O Filho Desconhecido Do Sertanejo 1st Edition J Munyz Full Chapter Download PDF
O Filho Desconhecido Do Sertanejo 1st Edition J Munyz Full Chapter Download PDF
O Filho Desconhecido Do Sertanejo 1st Edition J Munyz Full Chapter Download PDF
Edition J Munyz
Visit to download the full and correct content document:
https://ebookstep.com/product/o-filho-desconhecido-do-sertanejo-1st-edition-j-munyz/
More products digital (pdf, epub, mobi) instant
download maybe you interests ...
https://ebookstep.com/product/jesus-o-filho-do-homem-gibran-
khalil-gibran/
https://ebookstep.com/product/o-mundo-do-senhor-dos-aneis-vida-e-
obra-de-j-r-r-tolkien-ives-gandra-martins-filho/
https://ebookstep.com/product/ensinamentos-do-filho-do-homem-1st-
edition-zepherynus/
https://ebookstep.com/product/socio-do-filho-a-verdade-sobre-os-
negocios-milionarios-do-filho-do-ex-presidente-lula-marco-vitale/
Porque a Filosofia interessa à Democracia 1st Edition
Waldomiro J Silva Filho
https://ebookstep.com/product/porque-a-filosofia-interessa-a-
democracia-1st-edition-waldomiro-j-silva-filho/
https://ebookstep.com/product/programa-de-direito-do-
consumidor-5th-edition-sergio-cavalieri-filho/
https://ebookstep.com/product/oppenheimer-o-triunfo-e-a-tragedia-
do-prometeu-americano-martin-j-sherwin/
https://ebookstep.com/product/o-filho-rico-11-licoes-para-a-
riqueza-e-o-sucesso-1st-edition-felipe-miranda-ricardo-mioto/
https://ebookstep.com/product/help-me-eduque-prepare-seu-filho-
para-lidar-com-o-mundo-1st-edition-rossandro-klinjey/
O Filho Desconhecido do Sertanejo
J Munyz
Esta é uma obra de ficção. Seu intuito é entreter as pessoas. Nomes, personagens,
lugares e acontecimento descritos são produtos da imaginação da autora. Qualquer
semelhança com fatos reais é mera coincidência.
SINOPSE
PRÓLOGO
CAPÍTULO 01
CAPÍTULO 02
CAPÍTULO 03
CAPÍTULO 04
CAPÍTULO 05
CAPÍTULO 06
CAPÍTULO 07
CAPÍTULO 08
CAPÍTULO 09
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
CAPÍTULO 16
CAPÍTULO 17
CAPÍTULO 18
CAPÍTULO 19
CAPÍTULO 20
CAPÍTULO 21
CAPÍTULO 22
CAPÍTULO 23
CAPÍTULO 24
CAPÍTULO 25
CAPÍTULO 26
CAPÍTULO 27
CAPÍTULO 28
CAPÍTULO 29
CAPÍTULO 30
CAPÍTULO 31
CAPÍTULO 32
CAPÍTULO 33
CAPÍTULO 34
CAPÍTULO 35
CAPÍTULO 36
CAPÍTULO 37
CAPÍTULO 38
CAPÍTULO 39
CAPÍTULO 40
CAPÍTULO 41
EPÍLOGO
Conheça os outros trabalhos da autora
Siga a autora nas redes sociais
SINOPSE
O medo de ser obrigada a interromper minha gravidez levou-
me para longe do homem que amava. A mera possibilidade do
aborto afastou-me da única realidade que conhecia.
Sem dinheiro, sem estudo e grávida. Felizmente acolhida por
uma tia até então desconhecida, felizmente sendo capaz de gerar o
meu filho.
E valeu a pena. Meu Levi valeu todo o meu esforço, tudo que
abdiquei. Valeu inclusive o esforço de abandonar João Miguel.
Jamais esperei que o homem que amava fosse capaz de
sugerir tamanha atrocidade, jamais achei que o cantor sertanejo,
que teve meu coração desde sempre, fosse capaz de pronunciar tais
palavras.
Por isso fugi, escondi-me. Ocultei a existência de Levi e tudo
estava indo bem, na medida do possível.
Até que uma coincidência infeliz forçou-me a ficar frente a
frente com João Miguel.
Até que sua ira indomável e seu desejo de vingança fosse
capaz de nos colocar novamente sob o mesmo teto.
Como resistir a tanto amor?
Como aceitar todo o sofrimento que me é infligido?
Como esquecer tudo que ele é capaz de fazer?
Penso que estou condenada a esta realidade. Penso que não
há mais chance alguma para nós.
