Legislação Basica para o Exerccio Profissional Da - Enfermagem - Coren-PR - 2023

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APRESENTAÇÃO

Boas práticas da Enfermagem baseada


em princípios éticos e legais

O Conselho Regional de Enfermagem do Paraná (Coren-PR)


oferece, nesta edição da Legislação Básica para o Exercício
Profissional da Enfermagem, o acesso às leis e resoluções que
fundamentam o exercício profissional.

As boas práticas da Enfermagem e os princípios éticos da


profissão são fundamentais para a qualidade da assistência,
seja na prevenção, promoção, proteção ou tratamento de
enfermidades. O seu pleno conhecimento é condição inerente
para o empoderamento e a valorização que nós, profissionais
da área, tanto almejamos.

O modelo de governança da gestão Coren-PR 2021-2023 é


guiado pela missão do Coren-PR que é salvaguardar o
exercício profissional da enfermagem de acordo com os
requisitos éticos e legais, contribuindo para a assistência
segura à sociedade e o crescimento da classe.
Coren/PR - Legislação Básica

Que este material possa ser utilizado como instrumento de


consulta e pesquisa para a ciência da responsabilidade
individual e coletiva frente aos desafios da preservação da
vida.

Rita Franz
Presidente do Coren-PR

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ÍNDICE

Lei nº 5.905/73..............................................................04

Lei nº 7.498/86..............................................................12

Decreto nº 94.406/87....................................................22

Lei nº 8.967/94..............................................................32

Resolução Cofen nº 358/2009......................................33

Resolução Cofen nº 564/2017......................................38

Coren/PR - Legislação Básica


Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem......43

Resolução Cofen nº 706/2022......................................72

Código de Processo Ético do Sistema


Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem................75

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LEI Nº 5.905/73

Dispõe sobre a criação dos Conselhos


Federal e Regionais de Enfermagem e
dá outras providências.

O Presidente da República,
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º - São criados o Conselho Federal de Enfermagem


(COFEN) e os Conselhos Regionais de Enfermagem
(COREN), constituindo em seu conjunto uma autarquia,
vinculada ao Ministério do Trabalho e Previdência Social.
Art. 2º - O Conselho Federal e os Conselhos Regionais
são órgãos disciplinadores do exercício da profissão de
enfermeiro e das demais profissões compreendidas nos
serviços de enfermagem.
Coren/PR - Legislação Básica

Art. 3º - O Conselho Federal, ao qual ficam subordinados


os Conselhos Regionais, terá jurisdição em todo o
território nacional e sede na Capital da República.
Art. 4º - Haverá um Conselho Regional em cada Estado e
Território, com sede na respectiva capital, e no Distrito
Federal.
Parágrafo único. O Conselho Federal poderá, quando o
número de profissionais habilitados na unidade da
federação for inferior a cinqüenta, determinar a formação
de regiões, compreendendo mais de uma unidade.
Art. 5º - O Conselho Federal terá nove membros efetivos
e igual número de suplentes, de nacionalidade brasileira, e

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portadores de diploma de curso de enfermagem de nível
superior.
Art. 6º - Os membros do Conselho Federal e respectivos
suplentes serão eleitos por maioria de votos, em escrutínio
secreto, na Assembleia dos Delegados Regionais.
Art. 7º - O Conselho Federal elegerá dentre seus
membros, em sua primeira reunião, o Presidente, o Vice-
Presidente, o Primeiro e o Segundo Secretários e o
Primeiro e Segundo Tesoureiros.
Art. 8º - Compete ao Conselho Federal:
I - aprovar seu regimento interno e os dos Conselhos
Regionais;
lI - instalar os Conselhos Regionais;
III - elaborar o Código de Deontologia de Enfermagem e
alterá-lo, quando necessário, ouvidos os Conselhos

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Regionais;
IV - baixar provimentos e expedir instruções, para
uniformidade de procedimento e bom funcionamento dos
Conselhos Regionais;
V - dirimir as dúvidas suscitadas pelos Conselhos
Regionais;
VI - apreciar, em grau de recursos, as decisões dos
Conselhos Regionais;
VIl - instituir o modelo das carteiras profissionais de
identidade e as insígnias da profissão;
VIII - homologar, suprir ou anular atos dos Conselhos
Regionais;

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IX - aprovar anualmente as contas e a proposta
orçamentária da autarquia, remetendo-as aos órgãos
competentes;
X - promover estudos e campanhas para aperfeiçoamento
profissional;
XI - publicar relatórios anuais de seus trabalhos;
XII - convocar e realizar as eleições para sua diretoria;
XIII - exercer as demais atribuições que lhe forem
conferidas por lei.
Art. 9º - O mandato dos membros do Conselho Federal
será honorífico e terá a duração de três anos, admitida uma
reeleição.
Art. 10 - A receita do Conselho Federal de Enfermagem
será constituída de:
I - um quarto da taxa de expedição das carteiras
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profissionais;
lI - um quarto das multas aplicadas pelos Conselhos
Regionais;
III - um quarto das anuidades recebidas pelos Conselhos
Regionais;
IV - doações e legados;
V - subvenções oficiais;
VI - rendas eventuais.
Parágrafo único. Na organização dos quadros distintos
para inscrição de profissionais o Conselho Federal de
Enfermagem adotará como critério, no que couber, o

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disposto na Lei nº 2.604, de 17 de setembro de 1955.
Art. 11 - Os Conselhos Regionais serão instalados em
suas respectivas sedes, com cinco a vinte e um membros e
outros tantos suplentes, todos de nacionalidade brasileira,
na proporção de três quintos de enfermeiros e dois quintos
de profissionais das demais categorias de pessoal de
enfermagem reguladas em lei.
Parágrafo único. O número de membros dos Conselhos
Regionais será sempre ímpar, e a sua fixação será feita
pelo Conselho Federal em proporção ao número de
profissionais inscritos.
Art. 12 - Os membros dos Conselhos Regionais e
respectivos suplentes serão eleitos por voto pessoal
secreto e obrigatório em época determinada pelo
Conselho Federal em Assembleia Geral especialmente
convocada para esse fim.

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§ 1º Para a eleição referida neste artigo serão organizadas
chapas separadas, uma para enfermeiros e outra para os
demais profissionais de enfermagem, podendo votar em
cada chapa, respectivamente, os profissionais referidos no
artigo 11.
§ 2º Ao eleitor que, sem causa justa, deixar de votar nas
eleições referidas neste artigo, será aplicada pelo
Conselho Regional multa em importância correspondente
ao valor da anuidade.
Art. 13 - Cada Conselho Regional elegerá seu Presidente,
Secretário e Tesoureiro, admitida a criação de cargos de
Vice-Presidente, Segundo Secretário e Segundo
Tesoureiro para os Conselhos com mais de doze membros.

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Art. 14 - O mandato dos membros dos Conselhos
Regionais será honorífico e terá a duração de três anos
admitida uma reeleição.
Art. 15 - Compete aos Conselhos Regionais:
I - deliberar sobre inscrição no Conselho e seu
cancelamento;
II - disciplinar e fiscalizar o exercício profissional,
observadas as diretrizes gerais do Conselho Federal;
III - fazer executar as instruções e provimentos do
Conselho Federal;
IV - manter o registro dos profissionais com exercício na
respectiva jurisdição;
V - conhecer e decidir os assuntos atinentes à ética
profissional impondo as penalidades cabíveis;
VI - elaborar a sua proposta orçamentária anual e o projeto
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de seu regimento interno e submetê-los à aprovação do


Conselho Federal;
VII - expedir a carteira profissional indispensável ao
exercício da profissão, a qual terá fé pública em todo o
território nacional e servira de documento de identidade;
VIII - zelar pelo bom conceito da profissão e dos que a
exerçam;
lX - publicar relatórios anuais de seus trabalhos e a relação
dos profissionais registrados;
X - propor ao Conselho Federal medidas visando à
melhoria do exercício profissional;

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XI - fixar o valor da anuidade;
XII - apresentar sua prestação de contas ao Conselho
Federal, até o dia 28 de fevereiro de cada ano;
XIII - eleger sua diretoria e seus delegados eleitores ao
Conselho Federal;
XIV - exercer as demais atribuições que lhes forem
conferidas por esta Lei ou pelo Conselho Federal.
Art. 16 - A renda dos Conselhos Regionais será
constituída de:
I - três quartos da taxa de expedição das carteiras
profissionais;
II - três quartos das multas aplicadas;
III - três quartos das anuidades;
IV - doações e legados;

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V - subvenções oficiais, de empresas ou entidades
particulares;
VI - rendas eventuais.
Art. 17 - O Conselho Federal e os Conselhos Regionais
deverão reunir-se, pelo menos, uma vez mensalmente.
Parágrafo único. O Conselheiro que faltar, durante o ano,
sem licença prévia do respectivo Conselho, a cinco
reuniões perderá o mandato.
Art. 18 - Aos infratores do Código de Deontologia de
Enfermagem poderão ser aplicadas as seguintes penas:
I - advertência verbal;

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II - multa;
III - censura;
IV - suspensão do exercício profissional;
V - cassação do direito ao exercício profissional.
§ 1º As penas referidas nos incisos I, II, III e IV deste artigo
são da alçada dos Conselhos Regionais e a referida no
inciso V, do Conselho Federal, ouvido o Conselho
Regional interessado.
§ 2º O valor das multas, bem como as infrações que
implicam nas diferentes penalidades, serão disciplinados
no Regimento do Conselho Federal e dos Conselhos
Regionais.
Art. 19 - O Conselho Federal e os Conselhos Regionais
terão tabela própria de pessoal, cujo regime será o da
Consolidação das Leis do Trabalho.
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Art. 20 - A responsabilidade pela gestão administrativa e


financeira dos Conselhos caberá aos respectivos diretores.
Art. 21 - A composição do primeiro Conselho Federal de
Enfermagem, com mandato de um ano, será feita por ato
do Ministro do Trabalho e Previdência Social, mediante
indicação, em lista tríplice, da Associação Brasileira de
Enfermagem.
Parágrafo único. Ao Conselho Federal assim constituído
caberá, além das atribuições previstas nesta Lei:
a) promover as primeiras eleições para composição dos
Conselhos Regionais e instalá-los;
b) promover as primeiras eleições para composição do

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Conselho Federal, até noventa dias antes do término do
seu mandato.
Art. 22 - Durante o período de organização do Conselho
Federal de Enfermagem, o Ministério do Trabalho e
Previdência Social lhe facilitará a utilização de seu
próprio pessoal, material e local de trabalho.
Art. 23 - Esta Lei entrará em vigor na data de sua
publicação, revogadas as disposições em contrário.

Brasília, 12 de julho de 1973;


152º da Independência e 85º da República.
EMILIO G.MÉDICI
Júlio Barata

Coren/PR - Legislação Básica


Nota: Quando da impressão do presente livreto/caderno de
legislação os artigos 15-A, 15-B e 15-C da Lei nº 7.498/86,
todos incluídos pela Lei nº 14.434/2022, estavam em fase de
julgamento pelo Supremo Tribunal Federal na Ação Direta
de Inconstitucionalidade nº 7222.

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LEI Nº 7.498/86

Dispõe sobre a regulamentação do


exercício da enfermagem, e dá outras
providências.

O Presidente da República,
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
sanciono a seguinte lei:

Art. 1º - É livre o exercício da enfermagem em todo o


território nacional, observadas as disposições desta lei.
Art. 2º - A enfermagem e suas atividades auxiliares somente
podem ser exercidas por pessoas legalmente habilitadas e
inscritas no Conselho Regional de Enfermagem com
jurisdição na área onde ocorre o exercício.
Parágrafo único. A enfermagem é exercida privativamente
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pelo Enfermeiro, pelo Técnico de Enfermagem, pelo


Auxiliar de Enfermagem e pela Parteira, respeitados os
respectivos graus de habilitação.
Art. 3º - O planejamento e a programação das instituições e
serviços de saúde incluem planejamento e programação de
enfermagem.
Art. 4º - A programação de enfermagem inclui a prescrição
da assistência de enfermagem.
Art. 5º - (VETADO).
§ 1º (VETADO).
§ 2º (VETADO).

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LEI Nº 7.498/86
Art. 6º - São enfermeiros:
I - o titular do diploma de Enfermeiro conferido por
instituição de ensino, nos termos da lei;
II - o titular do diploma ou certificado de Obstetriz ou de
Enfermeira Obstétrica, conferido nos termos da lei;
III - o titular do diploma ou certificado de Enfermeira e a
titular do diploma ou certificado de Enfermeira Obstétrica
ou de Obstetriz, ou equivalente, conferido por escola
estrangeira segundo as leis do país, registrado em virtude
de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil
como diploma de Enfermeiro, de Enfermeira Obstétrica
ou de Obstetriz;
IV - aqueles que, não abrangidos pelos incisos anteriores,
obtiverem título de Enfermeiro conforme o disposto na
alínea d do art. 3º do Decreto nº 50.387, de 28 de março de
1961.

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Art. 7º - São Técnicos de Enfermagem:
I - o titular do diploma ou do certificado de Técnico de
Enfermagem, expedido de acordo com a legislação e
registrado pelo órgão competente;
II - o titular do diploma ou do certificado legalmente
conferido por escola ou curso estrangeiro, registrado em
virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado
no Brasil como diploma de Técnico de Enfermagem.
Art. 8º - São Auxiliares de Enfermagem:
I - o titular de certificado de Auxiliar de Enfermagem
conferido por instituição de ensino, nos termos da lei e

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registrado no órgão competente;
II - o titular de diploma a que se refere a Lei nº 2.822, de 14
de junho de 1956;
III - o titular do diploma ou certificado a que se refere o
inciso III do art. 2º da Lei nº 2.604, de 17 de setembro de
1955, expedido até a publicação da Lei nº 4.024, de 20 de
dezembro de 1961;
IV - o titular de certificado de Enfermeiro Prático ou
Prático de Enfermagem, expedido até 1964 pelo Serviço
Nacional de Fiscalização da Medicina e Farmácia, do
Ministério da Saúde, ou por órgão congênere da Secretaria
de Saúde nas Unidades da Federação, nos termos do
Decreto-lei nº 23.774, de 22 de janeiro de 1934, do
Decreto-lei nº 8.778, de 22 de janeiro de 1946, e da Lei nº
3.640, de 10 de outubro de 1959;
V - o pessoal enquadrado como Auxiliar de Enfermagem,
Coren/PR - Legislação Básica

nos termos do Decreto-lei nº 299, de 28 de fevereiro de


1967;
VI - o titular do diploma ou certificado conferido por
escola ou curso estrangeiro, segundo as leis do país,
registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural
ou revalidado no Brasil como certificado de Auxiliar de
Enfermagem.
Art. 9º - São Parteiras:
I - a titular do certificado previsto no art. 1º do Decreto-lei
nº 8.778, de 22 de janeiro de 1946, observado o disposto
na Lei nº 3.640, de 10 de outubro de 1959;
II - a titular do diploma ou certificado de Parteira, ou

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equivalente, conferido por escola ou curso estrangeiro,
segundo as leis do país, registrado em virtude de
intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil, até 2 (dois)
anos após a publicação desta lei, como certificado de
Parteira.
Art. 10 - (VETADO).
Art. 11 - O Enfermeiro exerce todas as atividades de
enfermagem, cabendo-lhe:
I - privativamente:
a) direção do órgão de enfermagem integrante da estrutura
básica da instituição de saúde, pública e privada, e chefia
de serviço e de unidade de enfermagem;
b) organização e direção dos serviços de enfermagem e de
suas atividades técnicas e auxiliares nas empresas
prestadoras desses serviços;

Coren/PR - Legislação Básica


c) planejamento, organização, coordenação, execução e
avaliação dos serviços da assistência de enfermagem;
d) (VETADO);
e) (VETADO);
f) (VETADO);
g) (VETADO);
h) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre
matéria de enfermagem;
i) consulta de enfermagem;
j) prescrição da assistência de enfermagem;
l) cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com

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risco de vida;
m) cuidados de enfermagem de maior complexidade
técnica e que exijam conhecimentos de base científica e
capacidade de tomar decisões imediatas;
II - como integrante da equipe de saúde:
a) participação no planejamento, execução e avaliação da
programação de saúde;
b) participação na elaboração, execução e avaliação dos
planos assistenciais de saúde;
c) prescrição de medicamentos estabelecidos em
programas de saúde pública e em rotina aprovada pela
instituição de saúde;
d) participação em projetos de construção ou reforma de
unidades de internação;
e) prevenção e controle sistemático da infecção hospitalar
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e de doenças transmissíveis em geral;


f) prevenção e controle sistemático de danos que possam
ser causados à clientela durante a assistência de
enfermagem;
g) assistência de enfermagem à gestante, parturiente e
puérpera;
h) acompanhamento da evolução e do trabalho de parto;
i) execução do parto sem distocia;
j) educação visando à melhoria de saúde da população.
Parágrafo único. As profissionais referidas no inciso II
do art. 6º desta lei incumbe, ainda:

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a) assistência à parturiente e ao parto normal;
b) identificação das distocias obstétricas e tomada de
providências até a chegada do médico;
c) realização de episiotomia e episiorrafia e aplicação de
anestesia local, quando necessária.
Art. 12 - O Técnico de Enfermagem exerce atividade de
nível médio, envolvendo orientação e acompanhamento
do trabalho de enfermagem em grau auxiliar, e
participação no planejamento da assistência de
enfermagem, cabendo-lhe especialmente:
a) participar da programação da assistência de
enfermagem;
b) executar ações assistenciais de enfermagem, exceto as
privativas do Enfermeiro, observado o disposto no
parágrafo único do art. 11 desta lei;

Coren/PR - Legislação Básica


c) participar da orientação e supervisão do trabalho de
enfermagem em grau auxiliar;
d) participar da equipe de saúde.
Art. 13 - O Auxiliar de Enfermagem exerce atividades de
nível médio, de natureza repetitiva, envolvendo serviços
auxiliares de enfermagem sob supervisão, bem como a
participação em nível de execução simples, em processos
de tratamento, cabendo-lhe especialmente:
a) observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas;
b) executar ações de tratamento simples;
c) prestar cuidados de higiene e conforto ao paciente;

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d) participar da equipe de saúde.
Art. 14 - (VETADO).
Art. 15 - As atividades referidas nos arts. 12 e 13 desta lei,
quando exercidas em instituições de saúde, públicas e
privadas, e em programas de saúde, somente podem ser
desempenhadas sob orientação e supervisão de
Enfermeiro.

