Gays e Religiao

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2017v14n3p88

HOMOSSEXUALIDADE: PSICANÁLISE, RELIGIÃO E EDUCAÇÃO

Eliseu Roque do Espirito Santo1


Resumo:
Este artigo tem como objetivo refletir sobre a homossexualidade. Destina-se a verificar
os esforços da psicanálise clássica para entender e definir o fenômeno da
homossexualidade, que para muitos até hoje ainda é cercado por mistério, e entender
como o tema é tratado dentro das igrejas cristãs e da escola. O autor conclui que os
esforços iniciais da psicanálise clássica para entender o fenômeno da
homossexualidade foram destinados a aliviar o sofrimento daqueles que enfrentaram
o problema e procuraram ajuda terapêutica. Atualmente, a psicanálise/psicologia
tende a ver a homossexualidade como um mero resultado de uma construção social,
a fim de classificar os indivíduos. Na esfera religiosa, as igrejas cristãs
especificamente, a homossexualidade é vista como pecado e transgressão da lei
divina e da natureza. No entanto, os princípios de amor, justiça e graça, juntamente
com as necessidades práticas das igrejas tendem a mudar no futuro a perspectiva de
igrejas sobre o assunto. A escola é outro espaço na sociedade onde a
homossexualidade manifesta-se, seja nos corpos dos sujeitos ou em materiais
educativos. Observa-se no Brasil um esforço para tornar a escola um espaço para a
discussão de questões de sexualidade e gênero, bem como de reconhecimento da
identidade de gênero.
Palavras-chave: Homossexualidade. Psicanálise. Religião. Educação. Políticas.

1 INTRODUÇÃO
Um maniqueísmo teórico/jurídico domina a cena de debate da
homossexualidade no Brasil, a lógica perversa de defender o direito próprio negando
o do outro. O caminho adotado por teóricos, políticos e movimentos gays e/ou
semelhantes tem sido de desconstruir o ideário heterossexual, ou seja, separar ou
retirar a sexualidade do âmbito do biológico e da natureza humana2 (CECCARELLI,
2015). Por outro lado, outros se mantêm firmes numa visão exclusivista de
heterossexualidade (ex. Igreja, alas conservadoras dos partidos políticos, Movimento
Escola Sem partido, entre outros), ignoram e se opõem em reconhecer o fenômeno

1 Doutor em Teologia na área Religião e Educação pela Escola Superior de Teologia de São Leopoldo,
São Leopoldo, RS. Professor no curso de Teologia da Universidade do Grande Rio e de Educação no
Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-mail:
[email protected]
2 Michel Foucault é sem dúvida o grande teórico que propõe a desnaturalização da sexualidade ao

afirmar a norma sexual como um discurso socialmente construído, provavelmente com a função de
reproduzir a força de trabalho e as relações sociais (cf. FOUCAULT, 1988).

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da homossexualidade, e, como consequência, seus direitos3. Não haveria espaço


para as duas normas? Uma sociedade democrática, livre e plural não deveria ter
espaço tanto para heterossexuais como homossexuais?
Na questão da sexualidade, a opção do uso da categoria “gênero” ao invés de
sexo se deu por motivo da necessidade de uma abordagem para além do biológico e
da categorização macho e fêmea (SECAD/MEC,2007). A categoria gênero considera
construções históricas, culturais e políticas que configuram identidades. Sua
importância se dá pelo fato de considerar o ser humano muito mais que um ser
biológico, um ser que se auto recria, se configura.
O ser humano é tanto objeto como sujeito da construção de sua identidade.
Ao mesmo tempo em que é formado pelo meio social e físico em que vive, é capaz
de transcendê-lo. Visões estáticas do ser humano, que o vê como ser acabado,
negam, nas palavras de Freire, a “vocação ontológica do ser humano de ser mais”
(1987, p. 106).
Este artigo pretende analisar como o fenômeno da homossexualidade tem sido
tratado no âmbito da psicologia/psicanálise, religião e educação. Em primeiro lugar,
é apresentada a discussão e seus desdobramentos nos campos da
psicologia/psicanálise. Em segundo lugar é apresenta a compreensão religiosa das
igrejas cristãs (católica e evangélica). Por último, são apresentadas e discutidas
iniciativas no âmbito educacional.