PRÓLOGO
Não sei como algo que já foi considerado por mim como sublime,
perfeito, tornou-se uma coisa tão mecânica, por vezes frustrante. Virou
apenas uma forma de extravasar a frustração, uma maneira de suprir os
desejos do corpo, visto que os desejos da alma temo jamais conseguir
suprir novamente.
Desde Helena. Jamais após ela.
Mesmo que tenha ao meu lado uma loira gostosa. Linda aos olhos de
todos, com muitas características que agradam ao meu pai, mas que não
me agradam nem minimamente. Por não ter os cabelos pretos, a pele
morena, e nem os olhos da cor de jaboticaba. Por não ter o corpo cheio de
curvas, gostoso como o de nenhuma outra. E sei que por isso esta que
dorme ao meu lado é fisicamente tão diferente, certamente é uma forma
de não macular as lembranças que guardo tão intimamente, as lembranças
que por vezes me impediram e me impedem de sucumbir ao desespero de
não tê-la mais comigo.
Dois anos. Dois malditos anos.
Que vago no mundo sem rumo, sem prumo.
Compondo músicas que falam de sofrência, cantando músicas que
falam de um amor que perdi.
Que vendem como água, imaginando pela mídia se tratar de um
rótulo para vender, uma forma de continuar sempre nas primeiras paradas
de sucesso.
Mal sabem eles que é meu coração apaixonado que me impele a
compor, que é meu ser doente de amor que me força a colocar no papel
aquilo que me maltrata dia após dia, que não abranda e nem alivia,
mesmo que já tenha passado muito tempo. Tempo demais.
Ainda lembro como se fosse hoje aquele dia fatídico. Tinha saído para
um show. Podia ser um dia como qualquer outro, em que cumpriria os
meus compromissos, rejeitando ao final toda e qualquer oferta de
companhia e voltaria correndo para os braços da minha mulher. Mesmo
que isso pusesse meu pai doido e que frustrasse as intenções de algumas
mulheres que não aceitavam um não como resposta. Mesmo que
questionassem a minha sanidade ou a minha heterossexualidade e isso
nem me incomodava, pois a tinha comigo e isso era o mais importante.
E faltava pouco para ela se mudar, sair debaixo do teto dos meus pais
e finalmente me permitir assumi-la, gritar aos quatro ventos que meu
coração tinha dona e que sempre teria. E essa espera e condição era
vontade dela, pois por mim este fato já seria de conhecimento de todos,
minha condição de compromissado seria algo sabido por todos.
E neste trágico dia lembro com detalhes como saí de casa com um
amargor na boca, por pela primeira vez não ter rebatido as palavras
preconceituosas de meu pai. Por ter deixado que expressasse o verdadeiro
pavor que tinha ao cogitar que Helena pudesse engravidar de mim. Fui
permissivo com o seu discurso infeliz, quem sabe conivente, mas não
aguentava mais as longas discussões que descobri serem infrutíferas, não
aguentava mais tentar argumentar com alguém como ele. Mesmo que
minha vontade fosse gritar que meu sonho maior seria vê-la carregando
em seu ventre um filho meu e que o resolver a que me referia seria
casamento, compromisso e devoção infinita por todos os dias da minha
existência.
Mas isso ficou subentendido no meu ser, mesmo que para ele tivesse
outro sentido, e isso fez o gosto amargo se apossar de mim. Mas
infelizmente esta seria a única forma de sair logo de casa e voltar o quanto
antes, o não bater de frente talvez fosse a única maneira de ter
tranquilidade até que ela cumprisse seu aviso prévio e eu pudesse colocar
em prática os meus verdadeiros planos.
Levá-la ao apartamento que pretendia comprar e, se a agradasse,
comunicar que ela não se mudaria sozinha, que eu me mudaria com ela e
que juntos começaríamos essa nova etapa. Helena em sua faculdade e eu
em cima dos palcos falando do meu amor por ela, cantando sobre a
mulher da minha vida. Não poderia imaginar felicidade maior do que esta e
já não poderia guardar estes planos somente para mim.
E mesmo com a dor no peito pela conversa que tive com meu pai,
cumpri com o programado para a noite e no caminho para casa só pensava
que falaria sobre as minhas intenções, sobre o passo que daríamos. Tinha
planejado que esperaria mais, mas o dissabor causado por minhas
palavras determinando que rebateria a deslealdade que pratiquei, mesmo
que tenha sido para o nosso bem.
Mas jamais pude verbalizar meus planos, jamais coloquei meus olhos
em Helena novamente.
