Plano Diretor de Drenagem Urbana de Curitiba - 2013

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Elaboração:

Plano Diretor de Drenagem Urbana de Curitiba


Relatório Técnico - Síntese
Plano Diretor de Drenagem - Etapa
Macrodrenagem nas bacias Atuba, Belém,
Barigui, Iguaçu, Padilhas e Passaúna,
inseridas no município de Curitiba.

RELATÓRIO TÉCNICO

SÍNTESE

Volume Técnico referente ao Contrato 19390 de


Prestação de Serviços que entre si fazem o MUNICÍPIO
DE CURITIBA com a interveniência do INSTITUTO DE
PESQUISA E PLANEJAMENTO URBANO DE CURITIBA -
IPPUC e a COBRAPE - CIA BRASILEIRA DE PROJETOS
E EMPREENDIMENTOS.

COB–7548–SIN
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO .................................................................................................... 5
1. BACIA DO RIO ATUBA ........................................................................................ 9
1.1. Diagnóstico da Situação Atual na Bacia do Rio Atuba Inserida em
Curitiba .......................................................................................................... 9
Mapa 01 – Diagnóstico da Situação Atual na Bacia do Rio Atuba
Inserida em Curitiba ........................................................................ 12
1.2. Medidas de Controle Estruturais na Bacia do Rio Atuba Inserida
em Curitiba .................................................................................................. 13
Mapa 2 – Medidas de Controle Estruturais na Bacia do Rio Atuba
Inserida em Curitiba .......................................................................... 17
2. BACIA DO RIO BARIGUI ................................................................................... 18
2.1. Diagnóstico da Situação Atual na Bacia do Rio Barigui Inserida em
Curitiba ........................................................................................................ 18
Mapa 3 – Diagnóstico da Situação Atual na Bacia do Rio Barigui
Inserida em Curitiba – Trecho Norte ................................................ 22
Mapa 4 – Diagnóstico da Situação Atual na Bacia do Rio Barigui
Inserida em Curitiba -Trecho Sul ..................................................... 23
2.2. Medidas de Controle Estrutural na Bacia do Rio Barigui Inserida
em Curitiba .................................................................................................. 24
Mapa 5 – Medidas de Controle Estruturais Bacia do Rio Barigui
Inserida em Curitiba - Trecho Norte ................................................. 27
Mapa 6 – Medidas de Controle Estruturais Bacia do Rio Barigui
Inserida em Curitiba - Trecho Sul .................................................... 28
3. BACIA DO RIO BELÉM ...................................................................................... 29
3.1. Diagnóstico da Situação Atual na Bacia do Rio Belém ........................... 29
Mapa 7 – Diagnóstico da Situação Atual na Bacia do Rio Belém .................. 32
3.2. Medidas de Controle Estrututais na Bacia do Rio Belém ....................... 33
Mapa 8 – Medidas de Controle Estruturais Bacia do Rio Belém.................... 37
4. RIO IGUAÇU ....................................................................................................... 38
4.1. Diagnóstico da Situação Atual na Bacia Iguaçu Inserida em
Curitiba ........................................................................................................ 38
4.1.1. Sub Bacia do Arroio Prensa ................................................................ 38
4.1.2. Sub Bacia do Arroio Espigão............................................................... 38
4.1.3. Sub Bacia do Rio Ponta Grossa .......................................................... 38
4.1.4. Sub Bacia do Rio Alto Boqueirão ........................................................ 39
Mapa 9 – Diagnóstico da Situação Atual na Bacia do Rio Iguaçu
Inserida em Curitiba .......................................................................... 40
4.2. Medidas de Controle Estruturais na Bacia do Rio Iguaçu Inserida
em Curitiba .................................................................................................. 41

2
Mapa 10 – Medidas de Controle Estruturais na Bacia do Rio Iguaçu
Inserida em Curitiba ........................................................................ 43
5. BACIA DO RIBEIRÃO DOS PADILHAS ............................................................ 44
5.1. Diagnóstico da Situação Atual na Bacia do Ribeirão dos Padilhas ....... 44
Mapa 11 – Diagnóstico da Situação Atual na Bacia do Ribeirão dos
Padilhas ............................................................................................ 48
5.2. Medidas de Controle Estruturais na Bacia do Ribeirão dos
Padilhas ....................................................................................................... 49
Mapa 12 – Medidas de Controle Estruturais Bacia do Ribeirão dos
Padilhas ............................................................................................ 51
6. BACIA DO RIO PASSAÚNA .............................................................................. 52
6.1. Diagnóstico da Situação Atual na Bacia do Rio Passaúna Inserida
em Curitiba .................................................................................................. 52
Mapa 13 – Diagnóstico da Situação Atual na Bacia do Rio Passaúna
Inserida em Curitiba ........................................................................ 54
6.2. Medidas de Controle Estruturais na Bacia do Rio Passaúna
Inserida em Curitiba ................................................................................... 55
Mapa 14 – Medidas de Controle Estruturais na Bacia do Rio Passaúna
Inserida em Curitiba ........................................................................ 56
7. CONCLUSÕES ................................................................................................... 57
8. APÊNDICE .......................................................................................................... 60

3
SÍNTESE DO PLANO DIRETOR DE DRENAGEM DE CURITIBA

4
APRESENTAÇÃO

O Plano Diretor de Drenagem de Curitiba abrange no âmbito municipal, as bacias


dos rios abaixo identificados inclusive seus principais afluentes:

 Rio Atuba;

 Rio Barigui;

 Rio Belém;

 Rio Iguaçú;

 Ribeirão dos Padilhas; e

 Rio Passaúna.

O objetivo principal do Plano Diretor de Drenagem de Curitiba, surge da imperiosa


necessidade de estabelecer um planejamento das intervenções necessárias ao
ordenamento da macro drenagem urbana da cidade, tendo em vista a garantir
maior segurança aos moradores, ao patrimônio público e privado, nos eventos de
chuvas intensas ou prolongadas.

O plano diretor visa a mudança de paradigmas da gestão pública brasileira de


gestão por crises para gestão por planejamento, onde ocorre a inversão dos
custos imprevistos para um plano de investimento, de viabilidade técnica,
econômica, ambiental e social comprovada, que permitirá ao Município atender
aos requisitos da Lei de Saneamento Básico e ter acesso aos fundos
Governamentais para Controle de Catástrofes, resultando num amplo benefício
da população.

Para tanto são apresentadas diretrizes técnicas e institucionais ao poder público,


às instituições e a sociedade organizada, bem como ferramentas compostas por
medidas estruturais e não estruturais, que permitam mitigar, reduzir, limitar,
prevenir e evitar os impactos causados pelas enchentes em Curitiba.

O planejamento, a modelagem e a gestão das águas da cidade de Curitiba

5
contidas neste plano têm como premissas básicas a adoção de determinados
conceitos ditos inovadores que permitam:

Aumentar as condições favoráveis à infiltração e o tempo de percurso do


escoamento;

Buscar a preservação das condições naturais do sistema de macro drenagem e a


renaturalização dos cursos de água;

Adotar como soluções as intervenções multifuncionais, através de sistemas de


drenagem conjugados a áreas verdes, áreas destinadas à prática esportiva,
parques lineares e outras destinações;

Conceber e planejar as intervenções segundo diferentes níveis de risco de


inundação de modo a estabelecer prioridades compatíveis com as características
das diferentes bacias e com níveis de vulnerabilidades distintos.

As decisões do Plano Diretor de Drenagem estão baseadas em registros e


históricos das precipitações ocorridas confrontadas com as manchas das áreas
de inundação, nas inspeções de campo, diagnósticos e avaliações técnicas que
através de estudos e programas específicos indicaram o conjunto de soluções e
intervenções propostas em cada trecho de cada um dos seis rios estudados.

As alternativas técnicas foram cotejadas por meio de critérios financeiros e


econômicos resultando no conjunto das intervenções propostas, indicando-se o
estágio atual e a prioridade da implantação.

Os critérios básicos para tomada de decisão são focados na viabilização Técnica


e econômica do conjunto de ações com a otimização do investimento.