2 O FENÔMENO DA HOMOSSEXUALIDADE: A PERSPECTIVA DA PSICANÁLISE

A homossexualidade é tão antiga como a humanidade. Ela surge como


problema na sociedade moderna e se intensifica na sociedade pós-moderna junto
com o clamor de minorias de diversos matizes em busca de um “lugar ao sol” a partir
do ideal de sociedades democráticas, livres e pluralistas. Apesar de antiga, a
homossexualidade é um fenômeno pouco compreendido na maioria das sociedades.
Enquanto na atualidade o debate sobre a homossexualidade, no Brasil, é mais
frequente no âmbito jurídico e político, nas primeiras décadas do século vinte foi um

3 Richard Von Kraff-Ebing (1840-1902), psiquiatra alemão, com sua obra “Psychopathia Sexualis” é a
inspiração para aqueles e aquelas que desejam apontar a homossexualidade como uma patologia.
Para Kraff-Ebing a homossexualidade era uma perversão, uma doença (DAMETTO; SCHMIDT, 2015).

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tema muito visitado pela psicanálise4. Seus esforços em definir, diagnosticar, tratar,
trouxeram novas luzes sobre o problema. A carta escrita por Freud a uma mãe norte-
americana de um provável homossexual ilustra bem como o debate se desenvolveu
a partir do referencial da psicanálise:
Carta a uma mãe norte-americana

Entendo pela sua carta que seu filho é homossexual. Impressiona-me


profundamente que a senhora não mencione este termo na sua informação
sobre ele. Posso perguntar-te, porque o evita? A homossexualidade não é
seguramente uma vantagem, mas não é nada que tenha que
envergonharsse, não é vício, nem depravação, nem a podemos classificar
como enfermidade; nós a consideramos uma variação da função sexual
produzida por certa fixação do desenvolvimento sexual. Muitos indivíduos
respeitáveis dos tempos antigos e modernos foram homossexuais, e vários
dos maiores, entre eles Platão, Michelangelo, LeonardodaVinci, etc. É uma
grande injustiça perseguir a homossexualidade como se fosse um crime, e é
também crueldade. Se a senhora não crê em mim, leia os livros de Harvelock
Ellis. Ao perguntar-me se eu posso ajudar, a senhora quer dizer, se eu posso
abolir a homossexualidade e fazer que a heterossexualidade normal ocupe
seu lugar. A resposta, em linhas gerais, é que não podemos realiza-lo. Em
certos números de casos temos êxito em desenvolver os benditos gérmens
de tendências heterossexuais que estão presentes em todo homossexual, na
maioria dos casos já não é possível. É uma questão que depende da
qualidade e da idade do indivíduo. É impossível predizer os resultados do
tratamento. O que a análise pode fazer por seu filho é um assunto diferente.
Se seu filho é infeliz, neurótico, atormentado por conflitos, se se sente inibido
em sua vida social, a análise poderia trazer-lhe harmonia, paz mental, plena
eficiência, permaneça homossexual ou não. A senhora decida se seu filho
deva se submeter à análise por mim! Não creio que a senhora o fará! Terá
que viajar até Viena. Não tenho a intenção de mover-me daqui. De todos os
modos, não deixe de responder-me. Sinceros e cordiais votos.
Freud

P.S.Não me foi difícil ler sua escrita. Espero que não ache na minha escrita
e meu inglês tarefa mais difícil. (RUITENBEEK,1973, p. 17–18, tradução
nossa).

Não é o propósito deste trabalho, fazer uma exegese da carta de Freud, coisa
que os teóricos da psicanálise já o fizeram e fazem bem. No entanto, podemos em
linhas gerais destacar conceitos que são importantes para a discussão do tema.
Segundo Freud, a homossexualidade “não é vício, nem depravação, nem a podemos

4 A psicanálise é tanto um método terapêutico como uma teoria do funcionamento psíquico. Freud
descobriu que se localizava no inconsciente os conteúdos que podiam explicar as neuroses e outros
comportamentos humanos. Na sua primeira teoria explica o funcionamento psíquico a partir da
interação de três sistemas: o inconsciente, o pré-consciente e o consciente. Freud aperfeiçoa mais
tarde sua teoria e denomina os três sistemas de Id, ego e superego. Ocupou uma grande importância
nos estudos de Freud a sexualidade infantil e são bem conhecidas as fases do desenvolvimento sexual
conforme a teoria psicanalítica: fase oral, fase anal, fase fálica, período de latência e fase genital. No
decorrer da fase fálica (3 e 5 anos) ocorre o Complexo de Édipo que exerce importante papel na
estruturação na personalidade do indivíduo.

