Orixas

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Existem mais de 400 orixás na mitologia iorubá, mas somente alguns deles são famosos e

cultuados no Brasil: Exú, Oxalá, Ogum, Oxóssi, Oxum, Oxumaré, Xangô, Iansã, Iemanjá, Nanã,
Omolú, Logunedé, Obá, Ossain, Yewá e Ibeji.

Exu é um orixá guardião da comunicação, que faz parte das religiões


originárias da África, como Candomblé e da Umbanda. Exu recebeu a missão
fazer a comunicação entre os seres humanos e o plano divino Por isso, ao
iniciarem-se rituais ou trabalhos religiosos, é comum que se faça uma
reverência ou oferenda especialmente para Exu. O dia da semana atribuído a
Exu é segunda-feira e 13 de junho é seu dia comemorativo. A data faz com
que, no sincretismo com a religião católica, É bastante comum que as
oferendas para Exu sejam feitas em cruzamentos de ruas ou outros lugares
semelhantes, chamados de encruzilhadas.

O hábito se deve ao fato de que uma encruzilhada representa a conexão entre


dois pontos diferentes, assim como é a conexão entre dois mundos, Exu é
cultuado tanto na Umbanda, quanto no Candomblé. De modo geral, ele é
mesmo nas duas religiões, sendo uma das entidades mais poderosas. O Exu
Tranca Rua é cultuado principalmente por sua característica de ajudar na
abertura dos caminhos desejados por aqueles que são fiéis a ele. Conforme a
Umbanda, o Exu Caveira tem o atributo de proteção e pode ajudar as
pessoas que o cultuam a livrarem-se de energias negativas. Na história das
religiões, Exu teria sido o mensageiro enviado por Deus durante o período
da criação na Terra. Uma de suas tarefas seria conhecer o planeta para saber
se ela era um bom lugar para seres humanos e para os orixás. Depois de
chegar à Terra, Exu teria decidido permanecer aqui e tempos depois passou
a ser um orixá muito cultuado nos rituais do Candomblé e da Umbanda. A
expressão Laroye, Exu (ou Laroiê, Exu) é usada como saudação à entidade e
pode ser traduzida como "Salve, mensageiro".

Devido ao racismo religioso, foi associado a Satanás, entidade cristã voltada


para a maldade, que se ocupa de semear a discórdia entre os seres
humanos, porém essa associação não faz sentido, uma vez que nas religiões
de matriz africana não existe uma figura representante do mal
Oxalá é uma divindade masculina, ele é o criador de todos os seres e
considerado o pai de todos os orixás - com exceção de Logunedé. Ele
representa o sol, a criação e a vida. Segundo a mitologia iorubá, Oxalá
tentou criar os seres humanos com vários materiais, mas só conseguiu
quando utilizou o barro. Oxalá pode receber outros nomes, como Orixalá e
Obatalá. Ele foi o primeiro dos orixás, o que recebeu a missão de criar o
universo e também os seres humanos. Por isso, é chamado de pai Oxalá. A
palavra oxalá também é utilizada como interjeição para expressar o desejo
que algo aconteça. É sinônimo de "tomara" ou "queira Deus".O culto a oxalá
normalmente acontece nas sextas-feiras, sua cor é o branco. No sincretismo
religioso, em uma associação à devoção católica, é visto como Jesus Cristo e
celebrado como Nosso Senhor do Bonfim, uma importante festa de tradição
religiosa na Bahia.

Segundo a crença, são atribuídas ao orixá as funções de criação e reprodução. É


esse o sentido da palavra no poema "Meu Pai Oxalá" de Vinícius de Moraes, que
deu origem à canção em parceria com Toquinho. A mitologia iorubá conta que
Olódùmarè (também chamado de Olorum - Deus) deu a Oxalá a missão de criar
o universo. Oxalá foi o primeiro orixá e é o criador de tudo, inclusive dos seres
humanos (que foram criados a partir do barro).

A esposa de Oxalá é Iemanjá, juntos tiveram os outros orixás. Desse casamento,


também nasceu a linha do horizonte, separando o céu e o mar.

Oxalá é chamado pai de todos. É a divindade da razão e da sabedoria. Para os


praticantes das religiões de matriz africana, é especialmente chamado pelos
doentes, pois é o orixá que cuida tanto da saúde física, quanto da mental.

