Prática de Sabões

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CIÊNCIAS BIOLÓGICAS- CCN

RELATÓRIO DE QUÍMICA ORGÂNICA

PREPARAÇÃO E PROPRIEDADES DOS SABÕES

ALUNOS:
FÁTIMA LIZÂNIA DE OLIVEIRA BELLO
ANA MARIA FURTADO DO RÊGO
THIAGO RODRIGUES OLIVEIRA
ARIANE DA SILVA LOPES
PAULO CESAR DOS SANTOS CARVALHO

TERESINA-PI
MAIO DE 2024
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SUMÁRIO:

INTRODUÇÃO………………………………………………………………………….03/04
PARTE EXPERIMENTAL……………………………………………………………..04/05
RESULTADOS E DISCUSSÃO…………………………………………………..05/06/07
CONCLUSÃO………………………………………………………………………………07
QUESTIONÁRIO…………………………………………………………………...07/08/09
REFERÊNCIAS……………………………………………………………………………09
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INTRODUÇÃO:

A história do sabão é um conto intrigante que se entrelaça com a própria história da


civilização humana. Desde suas origens humildes até sua transformação em um
produto essencial para a higiene e o bem-estar, o sabão percorreu um caminho
notável marcado por descobertas científicas, inovações tecnológicas e mudanças
nas práticas sociais.
23-24 d.C: Plínio, o Velho, registra em sua obra "História Natural" a produção de
sabão a partir de sebo de carneiro e cinzas de madeira, um processo repetido com
sal até o produto final.
Século VII: Os árabes aprimoram a técnica, combinando óleos naturais, gorduras
animais e soda cáustica, e descobrindo a saponificação, a reação química que dá
origem ao sabão.
Séculos XV e XVI: As cidades europeias, como Marselha e Savona, se tornam
centros de produção de sabão, impulsionando o comércio e a indústria.
1791: Nicolas Leblanc desenvolveu um método para produzir barrilha a partir da
salmoura, revolucionando a produção de sabão e reduzindo custos.
Do Sabão Artesanal ao Sabão Moderno:
1878: Harley Procter e James Gamble fundam a Procter & Gamble nos EUA,
marcando o início da produção industrial de sabão em larga escala.
1978: A descoberta acidental do sabão branco abre caminho para o
desenvolvimento de sabões mais puros e suaves.
Século XX: O avanço da química impulsiona a criação de novos tipos de sabão
com propriedades e funções específicas, como detergentes sintéticos e sabonetes
em pó.
Século XIX: Michel-Eugène Chevreul demonstra que a formação do sabão é uma
reação química, não apenas uma mistura mecânica de gorduras e álcalis.
Descoberta das Micelas: A estrutura molecular do sabão e sua capacidade de
formar micelas, agregados que atraem e removem a sujeira, são elucidadas,
explicando seu poder de limpeza.
Variedade de Tipos: Sabões em barra, em pó, líquidos, geis e muito mais atendem
às diversas necessidades de limpeza e higiene.
Propriedades Específicas: Sabões antissépticos, hidratantes, esfoliantes e com
fragrâncias agradáveis oferecem benefícios adicionais para a pele.
Importância para a Saúde: O uso regular de sabão é fundamental para prevenir
doenças e promover a saúde individual e coletiva.
Pesquisa e Desenvolvimento: Novas tecnologias e ingredientes estão sendo
explorados para criar sabões ainda mais eficazes, sustentáveis e benéficos para a
saúde da pele e do meio ambiente.
Conscientização Ambiental: A produção de sabão com ingredientes
biodegradáveis e práticas sustentáveis ​ganha cada vez mais importância.
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A história do sabão é um lembrete inspirador do poder da ciência e da inovação


para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Desde suas origens antigas até sua
forma moderna, o sabão continua a desempenhar um papel crucial na manutenção
da higiene, da saúde e do bem-estar em todo o mundo.

PARTE EXPERIMENTAL

1. MATERIAL:

● Bico de Bunsen;
● Tripé de Ferro;
● Bastão de vidro;
● Béquer de 100 e 250 mL
● Tubo de ensaio;
● Tela de amianto;
● Gordura ou óleo;
● NaOH (pastilhas);
● Sol. de CaCl2 0,1 M;
● Sol. de HCl 3 M;
● Sol. de MgSO4 0,1 M;

2. PROCEDIMENTO:

- Foi pesado 1,5 g de NaOH e dissolvido num tubo de ensaio com 2 mL de


água.
- 5 g de óleo foram também pesados e adicionados a um béquer de 100 mL,
onde foi levemente aquecido.
- Foi junto ao óleo, em pequenas porções, uma solução de NaOH, sempre
agitando com bastão de vidro.
- Após ter juntado toda solução de NaOH, continuamos o aquecimento por
mais 5 minutos.
- Depois do aquecimento foi deixado o sabão formado descansar até que
diminuísse a temperatura.
- Utilizamos uma pequena quantidade de sabão para verificar os resultados.