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classificar como enfermidade; nós a consideramos uma variação da função sexual


produzida por certa fixação do desenvolvimento sexual” (RUITENBEEK, 1973, p.17–
18).
A hipótese de Freud a respeito da origem da homossexualidade se sustenta a
partir de sua ideia que o ser humano atravessa uma etapa fisicamente bissexual na
infância. Logo, determinados fatores (Freud deu muita ênfase no Complexo de Édipo5)
poderiam intervir na formação da identidade sexual do sujeito. Esta hipótese pode
explicar alguns casos de homossexualidade, mas será capaz de explicar todos?
Ferenczi, um dos primeiros e mais destacado discípulo de Freud, via a
designação “homossexualidade” abarcar fenômenos distintos e sem vinculação entre
si. Para ele há dois tipos de homossexualidade bem diferentes, descriminados em
ativos e passivos ou objetivo e subjetivo. Seria homossexual passivo ou subjetivo o
homem que em sua relação com outros homens se sente mulher, ou seja, está
“invertido” em relação ao seu próprio ego. Já o homossexual ativo ou objetivo não se
sente mulher (geralmente tem aversão a elas), mas encontra prazer sexual em
relações com homens (FERENCZI. In: RUITENBEEK, 1973):
Outra diferença óbvia entre o homoerótico "subjetivo" e "objetivo" é que o
anterior (invertida) é atraído por homens fortes e mais maduros, e se
comporta em termos amigáveis, como colega, comporta-se podemos dizer,
como as mulheres; o segundo tipo, no entanto, se interessa quase
exclusivamente por rapazes jovens e delicados, de efeminado aspecto, e
trata as mulheres com antipatia manifesta, e não raramente com sentimento
de ódio, manifesto ou precariamente oculto. O invertido puro raramente se
sente compelido a procurar assistência médica; e é totalmente confortável em
seu papel passivo e não abriga outro desejo senão que as outras pessoas
tolerem a sua peculiaridade e não interfira no tipo de satisfação que lhe
convém. [...] O homoerótico objetivo, por outro lado, sente-se extremamente
atormentado por estar plenamente consciente da sua anormalidade; a prática
sexual nunca o satisfaz plenamente. [...] Pode acontecer que dois tipos
homoeróticos diferentes se juntam para formar um par. O invertido encontra
o homoerótico objetivo um amante muito do seu agrado, que o adora, lhe
auxilia em suas assuntos económicos e é imponente e energético
(FERENCZI. In: RUITENBEEK,1973, p. 22, tradução nossa).

Para Ferenczi a homossexualidade passiva ou subjetiva é uma etapa sexual


intermediária, uma anomalia do desenvolvimento, já a homossexualidade ativa ou

5 Freud se inspira na tragédia grega de Édipo Rei para explicar o processo de estruturação da
personalidade. Na tragédia grega Édipo mata o pai e casa com a mãe. Freud percebe na relação da
criança com a mãe e o pai um jogo de sentimentos contraditórios, a criança quer o amor da mãe, mas
tem o pai como obstáculo ou concorrente. Decide o menino ser como o pai para ter a mãe e assim
começa o processo de internalização das normas sociais.

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objetiva seria pelo contrário, uma neurose obsessiva. Qual tipo de homossexualidade
se referia Freud na carta à mãe norte-americana? Mesmo Farenczi que entendia a
homossexualidade como um conceito que abarcava fenômenos distintos, reconhecia
a impotência da psicanálise para tratar seja qual fosse o tipo de manifestação
homossexual.
Para Ceccarelli (2015), psicólogo e psicanalista, a homossexualidade é uma
invenção ou artefato classificatório, uma construção simbólica fundamentada na ideia
de uma sexualidade natural, heterossexual e para procriação. O autor destaca
também um dado importante: a “homossexualidade”, como doença, só foi excluída
do DSM (Manual de Diagnóstico e Estatística da Associação Psiquiátrica Americana)
em 1973, após acalorados debates.
No Brasil, o Conselho Federal de Psicologia com base em sua Resolução
001/99 estabeleceu como norma de atuação para psicólogos em questões de
orientação sexual:
Art. 2° - Os psicólogos deverão contribuir, com seu conhecimento, para uma
reflexão sobre o preconceito e o desaparecimento de discriminações e
estigmatizações contra aqueles que apresentam comportamentos ou
práticas homoeróticas. Art. 3°- os psicólogos não exercerão qualquer ação
que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas,
nem adotarão ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para
tratamentos não solicitados. Parágrafo único- Os psicólogos não colaborarão
com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das
homossexualidades. Art. 4°- Os psicólogos não se pronunciarão, nem
participarão de pronunciamentos públicos, nos meios de comunicação de
massa, de modo a reforçar os preconceitos sociais existentes em relação aos
homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica
(CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA,1999).