Os parâmetros balizadores utilizados na escolha da melhor alternativa são os


seguintes:

6
No âmbito econômico:

i. Alternativa de menor custo de implantação;

ii. Alternativa de menor custo de amortização;

iii. Alternativa de melhor relação de benefício/custo;

No âmbito técnico:

i. Alargamento do canal, como alternativa prioritária entre as outras


estudadas pelo fato de proporcionar o aumento da seção de escoamento e
a diminuição da capacidade de escoamento do rio durante o fenômeno de
cheia. Essas intervenções foram avaliadas com duas alternativas: seção
retangular com muros em concreto armado ou canal trapezoidal.

ii. Diques de contenção, através da implantação de muro lateral de


revestimento para os trechos onde não há possibilidade efetiva de
alargamento.

iii. Detenções concentradas (lagoas de detenção e retenção), visando reduzir


as dimensões de seção do canal projetado e a compatibilização às
diretrizes da Prefeitura Municipal de Curitiba para evitar a transferência dos
alagamentos para jusante, a possibilidade da associação destas medidas
com parques lineares ribeirinhos ou isolados.

iv. Detenções distribuídas, quando não houver disponibilidade de espaço em


áreas urbanas consolidadas, possibilitando diferenciar os volumes de
detenção trecho a trecho, obtendo uma distribuição de volumes ao longo
de toda a bacia, alocando estes volumes na calha;

v. Dissipadores de energia com obras de indução de retardo, gerado pelo


escalonamento de fundo e conformação do fundo para diminuição da
inclinação do canal existente e consequentemente a diminuição da
velocidade, da erosão e o menor arraste de sedimentos.

7
Alem dessas medidas estruturais de grande porte aplicadas diretamente nos
cursos de água existem outras que contribuem para atenuar os picos de cheia,
destacando-se as seguintes:

Proteção das cabeceiras das bacias, restauração de várzeas, banhados


construídos (wetlands), restauração de margens, recomposição de vegetação
ciliar, renaturalização de rios e córregos, contenção de encostas instáveis, bacias
de contenção de sedimentos, obras de desassoreamento, sistema de reuso de
águas pluviais, faixas e valetas gramadas.

Este Plano Diretor enfatiza e destaca a fundamental importância das


regulamentações já existentes na PM de Curitiba, que norteiam e exigem o uso e
aplicação dos reservatórios de contenção e valas de infiltração, cuja eficácia é
inconteste e demonstrada pela capilaridade da distribuição geográfica na malha
urbana da cidade.

Neste volume apresenta-se ainda um documentário fotográfico contendo as fotos


e a identificação das áreas acompanhadas de comentários analíticos das áreas
com grande vulnerabilidade do ponto de vista da macrodrenagem.

As análises de condução geraram o dimensionamento da seção ideal dos canais,


decorrendo o aumento das capacidades de vazão e de armazenamento na
própria calha do rio.

Nas análises de detenção foram avaliados os hidrogramas de detenção para o


tempo de retorno de 100 anos e a duração da chuva critica. Com esses dados foi
possível avaliar a capacidade de armazenamento nos canais existentes e
projetados.

8
1. BACIA DO RIO ATUBA

1.1. Diagnóstico da Situação Atual na Bacia do Rio Atuba Inserida em Curitiba

A bacia do rio Atuba foi percorrida de montante para jusante, tendo como ponto
de partida o local destinado a uma lagoa de detenção do PDD da bacia do Alto
Iguaçu, próximo ao Contorno Norte, onde está instalada a Sociedade Protetora
dos Animais de Almirante Tamandaré.

O local final observado no percurso foi a área próxima à ETE Atuba Sul, na sua
foz junto ao rio Iraí.

Alguns afluentes do rio Atuba também foram percorridos, tais como o córrego
Bacacheri, córrego Bacacheri Mirim, córrego Duque de Caxias, córrego Tarumã,
córrego Vila Marumbi e córrego Capão da Imbuia.

 Trecho 1 – da nascente até o Contorno Norte

Bacia com ocupação rarefeita, ocupação predominante rural, muitos vazios,


grande extensão de áreas permeáveis e talvegue com mediana declividade.

Este trecho do rio Atuba não possui nenhum afluente que interfira
consideravelmente em seu desempenho e funcionalidade.

Trecho com reduzida criticidade quanto às manchas de inundação, pois não


existem ocupações ao longo do fundo de vale, a bacia de contribuição é pequena
e existem muitos vazios que permitem a retenção e infiltração da água
precipitada.

 Trecho 2 – do Contorno Norte até rodovia BR - 116

Neste 2º trecho o rio Atuba inicialmente faz a divisa entre Almirante Tamandaré e
Curitiba, e depois faz a divisa entre Colombo e Curitiba. Possui bacia
medianamente adensada, ainda com muitos vazios urbanos, onde se destaca o
Parque do Atuba

Nas proximidades da estrada da Uva, possui muitas moradias irregulares na

9
margem esquerda – Colombo – e várzea do rio isenta de ocupações irregulares
na sua margem direita – Curitiba.

As áreas mais expostas e de maior vulnerabilidade às inundações são justamente


as moradias irregulares ao longo do seu percurso. As áreas selecionadas no PDD
da bacia do Alto Iguaçu para a função de detenção à margem direita do rio Atuba,
na cidade de Curitiba, ainda encontram-se aptas e disponíveis para abrigar lagoas
de detenção.

 Trecho 3 – da rodovia BR – 116 até a Avenida Vitor Ferreira do Amaral

Neste 3º trecho o rio Atuba recebe seu afluente de margem esquerda, rio Palmital,
e neste tramo faz a linha divisória entre Curitiba e Colombo e entre Curitiba e
Pinhais. Próximo à Avenida Vitor Ferreira do Amaral recebe seu principal afluente
de margem direita, rio Bacacheri. Possui bacia medianamente adensada, ainda
com muitos vazios urbanos, onde se destacam o Parque Bacacheri, Aeroporto
Bacacheri, Sociedade Hípica e Jockey Clube.

Ao longo do talvegue, principalmente a jusante da BR -116 e a montante da


Avenida Afonso Camargo possui muitas moradias irregulares em ambas as
margens.

As moradias de maior vulnerabilidade às inundações são justamente as


irregulares ao longo do seu percurso. As áreas selecionadas no PDD da bacia do
Alto Iguaçu para a função de detenção em ambas as margens do rio Atuba, em
Curitiba e em Pinhais, na visita de campo revelaram-se, ainda disponíveis para
abrigar lagoas de detenção. Observa-se que estas áreas de lagoas face ao
crescimento urbano da região estão bastante valorizadas e em algumas delas, o
movimento de máquinas de terraplanagem indica que sofrerão alguma
intervenção em curto prazo.

 Trecho 4 – da Avenida Vitor Ferreira do Amaral até o rio Iraí.

Neste 4º e último trecho, o rio Atuba segue sendo elemento divisor entre Pinhais e
Curitiba. Entre todos, é o trecho com maior adensamento na faixa correspondente

10
às manchas de inundação.

Possui bacia fortemente adensada, aspecto este agravado em termos de


drenagem urbana pela exigüidade de áreas verdes; todo o bairro do Cajuru tem
sua área de drenagem contribuindo para este trecho do Atuba.

Destaque neste trecho para alguns afluentes de margem direita, córrego Vila
Oficinas, córrego Teófilo Otoni e córrego Jardim Natália, todos funcionando como
vias de drenagem do Cajuru.

Trecho com elevada criticidade quanto às manchas de inundação, não apenas


nas margens do Atuba, mas também nos seus três córregos afluentes.

Conforme o PDD da bacia do Alto Iguaçu não existe neste trecho áreas
destinadas à implantação de lagoas de contenção; presume-se que as lagoas do
PDD da bacia do Alto Iguaçu, planejadas a montante já tenham capacidade de
amortecimento da onda de cheia nesta região de maior vulnerabilidade.

11
1.2. Medidas de Controle Estruturais na Bacia do Rio Atuba Inserida em Curitiba

A caracterização da bacia, seguida do diagnóstico, simulação de cenários e


modelagens obtidas através dos registros hidrológicos e das condições
hidráulicas em função da declividade e seções da calha do rio resultaram num
conjunto de intervenções – plano de ação estrutural - que estão apresentados nos
mapas que compõem este volume.

As intervenções predominantes adotadas para o rio Atuba são representadas


basicamente pelo alargamento de canal, implantação de bacias de
detenção/retenção, algumas conjugadas a parques lineares, obras transversais e
escalonamento de fundo.

A intervenção proposta para o alargamento da calha principal (rio Atuba)


contempla os trechos que estão com a capacidade de vazão inferior ao tempo de
recorrência de 25 anos.

Nesta bacia há também trechos dos rios Bacacheri e Bacacheri Mirim e do


Córrego Marumbi onde estão propostos o alargamento, sendo recomendado o
uso de seções trapezoidais com taludes revestidos com grama. Existem também
outros trechos onde se viabilizou a implantação de canais retangulares com
muros de contenção em concreto armado.

Os trechos onde cada tipo de solução foi adotada estão apresentados nos mapas
anexos a este tomo.

