a atitudes emergenciais pela falta de peças corretas para
substituição. Nesses casos, geralmente são instalados fusíveis de capacidades menores
como forma conservativa de manter as instalações funcionando. Assim, é esperado que
um fusível de capacidade menor aqueça mais que seus adjacentes. No entanto, esse
396 MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS
CAPÍTULO VI – TERMOGRAMAS REGISTROS MEDIÇÕES E ANÁLISES TÉRMICAS
FIGURA COMENTÁRIOS
aquecimento deve ser homogêneo em todo o corpo do fusível. É recomendável, antes de
qualquer diagnóstico, verificar quais as capacidades e fabricantes dos fusíveis, assim
como seus modelos, que devem ser sempre idênticos. No caso deste Fusível HH, além do
fusível se apresentar mais aquecido que seus pares, este apresenta uma distribuição
térmica assimétrica. Essa anomalia sugere uma atuação parcial com o rompimento de
algumas células fusíveis, o que torna o fusível errático em relação à sua curva original. A
recomendação é a substituição por outro de capacidade correta, mesmo modelo e
fabricante. Os pontos coloridos nas garras inferiores são reflexos devido à baixa
emissividade do material constituinte. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de
3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para porcelana pode variar de
0,85 a 0,90. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR AGEMA 550.
Lente: 20°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 6.4 Termograma bem focado e bem enquadrado, mas com a foto de controle na luz visível
um pouco deslocada. Os dois Termogramas apresentam em um, o efeito de um ajuste
incorreto na amplitude térmica, e no outro o ajuste adequado. No Termograma da
esquerda, os dois fusíveis aparecem sobreaquecidos uniformemente, podendo levar
facilmente a um erro de diagnóstico. No entanto, ao ser ajustada a amplitude térmica no
FIGURA COMENTÁRIOS
Termograma da direita, é possível compreender melhor o que está acontecendo. A
primeira dúvida que surge, supondo uma corrente equilibrada nas três Fases, é se a
capacidade dos fusíveis é realmente a mesma. A etiqueta do fusível da esquerda caiu ou
foi arrancada, e o fusível da Fase da Direita não possui identificação visível. Se as
capacidades forem iguais, fica evidente que o fusível da Fase do Meio já sofreu pelo
menos uma sobrecarga, tendo eventualmente rompido alguns fios do circuito interno de
equalização térmica. Já o fusível da Fase Esquerda, sendo os três de mesma capacidade,
deve ser tomado como referência. Dessa forma, o fusível da Fase Direita apresenta‐se
aquecido de forma mais equilibrada, porém flagrantemente diferente da referência que
é o fusível da Fase Esquerda. Com tantas dúvidas, o procedimento indicado é,
primeiramente, a confirmação de que as correntes são equilibradas e que o
dimensionamento dos fusíveis está correto. Como a verificação dos fusíveis instalados
exigirá uma parada, é mais seguro substitui‐los por novos e da capacidade correta e, se
for de interesse da Gerência responsável, testar as resistências ôhmicas para localizar os
defeituosos e descartá‐los. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à
temperatura ambiente, o valor da emissividade para porcelana pode variar de 0,85 a 0,90.
Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR AGEMA 550. Lente: 20°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 6.5 Termograma bem focado e bem enquadrado. Escala colorimétrica e amplitude térmica
corretas. O objetivo desta imagem térmica é demonstrar a dificuldade em se fazer um
diagnóstico seguro quando há a interface entre dois materiais de emissividades
diferentes. No caso deste fusível HH, a cabeça de conexão é metálica, provavelmente de
aço inox com emissividade muito baixa, em torno de 0,1 a 0,2. Já o corpo do fusível é de
porcelana com emissividade alta, em torno de 0,9. Sabendo que a corrente de Fase está
passando integralmente pelo corpo do fusível, como explicar o aquecimento apenas na
linha divisória entre a porcelana e o aço? O primeiro detalhe a notar é que se o
aquecimento se originasse da parte dentro da porcelana, a porcelana deveria estar
também aquecida uniformemente, o que não acontece. Depois dessa eliminação, há
duas possibilidades: ou a causa do aquecimento é um mau contato na solda interna entre
os elementos fusíveis e a cabeça do fusível, ou é um mau contato nas garras de fixação.
Em ambos os casos, é difícil a confirmação, uma vez que se o mau contato for na solda
FIGURA COMENTÁRIOS
interna, o calor deve fluir por condução para a cabeça metálica e aquecer a parte da
porcelana que está em contato com o metal. A maior temperatura, desprezando as
perdas no metal devido a distância entre a solda e a porcelana ser pequena, deve ocorrer
na interface entre os dois materiais. Por outro lado, se o mau contato for nas garras da
base fusível contra a cabeça do fusível, o infravermelho terá dificuldades em irradiar
devido à baixa emissividade dos materiais envolvidos. Uma saída para essa dúvida é ler a
temperatura na fresta entre a garra e o metal da cabeça. No caso de frestas entre metais
de baixa emissividade, é possível utilizar uma emissividade entre 0,7 a 0,8 como
estimativa de comportamento. Nesse caso, e considerando que as perdas por condução
são iguais devido às pequenas distâncias envolvidas, a diferença de temperaturas entre
a linha limítrofe entre a porcelana e a fresta da garra da base fusível poderá indicar qual
a origem. Chega‐se à conclusão então de que, baseado apenas nesta imagem térmica,
não há certeza neste diagnóstico e mais vale ser conservativo do que arriscar. Entretanto,
outro erro pode ocorrer que
diz respeito ao ajuste da faixa
térmica na câmera e no
Software para tratamento de
imagens térmicas. Caso o
ajuste seja incorreto, pode
ser realmente difícil chegar a
uma conclusão. Se modificar‐
mos o ajuste da amplitude
térmica dessa mesma ima‐
gem (+17° a + 70 °C), e corri‐
girmos a emissividade para cada área, a solução poderá ser simples. A imagem apresenta
o mesmo Termograma, mas com um ajuste diferente (+17° a + 77 °C), tornando evidente
que, utilizando as mesmas considerações de condução de calor, a origem do
aquecimento era a garra de contato da base fusível. Muitas vezes o diagnóstico que
parece confuso e indefinido pode ser solucionado mudando‐se os ajustes da imagem. É
importante ainda destacar que a manutenção das garras não deverá empregar materiais
abrasivos e que o alinhamento não deve ser modificado. Para medições radiométricas
em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para
porcelana pode variar de 0,85 a 0,90. Para o aço inox de 0,1 a 0,2 e para frestas entre
elementos refletivos, de 0,7 a 0,8. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000.
Câmera: FLIR SC2000. Lente: 24°.
.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 6.6 Termograma bem focado e bem enquadrado. Escala colorimétrica e amplitude térmica
corretas. De maneira diferente do Termograma anterior, esta anomalia aquece quase
que igualmente tanto a cabeça do fusível como as garras da base. As cabeças de conexão
são metálicas, provavelmente de aço inox com emissividade muito baixa, em torno de
0,1 a 0,2. Já os corpos dos fusíveis são de porcelana com emissividade alta, em torno de
0,9. Porém, com os ajustes empregados, não há uma diferenciação nítida entre o
aquecimento na porcelana e na cabeça do fusível da Fase Esquerda. Apesar de
visualmente pouco comprometido com poluente, a explicação mais razoável para uma
uniformidade na emissão de infravermelho na cabeça metálica do fusível é a oxidação ou
depósito de material mais emissivo. Ainda somando a isso, há o efeito fresta que
possibilita uma medição mais aproximada. Neste caso, desmonte, Inspeção Visual
cuidadosa, limpeza e ajuste de pressão poderão resolver a anomalia. É importante medir
a resistência de contato antes e após a intervenção para garantir que o procedimento
resultou em uma melhora nas condições do contato. Caso não haja melhoria, é
necessário avaliar a substituição das garras e/ou do fusível. Para medições radiométricas
em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para
porcelana pode variar de 0,85 a 0,90. Para o aço inox de 0,1 a 0,2 e para frestas entre
elementos refletivos, de 0,7 a 0,8. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000.
Câmera: FLIR SC2000. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 6.7 Este Termograma está bem focado e bem enquadrado, apesar de ser de apenas um
contato. A escala colorimétrica e a amplitude térmica também estão bem ajustadas. O
principal objetivo aqui é demonstrar como nos casos de materiais de baixa emissividade
é possível utilizar o efeito das frestas para chegar a uma aproximação razoável da
temperatura do objeto de interesse. Como tanto a cabeça do fusível como as garras são
fabricadas em material inoxidável de baixa emissividade, a solução é buscar uma visada
o mais ortogonal possível e atribuir um valor mais alto à emissividade da fresta. Deve ser
lembrado ainda que, neste caso de garras, há um circuito paralelo envolvido. Dessa
forma, o mau contato principal é na garra esquerda, ou mais fria. Essa condição faz com
que a corrente circule prioritariamente pela garra direita, causando o aquecimento. Para
medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor
da emissividade para frestas entre elementos refletivos pode variar de 0,7 a 0,8. Software:
FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 12°.
corpo. Caso a temperatura não seja uni‐ Descrição Técnica: transformadores são má‐
forme ou simétrica, a recomendação é a quinas elétricas estáticas que efetuam a
substituição do elemento. É possível tam‐ transmissão de energia ou potência elétrica
bém a existência de defeitos na solda interna através de enrolamentos, transformando as
dos elementos fusíveis, o que implica na tensões e correntes de acordo com uma
substituição do componente, uma vez que dada relação de transformação. Suas bobi‐
não há reparo possível e econômico para nas, denominadas primário, secundário e
esse tipo de componente. Quando o pro‐ eventualmente terciário, envolvem um nú‐
blema está localizado nas garras de contato, cleo composto de várias chapas muito finas
deve‐se verificar se estas são do tipo que de ferrosilício isoladas entre si, fazendo com
possui regulagem de pressão. Se for esse o que a transmissão de energia ocorra através
caso, uma Inspeção Visual cuidadosa em da indução eletromagnética. As chapas do
busca de corrosão deve ser efetuada e, caso núcleo têm espessura pequena para atenuar
não encontrada, limpeza e ajuste de pressão as correntes induzidas no núcleo, conheci‐
podem resolver o problema. Caso essa inter‐ das como correntes de Foucault, porém uma
venção não surta efeito, é recomendado tro‐ parte da energia inevitavelmente será dissi‐
car as garras por outras novas. No caso de pada no núcleo na forma de calor.
garras que não possuam ajuste, pode ser ne‐ Descrição Térmica: apesar do avanço dos
cessária a sua substituição, já que não forne‐
transformadores a seco, ainda hoje (2017)
cem mais a pressão necessária a um bom
uma grande quantidade de transformadores
contato.
isolados a óleo ainda está em uso e em bom
estado. Este tipo de transformador contém
6.3 TRANSFORMADORES PARA SUBESTA‐
sua parte ativa encerrada dentro de um
ÇÕES ABRIGADAS
tanque metálico e imersa em óleo isolante
que tanto serve para isolar quanto para
refrigerar o núcleo. A refrigeração acontece
por correntes de convecção que surgem
devido às diferenças de temperatura entre o
óleo que está próximo e em contato com o
núcleo ou entreferro de ferrosilício e a
temperatura ambiente que envolve as aletas
de refrigeração ou radiadores. Nos modelos
de transformadores a seco, são refrigerados
pelas correntes de convecção natural do ar
que os envolve. Em alguns casos, há a
Figura 6.8 – Transformadores.
instalação de ventilação forçada para
aumento da vida útil do transformador ou
para aumentar a potência de transformação.
Anotações:
Anotações:
Exemplos:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 6.11 Este Termograma está bem focado, mas não tão bem enquadrado como deveria ser. A
escala colorimétrica e a amplitude térmica estão bem ajustadas. É uma visada um pouco
difícil porque para apresentar corretamente a anomalia, não era possível ficar em frente
às bobinas devido à montagem dos painéis de distribuição da subestação. Assim, a única
visada disponível era a lateral que, devido à falta de uma lente grande angular, ficou mais
próxima do que o ideal. De qualquer forma, é possível observar que há uma assimetria
evidente entre as bobinas das três Fases e entre a bobina da Fase azul (posterior). Uma
distribuição térmica deste tipo implica que uma das bobinas internas, e que foi utilizada
na fabricação da bobina de Fase, utilizou cobre com uma resistência maior que as suas
semelhantes. Caso a temperatura continue aumentando ao longo do tempo, o
FIGURA COMENTÁRIOS
transformador deverá ser retirado de operação e enviado para manutenção. Um teste de
resistência ôhmica do enrolamento poderá comprovar a diferença de impedância entre
as bobinas. Caso o transformador esteja em garantia, o fabricante deverá se
responsabilizar pela assimetria ou repor o transformador por outro com comportamento
mais equilibrado. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à
temperatura ambiente, o valor da emissividade para fibra de vidro envernizada pode
variar de 0,85 a 0,95. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐
2000. Lente: 24°.
rísticas do transformador, condições cons‐ atualmente (2017) são feitos de chapas iso‐
trutivas, tempo em operação e assim por di‐ ladas entre si de ferrosilício de grão orien‐
ante. Cada caso deverá ser avaliado pela en‐ tado. Nos transformadores a seco, parte des‐
genharia de manutenção e/ou produção ses núcleos fica exposta, e nos transforma‐
para análise de quais as providências técni‐ dores isolados a óleo mineral, ficam imersos.
cas e economicamente corretas deverão ser Como todo material ferromagnético, o ferro‐
adotadas. silício apresenta perdas ao ser percorrido
por um fluxo magnético e perdas (aqueci‐
6.3.1 Transformadores a Seco – Núcleo ou mento) geradas pela formação de correntes
Entreferro parasitas. A separação do núcleo em chapas
isoladas tem a finalidade de diminuir o per‐
curso das correntes parasitas e baixar as per‐
das no entreferro.
Descrição Térmica: mesmo com o transfor‐
mador a vazio, o entreferro ainda apresenta
perdas que influenciam no seu comporta‐
mento térmico, a saber, correntes de Eddy
ou de Foucault (parasitas) e perdas por his‐
terese. Ou seja, uma vez energizado, sempre
há alguma perda térmica ocorrendo e não
necessariamente de forma linear. Em termos
práticos, as partes expostas de um transfor‐
Figura 6.12 – Núcleo em chapas de ferrosilício mador a seco a plena carga podem ter tem‐
em linha de montagem. peraturas até 130 °C ou mais, dependendo
das propriedades e qualidade do material
Descrição Técnica: os núcleos ou entreferro utilizado no epóxi das bobinas, das caracte‐
de todos os transformadores de potência rísticas e projeto de montagem.
Figura 6.13 – Trafo a Seco com carga baixa com tela entreposta.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 6.13 Este Termograma tem seu foco ajustado na medida do possível devido à grade metálica
de proteção interposta. Por outro lado, o enquadramento está correto. A escala
colorimétrica e a amplitude térmica também estão bem ajustadas. Devido ao ângulo de
visada, pode parecer que possui uma assimetria no entreferro. Mas após uma observação
mais cuidadosa, é possível perceber que a linha aquecida que aparece é a fresta entre os
dois trilhos de fixação que ocultam uma parte do núcleo. A carga do transformador é
menor que 40% e isso se reflete tanto na temperatura da superfície das bobinas como na
temperatura do entreferro. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à
temperatura ambiente, o valor da emissividade para o verniz do entreferro é bastante
semelhante à resina epóxi das bobinas, podendo variar de 0,80 a 0,90. Software: FLIR
ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Figura 6.14 – Trafo a seco com grade de malha fina e carga baixa.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Apesar da tela metálica interposta, este Termograma está bem focado e com seu
6.14
enquadramento correto. A escala colorimétrica e a amplitude térmica também estão bem
ajustadas. Devido ao ângulo de visada disponível pelo projeto da instalação, apenas um
lado do transformador pode ser inspecionado. A carga do transformador, no momento
da Inspeção, era de 430A para uma capacidade nominal de 1500ª, o que significa que
estava com menos de 30% de carregamento. Mesmo com carga percentualmente baixa,
o entreferro apresenta temperaturas na faixa de 90 a 100 °C, sendo essa uma situação
normal ou aceitável. Isso é aceitável porque, para este transformador, a temperatura
ambiente máxima de operação era de 40 °C e a máxima sobre elevação de temperatura
era de 105 °C. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura
ambiente, o valor da emissividade para o verniz do entreferro é bastante semelhante à
resina epóxi das bobinas, podendo variar de 0,80 a 0,90. Software: FLIR ThermaCAM
Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐660. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 6.15 Em alguns casos é possível abrir uma porta de tela para melhorar as condições de
Inspeção. No entanto, raramente é possível verificar todos os lados de um transformador.
Com a visada facilitada, este Termograma está bem focado e razoavelmente enquadrado,
faltando apenas a parte inferior externa para que contivesse todo o objeto de interesse.
A escala colorimétrica e a amplitude térmica estão bem ajustadas, mas fazem o foco
térmico no núcleo, o que não permite necessariamente uma boa visualização das
bobinas. O carregamento do transformador no momento da Inspeção era de 200A para
uma capacidade nominal de 1000A, o que significa que estava com menos de 20% de
carregamento. Com uma carga percentualmente tão baixa, o entreferro apresenta
temperaturas na faixa de 80 a 90 °C, sendo esta temperatura esperada e normal ou
aceitável. Esse aquecimento, com esta carga, é devido, na maior parte, às perdas da
corrente de magnetização do transformador. Para este transformador, a máxima
temperatura ambiente de operação era de 40 °C e a máxima sobre elevação de
temperatura era de 105 °C. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à
temperatura ambiente, o valor da emissividade para o verniz do entreferro é bastante
semelhante à resina epóxi das bobinas, podendo variar de 0,80 a 0,90. Software: FLIR
ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐660. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 6.16 Instalado em um painel metálico este transformador só pode ser corretamente
inspecionado se as tampas laterais forem retiradas. Uma vez removidas, o foco fica
facilitado e, nem sempre, o entreferro é facilmente visualizável sendo necessário escolher
o que deve constar na imagem térmica. A escala colorimétrica e a amplitude térmica
estão ajustadas de forma a conter o pouco entreferro que é visível e as bobinas e
conexões do trafo. Como se trata de um transformador instalado em uma plataforma
marítima de perfuração de poços de petróleo, este transformador é normalmente sobre
dimensionado fazendo com que a corrente instantânea não seja maior que 50% de sua
capacidade nominal. Além disso, as salas de equipamentos elétricos em instalações deste
tipo são normalmente refrigeradas para dar maior durabilidade e confiabilidade aos
equipamentos e componentes instalados. Como esperado, com carga percentualmente
baixa, o entreferro apresenta temperaturas na faixa de 80 a 90 °C. Para medições
radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente o valor da
emissividade para o verniz do entreferro é bastante semelhante à resina epóxi das
bobinas podendo variar de 0,80 a 0,90. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000.
Câmera: FLIR T300. Lente: 24°.
Figura 6.17 – Trafo a seco com 60% de sua carga nominal e núcleo aquecido.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura A grade metálica com malha maior, e a sua proximidade com o transformador,
6.17
permitiram um bom foco no local de interesse que é o ponto mais quente do entreferro,
junto à bobina do meio. A escala colorimétrica e a amplitude térmica estão ajustadas
corretamente. Também neste caso, e devido ao ângulo de visada disponível pelo projeto
da instalação, apenas um lado do transformador pode ser inspecionado. A carga do
transformador no momento da Inspeção era de 1200A para uma capacidade nominal de
2000A, o que significa que estava com 60% de carregamento, uma carga razoável. Com
esta carga, a temperatura do entreferro medida foi a 125 °C. Como ainda restam 40% de
carga livre no trafo, é de se supor que o núcleo não esteja saturado e que a temperatura
deve subir de acordo com as curvas de aquecimento fornecidas pelo fabricante. Sem elas,
não é possível saber se a temperatura lida com esta carga está dentro da normalidade
esperada ou não. Por outro lado, a bobina central apresenta 44 °C para 60% da carga, o
que nos permite estimar que a sua temperatura para 100% seria de aproximadamente
FIGURA COMENTÁRIOS
309 °C, considerando a tempera‐
tura ambiente em 20 °C. Apesar de
existirem resinas epóxi que supor‐
tam até 280 °C, é necessária a con‐
firmação do fabricante que a re‐
sina utilizada neste modelo de
transformador suporte tanto essa
temperatura relativa à carga de
100%, em regime contínuo, como
que o entreferro não ultrapasse
temperaturas funcionais. Causas
possíveis para uma temperatura
dessa magnitude no entreferro silício é a eventual fuga de corrente de Fase do secundário
para a Terra. De qualquer maneira, mais testes elétricos e consulta ao fabricante são ne‐
cessários para a identificação precisa da causa desta anomalia. Para medições
radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da
emissividade para o verniz do entreferro é bastante semelhante à resina epóxi das
bobinas, podendo variar de 0,80 a 0,90. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000.
Câmera: FLIR SC‐660. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 6.18 Este Termograma está bem focado, mas seu enquadramento deixa a desejar, uma vez
que, com a utilização de uma lente grande angular, seria possível uma visada mais
abrangente de todas as conexões. Por outro lado, a escala colorimétrica e a amplitude
térmica estão bem ajustadas. Apesar de ser um transformador bifásico de baixa tensão,
440/220 V, este preenche as características comuns a todos os trafos a seco. Como a
carga era de serviços auxiliares, a potência demandada era baixa, o que levou o núcleo a
aquecer moderadamente. O fato de estar instalado em um painel metálico obriga a que,
para ser efetuada a Inspeção, alguma tampa seja removida. Para medições radiométricas
em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para
frestas entre elementos refletivos pode variar de 0,7 a 0,8. Software: FLIR ThermaCAM
Reporter PRO2000. Câmera: FLIR T300. Lente: 24°.
Análise de Consistência: nos trans‐ absorve o calor irradiado das duas bobinas
formadores isolados a óleo mineral dificil‐ laterais sobre si mesma. Igualmente as par‐
mente é possível avaliar alguma anomalia tes superiores deverão estar um pouco mais
térmica oriunda do entreferro já que o óleo aquecidas devido às correntes de convecção.
normalmente refrigera este aquecimento,
dissipando‐o pelo volume de óleo circulante. 6.3.2 Primário de Transformadores
Já nos transformadores a seco, eventual‐
mente alguma concentração de calor anô‐
mala poderá ser detectada, mas é raro. Da
mesma forma, nem sempre é possível ava‐
liar um transformador a seco com uma vi‐
sada favorável, que seria imediatamente na
ortogonal. Normalmente, e por manterem
partes ativas facilmente atingíveis por pes‐
soas, os trafos a seco são enclausurados em
cubículos ou cercados por telas. Em ambos
os casos, as visadas possíveis, na maioria dos
casos, são pelas laterais. Esse posiciona‐ Figura 6.19 – Primário de transformadores.
Anotações:
MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS 411
CAPÍTULO VI – TERMOGRAMAS REGISTROS MEDIÇÕES E ANÁLISES TÉRMICAS
Exemplos:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Este Termograma está bem focado e bem enquadrado. A escala colorimétrica e a
6.20
amplitude térmica também estão bem ajustadas. Neste caso, podemos verificar como é
a imagem térmica de um transformador com distribuição térmica normal ou aceitável. A
carga é baixa, em torno de 40%, as buchas primárias não apresentam nenhum tipo de
anomalia observáveis por este ângulo de visada, bem como as buchas do secundário. O
aquecimento do óleo é compatível e o seu nível é visível pela marca térmica na parede
do tanque. Deve ser observado que, com esse nível de óleo, caso haja alguma anomalia
nas conexões internas, elas apresentarão uma chance muito baixa de apresentar alguma
distribuição térmica anômala na tampa do tanque, já que o óleo não a alcança (Ver Figura
3.69, Figura 6.23 e Figura 6.36). Nesse caso, a maior probabilidade de encontrar algum
indício de anomalia interna seria observando as aletas individualmente. No entanto, dado
o posicionamento do transformador, isso não é possível. Para medições radiométricas em
7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para tintas a
óleo utilizadas em pinturas de transformadores pode variar de 085 a 0,95. Software: FLIR
ThermaCAM Reporter PRO200. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Termograma bem focado e bem enquadrado. Escala colorimétrica e amplitude térmica
6.21
adequadas. Mais um caso de visada restrita e distribuição térmica normal ou aceitável.
Em trafos conectados a cubículos metálicos, nem o primário e nem o secundário são
facilmente inspecionáveis. Em alguns casos, é possível retirar a tampa que dá acesso ao
secundário para Inspeção. No entanto, com o transformador energizado, esse é um
procedimento de risco, dificilmente autorizado pela Segurança do Trabalho. Já o primário,
eventualmente, pode ser visualizado no infravermelho quando as portas do cubículo de
entrada são abertas. Mas isso depende da profundidade em que as buchas primárias
estão em relação ao cubículo. Externamente somente as visadas óbvias são possíveis:
tanque e dissipadores. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm, à
temperatura ambiente, o valor da emissividade para tintas a óleo utilizadas em pinturas
de transformadores pode variar de 085 a 0,95. Software: FLIR ThermaCAM Reporter
PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Escala colorimétrica e amplitude térmica bem ajustadas, Termograma bem focado e bem
6.22
enquadrado. Novamente um exemplo de transformador com distribuição térmica normal
ou aceitável. A diferença entre os exemplos anteriores é que o percentual de carga é de
84% da nominal. A temperatura do tanque chega a 86 °C e é possível observar que o óleo
do tanque não o preenche completamente. Os radiadores apresentam distribuições
térmicas compatíveis e as buchas do primário, apesar de inseridas dentro do óleo, não
apresentam sinais de anomalia. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de
3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para tintas a óleo utilizadas
em pinturas de transformadores pode variar de 085 a 0,95. Software: FLIR ThermaCAM
Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Este Termograma está bem focado e bem enquadrado. A escala colorimétrica e a
6.23
amplitude térmica estão compatíveis com a anomalia de interesse. Transformadores
podem ser instalados em ambientes muito poluídos que podem prejudicar o isolamento
das buchas de porcelana. Em uma análise preliminar, seria possível atribuir as anomalias
térmicas presentes nas bases dessas porcelanas ao depósito de pó sobre elas. No entanto,
uma observação mais acurada perceberá que os locais onde os aquecimentos estão
presentes não estão contaminados como as saias. Mesmo que o depósito sobre as saias
fosse totalmente condutivo, não justificaria um aquecimento assimétrico como o
observado. Assim, a causa mais provável para um aquecimento deste tipo, é a existência
de trincas visíveis ou ainda microtrincas nas bases das buchas. A causa provável, mas não
única, dessas trincas, pode ter sido devido a um aperto excessivo nos flanges de fixação.
A solução é a substituição, uma vez que o risco de uma recuperação não compensa a
perda do transformador. O óleo isolante também deverá ser testado para verificação de
que suas características não foram alteradas pela eventual infiltração de umidade. Para
medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor
da emissividade para porcelanas pode variar de 0,85 a 0,95. Software: FLIR ThermaCAM
Reporter PRO2000. Câmera: SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
414 MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS
CAPÍTULO VI – TERMOGRAMAS REGISTROS MEDIÇÕES E ANÁLISES TÉRMICAS
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 6.24 Nem sempre a visada permitida ao Inspetor é a melhor. No caso do Termograma, o topo
do tanque do transformador estava praticamente na altura do Termovisor sem que
houvesse, no momento da Inspeção, nada que pudesse ser utilizado para elevar o ângulo
de visada. Com a visada disponível, é possível verificar que a bucha primária do
transformador apresentava uma distribuição de calor de causa indefinida, rente ao
tanque, junto com o anel de fechamento do O‐Ring da bucha. Se essa distribuição térmica
fosse observada no secundário do transformador, onde as correntes são muito maiores,
seria possível supor que o anel de fechamento estava em curto circuito e que as correntes
induzidas estariam causando o aquecimento. Como se trata do primário, esta hipótese
tem de ser descartada a princípio. Pode‐se observar, ainda, que a conexão com o
barramento de entrada apresenta praticamente a mesma temperatura da anomalia na
base da bucha. Como o transformador possui um tanque de óleo em um nível mais alto
que as buchas, pode‐se descartar a possibilidade de que o aquecimento esteja indo de
cima para baixo na bucha. Sobra então a possibilidade de o pavio do primário estar
encostando internamente na porcelana (como mostra o gradiente de temperatura no
detalhe ampliado na imagem térmica) e passando por condução sua temperatura tanto
para a lateral da bucha como para o terminal de entrada. A conclusão, então, é de que se
trata muito provavelmente de um problema interno de pequena intensidade, no
momento da Inspeção. Devido à potência disponível para um mau contato nessa posição,
a recomendação é a abertura do transformador para verificação do estado interno das
conexões. Mais remotamente, seria possível aventar a hipótese de baixo isolamento da
bucha, quando em contato com a tampa do transformador. Mas ficaria mais difícil
explicar a temperatura da conexão de entrada. Para medições radiométricas em
7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para tintas a
óleo pode variar de 0,85 a 0,94. Software: FLIR Researcher Pro 2.10, Câmera: SC‐2000,
Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 6.25 Os dois Termogramas estão bem focados e bem enquadrados. As escalas colorimétricas
e as amplitudes térmicas estão compatíveis com os focos de interesse. Como pode ser
observado, as diferenças de temperatura entre Fases são mínimas e representam um
comportamento esperado ou aceitável para correntes baixas e chapas de aço mais finas.
É possível inferir que estas distribuições térmicas são devidas aos campos magnéticos
criados pelas corrente de Fase porque, se fosse um aquecimento devido à presença de
óleo dentro do tanque, a área demarcada com a isoterma em vermelho seria uniforme
em toda extensão longitudinal da imagem. Estes Termogramas servirão de referência
para outros com anomalias. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à
temperatura ambiente, o valor da emissividade para tintas a óleo pode variar de 0,85 a
0,94. Software: FLIR Image Builder, FLIR Researcher Pro 2.10, Câmera: SC‐2000, Lente:
45°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 6.26 Apesar das cinco imagens térmicas, trata‐se apenas de um Termograma que está bem
focado e bem enquadrado. As escalas colorimétricas estão de acordo com as suas
distribuições típicas de fábrica e a amplitude térmica é a mesma em todas as imagens,
compatível com a anomalia de interesse. Estão sendo apresentados cinco Termogramas
de um mesmo objeto de interesse devido à necessidade de enfatizar importância da
escolha da paleta de cor adequada para um diagnóstico confiável. As primeiras quatro
paletas comumente utilizadas no mercado, na prática do dia a dia, levariam o Inspetor a
facilmente ignorar a anomalia, ainda que utilizando a mesma amplitude térmica do
quinto Termograma. Considerando que esta é uma entrada de um transformador em
13 kV em triângulo, qualquer variação deve ser analisada cuidadosamente dadas as
consequências possíveis e potências de curto circuito envolvidas. Uma vez que a alta
está conectada em Delta, as correntes de Fase devem ser as mesmas e,
consequentemente, os campos magnéticos gerados devem também ser iguais. Isso
implica em que a distribuição térmica ao redor das três buchas seja simétrica, como as
FIGURA COMENTÁRIOS
da Figura 6.25. Como há uma diferença nítida, percebida pela utilização da paleta de cor
correta, apesar da baixa diferença de temperatura entre as Fases, é importante buscar
explicações para as causas das manchas térmicas nas Fases H3 e H2. As possíveis causas
são: assimetria de correntes, chapa com espessura variável e anomalia resistiva interna.
Para verificar se as correntes de Fase são as mesmas, basta respeitar as normas de
segurança e utilizar os equipamentos compatíveis de acordo com a NR‐10 para medi‐las
com um alicate amperímetro. Caso seja observado um desequilíbrio entre as Fases, é
necessário verificar a impedância de cada bobina do transformador ou a sua relação de
transformação. Fugas de corrente que alterem o fluxo magnético a esse nível também
são possíveis, mas raras. Da mesma forma, mudanças na espessura da chapa do tanque,
ou mesmo impurezas no aço, são eventos raros. Por outro lado, a possibilidade de um
mau contato interno que gere correntes de convecção de óleo aquecido é mais provável
que as opções anteriores. A solução é abrir o transformador para uma Inspeção interna
cuidadosa. A urgência ou não da abertura será um risco a ser calculado pela Gerência
responsável. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura
ambiente, o valor da emissividade para tintas a óleo pode variar de 0,85 a 0,94. Software:
FLIR Image Builder, FLIR ThermaCAM Researcher 2.10, Câmera: SC‐2000. Lente: 45°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 6.27 Os dois Termogramas não apresentam um bom ajuste de amplitude e nível térmico,
fazendo com que as imagens fiquem com pouco contraste. Da mesma forma, o
enquadramento é bastante restrito. A única possibilidade de identificação da anomalia
no Termograma da esquerda é através da foto na luz visível. Já o Termograma inferior
apresenta de um transformador a seco em bom estado para servir de referência. O
comutador de tap do transformador a seco da esquerda estava com o parafuso frouxo
e que sobreaqueceu mesmo com as baixas correntes. Nesses casos, e por não ser
possível saber qual foi a temperatura máxima atingida pela anomalia, é necessário
verificar a integridade e características elétricas do epóxi adjacente. Caso não atendam
as especificações, o trafo deverá ser encaminhado ao fabricante ou oficina autorizada
para reparos. Por outro lado, o fato de a origem do aquecimento estar localizada no
parafuso de comutação, que possui emissividade significativamente baixa, pode alterar
as leituras de temperatura caso valores menores (de emissividade) sejam ajustados no
termovisor. Isso porque, dependendo da resolução espacial da câmera em uso, a leitura
mais precisa acabará incluindo a superfície em epóxi adjacente e que possui uma
emissividade muito maior que o parafuso metálico. Assim, e considerando o efeito
fresta entre porcas, arruelas e superfície de contato, e ainda as ranhuras do parafuso,
para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o
valor da emissividade para esta conexão, sobre a base em epóxi, poderá variar entre
0,75 a 0,85. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000 e FLIR
AGEMA 550. Lentes: 24° e 20°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 6.28 Este Termograma apresenta um detalhe de uma imagem maior, a qual conteria uma visão
mais abrangente de todas as conexões e bobinas. É possível observar também pela foto
na luz visível que tanto esta como o Termograma foram obtidos através de uma grade
metálica de proteção, o que prejudica significativamente a imagem térmica.
Possivelmente esta foi a razão de fazer um Termograma apenas do comutador de taps,
uma vez que a anomalia poderia ficar mascarada em uma visada geral.
Independentemente deste complicador, a imagem está bem focada para o fim que
pretende. A escala colorimétrica e a amplitude térmica também estão bem ajustadas. É
possível observar nitidamente o problema da emissividade, uma vez que a barra e as
conexões, que são a origem do aquecimento, aparecem “frias” (por apresentarem uma
emissividade baixa), enquanto que o epóxi, onde as porcas estão inseridas, aparece mais
aquecido (por apresentar uma emissividade alta). Como o erro de arbitrar uma
emissividade baixa é maior que o erro cometido ao ler a temperatura no epóxi,
imediatamente contíguo às porcas, pode‐se utilizar a emissividade típica do epóxi para
ler as temperaturas de interesse. Durante um desligamento e uma Inspeção Visual
cuidadosa, caso não haja corrosão e apenas falte aperto nos parafusos, um torquímetro
resolve o problema. Se por outro lado houver sinais de corrosão evidente, o fabricante
deverá ser consultado sobre a necessidade de remoção do trafo e envio para a fábrica.
Uma solução alternativa é mudar os Taps do transformador, desde que a variação de
tensão e corrente não comprometam o processo industrial. Para medições radiométricas
em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para
frestas entre elementos refletivos pode variar de 0,7 a 0,8. Por outro lado, o epóxi tem
emissividade mais alta, na ordem de 0,9. Assim, um valor intermediário de 0,85 pode ser
utilizado sem erros significativos. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000.
Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 12°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 6.29 Ambos os Termogramas estão bem focalizados e as escalas colorimétricas estão
ajustadas às anomalias de interesse. Os dois Termogramas apresentam o mesmo tipo de
anomalia. Superfícies externas de transformadores a seco não devem apresentar
assimetrias térmicas de nenhum tipo. Concentrações de temperatura em formato
pontual, como os detectados, indicam problemas internos que podem agravar
significativamente e levar à parada do equipamento. Soldas entre bobinas do primário, e
mais raramente do secundário, podem ser mal executadas e gerar aquecimentos com a
passagem de corrente. O agravamento pela temperatura pode danificar seriamente as
soldas e pior, prejudicar o isolamento entre as bobinas, levando ao curto‐circuito. Neste
caso, a temperatura não é relevante, uma vez que não se tem possibilidade de agir sobre
a causa do aquecimento. Dessa maneira, e de forma estratégica, o fabricante deve ser
acionado e providenciar a substituição da bobina antes que se instale uma corrente de
fuga significativa, um curto entre espiras ou, pior ainda, um curto entre primário e
secundário. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura
ambiente, o valor da emissividade para a resina epóxi tem um valor típico aproximado de
0,9. No caso do primeiro Termograma, o ângulo de visada está no limite para esse valor
(Ver Figura 4.23 no Volume 1). Softwares: Thermal Trend IR Analyzer, FLIR ThermaCam
Reporter 2000 PRO. Câmeras: SC‐660 e P‐640. Lentes: 24° e 12°
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 6.30 Este Termograma está bem focado e bem enquadrado. A escala colorimétrica, por sua
vez, apresenta o mínimo necessário para uma discriminação suficiente dos componentes
adjacentes. Esta dificuldade é devida à diferença entre o aquecimento de interesse
(104 °C) e componentes adjacentes (33 °C). A principal característica da identificação
deste aquecimento é que tanto o técnico como o analista têm de estar muito bem
treinados para não se deixar levar pelo ajuste automático tanto do Software como da
câmera. Caso fossem utilizados esses ajustes automáticos, as imagens térmicas obtidas
seriam muito semelhantes às imagens a seguir, neste mesmo comentário. Apenas então
com um ajuste correto, é possível confirmar que o aquecimento de interesse não tem
origem na conexão externa (porca
superior do varão) e sim na conexão
entre a porca principal e o conector
do cabo auxiliar. Esse ajuste implica
em que tanto o Inspetor como o ana‐
lista tenham a percepção e o treina‐
mento suficiente para não fazer um
diagnóstico incorreto baseado em
uma imagem mal ajustada. As conse‐
quências de um diagnóstico incor‐
reto seriam, no pior caso, a falha do componente com a consequente perda do transfor‐
mador, uma intervenção incorreta ou
a descoberta de que a descrição da
anomalia estava incorreta, contribu‐
indo para o descrédito tanto do Ins‐
petor como da técnica. Para medi‐
ções radiométricas em 7 – 14 µm ou
de 3 – 5 µm à temperatura ambiente,
o valor da emissividade para frestas
entre elementos oxidados pode va‐
riar de 0,8 a 0,9. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000.
Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 6.31 Este Termograma está bem focado, suficientemente bem enquadrado e a escala
colorimétrica e a amplitude térmica também estão bem ajustadas. É possível identificar
nesta imagem térmica o nível do óleo interno ao transformador e uma região aquecida
anômala medindo aproximadamente 100 °C na parede externa. Uma concentração de
calor desta magnitude pode significar uma parte do entreferro encostando na carcaça ou
um curto‐circuito interno. É necessário abrir o transformador para verificar o estado
interno e, conforme o encontrado, providenciar o reparo. Para medições radiométricas
em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para tintas
a óleo pode variar de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera:
FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 6.32 A resolução baixa deste Termograma é devida ao emprego de uma câmera de baixa
resolução, 120 X 160 pixels. Sendo assim, não é possível foco mais nítido que o
presente devido à própria resolução do sensor. O enquadramento também deixa a
desejar, mas isso ocorreu devido ao espaço exíguo entre a cerca e o transformador.
Independente destas deficiências, a escala colorimétrica e a amplitude térmica estão
bem ajustadas. As indeterminações relacionadas a este Termograma reforça a
necessidade extrema de uma documentação completa e abrangente, muitas vezes,
até com mais de um par de Termogramas e imagens de controle, a fim de que se
possa construir uma cultura sobre os equipamentos em uso em uma planta
industrial. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura
ambiente, o valor da emissividade para frestas entre elementos refletivos pode variar
de 0,7 a 0,8. Software: IRAnalyzer, Câmera: Thermocom M7. Lente: 22°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 6.33 Este Termograma está razoavelmente focado e bem enquadrado. O foco, ligeiramente
difuso, deve‐se ao uso da lente de 45° e ao sensor de 320 X 240 pixels, embora no geral
pudesse ser um pouco melhor. A escala colorimétrica e a amplitude térmica estão
compatíveis com a anomalia de interesse. Este efeito de aquecimento entre Fases
normalmente ocorre devido à presença de correntes maiores ou a chapas de aço mais
finas no tanque do transformador. Neste caso, representa um comportamento normal e
esperado para este trafo, como se pode verificar nas leituras de temperaturas feitas nas
frestas dos conectores do secundário; as diferenças não ultrapassam 0,1 °C. Devido à
montagem dos cabos de saída, não foi possível efetuar a leitura de correntes por Fase,
porém e eventualmente a critério da Gerência responsável, as correntes de Fase
poderiam ser lidas na chegada dos cabos no painel de distribuição. Para medições
radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da
emissividade para tintas a óleo pode variar de 0,85 a 0,94. Software: FLIR Image Builder,
FLIR Researcher Pro 2.10, Câmera: SC‐2000, Lente: 45°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 6.34 Da mesma forma que na Figura 6.29, a escolha da paleta de cores correta é fundamental
para a detecção das anomalias destes dois Termogramas. Os Termogramas em si estão
bem focados e bem enquadrados. A escala colorimétrica e a amplitude térmica estão
compatíveis com as anomalias de interesse. Uma vez detectada, mesmo com baixa
temperatura, uma distribuição térmica anômala tem de ser corretamente explicada. No
caso do Termograma superior, como pode haver uma mancha térmica em apenas uma
entre Fases? A primeira explicação seria a presença de correntes parasitas por
desequilíbrio de correntes entre Fases. Como o secundário é em estrela aterrada, a
solução para essa condição é a medição de correntes nas três Fases. Quando a medição
não for possível, ou por imposição de condições de segurança ou por falta do instrumento
adequado, a temperatura dos cabos pode fornecer uma indicação do desequilíbrio de
correntes. No caso, as temperaturas dos cabos indicam que a Fase do Meio está com
+1,6 °C a mais que a Fase da Direita. Então, se o desequilíbrio de corrente fosse a causa,
todo o contorno da Fase do Meio deveria estar mais aquecido, o que não é o caso. Sobra,
assim, a possibilidade de a Fase da Direita estar com corrente maior para gerar as
correntes parasitas na chapa do tanque. No entanto, se fosse essa a causa, os cabos
deveriam estar mais aquecidos, o que não se verifica. Sobra, então, duas possibilidades,
defeito ou mau contato interno ou chapa de aço com características diferentes
exatamente no espaço entre as Fases. A probabilidade maior é a de mau contato interno
que exigirá a abertura do trafo para averiguação. O Termograma inferior apresenta a
mesma situação, só que em relação ao Neutro. Como a temperatura dos cabos
conectados ao Neutro é a mesma que as temperaturas dos cabos de Fase, é permissível
MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS 427
CAPÍTULO VI – TERMOGRAMAS REGISTROS MEDIÇÕES E ANÁLISES TÉRMICAS
FIGURA COMENTÁRIOS
supor que a corrente é a mesma ou não é significativa. Em qualquer das situações, as
causas podem ser as mesmas já citadas e a maior probabilidade é a presença de um mau
contato interno. Mas para uma diferença de temperatura tão pequena é necessário abrir
o transformador? Quando se trata de transformadores isolados a óleo, o risco de um
sobreaquecimento interno que leve a uma explosão e incêndio não deve ser
menosprezado. Uma alternativa é testar com uma periodicidade mais alta o óleo dos
transformadores para verificar a formação de gases explosivos e demais características
físico‐químicas. Outra é monitorar as correntes de Fase e neutro junto com Termografias
mais periódicas, a fim de detectar precocemente qualquer variação. Para medições
radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da
emissividade para tintas a óleo pode variar de 0,85 a 0,94. Software: FLIR Image Builder,
FLIR ThermaCAM Researcher 2.10, Câmera: SC‐2000. Lente: 45°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 6.35 Apesar da tela interposta, este Termograma está bem focado e bem enquadrado. A escala
colorimétrica e a amplitude térmica estão compatíveis com a anomalia de interesse. A
presença da anomalia entre a Fase X1 e o neutro X0 tem as mesmas causas já discutidas
nas Figuras anteriores. A dificuldade adicional da tela interposta pode dificultar o foco e
prejudicar a imagem térmica. O Inspetor deve ajustá‐lo corretamente para poder fazer
um diagnóstico confiável. O óleo isolante também deverá ser testado para verificação de
que suas características não foram alteradas pela eventual infiltração de umidade. Para
medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor
da emissividade para tintas a óleo pode variar de 0,85 a 0,94. Software: FLIR Image
Builder, FLIR ThermaCAM Researcher 2.10, Câmera: SC‐2000. Lente: 45°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 6.36 Basta uma visada mal escolhida e um diagnóstico pode ser mal realizado, com um
conteúdo incorreto. Neste caso, o Termograma está bem focado e bem enquadrado,
assim como a escala colorimétrica e a amplitude térmica estão compatíveis com a
anomalia de interesse. Mas devido o Inspetor ter escolhido um ângulo um pouco
deslocado, fica aparente que há uma anomalia entre as Fases X1 e X2. Em uma análise
mais cuidadosa, e mesmo sem o Termograma com a visada correta, é possível verificar
que a diferença de temperaturas entre as entre Fases X1‐X2 e X2‐X3 é de apenas 0,2 °C.
Dessa forma, apesar de ser muito pouco provável a existência de uma anomalia interna
ao transformador, será necessária uma nova Termografia para confirmar a existência ou
não de um defeito interno. O procedimento correto teria sido efetuar duas imagens
térmicas, cada uma a partir de um ângulo mais favorável, a fim de coletar mais dados
para uma análise mais segura no escritório técnico. Para medições radiométricas em
7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para tintas a
óleo pode variar de 0,85 a 0,94. Software: FLIR Image Builder, FLIR ThermaCAM
Researcher 2.10, Câmera: SC‐2000. Lente: 45°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 6.37 Termograma bem focado e bem enquadrado com amplitude térmica correta. A saída do
secundário deste transformador auxiliar está montada sobre uma chapa isolante de fibra
de vidro. Questionado sobre como era a montagem e componentes internos deste trafo,
o Assistente Técnico não soube informar. No entanto, pela distribuição térmica do
aquecimento e material constitutivo da chapa, pode‐se aventar a hipótese de que atrás
de cada conexão de cada Fase, poderia haver um TC de medição ou proteção. Com
problemas no seu entreferro, com sua bobina oxidada internamente ou com um erro de
dimensionamento, esse TC poderia criar um aquecimento circular na face externa da
chapa isolante. Outra possibilidade é a existência de um mau contato na conexão interna
que, por sua vez, aquece o parafuso passante, causando o efeito circular e aquecendo até
o terminal externo. Essa possibilidade parece mais difícil, porque a simetria circular do
aquecimento é quase perfeita quando que, se fosse realmente um aquecimento na
conexão, era de se esperar que houvesse algum calor sendo repassado para a chapa em
forma de corrente de convecção interna. Isso faria com que o aquecimento fosse
assimétrico na vertical, o que não condiz com a imagem obtida. Como todas as hipóteses
necessitam do desligamento e da abertura deste transformador para serem testadas, a
recomendação é programar esta atividade. Em termos estratégicos, como não se possuía
o histórico térmico anterior deste equipamento, estrategicamente ele teve de ser
considerado de urgência com relação ao atendimento. Lamentavelmente não fomos
informados do achado em seu interior. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de
3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para chapas de fibra de vidro
pintadas pode variar de 0,85 a 0,94. Software: FLIR Image Builder, FLIR ThermaCAM
Researcher 2.10, Câmera: SC‐2000. Lente: 45°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 6.38 Apesar de a tensão ser menor, este é um caso bastante similar ao Item 3.10.1 Estudo de
Caso 2, Figura 3.69 e Figura 3.70. O está Termograma bem focado e bem enquadrado.
No entanto, a foto na luz visível deixa a desejar em termos de iluminação. Uma
iluminação adequada ou um flash permitiriam uma visualização melhor do tampo do
tanque onde está a anomalia. A escala colorimétrica e a amplitude térmica também
estão bem ajustadas. Transformadores isolados a óleo de potência média podem
apresentar problemas de conexão interna, principalmente nos seus secundários devido
às altas correntes. Como o óleo é utilizado para a refrigeração por convecção, apenas os
modelos em que o óleo esteja em contato com a tampa superior (com ou sem tanque
de expansão), poderão apresentar uma diferença na distribuição térmica visível pela
Termografia na tampa superior e causada por um defeito interno. Eventualmente
modelos com radiadores tubulares, conectados direta e individualmente ao tanque,
poderão apresentar alguma assimetria nos tubos que pode ser relacionada a um mau
contato interno. No caso do transformador de 500 kVA a que se refere este Termograma,
o mau contato interno aqueceu o óleo que, por corrente de convecção, marcou a
destruição térmica anômala na tampa do tanque. Não há como saber qual a temperatura
exata do mau contato interno, e nem qual exatamente é a conexão. A conclusão é que
o transformador está em risco grave de gerar gases combustíveis internamente e vir a
explodir. Não se sabe também há quanto tempo esta anomalia está presente e nem em
qual ponto do ciclo de falha ela encontra‐se. Ainda, é indiferente se o fechamento do
triangulo é externo ou não. Para qualquer situação dessas, este transformador deve ser
retirado de operação o mais breve possível e aberto para manutenção. Para medições
radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da
emissividade para tintas a óleo, e manchas de óleo isolante, pode variar de 0,85 a 0,95.
FLIR ThermaCAM Researcher PRO 2.10. Snagit 11. Câmera: FLIR T300. Lente: 12°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 6.39 Devido ao layout de instalação no cubículo deste transformador, não foi possível uma
visada a 90° do secundário. Assim, a distribuição térmica detectada pode ser devida
simplesmente à carga passante que, com correntes altas, está criando correntes parasitas
na chapa do trafo, sendo esse comportamento esperado. Da mesma forma, esta
distribuição térmica pode ser devida a um mau contato interno. Por outro lado, o
transformador não dispunha de tanque de expansão para que o óleo encostasse na
tampa superior, o que poderia definir, por correntes de convecção no óleo, se havia ou
não um defeito interno. A recomendação, neste caso, é a leitura das correntes de Fase
para saber se há o aquecimento e devido à indução decorrente ou não. Em caso negativo,
é recomendável o acompanhamento mais frequente para verificar a estabilidade das
temperaturas ou não, bem como da extensão e forma da distribuição. A solução ideal,
entretanto, é conseguir permissão da segurança do trabalho para obter, em condições
seguras, uma visualização em 90° do secundário. Em caso de agravamento das
temperaturas, com manutenção da mesma carga, o trafo deverá ser aberto para Inspeção
interna. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura
ambiente, o valor da emissividade para tintas a óleo pode variar de 0,85 a 0,94,
respeitado o ângulo de visada menor que 60°. Software: FLIR ThermaCAM Reporter
PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 12°.
Anotações:
432 MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS
CAPÍTULO VI – TERMOGRAMAS REGISTROS MEDIÇÕES E ANÁLISES TÉRMICAS
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 6.40 A foto de controle deste Termograma está deslocada em relação à visada original. No
entanto, ainda é possível identificar o conteúdo da imagem térmica, uma vez que ela está
razoavelmente bem focada e enquadrada. A escala colorimétrica e a amplitude térmica
também estão bem ajustadas, de tal forma que as temperaturas importantes estão todas
bem representadas. A dificuldade, neste caso, reside no diagnóstico. Em um primeiro
momento, a anomalia detectada sugere que haja um mau contato em um dos cabos
conectados ao conector de saída da bucha X3. Para compreender o que está acontecendo
nesta configuração, e que justifica o diagnóstico de que o aquecimento é na realidade a
melhor das conexões de saída da Fase X3, consulte o Item 6.5, Estudo de Caso 8 –
Condutores em Paralelo. Observar que as maiores temperaturas aparecem entre o final
do termoplástico e o conector de bronze. Da mesma forma, o prolongamento do
aquecimento na ponta do cabo indica já estar em curso um processo de oxidação interno.
A recomendação de manutenção aqui é, em primeiro ligar, numerar os conectores e
anotar a medição da resistência de contato de todos os conectores com os cabos e com
o conector maior conectado ao varão da bucha X3. Uma vez anotados esses valores,
desmonte e Inspeção Visual cuidadosa para identificar traços de oxidação e/ou corrosão.
Em caso afirmativo, substituir conectores e cortar as pontas de cabo afetadas. Em caso
negativo, limpeza e reaperto com torquímetro e nova medição das resistências de
contato para confirmação da melhoria da conexão. Caso haja uma melhora significativa,
é possível supor que o mau contato estava nos demais conectores mais frios desta ponta
do cabo. Caso não haja uma melhora significativa, será necessário repetir todo este
procedimento com todos os conectores da outra extremidade dos cabos, no painel de
chegada. Para confirmar que as deficiências de resistência de contato se encontravam
nesta extremidade dos cabos, comparar as medidas de resistência com as dos conectores
da outra extremidade. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à
temperatura ambiente, o valor da emissividade para frestas entre elementos refletivos
pode variar de 0,7 a 0,8. Se a medição incluir o termoplástico com uma ferramenta de
área ajustada para ler a temperatura máxima, pode ser utilizada a emissividade entre
0,85 a 0,9. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente:
12°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 6.41 Ambos os Termograma estão bem focados e bem enquadrados para o destaque às
anomalias a que se referem. No Termograma superior, a escala colorimétrica e a
amplitude térmica estão utilizando o ajuste por histograma, a fim de poder ajustar a
imagem e apresentar a maioria de seus componentes. O maior problema a ser resolvido
nestas imagens é a baixa emissividade do barramento conectado ao secundário do
transformador. Barras de alumínio ou de cobre estanhado apresentam uma dificuldade
quase intransponível na determinação de suas temperaturas devido à baixa emissividade
desses materiais. Por outro lado, cordoalhas como as do Termograma inferior, mesmo as
estanhadas, possuem um comportamento inverso: por terem uma extensa trama de fios
e cavidades, que apresentam, quando aquecidas, uma emissividade bastante alta se
comparada ao metal nu. Como no momento da Inspeção, e com os barramentos
energizados, não é possível aderir fitas adesivas ou pintar secções com tintas de
emissividade conhecida, o Inspetor tem de resolver o problema com o que tem à mão. A
solução mais simples é a utilização das frestas para medir a temperatura. Mesmo que a
origem do aquecimento não seja nesse local específico, a alta condutibilidade térmica
desses materiais faz com que as perdas não sejam significativas em relação à origem do
calor. Barras sobrepostas, espaços entre arruelas e a barra, cabeças de parafusos
oxidados, porcas ou mesmo roscas de parafusos são pontos facilmente localizáveis nesses
barramentos. Assim, e dentro das limitações do contexto, esses locais poderão ser
utilizados para a medição das temperaturas com precisão razoável. Deve ser lembrado
que, para frestas, o ângulo de leitura em relação não introduz um erro significativo (Ver
Volume 1, Capítulo 4, Item 4.2) Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de
3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para frestas entre elementos
refletivos pode variar de 0,7 a 0,8. Se a cordoalha estiver suja ou oxidada, poderão ser
utilizados valores até 0,9. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR
SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 6.42 O Termograma da esquerda está bem focado e bem enquadrado. Já o Termograma da
direita está um pouco fora de foco. A escala colorimétrica e a amplitude térmica também
estão bem ajustadas. Duas situações distintas: a do Termograma da esquerda com um
mau contato do conector de saída da bucha com o varão do secundário, e no
Termograma da direita, mau contato generalizado em todos os conectores da Fase,
exceto no que apresenta aquecimento. Eventualmente no Termograma da direita, os
conectores com altas resistências de contato poderão estar na outra ponta do cabo, no
painel de chegada. A explicação para este comportamento pode ser encontrada no Item
6.5, Estudo de Caso 8 – Condutores em Paralelo. As providências de manutenção, no caso
do Termograma de esquerda, implicam no desmonte do conector com eventual
necessidade de abertura do tanque e esgotamento do óleo. Inspeção Visual cuidadosa
em busca de sinais de corrosão. Em caso afirmativo, deverá ser avaliada a substituição
das peças comprometidas. Em caso negativo, reaperto com torquímetro. No caso do
Termograma da direita, a recomendação de manutenção é, em primeiro ligar, numerar
os conectores e anotar a medição da resistência de contato de todos com os cabos e com
o conector maior conectado à barra de saída do secundário. Uma vez anotados esses
valores, desmonte, Inspeção Visual cuidadosa para identificar traços de oxidação e/ou
corrosão. Em caso afirmativo, substituir conectores e cortar as pontas de cabo afetadas.
Em caso negativo, limpeza e reaperto com torquímetro e nova medição das resistências
de contato para confirmação da melhoria da conexão. Caso haja uma melhora
significativa, é possível supor que o mau contato estava nos demais conectores mais frios
desta ponta do cabo. Caso não haja uma melhora significativa, será necessário repetir
todo este procedimento com todos os conectores da outra extremidade dos cabos, no
barramento de chegada. Para confirmar que as deficiências de resistência de contato se
encontravam nesta extremidade dos cabos, comparar as medidas de resistência com as
dos conectores da outra extremidade. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de
3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para frestas entre conectores
e suas superfícies de assentamento pode variar de 0,7 a 0,8. Se for utilizada a ponta dos
cabos, podem‐se utilizar emissividades de 0,85 a 0,95, ou de 0,94 se a medição for no
termoplástico. No caso do Termograma da esquerda, caso o conector esteja oxidado, um
valor de 0,85 pode ser bem razoável. Software: Software: FLIR ThermaCAM Reporter
PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS 435
CAPÍTULO VI – TERMOGRAMAS REGISTROS MEDIÇÕES E ANÁLISES TÉRMICAS
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura A principal característica das anomalias internas em transformadores isolados a óleo é a
6.43
assimetria nas distribuições térmicas nas chapas externas, que deveriam ser homogêneas
e equilibradas. O fator crucial para a detecção dessas anomalias são a experiência do
Inspetor e o ajuste da câmera. Observar que para o Termograma esquerdo, o ângulo
escolhido permite observar as três Fases simultaneamente e, o ajuste que o Inspetor
aplicou na câmera, bem como a paleta de cor escolhida, tornam possível diferenciar e
discriminar 3,7 °C entre duas Fases, o que é suficiente para configurar a anomalia interna.
Caso um desses dois fatores (perícia do Inspetor e ajuste da câmera) não seja atendido,
a probabilidade maior é que essas anomalias passem despercebidas e evoluam para uma
falha, com um custo muito alto. Como precaução adicional, e em ambos os casos, é
necessária a medição de corrente nas Fases para confirmar que se trata de uma anomalia
e não um desequilíbrio de corrente. Uma vez descartado o desequilíbrio de correntes, a
hipótese mais provável é o mau contato nas conexões internas. Nem sempre a
temperatura externa será proporcional à gravidade interna, tanto pela quantidade de
óleo entre o defeito e a parede externa, como pela possível geração de gases
combustíveis internamente. A recomendação é o desligamento do trafo na primeira
oportunidade para abertura e Inspeção dos componentes internos. Para fins de
comprovação da eficiência dos procedimentos adotados, é conveniente a medição da
resistência dos enrolamentos a partir das buchas externas, antes e após a manutenção.
Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o
valor da emissividade para tintas a óleo pode variar de 0,85 a 0,94. Software: FLIR
ThermaCAM Resporter 2000 PRO, Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Como o foco de interesse está apenas em uma Fase, as outras foram desprezadas. A
6.44
anomalia deste Termograma apresenta três defeitos ocorrendo simultaneamente: 1) Há
um mau contato entre o cabo e o terminal, provavelmente devido a ter sido mal
prensado; 2) Os cabos da barra posterior e da barra frontal estão em paralelo e com
cargas diferentes e, portanto, com circulações de corrente diferentes; e 3) O mau contato
no terminal indicado privilegia apenas alguns tentos do cabo. Deve ser destacada a
perícia do Inspetor ao ajustar a câmera e paletas de cor para localizar uma anomalia de
pequenas dimensões contra um primário de trafo aquecido. Para as anomalias em
questão, este Termograma está bem focado e bem enquadrado, embora a foto de
controle na luz visível esteja mais próxima do que a imagem térmica. A escala
colorimétrica e a amplitude térmica também estão bem ajustadas. Os três defeitos estão
correlacionados, mas são resultado de um problema maior: se todos os demais
conectores e cabos tivessem uma impedância menor que a do conjunto cabo‐conector
com a maior temperatura, o aquecimento dificilmente seria detectado. Como esta
conexão apresenta a menor impedância de todas as seis, é por ela que passará a maior
parte da corrente de Fase, causando o aquecimento. Além disso, esse fenômeno se
repete mais uma vez dentro do próprio cabo, privilegiando apenas alguns tentos em
detrimento dos demais. Para maiores detalhes das características e efeitos elétricos
neste caso, consulte o Item 6.5, Estudo de Caso 8 – Condutores em Paralelo. A solução
correta implica na medição antecipada de cada contato entre terminais, cabos e barra.