A saudação dada a Oxalá tem várias versões, pode ser "èpao èpa bàbá", em
iorubá, ou "êpa êpa, babá", "êpa babá" ou ainda "exê babá".
Ogum é uma divindade de origem africana (orixá) cultuado em religiões
afro-brasileiras, como a umbanda e o candomblé. Ogum é o orixá guerreiro,
conhecido pela sua coragem e força. Aliás, em iorubá, grupo étnico-
linguístico da África Ocidental, Ogum significa guerra. Ogum é senhor da
metalurgia, tendo domínio sobre o ferro e o aço e todas as ferramentas
feitas com esses materiais, como a lança, o martelo, a faca, a ferradura e a
enxada. É um orixá associado à luta e também ao trabalho, patrono tanto
dos militares quanto dos trabalhadores braçais (sobretudo os ferreiros). Seu
símbolo é a espada e suas cores são o vermelho (na umbanda), o azul, o
branco e o verde (no candomblé) Por isso, comemora-se o dia de Ogum no
mesmo dia de São Jorge: 23 de abril. Seu dia de semana é terça-feira.
Nessa terra primordial, chamada Ilê-Ifé, seres humanos e orixás viviam lado a
lado. Houve um momento em que a população aumentou e houve
necessidade de se criarem novas áreas de plantio. Os orixás se reuniram para
decidir o que fazer e alguns deles até tentaram fazer o trabalho: sem
sucesso. Foi aí que Ogum entrou em ação. Empunhando um facão, entrou na
mata e limpou o terreno para a lavoura. Por esse motivo Ogum ficou conhecido
como o orixá que abre os caminhos.

Os demais orixás assistiram a tudo aquilo admirados, sobretudo pela eficácia do


material usado por Ogum: o ferro. Até então, poucos conheciam o segredo do
ferro, e Ogum era um deles.

Os orixás insistiram para que Ogum revelasse o segredo daquele material,


perfeito não só para a agricultura, mas para a caça e a guerra. O orixá guerreiro
só aceitou compartilhar seu segredo quando lhe foi oferecido o reinado de Ifé.
Ogum, então, se tornou rei.

Certo dia, porém, Ogum saiu para caçar e demorou muito tempo para voltar.
Quando regressou, estava muito sujo e com as roupas rasgadas, o que causou
péssima impressão nos seus súditos. Os orixás se reuniram e decidiram destituir
Ogum de sua função de governador.Profundamente ressentido, Ogum decidiu
partir, levando consigo suas ferramentas de ferro. Escolheu um lugar distante
chamado Irê, onde construiu sua casa. Desde então, os seres humanos são
muito gratos a esse orixá. Afinal, foi Ogum que compartilhou conosco o dom
da siderurgia, além de ensinar as formas de caça e táticas de guerra.

. Para saudar Ogum, pode-se dizer "Ògún ieé" ou "Ogunhê", que significa "Salve Ogum,
cabeça coroada
Oxóssi é uma divindade das religiões africanas, também conhecida como orixá,
que representa o conhecimento e as florestas. Normalmente, esse orixá é
representado pela figura de um homem que tem em suas mãos um arco e
flecha, considerado uma espécie de guardião e caçador. Para as religiões afro-
brasileiras, como a Umbanda e o Candomblé, Oxóssi é ligado ao conhecimento
e à natureza. Ele sempre enaltece tudo o que a natureza pode proporcionar,
conforme a necessidade humana.Por esta razão, também é conhecido como o
orixá da caça, da fartura e do sustento.

Na África antiga, Oxóssi era considerado o guardião dos caçadores, responsável por
trazer o sustento para a tribo. Hoje em dia, ele protege todos os que saem de casa
diariamente para o trabalho, pois é deste esforço que vem o sustento das famílias.

Cores: verde, azul-escuro e magenta;

Símbolos: arco e flecha (Ofá) e rabo de boi (Eruexim);

Saudações: Okê Oxóssi e Okê Arô.

Oxóssi também é considerado um orixá de contemplação, amante das artes e


das coisas belas, sendo também um caçador de axé.

Ou seja, ele busca as boas influências e energias positivas para um ilé, espaço
onde são realizadas as festas públicas no Candomblé.

Na história dos deuses africanos, Oxóssi é filho de Oxalá e Iemanjá, e seu nome
tem origem do iorubá, linguagem especificamente africana, que significa
“guardião popular”.

Ele é considerado o rei de Ketu, pois livrou a população de um dos pássaros de


Eleyé (donas de pássaros que possuem espíritos maléficos). Quebrou, assim, um
feitiço lançado sobre aquele povo.

