Direito Civil
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Direito Civil
Direito das sucessões - tem como conteúdo as transmissões de direitos e deveres de uma
pessoa a outra, diante do falecimento da primeira, seja por disposição de última vontade, seja
por determinação da lei, que acaba por presumir a vontade do falecido.
Sucessão testamentária - a transmissibilidade da herança é disciplinada por um ato jurídico
negocial, especial e solene, denominado testamento. (princípio da autonomia privada)
Sucessão legal ou legítima - a transmissibilidade da herança é regrada pela própria lei (Código
civil) - vocação legal.
Sucessão:
Universal - individualiza os bens no momento da partilha – s. legal;
Singular - Já se sabe qual é o bem individualmente considerado que representa a quota parte
daquele herdeiro – testamento.
OBS. A sucessão testamentária pode ser singular ou universal. Assim, a sucessão pode ser:
legítima, testamentária ou mista.
Sujeitos:
Art. 1.962. Além das causas mencionadas no art. 1.814, autorizam a deserdação dos
descendentes por seus ascendentes:
I- ofensa física;
II- injúria grave;
- Isso ocorre mesmo se a herança for composta apenas por bens móveis, caso de
dinheiro e veículos. A imobilidade da herança é imposta por lei, por uma ficção da
norma jurídica.
Abertura da sucessão
- Morte real - Se dá com corpo presente, não havendo a necessidade de buscar socorro
às presunções. A lei exige, dessa forma, a morte cerebral (morte real);
- Morte presumida sem declaração de ausência - Desaparecimento do corpo da
pessoa, sendo extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;
Desaparecimento de pessoa envolvida em campanha militar ou feito prisioneiro, não
sendo encontrado até dois anos após o término da guerra;
- Morte presumida com ausência - A pessoa está em local incerto e não sabido, não
havendo indícios das razões do seu desaparecimento. Não há um envolvimento do
suposto falecido com qualquer fato que pudesse lhe trazer risco de morte.
- Primeira fase, de curadoria de bens do ausente, desaparecendo a pessoa sem notícias
e não deixando qualquer representante, é nomeado um curador para guardar seus
bens, em ação específica proposta pelo Ministério Público ou por qualquer
interessado, caso dos seus sucessores.
- Segunda fase - de sucessão provisória- um ano após a arrecadação de bens do ausente
e da correspondente nomeação de um curador, poderá ser aberta a sucessão
provisória, mediante pedido formulado pelos interessados.
- Deixando o ausente um representante, o prazo é excepcionado, aumentado para três
anos. O Ministério Público somente poderá requerer a abertura da sucessão
provisória, findo o prazo aqui mencionado, se não houver interessados em relação à
herança
- Terceira fase - sucessão definitiva - prazo de 10 anos para conversão da sucessão
provisória em definitiva. Tal prazo conta-se do trânsito em julgado da sentença da
ação de sucessão provisória.
OBS: Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente
conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele.
Princípios
Princípio da função social da herança - a herança possui uma função social, porquanto
permite uma redistribuição da riqueza do de cujus, transmitida aos seus herdeiros.
Princípio da territorialidade - A sucessão abre-se no lugar do último domicílio do falecido.
Princípio da temporariedade - Regula a sucessão e a legitimação para suceder a lei vigente
ao tempo da abertura daquela.
Art. 2.041. As disposições deste Código relativas à ordem da vocação hereditária (arts. 1.829
a 1.844) não se aplicam à sucessão aberta antes de sua vigência, prevalecendo o disposto na
lei anterior (Lei n. 3.071, de 1º de janeiro de 1916).
Art. 1.791 A herança defere-se como um todo unitário, ainda que vários sejam os herdeiros.
Parágrafo único. Até a partilha, o direito dos co-herdeiros, quanto à propriedade e a posse da
herança, será indivisível, e regular-se-á pelas normas relativas ao condomínio
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Morte = transmissão imediata da herança aos sucessores por força do droit de saisine.
Aceitação da herança:
Ato jurídico unilateral, que produz efeitos independentemente da concordância de terceiros,
tendo, natureza não receptícia, uma vez que não há a necessidade de qualquer comunicação
para produzir os efeitos previstos em lei.
a- Aceitação expressa;
b- Aceitação tácita;
c- Aceitação presumida.