Apesar da resolução do Conselho Federal de Psicologia, há ainda muitos


psicólogos e psicólogas que, por entender a homossexualidade como adquirida ao
longo da vida, propõem mudança de orientação sexual de seus clientes (RIOS, 2011).

3 HOMOSSEXUALIDADE E RELIGIÃO CRISTÃ

Se no campo das ciências da saúde o debate foi tão acalorado e há poucos


consensos, no campo religioso a discussão não é menor. O debate acerca da
homossexualidade acaba provocando questões de fundo e muito caras para as
igrejas cristãs. De questões de comportamento sexual e/ou orientação sexual o
debate se volta para autoridade normativa da Bíblia e questões afins. Para os cristãos
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sejam eles católicos, protestantes ou evangélicos, a Bíblia é a palavra de Deus e


como texto inspirado é norma de conduta e fé.
A base do posicionamento cristão majoritário sobre o assunto da
homossexualidade se funda em alguns textos tanto do Antigo como do Novo
Testamento. No Antigo Testamento encontramos: “Não se deite com um homem
como quem se deita com uma mulher; é repugnante” (Levítico 18.22). Como o texto
diz claramente, a relação sexual entre um homem com outro homem seria
repugnante.
No Novo Testamento encontramos nas cartas do apóstolo Paulo algumas
orientações:
Por causa disso Deus os entregou a paixões vergonhosas. Até suas mulheres
trocaram suas relações sexuais naturais por outras, contrárias à natureza. Da
mesma forma, os homens também abandonaram as relações naturais com
as mulheres e se inflamaram de paixão uns pelos outros. Começaram a
cometer atos indecentes, homens com homens, e receberam em si mesmos
o castigo merecido pela sua perversão. (BÍBLIA SAGRADA: NOVA VERSÃO
INTERNACIONAL, Romanos 1. 26-27).

Em outra carta o apóstolo Paulo acrescenta:


Vocês não sabem que os perversos não herdarão o Reino de Deus? Não se
deixem enganar: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem
homossexuais passivos ou ativos, nem ladrões, nem avarentos, nem
alcoólatras, nem caluniadores, nem trapaceiros herdarão o Reino de Deus
(BÍBLIA SAGRADA: NOVA VERSÃO INTERNACIONAL,1 Coríntios 4. 9-10).

Com base nestes e outros textos bíblicos, o catecismo católico resume o


posicionamento oficial da Igreja Católica Apostólica Romana, cuja posição sobre a
homossexualidade não é diferente dos protestantes e evangélicos:
A homossexualidade designa as relações entre homens ou mulheres, que
experimentam uma atracção sexual exclusiva ou predominante para pessoas
do mesmo sexo. Tem-se revestido de formas muito variadas, através dos
séculos e das culturas. A sua gênese psíquica continua em grande parte por
explicar. Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como
depravações graves (103) a Tradição sempre declarou que «os actos de
homossexualidade são intrinsecamente desordenados» (104). São
contrários à lei natural, fecham o acto sexual ao dom da vida, não procedem
duma verdadeira complementaridade afectiva sexual, não podem, em caso
algum, ser aprovados. Um número considerável de homens e de mulheres
apresenta tendências homossexuais profundamente radicadas. Esta
propensão, objectivamente desordenada, constitui, para a maior parte deles,
uma provação. Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza.
Evitar-se-á, em relação a eles, qualquer sinal de discriminação injusta. Estas
pessoas são chamadas a realizar na sua vida a vontade de Deus e, se forem
cristãs, a unir ao sacrifício da cruz do Senhor as dificuldades que podem
encontrar devido à sua condição. As pessoas homossexuais são chamadas
à castidade. Pelas virtudes do autodomínio, educadoras da liberdade interior,
e, às vezes, pelo apoio duma amizade desinteressada, pela oração e pela

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graça sacramental, podem e devem aproximar-se, gradual e resolutamente,


da perfeição cristã (VATICANO, 2015).