Art. 15-A - O piso salarial nacional dos Enfermeiros


contratados sob o regime da Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de
1º de maio de 1943, será de R$ 4.750,00 (quatro mil
setecentos e cinquenta reais) mensais. (Incluído pela Lei
nº 14.434, de 2022)

Parágrafo único. O piso salarial dos profissionais


celetistas de que tratam os arts. 7º, 8º e 9º desta Lei é fixado
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com base no piso estabelecido no caput deste artigo, para


o Enfermeiro, na razão de: (Incluído pela Lei nº 14.434, de
2022)

I - 70% (setenta por cento) para o Técnico de


Enfermagem; (Incluído pela Lei nº 14.434, de 2022)

II - 50% (cinquenta por cento) para o Auxiliar de


Enfermagem e para a Parteira. (Incluído pela Lei nº
14.434, de 2022)

Art. 15-B - O piso salarial nacional dos Enfermeiros


contratados sob o regime dos servidores públicos civis da
União, das autarquias e das fundações públicas federais,

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nos termos da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990,
será de R$ 4.750,00 (quatro mil setecentos e cinquenta
reais) mensais. (Incluído pela Lei nº 14.434, de 2022)

Parágrafo único. O piso salarial dos servidores de que


tratam os arts. 7º, 8º e 9º desta Lei é fixado com base no
piso estabelecido no caput deste artigo, para o
Enfermeiro, na razão de: (Incluído pela Lei nº 14.434, de
2022)

I - 70% (setenta por cento) para o Técnico de


Enfermagem; (Incluído pela Lei nº 14.434, de 2022)

II - 50% (cinquenta por cento) para o Auxiliar de


Enfermagem e para a Parteira. (Incluído pela Lei nº
14.434, de 2022)

Art. 15-C - O piso salarial nacional dos Enfermeiros

Coren/PR - Legislação Básica


servidores dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios e de suas autarquias e fundações será de R$
4.750,00 (quatro mil setecentos e cinquenta reais)
mensais. (Incluído pela Lei nº 14.434, de 2022)

Parágrafo único. O piso salarial dos servidores de que


tratam os arts. 7º, 8º e 9º desta Lei é fixado com base no
piso estabelecido no caput deste artigo, para o
Enfermeiro, na razão de: (Incluído pela Lei nº 14.434, de
2022)

I - 70% (setenta por cento) para o Técnico de


Enfermagem; (Incluído pela Lei nº 14.434, de 2022)

19
II - 50% (cinquenta por cento) para o Auxiliar de
Enfermagem e para a Parteira. (Incluído pela Lei nº
14.434, de 2022)

Art. 15-D - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.434, de


2022)
Art. 16 - (VETADO).
Art. 17 - (VETADO).
Art. 18 - (VETADO).
Parágrafo único. (VETADO).
Art. 19 - (VETADO).
Art. 20 - Os órgãos de pessoal da administração pública
direta e indireta, federal, estadual, municipal, do Distrito
Federal e dos Territórios observarão, no provimento de
cargos e funções e na contratação de pessoal de
Coren/PR - Legislação Básica

enfermagem, de todos os graus, os preceitos desta lei.


Parágrafo único. Os órgãos a que se refere este artigo
promoverão as medidas necessárias à harmonização das
situações já existentes com as disposições desta lei,
respeitados os direitos adquiridos quanto a vencimentos e
salários.
Art. 21 - (VETADO).
Art. 22 - (VETADO).
Art. 23 - O pessoal que se encontra executando tarefas de
enfermagem, em virtude de carência de recursos humanos
de nível médio nessa área, sem possuir formação
específica regulada em lei, será autorizado, pelo Conselho

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Federal de Enfermagem, a exercer atividades elementares
de enfermagem, observado o disposto no art. 15 desta lei.
Parágrafo único. A autorização referida neste artigo, que
obedecerá aos critérios baixados pelo Conselho Federal
de Enfermagem, somente poderá ser concedida durante o
prazo de 10 (dez) anos, a contar da promulgação desta lei.
Parágrafo único. É assegurado aos atendentes de
enfermagem, admitidos antes da vigência desta lei, o
exercício das atividades elementares da enfermagem,
observado o disposto em seu artigo 15. (Redação dada
pela Lei nº 8.967, de 1986)
Art. 24 - (VETADO).
Parágrafo único.(VETADO).
Art. 25 - O Poder Executivo regulamentará esta lei no
prazo de 120 (cento e vinte) dias a contar da data de sua

Coren/PR - Legislação Básica


publicação.
Art. 26 - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 27 - Revogam-se (VETADO) as demais disposições
em contrário.

Brasília, 25 de junho de 1986;


165º da Independência e 98º da República.
JOSÉ SARNEY
Almir Pazzianotto Pinto

21
DECRETO Nº 94.406/87

Regulamenta a Lei nº 7.498, de 25 de


junho de 1986, que dispõe sobre o
exercício da enfermagem, e dá outras
providências.

O Presidente da República, usando das atribuições


que lhe confere o artigo 81, item III, da Constituição, e tendo
em vista o disposto no artigo 25 da Lei nº 7.498, de 25 de
junho de 1986,
DECRETA:
Art. 1º - O exercício da atividade de enfermagem,
observadas as disposições da Lei nº 7.498, de 25 de junho
de 1986, e respeitados os graus de habilitação, é privativo
de Enfermeiro, Técnico de Enfermagem, Auxiliar de
Enfermagem e Parteiro e só será permitido ao profissional
inscrito no Conselho Regional de Enfermagem da
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respectiva Região.
Art. 2º - As instituições e serviços de saúde incluirão a
atividade de enfermagem no seu planejamento e
programação.
Art. 3º - A prescrição da assistência de enfermagem é
parte integrante do programa de enfermagem.
Art. 4º - São Enfermeiros:
I - o titular do diploma de Enfermeiro conferido por
instituição de ensino, nos termos da lei;
II - o titular do diploma ou certificado de Obstetriz ou de
Enfermeira Obstétrica, conferido nos termos da lei;

22
III - o titular do diploma ou certificado de Enfermeira e a
titular do diploma ou certificado de Enfermeira Obstétrica
ou de Obstetriz, ou equivalente, conferido por escola
estrangeira segundo as respectivas leis, registrado em
virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado
no Brasil como diploma de Enfermeiro, de Enfermeira
Obstétrica ou de Obstetriz;
IV - aqueles que, não abrangidos pelos itens anteriores,
obtiveram título de Enfermeiro conforme o disposto na
letra d do art. 3º do Decreto nº 50.387, de 28 de março de
1961.
Art. 5º - São Técnicos de Enfermagem:
I - o titular do diploma ou do certificado de Técnico de
Enfermagem, expedido de acordo com a legislação e
registrado no órgão competente;
II - o titular do diploma ou do certificado legalmente

Coren/PR - Legislação Básica


conferido por escola ou curso estrangeiro, registrado em
virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado
no Brasil como diploma de Técnico de Enfermagem.
Art. 6º - São auxiliares de Enfermagem:
I - o titular de certificado de Auxiliar de Enfermagem
conferido por instituição de ensino, nos termos da lei, e
registrado no órgão competente;
II - o titular do diploma a que se refere a Lei nº 2.822, de 14
de junho de 1956;
III - o titular do diploma ou certificado a que se refere o
item III do art. 2º da Lei nº.604, de 17 de setembro de 1955,
expedido até a publicação da da Lei nº 4.024, de 20 de

23
dezembro de 1961;
IV - o titular do certificado de Enfermeiro Prático ou
Prático de Enfermagem, expedido até 1964 pelo Serviço
Nacional de Fiscalização da Medicina e Farmácia, do
Ministério da Saúde, ou por órgão congênere da Secretaria
de Saúde nas Unidades da Federação, nos termos do
Decreto nº 23.774, de 22 de janeiro de 1934, do Decreto-
lei nº 8.778, de 22 de janeiro de 1946, e da Lei nº 3.640, de
10 de outubro de 1959;
V - o pessoal enquadrado como Auxiliar de Enfermagem,
nos termos do Decreto-lei nº 299, de 28 de fevereiro de
1967;
VI - o titular do diploma ou certificado conferido por
escola ou curso estrangeiro, segundo as leis do país,
registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural
ou revalidado no Brasil como certificado de Auxiliar de
Coren/PR - Legislação Básica

Enfermagem.
Art. 7º - São Parteiros:
I - o titular do certificado previsto no art. 1º do Decreto-lei
nº 8.778, de 22 de janeiro de 1946, observado o disposto
na Lei nº 3.640, de 10 de outubro de 1959;
II - o titular do diploma ou certificado de Parteiro, ou
equivalente, conferido por escola ou curso estrangeiro,
segundo as respectivas leis, registrado em virtude de
intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil até 26 de
junho de 1988, como certificado de Parteiro.
Art. 8º - Ao Enfermeiro incumbe:
I - privativamente:

24
a) direção do órgão de enfermagem integrante da estrutura
básica da instituição de saúde, pública ou privada, e chefia
de serviço e de unidade de enfermagem;
b) organização e direção dos serviços de enfermagem e de
suas atividades técnicas e auxiliares nas empresas
prestadoras desses serviços;
c) planejamento, organização, coordenação, execução e
avaliação dos serviços da assistência de enfermagem;
d) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre
matéria de enfermagem;
e) consulta de enfermagem;
f) prescrição da assistência de enfermagem;
g) cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves
com risco de vida;
h) cuidados de enfermagem de maior complexidade

Coren/PR - Legislação Básica


técnica e que exijam conhecimentos científicos adequados
e capacidade de tomar decisões imediatas;
II - como integrante de equipe de saúde:
a) participação no planejamento, execução e avaliação da
programação de saúde;
b) participação na elaboração, execução e avaliação dos
planos assistenciais de saúde;
c) prescrição de medicamentos previamente estabelecidos
em programas de saúde pública e em rotina aprovada pela
instituição de saúde;
d) participação em projetos de construção ou reforma de

25
unidades de internação;
e) prevenção e controle sistemático da infecção hospitalar,
inclusive como membro das respectivas comissões;
f) participação na elaboração de medidas de prevenção e
controle sistemático de danos que possam ser causados
aos pacientes durante a assistência de enfermagem;
g) participação na prevenção e controle das doenças
transmissíveis em geral e nos programas de vigilância
epidemiológica;
h) prestação de assistência de enfermagem à gestante,
parturiente, puérpera e ao recém-nascido;
i) participação nos programas e nas atividades de
assistência integral à saúde individual e de grupos
específicos, particularmente daqueles prioritários e de alto
risco;
Coren/PR - Legislação Básica

j) acompanhamento da evolução e do trabalho de parto;


l) execução e assistência obstétrica em situação de
emergência e execução do parto sem distocia;
m) participação em programas e atividades de educação
sanitária, visando à melhoria de saúde do indivíduo, da
família e da população em geral;
n) participação nos programas de treinamento e
aprimoramento de pessoal de saúde, particularmente nos
programas de educação continuada;
o) participação nos programas de higiene e segurança do
trabalho e de prevenção de acidentes e de doenças
profissionais e do trabalho;

26
p) participação na elaboração e na operacionalização do
sistema de referência e contrarreferência do paciente nos
diferentes níveis de atenção à saúde;
q) participação no desenvolvimento de tecnologia
apropriada à assistência de saúde;
r) participação em bancas examinadoras, em matérias
específicas de enfermagem, nos concursos para
provimento de cargo ou contratação de Enfermeiro ou
pessoal técnico e Auxiliar de Enfermagem.
Art. 9º - Às profissionais titulares de diploma ou
certificados de Obstetriz ou de Enfermeira Obstétrica,
além das atividades de que trata o artigo precedente,
incumbe:
I - prestação de assistência à parturiente e ao parto normal;
II - identificação das distocias obstétricas e tomada de
providência até a chegada do médico;

Coren/PR - Legislação Básica


III - realização de episiotomia e episiorrafia, com
aplicação de anestesia local, quando necessária.
Art. 10 - O Técnico de Enfermagem exerce as atividades
auxiliares, de nível médio técnico, atribuídas à equipe de
enfermagem, cabendo-lhe:
I - assistir ao Enfermeiro:
a) no planejamento, programação, orientação e supervisão
das atividades de assistência de enfermagem;
b) na prestação de cuidados diretos de enfermagem a
pacientes em estado grave;
c) na prevenção e controle das doenças transmissíveis em

27
geral em programas de vigilância epidemiológica;
d) na prevenção e no controle sistemático da infecção
hospitalar;
e) na prevenção e controle sistemático de danos físicos
que possam ser causados a pacientes durante a assistência
de saúde;
f) na execução dos programas referidos nas letras i e o do
item II do art. 8º;
II - executar atividades de assistência de enfermagem,
excetuadas as privativas do enfermeiro e as referidas no
art. 9º deste Decreto;
III - integrar a equipe de saúde.
Art. 11 - O Auxiliar de Enfermagem executa as atividades
auxiliares, de nível médio, atribuídas à equipe de
enfermagem, cabendo-lhe:
Coren/PR - Legislação Básica

I - preparar o paciente para consultas, exames e


tratamentos;
II - observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas, ao
nível de sua qualificação;
III - executar tratamentos especificamente prescritos, ou
de rotina, além de outras atividades de enfermagem, tais
como:
a) ministrar medicamentos por via oral e parenteral;
b) realizar controle hídrico;
c) fazer curativos;
d) aplicar oxigenoterapia, nebulização, enteroclisma,

28
enema e calor ou frio;
e) executar tarefas referentes à conservação e aplicação de
vacinas;
f) efetuar o controle de pacientes e de comunicantes em
doenças transmissíveis;
g) realizar testes e proceder à sua leitura, para subsídio de
diagnóstico;
h) colher material para exames laboratoriais;
i) prestar cuidados de enfermagem pré e pós-operatórios;
j) circular em sala de cirurgia e, se necessário,
instrumentar;
l) executar atividades de desinfecção e esterilização;
IV - prestar cuidados de higiene e conforto ao paciente e
zelar por sua segurança, inclusive:

Coren/PR - Legislação Básica


a) alimentá-lo ou auxiliá-lo a alimentar-se;
b) zelar pela limpeza e ordem do material, de
equipamentos e de dependências de unidades de saúde;
V - integrar a equipe de saúde;
VI - participar de atividades de educação em saúde,
inclusive:
a) orientar os pacientes na pós-consulta, quanto ao
cumprimento das prescrições de enfermagem e médicas;
b) auxiliar o Enfermeiro e o Técnico de Enfermagem na
execução dos programas de educação para a saúde;
VII - executar os trabalhos de rotina vinculados à alta de

29
pacientes;
VIII - participar dos procedimentos pós-morte.
Art. 12 - Ao Parteiro incumbe:
I - prestar cuidados à gestante e à parturiente;
II - assistir ao parto normal, inclusive em domicílio; e
III - cuidar da puérpera e do recém-nascido.
Parágrafo único. As atividades de que trata este artigo
são exercidas sob supervisão de Enfermeiro Obstetra,
quando realizadas em instituições de saúde, e, sempre que
possível, sob controle e supervisão de unidade de saúde,
quando realizadas em domicílio ou onde se fizerem
necessárias.
Art. 13 - As atividades relacionadas nos arts. 10 e 11
somente poderão ser exercidas sob supervisão, orientação
e direção de Enfermeiro.
Coren/PR - Legislação Básica

Art. 14 - Incumbe a todo o pessoal de enfermagem:


I - cumprir e fazer cumprir o Código de Deontologia da
Enfermagem;
II - quando for o caso, anotar no prontuário do paciente as
atividades da assistência de enfermagem, para fins
estatísticos.
Art. 15. Na administração pública direta e indireta,
federal, estadual, municipal, do Distrito Federal e dos
Territórios será exigida como condição essencial para
provimento de cargos e funções e contratação de pessoal
de enfermagem, de todos os graus, a prova de inscrição no
Conselho Regional de Enfermagem da respectiva região.

