Direito Civil

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Direito civil

Direito das sucessões - tem como conteúdo as transmissões de direitos e deveres de uma
pessoa a outra, diante do falecimento da primeira, seja por disposição de última vontade, seja
por determinação da lei, que acaba por presumir a vontade do falecido.
Sucessão testamentária - a transmissibilidade da herança é disciplinada por um ato jurídico
negocial, especial e solene, denominado testamento. (princípio da autonomia privada)

Sucessão legal ou legítima - a transmissibilidade da herança é regrada pela própria lei (Código
civil) - vocação legal.
Sucessão:
Universal - individualiza os bens no momento da partilha – s. legal;

Singular - Já se sabe qual é o bem individualmente considerado que representa a quota parte
daquele herdeiro – testamento.
OBS. A sucessão testamentária pode ser singular ou universal. Assim, a sucessão pode ser:
legítima, testamentária ou mista.
Sujeitos:

Autor da herança: de cujus;


Herdeiro: sucessor, aquele(s) que recebe(m) o ativo e o passivo do de cujus. (Necessários ou
Facultativos).
Herdeiros quanto à origem:

- herdeiros necessários, forçados ou reservatários: têm a seu favor a proteção da


legítima, composta por metade do patrimônio do autor da herança;
- Art. 1.788. Morrendo a pessoa sem testamento, transmite a herança aos herdeiros
legítimos; o mesmo ocorrerá quanto aos bens que não forem compreendidos no
testamento; e subsiste a sucessão legítima se o testamento caducar, ou for julgado
nulo;
- Art. 1.789. Havendo herdeiros necessários, o testador só poderá dispor da metade da
herança.
- herdeiros facultativos ou não obrigatórios: Não têm a seu favor a proteção da
legítima, podendo ser preteridos totalmente por força de testamento - os irmãos,
sejam bilaterais ou germanos (mesmo pai e mesma mãe) ou unilaterais (mesmo pai
ou mesma mãe). Abrange também os tios e sobrinhos (colaterais de terceiro grau),
bem como os primos, tios-avós e sobrinhos-netos (colaterais de quarto grau).
- Art. 1.850. Para excluir da sucessão os herdeiros colaterais, basta que o testador
disponha de seu patrimônio sem os contemplar.
Legitimidade
Qualidade que o indivíduo possui de ser herdeiro, verificada quando do momento da abertura
da sucessão.

Observar-se-ão os requisitos de: origem do herdeiro; sobrevivência ao de cujus (as pessoas


nascidas ou já concebidas no momento da abertura da sucessão); e possibilidade de não ser
excluído.
OBS: “A lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro (art. 2.º , segunda parte).
Assim sendo, o conceptus (nascituro) é chamado à sucessão, mas o direito sucessório só
estará definido e consolidado se nascer com vida, quando adquire personalidade civil ou
capacidade de direito (art. 2.º , primeira parte). O nascituro é um ente em formação (spes
hominis), um ser humano que ainda não nasceu. Se o concebido nascer morto, a sucessão é
ineficaz”.
Exclusão por indignidade
Art. 1.814. São excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários:
I - que houverem sido autores, co-autores ou partícipes de homicídio doloso, ou tentativa
deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente ou
descendente;
II - que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou incorrerem em
crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro;
III - que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herança de
dispor livremente de seus bens por ato de última vontade.
Art. 1.815. A exclusão do herdeiro ou legatário, em qualquer desses casos de indignidade,
será declarada por sentença.
Art. 1.815-A. Em qualquer dos casos de indignidade previstos no art. 1.814, o trânsito em
julgado da sentença penal condenatória acarretará a imediata exclusão do herdeiro ou
legatário indigno, independentemente da sentença prevista no caput do art. 1.815 deste
Código. (Incluído pela Lei nº 14.661, de 2023)
Art. 1.816. São pessoais os efeitos da exclusão; os descendentes do herdeiro excluído
sucedem, como se ele morto fosse antes da abertura da sucessão.
Parágrafo único. O excluído da sucessão não terá direito ao usufruto ou à administração dos
bens que a seus sucessores couberem na herança, nem à sucessão eventual desses bens.
Art. 1.818. Aquele que incorreu em atos que determinem a exclusão da herança será admitido
a suceder, se o ofendido o tiver expressamente reabilitado em testamento, ou em outro ato
autêntico.
Parágrafo único. Não havendo reabilitação expressa, o indigno, contemplado em testamento
do ofendido, quando o testador, ao testar, já conhecia a causa da indignidade, pode suceder
no limite da disposição testamentária.
Exclusão por deserdação
Art. 1.961. Os herdeiros necessários podem ser privados de sua legítima, ou deserdados, em
todos os casos em que podem ser excluídos da sucessão.