Portanto, no seu catecismo e com base no seu livro sagrado (a Bíblia), a Igreja
Católica vê a homossexualidade como “atos desordenados”, contrários a lei natural
(natureza) e por isso, devem ser reprovados. No entanto, reconhecem que os que
manifestam essas “tendências” devem ser acolhidos pela igreja e que esta deve evitar
uma “discriminação injusta”. Aconselha aos que manifestem essas “tendências” que
se consagrem à castidade. Da mesma forma que um sacerdote abre mão da prática
de relação heterossexual por motivo de voto sacerdotal, o homossexual deveria por
seu turno, abdicar de uma vida sexual ativa, vivendo assim em castidade.
Um manual de aconselhamento muito usado por leitores e líderes evangélicos,
“Aconselhamento cristão”, aborda o assunto da homossexualidade, e pela introdução
se percebe o receio com que trata o assunto: “Por causa da controvérsia e confusão
em torno deste tópico é quase certo que alguns leitores discordarão dos parágrafos
seguintes” (COLLINS, 2004, p. 328). O assunto é tratado com muito receio e o autor
promete não defender nenhuma teoria em particular, no entanto, reafirma a
perspectiva cristã tradicional sobre o assunto – a homossexualidade é adquirida
(aprendida), e logo, pode ser desaprendida.
Schneider, como teólogo, observa:

Quando tentamos, a nível de Igreja, formar uma opinião teológica que


necessariamente terá implicações práticas imediatas para a vida de muitas
pessoas, como é o caso do tema “homossexualidade”, toma-se aguda a
necessidade de fazê-lo dentro dos princípios bíblicos maiores do amor e da
justiça que norteiam a nossa existência cristã. Deus mesmo, com a sua
graça criadora e sua misericórdia salvadora, pôs o parâmetro para um
procedimento dessa natureza. Isso permitirá que nos distanciemos de
medos e preconceitos entrincheirados atrás de dogmatismos unilaterais ou
de fundamentalismos seletivos (SCHNEIDER, 1999, p. 28).

Amor, justiça e graça são princípios, como sustenta Schneider, que ao longo
da história do movimento cristão tem revolucionado a forma de ver e interpretar a
própria fé. Apesar das aparentes dificuldades hermenêuticas e teológicas que afetam
as decisões das igrejas cristãs, a história tem demonstrado que mudanças
doutrinárias ocorrem independentes das afirmações teológicas vigentes. Na verdade,
a teologia, na maioria das vezes, se ajusta tanto aos princípios de amor, justiça e
graça, como também às novas circunstâncias e exigências práticas da comunidade
cristã. A fé se atualiza. Foi o que sucedeu ao longo da história da religião de Israel e,

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principalmente, no primeiro século da era cristã, quando práticas judaicas, entendidas


como divinamente orientadas, foram abolidas a partir de uma compreensão
libertadora da fé cristã. Foi o caso da prática da circuncisão, da relação com os
estrangeiros (chamados gentios), da proibição de certos tipos de alimentos e muitas
outras práticas (cf. Atos 15). Não faz muito tempo, as igrejas evangélicas no Brasil
enfrentaram o problema do divórcio, que até então não era aceito por conta da defesa
do princípio bíblico da indissolubilidade do matrimônio. Mas os princípios de amor,
justiça e graça, e, obviamente, necessidades práticas das igrejas, desafiaram a igreja
a receber os divorciados. O princípio da indissolubilidade do matrimônio se manteve,
mas o divórcio na maioria das igrejas foi aceito. A fé se atualizou.
Podemos esperar o mesmo para o entendimento da homossexualidade? É
provável que sim6.

4 HOMOSSEXUALIDADE E EDUCAÇÃO

O debate sobre a homossexualidade passa necessariamente pelo espaço


escolar. A escola como locus privilegiado de formação humana não pode abster-se
da responsabilidade de tratar tão importante assunto. O homossexual está na escola,
seja no papel de educador ou educando. A questão de orientação sexual, ignorada
por muitos, tem sido motivo de bullying7, o que tem causado muito sofrimento para
aqueles ou aquelas tidos como diferentes. Quando a escola toma para si a
responsabilidade de pelo menos abrir o debate sobre o assunto, vozes contrárias se

