n103 - O - Discinesias Da Contratilidade Uterina e Sua Correcao
n103 - O - Discinesias Da Contratilidade Uterina e Sua Correcao
n103 - O - Discinesias Da Contratilidade Uterina e Sua Correcao
2016 / 2019
Vice-Presidente
Paulo Roberto Dutra Leão
Secretária
Sheila Koettker Silveira
Membros
Alessandra Cristina Marcolin
Edilberto Alves Pereira da Rocha Filho
Evelise Pochmann da Silva
Flávia Tarabini Castellani Asmar
João Alfredo Piffero Steibel
Márcia Maria Auxiliadora de Aquino
Renato Ajeje
Ricardo Porto Tedesco
Roberto Magliano de Morais
Roberto Messod Benzecry
Roseli Mieko Yamamoto Nomura
Sergio Hecker Luz
Discinesias da contratilidade uterina e sua correção
Descritores
Discinesias; Contração uterina; Trabalho de parto
Como citar?
Codarin RR, Francisco RP. Discinesias da contratilidade uterina e sua correção. São Paulo: Federação
Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2018. (Protocolo FEBRASGO -
Obstetrícia, no. 103/ Comissão Nacional Especializada em Assistência ao Abortamento, Parto e Puerpério).
Introdução
As contrações uterinas durante o trabalho de parto assumem papel
fundamental em promover a dilatação do colo uterino, permitir a
progressão do feto pelo canal de parto até o seu desprendimento e,
no período pós parto, promovem hemostasia através do miotam-
ponamento.(1)
A definição para trabalho de parto ainda não é consenso na
literatura. A mais frequentemente utilizada em nosso meio é a de
que podemos considerar a gestante em trabalho de parto quando
existirem contrações uterinas rítmicas e capazes de dilatar e esva-
ecer o colo.(2)
Segundo Friedman, a fase ativa teria seu início aos 3 cm de di-
latação. Porém, há necessidade de entendimento que a internação
*Este protocolo foi validado pelos membros da Comissão Nacional Especializada em Assistência ao
Abortamento, Parto e Puerpério e referendado pela Diretoria Executiva como Documento Oficial da
FEBRASGO. Protocolo FEBRASGO de Obstetrícia nº 103, acesse: https://www.febrasgo.org.br/protocolos
Diagnósticos e tratamentos
Podemos definir a distocia funcional por hipoatividade como a pa-
rada na progressão do trabalho de parto derivada da falta de con-
trações, tanto por falta de tônus como de frequência e, uma vez
diagnosticada, suas principais formas de correção são a utilização
de ocitocina endovenosa ou a amniotomia. Para a utilização de
ocitocina, usualmente, dilui-se 5UI em 500 ml de soro fisiológico
ou ringer lactato, e titula-se tais dosagens com bomba de infusão
contínua. A sugestão é iniciar a infusão com 12 ml/h e aumentar a
dose de 12 em 12 ml/h, a cada 20 minutos, até a obtenção de con-
trações efetivas ou dose máxima de 40 mUI/min.(2)
Podemos definir a distocia funcional por hiperatividade aquela
que cursa com atividade uterina exagerada, com aumento na fre-
quência e intensidade das contrações. Usualmente, ela é derivada
de algum processo obstrutivo à progressão do trabalho de parto
(tumor prévio ou desproporção).(2) Caso a hiperatividade seja de-
rivada de processo obstrutivo (desproporção feto pélvica ou tu-
mor prévio), como esse usualmente não é reversível, a cesárea é o
tratamento.
A hipertonia uterina é aquela promovida pelo aumento na
frequência das contrações uterinas levando ao aumento no tônus
uterino basal. Ela é frequente em pacientes utilizando ocitocina.
Este é um dos principais motivos de evitarmos sua utilização de
maneira indiscriminada e de, quando necessária, sua utilização
Recomendações finais
• Diagnosticar o trabalho de parto de maneira cuidadosa;
• Entender as fases de progressão do trabalho de parto;
• Não realizar intervenções rotineiras;
• Fazer o diagnóstico correto da distocia antes de utilizar
intervenções.
Referências
1. Zugaib M, Francisco RP, editors. Zugaib Obstetrícia. 3a ed. Barueri, Manole; 2016.
Contratilidade uterina. p. 316-24.
2. Zugaib M, Francisco RP, editors. Zugaib Obstetrícia. 3a ed. Barueri: Manole; 2016.
Distocias. p. 386-97.
3. Friedman EA, editor. Labor: Clinical evaluation and management. New York: Appleton-
Century-Crofts; 1967.
4. Friedman EA. Labor in multiparas; a graphicostatistical analysis. Obstet Gynecol.
1956;8(6):691-703.