30
Parágrafo único. Os órgãos e entidades compreendidos
neste artigo promoverão, em articulação com o Conselho
Federal de Enfermagem, as medidas necessárias à
adaptação das situações já existentes com as disposições
deste Decreto, respeitados os direitos adquiridos quanto a
vencimentos e salários.
Art. 16 - Este Decreto entra em vigor na data de sua
publicação.
Art. 17 - Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 8 de junho de 1987;


166º da Independência e 99º da República.
JOSÉSARNEY
Eros Antonio de Almeida

Coren/PR - Legislação Básica

31
LEI Nº 8.967/94

Altera a redação do parágrafo único


do art. 23 da Lei nº 7.498, de 25 de
junho de 1986, que dispõe sobre
a regulamentação do exercício da
enfermagem e dá outras providências.

O Presidente da República,
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e
eu sanciono a seguinte lei:
Art. 1º - O parágrafo único do art. 23 da Lei nº 7.498, de
25 de junho de 1986, passa a vigorar com a seguinte
redação:
"Art. 23 - .........................................................................
Parágrafo único. É assegurado aos atendentes de
enfermagem, admitidos antes da vigência desta lei, o
exercício das atividades elementares da enfermagem,
Coren/PR - Legislação Básica

observado o disposto em seu artigo 15."


Art. 2º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 3º - Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 28 de dezembro de 1994;


173º da Independência e 106º da República.
ITAMAR FRANCO
Marcelo Pimentel

32
RESOLUÇÃO COFEN Nº 358/2009

Dispõe sobre a Sistematização da


Assistência de Enfermagem e a
implementação do Processo de
Enfermagem em ambientes, públicos
ou privados, em que ocorre o cuidado
profissional de Enfermagem, e dá
outras providências.......

O Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), no uso de


suas atribuições legais que lhe são conferidas pela Lei nº
5.905, de 12 de julho de 1973, e pelo Regimento da
Autarquia, aprovado pela Resolução COFEN nº 242, de
31 de agosto de 2000;
CONSIDERANDO o art. 5º, Inciso XIII, e o art. 196 da
Constituição da República Federativa do Brasil,
promulgada em 05 de outubro de 1988;

Coren/PR - Legislação Básica


CONSIDERANDO a Lei nº 7.498, de 25 de junho de
1986, e o Decreto nº 94.406, de 08 de junho de 1987, que a
regulamenta;
CONSIDERANDO os princípios fundamentais e as
normas do Código de Ética dos Profissionais de
Enfermagem, aprovado pela Resolução COFEN nº 311,
de 08 de fevereiro de 2007;
CONSIDERANDO a evolução dos conceitos de Consulta
de Enfermagem e de Sistematização da Assistência de
Enfermagem; CONSIDERANDO que a Sistematização
da Assistência de Enfermagem organiza o trabalho
profissional quanto ao método, pessoal e instrumentos,

33
tornando possível a operacionalização do processo de
Enfermagem;
CONSIDERANDO que o processo de Enfermagem é um
instrumento metodológico que orienta o cuidado
profissional de Enfermagem e a documentação da prática
profissional;
CONSIDERANDO que a operacionalização e
documentação do Processo de Enfermagem evidencia a
contribuição da Enfermagem na atenção à saúde da
população, aumentando a visibilidade e o reconhecimento
profissional;
CONSIDERANDO resultados de trabalho conjunto
havido entre representantes do COFEN e da Subcomissão
da Sistematização da Prática de Enfermagem e Diretoria
da Associação Brasileira de Enfermagem, Gestão 2007-
2010;
Coren/PR - Legislação Básica

e CONSIDERANDO tudo o mais que consta nos autos do


Processo nº 134/2009;
RESOLVE:
Art. 1º - O Processo de Enfermagem deve ser realizado,
de modo deliberado e sistemático, em todos os ambientes,
públicos ou privados, em que ocorre o cuidado
profissional de Enfermagem.
§ 1º – os ambientes de que trata o caput deste artigo
referem-se a instituições prestadoras de serviços de
internação hospitalar, instituições prestadoras de serviços
ambulatoriais de saúde, domicílios, escolas, associações
comunitárias, fábricas, entre outros.

34
§ 2º – quando realizado em instituições prestadoras de
serviços ambulatoriais de saúde, domicílios, escolas,
associações comunitárias, entre outros, o Processo de
Saúde de Enfermagem corresponde ao usualmente
denominado nesses ambientes como Consulta de
Enfermagem.
Art. 2º - O Processo de Enfermagem organiza-se em cinco
etapas inter-relacionadas, interdependentes e recorrentes:
I – Coleta de dados de Enfermagem (ou Histórico de
Enfermagem) – processo deliberado, sistemático e
contínuo, realizado com o auxílio de métodos e técnicas
variadas, que tem por finalidade a obtenção de
informações sobre a pessoa, família ou coletividade
humana e sobre suas respostas em um dado momento do
processo saúde e doença.
II – Diagnóstico de Enfermagem – processo de

Coren/PR - Legislação Básica


interpretação e agrupamento dos dados coletados na
primeira etapa, que culmina com a tomada de decisão
sobre os conceitos diagnósticos de enfermagem que
representam, com mais exatidão, as respostas da pessoa,
família ou coletividade humana em um dado momento do
processo saúde e doença; e que constituem a base para a
seleção das ações ou intervenções com as quais se objetiva
alcançar os resultados esperados.
III – Planejamento de Enfermagem – determinação dos
resultados que se espera alcançar; e das ações ou
intervenções de enfermagem que serão realizadas face às
respostas da pessoa, família ou coletividade humana em
um dado momento do processo saúde e doença,

35
identificadas na etapa de Diagnóstico de Enfermagem.
IV – Implementação – realização das ações ou
intervenções determinadas na etapa de Planejamento de
Enfermagem.
V – Avaliação de Enfermagem – processo deliberado,
sistemático e contínuo de verificação de mudanças nas
respostas da pessoa, família ou coletividade humana em
um dado momento do processo saúde doença, para
determinar se as ações ou intervenções de enfermagem
alcançaram o resultado esperado; e de verificação da
necessidade de mudanças ou adaptações nas etapas do
Processo de Enfermagem.
Art. 3º - O Processo de Enfermagem deve estar baseado
num suporte teórico que oriente a coleta de dados, o
estabelecimento de diagnósticos de enfermagem e o
planejamento das ações ou intervenções de enfermagem;
Coren/PR - Legislação Básica

e que forneça a base para a avaliação dos resultados de


enfermagem alcançados.
Art. 4º - Ao enfermeiro, observadas as disposições da Lei
nº 7.498, de 25 de junho de 1986 e do Decreto nº 94.406,
de 08 de junho de 1987, que a regulamenta, incumbe a
liderança na execução e avaliação do Processo de
Enfermagem, de modo a alcançar os resultados de
enfermagem esperados, cabendo-lhe, privativamente, o
diagnóstico de enfermagem acerca das respostas da
pessoa, família ou coletividade humana em um dado
momento do processo saúde e doença, bem como a
prescrição das ações ou intervenções de enfermagem a
serem realizadas, face a essas respostas.

36
Art. 5º - O Técnico de Enfermagem e o Auxiliar de
Enfermagem, em conformidade com o disposto na Lei nº
7.498, de 25 de junho de 1986, e do Decreto 94.406, de 08
de junho de 1987, que a regulamenta, participam da
execução do Processo de Enfermagem, naquilo que lhes
couber, sob a supervisão e orientação do Enfermeiro.
Art. 6º - A execução do Processo de Enfermagem deve ser
registrada formalmente, envolvendo:
a) um resumo dos dados coletados sobre a pessoa, família
ou coletividade humana em um dado momento do
processo saúde e doença;
b) os diagnósticos de enfermagem acerca das respostas da
pessoa, família ou coletividade humana em um dado
momento do processo saúde e doença;
c) as ações ou intervenções de enfermagem realizadas
face aos diagnósticos de enfermagem identificados;

Coren/PR - Legislação Básica


d) os resultados alcançados como consequência das ações
ou intervenções de enfermagem realizadas.
Art. 7º - Compete ao Conselho Federal de Enfermagem e
aos Conselhos Regionais de Enfermagem, no ato que lhes
couber, promover as condições, entre as quais, firmar
convênios ou estabelecer parcerias, para o cumprimento
desta Resolução.
Art. 8º - Esta Resolução entra em vigor na data de sua
publicação, revogando-se as disposições contrárias, em
especial, a Resolução COFEN nº 272/2002.

37
Brasília-DF, 15 de outubro de 2009.
MANOEL CARLOS NERI DA SILVA
COREN-RO nº 63.592
Presidente
GELSON LUIZ DE ALBUQUERQUE
COREN-SC nº. 25.336
Primeiro-Secretário

RESOLUÇÃO COFEN Nº 564/2017

O Conselho Federal de Enfermagem – Cofen,


no uso das atribuições que lhe são conferidas pela Lei nº
5.905, de 12 de julho de 1973, e pelo Regimento da
Coren/PR - Legislação Básica

Autarquia, aprovado pela Resolução Cofen nº 421, de 15 de


fevereiro de 2012, e
CONSIDERANDO que nos termos do inciso III do artigo
8º da Lei 5.905, de 12 de julho de 1973, compete ao Cofen
elaborar o Código de Deontologia de Enfermagem e
alterá-lo, quando necessário, ouvidos os Conselhos
Regionais;
CONSIDERANDO que o Código de Deontologia de
Enfermagem deve submeter-se aos dispositivos
constitucionais vigentes;

38
CONSIDERANDO a Declaração Universal dos Direitos
Humanos, promulgada pela Assembleia Geral das Nações
Unidas (1948) e adotada pela Convenção de Genebra
(1949), cujos postulados estão contidos no Código de
Ética do Conselho Internacional de Enfermeiras (1953,
revisado em 2012);
CONSIDERANDO a Declaração Universal sobre
Bioética e Direitos Humanos (2005);
CONSIDERANDO o Código de Deontologia de
Enfermagem do Conselho Federal de Enfermagem
(1976), o Código de Ética dos Profissionais de
Enfermagem (1993, reformulado em 2000 e 2007), as
normas nacionais de pesquisa (Resolução do Conselho

Coren/PR - Legislação Básica


Nacional de Saúde – CNS nº 196/1996), revisadas pela
Resolução nº 466/2012, e as normas internacionais sobre
pesquisa envolvendo seres humanos;
CONSIDERANDO a proposta de Reformulação do
Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem,
consolidada na 1ª Conferência Nacional de Ética na
Enfermagem – 1ª CONEENF, ocorrida no período de 07 a
09 de junho de 2017, em Brasília – DF, realizada pelo
Conselho Federal de Enfermagem e Coordenada pela
Comissão Nacional de Reformulação do Código de Ética

39
dos Profissionais de Enfermagem, instituída pela Portaria
Cofen nº 1.351/2016;
CONSIDERANDO a Lei nº 11.340, de 07 de agosto de
2006 (Lei Maria da Penha) que cria mecanismos para
coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher,
nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição Federal e a
Lei nº 10.778, de 24 de novembro de 2003, que estabelece
a notificação compulsória, no território nacional, nos
casos de violência contra a mulher que for atendida em
serviços de saúde públicos e privados;
CONSIDERANDO a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990,
que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente;
CONSIDERANDO a Lei nº. 10.741, de 01 de outubro de
Coren/PR - Legislação Básica

2003, que dispõe sobre o Estatuto do Idoso;


CONSIDERANDO a Lei nº. 10.216, de 06 de abril de
2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas
portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo
assistencial em saúde mental;
CONSIDERANDO a Lei 8.080, de 19 de setembro de
1990, que dispõe sobre as condições para a promoção,
proteção e recuperação da saúde, a organização e o
funcionamento dos serviços correspondentes;
CONSIDERANDO as sugestões apresentadas na

40
Assembleia Extraordinária de Presidentes dos Conselhos
Regionais de Enfermagem, ocorrida na sede do Cofen, em
Brasília, Distrito Federal, no dia 18 de julho de 2017, e
CONSIDERANDO a deliberação do Plenário do
Conselho Federal de Enfermagem em sua 491ª Reunião
Ordinária,
RESOLVE:
Art. 1º - Aprovar o novo Código de Ética dos Profissionais
de Enfermagem, conforme o anexo desta Resolução, para
observância e respeito dos profissionais de Enfermagem,
que poderá ser consultado através do sítio de internet do
Cofen (www.cofen.gov.br).
Art. 2º - Este Código aplica-se aos Enfermeiros, Técnicos

Coren/PR - Legislação Básica


de Enfermagem, Auxiliares de Enfermagem, Obstetrizes e
Parteiras, bem como aos atendentes de Enfermagem.
Art. 3º - Os casos omissos serão resolvidos pelo Conselho
Federal de Enfermagem.
Art. 4º - Este Código poderá ser alterado pelo Conselho
Federal de Enfermagem, por proposta de 2/3 dos
Conselheiros Efetivos do Conselho Federal ou mediante
proposta de 2/3 dos Conselhos Regionais.
Parágrafo Único. A alteração referida deve ser precedida
de ampla discussão com a categoria, coordenada pelos

41
Conselhos Regionais, sob a coordenação geral do
Conselho Federal de Enfermagem, em formato de
Conferência Nacional, precedida de Conferências
Regionais.
Art. 5º - A presente Resolução entrará em vigor 120 (cento
e vinte) dias a partir da data de sua publicação no Diário
Oficial da União, revogando-se as disposições em
contrário, em especial a Resolução Cofen nº 311/2007, de
08 de fevereiro de 2007.

Brasília, 6 de novembro de 2017.

MANOEL CARLOS N. DA SILVA


Coren/PR - Legislação Básica

COREN-RO N° 63592
Presidente
MARIA R. F. B. SAMPAIO
COREN-PI N° 19084
Primeira-Secretária

42
CÓDIGO DE ÉTICA DOS
PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM

ANEXO DA RESOLUÇÃO COFEN N° 564/2017

PREÂMBULO
O Conselho Federal de Enfermagem, ao revisar o Código
de Ética dos Profissionais de Enfermagem – CEPE,
norteou-se por princípios fundamentais, que representam
imperativos para a conduta profissional e consideram que
a Enfermagem é uma ciência, arte e uma prática social,
indispensável à organização e ao funcionamento dos
serviços de saúde; tem como responsabilidades a
promoção e a restauração da saúde, a prevenção de
agravos e doenças e o alívio do sofrimento; proporciona

Coren/PR - Legislação Básica


cuidados à pessoa, à família e à coletividade; organiza
suas ações e intervenções de modo autônomo, ou em
colaboração com outros profissionais da área; tem direito
a remuneração justa e a condições adequadas de trabalho,
que possibilitem um cuidado profissional seguro e livre de
danos. Sobretudo, esses princípios fundamentais
reafirmam que o respeito aos direitos humanos é inerente
ao exercício da profissão, o que inclui os direitos da pessoa
à vida, à saúde, à liberdade, à igualdade, à segurança
pessoal, à livre escolha, à dignidade e a ser tratada sem

43
distinção de classe social, geração, etnia, cor, crença
religiosa, cultura, incapacidade, deficiência, doença,
identidade de gênero, orientação sexual, nacionalidade,
convicção política, raça ou condição social.
Inspirado nesse conjunto de princípios é que o Conselho
Federal de Enfermagem, no uso das atribuições que lhe
são conferidas pelo Art. 8º, inciso III, da Lei nº 5.905, de
12 de julho de 1973, aprova e edita esta nova revisão do
CEPE, exortando os profissionais de Enfermagem à sua
fiel observância e cumprimento.