Art. 1.962. Além das causas mencionadas no art. 1.814, autorizam a deserdação dos
descendentes por seus ascendentes:
I- ofensa física;
II- injúria grave;

III- relações ilícitas com a madrasta ou com o padrasto;


IV- desamparo do ascendente em alienação mental ou grave enfermidade.
OBS: A deserdação em contrapartida é mais restrita, posto que somente pode ser aplicada
por testamento em face de herdeiros necessários.

A exclusão por indignidade aplica-se a qualquer sucessor, legítimo ou testamentário, sendo


muito mais ampla.
Herança
Conjunto de bens, positivos e negativos, formado com o falecimento do de cujus, inclusas
também as dívidas do morto.

Constitui o espólio, que é o titular desse patrimônio, um ente despersonalizado ou


despersonificado, e não uma pessoa jurídica, havendo uma universalidade jurídica, criada por
ficção legal, entendimento que igualmente serve para a herança.
A norma processual reconhece legitimidade ativa e passiva ao espólio, devidamente
representado pelo inventariante ou pelo administrador provisório, se for o caso.
Herança jacente:
Ocorrendo a morte de alguém, sem deixar herdeiros, ou se todos renunciarem à herança, os
bens da sucessão devem ser arrecadados e ficam sob a guarda e a administração de um
curador até a sua entrega ao sucessor ou a declaração de vacância (art. 1.819 do CC). Esse é
o fenômeno da jacência da herança - provisória, pois terminará com a entrega da herança aos
herdeiros ou com a declaração de vacância.
Herança vacante:

Se realizadas todas as diligências, inclusive com a publicação de editais, e passado um ano,


não surgirem pessoas sucessíveis, deferindo-se os bens arrecadados ao ente público
designado na lei.
Art. 1.822. A declaração de vacância da herança não prejudicará os herdeiros que legalmente
se habilitarem; mas, decorridos cinco anos da abertura da sucessão, os bens arrecadados
passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas
circunscrições, incorporando-se ao domínio da União quando situados em território federal.
Art. 1.823. Quando todos os chamados a suceder renunciarem à herança, será esta desde
logo declarada vacante.
OBS: Não representa, necessariamente, que o bem será destinado ao Município, ao Distrito
Federal ou a União, sendo possível o aparecimento de um herdeiro nessa fase, afastando a
devolução ao Estado em sentido genérico.
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:
II - o direito à sucessão aberta.

- Isso ocorre mesmo se a herança for composta apenas por bens móveis, caso de
dinheiro e veículos. A imobilidade da herança é imposta por lei, por uma ficção da
norma jurídica.
Abertura da sucessão