Ela não estava em seu quarto, ela não estava em canto algum.
Seus pertences não estavam lá, tampouco minha mulher e não achei
que pudesse suportar a dor que se apossou de mim.
Gritei, esbravejei e exigi saber.
Nada. Ninguém sabia para onde tinha ido. Falavam de um táxi que
parou e que a levou.
De uma cara triste e de uma pequena bagagem.
Deixando cartas para não se despedir. Da minha mãe e de mim.
A da minha mãe era de gratidão de uma vida inteira e a minha era
confirmando as minhas suspeitas: que ela ouviu a conversa de mais cedo.
E em meio ao desespero veio a raiva. Pela falta de confiança, por me
ter em tão pouca conta. Veio a vontade de jogar tudo para o espaço, de
jamais tentar contato novamente. Um momento fugaz, passageiro. O
coração obrigando-me a procurá-la, a buscá-la em todos os recônditos de
Goiás, do Brasil, quiçá do mundo.
Investir o dinheiro que tenho com detetives, tentar trazer novamente
para perto de mim a minha Helena.
E o tempo mostrou que as buscas eram infrutíferas, pois não tinha
ideia se tinha parentes e ela jamais se matriculou em nenhuma faculdade,
que foi o coringa que imaginei ter para encontrá-la.
E tudo isso me trouxe ao momento atual. Onde tenho ao meu lado
uma mulher que não quero, tão diversa da mulher que amo, com meu
corpo tão insatisfeito como sempre.
Carregando dentro de mim uma angústia que não passa, um
sofrimento que não cessa.
Levanto-me para ir para casa. Para o apartamento que ocupo
sozinho, onde nunca levo mulher alguma.
O meu santuário, o meu refúgio.
Onde componho minhas canções. Onde deixo minha alma verbalizar
toda a dor que carrego desde quando fui obrigado a existir sem ela.
Músicas em que a lembrança de Helena é certa.
Nas letras, no que elas contam e na sofrência que carregam.
E se a lembrança de Helena é certa na minha profissão, é certa
principalmente no meu coração.
Sem nunca abrandar, sem jamais esmorecer.
Como uma maldição, uma perseguição, uma tormenta.
E já não luto, não enfrento e não acredito que um dia este
sentimento me abandone.
Apenas deixo estar. Enquanto passo pela vida, pelos palcos, pelas
camas de desconhecidas.
Enquanto somente existo.
CAPÍTULO 02
Olho para o meu filho que dorme tranquilamente em seu berço, sem
saber o drama em que estou envolvida. Depois de dedicar-me
exclusivamente ao meu pequeno Levi durante seus 17 meses de vida, hoje
infelizmente esta rotina mudará.
Sei que ele sentirá minha falta, pois com um ano e cinco meses ele
não entenderá que sua mamãe precisa trabalhar, mas terá que ser assim.
— Minha querida, você sabe que eu cuidarei dele da melhor forma
possível, não sabe?
Minha tia Matilde diz e sei que é verdade. Sei também que meu Levi
morre de amor por sua bobó, como ele chama aquela que o acolheu como
a um neto.
— Claro que sei, tia, mas nem por isso dói menos ter que me afastar
do meu bebê.
— Helena, você não precisa trabalhar agora. Minha aposentadoria e o
que Milton ganha na sua frutaria, dá para passarmos. Quem sabe não
seria melhor se você esperasse ele ir para a creche e então...
— Tia, mesmo que tenham me acolhido como a uma filha e garantido
nossa hospedagem e sequer tenham me deixado ajudar nas despesas da
casa, os gastos com fraldas, leite, farmácia, roupinhas e outra gama de
coisas, levou grande parte do que tinha arrecadado com a venda da casa
da Vó Anastácia, e infelizmente tenho que começar a ter uma renda, pois
as minhas economias não durarão para sempre.
Ela reluta, mas concorda com a cabeça.
— Tenho é que agradecer que você arrumou este emprego na casa
em que trabalhou. E o melhor, é somente nas terças, quintas e sábados, o
que garante que entre um dinheirinho, e que não me afaste todos os dias
de Levi.
Assim que uma amiga de minha tia comentou sobre essa vaga, vi a
oportunidade de ganhar um dinheiro para as despesas e deixar de depenar
minha poupança. Faço isso pensando em Levi, no seu futuro. Mesmo que
talvez ele venha a sofrer com minha ausência.
Dou um beijinho em sua cabeça, com cuidado para não acordá-lo e
sei que tenho que ir, se quiser chegar no emprego na hora combinada. De
onde moramos para o condomínio fechado em que a família Sampaio mora
levarei 1 hora de ônibus, então não posso me demorar mais, se não quiser
chegar atrasada logo no meu primeiro dia.