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
A Enfermagem é comprometida com a produção e gestão
Coren/PR - Legislação Básica

do cuidado prestado nos diferentes contextos


socioambientais e culturais em resposta às necessidades
da pessoa, família e coletividade.
O profissional de Enfermagem atua com autonomia e em
consonância com os preceitos éticos e legais, técnico-
científico e teórico-filosófico; exerce suas atividades com
competência para promoção do ser humano na sua
integralidade, de acordo com os Princípios da Ética e da
Bioética, e participa como integrante da equipe de
Enfermagem e de saúde na defesa das Políticas Públicas,

44
com ênfase nas políticas de saúde que garantam a
universalidade de acesso, integralidade da assistência,
resolutividade, preservação da autonomia das pessoas,
participação da comunidade, hierarquização e
descentralização político-administrativa dos serviços de
saúde.
O cuidado da Enfermagem se fundamenta no
conhecimento próprio da profissão e nas ciências
humanas, sociais e aplicadas e é executado pelos
profissionais na prática social e cotidiana de assistir,
gerenciar, ensinar, educar e pesquisar.

CAPÍTULO I – DOS DIREITOS

Coren/PR - Legislação Básica


Art. 1º - Exercer a Enfermagem com liberdade, segurança
técnica, científica e ambiental, autonomia, e ser tratado
sem discriminação de qualquer natureza, segundo os
princípios e pressupostos legais, éticos e dos direitos
humanos.
Art. 2º - Exercer atividades em locais de trabalho livre de
riscos e danos e violências física e psicológica à saúde do
trabalhador, em respeito à dignidade humana e à proteção
dos direitos dos profissionais de enfermagem.
Art. 3º - Apoiar e/ou participar de movimentos de defesa

45
da dignidade profissional, do exercício da cidadania e das
reivindicações por melhores condições de assistência,
trabalho e remuneração, observados os parâmetros e
limites da legislação vigente.
Art. 4º - Participar da prática multiprofissional,
interdisciplinar e transdisciplinar com responsabilidade,
autonomia e liberdade, observando os preceitos éticos e
legais da profissão.
Art. 5º - Associar-se, exercer cargos e participar de
Organizações da Categoria e Órgãos de Fiscalização do
Exercício Profissional, atendidos os requisitos legais.
Art. 6º - Aprimorar seus conhecimentos técnico-
científicos, ético-políticos, socioeducativos, históricos e
Coren/PR - Legislação Básica

culturais que dão sustentação à prática profissional.


Art. 7º - Ter acesso às informações relacionadas à pessoa,
família e coletividade, necessárias ao exercício
profissional.
Art. 8º - Requerer ao Conselho Regional de Enfermagem,
de forma fundamentada, medidas cabíveis para obtenção
de desagravo público em decorrência de ofensa sofrida no
exercício profissional ou que atinja a profissão.
Art. 9º - Recorrer ao Conselho Regional de Enfermagem,
de forma fundamentada, quando impedido de cumprir o

46
presente Código, a Legislação do Exercício Profissional e
as Resoluções, Decisões e Pareceres Normativos
emanados pelo Sistema Cofen/Conselhos Regionais de
Enfermagem.
Art. 10 - Ter acesso, pelos meios de informação
disponíveis, às diretrizes políticas, normativas e
protocolos institucionais, bem como participar de sua
elaboração.
Art. 11 - Formar e participar da Comissão de Ética de
Enfermagem, bem como de comissões interdisciplinares
da instituição em que trabalha.
Art. 12 - Abster-se de revelar informações confidenciais
de que tenha conhecimento em razão de seu exercício

Coren/PR - Legislação Básica


profissional.
Art. 13 - Suspender as atividades, individuais ou
coletivas, quando o local de trabalho não oferecer
condições seguras para o exercício profissional e/ou
desrespeitar a legislação vigente, ressalvadas as situações
de urgência e emergência, devendo formalizar
imediatamente sua decisão por escrito e/ou por meio de
correio eletrônico à instituição e ao Conselho Regional de
Enfermagem.
Art. 14 - Aplicar o processo de Enfermagem como

47
instrumento metodológico para planejar, implementar,
avaliar e documentar o cuidado à pessoa, família e
coletividade.
Art. 15 - Exercer cargos de direção, gestão e coordenação,
no âmbito da saúde ou de qualquer área direta ou
indiretamente relacionada ao exercício profissional da
Enfermagem.
Art. 16 - Conhecer as atividades de ensino, pesquisa e
extensão que envolvam pessoas e/ou local de trabalho sob
sua responsabilidade profissional.
Art. 17 - Realizar e participar de atividades de ensino,
pesquisa e extensão, respeitando a legislação vigente.
Art. 18 - Ter reconhecida sua autoria ou participação em
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pesquisa, extensão e produção técnico-científica.


Art. 19 - Utilizar-se de veículos de comunicação, mídias
sociais e meios eletrônicos para conceder entrevistas,
ministrar cursos, palestras, conferências, sobre assuntos
de sua competência e/ou divulgar eventos com finalidade
educativa e de interesse social.
Art. 20 - Anunciar a prestação de serviços para os quais
detenha habilidades e competências técnico-científicas e
legais.
Art. 21 - Negar-se a ser filmado, fotografado e exposto em

48
mídias sociais durante o desempenho de suas atividades
profissionais.
Art. 22 - Recusar-se a executar atividades que não sejam
de sua competência técnica, científica, ética e legal ou que
não ofereçam segurança ao profissional, à pessoa, à
família e à coletividade.
Art. 23 - Requerer junto ao gestor a quebra de vínculo da
relação profissional/usuários quando houver risco à sua
integridade física e moral, comunicando ao Coren e
assegurando a continuidade da assistência de
Enfermagem.

CAPÍTULO II – DOS DEVERES

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Art. 24 - Exercer a profissão com justiça, compromisso,
equidade, resolutividade, dignidade, competência,
responsabilidade, honestidade e lealdade.
Art. 25 - Fundamentar suas relações no direito, na
prudência, no respeito, na solidariedade e na diversidade
de opinião e posição ideológica.
Art. 26 - Conhecer, cumprir e fazer cumprir o Código de
Ética dos Profissionais de Enfermagem e demais
normativos do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de
Enfermagem.

49
Art. 27 - Incentivar e apoiar a participação dos
profissionais de Enfermagem no desempenho de
atividades em organizações da categoria.
Art. 28 - Comunicar formalmente ao Conselho Regional
de Enfermagem e aos órgãos competentes fatos que
infrinjam dispositivos éticos-legais e que possam
prejudicar o exercício profissional e a segurança à saúde
da pessoa, família e coletividade.
Art. 29 - Comunicar formalmente, ao Conselho Regional
de Enfermagem, fatos que envolvam recusa e/ou
demissão de cargo, função ou emprego, motivado pela
necessidade do profissional em cumprir o presente Código
e a legislação do exercício profissional.
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Art. 30 - Cumprir, no prazo estabelecido, determinações,


notificações, citações, convocações e intimações do
Sistema Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem.
Art. 31 - Colaborar com o processo de fiscalização do
exercício profissional e prestar informações fidedignas,
permitindo o acesso a documentos e a área física
institucional.
Art. 32 - Manter inscrição no Conselho Regional de
Enfermagem, com jurisdição na área onde ocorrer o
exercício profissional.

50
Art. 33 - Manter os dados cadastrais atualizados junto ao
Conselho Regional de Enfermagem de sua jurisdição.
Art. 34 - Manter regularizadas as obrigações financeiras
junto ao Conselho Regional de Enfermagem de sua
jurisdição.
Art. 35 - Apor nome completo e/ou nome social, ambos
legíveis, número e categoria de inscrição no Conselho
Regional de Enfermagem, assinatura ou rubrica nos
documentos, quando no exercício profissional.
§ 1º É facultado o uso do carimbo, com nome completo,
número e categoria de inscrição no Coren, devendo
constar a assinatura ou rubrica do profissional.
§ 2º Quando se tratar de prontuário eletrônico, a assinatura

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deverá ser certificada, conforme legislação vigente.
Art. 36 - Registrar no prontuário e em outros documentos
as informações inerentes e indispensáveis ao processo de
cuidar de forma clara, objetiva, cronológica, legível,
completa e sem rasuras.
Art. 37 - Documentar formalmente as etapas do processo
de Enfermagem, em consonância com sua competência
legal.
Art. 38 - Prestar informações escritas e/ou verbais,
completas e fidedignas, necessárias à continuidade da

51
assistência e segurança do paciente.
Art. 39 - Esclarecer à pessoa, família e coletividade, a
respeito dos direitos, riscos, benefícios e intercorrências
acerca da assistência de Enfermagem.
Art. 40 - Orientar à pessoa e família sobre preparo,
benefícios, riscos e consequências decorrentes de exames
e de outros procedimentos, respeitando o direito de recusa
da pessoa ou de seu representante legal.
Art. 41 - Prestar assistência de Enfermagem sem
discriminação de qualquer natureza.
Art. 42 - Respeitar o direito do exercício da autonomia da
pessoa ou de seu representante legal na tomada de decisão,
livre e esclarecida, sobre sua saúde, segurança,
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tratamento, conforto, bem-estar, realizando ações


necessárias, de acordo com os princípios éticos e legais.
Parágrafo único. Respeitar as diretivas antecipadas da
pessoa no que concerne às decisões sobre cuidados e
tratamentos que deseja ou não receber no momento em
que estiver incapacitado de expressar, livre e
autonomamente, suas vontades.
Art. 43 - Respeitar o pudor, a privacidade e a intimidade
da pessoa, em todo seu ciclo vital e nas situações de morte
e pós-morte.

52
Art. 44 - Prestar assistência de Enfermagem em condições
que ofereçam segurança, mesmo em caso de suspensão
das atividades profissionais decorrentes de movimentos
reivindicatórios da categoria.
Parágrafo único. Será respeitado o direito de greve e, nos
casos de movimentos reivindicatórios da categoria,
deverão ser prestados os cuidados mínimos que garantam
uma assistência segura, conforme a complexidade do
paciente.
Art. 45 - Prestar assistência de Enfermagem livre de
danos decorrentes de imperícia, negligência ou
imprudência.
Art. 46 - Recusar-se a executar prescrição de

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Enfermagem e Médica na qual não constem assinatura e
número de registro do profissional prescritor, exceto em
situação de urgência e emergência.
§ 1º O profissional de Enfermagem deverá recusar-se a
executar prescrição de Enfermagem e Médica em caso de
identificação de erro e/ou ilegibilidade da mesma,
devendo esclarecer com o prescritor ou outro profissional,
registrando no prontuário.
§ 2º É vedado ao profissional de Enfermagem o
cumprimento de prescrição à distância, exceto em casos

53
de urgência e emergência e regulação, conforme
Resolução vigente.
Art. 47 - Posicionar-se contra, e denunciar aos órgãos
competentes, ações e procedimentos de membros da
equipe de saúde, quando houver risco de danos
decorrentes de imperícia, negligência e imprudência ao
paciente, visando a proteção da pessoa, família e
coletividade.
Art. 48 - Prestar assistência de Enfermagem promovendo
a qualidade de vida à pessoa e família no processo do
nascer, viver, morrer e luto.
Parágrafo único. Nos casos de doenças graves incuráveis
e terminais com risco iminente de morte, em consonância
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com a equipe multiprofissional, oferecer todos os


cuidados paliativos disponíveis para assegurar o conforto
físico, psíquico, social e espiritual, respeitada a vontade da
pessoa ou de seu representante legal.
Art. 49 - Disponibilizar assistência de Enfermagem à
coletividade em casos de emergência, epidemia,
catástrofe e desastre, sem pleitear vantagens pessoais,
quando convocado.
Art. 50 - Assegurar a prática profissional mediante
consentimento prévio do paciente, representante ou

54
responsável legal, ou decisão judicial.
Parágrafo único. Ficam resguardados os casos em que
não haja capacidade de decisão por parte da pessoa, ou na
ausência do representante ou responsável legal.
Art. 51 - Responsabilizar-se por falta cometida em suas
atividades profissionais, independentemente de ter sido
praticada individual ou em equipe, por imperícia,
imprudência ou negligência, desde que tenha participação
e/ou conhecimento prévio do fato.
Parágrafo único. Quando a falta for praticada em equipe,
a responsabilidade será atribuída na medida do(s) ato(s)
praticado(s) individualmente.
Art. 52 - Manter sigilo sobre fato de que tenha

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conhecimento em razão da atividade profissional, exceto
nos casos previstos na legislação ou por determinação
judicial, ou com o consentimento escrito da pessoa
envolvida ou de seu representante ou responsável legal.
§ 1º Permanece o dever mesmo quando o fato seja de
conhecimento público e em caso de falecimento da pessoa
envolvida.
§ 2º O fato sigiloso deverá ser revelado em situações de
ameaça à vida e à dignidade, na defesa própria ou em
atividade multiprofissional, quando necessário à

55
prestação da assistência.
§ 3º O profissional de Enfermagem intimado como
testemunha deverá comparecer perante a autoridade e, se
for o caso, declarar suas razões éticas para manutenção do
sigilo profissional.
§ 4º É obrigatória a comunicação externa, para os órgãos
de responsabilização criminal, independentemente de
autorização, de casos de violência contra: crianças e
adolescentes; idosos; e pessoas incapacitadas ou sem
condições de firmar consentimento.
§ 5º A comunicação externa para os órgãos de
responsabilização criminal em casos de violência
doméstica e familiar contra mulher adulta e capaz será
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devida, independentemente de autorização, em caso de


risco à comunidade ou à vítima, a juízo do profissional e
com conhecimento prévio da vítima ou do seu
responsável.
Art. 53 - Resguardar os preceitos éticos e legais da
profissão quanto ao conteúdo e imagem veiculados nos
diferentes meios de comunicação e publicidade.
Art. 54 - Estimular e apoiar a qualificação e o
aperfeiçoamento técnico-científico, ético-político,
socioeducativo e cultural dos profissionais de

56
Enfermagem sob sua supervisão e coordenação.
Art. 55 - Aprimorar os conhecimentos técnico-científicos,
ético-políticos, socioeducativos e culturais, em benefício
da pessoa, família e coletividade e do desenvolvimento da
profissão.
Art. 56 - Estimular, apoiar, colaborar e promover o
desenvolvimento de atividades de ensino, pesquisa e
extensão, devidamente aprovados nas instâncias
deliberativas.
Art. 57 - Cumprir a legislação vigente para a pesquisa
envolvendo seres humanos.
Art. 58 - Respeitar os princípios éticos e os direitos
autorais no processo de pesquisa, em todas as etapas.

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Art. 59 - Somente aceitar encargos ou atribuições quando
se julgar técnica, científica e legalmente apto para o
desempenho seguro para si e para outrem.
Art. 60 - Respeitar, no exercício da profissão, a legislação
vigente relativa à preservação do meio ambiente no
gerenciamento de resíduos de serviços de saúde.

CAPÍTULO III – DAS PROIBIÇÕES


Art. 61 - Executar e/ou determinar atos contrários ao
Código de Ética e à legislação que disciplina o exercício

57
da Enfermagem.
Art. 62 - Executar atividades que não sejam de sua
competência técnica, científica, ética e legal ou que não
ofereçam segurança ao profissional, à pessoa, à família e à
coletividade.
Art. 63 - Colaborar ou acumpliciar-se com pessoas físicas
ou jurídicas que desrespeitem a legislação e princípios que
disciplinam o exercício profissional de Enfermagem.
Art. 64 - Provocar, cooperar, ser conivente ou omisso
diante de qualquer forma ou tipo de violência contra a
pessoa, família e coletividade, quando no exercício da
profissão.
Art. 65 - Aceitar cargo, função ou emprego vago em
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decorrência de fatos que envolvam recusa ou demissão


motivada pela necessidade do profissional em cumprir o
presente código e a legislação do exercício profissional;
bem como pleitear cargo, função ou emprego ocupado por
colega, utilizando-se de concorrência desleal.
Art. 66 - Permitir que seu nome conste no quadro de
pessoal de qualquer instituição ou estabelecimento
congênere, quando, nestas, não exercer funções de
enfermagem estabelecidas na legislação.
Art. 67 - Receber vantagens de instituição, empresa,

58
pessoa, família e coletividade, além do que lhe é devido,
como forma de garantir assistência de Enfermagem
diferenciada ou benefícios de qualquer natureza para si ou
para outrem.
Art. 68 - Valer-se, quando no exercício da profissão, de
mecanismos de coação, omissão ou suborno, com pessoas
físicas ou jurídicas, para conseguir qualquer tipo de
vantagem.
Art. 69 - Utilizar o poder que lhe confere a posição ou
cargo, para impor ou induzir ordens, opiniões, ideologias
políticas ou qualquer tipo de conceito ou preconceito que
atentem contra a dignidade da pessoa humana, bem como
dificultar o exercício profissional.