6Nos EUA as igrejas batistas já contam com uma organização, Association of Welcoming & Affirming
Baptists (AWAB), voltada para a inclusão de gays, lésbicas, transexuais, bissexuais, Queer, entre
outros. Sua missão é criar e apoiar uma comunidade de igrejas, organizações e indivíduos
comprometidos com a inclusão de pessoas lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros na vida e missão
das igrejas Batista.
Os Adventistas do Sétimo Dia também contam com uma organização semelhante, Seventh-day
Adventist Kinship International (Kinship) cuja missão é proporcionar uma comunidade espiritual e social
segura para os adventistas lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e intersexuais, suas famílias e
aqueles que os apoiam.
A Igreja Católica no Brasil conta com o grupo Diversidade Católica que busca conciliar sua identidade
religiosa e homossexual.
7 A Lei nº 13.185, em vigor desde 2016, considera como bullying “intimidação sistemática (bullying)

todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem motivação evidente,
praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-
la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes
envolvidas”. Geralmente o bullying ocorre no ambiente escolar (BRASIL, 2017).

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opõem argumentando que esse papel é da família. Estará a família tratando


devidamente do assunto?

4.1 OS VÍDEOS DO CHAMADO “KIT GAY”

O Ministério de Educação e Cultura tomou a dianteira no sentido de provocar


o debate sobre gênero e orientação sexual no ambiente escolar. Dentre algumas
iniciativas, cinco vídeos foram elaborados com esse fim: “Encontrando Bianca”,
“Probabilidade”, “Torpedo”, “Medo do quê?” e “Boneca na mochila”. Vários deputados
de partidos conservadores protestaram e convocaram o Ministro da Educação para
apresentar esclarecimentos. Algumas pessoas sem mesmo assistir aos vídeos os
rejeitaram e os apelidaram de “Kit gay”. No entanto, uma observação serena e
imparcial reconhecerá a legitimidade dos mesmos e sua importância para o início do
diálogo (debate) sobre o assunto nas escolas.
Vídeo 1: “Encontrando Bianca” - trata de um jovem de sexo masculino, mas
cuja identidade de gênero é de mulher. José Ricardo quer ser chamado de “Bianca”,
nome de sua atriz predileta. Passa a se vestir como mulher, quer usar o banheiro
feminino e na chamada dos professores ser tratado por Bianca. Sofre bullying e teme
ser agredida e ás vezes acha que não vai aguentar permanecer na escola até se
formar. O filme é sensível e retrata o drama do homossexual na escola.
Vídeo 2: “Probabilidade”- retrata a questão da bissexualidade. Leonardo é um
adolescente que ao mudar de cidade deixa para trás sua namorada Carla. Na nova
escola que retoma os estudos faz amizade com Mateus. A amizade de Leonardo e
Mateus gera entre os colegas da escola risos e suspeitas. Leonardo não entende e
depois de certo tempo Mateus lhe confessa ser gay. Em uma festa Leonardo conhece
um primo de Mateus chamado Rafael. Na festa Leonardo e Rafael conversam a noite
inteira. Na manhã seguinte quando se despedem Leonardo sente uma vontade
estranha de beijar Rafael. Fica confuso. Na escola também se interessa por Bia. Após
uma aula de probabilidade, Leonardo chega a conclusão: “Por que precisaria decidir
entre ficar só com garotas ou com garotos se ele se interessava pelos dois?” O filme
termina com a mensagem de que quando se gosta não importa ser garoto ou garota.
Vídeo 3: “Torpedo”- trata a questão do lesbianismo. Fotos retratando cenas
aparentemente de namoro entre duas amigas adolescentes são colocadas na internet

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e uma foto é colocada no corredor da escola. As duas ficam muito envergonhadas e