Despeço-me de minha tia e ela sabe que este afastamento não será
fácil, por isso diz:
— Helena, prometo cuidar do nosso menino e garanto que ligarei
para você caso precise. Vá tranquila, Levi ficará bem.
Assinto com a cabeça e com os olhos cheios de lágrimas, afasto-me.
Com o coração pesado, mas com a certeza de que é o que preciso
fazer.
Faço o que tem que ser feito, o trabalho pesado que eu estou mais
do que acostumada. Casa grande, muitos banheiros e quartos, deixando-
me ocupada por todo o dia.
Mas apesar de todo o trabalho, minha mente arruma espaço para
vagar. Pelo passado, pelo que suportei desde que saí da casa de João
Miguel até a hora de trazer ao mundo o meu Levi.
Depois do que escutei sobre a especulação de uma possível gravidez
minha, soube que não poderia permanecer lá. Sequer cumpri meu aviso
prévio. Mas não poderia sair sem me despedir de dona Ana. Deixei então
uma carta na cama, onde sabia que seria encontrada tão logo João Miguel
voltasse do show. Agradecendo por uma vida inteira de acolhida e de
carinho. Pedindo desculpa pela forma como saía, mas não dizia muito além
disso.
Deixei também sobre a cama uma carta para ele. Falando que ouvi a
conversa, de como doeu a forma permissiva e até mesmo de concordância
com que escutava seu pai, e como me decepcionei com o que ouvi sobre
como ele agiria caso engravidasse.
Aleguei que os pensamentos de seu pai jamais mudariam e eu já não
tinha mais forças para lutar contra, quando ele sequer lutava mais comigo.
Aleguei também que suas palavras demonstravam que talvez eu não
quisesse alguém como ele ao meu lado.
Talvez uma decisão drástica demais, aos olhos dele ou de quem teve
acesso à carta, mas certamente jamais poderia ser cogitada assim por
aquela que trazia em seu ventre um bebê. Jamais pagaria para ver, jamais
ficaria depois de ouvir o que ouvi.
Rapidamente arrumei meus poucos pertences, escrevi as cartas e saí.
Tudo regado a muito choro, as lágrimas jamais me abandonando. Como
era noite o movimento na casa estava escasso de funcionários, os pais
tinham acompanhado João Miguel ao evento.
E foi fácil. Somente o funcionário da guarita me viu partindo e, se
estranhou eu entrar no táxi de mala e cuia, não tentou impedir. Por não ter
restrição nenhuma quanto a isso, por não ter intimidade comigo suficiente
para questionar a minha partida.
E já acomodada no transporte que me levaria para a minha nova
vida, eu não cansava de agradecer a minha querida avozinha. Que mesmo
internada para tratar a doença que fatalmente a tiraria de mim, teve o
cuidado de me deixar amparada, pois ela me fez anotar o nome e o
endereço de sua única irmã, fazendo-me jurar que a procuraria caso um
dia precisasse.
Na hora achei desnecessário, pois tinha como certo o restante da
minha vida ao lado de João Miguel, mas anotei. Para tranquilizá-la, pois
sabia que temia me deixar sozinha no mundo, sem parentes de sangue,
como de fato aconteceu.
Pouco tempo depois ela teve um novo infarto e seu coração não
resistiu. E esta minha perda tão dolorida fez-me esquecer de comentar
com o meu dito namorado a existência desta parente.
E somente tenho a agradecer por este meu lapso, pois ele não
saberia nem por onde começar a procurar, se é que me procuraria. Talvez
tenha sido intervenção divina, ou tão somente o cuidado de uma avó
zelosa.
E claro que o pensamento de intervenção divina veio forte, pois ao
pegar o caderno para escrever as cartas, encontrei aquilo que seria minha
tábua de salvação.
Escrito às pressas, sem nenhuma pretensão, mas que foi o lugar
onde fui acolhida, assim como esta tia foi a pessoa que esteve ao meu
lado durante toda a gravidez. Foi a pessoa que esteve comigo nos dias que
sei que não foram fáceis, mas que felizmente não precisei estar sozinha.
E as lembranças me emocionam a ponto das lágrimas molharem
minha face. Agradeço internamente por não ter ninguém por perto,
felizmente tenho a privacidade necessária para me recompor e tenho a
força suficiente para sufocar o choro, pois não posso me dar ao luxo de ser
fraca. Claro que não posso.
CAPÍTULO 03