As Lagoas de Detenção têm como objetivo diminuir pontualmente as vazões de


pico, com a retenção de parte do escoamento superficial gerado durante as
precipitações, para depois fazer sua devolução de forma lenta e gradual aos leitos
dos córregos e rios, atenuando o pico dos hidrogramas e redistribuindo as vazões
ao longo do tempo. Com isso diminui a onda de cheia nos trechos a jusante,
amortecendo o pico da cheia afluente.

Na bacia do Rio Atuba três projetos de bacias de detenção encontram-se em


andamento:

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No rio Bacacheri a bacia denominada (MC AT 03-05) no parque Bacacheri, no
bairro homônimo.

No rio Bacacheri a bacia (MC AT 03-06) localizada entre o rio Bacacheri Mirim e a
Rua Diógenes Do Brasil Lobato, no bairro Bacacheri

No rio Atuba a bacia de Detenção (MC AT 01-07) situada na área ao lado do


acesso pela Rua Dario Nogueira dos Santos, no bairro: Santa Cândida.

Estão também em andamento o projeto do perfilamento do rio Bacacheri:

Trecho 1: Rua Visconde de Abaeté até a Rua Francisco M. Albizu.

Trecho 2: Rua Vicente Ciccarino até a Rua Humberto Geronasso.

Estes trechos estão compreendidos entre os bairros Bacacheri, Boa Vista e


Barreirinha

No entanto, os projetos das bacias AT01-03, AT01-06, AT02-03, AT02-04 e AT01-


06 alocadas no rio Atuba e a AT03-08 no rio Bacacheri são inexequíveis, pois as
áreas estudadas para implantação estão ocupadas implicando hoje num custo
elevado para indenização e desapropriação da área construída, reassentamento
de centenas de moradores legalmente estabelecidos, o que as inviabiliza de
forma definitiva.

Desta forma, apenas 15 das 20 bacias são viáveis para implantação nesta bacia.

Ao longo de toda calha principal do Rio Atuba foi proposto o alargamento de


canal, proporcionando suficiência operacional dos canais e condutores de
macrodrenagem para acomodar adequadamente as ondas de cheia para que não
haja transbordamento e/ou inundações.

Existem trechos no rio Atuba e no rio Bacacheri, onde não há área marginal para
alargamento da calha do rio.

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As larguras do rios em alguns locais são insuficientes para a realização do
alargamento de canal e a solução proposta foi a implantação de muros de
contenção na calha existente.

Com a melhoria da capacidade de condução ocorre uma redução do tempo de


concentração da bacia, desta forma é necessário aplicar um sistema de indução
de retardo do fluxo de escoamento dos rios controlando as velocidades nas
cabeceiras e amortecendo o pico da onda de cheia, e na foz evitando processos
erosivos e de assoreamento.

Nos trechos onde a velocidade de escoamento excede de 2,0 m/s, foram


consideradas a implementação de indutores de retardo, totalizando 40
intervenções nesta bacia, todas distribuídas no rio Atuba e no rio Bacacheri.

Nos demais trechos onde a implantação do redutor de retardo não foi suficiente
para a adequação da velocidade de escoamento, e a velocidade permaneceu
excessiva, a alternativa adotada foi a implantação de um total de 7 obras
transversais ao longo do curso do rio Atuba.

Além de permitir controlar o transporte de sólidos pelo curso de água através da


fixação ou modificação da declividade de seu leito, permite ainda controlar o fluxo
de água, possibilitado a detenção distribuída na própria calha, seja ela natural ou
projetada, diminuindo as velocidades, aumentando a aeração e
consequentemente a qualidade da água do corpo hídrico.

O transbordamento das calhas dos córregos no Jardim Acrópole, Jardim


Mercúrio, Jardim Natália, Vila Oficinas, Sírio Libanês, Jardim Califórnia e Bairro
Alto ocorre pelo remanso, que é causado pela entrada destes no rio Atuba, com o
aumento da capacidade de vazão da calha principal este problema será
minimizado ou se extinguirá por completo.

No Córrego da Vila Oficinas encontra-se uma mancha de inundação causada


pelas galerias existentes na Rua Antonio Meireles Sobrinho.

Estas galerias provocam o remanso que se materializa na mancha de inundação,

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a solução neste caso é a substituição desta galeria por uma maior ou a
implantação de outra galeria paralela à existente.

No Córrego do Capão da Imbuia a singularidade na Rua Engenheiro Antonio é a


possível causa de alagamento na cabeceira deste córrego.

O Rio Bacacheri é afluente pela margem direita do rio Atuba.

A ponte, localizada na divisa dos bairros Bacacheri e Bairro Alto, possui


interferência negativa, causando estrangulamento da calha neste ponto, no
exutório do rio Bacacheri a ponte está contribuindo com as manchas de
inundação, além de observadas estas singularidades quanta a sua substituição,
está previsto alargamento da calha deste rio o que mitigará a cheia na entrada
deste rio na calha principal da bacia.

No Córrego Vila Marumbi e Tarumã as manchas de inundação são provavelmente


influenciadas por obstrução nas singularidades existentes nos pontos mais baixos
ao longo destes córregos.

O Rio Bacacheri Mirim que é afluente do rio Bacacheri está proposto para ter seu
alargamento no trecho próximo ao exutório devido a calha interna atual ser
insuficiente para escoar a vazão relativa ao tempo de recorrência estudado (TR <
25 anos).

16
2. BACIA DO RIO BARIGUI

2.1. Diagnóstico da Situação Atual na Bacia do Rio Barigui Inserida em Curitiba

A bacia do rio Barigui foi percorrida de montante para jusante, tendo como ponto
de partida o local onde o Barigui recebe a contribuição do rio Tingui, no bairro
Bracatinga, nas proximidades das ruas Debret e Balzac.

O local final observado no percurso foi no Condomínio Moradias Vitória Régia,


margem esquerda do Barigui nas proximidades da rodovia BR 476 para
Araucária.

Devido a dificuldades de acesso, alguns poucos afluentes do rio Barigui puderam


ser observados tais como: córrego Tingui, rio Cascatinha e córrego Hermes
Fontes

A bacia hidrográfica do rio Barigui é a maior na área urbana de Curitiba, e na sua


longitude de 42,0 km pode ser dividida em 4 trechos assim caracterizados:

 Trecho 1 - das nascentes até o Parque Tingui

Bacia com pequena densidade com muitos vazios urbanos, elevada superfície
ainda permeável e com declividade média.

Neste trecho inicial passa pela área central de Almirante Tamandaré onde
inclusive existe um projeto da SANEPAR, para captação e tratamento das
águas do rio Barigui, capacidade nominal de 120,0 L/s. Este fato atesta a
qualidade das suas águas na entrada de Almirante Tamandaré.

Trecho com pequena criticidade quanto às manchas de inundação, que


ocorrem devido às ocupações irregulares existentes nas APP’s, agravadas
através singularidades que reduzem a seção de escoamento, tal como
observado na Rua Debret e Rua Balzac e no bairro Bracatinga.

As áreas selecionadas no PDD da bacia do Alto Iguaçu para abrigar lagoas de


detenção mantém-se aptas e adequadas para a essa finalidade no ano de
2011.

18
 Trecho 2 – do Parque Tingui até a Avenida Juscelino Kubichek

Bacia com média a alta densidade ainda com muitos vazios urbanos, elevada
superfície ainda permeável e pequena declividade.

Neste trecho inicial o rio Barigui passa ao lado da área do Parque Tingui, que
se caracteriza como 2ª lagoa de detenção do sistema Barigui, pois o Parque
Tanguá é a 1ª lagoa de detenção.

A jusante encontra-se o local da 3ª e mais importante lagoa de detenção,


constituída pelo Parque Barigui; Esta lagoa pode ter sua capacidade ampliada;
inclusive existe um projeto de instalação de comporta mecanizada no vertedor
de saída da lagoa.

Trecho com elevada criticidade quanto às manchas de inundação, que


ocorrem devido às baixas cotas das residências situadas na margem esquerda
do rio, tal como observado no Conjunto Olarias, na Rua Tito Calderari.

Existem inúmeros outros trechos com elevada criticidade quanto às manchas


de inundação, que ocorrem devido à proximidade com rio, aliadas ao aspecto
das baixas soleiras do rio em extenso percurso, tal com observado desde a
ETE Santa Quitéria até o Parque Cambuí.

As áreas do PDD da bacia do Alto Iguaçu selecionadas neste trecho para


abrigar lagoas de detenção mantém-se aptas e adequadas para essa
finalidade.

A SMOP desenvolveu projeto de perfilamento do fundo do canal e


conformação dos taludes e sua execução é proveniente dos recursos do PAC
– 2.