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Art. 70 - Utilizar dos conhecimentos de enfermagem para
praticar atos tipificados como crime ou contravenção
penal, tanto em ambientes onde exerça a profissão, quanto
naqueles em que não a exerça, ou qualquer ato que infrinja
os postulados éticos e legais.
Art. 71 - Promover ou ser conivente com injúria, calúnia e
difamação de pessoa e família, membros das equipes de
Enfermagem e de saúde, organizações da Enfermagem,
trabalhadores de outras áreas e instituições em que exerce
sua atividade profissional.

59
Art. 72 - Praticar ou ser conivente com crime,
contravenção penal ou qualquer outro ato que infrinja
postulados éticos e legais, no exercício profissional.
Art. 73 - Provocar aborto, ou cooperar em prática
destinada a interromper a gestação, exceto nos casos
permitidos pela legislação vigente.
Parágrafo único. Nos casos permitidos pela legislação, o
profissional deverá decidir de acordo com a sua
consciência sobre sua participação, desde que seja
garantida a continuidade da assistência.
Art. 74 - Promover ou participar de prática destinada a
antecipar a morte da pessoa.
Art. 75 - Praticar ato cirúrgico, exceto nas situações de
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emergência ou naquelas expressamente autorizadas na


legislação, desde que possua competência técnica-
científica necessária.
Art. 76 - Negar assistência de enfermagem em situações
de urgência, emergência, epidemia, desastre e catástrofe,
desde que não ofereça risco a integridade física do
profissional.
Art. 77 - Executar procedimentos ou participar da
assistência à saúde sem o consentimento formal da pessoa
ou de seu representante ou responsável legal, exceto em

60
iminente risco de morte.
Art. 78 - Administrar medicamentos sem conhecer
indicação, ação da droga, via de administração e
potenciais riscos, respeitados os graus de formação do
profissional.
Art. 79 - Prescrever medicamentos que não estejam
estabelecidos em programas de saúde pública e/ou em
rotina aprovada em instituição de saúde, exceto em
situações de emergência.
Art. 80 - Executar prescrições e procedimentos de
qualquer natureza que comprometam a segurança da
pessoa.
Art. 81 - Prestar serviços que, por sua natureza, competem

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a outro profissional, exceto em caso de emergência, ou que
estiverem expressamente autorizados na legislação
vigente.
Art. 82 - Colaborar, direta ou indiretamente, com outros
profissionais de saúde ou áreas vinculadas, no
descumprimento da legislação referente aos transplantes
de órgãos, tecidos, esterilização humana, reprodução
assistida ou manipulação genética.
Art. 83 - Praticar, individual ou coletivamente, quando no
exercício profissional, assédio moral, sexual ou de

61
qualquer natureza, contra pessoa, família, coletividade ou
qualquer membro da equipe de saúde, seja por meio de
atos ou expressões que tenham por consequência atingir a
dignidade ou criar condições humilhantes e
constrangedoras.
Art. 84 - Anunciar formação profissional, qualificação e
título que não possa comprovar.
Art. 85 - Realizar ou facilitar ações que causem prejuízo
ao patrimônio das organizações da categoria.
Art. 86 - Produzir, inserir ou divulgar informação
inverídica ou de conteúdo duvidoso sobre assunto de sua
área profissional.
Parágrafo único. Fazer referência a casos, situações ou
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fatos, e inserir imagens que possam identificar pessoas ou


instituições sem prévia autorização, em qualquer meio de
comunicação.
Art. 87 - Registrar informações incompletas, imprecisas
ou inverídicas sobre a assistência de Enfermagem
prestada à pessoa, família ou coletividade.
Art. 88 - Registrar e assinar as ações de Enfermagem que
não executou, bem como permitir que suas ações sejam
assinadas por outro profissional.
Art. 89 - Disponibilizar o acesso a informações e

62
documentos a terceiros que não estão diretamente
envolvidos na prestação da assistência de saúde ao
paciente, exceto quando autorizado pelo paciente,
representante legal ou responsável legal, por
determinação judicial.
Art. 90 - Negar, omitir informações ou emitir falsas
declarações sobre o exercício profissional quando
solicitado pelo Conselho Regional de Enfermagem e/ou
Comissão de Ética de Enfermagem.
Art. 91 - Delegar atividades privativas do(a)
Enfermeiro(a) a outro membro da equipe de Enfermagem,
exceto nos casos de emergência.
Parágrafo único. Fica proibido delegar atividades

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privativas a outros membros da equipe de saúde.
Art. 92 - Delegar atribuições dos(as) profissionais de
enfermagem, previstas na legislação, para acompanhantes
e/ou responsáveis pelo paciente.
Parágrafo único. O dispositivo no caput não se aplica nos
casos da atenção domiciliar para o autocuidado apoiado.
Art. 93 - Eximir-se da responsabilidade legal da
assistência prestada aos pacientes sob seus cuidados
realizados por alunos e/ou estagiários sob sua supervisão
e/ou orientação.

63
Art. 94 - Apropriar-se de dinheiro, valor, bem móvel ou
imóvel, público ou particular, que esteja sob sua
responsabilidade em razão do cargo ou do exercício
profissional, bem como desviá-lo em proveito próprio ou
de outrem.
Art. 95 - Realizar ou participar de atividades de ensino,
pesquisa e extensão, em que os direitos inalienáveis da
pessoa, família e coletividade sejam desrespeitados ou
ofereçam quaisquer tipos de riscos ou danos previsíveis
aos envolvidos.
Art. 96 - Sobrepor o interesse da ciência ao interesse e
segurança da pessoa, família e coletividade.
Art. 97 - Falsificar ou manipular resultados de pesquisa,
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bem como usá-los para fins diferentes dos objetivos


previamente estabelecidos.
Art. 98 - Publicar resultados de pesquisas que
identifiquem o participante do estudo e/ou instituição
envolvida, sem a autorização prévia.
Art. 99 - Divulgar ou publicar, em seu nome, produção
técnico-científica ou instrumento de organização formal
do qual não tenha participado ou omitir nomes de
coautores e colaboradores.
Art. 100 - Utilizar dados, informações, ou opiniões ainda

64
não publicadas, sem referência do autor ou sem a sua
autorização.
Art. 101 - Apropriar-se ou utilizar produções técnico-
científicas, das quais tenha ou não participado como autor,
sem concordância ou concessão dos demais partícipes.
Art. 102 - Aproveitar-se de posição hierárquica para fazer
constar seu nome como autor ou coautor em obra técnico-
científica.

CAPÍTULO IV – DAS INFRAÇÕES E


PENALIDADES
Art. 103 - A caracterização das infrações éticas e
disciplinares, bem como a aplicação das respectivas

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penalidades regem-se por este Código, sem prejuízo das
sanções previstas em outros dispositivos legais.
Art. 104 - Considera-se infração ética e disciplinar a ação,
omissão ou conivência que implique em desobediência
e/ou inobservância às disposições do Código de Ética dos
Profissionais de Enfermagem, bem como a inobservância
das normas do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de
Enfermagem.
Art. 105 - O(a) Profissional de Enfermagem responde
pela infração ética e/ou disciplinar, que cometer ou

65
contribuir para sua prática, e, quando cometida(s) por
outrem, dela(s) obtiver benefício.
Art. 106 - A gravidade da infração é caracterizada por
meio da análise do(s) fato(s), do(s) ato(s) praticado(s) ou
ato(s) omissivo(s), e do(s) resultado(s).
Art. 107 - A infração é apurada em processo instaurado e
conduzido nos termos do Código de Processo Ético-
Disciplinar vigente, aprovado pelo Conselho Federal de
Enfermagem.
Art. 108 - As penalidades a serem impostas pelo Sistema
Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem, conforme o
que determina o art. 18, da Lei n° 5.905, de 12 de julho de
1973, são as seguintes:
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I – Advertência verbal;
II – Multa;
III – Censura;
IV – Suspensão do Exercício Profissional;
V – Cassação do direito ao Exercício Profissional.
§ 1º A advertência verbal consiste na admoestação ao
infrator, de forma reservada, que será registrada no
prontuário do mesmo, na presença de duas testemunhas.
§ 2º A multa consiste na obrigatoriedade de pagamento de
01 (um) a 10 (dez) vezes o valor da anuidade da categoria

66
profissional à qual pertence o infrator, em vigor no ato do
pagamento.
§ 3º A censura consiste em repreensão que será divulgada
nas publicações oficiais do Sistema Cofen/Conselhos
Regionais de Enfermagem e em jornais de grande
circulação.
§ 4º A suspensão consiste na proibição do exercício
profissional da Enfermagem por um período de até 90
(noventa) dias e será divulgada nas publicações oficiais do
Sistema Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem,
jornais de grande circulação e comunicada aos órgãos
empregadores.
§ 5º A cassação consiste na perda do direito ao exercício da

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Enfermagem por um período de até 30 anos e será
divulgada nas publicações do Sistema Cofen/Conselhos
Regionais de Enfermagem e em jornais de grande
circulação.
§ 6º As penalidades aplicadas deverão ser registradas no
prontuário do infrator.
§ 7º Nas penalidades de suspensão e cassação, o
profissional terá sua carteira retida no ato da notificação,
em todas as categorias em que for inscrito, sendo
devolvida após o cumprimento da pena e, no caso da

67
cassação, após o processo de reabilitação.
Art. 109 - As penalidades, referentes à advertência verbal,
multa, censura e suspensão do exercício profissional, são
da responsabilidade do Conselho Regional de
Enfermagem, serão registradas no prontuário do
profissional de Enfermagem; a pena de cassação do direito
ao exercício profissional é de competência do Conselho
Federal de Enfermagem, conforme o disposto no art. 18,
parágrafo primeiro, da Lei n° 5.905/73.
Parágrafo único. Na situação em que o processo tiver
origem no Conselho Federal de Enfermagem e nos casos
de cassação do exercício profissional, terá como instância
superior a Assembleia de Presidentes dos Conselhos de
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Enfermagem.
Art. 110 - Para a graduação da penalidade e respectiva
imposição consideram-se:
I – A gravidade da infração;
II – As circunstâncias agravantes e atenuantes da infração;
III – O dano causado e o resultado;
IV – Os antecedentes do infrator.
Art. 111 - As infrações serão consideradas leves,
moderadas, graves ou gravíssimas, segundo a natureza do
ato e a circunstância de cada caso.

68
§ 1º São consideradas infrações leves as que ofendam a
integridade física, mental ou moral de qualquer pessoa,
sem causar debilidade ou aquelas que venham a difamar
organizações da categoria ou instituições ou ainda que
causem danos patrimoniais ou financeiros.
§ 2º São consideradas infrações moderadas as que
provoquem debilidade temporária de membro, sentido ou
função na pessoa ou ainda as que causem danos mentais,
morais, patrimoniais ou financeiros.
§ 3º São consideradas infrações graves as que provoquem
perigo de morte, debilidade permanente de membro,
sentido ou função, dano moral irremediável na pessoa ou
ainda as que causem danos mentais, morais, patrimoniais

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ou financeiros.
§ 4º São consideradas infrações gravíssimas as que
provoquem a morte, debilidade permanente de membro,
sentido ou função, dano moral irremediável na pessoa.
Art. 112 - São consideradas circunstâncias atenuantes:
I – Ter o infrator procurado, logo após a infração, por sua
espontânea vontade e com eficiência, evitar ou minorar as
consequências do seu ato;
II – Ter bons antecedentes profissionais;
III – Realizar atos sob coação e/ou intimidação ou grave

69
ameaça;
IV – Realizar atos sob emprego real de força física;
V – Ter confessado espontaneamente a autoria da
infração;
VI – Ter colaborado espontaneamente com a elucidação
dos fatos.
Art. 113 - São consideradas circunstâncias agravantes:
I – Ser reincidente;
II – Causar danos irreparáveis;
III – Cometer infração dolosamente;
IV – Cometer a infração por motivo fútil ou torpe;
V – Facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a
impunidade ou a vantagem de outra infração;
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VI – Aproveitar-se da fragilidade da vítima;


VII – Cometer a infração com abuso de autoridade ou
violação do dever inerente ao cargo ou função ou
exercício profissional;
VIII – Ter maus antecedentes profissionais;
IX – Alterar ou falsificar prova, ou concorrer para a
desconstrução de fato que se relacione com o apurado na
denúncia durante a condução do processo ético.

70
CAPÍTULO V – DA APLICAÇÃO DAS
PENALIDADES
Art. 114 - As penalidades previstas neste Código somente
poderão ser aplicadas, cumulativamente, quando houver
infração a mais de um artigo.
Art. 115 - A pena de Advertência verbal é aplicável nos
casos de infrações ao que está estabelecido nos artigos: 26,
28, 29, 30, 31, 32, 33, 35, 36, 37, 38, 39, 40, 41, 42, 43, 46,
48, 47, 49, 50, 51, 52, 53, 54, 55, 56, 57,58, 59, 60, 61, 62,
65, 66, 67, 69, 76, 77, 78, 79, 81, 82, 83, 84, 85, 86, 87, 88,
89, 90, 91, 92, 93, 94, 95, 98, 99, 100, 101 e 102.
Art. 116 - A pena de Multa é aplicável nos casos de
infrações ao que está estabelecido nos artigos: 28, 29, 30,

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31, 32, 35, 36, 38, 39, 41, 42, 43, 44, 45, 50, 51, 52, 57, 58,
59, 61, 62, 63, 64, 65, 66, 67, 68, 69, 70, 71, 72, 73, 74, 75,
76, 77, 78, 79, 80, 81, 82, 83, 84, 85, 86, 87, 88, 89, 90, 91,
92, 93, 94, 95, 96, 97, 98, 99, 100, 101 e 102.
Art. 117 - A pena de Censura é aplicável nos casos de
infrações ao que está estabelecido nos artigos: 31, 41, 42,
43, 44, 45, 50, 51, 52, 57, 58, 59, 61, 62, 63, 64, 65, 66,
67,68, 69, 70, 71, 73, 74, 75, 76, 77, 78, 79, 80, 81, 82, 83,
84, 85, 86, 88, 90, 91, 92, 93, 94, 95, 97, 99, 100, 101 e
102.

71
Art. 118 - A pena de Suspensão do Exercício Profissional
é aplicável nos casos de infrações ao que está estabelecido
nos artigos: 32, 41, 42, 43, 44, 45, 50, 51, 52, 59, 61, 62,
63, 64, 68, 69, 70, 71, 72, 73, 74, 75, 76, 77, 78,79, 80, 81,
82, 83, 85, 87, 89, 90, 91, 92, 93, 94 e 95.
Art. 119 - A pena de Cassação do Direito ao Exercício
Profissional é aplicável nos casos de infrações ao que está
estabelecido nos artigos: 45, 64, 70, 72, 73, 74, 80, 82, 83,
94, 96 e 97.

RESOLUÇÃO COFEN Nº 706/2022


Coren/PR - Legislação Básica

PRORROGADA PELA RESOLUÇÃO


COFEN Nº 714/2022

OBS.: Essa Resolução teve sua vigência prorrogada pela


Resolução Cofen nº 714/2022. O Código de Processo
Ético do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de
Enfermagem passa a vigorar a partir de 10 de abril de
2023.
Aprova o Código de Processo Ético do Sistema
Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem.