não sabem o que fazer. Decidem assumir publicamente o relacionamento e enfrentar
os olhares de estranhamento ou condenação dos amigos. O filme termina com o
seguinte diálogo:
- Quer namorar comigo?
- Acho que a gente já está namorando.
Vídeo 4: “Medo do quê?”– retrata na forma de animação os principais
momentos ou dilemas do homossexual na sociedade atual. Começa com o despertar
do menino para a sexualidade, a descoberta da alternativa homossexual, as
expectativas heterossexuais da família, a descoberta de uma orientação
homossexual, os olhares de reprovação dos que estão em volta, a relação sexual
homossexual, os medos vividos pelos indivíduos gays, a perda dos amigos, a
descoberta pelo pai do namoro do filho com outro rapaz, finalmente a aceitação da
família. Tudo é retratado com muita sutileza, uma linguagem mais imagética que
verbal. Muito fácil de entender.
Vídeo 5: “Boneca na mochila”– Uma mãe é chamada urgente na escola porque
a direção achou uma boneca na mochila do filho (o filho tinha cinco anos). Toda a
história se desenrola dentro de um táxi. No carro a mãe começa a ouvir um programa
de rádio que debate com especialistas o problema ocorrido na escola do filho. No
debate, psicólogos, educadores e psiquiatras respondem a pergunta do radialista
acerca do preparo dos professores em lidar com situações como aquela. Os
psicólogos respondem que a escola geralmente não está preparada para lidar com a
diversidade. Logo no início da entrevista, um psiquiatra diz que “os olhos do adulto
veem aquilo que não existe. Um menino quando está brincando com boneca ele está
dando os primeiros passos na direção do desenvolvimento de seu papel de pai”.
Outras questões muito pertinentes são respondidas ao longo da encenação, inclusive
sobre como educadores devem agir em situações semelhantes.

4.2 A RESOLUÇÃO Nº 12 DE 16 DE JANEIRO DE 2015 DO CNCD/LGBT

A Resolução nº 12 de 16 de janeiro de 2015 do Conselho Nacional de Combate


à Discriminação e Promoção dos Direitos LGBTs (CNCD/LGBT) orienta, entre outras
coisas, as instituições e redes de ensino a garantir, aos que solicitarem, o tratamento
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exclusivo pelo nome social, a inserção de um campo para o nome social nos
documentos, o uso de banheiros, de uniforme, vestiários e outros espaços
segregados por gênero de acordo com a identidade de gênero de cada sujeito
(aluno/a) (BRASIL, 2015).
Já tramita na Câmara Federal vários Projetos de Lei (PDL) com o fim de sustar
os efeitos da Resolução acima referida. É possível identificar os projetos dos
deputados Alfredo Kaefer - PSDB/PR, Fábio Sousa - PSDB/GO, Alan Rick -PRB/AC,
Silas Câmara - PSD/AM, Professor Victório Galli - PSC/MT, Jair Bolsonaro - PP/RJ,
Pr. Marco Feliciano - PSC/SP. Há um requerimento de urgência para apreciação do
projeto e apensos que visam sustar os efeitos desta Resolução assinados pelos
deputados Alan Rick - PRB/AC, Celso Russomanno - PRB/SP, Rogério Rosso -
PSD/DF, Leonardo Picciani - PMDB/RJ, Fernando Coelho Filho - PSB/PE, Domingos
Neto - PROS/CE, Geovania de Sá - PSDB/SC.
Os argumentos básicos contrários à Resolução podem ser resumidos em dois:
que a educação sexual e temas afins é dever da família e não da escola e que essas
medidas disseminam ou promovem a prática homossexual. Novamente a lógica
perversa e maniqueísta de afirmar os direitos ou visão de mundo de um grupo em
detrimento dos direitos e visão de mundo do outro. Desde quando respeitar as
diferenças nos torna todos iguais? Se a escola é lugar de formação para a cidadania,
como se omitir na discussão de tão importante tema? Na escola, professores e alunos
deveriam estudar e discutir a questão de orientação sexual sem coerção ou qualquer
tipo de censura. O que a escola não pode fazer é doutrinar.
Conforme o Parecer nº 1 do CNCD/LGBT (BRASIL, 2015) a normatização do
reconhecimento de identidade de gênero pode se dar por diferentes instrumentos e
instâncias. Segundo este documento, já tomaram iniciativas de reconhecimentos de
identidade de gênero de pessoas travestis e transexuais “20 Universidades Federais,
5 Universidades Estaduais, 6 Institutos Federais de Educação ciência e Tecnologia”
(p. 1).