 Trecho 3 – da Avenida JK até Campo de Santana

Bacia com média densidade ainda com muitos vazios urbanos, em período de
adensamento com elevada superfície ainda permeável, principalmente na
margem direita, pertencente à Araucária. Trecho de baixa declividade.

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Neste trecho o rio Barigui passa pelas áreas da Cidade Industrial de Curitiba,
Moradias Vitória Régia, Tatuquara e Campo de Santana, locais já
consolidados como área residencial, alta densidade e com precária
infraestrutura.

Nesta área encontra-se a ETE Xisto, em funcionamento.

Trecho com média criticidade quanto às manchas de inundação, que ocorrem


devido às baixas cotas das residências situadas na margem esquerda do rio,
bem como o remanso causado pelas cheias do Iguaçu. Os locais mais
atingidos são as Moradias Vila Verde, local encaixado às margens da rodovia
PR-421 e o Rodoanel contorno Sul e os bairros Tatuquara e Campo de
Santana, conforme manchas de inundação fornecidas pelo IPPUC.

Possui criticidade menos acentuada, pois são respeitados, na maioria dos


locais, os afastamentos regulamentares das margens do rio.

As áreas do PDD da bacia do Alto Iguaçu selecionadas neste trecho para


abrigar lagoas de detenção estão ocupadas e não aptas para tal finalidade.

 Trecho 4 – de Campo de Santana até o rio Iguaçu.

Bacia com reduzida densidade, com uma extensa área de várzea à sua
margem esquerda, com um pequeno aglomerado urbano no bairro Caximba,
em Curitiba e uma pequena porção da parte sul município de Araucária. A
área inclusa no município de Curitiba possui baixa declividade.

Neste trecho o rio Barigui passa pelas áreas do bairro Caximba até seu
desague no rio Iguaçu..

Trecho suscetível a inundação, que ocorre devido às baixas cotas das


residências situadas na margem esquerda do rio, bem como o remanso
causado pelas cheias do Iguaçu. Os locais mais atingidos são algumas áreas
em ocupação irregular no bairro Caximba, nas proximidades da Rua Francisca
Beraldo Paolini.

20
Sua criticidade é acentuada, pois se tratam de áreas inseridas em uma várzea,
com grande incidência de alagamentos, conforme manchas de máximas
enchentes observadas.

21
2.2. Medidas de Controle Estrutural na Bacia do Rio Barigui Inserida em Curitiba

As Lagoas de Detenção têm como objetivo diminuir pontualmente as vazões de


pico, com a retenção de parte do escoamento superficial gerado durante as
precipitações, para depois fazer sua devolução de forma lenta e gradual aos leitos
dos córregos e rios, atenuando o pico dos hidrogramas e redistribuindo as vazões
ao longo do tempo.

Com isso diminui a onda de cheia nos trechos a jusante, amortecendo o pico da
cheia afluente. Na bacia do Rio Barigui estão em andamento 3 projetos de bacias
de detenção :

No rio Cascatinha a bacia (MC CA 27/51) localizada entre Rua cap. Antonio Pedri
e Rua José Benato e a bacia homônima localizada entre Rua José Das Chagas
Lima e Rua Henrique da Cunha Mello.

O terceiro projeto refere-se à bacia de Detenção Rio Uvú (MC CA 30/51), situada
entre a Avenida Manoel Ribas e a Rua Nicolau José Gravina;

Existe ainda o projeto de perfilamento do Rio Cascatinha da foz deste rio até a
Avenida Manoel Ribas.

Já os projetos das bacias alocadas no rio Barigui BA03-10, BA03-11 e BA10-01


não podem mais ser construídas, pois os terrenos foram ocupados, implicando
hoje num custo elevado para indenização e desapropriação da área construída
inviabilizando financeiramente a construção das lagoas. Desta forma, apenas 10
das 13 bacias ainda são viáveis para implantação.

Depois de verificada a incapacidade de vazão em alguns trechos na calha


principal do Rio Barigui foi proposto o alargamento, proporcionando suficiência
operacional dos canais e condutores de macrodrenagem para acomodar
adequadamente as ondas de cheia para que não haja transbordamento e/ou
inundações.

As alternativas propostas adotadas para o alargamento de canal foram estudadas


com canal de seção trapezoidal ou seção retangular com muro de contenção.

24
Os trechos foram classificados de acordo com o tipo de intervenção aplicável,
sendo que foram propostos muros de concreto armado com seção retangular em
5 trechos assim identificados:

Trecho 1 – entre Rua Professor Oswaldo Kohatsu no bairro Vista Alegre, até Rua
Antonio de Paula França (bairro Vista Alegre);

Trecho 2 – Ao longo da Rua Olympio Trombini no bairro Vista Alegre;

Trecho 3 – entre Rua João Alencar Guimarães no bairro Santa Quitéria até a Rua
Professor Brazílio non mesmo bairro

Trecho 4 – Rua Cidade Maria Helena no bairro da CIC e Rua Ludovico Bauml no
bairro da CIC;

Trecho 5 – da Rua Lodovico Bauml até as proximidades da Avenida Senador


Aciolly Filho.

Nos demais 8 trechos, está proposta a implantação do Canal Trapezoidal, sendo


elas:

Trecho 1 – entre Rua Eugenio Flor (bairro Taboão) e a Rua Pereira Lima (bairro
Pilarzinho).

Trecho 2 – Trecho de 135 metros a jusante a Rua Antonio de Paula França no


bairro Vista Alegre;

Trecho 3 – A montante da Rua Olympio Trombini de 195 metros no bairro Vista


Alegre.

Trecho 4 - Entre a Rua Constantino passando pelo parque Barigui até a Rua João
Alencar Guimarães;

Trecho 5 – Entre a Rua Arthur Suplicy de Lacerda até a foz do córrego da Rua
Hermes no bairro Seminário;

Trecho 6 – Entre a Rua Professor Brazilio Ovidio da Costa até a Conectora;

25
Trecho 7 – Rua Cidade Maria Helena (bairro CIC) e Rua Ludovico Bauml no
bairro da CIC;

Trecho 8 - Da Rua Rodolpho Hatsehbach até a foz do rio Barigui, quando


desemboca no rio Iguaçu.

26
3. BACIA DO RIO BELÉM

3.1. Diagnóstico da Situação Atual na Bacia do Rio Belém

A bacia do rio Belém foi percorrida de montante para jusante, tendo como ponto
de partida o fundo de vale próximo à Rua Flávio Cavalcante no bairro Barreirinha.

O local final observado no percurso foi na passarela do rio Belém nas


proximidades da Rua Diogo Mugiatti no bairro Alto Boqueirão.

Alguns afluentes do rio Belém também foram observados tais como o córrego
Água Verde, córrego Santa Bernadete, córrego Henry Ford, córrego Vila Guaíra,
córrego Evaristo da Veiga, córrego Coronel Luis José dos Santos, córrego
Waldemar Loureiro Campos e córrego Areiãozinho.

A bacia hidrográfica do rio Belém é a mais adensada de Curitiba, foi dividida neste
diagnóstico em 4 trechos assim caracterizados:

 Trecho 1 - das nascentes até o Parque São Lourenço

Bacia de ocupação ainda com muitos vazios urbanos, elevada superfície ainda
permeável e com declividade acentuada

Trecho com pequena criticidade quanto às manchas de inundação, que ocorrem


devido às ocupações na APP agravadas através singularidades que reduzem a
seção de escoamento, tal como observado na rua Adolpho KLinger na
Barreirinha.

 Trecho 2 - do Parque São Lourenço até a Rodoferroviária

Bacia de ocupação bastante adensada, recebe toda a precipitação ocorrida na


região central da cidade através dos rios canalizados da Rua Vicente Machado,
Rua Voluntários da Pátria e Rua Pedro Ivo.

Todos estes rios da região central da cidade trazem uma parcela substancial de
esgoto sanitário, que podem ser visualizados no final deste trecho, quando o rio
Belém deixa de ser canalizado e retorna a canal aberto na Avenida 7 de setembro

29
nas proximidades da rodoferroviária.

Este trecho 2 pode ser caracterizado em 2 trechos distintos quanto à sua


compleição:

Trecho A: trecho em canal aberto de média declividade do Parque São Lourenço


à Avenida Cândido de Abreu;

Trecho B: trecho em galeria fechada de pequena declividade desde a Avenida


Cândido de Abreu até a Rodoferroviária.

Trecho com elevada criticidade quanto às manchas de inundação, não


necessariamente nas margens do Belém, mas principalmente nos seus afluentes,
devido ao remanso, obstruções, incapacidade da calha provocado pelas águas do
rio Belém.

