A Rapariga No Espelho Rose Carlyle Full Chapter Free
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O espelho do mundo Juquery a história de um asilo 3rd
Edition Maria Clementina Pereira Cunha
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Título: A rapariga no espelho
www.biblioteca.cm-viana-castelo.pt
E-mail: [email protected]
Tel.: 258809340
Por força do código dos direitos de autor e dos direitos conexos, esta obra destina-
se unicamente a pessoas com necessidades específicas e não tem fins comerciais.
Capa:
Bestseller internacional
Rose Carlyle
A rapariga no espelho
[Agora é a sua oportunidade de ficar com a vida idílica que (sempre cobiçou. Mas
até onde irá para conseguir atingir o seu objetivo? E como vai certificar-se de que
ninguém descobre a verdade?
Badana da capa:
As gémeas Iris e Summer são quase idênticas, mas Iris inveja há muito a
fantástica vida de Summer. Quando esta pede a Iris que vá à Tailândia para ajudá-
la a levar o Iate da família até às Seychelles, Iris alimenta esperanças secretas
sobre o que pode acontecer na viagem.
Porém, depois de um incidente perturbador no meio do Índico, tudo muda e Iris
tem a possibilidade de levar a vida com que sempre sonhou – e de se aproximar
da herança de cem milhões de dólares deixada pelo seu pai manipulador. Só
precisa de garantir que é a primeira dos sete filhos a cumprir as estranhas
condições do seu testamento. Entretanto, descobre que Summer guardava mais
do que um segredo, e a sua vida começa a oscilar entre o sonho e o pesadelo.
Numa família em que o vencedor fica com tudo, em quem pode ela confiar? E até
onde irá para conseguir a vida que sempre quis?
Badana da contracapa:
ROSE CARLYLE
A RAPARIGA NO ESPELHO
MARCADOR
[email protected]
© 2021
Edição portuguesa publicada por acordo com Allen & Unwin Pty Ltd
através de Internacional Editors' Co.
PRÓLOGO
Durante os primeiros doze dias das nossas vidas, fomos apenas uma
pessoa. A inteligência do nosso pai e a beleza da nossa mãe,
enredadas num embrião abençoado, o único herdeiro da fortuna dos
Carmichael.
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PARTE I - IRIS
1. O ESPELHO
Aquele quarto tem o cheiro de Summer, por isso é chocante que não
tenha sido ela a escolher o mobiliário. Adam era o dono da casa
quando Summer casou com ele, pouco tempo depois da sua
primeira mulher, Helen, ter morrido. O quarto parece exatamente
igual ao dia do casamento, no ano passado. Era como se a minha
irmã se tivesse moldado na vida que a outra mulher deixou atrás de
si.
Summer é extremamente despreocupada.
A cama enorme está aninhada numa janela saliente com uma vista
extraordinária para Wakefield Beach. Sento-me com dificuldade — a
cama é demasiado fofa — e encosto-me à cabeceira de mogno
banhando o rosto na luz do sol nascente. O azul-turquesa
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E eu? O que tenho? Uma conta bancária a encolher, uma aliança que
já não quero, alguns móveis que deixei na Nova Zelândia. Um piano
em que nunca mais tocarei. De qualquer forma, foi um instrumento
barato. Summer e Adam têm um melhor.
Pego num conjunto de sutiã e calcinhas, tão inocente que quase
parece pornográfico. Algodão amarelo, tresanda a colégio interno, a
sticks de hóquei e a banhos frios. O sutiã é um 38, e eu uso o 36,
mas creio que me serve. Visto as calcinhas, quero ver como a
Summer fica com elas.
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Olho para o varão das camisas brancas de Adam. Cada uma contêm
a forma dele, como se uma fila de Adams invisíveis as tivesse
vestido aqui no guarda-fato, ao pé de mim. As camisas são grandes
no peito e têm as mangas muito compridas. Aproximo uma do rosto.
Cheira a cravinho. Consigo ver Adam de camisa branca, impecável, a
sua pele mais escura a brilhar.
Mas que diz ela? Sinto-me impaciente. Somos gémeas, mas não
temos esse tipo de relação. Nunca ouvi Summer descrever um pénis,
muito menos o do marido. Que raio se passará com ele?
Os bebés?
Silêncio.
Tarquin, a outra coisa de que Summer se apropriou quando Helen
morreu, juntamente com a casa de Helen e o marido de Helen. O
bebé.
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pais. Seja como for, os únicos pais que conhece. Para que precisam
de mim?
— Oh, maninha, nem sei como te pedir este enorme favor. O Adam
é bom marinheiro, mas praticamente nunca navegou sem ter a costa
à vista. Sabes como é difícil no mar alto. É uma distância grande até
às Seychelles, pelo menos duas semanas, e aproxima-se o fim da
estação. Os tufões começam em abril, mas, de qualquer forma, não
podemos esperar até lá. Precisamos de retirar já o Bathsheba da
Tailândia. E sempre foste uma excelente marinheira, íris. Pagamos-te
a passagem de avião, claro, e o Adam diz que podes fazer só os
quartos de vigia que quiseres.
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Mas parece que não terei de passar muito tempo com os dois.
Aparentemente, o plano parece ser a Summer ficar em Phuket com
o Tarquin e as suas partes genitais supurantes, enquanto eu
abandono o meu emprego falhado, o meu casamento falhado e a
minha vida falhada para navegar pelo oceano Índico no veleiro que
adoro desde a minha infância. E quem me acompanhará? O meu
cunhado, o rico, belo e carismático Adam Romain.
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têm sido difíceis para ti, com a partida do Noah. Sei que não é justo
estar a pedir. Se não estivesse desesperada. Se não estivéssemos
desesperados...