- Morte real - Se dá com corpo presente, não havendo a necessidade de buscar socorro
às presunções. A lei exige, dessa forma, a morte cerebral (morte real);
- Morte presumida sem declaração de ausência - Desaparecimento do corpo da
pessoa, sendo extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;
Desaparecimento de pessoa envolvida em campanha militar ou feito prisioneiro, não
sendo encontrado até dois anos após o término da guerra;
- Morte presumida com ausência - A pessoa está em local incerto e não sabido, não
havendo indícios das razões do seu desaparecimento. Não há um envolvimento do
suposto falecido com qualquer fato que pudesse lhe trazer risco de morte.
- Primeira fase, de curadoria de bens do ausente, desaparecendo a pessoa sem notícias
e não deixando qualquer representante, é nomeado um curador para guardar seus
bens, em ação específica proposta pelo Ministério Público ou por qualquer
interessado, caso dos seus sucessores.
- Segunda fase - de sucessão provisória- um ano após a arrecadação de bens do ausente
e da correspondente nomeação de um curador, poderá ser aberta a sucessão
provisória, mediante pedido formulado pelos interessados.
- Deixando o ausente um representante, o prazo é excepcionado, aumentado para três
anos. O Ministério Público somente poderá requerer a abertura da sucessão
provisória, findo o prazo aqui mencionado, se não houver interessados em relação à
herança
- Terceira fase - sucessão definitiva - prazo de 10 anos para conversão da sucessão
provisória em definitiva. Tal prazo conta-se do trânsito em julgado da sentença da
ação de sucessão provisória.
OBS: Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente
conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele.
Princípios

Droit de saisine - transmissão imediata e automática do domínio e posse da herança aos


herdeiros legítimos e testamentários, no instante da abertura da sucessão.
Com a abertura da sucessão (morte), os herdeiros já são imediatamente considerados
condôminos e co-possuidores dos bens deixados.
Art. 1.923. Desde a abertura da sucessão, pertence ao legatário a coisa certa, existente no
acervo, salvo se o legado estiver sob condição suspensiva.
§ 1 o Não se defere de imediato a posse da coisa, nem nela pode o legatário entrar por
autoridade própria.
- Os legatários somente terão a posse dos bens deixados quando assim lhe for
concedido pelo herdeiro.
DIREITO CIVIL. RECURSO HERDEIROS. UTILIZAÇÃO ESPECIAL. COBRANÇA DE EXCLUSIVA DO
IMÓVEL. ALUGUEL. OPOSIÇÃO NECESSÁRIA. TERMO INICIAL
Aquele que ocupa exclusivamente imóvel deixado pelo falecido deverá pagar aos demais
herdeiros valores a título de aluguel proporcional, quando demonstrada oposição à sua
ocupação exclusiva.
Nesta hipótese, o termo inicial para o pagamento dos valores deve coincidir com a efetiva
oposição, judicial ou extrajudicial, dos demais herdeiros.
Princípio (non) ultra vires hereditatis - Art. 1.792. O herdeiro não responde por encargos
superiores às forças da herança; incumbe-lhe, porém, a prova do excesso, salvo se houver
inventário que a escuse, demonstrando o valor dos bens herdados.
Art. 1.700. A obrigação de prestar alimentos transmite-se aos herdeiros do devedor (dentro
dos limites da herança).

Princípio da função social da herança - a herança possui uma função social, porquanto
permite uma redistribuição da riqueza do de cujus, transmitida aos seus herdeiros.
Princípio da territorialidade - A sucessão abre-se no lugar do último domicílio do falecido.
Princípio da temporariedade - Regula a sucessão e a legitimação para suceder a lei vigente
ao tempo da abertura daquela.
Art. 2.041. As disposições deste Código relativas à ordem da vocação hereditária (arts. 1.829
a 1.844) não se aplicam à sucessão aberta antes de sua vigência, prevalecendo o disposto na
lei anterior (Lei n. 3.071, de 1º de janeiro de 1916).

Princípio do respeito à vontade manifestada - Respeitadas as regras básicas de ordem


pública próprias do direito sucessório (exemplo da legítima), deve prevalecer a vontade do
testador, em respeito à vontade manifestada do falecido.
Princípio da indivisibilidade - A herança é um todo, ainda que vários sejam os herdeiros.
Desta forma, até a partilha, os bens não poderão ser individualizados.