As áreas mais vulneráveis às enchentes são as conhecidas de todos na área


central da cidade, com destaque para as regiões próximas ao inicio da Rua
Vicente Machado, Praça Ozório, Praça Zacarias e outras áreas nas imediações
destas.

 Trecho 3 - da Rodoferroviária até a Linha Verde

Bacia de ocupação bastante adensada, recebe toda a precipitação ocorrida na


região central da cidade através do rio Água Verde, canalizado até a Rua João
Negrão.

De forma similar aos demais rios e córregos da região central da cidade trazem
em suas águas parcela significativa de esgoto sanitário, que pode ser visualizada
na sua foz.

Este trecho 3 em canal aberto possui em suas margens, entre a Rodoferroviária e


a PUC, acentuada ocupação irregular.

Trecho com elevada criticidade quanto às manchas de inundação, nas suas


margens, devido às ocupações irregulares e excessivo acúmulo de detritos em

30
seu leito e suas margens.

As áreas mais vulneráveis às enchentes além das perimétricas à calha do Belém


são as regiões próximas à Praça do Atlético, Rua Brasílio Itiberê e outras nas
imediações destas.

 Trecho 4 - da Linha Verde até a foz no rio Iguaçu

Bacia de ocupação medianamente adensada, recebe toda a precipitação ocorrida


em regiões periféricas da cidade como os bairros do Portão, Vila Fany, Vila
Guaíra, Parolin, Hauer, Boqueirão, Uberaba, Guabirotuba e Alto Boqueirão.

Como lugar comum todos os córregos contêm esgoto sanitário em maior ou


menor escala, aspecto de fácil constatação, às vezes através da observação
direta dos lançamentos, outras vezes via indícios de coloração, turbidez, escuma
e odor, que presumem a existência de esgoto sanitário diluído.

O trecho 4 em canal aberto possui em suas margens, entre a PUC e a foz, muito
pouco, ou quase nenhuma ocupação irregular que avança em suas margens.

O aspecto irregular é a não obediência à exigência de área de preservação


permanente de 30,0 m de largura em cada lado do rio.

Na Rua Canal Belém, que possui uma pista de tráfego margeando a orla
esquerda do rio Belém, quando muito existe uma largura de 10,0 m entre a borda
do rio e o alinhamento predial; entretanto, esta faixa tal como está sendo utilizada
não pode ser considerada área de preservação permanente.

Trecho com média vulnerabilidade às inundações, devido à ocupação da área de


APP e excesso de detritos em seu leito e suas margens.

No final deste trecho do rio Belém em área urbanizada, próximo à Rua Diogo
Mugiatti observa-se a influência do rio Iguaçu, através da redução da velocidade
do fluxo do rio Belém acompanhada da elevação da cota do nível de água.

31
3.2. Medidas de Controle Estrututais na Bacia do Rio Belém

As Lagoas de Detenção têm como objetivo diminuir pontualmente as vazões de


pico, com a retenção de parte do escoamento superficial gerado durante as
precipitações, para depois fazer sua devolução de forma lenta e gradual aos leitos
dos córregos e rios, atenuando o pico dos hidrogramas e redistribuindo as vazões
ao longo do tempo. Com isso diminui a onda de cheia nos trechos a jusante,
amortecendo o pico da cheia afluente.

Na bacia do Rio Belém os projetos de bacias de detenção encontram-se em


andamento:

Bacia de Detenção no rio Pilarzinho (MC BE 01-04), entre a Rua Mamoré e


Solimões e (MC BE 01-04) CD 13/19 entre a Av. des. Hugo Simas e a Rua
Domingos Nascimento no bairro Pilarzinho;

Rio Juvevê (MC BE 04-03) entre a Rua João Américo de Oliveira e a Rua
Reinaldo e. Heidinger, no bairro Hugo Lange;

Rio Juvevê (MC BE 04-04) entre Rua Camões entre a Rua Jaime Balão e a Rua
Dep. Carneiro de Campo no bairro Juvevê;

Rio Juvevê (MC BE 04-05) Rua do Herval entre a Rua Schiller e Rua Atílio Bório
no bairro Juvevê;

Perfilamento do Rio Pilarzinho numa extensão total de 3.600,00 m no trecho entre


o Rio Belém e a Rua Júlio Perneta.

Perfilamento do Rio Belém numa extensão total de 7.200,00 m entre a Linha


Verde e o rio Iguaçu.

As bacias de detenção MCBE 05-02/04, MCBE 05-03, MCBE 06-04/05 e MCBE


06-01 não atendem mais a finalidade do PDD do Alto Iguaçu, portanto não serão
executadas.

Já os projetos das bacias de detenção BE01-01, BE02-01, BE02-02/03, BE02-04,


BE02-07, BE02-08, BE02-05, BE04-03, BE04-04, BE04-05 e BE04-06/07 não

33
podem mais ser realizados, pois os terrenos foram ocupados, implicando hoje
num custo elevado para indenização e desapropriação da área construída
inviabilizando financeiramente a construção das lagoas. Desta forma, apenas 20
das 31 bacias ainda são viáveis para implantação.

Foi proposto o alargamento de canal ao longo da calha principal do Rio Belém em


9 trechos que proporcionará suficiência operacional dos canais e condutores de
macrodrenagem para acomodar adequadamente as ondas de cheia para que não
haja transbordamento e/ou inundações.

Nesta bacia há composição das alternativas, sendo parte do alargamento feito


com seção trapezoidal e outra com seções retangulares e muros de contenção
em concreto armado.

Em toda a bacia há 6 trechos que analisados a partir da modelagem, devido a


restrições existentes e larguras insuficientes o alargamento de canal deve ser
executado com a implantação de muros de contenção, nos demais trechos a
implantação do Canal Trapezoidal é viável.

Com a melhoria da capacidade de condução ocorre uma redução do tempo de


concentração da bacia, desta forma é necessário aplicar um sistema de indução
de retardo do fluxo de escoamento dos rios controlando as velocidades nas
cabeceiras e amortecendo o pico da onda de cheia, e na foz evitando processos
erosivos e de assoreamento.

Nos trechos onde a velocidade de escoamento excede de 2,0 m/s, foram


consideradas a implementação de indutores de retardo, totalizando 11
intervenções nesta bacia.

Nos demais trechos onde a implantação do redutor de retardo não foi suficiente
para a adequação da velocidade de escoamento, e a velocidade permaneceu
excessiva, a alternativa adotada foi a implantação de obras transversais
totalizando em 3 trechos, além de permitir controlar o transporte de sólidos por um
curso de água através da fixação ou modificação da declividade de seu leito, além
de permitir controlar o fluxo de água, possibilitado o seu armazenamento na

34
própria calha e também regularizando velocidades elevadas.

Num dos afluentes do Belém, o córrego Cel. Luiz dos Santos o desnível entre as
margens causa alagamentos e a solução proposta é a execução de um dique de
concreto (muro) para equiparar os níveis.

As enchentes nas imediações do canal do rio Pilarzinho e do Córrego Cel. A


Macedo não sobrevirão após obras propostas de alargamento da calha.

No bairro Centro Cívico (acerca da Av. Candido de Abreu) já foram observadas


enchentes no ponto de entrada do rio Belém na galeria que leva até as
proximidades da rodoferroviária. Os cálculos conclusivos deste plano diretor
apontam o trecho com capacidade suficiente para a vazão TR=25, no entanto
esta galeria em condições normais sem obstruções internas (diminuições de
seção), a manutenção/ limpeza dessa galeria garantiria o escoamento.

As máximas enchentes observadas, dados que foram utilizados neste PDD,


demonstram que na região mais urbanizada de Curitiba, Centro e imediações
existem áreas que são drenadas exclusivamente por galerias, estas construídas
há décadas que não suportam a vazão afluente e suas substituições são
impraticáveis já que causaria transtorno imensurável a cidade. Nestes casos a
solução seria a implantação de galeria de águas pluviais não destrutiva do tipo
Tunnel Liner, por exemplo, citam-se abaixo alguns locais observados em que há
viabilidade quanto à implantação destes dispositivos.

- Avenida Visconde de Guarapuava com Av. Mariano Torres (Centro):

- Avenida Visconde de Nácar (Centro);

- Alameda Dom Pedro II (Batel);

- Rua Camões com Av. Augusto Stresser (Hugo Lange);

- Na cabeceira do rio Água Verde (Água Verde);

O aumento da capacidade de escoamento juntamente com os dispositivos de

35
controle propostos nos córregos Cortume, Guaíra, Henry Ford e da Av. Santa
Bernadete irão eliminar os freqüentes alagamentos nestas regiões.