Depois de anotados os valores, abertura da conexão, corte da ponta do cabo e
substituição do terminal, limpeza e reaperto com torquímetro. Uma vez montadas todas
as conexões, deve‐se novamente medir todas as resistências de contato entre terminais,
cabos e barras. Caso alguma conexão ou contato permaneça com valor diferente dos
demais, a intervenção deve ser executada novamente, com atenção redobrada aos
procedimentos que podem não ter sido conformes. Este procedimento deve ser aplicado
em ambas as terminações, nas extremidades de cada cabo, uma vez que se trata de uma
conexão em paralelo. As bobinas do transformador também apresentam assimetrias
térmicas que não são o objeto de análise nesta instância. Software: FLIR Reporter 9.0.
Câmera: FLIR AGEMA 550. Lente: 20°.
Anotações:
Figura 6.45 – Cabo com Tento partido interno no secundário e cabos em paralelo.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 6.45 Apesar destas anomalias não serem no secundário em si do transformador, elas são
relevantes porque apresentam duas situações bastante diferentes ocorrendo
simultaneamente nas conexões do secundário. Para as anomalias em questão, este
Termograma está bem focado e bem enquadrado. A escala colorimétrica e a amplitude
térmica também estão bem ajustadas. A primeira anomalia é um conector sobreaquecido
em um circuito paralelo de cabos, o que já foi discutido nos Termogramas anteriores
(Para maiores detalhes das características e efeitos elétricos neste caso, consulte o Item
6.5, Estudo de Caso 8 – Condutores em Paralelo). A novidade é o aquecimento no trecho
proximal do cabo. A interpretação para esta anomalia é entender que o cabo possui de
dois um dos seguintes defeitos: foi dobrado em excesso e quebrou tentos internamente
durante a montagem, ou o cobre possui características alteradas (impurezas) que não
foram detectadas na sua fabricação. As providências de manutenção para o conector
sobreaquecido são idênticas as descritas nos casos anteriores. Já o aquecimento interno
ao cabo deve ser resolvido separadamente com a retirada do trecho de cabo afetado.
Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente no
conector, o valor da emissividade para frestas entre elementos refletivos pode variar de
0,7 a 0,8. Já para o cabo revestido em termoplástico, uma emissividade de 0,9 é
suficientemente próxima para produzir uma boa leitura. Software: FLIR ThermaCAM
Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 6.46 Em muitas situações, os transformadores estão confinados em painéis próprios com
acesso difícil para a Inspeção. Da mesma forma, nem sempre as conexões estão visíveis
ou acessíveis facilmente na luz visível. O caso do Termograma apresenta uma dessas
situações e deve ser observado que o foco no infravermelho está bem ajustado. Dentro
das condições de segurança aplicáveis, o Inspetor deve procurar o melhor ângulo e,
sempre que possível, utilizar a óptica adequada. No caso, foi utilizada uma lente Grande
Angular de 40 °C. Com a lente normal de 20° do Termovisor, a imagem seria a ao lado,
onde somente a conexão de interesse e com defeito fica evidente. Assim, o uso da Grande
Angular favorece o diagnóstico por apresentar a outra Fase para comparação. Deve ser
considerada a carga do transformador no momento da Inspeção. Se estiver com
aproximadamente 100% de sua carga, as temperaturas representarão um pequeno
sobreaquecimento. Mas, se ele estiver com, por exemplo, 50% de sua capacidade nomi‐
nal, os aquecimentos serão graves e exigirão uma intervenção o mais rápido possível.
Para maiores informações sobre o carregamento de equipamentos elétricos, ver o Capí‐
tulo 1, Item 1.13 – Correções
pelas cargas nominal e instan‐
tânea. Os procedimentos de in‐
tervenção são os de sempre:
medição prévia da resistência
de contato da conexão, des‐
monte, Inspeção Visual cuida‐
dosa, limpeza e/ou tratamento
de superfície, se necessário,
substituição no caso de corro‐
são, fechamento com torquí‐
metro. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambi‐
ente no conector, o valor da emissividade para frestas entre elementos refletivos pode
variar de 0,7 a 0,8. Já para o barramento revestido em termoplástico, uma emissividade
de 0,9 é suficientemente próxima para produzir uma boa leitura. Software: FLIR
ThermaCAM Researcher 2.10, Câmera: FLIR AGEMA 550. Lentes: 40° e 20°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Termogramas bem focados e bem enquadrados. Amplitudes Térmicas compatíveis
6.47
igualmente corretas para o objeto de interesse. O ângulo de visada deste aquecimento
não permite um diagnóstico conclusivo. Pela informação térmica obtida, aparentemente
o Trafo apresentou um aquecimento na conexão secundária da Fase “S” embora, como
já ressaltado, não haja visada direta devido estar oculta pela barra de Neutro. A
característica refletiva do barramento dificulta a definição da origem do aquecimento,
FIGURA COMENTÁRIOS
sendo que o melhor ponto de referência é o isolador em epóxi entre Fases. No entanto,
na Fase “T”, apesar de apresentar, no momento da Inspeção, uma temperatura menor,
foram encontrados traços de derretimento de alguma resina da bobina desta Fase,
escorridos pelo trilho de fechamento do entreferro e marcado no chão (Ver fotos
inferiores na luz visível). A máxima temperatura admissível para as conexões secundárias
deve ser informada pelo fabricante, bem como a máxima temperatura para o epóxi em
contato com o entreferro. Apesar da temperatura lida não ser crítica no momento da
Inspeção, os traços de derretimento indicam que pode ter havido aquecimentos maiores
e que é necessário um desligamento para uma Inspeção Visual minuciosa. Da mesma
forma, devem ser executados testes elétricos de resistência ôhmica tanto nas conexões
como nos enrolamentos, relação de transformação (TTR), isolamento entre primário e
secundário, bem como de relutância magnética no núcleo. O acompanhamento por
Termografia é também fortemente recomendado. A criticidade do atendimento, neste
caso, deve levar em conta o posicionamento estratégico deste Trafo na instalação, a
possibilidade de a fábrica continuar a produzir sem ele, seu tempo em operação e as
informações fornecidas pelo fabricante. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou
de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para epóxi pode variar de
0,85 a 0,90. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente:
45°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Este Termograma está bem focado e bem enquadrado. A escala colorimétrica e a
6.48
amplitude térmica também estão bem ajustadas. As distribuições térmicas dos
radiadores de transformadores isolados a óleo mineral devem refletir o fluxo de óleo
aquecido que circula por convecção em suas aletas. Assimetrias e diferenças de
temperatura devem ser averiguadas, a fim de ser descoberta a causa. Neste caso, a
regulagem ajustada para a câmera permitiu identificar uma diferença de 2,1 °C entre o
topo dos dois radiadores. Em alguns casos, na montagem ou manutenção, os registros,
quando existentes, podem ter sido esquecidos parcial ou até totalmente fechados (Ver
Figura 3.65). No caso do transformador deste Termograma, o transformador com carga
alta apresentava o radiador da direita 4 °C mais aquecido que o da esquerda. As linhas
vermelhas sobrepostas aos radiadores destacam o comportamento de refrigeração das
FIGURA COMENTÁRIOS
aletas. O radiador da esquerda apresenta uma distribuição térmica em queda a partir do
tanque para o lado externo e uma distribuição curva na face frontal, onde é possível
identificar que a região com melhor troca de calor está nas aletas do meio. Já o radiador
da direita apresenta uma distribuição em queda a partir da parede para o meio do
transformador. Como não havia ventilação forçada no cubículo que justificasse essa
assimetria, ainda que pequena, a melhor hipótese aventada foi a obstrução interna da
entrada do radiador da esquerda. Isso fica claro ao analisar o fluxo de óleo aquecido: com
uma obstrução na tubulação de entrada (ou saída), o fluxo torna‐se mais lento para a
mesma área de troca de calor, fazendo com que a temperatura medida seja mais baixa
do que a do radiador da direita. Com um fluxo mais livre, o óleo mais aquecido preenche
mais rapidamente o topo das aletas. Eventualmente pode haver um depósito de borra na
parte superior das aletas do radiador esquerdo. Para medições radiométricas em
7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para tintas a
óleo pode variar de 0,85 a 0,94 desde que não contenha partículas metálicas em sua
composição. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000.
Lente: 12°.
do regime de trabalho, vida útil esperada ou oposto, sendo que na extremidade do radia‐
outros fatores, sendo que o mais comum é dor mais afastada do tanque, a temperatura
instalar ventilação forçada externa. No en‐ está +2,8 °C maior do que a do próprio tan‐
tanto, o Delta da temperatura nas aletas dos que. Isso fica evidente ao se observar o grá‐
radiadores deve seguir a Lei de Wien e au‐ fico ascendente relativo às linhas L1 e L2 na
mentar com a distância da origem do aque‐ parte superior direita da imagem. Deve ser
cimento: quanto mais afastado do tanque, observado ainda que este transformador
mais frio deve estar o óleo. Só que, na ima‐ possuía um tanque de expansão que garan‐
gem térmica (Figura 6.47), observa‐se o tia que o óleo isolante preenchia o tanque do
trafo até a tampa.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Este Termograma está bem focado, mas o enquadramento é insuficiente tanto na
6.49
imagem térmica quando na foto
de controle na luz visível. Para
uma anomalia sem classificação
como esta, é importante obter di‐
versos Termogramas a partir de
ângulos e distâncias diferentes.
Como referência, o Termograma
ao lado apresenta o comporta‐
mento térmico esperado para ra‐
diadores onde o óleo circula nor‐
malmente. As curvas L1 e L2 em‐
baixo à direita no Termograma mostram o comportamento decrescente típico: o tanque
está mais aquecido e quanto mais longe do tanque, mais frio está o óleo. Com apenas
uma imagem térmica, o diagnóstico fica prejudicado. A favor do Inspetor, diga‐se que
este considerou esta anomalia como curiosidade e efetuou o Termograma para estudos
posteriores. Caso não a tivesse registrado, passaria despercebida. Até o fechamento
desta edição, não houve uma explicação razoável para esta medição. Para medições
radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da
emissividade para tinas a óleo pode variar de 0,84 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM
Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Termogramas bem focados e com enquadramento razoável. Conexões de secundários
6.52
de TC’s com alta impedância por mau contato, aumentam a tensão entre espiras (vide
Figura ilustrativa da Figura 6.52 nos comentários anteriores) e podem causar curto‐
circuitos internos. Quando isso ocorre, TC’s com exatidão alta, como no caso do
Termograma superior, podem incendiar e causar erros de leitura significativos. No caso
de serem aplicados em dispositivos de proteção e relés, podem levar a atuações
indevidas, causando prejuízos significativos. Observar que o terminal S1 sequer aparece
no Termograma porque está à mesma temperatura que o corpo do TC. Não é porque
apresentam temperaturas de baixa intensidade (44 °C no caso), ou distribuições
térmicas delimitadas, que deixam de ser estrategicamente de urgência, embora
termicamente possam até ficar em observação. O Termograma inferior se refere a um
TC para medição de painel. Por ser importante para leituras externas e de operação, e
também por poder evoluir para um curto entre espiras, não deve ser negligenciado.
Antes de qualquer intervenção, é prudente medir a resistência ôhmica de todo o
secundário para comparação com as leituras pós‐manutenção. A solução é a tradicional:
desmonte, Inspeção Visual cuidadosa e, na ausência de sinais de corrosão, limpeza e
reaperto deverão solucionar. Se houver sinais de corrosão, a base da conexão no corpo
do TC deverá ser inspecionada cuidadosamente. Se for possível recuperar, a conexão
poderá ser fechada. Em caso negativo, o TC terá de ser retirado de operação para envio
ao fabricante. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura
ambiente, o valor da emissividade para encapsulamentos em material plástico ou epóxi
pode variar de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Researcher 2.10, Câmera: SC‐
2000. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 6.53 A anomalia do Termograma deslocou a atenção do Inspetor para o ponto mais quente
fazendo com que fizesse um relato incompleto dos achados. Na descrição, consta o mau
contato superior na barra primária do TC da direita, sem que tenha sido dada importância
ao aquecimento anômalo no corpo do TC da esquerda. Eventualmente o aquecimento na
conexão poderá vir a prejudicar o TC e, portanto, não deve ser negligenciada. Mas a
anomalia pontual no TC da esquerda implica em que, ou o secundário já pode estar em
curto ou que há um problema com o entreferro. De qualquer maneira, as duas anomalias
deverão ser verificadas e corrigidas. Para o mau contato, os procedimentos já foram
descritos diversas vezes ao longo deste Volume. Para a anomalia no TC da esquerda, deve
ser aberto e testado para verificação da ocorrência. Caso necessário, deverá ser
substituído. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura
ambiente, o valor da emissividade para encapsulamentos em material plástico ou epóxi
pode variar de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Researcher 2.10, Câmera: SC‐2000.
Lente: 24°.
Análise de Consistência: TCs em tar gerando a assimetria. Caso não seja iden‐
bom estado devem aquecer pouco e unifor‐ tificada, causas internas são a opção res‐
memente. Basicamente seu aquecimento tante.
deve provir do primário, que pode ter cor‐ Recomendações de Intervenção:
rentes significativamente altas. O secundá‐ fora poucos casos em que a manutenção se
rio, por sua vez, não deve apresentar anoma‐ resuma a maus contatos simples, a interven‐
lias e nem distribuições térmicas assimétri‐ ção de manutenção em TC’s auxiliares passa
cas. Qualquer variação deve ser pesquisada no mínimo, e se possível, pela sua abertura.
no sentido de, em primeiro lugar, encontrar Antes da retirada de operação, as resistên‐
uma fonte de calor externo que pudesse es‐ cias ôhmicas do secundário deverão ser me‐
didas para comparação com as medições
que deverão ser feitas após os reparos. Se os resistores energizada, onde foi proporciona‐
valores obtidos forem maiores ou iguais, a lizada. No entanto, o tempo decorrido até a
intervenção terá sido inócua. Se o secundá‐ captura do Termograma após a energização
rio puder ser reparado ou substituído, a so‐ do conjunto não foi o mesmo, resultando em
lução será simples. Se a anomalia for no en‐ temperaturas “finais” diferentes. O propó‐
treferro, provavelmente a solução mais eco‐ sito é demonstrar a proporção qualitativa
nômica será a substituição do componente. entre as temperaturas de um mesmo Termo‐
grama em uma configuração paralela dife‐
6.5 ESTUDO DE CASO 8: CONDUTORES rente e não simplesmente ler as temperatu‐
EM PARALELO ras obtidas. As diferenças qualitativas obser‐
vadas contribuirão decisivamente para a in‐
Apesar de ocorrerem em qualquer terpretação das imagens térmicas de situa‐
nível de tensão, os circuitos, ou condução de ções em paralelismo, como se verá nos
corrente em paralelo, aparecem com mais exemplos ao final do experimento.
frequência nas tensões mais baixas. Por‐
O dispositivo é constituído basica‐
tanto, e é importante destacar, as considera‐
mente de três condutores ou ramos que po‐
ções a seguir servirão para qualquer nível de
dem representar três cabos conectados em
tensão, desde circuitos eletrônicos até linhas
paralelo ou lâminas em uma seccionadora,
de 750 kV ou mais. Serão utilizados diversos
cordoalhas em chaves reversoras, tentos
casos apresentados neste manual para
dentro de um mesmo condutor ou mesmo
exemplificar a análise Termográfica sob a
fuga de uma Fase para a carcaça do leito de
perspectiva dos circuitos paralelos. Pelos
cabos. No dispositivo simulador, cada con‐
motivos que serão explicados na sequência,
dutor contém dois resistores situados nas
deve ser tomado um cuidado especial na sua
extremidades e que representam o resistor
avaliação e diagnóstico. Há saídas de trans‐
equivalente da conexão ou contato da situa‐
formador com mais de um cabo por Fase, fu‐
ção simulada. O resistor do “meio” é o resis‐
síveis HH e NH em paralelo, cordoalhas de
tor equivalente do próprio cabo, lâmina,
barramentos de baixa ou média tensão, con‐
barra ou cordoalha em si. Colocado em para‐
tatos de disjuntores, bem como em chaves
lelo com alguns desses resistores, e aciona‐
secionadoras, lâminas em seccionadoras em
dos por chaves comutadoras, estão os resis‐
MT ou AT e uma infinidade de situações si‐
tores que serão ativados ou não de acordo
milares. A correta compreensão dos fenô‐
com a configuração que se pretende simular
menos elétricos envolvidos e de sua imagem
e analisar. Cada resistor possui aproximada‐
térmica correspondente é fundamental para
mente 50 Ω e os resistores colocados em pa‐
que o diagnóstico seja correto e que as ações
ralelo com um desses, possuem 200 Ω. Há
de intervenção indicadas sejam adequadas.
variações na qualidade de fabricação, como
No dispositivo de simulação de pa‐ se poderá verificar a seguir, sendo que a
ralelismos apresentado aqui, a corrente total classe de precisão básica era de 10%.
de 1,3 A foi mantida em todas as configura‐
ções, exceto onde havia apenas uma linha de
Para fins de demonstração, deve‐se três condutores, sejam eles cabos, lâminas
levar em conta que há uma imprecisão de ou cordoalhas simulados. Os resistores,
origem fabril nos componentes utilizados. mesmo depois de energizados durante a
Os Termogramas foram feitos em tempos di‐ mesma quantidade de tempo, apresentam
ferentes e as temperaturas não são exata‐ temperaturas absolutas significativamente
mente proporcionais entre Termogramas di‐ diferentes. Isso se deve a que a classe de
ferentes. O fator importante a ser conside‐ exatidão é baixa, na ordem de +/‐ 10%. No
rado é que as proporções relativas das tem‐ entanto, servem ao propósito didático e
peraturas, lidas em cada Termograma ou si‐ qualitativo de demonstrar os efeitos de au‐
tuação, demonstram o que acontece de fato mentos ou diminuições significativas de re‐
em campo. Outra característica importante sistências em condutores e seus efeitos tér‐
dessas simulações é que, quando não espe‐ micos correspondentes. Avaliando então
cificamente descrito de maneira contrária, o apenas qualitativamente, as temperaturas
pressuposto básico é que as demais resistên‐ dos resistores podem ser consideradas pró‐
cias permaneçam as mesmas enquanto um ximas entre si, revelando uma homogenei‐
defeito é selecionado. Da mesma forma, são dade térmica. É a situação ideal de operação
apresentados apenas os defeitos básicos em qualquer montagem em paralelo. Se to‐
sem que configurações mais complexas se‐ dos os resistores apresentassem resistências
jam exploradas. muito próximas entre si, teríamos tempera‐
turas praticamente iguais em todos eles. As‐
6.5.1 Correntes equilibradas nos três sim, e para fins de avaliação qualitativa, to‐
condutores das as temperaturas oscilam em torno dos
200 °C para uma corrente total de 1,3 A.
Nessa montagem, pode‐se observar
o efeito de uma corrente equilibrada nos
Figura 6.56 – Termograma e croquis de três condutores de uma Fase com mesma carga.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 6.57 Apesar de conterem anomalias térmicas evidentes, os Termogramas estão sendo
utilizados para apresentar o comportamento de condutores em paralelo, presentes nas
mesmas imagens térmicas, mas com correntes equilibradas e, portanto, em locais e
componentes que NÃO apresentam anomalias. Exemplos de condutores/circuitos com
correntes em paralelo equilibradas: (1) Cabos aéreos em linha de transmissão 230 kV. Os
quatro cabos apresentam a mesma temperatura e, portanto, estão apresentando as
mesmas correntes e impedâncias; (2) Os cabos da Fase do Meio estão com as correntes
equilibradas entre si; (3) Os cabos da Fase Direita estão com as correntes equilibradas;
(4) As cordoalhas da Fase Direita estão sujeitas às mesmas correntes; (5) Os contatos das
bases fusíveis da Fase Esquerda estão à mesma temperatura e, portanto, apresentam as
mesmas resistências de contato; (6) As duas barras paralelas dos contatos móveis, nas
Fases Esquerda e Meio desta Seccionadora 69 kV, estão conduzindo a mesma corrente.
Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o
valor da emissividade pode variar de: (1) Cabos oxidados às intempéries por mais de 1
(um) ano, 0,75 a 0,85; (2) Termoplástico PVC, 0,85 a 0,95; (3) Termoplástico PVC, 0,85 a
0,95; (4) Cordoalhas estanhadas e oxidadas, 0,75 a 0,85; (5) Metal nu e oxidado com
depósito de poluente industrial, 0,7 a 0,8; (6) Metal nu e severamente oxidado, exposto
às intempéries com depósito de poluente 0,75 a 0,85. Software: FLIR ThermaCAM
Researcher 2.10 e ThermoCom IRAnalyzer. Câmeras: (1) FLIR SC‐2000. Lente: 12°; (2) FLIR
SC660 Lente 24°; (3) FLIR SC‐2000. Lente: 24°; (4) FLIR SC‐2000. Lente: 24°; (5)
ThermoCom V384S, Lente: 22°. (6) FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
6.5.2 Área de contato defeituosa na ponta deixando, portanto, o resistor R3C1 fora do
de um condutor circuito. O comportamento térmico resul‐
tante é válido para qualquer conector na ex‐
Para simular um conector defeitu‐
tremidade de um cabo, contato de lâmina
oso em uma extremidade de um cabo em pa‐
em chaves, contatos paralelos de disjuntores
ralelo (Condutor 1), com alta resistência de
de potência ou cordoalha em paralelo que
contato, utilizamos a chave comutadora Ch3
apresente um mau contato em sua extremi‐
para desviar a corrente do resistor R3C1 de
dade.
50Ω e habilitar a passagem de corrente pelo
resistor R3.1C1 (com resistência de 200Ω),
Anotações:
Neste caso, podemos observar que contato, aquecerá mais que seus paralelos,
os resistores equivalentes do “conector” e causando ainda uma redução na tempera‐
“cabo” do Condutor 1, R1C1 e R2C1, esfria‐ tura do cabo associado. Por outro lado, se
ram relativa e significativamente e que o re‐ em uma chegada de um circuito em paralelo
sistor em paralelo do conector com mau em um barramento (cabos de uma Fase que
contato R3.1C1, está muito mais aquecido vem de um transformador, por exemplo),
que todos os demais. Fica então evidente um dos condutores se apresentar mais frio,
que um conector, com maior resistência de isso pode ser um forte indicativo de que na
outra extremidade deste circuito pode haver tentos do cabo é muito pequena para vencer
um conector com mau contato. Quando a barreira de óxido entre eles. A corrente foi
ocorre na fixação dos tentos de um cabo, mantida sempre em 1,3 A, mas deve‐se ob‐
esse tipo de defeito causa frequentemente servar que no caso de resistores de fio,
uma distribuição térmica espiralada ao redor quando a temperatura aumenta, a resistên‐
do condutor, como pode ser verificado na cia aumenta também. Assim, as temperatu‐
Figura 4.17, Figura 4.22, Figura 4.23 e Figura ras lidas são ilustrativas e só devem ser utili‐
4.24. Esse efeito espiral ocorre, na maioria zadas para comparações qualitativas dentro
das vezes, devido a que a tensão entre os do mesmo Termograma.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Exemplo de condutores em paralelo com áreas de contato defeituosas em uma das
6.59
extremidades de um dos condutores. Deve sempre ser lembrado que nesses casos a
anomalia maior, ou resistência de contato maior, pode estar na extremidade oposta à
detectada. Antes da intervenção de manutenção, todas as extremidades devem ter suas
resistências de contato e conexão medidas para comparação posterior. (1) Cabos na saída
de um transformador com o terminal prensado do cabo esquerdo com resistência de
contato superior ao do cabo da direita. O prolongamento do aquecimento pelo cabo da
direita deve‐se provavelmente à corrente de convecção gerada pelo aquecimento do
terminal; (2) Conexões de chegada em um barramento 440 V com 5 conectores com
resistência maior que o resistor aquecido; (3) Contatos em paralelo em chave de reostato
de partida com o contado esquerdo da Fase do Meio com resistência de contato maior
6.5.3 Condutor (cabo) com defeito interno defeito também pode causar uma distribui‐
ção térmica espiralada ao redor do condutor
Em muitas situações, devido a erros (ver a Figura 6.57, Figura 6.58, Figura 6.60 e
no manuseio durante a montagem, obras de a Figura 6.61), uma vez que o aumento da re‐
escavação ou similares, ou ainda defeitos de sistência no meio do condutor por quebra de
fabricação, condutores (cabos) apresentam tentos ou má qualidade no cobre faz com
defeitos internos como quebras de tentos, que a divisão das correntes entre os demais
oxidações ou, ainda, não conformidades na tentos não seja homogênea. Nesse caso,
qualidade do cobre utilizado. Esse tipo de pode‐se observar a simulação térmica de um
defeito desse tipo:
Como se pode observar na Figura mais tentos partidos, a sua resistência au‐
6.60, o resistor equivalente R2C3 de 50Ω do mentará no local do defeito. Assim, o resis‐
Condutor 3 foi comutado para o R2.1C3 com tor equivalente do condutor ou cabo com
uma resistência maior (200Ω) para simular tento rompido internamente R2.1C3 foi a
um defeito interno no condutor “cabo”. 212 °C, os conectores e o restante do cabo
Nesse caso, a corrente passará pelo resistor ou condutor ainda “sadio” desse condutor
selecionado e, quando um cabo ou condutor esfriam proporcionalmente, para valores em
apresentar um defeito interno, como um ou torno dos 110 °C (Ver Figura 4.19 (emenda)
e Figura 5.34, além da Figura 6.59).
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Exemplo de condutores em paralelo com defeito interno: (1) Seis cabos por Fase onde
6.61
um deles apresenta uma anomalia interna devida à quebra de tentos ou defeito
constitutivo no material (cobre). Além disso, outro condutor apresenta um conector
sobreaquecido devido aos demais possuírem resistências de contato maiores (Ver Item
6.43); (2) Bandejamento de saída em um transformador com dois cabos em paralelo por
Fase. Em duas Fases é possível observar defeitos internos devido à quebra de tentos ou
defeito constitutivo no material (cobre); (3) Neste caso, o paralelismo se dá entre os
tentos formadores do condutor. O aquecimento se dá pela quebra de alguns tentos
internos, fazendo com que os demais tenham de assumir a corrente de Fase. Nesses três
casos, se possível, remoção da secção defeituosa ou substituição do condutor. Para
medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor
da emissividade para cabos revestidos em PVC pode variar de 0,85 a 0,94. Software:
ThermaCAM Reporter 2000 PRO (1) (3), FLIR ThermaCAM Researcher 2.10 (2) usando a
ferramenta de interpolação bicúbica. Câmeras: (1), (2) e (3) FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
6.5.4 Condutor sem corrente por falha no corrente nesse condutor. Neste caso, a cor‐
conector ou rompimento rente original, que era dividida pelos três
condutores, passa a circular apenas por dois
Em algumas situações, o defeito
deles, ou pelos restantes, caso haja mais de
torna‐se tão grave que ocorre uma falha na
três. Como a corrente é a mesma, os demais
condução de corrente por um dos conduto‐
cabos aquecerão mais por assumirem uma
res (cabos, barras, parafusos etc.) em para‐
corrente que não foi dimensionada para pas‐
lelo. Para simular essa condição, abrimos a
sar por menos condutores. O Termograma
chave Ch1, interrompendo a circulação de
resultante dessa condição será como o da
Figura 6.62:
Anotações:
No caso, por algum motivo, o Con‐ que passava por ele, fazendo com que os re‐
dutor 1 não está conduzindo. Assim, ele apa‐ sistores desta simulação aqueçam até a faixa
rece “frio”, ou eventualmente até não apa‐ dos 240 °C.
rece na imagem térmica, e os demais Condu‐
tores 2 e 3 em paralelo, assumem a corrente
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Exemplo de condutor em paralelo com corrente muito baixa. Neste caso, eram dois
6.63
circuitos em paralelo que alimentavam uma fábrica, um de cada lado de um poste. Na
subestação, a mufla de saída na Fase S do Circuito 1 apresentou uma alta resistência de
contato por falta de aperto na conexão. Isso levou o cabo da Fase S do Circuito 2 a assumir
praticamente toda a corrente dos dois cabos, sobreaquecendo. Para uma descrição mais
detalhada deste exemplo, ver o Estudo de Caso 3: Cabo de Rede Aérea Sobreaquecido.
Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o
valor da emissividade para cabos em alumínio nu, oxidados e expostos às intempéries,
pode variar de 0,70 a 0,85. Software: FLIR ThermaCAM Researcher 2.10 usando a
ferramenta de interpolação bicúbica. Câmera: FLIR AGEMA 550 Lente: 20°.
6.5.5 Fuga em condutor por falha no que estão no bandejamento. As fugas de cor‐
isolamento em circuito paralelo rente se originam em regiões de baixa impe‐
dância nos isolamentos dos cabos. São ocor‐
Ao inspecionar instalações elétricas
rências mais comuns em tensões mais baixas
industriais, não é incomum encontrar emen‐
devido a que, quando ocorrem em média ou
das de eletrocalhas com parafusos aque‐
alta tensão, é mais provável a ocorrência de
cendo ou mesmo parafusos de fixação com
um curto circuito sem que haja tempo para
temperaturas extremamente altas. Esses
um aquecimento mais permanente. As cau‐
aquecimentos podem ser originados por in‐
sas variam de descuido durante a instalação,
dução, mas também, e mais frequente‐
abrasão excessiva, rebarbas nas calhas, pres‐
mente, por fugas de corrente dos circuitos
são excessiva, pisoteamento, baixa quali‐ situação, a chave Ch6 coloca em paralelo
dade de fabricação, surtos atmosféricos e as‐ com o resistor R3 C2 outro resistor que pode
sim por diante. Para a simulação dessas con‐ ter então valores variáveis devido às condi‐
dições, serão utilizados dois arranjos no si‐ ções de fuga para a Terra. Nesta simulação,
mulador. O primeiro arranjo (Figura 6.62) si‐ será utilizado um valor de 100Ω, que é o do‐
mula uma condição onde há mais de um con‐ bro do resistor R3 C2. O comportamento tér‐
dutor em paralelo conduzindo a corrente de mico pode ser observado na Figura 6.64:
carga e apenas um desses condutores apre‐
senta fuga contra a Terra. Para simular essa
Figura 6.64 – Termograma e croquis de fuga para a Terra – mais de um condutor paralelo.
Anotações:
Embora em relação aos demais em que a fuga está ocorrendo deverá estar à
componentes a temperatura observada seja temperatura ambiente. Assim, o ponto de
menor que a do restante no mesmo condu‐ fuga, se for concentrado, será facilmente vi‐
tor, deve ser observado que o resistor de sível desde que seja possível uma visada di‐
fuga R3.1 C2 (XΩ = 100Ω) pode estar situado reta. Isso poderá ser observado nos exem‐
em qualquer lugar no percurso do condutor. plos da Figura 6.74.
Além disso, o contexto adjacente ao ponto
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura É extremamente raro encontrar um caso com visada direta de fuga de corrente sendo
6.65
que haja ainda outros condutores em paralelo com a fuga em si. Nos exemplos, os
Termogramas (1) e (2), apresentam dois casos de cargas em triângulo em que, após
levantamento cuidadoso de correntes e potências, circuito a circuito, foram detectadas
correntes significativamente mais desiquilibradas nas fontes e mais equilibradas nas
cargas onde a somatória se aproximava da corrente do aterramento. Em um dos casos
(3), a fuga de corrente não conseguiu ser localizada nos circuitos que estavam presentes
no trecho em que o aquecimento aparecia no bandejamento. Todos os circuitos
presentes foram desligados um a um e, mesmo assim, o aquecimento permaneceu. É
assim evidente que a corrente elétrica segue por caminhos resistivos não óbvios,
podendo, em muitos casos, ter sua origem em um cabeamento remoto ou até mesmo
nunca gerar um aquecimento detectável. Eventualmente a fuga de corrente pode nem
estar situada na eletrocalha correspondente dependendo da configuração do sistema,
FIGURA COMENTÁRIOS
por exemplo, no caso de navios. Os exemplos (1), (2) e (4) mostram que eventualmente
os aquecimentos podem ser significativos, mesmo com correntes baixas. Já o exemplo
(3), não por ter uma temperatura muito baixa, é menos perigoso ou menos importante.
Assim, com um ou mais pontos de contato da Fase com a carcaça, as correntes de fuga
circulam por caminhos desconhecidos até fecharem o circuito em um ponto onde gerem
um aquecimento detectável pelo Infravermelho. A proteção de fugas para a Terra deve
também estar inoperante ou não instalada para que esses casos evoluam sem
desligamentos. A pesquisa de origem das fugas deve obedecer às normas de segurança
rigorosas, pois não se sabe nem onde estão e nem como as tensões se dividem ao toque
destas calhas. Em todos os casos, as calhas eram pintadas e possuíam frestas, o que
permite que, para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura
ambiente, o valor das emissividades para frestas entre elementos adjacentes e tintas a
óleo possam variar de 0,75 a 0,85. Software: (1) e (4) FLIR ThermaCAM Reporter
PRO2000, (2) e (3) ThermaCAM Researcher 2.10. Câmeras: (1) FLIR AGEMA 550, Lente
22°, (2) e (4) FLIR SC‐2000. Lente: 12°, (3) FLIR SC660, Lente 24°.
O segundo arranjo (Figura 6.64) considera que não há mais condutores em paralelo e
apenas um condutor apresenta fuga para a Terra ou eletrocalhas.
Anotações:
Figura 6.66 – Termograma e croquis de fuga para a Terra com um condutor em paralelo.
De maneira similar, mas não igual à e sua resistência em paralelo com uma das
condição anterior, em muitos casos não há extremidades do condutor. Os mesmos cri‐
condutores em paralelo com o condutor que térios se aplicam nessa condição, sendo que
apresenta fuga de corrente para a Terra. o aquecimento no ponto de fuga deverá ser
Nesse caso, não há a divisão das correntes igualmente significativamente maior que a
pelos outros condutores ou mesmo tentos temperatura ambiente no local.
de um cabo, por exemplo. Há apenas a fuga
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura No caso de condutores únicos com resistências em paralelo, podemos observar no
6.67
Termograma 1 um cabo de MT com perfuração na camada semicondutora e a
consequente corrente de fuga para a blindagem do cabo. Dessa forma, a resistência em
paralelo é a camada semicondutora defeituosa, fechando o circuito para a Terra. Deve
ser observado que o sistema seja em , em algum lugar, não necessariamente próximo
fisicamente, poderá haver um transformador ou um transformador de aterramento
que fornecerá o caminho de retorno para a corrente de fuga. No Termograma 2, o
isolador de porcelana defeituoso é a resistência Fase‐Terra em paralelo com a carga. Deve
ser destacada a perícia do Inspetor em ajustar corretamente o Termovisor e inspecionar
cuidadosamente um poste com componentes diversos e sujeitos a diferentes fenômenos
elétricos à distância em que se encontrava e sem uma lente teleobjetiva à disposição.
Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o
valor da emissividade para termoplásticos ou porcelanas se aproxima muito do efeito das
frestas, podendo variar de 0,85 a 0,95. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000 e
ThermaCAM Researcher 2.10. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
6.5.6 Exemplos de casos concretos de que cada caso deverá ser avaliado individu‐
Paralelismo almente, de acordo com as condições de
contexto, a saber: cargas, dimensionamen‐
Nas imagens térmicas seguintes, se‐
tos, tipos de equipamento e conexão, mon‐
rão apresentados mais alguns casos concre‐
tagem etc. Não há regra que contemple to‐
tos das situações de paralelismo descritas. É
dos os casos possíveis e que substitua o trei‐
importante notar que os casos apresentados
namento, experiência e competência do Ins‐
não esgotam as situações de paralelismo e
petor.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Este Termograma está bem focado na anomalia de interesse e bem enquadrado. A fina‐
6.68
lidade é estudar em detalhes a anomalia em si e, portanto, as demais Fases poderão ser
alvo de Termogramas separados. A escala colorimétrica e a amplitude térmica também
estão bem ajustadas. Nesse caso, temos um circuito paralelo com dois conectores em
cada extremidade dos cabos que, por sua vez, são circuitos paralelos em si mesmos. A
anomalia térmica surge
nos conectores, de tal
forma que podemos dei‐
xar a divisão de correntes
nos cabos de lado. Um di‐
agrama esquemático do
conector superior na ima‐
gem pode ser visto ao
lado. Através desse dia‐
grama, podemos obser‐
var que a divisão de cor‐
rentes pelos parafusos das conexões é inversamente proporcional às temperaturas. Isso
porque impedâncias maiores, por exemplo, R2 e R4, permitirão a passagem de correntes
menores e, consequentemente, dissiparão potências menores. Dessa maneira, fica fácil
interpretar que os maiores defeitos nessas duas conexões são os parafusos mais frios. A
composição desta anomalia apresenta quase todas as opções discutidas nos casos de
paralelismo de condutores. Há parafusos conduzindo muita corrente e outros com pouca
corrente em cada lado da barra. É um caso de condutores em paralelo que se conectam
a uma barra com mais dois conectores com diversos parafusos em paralelo. Para efeitos
de manutenção, caso não haja corrosão visível, deve ser dada mais atenção aos parafusos
“frios” do que aos “aquecidos”. Medição de resistência de contato antes do desmonte,
FIGURA COMENTÁRIOS
Inspeção Visual cuidadosa, limpeza e reaperto com torquímetro são os procedimentos
padrão. Após o fechamento das conexões, é importante medir novamente a resistência
de contato para confirmar que a intervenção foi correta. Caso haja corrosão visível, pode
ser necessário inspecionar cuidadosamente as pontas dos cabos para definir até onde
devem ser cortados. Caso necessário, e na ausência de extensão de cabo disponível para
substituição do trecho a ser retirado, pode ser preciso utilizar uma barra de extensão
provisória para permitir o retorno à operação no menor tempo possível. Para medições
radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da
emissividade para frestas entre elementos refletivos pode variar de 0,7 a 0,8. Software:
FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR P‐640. Lente: 12°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 6.69 O Termograma já foi apresentado na Figura 3.37 sujeito a outros comentários. No
contexto atual de análise de circuitos paralelos, pode‐se observar a presença de quatro
parafusos, dois de cada lado do conector. A circulação de corrente entre as duas barras
faz‐se pela parte metálica superior onde estão fixados os parafusos. Como é possível
observar, apenas um parafuso (lado esquerdo da parte direita do conector) apresenta‐se
aquecido, o qual está conduzindo toda a corrente da barra. O parafuso “frio” (lado direito
deste lado do conector) praticamente não está conduzindo. A Figura 6.60 apresenta uma
combinação de resistores que representa, neste caso, um condutor conduzindo e outro
sem corrente. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou 3 – 5 µm à temperatura
ambiente, a emissividade pode ser ajustada em torno de 0,8 a 0,9 sem que ocorram erros
significativos para uma análise qualitativa e ou quantitativa. Mesmo com materiais de
emissividade mais baixa, deve ser considerado que possuem, além de depósito de
poluentes e oxidação, um número mínimo de frestas que permitem essa variação. Caso
haja vento, anotar a velocidade para correções posteriores. Software: ThermaCAM
Reporter PRO 2002. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 12°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 6.70 Ambos os Termogramas estão bem focados e bem enquadrados. As escalas
colorimétricas e as amplitudes térmicas também estão bem ajustadas. Problemas de mau
contato em seccionadoras com duas lâminas por Fase são bastante comuns e, se o
Inspetor não estiver adequadamente treinado, é fácil cometer um erro de diagnóstico.
Para compreender melhor a circulação das correntes nesta configuração, ver o Item
7.3.2. As intervenções de manutenção devem iniciar‐se pela medição de resistência de
contato em todas as quatro áreas de contato do polo com a anomalia. Depois de
registrados esses valores, desmonte, Inspeção Visual cuidadosa e, no caso de inexistência
de corrosão, limpeza, ajuste de pressão e alinhamento, e finalmente fechamento das
conexões com torquímetro. No caso de existência de corrosão, avaliar a possibilidade de
tratamento de superfície ou substituição do componente. Após a ação necessária,
limpeza, ajuste de pressão e alinhamento, e finalmente fechamento das conexões com
torquímetro. Após o encerramento das ações, é imprescindível uma nova medição das
resistências nas quatro áreas de contato para confirmar que houve a correção da causa
da anomalia. Caso os valores não sejam substancialmente melhores que os anteriores à
manutenção, todas as ações devem ser avaliadas para descobrir qual procedimento foi
inadequado e todo o serviço refeito até chegar‐se a um valor aceitável pelas normas
pertinentes ou recomendado pelo fabricante. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm
ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para frestas entre
elementos refletivos pode variar de 0,7 a 0,8. Se os componentes estiverem oxidados ou
sujos, os valores de emissividade podem variar de 0,8 a 0,9. Software: FLIR ThermaCAM
Reporter PRO2000. Câmera: FLIR AGEMA 550 e FLIR SC‐2000. Lentes: 20° e 24°.
Anotações:
Figura 6.71 – Cabos 13 kV em paralelo com Deltas de temperatura (1º cabo da Esq.).
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 6.71 Este Termograma está razoavelmente bem focado, uma vez que os dois cabos mais
afastados à direita na imagem estão um pouco fora de foco devido à pequena
profundidade de campo da lente em uso. O enquadramento está correto e inclui as três
Fases de interesse em detrimento de uma visada mais abrangente, que perderia em
resolução térmica devido à baixa temperatura ambiente (em torno de +9 °C). A escala
colorimétrica e a amplitude térmica também estão ajustadas para dar destaque à
anomalia. Deve ser destacado que preliminarmente o Inspetor poderia ter focado
somente nas anomalias em anel nos cabos, resultantes da circulação de correntes pelas
cordoalhas de aterramento. No entanto, em uma análise mais detalhada e criteriosa,
percebeu a diferença térmica, ainda que pequena, de temperaturas entre os cabos da
mesma Fase. Isso evidencia um desequilíbrio entre as impedâncias equivalentes desses
cabos, já que estão conectados em paralelo. Sem um treinamento adequado e sem um
conhecimento profundo dos fenômenos elétricos, essa anomalia passaria despercebida.
A pequena diferença de temperatura entre os cabos não deve ser atenuante quanto à
avaliação da gravidade da anomalia porque, deve ser lembrado, a potência circulante em
13kV, com três cabos por Fase, é significativa. A recomendação tecnicamente correta é
que, apesar de termicamente poder ser considerada normal ou aceitável, essa anomalia
deve ser investigada com urgência devido ao risco de evoluir de forma imprevisível para
uma falha. Como não há a ausência completa de corrente neste cabo, pode ser
considerado uma variante atenuada do Item 7.3.4. Para medições radiométricas em
7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para cabos
em PVC pode variar de 0,85 a 0,95. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000.
Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
Figura 6.72 – Tentos em paralelo e isolados entre si pelo óxido do material constituinte.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 6.72 Em ambos os Termogramas, um de um cabo aéreo em uma SE 69 kV e outro em cabo
isolado em uma saída de uma seccionadora em 380 V, o paralelismo se configura entre
os tentos dos cabos. Problemas nas conexões terminais, oxidação, falta de aperto ou
mesmo quebras e falhas nos tentos dentro dos cabos, fazem com que as correntes
circulem predominantemente pelos condutores que tiverem as menores resistências.
Isso configura um circuito paralelo que faz com que os tentos com menor impedância
total aqueçam mais porque as correntes não se dividem normalmente entre os tentos
devido a duas causas principais: 1) A diferença de tensão entre os tentos é muito pequena
e 2) O óxido normal entre os tentos, sejam de alumínio ou cobre, é altamente resistivo
em comparação ao material do condutor. O resultado são distribuições térmicas
espiraladas. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura
ambiente, o valor da emissividade para cada caso deverá ser avaliado: cabos nus
severamente oxidados e/ou expostos às intempéries terão emissividades muito
diferentes de cabos novos e limpos. Da mesma forma, cabos revestidos terão de ter suas
temperaturas medidas nos termoplásticos. Portanto, as emissividades podem variar de
0,2 a 0,4 em cabos nus e novos, 0,6 a 0,8 em cabos severamente oxidados e para
termoplásticos, de 0,85 a 0,95. Software: ThermoCOM IRAnalyzer e FLIR ThermaCAM
Researcher 2.10. Câmeras ThermoCOM V384S, lente 22° e FLIR AGEMA 550, Lente: 20°.
Anotações:
470 MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS
CAPÍTULO VI – TERMOGRAMAS REGISTROS MEDIÇÕES E ANÁLISES TÉRMICAS
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura O destaque neste Termograma é o conector sobreaquecido. Como está conectado em
6.73
paralelo com os demais conectores e cabos, os outros cabos e conectores apresentam
correntes menores e impedâncias maiores. A intervenção de manutenção deve ocorrer
em todas as extremidades dos cabos e em todos os conectores. Todos os valores de
resistência de contato devem ser anotados para comparação após a intervenção. Para
medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor
da emissividade para frestas entre elementos refletivos e o termoplástico pode variar de
0,7 a 0,8. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente:
12°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura No Termograma (1) é possível observar que o cabo que está sobrecarregado, com
6.74
temperatura maior e coincide com o parafuso da conexão que está mais aquecido. É o
caso clássico de divisão de correntes privilegiando o caminho de menor resistência e de
maior potência dissipada por onde circula a corrente maior. No caso do Termograma (2),
é possível observar que todos os três cabos estão mecanicamente conectados no mesmo
terminal e, portanto, sujeitos ao mesmo aquecimento gerado pelo mau contato. No
entanto, o cabo posterior continua aquecido em sua extensão enquanto os dois demais
não. Isso é um forte indicativo de que o cabo está sobrecarregado enquanto os dois
restantes apresentam uma corrente menor em cada um e, portanto, se apresentam mais
FIGURA COMENTÁRIOS
frios. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura
ambiente, o valor da emissividade para termoplásticos pode variar de 0,85 a 0,94.
Software: FLIR ThermaCAM Researcher 2.10, Câmera: FLIR T300. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 6.75 Da mesma forma que na Figura 6.74, a cordoalha direita, da Fase Direita, é a que
apresenta menor impedância, fazendo com que a corrente maior, entre as duas
cordoalhas desta Fase, passe por ela. A intervenção de manutenção deve prever medir as
resistências de conexão antes e após a manutenção, nas duas pontas das duas cordoalhas
e não apenas na que apresenta maior aquecimento. Para medições radiométricas em
7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para frestas
entre elementos refletivos pode variar de 0,7 a 0,8. Software: FLIR ThermaCAM Reporter
PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 6.76 Com dois contatos por Fase, pressões das molas iguais e áreas de contato bem
ajustadas, esta chave deveria ter as temperaturas homogêneas em todos os contatos.
No entanto, na Fase do Meio um dos contatos em paralelo apresenta uma corrente
maior. O contato adjacente, por sua vez, na mesma Fase, está praticamente afastado
da sua área de assentamento. Evidentemente, está corroído e desgastado, tendo que
ser substituído. Na imagem térmica, a superfície de baixa emissividade do contato mais
aquecido faz com que o calor gerado apareça apenas na superfície superior devido ao
depósito de poluente industrial e na cordoalha abaixo. Para medições radiométricas em
7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para frestas
entre elementos refletivos pode variar de 0,7 a 0,8. Software: ThermoCOM IRAnalyzer,
Câmera: ThermoCOM V384S, Lente: 22°.
Figura 6.78 – Chapa isolante em fibra de vidro com fuga de corrente vista pelos dois lados.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 6.78 Ambos os Termogramas possuem um bom foco e estão centrados na anomalia de
interesse. Com a óptica disponível no momento da Inspeção, apenas este enquadramento
foi viável devido às distâncias liberadas pela abertura das portas do cubículo. Ambos
apresentam a mesma anomalia vista pelos dois lados da chapa isolante de fibra de vidro
que serve de suporte mecânico aos barramentos, classe 22kV. Chapas isolantes entre
cubículos não devem permitir a circulação de corrente elétrica significativa em nenhuma
hipótese sob o risco de permitirem um curto‐circuito Fase‐Terra ou Fase‐Fase com a
eventual e consequente explosão do painel. Para compreender no caso, como é possível
ocorrer este aquecimento, podemos utilizar o diagrama equivalente a seguir. Os
resistores em azul representam as resistências equivalentes simplificadas do circuito
resistivo da placa isolante em bom estado. A própria placa isolante de fibra de vidro e os
demais componentes estão igualmente representados a saber, a moldura metálica do
painel aterrada, o tubo de fibra de vidro e as barras das três Fases. Notar que os tubos de
fibra de vidro não apresentam sinais de aquecimento porque não estão no caminho das
correntes. Sendo assim, e com teoricamente todos os resistores iguais, todos seriam
percorridos pelas mesmas correntes e dissipariam as mesmas potências. Em um diagrama
ilustrativo e sem exatidão científica, podermos representar os resistores equivalentes de
uma placa isolante em bom estado como na ilustração:
FIGURA COMENTÁRIOS
Nesse caso, R1 poderá ser maior ou menor que R. Podemos ainda simular diferentes
configurações, onde esta resistência menor, que seria o caso mais perigoso, variando a
posição relativa em relação à Fase e Fase‐Terra. Em mais duas simulações, poderíamos
ampliar o tamanho do baixo isolamento ou manter os resistores centrais inalterados. A
simulação apresenta como deveriam se comportar termicamente esses resistores nas
duas situações.
FIGURA COMENTÁRIOS
Dessa maneira, para uma placa isolante sadia e considerando cada linha isoladamente,
cada resistor equivalente irradia a mesma quantidade de infravermelho, como pode ser
visto:
Essa potência, dissipada em trechos com resistores equivalentes com valores maiores que
seus adjacentes e com maior diferença de potencial, permite que um técnico experiente,
com sólidos conhecimentos de circuitos elétricos, ajuste corretamente os parâmetros da
FIGURA COMENTÁRIOS
câmera e faça um diagnóstico confiável. Baixos isolamentos desse tipo têm a
característica de frequentemente piorarem ao longo do tempo, levando a curtos‐circuitos
entre Fases ou contra a Terra. Com os circuitos energizados, não há maneira de prever
quando a deterioração do isolamento atingirá um valor crítico, exceto pela Termografia
periódica. Quanto maior o Delta T entre a parte sadia da placa e a condutiva, menor deve
ser o tempo até a próxima Inspeção. Nos casos críticos, pode ser necessária uma Inspeção
diária até que se possa efetuar o desligamento.
A solução é a substituição da placa ou, se possível, a sua retirada desde que o barramento
tenha como se autossustentar. Emergencialmente tratamentos térmicos, com medições
pré e pós‐tratamento de perda wattada e resistência contra a Terra, com posterior
cobertura de silicone, podem também ser viáveis. Mas contém um risco de não serem
eficazes e ter o custo muito mais alto que a simples substituição. Para medições
radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da
emissividade para placas de fibra de vidro pode variar de 0,85 a 0,95. Software: FLIR
ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura O caso difere do anterior (Figura 6.78) apenas em que a placa de fibra de vidro não é
6.79
contínua, sendo dividida em quatro retângulos, um para cada Fase. Os fenômenos
elétricos que ocorrem são basicamente os mesmos já apresentados e os diagramas
podem ser utilizados da mesma forma. Deve ser notado, entretanto, que a amplitude
Térmica é de apenas 3,7 °C. Isso implica em que, caso o Inspetor não ajuste corretamente
a câmera, essa anomalia passará despercebida. Da mesma forma que o caso anterior
(Figura 6.78), a causa mais provável é contaminação progressiva por umidade. Sendo
assim, apesar de termicamente insignificante, esta anomalia deve ser tratada de forma
urgente, uma vez que não se tem conhecimento do estado anterior, da sua progressão e
nem das temperaturas anteriormente alcançadas. A mancha esbranquiçada no tubo
verde da Fase do Meio sugere uma degradação anterior com eventual centelhamento.
Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o
valor da emissividade para placas de fibra de vidro pode variar de 0,85 a 0,95. Software:
FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR AGEMA 550. Lente: 20°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 6.80 O caso é também bastante similar ao primeiro, apenas sem os
tubos de fibra de vidro sobre as barras de Fase. No diagrama
ao lado, uma representação esquemática das regiões onde há
maior queda, tensão e consequentemente, mais potência
dissipada. As consequências da não intervenção e as soluções
são as mesmas. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm
ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da
emissividade para placas de fibra de vidro pode variar de 0,85
a 0,95. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000.
Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
478 MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS
CAPÍTULO VI – TERMOGRAMAS REGISTROS MEDIÇÕES E ANÁLISES TÉRMICAS
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura O caso deste Termograma é importante porque há um rastro identificável e registrável
6.81
na luz visível de depósito de poluente carbonizado, ou óxidos metálicos provenientes da
alta temperatura do resistor, sobre a chapa isolante. Notar que o aquecimento se
concentra na parte isolante da chapa e que o painel metálico, imediatamente abaixo, não
apresenta sinais de estar aquecendo. Essa característica elimina a possibilidade de o
aquecimento detectado ser causado por uma corrente de convecção ativa proveniente
do resistor abaixo. Para compreender melhor o que está acontecendo em superfícies
isolantes com essa anomalia, consultar o Estudo de Caso na sequência. A primeira
providência de manutenção recomendada é a modificação de posição do resistor de
aquecimento de painel a fim de que não continue a comprometer a integridade da chapa
isolante. É altamente recomendável também a substituição da chapa por outra com
isolamento adequado à tensão. Eventualmente a chapa poderá ser retirada de operação
e testada, com relação à isolação, antes e após uma limpeza técnica. Caso as
características originais da placa venham a ser recuperadas, caberá à Gerência
responsável decidir se poderá ser recolocada em operação ou não devido ao risco
implícito de reincidência ou contaminação por umidade ao longo do tempo. Para
medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor
da emissividade para depósitos carbonizados, bem como para placas de fibra de vidro,
pode variar de 0,85 a 0,95. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR
SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS 479
CAPÍTULO VI – TERMOGRAMAS REGISTROS MEDIÇÕES E ANÁLISES TÉRMICAS
A ocorrência de um ponto locali‐ menor dessa malha a fim de ser possível fa‐
zado de aquecimento em uma placa iso‐ zer análise térmica simplificada desta ocor‐
lante, e a rigor em qualquer superfície iso‐ rência. A Figura 6.84 apresenta essa secção
lante, implica em que, naquele local especí‐ reduzida da malha de uma superfície iso‐
fico, há uma potência maior sendo dissipada, lante em bom estado e o Termograma res‐
como pode ser ilustrado na Figura 6.83. Para pectivo mostra uma distribuição térmica uni‐
que isso seja possível, é necessário que haja forme dos resistores quando é aplicada uma
uma queda de tensão maior aplicada sobre corrente constante entre Fase e Neutro ou
este local específico ou uma corrente maior. Fase‐Fase. Os resistores empregados, apesar
Para fins de simulação, será isolada uma área de terem o mesmo valor nominal, possuem
uma tolerância de fabricação de 5% que deverá ser considerada na avaliação das variações
térmicas resultantes.
Figura 6.83 – Simulação térmica resistiva de uma placa isolante com anomalia.
Anotações:
Figura 6.84 – Simulação resistiva de uma secção de uma placa isolante em bom estado.
Anotações:
Anotações:
6.87. Nessa opção de montagem, deve ser baixo isolamento, ou baixa resistência, que
observado que todos os resistores, à exce‐ encontra no seu trajeto uma região ou ponto
ção dos presentes no caminho de corrente, de novamente alta resistência e, por conse‐
continuam com 220Ω e apenas neste cami‐ guinte, com maior emissão de potência que
nho é inserido um resistor de 220Ω em série os componentes adjacentes.
com os demais de 47Ω. O efeito assim pro‐
duzido é justamente o de um caminho de
Isso eventualmente explica por que todo o isolador. Já nos casos em que há uma
alguns isoladores em operação e cobertos de região aquecida, circundada por áreas adja‐
poluentes não apresentam pontos definidos centes mais frias, é razoável levantar a sus‐
de aquecimento; a potência dissipada é peita de que, de todo o isolador ou chapa
baixa, mas uniformemente distribuída por isolante, a área aquecida é ainda a área em
MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS 485
CAPÍTULO VI – TERMOGRAMAS REGISTROS MEDIÇÕES E ANÁLISES TÉRMICAS
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura O caso é bastante similar ao do Estudo de Caso 9 – Depósito de Poluente em Chapa
6.88
Isolante, diferindo apenas em que ainda não há depósito de poluente suficiente para que
haja uma alteração significativa na resistência ôhmica superficial a ponto de criar um
aquecimento específico. De qualquer forma, já é possível perceber a contaminação em
andamento na luz visível. A providência de manutenção recomendada é a modificação de
posição do resistor a fim de que não continue a comprometer a integridade da chapa
isolante. Eventualmente a chapa poderá ser retirada de operação e testada, com relação
à isolação, antes e após uma limpeza técnica. Caso as características de isolamento da
placa não estejam comprometidas, caberá à Gerência responsável decidir se poderá ser
recolocada em operação ou não devido ao risco implícito de reincidência ou
contaminação por umidade ao longo do tempo. Para medições radiométricas em
7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para
depósitos carbonizados, bem como para placas de fibra de vidro, pode variar de 0,85 a
0,95. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
podem ter início por depósito de contami‐ deveriam desligar automaticamente ao atin‐
nantes, falha de fabricação ou esforços me‐ girem a temperatura desejada, ajustada em
cânicos. um termostato.
Recomendações de Intervenção: o
critério técnico para chapas separadoras que
apresentam anomalias térmicas indicativas
de baixo isolamento é a substituição. Even‐
tualmente, e em situações emergenciais, po‐
derão ser limpas e submetidas a tratamento
térmico desde que os testes de isolamento
pré e pós‐intervenção indiquem que pode‐
rão suportar a tensão de trabalho, ainda que Figura 6.89 – Resistores de painel BT E MT.
temporariamente. No entanto, deve ser
lembrado que mesmo que possam ser secas Descrição Térmica: resistores para aqueci‐
e recuperem a sua rigidez dielétrica inicial, mento de painéis trabalham em temperatu‐
ou aceitável, não há como garantir o seu es‐ ras muito altas, da ordem de 200 °C até, em
tado interno. alguns casos, 500 ou 600 °C, chegando ao ru‐
bro. Sua alimentação pode vir da baixa ten‐
6.7 RESISTORES DE PAINEL BT E MT
são da rede industrial ou serem conectados
a TP’s no caso de Painéis de MT. Normal‐
Descrição Técnica: resistores de aqueci‐ mente estão situados em posições baixas e
mento são utilizados no aquecimento in‐ nem sempre facilmente localizáveis. Há tam‐
terno dos painéis de BT e MT para elevar o bém no mercado cabos‐resistores cuja fun‐
ponto de condensação em locais sujeitos a ção é a mesma dos resistores de aqueci‐
altas umidades relativas do ar. Normalmente mento, mas que operam a temperaturas
mais baixas.
Anotações:
Exemplos:
Figura 6.90 – Painel BT, resistor de aquecimento oculto por fiação em régua de bornes.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Um Inspetor menos treinado poderá enfrentar dificuldades em diferenciar que não são
6.90
os condutores que estão aquecidos, mas sim o resistor atrás. Esse é um erro comum que
pode acontecer devido a que no infravermelho utilizando apenas uma lente não temos o
efeito paralaxe que determinaria a distância do foco térmico. O teste de consistência com
a observação cuidadosa de até onde se observa o aquecimento, bem como a oscilação
das câmeras em relação ao objeto de interesse podem revelar facilmente que se trata de
um comportamento normal ou aceitável e não uma anomalia térmica. Nestes casos,
medições radiométricas só se aplicarão para avaliação da temperatura do resistor. Como
o painel está oculto, para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à
temperatura ambiente, o valor da emissividade para resistores, supostamente
severamente oxidados, pode variar de 0,85 a 0,95. Software: ThermoCom IRAnalyzer.