Segundo a lenda, Oxóssi não precisa de mais do que uma flecha para atingir
seu alvo e por esta razão é também chamado de Otokan Soso (ou seja, o
guerreiro com uma flecha que nunca erra o alvo).
Oxum é uma orixá, é a rainha da água doce, dona dos rios e cachoeiras,
cultuada no candomblé e também na umbanda, religiões de origem africana.

Oxum é a segunda esposa de Xangô e representa a sabedoria e o poder


feminino. Além disso, é vista como deusa do ouro e do jogo de búzios.

É a deusa do rio Oxum (ou Osun) que fica no continente africano, mais
concretamente no Sudoeste da Nigéria.

O arquétipo de Oxum é de uma mulher graciosa e elegante, com predileção por


joias, perfumes e roupas. A figura de Oxum carrega um espelho na mão.
Algumas pessoas confundem Oxum e Oxumarê, mas segundo a Umbanda e o
Candomblé são divindades distintas.

Oxum representa a deusa da beleza, orixá do amor, da fertilidade e


da maternidade, responsável pela proteção dos fetos e das crianças recém-
nascidas, adorada pelas mulheres que querem engravidar. Seu elemento é a
água, sua cor é o amarelo e seu dia é o sábado. A mitologia africana diz que
Oxum é filha de Iemanjá e Orunmilá. É uma orixá muito bonita, vaidosa e
sedutora, foi criada com muito carinho e cuidados por seu pai.

É uma das esposas de Xangô, juntamente com Iasã e Obá. Sendo a divindade
que representa a sabedora, o poder feminino e a fertilidade, Oxum queria
conhecer os segredos do Ifá (oráculo), mas seu pai não permitiu.

Oxum seduziu Exu e conseguiu aprender tais segredos, passando a ser a


guardiã do conhecimento do oráculo. Outra lenda também conta que Oxum
acreditava ser injusto que somente os orixás masculinos discutissem o que seria
importante para os seres humanos.

A orixá então suspendeu a fertilidade em todo o mundo, fazendo que os outros


orixás vissem a sua importância e passagem a chamá-la para as discussões.

Por seus filhos é conhecida como mãe ou mamãe Oxum. É a orixá que sofre
junto daqueles que enfrentam dificuldades e tenta ajudá-los.

Para saudar Oxum, deve-se dizer "Ora Yê Yê Ô"

Xangô é um orixá bastante cultuado pelas religiões afro-brasileiras,


considerado deus da justiça, dos raios, dos trovões e do fogo. Este orixá é
considerado o mestre da sabedoria, gerando o poder da política e justiça,
Xangô é uma palavra de origem iorubá, onde o sufixo "Xa", significa
"senhor"; "angô" (AG + NO = "fogo oculto") e "Gô" pode ser traduzido para
"raio" ou "alma". Assim sendo, Xangô significaria "senhor do fogo oculto".

Segundo a lenda, Xangô era o rei de Òyó - região que hoje é a Nigéria - e
possuía um caráter autoritário e violento, além de ser extremamente viril,
atrevido, vaidoso e justiceiro. Conhecido por praticar uma justiça dura, justa e
cega, como uma rocha - que aliás é outro elemento que o representa: a rocha.

A umbanda e o candomblé, religiões de origem afro-brasileira, possuem


celebrações e cultos em homenagem à Xangô. O "Machado de Xangô" ou Oxé,
é o símbolo principal de Xangô.

A arma é um machado de duas lâminas que, quando os seus "filhos" (pessoas


que dentro dos cultos da umbanda e candomblé incorporam o espírito de
Xangô) estão em transe, carregam com as mãos. Xangô era filho de Torossi
(também chamada de Iamassé) e Oraniã, irmão de Dadá Ajacá, e casado com
outras três divindades: Iansã, Oxum e Obá. Ele foi rei de Òyó e muitas lendas
sobre a divindade estão presentes na mitologia africana.

Uma delas conta que Xangô é extremamente justo, mas também violento, e
teria vencido uma batalha contra Ogum para conquistar o coração de Iansã, que
depois viraria sua esposa. Xangô lutou contra Ogum usando uma pedra capaz
de soltar chamas, chamada de pedra raio.

Outra lenda diz que Xangô castiga aqueles que tem maus comportamentos
com seus raios. Por isso, ter a casa atingida ou ser atingido por um raio seria
uma espécie de punição de Xangô, que exige uma mudança de conduta.