Os córregos Areiãozinho e Aviário, na margem esquerda do rio Belém, após o


aumento de capacidade de vazão não sofrerão mais com cheias constantes.

No córrego Evaristo da Veiga a população em áreas de ocupação irregular, nas


proximidades deverão integrar o Plano de Realocação da População em Área de
Vulnerabilidade.

36
4. RIO IGUAÇU

4.1. Diagnóstico da Situação Atual na Bacia Iguaçu Inserida em Curitiba

4.1.1. Sub Bacia do Arroio Prensa

A bacia do arroio do Prensa é predominantemente rural com uma área de 10,1


km² e comprimento de talvegue de 7,26 km. Seu traçado segue paralelo à rodovia
BR-116, margem esquerda desta e sentido sul, tendo suas nascentes na região
localizada detrás do CEASA.

Na sua bacia, basicamente rural, existe apenas um pequeno núcleo urbano logo
após a linha férrea, na margem esquerda da BR-116, sentido sul. Possui baixa
criticidade quanto às manchas de inundação, com ocorrências registradas apenas
neste pequeno núcleo urbano, próximo a Rua João Sarot, área com ocupações
irregulares.

4.1.2. Sub Bacia do Arroio Espigão

A bacia do arroio do Espigão é basicamente rural com uma área de 6,09 km² e
comprimento de talvegue de 5,69 km. Tem seu início próximo à Rua Luiz Nichele,
entre as ruas Nicola Pellanda e Vereador Ângelo Burbello, no bairro Umbará.

Bacia pouquíssima adensada, basicamente rural, com apenas um pequeno


núcleo urbano próximo a Rua Luiz Nichele. Não possui ocorrência de
alagamentos em áreas ocupadas.

4.1.3. Sub Bacia do Rio Ponta Grossa

O rio Ponta Grossa (juntamente com o rio Moinho somam uma área de
contribuição de 12,05 km² e o comprimento do talvegue de 20,52 km;

À parte de cabeceira da bacia, com área de aproximadamente 3 km2, é a única


que se encontra urbanizada, entre os núcleos urbanos implantados deve-se
destacar o núcleo urbano no bairro do Umbará. O restante da bacia é de uso
preponderantemente rural, localizando-se nela diversas lagoas marginais ao rio,
algumas utilizadas para lazer.

38
4.1.4. Sub Bacia do Rio Alto Boqueirão

A bacia do rio Alto Boqueirão é bacia urbanizada, tendo apenas a área de várzea
do Iguaçu não ocupada, com uma área de 5,97 km² e comprimento de talvegue
de 2,81 km. Bacia medianamente adensada, com poucos vazios urbanos, porém
basicamente residencial, ainda com áreas ainda permeáveis e com baixa
declividade. Pertence basicamente ao bairro Alto Boqueirão.

Tem início do seu canal aberto próximo a esquina das ruas Max Shubert e Julio
Zandoná.

Foram visitados pontos ao longo da Rua Ana Jorge de Oliveira Carvalho trecho de
alta vulnerabilidade quanto ao risco de alagamentos, causadas pelos efeitos do
remanso das cheias do rio Iguaçu. Neste trecho existem ocupações irregulares
em ambas as margens, conforme dados fornecidos pelo IPPUC, agravando o
problema.

39
4.2. Medidas de Controle Estruturais na Bacia do Rio Iguaçu Inserida em Curitiba

Após analises hidrológica e hidráulica da bacia os dados conduziram a um


conjunto de intervenções que estão apresentados nos mapas que compõem este
volume e são representados basicamente por alargamento de canal e duas
bacias de detenção/retenção,

Na Bacia do Rio Iguaçu para as áreas inundáveis mapeadas foi previsto a


implantação de duas bacias de detenção: MCPG01-01 e MCPG01-02, situadas
na subbacia do Rio Ponta Grossa onde as áreas estão disponíveis.

Nas áreas adjacentes, junto à calha principal do rio Iguaçu, estão concentradas
as cavas, estão não são interconectadas e os talvegues nesta área apresentam
meandros de curvaturas amplas e extensas várzeas característica particular das
planícies aluvionais. Nesta região concentram-se as áreas de exploração de areia
que obrigatoriamente precisam ser recuperadas ambientalmente.

Uma das medidas propostas por este plano diretor é a conexão entre as cavas
possibilitando a construção de uma grande wetland, gerando um sistema Iguaçu,
que visa a recuperação desta área e a melhoria da qualidade de água do rio
Iguaçu, semelhante ao proposto pelo Instituto das águas no plano diretor do Alto
Iguaçu, nas áreas adjacentes ao rio Palmital, chamado Sistema Palmital.

No córrego Alto Boqueirão a proposta de alargamento ao longo de toda calha


deve ser verificada, no entanto, a galeria sob a linha férrea apresenta
incapacidade de escoamento, o que causa estrangulamento da seção que gera
alagamentos a montante, a substituição desta singularidade juntamente com as
intervenções na capacidade de escoamento com obras de alargamento a
montante deste ponto com seção trapezoidal e a jusante em canal retangular com
muros de concreto.

Na cabeceira do rio Ponta Grossa as enchentes são ocasionadas pela falta de


capacidade do canal e as intervenções previstas de alargamento da calha iniciam-
se na altura do contorno sul até sua foz, com isso os esses eventos não ocorrerão
para a chuva projetada.

41
As intervenções de alargamento no arroio Prensa da calha em toda a extensão,
estão projetadas exclusivamente em seção trapezoidal.

42
5. BACIA DO RIBEIRÃO DOS PADILHAS

5.1. Diagnóstico da Situação Atual na Bacia do Ribeirão dos Padilhas

A bacia do ribeirão dos Padilhas foi percorrida de montante para jusante, tendo
como ponto de partida o fundo de vale próximo à Rua Eleonora Costa da Silva no
bairro Capão Raso, a montante da BR-116 (Linha Verde).

O local final observado no percurso foi na passarela do ribeirão dos Padilhas na


esquina das Rua Lauro Gentio Tavares e Rua Cidade Modelo no bairro Alto
Boqueirão, local da foz do arroio Boa Vista.

Alguns afluentes do ribeirão dos Padilhas também foram observados tais como o
arroio Pinheirinho (todo bairro Pinheirinho) e seus afluentes, arroio cercado
(região próxima área de invasão), arroio Boa Vista (foz no ribeirão dos Padilhas).

A bacia hidrográfica do ribeirão dos Padilhas é toda ela pertencente a Curitiba, e


na sua longitude de 9,03 km pode ser melhor caracterizada e analisada quando
dividida em 4 trechos:

 Trecho 1 – da nascente até a BR-476 (Linha Verde)

Bacia medianamente adensada, com poucos vazios urbanos, porém basicamente


residencial, ainda com muitas áreas permeáveis e com mediana declividade.

Este trecho não possui nenhum afluente que interfira consideravelmente em seu
desempenho e funcionalidade.

Trecho com grande criticidade quanto às manchas de inundação, que ocorrem


devido às ocupações irregulares existentes nas áreas marginais, agravadas
através de singularidades que reduzem a seção de escoamento, tal como
observado na Rua Eleonora Costa da Silva.

 Trecho 2 – da BR-476 (linha Verde) até o arroio Cercado

Bacia medianamente adensada, com poucos vazios urbanos, ocupação


predominantemente residencial, com áreas ainda permeáveis e com mediana

44
declividade.

Este trecho recebe a contribuição do arroio Pinheirinho e seus afluentes, local


com razoável vulnerabilidade quanto ao risco de alagamentos, principalmente na
região de ocupações irregulares juto ao córrego Piratini e na sua foz; e do córrego
do Jardim Esmeralda região fortemente atingida por alagamentos, basicamente
causados pelo remanso das cheias do ribeirão dos Padilhas.

A área selecionada no PDD da bacia do Alto Iguaçu para a função de detenção


junto ao córrego Jardim Esmeralda ainda se encontra apta e disponível para a
finalidade em questão.

Trecho do ribeirão do Padilhas com grande criticidade quanto às manchas de


inundação, que ocorrem devido às ocupações irregulares existentes nas áreas de
preservação permanente, agravadas através singularidades que reduzem a seção
de escoamento, situação observada em vários pontos como nas ruas
Hemenegildo Bonat, João Nicolleti Daros, Odenir Silveira e Tenente Antônio
Pupo.

A área destinada como bacia de detenção sugerida no PDD da bacia do Alto


Iguaçu, Praça Cícero Portes, encontra-se disponível para esta função.

 Trecho 3 – do arroio Cercado até a linha férrea da ALL

Bacia medianamente adensada, com poucos vazios urbanos, porém basicamente


residencial, ainda com áreas permeáveis e com baixa declividade. Bacia
constituída basicamente pelo bairro Sítio Cercado e parte do Bairro Alto
Boqueirão.