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A homossexualidade é um fato social. Seja qual for a posição que se tenha


sobre o assunto, o fato é que não pode ser ignorado. Geralmente todos os assuntos

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correlatos à sexualidade são cercados de tabu e as pessoas sentem vergonha e


medo de tratá-los. Justamente por esse motivo há tanta ignorância e posições pré-
concebidas que geram preconceitos.
No campo religioso é preciso uma abertura para o diálogo, sensibilidade para
com as questões teológicas-doutrinárias e a o m e sm o te m p o p a ra as
necessidades e sofrimentos dos homossexuais. Sabe-se de muitos homossexuais
cristãos que querem ser acolhidos pelas igrejas e se sentem rejeitados. Rios (2011)
observa grande presença de homossexuais no Candomblé e atribui essa presença
ao acolhimento cuidador deste grupo religioso. As igrejas cristãs impulsionadas pela
própria dinâmica da fé, que se atualiza, e sensíveis as circunstâncias e exigências
práticas da comunidade, provavelmente irão repensar seu posicionamento em
relação a homossexualidade.
Na escola questões de gênero e sexualidade devem fazer parte da formação.
Como conteúdos formais ou oficiais já fazem parte, mas a mesma dificuldade que há
em outros espaços da sociedade para tratar esses assuntos, há na escola. Muitos
educadores evitam o assunto por medo de reações contrárias dos pais e responsáveis
e o fato é que muitos não se sentem seguros em tratar o tema. Enquanto isso, alunos
e professores sofrem por causa dos preconceitos.
A homossexualidade, como fato social relevante, precisa ser objeto da atenção
não apenas da psicanálise, mas de todas as ciências que lidam com o humano, e
esse conhecimento precisa ser divulgado de modo a superar preconceitos que, em
geral, são fruto da ignorância. As igrejas e as escolas são espaços privilegiados de
formação e devem por isso se abrir ao debate e ao esclarecimento. Cabe a toda a
sociedade enfrentar esse desafio e, principalmente, ouvir o que os homossexuais têm
a nos dizer.

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HOMOSEXUALITY: PSYCHOANALYSIS, RELIGION AND EDUCATION

Abstract:
This article aims to reflect on homosexuality. It aims to verify the efforts of classical
psychoanalysis to understand and define the phenomenon of homosexuality, which for
many to this day is still surrounded by mystery, and to understand how the theme is
treated within Christian churches and school. The author concludes that the early
efforts of classical psychoanalysis to understand the phenomenon of homosexuality
were intended to alleviate the suffering of those who faced the problem and sought
therapeutic help. Currently, psychoanalysis/psychology tends to view homosexuality
as a mere result of a social construction in order to classify individuals. In the religious
sphere, Christian churches specifically, homosexuality is seen as sin and
transgression of divine law and nature. However, the principles of love, justice, and
grace along with the practical needs of churches tend to change in the future the
perspective of churches on the subject. The school is another space in society where
homosexuality manifests itself, whether in the bodies of the subjects or in educational
materials. It is observed in Brazil an effort to make the school a space for the discussion
of sexuality and gender issues, as well as recognition of the gender identity.
Keywords: Homosexuality. Psychoanalysis. Religion. Education. Policies.

HOMOSEXUALIDAD: PSICOANÁLISIS, RELIGIÓN Y EDUCACIÓN

Resumen
Este artículo tiene como objetivo reflexionar sobre la homosexualidad. Se trata de
verificar los esfuerzos del psicoanálisis clásico para entender y definir el fenómeno de
la homosexualidad que, para muchos hasta hoy todavía está rodeado por misterio, y
entender cómo el tema se trata dentro de las iglesias cristianas y de la escuela. El
autor concluye que los esfuerzos iniciales del psicoanálisis clásico para entender el
fenómeno de la homosexualidad se destinaron a aliviar el sufrimiento de aquellos que
se enfrentaron al problema y buscaron ayuda terapéutica. Actualmente, el
psicoanálisis/psicología tiende a ver la homosexualidad como un mero resultado de
una construcción social, a fin de clasificar a los individuos. En la esfera religiosa, las
iglesias cristianas específicamente, la homosexualidad es vista como pecado y
transgresión de la ley divina y de la naturaleza. Sin embargo, los principios de amor,
justicia y gracia junto con las necesidades prácticas de las iglesias tienden a cambiar
en el futuro, la perspectiva de las iglesias sobre el tema. La escuela es otro espacio
en la sociedad donde la homosexualidad se manifiesta, sea en los cuerpos de los
sujetos o en materiales educativos. Se observa en Brasil un esfuerzo para hacer de la
escuela un espacio para la discusión de cuestiones de sexualidad y género, así como
un esfuerzo de reconocimiento de la identidad de género.
Palabras clave: Homosexualidad. Psicoanálisis. Religión. Educación. Políticas.

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Artigo:

Recebido em 07de Setembro de 2016.

Aceito em 13 de Julho de 2017.

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