. A saudação ao orixá Xangô é "Kawó-Kabiyesilé", também escrita "Caô


Cabiecilê". É comumente traduzida como "Salvem o rei da Terra".
Iansã é uma divindade das religiões afro-brasileiras e da
mitologia iorubá associada aos ventos e às águas. Também conhecida
como Oiá ou Oyá, é uma das principais orixás femininas.

Originária do povo que ocupava o território sub saariano hoje correspondente à


Nigéria, Togo e Serra Leoa, a deusa faz parte do panteão iorubá, uma rica
tradição religiosa que engloba diversas divindades associadas a aspectos da
natureza e da vida humana.

Segundo essa mitologia, Iansã é filha de Iemanjá e Oxalá, e possui como


irmãos Oxum, Obá e Oxóssi.

Deusa obstinada e corajosa, possui dois maridos: Ogum, o caçador, e Xangô, o


senhor do fogo. Com seus dois esposos aproximou-se das batalhas, tornando-
se uma iabá (orixá feminino) associada à guerra.Seu nome, Oyá, surgiu de um
rio na Nigéria onde se originou seu culto, atualmente chamado de rio Níger. A
nomenclatura Iansã, por sua vez, significa "mãe do céu rosado" ou "mãe do
entardecer". Xangô, chamava-a deste modo, pois a considerava radiante como
o entardecer.Ao longo dos séculos, a religião iorubá foi trazida ao Brasil pelos
africanos escravizados, que mantiveram suas crenças e práticas religiosas
mesmo sob o jugo da opressão.No contexto da diáspora africana, ocorreu um
processo de sincretismo religioso, no qual as divindades iorubás foram
associadas a santos católicos, buscando preservar suas tradições
disfarçadamente. Oiá é uma iabá relacionada, sobretudo, ao elemento ar. Possui
o poder de controlar e direcionar os ventos, trazendo mudanças e
transformações. Suas tempestades representam sua capacidade de purificar e
renovar. A deusa também está associada aos raios e trovões. Os raios são vistos
como sua arma, símbolo de seu poder destrutivo, mas também de sua justiça
implacável. Os trovões anunciam sua presença e intensificam sua energia. Iansã
é considerada uma protetora, tanto na vida cotidiana quanto nos campos
espiritual e emocional. Segundo a tradição, defende seus seguidores contra
influências negativas, trazendo segurança e equilíbrio. Sua energia protetora
costuma ser invocada para afastar perigos e oferecer abrigo.Também está
ligada ao culto dos mortos. Segundo a mitologia, a deusa recebeu de Obaluaiê
a responsabilidade de guiar as almas dos falecidos (eguns) a um dos nove céus,
de acordo com suas ações em vida. Para proteger-se desses espíritos, recebeu
de Oxóssi um eruexin (espécie de espanador feito com o pelo da cauda de
animais). Iansã é celebrada em 4 de dezembro, Além disso, é nas quartas-
feiras que ela costuma receber homenagens, sendo esse o dia da semana
especialmente dedicado a ela.

 Saudação: Epaheyy, Oyá! ("Olá, Iansã!")

 Cores: rosa, marrom, vermelho e branco.


Iemanjá, na verdade, é a divindade do rio que deságua no mar. Ela é filha de
Olokun, o orixá rei dos oceanos. O rio que representa Iemanjá e sua história é o
Rio Ogun, localizado no estado de Oxum, na Nigéria. No Brasil, a deusa
Iemanjá recebe diferentes nomes, dentre eles: Dandalunda, Inaé, Ísis, Janaína,
Marabô, Maria, Mucunã, Princesa de Aiocá, Princesa do Mar, Rainha do Mar,
Sereia do Mar, etc. No dia 2 de fevereiro é comemorado o dia de Iemanjá.
Em Salvador, capital do Estado da Bahia, acontece a maior festa popular
dedicada a Iemanjá.

Milhares de pessoas trajadas de branco fazem uma procissão até ao templo de


Iemanjá, localizado na praia do Rio Vermelho, onde deixam os presentes que
vão encher os barcos que os levam para o mar.

No Rio de Janeiro, as festas em honra de Iemanjá estão relacionadas com a


passagem de ano.

Nos candomblés fiéis às origens africanas, o culto é prestado em locais


fechados. Nos mais atuais, o culto é ao ar livre, prestado no mar e nas lagoas,
sendo Iemanjá muitas vezes representada como sereia.