Este trecho recebe a contribuição do arroio Cercado, Boa Vista e seus afluentes
de margem direita, ambos os trechos com baixa vulnerabilidade quanto ao risco
de alagamentos. As áreas mais expostas e maior vulnerabilidade às inundações
são justamente as moradias irregulares ao longo do seu percurso. A áreas
selecionadas no PDD da bacia do Alto Iguaçu para a função de detenção à
margem direita do córrego Boa Vista, ainda encontram-se aptas e disponíveis

45
para abrigar as lagoas.

Visualiza-se a área do centro treinamento do Clube Atlético Paranaense,


localizado próximo ao início do canal aberto do arroio Boa Vista, como um local
estratégico e adequado para abrigar uma bacia de detenção.

Trecho do ribeirão dos Padilhas com baixa criticidade quanto às manchas de


inundação, que ocorrem devido à planície existente em suas margens, ,
agravando os efeitos do remanso causado pelas cheias do rio Iguaçu. A situação
da bacia é de menor vulnerabilidade devido a não existirem ocupações
irregulares nas margens do Padilha, bem como as APP’s ainda que não integrais
estejam preservadas, como visualizado na Rua Cidade Modelo, bairro Sítio
Cercado.

As áreas destinadas para a função de detenção sugeridas no PDD2002, parque


do Semeador e praça esportiva próxima a linha férrea, mostram-se disponíveis.

 Trecho 4 – Linha férrea ALL até o rio Iguaçu

Bacia pouco adensada, com muitos vazios urbanos, porém basicamente


residencial e com grande potencial de crescimento, conforme visualizado em
visita até o local, onde estão sendo construídos vários condomínios residências
verticais, de até 4 pavimentos, no bairro Ganchinho, vila Osternack, posicionado a
margem direita do ribeirão dos Padilhas; a margem direita, no bairro Alto
Boqueirão, apresenta densa área verde, com pouquíssima ocupação,
basicamente chácaras.

À sua margem direita, próxima a sua foz, está posicionada a ETE Padilha Sul,
sem ocupações às suas proximidades.

Na área anterior a BR-376, contorno leste, até a estrada do Ganchinho, encontra-


se pouco habitada, com poucas residências, basicamente chácaras.

Este trecho recebe a contribuição do córrego Vila Osternack e Rio Ganchinho e


seus afluentes, ambos os trechos com baixa vulnerabilidade quanto ao risco de
alagamentos, porém com muitas ocupações irregulares próximas às margens do

46
ribeirão dos Padilhas, conforme cadastro IPPUC.

A área selecionada no PDD da bacia do Alto Iguaçú para a função de detenção


na margem esquerda do córrego Vila Osternack, ainda encontra-se disponível.

Trecho do ribeirão dos Padilhas com alta criticidade quanto às manchas de


inundação, que ocorrem devido às áreas marginais com relevo similar a planície;
quando o nível de água extravasa da calha principal ocorre um espalhamento
muito grande, agravado pelos efeitos do remanso do rio Iguaçu. Situação mais
aguda vivenciada pelas ocupações irregulares nas margens do Padilha, tal como
observado na Vila Osternack e no bairro Ganchinho.

47
5.2. Medidas de Controle Estruturais na Bacia do Ribeirão dos Padilhas

Após analise hidrológica e hidráulica da bacia os dados conduziram a um


conjunto de intervenções que estão apresentados nos mapas que compõe este
volume e são representados basicamente por alargamento de canal e redutores
de energia:

Na bacia do ribeirão dos Padilhas as intervenções previstas que estão em fase de


projeto executivo, e são as seguintes:

Bacia de Detenção Córrego Jardim Esmeralda (MC PA 01-02) no trecho entre a


Rua Cel. Rivadávia P. de Moraes e Rua Catarina Goossen no bairro Xaxim.

Bacia de Detenção no Córrego Cercado (MC PA 01-05) no trecho rua Dr. Pedro
Zavaski Com A Rua Professor Zacarias Liteka (Arroio Cercado) no Bairro Sítio
Cercado.

Bacia de Detenção Arroio Boa Vista (MC PA 01-08/09) entre o Ribeirão dos
Padilhas e Rua Carlos A. Aldenucci no bairro: Sítio Cercado.

Bacia de Detenção Ribeirão dos Padilhas (MC PA 01-11) entre a Rua José Bassa
e Rua Des. Carlos Pinheiro Guimarães no bairro: Sítio Cercado.

E também o projeto de perfilamento do Ribeirão dos Padilhas entre a Rua João


Batista Zagonel Passos e Rio Iguaçu no bairro: Xaxim e Ganchinho

O ribeirão dos Padilhas tem 2 trechos distintos para alargamento da calha,sendo


que o canal projetado não interfere no sistema viário e não gera desapropriação.

Há 4 trechos com escalonamento de fundo e uma obra transversal, ou seja, estão


previstas 5 intervenções no leito principal do rio.

Com capacidade de atender a demanda do TR 25 anos, e nos locais onde há


necessidade de alargamento da calha, esta se encontra desocupada sendo que
ampliação da calha neste trecho pode ser executado na totalidade sem a
necessidade de desapropriação o que a torna a viável economicamente.

49
6. BACIA DO RIO PASSAÚNA

6.1. Diagnóstico da Situação Atual na Bacia do Rio Passaúna Inserida em


Curitiba

A bacia do rio Passaúna é predominantemente rural, embora existam alguns


pequenos núcleos urbanos ao longo de seu trajeto. Possui uma área de 217,14
km² e comprimento de talvegue de 49,25 km.

Nesta bacia, estão inseridos os municípios de Almirante Tamandaré, Campo


Magro, Campo Largo, Araucária e logicamente Curitiba.

A bacia do Rio Passaúna constitui um dos principais mananciais de água para


abastecimento urbano de Curitiba e região metropolitana.

Como tentativa de manter condições ambientais adequadas, institui-se, no ano de


1991, este local como uma área de preservação ambiental, a já consolidada APA
do Passaúna.

Na sequência, estão descritos alguns trechos homogêneos do percurso deste rio.

 Trecho 1 – da nascente até Estrada do Cerne

Bacia com baixa densidade com muitos vazios urbanos, elevada superfície ainda
permeável e com declividade média.

Neste trecho inicial, da sua nascente que está situada na divisa das cidades de
Almirante Tamandaré e Campo Magro, delimitando a divisa de tais municípios,
chegando até Curitiba, onde também delimita o município com a região
metropolitana.

Em Curitiba passa pelo bairro da Lamenha Pequena, onde existem pequenos


aglomerados urbanos, chegando até a Rodovia do Cerne, onde encontra o bairro
Bom Vista, município de Campo Magro. Verifica-se neste ponto grande
concentração de lançamentos de esgoto, vindos deste bairro.

Não existem registros de alagamento neste trecho.

52
 Trecho 2 – Estrada do Cerne até a Barragem do Passaúna

Bacia com baixa densidade com muitos vazios urbanos, elevada superfície ainda
permeável e com declividade média.

Neste trecho, delimita a divisa das cidades de Campo Magro e Curitiba. Recebe
contribuições dos bairros curitibanos: Butiatuvinha, São Braz e Riviera.

Existem ocorrências de alagamentos em alguns pontos deste trecho, nos bairro


Butiatuvinha, no prolongamento da Rua João Budel, em uma área com
ocupações irregulares, no prolongamento da Rua José Culpi, em outra área de
ocupação irregular, conhecida como ocupação Três Pinheiros, conforme cadastro
do IPPUC. Tais problemas estão ocorrendo devida a proximidade das residências
ao fundo canal natural do rio.

No bairro São Braz, nas proximidades da Rua Ludovico Lucca, localizada próxima
a um fundo de vale da região, foram registradas algumas ocorrências de
alagamentos, porém por classificadas como problemas de microdrenagem.

De um modo geral, este trecho possui baixa criticidade quanto a alagamentos.

53
6.2. Medidas de Controle Estruturais na Bacia do Rio Passaúna Inserida em
Curitiba

Os resultados das modelagens demonstram que a calha principal do Rio


Passaúna não apresenta capacidade de escoamento maior ou igual ao tempo de
recorrência de 25 anos.

O Reservatório do Passaúna, utilizado para captação de água pela SANEPAR,


tem capacidade de detenção superior a 9 bilhões de metros cúbicos, o que exclui
a analise de volumes de detenção concentrada na bacia e distribuída na calha
neste caso.