Câmera: ThermoCom V348S, Lente: 22°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Embora não seja uma Anomalia em si, Resistores de Painel podem causar reflexos que,
6.91
eventualmente, podem ser confundidos com Anomalias ou causar distribuições térmicas
anômalas. No caso, as duas possibilidades podem ser observadas: um reflexo na barra de
aterramento na parede posterior do painel e a base do isolador aquecida. É importante
destacar que, sem uma observação meticulosa e um ajuste exato da câmera, pode‐se
achar, em uma análise superficial, que o reflexo está na barra da Fase do Meio, o que é
incorreto. Da mesma forma, a imagem térmica da direita apresenta outro ajuste de
amplitude térmica e paleta de cor que evidencia claramente o aquecimento por corrente
de convecção, proveniente do resistor. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de
3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para resistores severamente
oxidados, mesmo visíveis através de grades, pode variar de 0,85 a 0,95. Software: FLIR
ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Quando a atividade é uma Inspeção em instalações elétricas, é procedimento usual o
6.92
Inspetor focar apenas nos componentes elétricos e seguir o caminho de potência nos
componentes inspecionados, a saber, barramentos, conexões, cablagens, buchas de
passagem e assim por diante. Ao descobrir uma bucha de passagem com uma distribuição
térmica anômala, é sempre um bom procedimento verificar eventuais fontes de calor
externas que possam estar influenciando na variação detectada. No caso apresentado,
caso o Inspetor não verificasse o ambiente onde a bucha de passagem estava inserida,
poderia facilmente considerá‐la defeituosa e reportá‐la como necessitando de
intervenção. Uma intervenção indevida em uma bucha de média tensão exige
desligamento, mão de obra muitas vezes especializada e/ou terceirizada, material e
muitas vezes produção perdida. Esse é o custo de um diagnóstico mal feito. Como pode
ser visto, o aquecimento presente na bucha de passagem era residual e causado pelas
correntes de convecção do resistor de aquecimento do painel quando estava ligado.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Em alguns casos, produtos recentes introduzidos pelo mercado e desconhecidos do
6.93
Inspetor podem levar a erros de diagnóstico. No caso, o resistor de aquecimento foge do
formato tradicional e fica apenas como um cabo‐resistor. Colocado no fundo dos painéis,
preenche a mesma função dos resistores tradicionais, eventualmente por um custo
menor. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura
ambiente, o valor da emissividade para esse tipo de cabo‐resistor dependerá do
revestimento. Para revestimentos em silicone, pode variar de 0,85 a 0,95. Software: FLIR
ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 6.94 A função de evitar a condensação em painéis elétricos não pode pôr em risco a segurança
operacional. Resistores de aquecimento devem ser posicionados de forma a não
comprometerem os demais componentes em um painel. No caso do Termograma, a
instalação abaixo da canaleta de cabos elevava a sua temperatura muito acima do limite
de 70 °C da fiação dentro da canaleta. Apesar de não ter origem em nenhuma anomalia
elétrica, o caso foi classificado como de urgência para que as devidas providências fossem
tomadas o mais rapidamente possível. No caso, a canaleta foi aberta para verificar o
estado dos cabos, sendo que alguns deles já apresentavam sinais de carbonização. O
resistor foi reposicionado e os cabos substituídos. Para medições radiométricas em
7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade a ser utilizado
é o compatível com materiais termoplásticos, podendo variar de 0,85 a 0,95. Software:
FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
Anotações:
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 7.2 Os dois Termogramas estão bem ajustados e bem focados. O aquecimento foi
detectado em mais de uma ocasião, sendo que as imagens apresentam o seu estado
com cinco anos de diferença. Como as calhas continham um número razoável de
circuitos trifásicos e praticamente todos os circuitos eram de instalações críticas, que
só poderiam ser desligadas de madrugada, e mesmo assim só em algumas épocas do
ano, a busca pela origem do aquecimento foi abandonada. O processo de triagem
implicaria no desligamento de cada circuito da calha por um tempo suficiente para que
o aquecimento, monitorado por um Termovisor, diminuísse. Caso não fosse detectada
nenhuma redução na temperatura, outro circuito deveria ser testado e assim
sucessivamente. Outro método considerando carga constante, seria a leitura de
corrente na saída de cada circuito e na sua chegada. Diferenças de leitura indicariam
qual circuito estava a fuga de corrente. Havia ainda a possibilidade de introdução de
um sinal de corrente contínua que poderia ser detectado no ponto de fuga. A Segurança
do Trabalho incluiu placas com alertas de toque na eletrocalha por não ter como saber
onde estava a fonte e nem qual a diferença de potencial envolvida. Após esse período
tempo, e mais de uma Gerência ocupando a função de manutenção, não houve
informação se houve algum problema intermitente ou se houve alguma ocorrência
relacionada a este aquecimento. Riscos de curto Fase‐Terra e Fase‐Fase com eventual
incêndio da cablagem permaneciam inalterados na última Inspeção. Para medições
radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da
emissividade para chapas galvanizadas é muito baixo. No entanto, como se trata de
uma fresta, valores entre 0,65 e 0,8 podem fornecer resultados confiáveis. É importante
que a emissividade utilizada na continuidade seja sempre a mesma para que possa
haver um parâmetro de comparação. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000.
Câmeras: FLIR SC‐2000, Lente: 24° e FLIR SC‐660, Lente: 24°.
Anotações:
Figura 7.3 – Aquecimento por corrente de fuga Fase T Terra em parafuso de fixação.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 7.3 O Termograma é também bastante similar ao anterior (Figura 7.2), apenas que no
primeiro a fuga era pela solda e no segundo por um parafuso de fixação. As mesmas
considerações para a detecção da origem do aquecimento, das condições de segurança
e dos riscos implícitos também se aplicam. Da mesma forma, as consequências da não
intervenção e as soluções são as mesmas. O "*" ao lado da leitura de temperatura indica
que a faixa térmica ajustada na câmera, que era de ‐40 a 80 °C, foi ultrapassada. Para
medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor
da emissividade para tintas a óleo pode variar de 0,90 a 0,95. Software: FLIR ThermaCAM
Researcher 2000 Pro. Câmera: FLIR AGEMA 550. Lente: 20°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 7.4 O caso é ilustrativo de como as correntes podem se dividir de forma imprevisível quando
há algum tipo de fuga ou indução em uma eletrocalha. O parafuso de fixação do
Termograma aparece aquecido e, na foto editada de controle na luz visível, é possível
identificar que se trata de uma dobra da lateral de uma eletrocalha que está afixada neste
batente. Dessa forma, a origem do aquecimento só deverá ser resolvida, provavelmente,
quando for efetuado o desligamento sequencial dos circuitos que passam pela calha.
Quando o circuito com fuga for desligado, o aquecimento deverá desaparecer.
Eventualmente essa estratégia ainda poderá não resolver completamente a origem caso
ocorra apenas uma diminuição na temperatura medida. Isso significará que há mais de
FIGURA COMENTÁRIOS
um circuito contribuindo para o aquecimento. Em uma última hipótese, todos os circuitos
poderão ser desligados e o aquecimento não desaparecer. Neste caso, isso significará que
a causa do aquecimento é proveniente de outra fuga, em outro local, que não esta
eletrocalha. No entanto, somente o teste de campo acompanhado por um Termovisor
poderá confirmar que a anomalia foi sanada. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm
ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para um parafuso
zincado é muito baixo. Dessa forma, será necessário utilizar a emissividade das frestas
entre o parafuso de fixação e a lateral da calha, aproveitando o fato de que o batente é
pintado a óleo. Assim, e dentro dessas limitações, podem‐se usar valores entre 0,65 a
0,85. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Figura 7.5 – Parafuso de emenda de calha aquecendo por fuga em cabo no leito.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 7.5 A eletrocalha do Termograma apresenta uma anomalia semelhante aos dois casos
anteriores (Figura 7.3 e Figura 7.4). No entanto, aqui o aquecimento se dá no parafuso de
junção entre duas secções contíguas da eletrocalha. Além de qualquer aquecimento em
eletrocalhas em si não ser admissível, as causas desse aquecimento podem incluir fuga
de corrente pelo isolamento de algum cabo, a indução de correntes parasitas por
desequilíbrio de corrente em algum cabo e, remotamente, passagem de calor por
condução causado pelo parafuso estar em contato físico com algum cabo aquecido no
interior da calha. Por motivos de segurança, o toque nessa estrutura deve ser proibido
enquanto houver circuitos energizados. Da mesma forma que descrito nos casos
anteriores, a pesquisa da origem do aquecimento deve ser feita com critério, já que há
ainda o risco de um curto franco à Terra caso a origem seja um baixo isolamento e não
seja localizado e corrigido a tempo. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de
3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para tintas a óleo pode variar
de 0,90 a 0,95. Software: FLIR ThermaCAM Researcher 2000 Pro. Câmera: FLIR AGEMA
550. Lente: 20°.
Anotações:
Figura 7.6 – Cabo com quebra interna ou fuga por rompimento do isolamento.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 7.6 Apesar de não ser um problema em uma eletrocalha em si, o Termograma apresenta um
aquecimento cuja origem só poderá ser confirmada após o desligamento e Inspeção
Visual cuidadosa. O aquecimento detectado pode ser causado por uma quebra interna
nos tentos do cabo e/ou uma fuga de corrente para a carcaça da eletrocalha pelo
rompimento do termoplástico isolante durante a instalação. Na falta de intervenção de
manutenção adequada e rápida, o pior cenário inclui um curto para a Terra com eventual
incêndio da cablagem, caso a proteção não atue no tempo correto. Em qualquer das
opções de causa, a solução será a substituição do cabo danificado. Para medições
radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da
emissividade para termoplásticos pode variar de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM
Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 7.7 O Termograma, bem focado e bem enquadrado, utiliza uma Amplitude Térmica de
apenas 2.7 °C para localizar esta Anomalia. O Inspetor que não for adequadamente
treinado e não souber ajustar sua câmera corretamente, muito provavelmente deixará
esta Anomalia passar despercebida. O ajuste da câmera, que varia de local para local, é
fundamental na localização de distribuições térmicas excepcionais e que podem
impactar severamente uma instalação elétrica. Neste caso, bem como nos anteriores,
há poucas opções de causa para este aquecimento: ou há uma corrente de fuga através
MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS 501
CAPÍTULO VII – SUBESTAÇÕES INTERNAS COMPONENTES EM BAIXA TENSÃO
FIGURA COMENTÁRIOS
de um isolamento de um cabo, ou há indução de correntes parasitas que circulam pelo
tirante. Os procedimentos de intervenção e segurança operacional já foram
apresentados nos exemplos anteriores. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou
de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para parafusos zincados
tende a ser muito baixa. Como atenuante adicional, poluente atmosférico ou fabril pode
facilmente ser depositado sobre os fios de rosca, desde que não seja nova, aumentando
a emissividade do parafuso. Além do mais, parafusos e porcas possuem frestas que
aumentam a emissividade. Considerando esses fatores, a emissividade de um tirante
com porca pode variar de 0,65 a 0,85. Software: FLIR Researcher PRO 2.10. Câmera:
FLIR SC‐660. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 7.8 O Termograma apresenta um curto‐circuito em progresso no ponto de contato de uma
bandeja de cabos com a lateral de um painel de banco de capacitores. Devido à alta tem‐
peratura de um único ponto em toda a imagem térmica, a única solução para registrá‐lo
foi empregar a fusão de imagem para localizar a anomalia. Se fosse mantida apenas a
imagem térmica, não haveria referência possível, conforme se pode ver ao lado. Um curto
circuito franco é algo perigoso que pode evoluir rápida e descontroladamente para uma
falha grave com risco de incêndio. No caso, a anomalia era mais grave ainda porque não
se sabia a origem da corrente. Poderia ser um cabo, um barramento, um para‐raios, enfim
qualquer componente que estivesse com fuga energizando a calha a ponto de suportar
uma corrente suficientemente intensa para gerar um ponto incandescente. A Gerência
da fábrica foi notificada imediatamente e iniciou os processos de desligamento de má‐
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
quinas para pesquisa da origem da fuga de corrente. Lamentavelmente não houve infor‐
mação posterior sobre a origem
da corrente de fuga ou o que foi
encontrado na instalação. Para
medições radiométricas em
7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à tem‐
peratura ambiente, o valor da
emissividade para um ponto in‐
candescente foi arbitrado em
0,95. Software: FLIR ThermaCAM
Reporter PRO2000. Câmera: FLIR
AGEMA 550. Lente: 20°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 7.9 Termogramas bem focados e bem enquadrados. Instalações elétricas em navios possuem
uma característica diferenciada: todos os aterramentos devem ser excelentes, uma vez
que o todo o casco metálico do navio é o próprio Terra das instalações. No entanto, isso
não significa que não existam fugas de energia e que circulem de forma aleatória pelo seu
casco. Nesse caso específico, e dentro de um painel de distribuição elétrica, um perfil
metálico apresentou aquecimento em sua solda com a carcaça do navio. As possibilidades
são aquecimento por correntes parasitas ou fuga de corrente. A complexidade da
FIGURA COMENTÁRIOS
localização da origem desta Anomalia pode ser grande, uma vez que, no caso de fuga de
corrente, todo o painel pode estar energizado e apenas este ponto apresente impedância
suficiente para manter a diferença de potencial necessária para gerar um aquecimento.
Deve ser observado que não há circuitos de potência neste vão com desequilíbrio, ou erro
de montagem, passíveis de criar esse aquecimento. A localização da origem da corrente
pode começar com a instalação de um alicate amperímetro neste perfil e, através do
desligamento sucessivo de circuitos, aquele que diminuir ou extinguir a corrente, será o
responsável pela fuga de corrente. Os demais Termogramas apresentam soldas de perfis
metálicos no mesmo painel e que não apresentavam aquecimento. Para medições
radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da
emissividade para tintas a óleo pode variar de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM
Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
e sua temperatura absoluta vá diminuindo. Emendas são um ponto fraco que deve ser analisado
cuidadosamente, assim como cofres de descida e manobra.
Exemplos:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Termogramas bem focados e bem enquadrados. Os dois casos estão relacionados, pois
7.11
ambos são relativos a conexões em barramentos blindados. O caso superior da esquerda
refere‐se a uma conexão em 90° encapsulada. No entanto, pelas próprias frestas do
barramento logo abaixo da curva de 90° e na continuidade superior, é possível verificar
que a temperatura do barramento sujeito apenas à própria carga é menos do que a
apresentada pela conexão. Ao chegar à conexão em 90°, há um sobreaquecimento de
aproximadamente 11°, muito provavelmente gerado por algum mau contato interno.
Como não é possível uma visada direta das conexões, o diagnóstico deve ser baseado
apenas na compreensão de como tal aquecimento pode ser causado. Deve ser
considerado ainda que a temperatura lida é uma somatória das correntes de convecção
provenientes do barramento abaixo e do eventual mau contato em alguma, ou em todas,
as barras. A intervenção de manutenção deve iniciar‐se com uma Inspeção Visual
cuidadosa e posterior medida de resistência ôhmica entre as duas barras que se conectam
em 90°. Esses valores servirão de referência para medições pós‐manutenção que
garantirão a eficácia da intervenção. Após, procedimentos padrão: desmonte, limpeza,
tratamento de superfície, se necessário, fechamento e reaperto com torquímetro. Caso
FIGURA COMENTÁRIOS
haja sinais de corrosão, deve‐se avaliar a substituição do trecho de barramento envolvido.
Já o caso inferior da direita implica em alguma deficiência de contato entre o cofre de
distribuição e o barramento blindado. Os procedimentos de intervenção são os já citados.
Em ambos os casos, os riscos implícitos, no caso de não detecção e intervenção a tempo,
são de sobreaquecimento severo e eventual curto‐circuito entre Fases. Para medições
radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da
emissividade para tintas a óleo com as quais esses barramentos são usualmente pintados
pode variar de 0,85 a 0,94. Casos em que não sejam pintados, deverão ser estudados
individualmente. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmeras: FLIR SC‐2000
e AGEMA 550. Lentes: 24° e 22°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Os dois Termogramas apresentam a mesma emenda enclausurada de um barramento BT
7.12
antes e depois de sua abertura. No Termograma da esquerda, é possível observar dois
focos principais de aquecimento: uma mais à esquerda, no barramento em si, e outra
acima da caixa de ligação. A temperatura maior na parte superior da caixa de ligação pode
ser atribuída à corrente de convecção adicionada à radiação de alguma emenda interna
aquecida. Já no aquecimento do barramento, é mais provável, dadas as dimensões
menores e proximidade das barras internas da parte superior do enclausuramento, que
a influência maior seja devido à radiação emitida, evidentemente que também com uma
parcela de convecção. Dadas as altas temperaturas encontradas e lidas na parte externa
do barramento, foi efetuado um desligamento imediato e a tampa da caixa de ligação foi
aberta para Inspeção. As temperaturas encontradas estão no Termograma da direita.
Deve ser observado que entre o desligamento e a abertura da tampa inferior houve pelo
menos 5 minutos de resfriamento enclausurado sujeito à Lei de Resfriamento de Newton
(Volume 1, Capítulo 2, Item 2.3.9). Pode‐se observar então, e como se verá em alguns
exemplos adiante, que temperaturas maiores e incompatíveis com o ambiente, com
formatos de distribuição anômala, tendem a representar aquecimentos graves em seu
interior (Ver Estudo de Caso 7: Anomalia Oculta em Painel 6.6 kV, neste Volume). Nesse
caso, as cordoalhas de emenda estavam severamente oxidadas e com os parafusos
frouxos e corroídos. Foi necessária a transferência de cargas para outro circuito para a
substituição dos trechos de barramento afetados. Quanto ao aquecimento no
barramento ao lado esquerdo da caixa de ligação, nenhuma anomalia foi mencionada
FIGURA COMENTÁRIOS
pela equipe de manutenção provavelmente devido à substituição do trecho de barra
completa. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura
ambiente, o valor da emissividade para tintas a óleo, utilizadas em pintura de
barramentos enclausurados, desde que não contenham partículas metálicas como o
alumínio, pode variar de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000.
Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Figura 7.13 – Barramento suspenso com mau contato na emenda da caixa de ligação.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 7.13 Termograma bem focado e bem enquadrado. Muitos designs de barramento
possuem ranhuras para ventilação e que permitem uma visualização parcial no
infravermelho do seu conteúdo interno. Dependendo da resolução espacial do
detector, da distância entre a câmera e o barramento, da óptica utilizada e ainda do
tamanho das frestas, é possível avaliar o estado interno das conexões. No entanto,
nem sempre será possível identificar com clareza qual a conexão ou até mesmo qual
Fase está sobreaquecida. Da mesma forma, poderão ocorrer erros de leitura devido
à dispersão da radiação causada pela fresta, isso considerando que a resolução
óptica e de medição são suficientes para esta leitura (Ver Item 4.5.2.3 no Volume 1).
Apesar destes fatores, e para fins de diagnóstico qualitativo, uma imagem Térmica
pode fornecer indícios suficientes para uma intervenção de manutenção. Além do
mais, mantidos os mesmos ajustes e câmera, é possível fazer um acompanhamento
periódico para estimar a taxa de variação ao longo do tempo e administrar um
eventual desligamento. A anomalia em si só poderá ser avaliada quando do
desligamento e abertura para Inspeção Visual. De qualquer maneira, os
procedimentos usuais de medição de resistência ôhmica, pré e pós‐manutenção,
Inspeção Visual cuidadosa, limpeza e tratamento de superfície, se necessário, e
reaperto com torquímetro são recomendados. A substituição dos componentes
pode ser, entretanto, mais rápida que todo esse trabalho, que deve ser efetuado por
pessoal habilitado em trabalho em altura. Para medições radiométricas em
7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para
tintas a óleo pode variar de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter
PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Termograma bem focado e bem enquadrado. Este é um caso bastante similar ao anterior
7.14 com a diferença que a anomalia térmica interna se propagava para ambos os lados da
emenda interna. Alguns tipos de barramentos possuem a mesma cobertura para
emendas e para junção de chapas, o que dificulta a descoberta de quais são os locais onde
as emendas estão localizadas. Outro complicador é que nem sempre o layout fabril
permite que se consiga uma visada direta a 90°, abaixo do barramento, como no caso
anterior. Este é um fator que deve ser alertado à Gerência, pois a falta de ângulo poderá
encobrir uma anomalia que poderá evoluir para um curto‐circuito. Os procedimentos e
critérios aplicados são idênticos ao do caso anterior. Ainda neste caso, a instalação do
barramento era muito alta, em torno de 8 a 9 m de altura, obrigando a utilização de uma
teleobjetiva. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura
ambiente, o valor da emissividade para tintas a óleo pode variar de 0,85 a 0,94. Software:
FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 12°.
Anotações:
Figura 7.15 – Barramento refrigerado a água em saída de alto forno com defeito interno.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Termograma bem focado e bem enquadrado embora a Amplitude Térmica não
7.15 discrimine adequadamente os objetos de contexto. Alguns barramentos de alta potência
em siderurgia, que podem chegar até a 100 kA na tensão de 150V, são refrigerados a
água aditivada principalmente em alto‐forno. Devido à refrigeração contínua, para que
um defeito por mau contato possa ser detectado externamente, a quantidade de calor
que ele gera tem de ser suficiente para aquecer o líquido refrigerante mais rapidamente
que seja substituído por outro mais frio no local da anomalia. Ainda mais que, no caso,
trata‐se do encabeçamento do barramento. É possível ainda perceber que a distribuição
térmica indica que o aquecimento está localizado na região inferior, ou seja: como o
líquido refrigerante está circulando, o aquecimento detectado não consegue subir por
convecção como seria de se esperar. A temperatura lida de 125 °C indica também que o
ponto de ebulição da água já foi ultrapassado. Isso significa que o aditivo utilizado não
deve permitir que esteja gerando pressão ou que o sistema todo trabalhe pressurizado.
No momento da Inspeção, o Assistente Técnico não tinha as informações disponíveis
sobre qual tipo de fluido de arrefecimento estava sendo utilizado e nem quais as suas
características operacionais de temperatura deste barramento. De qualquer maneira, é
necessário investigar devido à assimetria apresentada e à temperatura alcançada. A
comparação com outros encabeçamentos similares e em operação pode servir como
critério de urgência no atendimento. Lamentavelmente esses dados não estão mais
disponíveis para publicação. Com a falta de informações mais específicas, a
determinação da urgência no atendimento fica por conta da Gerência técnica
responsável de produção e/ou manutenção da planta. Os procedimentos de intervenção
são os usuais e já citados nos casos anteriores. Para medições radiométricas em
7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para tintas a
óleo pode variar de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera:
FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Termograma bem focado e bem enquadrado. Amplitude Térmica correta. Em alguns
7.16
casos, uma Anomalia externa acaba por revelar estruturas internas que eram
desconhecidas. No caso, a causa permaneceria desconhecida até a abertura do
barramento. Antes da abertura, as hipóteses consideradas foram de fuga de corrente ou
indução, já que não era esperada nenhuma emenda de barramento com um parafuso
passante. Uma vez aberto o barramento, a descoberta foi justamente de uma conexão
frouxa cuja emenda apresentava um mau contato, na Fase do Meio, e que aquecia o
parafuso imediatamente acima. O fator decisivo na descoberta desta Anomalia foi o
ajuste correto da câmera e o critério de consistência utilizado pelo Inspetor. Para
medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor
da emissividade para tintas a óleo pode variar de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM
Reporter PRO2000. Câmera: FLIR T‐300. Lente: 24°.
Recomendações de Intervenção:
anomalias térmicas detectadas em barra‐
mentos suspensos deverão ser inspeciona‐
das visual e cuidadosamente antes da Ma‐
nutenção. Valores iniciais de resistência ôh‐
mica deverão ser anotados para posterior
comparação após a intervenção. Usual‐
mente são problemas de mau contato que
podem ser resolvidos pelo procedimento
padrão: desmonte, Inspeção Visual criteri‐
osa, medição de resistências de contato,
desmonte, limpeza e eventual retirada para
tratamento de superfície. Caso inviável,
substituição dos componentes. Em instala‐ Figura 7.17 – Cofre de barramento.
Exemplos:
Figura 7.18 – Distribuição térmica externa assimétrica de cofre indicando anomalia interno.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Termogramas bem focados e bem enquadrados, com Amplitudes Térmicas corretas.
7.18 No caso, a detecção de uma possível anomalia veio tanto pela visualização de um
aquecimento através das frestas do enclausuramento do barramento como pela
assimetria na parede externa do cofre. Essa assimetria indicava que a Anomalia deveria
estar interna ao cofre e não no engaste com o barramento. Observar que a
temperatura detectada através das frestas e com o cofre fechado era razoavelmente
baixa, na ordem de 38 °C, para uma temperatura ambiente na faixa dos 25 °C. Uma vez
desligadas as máquinas e aberto o cofre, a temperatura observada na base fusível mais
aquecida, após o resfriamento entre o desligamento e a abertura, foi de 84 °C. A base
e o fusível foram substituídos e a Anomalia não foi mais detectada. É importante
observar que o primeiro Termograma foi capturado pelo lado oposto ao segundo,
como pode ser observado pelas flechas amarelas. Para medições radiométricas em
7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para tintas
a óleo pode variar de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000.
Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Termograma bem focado e bem enquadrado. A assimetria térmica marcada na lateral
7.19 superior deste cofre de alimentação de máquina identifica uma corrente de convecção
interna pelo menos 10 °C superior que a parte mais fria do próprio cofre. Este
comportamento indica a necessidade de abertura para Inspeção Visual interna, bem
como verificação do estado dos componentes com medições elétricas de corrente e
resistências, para determinar a existência ou não de um defeito. O fator preponderante
aqui não foi a temperatura razoavelmente baixa, que sempre é diferente da sua origem
devido ao isolamento térmico pelo ar, mas sim da assimetria da distribuição e de um
ponto de concentração. Caso o Inspetor não houvesse ajustado corretamente a câmera,
e não compreendesse o comportamento esperado dos componentes típicos desse tipo
de instalação, a Anomalia poderia facilmente passar despercebida. Não foi informado
pelo responsável pela manutenção da planta o estado encontrado, sendo que os
componentes internos foram substituídos e redimensionados. Na próxima Inspeção não
houve detecção de assimetria térmica. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou
de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para tintas a óleo pode
variar de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR
AGEMA 550. Lente: 20°.
Anotações:
514 MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS
CAPÍTULO VII – SUBESTAÇÕES INTERNAS COMPONENTES EM BAIXA TENSÃO
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Termograma bem focado e bem enquadrado. Caso semelhante ao anterior, devendo
7.20 ser notado que se a Anomalia interna fosse semelhante, eventualmente não seria
possível a detecção porque o aquecimento por convecção estaria situado na parte
superior do cofre. Cabe ao Inspetor ajustar a câmera para obter uma imagem que
possa ser corretamente interpretada, observando o contexto de cada situação:
ângulo de visada, distância até o objeto de interesse, condições de operação e assim
por diante. Neste caso ainda, o aquecimento no barramento pode ser causado por
condução da anomalia pelo barramento de cobre. Para medições radiométricas em
7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para tintas
a óleo pode variar de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000.
Câmera: FLIR AGEMA 550. Lente: 20°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura O Termograma foi detectado devido a uma concentração de calor excessiva na parte
7.21 superior de um cofre de entrada de força, em um barramento suspenso.
Apresentando externamente uma temperatura na ordem de 90 °C, esta
excepcionalidade, para uma temperatura externa de um equipamento operando
FIGURA COMENTÁRIOS
normalmente, fez com que o Inspetor solicitasse a abertura imediata do cofre para
Inspeção remota. O pessoal da equipe de Manutenção Elétrica da fábrica, assessorado
pela segurança do trabalho, providenciou uma escada, uma vez que o cofre estava
instalado a mais de 5 metros de altura. Uma vez aberta a porta, a primeira imagem
térmica foi obtida com uma teleobjetiva de 10° e, na foto de controle na luz visível, a
área coberta pelo Termograma está demarcada em amarelo. Software: ThermaCAM
Researcher 2.10. Câmera: FLIR AGEMA 550. Lente: 10°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Após o reparo com corte das pontas de cabos e substituição dos componentes
7.23
danificados, o Termograma foi efetuado vinte minutos após terem sido energizadas todas
as cargas, sendo que 30% das máquinas ainda estavam em processo de partida. A
anomalia foi considerada sanada a contento. Observar que na Figura anterior a Amplitude
Térmica era de aproximadamente 215°C, e nesta imagem é de 9°C. Software: ThermaCAM
Researcher 2.10. Câmera: FLIR AGEMA 550. Lente: 10°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Ao lado da tampa do cofre, neste barramento suspenso e enclausurado, na saída de
7.24 uma subestação de distribuição, foi observada (1) a existência de um aquecimento
por baixo de uma placa abandonada sobre a tampa superior do barramento. Como
a temperatura era pontual e significativamente mais alta se comparada com trechos
mais afastados do mesmo barramento, a Gerência responsável foi comunicada e
optou por um desligamento imediato. Logo após o desligamento, a placa foi retirada
e a imagem térmica correspondente é a número (2). Pode‐se observar que houve
uma redução significativa na temperatura superficial de 120 °C para 56 °C apenas
pelo fato de ter sido desligada a corrente de carga. Poucos minutos após, foi retirada
a parte superior do enclausuramento e a imagem térmica resultante é a de número
(3). Considerando que a distância da conexão defeituosa para a chapa superior era
de apenas 8 cm, o fato de nessa imagem ter‐se lido mais de 320 °C, mesmo após
alguns minutos de desligamento, fornece uma referência para a capacidade isolante
518 MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS
CAPÍTULO VII – SUBESTAÇÕES INTERNAS COMPONENTES EM BAIXA TENSÃO
FIGURA COMENTÁRIOS
do ar. Fora o calor irradiado a partir da conexão, a maior parte do aquecimento
registrado é devido a correntes de convecção internas ao enclausuramento.
Supondo‐se, e isto é apenas uma suposição, que após o desligamento a temperatura
fosse a mesma lida após a retirada da tampa superior, temos que 8 cm de ar
mantinham, ou isolavam, um Delta T de 270 °C. Evidentemente o Delta sob carga é
significativamente maior, mas não havia condições de segurança para efetuar a
medição com o barramento energizado. Deve ser notado ainda que, apesar do
estado precário das conexões das duas Fases laterais, já severamente corroídas, a
conexão da Fase do Meio apresentava o melhor aspecto visual e a maior
temperatura. Já a Fase da Direita apresentava um aspecto severamente deteriorado
na luz visível e, no entanto, sua temperatura não ara tão alta. A explicação para esta
diferença é a provável fusão entre superfícies deterioradas conforme já apresentado
no Item 1.11, Figura 1.14 do Capítulo 1. O Termograma inferior apresenta a
temperatura do barramento antes do desligamento, quando visto de baixo. Para
medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o
valor da emissividade para superfícies severamente cobertas por poluentes ou pó
industrial pode variar de 0,85 a 0,95. Já as conexões severamente oxidadas e com
frestas podem apresentar emissividades de 0,8 a 0,9. Software: FLIR ThermaCAM
Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
mas variações externas, bem como os barra‐ 7.4 PAINÉIS GERAIS DE DISTRIBUIÇÃO BT
mentos aos quais estão conectados. Varia‐
ções anômalas ou irregulares nas distribui‐
ções térmicas observadas externamente
tem grande chance de representarem ano‐
malias internas severas devido ao isola‐
mento que o ar impõe e às distâncias entre
componentes aquecidos e às paredes exter‐
nas. Variações deste tipo devem ser registra‐
das para avaliação posterior com a abertura
dos cofres e/ou barramentos associados
para confirmação da existência de anomalias
ou não.
Recomendações de Intervenção: Figura 7.26 – Painéis gerais de distribuição.
cofres de distribuição conectados a barra‐
mentos suspensos têm seu diagnóstico de Descrição Técnica: após as subestações, a
anomalia térmica ou defeito usualmente in‐ energia é levada por cabos ou barramentos
ferido pela distribuição térmica irregular, até onde sofrerá a transformação de elétrica
quando observados pelo lado externo. Em para mecânica, calorífica ou qualquer outra
alguns casos, e devido a um ângulo de visada que se faça necessário. Para a distribuição,
mais favorável, as conexões com os barra‐ são utilizados os painéis de distribuição, que
mentos são mais visíveis, sendo que essa não redirecionarão a energia para as suas
é a regra. De qualquer maneira, caso a distri‐ diversas aplicações finais. Nos painéis estão
buição térmica indique uma anomalia, o co‐ os disjuntores principais, barramentos,
fre deverá ser aberto e ter seus componen‐ fusíveis ou disjuntores que fazem a pro‐
tes internos inspecionados um a um, con‐ teção, softstarters, chaves seccionadoras
forme suas características; secionadoras, fu‐ que desligam circuitos e permitem a manu‐
síveis, cordoalhas, conexões etc. Os procedi‐ tenção segura dos circuitos desligados, ré‐
mentos de manutenção são os usuais, le‐ guas de bornes e muitos outros componen‐
vando‐se em conta que, nesses casos em tes periféricos.
particular, é recomendável a substituição de
Descrição Térmica: painéis de distribuição
um componente sobreaquecido ao invés do
operam normalmente aquecidos. Há uma
seu reparo, já que estes não estarão visíveis
infinidade de fontes de calor dentro deles,
para uma Inspeção Termográfica de confir‐
desde bobinas de contatores que ficam
mação da eficácia do procedimento.
energizadas continuamente, circuitos
eletrônicos dos softstarters, fusíveis NH que
aquecem com a corrente de carga passante,
resistores de equalização, circuitos eletrôni‐
cos, transformadores de medição, fusíveis
diazed, cablagem e chicotes de fiação, bor‐
nes e assim por diante. Cada um apresentará
520 MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS
CAPÍTULO VII – SUBESTAÇÕES INTERNAS COMPONENTES EM BAIXA TENSÃO
o seu comportamento térmico característico avaliados diversos fatores tais como: o fator
e proporcional às suas especificações e carga de forma do aquecimento (a maneira pelo
passante no momento da Termografia. qual se distribui e qual a sua origem apa‐
rente), o dimensionamento do componente,
A 0 apresenta uma visada geral de
a carga percentual instantânea, a tempera‐
três portas em um painel de distribuição BT.
tura ambiente no qual o componente está
A visada geral permite a localização de
inserido, resfriamento forçado se houver,
pontos de interesse para uma análise mais
fontes térmicas espúrias, características físi‐
aprofundada da normalidade ou não de cada
cas como a emissividade e geometria entre
aquecimento detectado. Deverão ser
outros fatores.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Termograma em mosaico, bem focado e bem enquadrado. Em uma visada geral de um
7.27 painel de baixa tensão, pode‐se observar que há componentes desenergizados, à
temperatura ambiente, outros com cargas variáveis e algumas anomalias. Componentes
com emissividade muito baixa, como barramentos, devem ser alvo de atenção especial na
procura de referências que permitam atestar o seu comportamento normal, aceitável ou
não. Em alguns casos, há insuflamento de ar condicionado, ventilação natural forçada,
exaustão ou ainda resistores de aquecimento que podem influir decisivamente em um
MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS 521
CAPÍTULO VII – SUBESTAÇÕES INTERNAS COMPONENTES EM BAIXA TENSÃO
FIGURA COMENTÁRIOS
diagnóstico. A distribuição de componentes pode ser influenciada por fontes de calor e
deve ser corretamente compreendida no contexto operacional do painel. Para medições
radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da
emissividade deverá ser atribuído para cada componente de interesse, de acordo com suas
características de superfície e/ou revestimento. Software: FLIR Image Builder, ThermaCAM
Researcher 2.10. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
Exemplos:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura O primeiro Termograma apresenta um painel com proteção interna em policarbonato de
7.29 acordo com a NR‐10, para proteção contra acessos acidentais. Como este material é
opaco ao infravermelho de baixa intensidade, independente da faixa de frequência, não
é possível utilizar um Termovisor para visualizar a distribuição térmica de seu conteúdo.
Sempre dentro das normas de segurança aplicáveis a um eletricista industrial, utilizando
as devidas proteções e procedimentos, pode retirar a proteção e expor os componentes
internos para análise. A mancha em tom mais escuro, na parte superior da proteção
plástica, sugere um aquecimento interno que necessitará ser verificado diretamente. Ao
ser retirada a proteção, o Termograma inferior apresenta as anomalias como pode ser
observado no Termograma inferior. Evidentemente, independente de suspeitas, a
proteção deve ser retirada para avaliação de todas as conexões e componentes internos.
Neste caso específico, deve ser verificado um eventual desequilíbrio de correntes por
Fase para depois avaliar as intervenções necessárias. Se for o caso de sobrecarga, um
remanejamento de circuitos pode resolver o problema. Os cabos, por sua vez, deverão
ser avaliados para verificar a possibilidade de envelhecimento precoce e, se for o caso,
deverão ser substituídos. Caso não haja sobrecarga, os cabos deverão ser
redimensionados e substituídos devido à oxidação interna. Para medições radiométricas
em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para
FIGURA COMENTÁRIOS
termoplásticos pode variar de 0,85 a 0,94. Software: ThermoCom IRAnalyzer. Câmera:
ThermoCom V384S. Lente: 22°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Termograma bem focado e bem enquadrado. A amplitude térmica deste
7.30 Termograma foi ajustada corretamente e é de apenas 4,1 °C. Isso implicou em que o
Inspetor fizesse o ajuste correto da câmera para poder localizar esta anomalia de
pequeno porte. Apesar de a temperatura ser baixa, a questão mais importante é: por
onde está passando essa corrente elétrica? Ela vem da barra de Neutro e vai para
onde? Como pode haver uma diferença de potencial entre uma barra de Neutro e
uma porta? E se há corrente elétrica, há diferença de potencial que pode ser perigosa
ao operador ou eletricista? Neste caso, não bastará apenas substituir o terminal, mas
sim descobrir qual o caminho da corrente. Diversos testes deverão ser efetuados,
inclusive, e se necessário, desconectando o painel da parede a fim de verificar a
existência de uma diferença de potencial ou não. Nem sempre o rastreamento da
fonte de tensão será uma atividade simples. Para medições radiométricas em
7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para
terminais prensados com capa plástica é de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM
Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Os dois Termogramas se referem à mesma porta de painel, sendo o primeiro com a
7.31 porta fechada e o segundo após aberta a porta. O primeiro está bem focado e o segundo
está visivelmente fora de foco. Dessa maneira, haverá um erro nas temperaturas
medidas no segundo Termograma, o que, para diagnósticos qualitativos, não chegará a
ser importante. O primeiro Termograma apresenta a distribuição térmica encontrada
no painel, onde pode ser visualizado não apenas o local mais aquecido, mas também a
circulação de ar quente interna. A primeira suspeita é a de um resistor de aquecimento
instalado rente à porta. No segundo Termograma, a porta foi aberta revelando a
instalação do resistor de painel rente à porta. A instalação desse resistor, nessa posição,
compromete a tubulação flexível que contém a fiação de comando, posicionada acima
e sujeita, portanto, às correntes de convecção geradas. A recomendação é a Inspeção
do conteúdo do tubo flexível para verificação do estado dos cabos e o
reposicionamento do resistor para um local em que não afete os demais componentes.
Pode ser observado também que a imagem térmica foi capturada com o Termovisor
fora da Amplitude Térmica correta. Isso é visível porque na leitura da temperatura
máxima na Área que mede as temperaturas, está presente o símbolo “>” indicando que
o limite superior da Amplitude foi ultrapassado. Para o caso de resistores, esse valor
em si não é crítico, mas pode ser importante para avaliar os possíveis efeitos no tubo
flexível acima. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à
temperatura ambiente, o valor da emissividade para tintas epóxi ou a óleo, usadas nos
invólucros de resistores, pode variar de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM
FIGURA COMENTÁRIOS
Researcher 2.10, FLIR Image Builder 5.0 (Correção de perspectiva), Câmera: FLIR SC‐
660. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura O Termograma apresenta o lado posterior de uma porta de painel de comando em
7.32 380V. As botoeiras e sinalizações de Ligado e Desligado estão ativas de acordo com os
equipamentos que comandam. Devido a serem apenas comandos e sinalizações, muitas
vezes estes conjuntos de componentes são ignorados durante as Inspeções baseado na
crença de que correntes baixas não são importantes porque a potência envolvida é
pequena. Conforme mencionado, se correntes baixas e potências pequenas não
pudessem gerar temperaturas muito altas, filamentos de lâmpadas de 6 Volts não
atingiram 1.000 °C. Assim, e como é possível observar no Termograma, há fiações,
terminais e conexões severamente aquecidas que poderão iniciar um incêndio ou
inviabilizar a operação de comando de um equipamento importante para o processo
industrial. Ou pior, poderão impedir o desligamento quando necessário. Dessa maneira,
é importante acrescentar nos roteiros de Inspeção as portas de painéis de comando. As
recomendações de intervenção são usuais: como são componentes de baixo custo, é
recomendada a substituição geral onde possível e, nos casos em que não se aplique,
Inspeção Visual cuidadosa, limpeza e reaperto no caso de não existência de corrosão.
Caso haja corrosão, a substituição é recomendada fortemente. Para medições
radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da
emissividade para tintas a óleo, utilizadas nesse painel, pode variar de 0,85 a 0,94.
Software: FLIR ThermaCAM Researcher 2.10, Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura O Termograma se refere à dobradiça pivotada em uma porta de painel de forno a
7.33 indução. Nesses fornos, as correntes são muito altas e podem afetar as imagens térmicas.
As franjas horizontais mais escuras nesta imagem são devidas à intensidade dos campos
eletromagnéticos presentes nas proximidades do equipamento. Eventualmente as
imagens salvas em cartões de memória poderão também ser afetadas e perdidas. Dessa
forma, não é recomendável a aproximação da câmera desses equipamentos sob carga e,
para análises Termográficas, a recomendação é a Inspeção imediatamente após um
desligamento ou a utilização de uma lente teleobjetiva. No caso desta porta, a causa mais
provável é que as correntes parasitas estejam sendo induzidas e fechando o circuito
magnético pela dobradiça. Como não se sabe qual tensão está sendo gerada para gerar
este aquecimento, é necessário o uso de luvas isoladas ao abrir a porta. A recomendação
é verificar as possibilidades de fechamento de circuito magnético, por onde estaria
passando, e interromper com o seccionamento do caminho de fechamento. Para
medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor
da emissividade para tintas a óleo, utilizadas nesse painel, pode variar de 0,85 a 0,94.
Software: FLIR ThermaCAM Researcher 2.10, Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Ventiladores de painel podem fornecer informações importantes e reais sobre qual é a
7.34 temperatura efetiva interna ao painel. Esta temperatura determina a vida útil dos
Anotações:
Exemplos:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Algumas anomalias requerem atenção redobrada do Inspetor, tanto para localizá‐las
7.36 como para compreendê‐las. O Termograma apresenta um aquecimento que pode ou não
ser anômalo. A fresta entre o cabo e o O‐Ring mostra o aquecimento atrás do painel ou
da chapa de instalação dos componentes. Como o Assistente Técnico não sabia o que
havia atrás, não foi possível identificar a causa do aquecimento. A recomendação foi
então pesquisar o que havia atrás da chapa para averiguar se era aceitável ou não. Neste
caso, para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura
ambiente, o valor da emissividade a ser utilizado é o da fresta ou da borracha do O‐Ring,
que podem variar de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Researcher 2.10. Câmera:
FLIR SC‐660. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura O Termograma apresenta um caso onde atrás do painel havia uma estufa de secagem de
7.37
pintura. No entanto, a distância entre a parede da estufa e o fundo do painel não justificava
o aquecimento. Foi necessária uma Inspeção mais detalhada para verificar que havia um
vazamento de ar quente da estufa direcionado ao painel, na região mais aquecida. Como
resultado, a temperatura interna do painel ficava acima dos 40 °C, levando todos os
FIGURA COMENTÁRIOS
componentes a trabalharem acima da temperatura de projeto com a consequente redução
de vida útil e instabilidade de funcionamento. A solução foi corrigir o vazamento na estufa
e verificar a presença de danos nos componentes do painel. Para medições radiométricas
em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para tintas
a óleo ou epóxi pode variar de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Researcher 2.10.
Câmera: FLIR SC‐660. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Termograma bem focado e bem enquadrado. A Amplitude Térmica utilizada destaca
7.39
pouco o contexto, que no caso seria a moldura do ventilador de insuflamento. A única
intervenção possível é o desligamento imediato e a substituição do componente. Dada a
temperatura de 175 °C, não é possível prever uma estabilidade de comportamento ou
quanto tempo a mais continuará neste estado. Além de estar travado, evidentemente
está a caminho de romper sua fiação interna e, se a proteção operar corretamente, nada
de mais grave deverá acontecer de imediato. Por outro lado, a temperatura do painel já
está acima do que poderia estar e, no caso de conter componentes eletrônicos como CLPs
ou Soft Starters, o comportamento poderá se tornar errático. Para medições
radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da
emissividade para material plástico comum pode variar de 0,90 a 0,94. Software: FLIR
ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Termograma bem focado e bem enquadrado. No caso deste ventilador de exaustão, o
7.40
diagnóstico é idêntico: desligamento e substituição. Os riscos de entrar em curto‐circuito
e incendiar existem, com o agravante de, por estar situado no teto do painel, derreter e
cair sobre algum componente ou barramento, agravando a ocorrência. Dada a
temperatura, não é possível prever uma estabilidade de comportamento. Para medições
radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da
emissividade para material plástico comum pode variar de 0,90 a 0,94. Software:
ThermoCom IRAnalyzer. Câmera: ThermoCom V384S. Lente: 22°.
Anotações:
Exemplos:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Termograma bem focado, bem enquadrado e com Amplitude Térmica correta. O
7.42 principal problema na avaliação deste barramento é o fato de ser em cobre nu e,
portanto, de baixíssima emissividade. O principal questionamento era se a distribuição
térmica irregular das porcas era confiável para a avaliação de uma anomalia. Para tirar a
dúvida, e utilizando uma vara de manobra, foi aplicada uma fita isolante preta de alta
emissividade. A leitura das temperaturas confirmou que o depósito de poluente (poeira)
sobre as cabeças dos parafusos e a fresta no meio reproduziam a temperatura. Já devido
às dimensões do barramento e à complexidade de intervenção, optou‐se por
acompanhar ao longo do tempo para avaliar a melhor ocasião para manutenção. Como
se tratava de uma fábrica de cimento, aproveitou‐se a próxima parada para troca de
refratário do forno rotativo para a manutenção, limpeza e reaperto desta conexão. Para
medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor
da emissividade para fitas isolantes pode variar de 0,90 a 0,94. Software: FLIR
ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR AGEMA 550. Lente: 20°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Termograma razoavelmente focado, mas com enquadramento um pouco deficiente, pois
7.43
falta a terceira Fase. Nesta conexão, se pode observar que a barra já apresenta sinais de
oxidação, provavelmente devido a temperaturas mais altas já atingidas. Essa oxidação faz
com que a emissividade da parte nua da barra seja equivalente à da pintada. Já a segunda
leitura de temperatura (99,2 °C) está posicionada de forma incorreta e é possível observar
que as áreas lidas são reflexos nas porcas e arruelas do aquecimento na barra da frente.
A recomendação é abertura, Inspeção Visual cuidadosa, limpeza e reaperto com
torquímetro. Caso haja sinais de corrosão, tratamento de superfície ou substituição das
barras corroídas. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à
temperatura ambiente, o valor da emissividade para conexões severamente oxidadas e,
no caso, emitindo infravermelho de forma muito próxima à tinta da barra, pode variar de
0,80 a 0,90. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente:
24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Termograma bem centrado e focado. Escala colorimétrica adequada. Barramentos de
7.44 potência alimentam também muitas máquinas, notadamente tanques de tratamento
químico e fornos. Neste caso de tratamento químico, é visível a grande oxidação do
barramento devido ao ambiente corrosivo e ácido. Nestes casos, muitas vezes é mais
econômico a substituição do barramento, uma vez que a corrosão interna a corrosão é
um fato bastante comum. Desmonte e Inspeção Visual normalmente revelam indícios
fortes de corrosão interna. O tratamento de superfície pode não ser uma opção devido
ao tempo necessário de parada de máquina. Recobrir as conexões novas com vaselina e
fita autofusão pode ser uma boa medida para prolongar a vida útil. Um complicador pode
ser que, ao mexer em uma conexão, as demais podem apresentar defeitos posteriores
devido às quebras de soldas internas. É necessário então um acompanhamento mais
frequente para evitar novas incidências de anomalias. Para medições radiométricas em
7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para
conexões severamente oxidadas com tintas a óleo sobre o barramento pode variar de
0,85 a 0,90. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente:
24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Termogramas bem focados e bem enquadrados. Alguns barramentos vêm encapsulados
7.45 em plástico antichamas por motivos de proteção e segurança. Nesse caso específico, foi
detectada uma distribuição anômala no plástico de cobertura do barramento.
(Termograma superior). Uma vez retirada a proteção plástica (Termograma Inferior),
pode‐se observar que a baixa emissividade do barramento não permitia a localização
precisa da origem do aquecimento. No entanto, a etiqueta gomada (seta amarela) colada
sobre o barramento, permitiu uma avaliação aproximada da temperatura gerada.
Intervenção de manutenção padrão: desmonte, Inspeção Visual cuidadosa, medição de
resistência de contato, desmonte, limpeza e/ou tratamento de superfície, fechamento
com torquímetro e nova medição de resistência de contato. Substituição do trecho
somente se a corrosão ou tempo de parada não permitirem o tratamento de superfície.
Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o
valor da emissividade para etiquetas plastificadas ou de papel pode variar de 0,85 a 0,95.
Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Termograma bem focado e bem enquadrado. Escala colorimétrica e Amplitude Térmica
7.46 adequadas. Fornos de fusão e de outros equipamentos de grande potência
frequentemente possuem sistemas tiristorizados de alimentação e barramentos de
cobre de grandes dimensões e normalmente são refrigerados para garantir sua vida útil
e desempenho. No caso, o aquecimento detectado é na conexão da mangueira com o
barramento e tiristor. Embora não faça parte da circulação de corrente, um problema
de refrigeração imediatamente reflete no aquecimento do barramento e/ou tiristor,
como pode ser observado no Termograma. Este aquecimento indica que esta conexão
de resfriamento pode estar obstruída ou com mau contato mecânico superficial e não
estar providenciando a troca térmica necessária. A solução é durante um desligamento,
inspecioná‐la e garantir tanto o bom contato com a superfície a ser refrigerada como o
fluxo do líquido refrigerante. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm
à temperatura ambiente, o valor da emissividade para frestas entre barramentos pode
variar de 0,70 a 0,85. Software: ThermoCom IRAnalyzer. Câmera: V384S. Lente: 22°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Termograma bem focado e bem enquadrado. Barramentos de fornos de fusão a indu‐
7.47 ção tem de suportar correntes muito altas e por isso, apesar de seu dimensionamento,
MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS 537
CAPÍTULO VII – SUBESTAÇÕES INTERNAS COMPONENTES EM BAIXA TENSÃO
FIGURA COMENTÁRIOS
se forem refrigerados poderão operar com mais corrente e diminuir os custos de
fabricação dos fornos. Além disso, a refrigeração permitirá uma vida útil maior. No caso,
mesmo com a refrigeração em operação, uma anomalia de mais de 100 °C foi localizada
na conexão em 90° deste barramento. Um agravante é que, além da progressão normal
ou aceitável desta anomalia, se a refrigeração por algum motivo falhar, sobreaquecerá
severamente e em pouco tempo. A intervenção é demorada e complexa devido ao
tamanho do barramento e ao espaço exíguo para o trabalho. No entanto, os
procedimentos são: desmonte, Inspeção Visual cuidadosa, medição de resistência de
contato, desmonte, limpeza e/ou tratamento de superfície, fechamento com
torquímetro e nova medição de resistência de contato. Caso sejam encontrados sinais
de corrosão, a manutenção poderá se estender mais ainda devido à necessidade de
retirada do barramento para tratamento de superfície ou substituição do trecho. Para
medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, e
afortunadamente para este caso com barramento pintado, o valor da emissividade para
tintas a óleo pode variar de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000.
Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
levar a um prejuízo de grande monta ao con‐ ada. Convidamos o leitor a tentar diagnosti‐
tratante do serviço, seja ele interno ou ex‐ car as causas dos aquecimentos, em um bar‐
terno. O caso a seguir é uma dessas situa‐ ramento de potência, antes de ler os comen‐
ções em que a perícia do Inspetor é desafi‐ tários sobre o achado.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Termograma bem focado e bem enquadrado. Este Termograma talvez seja um dos mais
7.48 desafiadores que um Inspetor possa encontrar em uma Inspeção em Instalações
Elétricas. Ele requer uma percepção extremamente correta do contexto em que o
Termograma foi obtido e uma capacidade de ver além do óbvio. Em um barramento de
distribuição em um painel 380 V, um TC e um Isolador de suporte aparecem aquecidos.
Em um primeiro momento, as áreas aquecidas remetem um caso simples de fuga de
corrente pelo isolamento, tanto do isolador separador como do corpo do TC. No
entanto, em uma análise mais aprofundada, a experiência do Inspetor indicou que
fugas em barramentos de 380 V são muito raras devido ao tamanho dos isoladores em
epóxi e distâncias a serem percorridas. Uma segunda reflexão sobre os aquecimentos,
aparentemente devidos a correntes de fuga Fase‐Terra, levanta uma série de dúvidas
sobre: 1) Como é possível que em dois caminhos diferentes, 2) Através de dois
equipamentos de fabricantes diferentes, 3) Fabricados em locais diferentes, 4) Com
materiais semelhantes, mas não iguais, e 5) Com áreas de contato diferentes com a
chapa aterrada chegue‐se praticamente à mesma temperatura (diferença de 0,4 °C)?
Um terceiro detalhe fornece uma pista: as distribuições térmicas são exatamente
simétricas. Isso revela que pelo menos metade da distribuição térmica percebida é
reflexo na chapa galvanizada onde tanto o Isolador como o TC estão encostados.
Sabendo que a possibilidade de correntes de fuga exatamente iguais é extremamente
baixa, sobram na análise duas fontes de potência para gerar esse aquecimento: ou ela
vem da Fase, ou vem da barra aterrada. Eliminando ainda hipoteticamente a Fase como
origem do aquecimento, como seria possível a barra galvanizada aquecer? A resposta
para essa questão depende do conhecimento técnico do Inspetor. Caberá a ele saber
que os campos eletromagnéticos de frequência industrial, gerados pela circulação de
corrente em circuitos trifásicos, tem de anular‐se mutuamente ou, e se houver algum
material ferroso separando as Fases, criarão correntes parasitas pelo fechamento. Ao
analisar o contexto onde tanto o Isolador como o TC estão inseridos, o Inspetor
FIGURA COMENTÁRIOS
percebeu que uma Fase passava pelo lado externo em relação à barra galvanizada e,
pelo menos, outra passava pelo lado de trás. Estava assim configurado o desequilíbrio
de campos magnéticos que, fechando a circulação de linhas de campo pela barra
galvanizada, gerava correntes parasitas, aquecendo‐a e, por consequência, tanto o
Isolador como o TC, ambos encostados na barra. Esse é o motivo que tanto o TC como
o Isolador apresentam a mesma temperatura: esta é a temperatura da barra. A causa
do aquecimento é, portanto, um erro de montagem ou de projeto que fez com que as
três Fases ficassem separadas e circundadas por um circuito ferromagnético, fechado
pela barra galvanizada. A priori, as consequências mais drásticas desse aquecimento,
dependendo das temperaturas alcançadas, é o envelhecimento precoce do epóxi,
permitindo, ao longo do tempo, a contaminação pela umidade e, eventualmente, um
curto‐circuito contra a Terra dentro do painel. A solução está na interrupção do circuito
magnético pela instalação de um separador de material isolante entre uma das
extremidades da barra e o uso de parafusos igualmente isolados. Para medições
radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da
emissividade para o epóxi pode variar de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM
Reporter PRO2000. Câmera: FLIR T‐300. Lente: 45° (18 mm).
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Barramentos de corrente contínua estão sujeitos aos mesmos problemas de conexão que
7.49 os de corrente alternada. Mas, além disso, podem ainda estar sujeitos à oxidação
adicional, principalmente no polo positivo devido à disponibilidade de elétrons e aos íons
na atmosfera, que podem ser atraídos e oxidarem os contatos. Devido a essa
característica, em muitos casos, as conexões são cobertas com vaselina sólida para tentar
minimizar esses efeitos. Por outro lado, as aplicações em corrente contínua normalmente
trabalham com tensões mais baixas e correntes mais altas, o que pode comprometer a
função antioxidante da vaselina. As recomendações de manutenção são as usuais:
desmonte e Inspeção Visual cuidadosa em busca de sinais de corrosão. Caso encontradas,
deve ser avaliado o tratamento de superfície nas faces corroídas. Em caso negativo,
limpeza cuidadosa para limpar eventuais oxidações. Reaperto com torquímetro. Para
eventuais medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente,
no caso do barramento acima, a emissividade é muito baixa (cobre estanhado). Assim, é
540 MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS
CAPÍTULO VII – SUBESTAÇÕES INTERNAS COMPONENTES EM BAIXA TENSÃO
FIGURA COMENTÁRIOS
necessário utilizar a emissividade das frestas, que pode variar de 0,75 a 0,85. Software:
FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Termograma com pouca profundidade de campo, focado apenas na conexão de interesse
7.51 e prejudicado pela interposição de grade metálica. Embora o termo Barra de Neutro
esteja mais relacionado a painéis de baixa tensão, engloba também o Neutro de
Transformadores. Assim sendo, deve ser observado que o depósito de pó sobre os
parafusos constitui a maior fonte de infravermelho, uma vez que o barramento é
estanhado. Mesmo assim, a fonte de aquecimento mais provável é a própria conexão
devido ao gradiente térmico decrescente ao longo da barra. É possível observar também
o efeito fresta na ponta da barra. Neste caso, procedimentos de intervenção padrão:
medição da resistência de contato nas três Fases (para referência) antes do desmonte,
Inspeção Visual cuidadosa e, na ausência de corrosão, limpeza, reaperto e nova medição
de resistência de contato. No caso de corrosão, avaliar a retirada da barra para
tratamento de superfície ou substituição. Na impossibilidade, manter acompanhamento
periódico por Termografia. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à
temperatura ambiente, o valor da emissividade para barramentos estanhados é crítico. É
necessário encontrar uma fresta, uma região com depósito de poluente ou aplicar uma
fita adesiva crepe ou isolante com alta emissividade. No caso, é possível utilizar o recurso
do pó depositado e utilizar uma emissividade entre 0,85 a 0,90. Software: ThermoCom
IRAnalyzer, Câmera: ThermoCom V384S. Lente: 22°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Termograma bem focado e razoavelmente enquadrado. Neste pequeno painel de
7.52 distribuição, a presença de uma Anomalia Térmica com 158 °C indica algumas situações
básicas: 1) Mau contato e oxidação severa dentro do terminal com baixa corrente; 2)
Consequente oxidação interna do cabo; 3) Cabo com sobrecorrente e já oxidado. As três
situações poderão acontecer sobrepostas, com exceção da baixa ou alta corrente. Deve
ser verificado também se é o caso de um circuito monofásico com sobrecorrente ou
eventualmente alguma corrente de fuga no equipamento cujo retorno é este cabo. De
qualquer maneira, o cabo deverá ser substituído assim que possível devido a eventual
envelhecimento precoce. Caso haja sinais de corrosão na barra, ela deverá ser substituída
ou, em um primeiro momento, ter a sua face oposta utilizada para fixação dos terminais.
Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Termograma bem focado e bem enquadrado. Na foto de controle na luz visível do
7.53
Termograma, é possível verificar que o terminal aquecido está conectado a um cabo nu
de cobre. Não há informações disponíveis sobre se pertencia ao aterramento da fábrica
ou se vinha da canaleta de cabos de alimentação. De qualquer maneira, e antes da
intervenção para manutenção, é recomendável que dentro de condições de segurança
aplicáveis, medir a corrente passante para avaliar a possível origem e causa do
aquecimento. Como há tensão presente, é necessário descobrir a origem para efetuar o
desligamento. No mais, e após desenergizada, procedimentos usuais: medição da
resistência de contato antes do desmonte, Inspeção Visual cuidadosa e, na ausência de
corrosão, limpeza, reaperto e nova medição de resistência de contato. No caso de
corrosão, substituir o conector e avaliar a retirada da barra para tratamento de superfície
ou substituição. Na impossibilidade, manter acompanhamento periódico por
Termografia. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura
ambiente, o valor da emissividade para conectores com poluente sobreposto pode variar
de 0,75 a 0,85. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000.
Lente: 24°.
aquecimento de uma anomalia térmica ge‐ São compostos por uma base onde os fusí‐
nuína, em um barramento refrigerado, é de‐ veis são fixados utilizando‐se a pressão cri‐
pendente da refrigeração. No caso de uma ada por uma mola para fechar o circuito.
falha, o comportamento se tornará imprevi‐ Possuem elementos internos calibrados de
sível. acordo com a capacidade e curva tempo x
corrente para o qual foram especificados e
Recomendações de Manutenção:
se comportam como simples resistores.
há diversas opções de intervenção mencio‐
nadas nos comentários. Como frequente‐
mente cargas maiores estão conectadas aos
barramentos, outros equipamentos poderão
ser afetados diretamente por uma falha ou
manutenção, causando, muitas vezes, desli‐
gamentos maiores que para o atendimento
de uma simples conexão frouxa. Basica‐
mente, cada caso deverá ser analisado com
as Gerências de produção e manutenção
para avaliar as repercussões, tempo de pa‐
rada, dificuldades operacionais na manuten‐ Figura 7.54 – Fusíveis NH.
ção e assim por diante.