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2 O TESTAMENTO
Summer foi filha única por um momento. Annabeth tinha uma veia
boémia, por isso recusou fazer uma ecografia durante a gravidez,
embora o meu pai estivesse desesperado por saber o sexo do bebé.
E não tinha uma barriga muito grande. Não havia qualquer pista que
indicasse tratar-se de dois bebés.
Mais tarde, nesse mesmo dia, alguém levou à minha mãe um ramo
de íris, e algo naquelas flores espinhosas e sem cheiro os deve ter
atraído, porque foi esse o nome que os meus pais me deram.
Annabeth contava sempre essa história como se significasse algo
especial, mas eu não podia evitar a ideia de que olhara em volta e
escolhera o meu nome por causa da primeira coisa que vira naquele
hospital e porque ainda queria que Summer se chamasse Summer
Rose.
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Colton levar-me ao aeroporto, pois a vista de Annabeth está muito
enfraquecida. Não a deixo ir comigo. Depois do telefonema de
Summer, consegui fugir à verdade, e ela agora tem a impressão de
que vim à Austrália exatamente para ajudar na história do Bath-
sheba. Mesmo assim, já me fizera muitas perguntas acerca de Noah.
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mas mal o oiço. Pela maneira como fala, qualquer um pensaria que
Francine é sua mulher e não a viúva do irmão. Uma das três
mulheres que o meu pai deixou quando morreu.
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Porém, por muito diferentes que pareçam, não sabem como deixar
de se comportar como gémeas. A mãe faz aparecer uma lancheira e
entrega-lhes dois ovos cozidos — Summer também é assim e está
sempre a dar de comer a Tarquin, pelos vistos cheia de medo de que
um dia ele sofra as aflições da fome. As gémeas estendem a mão
para os ovos num movimento igual. Uma gémea descasca o ovo,
enquanto a outra espera. Depois, a mesma gémea descasca o
segundo ovo. Abre os dois e entrega as gemas à irmã, ficando com
as claras. Só nessa altura as gémeas comem, como se reagissem a
um estímulo invisível. Ambas introduzem na boca primeiro o que têm
na mão esquerda, depois o que têm na direita. Mastigam em
uníssono.
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Para falar verdade, destruir esse tempo foi o último ato do meu pai.
Desde a sua morte, eu e Summer deixámos de ser como as outras
gémeas. O meu pai ensinou-me que não há suficiente para duas. Há
apenas uma vida que temos de partilhar.
Talvez fosse por isso que o meu pai era tão dinástico. Aos 22 anos,
descobrira que tinha um irmão mais novo e conseguira a custódia de
Colton, então com 12 anos. O meu pai enviou-o para o melhor
colégio interno de Wakefield. Colton passou a ser seu protegido e
depois seu sócio nos negócios.
O meu pai adiou ter filhos até conseguir os seus milhões, mas, nessa
altura, a sua primeira mulher, Margaret, já não tinha idade para isso.
Depois de se ter divorciado dela, não repetiu o erro; eu e Summer
fomos concebidas na lua de mel dos nossos pais. Quando Annabeth
não quis mais filhos, depois de ter posto neste mundo o nosso irmão
mais novo, o meu pai correu para Francine, acabada de sair de um
colégio católico. Mas eu continuava sem compreender o alcance da
sua obsessão por povoar o mundo.
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São estes os factos da vida do meu pai, mas não mostram o que ele
era. Talvez para descrever o meu pai baste dizer o seguinte: não
gostava de boas pessoas. Descobri-o da última vez que o vi com
vida.
— Ser bom é ser parvo — disse o meu pai, voltando-se para mim
para me piscar o olho.
Olhei para a minha mãe, para o meu irmão e para a minha irmã.
Annabeth dera dinheiro a um pedinte à porta de uma loja de
bebidas. Ben, com 10 anos, pequeno para a idade que tinha, era tão
amoroso que o meu pai desistira de o ensinar a caçar, embora
tivesse uma pontaria excelente quando disparava para uma lata. E
Summer, bom, Summer era Summer.
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— Fica aqui e ajuda a tua mãe — disse ele. — Não deixes que ela
desbarate o meu dinheiro.
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Margaret não foi ao funeral. Creio que era a única esposa que sabia
como o meu pai era de facto. Eu estava prestes a sabê-lo, antes até
do serviço fúnebre ter começado.
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— Os meus filhos são muito novos para isso — disse a minha mãe, e
conduziu-nos para junto dos nossos parentes.
Num canto, estavam os pais dela, com as minhas tias e tios e alguns
primos. Pareciam cheios de calor, com comichões e pouco à vontade
nas suas roupas pretas emprestadas. Em Wakefield, o mês de
janeiro é punitivo, e o ar condicionado dava sinal da idade que tinha.
Eu não queria espiar, mas precisava de saber que o meu pai estava
realmente morto e também desejava ver o seu caixão sobre rodas.
Foi fácil evitar os meus avós e meter pelo corredor. Abri uma porta
que parecia a de uma sepultura e encontrei-me sozinha com o corpo
do meu pai.
Com 60 anos, era velho para ser pai de filhos tão pequenos, mas
demasiado novo para morrer.
Havia jarras altas, cheias de flores, de sentinela ao caixão do meu
pai, como emblemas de amor. E não eram umas flores quaisquer.
Alguém escolhera as variedades certas: rosas e íris.
Enterrei o nariz no ramo de íris que estava mais perto e inspirei com
força. Sabia que não tinham perfume, mas era um hábito meu, de
toda a vida, cheirar a flor do meu nome. Sempre desejei que
cheirassem bem como as rosas e creio que em parte acredito que
essa persistência deveria ser suficiente para conseguir tudo o que se
desejava neste mundo.
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VII.
Riudii la voce eterna della vita nel lene ed incessante mormorio delle
fonti sparse per il creato: