Orixas
Orixas
Orixas
cultuados no Brasil: Exú, Oxalá, Ogum, Oxóssi, Oxum, Oxumaré, Xangô, Iansã, Iemanjá, Nanã,
Omolú, Logunedé, Obá, Ossain, Yewá e Ibeji.
A saudação dada a Oxalá tem várias versões, pode ser "èpao èpa bàbá", em
iorubá, ou "êpa êpa, babá", "êpa babá" ou ainda "exê babá".
Ogum é uma divindade de origem africana (orixá) cultuado em religiões
afro-brasileiras, como a umbanda e o candomblé. Ogum é o orixá guerreiro,
conhecido pela sua coragem e força. Aliás, em iorubá, grupo étnico-
linguístico da África Ocidental, Ogum significa guerra. Ogum é senhor da
metalurgia, tendo domínio sobre o ferro e o aço e todas as ferramentas
feitas com esses materiais, como a lança, o martelo, a faca, a ferradura e a
enxada. É um orixá associado à luta e também ao trabalho, patrono tanto
dos militares quanto dos trabalhadores braçais (sobretudo os ferreiros). Seu
símbolo é a espada e suas cores são o vermelho (na umbanda), o azul, o
branco e o verde (no candomblé) Por isso, comemora-se o dia de Ogum no
mesmo dia de São Jorge: 23 de abril. Seu dia de semana é terça-feira.
Nessa terra primordial, chamada Ilê-Ifé, seres humanos e orixás viviam lado a
lado. Houve um momento em que a população aumentou e houve
necessidade de se criarem novas áreas de plantio. Os orixás se reuniram para
decidir o que fazer e alguns deles até tentaram fazer o trabalho: sem
sucesso. Foi aí que Ogum entrou em ação. Empunhando um facão, entrou na
mata e limpou o terreno para a lavoura. Por esse motivo Ogum ficou conhecido
como o orixá que abre os caminhos.
Certo dia, porém, Ogum saiu para caçar e demorou muito tempo para voltar.
Quando regressou, estava muito sujo e com as roupas rasgadas, o que causou
péssima impressão nos seus súditos. Os orixás se reuniram e decidiram destituir
Ogum de sua função de governador.Profundamente ressentido, Ogum decidiu
partir, levando consigo suas ferramentas de ferro. Escolheu um lugar distante
chamado Irê, onde construiu sua casa. Desde então, os seres humanos são
muito gratos a esse orixá. Afinal, foi Ogum que compartilhou conosco o dom
da siderurgia, além de ensinar as formas de caça e táticas de guerra.
. Para saudar Ogum, pode-se dizer "Ògún ieé" ou "Ogunhê", que significa "Salve Ogum,
cabeça coroada
Oxóssi é uma divindade das religiões africanas, também conhecida como orixá,
que representa o conhecimento e as florestas. Normalmente, esse orixá é
representado pela figura de um homem que tem em suas mãos um arco e
flecha, considerado uma espécie de guardião e caçador. Para as religiões afro-
brasileiras, como a Umbanda e o Candomblé, Oxóssi é ligado ao conhecimento
e à natureza. Ele sempre enaltece tudo o que a natureza pode proporcionar,
conforme a necessidade humana.Por esta razão, também é conhecido como o
orixá da caça, da fartura e do sustento.
Na África antiga, Oxóssi era considerado o guardião dos caçadores, responsável por
trazer o sustento para a tribo. Hoje em dia, ele protege todos os que saem de casa
diariamente para o trabalho, pois é deste esforço que vem o sustento das famílias.
Ou seja, ele busca as boas influências e energias positivas para um ilé, espaço
onde são realizadas as festas públicas no Candomblé.
Na história dos deuses africanos, Oxóssi é filho de Oxalá e Iemanjá, e seu nome
tem origem do iorubá, linguagem especificamente africana, que significa
“guardião popular”.
Segundo a lenda, Oxóssi não precisa de mais do que uma flecha para atingir
seu alvo e por esta razão é também chamado de Otokan Soso (ou seja, o
guerreiro com uma flecha que nunca erra o alvo).
Oxum é uma orixá, é a rainha da água doce, dona dos rios e cachoeiras,
cultuada no candomblé e também na umbanda, religiões de origem africana.
É a deusa do rio Oxum (ou Osun) que fica no continente africano, mais
concretamente no Sudoeste da Nigéria.
É uma das esposas de Xangô, juntamente com Iasã e Obá. Sendo a divindade
que representa a sabedora, o poder feminino e a fertilidade, Oxum queria
conhecer os segredos do Ifá (oráculo), mas seu pai não permitiu.
Por seus filhos é conhecida como mãe ou mamãe Oxum. É a orixá que sofre
junto daqueles que enfrentam dificuldades e tenta ajudá-los.