Descrição Térmica: como resistores, os fusí‐
7.10 FUSÍVEIS NH
veis NH devem aquecer pela passagem de
corrente. Quanto mais próximo de sua capa‐
Descrição Técnica: fusíveis NH, de ação re‐ cidade nominal, mais aquecidos deverão es‐
tardada, tem como característica principal tar. É comum encontrar fusíveis trabalhando
baixa tensão e alta capacidade de interrup‐ próximo à sua capacidade nominal e ope‐
ção. São aplicados na proteção contra sobre‐ rando a temperaturas muito próximas de
correntes de curto‐circuito nas instalações 110 °C. A distribuição térmica deve ser ho‐
industriais e partidas de motores de grande mogênea.
porte onde não há soft‐starters instalados.
Exemplos:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Termograma bem focado e bem enquadrado. A foto na luz visível, por outro lado, traz
7.55
pouca informação de contexto para facilitar a localização de anomalia. Pela foto como
está, poderia ser qualquer base fusível. Neste caso, o mau contato está nas garras de
pressão que fazem o contato elétrico. Além do mais, são diversos contatos em paralelo
que dificilmente aceitam manutenção. Isso porque o ajuste entre áreas de contato é
crítico e temperaturas mais elevadas, que já podem ter sido alcançadas, normalmente
prejudicam a tensão das molas. A solução é a substituição do conjunto base‐fusível por
novos, uma vez que é sempre o par casado que deve ser substituído no caso de uma
anomalia ter sido detectada. Outra informação é que não se deve misturar fabricantes
diferentes de fusíveis em um mesmo circuito. Embora as especificações sejam as mesmas,
o comportamento dos fusíveis nunca é igual. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm
ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para garras de fusíveis
NH é normalmente baseado nas frestas que existem nos contatos com as lâminas. Nesses
casos, os valores podem variar de 0,75 a 0,85. Software: FLIR ThermaCAM Reporter
PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Figura 7.56 – Fusível esquerdo com defeito interno e direito sobre dimensionado.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Termograma bem focado e bem enquadrado, mas, e novamente, a foto na luz visível traz
7.56
pouca informação de contexto. A distribuição térmica do fusível da Fase Esquerda indica
que já houve uma “meia‐atuação” deste componente, fazendo com que esteja fora de
suas características. A providência adequada é a substituição. Avaliando a distribuição
térmica dos três fusíveis, podemos observar que o fusível da Fase do Meio está
uniformemente aquecido, mas o da direita está consideravelmente mais frio. Sabendo‐
se que é um circuito que alimenta um motor trifásico em delta, e em uma avaliação
superficial, poder‐se‐ia dizer que o comportamento térmico esperado para este circuito
seria de acordo com o fusível mais frio, da Fase da Direita. No entanto, uma Inspeção
Visual mais cuidadosa revela que a temperatura mais baixa é devida a este possuir uma
capacidade de corrente maior (o dobro) dos demais. Esse procedimento emergencial é
muitas vezes adotado em unidades fabris para retornar uma máquina parada o mais
rapidamente possível. No entanto, e para segurança do próprio sistema, os fusíveis
FIGURA COMENTÁRIOS
deverão ser substituídos pelas capacidades corretas na primeira oportunidade, sob o
risco de nova falha com a possível queima do motor alimentado por este circuito. No caso,
o fusível da esquerda deverá atuar mais rapidamente que o previsto por já estar
comprometido, e o da direita não deverá atuar por estar sobre dimensionado. Para
medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor
da emissividade para o corpo de porcelana dos fusíveis NH pode variar de 0,85 a 0,95.
Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 2
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Termograma bem focado e bem enquadrado. A distribuição térmica observada na Fase
7.57 do Meio é mais complexa que o usual, pois há diversos fatores influindo na avaliação
diagnóstica: é um circuito em paralelo, há poluente industrial (pó) depositado sobre o
barramento de cobre e há duas regiões mais aquecidas e praticamente com mesma
temperatura. Em uma distribuição térmica normal, o calor flui da maior temperatura para
a menor. De forma similar, objetos com a mesma emissividade, mas com temperatura
maior, irradiarão mais infravermelho. A configuração da Fase do Meio no Termograma,
apresenta um barramento em cobre nu e, portanto, de baixa emissividade. Há parafusos
e arruelas metalizados igualmente com baixa emissividade. A circulação de corrente,
responsável por qualquer aquecimento detectado, se divide entre os dois fusíveis –
teoricamente com as mesmas características resistivas – para após, somar novamente na
barra inferior e saída para os cabos. As diferenças entre as temperaturas são pequenas,
FIGURA COMENTÁRIOS
na ordem de 2,5 °C. Assim, a pergunta é: há uma anomalia nessa distribuição térmica ou
não? Como o circuito está energizado, não é possível efetuar uma limpeza ou aderir uma
fita adesiva com emissividade conhecida. Sendo assim, e para diminuir o erro das
medições e avaliação diagnóstica, é necessário supor que o fator de aumento da
emissividade do barramento de cobre (pó industrial) é homogêneo em todos os locais em
que está depositado. Partindo desse pressuposto, a origem do aquecimento é a conexão
da barra de descida da chave para a barra de divisão das correntes. Se a anomalia tivesse
sua origem no fusível da esquerda, seria de se esperar que tanto a arruela de conexão da
base como a face superior esquerda da barra de divisão de correntes estivessem tão
aquecidas quanto indica a área R3, o que não acontece. É possível que haja alguma
anomalia na inserção do contato do fusível esquerdo no corpo devido à marca mais
aquecida na fresta. Observar que uma pequena diferença no ajuste da Amplitude Térmica
no mesmo Termograma, abaixo e a esquerda, ou uma escolha inadequada de paleta de
cor podem levar a diagnósticos incorretos. A solução, quando do desligamento do
circuito, passa pela desconexão da conexão com a chave, medição da resistência de
contato de cada conexão e contato antes do desmonte, Inspeção Visual cuidadosa e, na
ausência de corrosão, limpeza, reaperto e nova medição de resistência de contato. No
caso de ocorrência de corrosão, substituir a barra ou tratar superfície se houver
ferramental e tempo hábil de desligamento. Como esta é uma situação que envolve
diversas variáveis, é recomendável, após a intervenção, efetuar nova Termografia sob
carga para avaliar o resultado obtido. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de
3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para barras de cobre cobertas
de pó pode variar de 0,70 a 0,85. Software: ThermoCom IRAnalayzer. Câmera:
ThermoCom V384S. Lente: 22°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Apesar de não estar em paralelo, a distribuição térmica deste fusível é similar ao caso
7.58 anterior. A chapa metálica de fechamento superior do fusível está coberta de pó, o que
aumenta a sua emissividade. O circuito alimenta um CCM onde a maioria das cargas
pesadas são motores trifásicos em delta, o que faz com que as correntes sejam
praticamente equilibradas. Assim, o aquecimento detectado, e que está presente
também no ressalto de extração inferior, tem sua origem interna ao fusível. Deve ser
lembrado que o corpo externo em porcelana, bem como a areia interna, funcionam como
isolantes térmicos. Neste caso específico, já é de conhecimento que este fabricante
produz fusíveis que sempre aquecem mais que os concorrentes. Sendo assim, a solução
para esta anomalia é a padronização dos fabricantes dos fusíveis. Para medições
radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da
emissividade para chapas metálicas cobertas de pós pode variar de 0,70 a 0,85. Software:
FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Fusíveis NH tem de estar expostos, sem nenhum objeto interposto entre a sua superfície
7.59
e a câmera infravermelha para permitir uma avaliação confiável pela Termografia.
Algumas soluções de proteção, como a do Termograma, prejudicam a Inspeção e também
o funcionamento dos fusíveis. Isso porque são projetados para operar segundo curvas de
tempo X corrente em uma determinada temperatura ambiente. Enclausurar os fusíveis
FIGURA COMENTÁRIOS
em caixas de acrílico, ainda que com perfurações na parte superior, não contribui nem
para as Inspeções e nem para o funcionamento correto desses componentes. Como já
apresentado no Volume 1, é possível verificar que o acrílico ou policarbonato são opacos
ao infravermelho para as temperaturas envolvidas. O que se pode ler pelos orifícios não
tem confiabilidade. A solução é a retirada antecipada à Inspeção da proteção para que a
avaliação possa ser feita com critério e exatidão. Não há como atribuir uma emissividade
para esta situação. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000.
Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Termograma bem focado e bem enquadrado. Com relação à Amplitude Térmica, este
7.61 caso fornece um exemplo de como a falta de um ajuste correto pode levar a um
diagnóstico impreciso. No Termograma (1) fica evidente a existência qualitativa de uma
anomalia grave na Fase Direita. No entanto, a imagem não mostra qual a origem do
aquecimento porque as temperaturas ultrapassam a faixa de Amplitude Térmica,
ajustada para um valor médio da Inspeção em curso. Isso pode ser constatado pela
presença dos sinais “>” ao lado das Áreas que apresentam as temperaturas máximas
presentes em seu conteúdo. Assim, e ajustando a câmera para Faixa Térmica
imediatamente superior, o Termograma (2) apresenta que a fonte do aquecimento é
interna à chave e não eventualmente na conexão com a barra. Qualitativamente a
questão está resolvida. Para saber a qual nível a temperatura está, é necessário um
novo Termograma em uma Faixa Térmica ainda maior. Nesse caso, o Termograma (3)
apresenta a temperatura final do contato interno, mas como se pode observar, a
imagem está comprometida devido ao ajuste automático, tendo o limite superior igual
ao limite inferior. Este ajuste incorreto mostra a Sensibilidade Térmica (NETD) do
sensor, como se pode ver no padrão diagonal do fundo da imagem, característica desse
modelo de câmera. Uma vez ajustados os limites inferior e superior, pode‐se observar
que praticamente nada do contexto da imagem térmica está presente no Termograma.
Isso se explica porque, para ler uma temperatura alta como a presente, o limite inferior
da imagem fica limitado ao mínimo de 200 °C, o que faz com que qualquer objeto
irradiando menos que o equivalente a 200 °C não seja detectado. É um ajuste que só
serve para a leitura de temperatura, mas que não traz nenhuma outra informação que
permita a identificação da anomalia. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de
3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para contatos severamente
oxidados e aquecidos pode variar de 0,85 a 0,95. Software: FLIR ThermaCAM
Researcher 2.10. Câmera: FLIR AGEMA 550. Lente: 20°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Termogramas bem focados, sendo que, com relação ao enquadramento, o inferior
7.62 está muito próximo. A justificativa para essa distância reduzida é que se tratava de
uma revisão da anomalia detectada no Termograma superior. No entanto, teria sido
melhor manter o enquadramento original. Este é um caso interessante porque, após
a anomalia ser descoberta, passaram‐se aproximadamente 15 minutos para a chave
falhar e causar um desligamento significativo na linha de produção. A equipe de
manutenção compareceu rapidamente à subestação que alimentava o setor afetado
e identificou o circuito causador do desligamento. Medindo a tensão entre Fases, foi
constatado que a Fase do Meio não apresentava tensão, o que correspondia à Fase
mais aquecida. Como o Inspetor de Termografia ainda estava nas proximidades, foi
chamado para verificar se havia detectado algo neste painel. Como esta
seccionadora apresentou um sobreaquecimento significativo (vide Termograma
superior), a equipe de manutenção confirmou a observação do Inspetor de que a
chave se encontrava parcialmente fechada. Isso pode ser visto no detalhe da foto de
controle superior, pela posição da trava do eixo de acionamento. Este modelo de
chave, quando “Fechada”, tem seu pino de trava no eixo de acionamento
posicionado na posição horizontal. Quando “Aberta”, a trava fica posicionada
verticalmente. Com a confirmação de qual a chave estava em situação de operação
anormal, a porta do painel foi fechada e, utilizando os equipamentos de proteção
individual adequados, foi aberta e fechada. A manobra foi possível porque as cargas
estavam desligadas. Uma vez efetuado o fechamento da chave, e ainda com as cargas
desligadas, a porta foi aberta novamente e as tensões entre Fases lidas para
FIGURA COMENTÁRIOS
confirmação de retorno da Tensão de frequência industrial. No entanto, após essa
operação, a Fase Esquerda se apresentou sem tensão. Isso obrigou a execução de
mais uma manobra, quando então as tensões foram normalizadas. Como demoraria
ainda pelo menos uma hora para que todo o processo industrial fosse retomado na
sua capacidade nominal, após uma hora e meia o Inspetor retornou para verificar o
estado da chave. O Termograma correspondente à situação térmica encontrada é o
inferior. Esta chave deverá ser inspecionada minuciosamente durante a próxima
parada programada tanto com relação ao funcionamento do mecanismo de
operação quanto ao estado dos contatos. Caso haja sinais de corrosão nos contatos,
deverão ser substituídos. Em caso contrário, procedimentos de limpeza e ajuste na
pressão dos contatos deverão manter a chave operacional. Na próxima Termografia,
deverá ser efetuado um Termograma de controle. Para medições radiométricas em
7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para
contatos elétricos expostos e aquecidos pode variar de 0,85 a 0,95. Software: FLIR
ThermaCAM Researcher 2.10, SnagIt 11, Câmera: FLIR T300. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Termograma bem focado, bom enquadramento e Amplitude Térmica correta. Algumas
7.63 seccionadoras trazem acopladas externamente fusíveis NH para a proteção do circuito
alimentado e redução do espaço necessário dentro dos painéis. Apesar dessa vantagem,
apresentam a desvantagem da proximidade física entre dois pontos susceptíveis de
aquecimentos, que são os contatos da própria seccionadora, e os contatos dos fusíveis.
Dessa forma, quando ocorre uma anomalia em um, o outro é facilmente atingido e,
eventualmente, prejudicado. O Termograma apresenta um caso em que o defeito interno
não fica caracterizado pela imagem térmica externa, uma vez que ambos, tanto o contato
do fusível como o contato interno da chave, podem estar gerando o aquecimento
detectado. Seria necessário retirar a proteção plástica para definir qual a origem do calor,
o que nem sempre é possível com a fábrica em operação normal. Neste caso, o
diagnóstico terá de ser complementado pela desconexão da chave e medição de
resistência de contato das três Fases para comparação e, se possível, eventual reparo.
Em muitos casos, o reparo pode custar mais que a substituição por uma chave nova.
Eventualmente a chave danificada poderá ser mantida para fornecimento de peças para
FIGURA COMENTÁRIOS
outra ocorrência similar. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à
temperatura ambiente, o valor da emissividade para material plástico pode variar de 0,90
a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura As duas chaves dos Termogramas são do mesmo modelo, diferindo apenas que uma
7.64 possui fusíveis NH externos e, na outra, foram substituídos por barras. No entanto, ambas
apresentaram problemas em seus contatos internos, não deixando muitas dúvidas
quanto à origem dos aquecimentos. No entanto, o Termograma inferior indica que este
tipo de chave, bem como outras semelhantes devem, se possível, ter suas câmaras
inspecionadas de forma a comprovar que os contatos internos estão em bom estado para
a carga no momento da Inspeção. Para sua manutenção, a menos que haja peças
sobressalentes, é mais provável que seja mais econômico a sua substituição por chaves
novas. Observar que no Termograma inferior o limite superior da Amplitude Térmica foi
ultrapassado, o que não prejudica o diagnóstico qualitativo. Para medições radiométricas
em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para
revestimentos à base de epóxi ou cavidades (como no caso da chave inferior) pode variar
de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000 e
FLIR AGEMA 550. Lentes: 24° e 22°.
Figura 7.65 – Chave Seccionadora com mau contato interno na Fase do Meio.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Termograma bem focado e bem enquadrado. Este modelo bastante comum de
7.65 seccionadora na verdade é apenas um adaptador de fusíveis NH com a função de
seccionar circuitos. Todos os fusíveis são inseridos ou retirados simultaneamente por
acionamento manual. O fato de ficarem encapsulados dentro do acionador não ajuda na
refrigeração e é comum encontrar anomalias internas nesse modelo. Como não é possível
a leitura direta do infravermelho irradiado pela conexão e/ou contato defeituoso, os
diagnósticos têm de ser efetuados por leituras em áreas próximas ou por inferência.
Nesses casos, apenas o diagnóstico qualitativo se aplica. A intervenção de manutenção
dependerá da abertura da chave e Inspeção cuidadosa para levantamento das causas.
Alguns modelos possuem bases sobressalentes, mas, e de qualquer forma, se a
substituição for a solução recomendada, deve‐se substituir base e fusível
simultaneamente. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à
temperatura ambiente, o valor da emissividade deverá ser ajustado para cada tipo de
encapsulamento. Neste caso, material plástico, pode variar de 0,85 a 0,94. Software: FLIR
ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Termograma bem focado e razoavelmente enquadrado. A distância poderia ser um pouco
7.66 maior para incluir informações do contexto. Este tipo de chave é conhecido também
como seccionadora fusível por justamente incorporar fusíveis NH entre os contatos fixo
e móvel de uma mesma Fase. Seu acionamento não é permitido sob carga e todos os
fusíveis são inseridos ou retirados simultaneamente por acionamento manual. O fato de
ficarem encapsulados dentro do acionador dificulta a refrigeração e é comum encontrar
anomalias internas nesse modelo. Como não é possível a leitura direta do infravermelho
irradiado pela conexão e/ou contato defeituoso, os diagnósticos têm de ser efetuados
por leituras em áreas próximas ou por inferência. Nesses casos, apenas o diagnóstico
qualitativo se aplica. Como é possível observar, há diversas anomalias entre contatos com
os fusíveis e conexão superior direita. A intervenção de manutenção dependerá da
abertura da chave e Inspeção cuidadosa para levantamento das causas. Alguns modelos
possuem bases sobressalentes, mas, e de qualquer forma, se a substituição for a solução
recomendada, deve‐se substituir base e fusível simultaneamente. Para medições
radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da
emissividade deverá ser ajustado para cada tipo de encapsulamento. Neste caso, material
plástico, pode variar de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000.
Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
556 MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS
CAPÍTULO VII – SUBESTAÇÕES INTERNAS COMPONENTES EM BAIXA TENSÃO
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Seccionadoras para altas correntes, como em fornos de fusão por indução, possuem
7.67 características similares aos modelos de menor corrente; só operam sem carga devido
aos arcos produzidos quando de operações sob carga, são dependentes das áreas de
contato para o bom funcionamento e podem aquecer com qualquer outro modelo. Os
pontos mais susceptíveis de aquecimento são os contatos, principalmente o móvel.
Especialmente no caso de grandes correntes, é fundamental a leitura da resistência de
contato antes e após a manutenção, em todos os contatos, mesmo os que não
apresentarem anomalias. Mesmo com uma baixa queda de tensão, um pequeno desvio
nas resistências pode gerar grandes aquecimentos. Para medições radiométricas em
7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, barramentos de cobre com pastas
condutoras, como é o caso, apresentam emissividades muito baixas e difíceis de aferir. A
saída é medir as temperaturas nos locais onde estejam presentes frestas ou locais muito
oxidados. Dessa maneira, o valor da emissividade para frestas em contatos de cobre
oxidados pode variar de 0,70 a 0,85. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000.
Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura
Termograma bem focado e bem enquadrado. O mau contato na conexão esquerda
7.69 superior pode ser de fácil solução se não estiver afetando os contatos internos. No caso,
abertura e Inspeção Visual cuidadosa deverão fornecer mais informação. Caso não haja
sinais de corrosão, os procedimentos são padrão: limpeza e reaperto. Se a fiação de
alimentação for flexível, a ponta do cabo deverá ser cortada. Em caso contrário, apenas
a limpeza eficiente já será suficiente. Em caso de corrosão, será necessário avaliar a
substituição do módulo ou da chave completa. Para identificar se há problemas internos,
é possível comparar as medições de resistência ôhmica das três Fases. Se houver
diferença, a possibilidade de uma anomalia interna é grande. É recomendável realizar
uma nova Termografia, nas mesmas condições de carga, após a intervenção para
confirmar que o procedimento empregado resolveu o problema. Para medições
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura
Termograma bem focado, mas mal enquadrado, uma vez que só apresenta o detalhe das
7.70 conexões sem dar uma visão de contexto da chave toda. Há duas anomalias nesta chave,
na mesma conexão: uma na conexão de força e outra na conexão auxiliar, ambas na
mesma Fase. Pela distribuição térmica apresentada, não é possível saber se o
aquecimento detectado é proveniente da oxidação do cabo ou se provém de um mau
contato interno. Nessa situação, um Termograma mais afastado forneceria mais
informações – por mostrar as câmeras dos contatos –, que permitiriam definir melhor a
causa do aquecimento. De qualquer maneira, a ponta afetada do condutor deverá ser
cortada até um trecho sadio do cabo. As duas conexões deverão ser revistas e, para
identificar se há problemas internos, é necessário comparar as medições de resistência
ôhmica das três Fases. Se houver diferença, a possibilidade de uma anomalia interna é
grande. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura
ambiente, deve ser considerado que a chapa metálica de fixação da fiação não apresenta
sinais visíveis de oxidação, o que dificulta sobremaneira a leitura de temperaturas. No
entanto, uma observação mais cuidadosa identifica uma arruela que está severamente
oxidada, no parafuso superior da direita. Além disso, há frestas entre a conexão metálica
e a parte mais aquecida do cabo da esquerda é recoberta por termoplástico. Em todas
essas situações, o valor da emissividade é alto e pode variar de 0,80 a 0,90. Software: FLIR
Image Builder, FLIR ThermaCAM Researcher 2.10, Câmera: SC‐2000. Lente: 24°
Anotações:
Análise de Consistência: chaves ro‐ deve ser aberta para verificação de estado.
tativas, como qualquer outra, podem apre‐ Se houver disponibilidade de peças sobres‐
sentar problemas em seus contatos internos salentes, os contatos devem ser substituídos
e externos. Nas conexões externas, o diag‐ ou o módulo trocado por um novo. Se as pe‐
nóstico é mais simples. Já para os contatos ças de reposição não estiverem disponíveis,
internos, a assimetria da distribuição tér‐ será necessária a substituição da chave.
mica da carcaça da chave é o fator indicativo
de anomalia. Uma dificuldade é que como 7.13 DISJUNTORES BT
são cilíndricas, nem sempre é possível visua‐
lizar os contatos das três Fases. Nesse caso,
é importante estar atento a pequenos aque‐
cimentos que eventualmente se propaguem
pelos cabos, de alimentação ou saída, e que
estiverem do lado oposto ao Inspetor. Pe‐
quenas assimetrias nos cabos podem indicar
problemas na conexão e, eventualmente,
nos contatos internos. Caso um lado da
chave não possa ser inspecionado devido a
não haver ângulo, ou devido à proximidade
de componentes energizados, essa restrição
deve ser anotada e comunicada à Gerência
responsável. Em qualquer situação, deve ser Figura 7.71 – Disjuntores.
lembrado que as distribuições de calor de‐
vem ser simétricas e compatíveis com a Descrição Técnica: um disjuntor é um dispo‐
carga no momento da Inspeção. sitivo eletromecânico projetado para operar
como um interruptor automático. Sua fun‐
Recomendações de Intervenção:
ção é proteger uma determinada instalação
problemas de mau contato externo são de
elétrica contra danos causados por curtos‐
solução simples: desmonte, Inspeção Visual
circuitos e, eventualmente, sobrecargas elé‐
cuidadosa na ponta do cabo e assentamen‐
tricas. Sua operação básica passa pela detec‐
tos. Na ausência de sinais de corrosão, lim‐
ção de uma anomalia na corrente elétrica,
peza e reaperto resolvem a maioria dos pro‐
que pode ser sobrecorrente ou curto‐cir‐
blemas. Caso seja detectada a presença de
cuito, acionamento de um gatilho e interrup‐
sinais de corrosão, a ponta do cabo deve ser
ção da corrente dentro de alguns ciclos, an‐
cortada e avaliada a possibilidade de trata‐
tes que os seus efeitos térmicos e mecânicos
mento de superfície ou substituição dos as‐
possam causar danos à instalação protegida.
sentamentos. Em caso negativo, deve ser
Difere dos fusíveis, que têm essas mesmas
feita a substituição do módulo ou da chave
características, pelo fato de poderem ser re‐
toda. Alternativamente, como as chaves
armados depois de atuarem, enquanto
possuem no mínimo 4 contatos, um contato
aqueles ficam inutilizados.
vago pode ser utilizado no local do defeitu‐
oso. No caso de anomalias internas, a chave
Descrição Térmica: em condições normais gas próximas à sua capacidade nominal. Al‐
de operação, os disjuntores não devem guns modelos possuem uma bobina interna,
apresentar nenhum ponto quente especí‐ permanentemente energizada, que pode
fico, embora possam se apresentar unifor‐ aparecer como área mais aquecida em sua
memente aquecidos quando sujeitos a car‐ carcaça.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Disjuntores de caixa moldada em epóxi são muito utilizados para correntes até 1000 A.
7.72 No caso destes Termogramas, é possível verificar duas anomalias térmicas nas paredes
laterais. As inferiores coincidem com os contatos internos e, no caso da esquerda, o
aquecimento superior coincide com uma conexão interna. O critério diferencial para
identificar uma anomalia ou não é a corrente instantânea. Se for próxima à nominal, é
esperado que haja alguma marca térmica nas laterais do disjuntor. Para confirmar se é
uma anomalia ou não, é necessário então, e se possível, verificar a parede do outro lado.
Caso também haja uma marca térmica semelhante em forma e intensidade, e a corrente
seja próxima da nominal, não é possível afirmar categoricamente que há um problema
interno. A única exceção é se a temperatura externa for maior que a máxima admissível
para o componente. A providência imediata é a retirada de operação e desmonte para
verificação interna. Caso possível, a substituição de alguns elementos poderá recuperar
o disjuntor. Em caso contrário, será necessária a sua substituição. Para medições
radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da
emissividade para epóxi pode variar de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter
PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Disjuntores de baixa Tensão para grandes e médias correntes, dependendo do modelo,
7.73 podem ter suas câmaras de extinção extraídas para confirmação de aquecimentos
internos. No Termograma superior, as setas vermelhas indicam os aquecimentos internos
maiores, e as setas amarelas os menores ou eventualmente normais para a carga
instantânea. Os aquecimentos detectados no topo das câmaras são produzidos pelas
correntes de convecção a partir dos contatos do disjuntor. No caso do Termograma
superior, a Gerência responsável não autorizou o bloqueio do disjuntor para a retirada da
câmara. No caso do Termograma inferior, o disjuntor foi bloqueado contra operações
intempestivas e sua câmara de extinção da Fase do Meio foi retirada. Com esse
procedimento, executado dentro das condições de segurança aplicáveis, foi possível a
visualização direta do aquecimento no contato do disjuntor. Através da imagem direta,
foi possível constatar que o a origem do aquecimento estava abaixo dos parafusos de
fixação dos contatos. Essa informação pode auxiliar na manutenção, uma vez que
determina onde atuar. É importante salientar que essa exposição dos contatos só pode
ser efetuada com o disjuntor travado e com a autorização da Gerência responsável e da
segurança do trabalho. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à
temperatura ambiente, as ranhuras das câmaras de extinção, bem como contatos ou
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Alguns modelos de disjuntor, além dos contatos e conexões internas usuais, possuem
7.74 bobinas de tensão ou corrente para acionar o disjuntor com variações de corrente ou
tensão previamente ajustadas e de acordo com as curvas desejadas. No caso, não é
possível saber do que se trata até a abertura do disjuntor. Conforme o projeto ou modelo,
poderá ser uma bobina ou uma conexão defeituosa, ou ainda os dois casos. De qualquer
maneira, a operação do disjuntor está sob suspeita e deve ser aberto para averiguação da
anomalia. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura
ambiente, revestimentos ou carcaças de epóxi podem variar de 0,85 a 0,94. Software: FLIR
ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Neste disjuntor de caixa moldada, a anomalia é bastante simples: mau contato na
7.75 conexão superior. Como são dois cabos em paralelo, pode haver um desequilíbrio de
corrente entre eles. No entanto, isso não é relevante, uma vez que o aquecimento atinge
as duas pontas dos cabos. Caso não se disponha de histórico anterior do comportamento
térmico deste disjuntor, é recomendável medir a resistência de contato nas três Fases
para confirmar que não há danos internos. Caso seja observada uma diferença maior que
2% entre os valores medidos, é recomendável uma Inspeção interna. Caso os valores não
ultrapassem esse percentual, a intervenção de manutenção é padrão: desmonte,
Inspeção Visual, limpeza e reaperto com torquímetro. Caso sejam detectados sinais de
corrosão, deve ser providenciado tratamento de superfície adequado ou substituição do
disjuntor. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura
ambiente, o valor da emissividade para metais refletivos é muito baixo. Neste caso, deve‐
se medir a temperatura considerando o calor irradiado pelas frestas entre cabo e
conector ou pelo termoplástico que está muito próximo da fonte de calor. Para essa
situação, a emissividade pode variar de 0,75 a 0,85. Software: FLIR ThermaCAM Reporter
PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Ao inspecionar os diversos equipamentos elétricos, muitas vezes o Inspetor se depara
7.76 com algo que desafia a sua compreensão. Focado nas imagens térmicas, e tendo que
continuamente compreender o que vê no infravermelho, a distribuição térmica dos
Termogramas causa desconfiança e surpresa. O Termograma superior foi efetuado ainda
com a proteção em policarbonato instalada, e na imagem térmica inferior, podemos
verificar os circuitos dos disjuntores sem essa proteção. Nesse caso específico, a borracha
de proteção da chaparia estava solta e caída sobre as três Fases do disjuntor do meio e
564 MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS
CAPÍTULO VII – SUBESTAÇÕES INTERNAS COMPONENTES EM BAIXA TENSÃO
também sobre a Fase Esquerda do disjuntor direito. Por um possível defeito de fabricação,
essa borracha isolante estava conduzindo entre Fases, expondo o painel à possibilidade
de um curto‐circuito franco. Como o estado de condução era desconhecido e inesperado,
foi necessário desligar o painel para a retirada segura da borracha. Para medições
radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da
emissividade para a borracha pode variar de 0,85 a 0,94. Software: Thermocom
IRAnalyzer. Câmera: ThermoCom V384S. Lente: 22°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura O enquadramento deste Termograma deixa a desejar por cortar parte das laterais,
7.78
embora a anomalia térmica esteja preservada. Alguns disjuntores só são acessíveis, e
ainda assim parcialmente, pela parte traseira do painel onde estão instalados. Neste caso,
apenas as câmaras de extinção são visíveis e as distribuições térmicas anômalas
detectadas são causadas pelas correntes de convecção a partir dos contatos internos.
Como não é possível medir a temperatura dos contatos, apenas a avaliação qualitativa
pode ser aplicada. A posição estratégica, os circuitos e máquinas dependentes devem ser
considerados na classificação de urgência de atendimento. Sabendo do modelo do
componente, é possível adquirir peças de reposição antes da intervenção, para o caso de
serem necessárias. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à
temperatura ambiente, as ranhuras das câmaras de extinção possuem emissividades que
podem variar de 0,85 a 0,90. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR
SC‐2000. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura O bom enquadramento deste disjunto permite que seja detectada uma anomalia interna
7.79 nas Fases da esquerda e do meio. Novamente não há como afirmar qual é o defeito
presente, se nas conexões internas, nos contatos ou em ambos os locais. Somente após
a abertura e Inspeção Visual será possível efetuar um diagnóstico definitivo. Para mais
detalhes sobre as classificações de intervenção e de manutenção aplicáveis, verificar os
FIGURA COMENTÁRIOS
casos anteriores. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à
temperatura ambiente, o valor da emissividade para epóxi pode variar de 0,85 a 0,94.
Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Figura 7.80 – Disjuntores motor de pequeno porte com anomalia interna e em conexões.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Disjuntores de pequeno porte, notadamente os modelos mais novos de disjuntor motor
7.80 podem apresentar anomalias da mesma forma que os de grande porte. Deve ser notado
ainda que na montagem utilizada no Termograma superior, não há espaço para a
circulação de ar entre os componentes. Esse tipo de arranjo contribui significativamente
para a atuação indevida desse tipo de disjuntor, devido à influência do calor de um
componente sobre o outro, além de reduzir sua vida útil. Neste caso, a conexão com o
componente inferior está comprometida e deve ser desmontada para Inspeção Visual,
verificação de corrosão, limpeza e reaperto com torquímetro. No caso da presença de
corrosão, os componentes devem ser substituídos. Adicionalmente, e se houver espaço
disponível, os componentes devem ser espaçados entre si para permitir uma melhor
refrigeração. No caso do Termograma inferior, deve ser observado que o disjuntor, além
de possuir uma anomalia interna, também não consegue uma refrigeração adequada por
estar encostado no componente ao lado. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou
de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, parafusos metalizados possuem emissividade
FIGURA COMENTÁRIOS
muito baixa. Neste caso, o parafuso apresenta‐se oxidado, o que facilita a medição por
elevar a emissividade do local. Mas caso estivesse em bom estado, a emissividade a ser
utilizada seria a do termoplástico ou epóxi à sua volta. Dessa maneira, o valor da
emissividade para frestas e cavidades com parafusos pode variar de 0,75 a 0,85. Já no
Termograma inferior, a emissividade deve ser ajustada para materiais plásticos, de 0,85
a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Apesar da foto de controle na luz visível estar nitidamente desfocada, este componente
7.81 apresenta uma anomalia interna seguida de carbonização do terminal inferior na Fase do
Meio. Como se trata de um componente de pequenas dimensões e de baixo custo, a
recomendação é a substituição. Já o cabo inferior deve ser decapado e inspecionado em
busca de sinais de oxidação. Pode estar ressecado e deverá ter sua ponta cortada até um
trecho utilizável. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à
temperatura ambiente, termoplásticos apresentam emissividades muito altas, na ordem
de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000.
Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Mais dois casos de anomalias internas em disjuntores de pequeno porte. A solução é a
7.82 substituição. Disjuntores pequenos não devem ser subestimados em sua importância. Em
muitos casos, podem parar uma linha de produção por deixarem de alimentar uma
simples bomba ou apagarem a iluminação em um setor. O custo de uma falha pode ser
muito alto e anomalias no seu funcionamento correto não devem ser deixadas para
atendimento posterior. Além do critério térmico, deve ser sempre avaliada a sua função
estratégica e repercussões no caso de uma falha. Para medições radiométricas em
7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, barramentos de cobre com pastas
condutoras, como é o caso, apresentam emissividades muito baixas e difíceis de aferir. A
saída é medir as temperaturas nos locais onde estejam presentes frestas ou locais muito
oxidados. Dessa maneira, o valor da emissividade para frestas em contatos de cobre
oxidados pode variar de 0,70 a 0,85. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000.
Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura No Termograma, o defeito no terminal mal prensado está se propagando por condução
7.83
à parte interna do Disjuntor. É possível verificar na foto de controle na luz visível que o
terminal já apresenta sinais de escurecimento por aquecimento e, se mantido em
operação, poderá danificar a ponta da fiação e afetar a atuação do disjuntor. A solução é
evidentemente a substituição do terminal, com a busca de uma região não oxidada do
cabo para prensar o novo. Eventualmente os componentes internos do disjuntor já
poderão ter sido afetados e, se houver histórico de atuação indevida, deverá ser
substituído por precaução. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à
temperatura ambiente, o valor da emissividade para termoplásticos pode variar de 0,85
a 0,94. Software: ThermoCom IRAnalyzer. Câmera: ThermoCom V384S. Lente: 22°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Termograma bem focado e bem enquadrado. O Termograma não permite definir se a
7.85 origem do aquecimento é a conexão do borne ou o terminal mal prensado. De qualquer
maneira, já foi afetado e necessita ser inspecionado. Eventualmente e devido ao baixo
custo, pode ser substituído diretamente sem sofrer manutenção. A ponta do cabo, por
sua vez, deverá ser decapada até ser encontrada uma região sem oxidação para ser
adicionado um terminal prensado. As demais Fases poderão igualmente receber um
terminal prensado para uniformização das conexões. Para medições radiométricas em
572 MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS
CAPÍTULO VII – SUBESTAÇÕES INTERNAS COMPONENTES EM BAIXA TENSÃO
FIGURA COMENTÁRIOS
7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para pontas
de cabo isolados em termoplástico, ou cavidades em bornes, pode variar de 0,80 a 0,85.
Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Em algumas aplicações, principalmente em painéis de proteção e/ou medição, os bornes
7.86
possuem fusíveis embutidos. Nesses modelos, há mais possibilidades de áreas de mau
contato devido à presença de encaixes dos fusíveis. Quando da localização de uma
anomalia térmica, os procedimentos são: Inspeção Visual, busca de sinais de corrosão e
verificação de pressão nas garras. Como salvo situações de emergência, esses
componentes não possuem manutenção, é mais seguro substituir a base embutida junto
com o fusível ou o borne todo. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm
à temperatura ambiente, o valor da emissividade para revestimentos plásticos pode
variar de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐
2000. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Bornes de uso industrial possuem uma vasta gama de capacidades de corrente e, no
7.87 entanto, nem por alguns serem dimensionados para correntes relativamente baixas,
deixam de eventualmente apresentar aquecimentos severos. O caso apresenta um borne
localizado com mais de 500 °C, já visualmente deteriorado e necessitando de intervenção
de emergência. O comportamento de uma conexão elétrica com mais de 500 °C não é
previsível e pode inclusive incluir risco de falha em frente ao Inspetor. Nesses casos, uma
vez efetuado o Termograma, deve‐se fechar o painel ou afastar‐se do local
imediatamente. Se houver um extintor de incêndio próximo, deve ser posicionado perto
da anomalia e a Gerência responsável deve ser comunicada imediatamente. A
interrupção do circuito deve ocorrer o mais rápido possível dentro de uma sequência que
permita o desligamento ordenado das cargas, máquinas ou equipamentos conectados a
essa fiação. Além do corte da ponta do cabo, os bornes adjacentes devem também ser
substituídos por motivos de segurança. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de
3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para termoplástico
carbonizado ou metal severamente oxidado pode variar de 0,85 a 0,95. Software: FLIR
ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura O caso indica um mau contato interno ao borne. Ainda não há sinal visível de
7.88 carbonização grave no terminal, o que permite supor que o primeiro ciclo de
aquecimento está se instalando. Como são componentes de baixo custo, é recomendável
a substituição dos terminais e bornes adjacentes. Da mesma forma, é importante decapar
o cabo antes de prensar os terminais, em busca de uma área não oxidada. Observar ainda
que há uma linha aquecida nos cabos superiores que é causada pelo reflexo do resistor
de aquecimento instalado à frente da régua de bornes. Para medições radiométricas em
7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para
cavidades em bornes pode variar de 0,85 a 0,90. Software: FLIR ThermaCAM Reporter
PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura É muito comum que os Assistentes Técnicos arrisquem procedimentos perigosos durante
7.89 uma Inspeção a fim de identificar melhor qual componente está sobreaquecendo. Essa é
uma dificuldade recorrente em Bornes porque nem sempre é fácil identificar qual é o
anômalo em uma série de terminações praticamente iguais. Ainda mais se não houver
uma identificação clara. Cabe também ao Inspetor de Termografia zelar pela segurança
da Inspeção e impedir que o Assistente Técnico se arrisque desnecessariamente. No caso,
a dificuldade de identificação poderia ter sido resolvida com uma mudança no ajuste
térmico da imagem, para posteriormente efetuar uma marcação indicativa na calha
plástica superior. Caso o Termovisor disponha de um Laser indicativo, deve ser lembrado
que muitas câmeras apresentam erros de paralaxe. Para corrigir isso, alguns
Termovisores indicam na tela onde o Laser está incidindo. A anomalia em questão já havia
comprometido o cabo e o borne deve ser substituído. Além do mais, é necessário decapar
a fiação até encontrar uma região não oxidada para prensar o novo terminal. Para
medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor
da emissividade para parafusos inseridos em bornes pode levar em consideração o
material plástico. Isso porque a temperatura é muito próxima a do parafuso. Então,
valores entre 0,75 a 0,85 são razoáveis. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000.
Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Muitos componentes em borneiras tem pequenas dimensões que dificilmente seriam
7.90 observados mesmo que carbonizassem. O Termograma acima apresenta um jump em
uma borneira de alimentação de um CLP. Apesar das pequenas correntes envolvidas,
desenvolveu uma temperatura significativa que pode levar ao comportamento errático
do CLP com custos de produção muitas vezes significativamente altos. Sem o uso da
Termografia, a sua localização pode também ser bastante trabalhosa e demorada, já que
não possui ainda a coloração alterada na luz visível. E essa demora tem custos
significativos. Os sinais de carbonização na etiqueta adjacente confirmam também que o
cabo já esteve a temperaturas mais altas. A solução passa pela avaliação da necessidade
de existência deste jump. Se for o caso de mantê‐lo operacional neste local, os bornes e
terminais adjacentes devem ser substituídos junto. Para medições radiométricas em
7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para
termoplásticos pode variar entre 0,85 a 0,94. Software: ThermoCom IRAnalyzer. Câmera:
ThermoCom V384S. Lente: 22°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura A régua deste equipamento é do tipo inserção, o que significa que sua conexão com a
7.92
fiação de alimentação se faz por meio de conexões aparafusadas externamente, e por
garras de inserção internamente. Neste Termograma, a parte externa da régua está em
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura A Amplitude Térmica de apenas 7 °C deste Termograma não permite muito contraste
7.93
entre os componentes presentes na imagem. No entanto, é o que representa as
temperaturas de interesse. Relés estáticos recebem sinais de corrente, tensão, digitais e
de comando da mesma forma que outros relés. As conexões com terminais prensados são
usuais, mas nem sempre estão em uma posição que facilite uma identificação clara de
uma anomalia. No Termograma, se pode constatar em destaque um aquecimento de
pequena intensidade na ponta de um cabo de alimentação, mas sem a possibilidade de
discriminar se a anomalia é no terminal prensado ou no borne. Por outro lado, é possível
também observar que o cabo que alimenta este terminal apresenta‐se aquecido na sua
continuidade, levantando suspeitas sobre uma possível oxidação interna. E, para
completar, há ainda mais um cabo com aproximadamente 30 °C que aparece aquecido
em um tom de cinza escuro. Mesmo valores baixos de temperatura requerem atenção,
porque podem fazer uma diferença entre a atuação correta ou não de um relé, com todos
os custos decorrentes. Os procedimentos são idênticos ao do caso anterior: desligamento
e desconexão do equipamento para averiguação das origens dos aquecimentos. Se a
causa do aquecimento for o terminal, corte da ponta do cabo e substituição. Se for a
conexão com o borne, Inspeção Visual cuidadosa para verificação de corrosão. Não
havendo sinais de corrosão, limpeza e reaperto deverão resolver. Deve‐se também
examinar o cabo em cinza escuro para verificar se está aquecendo por carga ou se já
apresenta sinais internos de oxidação. Em qualquer opção, é recomendável medir as
resistências de contato dos demais bornes para comparação, bem como do que
FIGURA COMENTÁRIOS
apresentou defeito. Caso haja corrosão, a recomendação é a substituição do borne. Para
medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor
da emissividade para cabos em termoplástico pode variar de 0,85 a 0,94. Software: FLIR
ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Relés Diferenciais são empregados normalmente em transformadores para detectar
7.94
falhas internas pelo desbalanceamento de correntes entre entrada e saída. Dependendo
da classe de precisão do relé, pequenas diferenças de corrente podem ser detectadas
que, evidentemente, geram também pequenas quedas de tensão. No caso do
Termograma, o aquecimento na régua de bornes pode causar uma atuação indevida com
o desligamento de toda uma fábrica ou de um setor inteiro. Normalmente conexões de
relés não são inspecionadas devido às pequenas correntes envolvidas. No entanto, cabe
aqui a consideração de que se pequenas correntes não gerassem grandes aquecimentos,
filamentos de lâmpadas incandescentes de 6 Volts não chegariam aos mil graus! Sendo
assim, em equipamentos estrategicamente importantes para o funcionamento da
fábrica, deve ser obrigatória a Termografia, independente da corrente nominal de
operação. No caso, os procedimentos de manutenção já foram descritos em inúmeros
casos anteriores: desligamento e desconexão do equipamento para averiguação das
origens dos aquecimentos. Se a causa do aquecimento for a conexão com o terminal,
Inspeção Visual cuidadosa para verificação de corrosão. Não havendo sinais de corrosão,
limpeza e reaperto deverão resolver. Deve‐se também verificar o estado do terminal com
os mesmos critérios. Caso haja corrosão e/ou oxidação visíveis, a recomendação é a
substituição do borne e/ou terminal. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de
3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para cabos, bornes e terminais
em termoplástico pode variar de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter
PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS 579
CAPÍTULO VII – SUBESTAÇÕES INTERNAS COMPONENTES EM BAIXA TENSÃO
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Controladores Lógicos Programáveis (CLPs) em bom estado não devem apresentar
7.95
aquecimentos incompatíveis com as cargas e sinais de controle que circulam. Como as
correntes e sinais de comando possuem normalmente correntes baixas, não é esperado
nenhum tipo de aquecimento além do gerado pela parte eletrônica em operação. Os
Termogramas apresentam o comportamento térmico esperado desses equipamentos em
bom estado. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura
ambiente, o valor da emissividade a ser utilizado irá variar de caso a caso. FLIR
ThermaCAM Researcher Pro 2.10. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Apesar das correntes muito baixas circulantes na cablagem de um CLP, muitas vezes o
7.96 contato elétrico é tão ruim que gera aquecimentos significativos. Sob essa contingência,
o mais preocupante é o comportamento errático que pode paralisar, em alguns casos,
uma linha de produção inteira se o CLP estiver controlando algum gargalo de produção.
No caso, apesar de tanto o Termograma como a foto de controle na luz visível estarem
desfocados, é possível perceber que os maus contatos ocorrem nas conexões em si, e não
nos terminais prensados. Como se trata de uma placa eletrônica com uma régua de
bornes soldada, nem sempre a manutenção é fácil ou há peças de reposição disponíveis.
Abertura, Inspeção Visual cuidadosa em busca de sinais de corrosão e, em caso negativo,
limpeza e reaperto, são as recomendações padrão. Dada a temperatura detectada, é
conveniente decapar o condutor para verificar a presença de oxidação. Caso encontrada,
a ponta do cabo tem de ser cortada até encontrar uma região em bom estado. Se sinais
de corrosão forem encontrados, a recomendação é a substituição dos bornes afetados,
bem como o corte das pontas da cablagem. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm
ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para bornes em material
plástico, mesmo com parafusos metálicos, pode variar de 0,75 a 0,85. Isso porque há
frestas entre a parte metálica de baixa emissividade e a parte plástica que tem alta
emissividade, o que permite o uso de um valor maior sem que ocorram grandes erros.
Software: ThermoCom IRAnalyzer. Câmera: ThermoCom V384S. Lente: 22°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Seis meses após a anomalia da 0 ser localizada, foi efetuada uma nova Inspeção, no
7.97
mesmo CLP. Como é possível observar, apenas o condutor inferior, em relação ao
Termograma anterior, teve a anomalia sanada. O cabo superior apresentou um valor de
temperatura um pouco acima do anterior, evidenciando que se houve intervenção de
manutenção, ela só foi parcialmente eficaz. Cabe a Gerência responsável verificar quais
procedimentos foram efetuados e corrigir as eventuais deficiências. Para medições
radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da
emissividade para bornes em material plástico, mesmo com parafusos metálicos, pode
variar de 0,75 a 0,85. Isso porque há frestas entre a parte metálica de baixa emissividade
e a parte plástica que tem alta emissividade, o que permite o uso de um valor maior sem
que ocorram grandes erros. Software: ThermoCom IRAnalyzer. Câmera: ThermoCom
V384S. Lente: 22°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura O Termograma apresenta uma situação em que a anomalia não está localizada na
7.99 superfície de contato das garras, mas sim em sua fixação na gaveta. Deve ser observado
ainda que uma área pintada do barramento de alimentação, Fase Amarela, está dentro
da área de contato elétrico da garra. No entanto, paradoxalmente, e para a corrente que
está sendo exigida pela gaveta no momento da Inspeção, esta incorreção que diminui a
capacidade de corrente do contato não está gerando nenhum aquecimento detectável.
A recomendação é a extração da gaveta para averiguação da causa do aquecimento. Por
MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS 583
CAPÍTULO VII – SUBESTAÇÕES INTERNAS COMPONENTES EM BAIXA TENSÃO
FIGURA COMENTÁRIOS
outro lado, a anomalia da área pintada está inserida na área de contato. Independente
se está gerando calor ou não no momento da Inspeção, deve também ser notificada à
Gerência responsável. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à
temperatura ambiente, o valor da emissividade para garras de metal nu deve ser baixo e
de difícil definição. Assim, é mais conveniente utilizar a emissividade para frestas entre
superfícies condutoras que, ainda mais se recoberta de poluente ou levemente oxidada,
pode variar de 0,70 a 0,85. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR
SC‐2000. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura O caso apresenta duas garras de inserção com praticamente a mesma temperatura. Duas
7.100
anomalias exatamente iguais é um evento raro que indica a necessidade de confirmação
de carga por Fase. Caso haja um desequilíbrio importante entre as duas correntes das
Fases Esquerda e Meio, em contraposição à corrente da Fase da Direita, é possível cogitar
de que o aquecimento detectado pode ser devido a esse desequilíbrio. Se esse
desequilíbrio é típico da carga alimentada ou não, o Assistente Técnico deverá informar
sob o risco de, na falta da informação correta, ser feito um diagnóstico incorreto. No caso
em questão, as correntes estavam equilibradas e ficou configurada a anomalia de
contato. A recomendação é extração e substituição da gaveta para continuidade
operacional. Na manutenção, deve ser verificada a pressão que as garras estão exercendo
e o estado dos contatos. Se for constatada a presença de corrosão, deverão ser
substituídos. Não deve ser deixada de lado a averiguação do estado da área de contato
no barramento onde as garras são inseridas. Caso haja sinais de corrosão, a solução pode
exigir a troca das barras. Se não for possível, o tratamento de superfície no local. Não é
recomendável, em hipótese alguma, a colocação de garras novas sobre um barramento
corroído, uma vez que as deficiências de contato tenderão a danificar a superfície nova
das garras. De maneira bastante similar ao caso anterior, para medições radiométricas
em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para
garras de metal nu deve ser baixo e de difícil definição. Assim, é mais conveniente utilizar
a emissividade para frestas entre superfícies condutoras que, ainda mais se recoberta de
FIGURA COMENTÁRIOS
poluente ou levemente oxidada, pode variar de 0,70 a 0,85. Software: FLIR ThermaCAM
Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura As garras de inserção do Termograma pertencem a um disjuntor extraível e trabalham
7.101
normalmente com correntes altas, na faixa dos 1.000 A. Como as correntes são
equilibradas, a anomalia fica evidente. Neste caso, o erro de projeto faz com que a área
de contato seja inferior à necessária para o dimensionamento de placa do disjuntor,
levando a problemas recorrentes. A solução é a substituição das garras e verificação
cuidadosa do estado do barramento de assentamento. Novamente é importante
ressaltar que não deve ser deixada de lado a averiguação do estado da área de contato
no barramento onde as garras são inseridas. Caso haja sinais de corrosão, a solução pode
exigir a troca das barras. Se não for possível, o tratamento de superfície no local. Não é
recomendável, em hipótese alguma, a colocação de garras novas sobre um barramento
corroído, uma vez que as deficiências de contato tenderão a danificar a superfície nova
das garras. De maneira bastante similar ao caso anterior, para medições radiométricas
em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para
garras de metal nu deve ser baixo e de difícil definição. Assim, é mais conveniente utilizar
a emissividade para frestas entre superfícies condutoras que, ainda mais se recoberta de
poluente ou levemente oxidada, pode variar de 0,70 a 0,85. Software: FLIR ThermaCAM
Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura O caso apresenta um disjuntor de inserção de 1.000 A com carga de
7.102 aproximadamente 75%. O ângulo disponível para visada fazia com que não fosse
possível identificar claramente se a origem do aquecimento era a garra de inserção
ou se a anomalia era interna ao disjuntor. Ao deslocar a câmera mais para a esquerda,
a conexão superior em 90° do barramento da Fase Amarela ocultava a garra de
inserção. E se o deslocamento fosse um pouco maior ainda para a esquerda, a imagem
conseguida era a mesma que pelo lado direito. Se o deslocamento fosse para o lado
direito, a conexão em 90° do barramento da Fase verde encobria as garras da Fase
Amarela. Ao ser tentada a visada inferior, os barramentos inferiores das Fases
Amarela e Azul ocultavam a garra. Dessa forma, não era possível um diagnóstico exato
mesmo se sabendo que havia uma anomalia evidente. Nesses casos, é importante
registrar a anomalia e deixar claro que pode ser em um local ou outro. A retirada do
equipamento permitirá os testes necessários para identificar a origem do
aquecimento. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à
temperatura ambiente, deve‐se escolher o valor da emissividade do que se aparece
aquecido, independente se for dele a origem ou não. No caso, o aquecimento visível
era no corpo do disjuntor em epóxi, onde se pode empregar valores de 0,85 a 0,94.
Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
é a substituição das garras. Para conserva‐ Descrição Técnica: utilizados para o trans‐
ção, a aplicação de uma fina camada de va‐ porte de potência entre os locais de distri‐
selina industrial pode ser conveniente em buição e as cargas em si, mais comumente
ambientes corrosivos. desde o painel de distribuição até as cargas.
Podem ser de diversas bitolas, constituídos
7.17 CABOS ou não de vários tentos, revestidos por ma‐
terial termoplástico isolante de acordo com
sua tensão nominal ou mesmo refrigerados.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Em alguns bandejamentos, os cabos são deixados aparentes para melhor ventilação. O
7.104
registro dessa anomalia é obrigatório e a detecção de cabos sobreaquecidos, acima de
sua temperatura nominal de 70°, normalmente é devida à presença de sobrecarga ou
erro de dimensionamento. Em alguns casos, podem‐se encontrar cabos com isolamento
ressecado e oxidações internas devido à infiltração de umidade. Situações transitórias
também podem ocorrer, sendo que a parte mais difícil é a identificação de a qual circuito
se refere o aquecimento detectado. O risco implícito é o cabo provocar o ressecamento
dos cabos adjacentes e com o tempo causar fuga para Terra, ou curto circuito entre Fases,
com eventual incêndio. Cada caso é um caso que deverá ser rastreado até a identificação
do circuito para definição de qual é o fato causador do aquecimento. Uma vez
identificado, a sua solução pode passar por substituição dos cabos, instalação de cabos
FIGURA COMENTÁRIOS
em paralelo ou divisão de carga entre circuitos. Casos de ressecamento e oxidação
deverão obrigatoriamente passar por substituição. Para medições radiométricas em
7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, deve‐se escolher o valor da
emissividade. Para revestimentos termoplásticos é geralmente alto, variando de 0,85 a
0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Além das dificuldades de identificação de qual circuito está sobreaquecido, em muitos
7.105 casos há a sobreposição de outros cabos para tornar o diagnóstico mais complexo.
Também de registro obrigatório, essa anomalia possui diversas opções como causa:
sobrecarga, erro de dimensionamento, quebra interna de tentos do cabo,
ressecamento e oxidação interna ou outra causa desconhecida. Os procedimentos são
idênticos ao do caso anterior: alertar para o risco implícito de ressecamento dos cabos
adjacentes e possível fuga para Terra ou curto‐circuito entre Fases, com eventual
incêndio. O caso que deverá ser rastreado até a identificação do circuito para definição
de qual é o fato causador do aquecimento. Uma vez identificado, a solução é:
substituição dos cabos, instalação de cabos em paralelo ou divisão de carga entre
circuitos. Casos de ressecamento e oxidação deverão obrigatoriamente passar por
substituição. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura
ambiente, deve‐se escolher o valor da emissividade. Para revestimentos termoplásticos
é geralmente alto, variando de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter
PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Neste caso de obstrução de visada, uma das causas possíveis é o mau contato nas demais
7.106
conexões dos cabos em paralelo (Ver Item 6.5, Estudo de Caso 8 – Condutores em
Paralelo). Neste caso, a primeira possibilidade a ser pesquisada é a da má conexão no
barramento. Depois de resolvida essa possibilidade, o estado do cabo deverá ser avaliado
para eventual substituição. Os riscos, anteriormente citados, de ressecamento dos cabos
adjacentes e possível fuga para Terra ou curto‐circuito entre Fases, com eventual
incêndio, não devem ser descartados. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de
3 – 5 µm à temperatura ambiente, deve‐se escolher o valor da emissividade. Para
revestimentos termoplásticos é geralmente alto, variando de 0,85 a 0,94. Software: FLIR
ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Apesar de um pouco fora de foco, o Termograma apresenta um caso raro em que um
7.107
cabo em paralelo apresenta um defeito interno afastado de uma de suas pontas. Não era
possível observar a continuidade do cabo devido este entrar em uma parte do painel
protegida por uma chapa metálica. A causa mais provável é a quebra de tentos internos
ou baixa qualidade do cobre. Eventualmente poderia haver alguma oxidação interna, mas
não é possível identificar a causa sem o decapamento do cabo. Além do mais, e dentro
da distância de segurança disponível entre a câmera e os cabos dentro do painel (como
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura O Termograma está bem focado e bem enquadrado, mas é insuficiente para um
7.108
diagnóstico preciso. O caso é interessante porque, no momento da Inspeção, não foi
possível comprovar que havia uma fuga de corrente para a grade aquecida. A
probabilidade maior é de que se tratasse de um aquecimento por indução devido ao cabo
estar encostando na estrutura metálica da grade. Em uma visada mais de perto, o
Inspetor constatou que o cabo efetivamente encostava na grade, mas sem que houvesse
sinal de fuga de corrente. A providência inicial foi afastar o cabo da tela metálica para,
em um desligamento programado, verificar o estado tanto do isolamento elétrico como
da resistência mecânica do cabo devido à alta temperatura que estava exposto. Por
medida de segurança, o cabo foi substituído. Eventualmente para um diagnóstico melhor,
seria necessário pelo menos mais um Termograma, obtido pelo lado direito da foto na
luz visível. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura
ambiente, a emissividade utilizada nesse cabo foi a da tinta da grade. Isso porque era o
local de acesso direto e que estava aquecido. Assim, se pode empregar valores de 0,85 a
0,94. Software: ThermoCom IRAnalyzer. Câmera: ThermoCom V384S. Lente: 22°.
Anotações:
Figura 7.109 – Anomalia em cabo refrigerado sem ângulo para definição exata.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura O caso apresenta um bom enquadramento mesmo nas condições em que o Termograma
7.109
foi obtido, pois entre os fundos do painel e a parede, não havia muito espaço para uma
visada melhor. Nessa imagem térmica, um trecho de cabo refrigerado apresenta uma
anomalia em um trecho de seu percurso. As causas possíveis são uma eventual quebra
interna ou má qualidade do cobre. Outra possibilidade é a de uma obstrução interna no
fluxo do líquido refrigerante. Essa é uma hipótese viável porque, assumindo que a carga
é aproximadamente a mesma nas três Fases, todo o trecho de cabo visível por esta visada
(de costas para a fonte, Fases R, S e T) da Fase T se apresenta com uma temperatura
(86 °C) maior que os demais das Fases S e R (34 °C). O que não é consistente nesta
imagem é que há um gradiente de temperatura para os dois lados, a partir da região mais
aquecida, como pode ser observado no detalhe ampliado no Termograma. Caso
houvesse uma falha interna no cabo, e o fluxo de fluido refrigerante fosse normal, apenas
a partir de um determinado ponto haveria o aquecimento do cabo. Como há um
gradiente para ambos os lados, é possível supor a ocorrência de uma contingência dupla:
há uma anomalia interna no condutor dentro do cabo refrigerado e, ao mesmo tempo,
uma diminuição severa no fluxo de líquido refrigerante, a tal ponto que a geração de calor
interno consegue aquecer o líquido mesmo indo no contra fluxo. A solução é a
substituição do cabo e abertura para averiguação da causa. Para medições radiométricas
em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade a ser
utilizado é o da mangueira ou cabo refrigerado, que pode variar entre 0,85 a 0,94.
Software: FLIR ThermaCAM Researcher PRO 2.10. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Dos três Termogramas, apesar de todos estarem bem focados no térmico, apenas o
7.110
segundo apresenta uma visada identificável pela foto de controle na luz visível. Cabos
refrigerados são utilizados para aplicações que necessitam grandes correntes, como em
pinças de solda‐ponto na indústria automobilística. Com a circulação contínua de fluido
refrigerante, apenas casos graves de defeitos internos conseguem aquecer a superfície
externa dos cabos por estarem com a anomalia encostando internamente na parede do
cabo, porque há obstruções internas no fluxo do fluido ou ainda porque são tão intensas
que o fluido não consegue refrigerar. Nesses casos, a tendência é de que as marcas
térmicas não sejam pontuais, mas sim que sigam a direção do fluxo interno de fluido.
Por outro lado, a tendência é que essas anomalias externas arrefeçam rapidamente com
a interrupção da corrente de carga, já que o fluxo de fluido refrigerante é contínuo. O
Termograma superior indica que a falha está na região de retorno do fluido (direção
ascendente do gradiente de temperatura) e o Termograma inferior indica que a falha é
na direção descendente da circulação do fluido. Já o caso do Termograma do meio indica
uma parte interna contínua do cabo sobreaquecendo. Nesta situação, deve ser
verificado também se não há um desequilíbrio de corrente entre a formação interna dos
cabos. De qualquer maneira, a Inspeção desses equipamentos deve ser feita durante a
operação dos equipamentos atrelados a esses cabos. A solução é a substituição dos
cabos e abertura para verificação do estado interno. Para medições radiométricas em
7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade a ser
utilizado é o da mangueira ou cabo refrigerado, que pode variar entre 0,85 a 0,94.