Iemanjá é um orixá (divindade africana) feminino das religiões


Candomblé e Umbanda. O seu nome tem origem nos termos do idioma
Iorubá (língua nígero-congolesa) “Yèyé omo ejá”, que significam “mãe cujos
filhos são como peixes”. É considerada a mãe de todos os adultos e a mãe
dos orixás. As celebrações em homenagem a Iemanjá também acontecem
em 15 de agosto, 8 de dezembro e 31 de dezembro. Com medo de perder a
esposa, Okerê se transformou numa montanha para impedir que o rio
alcançasse o mar, e Iemanjá pudesse voltar para ele.

Porém, Iemanjá pediu ajuda ao filho Xangô, que com um raio, partiu a
montanha ao meio, permitindo que o rio seguisse o seu caminho. Assim,
Iemanjá encontrou-se com o oceano e se tornou a rainha do mar.
Nanã, também conhecida como Anamburucu, Borocô, Nanamburucu, Nanan Buruku e Nanã
Buruquê, é uma divindade das religiões afro-brasileirase da mitologia iorubá. Considerada a
iabá (orixá feminino) mais antiga e sábia, é mãe de muitos orixás, como Omolu, Irocô,
Ossaim, Oxumaré e Euá. É a senhora dos pântanos, da lama e das águas paradas. Também é
a divindade guardiã do portal entre o mundo dos vivos e dos mortos, recebendo as almas
dos desencarnados e as enviando para a reencarnação.A iabá é geralmente representada
como uma mulher idosa, de pele negra e cabelos brancos, sempre acompanhada de seu cajado,
o ibiri.Nanã, uma das responsáveis pela criação da humanidade, é um orixá temida e
respeitada, de grande poder e sabedoria. Protetora dos idosos, dos doentes e dos mortos, tem
um lugar simbólico que se assemelha ao ocupado pela lendária Grande-Mãe em outras
religiões.A palavra "nanan", em iorubá, traduz-se como "raiz", simbolizando aquela que está no
interior da terra.Nanã Buruquê é uma divindade originária da cultura daomeana (atual Benin),
reconhecida como o orixá mais antigo do mundo. Já estaria presente no planeta quando
Orumilá fecundou a Terra. É, portanto, uma iabá da pré-história, anterior à era do ferro.Existem
diversos mitos associadas à Nanã. Apresentamos, a seguir, quatro das principais histórias
relacionadas à divindade.Nessa lenda, a primeira Iabá é retratada como uma divindade
vaidosa que desprezou seu filho primogênito, Omolu, por este nascer com várias doenças de
pele. Ela o abandonou numa praia, onde Iemanjá o encontrou e o criou com amor e
carinho.Quando Oxalá soube do que Nanã fez, condenou-a a ter mais filhos com deficiências
(Oxumaré, Euá e Ossaim) e a expulsou do reino, ordenando-lhe que fosse viver num pântano
escuro e sombrio.Foi então que Nanã, a orixá das águas paradas, ofereceu a Oxalá uma
porção de barro do fundo do lago em que habitava. Com esse material, Oxalá finalmente
conseguiu moldar o homem. Conta-se também que era a única divindade que podia invocar os
Eguns, os espíritos dos mortos. Oxalá, o orixá da criação e da ordem, queria esse poder para
si. Para tanto, deu a Nanã uma poção mágica que a fez se apaixonar por ele. A deusa
concordou em dividir o reino com Oxalá, mas ela o proibiu de entrar no Jardim dos
Eguns.Oxalá, muito astuto, espionou Nanã e aprendeu o ritual de invocação dos Eguns.
Disfarçou-se de mulher e foi ao Jardim dos Eguns, onde ordenou aos espíritos que obedecessem
a ele. Quando Nanã descobriu o golpe, ficou furiosa. Tentou lutar contra Oxalá, mas ele era
mais forte demais. A iabá acabou aceitando deixar o poder com Oxalá, mas nunca o perdoou
por isso. O principal símbolo associado à iabá é o Ibiri, um bastão feito de folhas, palha da
costa, cabaça e decorado com búzios. Além do ibiri, outros símbolos associados à Nanã são:
Águas paradas, Pântanos, Lama, Terra úmida, Cedro. As cores de Nanã são o roxo, o lilás e
o branco. Entre as oferendas dedicadas, destacam-se batata-doce, jabuticaba, ameixa e
vinho. A iabá é celebrada pelas tradições religiosas afro-brasileiras no dia 26 de julho, A
iabá é saudada com a expressão "Salubá, Nanã!", que significa "Salve, Nanã!".
Obaluaê é o deus iorubá e das religiões afro-brasileiras associado à cura, às doenças,
ao respeito aos mais velhos, à terra e à morte.
Também conhecido como Omolu, Obaluaiê, Omulu ou Xapanã, ocupa um lugar de destaque nas
práticas religiosas de seus devotos. Sua proteção e intercessão é muito requisitada em momentos
de dificuldades físicas e espirituais.
O Orixá é saudado com a expressão de origem iorubá Atotô Obaluaê, que significa “silêncio
para o grande Rei da Terra”.
A origem e história de Obaluaê remontam às antigas tradições africanas. Na cosmologia
iorubá, Omolu era venerado como um Orixá ancestral, associado à terra, à cura e à proteção
contra doenças.
Acredita-se que a figura de Omolu tenha se originado na região da atual Nigéria, mais
precisamente na cidade de Ifé. Oláwàiye, em iorubá, significa "o rei que é senhor da terra".
Omolu é filho dos Orixás Nanã e Oxalá e irmão de Oxumaré. Nasceu com feridas devido a
conflitos entre seus pais. Abandonado à beira do mar, foi resgatado por Iemanjá, a rainha do
mar, que o acolheu como filho e ensinou a curar doenças e superar adversidades.
Por conta de suas cicatrizes, Obaluaê passou a cobrir-se com palhas, mantendo somente
braços e pernas à mostra. Essa experiência o tornou introspectivo e mal-humorado.
Ao longo dos séculos, a devoção a essa divindade espalhou-se por diferentes regiões da África,
ganhando variações regionais em suas lendas e mitos.
Obaluaê é frequentemente associado à terra e à cura de doenças. É considerado o Orixá
da saúde, sendo invocado para tratar enfermidades e desequilíbrios físicos e espirituais.
Acredita-se que ele possui o poder de curar e aliviar sofrimentos, mas também pode trazer
doenças e epidemias quando desrespeitado.
As cores do Orixá são preto, branco e vermelho. O dia da semana ao qual é associado
a segunda-feira, e a data de sua comemoração é em 16 de agosto.
Suas ervas são a pariparoba, mamona, cambará e canela de cachorro. Quanto à oferenda
(ebó), sua preferência é a pipoca.