72
O CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM -
COFEN, no uso das atribuições que lhe são conferidas
pela Lei nº. 5.905, de 12 de julho de 1973, e pelo
Regimento Interno da Autarquia, aprovado pela
Resolução Cofen nº 421, de 15 de fevereiro de 2012;
CONSIDERANDO os estudos realizados pela Comissão
de Reformulação do Código de Processo Ético do Sistema
Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem, instituída
por meio da Portaria Cofen nº 1229, de 21 de agosto de
2018, e as sugestões enviadas pelos Conselhos Regionais
de Enfermagem;
CONSIDERANDO a Lei nº 13.726/2018, que dispõe
sobre a autenticidade dos documentos;

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CONSIDERANDO a Lei nº 13.709, de 14 de agosto de
2018 – Lei Geral de Proteção de Dados;
CONSIDERANDO a Lei nº 13.105, de 16 de março de
2015, que dispõe sobre o Código de Processo Civil;
CONSIDERANDO a Lei nº 6.838, de 29 de outubro de
1980, que dispõe sobre o prazo prescricional para a
punibilidade de profissional liberal, por falta sujeita a
processo disciplinar, a ser aplicada por órgão competente;
CONSIDERANDO a Lei nº 7.210/1984, que instituiu a
Lei de Execução Penal, art. 66, V, alínea “g”;

73
CONSIDERANDO o Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de
outubro de 1941, que dispõe sobre o Código de Processo
Penal;
CONSIDERANDO o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 – Código Penal Brasileiro;
CONSIDERANDO o Código de Ética dos Profissionais
de Enfermagem, aprovado por Resolução do Conselho
Federal de Enfermagem;
CONSIDERANDO tudo o mais que consta no Processo
Administrativo Cofen nº 0560/2021 e a deliberação do
Plenário em sua 9ª Reunião Extraordinária, ocorrida nos
dias 21 e 22 de julho de 2022;
RESOLVE:
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Art. 1º - Aprovar o “Código de Processo Ético do Sistema


Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem”, que
estabelece as normas procedimentais para serem
aplicadas nos processos éticos no âmbito do Sistema
Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem.
Art. 2º - O presente Código de Processo Ético entrará em
vigor 120 (cento e vinte) dias contados da data de sua
publicação, revogam-se as Resoluções Cofen nºs
370/2010, a 483/2015 e a 644/2020. (Prazo prorrogado
pela Resolução Cofen nº 714/2022)

74
Brasília, 25 de julho de 2022.
BETÂNIA Mª P. DOS SANTOS
COREN-PB Nº 42725
Presidente
SILVIA MARIA NERI PIEDADE
COREN-RO Nº 92597
Primeira-Secretária

CÓDIGO DE PROCESSO ÉTICO


DO SISTEMA COFEN/CONSELHOS
REGIONAIS DE ENFERMAGEM

CAPÍTULO I

Coren/PR - Legislação Básica


DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º - O Código de Processo Ético estabelece
procedimentos para instauração, instrução e julgamento
do processo ético e aplicação das penalidades
relacionadas à apuração de infração ao Código de Ética
dos Profissionais de Enfermagem.
Art. 2º - A apuração e julgamento de infração ao Código
de Ética dos Profissionais de Enfermagem obedecerá,
dentre outros, aos princípios da legalidade, moralidade,
publicidade, eficiência, finalidade, motivação,

75
razoabilidade, proporcionalidade, ampla defesa,
contraditório, segurança jurídica e interesse público.
Art. 3º - O sistema de apuração e decisão das infrações
éticas dos Conselhos de Enfermagem se divide em duas
instâncias conforme o art. 6º deste código.
Art. 4º - Inscrito o profissional em mais de um Conselho, a
competência de julgamento e aplicação da penalidade
disciplinar será do Conselho Regional do lugar em que
ocorreu a infração.
Art. 5º - O processo e julgamento das infrações previstas
no Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem são
independentes, não estando, em regra, vinculados a
processos judiciais sobre os mesmos fatos.
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Parágrafo único. A sentença penal absolutória influirá na


apuração da infração ética quando tiver por fundamento o
art. 386, inciso I (estar provado a inexistência do fato) e IV
(estar provado que o réu não concorreu para a infração
penal) do Decreto-Lei nº 3.689/1941.

CAPÍTULO II
DO SISTEMA DE APURAÇÃO E DECISÃO DAS
INFRAÇÕES ÉTICAS
Art. 6º - Constituem o sistema de apuração e decisão

76
das infrações éticas:
I – Como órgão de admissibilidade em primeira
instância:
a) a Câmara de Ética do Conselho Regional de
Enfermagem;
b) o Plenário do Conselho Regional, no impedimento
e/ou suspeição da maioria absoluta da Câmara de Ética;
c) o Plenário do Conselho Federal, quando se tratar de
Conselheiro Efetivo ou Suplente, Federal ou Regional,
ou membro de junta interventora ou governativa,
enquanto durar o mandato.
Parágrafo único. No caso da alínea “c” deste inciso,
cessado o exercício do mandato, deixa o profissional de

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gozar da prerrogativa de função, devendo o processo ser
remetido ao Conselho Regional competente, que dará
prosseguimento ao feito.
II – Como órgão julgador de primeira instância:
a) o Plenário do Conselho Regional de Enfermagem;
b) o Plenário do Conselho Federal, quando se tratar de
Conselheiro Efetivo e Suplente, Federal ou Regional, ou
membro de junta interventora ou governativa, enquanto
durar o mandato;
c) o Plenário do Conselho Federal, no impedimento e/ou

77
suspeição da maioria absoluta do Plenário do Conselho
Regional;
d) o Plenário do Conselho Federal nos casos de
indicação de cassação pelo Conselho Regional (art. 18,
v, § 1º, da Lei nº 5.905/1973).
III – como órgão julgador de segunda instância:
a) o Plenário do Conselho Regional, referente aos
recursos das decisões de não admissibilidade proferidas
pela Câmara de Ética do Coren;
b) o Plenário do Conselho Federal nas decisões
proferidas pelo Plenário do Coren;

CAPÍTULO III
Coren/PR - Legislação Básica

DA CÂMARA DE ÉTICA E DA COMISSÃO DE


INSTRUÇÃO DO PROCESSO ÉTICO (CIPE)
SEÇÃO I
DA CÂMARA DE ÉTICA
Art. 7º - A Câmara de Ética do Coren será constituída por
03 (três) conselheiros efetivos e até 03 (três) suplentes,
sendo dois enfermeiros e um técnico/auxiliar de
enfermagem, sob a coordenação de um enfermeiro
designado pelo presidente do Conselho.
§ 1º A critério de cada Conselho poderá ser criada mais de

78
uma Câmara de Ética.
§ 2º Compete à Câmara de Ética:
a) decidir sobre a admissibilidade de denúncia ética;
b) atuar como órgão conciliador;
c) promover a suspensão cautelar do exercício da
profissão.
SEÇÃO II
DA COMISSÃO DE INSTRUÇÃO DO PROCESSO
ÉTICO (CIPE)
Art. 8º - A CIPE será constituída por 03 (três) membros,
designados pelo Presidente do respectivo Conselho,
dentre os empregados públicos e/ou colaboradores, todos
profissionais de enfermagem, cujos integrantes deverão

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ser de categoria igual ou superior ao do denunciado, sob a
coordenação de um dos membros nomeado pelo
Presidente do Conselho.
Art. 9º - Compete à CIPE adotar os procedimentos
relativos a instrução do processo e a elaboração do
relatório final, descrevendo, na hipótese de infração ética,
a conduta do denunciado com a indicação dos artigos do
Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem
infringidos, encaminhando ao Presidente do Conselho
para designação de conselheiro relator para emissão de

79
parecer conclusivo.
Parágrafo único. O relatório final da CIPE não poderá
conter a indicação de penalidade ou absolvição.
Art. 10 - A CIPE terá o prazo de 120 (cento e vinte) dias
para concluir seus trabalhos, podendo ser prorrogado por
igual período desde que justificado e autorizado pelo
Presidente do Conselho.
Parágrafo único. Após a conclusão dos trabalhos da
CIPE, em até 05 (cinco) dias, as partes poderão apresentar
alegações finais.
CAPÍTULO IV
DO PROCESSO
SEÇÃO I
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DO INÍCIO DO PROCESSO
Art. 11 - A denúncia poderá ser apresentada de ofício, ou
mediante denúncia escrita ou verbal, fundamentada,
protocolada por pessoa física ou jurídica.
§ 1º Inicia-se de ofício quando o Presidente do Conselho
vier a saber, através de auto de infração, ou por qualquer
meio idôneo, de fato que tenha característica de infração
ética.
§ 2º A denúncia verbal deverá ser tomada a termo por
empregado público ou Conselheiro e dirigida ao Conselho

80
Regional (Coren) ou Conselho Federal (Cofen), conforme
o caso.
§ 3º O denunciante poderá optar por receber e praticar
todos os atos processuais, virtualmente e, para tanto,
necessário se faz a indicação do seu correio eletrônico ou
número do WhatsApp, devendo ficar registrado nos autos
a opção.
SEÇÃO II
DA ADMISSIBILIDADE
Art. 12 - A denúncia deverá ser encaminhada à Câmara de
Ética do Coren, a qual examinará o atendimento aos
requisitos de admissibilidade.
§ 1º Recebida a denúncia o Coordenador da Câmara de

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Ética designará Conselheiro Relator, entre seus membros,
que emitirá parecer de admissibilidade no prazo de 20
(vinte) dias.
§ 2º Na hipótese de denúncia anônima, havendo
plausibilidade e motivação, poderá o Conselheiro Relator
instaurar procedimento preliminar de averiguação, no
prazo improrrogável de 30 (trinta) dias, cuja conclusão
deverá indicar a admissibilidade ou não da denúncia, que
será de ofício caso admitida.
§ 3º O Conselheiro Relator poderá promover diligências

81
para melhor juízo de admissibilidade, no prazo
improrrogável de 30 (trinta) dias, ou realizar audiência de
conciliação.
§ 4º Não havendo a conciliação entre as partes, o relator
terá o prazo de 20 (vinte) dias para emitir parecer de
admissibilidade.
§ 5º Finalizado o parecer, a Câmara de Ética deliberará e
votará sobre a admissibilidade ou não da denúncia, com
decisão da maioria dos membros efetivos.
§ 6º O resultado ficará registrado em ata, com votação
nominal, e constará dos autos processuais com o parecer e
a decisão.
Art. 13 - São requisitos de admissibilidade:
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I – nome, qualificação e endereço do denunciante;


II – assinatura do denunciante ou seu representante;
III – identificação do profissional denunciado;
IV – a formulação do pedido com exposição dos fatos,
juntada das provas quando existirem;
V – do fato narrado constituir indícios de infração ao
Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem;
VI – ser profissional inscrito ou autorizado pelo
Conselho Regional, ao tempo da prática da conduta que
deu origem ao processo;

82
VII – não ter ocorrido a decadência.
§ 1º A denúncia não será admitida quando não preencher
os requisitos mínimos previstos neste artigo.
§ 2º Caso a denúncia esteja deficiente a ponto de
comprometer sua exata compreensão, em relação aos
fatos e provas, a Câmara de Ética poderá conceder ao
denunciante prazo de 10 (dez) dias para aditamento.
§ 3º Se o denunciante não cumprir o disposto no parágrafo
anterior, a denúncia não será admitida.
Art. 14 - Preenchendo a denúncia os requisitos essenciais
de admissibilidade, bem como se contiver os elementos
necessários à formação de convicção sobre a existência de
infração, a Câmara de Ética decidirá pela instauração do

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Processo Ético.
§ 1º Não admitida a denúncia por falta de requisitos
mínimos ou por não conter os elementos necessários à
formação de convicção sobre a existência de infração,
caberá recurso ao Plenário do Coren no prazo de 15
(quinze) dias, a contar da ciência da decisão.

DA SEÇÃO III
DA SUSPENSÃO CAUTELAR DO EXERCÍCIO
DA PROFISSÃO

83
Art. 15 - A suspensão cautelar do exercício da profissão
poderá ser aplicada em qualquer fase do processo ético,
pela Câmara de Ética do Coren ou pelo Plenário do
Conselho, desde que existam elementos de comprovação
que indiquem a autoria e a materialidade de
procedimentos danosos a indicar a veracidade da
acusação, e haja fundado receio de dano irreparável ou de
difícil reparação ao paciente, à população e a dignidade da
profissão, caso ele continue a exercer a enfermagem.
§ 1º A decisão que determinar a suspensão cautelar,
indicará, de modo fundamentado e preciso, as razões da
suspensão.
§ 2º Os processos com suspensão cautelar devem ter
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prioridade de tramitação sobre os outros processos que


tramitam no Conselho.
§ 3º Os casos de suspensão cautelar serão imediatamente
comunicados ao Cofen, que poderá rever a decisão.
§ 4º A suspensão cautelar terá efeito imediato e implicará o
impedimento, total ou parcial, do exercício da
enfermagem até o julgamento final do processo, que
deverá ser obrigatoriamente instaurado.
§ 5º A suspensão cautelar poderá ser modificada ou
revogada a qualquer tempo pela Câmara de Ética do Coren

84
ou, em grau de recurso, pelo Plenário do Conselho
competente, em decisão fundamentada.
§ 6º O Presidente do Coren, ad referendum do Plenário,
poderá rever a decisão da Câmara de Ética que promoveu
a suspensão cautelar.
Art. 16 - O profissional de enfermagem suspenso
cautelarmente do exercício da enfermagem será
notificado da decisão, sendo contado o prazo recursal de
15 (quinze) dias, conforme artigo 26, sem efeito
suspensivo.
Art. 17 - Recebido o recurso, o Presidente do Conselho
competente designará imediatamente um relator que terá
20 (vinte) dias para elaborar seu parecer que deverá ser

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pautado para julgamento na sessão plenária subsequente.
Art. 18 - A decisão de suspensão cautelar total terá efeito
no Sistema Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem e
será publicada no Diário Oficial e nos veículos de
comunicação do Conselho de Enfermagem.
Art. 19 - A decisão de suspensão cautelar deverá ser
comunicada aos estabelecimentos aonde o profissional de
enfermagem exerce suas atividades.
CAPÍTULO V
DOS ATOS PROCESSUAIS

85
Art. 20 - O Presidente do Conselho determinará a
autuação do processo ético por empregado público,
contendo o número do processo, os nomes das partes e a
data do seu início.
Art. 21 - O processo, em regra, poderá ser digital e terá a
forma de autos judiciais, devendo os termos de juntada,
pedido de vistas, conclusão e outros atos processuais
semelhantes constarem de notas datadas e rubricadas.
§ 1º Os documentos devem ser juntados ao processo em
ordem cronológica e as folhas numeradas
sequencialmente e rubricadas, sendo facultado às partes,
aos procuradores, aos fiscais e às testemunhas rubricarem
as folhas correspondentes aos atos nos quais intervierem.
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§ 2º A autenticação de documentos poderá ser feita com


apresentação dos documentos originais.
§ 3º Não se admitem, nos autos e termos, espaços em
branco, bem com entrelinhas, emendas ou rasuras, salvo
se forem inutilizadas e expressamente ressalvadas.
Art. 22 - Os atos processuais devem realizar-se em dias
úteis, no horário normal de funcionamento e,
ordinariamente, na sede do Conselho, podendo ser
realizados em outro lugar, de forma justificada.

86
Parágrafo único. Serão praticados ou concluídos depois do
horário normal os atos cujo adiamento prejudiquem o curso
regular do procedimento ou causem dano ao interessado ou,
ainda, aos Conselhos Federal ou Regionais de Enfermagem.
Art. 23 - Os atos do processo serão realizados em caráter
reservado e sigiloso.
Art. 24 - O direito de consultar os autos e de pedir
certidões de seus atos é restrito às partes e aos seus
procuradores, sendo facultado a terceiros, que
demonstrem e justifiquem o interesse jurídico no feito.

CAPÍTULO VI
DA CONCILIAÇÃO
Art. 25 - Se a denúncia preencher os requisitos de

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admissibilidade, o Conselheiro Relator poderá designar
dia e hora para audiência de conciliação, com
antecedência mínima de 15 (quinze) dias, contados a
partir da intimação das partes, com cópia da denúncia.
§ 1º Em se tratando de infrações consideradas leves ou
moderadas, assim consideradas pelo Código de Ética, o
Conselheiro Relator se obriga a designar audiência de
conciliação.
§ 2º A conciliação apenas poderá ser realizada em se
tratando de denúncia em que o fato se circunscreva às

87
pessoas do denunciante e do denunciado, ensejando o
arquivamento da denúncia mediante retratação ou
ajustamento de conduta, inclusive quando se tratar de
denúncia de ofício.
§ 3º A conciliação não poderá ser realizada quando o fato
envolver infrações caracterizadas como gravíssimas, nos
termos do Código de Ética dos Profissionais de
Enfermagem.
§ 4º Havendo a conciliação pelas partes, o Conselheiro
Relator lavrará o termo conciliatório que deverá ser
homologado pela Câmara de Ética, ato contra o qual não
caberá recurso.
§ 5º Não havendo o comparecimento de qualquer uma das
partes, ou de seus representantes legais, a conciliação
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restará prejudicada.
§ 6º A conciliação poderá ocorrer em qualquer fase do
processo por manifestação expressa das partes, devendo
ser conduzida pelo Conselheiro Relator.
§ 7º Estando o processo em fase de instrução, a
conciliação será realizada pelo Conselheiro Relator da
Câmara de Ética, a quem cabe homologar o termo de
conciliação.

88
CAPÍTULO VII
DOS PRAZOS
Art. 26 - Salvo disposição em sentido diverso, considera-
se dia do começo do prazo:
I – da data da remessa, quando a intimação for eletrônica;
II – a data de juntada aos autos do aviso de recebimento-
AR, quando a notificação ou a intimação for por via postal;
III – da data de juntada aos autos da notificação ou
intimação cumprida, quando realizada por empregado
público do Conselho;
IV – da data da publicação do edital; e
V – da data de ocorrência da ciência, na hipótese de
comparecimento espontâneo.

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§ 1º Os prazos serão contados, de forma contínua,
excluindo o dia do começo e incluindo o dia do
vencimento.
§ 2º Os prazos serão contados a partir do primeiro dia útil
subsequente às datas a que se referem os incisos I a V do
caput.
§ 3º Considera-se prorrogado o prazo até o 1º (primeiro)
dia útil seguinte se o vencimento cair em dia em que não
houver expediente ou este for encerrado antes da hora
normal.