Software: FLIR ThermaCAM Researcher PRO 2.10. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura O Termograma poderia ter sido obtido a partir de uma distância um pouco maior do
7.111
objeto de interesse para permitir uma visualização melhor do contexto da anomalia. No
entanto, a observação atenta da distribuição térmica nesta imagem permite concluir, a
partir deste lado da instalação, que os cabos não apresentam aquecimento além do
esperado para a carga presente no momento da Inspeção, enquanto que o perfil
metálico sobre o qual estão apoiados possui um aquecimento significativo e perigoso
para o isolamento termoplástico. Independente da causa do aquecimento, não é
recomendado, em nenhuma hipótese, apoiar cabos elétricos diretamente sobre perfis
metálicos que possam conter cantos vivos ou rebarbas. A instalação correta seria no
mínimo uma pequena plataforma levemente arredondada, livre de arestas cortantes ou
rebarbas, para apoiar os cabos. No caso, a primeira possibilidade a ser descartada é a
indução de correntes parasitas. Isso porque os cabos das três Fases estão todos dentro
do retângulo metálico fechado pelos perfis, o que faz com que os campos magnéticos se
anulem. Além do mais, e supondo uma resistência elétrica homogênea no perfil, seria
esperado, no caso de indução, que todo o perfil estivesse mais aquecido, e não apenas
uma lateral. A causa que resta é a fuga de corrente a partir de algum dos cabos através
de uma isolação danificada. O fator inexplicado é como é possível uma fuga de corrente
para a Terra, em um espaço de cabo tão curto, afetar apenas o perfil metálico e não cabo
em si. Eventualmente o aquecimento no cabo poderia estar oculto pela visada sem
FIGURA COMENTÁRIOS
acesso ao lado posterior do perfil metálico. A equipe de manutenção informou que ao
efetuar o desligamento para intervenção, encontrou os cabos ressecados e
carbonizados, o que reforça a tese de isolamento baixo. Os cabos danificados tiveram
suas pontas cortadas e o apoio foi melhorado a fim de evitar outra ocorrência deste tipo.
Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente,
deve‐se escolher o valor da emissividade do que se aparece aquecido, independente se
for dele a origem ou não. No caso, o aquecimento visível era no corpo do disjuntor em
epóxi, onde se podem empregar valores de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM
Researcher PRO 2.10. Câmera: FLIR AGEMA 550. Lente: 20°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura O Termograma apresenta um caso onde, aparentemente, ocorriam duas anomalias. A
7.112
primeira é o cabo que pode estar quebrado internamente ou com fuga de corrente pelo
seu isolamento em termoplástico. A segunda anomalia é o isolador da barra da esquerda
que eventualmente estaria com fuga para a Terra. Como as duas anomalias estão do
lado oposto ao de acesso ao painel e não havia como inspecionar visualmente os
componentes, o diagnóstico é conservador, sendo recomendada a Inspeção Visual
cuidadosa do cabo e de sua formação para averiguar se não está com o isolamento
rompido ou com tentos partidos. Em qualquer das duas situações, o cabo deverá ser
substituído. Com relação ao isolador, pode ser testado, mas como é um componente de
fácil substituição e barato, a recomendação é a substituição dos três isoladores. O teste
pode ser efetuado a fim de comprovar o diagnóstico, mas com o cuidado de ser efetuado
após os isoladores terem ficado expostos ao ambiente e serem testados com umidade
relativa do ar alta. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à
temperatura ambiente, o valor da emissividade é o de termoplásticos, onde se podem
empregar valores de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000.
Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura O Termograma é bastante confuso, mas evidentemente, não por erro do inspetor. Alguns
7.113
ambientes industriais, muitas vezes por necessidade de produção ou por dificuldades de
orçamento, não possuem as instalações limpas como seria de se desejar. Ou, e como já
ocorreu em mais de uma instalação, alguma falha em um equipamento de produção
comprometeu a limpeza de diversas instalações com pó de produção ou de resíduos.
Acidentes operacionais deste tipo fazem com que as instalações elétricas, notadamente
leitos de cabos muitas vezes suspensos próximo ao teto do galpão industrial, acumulem
detritos a um nível perigoso. No caso, o retângulo amarelo na foto de controle na luz
visível destaca a área coberta pela lente do Termovisor. A quantidade de resíduos
industriais observada é muito grande, prejudicando não só a visada dos cabos como
também constituindo uma camada de isolante térmico que prejudica seriamente o
resfriamento natural dos cabos e sua vida útil. No caso de resíduos de celulose ou de
outro material combustível, as chances de incêndio aumentam significativamente, e no
caso de um sinistro, a seguradora pode se recusar a pagar devido à falta de manutenção
adequada às instalações, por desleixo ou contingências diversas. No caso, a Gerência
responsável foi informada e foi programada uma parada para limpeza das instalações e
outra Inspeção para verificação do estado da cablagem. Neste, para medições
radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, deve‐se escolher
um valor de emissividade compatível com o tipo de resíduo encontrado. De qualquer
maneira, misturado com pó, seu valor será alto, podendo ser utilizados valores de 0,85 a
0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Os dois casos acima apresentam situações comuns em qualquer instalação industrial.
7.114
Apesar da maioria da cablagem de força seguir por bandejamentos suspensos, é comum,
em algumas circunstâncias, que alguns sejam confinados a tubulações ou caneletas sem
muita, ou nenhuma, refrigeração natural. No Termograma superior, a proteção
adicionada à tubulação revela uma falha interna pontual na cablagem de alimentação do
motor. A solução para este caso é a abertura da tubulação para verificação do estado do
cabo com, além de uma Inspeção Visual, alguns testes elétricos adequados como
resistência de isolamento. Já no Termograma inferior, pode ser necessário verificar o
trajeto da eletrocalha que traz os cabos. Fica evidente também que pelo gradiente de
temperatura após deixarem o confinamento, o aquecimento detectado se deve ao efeito
cumulativo do agrupamento dos cabos. Isso porque, ao passarem para o ar livre, todos
os cabos baixam suas temperaturas individualmente. O maior problema aqui é que a
temperatura alcançada ultrapassa a temperatura mais comum de operação que é 70°. A
menos que se trate de cabos com outra classe de temperatura, o envelhecimento
precoce é praticamente certo, com o desenvolvimento de problemas adicionais como
curtos‐circuitos e ressecamento das camadas isolantes. O procedimento de manutenção
deve incluir Inspeção Visual cuidadosa, redistribuição e/ou substituição de cabos ou
modificação na forma de condução deles. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou
de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade é o de revestimentos
FIGURA COMENTÁRIOS
termoplásticos e se podem empregar valores de 0,85 a 0,94. Software: ThermoCom
IRAnalyzer e FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmeras: ThermoCom V384S e FLIR
SC‐2000. Lentes: 22° e 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Dentro de painéis elétricos, a forma padronizada de organizar a cablagem é através de
7.115
canaletas plásticas. Apesar de não serem fabricadas com materiais transparentes ao
infravermelho, muitas vezes o aquecimento dos cabos encostados às tampas passa por
condução para o lado externo. No entanto, isso não é uma garantia, porque a grande
maioria dos cabos não encosta na tampa e nem sempre a canaleta está repleta de fiação.
No caso, é possível observar um aquecimento que pode ser normal, ou aceitável, e
esperado ou não. Será necessário retirar a tampa da canaleta, identificar o circuito e
FIGURA COMENTÁRIOS
verificar o seu dimensionamento, regime de operação, corrente nominal e instantânea.
Caso encontre‐se compatível com o dimensionamento, a imagem térmica deverá ser
considerada normal. Caso haja sobrecarga, ou a corrente esteja abaixo de 70% da
capacidade nominal do condutor, a situação deverá ser analisada para verificar se o
comportamento pode ser transitório ou permanente. Em qualquer dos casos, o
dimensionamento deverá ser revisto para garantir a segurança operacional e da fiação
adjacente. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura
ambiente, deve‐se utilizar o valor da emissividade da canaleta ou, em alguns casos, do
termoplástico visível por alguma fresta. De qualquer maneira, os dois terão valores muito
próximos e se podem empregar valores de 0,85 a 0,94 sem que sejam cometidos erros
significativos. Software: ThermoCom IRAnalyzer. Câmera: ThermoCom V384S. Lente: 22°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Muitos cabos carregam as três Fases simultaneamente e, eventualmente, o neutro. O
7.116
caso apresenta uma situação em que é possível haver quebra interna sem que seja
possível identificar qual condutor está danificado. A solução é, em um primeiro
momento, a confirmação de que o dimensionamento e regime de operação estão
corretos e, a seguir, a substituição ou, na impossibilidade imediata, uma emenda com
conectores ou soldada. Uma Termografia posterior é altamente recomendada para
confirmar que o procedimento foi bem‐sucedido. Para medições radiométricas em
7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade é o de
termoplásticos, onde se podem empregar valores de 0,85 a 0,94. Software: FLIR
ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Cabos de potência de pequenas dimensões podem também conter anomalias, ainda
7.117
mais pela facilidade de as oficinas de manutenção reutilizarem sobras de cabos de
outras instalações. A regra é não utilizar trechos de cabo sem saber se se encontram
em boas condições. Um trecho de cabo curto, caso esteja instalado em uma zona de
gargalo de produção, pode parar toda uma linha de produção com eventuais prejuízos
de produtos, energia, homens‐hora e assim por diante. A solução é a simples
substituição. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura
ambiente, o valor da emissividade é o de termoplásticos, onde se podem empregar
valores de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐
2000. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura A partir do cheiro de termoplástico carbonizado, foi efetuada uma busca em todas as
7.118
caixas de passagem na subestação principal de uma fábrica. A única anormalidade
encontrada foi a distribuição anômala de temperaturas presente no Termograma que
sugere que, em algum tempo, a sobreposição de um cabo afetou o isolamento dos demais.
A imagem na luz visível não é clara o suficiente para definir qual o cabo causou essa
anomalia nos cabos, sendo que, por segurança, nenhum cabo foi deslocado ou tocado.
Conforme a numeração atribuída na foto de controle na luz visível, o cabo suspeito de
MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS 599
CAPÍTULO VII – SUBESTAÇÕES INTERNAS COMPONENTES EM BAIXA TENSÃO
FIGURA COMENTÁRIOS
causar as anomalias nos cabos 2 e 4 é o de número 5, embora a posição relativa no
momento da obtenção do Termograma não justifique os aquecimentos detectados. Deve
ser notado também que a temperatura medida no ponto mais aquecido do cabo suspeito
(5: 30,4 °C.) é inferior a das anomalias (4: 34,6 °C.). Isso indica que realmente, em algum
ponto da história destes cabos, estavam em contato e que o excesso de aquecimento no
cabo 5 deve ter danificado os adjacentes. Outras causas teriam de incluir a abrasão entre
todos os cabos e o de número 5 ou o decapamento, o que não foi possível comprovar no
momento da Inspeção. A solução necessitará de um desligamento geral, a identificação
dos circuitos dos cabos, a verificação criteriosa dos danos já ocorridos e a avaliação da
possibilidade de reisolamento por fita auto fusão e isolante. Na impossibilidade, será
necessária a confecção de uma emenda ou substituição. Para medições radiométricas em
7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade é o de
termoplásticos, onde se podem empregar valores de 0,85 a 0,94. Software: FLIR
ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR AGEMA 550. Lente: 20°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Os Termogramas apresentam um caso que foi descoberto por acaso. O pessoal da
7.119
limpeza notou que uma parte do chão dessa subestação abrigada estava mais aquecido.
Ao serem inspecionadas as caixas de passagem de cabos, foram encontradas
temperaturas de até 108 °C no interior dos tubos metálicos de passagem dos cabos.
Como é possível verificar tanto nos Termogramas como na foto de controle na luz visível,
há tubos com dois cabos passados e outros com mais cabos por tubo. Isso cria um
desequilíbrio entre os campos magnéticos dos cabos, criando correntes parasitas que
circulavam por caminhos aleatórios entre os tubos. (Ver o Item 8.10 – Correntes parasitas
ou de Foucault). Houve, após esta Inspeção, o depoimento de um técnico que, antes da
substituição dos cabos, foi verificar o estado visual e encontrou vapor d’água saindo de
uma das caixas de passagem. Na próxima parada, todos os cabos foram substituídos e
ordenados corretamente nos tubos metálicos, fazendo com que o aquecimento
desaparecesse. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm, à
temperatura ambiente, o valor da emissividade é o de termoplásticos, onde se podem
empregar valores de 0,85 a 0,94. Para as medições nos tubos, encontravam‐se bastante
sujos, o que permitia o uso da mesma emissividade. Software: FLIR ThermaCAM Reporter
PRO2000. Câmera: FLIR AGEMA 550. Lente: 204°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Cabos refrigerados que partem de barramentos podem conter imagens térmicas
7.120 refletidas, como o caso deste Termograma. Observando apenas a imagem térmica,
há duas conexões e dois tubos de arrefecimento. Mas na foto de controle na luz
visível, há apenas uma porque, mesmo coberto de poeira, o barramento de cobre
ainda é refletivo. Uma análise mais cuidadosa da imagem térmica permite concluir
que a distribuição térmica observada não é consistente com a temperatura da
conexão do cabo refrigerado. Como a conexão da mangueira do fluido refrigerante
está mais fria que a conexão, e a continuidade do cabo também, é possível concluir
que a causa do aquecimento deve estar localizada na área interna do conector com
a parte ativa do cabo. Se o fluxo do fluido fosse na direção oposta à utilizada, o
cabo deveria apresentar uma temperatura maior e o tubo do fluido uma
temperatura menor, o que não é o caso. Por outro lado, o aquecimento ainda não
atingiu uma intensidade suficiente para que o fluxo de fluido não consiga efetuar
uma troca térmica suficiente de tal forma que o aquecimento atinja a superfície
isolante do cabo. A solução é o desmonte da conexão, Inspeção Visual e verificação
da possibilidade de reparo. Em caso negativo, a recomendação é a suspensão. Para
medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente,
deve‐se escolher o valor da maior emissividade disponível que é a das frestas entre
o barramento e a mangueira/cabo refrigerado. Nesse caso, podem ser utilizados
valores de 0,75 a 0,85. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera:
FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Apesar serem observáveis com alguma facilidade por câmeras infravermelhas com taxa
7.121
de atualização maior ou igual a 30 quadros por segundo, as correntes de convecção em
cabos são de difícil representação gráfica. No exemplo, obtido a partir de uma filmagem
radiométrica em um painel de baixa tensão operando próximo ao limite de projeto de
40 °C, a função isoterma é utilizada para destacar as diferentes formas que as ondas de
calor assumem ao se deslocar subindo pelos cabos. A isoterma verde representa a curva
de temperatura de 0,5 °C, sempre entre 63,5 e 64,0 °C, em intervalos que variam de 0,2
a 0,3 seg. Assim, é possível detectar que apesar de invisíveis, essas correntes de
convecção contribuem para o aquecimento final na conexão do cabo com o barramento.
Neste caso em específico, o mau contato estava na conexão dos cabos indicados com as
barras de saída. Procedimentos padrão de manutenção, já comentados em uma série de
FIGURA COMENTÁRIOS
casos anteriores e, adicionalmente, instalação de ventilação forçada no painel a fim de
baixar a temperatura de operação. Neste caso, foi utilizada a emissividade de 0,85.
Software: FLIR ThermaCAM Researcher PRO 2.10 e FLIR Image Builder 5.0. Câmera: FLIR
SC‐660. Lente: 24° Taxa de atualização: 30 quadros por segundo.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Instalações e circuitos menores em relação à produção industrial pesada, como cargas de
7.122
iluminação, muitas vezes recebem tratamento de qualidade inferior por omissão dos
empreiteiros, tanto durante a instalação como em eventuais manutenções e ampliações.
Nos casos, emendas foram acrescentadas à fiação contida nos leitos de calha e
convenientemente cobertas com as tampas das eletrocalhas. Por ocasião da Inspeção
Termográfica, o Assistente Técnico optou por retirar as tampas para verificar o estado das
fiações e o resultado encontrado apresentou emendas com temperatura superior à
nominal dos cabos empregados. Essas temperaturas põem em risco cabos adjacentes e são
causas comuns de incêndios. A solução passa pela substituição da fiação e, na eventual
impossibilidade, na execução de novas emendas efetuadas com critérios técnicos
adequados e preferencialmente estanhadas. Os cabos adjacentes também devem ser
inspecionados para verificar danos eventualmente ocorridos anteriormente pela anomalia.
FIGURA COMENTÁRIOS
É importante destacar que, havendo outras emendas nesse emaranhado de fiação, caso
estejam em uma Fase de baixa do ciclo de falha, ou estejam com carga baixa no momento
da Inspeção, passarão despercebidas na Inspeção. É importante garantir a carga plena
durante a Inspeção e a periodicidade adequada para diminuir ao máximo a chance de
ocorrência deste tipo de anomalia. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de
3 – 5 µm à temperatura ambiente, deve‐se escolher o valor da emissividade típico para
termoplásticos, podendo‐se empregar valores de 0,85 a 0,94. Software: ThermoCom
IRAnalyzer. Câmera: ThermoCom V384S. Lente: 22°.
sua vida útil reduzida. Assim, é importante 7.17.2 Cabos de comando em esteiras
verificar a presença de envelhecimento pre‐ articuladas
coce nos cabos para programar a sua substi‐
tuição. Nos casos de uma anomalia pontual
em algum trecho do condutor, a causa mais
provável é a quebra de tentos em cabos fle‐
xíveis ou deficiência de material em cabos rí‐
gidos. A solução será sempre a substituição
do cabo com a eventual confecção de
emenda temporária. Nos casos de aqueci‐
mento nas pontas dos cabos, o corte dessas
pontas, até que se encontre uma região em Figura 7.123 – Cabos de comando em esteiras
bom estado, normalmente resolverá o pro‐ articuladas.
blema. No entanto, é importantíssimo não
utilizar o mesmo terminal anteriormente ins‐ Descrição Técnica: cabos de comando são
talado devido à possível existência de corro‐ especificamente flexíveis, destinados a levar
são mesmo a condição não visível. Para os e trazer sinais elétricos para acionamento de
cabos simplesmente lançados em calhas, contatores remotos, sinais de CLPs e/ou
deve‐se ter atenção para que a refrigeração medições de situação ou estado de um
natural seja mantida e para que não sejam determinado componente, através de
feitas emendas. Cabos refrigerados, por sua micro‐switches. Usualmente são portadores
vez, e se a causa do aquecimento for obstru‐ de correntes muito baixas e, devido a essa
ção no fluido refrigerante, poderão ser recu‐ característica, normalmente ignorados nas
perados caso a obstrução seja removida e o Inspeções Termográficas. Quando são
isolamento não tenha sido afetado. No caso dispostos sobre esteiras flexíveis ou arti‐
de cabos com mais de uma Fase e com a ori‐ culadas, agrupados ou isoladamente, devem
gem do sobreaquecimento sendo sobrecor‐ ser presos, mas com um grau de liberdade
rentes, deverão ser substituídos na sua inte‐ aceitável, para permitir a sua movimentação
gralidade devido à possibilidade de curtos ao longo do eixo escolhido. São normal‐
entre Fases. mente responsáveis pelo funcionamento e
operação de máquinas de porte variado,
mas que possuem quantidades de produção
não desprezíveis. Uma parada intempestiva
pode custar muito caro. Sua operação típica
é de extensão e enrolamento periódicos,
com frequências variáveis de acordo com o
ciclo de produção da máquina.
Descrição Térmica: os cabos de comando
não devem aquecer de maneira significativa
e, quando for o caso, devem apresentar pe‐
quenos aquecimentos uniformemente dis‐ atendida, uma vez que uma falha pode parar
tribuídos ao longo de seu percurso. Qual‐ uma máquina, inviabilizando a produção até
quer anomalia pontual na distribuição tér‐ que seja encontrada e resolvida.
mica desses cabos deve ser prontamente
Figura 7.124 – Cabos de comando sobre esteira flexível com distribuição térmica linear.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Dada a baixa amplitude térmica desta imagem, de apenas 2 °C, o Termograma apresenta
7.124
esta granulação devido ao ruído térmico do sensor. Mesmo assim, é possível constatar
que a esteira de cabos de comando não apresenta anomalias detectáveis ao longo de sua
extensão. Esta é uma análise um pouco trabalhosa, devido a que a máquina continua em
operação e nem sempre é simples conseguir uma imagem que represente o estado dos
cabos na esteira. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à
temperatura ambiente, deve‐se utilizar o valor da maior para termoplásticos, entre 0,85
a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Figura 7.125 – Cabos de comando sobre esteira flexível com anomalia térmica.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura A localização de uma anomalia térmica em um cabo em operação, sobre uma esteira em
7.125
movimento, muitas vezes incessante e rápido, é uma tarefa que exige a câmera correta,
muito provavelmente um tripé, muita paciência e ângulo. A eventual anomalia pode estar
em qualquer parte do cabo, que vai dobrando e desdobrando continuamente, seguindo
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Cabos sobreaquecidos em canaletas, principalmente os na posição vertical, nem sempre
7.127
aparecem devido à presença de mais cabos sobrepostos. Cabe ao Inspetor efetuar uma
varredura que assegure a normalidade dos componentes inspecionados de acordo com
o layout de cada instalação. Neste caso, foi detectada a presença de um cabo aquecido
no interior da canaleta, mas ao ser retirada a tampa, permanecia oculto. A solução foi
efetuar o Termograma pela lateral devido ao risco de mexer em uma instalação
energizada e com anomalia. A identificação de qual circuito está sobreaquecido nem
sempre é direta, principalmente quando a anomalia é devida a um problema local, como
uma emenda com outro condutor de menor calibre. Para não mexer nos cabos
energizados, foi autorizado o desligamento do painel para permitir a localização do
FIGURA COMENTÁRIOS
condutor sobreaquecido sem riscos para o Assistente Técnico. Havia uma emenda e um
condutor subdimensionado, que levou à sua substituição imediata com o prejuízo da
parada dos equipamentos atrelados ao painel. Os cabos adjacentes foram inspecionados
e um deles, que teve o seu isolamento comprometido, foi reisolado emergencialmente e
programado para substituição. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de
3 – 5 µm à temperatura ambiente, deve‐se utilizar o valor da emissividade para
termoplásticos de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera:
FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Tradicionalmente entre os eletricistas montadores e projetistas, cabos dentro de painéis
7.128
elétricos tem de estar firmemente amarrados ou acondicionados para não se deslocarem
em situações de curto‐circuito. Além do mais, é consenso técnico que cabos soltos são
esteticamente reprováveis. No entanto, esse fator tem um custo técnico que é impedir a
refrigeração dos cabos amarrados em chicote. Os Termogramas apresentam dois desses
casos que são bastante comuns. A temperatura excessiva acaba prejudicando não só o
isolamento do próprio condutor como também os adjacentes. Uma vez que o
sobreaquecimento gera o ressecamento do isolamento, o cabo passa a absorver umidade
do ambiente que oxida o cobre, piorando a condutividade superficial e aumentando
assim a temperatura, em um círculo vicioso. A solução imediata é a abertura da fita de
fixação para permitir a refrigeração natural do chicote e, posteriormente, a pesquisa para
FIGURA COMENTÁRIOS
identificação de qual(is) cabo(s) estava(m) aquecendo e qual o motivo. Para uma solução
definitiva, devem ser instalados espaçadores entre os cabos do chicote a espaços
determinados, e a amarração deve ser efetuada de forma a não comprometer a
ventilação natural. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à
temperatura ambiente, deve‐se utilizar o valor da emissividade para termoplásticos de
0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente:
24°.
Figura 7.129 – Cabos sobreaquecidos em chicote antes e após abertura das amarrações.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Os dois Termogramas apresentam o efeito do corte da cinta de amarração em um chicote
7.129
sobreaquecido. O efeito de refrigeração é claramente observável e, evidentemente, a
instalação não deverá operar com os cabos soltos. Como mencionado na 0, os cabos
deverão ser amarrados com espaçadores entre eles e com espaço para a ventilação
natural. Painéis sobrecarregados com fiação deverão ser redimensionados para permitir
condições operacionais melhores. Na impossibilidade, uma opção é a instalação de ar
condicionado nos painéis e um sensor de alarme no caso de falha. Para medições
radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, deve‐se utilizar o
valor da emissividade para termoplásticos de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM
Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Os dois Termogramas apresentam casos de sobreaquecimento onde não há excesso de
7.130
cablagem, indicando que os erros de projeto, dimensionamento e layout ocorrem mesmo
em locais com mais espaço disponível. Para soluções de manutenção e ajustes de
emissividade, ver os dois casos anteriores.
Anotações:
MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS 613
CAPÍTULO VII – SUBESTAÇÕES INTERNAS COMPONENTES EM BAIXA TENSÃO
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Cabo de alimentação de um fusível NH com anomalia por possível quebra interna de
7.133
tentos. Provavelmente um reaproveitamento de cabo que foi considerado em boas
condições para um trecho tão pequeno. As consequências são o eventual rompimento
do cabo, com a parada da máquina ou parte do processo produtivo dependente da
alimentação deste circuito. A solução é a simples substituição, com o cuidado de escolher
um cabo em boas condições. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm
à temperatura ambiente, deve‐se utilizar o valor da emissividade para termoplásticos de
0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR AGEMA 550.
Lente: 20°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Cofres de alimentação de máquinas suspensos em barramentos nada mais são que outro
7.134
tipo de painel elétrico de distribuição, apenas conectados a um barramento suspenso ao
longo da planta. Assim, possuem internamente componentes como chaves, fusíveis,
medições e, em alguns casos, até contatores. Os cabos de saída normalmente são
tripolares, ou seja, contém as três Fases e eventualmente o neutro, em um único
acondicionamento. O Termograma apresenta um caso em que o diagnóstico é
predominantemente qualitativo: o cabo está severamente oxidado internamente ou há
um desequilíbrio significativo de correntes entre as três Fases. A temperatura lida, desde
FIGURA COMENTÁRIOS
que tanto a resolução da câmera e óptica utilizada sejam compatíveis, serve como
indicação da urgência no atendimento. Caso seja possível a medição de correntes na
chegada do cabo, essa dúvida poderá ser facilmente resolvida. Em caso contrário,
implicará no acesso em altura aos componentes internos do cofre para medição e
definição das providências a serem tomadas. Caso não haja desequilíbrio de Fases e a
carga seja compatível com o dimensionamento, o cabo deverá ser substituído porque
provavelmente estará oxidado ou danificado internamente. Caso haja um desequilíbrio e
ele seja compatível com a carga, então deve haver um redimensionamento do cabo,
seguido de substituição. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à
temperatura ambiente, deve‐se utilizar o valor da emissividade para termoplásticos de
0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente:
24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura O Termograma apresenta um caso interessante, onde é possível confirmar pela
7.135
proximidade da temperatura entre os cabos que estão com carga e, termicamente, não
apresentam nenhuma anomalia. Mas, e por outro lado, na luz visível é possível verificar
que no mínimo já passaram por uma situação de alta temperatura. O traço carbonizado
no termoplástico coincide com a espiral dos tentos internos que sobreaqueceram. No
entanto, em algum ponto desta trajetória, as conexões das extremidades devem ter
soldado (Capítulo 1, Item 1.11 – Ciclo Teórico de Falha em uma conexão elétrica, Figura
1.14 Figura 1.15 e Figura 1.16 ), levando a que, no momento da Inspeção, encontravam‐
se todos em situação térmica normal ou aceitável. Nesses casos, a substituição imediata
é necessária, mas não pelo critério térmico e sim pela avaliação na luz visível. Para
medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, deve‐se
utilizar o valor da emissividade para termoplásticos de 0,85 a 0,94. Software: FLIR
ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR AGEMA 550. Lente: 20°.
únicos ou múltiplos, sob cargas nominais, lhecimento precoce, devem ser considera‐
deverão ter comportamentos térmicos se‐ dos seriamente. Apenas em condições tem‐
melhantes e homogêneos ao longo de tre‐ porárias e especiais podem‐se admitir tem‐
chos em que apresentem trocas térmicas peraturas maiores que a de projeto. Cabos
igualmente homogêneas com o ambiente à múltiplos podem estar sujeitos a desequilí‐
sua volta. Para o melhor diagnóstico, é dese‐ brio de correntes de Fase ou a problemas de
jável que o cabo esteja com a sua maior conexão em suas extremidades. Com uma
carga e por mais tempo possível. Em todo e probabilidade menor de ocorrência, podem
qualquer cabo, a homogeneidade térmica acontecer problemas na qualidade do cobre
deve ser o fator predominante na avaliação empregado na fabricação.
da normalidade. Distribuições ou apresenta‐ Recomendações de Intervenção:
ções térmicas anômalas como pontos quen‐ na maioria dos casos, recomenda‐se a subs‐
tes delimitados e em pontos afastados das tituição do cabo afetado.
conexões, distribuições térmicas em espiral,
sobreaquecimentos em apenas algumas Ajustes da Câmera: deve ser aten‐
áreas do cabo ou que se propagam ao longo tado que para cabos distantes da câmera, a
deste, devem ser consideradas como ano‐ resolução espacial pode incluir erros nas lei‐
malias importantes e ter sua causa pesqui‐ turas que poderão ser inaceitáveis. Normal‐
sada. Tanto nos casos de aquecimentos loca‐ mente o erro tenderá a ser um redutor na
lizados como nos de aquecimento generali‐ temperatura aparente do cabo, atenuando a
zado, as temperaturas limites dimensionais gravidade da situação. Nos casos de imagens
e de projeto devem ser pesquisadas, uma contra telhados aquecidos, deve‐se tomar
vez que o risco de curto‐circuito entre Fases, cuidado para que o ajuste da câmera não
nos casos de cabos múltiplos, ou curtos‐cir‐ mascare eventuais sobreaquecimentos nos
cuitos contra a Terra e principalmente enve‐ cabos.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Os Termogramas apresentam capacitores encapsulados em alumínio e com anomalias
7.137
internas. A causa provável é corrente de fuga pelo dielétrico. O revestimento do encap‐
sulamento inviabiliza qualquer leitura de
temperatura que permita avaliar o estado
do capacitor. No entanto, a resina de fe‐
chamento possui alta emissividade e, nor‐
malmente, quando o dielétrico começa a
conduzir, apresenta um aquecimento pró‐
ximo ao da anomalia. Deve sempre ser ve‐
rificada a existência de resistores de des‐
carga nos capacitores. Caso não apareçam
aquecidos, essa informação deve ser ano‐
tada e o pessoal responsável avisado para
evitar acidentes no manuseio durante a manutenção. A única intervenção aplicável é a
substituição do elemento defeituoso antes que entre em curto‐circuito. Devem ser veri‐
ficados também os terminais, pontas de cabo, conexões e resistores de descarga para
manutenção caso necessária. Em alguns modelos de capacitores, é possível verificar a
temperatura devido a terem uma etiqueta adesiva fixada em sua lateral com dados
técnicos. Se for esse o caso, a temperatura do objeto pode ser lida com mais fidelidade,
se a anomalia for sob ou próxima à etiqueta. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm
ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, deve‐se escolher o valor da maior emissividade
disponível, que é a da resina de fechamento ou da etiqueta adesiva. Em qualquer um dos
casos, podem ser utilizados valores de 0,75 a 0,85. Software: FLIR ThermaCAM Reporter
PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Embora o Termograma pudesse estar um pouco mais contrastado, a imagem possui
7.138 qualidade suficiente para um diagnóstico preciso. Nesse caso, é evidente o defeito
interno no capacitor frontal. Deve ser destacado, porém, que se esta anomalia
estivesse presente em um capacitor instalado mais ao fundo, a sua detecção poderia
ser prejudicada e, dependendo da perícia e atenção do Inspetor, até mesmo
ignorada. A solução é a substituição do elemento defeituoso com revisão do resistor
de descarga, terminais e conectores. Como o encapsulamento é de material de alta
emissividade, para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à
temperatura ambiente, podem ser utilizados valores de 0,75 a 0,85. Software: FLIR
ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Devido às altas correntes, um dos pontos fracos dos bancos de capacitores são as suas
7.139
conexões. No caso do Termograma, o capacitor fica enclausurado em um painel cujo
acesso visual é restrito por uma grade. Mesmo assim, é possível detectar uma anomalia
em uma das conexões visíveis através da grade. A solução é, após o desligamento,
remover a grade para Inspeção Visual e verificação da extensão dos danos. Na melhor
das hipóteses, limpeza e substituição do cabo de conexão. Na pior, substituição do
elemento capacitor. Nesse caso, a emissividade terá de ser arbitrada devido a não ser
possível a visualização do estado da conexão. Então, para medições radiométricas em
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Capacitores de grande porte ainda estão em operação em muitas indústrias. Isolados
7.140
normalmente a Askarel, hoje estão banidos por questões ecológicas de seu fluido
isolante. No entanto, os problemas são os mesmos: pontos de curto‐circuito entre placas,
problemas em conexões e resistores de descarga. O Termograma apresenta um caso
típico de curto entre placas e, na foto, o efeito de um curto‐circuito interno. A solução,
nem sempre viável devido à antiguidade do componente, é a substituição do
componente. Nos casos em que isso não for mais possível, é recomendada a avaliação
econômica da instalação de um novo banco, e considerar deixar os elementos ainda em
bom estado para futuras ampliações de carga, se for o caso. No descarte, tanto do
elemento defeituoso como eventualmente dos demais elementos, as normas de
proteção ambiental deverão ser observadas. Normalmente esses capacitores são
pintados com tintas a óleo ou epóxi e então, para medições radiométricas em 7 – 14 µm
ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, podem ser utilizados valores de 0,85 a 0,94.
Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR AGEMA 550. Lente: 20°.
7.18.1 ESTUDO DE CASO 14: Aquecimentos para a direita, sendo que o aquecimento
em Banco de Capacitores chegou a prejudicar o material plástico
transparente do encapsulamento. No en‐
Bancos de capacitores podem pro‐ tanto, a imagem térmica revela outro aque‐
duzir grandes aquecimentos sem que a pro‐ cimento, cuja deterioração ainda não é visí‐
teção detecte e desarme‐o. Nesse caso, os vel, ocorrendo agora no primeiro capacitor.
capacitores estavam protegidos em uma Deve ser considerado ainda que o aqueci‐
caixa de material plástico por motivos de se‐ mento interno deva ser muito maior que o
gurança. Apesar de transparentes à luz visí‐ apresentado externamente, o que pode ser
vel, o acrílico ou policarbonato (acrílico não inferido pela marca térmica na parte supe‐
é mais permitido devido à produção de fumo rior do invólucro causada pela corrente de
no caso de incêndio, mas ainda é encontrado convecção. Neste caso, a recomendação é o
em muitas instalações mais antigas) são opa‐ desligamento imediato do banco e revisão
cos ao infravermelho. Pode‐se então obser‐ completa, incluindo a substituição dos com‐
var visualmente a deterioração severa da fi‐ ponentes avariados.
ação do segundo capacitor, da esquerda
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Apesar de visivelmente deterioradas, as duas conexões com os capacitores da Fase do
7.142
Meio no Termograma não correspondem ao achado no infravermelho. A conexão em
pior estado, na luz visível, não é a pior no infravermelho. Como o barramento que
interliga os três elementos capacitores é de cobre estanhado, não é possível afirmar que
a temperatura registrada na porção final do barramento é devida à má conexão do
terceiro elemento. No entanto, a temperatura da conexão rente ao cabo de entrada é
confiável. A intervenção de manutenção correta seria trocar os dois elementos, já que
apresentam sinais visíveis de deterioração e carbonização. A análise no infravermelho
acrescenta ainda a informação concreta de que o elemento rente ao cabo pode ter
afetado a ponta que deverá ser cortada. Como metal severamente oxidado, a
emissividade para esta medição pode variar, para medições radiométricas em 7 – 14 µm
ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, entre 0,65 a 0,85. Software: FLIR ThermaCAM
Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Figura 7.144 – Contator em bom estado com aquecimento causado pela bobina.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Contatores de grande porte e que permanecem fechados (energizados) durante longos
7.144
períodos, aquecem seus entreferros e bobinas. Assim, é comum ao Inspetor principiante
confundir o aquecimento anômalo com o aquecimento operacional nestes casos. O
Termograma destaca essa diferença, sendo que o aquecimento apresentado é normal ou
aceitável. Alguns modelos possuem resistências internas que elevam esta temperatura
ainda mais. Em muitos casos, esse resistor não é visível com a iluminação disponível no
painel ou sala, fazendo com que o Inspetor tenha de conhecer o equipamento
previamente ou utilizar uma lanterna para confirmar a sua existência. Para resistores que
não estão visíveis e que não permitem que sua emissividade seja estimada pelo Inspetor,
as medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente podem
utilizar um valor médio de emissividade, compatível com resistores já conhecidos, ou
seja, valores de 0,75 a 0,90. Deve‐se, no entanto, utilizar sempre o mesmo valor escolhido
FIGURA COMENTÁRIOS
para esses casos, para manter uma proporcionalidade de leituras ao longo do tempo.
Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Termograma bem enquadrado e bem focado. Contatores desse modelo possuem uma
7.145
bobina interna cujo núcleo é visível frontalmente, atrás das conexões superiores. Caso o
Inspetor não conheça este detalhe, poderá confundir a temperatura da bobina com uma
anomalia interna. No caso, o contato da Fase do Meio realmente encontra‐se em mau
estado, como se pode observar pela abertura no meio da tampa (seta vermelha). O efeito
das correntes de convecção geradas pelo mau contato interno é ainda visível na
distribuição térmica anômala superior (isoterma azul), no meio da tampa dos contatos. A
bobina interna, por sua vez, é indicada pela seta amarela e não deve ser interpretada
como anomalia. O contator deve ser desmontado e inspecionado cuidadosamente. Caso
haja sinais de corrosão nos contatos, devem ser substituídos, tanto o móvel como o fixo.
Na ausência deste tipo de sinal, limpeza cuidadosa e eventual regulagem no curso do
entreferro deverão sanar a anomalia. É conveniente medir a resistência dos contatos
fechados antes da manutenção para comparar com os resultados após a intervenção. Se
os resultados forem maiores, o procedimento deverá ser repetido. Uma Termografia
após a manutenção com a carga típica, confirmará que o contator está em bom estado.
Para contatos que não estão visíveis e que não permitem que sua emissividade seja
estimada pelo Inspetor, as medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à
temperatura ambiente devem utilizar a emissividade da carcaça aquecida. Neste caso,
valores de 0,75 a 0,90. Deve‐se, no entanto, utilizar sempre o mesmo valor escolhido para
esses casos, para manter uma proporcionalidade de leituras ao longo do tempo.
Software: FLIR ThermaCAM Researcher PRO 2.10. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Termograma bem focado e bem enquadrado. O Termograma apresenta um caso de dois
7.146
tipos diferentes de anomalia em um mesmo componente. Um contator possui pelo
menos duas conexões com os cabos externos e quatro contatos internos por Fase. Em
alguns casos, há ainda mais duas conexões internas
por Fase, com os contatos fixos propriamente ditos.
Dessa forma, o contator com carga equilibrada nas
três Fases, apresentou sobreaquecimento nas duas
conexões internas das Fases S e T, e ainda mais um
aquecimento interno nos contatos em si, da Fase T.
Mesmo que não seja possível a leitura direta das
temperaturas, não há dúvida sobre a existência
dessas anomalias, dada a distribuição térmica
externa observada. A solução é a substituição do jogo de contatos. Para medições
radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da
emissividade a ser utilizado é para invólucros, já que não se tem acesso aos contatos em
si. Nesse caso de termoplástico, valores entre 0,85 a 0,94 são adequados. Software: FLIR
ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Em algumas fábricas, ainda são encontrados em operação contatores com mais de vinte
7.147
anos, devido à baixa demanda em termos de potência comandada ou devido realmente
à boa qualidade. No Termograma, a única porção aquecida é o entreferro externo da
bobina dos contatos, sendo que os contatos internos encontram‐se em bom estado. É
importante alertar que é necessário algum cuidado com o ajuste do Termovisor nessas
situações porque, se for deixado no modo automático, ele ajustará o limite superior da
Amplitude Térmica pelo maior valor lido no campo de visão. Dessa maneira, potenciais
anomalias de menor intensidade poderão ser facilmente ignoradas. É necessário primeiro
ajustar a câmera para enxergar com definição as áreas de interesse, que neste caso são
as câmeras onde estão os contatos. Caso não apresentem nenhuma distribuição anômala
e os valores de temperatura estejam coerentes com a carga passante, poderá ser
considerado aceitável. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à
temperatura ambiente, deve‐se escolher o valor correspondente à área de interesse. No
caso deste entreferro, coberto por verniz, o valor pode ser o mesmo que o utilizado para
termoplásticos, de 0,85 a 0,94. Software: ThermoCom IRAnalyzer. Câmera: ThermoCom
V384S. Lente: 22°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Como qualquer outro componente conectado a uma fiação, um ponto susceptível a
7.148 aquecimentos são os terminais. Neste caso, o terminal está sobreaquecido e, se não
substituído em tempo hábil, poderá corroer o assentamento no contator. Na luz
visível, já é possível observar uma mudança de coloração no terminal, sinal de que já
passou por temperaturas maiores que a registrada nesta Inspeção. A ponta do cabo
deve ser igualmente decapada para verificar se está oxidada ou não. Prensar um
novo terminal sobre uma superfície oxidada apenas repetirá a anomalia com a
chance de agravamento. Os demais procedimentos são usuais: desmonte, Inspeção
Visual, limpeza ou substituição, corte da ponta do cabo, se necessário, e reaperto
preferencialmente com torquímetro. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou
de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, deve‐se escolher o valor da emissividade para
termoplásticos. Nesse caso, podem ser utilizados valores de 0,85 a 0,94. Software:
FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Conexões com correntes baixas também podem criar aquecimentos significativos a ponto
7.149
de pôr em risco de incêndio as instalações. No Termograma, a conexão superior da Fase
do Meio do contator está tão aquecida que o ajuste da amplitude térmica na câmera,
adequado para a medição desta temperatura, teve de ser alterado, não apresentando
nenhum valor abaixo de 202 °C (que é o limite inferior da amplitude para esta
temperatura). Na foto de controle na luz visível, pode‐se observar que o cabo já
carbonizou e, para uma localização adequada de onde está ocorrendo a anomalia, foi
necessário utilizar a ferramenta de fusão térmica no Software de pós‐processamento, em
uma das raras ocasiões em que essa ferramenta é útil. A manutenção deve prever a
substituição geral da fiação carbonizada e do contator. Diante das temperaturas
alcançadas, torna‐se arriscado qualquer tipo de manutenção que não a substituição. Para
medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, deve‐se
escolher o valor da emissividade para termoplásticos. Nesse caso, podem ser utilizados
valores de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Reporter 9.0,
Snagit 11. Câmera: FLIR AGEMA 550. Lente: 20°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Todos os contatores possuem uma bobina que fica energizada durante o tempo que o
7.150
contator permanecer atuado. Essa bobina, justamente por ficar energizada, aquece
muitas vezes de forma significativa. É importante o Inspetor saber diferenciar entre
aquecimentos gerados por alguma anomalia e os próprios da função do componente. No
caso do Termograma, é possível visualizar a bobina, energizada, em uma condição normal
de operação. A temperatura é proporcional ao seu tempo energizada, podendo chegar
facilmente aos 100 °C. É de se notar que, apesar das pequenas dimensões do contator, a
temperatura da bobina não chega a alterar a distribuição térmica superficial. Para
medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, é possível
utilizar um valor alto para a emissividade porque se irá ler o enrolamento da bobina,
envernizado. Assim, valores entre 0,85 a 0,94 são razoáveis. Software: FLIR ThermaCAM
Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐660. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Modelos antigos de contator dispunham de orifícios para ventilação dos contatos que
7.151
trabalhassem a plena carga. Apesar da eficácia duvidosa, já que estava na ortogonal das
correntes de convecção internas, para a Termografia eram uma boa ajuda para verificar
o estado térmico dos contatos em si. No Termograma superior, um desses contatores
apresenta sinais de aquecimento interno em um se seus contatos. Evidentemente não é
possível afirmar que a temperatura dos contatos seja exatamente a lida, dado o diâmetro
FIGURA COMENTÁRIOS
dos orifícios. Mas a indicação comparativa com as demais Fases já é suficiente para um
diagnóstico confiável. Para a confirmação da anomalia, e se permitido pelas normas de
segurança da fábrica, deve‐se ler as correntes de cada Fase para eliminar a possibilidade
de aquecimento excessivo por desequilíbrio de cargas. A abertura do contator permitirá
a conclusão da necessidade ou não da troca dos contatos. Uma vez efetuada a troca, o
problema estará sanado. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à
temperatura ambiente, é possível escolher um valor alto para a emissividade porque se
irá ler o que está passando pelos orifícios. Assim, valores entre 0,80 a 0,90 são razoáveis.
Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura O Termograma apresenta um cabo severamente deteriorado e oxidado, conectado à
7.152
entrada de um contator. No momento da Inspeção, encontrava‐se com carga normal, o
que pode ser confirmado tanto pela imagem qualitativa como pelas leituras de
temperatura. O fato de o cabo estar “frio” se explica porque a conexão deve estar em
uma seção de baixa em seu ciclo de falha (ver Capítulo 1, Item 1.11 – Ciclo Teórico de
Falha em uma Conexão Elétrica, Figura 1.14 e Figura 1.18 ). Mesmo que esteja
termicamente normal ou aceitável, este cabo deverá ser substituído em regime de
urgência devido a seu comportamento imprevisível. Além disso, os contatos internos do
contator devem ser verificados, bem como sua estrutura, devido às altas temperaturas
alcançadas. Não é incomum serem encontrados contatos soldados nesses casos. Para
medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, deve‐se
utilizar o valor da emissividade para termoplásticos de 0,85 a 0,94. Software: FLIR
ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura O caso, a primeira vista, não deixa claro se a anomalia detectada é realmente interna,
7.153
como sugere a distribuição térmica no topo da tampa da câmara dos contatos, ou
externa, já que a barra de conexão superior e os terminais são de metais nus
(emissividade baixa). No entanto, é possível comparar a temperatura da conexão inferior
com a superior, mais o fator de forma da distribuição térmica superior e chegar à
conclusão de que a anomalia tem muito mais chances de ser interna do que
simplesmente ser a conexão superior que propague calor até a conexão inferior. A
solução definitiva, de qualquer maneira, passará pela abertura do contator e Inspeção
Visual. Caso a Inspeção Visual não detecte anomalias, será necessário medir a resistência
de contato das três Fases para comparação. No caso de serem notadas discrepâncias
significativas, o jogo de contatos deverá ser substituído. Em caso contrário, as conexões
deverão sofrer manutenção cuidadosa. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de
3 – 5 µm à temperatura ambiente, deve‐se escolher o valor da maior emissividade
disponível, que é a das frestas entre o terminal e o barramento. Nesse caso, podem ser
utilizados valores de 0,75 a 0,85. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera:
FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura O contator de potência do Termograma acima apresenta um caso interessante, onde a
7.154
oxidação do barramento de conexão superior, na Fase vermelha, faz com que a
emissividade seja praticamente igual à da tinta a óleo utilizada na sua pintura. Na própria
barra, é possível observar, inclusive, que a emissividade da porca utilizada é mais baixa
que a da barra em si. Também é possível observar que a ferramenta de medição por área
aplicada na conexão da faze do meio está incluindo indevidamente o aquecimento
posterior à conexão. Como este erro não prejudica o diagnóstico, deve ser anotado
apenas que a área deveria ter sido mais bem posicionada. Como a tampa da câmara dos
contatos é de baquelite, material com emissividade alta, é possível concluir que a
anomalia se restringe, no momento da Inspeção, à conexão. Nem por isso, deverá deixar
de ser desmontada e submetida a uma Inspeção Visual cuidadosa em busca de sinais de
corrosão. Caso não haja sinais visíveis, reaperto com torquímetro completa a intervenção
de manutenção. Se existirem sinais de corrosão, a barra deverá ser retirada e, se possível,
ter sua superfície tratada. Caso a barra de conexão do contator também apresente sinais
de corrosão, a solução correta é a substituição ou tratamento de superfície se possível.
Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, e
neste caso específico onde a oxidação do barramento igualou a emissividade da tinta a
óleo, pode‐se escolher o valor de emissividade para tintas a óleo, que é entre 0,85 a 0,94.
Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
Figura 7.155 – Disjuntores motor com mau contato na conexão com o módulo contator.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Atualmente (2017) os assim chamados disjuntores‐motor são componentes mistos que
7.155
possuem as características de interrupção de um disjuntor, as regulagens de um relé
térmico e diferencial e que podem ser acoplados a contatores. Nos casos, a conexão do
contator inferior apresenta uma anomalia térmica causada, provavelmente, por falta
de aperto. Se fosse um desequilíbrio de corrente de Fase, seria de se esperar que a
distribuição térmica na superfície do disjuntor‐motor estivesse alterada, o que não se
observa. A solução do simples reaperto é ineficiente, porque o parafuso irá
provavelmente aumentar a área de contato, mas sobre uma superfície já oxidada e,
eventualmente, corroída. Assim, é necessário o desmonte e Inspeção Visual cuidadosa
para que os procedimentos de manutenção possam ser adequados aos achados. Caso
não haja sinais de corrosão, limpeza e reaperto com torquímetro resolverão a anomalia.
Em caso contrário, deve‐se avaliar a substituição dos componentes, uma vez que esse
tipo de montagem não foi projetada para ter peças intercambiáveis. Para medições
radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, deve‐se escolher
o valor da maior emissividade disponível, que é a das frestas entre o parafuso interno
de fixação e a caixa plástica dos componentes. Nesse caso, podem ser utilizados valores
de 0,75 a 0,85. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000.
Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Em muitas situações, os disjuntores‐motor trabalham próximo à sua capacidade nominal.
7.156
Como possuem um elemento bimetálico interno, destinado a reproduzir as condições
térmicas de operação do motor que os protegem, é esperado algum aquecimento na sua
superfície externa. Dessa maneira, antes de diagnosticar um disjuntor‐motor como
defeituoso porque sua temperatura externa está próxima à nominal, é importante
confirmar que sua carga está também próxima a de projeto. Nem sempre isso será
possível, ou por causa da maneira pelo qual foi instalado ou por normas de segurança
internas à fábrica, no que diz respeito ao manuseio de componentes e instalações
energizadas. Em qualquer circunstância, o manuseio de componentes energizados possui
um alto risco já que, como não se sabe em que situação se encontram as conexões ou
cabos, sempre há o risco de um curto‐circuito ou flash de abertura sob carga de um
circuito. Assim, se for permitido pelas normas de segurança interna da empresa e com o
uso de equipamentos de segurança individual adequados, a carga pode ser lida com o
auxílio de um alicate amperímetro. Caso esteja próxima à nominal (maior que 70%), ou
ao ajuste de corrente no disjuntor‐motor, é possível considerar como aceitável o
aquecimento detectado desde que equilibrado e dividido pelas três Fases. Caso haja um
desequilíbrio térmico evidente entre Fases, recai‐se no caso da 0. Caso não seja possível
a leitura das correntes instantâneas, a recomendação é registrar o Termograma e
recomendar testes e leituras de corrente adicionais. Mas há ainda a possibilidade de ser
lida a corrente e se encontrar bem abaixo do esperado para este aquecimento. Nesta
situação, a recomendação é a substituição do disjuntor – motor – e, se possível, melhorar
a montagem para diminuir o efeito do aquecimento mútuo. Para medições radiométricas
em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, deve‐se utilizar o valor do maior
aquecimento sendo medido, que no caso é a caixa em termoplástico do disjuntor‐motor.
Nesse caso, podem ser utilizados valores de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM
Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura O contator do Termograma estava operando normalmente, com sua carga típica e sem
7.157
apresentar sinais de aquecimento por mau contato. Esse efeito é devido a que este já
apresentou temperaturas muito elevadas e está, no momento da Inspeção, com a sua
conexão com o cabo superior soldada (Ver Capítulo 1, Item 1.11 – Ciclo Teórico de Falha
em uma Conexão Elétrica, Figura 1.14 e Figura 1.18 ). Apesar de no momento não estar
apresentando aquecimento, o contator e as fiações foram substituídas. Para medições
radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm, à temperatura ambiente, deve‐se utilizar o
valor para termoplásticos de 0,85 a 0,94. Software: ThermoCom IRAnalyzer. Câmera:
ThermoCom V384S. Lente: 22°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Apesar de pouco contrastado devido à amplitude térmica de 70 °C, o Termograma
7.159
apresenta uma anomalia térmica interna ao relé térmico, posicionada atrás do encaixe
do módulo de comando. A regulagem está ajustada para 120 A e pode‐se verificar pela
temperatura das Fases laterais que, se fosse esta a corrente que estivesse circulando, o
aquecimento deveria ser proporcional em todas as Fases. Dessa forma, fica evidenciada
a anomalia interna cuja solução é a substituição do relé, uma vez que raramente esses
componentes oferecem oportunidade de manutenção. Para medições radiométricas de
temperatura em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm, à temperatura ambiente, deve‐se utilizar os
FIGURA COMENTÁRIOS
valores para termoplásticos de 0,85 a 0,94. Software: ThermoCom IRAnalyzer. Câmera:
ThermoCom V384S. Lente: 22°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Muitos Relés Térmicos são conectados diretamente à saída dos contatores que
7.160 controlam os motores protegidos por eles. Nesses casos, é comum encontrar maus
contatos nas conexões entre os dois componentes. O sobreaquecimento
proveniente dessas conexões pode afetar, e geralmente o faz, o funcionamento
correto dos relés térmicos, uma vez que o calor gerado no mau contato se propaga
por condução até os componentes internos do Relé. No caso, se pode observar ainda
que a conexão inferior do Relé Térmico na Fase Esquerda encontra‐se também
sobreaquecida. Isso levanta suspeitas sobre o funcionamento correto do
componente, já que pode se tratar de outra anomalia ou ser a propagação de calor
por condução da anomalia interna. A intervenção de manutenção deve procurar por
sinais de corrosão nas conexões, uma vez que se existentes, terão de ser tratadas ou
o relé substituído. É importante verificar igualmente o assentamento das conexões
no contator para verificar se ainda estão em boas condições. Caso haja sinais de
corrosão, tanto o relé como a barra de saída do contator deverão ser substituídas.
Na impossibilidade, o conjunto todo deve ser substituído. Como tanto as conexões
como seu estado não estão facilmente visíveis, para medições radiométricas em
7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm, à temperatura ambiente, deve‐se escolher o valor da
maior emissividade disponível, que é a do termoplástico ou das frestas que
seguramente existirão entre as conexões e as suas bases. Nesse caso, podem ser
utilizados valores de 0,75 a 0,85. Software: ThermoCom IRAnalyzer. Câmera:
ThermoCom V384S. Lente: 22°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Relés Térmicos possuem contatos internos que devem operar seccionando as correntes
7.161
de Fase no caso de sobrecorrente. Mas podem também apresentar defeitos em que os
contatos soldam internamente e sobreaquecem de forma significativa, chegando a dani‐
ficar a própria carcaça onde estão instalados. O caso apresenta um Relé Térmico nesta
situação em que a tem‐
peratura externa já ul‐
trapassou os 300 °C,
sem que atuasse. No
croqui ao lado, pode ser
visto que se os contatos
soldarem, a lâmina bi‐
metálica perderá sua
função e a corrente po‐
derá eventualmente cir‐
cular sem passar por ela. Nesses casos, não só a substituição do componente é recomen‐
dada, mas também uma revisão nos cabos, terminais e conexões adjacentes. Para
medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, deve‐se
utilizar o valor para termoplásticos, entre 0,85 a 0,94. Software: ThermoCom IRAnalyzer.
Câmera: ThermoCom V384S. Lente: 22°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura O caso permanece indefinido, uma vez que nem o fabricante nem o cliente se
7.163
manifestaram a respeito. Os dois Termogramas apresentam o mesmo reator, com a
mesma carga, sendo que o inferior foi obtido seis meses após o superior. A classe de
temperatura H (130 °C acima do ambiente), permite que o reator trabalhe nessas
condições. No entanto, não está clara a causa que poderia ocasionar uma distribuição
térmica assimétrica entre Fases como esta. Uma suposição seria a falha no isolamento
entre bobinas ou o desequilíbrio severo entre correntes de 3° harmônico de uma Fase
em relação à outra. Ou ainda as duas ocorrências simultaneamente. As possibilidades
permanecem em aberto. Por precaução, as intervenções de manutenção deverão
incluir a medição de corrente por um período significativo para o tipo de carga em uso,
medição harmônicos nas três Fases e testes de isolação no reator. Caso não seja
identificada nenhuma anormalidade, por segurança operacional deverá ser substituído
e o novo reator submetido a uma nova Termografia para confirmar o comportamento
normal ou aceitável após energização. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou
de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, deve‐se utilizar o valor para vernizes que podem
ser entre 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐
2000. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura O reator estava instalado em um painel que não permitia acesso sem riscos à medição de
7.164
corrente efetiva por Fase. Independente disto, a assimetria é evidente. Diversas causas
podem ser apontadas como origem desta assimetria: desequilíbrio efetivo de correntes,
qualidade do cobre empregado na manufatura das bobinas diferente entre si ou mesmo
harmônicos. De forma conservativa, a substituição é recomendada junto com uma
pesquisa de causa com testes elétricos no reator. Para medições radiométricas em
7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, a emissividade indicada é a de
coberturas feitas em material orgânico (resina) com valores de 0,85 a 0,94. Software: FLIR
ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura O reator apresenta o comportamento esperado para um reator novo e bem
7.165
dimensionado. A maior temperatura observada é de 85 °C junto ao entreferro na Fase do
Meio. A corrente de carga era a típica do motor e oscilava entre 55 a 65 % da nominal.
Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, a
emissividade indicada é a de coberturas feitas em material orgânico (resina) ou verniz,
com valores de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR
SC‐2000. Lente: 24°.
localizados aquecimentos ou pontos quen‐ que haja vinculação direta com a passagem
tes em lugares inesperados, fora do circuito de corrente ou fuga de tensão, a causa mais
de potência, como chapas, travessas, supor‐ provável é circulação de correntes induzidas.
tes metálicos e separadores de cabo sem
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Uma boa parte dos aquecimentos derivados de correntes parasitas será devida, de uma
7.167
forma nem sempre evidente, ao não fechamento das três Fases dentro de um mesmo
circuito magnético. Esse fechamento é obrigatório para que os campos magnéticos das
três Fases se anulem entre si e não criem correntes parasitas. Os dois casos são similares.
Na foto de controle na luz visível referente ao Termograma superior, pode‐se observar
que entre os cabos das três Fases há um seccionamento da chapa metálica, justamente
com o intuito de fazer com que as três Fases ficassem dentro da mesma abertura
metálica. O que eventualmente passou despercebido foi que as porcas metálicas de
fixação dos eletrodutos fechavam o circuito elétrico, permitindo que as correntes
induzidas pelo campo magnético circulassem. Por sua vez, a assimetria da distribuição
pode ser explicada pela não homogeneidade da chapa metálica no que diz respeito à
condutividade elétrica. Ao sofrerem manutenção, as três porcas foram isoladas da chapa
metálica, tomando o cuidado para que os eletrodutos metálicos não entrassem em
contato com elas, e a indução foi eliminada. No caso do Termograma inferior, a hipótese
que melhor explica essa distribuição térmica é de que o isolamento entre chapas
separadoras está efetivo apenas entre a Fase amarela e sua adjacente. Já entre a Fase do
FIGURA COMENTÁRIOS
Meio e a última, o circuito magnético está fechado, dando passagem às correntes
parasitas. Em ambos os casos, o risco é que, com correntes maiores, as temperaturas
aumentem e prejudiquem o isolamento dos cabos levando ao ressecamento, rachaduras,
oxidação interna e um eventual curto‐circuito contra a Terra em um período de tempo
indeterminado. A solução, em ambos os casos, é a efetiva isolação entre as secções das
chapas separadoras. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à
temperatura ambiente, deve‐se escolher neste caso o valor da emissividade para tintas a
óleo, que está entre 0,85 e 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera:
FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Nem sempre a visualização de qual Fase está assimétrica na montagem, em relação às
7.168
duas outras, será evidente. No caso do Termograma, o parafuso de fixação do disjuntor
de alta potência no trilho posterior é metálico e está sujeito a um campo eletromagnético
de alta intensidade. Isso faz com que, mesmo sem o fechamento de um circuito
magnético externo, haja correntes induzidas como se fosse uma antena de sinais de
rádio. Isso acontece porque porções metálicas como este parafuso, e expostas a sinais
eletromagnéticos, produzem diferenças de potencial entre suas extremidades que
causam o aparecimento de correntes induzidas. Em si, não há problemas maiores devido
a este aquecimento. O que deve ser confirmado é que esta é realmente a maior
temperatura alcançada por este parafuso e se não há a possibilidade de danos na
estrutura de suporte do disjuntor. Além disso, é justificável a busca de uma solução que
sustente o disjuntor e não permita a criação de correntes de Foucault. Para medições
radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, pode‐se utilizar o
valor da emissividade para tintas a óleo, entre 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM
Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura
Os parafusos das duas imagens térmicas apresentam a situação em que estão sujeitos a
7.169 influência de campos magnéticos intensos e, por haver uma diferença de potencial
induzido entre suas extremidades, surgem correntes parasitas. No caso do Termograma
superior, como se pode verificar na foto de controle na luz visível, há uma barra metálica
unindo os dois parafusos de fixação nas extremidades das barras. O Termograma, por sua
vez, apresenta apenas o parafuso mais distante do Observador, e que está mais aquecido,
por falta de espaço atrás do painel para uma visualização que contenha os dois parafusos.