Segundo a lenda, Xangô era o rei de Òyó - região que hoje é a Nigéria - e
possuía um caráter autoritário e violento, além de ser extremamente viril,
atrevido, vaidoso e justiceiro. Conhecido por praticar uma justiça dura, justa e
cega, como uma rocha - que aliás é outro elemento que o representa: a rocha.
Uma delas conta que Xangô é extremamente justo, mas também violento, e
teria vencido uma batalha contra Ogum para conquistar o coração de Iansã, que
depois viraria sua esposa. Xangô lutou contra Ogum usando uma pedra capaz
de soltar chamas, chamada de pedra raio.
Outra lenda diz que Xangô castiga aqueles que tem maus comportamentos
com seus raios. Por isso, ter a casa atingida ou ser atingido por um raio seria
uma espécie de punição de Xangô, que exige uma mudança de conduta.
Porém, Iemanjá pediu ajuda ao filho Xangô, que com um raio, partiu a
montanha ao meio, permitindo que o rio seguisse o seu caminho. Assim,
Iemanjá encontrou-se com o oceano e se tornou a rainha do mar.
Nanã, também conhecida como Anamburucu, Borocô, Nanamburucu, Nanan Buruku e Nanã
Buruquê, é uma divindade das religiões afro-brasileirase da mitologia iorubá. Considerada a
iabá (orixá feminino) mais antiga e sábia, é mãe de muitos orixás, como Omolu, Irocô,
Ossaim, Oxumaré e Euá. É a senhora dos pântanos, da lama e das águas paradas. Também é
a divindade guardiã do portal entre o mundo dos vivos e dos mortos, recebendo as almas
dos desencarnados e as enviando para a reencarnação.A iabá é geralmente representada
como uma mulher idosa, de pele negra e cabelos brancos, sempre acompanhada de seu cajado,
o ibiri.Nanã, uma das responsáveis pela criação da humanidade, é um orixá temida e
respeitada, de grande poder e sabedoria. Protetora dos idosos, dos doentes e dos mortos, tem
um lugar simbólico que se assemelha ao ocupado pela lendária Grande-Mãe em outras
religiões.A palavra "nanan", em iorubá, traduz-se como "raiz", simbolizando aquela que está no
interior da terra.Nanã Buruquê é uma divindade originária da cultura daomeana (atual Benin),
reconhecida como o orixá mais antigo do mundo. Já estaria presente no planeta quando
Orumilá fecundou a Terra. É, portanto, uma iabá da pré-história, anterior à era do ferro.Existem
diversos mitos associadas à Nanã. Apresentamos, a seguir, quatro das principais histórias
relacionadas à divindade.Nessa lenda, a primeira Iabá é retratada como uma divindade
vaidosa que desprezou seu filho primogênito, Omolu, por este nascer com várias doenças de
pele. Ela o abandonou numa praia, onde Iemanjá o encontrou e o criou com amor e
carinho.Quando Oxalá soube do que Nanã fez, condenou-a a ter mais filhos com deficiências
(Oxumaré, Euá e Ossaim) e a expulsou do reino, ordenando-lhe que fosse viver num pântano
escuro e sombrio.Foi então que Nanã, a orixá das águas paradas, ofereceu a Oxalá uma
porção de barro do fundo do lago em que habitava. Com esse material, Oxalá finalmente
conseguiu moldar o homem. Conta-se também que era a única divindade que podia invocar os
Eguns, os espíritos dos mortos. Oxalá, o orixá da criação e da ordem, queria esse poder para
si. Para tanto, deu a Nanã uma poção mágica que a fez se apaixonar por ele. A deusa
concordou em dividir o reino com Oxalá, mas ela o proibiu de entrar no Jardim dos
Eguns.Oxalá, muito astuto, espionou Nanã e aprendeu o ritual de invocação dos Eguns.
Disfarçou-se de mulher e foi ao Jardim dos Eguns, onde ordenou aos espíritos que obedecessem
a ele. Quando Nanã descobriu o golpe, ficou furiosa. Tentou lutar contra Oxalá, mas ele era
mais forte demais. A iabá acabou aceitando deixar o poder com Oxalá, mas nunca o perdoou
por isso. O principal símbolo associado à iabá é o Ibiri, um bastão feito de folhas, palha da
costa, cabaça e decorado com búzios. Além do ibiri, outros símbolos associados à Nanã são:
Águas paradas, Pântanos, Lama, Terra úmida, Cedro. As cores de Nanã são o roxo, o lilás e
o branco. Entre as oferendas dedicadas, destacam-se batata-doce, jabuticaba, ameixa e
vinho. A iabá é celebrada pelas tradições religiosas afro-brasileiras no dia 26 de julho, A
iabá é saudada com a expressão "Salubá, Nanã!", que significa "Salve, Nanã!".