89
CAPÍTULO VIII
DA INSTRUÇÃO
SEÇÃO I
DA CITAÇÃO DO DENUNCIADO
Art. 27 - Citação é o ato pelo qual o denunciado é
convocado para integrar a relação processual, garantindo
a oportunidade para se defender, indispensável para a
validade do processo ético.
Art. 28 - O denunciado será citado para apresentar defesa
no prazo de 15 (quinze) dias, contados na forma do art. 26.
Parágrafo único. A citação de que trata o caput deste
artigo será realizada:
a) preferencialmente por meio digital para o endereço
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eletrônico constante no cadastro do Conselho, com


confirmação do recebimento;
b) pela via postal, com aviso de recebimento, sendo ela
válida uma vez recebida no local de destino constante do
cadastro do Conselho;
c) pessoalmente, mediante a expedição do competente
mandado, a ser cumprido realizada por empregado
público do Conselho;
d) por carta precatória; ou
e) por edital publicado na Imprensa Oficial e no sítio

90
eletrônico do respectivo Conselho e/ou, ainda, em jornal
de grande circulação, quando frustradas as hipóteses
anteriores.
Art. 29 - O denunciado, após a citação, poderá optar por
receber e praticar todos os atos processuais, virtualmente
e, para tanto, necessário se faz a indicação do seu correio
eletrônico ou número do WhatsApp, devendo ficar
registrado nos autos a opção.
Art. 30 - A citação para apresentação de defesa prévia será
remetida com cópia integral do processo físico ou digital e
conterá obrigatoriamente as seguintes informações:
I – identificação do denunciante e do denunciado, nos
processos éticos iniciados por denúncia;

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II – identificação do denunciado e do Conselho, nos
processos éticos iniciados de ofício;
III – endereço residencial do denunciado, quando
conhecido;
IV – endereço do local de trabalho do denunciado, quando
não conhecido o residencial;
V – finalidade da citação, bem como a menção do prazo e
local para apresentação da defesa prévia, sob pena de
revelia;
VI – assinatura do coordenador da CIPE.

91
Art. 31 - O desatendimento da citação, ou a renúncia pela
parte ao direito de defesa e à prática dos atos processuais
não importam em reconhecimento da verdade dos fatos.
§ 1º O processo ético seguirá sem a presença do
denunciado quando, regularmente citado ou intimado para
qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo
justificado.
§ 2º No prosseguimento do processo, será garantido às
partes o direito à ampla defesa e o contraditório.
§ 3º O comparecimento espontâneo do denunciado ao
processo supre a falta ou nulidade da citação.
SEÇÃO II
DA DEFESA
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Art. 32 - Na defesa, o denunciado poderá arguir


preliminares e alegar tudo o que interessa a sua defesa,
oferecer documentos e justificativas, especificar as provas
pretendidas e arrolar até 3 (três) testemunhas, que deverão
ser qualificadas com nome, profissão e endereço
completo.
Art. 33 - A defesa será apresentada por escrito, no prazo de
15 (quinze) dias, e conterá o telefone fixo e/ou móvel,
endereço postal e endereço eletrônico (e-mail e/ou
WhatsApp) para conhecimento de intimações, devendo,

92
ainda, ser acompanhado de procuração, quando subscrita
por advogado.
Art. 34 - Decorrido o prazo para apresentação da defesa,
sem que haja manifestação, será designado pelo
Presidente do Conselho a pedido do Coordenador da
CIPE, um Defensor Dativo para que, no prazo de 15
(quinze) dias a contar da sua nomeação, apresente defesa
escrita.
§1º O Defensor Dativo deverá ser profissional de
enfermagem regularmente inscrito, no mínimo da mesma
categoria do denunciado ou advogado.
§2º Os Conselheiros Efetivos e Suplentes e empregados
públicos do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de

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Enfermagem não poderão ser designados como
Defensores Dativos.
§3º Não poderá ser nomeado Defensor Dativo,
profissional que tenha interesse no resultado do processo
ético ou que tenha impedimentos legais.

SEÇÃO III
DA INTIMAÇÃO
Art. 35 - Na intimação das partes, testemunhas e demais
pessoas que devam tomar conhecimento de qualquer ato,

93
será observado, no que for aplicável, o disposto para as
citações, devendo conter, além dos requisitos previstos
nos incisos I, II, III e IV do art. 30, o seguinte:
I – finalidade da intimação;
II – data, hora e local em que deve comparecer;
III – se o intimado deve comparecer ou fazer-se
representar;
IV – informação da continuidade do processo
independentemente do seu comparecimento.
§ 1º A intimação observará a antecedência mínima de 3
(três) dias úteis para o ato processual.
§ 2º As intimações serão nulas quando feitas sem
observância das prescrições deste código, mas o
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comparecimento do administrado supre sua falta ou


irregularidade.
Art. 36 - Devem ser objeto de intimação os atos do
processo que resultem para o interessado em imposição de
deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de
direitos.
SEÇÃO IV
DAS PROVAS
Art. 37 - Incumbe às partes a prova dos fatos que tenham
alegado, sem prejuízo dos deveres do órgão competente

94
relativamente à instrução processual.
Art. 38 - É facultada às partes arrolar testemunhas,
limitadas a 3 (três), que deverão ser qualificadas com
nome e endereço completo.
Art. 39 - O Coordenador da CIPE, mediante decisão
fundamentada, poderá determinar a produção de provas
que julgar necessárias, bem como indeferir o pedido de
produção de provas que considerar protelatórias ou
desnecessárias à instrução processual.
Parágrafo único. O ônus decorrente da produção de
provas será suportado pela parte que a requerer, inclusive
a prova pericial.
Art. 40 - As partes poderão apresentar documentos em

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qualquer fase do processo.
§ 1º Quando os autos estiverem conclusos para
deliberação de admissibilidade ou julgamento,
documentos só serão juntados se aceitos pelo Conselheiro
Relator.
§ 2º Às partes será concedido prazo de 05 (cinco) dias,
após intimação, para impugnação de documentos novos.
Art. 41 - Poderá, quando necessário, ocorrer a construção
de prova pericial que consiste em exame, vistoria ou
avaliação, que deverá ser realizada nos termos da lei.

95
Parágrafo único. Uma vez solicitada prova pericial, o perito
será designado pelo Coordenador da Comissão de Instrução
de Processo Ético.
Art. 42 - O Coordenador da CIPE fixará o dia, hora e local
em que será realizada a perícia, o prazo para a entrega do
laudo, determinando a intimação das partes para,
querendo, indicar assistentes técnicos e apresentar
quesitos.
§ 1º A perícia poderá ser realizada fora da cidade Sede do
Conselho, a critério da Comissão de Instrução de Processo
Ético.
§ 2º O pagamento da perícia deve ser efetuado mediante
recibo, pela parte que requerer a perícia.
Art. 43 - São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas
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dos autos do processo ético as provas ilícitas, assim


entendidas, como as obtidas com violação das normas
constitucionais ou legais.
Art. 44 - É lícita a utilização de prova emprestada para
instrução do processo ético, desde que submetida ao
contraditório.
SEÇÃO V
DAS TESTEMUNHAS
Art. 45 - Toda pessoa natural e com capacidade legal
poderá ser testemunha.

96
Art. 46 - A testemunha, devidamente qualificada, fará
compromisso de dizer a verdade do que souber e lhe for
perguntado.
Art. 47 - O depoimento será prestado oralmente, não
sendo, entretanto, vedada à testemunha breve consulta a
apontamentos.
Art. 48 - O Coordenador da Comissão de Instrução,
quando julgar necessário, poderá ouvir outras
testemunhas além das indicadas pelas partes.
Art. 49 - As testemunhas serão inquiridas de modo que
uma não saiba nem ouça os depoimentos das outras.
Art. 50 - Se o Coordenador da CIPE reconhecer que
alguma testemunha, quando profissional de enfermagem,

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fez afirmação falsa ou negou a verdade, remeterá cópia do
depoimento à Presidência do Conselho para as
providências cabíveis.
Art. 51 - As perguntas poderão ser formuladas pelas
partes diretamente às testemunhas, podendo o
Coordenador da CIPE indeferir aquelas que possam
induzir a resposta, não tenham relação com a causa ou
importem na repetição de outra já respondida e,
complementar a inquirição sobre os pontos não
esclarecidos.

97
§ 1º Deverão constar na ata da audiência as perguntas que
a testemunha deixar de responder, com as razões de sua
abstenção.
§ 2º O procurador das partes poderá assistir ao
interrogatório, bem como à inquirição das testemunhas,
sendo-lhe vedado interferir nas perguntas e respostas, mas
facultado reinquiri-las, diretamente ou por intermédio do
Coordenador da Comissão.
Art. 52 - O Coordenador da CIPE não permitirá que a
testemunha manifeste suas apreciações pessoais, salvo
quando inseparáveis da narrativa do fato.
Art. 53 - Antes de iniciado o depoimento, as partes
poderão arguir circunstâncias ou defeitos que tornem a
testemunha suspeita de parcialidade ou indigna de fé.
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Parágrafo único. O coordenador da CIPE fará consignar


a arguição e a resposta da testemunha.
Art. 54 - O depoimento da testemunha será reduzido a
termo e será assinado por ela, pelo coordenador da CIPE,
demais membros presentes na audiência, pelas partes e
seus procuradores.
Art. 55 - Das pessoas impossibilitadas, por enfermidade
ou por velhice, o coordenador da CIPE poderá, de ofício
ou a requerimento de qualquer das partes, tomar
antecipadamente o depoimento.

98
Art. 56 - Os Conselheiros Federais e Regionais, efetivos
ou suplentes, tanto quanto as autoridades públicas,
quando arrolados como testemunhas, serão inquiridos em
local, dia e hora, previamente ajustados entre eles e o
coordenador da Comissão de Instrução, e poderão optar
pela prestação de depoimento, por escrito, caso em que as
perguntas formuladas pelas partes lhes serão transmitidas
por ofício.
Art. 57 - A testemunha poderá ser ouvida em seu
domicílio, ou outro local previamente indicado,
preferencialmente por videoconferência.

CAPÍTULO IX

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DO IMPEDIMENTO E DA SUSPEIÇÃO
SEÇÃO I
DO IMPEDIMENTO
Art. 58 - É impedido de atuar em processo ético o membro
do Plenário, membros da Câmara de Ética, membros da
Comissão de Instrução de Processo Ético, que:
I – tenha interesse direto ou indireto na matéria;
II – esteja litigando judicial ou administrativamente com o
interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro;
III – tenha participado ou venha a participar como perito,

99
testemunha ou representante ou se tais situações ocorrem
quanto ao cônjuge, companheiro, ou parente e afins até o
terceiro grau
IV – tenha atuado na primeira instância, pronunciando-se
de fato ou de direito sobre a matéria discutida no processo.
Art. 59 - Aquele que incorrer em impedimento deve
comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se de
atuar.
Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o
impedimento constitui falta grave, para efeitos
disciplinares.
Art. 60 - O impedimento poderá ser arguido e
reconhecido em qualquer fase do processo, antes do
trânsito em julgado da decisão, em petição específica, na
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qual indicará, com clareza, o fundamento da recusa,


podendo instruí-la com documentos em que se fundar a
alegação e com o rol de testemunha, se for o caso.

SEÇÃO II
DA SUSPEIÇÃO
Art. 61 - Pode ser arguida a suspeição de membro do
Plenário, membros da Câmara de Ética, membros da
Comissão de Instrução de Processo Ético que tenha
amizade íntima ou inimizade notória com algum dos

100
interessados ou com os respectivos cônjuges,
companheiros, parentes e afins até o terceiro grau.

SEÇÃO III
PROCESSAMENTO DA SUSPEIÇÃO E DO
IMPEDIMENTO
Art. 62 - Arguido o impedimento ou a suspeição pela
parte, o membro da Câmara de Ética ou da CIPE, de forma
justificada, deverá se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias
sobre o reconhecimento ou não da arguição.
Parágrafo único. Do não reconhecimento, pelo membro
arguido, da suspeição/impedimento, ou indeferida tal
alegação, a arguição será remetida ao Plenário do

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respetivo Conselho para conhecimento e providências
cabíveis, no prazo de 05 (cinco) dias, contado da ciência
da manifestação.
Art. 63 - As partes poderão, em petição fundamentada,
arguir a suspeição ou o impedimento de qualquer julgador.
Parágrafo único. Se a suspeição e/ou impedimento
forem arguidos na sessão de julgamento, serão apreciados
como matéria preliminar.
Art. 64 - O impedimento ou a suspeição decorrente de
parentesco por casamento ou união estável cessa com a

101
dissolução do respectivo vínculo entre os cônjuges ou
companheiros, salvo sobrevindo descendente.

CAPÍTULO X
DAS NULIDADES
Art. 65 - Os atos praticados poderão ser considerados de
nulidade absoluta ou de nulidade relativa.

SEÇÃO I
DAS NULIDADES ABSOLUTAS
Art. 66 - Caracterizam-se pela falta de algum elemento
substancial do ato do Processo Ético, não sendo admitida a
convalidação ou retificação.
Art. 67 - São nulidades absolutas:
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I – incompetência do órgão julgador;


II – ilegitimidade de parte ativa ou passiva;
III – ausência de denúncia;
IV – quando inexistir admissibilidade;
V – por falta de citação do denunciado;
VI – por falta de designação de defensor dativo.
§ 1º A nulidade absoluta pode ser alegada, a qualquer
tempo ou fase do processo, inclusive após a ocorrência do
trânsito em julgado.
§ 2º A nulidade absoluta pode ser apontada pelas partes ou

102
ex ofício, com as consequências decorrentes.

SEÇÃO II
DAS NULIDADES RELATIVAS
Art. 68 - A nulidade relativa admite convalidação com
possibilidade de correção do vício, sendo de interesse das
partes a sua alegação.
§ 1º A nulidade relativa ocorrerá nos seguintes casos:
I – por falta da intimação das testemunhas arroladas pelas
partes;
II – por suspeição declarada de qualquer dos membros do
Plenário, da Câmara de Ética ou da Comissão de Instrução
do Processo Ético;
III – por falta de cumprimento das formalidades legais

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prescritas no presente código;
IV – atos praticados por empregados públicos do
Conselho Federal ou Regional de Enfermagem que não
tenha competência para fazê-lo.
Parágrafo único. As nulidades relativas deverão ser
arguidas no prazo de 5 (cinco) dias em que à parte couber
pronunciar-se nos autos, sob pena de preclusão.
Art. 69 - As nulidades relativas serão consideradas
sanadas:
I – se não forem arguidas em tempo oportuno.

103
II – se praticado por outra forma, o ato tiver atingindo seu
fim;
III – se a parte, ainda que tacitamente, tiver aceito os seus
efeitos;
IV – se não causar prejuízo para as partes ou não houver
influído na apuração da verdade ou na decisão da causa.
§ 1º O Coordenador da Camara de Ética, o Coordenador
da Comissão de Instrução de Processo Ético, o
Conselheiro Relator ou o Plenário, quando pronunciar a
nulidade, declarará os atos a que ela se estende.
§ 2º A nulidade uma vez declarada, ela só deve alcançar o
ato inválido e os que decorrem ou dependem como efeito,
permanecendo os restantes íntegros.
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Art. 70 - Nenhuma das partes poderá arguir nulidade a que


tenha dado causa ou para que tenha concorrido, ou ainda
referente a formalidade cuja observância só à parte
contrária interessa.
CAPÍTULO XI
DA PRESCRIÇÃO E DA DECADÊNCIA
SEÇÃO I
DA PRESCRIÇÃO
Art. 71 - A pretensão à punibilidade por infração ao
Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem

104
prescreve em 5 (cinco) anos, contados da data do efetivo
conhecimento do fato pelo Conselho.
Art. 72 - O conhecimento expresso ou a notificação do
denunciado interrompe o prazo prescricional de que trata
o artigo anterior.
Parágrafo único. O conhecimento expresso ou
notificação de que trata este artigo ensejará defesa escrita
ou a termo, a partir de quando fluirá novo prazo
prescricional.
Art. 73 - Todo processo ético paralisado há mais de 3
(três) anos pendente de despacho ou julgamento, será
arquivado ex offício, ou a requerimento da parte
interessada, sem prejuízo da apuração da

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responsabilidade funcional da paralisação, se for o caso.

SEÇÃO II
DA DECADÊNCIA
Art. 74 - É de 5 (cinco) anos, contado a partir da
ocorrência do fato, o prazo de decadência para
apresentação de denúncia ética no respectivo conselho.
Parágrafo único. Passado esse prazo, havendo denúncia
esta será arquivada liminarmente pelo órgão competente.