Já o Termograma inferior apresenta outra situação onde os parafusos externos, utilizados
nas fixações das barras externas, não apresentam aquecimentos significativos, se
comparado com os existentes entre as Fases. Isso acontece porque somente os parafusos
entre duas Fases estão sujeitos a dois campos magnéticos provenientes das Fases
adjacentes e em maior intensidade que os parafusos externos. As diferenças de
temperatura entre parafusos, teoricamente sujeitos aos mesmos campos, pode dever‐se
a resistências ôhmicas diferentes, diferenças mínimas de material, ou ainda eventuais
variações de corrente nas barras. O risco, nessa situação, é a temperatura dos parafusos
vir a deteriorar o isolamento dos suportes e permitir a presença de correntes de fuga.
Neste caso, aumentariam as chances de ocorrência de curto‐circuito com a Terra ou entre
Fases. Até o momento (2017) não se tem notícia de que isso tenha ocorrido. Mesmo
assim, é recomendável anotar e destacar a situação encontrada para controle ao longo
do tempo. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura
ambiente, parafusos zincados ou tratados contra a ferrugem por anodização possuem
em si emissividades baixas. Mas, por outro lado, apresentam também boas áreas de
FIGURA COMENTÁRIOS
apoio para o depósito de poeira (que no caso, se pode observar depositada no topo dos
isoladores de fixação das barras). Assim, pode‐se escolher o valor de emissividade entre
0,75 a 0,85. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente:
24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura O Termograma apresenta um caso em que, por projeto ou por montagem, permite‐se a
7.170
ocorrência de correntes parasitas entre a passagem dos cabos. Os três circuitos possuíam
cargas diferentes no momento da Inspeção, o que pode ser confirmado pelas
temperaturas induzidas na chapa perfurada para passagem dos cabos. A corrente
parasita é função da intensidade do campo magnético gerado que, por sua vez, é
proporcional à intensidade de corrente. A montagem correta deve prever que os
condutores das três Fases passem sempre pelo mesmo orifício ou abertura para que os
campos eletromagnéticos se anulem entre si. Quando uma Fase fica de fora, ou as três
têm passagens por orifícios ou aberturas diferentes e o fechamento é por metal
condutor, sempre há a formação de correntes parasitas em maior ou menor intensidade.
Na situação atual, a solução mais prática é o seccionamento do espaço entre os cabos
com o devido cuidado para não deixar partes afiadas ou arestas com rebarbas que
possam danificar ou cortar o isolamento. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou
de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, o valor da emissividade para tintas a óleo é entre
0,65 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente:
24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Quando campos magnéticos variáveis cortam superfícies de metais condutores, surgem
7.171
correntes parasitas ou de Foucault. Esse princípio é utilizado nos medidores de energia
onde discos de alumínio giram pelo efeito da força contra eletromotriz que surge devido
à intensidade dos campos magnéticos incidentes. Quanto maior a corrente, mais intenso
o campo e maior a velocidade do disco que registra, assim, o consumo. No caso do
Termograma, apesar de todas as indicações de que se tratava de indução, como as três
Fases passavam pela mesma abertura e a chapa separadora era de alumínio, a primeira
explicação era de que o ambiente abaixo da chapa de alumínio estivesse severamente
aquecido e, pelo efeito fresta, a temperatura aparente na imagem fosse devida à
temperatura do ambiente abaixo da chapa. Convidamos o leitor, analisando atentamente
a imagem térmica e de controle na luz visível, e antes de ler a explicação na próxima
Figura, a descobrir se esta suposição é verdadeira ou não e por quê. Para medições
radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, deve‐se escolher o
valor da emissividade, que é a das frestas entre os cabos e a chapa separadora, de 0,85 a
0,95. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Image Builder 4.0, Câmera: FLIR SC‐
2000. Lente: 45°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Embora não fosse necessário, pois para um observador atento é evidente que não se
7.172
tratava de um aquecimento abaixo da chapa de alumínio, e sob supervisão do
encarregado de segurança da planta, foi colocada uma folha de papel sobre a chapa de
alumínio. O uso em campo deste artifício visava contornar a baixa emissividade do
alumínio e poderia ter sido utilizada uma fita adesiva isolante da mesma maneira.
Aguardados alguns instantes para que a folha de papel pudesse assumir a temperatura
de sua base de apoio, o Termograma mostra que toda a placa de alumínio estava
aquecida e com temperaturas muito próximas às das frestas. Isso poderia novamente
levar à consideração de que se a chapa estava aquecida, isso poderia ser devido à
temperatura do ambiente abaixo da dela. No entanto, e como se pode ver na foto de
controle na luz visível, há um cabo de aterramento passando para o ambiente abaixo da
chapa de alumínio (ver seta no destaque em vermelho) e, nesse local, a temperatura é a
praticamente a mesma que a lida no mesmo local na 0. A pequena diferença entre as
temperaturas entre os dois momentos quando foram capturados os Termogramas, deve‐
se a que, com a porta do painel aberta, as temperaturas baixaram um pouco devido às
trocas térmicas com o ar mais frio e externo que entrou no painel. Software: FLIR
ThermaCAM Reporter PRO2000. Image Builder 4.0, Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 45°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura A diferença do Termograma superior para o inferior é de seis meses. No Termograma
7.173
superior, os cabos de saída do secundário do transformador, situado à direita na foto de
controle na luz visível, estão dispostos de forma irregular, alguns passando por cima da
ferragem de sustentação da cablagem, e outros por baixo. Essa assimetria de disposição
faz com que os campos magnéticos não se anulem e, como consequência, haja correntes
de Foucault circulando na ferragem. A temperatura lida, de praticamente 109 °C, é
perigosa para o isolamento dos cabos que é de 70 °C. As consequências são o rápido
ressecamento e eventual abertura de rachaduras no isolamento dos cabos. Com a
deterioração do isolamento, segue‐se a infiltração de umidade e oxidação com o
consequente aumento da resistência ôhmica do cabo. Esse conjunto de ocorrências
constitui um ciclo vicioso até que ocorra um aquecimento severo dos cabos afetados e
um possível curto‐circuito à Terra. O período até a ocorrência é indeterminado porque
não se tinha histórico anterior desta anomalia. A solução é o desligamento do
transformador e a Inspeção Visual cuidadosa do isolamento dos cabos. Caso haja cabos
individuais afetados, é possível tentar uma isolação emergencial desde que não haja
oxidação interna. Para confirmar a existência ou não de oxidação, podem ser necessários
mais testes elétricos como resistência ôhmica e isolamento dos cabos. Valores de
referência devem existir para essa confirmação. A Gerência técnica deverá optar sobre
qual decisão será a mais adequada devido aos custos e riscos envolvidos. Apesar de todas
essas sugestões, seis meses após a primeira Inspeção os cabos foram encontrados
praticamente na mesma posição (ver foto de controle na luz visível inferior) e com a
temperaturas induzida na barra maior que no primeiro caso. A justificativa apresentada
pelo Assistente Técnico foi a de que a carga estava maior que a da primeira Inspeção.
Além disso, durante a parada não houve tempo suficiente para fazer todos os
remanejamentos necessários. Em uma situação dessas, com essa temperatura, o risco de
um curto franco à Terra é muito alto, e o risco a ser corrido, além da parada e eventual
incêndio, deverá ser arcado pela Gerência responsável. Para medições radiométricas
neste caso, em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, pode‐se utilizar o valor
da emissividade para tintas a óleo, já que a ferragem está pintada com esse revestimento.
Podem então ser utilizados valores de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter
PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura No Termograma, fica evidente que a disposição dos perfis metálicos de sustentação do
7.174
painel divide a passagem das três Fases do disjuntor de maneira assimétrica, em relação
aos campos magnéticos gerados pela passagem de corrente. Como os campos não se
neutralizam, a formação de correntes parasitas é inevitável. As temperaturas registradas
são relativamente baixas e isso se explica porque, no momento da Inspeção, a carga deste
circuito estava reduzida. Mantidas essas temperaturas, além do desperdício de potência
e um risco de dano à pintura em epóxi, não há consequências técnicas maiores nesta
situação. No caso da intervenção humana por ocasião de uma manutenção, é possível
algum risco de queimadura por toque, já que não necessariamente o executor estará
ciente deste aquecimento. Dependendo do espaço disponível, é possível alterar o layout
dos perfis para evitar o aquecimento ou simplesmente utilizar buchas de passagem de
nylon nos parafusos de fixação, para interromper o fluxo magnético. Caberá à Gerência
responsável escolher a melhor solução. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de
3 – 5 µm, à temperatura ambiente, e tratando‐se de pintura em epóxi, a emissividade
pode ter valores entre 0,85 a 0,94. Software: ThermoCom IRAnalyzer. Câmera:
ThermoCom V384S. Lente: 22°.
Figura 7.175 – Indução em chapa separadora e tubos por disposição incorreta de cabos.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura O Termograma superior registra a entrada dos cabos de alimentação do painel, e o
7.175
Termograma inferior apresenta a saída dos cabos a partir da eletrocalha. Há um trecho
de tubulação metálica que faz a condução da cablagem entre um local e o outro, de
comprimento não superior a 40 centímetros. Como pode ser visto na foto de controle
superior (à direita), há cortes na chapa de separação entre os tubos, mas o mesmo
equívoco da 0 foi cometido: cada Fase tem seus cabos seguindo em separado das demais
Fases por dentro de tubos metálicos. O correto deve ser ao menos um cabo de cada Fase
passando por cada tubo. Por sua vez, as arruelas metálicas fazem o fechamento do
caminho de corrente entre a chapa ranhurada e os canos metálicos, dando condições
para o surgimento de correntes parasitas. Como os caminhos de corrente são
desconhecidos, bem como as resistências elétricas encontradas nesse percurso, o maior
aquecimento aparece na saída da eletrocalha e entrada nos eletroduto metálicos. Os
riscos já foram listados: a temperatura lida, de praticamente 102 °C, é danosa para o
isolamento dos cabos, que é de 70 °C. As consequências são o ressecamento e abertura
de rachaduras no isolamento dos cabos. Com a deterioração e as variações de
temperatura ambiente, segue‐se a infiltração de umidade e oxidação interna do cabo,
com o consequente aumento da resistência ôhmica. Esse conjunto de ocorrências
constitui um ciclo vicioso até que ocorra um aquecimento severo dos cabos afetados e
um possível curto‐circuito à Terra. O tempo até a ocorrência é indeterminado e depende
da história anterior desta instalação. A solução é o desligamento do painel e a Inspeção
Visual cuidadosa do isolamento dos cabos. Caso haja cabos individuais afetados, e como
se trata de cabos dentro de um eletroduto metálico, não é recomendada a isolação de
emergência (com fita autofusão e isolante). A solução correta é a substituição e
ordenação correta dos cabos na tubulação existente ou a passagem por um novo traçado.
Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, a
emissividade, nesse caso, pode ser de 0,75 a 0,85 porque vai tomar como referência as
frestas das roscas metálicas. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera:
FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Figura 7.176 – Indução em barra de suporte por correntes de carga em forno de indução.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Devido às chapas de proteção do barramento de alimentação deste Forno a Indução, nem
7.176
na foto na luz visível e nem no Termograma é possível ver a configuração ou layout do
barramento de potência. Apenas o efeito dos campos magnéticos aparece sintetizado no
encontro de três perfis metálicos de sustentação. Lamentavelmente nada é possível
obter deste Termograma além da informação de segurança para o toque humano. Para
medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, pode‐se
utilizar a emissividade para tintas à base de epóxi, de 0,85 a 0,94. Software: FLIR
ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Em alto‐fornos para metalurgia, onde as correntes são muito altas, núcleos toroidais são
7.177
utilizados para amortecimento de harmônicos e redução de ruído nos circuitos de
alimentação. Embora esses equipamentos normalmente fiquem enclausurados dentro
de painéis, o efeito dos seus campos magnéticos pode aquecer as paredes metálicas dos
cubículos. No caso, registrado apenas para fins de documentação, não se teve acesso às
correntes do forno no momento da captura e nem ao tempo em operação. A distribuição
térmica e as temperaturas observadas podem variar de acordo com o regime de
operação, correntes, frequência ou outros fatores. Dependendo das temperaturas
atingidas, pode haver risco de queimaduras por toque, o que indica a necessidade de um
acompanhamento da repercussão térmica da operação do forno, nas chapas do painel.
Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente,
pode‐se utilizar a emissividade para tintas à base de epóxi, de 0,85 a 0,94. Software: FLIR
ThermaCAM Researcher PRO 2.10. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura O Termograma apresenta a chaparia do Painel Geral de BT, adjacente ao trafo de
7.178
potência, lado do secundário, onde se encaixa a caixa de passagem metálica por onde
passa o barramento. Apesar de todas as barras estarem enclausuradas na mesma
passagem, o fechamento dos campos magnéticos extrapola a caixa de passagem
devido às correntes serem da ordem de 3.500 A. Dessa forma, os campos magnéticos
se neutralizam, mas a parte de alta densidade de campo que atinge as paredes
metálicas, cria correntes parasitas. Na temperatura que se apresentam, não há risco
humano e nem para as instalações. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de
3 – 5 µm à temperatura ambiente, pode‐se utilizar a emissividade para tintas a óleo,
de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Researcher PRO 2.10. Câmera: FLIR SC‐
2000. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Em algumas montagens industriais de baixa tensão, diversos fusíveis NH alimentam
7.179
cargas instaladas próximas fisicamente umas das outras, semelhantes e até mesmo
iguais, como é o caso, por exemplo, de bancos de capacitores. No caso do Termograma,
o projeto do painel dividiu os conjuntos de fusíveis por Fase, onde a cablagem de entrada
e saída passavam por uma mesma abertura na chapa zincada de suporte. Para evitar que
o canto vivo do recorte pudesse danificar o isolamento dos cabos, foi recoberto com um
perfil flexível de borracha. Da divisão por Fases, resultou que os campos magnéticos
FIGURA COMENTÁRIOS
gerados pelas correntes de cada Fase não são anulados, repetindo o efeito da 0. Como a
chapa onde os fusíveis NH estavam instalados era de material galvanizado e de baixa
emissividade, apenas as bordas recobertas com uma cinta de borracha emitiam
infravermelho, revelando a anomalia térmica e o erro de projeto. O maior risco nesta
situação é o aquecimento danificar o isolamento dos cabos e causar um curto‐circuito
contra a chapa aterrada. Para solucionar este aquecimento, basta efetuar o
seccionamento da chapa de suporte das bases fusíveis. Para que ela não perca a rigidez
mecânica após o seccionamento, é necessário que tenha o rasgo coberto posteriormente
por uma placa de fibra de vidro, baquelite ou material plástico rígido, fixada nas metades
separadas. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura
ambiente, o único local viável para medição de temperatura são as proteções em
borracha nos cantos vivos das aberturas na chapa. Nesse caso, podem ser utilizados
valores de 0,85 a 0,95. Software: ThermoCom IRAnalyzer. Câmera: ThermoCom V384S.
Lente: 22°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura O caso já foi elucidado no Item 7.8.1, Estudo de Caso 12 – Aquecimento em Materiais
7.180
Isolantes em Barramento BT. Para uma explicação detalhada de como a indução pode ser
mascarada neste caso, favor referenciar ao Caso mencionado.
Figura 7.181 – Diagrama de montagem dos TC’s antes da falha e local da falha.
FIGURAS COMENTÁRIOS
Figura Analisando os Termogramas e as condições operacionais do circuito, mesmo que não
7.182
haja um barramento ou Fase fora da cavidade de passagem, a corrente de carga na
ordem de 3.000 A faz com que os campos magnéticos tenham uma alta densidade. A
Figura densidade do campo B faz que qualquer superfície de material condutor apresente
7.183
correntes parasitas, como se pode ver no diagrama da 0. Dessa maneira, se a chapa em
U não for seccionada, tanto no suporte superior como no inferior, os aquecimentos
Figura continuarão a ocorrer e, eventualmente, continuarão a danificar os TC’s instalados. Após
7.184
o seccionamento, será necessário verificar novamente por Termografia se a quantidade
de metal restante, mesmo que isolada, continua a gerar um aquecimento perigoso ao
epóxi. Por outro lado, a exiguidade de espaço disponível também colabora para uma
baixa refrigeração por convecção, aumentando o efeito térmico sobre a resina epóxi dos
TC’s. Se houver espaço para a instalação de uma ventilação forçada posterior às chapas
de sustentação, o efeito térmico poderá ser reduzido significativamente, dependendo
apenas do volume de ar insuflado por minuto. No entanto, será necessário instalar um
sensor de alarme de temperatura na chapa porque, caso a ventilação cesse por algum
motivo, a Operação da planta deve ser alertada do risco que o epóxi dos TC’s está sujeito.
Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm, deve ser considerada a
temperatura ambiente na qual as chapas estão imersas, dentro do painel. O
Termograma da 0 foi obtido imediatamente após a abertura da porta do painel, e na
leitura superior direita, obtida na chapa do painel, lê‐se 76,6 °C. Esta temperatura
interna ao painel pode ser devida à indução de correntes parasitas na lateral ou à
temperatura do ar aquecido e acumulado antes da abertura da porta do painel. Já o
Termograma anterior da 0, e obtido posteriormente, está indicado que após alguns
minutos da abertura para exposição do barramento, a temperatura ambiente interna do
painel caiu para 35 °C. Conforme o local do objeto de interesse para medição, uma
temperatura interna deve ser lida no momento da Inspeção e correlacionada à
temperatura ambiente externa no mesmo momento. Isso porque, caso a temperatura
ambiente varie, para mais ou para menos, é esperado que após algum tempo –
dependente de como o painel se estabiliza termicamente em seu local de operação –, a
temperatura interna do painel também aumente ou diminua. Caso a temperatura
interna aumente significativamente, esse valor terá de ser utilizado como temperatura
refletida para corrigir as demais leituras de componentes internos, desde que sejam
efetuadas imediatamente após a abertura do painel. Em condições normais, tanto a tinta
empregada na pintura da chapa como o epóxi, poderão utilizar valores de 0,85 a 0,94.
Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Análise de Consistência: a rigor, to‐ com o calor gerado pelos componentes in‐
dos os suportes de componentes e equipa‐ ternos. A distribuição térmica de chapas se‐
mentos, bem como a chaparia dentro de pai‐ paradoras e barramentos de suporte deve
néis elétricos devem apresentar distribui‐ ser analisada observando esse critério. Qual‐
ções e temperaturas homogeneamente dis‐ quer variação de temperatura aparente loca‐
tribuídas e coerentes com a temperatura lizada ou generalizada deve ter uma fonte de
ambiente externa, insolação, se for o caso, e aquecimento identificável. A presença de
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura O Termograma apresenta o efeito do aquecimento mútuo de diversos disjuntores‐
7.186
motor em operação simultaneamente. Sem espaço para a ventilação por convecção,
aquecem uns aos outros e fazem com que as suas curvas de atuação não sejam mais as
mesmas. Paradas intempestivas vinham sendo informadas a partir desse painel sem
que nenhum problema específico fosse encontrado pela equipe de manutenção. Pela
falta de espaço no interior do painel, foi instalada uma ventilação forçada com dois
ventiladores no painel, um de insuflamento e outro de exaustão. Os resultados não
foram significativos porque apenas a face frontal dos componentes trocava calor e o
aquecimento mútuo não foi eliminado. A solução encontrada foi a montagem de um
novo painel para a substituição do em operação. Para medições radiométricas em
7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, pode‐se utilizar o valor de
emissividade para termoplásticos, de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter
PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Os Termogramas apresentam dois casos de aquecimento mútuo causado por
7.187
desconhecimento e/ou excesso de zelo na montagem ou projeto. A tendência de montar
e projetar painéis compactos que ocupem menos espaço nas instalações e consumam
menos materiais tem o custo não evidente de obrigar os componentes a trabalhar em
temperatura excessivas e normalmente muito maiores que as previstas em catálogo. No
Termograma inferior, pode‐se verificar, na fresta do último componente à direita, que
sua temperatura de operação é de 105 °C. A menos que o fabricante garanta a atuação
desses componentes nas curvas esperadas, é necessário o afastamento entre quaisquer
componentes que gerem calor pela sua operação. Os benefícios superam em muito os
custos com operações garantidas e vida útil muito maior. Para medições radiométricas
em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, deve‐se utilizar o valor da
emissividade para termoplásticos de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter
PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°. Software: ThermoCom IRAnalyzer. Câmera:
ThermoCom V384S. Lente: 22°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura O exemplo do Termograma demonstra claramente como, por condução, o aquecimento
7.188
interno de um componente defeituoso pode comprometer tanto a atuação de um
adjacente como a sua vida útil. Neste caso, a solução é a substituição do componente,
além do reparo do terminal superior. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000.
Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Recomendações de Intervenção:
quando possível, deverá ser providenci‐ Descrição Técnica: fusíveis Diazed são
ado o afastamento entre os componentes. fusíveis encapsulados em carcaças de
Na impossibilidade, instalar ventilação porcelana de tamanho e capacidade padro‐
forçada no painel pode amenizar a situa‐ nizados e fazem parte da proteção do cir‐
ção. Em casos extremos, será necessário cuito de baixa potência, ao qual estão insta‐
remontar e redimensionar o painel a fim lados. De forma geral, fundem‐se quando há
de que ele possa comportar todos os com‐ sobrecorrentes maiores do que 20% da ca‐
ponentes sem gerar aquecimento mútuo. pacidade nominal ou curtos‐circuitos, po‐
dendo ser retardados ou não. Têm a caracte‐
rística de permitirem a substituição rápida e
fácil sem riscos para o operador, desde que temperatura externa devem ser verificados
o circuito esteja desligado. de acordo com a corrente instantânea, capa‐
cidade, modelo e fabricante do fusível. No
Descrição Térmica: os fusíveis devem sofrer
diagrama, pode‐se verificar os principais
aquecimentos de leve a moderado devido ao
pontos de ocorrência de sobreaquecimen‐
efeito Joule da carga passante. A distribuição
tos.
térmica deve ser homogênea e os valores de
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura O Termograma mostra um caso em que mais de um componente do fusível Diazed
7.191
apresenta anomalia. A parte atualmente aquecida é a tampa, mas o sinal de outro
aquecimento pode ser visto na cobertura de material plástico na foto de controle na luz
visível que está derretida. A conexão com a fiação esquentou, e provavelmente soldou, a
um ponto que o plástico de proteção atingiu seu ponto de fusão, marcando a sua
existência, mesmo que no momento da Inspeção não esteja mais aquecida. A tampa, por
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
sua vez, apresenta mau contato, como pode
ser visto na Figura ao lado. Não há manuten‐
ção de qualidade possível para esta peça em
campo. A solução correta é a substituição da
tampa e do fusível correspondente. Soluções
improvisadas, como o lixamento, tem pouca
duração e o retorno do aquecimento é nor‐
malmente mais severo que o detectado an‐
teriormente. Para medições radiométricas
em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura
ambiente, como a única parte visível do
aquecimento é a superfície de porcelana, deve‐se utilizar o valor de emissividade para
porcelana, que varia entre de 0,85 a 0,95. Software: ThermoCom IRAnalyzer. Câmera:
ThermoCom V384S. Lente: 22°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Os Termogramas apresentam um caso de aquecimento que pode ter duas origens: ou é
7.192
interno ao fusível, no contato inferior interno com a base, ou é na conexão com a fiação.
FIGURA COMENTÁRIOS
De qualquer maneira, deverá ser aberto
para Inspeção Visual. Um fato a obser‐
var é a alta temperatura da tampa no
Termograma superior (75 °C), que é su‐
ficiente para causar queimaduras na
mão do operador que não estiver utili‐
zando o EPI correto. Essa observação é
suficiente para que o Departamento de
Segurança do Trabalho exija o uso de lu‐
vas apropriadas para o manuseio deste
componente. A recomendação é a subs‐
tituição de todo o conjunto, corpo, base
e tampa porque o reaproveitamento
não é confiável e o custo é baixo. Para
medições radiométricas em 7 – 14 µm
ou de 3 – 5 µm, à temperatura ambi‐
ente, deve‐se utilizar o valor de emissi‐
vidade para porcelana, que varia entre de 0,85 a 0,95. Software: FLIR ThermaCAM
Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura No Termograma, o próprio cartucho fusível apresenta o maior aquecimento. Com uma
7.193
temperatura interna maior que 130 °C, esse fusível pode estar trabalhando
subdimensionado ou apresentar um mau contato severo. A sua temperatura superficial
exigirá, como o caso da 0, luvas para ser manuseado, ou aguardar um tempo não inferior
a 15 minutos para resfriamento depois de desligado. Após Inspeção Visual cuidadosa, se
não houver sinais de corrosão interna, o cartucho poderá ser substituído. Caso haja sinais
de corrosão, todo o conjunto terá de ser substituído. Deve‐se observar ainda que o tipo
da paleta de cor, neste caso, foi alterado para evidenciar o local mais aquecido. Esta é
uma paleta de cor especial, com usos específicos. Para medições radiométricas em
FIGURA COMENTÁRIOS
7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm, à temperatura ambiente, deve‐se utilizar o valor de
emissividade para porcelana, que varia entre de 0,85 a 0,95. Software: FLIR ThermaCAM
Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
Exemplo:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura No Termograma, se pode observar que o aquecimento se propaga por condução para o
7.195
interior do soquete. A temperatura mais alta sugere que possa estar passando uma
corrente próxima à nominal. No entanto, pela assimetria em direção ao contato superior,
a suspeita é de um contato. Fusíveis de pequeno porte são muitas vezes ignorados por
terem correntes muito baixas ou por não serem considerados importantes como
equipamentos de porte maior. Essa é uma atitude equivocada, porque mesmo que se
trate apenas de um fusível da sinalização, a queima pode levar a operações incorretas,
acidentes e perdas de produção significativa. No caso, é necessário verificar o
dimensionamento do fusível e a corrente passante. Se a corrente for elevada para o
dimensionamento, a causa deve ser verificada e confirmada a sua normalidade. Além
disso, deve ser verificada a pressão nos contatos e eventual oxidação ou corrosão.
Dependendo do modelo utilizado, a base terá de ser substituída. Para medições
radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, deve‐se escolher o
valor da emissividade para termoplásticos, de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM
Reporter PRO2000. Câmera: FLIR T300. Lente: 24°.
pode ter de ser revisto e a causa pesquisada. também utilizados em circuitos eletrônicos,
De acordo com o projeto, pode ser, inclusive, como em alguns tipos de placas controlado‐
esperado que trabalhe nessa temperatura. ras, CLP’s e inversores.
Em caso contrário, fica configurada a anoma‐ Descrição Térmica: como todo componente
lia interna sujeita a intervenção. resistivo, os fusíveis tipo vidro rosqueável só
Recomendações de Intervenção: devem aquecer proporcionalmente à sua
oxidações são a causa mais comum de aque‐ corrente, sem que seus contatos aqueçam
cimento, seguidas da perda de pressão nos mais que os elementos em si.
contatos. Em alguns poucos casos, a oxida‐
ção pode ser limpa e o fusível voltará às suas
condições nominais. Mas caso haja sinais de
oxidação, a melhor providência é a substitui‐
ção da base completa com um novo fusível.
O custo é baixo e não compensa improvisa‐
ções.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Fusíveis de vidro rosqueáveis em soquetes ou bases próprias possuem três possibilidades
7.197
de aquecimento: o próprio elemento fusível e os dois contatos. Dependendo do torque
aplicado, podem aparecer sobreaquecimentos nas tampas dos tubos de vidro. Por outro
lado, aquecimentos no elemento fusíveis são raros. No caso, a tampa rosqueável estava
frouxa. A manutenção deve constar apenas de Inspeção Visual. Se for detectado algum
sinal de corrosão, todo o conjunto deve ser substituído. Soluções improvisadas, como
lixamento dos contatos, costumam ter pouca duração e causar mais problemas no
FIGURA COMENTÁRIOS
tempo. Se não for possível a visualização de sinais de corrosão e o aquecimento persistir,
a resistência de contato deve ser medida para confirmar a anomalia. Ou, simplesmente
substituir o conjunto devido ao seu baixo custo. Para medições radiométricas em
7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, deve‐se escolher o valor da
emissividade para termoplásticos de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter
PRO2000. Câmera: FLIR T300. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Termograma bem enquadrado e bem focado. Apesar de o aquecimento indicar se tratar
7.199
de um mau contato na conexão do cabo com o pino do plugue, não é possível ter certeza
até que a tomada seja desmontada. Problemas simples de mau contato poderão ser
resolvidos com Inspeção Visual cuidadosa, limpeza e reaperto. Já problemas com sinais
de corrosão deverão ser resolvidos com a substituição das partes afetadas. Se a anomalia
for no pino do plugue, pode ser necessário trocar o par macho e fêmea. Não é
recomendado o uso de improvisações, porque não se sabe qual será o próximo
equipamento a necessitar de conexão. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de
3 – 5 µm, à temperatura ambiente, deve‐se escolher o valor da emissividade para
termoplásticos, de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera:
FLIR T300. Lente: 24°.
Anotações:
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 8.3 Os motores, com diferentes configurações, potências e posições de trabalho, apresentam
uma distribuição térmica simétrica e uniforme que deve ser espelhada, na maioria dos
casos, de motores em condições normais de operação. Para medições radiométricas em
7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, deve‐se escolher o valor de
emissividade compatível com o revestimento externo da área de interesse do motor. Na
maioria dos casos, quando as carcaças são pintadas com tinta a óleo, a emissividade varia
de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000.
Lente: 24°.
Figura 8.4 – Carcaças de motores com áreas não aletadas e anomalias laterais.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 8.4 Os Termogramas apresentam uma característica normal ou aceitável em motores
aletados. As regiões em que as direções das aletas são ortogonais, não possuem a mesma
característica de refrigeração que as superfícies aletadas, e por isso é normal que
irradiem mais infravermelho e apareçam mais aquecidas. Essas regiões podem, em
muitos casos, representar uma imagem térmica mais fiel das temperaturas no estator do
que nas regiões aletadas que estão ativamente trocando calor e, pela área maior,
aparecem mais frias. Podem servir também para comparação de temperaturas lidas na
mesma carcaça para verificar se são anomalias ou não. Para medições radiométricas em
7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, deve‐se escolher o valor de
emissividade compatível com o revestimento externo da área de interesse do motor. Na
maioria dos casos, quando as carcaças são pintadas com tinta a óleo, a emissividade varia
de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000.
Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 8.5 Na sua maioria, os motores a indução trifásicos tem seu estator inserido diretamente
abaixo da carcaça, firmemente ajustado e encaixado para evitar vibrações. O estator é
constituído de dois componentes, a saber, as bobinas e as placas de ferro silício. Em um
regime normal de operação,
ambos devem aquecer de
acordo com a corrente de
carga que passa pelas bobi‐
nas como pelas perdas ferro
magnéticas que serão resul‐
tantes dessa corrente elé‐
trica. Como referência, na
Figura ao lado é possível ve‐
rificar os principais compo‐
nentes internos de um mo‐
tor trifásico. Ao observar os
Termogramas, é fácil
identificar distribuições de calor assimétricas nas carcaças, sendo que há poucas
possibilidades de origem para essas anomalias: 1) Atrito entre o estator e a carcaça. Essa
opção é muito rara de acontecer devido a que, se houver folga entre o estator e a carcaça,
tenderá a vibrar quando o rotor assumir uma carga resultando em vibração incontrolável.
Além do mais, via de regra, o estator possui ranhuras de inserção para evitar esse
escorregamento; 2) Curto entre espiras. Essa opção também pode ser descartada porque
o desequilíbrio entre as correntes de Fase rapidamente queima a Fase envolvida e
paralisa o motor por falta de potência disponível para girar a carga. Além do mais, é
esperado que as proteções de sobrecorrente para as outras Fases ou o relé de falta de
Fase, quando o motor é mais crítico, atuem antes da queima da bobina; 3) Curto‐circuito
entre as placas de ferro silício. Essa é a opção mais provável porque, quando há curto
entre as placas, as correntes podem ser baixas, mas são constantes. O verniz isolante
pode ter‐se deteriorado, permitindo que uma placa encoste‐se à adjacente, fazendo com
que as correntes parasitas fechem um circuito entre placas ao invés de ficarem restritas
apenas a uma só placa. Eventualmente mais de uma placa poderá entrar em curto e o
FIGURA COMENTÁRIOS
aquecimento se multiplicará, aumentando a geração de calor interno que, por sua vez,
tem na carcaça uma de suas direções preferenciais de propagação. Se a temperatura lida
no momento da Inspeção, em um local suspeito de curto entre placas não for maior que
a admissível, esse não será o maior problema imediato, mas sim a evolução da tempera‐
tura. Com o tempo, e a progressiva deterioração do isolamento entre placas, a circulação
de corrente entre placas aumenta e a temperatura consequentemente também sobe.
Com isso, em algum momento, a probabilidade maior é que o verniz das bobinas seja
afetado e possa haver um
curto entre espiras, acabando
por queimar o motor. Na aná‐
lise de consistência deste item
serão apresentadas mais infor‐
mações a esse respeito. Para
medições radiométricas em
7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à
temperatura ambiente, e na
maioria dos casos de motores
industriais, as carcaças são pin‐
tadas com tinta a óleo. Nesses
casos, a emissividade varia de
0,85 a 0,94. Software: FLIR
ThermaCAM Reporter
PRO2000 Researcher 2.10. Câ‐
mera: FLIR SC‐660 e FLIR SC‐2000. Lentes: 45° e 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 8.6 O Termograma apresenta
uma anomalia térmica de
origem suspeita. A forma
do aquecimento sugere
tratar‐se do rastro do ar
aquecido de saída pelos
rasgos de exaustão do mo‐
tor. No entanto, se fosse
simplesmente isso, seria
esperado que o topo do
motor também apresen‐
tasse uma distribuição simétrica e com temperaturas próximas à lida. Apesar do ângulo
extremo, a leitura de temperatura no topo do motor está aproximadamente 9 °C abaixo
da máxima registrada na saída de ar, o que não permite um diagnóstico confiável. Para
resolver esta indeterminação, o lado oposto do motor foi inspecionado, como se pode
ver na imagem térmica ao lado. No entanto, ao efetuar a nova visada, o Inspetor des‐
cobriu outra anomalia nos ca‐
bos de alimentação e não re‐
gistrou a distribuição térmica
da carcaça para comparação.
Como na análise atual o ob‐
jeto de interesse é a carcaça
do motor, e para fins de com‐
paração, o mesmo Termo‐
grama dos cabos de alimenta‐
ção foi ajustado para os mes‐
mos limites de temperatura
do lado suspeito. Nesse novo
ajuste, e para que a parte mais
aquecida da imagem não interferisse na avaliação do objeto de interesse, foi coberta
com uma isoterma (indicada pela seta dupla) acima dos 72 °C. Apesar de ser uma ima‐
gem restrita com relação à área de interesse da carcaça, podemos ler, logo acima da
entrada dos cabos, a temperatura máxima de 72,5 °C. Como dentro da carcaça, devido
à ventilação forçada, a pressão é positiva, isso permite a inferência de que, neste lado
FIGURA COMENTÁRIOS
do motor, a temperatura
máxima é de aproximada‐
mente 73 °C. Como a área
suspeita do outro lado do
motor está a 77 °C na saída
da ventilação, é possível di‐
agnosticar um estado de nor‐
malidade para este motor
para as condições no mo‐
mento da Inspeção. A reco‐
mendação final é anotar a carga do motor no momento da Inspeção e, na próxima
oportunidade, comparar o Delta de temperatura da saída de ar com uma referência
estável no ambiente. Esse parâmetro poderá ser utilizado para diagnosticar futuras
anomalias. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura
ambiente, pode‐se utilizar a emissividade para tinta a óleo que varia de 0,85 a 0,94.
Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000 Researcher 2.10. Câmera: FLIR AGEMA
550. Lente: 20°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 8.7 O Termograma apresenta um caso grave de anomalia térmica em carcaça de motor não
aletado. A distribuição pontual da anomalia, situada acima da caixa de ligação de cabos,
indica fortemente o curto entre diversas placas de ferrosilício. Outras medições como a
corrente por Fase, harmônicos e vibração, foram efetuadas e todos apresentaram valores
aceitáveis. Como se tratava de um motor de grande porte de 200 CV, a sua retirada de
operação não podia ser feita de imediato. A Gerência responsável informou
posteriormente que foi instalada uma ventilação forçada para tentar retardar a retirada
de operação do motor. Enquanto isso, foi possível localizar um fornecedor de reparo
competente e um motor sobressalente para ser utilizado durante a manutenção. A
substituição foi feita durante a próxima parada de fábrica. Lamentavelmente a Gerência
não informou o achado no interior do motor. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm
ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, e como na maioria dos casos, as carcaças são
FIGURA COMENTÁRIOS
pintadas com tinta a óleo, a emissividade que pode ser utilizada, varia de 0,85 a 0,94.
Software: ThermoCom IRAnalyzer. Câmera: ThermoCom V384S. Lente: 22°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 8.8 Sempre que é inspecionada uma carcaça de motor, é praticamente impossível não
visualizar também um componente mecânico importante, que são seus rolamentos. No
entanto, e por fugirem ao escopo do presente Volume, as análises térmicas desses
componentes serão avaliadas no Volume 3 – Equipamentos Mecânicos, de Produção
P&D.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 8.9 Motores de grande porte possuem características de projeto diferenciadas dos motores
de uso comum em unidades fabris. Cada projeto tem uma característica própria de
partida, controle de potência, inversores de frequência ou não, sistemas de
resfriamento e assim por diante. No Termograma, e a título de exemplo, foi destacada,
pela isoterma em vermelho, a circulação de ar saída do motor. Para motores desse
porte, é usual a confecção de um mosaico térmico das diversas faces do motor, de
forma a construir uma assinatura térmica de referência para comparação em Inspeções
posteriores. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura
ambiente, deve‐se escolher o valor de emissividade compatível com o revestimento
externo da área de interesse do motor. Na maioria dos casos, quando as carcaças são
FIGURA COMENTÁRIOS
pintadas com tinta a óleo, a emissividade varia de 0,85 a 0,94. Software: FLIR Image
Builder 5, FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 8.10 O Termograma apresenta um motor de grande porte, acoplado a um redutor, para o
acionamento de um moinho de esferas de aço em uma planta de cimento. As
distribuições típicas de calor nessa carcaça podem indicar anomalias em
desenvolvimento que, se evoluírem para falhas, poderão deixar o equipamento fora de
operação por um tempo considerável. Em plantas de processo contínuo, se um motor
desses estiver em um gargalo de produção, o prejuízo é muito grande. Inspeções
periódicas, desde que com a mesma carga de trabalho, são utilizadas para
monitoramento de condições operacionais. Cada secção do motor tem uma função
MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS 683
CAPÍTULO VIII – MOTORES ELÉTRICOS
FIGURA COMENTÁRIOS
específica e, portanto, uma assinatura térmica. Desvios tanto na forma de distribuição
das isotermas como nos valores lidos de diferenças de temperatura entre pontos
escolhidos, podem ser utilizados para controle da vida útil tanto dos componentes como
do motor em si. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à
temperatura ambiente, deve‐se escolher o valor de emissividade compatível com o
revestimento externo da área de interesse do motor. Na maioria dos casos, quando as
carcaças são pintadas com tinta a óleo, a emissividade varia de 0,85 a 0,94. Software: FLIR
Image Builder 5, FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 8.11 Os Termogramas apresentam dois servomotores de mesma fabricação em máquinas
controladas por CLP’s. Como os motores são encapsulados e trabalham em regimes
variados, nem sempre é possível um diagnóstico seguro sem uma referência anterior ou
um elemento para comparação. O motor do Termograma inferior apresenta duas
anomalias com relação ao Termograma superior: a saída do redutor apresenta‐se bem
mais aquecida que seu similar e, na parte traseira do motor, há uma distribuição anômala
de calor, não esperada. Observar que, para a localização e discriminação destas
anomalias, a amplitude térmica teve de ser ajustada de forma diferente da imagem
superior. As temperaturas envolvidas não são elevadas e o critério térmico é falho para
classificar o servomotor do Termograma inferior. Como uma parada neste motor para
FIGURA COMENTÁRIOS
uma máquina inteira, uma falha nesse local tem um custo muito elevado e deve,
portanto, ser classificada como de urgência estratégica. Para medições radiométricas em
7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, deve‐se escolher o valor de
emissividade compatível com o revestimento externo da área de interesse do motor. Na
maioria dos casos, quando as carcaças são pintadas com tinta a óleo, a emissividade varia
de 0,85 a 0,94. Software: FLIR Image Builder 5, FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000.
Câmera: FLIR AGEMA 550. Lente: 20°.
Anotações:
Caso Particular: antes de condenar em campo poucas vezes é possível uma vi‐
um motor pela sua distribuição térmica ex‐ sada perfeita, ou seja, na ortogonal da late‐
terna, é importante conhecer uma peculiari‐ ral dos motores, o ângulo em que observa as
dade na formação das imagens térmicas de aletas introduz um erro de leitura: sempre o
motores aletados. Deve ser observado que o fundo das ranhuras entre as aletas (ou seja,
ângulo de visada pode levar a um diagnós‐ a carcaça em si do motor) mais na ortogonal
tico nem sempre correto, ou seja, de que es‐ em relação ao termovisor, apresentará uma
ses motores apresentam algum tipo de pro‐ temperatura mais alta do que as extremida‐
blema interno, notadamente o curto entre des das aletas (que estão mais distantes da
placas isolantes de ferrosilício. Uma vez que carcaça e, por isso mesmo, mais frias). Isso
explica por que a planificação da visada de
688 MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS
CAPÍTULO VIII – MOTORES ELÉTRICOS
um corpo cilíndrico implica em ângulos diferentes para cada secção do cilindro, como pode ser
visto na Figura 8.13.
Anotações:
Figura 8.14 – Mesma carcaça de motor vista por dois ângulos diferentes.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 8.14 Os Termogramas apresentam o mesmo motor, visto por dois ângulos diferentes. As
imagens térmicas possuem limites superior e inferior para permitir a comparação. A
maior diferença lida, neste caso, com relação ao ângulo, é na prática +8 °C. Não há
diferenças significativas em relação à forma de distribuição de calor quando observada
pelos dois lados opostos. Se o único critério de avaliação de um motor for a temperatura,
conforme a leitura, +8° poderão ser decisivos para uma intervenção ou não. Mas se for
observado que essa diferença é devida simplesmente ao ângulo de observação, o motor
poderá ser considerado normal, ou aceitável, para a carga no momento da Inspeção. Para
medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, deve‐se
escolher o valor de emissividade compatível com o revestimento externo da área de
interesse do motor. Na maioria dos casos, quando as carcaças são pintadas com tinta a
óleo, a emissividade varia de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000.
Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
Figura 8.15 – Termogramas que evidenciam o efeito das bordas mais frias das aletas.
Anotações:
MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS 691
CAPÍTULO VIII – MOTORES ELÉTRICOS
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 8.15 A sequência de Termogramas evidencia que,
mesmo com cargas mais baixas, o efeito das ale‐
tas versus fundo das canaletas pode ser mal in‐
terpretado. As legendas nos Termogramas são
autoexplicativas. Ao identificar uma possível
anomalia na carcaça de um motor, sempre que
possível, deve‐se procurar uma visada na orto‐
gonal às canaletas para evitar esse tipo de erro.
Em algumas situações, como em motores eleva‐
dos, ou de acesso remoto, não será possível essa abordagem. Mesmo assim, caso haja
motivo suficiente para uma suspeita concreta, é recomendável registrar o Termograma
junto com a foto de controle e recomendar uma
análise mais detalhada quando possível ou du‐
rante uma parada de fábrica. Para medições ra‐
diométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à
temperatura ambiente, para pinturas a óleo, a
emissividade pode variar entre 0,85 a 0,94. Sof‐
tware: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câ‐
mera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Figura 8.16 – O mesmo motor visto por dois ângulos diferentes, lateral e superior.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 8.16 Os dois Termogramas mostram a diferença entre visadas laterais e superiores em um
motor aletado a plena carga. As diferenças de leituras são devidas ao ângulo entre a
câmera infravermelha e o fundo das canaletas das aletas de refrigeração. Todo motor,
sempre que possível, deverá ser inspecionado pelo maior número de lados acessíveis
para evitar erros de diagnóstico. Se for o caso, mais de um Termograma deve ser
registrado para confirmar e consolidar o achado. Para medições radiométricas em
7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, para pinturas a óleo, a emissividade
pode variar entre 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera:
FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 8.18 O Termograma apresenta algumas das escovas de um motor assíncrono em gaiola, em
6,9 kV, que parte utilizando um reostato de partida. Como o fechamento do curto‐
circuito do rotor é externo, a corrente de curto permanece circulando pelas escovas. Na
última parada deste equipamento, foi possível a substituição das escovas do anel externo
(lado direito do Termograma) e a diferença de comportamento térmico é evidente. A
qualidade do material e as pressões exercidas pelas molas representam fatores
fundamentais na durabilidade das escovas e de seu desempenho na partida do motor.
Considerando um bom material constituinte, as causas desses sobreaquecimentos
basicamente se restringem a desgaste e pressão incorreta das molas. Já a corrente de
curto‐circuito do estator é de difícil medição e não é de frequência industrial, sendo
resultante do escorregamento do rotor, que, por sua vez, varia com a carga. Para
medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm, deve‐se considerar que as escovas
trabalham em um ambiente confinado e aquecido. Mas, para efetuar as leituras, salvo
onde houver janelas infravermelhas instaladas, ao abrir a porta de Inspeção, a
temperatura ambiente variará rapidamente. Além do mais, as pistas de assentamento
serão normalmente de material refletivo e de baixa emissividade, como o cobre. Por sua
vez, o grafite das escovas terá uma emissividade entre 0,7 a 0,8. Mas há ainda a fresta
entre a escova e a superfície de contato. Levando em consideração todos esses fatores,
MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS 695
CAPÍTULO VIII – MOTORES ELÉTRICOS
é possível utilizar um valor entre 0,75 a 0,85 dentro de um erro razoável. Software: FLIR
Image Builder 5.0, FLIR ThermaCAM Researcher 2.10 PRO. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente:
24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 8.19 Motores de corrente contínua têm seu campo magnético entre estator e rotor conectado
pelo campo magnético gerado pela circulação de corrente no rotor. Assim, a conexão
para circulação de corrente no rotor é feita por um conjunto de escovas dimensionadas
de acordo com a potência do motor. O Termograma apresenta os dois conjuntos de
escovas, dos polos positivo e negativo, onde a escova da extrema direita apresenta uma
temperatura 25% a menor das suas adjacentes. Como as escovas estão todas em para‐
lelo, a diminuição de temperatura
implica em uma diminuição de
corrente ou potência dissipada (Ver
Item 6.5, Estudo de Caso 8 –
Condutores em Paralelo). As causas
podem ser desgaste incorreto, falta
de pressão, excesso de resíduos ou
fim de vida útil. A recomendação de
intervenção é, em primeiro lugar,
verificar se a temperatura de
operação das escovas está compatível com as recomendações do fabricante. Em caso
afirmativo, proceder a uma Inspeção Visual cuidadosa, medição de resistência de
contato, medição da pressão da mola, limpeza da trilha e, se necessário, substituição.
Como toda a máquina deverá estar desenergizada, convém aproveitar o momento e
efetuar a mesma intervenção em todas as escovas. Caso a temperatura das escovas
esteja acima do especificado, verificar as condições de trabalho e eventual desgaste em
todas elas. Conforme a situação, poderá ser necessária a substituição de todo o jogo de
escovas. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm, deve‐se considerar
que as escovas trabalham em um ambiente confinado e aquecido. Para efetuar as leituras
de temperatura, salvo onde houver janelas infravermelhas instaladas, abrir a porta de
Inspeção fará com que a temperatura ambiente varie rapidamente. Além do mais, as
pistas de assentamento serão normalmente de material refletivo e de baixa emissividade
FIGURA COMENTÁRIOS
como o cobre. Por sua vez, o grafite das escovas terá uma emissividade entre 0,7 a 0,8.
Considerando ainda que há a fresta entre a escova e a superfície de contato, e levando
em consideração todos esses fatores, é possível utilizar um valor para a emissividade
entre 0,75 a 0,85 dentro de um erro razoável. Software: FLIR ThermaCAM Researcher
2.10 PRO. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Figura 8.20 – Escovas sobreaquecidas em motores de grande porte com rotor em gaiola.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 8.20 Motores trifásicos de grande porte podem ter seus rotores em gaiola curtos‐circuitados
por reostatos externos para diminuição das correntes de partida. Nesses modelos de
motor, durante a partida, as correntes no rotor são controladas por reostatos, de tal
forma que o engate entre os campos magnéticos vai aumentando gradualmente,
permitindo uma partida lenta. Após o motor entrar em regime nominal, as correntes
induzidas no rotor são curto‐circuitadas no próprio reostato, sendo que essas correntes
ainda permanecem circulando através das escovas. Os Termogramas apresentam casos
em que as escovas aquecem por mau contato, falta de pressão ou desalinhamento,
excesso de depósito ou fim da vida útil. O critério de diagnóstico pode ser diferencial
entre as próprias escovas, desde que sejam do mesmo modelo e fabricante. De qualquer
maneira, sempre é importante consultar o fornecedor para verificar a temperatura
máxima de operação. Em todos os casos, é necessário o desligamento para Inspeção
Visual detalhada e verificação do ajuste das molas, área de contato e, se for o caso,
resistência de contato com a superfície do anel. Conforme a situação encontrada,
deverão ser providenciadas as substituições necessárias. Como não são componentes
excessivamente caros, é comum a substituição de todo o conjunto de escovas. Observar
que no Termograma do meio, todo um anel apresenta uma temperatura menor. Nesse
caso, deve ser buscado o histórico de manutenção para verificar as ações tomadas
anteriormente com relação às escovas. Caso não seja descoberta nenhuma
anormalidade, é possível supor alguma anomalia na circulação de corrente pelo rotor que
deve ser verificada por oficina especializada. O caso deve ser acompanhado para que seja
possível a tomada de decisões antes de uma falha maior. Para medições radiométricas
em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm, deve‐se considerar que as escovas trabalham em um
ambiente confinado e aquecido. Para efetuar as leituras de temperatura, salvo onde
houver janelas infravermelhas instaladas, abrir a porta de Inspeção fará com que a
temperatura ambiente varie rapidamente. Deve ser observado também que o ângulo de
visada muda e que algumas escovas apresentam trilhas sobreaquecidas. Dessa forma, a
escolha do ângulo mais adequado para a medição de temperatura deverá ser verificado
caso a caso. Além do mais, as pistas de assentamento serão normalmente de material
refletivo e de baixa emissividade como o cobre. Por sua vez, o grafite das escovas terá
uma emissividade entre 0,7 a 0,8. Considerando ainda que há a fresta entre a escova e a
superfície de contato, e levando em consideração todos esses fatores, é possível utilizar
um valor para a emissividade entre 0,75 a 0,85 dentro de um erro razoável. Software:
ThermoCom IRAnalyzer e FLIR ThermaCAM Researcher 2.10 PRO. Câmeras: ThermoCom
V384S e FLIR SC‐2000. Lente: 22° e 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 8.21 O conjunto de escovas apresentado no Termograma se encontra fora de sua faixa de
operação. É possível verificar que a temperatura excessiva do contato da escova do meio
está aquecendo a pista, de tal forma que pelo menos um quarto de volta não reduz a sua
temperatura de forma significativa, mesmo à velocidade de 1.800 RPM, na qual o motor
trabalhava. As duas outras escovas se encontram também aquecidas, mas não a esse
ponto. A solução é a troca das escovas e Inspeção nas pistas para ver se não estão
danificadas. Em caso afirmativo, a possibilidade de retífica deve ser avaliada por oficina
especializada. Observar que na foto de controle na luz visível não há sinais de
contaminação da pista por grafite. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de
3 – 5 µm, salvo onde houver janelas infravermelhas instaladas, deve ser considerado que
as escovas trabalham em um ambiente confinado e aquecido. Dessa maneira, ao ser
aberta a porta de Inspeção, o ar externo entrará no ambiente das escovas se a pressão
for negativa, ou será expelido ar aquecido no caso contrário, fazendo com que a
temperatura do ambiente das escovas varie rapidamente. Deve ser observado também
que o ângulo de visada muda e que uma das escovas apresenta sua trilha sobreaquecida.
Dessa forma, deve ser escolhido um ângulo adequado para a medição de temperatura.
Além do mais, as pistas de assentamento serão normalmente de material refletivo e de
baixa emissividade como o cobre. Por sua vez, o grafite das escovas terá uma
emissividade entre 0,7 a 0,8. Considerando ainda que há a fresta entre a escova e a
superfície de contato, e levando em consideração todos esses fatores, é possível utilizar
um valor para a emissividade entre 0,75 a 0,85 dentro de um erro razoável. Software:
FLIR ThermaCAM Researcher 2.10 PRO. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 8.22 As escovas apresentadas nos Termogramas não se referem a motores, mas sim a
sistemas de alimentação em equipamentos móveis. A velocidade linear de
deslocamento destes equipamentos varia a partir de 1 m/min. De qualquer maneira,
são escovas com pistas de contato, molas e corrente circulando. No Termograma
superior, é possível observar que as escovas de duas Fases diferentes apresentam
temperaturas diferentes cujas causas são as mesmas possíveis para escovas de rotores:
falta de pressão nas molas, assentamento irregular, excesso de depósitos, fim da vida
útil e assim por diante. A manutenção, da mesma forma, é a mesma: desmonte,
Inspeção criteriosa das superfícies de contato tanto das escovas como da pista de
assentamento e eventual medida de resistência de contato, se preciso. Se for
necessária, a substituição de todo o jogo de escovas é recomendada para que não haja
discrepâncias no seu comportamento em operação. Já o Termograma inferior é uma
vista em detalhe de outra escova em equipamento similar. É possível observar que a
condução de corrente é maior apenas por uma pequena região da escova, o que implica
em um desgaste maior e uma vida melhor. Além disso, e por serem escovas de
alimentação, poderão introduzir transitórios na linha com eventuais problemas em
equipamentos eletrônicos. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm,
deve ser observado que, normalmente, estas escovas não trabalham em ambientes
sobreaquecidos, mas eventualmente em locais onde há poluentes industriais, como
fábricas de cimento. As considerações sobre o ângulo de leitura de temperatura devem
ser mantidas, sendo que deve ser escolhido um ângulo adequado para que não sejam
FIGURA COMENTÁRIOS
introduzidos erros inaceitáveis nas leituras. Mesmo em baixíssima rotação, as pistas de
assentamento serão normalmente de material refletivo e de baixa emissividade como
o cobre. Por sua vez, o grafite das escovas terá uma emissividade entre 0,7 a 0,8.
Considerando ainda que há a fresta entre a escova e a superfície de contato, e levando
em consideração todos esses fatores, é possível utilizar um valor para a emissividade
entre 0,75 a 0,85, dentro de um erro razoável. Software: FLIR ThermaCAM Researcher
2.10 PRO. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 8.23 É comum que os assistentes técnicos arrisquem procedimentos perigosos durante uma
Inspeção a fim de identificar melhor qual componente está sobreaquecendo. No caso,
o perigo é evidente por dois motivos: se trata de um equipamento rotativo e com
corrente circulando em regime de curto‐circuito. O Inspetor de Termografia recebeu
uma advertência por, além de permitir, registrar essa situação de risco absolutamente
desnecessária. É uma das obrigações do Inspetor de Termografia zelar pela segurança
da Inspeção e impedir que o Assistente Técnico se arrisque desnecessariamente. No
Termograma, em um motor com rotor em gaiola curto‐circuitado, é possível observar
que as cordoalhas de conexão das escovas, aparentemente em bom estado, estão
sobreaquecidas. As escovas em si não apresentam problemas, sendo que a possível
causa é a quebra dos tentos das cordoalhas por manuseio incorreto ou, e mais
remotamente, baixa qualidade do material utilizado na fabricação. A solução é a
substituição das escovas e, se possível, a medição das resistências ôhmicas das
cordoalhas novas para asseverar a boa qualidade. Paralelamente o fornecedor deve ser
questionado. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm, salvo onde
houver janelas infravermelhas instaladas, deve ser considerado que todos os
componentes, escovas e suas cordoalhas de alimentação entre eles, trabalham em um
ambiente confinado e aquecido. Dessa maneira, ao ser aberta a porta de Inspeção, o ar
externo entrará no ambiente das escovas se a pressão for negativa, ou será expelido ar
aquecido no caso contrário, fazendo com que a temperatura do ambiente das escovas
varie rapidamente. Deve ser observado também que, nesse caso, as dimensões das
cordoalhas podem estar fora da resolução de medição da câmera utilizada. As
FIGURA COMENTÁRIOS
cordoalhas, por serem de cobre nu, podem apresentar baixa emissividade, mas por
outro lado, são por si mesmas cheias de frestas e cavidades devido ao seu processo de
fabricação. Assim, é possível utilizar uma emissividade entre 0,7 a 0,8, dentro de um
erro aceitável. Software: FLIR ThermaCAM Researcher 2.10 PRO. Câmera: FLIR SC‐2000.
Lente: 24°
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 8.24 Em muitas situações, inspeciona‐se um equipamento e se encontra outro com anomalia.
É o caso do Termograma onde as escovas se encontram uniformemente aquecidas,
embora a um valor razoável, mas que pode ser aceitável em situações de projeto para
essa carga e outros fatores construtivos. De qualquer maneira, o fabricante ou
fornecedor das escovas deve ser consultado para atestar a normalidade das
temperaturas lidas. O achado térmico é o mancal do eixo do motor trabalhando a uma
temperatura de 135 °C que exige, no mínimo, uma lubrificação especial. Esse e outros
equipamentos serão discutidos no Volume 3: Termografia Qualitativa em Equipamentos
Industriais. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura
ambiente, deve‐se escolher o valor da maior emissividade compatível com o objeto de
interesse. Nesta situação, frestas entre escovas e pistas e mancais, pela informação
passível de ser obtida pela foto de controle na luz visível terão emissividades próximas.
Nesse caso, podem ser utilizados valores de 0,75 a 0,85. Software: FLIR ThermaCAM
Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 8.26 Caixas de ligação de motores são componentes potencialmente perigosos para o
manuseio. Isso porque, até que as tampas sejam abertas, não se tem ideia de qual seja a
situação dos cabos e conexões internamente, e nem de como irão se deslocar com a
retirada da tampa. É altamente recomendável que os assitentes técnicos estejam cientes
dos riscos ao abrirem estas tampas e que usem todos os EPI’s necessários. Da mesma
forma, o Inspetor de Termografia deve permanecer a uma distância segura até que sejam
abertas. Os Termogramas apresentam casos de cabos com anomalias em caixas de
ligações de motores. O primeiro Termograma superior esquerdo apresenta um caso onde
o aquecimento se desenvolve em espiral e apenas por um dos cabos provenientes do
painel. Já no caso inferior, a maior probabilidade é de que a causa primária seja a má
qualidade do cobre utilizado. Isso porque esta é a conexão de fechamento da estrela do
motor e somente um cabo apresenta‐se aquecido em direção às bobinas. Normalmente
estes problemas não são resolvidos com troca de conectores e reapertos, já que os
aquecimentos se estendem em direção às bobinas. Na maioria desses casos, é necessário
encaminhar o motor para uma oficina especializada para que o cabo seja substituído
desde sua conexão com a bobina. O risco da não manutenção é o fechamento de um
curto‐circuito contra a tampa da caixa de ligações com a consequente parada do processo
produtivo e possível perda do motor. Como as caixas de ligação permanecem fechadas,
não é possível o acompanhamento de tendência nesses casos. Em algumas instalações
fabris mais antigas, são encontradas folhas de tecido de amianto, hoje proibido por riscos
à saúde humana, e/ou folhas de borracha para evitar que, quando o aquecimento ocorra,
haja o curto franco com a tampa. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de
3 – 5 µm, os cabos são expostos à temperatura ambiente, resfriando‐se rapidamente.