Art. 1.791 A herança defere-se como um todo unitário, ainda que vários sejam os herdeiros.
Parágrafo único. Até a partilha, o direito dos co-herdeiros, quanto à propriedade e a posse da
herança, será indivisível, e regular-se-á pelas normas relativas ao condomínio
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Morte = transmissão imediata da herança aos sucessores por força do droit de saisine.

Aceitação da herança:
Ato jurídico unilateral, que produz efeitos independentemente da concordância de terceiros,
tendo, natureza não receptícia, uma vez que não há a necessidade de qualquer comunicação
para produzir os efeitos previstos em lei.

a- Aceitação expressa;
b- Aceitação tácita;
c- Aceitação presumida.
Aceitação expressa - é realizada por declaração escrita do herdeiro, por meio de instrumento
público, particular ou por uma manifestação clara e inequívoca no processo de inventário,
seja ele judicial ou extrajudicial;
Aceitação tácita - é aquela tão somente de atos próprios da qualidade de herdeiro, ou seja,
do seu comportamento inequívoco como tal. EX: o herdeiro toma posse de um bem e começa
a administrá-lo e a geri-lo como se fosse seu. Ou, ainda, havendo sido ajuizada a abertura de
inventário, com a partilha de bens, e recolhimento do imposto causa mortis, evidente é a
configuração da aceitação tácita da herança do de cujus.
OBS: Não significam a aceitação tácita de herança os atos oficiosos, como o funeral do finado,
os meramente conservatórios, ou os de administração e guarda provisória de bens.

Aceitação presumida - o interessado, em que o herdeiro declare se aceita ou não a herança,


poderá, 20 dias após aberta a sucessão, requerer ao juiz do inventário prazo razoável, não
maior de 30 dias, para nele, se pronunciar o herdeiro. Isso, sob pena de haver a herança por
aceita.

Art. 1.809. Falecendo o herdeiro antes de declarar se aceita a herança, o poder de aceitar
passa-lhe aos herdeiros, a menos que se trate de vocação adstrita a uma condição suspensiva,
ainda não verificada.
Parágrafo único. Os chamados à sucessão do herdeiro falecido antes da aceitação, desde que
concordem em receber a segunda herança, poderão aceitar ou renunciar a primeira.
“Assim, a título de exemplo, se Pedro morre, deixando os filhos Chico (que por sua vez é pai
de Carla) e Leo, e o herdeiro Chico, ao saber da morte do pai, também faleça enfartado, sem
que houvesse tido tempo de aceitar a herança dele, o direito de aceitar que lhe tocaria será
transmitido a sua filha Carla. Esta, então, terá o direito de aceitar a herança do seu pai e
também o de aceitar a herança do seu avô (em virtude de o direito de aceitação do seu pai
ter-lhe sido transmitido). Em casos como este, é de boa cautela, vale frisar, que os inventários
tramitem conjuntamente, em autos apensados.”