É a única bacia que compõe Curitiba que apresenta uma qualidade de água
classificada como classe 2 pelo Instituto das águas, nas outras bacias os corpos
hídricos encontram-se poluídos, impossibilitando mesmo com tratamento, para o
uso doméstico.

Foi proposto o alargamento de canal ao longo da calha principal do Rio Passaúna


entre a divisa do bairro Órleans e Butiatuvinha até a divisa dos bairros da Riviera
e Augusta, identificados neste plano como trechos por 4 trechos contínuos,
proporcionando suficiência operacional dos canais e condutores de
macrodrenagem para acomodar adequadamente as ondas de cheia para que não
haja transbordamento e/ou inundações. Em todos esses trechos será proposta a
implantação do Canal Trapezoidal.

As enchentes observadas no bairro Butiatuvinha são provenientes da falta de


capacidade das galerias existentes, estas apresentam seções insuficientes e
obstruções o que causa estrangulamento ao longo do curso d’água, recomenda-
se a verificação destas galerias.

55
7. CONCLUSÕES

No diagnóstico da situação atual, ao realizar as visitas a campo, o caráter


eminentemente prático e empírico das observações das áreas com
vulnerabilidade aos alagamentos e a visão geral obtida do sistema de
macrodrenagem pela equipe de diagnose foi ampla, elucidativa e consistente.

O estudo e avaliação das diferentes manchas de cheias, observadas ainda as


características particulares de cada bacia, desde bacias já consolidadas tais como
a bacia central dos rios Ivo, Água Verde; até bacias em franco processo de
adensamento tais como o que ocorre nos bairros Umbará e Ganchinho.

Neste diagnóstico observa-se também o aspecto visual da água corrente, que em


tempo seco permite facilmente constatar a presença de esgoto sanitário, aspecto
este que predomina praticamente em todos os locais visitados em maior ou menor
intensidade.

Um dos fatores que torna mais crítico e particular o problema das enchentes em
Curitiba, diz respeito ao crescimento da cidade, notadamente nos anos 60 e 70;
que não respeitou os fundos de vale.

As áreas mais vulneráveis às enchentes são as bacias do rio Belém, do rio Atuba
e do ribeirão dos Padilhas, e a vulnerabilidade vem aumentando na bacia do rio
Barigui, a medida que vai se aumentando o adensamento populacional nesta
bacia.

A bacia do rio Passaúna é menos vulnerável devido ao reservatório de


abastecimento de água, que amortece a cheia, e a bacia do rio Iguaçu não está
pior porque a mancha de enchente de 1983 foi desapropriada para formação do
Parque Iguaçu.

Nas urbanizações mais recentes, curiosamente de loteamentos populares em


regiões mais periféricas, houve maior zelo e prevaleceram os condicionantes mais
modernos de ocupação urbana tendo sido mantidas faixas de APP, tal como se
observa no Bairro Novo, Ganchinho e Osternack.

57
Este plano deve ser constantemente atualizado e ajustado conforme as
intervenções sejam executadas, pois a rede de macrodrenagem é interligada e
as propostas têm visão integrada dos problemas, nos âmbitos técnico,
institucional e ambiental.

As medidas aqui preconizadas em muito contribuirão para mitigar as enchentes e


servirá como ferramenta de planejamento e aplicação prática de curto e longo
prazo.

Houve este êxito de manutenção das áreas de preservação permanente devido


às recentes posturas adotadas pelas entidades governamentais e privadas no
sentido de se adequar às exigências da legislação ambiental e de uso e ocupação
do solo.

O problema da macro drenagem de Curitiba, guardadas as devidas proporções


não difere de outras cidades de igual porte, podendo-se afirmar que seus
problemas são de menor intensidade e menor gravidade quando comparados
com outras cidades tais como: São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Joinville e Belo
Horizonte.

Entre as medidas recomendadas estão as seguintes:

a) Limpeza das margens, recomposição da mata ciliar e reconformação dos


taludes;

b) Campanhas de educação ambiental que promovam a conscientização da


população de manter os rios limpos;

c) Implantação de medidas não estruturais de alcance domiciliar;


comercial/industrial;

d) Adoção de incentivos tributários às medidas não estruturais;

e) Lei de proteção das cabeceiras;

f) Adoção de incentivos tributários à manutenção de áreas verdes;

g) Implantação dos planos de realocação da população em áreas de


vulnerabilidade;

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h) Fiscalização em conjunto das Secretarias com intuito de verificar se as
taxas de permeabilidade das obras já executadas estão dentro das
diretrizes da Prefeitura Municipal de Curitiba;

i) Criação do Fundo de Combate a Enchentes;

j) Medidas de impedimento às novas ocupações irregulares nas áreas do


leito maior dos rios e córregos;

k) Seguro contra enchentes;

l) Sistema de alerta e resposta.

As intervenções propostas são viáveis econômica e socialmente, mas precisarão


de operação e manutenção, cujas fontes de recurso não são financiáveis, desta
forma há a necessidade de se criar um fundo de proteção contra enchentes para
cobertura destas despesas. Este fundo poderá receber recursos do Governo
Federal, da Agencia Nacional de Águas e do Governo Estadual pelo Instituto
Estadual de Águas que possuem fundos semelhantes para este fim, cujo estatuto
define que 80% dos recursos existentes devem ser aplicados na própria bacia,
desde que existam projetos. No nível municipal, o fundo pode ter como recursos o
ISS das obras de controle de enchente, quem vem de fundo perdido, a cobrança
de uma taxa de drenagem e do seguro contra enchente, que materializa a relação
poluidor pagador no gerenciamento de riscos de enchente da cidade.

Este PDD recomenda que o fundo seja gerido por uma Agência Municipal de
Águas, de economia mista, que fará a gestão de recursos de operação,
manutenção, monitoramento, resposta aos acidentes, projeto e contrapartida de
obras, no caso de financiamentos e a atualização sistemática do plano diretor de
drenagem.

59
8. APÊNDICE

60
Diagnóstico da Situação Atual
BACIA DO RIO IGUAÇU INSERIDA EM CURITIBA
AB-01

Foto 01 - Vista do córrego Alto Boqueirão na rua Ana J. O. Carvalho com Foto 02 - Vista do córrego Alto Boqueirão na rua Ana J. O. Carvalho com
rua Itaúna do Sul rua Itaúna do Sul

Foto 03- Vista do córrego Alto Boqueirão na rua Ana J. O. Carvalho com
rua Itaúna do Sul

COMENTÁRIOS
Vista do córrego Alto Boqueirão na rua Itaúna do Sul.
Córrego bem encaixado, taludes laterais bem definidos e pronunciados.
Requer remoção de entulhos do fundo e limpeza das margens. Vulnerabilidade devido à proximidade de residências, aparentemente irregulares, ao
talvegue principal.
Vulnerabiliadade também devido ao remanso provocado pelo rio Iguaçu.
Diagnóstico da Situação Atual
REGISTRO FOTOGRÁFICO
BACIA DO RIBEIRÃO DOS PADILHAS
RP-01

Foto 1 - Vista da rua Eleonora F. Costa da Silva próximo á nascente do Foto 2 - Vista do rio Padilhas passando por detrás de residências; rua Eleonora
Ribeirão Padilhas F. Costa da Silva

Foto 3 - Vista do rio Padilhas passando por detrás de residências; rua Foto 4 - Vista do rio Padilhas passando por detrás de residências; rua Eleonora
Eleonora F. Costa da Silva F. Costa da Silva

Foto 5 - Vista da rua Eleonora F. Costa da Silva

COMENTÁRIOS
Imagem do Ribeirão dos Padilhas, localizada na parte baixa da Rua Eleonora Costa da Silva, quase esquina com a rua
Estanislau Kais, local conhecido como vila Ipiranga no bairro Capão Raso. Este ponto está posicionado a montante da Linha
Verde (BR-116).
Constata-se neste local contribuição de esgoto in natura das residências ribeirinhas, como também em ligações irregulares da
rede de água pluvial, representado pela aparência e odor característico.
Este trecho apresenta suas margens totalmente ocupadas por residências em situação irregular e residências em situação
aparentemente regular.
O canal está bem definido e seus taludes estão em péssimo estado de conservação.
Existem muitas obstruções no leito do rio, como, material de construção civil e contenções precárias que cederam.
A travessia neste ponto se da por galeria celular em concreto.
Este local está sujeito a alagamentos conforme manchas cadastradas, ocasionado pela reduzida capacidade do canal devido às
ocupações, obstruções e irregularidades em suas margens.
Principal problema observado é a restrição ao fluxo devido ao estreitamento da seção pelas ocupações irregulares. Bacia de
contribuição bastante adensada horizontalmente, com potencial médio de implantação de medidas não estruturais.

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