FIGURA COMENTÁRIOS
Normalmente as conexões são revestidas com fita auto fusão e isolante, o que permite
que a seja utilizada a emissividade para termoplásticos de 0,85 a 0,94. Software: FLIR
ThermaCAM Reporter PRO2000, FLIR ThermaCAM Researcher 2.10. Câmera: FLIR SC‐
2000. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 8.27 Nos Termogramas, se pode observar aquecimentos
com origem em terminais mal prensados, mesmo com
as terminações enroladas em fita isolante. No Termo‐
grama superior, o mau contato acontece nas laterais,
que são a área maior de contato e prensagem do ter‐
minal, e no Termograma inferior, pode‐se observar
que a ponta dos terminais não apresenta aqueci‐
mento, enquanto o canto do terminal está seve‐
ramente aquecido. Ainda no Termograma da es‐
querda, é possível verificar que o prolongamento do
cabo já apresenta sinais de aquecimento, provavel‐
mente devido à oxidação interna. Nessa situação, será
necessário decapar o cabo para verificação da pre‐
sença de oxidação ou não e, em caso afirmativo, o
cabo terá de ser substituído se for o que adentra ao
motor. Este tipo de conexão é problemático, porque
ao apertar o parafuso que une os dois terminais, falta ao técnico um apoio fixo contra o
qual exercer o torque. No fim das contas, o apoio acaba sendo a própria força muscular
do operador, o que se mostra muitas vezes insuficiente. Para resolver este problema,
algumas fábricas desenvolveram uma ferramenta ajustável a diversos tamanhos de cai‐
xas de ligação, de tal forma que seja possível inserir um
dos lados do parafuso em um rasgo em uma chapa sol‐
dada a uma haste ajustável e travada nas arestas da
caixa. Assim, é possível ao instalador aplicar o torque
contra a carcaça do motor. Uma vez apertada a conexão,
basta remover a ferramenta. Um croqui aproximado
dessa ferramenta pode ser visto ao lado. Para medições
radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm, os cabos
são expostos à temperatura ambiente, resfriando‐se ra‐
pidamente. Normalmente as conexões são revestidas
com fita auto fusão e isolante, o que permite que a seja
utilizada a
emissividade
para termo‐
plásticos de
0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Re‐
porter PRO2000, FLIR ThermaCAM Re‐
searcher 2.10. Câmera: FLIR AGEMA 550 e
FLIR SC2000. Lentes: 20° e 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 8.28 O Termograma apresenta um caso mais grave que os apresentados na Figura 8.26. Aqui,
é possível verificar que todo o cabo já apresenta sinais de oxidação interna, indo em
direção às bobinas. Nesta situação, é necessária a retirada do motor para abertura e
substituição do cabo. Os cabos de conexão com as bobinas podem ser revestidos de fibra
de vidro ou termoplástico para altas temperaturas. Então, e para medições radiométricas
em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm, é importante observar que, quando a tampa é retirada, os
cabos são expostos à temperatura ambiente, resfriando‐se rapidamente. Para
termoplásticos e fibra de vidro, pode‐se utilizar a emissividade variando de 0,85 a 0,94.
Software: ThermoCom IRAnalyzer. Câmera: ThermoCom V384S. Lente: 22°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 8.29 O exemplo do Termograma apresenta um caso de quão aquecidos esses cabos podem
ficar quando enclausurados. Segundo informações do encarregado, a tampa da caixa de
ligações foi aberta por suspeita de sobreaquecimento devido a possuírem um Termovisor
de baixa resolução e encontrarem a caixa de ligações mais aquecida que a carcaça do
motor. Ao ser aberta, a temperatura da conexão ultrapassava o fim de escala do aparelho
(250 °C), motivo pelo qual a tampa foi deixada aberta até a próxima parada, sujeita a
Inspeções periódicas para verificar a evolução do aquecimento. Caixas de ligação, de
forma geral, deveriam possuir dobradiças para fácil abertura, mantendo os 4 parafusos
FIGURA COMENTÁRIOS
de fechamento. Essa providência simples, somada a um isolamento elétrico interno,
permitiria uma fácil Inspeção, sem riscos significativos para a instalação e para o
operador. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura
ambiente, a emissividade de fitas isolantes pode variar entre 0,90 a 0,94. Software: FLIR
ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐660. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 8.30 Ao ser aberta a caixa de ligação de um motor, não estão presentes apenas as conexões
dos cabos para serem avaliadas. A carcaça interna do motor também aparece e pode
ser avaliada. A anomalia neste motor está posicionada próxima à parte frontal do motor
e com pouca repercussão na área aletada. Como é possível observar, a anomalia não é
contínua e a temperatura externa de operação do motor, em sua parte mais aquecida,
não ultrapassa 110 °C. Como o isolamento do motor era Classe B (130 °C no ponto mais
quente), a temperatura de 183° na carcaça não era aceitável e poderia estar pondo em
risco o motor. A solução, nessa situação, é baixar a carga imediatamente ou desligar o
motor se possível. A avaliação terá de ser feita em oficina especializada após o
desmonte do estator. A possibilidade maior é de curto entre placas e, eventualmente,
as bobinas atingidas poderão ter de ser substituídas. Para medições radiométricas em
7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, a emissividade da tinta aplicada
internamente pode variar entre 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter
PRO2000. Câmera: FLIR SC‐660. Lente: 24°.
Anotações:
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 9.2 A máxima temperatura alcançada no motor intermediário neste robô mostrou‐se +5 °C
maior que seu oposto. De acordo com o ciclo de movimentos programado, as temperaturas
deveriam ser as mesmas, o que levou a este Termograma ser registrado e encaminhado
para o especialista neste modelo de robô, a fim de verificar a normalidade ou não. Em caso
de desconhecimento, o fabricante deve ser informado, tanto da rotina em execução como
do tempo em operação do motor para atingir esta distribuição, bem como do valor de
temperatura encontrado para que diagnostique se se trata de uma anomalia ou não. Para
medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm e à temperatura ambiente, a
emissividade de tintas a óleo pode ser utilizada variando de 0,85 a 0,94. Software: FLIR
ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐660. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura Conexões e tomadas de força em robôs são pontos sensíveis no que diz respeito a maus
9.3
contatos e aquecimentos em robôs. Os Termogramas apresentam dois casos onde, no
primeiro, há um mau contato interno ao plugue de conexão. Já no segundo caso, a
anomalia se estende para fora do plugue, contaminando os cabos de força. Apesar de
nenhuma das duas temperaturas serem críticas em si mesmas, ambos os problemas são
emergenciais porque podem causar a parada intempestiva dos robôs e,
consequentemente, da linha de produção. Se o almoxarifado dispuser de cabos prontos
sobressalentes, a manutenção é simples. Em caso contrário, será necessário estar
preparado para uma parada intempestiva de tal forma que seja possível manter a linha
de produção ativa. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à
temperatura ambiente, a emissividade de termoplásticos em geral pode variar entre 0,90
a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐660. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 9.4 Os cabeçotes intercambiáveis de robôs possuem também componentes
eletromecânicos, comandados pelo CLP responsável. Assim, movimentar peças, girar,
prensar e soltar são ações comuns e necessitam de correntes elétricas para acionar os
servo dispositivos que finalizam essas ações. Os Termogramas apresentam diversos casos
de plugues e cabos de comando e força nos cabeções de diferentes robôs. Todos esses
casos apresentam ou mau contatos internos, oxidação da cablagem ou quebras nos
tentos da fiação. Da mesma forma, todos os casos estão sujeitos a correntes
intermitentes de acionamento dos seus dispositivos, o que faz com que a temperatura
detectada seja uma média e não a instantânea. Outro detalhe é que esses Termogramas
FIGURA COMENTÁRIOS
foram obtidos durante uma pequena parada do robô para executar uma ação. Sendo
assim, podem estar um pouco desfocados, uma vez que o movimento é contínuo.
Depende da perícia do Inspetor congelar a imagem no momento preciso em que o robô
faz a pausa que pode ser de 1 ou 2 segundos. A menos que as temperaturas sejam
severas, nenhum desses casos é urgente pela temperatura e sim pelas consequências,
pois não se sabe em qual momento a conexão irá falhar. Qualquer uma dessas anomalias
pode paralisar um robô e, se estiver em um gargalo de produção, causar uma parada
geral na linha. Cada caso terá seu diagnóstico, e nos apresentados podem ser vistos maus
contatos em plugues e a propagação de aquecimentos pela cablagem. Nesses casos, a
recomendação é a substituição do cabo completo. Com relação aos plugues, é necessário
o desmonte tanto do macho quanto da fêmea para avaliar se é necessária a substituição
ou se é um problema de conexão com os pinos. Para medições radiométricas em
7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, a emissividade para termoplásticos,
pode variar entre 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera:
FLIR SC‐660. Lente: 24°.
Figura 9.5 – Cabos de foça e comando intermediários em robô com defeitos internos.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 9.5 Outro local sujeito a esforços contínuos nos robôs são os cabos de força e comando que
são flexionados a cada movimento. Nos Termogramas, dois trechos de cabos em robôs
diferentes apresentam o resultado desse estresse contínuo. Após milhares de
movimentos, a composição interna desses cabos começa a deteriorar, tanto por
microatritos entre os componentes de um cabo, como por quebras nos tentos flexíveis
de cobre de cada condutor. A deterioração usualmente prossegue até o rompimento do
FIGURA COMENTÁRIOS
condutor e a parada parcial ou total do robô. Da mesma forma que nos casos anteriores,
a solução corriqueira é a substituição do cabo em uma parada programada. Caso não
esteja disponível no almoxarifado, normalmente há tempo para solicitar ao fabricante.
Nesse interim, é possível inclusive a montagem de um cabo emergencial, caso a falha
aconteça antes da entrega do sobressalente. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm
ou de 3 – 5 µm à temperatura ambiente, a emissividade para termoplásticos pode variar
entre 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐660.
Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 9.6 Robôs não atuam somente no posicionamento e colocação de peças. Na indústria
automotiva, por exemplo, muitos deles são especializados em soldagem de chapas e,
para tanto, possuem pinças especiais e circuitos de potência para soldas ponto. Os
Termogramas apresentam motores de acionamento instalados nos robôs, pinças de solda
e problemas nas conexões e cablagens de potência. Quanto aos motores, só com uma
referência se pode saber se esta distribuição e valor de temperatura são normais ou não.
Os cabos de potência, por sua vez, são refrigerados e, devido ao movimento rápido dos
robôs, caso não sejam programados especificamente para transições de posição lentas,
só podem ser termografados em suas posições de repouso. Dependendo da velocidade
de circulação de água nas ponteiras de solda e da sua diferença de temperatura, os
valores lidos em repouso podem ser bastante baixos. Dessa maneira, o diagnóstico deve
FIGURA COMENTÁRIOS
ser predominantemente qualitativo. As consequências de uma falha em um robô já foram
comentadas, principalmente se fizer parte do gargalo de produção. A manutenção
também tende a ser simples, se houverem peças sobressalentes no almoxarifado. Em
caso negativo, a Gerência responsável deverá ser informada para as providências
necessárias, já que cada caso é um caso em separado. A preocupação maior do Inspetor
deve ser conseguir uma imagem no foco e nítida. A foto de controle na luz visível servirá
para posteriormente atribuir a emissividade do objeto de interesse de forma a cometer
o menor erro. Cada caso deverá ser analisado individualmente e, caso a câmera não
tenha capacidade para registrar o robô em movimento, como as câmeras com taxa de
atualização de 9 Hz, por exemplo, a recomendação é fazer uma filmagem térmica a pelo
menos 30 Hz. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm à temperatura
ambiente, a emissividade para termoplásticos pode variar entre 0,85 a 0,94. Já para
conexões em barras de cobre nu, terá de ser procurada uma fresta, local oxidado ou com
pasta condutora para conseguir uma emissividade de 0,65 a 0,8, Software: FLIR
ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐660. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 9.7 Os dois Termogramas mostram conexões em pinças de solda em robôs. Como as
correntes de pico para a solda ponto são muito altas, conexões em pior estado são as
primeiras a aquecerem. O primeiro Termograma apresenta a barra de conexão com a
pinça refrigerada. Já o segundo Termograma mostra uma região indefinida do cabeçote
de solda onde não é possível precisar onde se encontra a anomalia. Apesar de a imagem
permitir a identificação das pinças, devido ao movimento do robô a parte aquecida não
consegue ser identificada. Caso não seja possível definir onde está o aquecimento, o robô
deve ser programado para executar lentamente a transição entre os locais de solda. Com
essa manobra, será possível para o Inspetor conseguir focalizar o local de interesse e
efetuar uma imagem que permita a identificação correta do aquecimento. As
consequências são as descritas anteriormente: caso uma pinça de solda não efetue
corretamente algumas de suas soldas, haverá perda do produto ou não conformidade.
No caso de uma falha, haverá a parada da linha para manutenção de emergência. A
intervenção de manutenção deve prever Inspeção Visual cuidadosa em busca de sinais
de corrosão. Caso sejam localizadas, a recomendação é a troca do componente ou, se
possível, tratamento de superfície. Em caso negativo, limpeza e reaperto com
FIGURA COMENTÁRIOS
torquímetro. Para medições radiométricas de temperatura, a determinação da
emissividade dependerá de cada caso. Para câmeras que operam em 7 – 14 µm ou de
3 – 5 µm à temperatura ambiente, a emissividade para conexões em barras de cobre nu
é muito baixa e então terá de ser encontrada uma fresta, local oxidado ou com pasta
condutora para conseguir uma emissividade de 0,65 a 0,8, Software: FLIR ThermaCAM
Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐660. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 9.9 Os Termogramas apresentam duas pontes retificadoras de alta potência com anomalias
nas conexões com os tiristores. As temperaturas não estão excessivamente altas e ambas
as anomalias se resumem a um mau contato. No entanto, o risco maior será na atuação
indevida dos tiristores por interferência dos aquecimentos anômalos. Em uma situação
FIGURA COMENTÁRIOS
limite, o aquecimento pode danificar os semicondutores. Os valores limites de
temperatura, se a opção for pelo diagnóstico quantitativo, deverão ser buscadas em
catálogos do fabricante dos tiristores. Outro problema é a leitura de correntes
instantâneas devido aos cortes de tensão. Essa dificuldade pode ser contornada se for
considerado que o aquecimento detectado é resultante do comportamento médio do
semicondutor. Deve ser levando em conta que os painéis eram dotados de ventilação
forçada, o que torna a temperatura de todos os componentes, conexões defeituosas,
inclusive, dependentes do sistema de ventilação. Antes da manutenção é conveniente
medir as resistências de contato entre os tiristores e os barramentos a fim de ser obtida
uma referência tanto de comportamento normal quanto dos valores iniciais antes do
reparo. Os procedimentos de manutenção são usuais: desmonte e Inspeção Visual
cuidadosa em busca de indícios de sinais de corrosão. Em caso afirmativo, substituição
das peças envolvidas e/ou tratamento de superfície. No caso de ausência de corrosão,
limpeza e reaperto com torquímetro. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de
3 – 5 µm e à temperatura ambiente, a emissividade de componentes estanhados é muito
baixa. É necessário então ler as temperaturas nas frestas entre parafusos ou lâminas do
barramento e dos tiristores. Para essas frestas, e considerando depósito de poluentes
sobre os componentes, pode variar de 0,65 a 0,85. Software: ThermoCom IRAnalyzer.
Câmeras: ThermoCom V384S. Lente: 22°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 9.10 Quando as cargas são maiores, mas não necessitam de cortes de onda, são utilizadas
pontes retificadoras não tiristorizadas. Nos exemplos dos Termogramas, há três tipos
diferentes de anomalia: a do Termograma da esquerda indica um problema de solda no
rabicho do diodo. Já no Termograma da direita, o diodo da esquerda aparece
uniformemente aquecido, o que pode ter como causa uma falha interna ou simplesmente
um mau contato na fixação com a base. Há ainda o diodo do meio, que aparece
significativamente mais frio que os laterais. Para que esse diodo esteja frio, só há uma
opção: ele está aberto e não conduz no seu meio ciclo. Se estivesse em curto, deveria
estar sobreaquecido como eventualmente o diodo da direita está. Uma forma de
descobrir isso é através da forma de onda que está saindo da ponte retificadora. Se ela
FIGURA COMENTÁRIOS
se apresentar como a Figura
ao lado, é realmente o caso de
um diodo aberto. Nesse caso,
não há o que fazer senão
substituir o componente. Da
mesma forma, é necessário
testar o diodo da esquerda,
principalmente no que diz
respeito à sua tensão reversa
para verificar se ainda está
dentro dos parâmetros especificados. Caso esteja fora, será necessária a sua substituição.
Nos dois casos a recomendação de instalação passa pela limpeza dos assentamentos e
aperto com torquímetro. No caso do Termograma da esquerda, é necessário verificar se
uma nova soldagem resolverá o aquecimento. Por via das dúvidas, é conveniente
substituir o diodo aquecido e refazer a solda do defeituoso. Após a soldagem, testar para
verificar se está aceitável. Em caso positivo, manter como estoque reserva. Para
medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm e à temperatura ambiente, a
emissividade dos diodos deverá acompanhar seu encapsulamento. Se o encapsulamento
for em porcelana, a emissividade poderá variar de 0,85 a 0,90. Se for em Termoplástico,
pode ser utilizada a emissividade variando de 0,85 a 0,94. Se o encapsulamento for
metálico, com emissividade baixa, utilizar a emissividade das frestas de assentamento,
entre 0,65 a 0,85. Software: ThermoCom IRAnalyzer. Câmera: ThermoCom V384S. Lente:
22°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 9.11 Os Termogramas apresentam duas situações similares apesar da diferença de porte dos
diodos envolvidos. Ambos apresentam mau contato em um de seus terminais. Se o
terminal é catodo ou anodo, dependerá do fabricante e do modelo. De qualquer maneira,
a evolução desse defeito poderá tornar a ponte inoperante. A manutenção é simples:
desmonte, Inspeção Visual cuidadosa, limpeza e reaperto se não houver sinais de
corrosão. Se houver, substituição dos componentes afetados. Para medições
radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm e à temperatura ambiente, a emissividade
FIGURA COMENTÁRIOS
das conexões metálicas normalmente é baixa. É necessário então utilizar a emissividade
das frestas de assentamento, entre 0,65 a 0,85. Software: ThermoCom IRAnalyzer e FLIR
ThermaCAM Researcher 2.10 PRO. Câmeras: ThermoCom V384S e FLIR SC‐2000. Lente:
22° e 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 9.12 O Termograma mostra duas pontes retificadoras com diodos aquecidos e frios. A
distribuição simétrica dos aquecimentos é anômala porque todos deveriam aquecer de
maneira idêntica para a mesma corrente. Mesmo que fossem tiristores, os ângulos de
corte nas tensões deveriam ser os mesmos, o que resultaria em correntes muito próximas
umas das outras, em cada tiristor ou diodo. É de se notar também que as cordoalhas de
alimentação, que são recobertas de material de alta emissividade, estão mais frias que
as tampas dos diodos, que são feitas de material metálico. A recomendação de
intervenção simplificada neste caso é a substituição dos elementos que estão conduzindo
menos. No entanto, se houver instrumental e tempo disponível, é recomendável verificar
com um osciloscópio como estão as ondas de tensão e corrente na saída geral e em cada
diodo. Uma causa possível é que, na fixação dos diodos no lado oposto, haja um mau
contato. No entanto, a simetria dos aquecimentos torna pouco crível essa opção. Uma
vez de posse desses dados, será possível fazer um diagnóstico mais preciso da causa dessa
assimetria térmica. Como o fechamento dos diodos é feito por placas metálicas
aparafusadas em corpos de porcelana ou material termoplástico, a definição de qual
emissividade utilizar é difícil. Uma saída é considerar que a poeira depositada sobre as
placas metálicas torna possível a leitura das temperaturas com um erro menor. Assim, e
para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm e à temperatura ambiente, a
emissividade das placas pode ser arbitrada em 0,75 a 0,80. Software: FLIR ThermaCAM
Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 9.13 Equipamentos de potências menores podem ter suas pontes retificadoras externas
instaladas em dissipadores de alumínio. O diagnóstico de casos como o do Termograma
depende da informação de como estão operando os diodos. Pela configuração, podemos
verificar que se trata de dois retificadores de meia onda ou um retificador de onda
completa. A possibilidade maior é de serem dois retificadores de meia onda, sendo que
o da esquerda está fora de operação no momento da Inspeção. De qualquer maneira, o
retificador da direita apresenta uma assimetria incompatível com o funcionamento
esperado, já que apenas o diodo superior está aquecendo. Diversas opções são possíveis
para explicar esse aquecimento: mau contato mecânico com o dissipador, mau contato
elétrico com o dissipador, mau contato com o terminal de força superior ou ainda defeito
interno no diodo. As consequências desse aquecimento dependerão de qual a função do
equipamento. Deve ser avaliado ainda o estado do diodo inferior que pode estar
operando corretamente e sem aquecimento. Ou, e por outro lado, estar inoperante.
Como o diodo é encapsulado em metal, é mais correto utilizar a emissividade do
termoplástico do cabo superior. Assim, e para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou
de 3 – 5 µm e à temperatura ambiente, a emissividade para termoplásticos pode ser
utilizada variando de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000.
Câmera: FLIR SC‐660. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 9.14 Alguns diodos e ou tiristores operam em série e possuem refrigeração líquida para
manter suas características operacionais. O Termograma apresenta um caso onde uma
das hipóteses explicativas para este aquecimento é uma obstrução na circulação de água.
Eventualmente e bem mais simples, pode se tratar de um simples mau contato.
Observando a foto de controle na luz visível, pode‐se observar que nos três
semicondutores há quatro tubulações de entrada de água fria (em azul, embaixo) e
quatro de saída (em vermelho e transparente, em cima). Em uma situação em que todos
os semicondutores estejam operando normalmente, é de se esperar que a refrigeração
roube calor a taxas iguais de cada pastilha. No entanto, o Termograma apresenta o
conector refrigerado, e entre as pastilhas da direita, sobreaquecido. Como visualmente
não é possível afirmar se são tiristores ou diodos, o diagnóstico deve ser conservativo e
assumir que anomalia é gerada ou por mau contato ou por deficiência na circulação do
fluido refrigerante. Caso se tratasse de um tiristor, seria possível aventar a hipótese de
que a primeira ou segunda pastilha estão com o gatilho sendo acionado de forma
incorreta. De qualquer maneira, a circulação de água deve ser verificada e desobstruída
se for o caso. Se houver, o circuito de controle de disparos deverá também ser verificado.
Se forem apenas diodos, deve ser verificada a tensão reversa do primeiro disco da direita.
Se estiver de acordo com o projeto, deve‐se verificar a pressão aplicada pelos parafusos.
Uma limpeza nas superfícies de contato é recomendada em qualquer das circunstâncias.
Caso algum dos semicondutores fuja às suas especificações, deve ser substituído. Para
medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm e à temperatura ambiente, a
emissividade do conector de alumínio é muito baixa. No entanto, apesar de na foto de
controle não ser facilmente visível, é possível assumir que se encontra coberto de poeira,
o que aumenta a emissividade significativamente. Assim, e aproveitando também o
efeito fresta entre a pastilha e seu conector, a emissividade que pode ser utilizada sem
um erro muito grande varia entre 0,65 a 0,75. Software: FLIR ThermaCAM Reporter
PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
Anotações:
728 MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS
CAPÍTULO IX – ROBÔS E COMPONENTES ELETRÔNICOS
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 9.16 O Termograma apresenta um caso raro de duas anomalias em duas placas eletrônicas
diferentes, instaladas lado a lado. A anomalia da esquerda, de difícil visualização na foto
de controle na luz visível, refere‐se a uma solda ao lado do capacitor cerâmico. É possível
observar, no entanto, a marca escura de carbonização gerada pelo aquecimento, em
direção à margem da placa. Na placa da direita, o contato inferior do fusível de cartucho
apresenta‐se superaquecido. Ambos os casos estão fora das expectativas. O aquecimento
em uma solda é algo raro em circuitos impressos embora se saiba que ocorra com uma
frequência baixa. A manutenção implica na retirada da placa, Inspeção Visual e nova
soldagem. Já a anomalia no soquete do fusível requer igualmente a retirada de
verificação da presença de corrosão. Caso não haja sinais de corrosão, limpeza e ajuste
de pressão devem resolver. Caso haja corrosão, a base e o fusível deverão ser trocados.
Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm e à temperatura ambiente, a
emissividade para a anomalia na solda deve utilizar valores compatíveis com o verniz da
placa, variando então de 0,85 a 0,94. Para o soquete do fusível, apesar de ser em latão,
material com emissividade muito baixa, pode‐se utilizar um valor compatível com a fresta
entre a garra e o corpo do fusível, entre 0,70 a 0,85. Software: FLIR ThermaCAM Reporter
PRO2000. Câmera: FLIR SC‐660. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 9.17 A utilização de fusíveis de vidro, rosqueados em bases de material termoplástico, é
comum nas aplicações eletrônicas. Por outro lado, a queima indevida de um fusível
paralisa no mínimo uma função da placa onde está instalado e, frequentemente,
interrompe a produção de uma máquina ou de uma linha, se a função estiver em um
gargalo. A imagem térmica apresenta um sobreaquecimento grave no interior da base
fusível sem que seja possível definir se o problema é no fusível ou na base em si. A
recomendação é a substituição da base e do fusível, já que a manutenção dessas bases é
inviável na prática e o seu custo é baixo. Soluções improvisadas são comuns e devem ser
evitadas a todo custo porque normalmente resultam em falhas a curto prazo. Para
medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm e à temperatura ambiente, a
emissividade de termoplásticos pode ser utilizada variando de 0,85 a 0,94. Software: FLIR
ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐660. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 9.18 A falta de referência sobre o comportamento térmico em componentes eletrônicos pode
ser resolvida mediante a confecção de um Termograma com a assinatura térmica, sob
condições conhecidas e controladas. A placa do Termograma foi alimentada com uma
carga padronizada e foi aguardado o período de 25 minutos para a estabilização térmica.
Após esse tempo decorrido, o Termograma foi capturado e, no pós‐processamento, todas
as áreas de interesse foram selecionadas, montando um mapa térmico de componentes
de interesse. A imagem térmica original foi salva e armazenada para futuras referências
em seções ou componentes não escolhidos para essa assinatura. Com essa assinatura, é
possível um rápido diagnóstico de defeitos e, se as placas forem submetidas a testes
periódicos, o acompanhamento de eventuais defeitos em desenvolvimento. Para
medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm e à temperatura ambiente, cada
componente pode ter uma emissividade própria que deve ser anotada e mantida à
disposição para consultas posteriores. De forma geral, e quando as placas são recobertas
por vernizes protetores, a emissividade a ser utilizada será a de materiais orgânicos
variando de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐
2000. Lente: 24°.
Anotações:
Figura 9.19 – Estudo de variação de carga ao longo do tempo em Circuitos Integrados (CIs).
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 9.19 Os seis Termogramas e as curvas imediatamente a seguir se referem a outra placa
controladora do mesmo modelo da Figura 9.19, mas com outro número de série. Nos
primeiros Termogramas, é possível verificar a sucessiva colocação de carga sobre os
circuitos integrados destacados no Termograma 1. No gráfico na sequência, é possível
verificar o primeiro Termograma capturado, antes do ensaio, e o comportamento
térmico dos circuitos integrados ao longo de 30 minutos. Para fazer este registro, foram
capturadas imagens térmicas a cada 30 segundos e depois processadas em Software
dedicado. A assinatura térmica estática, como a da Figura 9.19, fornece apenas um tipo
de resultado de quando a placa já atingiu o seu equilíbrio térmico. Já as curvas de
aquecimento permitem acompanhar o desempenho dos circuitos integrados e suas
interações com outros comandos e componentes da placa. É um tipo de assinatura
térmica muito mais completo do que uma simples imagem estática. Dependendo da
necessidade de análise, poderá ser mais indicada que apenas um Termograma. Para
medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm e à temperatura ambiente, cada
componente pode ter uma emissividade própria que deve ser anotada e mantida a
FIGURA COMENTÁRIOS
disposição para consultas posteriores. De forma geral, e quando as placas são recobertas
por vernizes protetores, a emissividade a ser utilizada será a de materiais orgânicos
variando de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐
2000. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 9.20 Os Termogramas apresentam outro levantamento de assinatura térmica, desta vez em
placas de comunicação de dados, com módulos separados por etapas e volumes de
transmissão. O processo é o mesmo: carregamento controlado da placa e de seus
circuitos com relógios sincronizados. As curvas de temperatura na sequência apresentam
os valores de cada módulo, bem como a situação dos demais módulos quando do ponto
de inflexão das curvas de temperatura. Dessa maneira, é possível verificar não apenas o
desempenho da placa como um todo, mas também de cada módulo em relação aos
demais. Placas com comportamento errático ou duvidoso podem ser comparadas com
esta assinatura quando inseridas em seus bastidores de trabalho desde que se usem
extensores de conexão. Isso permite que os diagnósticos possam ser feitos onde as placas
estão instaladas sem a necessidade de sua retirada e envio para laboratórios de teste.
Este procedimento é utilizado também em linhas de produção onde placas são
submetidas a cargas padronizadas e, após determinado período de tempo, são
automaticamente avaliadas quanto à temperatura atingida por seus componentes
individuais. Ao atingirem determinados parâmetros, são aprovadas ou rejeitadas. Para
medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm e à temperatura ambiente, cada
componente pode ter uma emissividade própria que deve ser anotada e mantida à
disposição para consultas posteriores. De forma geral, e quando as placas são recobertas
por vernizes protetores, a emissividade a ser utilizada será a de materiais orgânicos
variando de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐
2000. Lente: 24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 9.21 A placa de processamento de dados da Figura 9.20 é apresentada neste Termograma na
sua posição de trabalho (vertical). O cliente final escolheu as regiões e os tempos de
interesse para este mapa simplificado de temperaturas. Segundo o projeto original, este
mapa térmico deve ser encaminhado junto com o manual de instruções e manutenção
da placa, bem como as curvas da Figura 9.20. As sugestões sobre emissividade são as
mesmas das últimas duas Figuras.
Anotações:
MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS 735
CAPÍTULO IX – ROBÔS E COMPONENTES ELETRÔNICOS
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 9.22 As duas placas controladoras dos Termogramas apresentam anomalias em dois
componentes iguais em dois casos: as garras dos fusíveis de vidro e as conexões dos
terminais prensados. No Termograma superior, a garra superior do fusível de vidro
está aquecendo, e no Termograma inferior, é a garra inferior. Já no Termograma
inferior, duas terminações prensadas apresentam mau contato no lado inferior da
placa de circuito impresso. Qualquer uma dessas anomalias que evolua para um
defeito pode paralisar a máquina controlada por esta placa. Apesar de três das
temperaturas não serem termicamente graves, com exceção do contato superior do
fusível de vidro, as repercussões são significativas e devem ser avaliadas pela
Gerência responsável como urgentes. Para facilitar as eventuais medições de
temperatura, o calor gerado pelas anomalias irradia para a parte de baquelite ou fibra
de vidro das placas, permitindo o uso de emissividades altas. Notar que os terminais
prensados aparecem mais frios nos Termogramas devido às suas emissividades
baixas. Então, e para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm e à
temperatura ambiente, a emissividade pode variar de 0,85 a 0,90. Software: FLIR
ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 9.23 Softstarters geralmente são do tipo By‐
Pass, o que significa que atuam na par‐
tida do motor com uma rampa ou curva
de corrente para depois serem substituí‐
dos por um contator. Esse procedimento
é utilizado para poupar os SCRs de fica‐
rem operando continuamente quando
um contator faz essa função com aqueci‐
mento e desgaste bem menor. As ques‐
tões que surgem quando da Termografia
de um Softstarter são as seguintes: onde
na sua carcaça ele pode aquecer? Como
ele pode aquecer? Quanto ele pode
aquecer? Se o modelo for desconhecido,
ou não houver uma referência sobre o
comportamento, não há como respon‐
der a essas questões. Os modelos variam
de fabricante para fabricante e de acordo com suas capacidades. Além do mais, para
quais correntes ele está ajustado e qual a capacidade do contator? Assinaturas térmicas
desses e de outros componentes elétricos e eletrônicos deveriam fazer parte dos manu‐
FIGURA COMENTÁRIOS
ais de operação para assegurar referências seguras de operação e manutenção. Sem es‐
sas informações, apenas a experiência do Inspetor poderá ser utilizada e ainda de forma
conservadora, levantando suspeitas e recomendando uma pesquisa de uma eventual
anomalia interna. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm e à tempe‐
ratura ambiente, a emissividade a ser utilizada é a dos termoplásticos devido a ser o ma‐
terial de fabricação das carcaças. Esses valores podem variar de 0,85 a 0,94. Software:
ThermoCom IRAnalyzer e FLIR ThermaCAM Researcher 2.10 PRO. Câmeras: ThermoCom
V384S e FLIR SC‐2000. Lente: 22° e 24°.
Figura 9.24 – Placa em Banco de Cap. tida como desenergizada e severamente aquecida.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 9.24 Como é possível verificar na foto de controle na luz visível deste Termograma, a placa
controladora da USCA (Unidade de Supervisão de Corrente Alternada) neste painel havia
sofrido um sinistro e estava com a fiação completamente carbonizada, porém, e de
maneira totalmente imprevisível, continuava energizada. Além disso, a temperatura
apresentada era de mais de 250°, o que foi classificado como atendimento de
emergência. A Gerência responsável foi alertada imediatamente para o risco implícito e
foi desencadeada uma operação de emergência para efetuar o desligamento do painel e
das máquinas conectadas. O gerador não havia sido acionado e a alimentação do painel
vinha direto da rede da concessionária. Uma vez desligada a seccionadora geral, a
anomalia desapareceu. Foi recomendada substituição completa da unidade
controladora. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm e à temperatura
ambiente, a emissividade da fiação carbonizada tem valores próximos a 0,95. Software:
FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR T‐300. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 9.25 Softstarters possuem uma série de opções de alimentação com informações dos motores
que comandam. Conforme o modelo, pode existir entradas extras para sinais de tensão
ou corrente. No caso do Termograma, a informação de corrente vinha de um TC em um
barramento de saída para o motor. Pela distribuição térmica na conexão, é possível
identificar que o aquecimento estava sendo originado na conexão interna do borne. Erros
na informação de corrente em um Softstarter causam problemas no ajuste das curvas de
partida e podem queimar um motor. Apesar da temperatura relativamente baixa, essa
anomalia pode introduzir erros significativos no funcionamento da partida do motor,
ainda mais porque não há histórico anterior de como a conexão vinha se comportando.
Cabe ao Inspetor ajustar corretamente sua câmera para que pequenas anomalias
térmicas, mas com repercussões potencialmente graves, sejam identificadas e corrigidas.
No caso, os procedimentos de manutenção são corriqueiros: desmonte e Inspeção Visual
em busca de sinais de corrosão. Caso estejam presentes, é necessária a substituição do
borne e do terminal. Em caso negativo, limpeza e reaperto devem resolver o problema.
Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm e à temperatura ambiente, a
emissividade para materiais termoplásticos pode ser utilizada variando de 0,85 a 0,94.
Software: FLIR ThermaCAM Reporter PRO2000. Câmera: FLIR T‐300. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 9.26 A placa com circuito impresso apresentou uma anomalia de diagnóstico simples, mas
de causa desconhecida. Apesar da identificação “DC‐A” próxima a um dos parafusos
da placa, sem o conhecimento do circuito e das trilhas de cobre abaixo da placa, não
é possível identificar a causa do aquecimento. É necessário então registrar a anomalia
e levar ao conhecimento do departamento encarregado da manutenção eletrônica. A
menos que o Inspetor seja um técnico com formação em eletrônica e esteja
familiarizado com todas as placas eletrônicas em uso na instalação fabril, o
diagnóstico, e a própria identificação de anomalias de menor impacto térmico,
passarão despercebidas. No caso, ficou evidente pela temperatura registrada que
algo estava incorreto, tanto pelo valor como pela função esperada de um parafuso.
O Assistente Técnico reportou desconhecer qualquer irregularidade no equipamento
onde a placa estava instalada. Cabe então a retirada da placa para Inspeção Visual do
lado posterior e análise das repercussões de uma anomalia neste local. Para medições
radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm e à temperatura ambiente, a
emissividade das placas de fibra de vidro revestidas ou não com verniz permite que
sejam utilizados valores variando de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ThermaCAM Reporter
PRO2000. Câmera: FLIR SC‐660. Lente: 24°.
Anotações:
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 9.27 Utilizando duas placas mãe modificadas modelo Pentium IV, podemos observar nos
gráficos as variações térmicas dos dois Power MOSFET, destacados como A1 e A2.
Esses dois componentes são os responsáveis para alimentação do chipset da placa.
Por característica de fabricação, estes MOSFET conseguem fornecer tensão e
corrente de forma eficiente até 60 °C, pois trabalham com frequências altas para
manter a tensão estável. Ao ultrapassar esta temperatura, ele automaticamente não
consegue alimentar o chipset de forma correta, ocasionando travamento da placa,
paralisando suas funções e, eventualmente, a máquina que está controlando. Esse
comportamento anômalo pode ser observado no gráfico da direita, referente à placa
já sabidamente defeituosa. As curvas dos componentes exibem formatos
completamente diferentes, valores de temperaturas diferentes nos mesmos tempos.
Tanto na Fase inicial como ao longo do tempo, as curvas das áreas A1 e A2 mostram
MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS 741
CAPÍTULO IX – ROBÔS E COMPONENTES ELETRÔNICOS
FIGURA COMENTÁRIOS
um aquecimento muito mais rápido do que a placa da esquerda, em bom estado. A
placa esquerda, ao atingir a temperatura de 47 °C, efetua o desligamento do circuito,
enquanto a placa defeituosa espera até os 60 °C para atuar, e ainda assim, de forma
irregular. Esse tipo de análise térmica em circuitos processadores pode ser
extremamente útil, desde que se tenha uma referência contra a qual comparar o
desenvolvimento térmico, ou temperaturas em regime pré‐estabelecido e estável de
carga. Para medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm e à temperatura
ambiente, a emissividade de componentes revestidos com termoplásticos pode
variar de 0,85 a 0,94. Software: FLIR ResearcherIR 3.5. Câmera: FLIR AGEMA 550.
Lente: 20°.
Anotações:
742 MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS
CAPÍTULO IX – ROBÔS E COMPONENTES ELETRÔNICOS
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 9.28 Outra aplicação da Termografia é a verificação do dimensionamento de trilhas e de
eventuais soldas frias no verso de placas de circuito impresso. Se além da imagem térmica
for realizada uma filmagem radiométrica, diversas outras informações podem ser
obtidas, tanto de interesse para a confecção de assinaturas térmicas, se for uma placa
em bom estado, como para a localização de comportamentos anômalos. As curvas
mostram o comportamento de carga e resfriamento de pontos determinados na
superfície inferior de uma placa mãe. É possível observar que as trilhas de potência,
obviamente, aquecem mais que as demais. Também há áreas aquecidas que não
correspondem a trilhas visíveis e é possível verificar que os pontos de soldagem dos
processadores passam calor pelos seus lides. Como informação adicional, é possível
verificar que, em um primeiro momento após o desligamento, todos os componentes
resfriam simultaneamente. Mas a partir de alguns segundos depois, cada componente
tem uma curva diferente provavelmente relacionada à massa dos componentes e seu
calor específico. Para a identificação de anomalias, é necessária a existência de uma
assinatura dessa placa e de suas configurações de carga. Para medições radiométricas em
7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm e à temperatura ambiente, a emissividade das trilhas de cobre
é muito baixa. No entanto, é normal que as placas sejam cobertas com uma camada de
verniz ou laca para justamente evitar a oxidação indesejada do cobre. Assim, é possível
medir a temperatura das trilhas usando uma emissividade alta, variando de 0,85 a 0,94.
Para medições mais precisas, onde variações de décimos de grau podem ser
significativas, é necessário contar com a espessura da camada de verniz e sua resistência
térmica. Software: FLIR ThermaCAM Researcher 2000 PRO. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente:
24°.
FIGURA COMENTÁRIOS
Figura 9.29 Os Termogramas e suas respectivas curvas apresentam outras formas de avaliação do
desempenho de placas de circuito impresso. Nem sempre apenas a distribuição de
temperaturas e suas variações máximas ou mínimas ao longo todo tempo podem elucidar
comportamentos anômalos, ou servir de referência para comportamentos normais.
Quem vai analisar comportamentos de componentes eletrônicos deve manter em
arquivo as imagens térmicas originais de cada placa analisada, bem como as condições
de ensaio tais como correntes, tensões aplicadas, tempos em operação, tipos de
chaveamento, frequências utilizadas, portas utilizadas e quaisquer outras informações
que possam alterar o desempenho térmico. De posse dessas informações, uma análise
que não foi efetuada hoje pode ser de grande auxílio em uma ocorrência futura. Para
medições radiométricas em 7 – 14 µm ou de 3 – 5 µm e à temperatura ambiente, a
emissividade das trilhas de cobre é muito baixa. No entanto, é normal que as placas sejam
cobertas com uma camada de verniz ou laca para justamente evitar a oxidação
indesejada do cobre. Assim, é possível medir a temperatura das trilhas usando uma
emissividade alta, variando de 0,85 a 0,94. Para medições mais precisas, onde variações
de décimos de grau podem ser significativas, é necessário contar com a espessura da
camada de verniz e sua resistência térmica. Software: FLIR ThermaCAM Researcher 2000
PRO. Câmera: FLIR SC‐2000. Lente: 24°.
Anotações:
Anotações:
Anotações:
10.3 DEFINA O QUE É DE IMPORTÂNCIA OU muito tempo e com resultados pouco signifi‐
NÃO cativos. Defina anteriormente ao início dos
trabalhos, o que é mais importante. Você irá
Ao iniciar uma Inspeção é funda‐ inspecionar apenas instalações de média e
mental que o Inspetor saiba o que vai inspe‐ alta tensão? Vai inspecionar só baixa ten‐
cionar. Quanto mais souber, melhor será o são? Até quantos volts? 220 ou 24 Volts? Se
resultado final. Conhecer os equipamentos, você não for o responsável por essa decisão,
seus princípios de operação, as tensões e solicite à Gerência responsável. Defina antes
correntes envolvidas, os riscos de um mau a filosofia de abordagem para ter os critérios
funcionamento para o sistema, bem como de Inspeção definidos.
para os humanos envolvidos e como devem
ser seus comportamentos elétrico e térmico 10.5 DEFINA O QUE É UM “PONTO”
em condições normais de operação é condi‐
ção fundamental para executar uma Inspe‐ Uma confusão muito comum em
ção. Sem esse conhecimento, fatalmente Inspeções é a definição daquilo que o jargão
anomalias passarão despercebidas e a credi‐ técnico chama de “ponto”. Os clientes tanto
bilidade do Inspetor e/ou do método será internos como externos acham que um
questionada. ponto é aquilo que eles acham que é. Mas
Dentro do que vai ser inspecionado, não há consenso claro a esse respeito. Um
qual é o item mais importante? Qual deve ponto pode ser tanto uma subestação in‐
ser priorizado e quais as repercussões de terna como uma porta de painel de ilumina‐
uma anomalia neste local? Se estas informa‐ ção ou um relé térmico. Se forem contabili‐
ções não fizerem parte da cultura do Inspe‐ zados como pontos todas as conexões inspe‐
tor, ele deve ser acompanhado por quem cionadas em um dia de trabalho, o número
possa fornecer essas informações quando subirá às dezenas de milhares. Escolha uma
necessário. Se mesmo assim o Assistente definição suficientemente flexível para ser
Técnico não souber informar, cabe ao Inspe‐ operacional, de acordo com as necessidades
tor decidir se comunica o achado imediata‐ do cliente.
mente ao gerente responsável ou ao final do
período. 10.6 DEFINA UMA ROTA
data e nomes claros. Atualize sempre o ro‐ tagueamento lógico e consequente servirá
teiro a cara rodada de Inspeção. para outras funções como planejamento de
manutenção, atualização de centros de
Tenha em mente que alguns seto‐
custo, compras, projetos e assim por diante.
res trabalham 24 horas com carga plena. Ou‐
Crie um sistema que permita o sub‐taguea‐
tros só entram a plena carga em algumas ho‐
mento quando necessário, de forma a que
ras do dia. Nem sempre é possível inspecio‐
seja lógico e autoexplicativo.
nar todos os equipamentos ou instalações
em condições ideais de carga. Assim, a rota
10.8 DEFINA QUAIS ERROS DEVERÃO SER
pode desempenhar um fator importantís‐
IGNORADOS OU SER SUBENTENDI‐
simo na detecção dos defeitos existentes em DOS
uma instalação. Quatro critérios são os mais
comuns de serem utilizados:
Ao trabalhar com qualquer técnica
Da entrada de AT ou MT para as tensões de ensaio, você deve estar ciente das limita‐
mais baixas; ções que ela possui, onde pode e deve ser
Seguindo a linha de produção indo da en‐ aplicada e quais são os erros que estará co‐
trada dos insumos até o produto final; metendo. O fator mais importante em uma
técnica de múltiplas aplicações como a Ter‐
Seguindo os gargalos de produção em pri‐
mografia é: o erro que estou cometendo
meiro lugar;
pode me levar a um diagnóstico incorreto? O
Seguindo a localização geográfica das ins‐ Inspetor deve conhecer os artefatos introdu‐
talações. zidos nas imagens térmicas como aqueci‐
Cada uma dessas opções tem as mentos por convecção, reflexos, variações
suas vantagens e desvantagens e deve ser de emissividade, resfriamentos e assim por
avaliado qual delas é mais interessante para diante. A Termografia é uma técnica extre‐
a instalação em questão. Algumas serão mamente dinâmica e dependente do mo‐
mais rápidas, entretanto, ao custo de não mento em que o ensaio é efetuado: naquele
inspecionar os equipamentos em seu mo‐ momento havia carga de terceira harmônica
mento de carga maior. Outras necessitarão e quinze minutos mais tarde, não havia mais.
de mais tempo, contudo cobrirão os equipa‐ Tudo mudou. E o Inspetor tem de estar ci‐
mentos de melhor forma. Mesmo assim, to‐ ente desses artefatos ou correrá o risco de
das as opções serão vantajosas, sendo o caso emitir diagnósticos incorretos. Um diagnós‐
de se estudar qual será a mais adequada. tico incorreto pode efetivamente custar mi‐
lhões de dólares a uma empresa.
10.7 DEFINA OS TAG’S E SUB‐TAGUEA‐
MENTO 10.9 DEFINA O TIPO DE ERRO QUE IRÁ CO‐
METER
Anotações:
A solução, nesse caso, para detectar Inspeção a cada dois ou três meses. Cada
precocemente situações como esta, seria di‐ caso de interesse deve ser analisado indivi‐
minuir a periodicidade para inspecionar esse dualmente em busca do melhor desempe‐
componente durante o seu ciclo de alta. Por nho.
outro lado, os fatores que influenciam nessa
periodicidade são muitos e, via de regra, es‐ 10.14 CARGAS
tão fora do alcance técnico do pessoal envol‐
vido. São eles: qualidade do material empre‐ Na teoria, toda Inspeção Termográ‐
gado na montagem, qualidade da mão de fica deve ser realizada com a carga máxima
obra utilizada na montagem, dimensiona‐ para uma determinada instalação ou compo‐
mento original, regime de carga até a Inspe‐ nente. Porém, em muitos casos, a carga má‐
ção, ampliações, fatores ambientais como xima poderá ser a nominal de projeto do
atmosfera úmida, corrosiva ou com depósito componente ou até mesmo uma fração
de poluentes, carga instantânea no mo‐ desta. Mas, na imensa maioria dos casos, a
mento da Inspeção e fatores como emissivi‐ carga instantânea, aquela que se encontra
dade e histórico anterior de solicitações de no dia a dia, não é a máxima de projeto ou
carga ou surtos de corrente. nem sequer a nominal do componente. Isso
A maneira de avaliar se a periodici‐ se deve a regimes de produção, horários, de‐
dade está adequada é medir dois fatores: manda de mercado e até mesmo a projetos.
Assim, e para contornar essa dificuldade, re‐
1) A quantidade de anomalias térmicas tem
comenda‐se que não sejam feitas Inspeções
diminuído por Inspeção no mesmo ro‐
com menos de 50% da carga nominal ou em
teiro?
casos extremos, 40% da capacidade do com‐
2) A gravidade das anomalias encontradas ponente. Mas essa é uma informação teó‐
tem sido menor? rica. Na prática, em inúmeros casos, tem‐se
A junção dessas duas variáveis indi‐ que optar: ou faz‐se a Inspeção com carga
cará qual a periodicidade ideal para uma baixa ou não se faz nenhuma Inspeção.
planta ou para um setor dela. Isso significa Dessa forma, e de maneira conservativa, é
que não necessariamente toda uma planta mais interessante fazer a Inspeção com
que tem uma periodicidade de seis meses carga baixa do que não fazer. Além do mais,
não possa ter setores que necessitem uma carga baixa não quer dizer necessariamente
temperatura baixa. Veja, por exemplo, os casos a seguir já apresentados ao longo deste volume:
CLPs são conhecidos por suas bai‐ uma carga de 100% (ou nominal) para um
xas tensões e correntes, mas nem por isso determinado componente. No entanto, para
deixam de apresentar problemas, como que esse cálculo seja possível, terá de ser in‐
pode ser visto no Termograma da Figura formada a corrente instantânea no mo‐
10.5. Da mesma forma, sinais de tensão mento da Inspeção, o que nem sempre é
também possuem corrente muito baixa, possível ou permitido pelas normas de segu‐
mas também podem apresentar aqueci‐ rança de uma instalação específica. Além
mentos como no analisador da Figura 10.4. disso, serão fundamentais para esse cálculo:
E qualquer um desses dois equipamentos a capacidade nominal do componente, a
pode causar uma parada onerosa de má‐ temperatura ambiente e a temperatura do
quina, de processo ou eventualmente na fá‐ alvo em si.
brica como um todo. O método, então, a ser
escolhido para decidir o que inspecionar ou
não, deve incluir não a carga, mas também
a função estratégica que o componente de‐
sempenha no sistema como um todo.
Além disso, eventualmente, é possí‐
vel calcular a temperatura estimada para
10.15 CRIE UM RELATÓRIO PARA SUAS Seguindo a linha de produção indo da en‐
INSPEÇÕES COM ESTATÍSTICAS trada dos insumos até o produto final;
Seguindo os gargalos de produção em pri‐
Desenvolva um relatório claro e meiro lugar;
simples para apresentar ao seu cliente, in‐ Seguindo a localização geográfica das ins‐
terno ou externo. Coloque as informações talações.
necessárias, mas sem exageros e detalhes
Contorne as principais fontes de erro:
técnicos não importantes para o cliente fi‐
nal. Desenvolva um sistema que calcule as Carga baixa contínua ou em horários es‐
estatísticas relevantes para esse cliente de pecíficos;
tal forma que ele possa colaborar no refino Acesso obstruído por portas travadas,
das estratégias de Inspeção e critérios de acrílicos, objetos;
avaliação. Ângulos de visada;
Câmera infravermelha e óptica adequa‐
10.16 RECOMENDAÇÕES GERAIS
das;
Ventilação forçada;
Considere desenvolver um plano
conjunto com a Gerência responsável ou Umidade relativa do ar muito alta para
com uma consultoria em Termografia para distâncias maiores de 10 m;
aperfeiçoar os resultados. Sempre que pos‐ Desprezar correntes baixas como não im‐
sível, estabeleça o custo de equipamento portantes;
poupado ou de produção perdida evitada a Descrições inexistentes ou incorretas dos
fim de montar relatórios gerenciais demons‐
componentes inspecionados;
trando o refino no uso da tecnologia. Monte
Pessoal de acompanhamento técnico não
um museu com as peças defeituosas retira‐
das de operação e anexe cópias das páginas suficientemente qualificado.
dos relatórios que identificaram os defeitos Utilize os diferentes critérios térmicos ou
com uma estimativa de retorno econômico e estratégicos para avaliar o desempenho
financeiro para a empresa. Isso contribuirá tanto das manutenções efetuadas como
decisivamente para a cultura da empresa no seu impacto na redução de pontos encon‐
uso da Termografia e no respeito aos profis‐ trados;
sionais que a utilizam.
Procure se assegurar de que a carga é
10.17 RESUMO aproximadamente a mesma em Inspe‐
ções sucessivas;
Anotações:
Anotações:
11.1 INTRODUÇÃO
11.2 RISCOS EM INSPEÇÕES NA ÁREA
ELÉTRICA
A Termografia, como técnica não in‐
vasiva por excelência, é um dos procedimen‐
Para ser possível utilizar a Termo‐
tos de ensaio mais seguros, tanto para as ins‐
grafia em Inspeções em instalações elétricas,
talações inspecionadas como para os Inspe‐
todos os equipamentos deverão estar ener‐
tores. Nenhum contato físico é necessário,
gizados e sob carga. Isso leva à necessidade
mas, por outro lado, todas as instalações ins‐
de se ter alguns cuidados adicionais além do
pecionadas apresentarão riscos variados
que regulamenta a NR‐10, que é a Norma re‐
para o Inspetor. Não só as instalações e equi‐
gulamentadora brasileira para atividades em
pamentos em si apresentarão riscos implíci‐
e com instalações elétricas.
tos, mas os procedimentos de acesso, deslo‐
camento entre áreas, tipos de atmosferas e Proximidade: SEMPRE devem ser
outras circunstâncias imprevistas poderão respeitados os limites de segurança de
colocar em risco a integridade do Inspetor. acordo com a tensão envolvida. A NR‐10, nos
Recomendamos ainda a leitura do Capítulo seus itens 10.6 a 10.8, regulamenta os pro‐
XI do Volume 1, Segurança do Inspetor de cedimentos e condições de segurança a se‐
Termografia, onde há outros itens que po‐ rem atendidos.
dem ser importantes com relação à segu‐ A NR‐10 prevê as distâncias míni‐
rança do Inspetor. A seguir, algumas consi‐ mas de segurança e zonas controladas:
derações importantes quanto à Termografia
em Instalações Elétricas.
ZL Zona livre.
ZL Zona livre.
Zona controlada, restrita a trabalhadores
ZC
autorizados.
Zona de risco, restrita a trabalhadores
autorizados e com a adoção de técnicas,
ZR
instrumentos e equipamentos
apropriados ao trabalho.
PE Ponto da instalação energizado.
1 0,2 0,7
1e3 0,22 1,22
3e6 0,25 1,22
6 e 10 0,35 1,35
10 e 15 0,38 1,38
15 e 20 0,4 1,4
20 e 30 0,56 1,56
30 e 36 0,58 1,58
36 e 45 0,63 1,63
45 e 60 0,83 1,83
60 e 70 0,9 1,9
70 e 110 1 2
110 e 132 1,1 3,1
132 e 150 1,2 3,2
150 e 220 1,6 3,6
220 e 275 1,8 3,8
275 e 380 2,5 4,5
380 e 480 3,2 5,2
480 e 700 5,2 7,2
Fonte: NR‐10
Pisos elevados: pisos elevados nem sem‐ precisa do que está contido nesses locais.
pre ficam bem encaixados após interven‐ É sempre mais seguro ter à disposição
ções por diversos tipos de profissionais, uma lanterna de pequeno porte e, se for
desde construção civil, processamento de o caso, voltar em outra ocasião quando já
dados e elétrica. Assim, cautela deve ser esteja reestabelecida a iluminação do lo‐
empregada ao caminhar sobre eles, espe‐ cal;
cialmente quando estiverem de fronte a Espaços confinados: alguns painéis, cai‐
painéis abertos com circuitos elétricos xas de ligação ou leitos de cabos estão lo‐
energizados. Cabe ao setor de segurança calizados em locais de difícil acesso, onde,
da empresa demarcar locais conhecidos muitas vezes, apenas o Inspetor consegue
sem as condições de segurança necessá‐ entrar com a câmera. Além das dificulda‐
rias para a execução da Inspeção;
des em focar corretamente, há o risco de
Policarbonatos em Painéis: de acordo atmosfera insalubre ou ainda de gases
com a NR‐10, painéis elétricos de baixa acumulados e inodoros. Inspeções nesses
tensão, sem o uso de chave, exigem a co‐ locais devem ser sempre autorizadas pela
locação de chapas de policarbonato. Es‐ segurança do trabalho e atender às nor‐
sas placas, se colocadas de forma inade‐ mas de segurança pertinentes;
quada, podem representar risco tanto Ruído: o ruído industrial é fator de es‐
para o Inspetor como para o Assistente tresse para o Inspetor. Além do risco de
Técnico da Inspeção. Sugere‐se forte‐ uma eventual distração quando em um
mente que essas chapas sejam instaladas local de risco, ao longo do dia, a exposição
com trincos e dobradiças internas ou com a ruídos intensos irá diminuir a capaci‐
cavilhas e cunhas para extração fácil e se‐ dade de atenção e percepção do Inspetor.
gura. Via de regra, e para fins de otimiza‐ Proteção auricular é sempre recomen‐
ção do tempo empregado na Inspeção, o dada em ambientes sujeitos a ruídos
manuseio dessas placas deve ficar a cargo acima do permitido pelas normas de se‐
do Assistente Técnico; gurança aplicáveis;
Circulação de máquinas e empilhadeiras: Áreas sujeitas a Explosão: em muitos am‐
em muitos ambientes industriais, a circu‐ bientes industriais há áreas onde a con‐
lação de veículos em corredores internos centração de gases explosivos é possível
é comum e representa um risco para o por vazamentos ou por mudanças na di‐
Inspetor que muitas vezes tem de traba‐ reção do vento. Embora não haja proble‐
lhar em painéis instalados em corredores mas de faiscamento em câmeras infraver‐
e áreas de circulação comum. Trânsito de melhas, há que considerar que existem
empilhadeiras e carrinhos industriais são dezenas de milhares de câmeras em ope‐
fatores de riscos aos quais o Inspetor ração e sempre é possível que alguma de‐
deve estar continuamente atento; las apresente um problema de faisca‐
Iluminação ambiente: ambientes escu‐ mento por defeito ou por erro de manu‐
ros, sejam subestações ou painéis, podem seio. Sendo assim, apesar de mais de 30
trazer riscos devido a não identificação anos atendendo a indústria petroquímica
Anotações:
Anotações:
processo. A Gerência superior deve ser in‐ quais o Inspetor tem de resolver no mo‐
formada e o Departamento Financeiro mento da Inspeção e manter‐se atento para
deve ser acessado para que possa pleitear os riscos envolvidos. Nem sempre serão ati‐
uma redução nos prêmios de seguros pa‐ tudes suas, mas muitas vezes de improvisa‐
gos devido à Termografia estar sendo ções perigosas em instalações elétricas, atos
feita regularmente e com qualidade. Au‐ inseguros dos assistentes técnicos ou a pre‐
ditorias externas deverão ser contratadas sença de animais peçonhentos. Durante
pelo menos uma vez ao ano com empre‐ qualquer tipo de Inspeção por Termografia,
sas que possuam técnicos certificados por vale sempre o ditado da aviação:
um órgão responsável e honesto a fim de
que a reputação de compromisso com a
qualidade dos profissionais internos seja “Existem pilotos audazes e
reconhecida e a empresa como um todo pilotos velhos.
possa se tornar mais lucrativa e competi‐ Mas não existem pilotos
tiva. Se a sua empresa não utiliza a Ter‐ velhos e audazes.
mografia nesse nível, a sua concorrente, A audácia deve ser
se já não utiliza, em breve o fará. deixada para os filmes de
entretenimento”.
A seguir está uma coleção de situa‐
ções razoavelmente imprevisíveis com as
Anotações:
Figura 11.7 – Contato severamente aquecido com risco de evoluir para fusão.
o raio ignorou o cume mais próximo para cair que subestações remotas, normalmente em
à meia altura. Assim, descargas atmosféricas captações de água, podem estar mais sujei‐
são imprevisíveis e o Inspetor de Termogra‐ tas ao efeito de descargas atmosféricas do
fia tem de estar atento para as tensões de que instalações e equipamentos dentro de
passo e toque quando estiver em uma insta‐ galpões industriais.
lação fabril. É importante lembrar também
o bom senso e conhecimento dos riscos a fim de não sobredimensionar e complicar desne‐
cessariamente a Inspeção.
painel energizado. É a vida dele e da sua fa‐ que a imprudência assume e o acidente,
mília que está em risco quando ele toma muitas vezes fatal, acontece. Basta um des‐
uma atitude insegura em frente a um equi‐ cuido, só um, e não há mais volta.
pamento energizado. É a sua saúde e o seu Trabalho seguro é trabalho bem
sofrimento que estão em jogo. É a vida do feito. Normas existem e todo Inspetor deve
Assistente Técnico que está em risco. A ele‐ se recusar a efetuar Inspeções sob risco ina‐
tricidade dificilmente dá uma segunda ceitável. Caso haja insistência por parte da
chance. E se der, custa muito caro, com mui‐ contratante, interna ou externa, é dever do
tas dores e cicatrizes, às vezes pela vida toda. Inspetor se recusar a se expor a um risco ina‐
A eletricidade, de certa forma, é traiçoeira ceitável. A segurança do trabalho deve ser
porque é invisível. Não se vê nada e no má‐ chamada para discutir as eventuais conse‐
ximo se ouve um zumbido. Mas não há nada quências e tomar as medidas cabíveis para
que indique a potência de curto‐circuito dis‐ que a Inspeção seja efetuada com a máxima
ponível e nem o tamanho da destruição que segurança para o Inspetor e para o Assis‐
ela possa causar. tente Técnico.