Aceitação expressa - é realizada por declaração escrita do herdeiro, por meio de instrumento
público, particular ou por uma manifestação clara e inequívoca no processo de inventário,
seja ele judicial ou extrajudicial;
Aceitação tácita - é aquela tão somente de atos próprios da qualidade de herdeiro, ou seja,
do seu comportamento inequívoco como tal. EX: o herdeiro toma posse de um bem e começa
a administrá-lo e a geri-lo como se fosse seu. Ou, ainda, havendo sido ajuizada a abertura de
inventário, com a partilha de bens, e recolhimento do imposto causa mortis, evidente é a
configuração da aceitação tácita da herança do de cujus.
OBS: Não significam a aceitação tácita de herança os atos oficiosos, como o funeral do finado,
os meramente conservatórios, ou os de administração e guarda provisória de bens.
Art. 1.809. Falecendo o herdeiro antes de declarar se aceita a herança, o poder de aceitar
passa-lhe aos herdeiros, a menos que se trate de vocação adstrita a uma condição suspensiva,
ainda não verificada.
Parágrafo único. Os chamados à sucessão do herdeiro falecido antes da aceitação, desde que
concordem em receber a segunda herança, poderão aceitar ou renunciar a primeira.
“Assim, a título de exemplo, se Pedro morre, deixando os filhos Chico (que por sua vez é pai
de Carla) e Leo, e o herdeiro Chico, ao saber da morte do pai, também faleça enfartado, sem
que houvesse tido tempo de aceitar a herança dele, o direito de aceitar que lhe tocaria será
transmitido a sua filha Carla. Esta, então, terá o direito de aceitar a herança do seu pai e
também o de aceitar a herança do seu avô (em virtude de o direito de aceitação do seu pai
ter-lhe sido transmitido). Em casos como este, é de boa cautela, vale frisar, que os inventários
tramitem conjuntamente, em autos apensados.”
Renúncia da herança
A renúncia é o repúdio formal da herança ou legado, ato solene pelo qual uma pessoa,
chamada à sucessão de outra, declara que a não aceita.
Nesse contexto de respeito à forma prescrita em lei, a renúncia deve ser sempre expressa,
constando de instrumento público ou termo judicial (art. 1.806 do CC). Não se admite a
renúncia tática, presumida ou verbal; muito menos que o ato seja feito por instrumento
particular, mesmo que com assinaturas com firmas reconhecidas.
O desrespeito a essa regra importa em nulidade absoluta do ato.
“Sucessões. Exclusão de herdeiro em razão de renúncia à herança. Renúncia é ato solene que
requer escritura pública ou termo nos autos do inventário. Renúncia lançada em instrumento
particular. Invalidade. Sentença de improcedência. Recurso dos autores improvido”.
Art. 1.811. Ninguém pode suceder, representando herdeiro renunciante. Se, porém, ele for
o único legítimo da sua classe, ou se todos os outros da mesma classe renunciarem a herança,
poderão os filhos vir à sucessão, por direito próprio, e por cabeça.
Regras comuns para a aceitação e a renúncia
O art. 1.808 veda expressamente a aceitação ou renúncia da herança em parte, sob condição
ou a termo. título. Assim, não poderá aceitar a herança relativamente a um imóvel quitado e
renunciar à mesma herança no que se refere a um imóvel com saldo a pagar.
Exceções: o § 1.º do art. 1.808 do Código Civil que o herdeiro, a quem se testarem legados,
pode aceitá-los, renunciando à herança; ou, aceitando-a, repudiá-los. A título de ilustração,
um herdeiro pode aceitar o legado de um carro e renunciar à herança legítima, ou vice-versa.
O herdeiro, chamado, na mesma sucessão, a mais de um quinhão hereditário, sob títulos
sucessórios diversos, pode livremente deliberar quanto aos quinhões que aceita e aos que
renuncia (art. 1.808, § 2.º , do CC).
Ilustrando, se determinado herdeiro for também sucessor testamentário, poderá ele
renunciar à sucessão legítima e aceitar os bens transmitidos por ato de última vontade. Pode,
ainda, aceitar os bens a que tem direito por força de lei e renunciar àqueles que compõem o
testamento.
Sucessão por representação
Os representantes só podem herdar, como tais, o que receberia o representado, se vivo fosse
(art. 1.854 do CC). Desse modo, fica clara a existência de uma substituição sucessória plena
do representante em relação ao representado, uma sub-rogação subjetiva legal, nos mesmos
direitos e deveres do falecido. o quinhão do representado deve ser partilhado de forma
igualitária entre os representantes (art. 1.855 do CC).
se A for falecido deixando apenas netos (E, F e G), filhos de seus filhos premortos (B, C e D),
não se cogita o direito de representação, recebendo os netos quotas iguais, um terço da
herança, e por cabeça.