● Propriedades dos sabões:

- Foi colocado 1 grama do sabão obtido em um béquer junto de 50 mL de água


destilada, a mistura foi aquecida para verificar se haveria solubilização.
- Adicionamos 5 mL de solução aquosa de sabão em um tubo de ensaio, junto
com 1 mL de HCl a 3 M.
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- Colocamos 5 mL da solução de sabão em outro tubo de ensaio, junto a 1 mL


de solução de MgSO4 a 0,1M.
- Por fim, é adicionado mais 5 mL da solução aquosa de sabão em um terceiro
tubo de ensaio, junto com 1 mL de solução de CaCl2 a 0,1 M.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

4.1 Reação de Saponificação

Os óleos e gorduras, compostos químicos com longas cadeias carbônicas, são


derivados de ácidos carboxílicos e desempenham várias funções biológicas
essenciais. Conhecidos como triacilglicerois (ésteres de glicerol), eles são os
principais reagentes na reação de saponificação. Esta reação química ocorre
quando um triacilglicerol, como o óleo de soja usado neste experimento, passa por
hidrólise alcalina, resultando na produção de glicerol e sais de ácidos carboxílicos
de cadeia longa, ou seja, ácidos graxos. Ferver a solução contendo a mistura de
óleo com o composto básico durante o processo de preparação é benéfico para
acelerar a reação e garantir sua completa hidrólise. A adição de hidróxido de sódio
resulta em liberação de calor devido à quebra das ligações iônicas, tornando a
reação exotérmica. No entanto, devido à escassez de reagentes, optou-se por
aquecer a solução preparada para acelerar o processo e obter o produto principal.
Do ponto de vista químico, a reação de saponificação pode ser descrita por um
mecanismo que explica tanto a formação dos produtos obtidos neste experimento
quanto às propriedades físicas e químicas dos sabões. Uma vez que o óleo de soja
é uma mistura de ácidos graxos - aproximadamente 50% de ácido linoleico, 7% de
ácido linolênico e 23,3% de ácido oleico (DE ALMEIDA, 2013).
A Figura apresenta uma representação genérica da reação de saponificação entre
um éster de glicerol e hidróxido de sódio (NaOH), conforme descrito por Borges et
al., 2021.
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Assim, o sabão é uma substância química anfifílica, com uma cadeia longa apolar
que se solubiliza com substâncias apolares, como gorduras e sujeiras, e é miscível
em água devido à sua cadeia polar, que interage com as moléculas de água. Em
resumo, os sabões isolam as gorduras com sua parte apolar (hidrofóbica), formando
micelas, e se dissolvem na água utilizando sua cadeia polar (hidrofílica). Portanto, o
sabão é um agente de limpeza eficaz, permitindo a interação entre substâncias
apolares e a dissolução em água para a limpeza de superfícies sujas (SOLOMONS
et al., 2013).

4.2 Propriedades Físicas e Químicas do Sabão:

Como mencionado anteriormente, o sabão se dissolve em água devido à presença


de sua cadeia polar, apesar de possuir uma parte da cadeia apolar. Isso ocorre
porque os sabões formam micelas, aglomerados de moléculas capazes de solvatar
compostos apolares e se dissolver em água (cadeia hidrofílica). Essa característica
explica a solubilidade do sabão em água.
Em soluções ácidas, o sabão, quando misturado, produz um composto insolúvel em
água. Isso ocorre porque os prótons são fornecidos para os sais de ácidos
carboxílicos, formando hidroxilas e liberando o íon Na+, resultando em um ácido
carboxílico insolúvel. O grupo carboxila não oferece polaridade suficiente para se
solubilizar na água, resultando em um composto insolúvel (NETO; DEL PINO,
2013). Isso explica a observação da reação do sabão com ácido clorídrico, onde o
tubo de ensaio apresentou uma solução heterogênea, evidenciando a insolubilidade
do sabão em soluções ácidas.
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A equação química para essa reação é:

Eq. 1: C17H31COO-Na+ (aq) + H+(aq) → C17H31COOH(s) + Na+ (aq).

Sabões diluídos em soluções de sulfato de magnésio (MgSO4) ou cloreto de cálcio


(CaCl2) provocam um efeito adverso na solubilidade do sabão devido à presença de
íons desses sais, que são constituintes da água dura. Esta água é imprópria para
consumo e utilização devido à presença de metais prejudiciais à saúde, que reagem
com a parte polar do sabão, diminuindo sua solubilidade e impedindo a formação de
micelas. Além disso, os cátions Mg2+ e Ca2+ interagem com os ânions do sabão,
formando precipitados insolúveis. Esse processo reduz drasticamente a
tensoatividade do sabão e, consequentemente, sua eficácia de limpeza (PERUZO;
CANTO, 2006). As equações químicas que detalham esse processo são:

- Eq. 2: 2 C17H31COO-Na+ (aq) + Ca2+ +(aq) → [C11H31COO-]2Ca2+(aq) + 2


Na+ (aq).
- Eq. 3: 2 C17H31COO-Na+(aq) + Mg2+(aq) → [C11H31COO-]2Mg2+(s) + 2
Na+(aq).