105
CAPÍTULO XII
DO JULGAMENTO
SEÇÃO I
DO JULGAMENTO DO PROCESSO ÉTICO
Art. 75 - Recebido o processo da Comissão de Instrução
de Processo Ético – CIPE com o relatório final, o
Presidente do Conselho de Enfermagem designará, em 5
(cinco) dias, Conselheiro Relator para emissão de parecer
conclusivo, por distribuição.
Parágrafo único. Todos os Conselheiros, efetivos ou
suplentes, estão aptos a relatar processos,
independentemente da categoria profissional da parte
denunciada.
Art. 76 - O Relator emitirá o parecer conclusivo no prazo
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de 30 (trinta) dias, entregando-o, com os autos do


processo, ao Presidente do Conselho de Enfermagem.
§ 1º O Parecer deverá conter o nome das partes, exposição
sucinta dos fatos, e a indicação das provas colhidas,
declarando a conduta investigada e se há ou não
transgressão ao Código de Ética dos Profissionais de
Enfermagem e em quais artigos está configurada, com
indicação da penalidade cabível.
§ 2º O Relator poderá, caso entenda necessário, no prazo
de 5 (cinco) dias, mediante despacho fundamentado, a

106
contar da data de recebimento do processo, devolvê-lo à
Comissão de Instrução de Processo Ético, para novas
diligências, especificando as que julgar necessárias e
estabelecendo prazo improrrogável de 30 (dias) para o seu
cumprimento.
§ 3º Ocorrendo o previsto no § 2º deste artigo, o prazo para a
emissão de parecer conclusivo pelo Conselheiro Relator será
interrompido, iniciando-se nova contagem a partir da data do
recebimento do processo da Comissão de Instrução de
Processo Ético.
§ 4º Cumpridas as diligências especificadas a Comissão de
Instrução de Processo Ético concederá vistas às partes,
pelo prazo de 05 (cinco) dias, para se manifestarem.
§ 5º Transcorrido o prazo para manifestação das partes, o
coordenador da Comissão de Instrução de Processo Ético

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devolverá o processo diretamente ao Conselheiro Relator,
que dará continuidade à sua tramitação.
Art. 77 - Recebido o parecer conclusivo do Conselheiro
Relator, o Presidente do Conselho de Enfermagem
determinará a inclusão do processo na pauta da primeira
sessão plenária subsequente, com antecedência que
garanta que as partes e seus procuradores sejam intimados
previamente para o julgamento, com o mínimo de 15
(quinze) dias de antecedência da reunião.
Parágrafo único. Os processos devem ser pautados para

107
julgamento, preferencialmente, em ordem cronológica de
idade, considerando a data inicial da autuação processual, os
prazos prescricionais, as prioridades legais e a prioridade
definida pela suspensão cautelar.
Art. 78 - O julgamento, excepcionalmente, poderá ser
secreto quando houver deliberação nesse sentido, garantida a
participação das partes e de seus procuradores.
Parágrafo único. Assessorias jurídicas do Conselho
poderão participar, no que lhe couber, da sessão de
julgamento.
Art. 79 - Declarada aberta a sessão de julgamento, o
Presidente do Conselho de Enfermagem apregoará o
número do processo e os nomes das partes e/ou procurador
do denunciante e do denunciado.
Art. 80 - Será, imediatamente, dada a palavra ao
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Conselheiro Relator que apresentará o seu parecer.


§ 1º O parecer conterá relatório, pronunciamento de
mérito e conclusão em que constará o voto final.
§ 2º Após a leitura do relatório, o Presidente do Conselho
de Enfermagem dará a palavra, para sustentação oral, por
10 minutos, em primeiro lugar ao denunciante ou seu
procurador e, em seguida ao denunciado ou seu
procurador.
§ 3º Havendo mais de um denunciante ou denunciado, o
prazo será contado individualmente.

108
§ 4º Após as sustentações orais das partes, o Presidente do
Conselho de Enfermagem retornará a palavra ao Relator que
apresentará a análise das preliminares, seu pronunciamento
de mérito e a conclusão com o voto.
Art. 81 - Cumpridas as disposições do artigo anterior,
aberta para discussão, o Presidente do Conselho de
Enfermagem dará a palavra, pela ordem, ao conselheiro
que a solicitar, que poderá pedir a palavra para:
I – esclarecer dúvidas acerca dos fatos constantes do
processo, debater o mérito, podendo ter acesso aos autos
para verificação;
II – pedir vista aos autos até a próxima reunião Plenária;
III – requerer a conversão do julgamento em diligência,
com aprovação do Plenário, caso em que determinará as

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providências a serem adotadas.
Art. 82 - Na hipótese de pedido da conversão do
julgamento em diligência, o processo será retirado de
pauta, no prazo improrrogável de 30 (trinta) dias para seu
cumprimento.
§ 1º As partes serão intimadas para, no prazo de 5 (cinco)
dias, manifestarem-se sobre o cumprimento das
diligências deferidas pelo órgão julgador.
§ 2º Cumprida a diligência, os autos serão devolvidos ao
Conselheiro autor do pedido de diligência para

109
manifestação, devendo o processo ser incluído na pauta da
primeira reunião Plenária subsequente.
§ 3º O Conselheiro Relator poderá requerer adiamento de
julgamento, mediante pedido fundamentado contendo
justificativas plausíveis.

SEÇÃO II
DA DECISÃO
Art. 83 - A deliberação do Plenário terá início após o
Conselheiro Relator emitir seu voto.
Art. 84 - Em seguida o Presidente tomará os votos dos
demais conselheiros, nominalmente, procedimento esse a
ser adotado em todos os julgamentos, consignando-se em
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ata o resultado.
Parágrafo único. O Presidente da sessão votará e,
sequencialmente, os demais conselheiros. Havendo
empate, proferirá o voto de qualidade.
Art. 85 - A deliberação do Plenário deverá ser redigida, no
prazo de até 5 (dias), pelo Conselheiro Relator ou pelo
Conselheiro condutor do voto vencedor, sob forma de
decisão, que assinará com Presidente do Conselho de
Enfermagem.
Parágrafo único. No caso de decisão absolutória, no

110
processo instaurado de ofício, o presidente declarará, ao final
do julgamento, o trânsito em julgado da decisão.
Art. 86 - As partes ou seus procuradores, bem como o
defensor dativo, se houver, serão intimados da decisão nos
termos do art. 35.
Parágrafo único. A decisão conterá:
I – o número do processo;
II – o número do parecer aprovado pelo órgão julgador;
III – o nome das partes e, em havendo, o número da
inscrição profissional;
IV- a absolvição ou a penalidade imposta, a conduta
cometida com os artigos do Código de Ética infringidos; e
V – a data e as assinaturas do presidente do órgão julgador
e do Conselheiro relator ou condutor do voto vencedor.

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Art. 87 - As penalidades aplicáveis são as previstas no
Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem,
conforme determina o art. 18, da Lei n° 5.905, de 12 de
julho de 1973.
Art. 88 - Indicada a pena de cassação pelo Conselho
Regional, o julgamento será imediatamente suspenso e os
autos remetidos ao Conselho Federal para julgamento.
§1º Recebidos os autos, o Presidente do Conselho Federal
designará Conselheiro Relator.
§2º O Conselheiro Relator disporá de 30 (trinta) dias para

111
elaborar o parecer, contados do prazo de recebimento do
processo.
Art. 89 - Na hipótese de o Conselho Federal discordar da
pena máxima proposta pelo Conselho Regional, poderá
absolver ou aplicar outra penalidade ao denunciado.

CAPÍTULO XIII
DOS RECURSOS
SEÇÃO I
RECURSO AO PLENÁRIO DO COFEN
Art. 90 - Caberá recurso administrativo ao Plenário do
Cofen, contra as decisões em primeira instância proferidas
pelo Plenário do Coren, com efeito suspensivo, contendo
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os fundamentos do pedido, no prazo de 15 (quinze) dias, a


contar da ciência da decisão.
§ 1º O recurso será interposto perante o órgão prolator da
decisão em primeira instância.
§ 2º Recebido o recurso, o empregado público e/ou
Conselheiro especialmente designado para tal finalidade,
examinará os pressupostos de admissibilidade do recurso,
relativos à tempestividade e à prescrição, emitindo Nota
Técnica.
§ 3º Reconhecida a intempestividade ou a prescrição, o

112
Presidente do Conselho determinará a lavratura do trânsito
em julgado do processo, sem encaminhamento à instância
superior, dando ciência às partes.
§ 4º Recebido o recurso tempestivamente, intima-se a
outra parte para, querendo, apresentar contrarrazões, no
prazo de 15 dias, a contar da ciência.
Art. 91 - O julgamento no âmbito do Cofen, seguirá, no
que couber, as previsões do Capítulo XII deste Código, e a
decisão será lavrado na forma de acórdão.
Art. 92 - Havendo recurso interposto unicamente pelo
denunciado, deve ser observado o princípio do “non
reformatio in pejus”, que consiste na impossibilidade de
tratamento mais severo do que o registrado na decisão
recorrida.

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CAPÍTULO XIV
DA EXECUÇÃO E DA REVISÃO DA
PENALIDADE
SEÇÃO I
DA EXECUÇÃO DA PENA
Art. 93 - Não cabendo mais recurso administrativo, serão
os autos devolvidos à instância de origem do processo
para a execução do decidido.
Parágrafo único. Quando da aplicação da pena, tendo o

113
profissional transferido sua inscrição, caberá ao novo
Conselho Regional a execução da pena.
Art. 94 - As decisões que contemplem as penas previstas
nos incisos III, IV e V do art. 18 da Lei nº 5.905/73, serão
publicadas:
I- no Diário Oficial do Estado ou da União; e
II- no sítio eletrônico do Coren.
Art. 95 - A execução das penas impostas pelos Conselhos
Regionais ou pelo Conselho Federal de Enfermagem se
processará na forma estabelecida nas decisões ou
acórdãos, respectivamente, sendo registradas no
prontuário do profissional infrator.
§ 1º As penas aplicadas se estendem a todas as inscrições
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do profissional junto ao Conselho Regional de


Enfermagem, independentemente da categoria em que o
profissional tenha cometido a infração.
§ 2º A decisão proferida, após o trânsito em julgado,
produzirá seus efeitos onde o profissional tenha
inscrições, devendo o Conselho Regional de Enfermagem
comunicar ao Conselho Federal.
§3º O Conselho Regional de Enfermagem dará
conhecimento da decisão que aplicou penalidade de
suspensão ou de cassação do exercício profissional à

114
instituição empregadora do infrator.
§4º No caso de cassação do exercício profissional, além da
publicação dos editais e das comunicações endereçadas às
autoridades interessadas no assunto, será apreendida a
carteira profissional do infrator, procedendo-se ao
cancelamento do respectivo registro no Conselho.
Art. 96 - Impossibilitada a execução da pena, esta ficará
suspensa até seu efetivo cumprimento, sem prejuízo das
anotações nos prontuários e publicações dos editais,
quando for o caso.
Parágrafo único. O não pagamento da pena de multa
importará na sua inscrição em dívida ativa para posterior
execução.

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Art. 97 - Cumpridas todas as decisões de primeira ou
segunda instância, o Presidente do Conselho determinará
o arquivamento do processo.

SEÇÃO II
DA REVISÃO DA PENA
Art. 98 - A qualquer tempo, a contar do trânsito em
julgado da decisão, poderá ser requerido revisão da pena
ao Conselho Federal ou Regional de Enfermagem, com
base em fato novo ou na hipótese de a decisão

115
condenatória ter sido fundada em prova testemunhal, exame
pericial ou documento cuja falsidade vier a ser comprovada.
§ 1º Poderá requerer a revisão da pena o próprio
profissional, por si ou por procurador legalmente
habilitado, ou, em caso de sua morte, seu cônjuge, o
companheiro, ascendente, descendente ou irmão,
independentemente de ordem de nomeação.
§ 2º Considera-se fato novo aquele que o punido conheceu
somente após o trânsito em julgado da decisão e que dê
condição, por si só, ou em conjunto com as demais provas
já produzidas, de criar nos julgadores uma convicção
diversa daquela já firmada.
Art. 99 - A revisão terá início por petição dirigida à
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Presidência do Conselho Regional, instruída com as


provas documentais comprobatórias dos fatos arguidos.
§ 1º Recebido o pedido de revisão de pena, o Presidente do
Conselho Regional determinará a autuação do processo de
revisão em autos apensados aos originais e designará um
Conselheiro para emissão de parecer, o qual será
submetido a julgamento em sessão plenária no prazo
máximo de 60 (sessenta) dias.
§ 2º Não será admitida a renovação do pedido de revisão,
salvo se fundamentado em novas provas.

116
§ 3º O processo revisional seguirá, no que couber, as normas
previstas neste Código.
Art. 100 - A decisão no processo revisional poderá reduzir
ou extinguir a pena, sendo vedado o seu agravamento.
§1º A absolvição implicará no restabelecimento de todos
os direitos perdidos em virtude de punição anteriormente
aplicada.
§2º A revisão da pena somente surtirá efeito após o seu
trânsito em julgado.
Art. 101 - Da decisão no processo revisional caberá
recurso ao Plenário do Cofen com efeito devolutivo.

CAPÍTULO XV

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DA REABILITAÇÃO
Art. 102 - Após 2 (dois) anos do cumprimento da pena
aplicada pelo Conselho de Enfermagem, sem que tenha
sofrido qualquer outra pena ético-disciplinar ou criminal
relacionado ao exercício da enfermagem, mediante provas
efetivas de bom comportamento, é permitido ao
profissional requerer a reabilitação profissional.
§ 1º Os prazos deste artigo contam-se do trânsito em
julgado da decisão administrativa que puniu o profissional
ou da data em que terminar a execução da pena, no caso da

117
penalidade de suspensão ou cassação.
§ 2º A reabilitação não exclui a reincidência, que poderá se
dar no prazo de cinco anos entre a data do cumprimento ou
extinção da pena e a infração posterior.
Art. 103 - O requerimento de reabilitação será
encaminhado ao Regional que aplicou a pena, e deverá ser
instruído com:
I – certidões comprobatórias de não ter o requerente sido
punido em processo ético-disciplinar, em quaisquer das
jurisdições dos Conselhos Regionais em que houver sido
inscrito desde a condenação motivo do pedido de
reabilitação;
II – comprovação de que teve o requerente, durante o
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tempo previsto no inciso anterior bom comportamento


público e privado.
§ 1º Recebido o pedido de reabilitação, o Presidente do
Conselho Regional determinará a autuação do processo de
reabilitação em autos apartados dos originais e designará
um Conselheiro para emissão de parecer, o qual será
submetido a julgamento em sessão plenária no prazo
máximo de 60 (sessenta) dias.
§ 2º O processo de reabilitação seguirá, no que couber, as
normas previstas neste Código.

118
Art. 104 - O Conselho poderá ordenar as diligências
necessárias para a apreciação do pedido, cercando-as de
sigilo.
Art. 105 - Da decisão denegatória do Conselho Regional
que apreciar o pedido de reabilitação caberá recurso ao
Conselho Federal.
Art. 106 - Concedida a reabilitação, a pena não mais será
mencionada em certidões ou outros documentos
expedidos pelo Conselho, permanecendo, no entanto, as
anotações constantes do prontuário para análise da prática
da reincidência.
Art. 107 - Indeferida a reabilitação, o profissional
interessado, poderá reapresentar o pedido, a qualquer
tempo, desde que seja instruído com novos elementos

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comprobatórios dos requisitos necessários.
Art. 108 - Quando a infração ético-disciplinar constituir
crime e havendo condenação judicial, a reabilitação
profissional dependerá da correspondente reabilitação
criminal.

119
CAPÍTULO XVI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 109 - É vedada vista dos autos do processo físico fora
das instalações do Conselho, porém as partes poderão, a
qualquer tempo, acessá-los, inclusive obter cópia de
peças, por meio de requerimento formulado ao Presidente
do Conselho ou de Comissão de Instrução.
Art. 110 - Em qualquer fase do processo, poderá ser
solicitada a manifestação da assessoria jurídica do
Conselho.
Art. 111 - Os julgamentos dos processos éticos, as oitivas
das partes e testemunhas poderão ser realizadas por
Sistema de Deliberação Remota.
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Art. 112 - O Conselho Federal de Enfermagem criará


Cadastro Único de penalidades aplicadas pelo sistema
Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem.
Art. 113 - As questões omissas neste Código deverão ser
supridas pelo Plenário do Cofen.
Parágrafo único. Nos casos omissos poderá ser utilizado,
subsidiariamente, os dispositivos previstos no Código de
Processo Penal, no que lhes for aplicável.

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