Com eletricidade, a melhor atitude É melhor não executar uma Inspe‐
é ser respeitoso e consciente. Um medo res‐ ção sob risco do que perder a própria vida. E
peitoso é melhor que uma atitude audaz e pior do que perder a própria vida, pode ser
imprudente. Muitos acidentes com eletrici‐ viver o resto dela com sequelas, às vezes ir‐
dade ocorrem com eletricistas com larga ex‐ recuperáveis. Nesse caso, além da vítima,
periência na área. E por que isso? Porque toda a família estará condenada a sofrer por
eles julgam e imaginam que está tudo sob anos a fio.
controle. E justamente nesse momento é
Anotações:
Anotações:
A.1 Mau Contato em Conexões Elétricas das por aperto fixo, por parafusos ou pres‐
são mecânica fixa e contínua no caso especí‐
No contexto deste Manual, Cone‐ fico das conexões em cunha pré‐moldada.
xões Elétricas são contatos elétricos entre Conexões podem apresentar uma gama va‐
duas superfícies condutoras mantidas uni‐ riada de ocorrências de mau contato, desde
as microscópicas, invisíveis ao olho nu, até
derretimentos severos.
Figura A.1 – Exemplos de mau contato em conexões em 138 kV, 13,8 kV e 120 VCC.
A recomendação padrão é a substi‐ até uma mais fina. A aplicação com gra‐
tuição do componente. No entanto, na prá‐ nito ou mármore se faz envolvendo o pe‐
tica, nem sempre isso é possível ou disponí‐ daço com a lixa e aplicação plana. Muito
vel no tempo adequado. Portanto, e para os cuidado deve ser tomado para não deixar
casos em que não for possível a substituição, ondulações ou inclinações nas peças tra‐
os procedimentos de manutenção poderão tadas. Após a remoção das irregularida‐
seguir pelas sugestões abaixo. O critério de des, o acabamento deverá ser feito com
escolha de quais passos adotar deverá ser polimento. Uma vez concluído o trata‐
escolhido caso a caso e endossado pela Ge‐ mento das superfícies, deverão ser fecha‐
rência responsável. das com o uso de torquímetro de acordo
com as especificações de projeto ou cul‐
1) O desmonte cuidadoso da conexão é o tura acumulada pelo executor de comum
primeiro passo. Cuidado especial deve ser acordo com sua supervisão. É importante
tomado para não danificar os principais observar que se uma das superfícies apre‐
componentes pelo uso de força excessiva sentar anomalias, a sua correspondente
ou uso de ferramentas inadequadas. Caso deverá ser igualmente tratada. Se possí‐
a conexão não possa ser desmontada, ou vel, prefira sempre a substituição por pe‐
por estar oxidada ou soldada interna‐ ças novas ao tratamento de superfície;
mente, pode ser considerada condenada;
4) Em ambientes sujeitos a atmosferas cor‐
2) A Inspeção Visual, igualmente cuidadosa, rosivas, e na prática, tem‐se constatado
definirá o tipo de anomalia e qual o pro‐ que a aplicação de uma pequena quanti‐
cedimento corretivo a ser adotado. Arru‐ dade de vaselina, APÓS SER FECHADA A
elas deverão ser igualmente inspeciona‐ CONEXÃO, melhora significativamente a
das nas suas duas superfícies, assim como sua duração. Isso se deve às característi‐
assentamento de porcas. Não porque ar‐ cas da vaselina de repelir a água, o que
ruelas sejam insubstituíveis, mas porque evita a oxidação das superfícies. Por outro
podem revelar traços de corrosão. Se for lado, e aparentemente, uma vez que o
necessário, utilizar uma lupa para definir contato elétrico efetivo em qualquer co‐
o estado da superfície; nexão se faz microscopicamente devido
ao torque aplicado nas superfícies, a va‐
3) Nos casos em que as superfícies de con‐
selina ou graxa similar preenchem os es‐
tato admitam recuperação, nos casos em
paços vazios entre os pontos de contato
que não há sinal visível de corrosão, o pri‐
evitando a ação da água em suspensão no
meiro passo é o polimento com líquido
ar;
não abrasivo e procedimento adequado.
Se o polimento não for suficiente, pode 5) Não é usual, mas como alternativa emer‐
ser tentada a retificação da superfície gencial pode ser usado o estanho para re‐
com lixa e pedaço de granito ou mármore cobrir as pontas de barras ou tubos dani‐
polido. A granulometria deverá ser ade‐ ficados. No entanto, como o estanho pos‐
quada ao tamanho da corrosão obser‐ sui um ponto de fusão muito mais baixo
vada, iniciando‐se pela lixa mais grossa do que o cobre, deve ficar claro que ele
Anotações:
Figura A.4 – Exemplos de aquecimento de origem interna em 34,5 kV, 13,8 kV e 380 V.
Anotações:
Saber a correta aplicação da emissividade que as Inspeções lhe deem acesso pe‐
dos materiais, principalmente nas avalia‐ rante o contratante atual, interno ou ex‐
ções comparativas em relação à tempera‐ terno;
tura máxima admissível e ao gradiente
em relação à temperatura ambiente e um
valor de referência; Quando no decorrer da Inspeção
encontrar uma anomalia térmica, recomen‐
Ter conhecimentos técnicos para ponde‐ dam‐se as seguintes práticas para a avalia‐
rar os efeitos das condições ambientais e ção delas:
de operação dos equipamentos nos resul‐
tados encontrados; Respeitando as distâncias limites de segu‐
rança, aproximar‐se o suficiente para ob‐
Saber corrigir a transmitância espectral,
ter uma imagem nítida e um enquadra‐
quando utilizar janelas infravermelhas;
mento que não despreze o contexto onde
a anomalia está ocorrendo;
Ser capaz de executar o ensaio, interpre‐
tar qualitativa e quantitativamente os da‐ Ajustar o foco da câmera Termográfica
dos obtidos, sendo responsável pela con‐
para a melhor condição;
fiabilidade dos resultados;
Se a análise for quantitativa, buscar medir
Ter conhecimento das normas técnicas a temperatura nos pontos de maior emis‐
aplicáveis; sividade do objeto inspecionado;
Conhecer detalhadamente a operação do Obter o Termograma e a imagem na luz
Termovisor utilizado e suas limitações visível do ponto anômalo, bem como a
para o tipo de Inspeção requerida; imagem e leitura de um ponto de referên‐
Proteger o equipamento Termovisor con‐ cia. Se o Termovisor não dispuser de uma
tra o uso inadvertido de terceiros, bem câmera fotográfica de boa qualidade, uti‐
como choques e quedas que possam da‐ lizar uma câmera externa de boa resolu‐
nificar o equipamento ou seus acessórios; ção e com flash para o registro da imagem
de controle;
Prevenir falhas no equipamento Termovi‐
Se as repercussões da evolução da ano‐
sor e providenciar que ele esteja sempre
malia forem perigosas para os equipa‐
limpo, cuidando de não riscar as lentes;
mentos industriais, planta industrial ou
Ter conhecimento dos requisitos de segu‐ pessoas, informar imediatamente à Ge‐
rança da NR‐10 de acordo com o tipo de rência responsável para avaliação das me‐
Inspeção a ser realizada; didas a serem tomadas em caráter de ur‐
gência.
Obedecer às práticas e normas de segu‐
rança da empresa;
Na sua conduta pessoal, dentro de sejam extensos demais para serem escri‐
uma instalação fabril, o Inspetor de Termo‐ tos no momento. Deve, porém, descrever
grafia deve: o necessário em suas anotações;
Anotações:
APÊNDICE C –
TERMOGRAFIA: PROJETO DE EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES
Anotações:
Anotações:
796 MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS
APÊNDICE C – TERMOGRAFIA: PROJETO DE EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES
C – TERMOGRAFIA: PROJETO DE EQUIPA APÊNDICE C – TERMOGRAFIA: PROJETO DE EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES ENTOS E INSTALAÇÕES APÊNDICE C –
TERMOGRAFIA: PROJETO DE EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES
C.4 PORTAS EXTERNAS E INTERNAS abertura das portas. Portas internas também
deverão ser facilmente abertas para expor
Portas de painéis devem permitir a conexões, barramentos, componentes e de‐
sua abertura plena, bem como deve ser pre‐ mais conteúdos. Micro switches devem pos‐
visto espaço para abertura das portas e pro‐ suir um dispositivo ou by‐pass, que pode ser
cedimentos de evacuação. Também é neces‐ instalado em local ou painel de acesso res‐
sário que as portas disponham de travas que trito e que permita um desligamento rápido
as mantenham abertas durante a inspeção. para a abertura das portas para inspeção.
No caso de ser necessário o intertravamento Há ainda portas que abrem na dire‐
mecânico em chaves ou disjuntores, as tra‐ ção errada dificultando ou impossibilitando
vas deverão ser de fácil liberação para a
a inspeção e/ou a entrada do Inspetor no es‐ ção, o Inspetor fica enclausurado entre o pai‐
paço necessário para a inspeção. Em algu‐ nel, a porta e a parede, sem chance se eva‐
mas situações, e para poder realizar a inspe‐ cuação ou socorro em caso de alguma emer‐
gência.
Anotações:
Portas ou chapas internas de poli‐ tamanho do vão da porta. Isso dificulta so‐
carbonato deverão possuir dobradiças com bremaneira a sua extração e aumenta o risco
pequenas chavetas no lado oposto ou Ras‐ de contato indevido com as partes energiza‐
gos de Encaixe e alças para poderem ser re‐ das. É ainda importante lembrar que o uso
tiradas e recolocadas facilmente. Um fator do acrílico está proibido por dois motivos: ao
que atrapalha e atrasa a Inspeção são as cha‐ incendiar‐se propaga as chamas e produz
pas de policarbonato que são exatamente do uma fumaça preta que além de tóxica preju‐
dica a visibilidade da equipe de emergência.
Anotações:
É conveniente também que quando turas, com ou sem tampas basculantes, es‐
possível, haja apenas uma lâmina de policar‐ trategicamente posicionadas para permitir a
bonato no vão da porta do painel. Nas situa‐ inspeção do conteúdo protegido.
ções em que isso não for possível, secções Quando o painel não possuir portas,
intermediárias poderão ser fixadas por por‐ mas apenas tampas parafusadas, deve ser
cas borboleta ou com os rasgos de encaixe providenciada a instalação de dobradiças
exemplificados. Caso, por algum motivo, não que permitam a abertura das tampas
seja permitida a retirada da chapa de poli‐ quando necessário, sem riscos para o Inspe‐
carbonato, deverão ser providenciadas aber‐ tor e Assistente Técnico.
Figura C.6 – Painel com tampas e Porta sem abertura plena para visada.
Anotações:
C.5 ACESSOS EM INSTALAÇÕES tampa. Deve ser previsto espaço para a aber‐
INTERNAS E EXTERNAS tura desta porta para que o Inspetor possa
trabalhar com segurança. Portas internas em
Mesmo em painéis de média ten‐ tela deverão ter também travas ou trincos e
são, as tampas posteriores de painéis podem dobradiças. Da mesma forma, portas inter‐
ter, além dos parafusos, dobradiças e trincos nas ou telas deverão ser facilmente abertas
(ou cadeados) pré‐instaladas de tal forma e, se forem instalados dispositivos de prote‐
que, no dia anterior à inspeção, possam ser ção como micro switches, deverão ser facil‐
retirados todos os parafusos, menos um. No mente by passados para a realização da ins‐
dia seguinte, e por ocasião da inspeção, esse peção. É imprescindível que essas portas te‐
parafuso será retirado e a inspeção realizada nham batentes que impeçam a sua entrada
facilmente, pois não será necessário retirar a para dentro do painel.
Telas tipo alambrado são muito uti‐ que o encaixe superior seja mais fácil e, de‐
lizadas em subestações de média tensão, pois de encaixado, o inferior seja igualmente
mas para a extração na Inspeção, e posterior facilitado. Da mesma forma, é extrema‐
recolocação, muitas vezes possuem encaixes mente importante que haja um batente que
de difícil posicionamento colocando em risco impeça a tela de cair para dentro da área de
os Assistentes Técnicos e Inspetor. A solução risco.
é o aumento do pino superior de tal forma
Anotações:
Por sua vez, a opção painéis Back‐ não são acessíveis para inspeção por esta‐
to‐Back ou encostados pelo lado posterior é rem muito altos ou por ficarem ocultos atrás
completamente desaconselhável, uma vez de uma chapa sem possibilidade de aber‐
que não permite o acesso aos barramentos tura. Ao menos nas emendas, e quando não
e eventuais entradas ou saídas posteriores. em todas as derivações, esses barramentos
O eventual ganho em espaço físico ou barra‐ devem estar acessíveis a inspeções, pela
mentos compartilhados desaparece na pri‐ parte frontal ou posterior do painel. Em al‐
meira anomalia que evolua para uma falha e guns casos, a altura deste barramento em re‐
que não tenha sido detectada por impossibi‐ lação ao chão torna inacessível a visualização
lidade de acesso. sem uma escada baixa apropriada. E, em ca‐
sos extremos, são encontrados painéis deste
C.6 PAINÉIS COM GAVETAS tipo encostados em paredes, sem pratica‐
mente nenhum acesso posterior. Todos os
Quando o projeto do painel for com painéis, sejam de Baixa tensão ou Média
gavetas, devem ter folga na fiação de sinali‐ Tensão, devem sempre ter acessos posterio‐
zação e comando, que normalmente fica na res tanto para manutenção como para inspe‐
porta, para permitir uma abertura plena. Há ção.
muitos painéis cuja fiação é curta demais ou
Deve ser evitada a montagem de
rígida demais, fazendo com que a porta não
componentes sobre chapas galvanizadas ou
permaneça aberta para ser inspecionada.
zincadas. Devido à baixíssima emissividade
Nesses casos, a solução é a instalação de
desses componentes, muitas imagens são
uma pequena trava na parte inferior da
refletidas e podem dificultar ou até confun‐
porta que a mantenha aberta. Há painéis cu‐
dir o inspetor nas avaliações durante a Ins‐
jas tampas são somente aparafusadas, sem
peção. Chapas pintadas em epóxi resolvem
dobradiças ou trincos, o que atrasa e difi‐
esse problema.
culta a inspeção. Outra deficiência é que os
barramentos de força superior, via de regra,
MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS 803
APÊNDICE C – TERMOGRAFIA: PROJETO DE EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES
De forma mais comum neste tipo de manutenção nos trincos e fechaduras. Cha‐
painel, mas aplicável a todos os outros tipos ves mestras também são muito úteis, uma
de portas, as travas e trincos devem ser ope‐ vez que facilitam os acessos a pessoas auto‐
racionais e funcionais. É comum encontrar rizadas e dificultam a perda de chaves ou o
portas travadas e sem acesso por falta de transporte de dezenas de chaves, uma para
cada painel.
Anotações:
Anotações:
Anotações:
Anotações:
Anotações:
C.14 SECUNDÁRIOS DE TRANSFORMA‐ aos 65 °C. Essa falta de acesso para a inspe‐
DORES EM CUBÍCULOS ção também ocorre em primários de trans‐
formadores, principalmente em trafos insta‐
Muitos transformadores são acon‐ lados em cubículos compartilhados ou ex‐
dicionados em cubículos metálicos que postos ao tempo.
quando expostos ao sol desenvolvem altas
Outro problema é a compactação
temperaturas internas. No caso de ser utili‐
dos barramentos que torna impossível a ins‐
zado, esse tipo de cubículo necessita de um
peção de das buchas secundárias e das pare‐
telhado maior que é com uma altura mínima
des dos trafos ou bobinas. Trafos externos e
de 50 cm acima do telhado do cubículo.
blindados também precisam ser adequados
Mesmo assim, se as paredes laterais ficarem
a Termografia, tanto nos primários como se‐
expostas ao Sol, as temperaturas internas
cundários.
serão significativamente altas, chegando até
Uma solução simples, muitas vezes Nas emendas e conexões, que são
abandonada pela estética moderna em pai‐ os locais mais susceptíveis de apresentarem
néis e instalações, é a pintura dos barramen‐ maus contatos, a solução é envolver em fita
tos com tinta isolante ou cobertura com es‐ isolante, se possível com poucas camadas,
paguete termocontrátil conforme as normas no máximo 3. Esta fita possui alta emissivi‐
aplicáveis. dade, mas por outro lado, e se colocada em
muitas camadas, pode funcionar como iso‐ é diminuir a ação da umidade e poluentes
lante térmico e prejudicar a leitura de tem‐ agressivos.
peraturas. Outra vantagem dessa cobertura
visualizados a certa distância. Uma solução pouco mais altos em relação ao tanque e in‐
alternativa seria colocar os primários um clinados para o lado da rua.
C.17 PROTETORES DE CONEXÕES EM LI‐ energizadas com animais silvestres que so‐
NHAS DE DISTRIBUIÇÃO. bem nos transformadores em busca de ca‐
lor. No entanto, o prejuízo para as inspeções
Recentemente o mercado de aces‐ por infravermelho é enorme. Isso porque
sórios para linhas de distribuição colocou à atualmente, e até que se desenvolva um pro‐
venda um “protetor” de conexões e deriva‐ duto solido e transparente ao infravermelho,
ções, para ser instalado nas linhas e ramais esses acessórios mascaram aquecimentos
de distribuição. A intenção é boa, tentando iniciais de pequena intensidade. Além disso,
evitar o depósito de poluentes, corrosão por quando a radiação solar incide sobre eles,
chuva ácida e até evitar o contato das partes
MANUAL DE TERMOGRAFIA EM INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS 815
APÊNDICE C – TERMOGRAFIA: PROJETO DE EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES
podem gerar falsos positivos que nem sem‐ sensivelmente as avaliações por Termogra‐
pre terão condições de ser diagnosticados fia. Por ocasião da instalação da linha, seria
corretamente pelo Inspetor (Ver Figura C.24 muito mais simples utilizar uma fita autofu‐
Somente quando já estão com temperaturas são para recobrir a conexão. Esta fita, apesar
significativas, às vezes já amolecendo o de funcionar também como isolante térmico
material de que são feitos, essas coberturas indesejado, responde mais prontamente a
repassam um pouco do infravermelho ge‐ aquecimentos de pequena intensidade do
rado pelas más conexões. que capas que ficam distantes das conexões
que querem proteger.
Utilizados sobre Para‐raios e Buchas
primárias tem o mesmo efeito de prejudicar
Anotações:
C.18 CAIXAS DE LIGAÇÃO DE MOTORES refrigeração nas aletas e por isso deveriam
ficar alinhadas com a fixação do motor e do
Caixas de ligações em motores, es‐ lado de baixo. Dessa maneira, as três laterais
pecialmente os maiores de 40 CV, apresen‐ superiores ficam com refrigeração igual e as
tam algumas dificuldades para a Inspeção conexões podem ser fixadas em bases iso‐
termográfica. Isso porque é bastante comum lantes com a mesma eficiência elétrica das
a ocorrência de anomalias internas devido à caixas de ligação laterais.
dificuldade, durante a montagem ou manu‐ Enquanto esses motores não che‐
tenção, em aplicar o torque correto nas co‐ gam ao mercado, é recomendável que todas
nexões. Os terminais dos cabos têm de ser as caixas de ligação tenham o interior de
apertados uns contra os outros, sem a exis‐ suas tampas protegido por uma folha de bor‐
tência de uma base forte de fixação, contra racha vulcanizada, de espessura proporcio‐
a qual o torque possa ser aplicado. Assim, a nal, para evitar esses curtos‐circuitos. Além
abertura das caixas de ligação representa do mais, sempre que possível, é recomen‐
um risco para o Assistente Técnico porque dada a retirada com o motor desenergizado,
pode haver conexões severamente deterio‐ sendo que, após a abertura, o motor deve
radas e prestes a fechar um curto‐circuito ser ligado e permanecer com sua carga típica
com a tampa ou carcaça no momento de sua pelo menos por uma hora antes da inspeção.
retirada. Caixas de ligação devem ser proje‐
tadas para não obstruírem o fluxo externo da
Anotações:
Anotações:
Anotações:
Comercial 22 0,07
Cobre
Asbestos
Placa 23 0,95~0,96
Folha 38 0,93~0,94
Anotações:
Gipsita 21 0,90
REFRATÁRIOS, MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO E TINTAS
Mármore
Branco verniz,
23 0,90
sobre placa de ferro
Laca branca, sobre ferro 24 0,87
Pintura a óleo,
100 0,92~0,96
média de 16 cores diferentes
Pinturas e Lacas
Pintura de alumínio/silicone
100 0,29
sobre Inconel
Pintura de alumínio,
150~315 0,35
depois de aquecida a 350 °C
Porcelana 22 0,92
Quartzo 21 0,93
Anotações:
Granulometria
1010~1565 0,42~0,33
10 microns
Sílica
Granulometria
1010~1065 0,62~0,46
de 70 a 600 microns
Papel 20 0,93
OUTROS
Areia 20 0,90
MATERIAIS
Seco 20 0,92
SOLO
Saturado com água 20 0,95
Destilada 20 0,96
Anotações:
Anotações:
D E
Delta T – É a diferença de temperatura entre Efusividade térmica – Medida da resistência
dois alvos ou regiões de interesse, geral‐ de um material à mudança de tempera‐
mente utilizado para fins de comparação tura.
de estado ou construção de referências
Elementos ópticos infravermelhos – Qual‐
térmicas. É importante que ambos os al‐
quer elemento óptico que recebe, trans‐
vos de interesse estejam em condições
mite, restringe ou reflete energia infra‐
ambientais conhecidas e/ou semelhantes
vermelha como parte ou acessório de um
e com os respectivos ajustes de emissivi‐
termovisor.
dade, correção do vendo, distância etc.
para uma confiabilidade aceitável. Emissividade – Relação de radiância de uma
superfície comparada com a de um corpo
Detector infravermelho – Elemento trans‐
negro à mesma temperatura, visto do
dutor que converte energia infraverme‐
mesmo ângulo e mesmo intervalo espec‐
lha radiante recebida na sua superfície
tral. Os valores teóricos variam de 0 a 1,0.
em um sinal elétrico decodificável.
Em situações práticas ou de campo, esses
Detector piroelétrico – Um tipo de detector valores se aproximam dos ideais, nunca
infravermelho térmico que atua como os atingindo.
uma fonte de corrente com a sua saída
Emissividade efetiva – A emissividade me‐
proporcional à taxa de variação de sua
dida de uma superfície particular em con‐
temperatura.
dições de medição existentes (é a emissi‐
Difusividade térmica – A relação da conduti‐ vidade utilizada em substituição ao valor
vidade pelo produto da densidade e calor genérico tabulado para a superfície de um
específico. A capacidade de um material material) que pode ser usado para corrigir
para distribuir a energia térmica recebida um instrumento de medição para propor‐
seja por condução, convecção ou radia‐ cionar uma medição de temperatura mais
ção. Um corpo com uma alta difusividade correta.
chegará a uma distribuição uniforme de
Entreferro – Componente ferromagnético
temperatura mais rápido do que um
utilizado em núcleos de transformadores
corpo com menor difusividade.
e motores elétricos para conduzir os cam‐
pos magnéticos. Normalmente é feito em
placas de ferrosilício.
res. Pode ser originado em surtos atmos‐ alvo como visto a partir do instrumento.
féricos diretos, induzidos ou por opera‐ Quando o FOV de um instrumento de de‐
ções e manobras no sistema elétrico. tecção é maior que o alvo, a temperatura
do fundo do alvo irá afetar a leitura do
Sir William Herschel – Astrônomo inglês,
instrumento. Também chamada de tem‐
descobriu as ondas de infravermelho em
peratura ambiente ou a temperatura do
1.800.
primeiro plano.
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CIMBALISTA JR, Mario. Termografia
Qualitativa em Instalações Industriais
256, 257, 263, 265, 267, 271, 274, 285, 287, 288,289,
3 291, 292, 298, 304, 305, 307, 308, 309, 311, 312, 319,
321, 322, 323, 325, 326, 327, 328, 331, 332, 333, 337,
3° harmônico ∙ 637 338, 350, 352, 353, 354, 355, 357, 358, 359, 361, 362,
364, 365, 367, 369, 373, 374, 375, 376, 377, 380, 381,
30 Hz ∙ 150, 717, 751
382, 383, 394, 395, 396, 398, 399, 402, 405, 406, 407,
30 quadros por segundo ∙ 601, 718, 799 408, 410, 411, 412, 415, 418, 421, 422, 424, 425, 426,
427, 429, 431, 432, 433, 435, 436, 439, 464, 467, 487,
522, 605, 625, 633, 682
7
anéis ∙ 121
7-14µm ∙ 124, 125, 126, 137, 138, 139, 141, 142, 143, 170, ângulo de leitura de temperatura ∙ 359, 360, 432, 698, 828
173, 181, 183, 184, 188, 192, 195, 196, 198, 201, 203,
205, 211, 213, 218, 219, 223, 227, 228, 229, 233, 234, ângulo de visada ∙ 75, 77, 78, 111, 136, 174, 196, 210, 216,
237, 239, 240, 241, 242, 243, 250, 252, 253, 255, 266, 223, 232, 248, 250, 251, 261, 263, 275, 300, 305, 360,
267, 268, 272, 274, 276, 280, 281, 283, 285, 287, 288, 364, 382
289, 292, 294, 296, 297, 298, 299, 301, 302, 303, 304, Anomalia ∙ 56, 60, 61, 62, 111, 128, 139, 159, 172, 241,
305, 308, 309, 311, 465 262, 341, 344, 355, 385, 386
anomalia interna ∙ 63, 127, 129, 130, 133, 197, 220, 222,
9 223, 226, 233, 234, 302, 303, 351, 359, 384
aletas ∙ 69, 225, 226, 295, 400, 403, 410, 439, 441, 442, assimetrias ∙ 132, 133, 176, 226, 403, 419, 435, 440, 556,
671, 672, 674, 686, 687, 689, 690, 691, 815 558
alta temperatura ∙ 477, 500, 588, 613, 661 assinatura térmica ∙ 57, 58, 121, 124, 125, 133, 172, 191,
199, 200, 201, 208, 210, 224, 225, 266, 268, 287, 310,
alto risco ∙ 323, 631 421, 680, 682, 728, 730, 733, 743
amarração de cabos ∙ 332, 606 assinatura térmica ∙ 55
ambientes agressivos ∙ 334 assinatura térmica de referência ∙ 680
amplitude térmica ∙ 58, 111, 127, 128, 129, 130, 144, 146, assinatura térmica típica ∙ 58
147, 169, 173, 174, 181, 182, 183, 187, 188, 191, 196,
204, 205, 209, 210, 211, 215, 217, 222, 223, 227, 228, assinaturas térmicas ∙ 184, 207, 226, 250, 280, 299, 329,
229, 238, 240, 241, 242, 243, 248, 251, 252, 253, 254, 355
aterramento ∙ 159, 168, 208, 225, 290, 310, 311, 313, 325, botoeiras ∙ 524
327, 329, 330, 331, 338, 345, 346, 440, 460, 463, 467,
buchas ∙ 168, 207, 209, 210, 220, 222, 223, 225, 295, 296,
486, 503, 522, 526, 541, 645, 770, 827, 838
299, 300, 301, 302, 317, 320, 321, 352
atmosfera ∙ 833
Buchas de passagem ∙ 320, 321, 322, 323
atuação indevida ∙ 566, 569, 577, 719
Buchas de Passagem ∙ 320, 321, 322
Atuações intempestivas ∙ 394
by‐pass ∙ 193, 199
aumento de carga ∙ 221, 350
C
B
cabines de medição ∙ 317
baixo isolamento ∙ 143, 151, 195, 198, 199, 201, 202, 227,
cablagem ∙ 299, 339, 444, 496, 499, 503, 518, 579, 591,
230, 250, 252, 256, 280, 300, 307, 313, 320, 323, 326,
593, 594, 595, 607, 610, 620, 646, 648, 650, 711, 714
327, 330, 331, 351, 361, 364, 365, 366, 370, 380, 382,
383, 384, 403, 413, 423, 473, 483, 485, 498, 510, 639, cabo emergencial ∙ 716
783, 784
cabo reserva ∙ 342
banco de capacitores ∙ 168, 231, 234
Cabo, Rompimento ∙ 160
Banco de capacitores ∙ 234, 619, 795
cabos ∙ 65, 70, 80, 115, 122, 134, 135, 136, 137, 138, 139,
Barramento Classe 15 kV ∙ 347 141, 142, 144, 145, 147, 150, 157, 158, 159, 160, 165,
168, 186, 191, 199, 202, 213, 226, 229, 230, 237, 239,
barramento tubula ∙ 348
243, 247, 249, 253, 257, 258, 260, 261, 262, 263, 266,
barramentos ∙ 70, 78, 80, 132, 133, 168, 177, 181, 186, 267, 268, 269, 271, 272, 282, 283, 285, 286, 293, 297,
196, 207, 317, 319, 323, 333, 347, 348, 350, 367, 372, 298, 300, 301, 304, 310, 319, 320, 324, 330, 331, 332,
385, 393, 423, 432, 442, 447, 472, 487, 503, 504, 506, 333, 334, 336, 337, 339, 342, 344, 345, 346, 386, 387,
507, 508, 509, 510, 513, 515, 517, 518, 519, 529, 531, 388, 424, 425, 431, 433, 435, 436, 442, 443, 447, 449,
534, 535, 536, 537, 540, 542, 555, 568, 584, 600, 612, 451, 452, 454, 456, 458, 464, 467, 468, 469, 485, 490,
639, 654, 655, 718, 720, 793, 795, 801, 803, 805, 806, 495, 500, 502, 503, 514, 515, 518, 521, 523, 529, 541,
810, 811, 812, 830, 834 544, 558, 561, 570, 573, 574, 577, 580, 585, 586, 587,
588, 590, 591, 593, 594, 595, 596, 597, 599, 601, 602,
Barramentos de potência ∙ 531, 533, 536
603, 604, 605, 606, 607, 608, 609, 610, 611, 612, 613,
barramentos encapsulados ∙ 132, 133, 348 614, 623, 631, 632, 635, 639, 640, 643, 644, 645, 646,
647, 648, 650, 655, 677, 678, 691, 701, 702, 703, 704,
barramentos enclausurados ∙ 506, 515, 806
705, 706, 707, 713, 714, 715, 716, 718, 725, 743, 752,
Barramentos suspensos ∙ 503 753, 764, 799, 806, 808, 815, 827, 829, 834, 835, 840
Barras de Neutro e Terra ∙ 539 cabos de aterramento ∙ 134
barras de sustentação ∙ 646, 655 Cabos de comando ∙ xlix, 604, 605
bastidores ∙ 733 Cabos de força ∙ xlix, l, 585, 611
BINDT‐CM ∙ 59 Cabos de média e alta tensão ∙ 330
blindagem ∙ 227, 230, 326, 330, 331, 334, 335, 336, 346, Cabos Elétricos, Critérios para ∙ 69
463
cabos múltiplos ∙ 614
bobinas de fio esmaltado ∙ 61, 78, 79, 121, 216, 295, 400,
cabos novos ∙ 138, 139, 142, 258, 266
401, 402, 403, 404, 405, 406, 407, 408, 409, 417, 419,
422, 423, 435, 518, 526, 561, 621, 632, 636, 637, 638, cabos para‐raios ∙ 134, 135, 145, 158, 159
639, 649, 672, 675, 676, 684, 685, 702, 705, 706, 707,
cadeia de isoladores ∙ 141, 151, 166, 167, 280
726, 810, 832, 840
cadeias de sustentação ∙ 141
bornes ∙ 486, 518, 570, 571, 572, 573, 574, 575, 576, 577,
579, 580, 611, 664 caixa de ligações ∙ 683, 687, 701, 702, 705, 706
caixas de ligação ∙ 691, 702, 704, 707, 764, 815 circuito de baixa potência ∙ 658
caixas de passagem ∙ 337, 338, 393, 597, 599 circuito impresso ∙ 734, 738, 741, 742
calor específico ∙ 829, 831 circuito magnético ∙ 286, 525, 538, 640, 641
camada semicondutora ∙ 329, 333, 463 circuitos eletrônicos ∙ 447, 518, 662, 664
campo de visão ∙ 152, 195, 257, 259, 292, 624, 835, 838 Circuitos equivalentes ∙ 175
campos magnéticos ∙ 81, 414, 415, 538, 591, 599, 640, circuitos magnéticos ∙ 639
642, 644, 646, 647, 649, 650, 654, 655, 696, 831, 832,
circuitos paralelos ∙ 447, 464, 465
835, 838
circulação de ar ∙ 134, 332
canaletas ∙ xlix, 332, 337, 338, 490, 502, 595, 603, 607,
610, 690, 691 Circulação de máquinas e empilhadeiras ∙ 764
capacidade nominal ∙ 93, 95, 110, 144, 150, 258, 332, 399, classe 15 kV ∙ 324
405, 406, 407, 437, 542, 547, 551, 559, 596, 631, 658,
Classificação de Riscos, Critérios por ∙ 72
663, 754
CLP ∙ 574, 579, 580, 662, 664, 682, 714, 754
capacitância ∙ 230, 330
CLPs ∙ 530, 575, 578, 580, 604, 726, 754
Capacitor ∙ 232, 233, 617, 618, 672
cobre nu ∙ 225, 323, 347, 349, 355, 544, 700, 717, 718
capacitores encapsulados ∙ 616
Cofre de Barramento ∙ 510
Carboneto de Silício ∙ 171, 287
Cofres de distribuição ∙ 517, 518
carbonização ∙ 490, 567, 573, 574, 620, 667, 727
Componentes eletrônicos ∙ 726
carcaça ∙ 68, 132, 173, 174, 232, 244, 376, 403, 421, 447,
460, 461, 499, 501, 510, 558, 559, 615, 622, 635, 667, comportamentos anômalos internos ∙ 132
674, 675, 677, 678, 679, 681, 683, 684, 685, 686, 687,
concessionária ∙ 301, 346, 356, 361
688, 690, 691, 704, 705, 706, 725, 735, 815, 828
condições de carga ∙ 59
Carga instantânea ∙ 750
condução ∙ 829, 831, 837, 840
carga padronizada ∙ 728
Condução ∙ 829
carregamento controlado ∙ 733
Condutividade térmica ∙ 829
casos limítrofes ∙ 152
Condutor com defeito interno ∙ 454
CCM, Centro de Controle de Motores ∙ 532, 535, 546, 581,
706 Condutor sem corrente ∙ 456
centelhamento ∙ 87, 476, 503, 632, 783 condutores de alma de aço ∙ 134
conectores ∙ 85, 135, 147, 152, 160, 165, 168, 199, 202,
211, 225, 232, 250, 253, 259, 268, 271, 272, 273, 275,
CH
300, 321, 332, 347, 350, 351, 370
chapas isoladas ∙ 404 conexão Aaron ∙ 324, 359, 361
Chapas isolantes ∙ xlix, 471 conexões internas ∙ 197, 203, 224, 310, 329, 357, 384, 401,
chapas separadoras ∙ 485, 640, 654 410, 434, 561, 565, 623
contatos, móveis ou fixos ∙ xlv, 59, 69, 70, 71, 86, 181, 182, criticidade ∙ 61, 92, 110, 165, 234
183, 184, 185, 203, 212, 233, 234, 252, 304, 305, 306,
cubículo ∙ 260, 269, 319, 347, 367, 411, 430, 440, 442, 472,
307, 308, 309, 367, 370, 371, 372, 373, 377, 378, 379,
484, 800, 810
384, 401, 440, 446, 447, 451, 470, 538, 541, 543, 547,
548, 549, 551, 552, 554, 555, 556, 557, 558, 559, 560, Cubículos metálicos ∙ 318
561, 563, 565, 568, 569, 570, 579, 581, 582, 584, 621,
cuidados adicionais ∙ 334, 761
622, 623, 624, 626, 627, 628, 629, 632, 633, 634, 635,
662, 663, 664, 665, 666, 667, 713, 714, 715, 718, 725, curto circuito ∙ 162, 230, 234, 236, 319, 351, 357, 376, 377,
752, 779, 781, 782, 811 379, 384, 413, 415, 421, 422, 444, 458, 500, 507, 514,
531, 538, 548, 563, 585, 586, 587, 607, 608, 614, 616,
Contexto ∙ 60
618, 631, 641, 642, 646, 648, 651, 693, 699, 702, 707,
contingência dupla ∙ 421, 589 769, 774, 815
convecção ∙ 831, 837, 840 curto circuito contra a Terra ∙ 319, 357, 538, 641
Convecção ∙ 830 curto circuito entre placas ∙ 122, 231, 237, 238, 243, 362,
618, 676, 683, 686, 691, 706
cordoalha ∙ 311, 313, 325, 327, 329, 345, 432, 447, 451,
470, 471, 700 curto franco ∙ 171, 331, 498, 646, 702
cordoalhas ∙ 329, 424, 432, 442, 447, 449, 451, 467, 470, curva de falha ∙ 164, 305, 321, 374
505, 518, 699, 722
Curva de Falha teórica ∙ 163
Correções pela Velocidade do Vento ∙ 96
Curvas de aquecimento e resfriamento em conexão ∙ 89
Correções pelas Cargas Nominal e Instantânea ∙ 93
curvas de tempo X corrente ∙ 546
corrente de fuga ∙ 81, 151, 152, 171, 172, 173, 178, 185,
custo técnico ∙ 608
198, 250, 252, 255, 256, 257, 275, 290, 293, 323, 327,
329, 331, 335, 345, 355, 356, 360, 361, 362, 380, 382
deterioração ∙ xlvi, 64, 65, 85, 86, 87, 143, 151, 185, 193, E
198, 199, 272, 293, 300, 309, 313, 324, 327, 332, 336,
362, 364, 388, 475, 531, 555, 584, 619, 620, 646, 648, efeito fresta ∙ 170, 360, 398, 417, 540, 644, 724
676, 715, 752
efeito Joule ∙ 110, 636, 659
diagnóstico incorreto ∙ 420, 536, 582, 749
efeito térmico ∙ 654
diagnósticos qualitativos ∙ 62, 123, 124, 125, 126, 135, 136,
138, 139, 140, 141, 142, 181, 289 Efeitos das Lentes Infravermelhas ∙ 76
dielétrico ∙ 70, 144, 281, 309, 331, 334, 335, 336, 351, 356, Elementos Fusíveis, Critérios para Avaliação ∙ 69
380, 382, 485, 615, 616, 620 eletrocalha ∙ 66, 460, 496, 497, 498, 499, 502, 594, 648,
diferença de potencial ∙ 79, 199, 325, 474, 496, 502, 522, 806, 807
642 eletrocalhas ∙ 495
Dilatação ∙ 79, 80, 87, 133, 224, 286, 319, 333 Eletrocalhas ∙ xlix, 495
Dimensionamento ∙ 750 eletroduto metálicos ∙ 640, 648
dimensionamento mecânico ∙ 655 emenda ∙ 129, 130, 137, 138, 140, 150, 151, 166, 264, 283,
diodo ∙ 720, 722, 723, 725 291, 333
diodos ∙ 719, 721, 722, 723, 724, 725 Emendas em Linhas ∙ 137
disjuntor BT ∙ 70, 71, 170, 200, 203, 204, 206, 207, 260, energia reativa ∙ 81
289, 347, 348, 365, 367, 371, 373, 374, 375, 376, 377, enrolamento ∙ 200, 225, 302, 403, 604, 626, 672, 683, 684
378, 379, 380, 381, 383, 384, 388, 469, 558, 559, 560,
Ensaio de Corrente Aplicada em Estator ∙ 122
561, 562, 563, 566, 569, 570, 583, 584, 592, 630, 631,
632, 641, 647, 658, 807 entreferro ∙ 194, 200, 207, 216, 299, 325, 357, 360, 361,
362, 364, 365, 400, 403, 404, 405, 406, 407, 409, 421,
Disjuntor motor ∙ 631
428, 439, 446, 447, 621, 622, 623, 624, 638
disjuntores ∙ xlv, 59, 69, 70, 71, 81, 168, 203, 206, 207,
envelhecimento precoce ∙ 70, 319, 332, 333, 334, 521, 526,
317, 318, 319, 373, 379, 384, 385, 393, 447, 451, 518,
538, 540, 594, 604, 607, 614, 806
559, 562, 565, 568, 569, 581, 630, 631, 633, 655, 656,
795, 808 EPI ∙ 661, 702, 707
Disjuntores motor ∙ 566, 630 epóxi ∙ 132, 133, 142, 201, 351, 353, 356, 357, 358, 359,
360, 361, 362, 364, 365, 369, 382, 383, 401, 402, 403,
disjuntor‐motor ∙ 636
404, 405, 406, 407, 408, 417, 418, 419, 423, 439, 444,
distância ∙ 56, 74, 77, 78, 91, 92, 100, 101, 102, 103, 104, 445, 446, 523, 529, 537, 552, 557, 559, 561, 566, 567,
105, 106, 107, 123, 124, 125, 126, 135, 136, 138, 139, 584, 592, 618, 647, 649, 654, 801
141, 142, 143, 145, 150, 159, 161, 167, 170, 173, 179,
equipamento rotativo ∙ 699
181, 183, 186, 192, 203, 204, 205, 211, 217, 232, 239,
247, 258, 259, 261, 267, 268, 270, 280,281, 323, 385 erro ∙ 65, 77, 78, 84, 95, 115, 117, 129, 130, 135, 136, 138,
139, 141, 142, 143, 147, 158, 167, 170, 173, 192, 193,
distâncias mínimas ∙ 319, 761
195, 196, 198, 208, 222, 252, 258, 261, 262, 263, 271,
distorção harmônica ∙ 636 288, 291, 292, 300, 309, 311, 313, 319, 326, 349, 358,
distribuição térmica ∙ 60, 63, 65, 93, 110, 121, 124, 125, 365, 395, 397, 418, 428, 432, 466, 486, 502, 523, 527,
126, 127, 128, 129, 130, 132, 133, 135, 138, 144, 151, 538, 545, 576, 583, 585, 586, 593, 614, 629, 643, 651,
173, 177, 206, 220, 238, 261, 265, 266, 269, 274, 289, 655, 686, 690, 694, 695, 696, 697, 699, 700, 717, 722,
293, 296, 302, 309, 323, 324, 329, 337, 356, 365, 374, 724, 747, 749, 755, 764
375, 383, 384 erro de montagem ∙ 291, 326, 502, 538, 655
Distribuição Térmica, Critério da ∙ 65 erro de projeto ∙ 129, 130, 583, 643, 651
distribuições térmicas simétricas ∙ 537 erros críticos ∙ 138
dobra excessiva ∙ 328 erros grosseiros ∙ 138
escadas de marinheiro ∙ 765, 799 fibra de vidro ∙ 332, 375, 378, 379, 380, 403, 428, 471, 472,
474, 475, 476, 477, 484, 488, 651, 705, 734, 738, 836
escala colorimétrica ∙ 127, 144, 147, 158, 174, 178, 182,
183, 184, 187, 189, 197, 203, 205, 206, 210, 212, 214, fita auto fusão ∙ 598, 703, 704
215, 218, 219, 222, 223, 231, 236, 237, 238, 240, 241,
fitas condutoras ∙ 330
242, 243, 252, 255, 259, 274, 275, 276, 285, 287, 289,
296, 298, 304, 319, 321, 357, 358, 363, 364, 365, 367, FLIR ∙ 845, 846
376, 382, 383
FLIR Systems ∙ 846
escovas ∙ 121, 124, 125, 134, 692, 693, 694, 696, 697, 698,
fluido refrigerante ∙ 589, 590, 600, 604, 724
699, 700, 701
fluxo de potência ∙ 186
escovas de alimentação ∙ 698
fluxo magnético ∙ 283, 404, 416, 639, 647
Escovas de Motores ∙ 121, 134
foco óptico ∙ 148, 191, 195, 206, 210, 222, 223, 235, 236,
escritório técnico ∙ 56, 145, 149
238, 240, 241, 242, 243, 251, 253, 254, 268, 271, 289,
Espaços confinados ∙ 764 291, 304, 322, 357
estampar os contatos ∙ 555 foco térmico ∙ 192, 203, 205, 210, 232, 289
estator ∙ 121, 122, 123, 124, 126, 134, 671, 674, 675, 683, fogo ∙ 531
693, 694, 706
Fontes de calor externas ∙ 750
eterioração progressiva do isolamento ∙ 362
Fontes de Calor Ocultas ∙ 62
exaustão ∙ 251, 519, 529, 531, 656, 677
FPA ∙ 839
excesso de aperto ∙ 355
fresta ∙ 126, 239, 363, 397, 398, 399, 405, 496, 506, 528,
excitatriz ∙ 121, 124, 125, 134 532, 540, 545, 596, 644, 657, 693, 695, 696, 697, 699,
717, 718, 727
Experiência de Verificação do Resfriamento pelo Vento ∙
100 fuga ∙ 66, 117, 140, 144, 152, 176, 185, 198, 201, 202, 225,
250, 251, 255, 256, 257, 279, 281, 287, 290, 293, 307,
308, 309, 312, 323, 329, 333, 334, 335, 336, 339, 341,
F 342, 345, 346, 354, 355, 362, 364, 366, 368, 374, 383,
384, 408, 419, 423, 447, 459, 460,461, 462, 463, 471,
falha ∙ xlv, 61, 62, 68, 72, 73, 85, 86, 87, 88, 92, 140, 144, 474, 484, 496, 497, 498, 499, 500, 501, 503, 509, 526,
150, 160, 164, 170, 200, 203, 216, 230, 237, 261, 281, 537, 540, 585, 586, 587, 588, 591, 592, 616, 642, 751,
301, 327, 336, 339, 350, 354, 355, 356, 357, 363, 364, 766, 783, 784, 838
366, 367, 369, 384, 420, 423, 429, 434, 444, 456, 458,
467, 472, 482, 485, 500, 502, 514, 542, 544, 563, 568, Fuga em condutor ∙ 458
572, 589, 591, 593, 594, 603, 605, 609, 627, 637, 651, Fundos de painéis ∙ 527, 529
652, 683, 686, 691, 696, 716, 717, 720, 743, 752, 763,
801, 808 fusíveis de vidro rosqueados ∙ 664
Fase‐Fase ∙ 174, 200, 336, 362, 471, 472, 474, 478, 496 Fusíveis NH, ∙ 542
Fase‐Terra ∙ 173, 200, 310, 336, 463, 471, 472, 473, 474,
496, 514, 537 G
fator de potência ∙ 81, 112, 230, 231, 234, 575, 576, 615,
gaiola, rotores em ∙ 691, 692, 693, 695, 696, 699
636
gargalo de produção ∙ 579, 597, 681, 715, 717
Fator de Potência ∙ 81
gases explosivos ∙ 426, 764
fatores intervindo na leitura de temperatura ∙ 685
Gauss, Curva de ∙ 110, 137, 138, 139, 206
Ferramenta Delta ∙ 831
geolocalização ∙ 140
ferrosilício ∙ 121, 356, 362, 400, 404, 639, 672, 678, 683,
684, 686, 691, 831 Google Maps ∙ 140
grade ∙ 126, 322, 328, 365, 369, 375, 380, 382, 405, 406, isolador ∙ 143, 152, 171, 180, 184, 185, 198, 201, 251, 252,
407, 417, 526, 540, 588, 617, 692 256, 257, 259, 273, 275, 277, 278, 279, 280, 281, 294,
307, 309, 352, 353, 354, 355, 356, 382
grafite ∙ 693, 695, 696, 697, 699
Isoladores ∙ 140, 141, 143, 145, 177, 178, 179, 273, 274,
Grampos de ancoragem ∙ 284, 286
275, 276, 280, 351, 352, 355, 356, 383
gravidade do aquecimento ∙ 151
isoladores de ancoragem ∙ 157, 193, 275, 276, 280
guarda‐corpo ∙ 765
Isoladores de pedestal ∙ 157, 168, 193
isolamento ∙ 65, 69, 70, 79, 128, 129, 166, 177, 180, 185,
H 193, 195, 198, 201, 203, 206, 226, 232, 250, 257, 302,
303, 307, 309, 311, 313, 314, 319, 323, 326, 327, 329,
harmônicas ∙ 208, 636
330, 337, 339, 346, 349, 352, 353, 354, 355, 356, 360,
harmônicos ∙ 217, 231, 636, 637, 638, 639, 649, 678 361, 362, 364, 365, 366, 368, 378, 380, 382, 383, 384,
403, 412, 419, 423, 439, 458, 475, 477, 484, 485, 490,
helicóptero ∙ 145, 146, 147, 148, 149, 151
498, 499, 500, 502, 503, 510, 512, 515, 518, 531, 537,
Histórico ∙ 160, 750 585, 588, 591, 592, 594, 597, 603, 608, 637, 639, 640,
642, 643, 646, 648, 650, 676, 684, 706, 783, 784, 827,
histórico de imagens infravermelhas ∙ 132
828, 834, 835, 838, 839
homogeneidade ∙ 113, 172, 329, 449, 614, 640, 663, 683
isolamento térmico ∙ 69, 319, 512, 515, 839
hora voada ∙ 145
Isoterma ∙ 833
horário ∙ 89, 138, 143, 145, 150, 178, 183, 192, 194, 200,
205, 248, 249, 250, 258, 269, 319
J
I janelas gradeadas ∙ 125
mancal ∙ 700
N
mancha térmica ∙ 222, 360, 388, 425, 691
NBR 15424 ∙ 59
manchas térmicas ∙ 132
NBR 15572 ∙ 59
mangueira de refrigeração ∙ 535, 589, 591, 600
NBR 15716 ∙ 59
mapa térmico ∙ 726, 728, 733, 833
NBR 15718 ∙ 59
mapas térmicos ∙ 743
NBR 15763 ∙ 59
marcador ∙ 606, 817
NBR 15866 ∙ 59
Marcador de emenda em LT ou LD ∙ 818
NBR 16292 ∙ 59
Marketing ∙ 767
nitrogênio ∙ 827, 835
material ferromagnético ∙ 320, 404
níveis de tensão ∙ 58
material não ferromagnético ∙ 655
normalidade operacional ∙ 58
mau contato ∙ 58, 323, 384
NR‐10 ∙ 416, 521, 761, 762, 764, 790
mau contato interno ∙ 130, 217, 296, 300, 363, 364, 375,
384, 416, 425, 429, 430, 504, 553, 557, 571, 573, 622,
632, 636, 662, 713 O
máxima temperatura admissível ∙ 60, 70, 94, 150, 151,
objeto de interesse ∙ 55, 85, 110, 117, 135, 136, 138, 139,
304, 439, 555
141, 142, 143, 152, 181, 186, 188, 195, 203, 210, 219,
Máxima Temperatura Admissível ∙ 61, 69 222, 223, 238, 248, 252, 268, 270, 274, 285, 287, 289,
medição de corrente ∙ 434, 637, 638, 662 292, 311, 346, 353, 375, 380
medições radiométricas ∙ 124, 125, 126, 127, 128, 129, OHM, lei de ∙ 79
130, 132, 133, 138, 139, 141, 142, 143, 170, 173, 181, onda de tensão ∙ 171
183, 184, 188, 192, 195, 196, 198, 201, 203, 205, 211,
Ondas Curtas ∙ 833
213, 218, 219, 229, 291, 292, 297, 311, 312, 313, 319,
321, 322, 323, 325, 326, 327, 328, 329, 331, 332, 333, Ondas Longas ∙ 833
338, 348, 350, 352, 353, 354, 355, 357, 358, 359, 360,
Ondas Médias ∙ 833
362, 363, 364, 365, 367, 369, 370, 372, 374, 375, 376,
377, 378, 379, 380, 381, 382, 383, 465 O‐Ring ∙ 413, 528
megapixel ∙ 834 Óxido de Zinco ∙ 171, 287
Megger ∙ 216, 230, 314, 319, 356 ozônio ∙ 344, 838
micro‐ohmímetro ∙ 332, 547
MIFOV ∙ 138, 139, 141, 142, 143, 152, 186, 259, 270, 282 P
módulo ∙ 556, 558, 630, 633, 733 painéis ∙ xlix, lii, 63, 67, 78, 79, 98, 121, 126, 333, 337, 347,
mola ∙ 307, 378, 542, 701, 782 364, 379, 385, 387, 388, 389, 393, 402, 437, 443, 485,
489, 490, 513, 515, 517, 518, 524, 527, 529, 531, 540,
MOSFET ∙ 739 551, 570, 571, 575, 585, 595, 607, 608, 609, 610, 611,
Motores elétricos ∙ 671 639, 649, 654, 655, 656, 657, 662, 701, 720, 726, 764,
765, 766, 767, 768, 793, 799, 801, 806, 808, 811, 827,
Motores por classes de temperaturas ∙ 68
833
mufla ∙ 228, 229, 261, 269, 311, 312, 313, 325, 326, 327,
painéis de distribuição ∙ 385, 393, 402, 518
328, 329, 339, 458
paletas de cor ∙ 146
muflas ∙ 136, 168, 226, 227, 231, 247, 253, 257, 260, 261,
289, 310, 312, 313, 317, 318, 320, 324, 325, 327, 329, parada intempestiva ∙ 162, 167, 193, 263, 264, 340, 604,
333, 336, 342, 344 713
Para‐Raios ∙ 136, 141, 144, 157, 158, 159, 163, 171, 172, potência elétrica ∙ 317, 400
173, 174, 175, 176, 179, 279, 287, 288, 289, 290, 291,
Potência versus Corrente, Curva Quadrática ∙ 93
292, 293, 294, 327, 374
potenciais de terra ∙ 134
Pastas condutoras ∙ 725
Prazos para Intervenção ∙ 72
peças intercambiáveis ∙ 630
prêmios de seguros ∙ 768
Peltier ∙ 827
prensada, emenda ∙ 138, 283
Pequeno Volume de Óleo ∙ 202, 373
Presença ou Ausência, Critério da ∙ 65
percepção visual do Inspetor ∙ 56
pressão da mola ∙ 694
perda do produto ∙ 717
pressão negativa ∙ 697, 699
periodicidade ∙ xlix, 59, 92, 151, 161, 164, 305, 321, 374,
380, 422, 426, 563, 603, 752, 753, 756 pressão nos contatos ∙ 370, 547, 663, 664, 665
pinças de solda ∙ 590, 716, 717, 718 procedimento de risco ∙ 324, 342, 345, 411
pistas de assentamento ∙ 693, 694, 696, 697, 699 profundidade de campo ∙ 58, 136, 137, 139, 140, 142, 143,
146, 148, 173, 182, 209, 222, 223, 261, 288, 312, 328,
placa mãe ∙ 738, 739, 741, 742
333, 337, 338, 358, 359
placas eletrônicas ∙ 726, 727, 738, 743
programação ∙ 62, 63, 217, 750
plugue ∙ 666, 667, 713
proteção de sobrecorrente ∙ 548
plugues ∙ 379, 714, 799
Protetores plásticos de conexões ∙ 813
policarbonato ∙ 520, 521, 547, 562, 619, 764, 771, 797, 798
poluente ∙ 128, 138, 139, 141, 142, 143, 198, 201, 250, Q
275, 280, 283, 284, 311, 349, 354, 363, 383, 398, 451,
454, 471, 472, 477, 482, 484, 500, 532, 540, 541, 544, Qualitativo e Quantitativo, Comparando os Métodos ∙ 111
582, 583
queimaduras por toque ∙ 649
poluição superficial ∙ 166
refrigeração ∙ 69, 134, 197, 200, 216, 217, 225, 226, 269, risco implícito ∙ 345, 477, 484, 503, 585, 586, 736
274, 295, 298, 299, 332
robô ∙ 711, 712, 713, 714, 715, 716, 717, 718
refrigeração natural ∙ 594, 604, 607, 608, 610
robô em movimento ∙ 717
regime de operação ∙ 115, 134, 596, 613, 615, 649, 724,
robôs ∙ 711, 713, 714, 715, 716, 717, 718, 799
789
rolamentos ∙ 679
régua de bornes ∙ 573
rompimento do condutor ∙ 716
re‐isolamento ∙ 598
rota ∙ 92, 748, 749, 755
relação de transformação ∙ 194, 200, 226, 356, 361, 400,
416, 423, 439, 443 Roteiros de Inspeção ∙ 92
relatório ∙ 61, 62, 271, 349, 379, 421, 755 rotor ∙ 121, 124, 671, 675, 693, 694, 695, 696, 699
Resolução ∙ 750, 751, 838 SF6 ∙ 134, 202, 348, 373, 385
resolução espacial ∙ 74, 75, 77, 78, 101, 104, 135, 137, 138, sinais de tensão ∙ 737, 754
139, 141, 142, 143, 157, 160, 161, 178, 181, 191, 196, sistema elétrico ∙ 57
211, 258, 262, 263, 267, 272, 292, 297, 298, 312
sobreaquecimento generalizado ∙ 603, 672
resolução óptica ∙ 56, 58, 110, 136, 144, 151, 152, 179,
sobrecarga ∙ 69, 144, 348, 396, 521, 574, 585, 586, 596,
239
603, 784
Resolução óptica ∙ 750
sobreposição ∙ 157, 191, 297, 327, 547, 586, 597, 606
ressecamento ∙ 70, 421, 585, 586, 587, 594, 608, 641, 646,
SoftStarter ∙ 735, 737
648
sopro magnético ∙ 373
retífica ∙ 199, 213, 697, 718, 725
soquetes ∙ 664
Retificadores ∙ 719, 720, 721
subestações de manobra ∙ 134
substituição ∙ 61, 71, 138, 140, 141, 151, 152, 159, 165, temperaturas nominais ∙ 59
174, 178, 180, 188, 195, 196, 201, 202, 204, 205, 207,
tempo real ∙ 56
232, 234, 236, 237, 238, 239, 240, 241, 242, 243, 263,
264, 269, 272, 275, 280, 287, 288, 289, 290, 291, 300, tendência de agravamento ∙ 691, 725
301, 306, 307, 309, 312, 313, 323, 326, 327, 329, 331,
tentos ∙ 134, 138, 139, 144, 150, 151, 191, 199, 258, 261,
333, 336, 348, 351, 352, 353, 354, 356, 357, 358, 360,
264, 265, 266, 267, 269, 272, 284, 285, 286, 333
363, 366, 367, 368, 370, 372, 380, 381, 382, 383, 384,
394, 398, 400, 412, 419, 423, 433, 435, 437, 442, 444, terceira harmônica ∙ 749
447, 456, 465, 466, 475, 477, 485, 499, 503, 505, 506,
Termo contrátil ∙ 324, 325
510, 515, 518, 524, 526, 530, 531, 533, 536, 540, 541,
543, 551, 552, 553, 554, 555, 556, 558, 559, 562, 567, termocontrátil ∙ 230, 310, 313, 328, 329, 454, 811, 817
568, 569, 573, 574, 576, 577, 579, 580, 581, 582, 583, Termografia comparativa Quantitativa e Qualitativa ∙ 109
584, 586, 587, 588, 589, 591, 592, 594, 596, 597, 598,
599, 602, 603, 606, 608, 612, 613, 614, 616, 617, 618, termograma ∙ 829, 833, 836, 840
619, 623, 624, 625, 629, 630, 631, 632, 633, 635, 636, termoplástico ∙ 61, 69, 241, 242, 258, 268, 325, 431, 433,
638, 639, 648, 651, 655, 656, 658, 660, 661, 664, 665, 436, 437, 454, 469, 499, 557, 562, 567, 571, 572, 577,
666, 667, 678, 693, 694, 696, 698, 699, 701, 705, 707, 585, 591, 592, 596, 597, 613, 623, 631, 634, 705, 722,
715, 716, 718, 720, 721, 722, 725, 727, 736, 737, 743, 723, 727
780, 782, 784, 831
Termovisor ∙ 58, 98, 139, 142, 334, 343
superfície de contato ∙ 272, 417, 581, 693, 695, 696, 697,
699, 725 Tetos ∙ 318
transformadores ∙ 61, 130, 168, 169, 200, 208, 217, 220, Urgência ∙ 63, 72, 151, 176, 185, 361
225, 249, 257, 295, 297, 298, 299, 300, 301, 337, 385
USCA ∙ 736
Transformadores de corrente auxiliares ∙ 443
usinas ∙ 121
Transformadores de potencial ∙ 200, 361
Usinas Hidrelétricas, Geradores ∙ 121
transitórios ∙ 443, 636, 698
ultrassom ∙ 503
Z
umidade relativa do ar ∙ 74, 110, 112, 123, 124, 125, 126,
135, 138, 140, 141, 142, 144, 152, 247, 257, 258, 266, Zona de risco ∙ 761, 762
293, 323, 355, 356, 380, 592
zonas controladas ∙ 761
unidades de geração ∙ 57
zoom digital ou óptico ∙ 136