Essas equações fornecem uma compreensão mais aprofundada dos processos


químicos envolvidos nas interações do sabão com diferentes soluções.

CONCLUSÃO:

Ao final desse experimento, conseguiu-se produzir sabão a partir de reagentes


orgânicos e inorgânicos ao mesmo tempo em que foi possível entender o
mecanismo reacional envolvido na reação química de saponificação. Além disso,
uma vez produzindo o sabão suas propriedades físicas e químicas foram testadas e
obteve-se êxito na verificação da eficácia de limpeza e da sua ineficácia em meios
desfavoráveis tais como água dura que impede a tensoatividade existente nos
sabões.

QUESTIONÁRIO:

1. Triéster + 3 NaOH -> Glicerol + 3 Álcool de Sódio

Nessa reação, o triéster (que é um éster de ácido graxo) reage com três moléculas
de hidróxido de sódio (NaOH) para produzir glicerol (também conhecido como
glicerina) e três moléculas de álcool de sódio (também conhecido como sabão). A
saponificação é uma reação química que produz sabão a partir de gorduras ou
óleos.
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2. Quando um éster sofre hidrólise em meio ácido, os compostos orgânicos


formados são um ácido carboxílico e um álcool. Esse processo é chamado de
hidrólise ácida de ésteres.

3. A água dura é imprópria para a lavagem de roupas principalmente devido à


presença elevada de íons de cálcio (Ca²⁺) e magnésio (Mg²⁺). Esses íons interferem
na eficácia dos sabões e detergentes, prejudicando o processo de limpeza.

4. Sabão e detergente são ambos agentes de limpeza, mas têm diferenças


significativas em sua composição química, origem, e eficácia em diferentes
condições de uso.
● SABÕES: são sais de ácidos graxos produzidos pela reação de um álcali
(como hidróxido de sódio ou hidróxido de potássio) com gorduras ou óleos. A
estrutura típica de um sabão inclui uma longa cadeia de ácido graxo ligada a
um íon metálico (geralmente sódio ou potássio). A reação de produção do
sabão é chamada de saponificação

● DETERGENTE: São surfactantes sintéticos, produzidos a partir de derivados


petroquímicos ou oleoquímicos. Os detergentes contêm um grupo hidrofílico
(amigável à água) e um grupo hidrofóbico (que repele a água), mas estes
grupos são diferentes dos encontrados nos sabões. Detergentes tipicamente
têm grupos sulfonato (SO₃⁻) ou sulfato (SO₄²⁻) em vez de carboxilatos (COO⁻).
A produção de detergentes envolve processos químicos industriais que
sintetizam os surfactantes desejados a partir de produtos químicos de base.

5. O índice de saponificação é uma medida que indica a quantidade de hidróxido de


potássio (KOH) necessária para saponificar um grama de gordura ou óleo. É
expresso em miligramas de KOH por grama de gordura. A relação entre o índice de
saponificação e a massa molecular média (𝑀𝑚Mm) dos ácidos graxos que
compõem o triglicerídeo pode ser entendida da seguinte forma:
● Ácidos Graxos de Cadeia Curta: Têm uma massa molecular menor e,
portanto, uma maior quantidade de moléculas por grama de gordura. Isso
significa que mais moléculas de KOH são necessárias para saponificar um
grama de gordura, resultando em um índice de saponificação mais alto.
● Ácidos Graxos de Cadeia Longa: Têm uma massa molecular maior e,
portanto, menos moléculas por grama de gordura. Isso significa que menos
moléculas de KOH são necessárias para saponificar um grama de gordura,
resultando em um índice de saponificação mais baixo.

6. A principal diferença entre óleo e gordura está no estado físico em que se


encontram à temperatura ambiente.
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● Óleos: São líquidos à temperatura ambiente (cerca de 25°C).


● Gorduras: São sólidas ou semi sólidas à temperatura ambiente.

7. A ação de limpeza do sabão se baseia na sua capacidade de agir como um


surfactante, que é uma substância que diminui a tensão superficial da água,
permitindo que a água se espalhe e penetre nas superfícies mais facilmente. O
sabão possui uma estrutura molecular que lhe permite interagir tanto com
substâncias polares (como a água) quanto com substâncias apolares (como óleos e
gorduras), facilitando a remoção de sujeiras oleosas e gordurosas.

8. Um detergente biodegradável é um tipo de detergente que é capaz de ser


decomposto por microorganismos naturais, como bactérias, fungos e outros
organismos vivos, em componentes menos complexos e inofensivos para o meio
ambiente. Esse processo de degradação biológica resulta na conversão dos
componentes do detergente em substâncias como água, dióxido de carbono e
biomassa, que são menos prejudiciais ou não prejudiciais ao ambiente.

REFERÊNCIAS:

VOGEL, A. I., Química orgânica: análise orgânica qualitativa, 3 ed., Rio de Janeiro,
Ao livro Técnico S.A., 1981.

SOARES, G. S.; SOUZA, N. A.; PIRES, D. X., Química orgânica: teoria e técnicas
de preparação, purificação e identificação de compostos orgânicos, Rio de Janeiro,
Guanabara S. A. 1988

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