Renúncia da herança
A renúncia é o repúdio formal da herança ou legado, ato solene pelo qual uma pessoa,
chamada à sucessão de outra, declara que a não aceita.
Nesse contexto de respeito à forma prescrita em lei, a renúncia deve ser sempre expressa,
constando de instrumento público ou termo judicial (art. 1.806 do CC). Não se admite a
renúncia tática, presumida ou verbal; muito menos que o ato seja feito por instrumento
particular, mesmo que com assinaturas com firmas reconhecidas.
O desrespeito a essa regra importa em nulidade absoluta do ato.
“Sucessões. Exclusão de herdeiro em razão de renúncia à herança. Renúncia é ato solene que
requer escritura pública ou termo nos autos do inventário. Renúncia lançada em instrumento
particular. Invalidade. Sentença de improcedência. Recurso dos autores improvido”.
Art. 1.811. Ninguém pode suceder, representando herdeiro renunciante. Se, porém, ele for
o único legítimo da sua classe, ou se todos os outros da mesma classe renunciarem a herança,
poderão os filhos vir à sucessão, por direito próprio, e por cabeça.
Regras comuns para a aceitação e a renúncia
O art. 1.808 veda expressamente a aceitação ou renúncia da herança em parte, sob condição
ou a termo. título. Assim, não poderá aceitar a herança relativamente a um imóvel quitado e
renunciar à mesma herança no que se refere a um imóvel com saldo a pagar.
Exceções: o § 1.º do art. 1.808 do Código Civil que o herdeiro, a quem se testarem legados,
pode aceitá-los, renunciando à herança; ou, aceitando-a, repudiá-los. A título de ilustração,
um herdeiro pode aceitar o legado de um carro e renunciar à herança legítima, ou vice-versa.
O herdeiro, chamado, na mesma sucessão, a mais de um quinhão hereditário, sob títulos
sucessórios diversos, pode livremente deliberar quanto aos quinhões que aceita e aos que
renuncia (art. 1.808, § 2.º , do CC).
Ilustrando, se determinado herdeiro for também sucessor testamentário, poderá ele
renunciar à sucessão legítima e aceitar os bens transmitidos por ato de última vontade. Pode,
ainda, aceitar os bens a que tem direito por força de lei e renunciar àqueles que compõem o
testamento.
Sucessão por representação
Os representantes só podem herdar, como tais, o que receberia o representado, se vivo fosse
(art. 1.854 do CC). Desse modo, fica clara a existência de uma substituição sucessória plena
do representante em relação ao representado, uma sub-rogação subjetiva legal, nos mesmos
direitos e deveres do falecido. o quinhão do representado deve ser partilhado de forma
igualitária entre os representantes (art. 1.855 do CC).

se A for falecido deixando apenas netos (E, F e G), filhos de seus filhos premortos (B, C e D),
não se cogita o direito de representação, recebendo os netos quotas iguais, um terço da
herança, e por cabeça.

Direito real de habitação


Art. 1.830. Somente é reconhecido direito sucessório ao cônjuge sobrevivente se, ao tempo
da morte do outro, não estavam separados judicialmente, nem separados de fato há mais de
dois anos, salvo prova, neste caso, de que essa convivência se tornara impossível sem culpa
do sobrevivente.
Art. 1.831. Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será assegurado,
sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação
relativamente ao imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único daquela
natureza a inventariar.
O art. 1.831 confere ao cônjuge o direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado
à residência da família, desde que seja o único daquela natureza a inventariar, sem prejuízo
da participação que lhe caiba na herança, qualquer que seja o regime de bens. Não menciona
que o direito real de habitação se extingue se o beneficiário convolar a novas núpcias.
O requisito legal é o de que o imóvel residencial seja o único dessa natureza a inventariar. Se
existirem outros bens imóveis da mesma natureza no espólio, que possam ser utilizados para
moradia do cônjuge sobrevivente, não incide o aludido direito real de habitação.

O direito real de habitação é concedido sem prejuízo da participação da viúva ou do viúvo na


herança. Mesmo que o cônjuge sobrevivente seja herdeiro ou legatário, não perde o direito
de habitação.
Não assiste direito aos demais herdeiros e condôminos de cobrar aluguel da viúva ou do viúvo
pelo exercício do direito real de habitação imóvel residencial deixado pelo de cujus. Sem
dúvida, isso significa restrição ao direito dos co-proprietárias, mas o legislador quis privilegiar
o cônjuge sobrevivente, manter seu status, suas condições de vida, garantido-lhe o teto, a
morada.

O direito real de habitação é personalíssimo e tem destinação especifica de servir de morada


ao titular, que, portanto, não pode alugar , nem emprestar o imóvel, devendo ocupá-lo, direta
e efetivamente.
Se o imóvel residencial for o único bem do espólio, exercendo o cônjuge sobrevivente sobre
ele o direito real de habitação, há perda substancial do direito dos demais herdeiros

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