Obá, também conhecida como Yobá, é uma divindade guerreira das religiões afro-
brasileiras e da mitologia iorubá. A Yabá (Orixá feminino) é conhecida por sua força e
valentia, sendo temida e considerada mais poderosa que muitos Orixás masculinos. É associada
às águas turbulentas dos rios.
Desempenha um papel significativo nas práticas religiosas de matriz africana, exercendo
influência não apenas na vida espiritual de seus seguidores, mas também na formação de
identidade cultural e no fortalecimento da comunidade afrodescendente.
Obá é uma divindade originária do povo que habitava o território subsaariano, correspondente
à região da Nigéria, Togo e Serra Leoa. Ela integra o panteão iorubá, uma rica tradição
religiosa que engloba diversas divindades associadas a diferentes aspectos da natureza e da
vida humana.
Seu nome deriva de um rio na Nigéria. Segundo a mitologia, é filha de Iemanjá, a rainha do
mar, e de Oxalá, o criador. Foi a primeira esposa de Xangô, o senhor dos trovões.
A corajosa guerreira do panteão iorubá é amplamente reconhecida por sua força e destreza
em combate, representada portando sempre um escudo e uma espada de bronze. Era temida
por muitos Orixás masculinos, acumulando vitórias notáveis em suas batalhas contra outros
deuses. Derrotou Exu, Oiá, Oxalá, Orumilá e Oxumarê, demonstrando sua supremacia e poder
divino.
O culto à deusa, de origem subsaariana, chegou ao Brasil com a diáspora africana. Ao longo
da nossa história, as religiões afro-brasileiras enfrentaram perseguições e marginalização
devido ao preconceito e à intolerância religiosa.
A Orixá Obá é associada à quarta-feira. Suas cores representativas são o marrom,
vermelho e amarelo.
Seus símbolos sagrados incluem o Ofange (espada) e o Escudo de Cobre, além do Ofá (arco
e flecha). A deusa é conectada às águas revoltas, incluindo as poderosas pororocas (fenômeno
natural produzido pelo encontro das correntes fluviais com as oceânicas).
Seus domínios espirituais abrangem o amor e o sucesso profissional. É reverenciada com
a saudação "Obà Xiré!" .
As oferendas e pratos (ebós) dedicados a essa Orixá incluem o acarajé de formato único,
aberém, feijão fradinho e amalá (caruru de quiabos).

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