Obaluaê é o deus iorubá e das religiões afro-brasileiras associado à cura, às doenças,
ao respeito aos mais velhos, à terra e à morte.
Também conhecido como Omolu, Obaluaiê, Omulu ou Xapanã, ocupa um lugar de destaque nas
práticas religiosas de seus devotos. Sua proteção e intercessão é muito requisitada em momentos
de dificuldades físicas e espirituais.
O Orixá é saudado com a expressão de origem iorubá Atotô Obaluaê, que significa “silêncio
para o grande Rei da Terra”.
A origem e história de Obaluaê remontam às antigas tradições africanas. Na cosmologia
iorubá, Omolu era venerado como um Orixá ancestral, associado à terra, à cura e à proteção
contra doenças.
Acredita-se que a figura de Omolu tenha se originado na região da atual Nigéria, mais
precisamente na cidade de Ifé. Oláwàiye, em iorubá, significa "o rei que é senhor da terra".
Omolu é filho dos Orixás Nanã e Oxalá e irmão de Oxumaré. Nasceu com feridas devido a
conflitos entre seus pais. Abandonado à beira do mar, foi resgatado por Iemanjá, a rainha do
mar, que o acolheu como filho e ensinou a curar doenças e superar adversidades.
Por conta de suas cicatrizes, Obaluaê passou a cobrir-se com palhas, mantendo somente
braços e pernas à mostra. Essa experiência o tornou introspectivo e mal-humorado.
Ao longo dos séculos, a devoção a essa divindade espalhou-se por diferentes regiões da África,
ganhando variações regionais em suas lendas e mitos.
Obaluaê é frequentemente associado à terra e à cura de doenças. É considerado o Orixá
da saúde, sendo invocado para tratar enfermidades e desequilíbrios físicos e espirituais.
Acredita-se que ele possui o poder de curar e aliviar sofrimentos, mas também pode trazer
doenças e epidemias quando desrespeitado.
As cores do Orixá são preto, branco e vermelho. O dia da semana ao qual é associado
a segunda-feira, e a data de sua comemoração é em 16 de agosto.
Suas ervas são a pariparoba, mamona, cambará e canela de cachorro. Quanto à oferenda
(ebó), sua preferência é a pipoca.
Obá, também conhecida como Yobá, é uma divindade guerreira das religiões afro-
brasileiras e da mitologia iorubá. A Yabá (Orixá feminino) é conhecida por sua força e
valentia, sendo temida e considerada mais poderosa que muitos Orixás masculinos. É associada
às águas turbulentas dos rios.
Desempenha um papel significativo nas práticas religiosas de matriz africana, exercendo
influência não apenas na vida espiritual de seus seguidores, mas também na formação de
identidade cultural e no fortalecimento da comunidade afrodescendente.
Obá é uma divindade originária do povo que habitava o território subsaariano, correspondente
à região da Nigéria, Togo e Serra Leoa. Ela integra o panteão iorubá, uma rica tradição
religiosa que engloba diversas divindades associadas a diferentes aspectos da natureza e da
vida humana.
Seu nome deriva de um rio na Nigéria. Segundo a mitologia, é filha de Iemanjá, a rainha do
mar, e de Oxalá, o criador. Foi a primeira esposa de Xangô, o senhor dos trovões.
A corajosa guerreira do panteão iorubá é amplamente reconhecida por sua força e destreza
em combate, representada portando sempre um escudo e uma espada de bronze. Era temida
por muitos Orixás masculinos, acumulando vitórias notáveis em suas batalhas contra outros
deuses. Derrotou Exu, Oiá, Oxalá, Orumilá e Oxumarê, demonstrando sua supremacia e poder
divino.
O culto à deusa, de origem subsaariana, chegou ao Brasil com a diáspora africana. Ao longo
da nossa história, as religiões afro-brasileiras enfrentaram perseguições e marginalização
devido ao preconceito e à intolerância religiosa.
A Orixá Obá é associada à quarta-feira. Suas cores representativas são o marrom,
vermelho e amarelo.
Seus símbolos sagrados incluem o Ofange (espada) e o Escudo de Cobre, além do Ofá (arco
e flecha). A deusa é conectada às águas revoltas, incluindo as poderosas pororocas (fenômeno
natural produzido pelo encontro das correntes fluviais com as oceânicas).
Seus domínios espirituais abrangem o amor e o sucesso profissional. É reverenciada com
a saudação "Obà Xiré!" .
As oferendas e pratos (ebós) dedicados a essa Orixá incluem o acarajé de formato único,
aberém, feijão fradinho e amalá (caruru de quiabos).